Ciência
Política
Disciplina de Fundamentos de
Filosofia e Ciências Humanas
Prof. Alfredo Pereira Jr.
Definição
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Ciência Política é o estudo da política — dos sistemas
políticos, das organizações políticas e dos processos
políticos. Envolve o estudo da estrutura (e das mudanças
de estrutura) e dos processos de governo — ou qualquer
sistema equivalente de organização humana que tente
assegurar segurança, justiça e direitos civis.
Os cientistas políticos podem estudar instituições como
corporações (ou empresas, no Brasil), uniões (ou
sindicatos, no Brasil), igrejas, ou outras organizações cujas
estruturas e processos de ação se aproximem de um
governo, em complexidade e interconexão.
Existe no interior da Ciência Política uma discussão acerca
do objeto de estudo desta ciência, que, para alguns, é o
Estado e, para outros, o poder. A primeira posição restringe
o objeto de estudo da ciência política; a segunda amplia.
Abrangência e Metodologia
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A ciência política abrange diversos campos, como a teoria
e a filosofia políticas, os sistemas políticos, ideologia, teoria
dos jogos, economia política, geopolítica, geografia política,
análise de políticas públicas, política comparada, relações
internacionais, análise de relações exteriores, política e
direito internacionais, estudos de administração pública e
governo, processo legislativo, direito público (como o
direito constitucional) e outros;
A ciência política usa métodos e técnicas que podem
envolver tanto fontes primárias (documentos históricos,
registros oficiais) quanto secundárias (artigos acadêmicos,
pesquisas, análise estatística, estudos de caso e
construção de modelos).
Atuação do Cientista Político
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Cientistas políticos estudam a distribuição e transferência de
poder em processos sociais. Por causa da mistura de
interesses contraditórios, a política é um exemplo aplicado da
Teoria dos Jogos. Os cientistas políticos olham os ganhos
(como o lucro privado de pessoas ou das empresas ou da
sociedade), e as perdas (como o empobrecimento de pessoas
ou da sociedade) como resultados de um jogo em que
existem regras não explícitas que a pesquisa deve explicitar.
Cientistas políticos medem o sucesso de um governo e de
políticas específicas examinando muitos fatores como
estabilidade, justiça, riqueza material, e paz. Desenvolvem
tanto teses positivas, analisando as políticas, quanto teses
normativas, fazendo recomendações específicas.
Suas teorias frequentemente servem de base para ação,
opção e prática de outros profissionais, como jornalistas,
grupos de interesse especiais, políticos, e o eleitorado. Podem
trabalhar como assessores de políticos, ou até mesmo se
candidatarem a cargos políticos.
Aristóteles, Platão e a Democracia Grega
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Na Grécia Antiga, para Aristóteles a política deveria estudar
a pólis e as suas estruturas e instituições (a sua
constituição e conduta). É considerado o pai da Ciência
Política, porque considerou a política a ciência “maior”, ou
mais importante do seu tempo. Criou, ainda, um método
de observação que permitiu uma sistematização e
explicação dos fenómenos sociais. Preocupava-se com um
governo capaz de garantir o bem-estar geral (o bom
governo);
Antes de Aristóteles, seu mestre, Platão, relata a teoria
política de Sócrates no livro A República, em que se
posiciona criticamente frente à democracia direta grega, e
propõe um regime no qual “os reis fossem sábios e os
sábios fossem reis”.
Maquiavel
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No século XVI, Maquiavel e a sua obra dão origem à
modernidade política. A sua preocupação era a criação de
um governo eficaz que unificasse e secularizasse a Itália.
Defende um príncipe ou dirigente de governo sem
preocupações morais ou éticas, um dirigente que não olha
a sensibilidades para atingir os seus fins. A política, era
assim a arte de governar, ou seja, uma técnica que
permitisse ao dirigente ou governante alcançar os fins
independentemente dos meios, não visa a realização geral
mas sim pessoal.
Introduziu, ainda, um método comparativo-histórico,
fazendo comparação entre dirigentes da sua época e de
épocas anteriores através de exemplos. Introduziu,
também, e reforçou a importância do Estado e da
Instituição Estatal.
Montesquieu
No século XVIII, Montesquieu, em pleno iluminismo,
difunde idéias políticas que têm por base a ação humana.
A geografia dos Estados ou a geopolítica se torna um
elemento importante na análise política. Introduz o método
comparativo de base geográfica;
► Faz a distinção entre república, monarquia e despotismo,
afirmando que este último deveria ser erradicado. Na
república o poder pertence ao povo ou a uma parte
esclarecida deste; na monarquia o poder pertence ao
monarca; no despotismo, o poder pertence a um indivíduo,
o déspota. que governa sem honra e que utiliza o terror e
a violência como métodos do poder;
► Montesquieu apresenta a teoria da separação de poderes,
de forma que o poder seja descentralizado das mãos de
uma só pessoa para que não o use em proveito próprio.
Resolvia-se então o perigo do despotismo com a
institucionalização da separação de poderes.
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Pensadores Políticos do Séc. XIX
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Augusto Comte alertou para a necessidade de analisar com
objetividade os fenomenos ou fatos políticos; propôs a
teoria positivista, que está expressa na bandeira brasileira,
nos dizeres “ordem e progresso”;
Alexis de Tocqueville chama a atenção para o estudo do
sistema democrático norte-americano. Na sua análise
introduziu um conjunto de entrevistas, o que lhe permitiu
realizar análises comparativas;
Karl Marx introduz uma nova perspectiva de abordagem
dos fenomenos políticos e de poder, uma vez que faz uma
análise do ponto de vista econômico e social, considerando
o fenômeno político como consequência das relações de
produção, e o regime político como reflexo da organização
das forças produtivas).
Século XX
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A Ciência Política é reconhecida nas universidades, como
forma de combater o caciquismo no poder local e a
corrupção nos partidos políticos;
Após a Segunda Guerra Mundial, a Ciência Política ganha
relevo e se torna uma disciplina autônoma nas
universidades. Além disso ganha força a análise de
sistemas eleitorais, e também do comportamento do
eleitorado;
Os fenômenos que contribuíram para o reforço da ciência
política foram a proliferação dos sistemas democráticos,
dos partidos políticos, dos mass media, de organizações
internacionais. Estes fatos levaram ao aumento de estudos,
o que suscitou também uma maior proliferação da ciência
política.
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