Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha
Edição julho/2009
Gerência de Comunicação
Ana Paula Costa
Transcrição:
Marilene Rocha
Copidesque:
Adriana Santos
Revisão:
Marcelo Ferreira
Capa e Diagramação:
Luciano Buchacra
Introdução
Na edição passada da Série Mensagens (de nº
92), abordamos uma série questão, no contexto
do Reino, referente ao dinheiro. Vimos como podemos ser escravizados por ele se não tivemos uma
correta perspectiva a seu respeito. Na mesma série
tratamos, ainda que a pincelada, acerca da prosperidade, mas agora nesta edição trataremos com
mais profundidade sobre esse tema. Nesse ínterim,
vamos também tratar acerca do trabalho.
Prosperidade. Aparentemente tão simples de
ser entendido, mas ao mesmo tempo tão complexo.
E não me refiro apenas a bens e posses, mas a mui5
to mais e além disso. Talvez pela própria condição
do país e em razão de uma tão falada crise mundial,
nunca a prosperidade fora tão falada como agora.
Talvez hoje esta seja a “sensação do momento”. Mas
será que ela tem sido interpretada corretamente,
de acordo com a Palavra de Deus? Veremos que ser
próspero vai além de possuir bens materiais, ainda
que seja a vontade de Deus que cada um de seus
filhos estejam nessa condição. É por isso que precisamos conhecer e entender os princípios e mandamentos bíblicos acerca da prosperidade. Vamos
então à nossa leitura? Que o Espírito do Senhor
ministre no seu coração. Essa é a minha oração e o
meu desejo.
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Deus e o
trabalho
Ao lermos a Bíblia, encontramos nela todas as
orientações para vivermos de maneira sábia, agradando a Deus. É por isso que quando a lemos, temos de ter grandes expectativas em ouvir a voz de
Deus, em ouvir as orientações dele acerca de nossa
vida, pois não estamos lendo um livro qualquer. Estamos diante da Palavra do Senhor. E para começar,
gostaria que acompanhasse comigo a leitura dos
Salmos 127 e 128. Vejamos o que Davi disse no Salmo 127:
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“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a
cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que
penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá
enquanto dormem. Herança do Senhor são os filhos;
o fruto do ventre, seu galardão. Como flechas na mão
do guerreiro, assim os filhos da mocidade. Feliz o homem que enche deles a sua aljava; não será envergonhado quando pleitear com os inimigos a porta.”
Agora acompanhe comigo na leitura do Salmo
128: “Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e
anda nos seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos
comerás, feliz serás, e tudo te irá bem. Tua esposa, no
interior de tua casa será como a videira frutífera; teus
filhos, como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa.
Eis como será abençoado o homem que teme ao Senhor! O Senhor te abençoe desde Sião, para que vejas
a prosperidade de Jerusalém durante os dias da tua
vida, vejas os filhos dos teus filhos. Paz sobre Israel!”
Façamos um breve estudo, primeiramente, do
Salmo 128. Davi abriu esse salmo com a expressão
“bem-aventurado”, que significa feliz, próspero. Diferente do que muitos pensam, prosperidade não
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é uma questão de dinheiro. Tem pessoas que tem
dinheiro e não tem prosperidade. Prosperidade é
vida, e vida em Deus. É viver bem com você mesmo,
com o seu próximo, e com Ele acima de tudo. Em
Marcos 12.41 a 44, lemos acerca da oferta de uma
viúva pobre. Ali estava Jesus assentado diante do
gazofilácio, local onde eram depositadas as ofertas,
observando a todos que ali deixavam o dinheiro.
De repente, uma senhora lhe chamou a atenção
por sua maneira, seu jeito de ser e sua forma como
depositara sua oferta. Talvez ela fosse a pessoa mais
pobre de todos que ali estavam. Mas ela agradara o
coração de Jesus, pois depositara tudo o que possuía. Vejamos o que está escrito no livro de Marcos:
“Assentado diante do gazofilácio, observava Jesus
como o povo lançava ali o dinheiro. Ora, muitos ricos
depositavam grandes quantias. Vindo, porém, uma
viúva pobre, depositou duas pequenas moedas correspondentes a um quadrante. E, chamando os seus
discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta
viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o
fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza
deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento.”
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O que chamara a atenção de Jesus em relação
à oferta da viúva não fora o valor depositado, mas
o espírito com que isso fora feito, a motivação. Ou
seja, não era a quantidade, mas a qualidade, digamos assim, da oferta. E a questão de dar não se limita ao montante, mas à sobra. Se alguém possui
mil reais e dá dez, sobraram ainda novecentos e
noventa. E quem tem dez e dá cinco, restaram cinco. Quem deu mais? Quem deu cinco ou quem deu
dez? Quem deu cinco. A questão é exatamente esta.
Jesus disse: “Esta mulher é a mais próspera. Ela deu
tudo!” Aquele que semeia com alegria, certamente
colherá bons frutos. Creio que nesse momento é
muito propício lermos o que Paulo escreveu sobre a
sementeira e a colheita:
“E isto afirmo: aquele que semeia pouco pouco
também ceifará; e o que semeia com fartura com
abundância também ceifará. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou
por necessidade; porque Deus ama a quem dá com
alegria. Deus pode fazer-vos abundar em toda graça,
a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra, como está escrito: Distribui, deu aos pobres, a sua justiça permanece
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para sempre. Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da
vossa justiça, enriquecendo-vos, em tudo, para toda
generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio,
sejam tributadas graças a Deus, porque o serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos,
mas também redunda em muitas graças a Deus, visto
como, na prova desta ministração, glorificam a Deus
pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que contribuís
para eles e para todos, enquanto oram eles a vosso favor, com grande afeto, em virtude da superabundante
graça de Deus que há em vós. Graças a Deus pelo seu
dom inefável.” (2 Coríntios 9.6-15.)
Eu creio que o gesto daquela senhora alegrou o
coração de Deus e que naquele momento, o Senhor
dissera aos seus anjos: “Não vamos deixar faltar nada
para ela!” E prosperidade é isso: ausência de necessidade, é não ter falta. Não é uma questão apenas de
ter o carro do ano. Se a pessoa tem condição para isso,
amém. Mas o fato de ter um carro zero km não quer
dizer necessariamente que a pessoa é próspera. O que
conta, de fato, na vida de uma pessoa é o seu temor e
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a sua obediência a Deus. Por isso que Davi abriu assim
o Salmo 128: “Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos.”
Temer significa respeitar, obedecer e não sentir
medo. E qual é o caminho de Deus? A sua vontade
descrita na sua Palavra. E o caminho dele é perfeito. E o
que é perfeito? Perfeito é algo completo, sem defeitos.
E não há atalhos para o caminho de Deus e ele é para
ser trilhado. Ou seja, se obedece ou não à sua vontade
revelada. É uma questão de escolha e de confiar em
Deus. E cem por cento de confiança é igual a cem por
cento de confiança. Mas noventa e nove por cento de
confiança é igual a zero. Cem por cento de obediência
é igual a cem por cento de obediência. Mas noventa e
nove por cento de obediência é igual a zero por cento
de obediência. Então, não existe meio termo.
Veja o que disse Davi no verso 2 do Salmo 127: “Do
trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás, e tudo te irá
bem.” Repare que tudo que está registrado a partir do
verso 2 é consequência imediata do cumprimento daquilo que está no verso 1. E se fizermos uma radiografia das pessoas com base naquilo que vemos acerca
delas e como elas estão ou se portam, perceberemos
que nem tudo vai bem. E será que elas podem reivin12
dicar as promessas de Deus como patrimônio para
suas vidas hoje? Se a Palavra diz que “feliz será, e tudo te
irá bem”, então estas também são promessas de Deus
para os seus filhos, porém as bênçãos de Deus são decorrentes da obediência.
Deus estabeleceu esse e outros princípios para
que alcancemos as bênçãos dele para a nossa vida.
Um deles é o trabalho. E o único meio para nos sustentarmos é o trabalho. Já percebi que algumas
pessoas não desfrutam do “tudo te irá bem” por
serem falhos quanto a essa questão. Leia comigo
Gênesis 2, verso 15: “Tomou, pois, o Senhor Deus ao
homem e o colocou no Jardim do Éden para o cultivar
e o guardar.” Para que a beleza, a vida e a produtividade no Jardim permanecessem, era necessário
que houvesse cuidado. E Deus nos dá a semente,
a vida, mas a cada um de nós cabe o trabalho de
cuidarmos do nosso “jardim”, que pode ser a família e tudo aquilo que Ele tem colocado em nossas
mãos para administrarmos, a fim de que demos frutos com isso. Muitas vezes as pessoas recebem um
“jardim”, e porque não cultiva, cuida e guarda, se
torna um “deserto”. Assim é tudo na vida. Deus criou
o homem e o colocou em um lugar onde havia de
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tudo para que as necessidades dele fossem supridas. Não havia ali dinheiro. Ele não iria receber um
salário mensal, mas deveria trabalhar para manterse a si mesmo e aqueles que estavam com ele. De
início, Eva. Repare que antes de Deus falar sobre o
pecado, sobre a árvore da vida, ou de qualquer outra coisa para o homem, algo lhe fora designado. Na
parte b do verso 15 de Gênesis 2, lemos: “...o colocou
do jardim do Éden para o cultivar e guardar.” Logo depois do pecado, da quebra da comunhão com Deus,
da rebelião da criatura com o Criador, quando o homem se rebelou contra o Senhor Deus, e o pecado
do homem no jardim do Éden fora a desobediência,
Deus estabeleceu um novo princípio para que o homem pudesse sobreviver: “No suor do rosto comerás
o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás” (Gênesis 3.19).
Ao contrário do que muitos dizem, não fora o trabalho que fora amaldiçoado com o pecado, mas a
terra, o solo, onde Adão trabalhava. Se antes, talvez,
não houvesse cansaço físico com todo o trabalho
realizado sobre a terra e todo o jardim, agora com
o pecado, o primeiro homem, Adão, conheceria o
cansaço. Daí, lemos: “Com o suor do teu rosto.”
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Trabalhar é
preciso
Há um “evangelho açucarado” e falso, enganoso, sendo pregado, em que se afirma que qualquer
pessoa pode ficar rica apenas se alguém orar por
ela. Isso é totalmente antibíblico. Ainda que a oração possa muito em seus efeitos, a prosperidade só
acontece com o trabalho. Há inúmeras recomendações e alertas acerca do trabalho, mas também da
preguiça. Só para citar um texto, veja o que disse
Salomão em Provérbios 6. 6-11: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos, e sê
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sábio. Pois ela, não tendo chefe, nem guarda, nem dominador, prepara no verão o seu pão; na sega ajunta o seu
mantimento. Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado?
Quando te levantarás do teu sono? Um pouco a dormir,
um pouco a tosquenejar, um pouco a repousar de braços
cruzados; assim sobrevirá a tua pobreza como o meliante, e a tua necessidade como um homem armado.”
É tão interessante que algumas pessoas quando
se aposentam e param de trabalhar, parece que elas
adoecem mais facilmente, chegando mais rápido à
morte. E há inúmeras maneiras de se trabalhar. Trabalho faz parte da vida. Trabalho é o próprio existir.
O nosso corpo todo trabalha também, ou seja, os
nossos órgãos, funcionam todo o tempo. Algumas
pessoas dizem que trabalho é maldição. A Bíblia
não diz isso. A maldição ligada ao trabalho é o suor,
pois antes, o homem trabalhava e não se cansava.
Trabalho é benção. Em Provérbios 14, 23, está escrito que “em todo trabalho há proveito; meras palavras, porém, levam à penúria.” Ou seja, há muitas
pessoas que vivem penúrias, porque tudo em sua
vida são apenas palavras, não atitudes. Pessoas que
vivem em um mundo irreal, ao invés de viverem no
mundo com os pés no chão.
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Uma das coisas que muito me incomoda é
quando alguém está desempregado há mais de um
ano. Eu fico pensando como é que ele está vivendo,
comendo, se vestindo, arcando com seus compromissos. A Bíblia nos diz que em todo trabalho há
proveito. Vá fazer alguma coisa, que certamente haverá proveito. É melhor você receber dez reais todos
os dias do que você não ter nada.
Quase todos sabem que temos em nossa igreja
o ministério de ação social de auxilio aos necessitados. E todos os dias recebemos uma quantidade
enorme de pessoas solicitando ajuda. Compramos
cestas básicas, cuidamos das vovós, das crianças.
Enfim, fazemos isso porque é o nosso dever e porque os amamos. Há pedidos diversos, inclusive de
dinheiro para se pagar dívidas. Então, diante de tal
pedido, chegamos à conclusão de que deveríamos
ajudar os irmãos e demais necessitados de maneira
mais objetiva, encaminhando-os para uma oportunidade de trabalho. Às segundas-feiras, em nossa
igreja, acontece Culto dos Empresários e Desempregados, quando são oferecidas inúmeras vagas
de trabalhado por parte das empresas. Mas infelizmente, muitos não se esforçam nem mesmo para
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irem ao culto. Alguns querem apenas o dinheiro
de maneira fácil, sem suor. E pelo fato de quererem
apenas o dinheiro, a oportunidade de um trabalho
não chega. E quando se é um bom trabalhador, na
maioria das vezes, ele é disputado pelo empregador. O profissional pode até aceitar um trabalho
para se ganhar um baixo salário, mas pelo fato de
ser bom no que faz, a possibilidade de ele ganhar
um bom salário e crescer é certa. E porque faz além
do que recebe, prospera. Claro que isso não é uma
regra. Mas aquele que trabalha não visando apenas
o dinheiro, mas por amor ao que faz, recebe a recompensa, pois Deus vê a motivação do coração.
Sabe aquela história de que o empregado vale mais
do que ganha?
Meras palavras! A Bíblia diz que o Senhor abençoa o trabalho das nossas mãos. Porém, isso não
implica que um cheque em branco assinado por
alguém será entregue “de mão beijada”, como um
“milagre”. Talvez diga ou pense: “Ah, eu vou jogar
na loteria e Jesus vai me abençoar!” você pode até
ganhar, mas não será pelas mãos de Jesus, pois Ele
abomina esse tipo de coisa. Pois crente de verdade
não joga! A Palavra nos diz que é do trabalho das
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nossas mãos que comeremos o pão. Veja também o
que disse Salomão em Eclesiastes 9, verso 10: “Tudo
quanto te ver à mão para fazer, faze-o conforme as
tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não
há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” Nós trabalhamos e edificamos aqui.
Quando formos para a Nova Jerusalém, não necessitaremos fazer nada, até a nossa morada estar
pronta. Jesus disse: “Pois vou preparar-vos lugar! E,
quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.” Ele preparou tudo. Mas enquanto
nós estamos aqui, “tudo quanto te vier à mão para
fazer, fazê-o, conforme as tuas forças.” Outra tradução diz: “Fazê-o com todas as suas forças!”
Quando você for fazer comida, faça o melhor.
Faça com alegria, porque pode ser a última vez
que a fará. O grande problema é que muitas vezes
a gente acha que tem uma vida longa, eterna na
Terra. Coloque amor, coloque o seu coração, a sua
alma, as suas energias em tudo o que vier às mãos
para fazer. Faça o melhor.
Veja o que Paulo disse em Efésios 4, verso 28:
“Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe,
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fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que
tenha com que acudir ao necessitado.” Algo que deve
nos dar alegria é o fato de poder ajudar as pessoas.
Lemos em Atos 20.35: “Tenho-vos mostrado em que,
trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados
e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais
bem-aventurado é dar que receber.” Prosperidade é
você ter para você e para os outros também.
A Palavra do Senhor precisa ser levada a sério
em todos os sentidos. Está escrito: “Aquele que furtava não furte mais.” Muitos absorvem esse mandamento de maneira parcial. “Mas pastor, eu nunca
furtei nada!” Porém, se a pessoa foi contratada para
trabalhar oito horas, mas passa duas dessas horas
fofocando, fazendo o que sabe que não é para fazer, ela está furtando do patrão, porque ele está pagando para você trabalhar oito horas. A Palavra do
Eterno é para ser obedecida na sua totalidade. Não
brinque com a fé. Não brinque de ser cristão. Os
valentes do Senhor são aqueles que levam a sério
o caminho de Deus, aqueles que o obedecem com
alegria, sem restrição. Paulo escreveu em Segunda
Carta aos Tessalonicenses, capítulo 3, versos 10 a 12:
“Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto:
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se alguém não quer trabalhar, também não coma.
Pois, de fato, estamos informados de que, entre vós,
há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia. A elas,
porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus
Cristo, que, trabalhando tranquilamente, comam o
seu próprio pão.”
Agora 2 Tessalonicenses 3.6-10: “Nos vos ordenamos, irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos
aparteis de todo irmão que ande desordenadamente
e não segundo a tradição que de nós recebestes. Pois
vós mesmos estais cientes do modo por que vos convém imitar-nos, visto que nunca nos portamos desordenadamente entre vós, nem jamais comemos pão à
custa de outrem; pelo contrário, em labor e fadiga, de
noite e de dia, trabalhamos, a fim de não sermos pesados a nenhum de vós; não porque não tivemos esse
direito, mas por termos em vista oferecer-vos exemplo
em nós mesmos, para nos imitardes. Porque, quando
ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não
quer trabalhar, também não coma.”
Bem, Jesus não determinou o dia de sua volta.
Ele disse que teríamos que trabalhar até que Ele
voltasse, ou seja, temos que amar a vinda de Jesus
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como se Ele fosse voltar agora. Mas temos que trabalhar como se Ele fosse voltar só daqui a mil anos.
Existem pessoas que foram envolvidas por doutrinas escatológicas as mais diversas. Uma delas da
década 70 que percorreu o mundo inteiro. A doutrina dizia mais ou menos assim: “Se não sabemos o dia
e a hora, porque trabalhar, estudar e fazer tudo o mais
se a qualquer momento Jesus poderá voltar?” Por
causa dessa doutrina maligna, pais tiraram os filhos
da escola, casais de noivos não se casaram, muitos
desistiram de construir a casa, pastores deixaram de
dar continuidade aos seus ministério implantando
igrejas. Tudo isso e muito mais por causa do pensamento errôneo sobre a volta de Jesus. “Ah, Ele vai
voltar! Então não é preciso fazer mais nada”.
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A suma de
tudo é...
Nos ansiamos pela volta de Jesus. Aliás, essa é
a motivação do nosso coração enquanto cristãos.
Mas até que Ele volte, a vida precisa seguir o seu
curso. E essa também fora uma das atitudes da igreja de Tessalônica. Aconteceu que os irmãos pararam de trabalhar. Mas veja o que o apóstolo Paulo
disse: “Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não
come.” Entendo que existem pessoas que querem
trabalhar, mas que estão enfrentando dificuldades
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de trabalho. Elas estão prontas para arregaçarem as
mangas, aceitam qualquer coisa, qualquer trabalho. Porém, há aquelas que realmente não querem
trabalhar mesmo. E é a essas pessoas que Paulo se
referiu. “Pois, de fato, estamos informados de que, entre vós, há pessoas que andam desordenadamente.” A
que se refere esse “desordenadamente?” Adultério?
Mentira? Não. Refere-se à preguiça. “Não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia.”
Normalmente, a pessoa que não trabalha acaba
se envolvendo com coisas que não convêm, porque
ela tem todo tempo do mundo. Paulo disse no verso 12 de 2 Tessalonicenses 3: “A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que,
trabalhando tranquilamente, comam o seu próprio
pão.” Como Igreja, nossa proposta é a de vivermos
em família. E como família, levamos pessoas para as
nossas casas, as acolhemos. Contudo, há uma diferença entre ir à casa de um irmão para uma visita,
para um momento de comunhão e o de fazer disso uma dependência. A igreja de Tessalônica viveu
isso. A dependência entre as pessoas passou a ser
desordenada. Deixaram de trabalhar e passaram a
se intrometer na vida alheia. Infelizmente, muitos
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pais não ensinaram aos filhos o valor do trabalho.
Por isso alguns se transformaram em adultos ociosos. Desde criança, o filho precisa entender a importância do trabalho. Mas para que ele entenda,
é preciso que o pai ensine, pois como diz o ditado
popular, “ninguém nasce sabendo”. Estimule o seu filho a trabalhar. Deixe a cama dele para ele arrumar,
deixe as roupas íntimas, as meias, o tênis para ele
lavar, e depois elogie, mesmo que não tenha ficado
tão bom. Saiba que o seu incentivo o ajudará a fazer sempre o melhor. Dessa forma, o pai não apenas
ensinará o filho a trabalhar, mas a amar o trabalho.
Salomão também escreveu acerca da preguiça em
Provérbios 19.15: “A preguiça faz cair em profundo
sono, e o ocioso vem a padecer fome.” No capítulo 18,
verso 9, ele disse: “Quem é negligente na sua obra já
é irmão do desperdiçador.”
Outro ponto que devemos observar: quem não
é fiel no pouco, dificilmente não vai ser fiel no muito. Mas há quem diga ou pense assim: “Ah! Eu ganho
só um salário mínimo. Mas quando eu ganhar dez vezes mais, aí sim, eu vou ser dizimista fiel. Se o Senhor
me abençoar, aumentar o meu salário para eu ganhar
mais, isso vai acontecer.” Querido, você vai ficar com
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salário mínimo o resto da sua vida, porque você não
é fiel ao Senhor no pouco. “Honra ao Senhor com os
teus bens e com as primícias de toda a tua renda; s se
encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão
de vinho os teus lagares.” (Provérbios 3.9-10.) Agora
vejamos Provérbios 24, versos 30 e 31: “Passei pelo
campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto
de entendimento; eis que tudo estava cheio de espinhos, a sua superfície coberta de urtigas, e o seu muro
de pedra, em ruínas. Tendo-o visto, considerei; vi e recebi instrução. Um pouco para dormir, um pouco para
tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em
repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como ladrão,
e a tua necessidade, como um homem armado.”
Algo tem de ser feito, pois a promessa é real: “Do
trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás, e tudo te
irá bem.” O grande problema é que muitas vezes a
gente apenas considera o que nos interessa, e desconsideramos o todo da instrução.
Prosperidade é vida, gente. Têm pessoas sendo tão enganadas, achando que prosperidade é o
que estão pregando por aí. Prosperidade é vida. É
você ter uma vida plena; ter saúde; ter a sua casa;
ter a sua família, ter alegria. Se por um lado, não de26
vemos nos entregar à preguiça, à ociosidade, por
outro, não devemos exagerar no trabalho, a ponto
de perdermos a família, as amizades, a saúde. Para
algumas pessoas, o trabalho é algo doentio. É preciso estabelecer os limites para ser ter uma vida
equilibrada. E uma das artimanhas de Satanás é
exatamente levar as pessoas a se envolverem profissionalmente de maneira intensa, a ponto de não
terem nem um dia para dedicar ao Senhor. Domingo é o dia do Senhor, dia de você estar na igreja, dia
de você estar com a família, de almoçarem juntos.
Enfim, em tudo é preciso equilíbrio. Veja o que Jesus falou em João 6.27: “Trabalhai, não pela comida
que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna,
a qual o Filho do Homem vós dará; porque Deus, o Pai,
o confirmou com o seu selo.”
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Conclusão
Trabalhai, não pela comida que perece.” Que você
possa trabalhar não só pela comida que mata a
fome natural, mas pela comida que permanece, a
Palavra. Sabe, ler a Bíblia é trabalho, oração é trabalho, jejum é trabalho, a sua comunhão com o
Senhor é trabalho. Por isso Jesus disse: “Trabalhai,
não pela comida que perece, mas pela que subsiste
para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vós dará;
porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo.” Em
Isaías, no capítulo 55, versos 1 e 2, há dois versos
tão gloriosos, da graça, ou seja, da benção de Deus,
do amor dele, que é incondicional, ainda que todas
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as promessas dele sejam condicionais. Veja o texto:
“Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas;
vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem
preço, vinho e leite. Por que gastai o dinheiro naquilo
que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o que é bom e vos
deleitareis com finos manjares.”
Existem muitas pessoas que andam sempre em
busca de algo e muitas vezes têm tanto dinheiro.
Mas o dinheiro não compra a paz, não compra a alegria, não compra a saúde, não compra verdadeiras
amizades. Não compra a salvação.
Leitor amado, nesta hora, abra o seu coração
para Deus. Quem sabe, querido, você está passando
um momento delicado na sua vida, nas suas finanças, no seu trabalho. Parece que as coisas estão tão
emperradas. Como vimos na Palavra: “Bem aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás, e tudo te irá bem.” Deus quer que você seja feliz.
A felicidade independe de coisas. As coisas são necessárias, as coisas existem para serem usadas, não
para serem amadas. “Feliz serás, e tudo te irá bem.”
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Essa é a minha oração por você:
“Pai, coloco a vida de cada leitor em tuas mãos.
Que a tua benção se transforme em realidade na vida
de cada um deles. Que a tua paz, que excede a todo
o entendimento, invada a vida de cada pessoa. Sabemos que o Senhor pode fazer infinitamente além de
tudo o que pedimos ou que pensamos. Que cada irmão, Senhor, comece, a partir deste momento, a experimentar da graça, do teu favor, da tua vida. Senhor,
que tu possas levantar o meu irmão e a minha irmã
com uma vida próspera. Pai, que eles sejam prósperos, em nome de Jesus. Que entendam os seus caminhos. Que cada um viva pelos teus caminhos e não
pelo engodo, pela mentira de Satanás ou de falsos
obreiros, Senhor, mas que a pureza da tua Palavra se
transforme em realidade, e que este povo que tu estás
levantando tenha a marca do teu nome, a marca da
tua vida e da tua graça a envolvê-los. Os abençoamos,
Pai, no precioso nome de Jesus. Amém!”
Deus abençoe!
Pr. Márcio Valadão
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JESUS TE
AMA E QUER
VOCÊ!
1º PASSO: Deus o ama e tem um plano
maravilhoso para sua vida. “Porque Deus amou
o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.“ (Jo 3.16.)
2º PASSO: O Homem é pecador e está
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separado de Deus. “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.“ (Rm 3.23b.)
3º PASSO: Jesus é a resposta de Deus,
para o conflito do homem. “Respondeu-lhe
Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim.“ (Jo 14.6.)
4º PASSO: É preciso receber a Jesus em
nosso coração. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos
de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.“
(Jo 1.12a.) “Se, com tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que
Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Porque com o coração se crê para justiça
e com a boca se confessa a respeito da salvação.” (Rm 10.9-10.)
5º PASSO: Você gostaria de receber a
Cristo em seu coração? Faça essa oração de
decisão em voz alta:
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“Senhor Jesus eu preciso de Ti, confesso-te o
meu pecado de estar longe dos teus caminhos.
Abro a porta do meu coração e te recebo como
meu único Salvador e Senhor. Te agradeço porque me aceita assim como eu sou e perdoa o
meu pecado. Eu desejo estar sempre dentro
dos teus planos para minha vida, amém”.
6º PASSO: Procure uma igreja evangélica próxima à sua casa.
Nós estamos reunidos na Igreja Batista da
Lagoinha, à rua Manoel Macedo, 360, bairro
São Cristóvão, Belo Horizonte, MG.
Nossa igreja está pronta para lhe acompanhar neste momento tão importante da
sua vida.
Nossos principais cultos são realizados
aos domingos, nos horários de 10h, 15h e
18h horas.
Ficaremos felizes com sua visita!
35
Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha
Gerência de Comunicação
Rua Manoel Macedo, 360 - São Cristóvão
CEP 31110-440 - Belo Horizonte - MG
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