VOLUME 03 - NÚMERO 01 - 2008 - MAGAZINE
-1-
É com grande satisfação que, no vigésimo segundo ano de realização do Encontro Nacional de
Atividade Física/ENAF, em sua quadragésima quinta edição, publicamos a Revista ENAF SCIENCE
Nº 05. Tal publicação pode ser traduzida como uma forma de agradecimento e retribuição a todos
aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento e aperfeiçoamento desse
evento que integra o universo da atividade física e da saúde.
No decorrer desses anos acreditamos ter participado da formação de milhares de acadêmicos
e profissionais da área de educação física, fisioterapia, nutrição, enfermagem, turismo e pedagogia.
A partir de 2004 passamos a realizar o Congresso Científico vinculado ao ENAF, dando mais um
passo na construção dos saberes que unem formação e produção.
É a partir desse contexto que a Revista ENAF SCIENCE é novamente lançada. Esperamos
que essa publicação enriqueça nossa área de ação. Nesta edição, estão presentes todos os
trabalhos apresentados no Congresso Científico, seja sob forma de artigo completo ou como resumo
na forma de pôster.
Esperamos que este seja o primeiro passo que pretendemos empreender na busca por um
novo viés de conhecimento, fazendo com que o ENAF siga seu caminho mais essencial: participar
da construção de uma ciência da atividade física.
Prof. Dennis William Abdala
Prof. Rodney Alfredo Pinto Lisboa
Prof. Arthur Paiva Neto
Prof. Sebastião José Paulino
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Revista ENAF Science
Volume 3, número 1, outubro de 2008
Órgão de divulgação científica do 44° ENAF
ISSN: 1809-2926
CONSELHO EDITORIAL:
Antônio Carlos Gomes, PhD
Diretor Técnico do Clube Atlético Paranaense
Luis Henrique Salles de Oliveira, Dr.
UNIVÁS/MG – UNIVERSITAS/MG
Alessandro de Oliveira, Ms
Univ. Federal de São João Del Rei/MG
Marcelo Gomes da Costa, Ms
UNESA - Univ. Estácio de Sá/RJ
André Luis Leta da Costa, Dr.
UGF - Univ. Gama Filho/RJ
Márcia Albergaria, Drª.
UNESA - Univ. Estácio de Sá/RJ
Arthur Paiva Neto, Ms
UNIFEG/MG – UNIFENAS/MG (Poços de Caldas)
Patrícia Angélica Pezan
PUC-MINAS (Poços de Caldas)
Dennis William Abdala, Ms
UNIFEG/MG – UNIFENAS/MG (Poços de Caldas)
Rodney Alfredo Pinto Lisboa, Ms
UNIFEG/MG – UNIVÁS/MG
Fábio Saba, Ms
Consultor de Negócios em Esporte, Clubes,
Academias no Brasil e no exterior
Rolando Bacis Ceddia, PhD
Univ. de Toronto/Canadá
Thatia Regina Bonfim, Drª.
PUC-MINAS (Poços de Caldas)
Geni Fraia
PUC-MINAS (Poços de Caldas)
Terêsa Cristina Alvisi, Ms
PUC-MINAS (Poços de Caldas)
Fernanda Pereira Ribeiro
UNIFENAS/MG (Poços de Caldas)
Turíbio Leite de Barros Neto, Dr.
Diretor do CEMAFE-UNIFESP/SP
Leonardo Cabral, Ms
UNESA - Univ. Estácio de Sá/RJ
Vagner Raso, Ms
USP - Univ. de São Paulo/SP
POLÍTICA EDITORIAL:
Como revista de pesquisa, o ENAF Science é destinado à publicação de relatórios de pesquisas originais,
realizadas na área biomédica ou de ciência da saúde. Incluirá pesquisa em ciências básicas, casos clínicos,
efetivamente do diagnóstico e de técnicas terapêuticas e estudos relacionados aos aspectos
comportamentais, epidemiológicos ou educacionais da medicina e do movimento humano. Todos os originais
sofrerão análise, que será realizado em sistema de duplo-cego (peer review) antes de aceitos para
publicação.
Os artigos publicados são de inteira responsabilidade
dos respectivos autores, não sendo atribuível ao ENAF
nenhuma forma de competência legal sobre os
mesmos.
Enviar cartas para:
ENAF – Caixa Postal 111
CEP 37002-970 – Varginha/MG
www.enaf.com.br
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Artigo
Autor
Página
ESTUDO COMPARATIVO DA RESISTÊNCIA MUSCULAR LOCALIZADA E FORÇA ENTRE MULHERES DE
Shirley Regina de Almeida Batista
30 A 40 ANOS PARTICIPANTES DO PROJETO ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DE SAÚDE
REALIZADO NA UFAC
06
ANÁLISE ERGONOMICA NA BIBLIOTECA DA FACULDADE AEMS, LOCALIZADA EM TRES LAGOAS MS
10
AVALIAÇÃO DA AUTO-ESTIMA EM MULHERES JOGADORAS OU NÃO DE VOLEIBOL
Jose Augusto Necchi Junior
MARIA INÊS BUSTAMANTE DE CARVALHO
13
AVALIAÇÃO DA VELOCIDADE NAS AULAS DE NATAÇÃO ESCOLAR E SUA RELAÇÃO QUANTO AO
GÊNERO
SANDRA MARIA DA SILVA SALES OLIVEIRA
17
CORRELAÇÃO ENTRE FORÇA DE MEMBROS INFERIORES E VELOCIDADE EM JOGADORES DE
FUTEBOL PROFISSINAL
Wagner Alves
21
O TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM PACIENTES COM ESQUIZENCEFALIA
Ana Paula Pereira da Silva Junqueira
25
AVALIAÇÃO DO EFEITO SANITIZANTE DOS ÁCIDOS PERACÉTICO E CÍTRICO NA HIGIENIZAÇÃO DE
ESPONJAS COMERCIAIS UTILIZADAS PARA LIMPEZA EM COZINHAS
Miriam Siqueira LOIOLA
28
AVALIAÇÃO DA ANSIEDADE ESCOLAR E SUAS REPERCUSSÕES NO DESEMPENHO DOS ALUNOS
LUÍS HENRIQUE SALES OLIVEIRA
32
Katia de Paula Freire
36
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ATLETAS DE VOLEIBOL PARTICIPANTES DO JIMI 2007
COMPARAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ATLETAS DE VOLEIBOL DO SEXO MASCULINO DO
Ana Carolina do Prado Ferreira
SUL DE MINAS PARTICIPANTES DO JIMI 2007
42
ATIVIDADE FÍSICA E HEDONISMO
Cláudia Ferreira Galvão
48
Silvia Sidnéia da Silva
54
EGRESSOS DE ENFERMAGEM: EXPECTATIVAS DE FUTUROS ENFERMEIROS
Silvia Sidnéia da Silva
58
Pôster
Autor
OCORRÊNCIA DA CRISE ASMÁTICA INFANTIL NA PERSPECTIVA DE LALONDE
INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO IDOSO HEMIPLÉGICO APÓS ACIDENTE VASCULAR
Suellen Fernanda Coutinho
ENCEFÁLICO. RELATO DE CASO
COMPARAÇÃO DO TESTE DE AGILIDADE EM ATLETAS DE HANDEBOL E BASQUETEBOL NA CIDADE
Kátia de Paula Freire
DE GUAXUPÉ-MG
Página
62
62
A ATUAÇÃO DO EDUCADOR FISICO PARA PORTADORES ESPECIAIS
Acary Santos de Silva Oliveira Júnior
63
A IMPORTÂNCIA DA LATERALIDADE NO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA
Lidiane de Lima RODRIGUES
65
O CORPO DO ATLETA: UMA LEITURA ANTROPOLÓGICA E A INTERPRETAÇÃO DA PESSOA HUMANA Daniella Plazzi Grillo
AVALIAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICO-CULTURAL DOS PARTICIPANTES DA COLÔNIA DE FÉRIAS – 2008 Leonardo de Sousa Fortes
DO PROGRAMA BOA-VIZINHANÇA: PRÓ-JUVENTUDE – VIDA ATIVA
O AMBIENTE E A SUA RELAÇÃO COM O ASPECTO PSICOLÓGICO DE FUNCIONÁRIOS DE UMA
Larissa Dutra de Alcântara
INDÚSTRIA DE GUAXUPÉ – MG
A IMPORTÂNCIA DA GINÁSTICA LABORAL E DA ERGONOMIA NA PREVENÇÃO DAS DORT´S EM
Paula Passos França
UMA INDÚSTRIA DE GUAXUPÉ-MG
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65
66
67
67
A PREVENÇÃO DE ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS EM IDOSOS PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA
Amanda Augusta dos Santos
68
A EVOLUÇÃO DO PAPEL DO SEXO MASCULINO, DENTRO DA HISTÓRIA DA DANÇA
Carlos Alexandre Mendes
69
O PROFISSIONAL DE EUCAÇÃO FÍSICA NA SAÚDE PÚBLICA: DIFICULDADES E LIMITAÇÕES
Sinval Avelino dos Santos
69
PROJETO MOBILIDADE: PERFIL DE IDOSOS COM 60 ANOS E MAIS PARTICIPANTES DA FACULDADE
AMANDA AUGUSTA DOS SANTOS
ABERTA DA TERCEIRA IDADE (FATI)
69
A EQUOTERAPIA E O FISIOTERAPEUTA: OS PORQUÊS DA UTILIZAÇÃO DESSE RECURSO
CINESIOTERAPÊUTICO
Pedro CRUVINEL
70
RELAÇÃO DOS PRINCIPAIS SINAIS DE INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DA DOR FEMOROPATELAR
Amanda Maria da Silveira Varela
71
HIPERTROFIA DO LIGAMENTO AMARELO, SUGESTÃO PARA PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO
Luís Henrique Sales Oliveira
72
RECREAÇÃO TERAPÊUTICA COM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS
PORTADORES DE DEMÊNCIA EM ESTÁGIO AVANÇADO
JOYCE DA SILVA BENFEITO
72
ELABORAÇÃO DE PROTOCOLO PARA RASTREAMENTO DE FATORES DE
RISCO PARA QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS
MIKHAELA KASSIADOU MENEZES
73
MIKHAELA KASSIADOU MENEZES
73
Maria Ap. NAVAS
74
O USO DA INTERNET COMO RECURSO PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA NO ENSINO SUPERIOR
Ana Carolina Sales Oliveira
74
NATAÇÃO PARA PORTADORES DE SÍNDROME DOWN
Fernanda Faustino Matos
75
ESTUDO TRANSVERSAL SOBRE PRESENÇA DE FATORES DE RISCO
PARA SARCOPENIA E SUAS COMPLICAÇÕES EM INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA
IDOSOS
NOÇÕES DE ESPAÇO E TEMPO NO DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE ENSINO –
APRENDIZAGEM
O PERFIL DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DAS ALUNAS DE CAMINHADA ORIENTADA DO PROJETO
Fernanda Faustino Matos
CIDADANIA E ESPORTE DA PREFEITURA DE JUIZ DE FORA
PROPOSTA DE MÉTODO VARIATIVO DE TREINAMENTO (COMPLEXO)
SÍDNEI CARLOS DE PAROLIS
PARA A PROVA DE 100METROS RASOS NO ATLETISMO
PROPOSTA DE DISTRIBUIÇÃO (PERCENTUAL) DO VOLUME DE EXERCÍCIOS DE FORÇA ESPECIAL
(RAMPAS
SÍDNEI CARLOS DE PAROLIS
E TRAÇÕES), NA PREPARAÇÃO DE CORREDORES DE VELOCIDADE NA
PROVA DE 200METROS RASOS NO ATLETISMO
CRIANÇAS COM INFECÇÃO RESPIRATÓRIA AGUDA: FATORES DE RISCO NUTRICIONAIS E
Miriam Siqueira Loiola
SOCIOECONÔMICOS
CONSUMO DE SÓDIO DIETÉTICO EM PACIENTES HOSPITALIZADOS PORTADORES DE HIPERTENSÃO
Miriam Siqueira Loiola
ARTERIAL SISTÊMICA
75
76
76
77
78
ESPORTE DE AVENTURA E QUALIDADE DE VIDA EM JUIZ DE FORA E REGIÃO
Leonardo Napoli
78
RESPOSTA GLICÊMICA DO YACON EM RATOS DIABÉTICOS
Luciana Abrão de Oliveira
79
PRÁTICA DE NATAÇÃO POR UNIVERSITÁRIOS DA UFJF NO PROJETO DE EXTENSÃO “ESPAÇO DE
LAZER E ESPORTE NA FAEFID/UFJF”
Leonardo de Sousa Fortes
79
COMPORTAMENTO DA TAXA GLICÊMICA PRÉ E PÓS EXERCÍCIO FÍSICO EM INDIVIDUOS COM
DIABETES MELLITUS TIPO II
Felipe Daniel PREZOTO
79
ATIVIDADE FÍSICA E RADICAIS LIVRES: a importância da suplementação nutricional
Daves Fernando Dorigan
80
PNEUMONIA PNEUMOCÍSTICA NA INFECÇÃO POR HIV
Solange M. Ribeiro Flório
81
EU, O CUIDADOR
Solange M. Ribeiro Flório
82
AIDS: ESTIGMAS X SOCIEDADE
Solange M. Ribeiro Flório
83
AIDS: BIOTECNOLOGIA X HUMANIZAÇÃO
Solange M. Ribeiro Flório
84
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ARTIGOS
ESTUDO COMPARATIVO DA RESISTÊNCIA MUSCULAR LOCALIZADA E FORÇA ENTRE MULHERES DE 30 A 40
ANOS PARTICIPANTES DO PROJETO ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DE SAÚDE REALIZADO NA UFAC
Shirley Regina de Almeida Batista
Mestranda no PPGCMH - Programa de Pós Graduação em Ciência do Movimento Humano da Universidade Autônoma
de Assunção – UAA – PY
Professora da Universidade Federal do Acre - UFAC
[email protected]
Jaqueline dos Santos Valente Barros
Mestranda no PPGCMH-UAA - PY- Programa de Pós Graduação em Ciência do Movimento Humano-Assunção – UAA PY
Professora da Faculdade Barão do Rio Branco - UNINORTE - AC
[email protected]
Paulo Moreira Silva Dantas
Prof. Dr. da UNIGRANRIO
[email protected]
Resumo
O objetivo do presente estudo foi descrever e comparar os resultados das variáveis, resistência muscular
localizada e força entre mulheres saudáveis de 30 a 40 anos. Participaram deste estudo 16 mulheres que praticavam
aulas de ginástica de academia com uma freqüência de duas sessões semanais durante um período de seis semanas.
Para obtenção dos dados foram utilizados testes de Flexão de braço e abdômen para avaliar a resistência muscular
localizada dos membros superiores e Sargent Jump Test para avaliar a força dos membros inferiores. Os resultados
foram analisados através de estatística realizada no programa SPSS for Windows versão 11.5, utilizando o teste de
normalidade shapiro-Wilk e Anova one way com análise de variância combinado com o teste de Port Hoc de Tukey. Os
resultados mostram haver diferenças significativas no nível de resistência muscular localizada e força entre o pré e pósteste após seis semanas de aulas com os sujeitos investigados.
Palavras-chaves: Exercício Físico, Resistência, Força.
Introdução
O conceito de beleza estética é mutável através dos tempos, prevalecendo sempre os padrões emergentes de
origem sócio-cultural. Nos dias atuais este padrão é retratado pela imagem do corpo atlético, com a musculatura muito
bem trabalhada e com um baixo percentual de gordura que podemos adquiri-lo com um bom programa de exercícios
físicos específicos para essa finalidade. O exercício físico é definido como toda atividade física planejada, estruturada e
1
repetitiva que tem por objetivo a melhoria e a manutenção de um ou mais componentes da aptidão física .
Segundo o relatório de pesquisa sobre padrões de vida dos brasileiros, elaborado pelo IBGE (1999), mostra que
do total de homens, 26% realizam atividade física semanal, sendo que o valor correspondente para as mulheres é
apenas 12,7%. Quando se verifica a quantidade de pessoas que se exercitam pelo menos trinta minutos ou mais, por
3.
pelo menos três dias na semana, encontra-se 10,8% e 5,2% do total de homens e mulheres, respectivamente
Embora outras categorias da atividade física do cotidiano eventualmente solicitem demanda energéticas significativas
não devem constituir-se como exercício físico. É o caso de algumas ocupações profissionais, das tarefas domésticas
específicas e outras atividades do dia-a-dia que, pelo seu envolvimento quanto à demanda energética, podem repercutir
favoravelmente no controle do peso corporal. Igualmente, ao tornar o tempo livre e as atividades destinadas ao lazer
mais ativas fisicamente, deverão ocorrer vantagens no controle do peso corporal. Contudo, dificuldades quanto ao seu
4
planejamento, à sua estruturação e à sua repetição as impedem de ser consideradas exercício físico .
Muitos trabalhos científicos estão direcionados a investigar sobre Resistência Muscular Localizada (RML) e Força
Muscular, que mesmo sendo capacidades diferentes estão interligadas, pois é certo que quando desenvolvemos a
resistência muscular localizada simultaneamente aumentamos nível de Força Muscular, se não como teríamos
resistência para realizar nossas tarefas se não tivéssemos força? Sabemos também que tanto a força quanto a
resistência são importantes para o desempenho das atividades física realizadas no cotidiano dos seres humanos.
Alguns estudos sobre treinamento simultâneo de força e resistência têm demonstrado que o treinamento de força
muscular não prejudica o desempenho de resistência, enquanto outros estudos demonstraram produzir uma melhora na
resistência muscular.
Resistência Muscular Localizada representa a capacidade de realizar, no maior intervalo de tempo, a repetição de
2
um determinado gesto, sem a perda da sua eficiência . A força muscular pode ser definida como a quantidade máxima
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de força que um músculo ou grupo muscular pode gerar em um padrão específico de movimento, e é considerada uma
capacidade física importante para o condicionamento físico não só para atletas como também para indivíduos não atletas
5,2.
Sendo assim mesmo existindo vários estudos envolvendo resistência muscular localizada e força, sentimos a
necessidade de estudá-las através da comparação dos resultados do nível de Resistência Muscular Localizada e Força
de um grupo de mulheres entre 30 a 40 anos que participam de um programa de exercícios físicos regulares, respeitando
uma freqüência de duas sessões semanais durante seis semanas, com objetivo de melhorar suas aptidões físicas.
Procedimentos Metodológicos
A amostra desta pesquisa foi composta por 16 indivíduos saudáveis do sexo feminino, na faixa etária de 30 a 40
anos, participantes do projeto de extensão Atividade Física na Promoção de Saúde realizado na Universidade Federal do
Acre durante seis semanas. As aulas realizadas na pesquisa foram de ginástica de academia englobando exercícios
cardiovasculares e neuromusculares numa freqüência de duas vezes semanais com uma duração de sessenta minutos
por sessão.
Os dados foram coletados antes de iniciar as aulas no projeto, sendo realizado um pré-teste e após seis semanas
de atividades físicas foi realizado o pós-teste.
Para coletas de dados foram utilizados os seguintes testes: Teste de Flexão de Braço para medir a resistência
muscular localizada dos membros superiores utilizando o protocolo de Pollock e Wilmore, 1993, Teste Abdominal para
medir a resistência muscular localizada do abdômen utilizando o protocolo de Pollock e Wilmore, 1993 e Sargent Jump
Test (Salto vertical) para avaliação da força explosiva (Potência) dos membros inferiores utilizando o protocolo de
7
Adams, 1990 .
Na análise estatística foi utilizado o programa SPSS for Windows versão 11.5, no qual foi realizado o teste de
normalidade shapiro-Wilk para verificar a existência de variáveis paramétricas ou não paramétricas. Ao verificar a não
existência de dados não paramétricos após procedimentos estatísticos, foi utilizado Anova one way com análise de
variância combinado com o Teste de Port Hoc de Tukey para verificar se existe ou não significância dos resultados
mensurados entre o pré-teste e o pós-teste sendo constatado os seguintes resultados:
Resultados e discussão
Resultados
Na tabela 1 estão expostos os resultados do nível de significância encontrados nas variáveis, resistência muscular
localizada e força, adquiridos nos testes de flexão de braço, abdominal e impulsão vertical.
TABELA 1: Nível de significância das variáveis: resistência muscular localizada e Força
VARIÁVEIS
SIG
Teste de Flexão
, 010
Teste de Abdominal
, 036
Teste de Impulsão
SIG: SIGNIFICÂNCIA
, 028
A tabela 2 apresenta os resultados descritivos da média, desvio padrão, e amplitude (máximo e mínimo) da
resistência muscular localizada dos membros superiores, abdômen e força encontrados no pré-teste e pós-testes
realizados nos sujeitos investigados.
TABELA 2: Resultados descritivos da resistência muscular localizada dos membros inferiores, abdome e força.
Teste de Flexão de Braço
MD
DP
Pré-teste
11,25
9,212
Pós-teste
18,81
5,868
Teste de Abdômen
MD
DP
Pré-teste
9,81
6,421
Pós-teste
14,94
6,757
Teste de Impulsão Vertical
MD
DP
Pré-teste
23,53
6,342
Pós-teste
28,47
5,743
MD: Média; DP: Desvio Padrão; MI: Mínimo; MA: Máximo.
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MÌ
0
6
MÌ
O
3
MÌ
10
21
MÀ
28
30
MÀ
18
24
MA
37
42
Discussão
Neste estudo optou-se pela utilização de testes em que obtivemos valores numéricos dos dados. Iremos discutir
cada resultado obtido na pesquisa iniciando com valores citados nas tabelas expostas acima.
Na tabela 1 estão expostos os resultados do nível de significância entre o pré-teste e o pós-teste de um grupo de
mulheres com uma média de idade de 32,56 anos. Após análise dos resultados, observou-se que a significância
encontrada, nos mostra estatisticamente que houve diferenças significativas em relação à Resistência Muscular
Localizada e a Força, comparadas antes e após o tratamento experimental de seis semanas de atividades de ginástica
de academia realizadas com os sujeitos investigados com uma freqüência de duas sessões semanais. Observamos que
nos testes de flexão de braço, abdômen e impulsão vertical foram encontrados resultados significativos em que o P<
0,05 em todas as variáveis analisadas como demonstra a tabela 1.
Na tabela 2 estão expostos os resultados estatísticos descritivos que, após analisados e comparados observamos
que, nos testes de flexão de braço, abdômen e impulsão vertical entre o pós e pré-teste obtiveram resultados relevantes
do valor da média, mínimo e máximo em relação aos números de execuções dos exercícios para testar a resistência
muscular localizada dos membros superiores, abdômen e da força dos sujeitos investigados. Todos os resultados das
variáveis investigadas tiveram um aumento significativo quando comparadas entre si. Observamos que o grupo de
mulheres antes de participar do tratamento experimental de seis semanas com atividades de ginástica de academia,
tinha uma determinada resistência muscular localizada nos membros superiores, abdômen e uma força bem menor
quando comparados posteriormente a seis semanas de atividades regulares. Isto nos mostra que ganharam tanto
resistência muscular localizada como força durante esse período. Os resultados encontrados nos reforçam a clareza de
que o exercício físico proporciona melhoras no organismo humano, tanto anatômico como fisiologicamente, ou seja,
pessoas que praticam algum tipo de exercício físico possuem uma Aptidão Física melhor que as pessoas inativas
fisicamente. Neste sentido, Peruci (2005), diz que “o treinamento da RML pode promover mudanças morfológicas no
organismo como: aumento da força muscular, hipertrofia muscular, aumento da densidade óssea entre outros”. Essas
mudanças proporcionam benefícios para a mulher como: definição muscular (efeito estético), aumento da massa
6
muscular, e outros relacionados à perda de peso .
Esses fatos descritos nas literaturas justificam o resultado do aumento do nível de Resistência Muscular
Localizada nos Membros Superiores, Abdômen e da força após tratamento experimental durante um período de seis
semanas de atividades regulares com uma freqüência de duas sessões semanais. Ivo et al (2002), num estudo com o
objetivo de analisar o desenvolvimento das capacidades físicas na ginástica localizada, em mulheres iniciantes,
subdivididas por faixa etária, entre 20 e 29 anos (n=15), e entre 30 e 39 anos (n=15) verificou que, após o tratamento
8
experimental de três meses, houve um aumento significativo nos níveis de VO , RML, flexibilidade e força . Isto posto,
2
pode-se inferir que o aprimoramento dessas valências físicas indica que a ginástica de academia atende plenamente à
9.
melhoria dos níveis de aptidão física indicados pelo ACMS (2003) Conceição et al. (2003) realizou um estudo descritivo
com o objetivo de traçar o perfil dos níveis de força de membros inferiores e superiores e de RML de abdômen, em um
grupo (n= 29) de mulheres praticantes de ginástica. Os resultados indicaram que, apesar da amostra ainda ser
estatisticamente pequena, os alunos obtiveram bons níveis de RML quando comparados aos achados da literatura e em
relação aos níveis de força em membros inferiores e superiores, os autores encontraram poucos estudos que pudessem
10
servir como referência comparativa . Nogueira et al. (2003) desenvolveu um estudo parecido com objetivo de comparar
os níveis de força e RML em dois grupos de mulheres praticantes de ginástica localizada, grupo 1 com (n=16) idade
média de 22,4 e o grupo 2 com (n=11) idade média de 45, 5, com no mínimo seis meses de prática de ginástica
localizada. Os resultados demonstraram não haver diferenças significativas em níveis de força e de RML de membros
11
inferiores e superiores, entre os grupos de diferentes faixas etárias .
E, finalmente, Novaes S., Novaes & Fernandes Filho (2002) desenvolveram um estudo experimental com o
objetivo de comparar os efeitos da ginástica de academia, dentro da zona de treinamento, de forma contínua e
intervalada sobre os níveis de melhoria da força, RML. Os achados indicaram um aumento significativo dos níveis de
RML dos grupos contínuo (n=20) e intervalado (n=20), quando comparado com o grupo controle (n=20), e um aumento
significativo nos níveis de força de membros inferiores do grupo intervalado, quando comparados ao contínuo e ao
12
controle .
Fazendo-se uma análise geral dos estudos científicos apresentados na discussão dos resultados, podemos
observar que diversos estudos mostram um aumento significativo nos níveis de força e resistência muscular localizada
encontrado em estudos envolvendo ginástica de academia, isso reforça o ganho dessas aptidões físicas adquiridas após
o tratamento experimental de seis semanas utilizado neste estudo.
Para reforçar os resultados discutidos sobre resistência muscular localizada, observa-se que no pré-teste, o teste
de abdômen obteve a classificação de 75% considerada como fraco e 25% considerado Regular. E no pós-teste obtevese a classificação de 43,75% considerada Fraco, 25% Regular e 31,25% considerado como médio. Isso nos mostra a
evolução da resistência muscular localizada do abdômen após o tratamento experimental de seis semanas de atividades
regulares.
Em relação ao teste de flexão de braço podemos observar que no pré-teste obtivemos uma classificação de 37,5%
considerado Fraco, 18,75% considerado regular, 18,75% considerado bom, 18,75% considerado Médio e 6,25%
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considerado como Excelente. No pós-teste, encontramos 6,25% considerado fraco, 12,5% considerado regular, 6,25%
considerado como bom e 18,75% considerado médio. Analisando os percentuais encontrados nos resultados, podemos
observar a evolução no nível de resistência muscular localizada após tratamento experimental de seis semanas de
atividades regulares.
Conclusão
Ao verificar os resultados obtidos na pesquisa em que foi realizada uma comparação da Resistência Muscular
Localizada dos Membros Superiores, Abdômen e da Força entre o Pré-teste e Pós-teste em mulheres de 30 a 40 anos
que participaram de um programa de ginástica de academia durante seis semanas de atividades numa freqüência de
duas sessões semanais, conclui-se que:
* As mulheres avaliadas no pré-teste possuiu um nível de Resistência Muscular Localizada dos membros
superiores, menor que no pós-teste.
* As mulheres avaliadas no pré-teste possuiu um nível de Resistência Muscular Localizada do abdômen, menor
que no pós-teste.
* As mulheres avaliadas no pré-teste possuiu um nível de força menor que no pós-teste.
* A prática de exercícios físicos regulares possibilita o aumento e a melhora da resistência muscular localizada dos
membros superiores, abdômen e força. Isto pôde ser comprovado através dos resultados adquiridos nesta pesquisa, que
obteve como resultado a confirmação do que várias teorias falam sobre os benefícios advindos do exercício físico para o
ser humano.
Enfim, fazendo a comparação dos resultados obtidos entre o pré-teste e pós-teste, concluímos que, pessoas que
praticam exercícios físicos regulares aumentam o nível de Resistência Muscular Localizada e Força, que são alguns dos
componentes primordiais da aptidão física, melhorando assim, a qualidade de vida diária dos sujeitos investigados. Neste
sentido, KURA (2004), diz que felizmente, o nível de aptidão funcional pode ser melhorado, mantido ou, pelo menos, sua
5
taxa de declínio pode ser minimizada, realizando-se algum tipo de exercício físico sistematizado .
Referências Bibliográficas:
.
1- GUEDES, D. P. Educação Física Escolar: uma proposta de promoção da saúde. Revista da Associação dos
Professores de Educação Física. Londrina, v. 14, n. 7, p. 16-23, 1993.
2-BITTENCOURT, Nelson. Musculação: uma abordagem metodológica. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1986.
3- OLIVEIRA, Ricardo Jacó de. Saúde e Atividade Física: Algumas abordagens sobre atividade física relacionada à
saúde. Rio de Janeiro: Shape, 2005.
4- LEITE, Rommel da Silva et al. Efeitos do Treinamento de Força sobre o Desempenho de Resistência Muscular:Revista
Digital. Buenos Aires, Año 10, n. 75, Agosto de 2004.
5- KURA, Gustavo Graeff et al. Nível de atividade física, IMC e índices de força muscular estática entre idosas
praticantes de hidroginástica e ginástica. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, Passo Fundo, 3040 - jul./dez. 2004.
6- PERUCI, Daiane; COELHO, Carla Werlang. Resistência muscular localizada em mulheres praticantes de Body Pump.
In: Revista Catarinense de Educação Física . Ano I n. 01 - Outubro 2005. 7- FILHO, JF. A Prática da Avaliação Física.
Rio de Janeiro: Shape, 2ª ed., 2003.
7- Filho JF. A Prática da Avaliação Física. Rio de Janeiro: Shape, 2ª ed. 2003.
8- IVO, et al. Lauro JR. A Capacidade Física de Mulheres Praticantes de Ginástica de Academia. Revista de Educação
Física, Viçosa, 2002, v.10, n.1, pp 436.
9-American College of Sport Medicine. Progession Models in Resistance Training for Healthy Adults. Med and Spots
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10- CONCEIÇÂO, Maria de Souza. et al. Carvalho, Rogério V.G. Perfil do Nível de Força e RML em Mulheres Praticantes
de Ginástica Localizada. Im: XXVI Simpósio Internacional de Ciência do Esporte, 2003. São Paulo. Revista Brasileira de
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-9-
11- NOGUEIRA, Daniele Teixeira, et al. Estudos Comparativo do Nível de Força e RML em Mulheres Praticantes de
Ginástica Localizada. In: XXVI Simpósio Internacional de Ciências de Esporte. 2003. São Paulo. Revista Brasileira de
Ciência e Movimento. Rio de Janeiro. CELAFISC, p 159.
12- NOVAES, S.R. Santos, NOVAES, J.S , FERNANDES, J.F. Comparação de Efeitos da Ginástica de Academia
(Localizada) na Zona Alvo de Treinamento de Forma Contínua e Intervalada. 2002. Rio de Janeiro. Revista Fitness e
Performance, vol.1, n 5, p 44 – 51.
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ANÁLISE ERGONOMICA NA BIBLIOTECA DA FACULDADE AEMS, LOCALIZADA EM TRES LAGOAS - MS
Jose Augusto Necchi Junior
MSc. em Engenharia Biomédica
Professor universitário da faculdade AEMS
[email protected]
Amanda Luiza da Silva Zuque
Acadêmica de fisioterapia AEMS
[email protected]
RESUMO
A atuação ergonômica nas empresas cresce a cada dia que passa e, com o grande desenvolvimento da tecnologia,
associada ao aumento das doenças ocupacionais, hoje se faz necessária dentro das empresas, sendo que as mesmas
precisam estar preparadas para atender a saúde do trabalhador, trazendo assim, maior benefício para o empregado e
para a empresa. Essa pesquisa visa discutir a importância da inclusão de profissionais relacionados diretamente à
ergonomia, dentro das empresas e em especial dentro das bibliotecas, para que assim possam ser justificadas as
principais razões para que sejam investidos recursos em programas de prevenção, não apenas nas doenças
relacionadas ao trabalho, mas também na promoção de saúde do trabalhador de uma forma geral, diminuição do
absenteísmo, diminuição dos riscos de acidentes de trabalho e melhora na qualidade de vida no trabalho, gerando com
isso um aumento natural na produtividade desses profissionais e lucratividade da empresa.
PALAVRA CHAVE
Ergonomia em bibliotecas – doenças ocupacionais - fisioterapia
INTRODUÇÃO
A organização do trabalho, que hoje se dá na forma de ambientes estruturados, tem sido o procedimento mais
característico e dominante no contexto social contemporâneo. Gerou-se assim, uma sociedade com grandes
contingentes de trabalhadores. Por meio desta e nesta sociedade de trabalhadores, estabeleceu-se a ligação direta e o
engajamento dos indivíduos no mercado de trabalho, passando a representar direta ou indiretamente o principal meio de
vida de todos. Tornou-se ainda na opinião de Lucena (1999), o espaço real para a realização de vida das pessoas.
Com a estruturação do trabalho nas atuais organizações, impulsionada pelo impacto da tecnologia, observa-se também o
desenvolvimento de um aprofundamento do aspecto humano. A participação do indivíduo na realização do trabalho é
reconhecida como crucial na busca de maiores índices de produtividade. Confirma tal reflexão Lucena (1999 p.52),
quando diz:"....Em sua essência, as organizações têm sua origem nas pessoas, o trabalho é processado por pessoas e o
produto de seu trabalho destina-se às pessoas. As máquinas por mais sofisticadas que sejam são ferramentas do
homem no trabalho". O considerado como normal em um determinado momento, é superado rapidamente. O homem,
cidadão crítico, está cada vez mais reivindicando melhores condições de trabalho e de vida.
É neste espaço que surge a ergonomia. Ergonomia é na definição de Couto(2001): um conjunto de ciências e
tecnologias que procura a adaptação confortável e produtiva entre o ser humano e seu trabalho, basicamente procurando
adaptar as condições de trabalho às características do ser humano.
A ergonomia ainda é muito recente, mas é sem duvida no trabalho que ela apresenta a sua maior contribuição. As
empresas contemporâneas tem tido a ergonomia em alta prioridade, por motivos como prevenir doenças ocupacionais e
pela necessidade aumentar a capacidade de seus funcionários produzirem mais.
A pesquisa ora, apresentada, visa avaliar o conforto e os investimentos em ergonomia pela empresa.
OBJETIVOS
Abordar a importância da fisioterapia dentro de bibliotecas universitárias, discutindo sobre as formas de atuação dos
ergonomistas de maneira preventiva;
Obter dados sobre os maiores problemas enfrentados pelas pessoas avaliadas;
Comparar o custo e benefício da ergonomia tanto para os empregadores quanto para os funcionários;
Trazer elementos importantes da ergonomia de uma forma de fácil entendimento, para que o conhecimento possa ser
passado aos demais estudantes que apresentam o interesse pelo assunto.
MÉTODOS
Com base na fundamentação teórica, estabeleceram-se questões para que a pesquisa fosse norteada de acordo com as
condições de trabalho enfrentados pelas bibliotecárias, e quais aspectos ergonômicos são aplicáveis nas bibliotecas.
Foi realizada uma pesquisa exploratória, análise de natureza qualitativa.
O estudo de caso limita a generalização das conclusões, uma vez que a unidade escolhida para descrição e análise
pode ser diferente das demais de sua mesma espécie.
O período da pesquisa, foi entre fevereiro a abril de 2008
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O presente estudo foi realizado na Biblioteca da Associação de Ensino e Cultura de Mato Grosso do Sul (AEMS),
permitindo-se a execução da pesquisa (coleta de dados e sua divulgação) colaborando desta maneira a análise dos
aspectos ergonômicos.
RESULTADOS
A seguir são apresentados dados para caracterizar a biblioteca.
As atividades da biblioteca estão concentradas no apoio bibliográfico a comunidade universitária. O horário de
funcionamento ocorre das 7:00 horas as 22:30, sem interrupções, de segunda a sexta-feira e aos sábados das 8:00 ao
12:00
Entre os produtos e serviços prestados pela AEMS estão: consultas, pesquisa bibliográfica, empréstimos e aquisições.
Recursos
Especificação
5 funcionários
1 bibliotecária (efetiva)
4 auxiliares administrativos (efetivas)
Microcomputadores
4 atividades administrativas
2 consulta Bases de Dados
Máquinas de escrever
2 manual
Telefones
1 ramal
Livros
Mais de 43.000 exemplares
Periódicos
503 títulos correntes
CD-ROMs
254 exemplares
Avaliando o ambiente pode se dizer que o nível de ruído apresentou-se inadequado à situação ambiente de biblioteca.
Observa-se, que o ambiente da sala de leitura é muito utilizado. Apesar de existir uma Sala de Estudos, recomenda-se a
criação de novas salas de leituras.
Quanto à redução do ruído na fonte, observou-se estar de forma inadequada. Pois, equipamentos como máquina de
escrever ou impressora não estão em locais fechados. Recomenda-se que a impressora matricial seja envolvida pelo
abafador, colaborando na diminuição dos ruídos provocados, o que não acontece no local.
Sobre a iluminação pode-se dizer que esta adequada. Quanto às diferenças de brilho, não foram encontradas diferenças
significativas. Mas recomenda-se que seria ideal utilizar protetores de tela para evitar o brilho no campo visual frente ao
computador.
Quanto ao clima, observou-se a existência de ventiladores inadequados, o ambiente é muito quente; no inverno com dias
frios não existe equipamentos para aquecimento do ambiente, provocando desconforto para trabalho e estudo.
Os itens sobre esforços biomecânicos apresentaram-se no geral adequados à situação do ambiente da biblioteca.
Observa-se, porém que estantes com bandejas bem baixas e bem altas (como ocorre), devido falta de espaço para
disponibilização do material bibliográfico nas estantes, faz com que a postura inclinada para frente não seja evitada, e
também ocorra a postura com o tronco torcido. Movimentos bruscos e aplicações de forças repetitivas não são evitadas.
Neste caso o ideal seriam cadeiras giratórias. Cabe ressaltar a existência do rodízio entre as atividades, permitindo as
variações de postura e de movimentos, havendo pequenas pausas distribuídas durante toda a duração da tarefa. Este
último item ocorre por um lado favorecendo aspectos biomecânicos, por outro lado o atendimento ao público faz com que
as tarefas às vezes tenham duração superior ao desejada.
Em relação aos problemas osteomusculares enfrentados, todas as funcionárias apresentam tendinite.
Quanto aos aspectos fisiológicos pode-se dizer que estão dentro dos limites. E que existe descanso para recuperação
após um trabalho pesado.
No item antropometria verificou-se que os móveis não são padronizados, e não existe a possibilidade de adequar-se ao
indivíduo. Conforme depoimento, verifica-se que faz diferença de produtividade e principalmente de qualidade de vida ao
funcionário e usuários, um exemplo seriam as mesas com uma única altura e cadeiras sem regulagem.
Quanto à postura - trabalho sentado: observa-se alternância com aquela andando e em pé; e, não existe de espaço
suficiente para acomodar as pernas sob a mesa ou bancada. Verifica-se uma série de irregularidades: as alturas do
assento e do encosto da cadeira não são reguláveis; não existem ajustes; os usuários (funcionários e estudantes) não
são instruídos sobre a melhor forma de sentar; as cadeiras não têm características especiais adaptadas às tarefas; a
altura da superfície de trabalho nem sempre é adequada à tarefa; não existe conjugação entre a altura da cadeira e da
superfície de trabalho; não existe apoio adequado para os pés; não existe superfície inclinada para leituras e outras
tarefas visuais.
As condições da postura do trabalho em pé pode-se dizer que está adequado. Com as exceções: da altura da superfície
de trabalho não ser adaptada à tarefa e nem ser regulável.
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Sobre a questão de movimentos - levantamento de peso, transporte de cargas, e, puxar e empurrar cargas pode-se dizer
que a metade das atividades na bibliotecas estão adequadas.
Durante as observações realizadas, verificou-se que a biblioteca pode ser caracterizada como uma administração
participativa. Sobre tarefas e cargos: existem diversas atribuições nos cargos, os funcionários contribuem para resolver
problemas; existe alternância entre as tarefas difíceis e fáceis; existe a possibilidade dos trabalhadores decidirem sobre o
modo de realizar as tarefas; existem oportunidades para contatos sociais entre os trabalhadores; e o fluxo da informação
fornecida é suficiente para controlar a tarefa.
Quanto a interação entre os cargos pode-se afirmar que o grupo participa das decisões; os trabalhos relacionados entre
si foram agrupados; os resultados do grupo podem ser identificados; o grupo pode trabalhar independentemente de
outros grupos; porém os trabalhos não têm tempo suficiente para a recuperação. Neste último item, cabe lembrar que o
turno noturno termina as 22:30 horas, e não existe rodízio de turnos, assim os funcionários podem exercer atividades
sociais, políticas, religiosas sem sofrerem com a questão características da troca de turnos ou rodízio de turnos.
DISCUSSÃO
O grande desenvolvimento da tecnologia influenciou também a ergonomia: primeiro porque as máquinas assumiram o
trabalho pesado do homem e hoje em dia o computador está empenhado em assumir grande parte do trabalho de rotina
do escritório. Assim , a carga do trabalho dos músculos tem-se transferido para a responsabilidade dos órgãos dos
sentidos e da atenção. (GRANDJEAN, 1998)
Com o elevado índice de doenças músculo-esqueléticas relacionadas ao trabalho, tendo como principais fatores: causas
biomecânicas, organizacionais no trabalho e sociais. A fisioterapia vem trazendo sua contribuição para que esse número
de doenças seja diminuído atuando de duas formas: curativa e preventiva.
Para Deliberato (2002), devido a esta realidade, se faz cada vez mais necessário assegurar a energia e o compromisso
das pessoas com novas formas de trabalho e de comportamento. Estimuladas por um ambiente de trabalho excitante,
recompensador e envolvente, um componente importante desta estratégia é incentivar as pessoas a uma nova cultura de
condicionarem-se e permanecerem fisicamente capazes para a realização de suas atividades laborativas, na sua vida
diária (profissional, familiar e no lazer) e ter ainda reservas suficientes de energia para enfrentar eventuais necessidades
físicas extras.
Nascimento (2000) classifica os trabalhadores em três grupos: sintomático (o grupo que já apresenta uma patologia; a
atuação inicial se dará com ações curativas e após preventiva, a fim de evitar recidivas do quadro) assintomático (grupo
que não apresenta quadro patológico; atuação preventiva) e grupo de risco: grupo que não apresenta sintomatologia,
mas em avaliação é detectada predisposição para desenvolver a patologia (tensões e encurtamentos musculares, posto
inadequado e outros ) . Para este grupo, dar-se ênfase a ações preventivas.
As vantagens dos investimentos para a empresa são: melhora da qualidade de vida de seus empregados, diminui gastos
com assistências médicas por ocorrência de doenças ocupacionais e aumento da produtividade e consequentemente
aumenta os lucros da empresa; diminui do número de acidentes de trabalho; redução do índice de absenteísmo; maior
proteção legal à empresa contra possíveis processos de empregados por doenças ocupacionais, e melhora a imagem e
melhora ambiente de trabalho.
Há vantagens também para o empregado, como: diminuição da fadiga e o desconforto físico, com conseqüente
diminuição da irritabilidade do empregado; diminuição do gasto energético na execução das tarefas; diminuição do
estresse emocional, proporcionando uma maior estabilidade emocional; e redução da incidência de doenças
ocupacionais, favorecendo a sociabilização do trabalhador junto ao grupo de trabalho, isso tudo resultando em uma
melhora da qualidade de vida e aumentando a eficiência da execução do trabalho.
Nascimento (2000) justifica que uma das razões de se investir em programas de prevenção é a relação que existe entre
a saúde de seus trabalhadores e a produtividade. Devido a isto, muitas empresas adotam novo comportamento no que
se refere à saúde dos empregados.
Um trabalho com enfoque preventivo, para ser aceito pela administração superior de uma empresa, tem que comprovar
que seus benefícios superam seus custos. Isto não é uma tarefa fácil, pois os resultados normalmente se dão a médio e
longo prazo. É este um dos pontos a serem trabalhados junto aos diretores de uma empresa, que, por vezes, priorizam
valores tradicionais como: produtividade e lucratividade imediatas, que podem gerar custos humanos aos trabalhadores,
do tipo: doenças profissionais reversíveis (tenossinovite, tendinites, etc.); invalidez; morte prematura (acidentes e outros)
Os benefícios nem sempre são facilmente quantificados, pois
não se deve priorizar, quando se investe em prevenção, o
aumento da produtividade, que é resultado da melhora na
qualidade de vida dos empregados, e pode ser alcançada
quando se investe no próprio homem, através de itens como:
conforto e segurança, atividade anti-estresse, socialização dos
empregados, incentivo a pratica de esportes e hábitos
saudáveis de alimentação. É importante salientar que haverá
uma melhora significativa na qualidade de vida do trabalhador,
tornando-o mais saudável e eficiente.
Investir na prevenção resulta em estreitar a relação entre custo e beneficio, uma vez que os produtos originados dessa
empresa irão registrar aumento no padrão de qualidade. Algumas empresas que apostaram nesse tipo de investimento
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tiveram como retorno, entre outros resultados favoráveis, o certificado da ISO 9000, que é o passaporte para os
mercados do Primeiro Mundo, o que não é um privilégio apenas para grandes empresas, mas para todos os empresários
que tiveram uma visão ampla de negócios.
CONCLUSÃO
A ergonomia considera as capacidades humanas e seus limites: capacidade física, força muscular, dimensões corporais,
possibilidade de interpretação de informações pelo aparelho sensorial (visão, audição), capacidade de tratamento das
informações em termos de rapidez e complexibilidade, analisando as exigências das tarefas e os diferentes fatores que
influenciam as relações homem versus trabalho.
O profissional da área da fisioterapia tem condição de contribuir positiva e significativamente com a ergonomia, no que
diz respeito à sua fundamentação e direcionamento à saúde do trabalhador, podendo atuar de forma preventiva, curativa
ou de reabilitação e também na conscientização de hábitos posturais e biomecânicos, orientando e adaptando as
situações de trabalho em conjunto com outros profissionais.
As condições de trabalho influenciam significativamente nos funcionários e usuários da biblioteca. Como estes fatores
são interligados, fica difícil definir quais fatores causam maiores impactos numa biblioteca.
Percebe-se, entretanto, que na medida em que as condições de trabalho são mais adequadas às devidas funções,
observa-se maior comprometimento das pessoas e satisfação no exercício de suas funções.
Ressalta-se que sem dúvida o uso da informática veio para facilitar inúmeras atividades, mas é necessário lembrar que
não adianta impor equipamentos sem o devido treinamento e principalmente paciência para o período de adaptação.
Muitos estudos estão sendo desenvolvidos, mas cabe reforçar que cada ambiente necessita um estudo específico
conforme suas características particulares e principalmente verificando os impactos nas pessoas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2001
DELIBERATO, Paulo. Fisioterapia Preventiva. 1ed. Barueri-SP: Manole, 2002
GRANDJEAN, Etienne. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem, 1 ed. Porto Alegre: Artes médicas, 1998
LUCENA, Maria Diva da Salete. Planejamento de Recursos Humanos, São Paulo: Editora Atlas, 1999
NASCIMENTO, Nivalda. Fisioterapia nas empresas, 1 ed. Rio de Janeiro: Taba Cultural, 2000
OLIVEIRA, João. A pratica da ginástica laboral, 2 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2003
POLITO, Eliane. Ginástica Laboral: teoria e pratica, 2 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2003
VITTA, Alberto. Atuação preventiva em fisioterapia, 1 ed. Bauru: EDUSC, 1999
ZILLI, Cynthia. Manual de cinesioterapia/ginástica laboral: uma tarefa interdisciplinar com ação multiprofissional, 1 ed.
São Paulo: Lovise, 2002
AVALIAÇÃO DA AUTO-ESTIMA EM MULHERES JOGADORAS OU NÃO DE VOLEIBOL
MARIA INÊS BUSTAMANTE DE CARVALHO
(Ms. em Ciências da Saúde e Profª da UNIVAS, [email protected])
ANA CAROLINA SALES OLIVEIRA
(Especialista em linguagem pela FCMSCSP, [email protected])
SANDRA MARIA DA SILVA SALES OLIVEIRA
(Ms em Avaliação Psicológica e Profª da UNIVAS, [email protected])
LUÍS HENRIQUE SALES OLIVEIRA
(Ms Ciências Biológicas Prof. UNIVAS, UNIFENAS, UNIVERSITAS. [email protected] )
RESUMO
Este estudo teve como objetivo avaliar a auto-estima de mulheres jogadoras ou não de voleibol. Participaram como
sujeitos, 56 mulheres com idades compreendidas entre 40 e 60 anos, sendo que 28 são jogadoras de voleibol, e 28 não
praticantes de atividades físicas. As que jogam vôlei pertencem a três times independentes (não vinculados a nenhum
clube ou instituição) da cidade de Pouso Alegre e as não praticantes de atividades físicas foram escolhidas
aleatoriamente na mesma cidade.
Foi aplicado o questionário de Auto-estima de Rosemberg. Os resultados
demonstraram que as mulheres que praticam voleibol apresentaram melhor auto-estima do que as não praticantes de
atividades físicas.
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Palavras-chave: Auto-estima, Mulheres e Esporte.
INTRODUÇÃO
O esporte é um meio mais dinâmico e concreto para desenvolver as pessoas e elevar seus níveis de saúde, bem
estar, socialização, auto-estima, entre outros elementos. Nesse panorama elegemos o voleibol master, que ganha uma
dimensão psico-social ao observarmos o dia-a-dia dos suas praticantes.
Com o aumento da expectativa de vida as pessoas estão vivendo por mais tempo e conseqüentemente, as
estimativas revelam aumentos assustadores do número de idosos em todo o mundo. Considerando a terceira idade
ainda repudiada pela sociedade, a maioria dos indivíduos passam desde novos, a temer essa etapa da vida, pois o idoso
é visto como improdutivo e por isso fica segregado na sociedade. Como retrata Monteiro (2003, p.31), “A sociedade com
sua cultura de exclusão, deixa à parte esse outro que ninguém quer como espelho, porque talvez, anuncie a
possibilidade do próprio futuro”.
Desta forma, com a chegada da terceira idade, um dos problemas de maior relevância é o que se refere à
aptidão física do indivíduo, resultante de uma vida sedentária, a qual muitas vezes, advém mais de imposições sócioculturais, do que de uma incapacidade funcional, acarretando uma baixa auto-estima e auto-imagem. Por outro lado,
sabe-se que muito das alterações fisiológicas e funcionais observadas nos idosos são resultado da inexistência de
estímulos do que alterações atribuídas ao envelhecimento (BARRY; EATHORNE, 1994).
Autores como Monteiro (2003); Okuma (1998); Pável (1992); Romero (1998); Santiago (1993) entre outros
concordam que a atividade física é um importante recurso para minimizar a degeneração provocada pelo
envelhecimento, possibilitando ao idoso manter qualidade de vida ativa. Entendem que a atividade física é fator essencial
para a melhora da saúde do idoso, conseqüentemente, da qualidade de vida.
O exercício físico é elemento fundamental para regulação da qualidade de vida do ser humano, assim como relata
Sharkey (2002). A prática da atividade física regular orientada permite que o corpo tenha sua musculatura fortalecida e
ao mesmo tempo flexível (WAGORN et al, 1993).
Ainda neste contexto Corazza (2001), afirma que, entre os benefícios do exercício, está a manutenção da saúde dos
ossos, reduzindo as chances de osteoporose, perda de massa muscular e aumento da vascularização nas articulações,
devido ao avanço da idade e ao sedentarismo.
Estudos têm demonstrado as contribuições positivas de programas de atividades físicas na melhoria geral da
aptidão física e funcional, auto-imagem e auto-estima dos idosos (MOTA et al., 1995).
È fortemente sugerido pelas pesquisas realizadas até agora que o exercício físico se torna cada vez mais importante à
medida que o indivíduo avança no processo de envelhecimento. A prática de atividades físicas reduz e/ou atrasa alguns
afeitos “da idade”, tais como lentidão, diminuição das capacidades físicas, fragilidade etc. Quando as pessoas chegam
aos 40-50 anos, sem a prática regular de exercícios físicos, começam a notar uma decaída na resistência, força,
flexibilidade, e um aumento de flacidez muscular e gordura corporal. Essas alterações, facilmente notáveis, provocam
uma mudança no auto-conceito fazendo com que o indivíduo se sinta mais velho (BERGER e HECHT,1989;
CODINA,1994).
McAuley (2001) analisou os efeitos psicossociais de um programa de exercícios físicos de seis meses em pessoas de
terceira idade. Os exercícios aumentaram o nível de auto-estima, auto-eficácia e bem-estar das pessoas envolvidas no
programa e melhoraram as funções cognitivas como atenção, concentração e memória. Infelizmente, após um período
de seis meses sem a prática de exercícios físicos, os ganhos psicológicos diminuíram gradualmente.
Por auto-estima entende-se, um sentimento ou uma atitude de aprovação ou repulsa por si mesmo e até que ponto a
pessoa se considera capaz, significativa, bem-sucedida e valiosa. O conceito de auto-estima tem sido estudado e
considerado um importante indicador de saúde mental (ANDRADE e ANGERAMI, 2001).
O vôlei, assim como a caminhada e a natação, são atividades de resistência aeróbica que favorecem a circulação
sanguínea e a melhoria funcional do coração, além de constituírem excelente opção para quem deseja melhorar o
condicionamento físico, relaxar e modular novos estímulos emocionais e corporais (ABREU e SCHOR, 2006).
O vôlei para jogadoras Master pode ser sem dúvida uma ótima opção de lazer e também através de uma
atividade física regular pode-se melhorar o condicionamento e retardar os efeitos fisiológicos do envelhecimento. Além
disso, o convívio social que existe nos treinos e até fora deles como em festas de confraternizações é muito bom para
melhorar a auto-estima de quem na maioria das vezes, já se via inútil para a sociedade, e ficava em casa vendo o tempo
passar. E o mais interessante é que não é necessário ter sido atleta na juventude para ser um jogador Master.
Existem muitas pesquisas sobre a relação entre a atividade física, a saúde mental e a qualidade de vida na literatura
Européia e Norte Americana. Entretanto, ainda não existem estudos sistemáticos sobre a relação entre o exercício físico
e a saúde psicológica e, por esse motivo, as pesquisas nessa área precisam ser incentivadas. Com base nisto surge o
presente estudo com o objetivo de avaliar a auto-estima de mulheres jogadoras máster de voleibol e de mulheres que
não praticam este esporte e comparar os resultados.
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METODOLOGIA
Sujeitos: participaram desta pesquisa 56 mulheres com idades compreendidas entre 40 e 60 anos, sendo que 28 são
jogadoras de voleibol, e 28 não praticantes de exercícios físicos. As que jogam vôlei pertencem a três times
independentes (não vinculados a nenhum clube ou instituição) da cidade de Pouso Alegre e as não praticantes de
exercícios serão escolhidas aleatoriamente na mesma cidade.
Critério de inclusão: mulheres alfabetizadas, idade entre 40 e 60 anos que concordarem em participar.
Material: Foi utilizado o questionário de Auto-estima de Rosemberg. Trata-se de um instrumento de avaliação específico
de medida de qualidade de vida que aborda um único domínio, a auto-estima. É um questionário traduzido para a língua
portuguesa a partir do The Rosenberg Self-Esteem Scale, adaptado aos costumes brasileiros e validado para utilização
em saúde por Dini (2000). Este questionário também teve suas propriedades de medida (reprodutibilidade, validade de
construção e sensibilidade ou responsividade) testadas por Dini (2004). Este questionário é composto por dez questões
de múltipla escolha com quatro alternativas cada: a, b, c, d . Cada alternativa tem um valor que varia de zero a três.
Deste modo, a pontuação total do questionário pode variar de zero a trinta, onde zero corresponde ao melhor estado de
auto-estima e trinta a pior auto-estima.
Procedimento: O presente trabalho de pesquisa só foi realizado mediante aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da
UNIVAS e do consentimento das pessoas envolvidas nesse estudo. Primeiramente as pesquisadoras apresentaram o
Consentimento Livre e Esclarecido as pessoas envolvidas, que ao concordar em participar o assinaram e responderam
ao questionário. Os instrumentos foram aplicados individualmente, pelas próprias pesquisadoras, em horário previamente
estabelecido.
RESULTADOS E DISCUSSÕES.
Os resultados foram analisados usando-se a estratégia de pesquisa quantitativa - descritiva que tem como objetivo
analisar as características de um determinado fenômeno, no caso desse trabalho a auto-estima.
Gráfico 1. Pontuação das mulheres que não fazem atividade física
Pontuação das Mulheres
sedentárias
30
20
Mulheres
10
Pontos
0
1
3
5
7
9 11 13 15
Os resultados da avaliação da auto-estima das mulheres que não fazem atividade física encontram-se no gráfico 1. Por
ele pode-se perceber que os pontos das 28 mulheres avaliadas, variaram de 0 a 21, assim distribuídos: 2 mulheres
obtiveram 0 pontos; 2 obtiveram 1 ponto; 1 mulher obteve 2 pontos; 1 mulher obteve 4 pontos; 6 mulheres obtiveram 5
pontos, 1 mulher obteve 6 pontos; 2 mulheres obtiveram 7 pontos; 1 mulher obteve 9 pontos; 2 mulheres obtiveram 10
pontos; 2 mulheres obtiveram 12 pontos; 1 mulher obteve 13 pontos; 2 mulheres obtiveram 15 pontos; 1 obteve 17
pontos; 2 mulheres obtiveram 18 pontos; 1 mulher obteve 20 pontos e 1 mulher obteve 21 pontos. De acordo com o
instrumento utilizado, quanto menor o escore melhor a auto-estima.
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Gráfico 2. Auto-estima das mulheres jogadoras máster de Vôlei
Pontuação das jogadoras
M áste r de Vôle i
20
15
Nº MUL
10
Pontos
5
0
1
3
5
7
9
11
13
Os resultados da avaliação da auto-estima das mulheres que não fazem atividade física encontram-se no gráfico 1. Por
ele pode-se perceber que os pontos das 28 mulheres avaliadas, variaram de 0 a 15, assim distribuídos: 1 mulher obteve
0 pontos; 2 mulheres obtiveram 1 pontos; 2 mulheres obtiveram 3 pontos; 3 mulheres obtiveram 4 pontos; 2 mulheres
obtiveram 5 pontos; 3 mulheres obtiveram 6 pontos; 1 mulher obteve 7 pontos; 4 mulheres obtiveram 8 pontos; 2
mulheres obtiveram 10 pontos; 2 mulheres obtiveram 11 pontos; 1 mulher obteve 12 pontos; 2 mulheres obtiveram 1
pontos; 3 mulheres obtiveram 13 pontos; 1 mulher obteve 15 pontos
Pôde-se perceber uma auto-estima elevada nas mulheres que praticam esporte. Foi destacada a importância da
atividade física, aqui representada pelo volei como um recurso imprescindível para o bem-estar físico, psicológico e
social, o que está de acordo com a literatura consultada, quando revela que atividades físicas feitas por pessoas acima
de 40 anos contribuem para melhoria da saúde e conseqüentemente da qualidade de vida. A experiência no papel de
atletas reflete diretamente a vivência positiva do envelhecimento, o que é propiciado pela desconstrução da imagem da
mulher idosa estereotipada. Percebeu-se que, mesmo com idade avançada, essas mulhres apresentam projetos de vida
e se orgulham por viverem numa constante superação de preconceitos e conseqüentes obtenções de vitórias.
No que consiste a auto–imagem e a auto–estima observou-se nesse estudo, um predomínio da tendência
positiva em ambos os grupos, embora as praticantes de esporte apresentaram auto-estima mais elevada. Resultados
semelhantes foram constatados por Safons (2000); Mazo, Cardoso e Aguiar (2006); Steglich (1978) ao verificarem que
houve um aumento de respostas positivas no final de um programa de atividade física, concluindo que a participação em
programa regular de atividades físicas, contribui de forma significativa, para a melhoria da auto-estima em pessoas com
mais de 40 anos.
Neste estudo o fator idade não se mostrou significativo, observou-se mulheres com auto-estima elevada e com
auto-estima baixa, independente da faixa etária, tanto no grupo que pratica o vôlei quanto no grupo das mulheres não
praticantes.
Os resultados obtidos permitem-nos inferir que realmente o vôlei master contribui com eficácia para a
desconstrução social, principalmente por meio de suas práticas e hábitos, facilitando dessa forma a melhora da autoestima de mulheres com mais de 40 anos. O estudo da caminhada dessas mulheres na prática do esporte revelou que
as jogadoras começaram a jogar depois de cumprida sua missão social de mãe e esposa, ainda que sofrendo
preconceitos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando o corpo não funciona como uma fonte de auto-estima pode-se desenvolver depressão, ansiedade e distúrbios
alimentares, sendo que, o sexo feminino é culturalmente mais forçado a preencher os padrões impostos de aparência e
comportamento (Goldenberg et al., 2000).
Em relação ao nível de satisfação que o volei propicia às mulheres com mais de 40 anos no ambiente esportivo,
tudo indica que foi de plena realização e contentamento por parte delas estarem em um ambiente em que se sentem
vivas e descobrindo seus potenciais, apesar da idade. Essas mulheres foram de encontro aos estereótipos e
preconceitos relacionados ao corpo feminino e à velhice em nossa sociedade. Dessa forma, percebeu-se claramente um
processo de desconstrução social dos papéis sociais esperados para mulheres nessa etapa da vida, processo esse
facilitado pelas questões envolvidas no ambiente do volei máster, como socialização; solidariedade; confraternização;
competição e realização pessoal, ligadas diretamente às necessidades de aceitação que todo indivíduo possui e que
indiretamente influencia na melhora da auto-estima dessas mulheres. Lembrando que a auto-estima é a experiência de
que somos válidos para vida e competentes no viver.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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AVALIAÇÃO DA VELOCIDADE NAS AULAS DE NATAÇÃO ESCOLAR E SUA RELAÇÃO QUANTO AO GÊNERO
- 18 -
SANDRA MARIA DA SILVA SALES OLIVEIRA
(Mestre em Avaliação Psicológica e Professora na UNIVAS – [email protected])
DANIELA MENDES DOS REIS RICCARDI
(Aluna de Educação Física na Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVAS)
NATHÁLIA KARINA BARROS CAIXETA
(Aluna de Educação Física na Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVAS)
SANDRA MARIA ALMEIDA FERRACIOLi ABRAHÃO
(Professora do Curso de Educação Física da UNIVAS)
SÔNIA LÚCIA ANDERE TEIXEIRA
(Mestre em Educação e Professora na UNIVAS)
RESUMO
Este estudo objetivou avaliar a velocidade na natação e sua relação quanto ao gênero. Foram sujeitos 17 alunos, 11
meninos e 6 meninas, com idades variando entre 9 e 12 anos que freqüentam o semi-internato de uma escola
profissional e que iniciaram as aulas de natação este ano. Utilizou-se a prova com os 17 alunos marcou-se o tempo e
fez-se a correlação gênero e idade. Os resultados demonstraram que o gênero masculino apresentou velocidade maior
que o feminino. As aulas de educação física no ensino fundamental devem se pautar no objetivo de levar os alunos a
assumirem atitudes positivas em relação a prática de atividades físicas para que se tornem ativos fisicamente não
apenas na infância e na adolescência, mas também na idade adulta.
Palavras chave: Velocidade, Natação, Escola.
INTRODUÇÃO
O esporte na escola tem uma conotação diferente do esporte de alto nível. Apesar do professor de Educação
Física ainda insistir em alto rendimento nas escolas, hoje tem se um entendimento um pouco diferente sobre isso. A
escola ensina também o esporte, mas dentro de uma conotação bastante diferente do que estamos acostumados a
trabalhar, e o esporte também pode ser aquilo que você vê na televisão, pode ser aquela atividade que se realiza com
um grupo de amigos na sua escola, fora da escola ou na rua.
A idéia que se tem sobre esporte é muito ampla permitindo assim uma variedadede conceitos. Percebe-se que
dependendo do conceito e do entendimento que se tem, esse esporte pode estar mais ou menos vinculado à saúde.
Importante, portanto é que esporte é saúde.
A Educação Física na escola não tem como objetivo formar campeões, mas também não pode se negar a ver
que existem futuros campeões. Então, o que se coloca é que a Educação Física na escola tem a possibilidade de utilizar
aquelas pessoas que despontam em treinamentos e desassociar essa relação entre treinamento e educação física
escolar. Educação Física escolar é uma situação e treinamento é outra completamente diferente (DE ROSE JUNIOR,
2002).
Desde que a natação começou a tomar uma maior importância no contexto educacional e no desenvolvimento
infantil, faz-se pertinente ressaltar alguns aspectos importantes do mundo infantil, para que se torne possível envolver a
criança em situações que tenham significado em sua cultura, na tentativa de tornar a aula de natação um ambiente
agradável e prazeroso para a criança.
Ao adentrar nos aspectos infantis, nota-se a importância de buscar conhecimentos sobre o desenvolvimento da
criança para ter uma compreensão maior sobre seu crescimento e entendimento de suas necessidades. A criança vem
ao mundo com possibilidades que sendo estimuladas resultam em capacidades, que influenciam em um bom ou mau
desenvolvimento, de acordo com sua interação com o mundo. Segundo Papalia e Olds (2002), a moderna ciência do
desenvolvimento visa principalmente às mudanças comportamentais e o porquê que as mesmas ocorrem.
De acordo com Gallahue e Ozmun (2003), o desenvolvimento é um processo permanente que se inicia na
concepção e cessa somente na morte. Dizem ainda que "o desenvolvimento é relacionado à idade, mas não depende
dela"; pois, o momento de desenvolvimento de um indivíduo, muitas vezes não é compatível com a maioria. Logo, devese respeitar o processo de crescimento e desenvolvimento de cada criança. A idade é um dado, a qual características
semelhantes do desenvolvimento podem ser observadas, porém não deve ser analisada como um recurso rígido e
inflexível, já que muitos outros fatores devem ser analisados e levados em consideração.
Os autores acima referidos acrescentam que fatores do ambiente envolvem a criança influenciando-a
diretamente em seu desenvolvimento. O ambiente influencia o indivíduo. Alguns fatores do ambiente estão relacionados
à cultura da sociedade; ao relacionamento afetivo mais próximo (relação com os pais e outras pessoas que a cercam);
nutrição (para um bom funcionamento do organismo); assim como estímulos que são dados à criança.
A faixa etária escolhida se deve ao fato de que a iniciação infantil em natação possui uma incidência elevada
nesta faixa etária e pode variar de 3 a 11 anos. À medida que percebemos seus interesses por determinadas atividades
que envolvem brincadeiras, fantasias, assuntos, podemos aplicá-los como ferramentas para as aulas, iniciando a
natação e ensinando dentro do ambiente do imaginário e da brincadeira como contexto didático-pedagógico.
Os estudos de Parker e Blanksby (1995) procuraram identificar o tempo necessário para a aquisição de
habilidades locomotoras aquáticas básicas em diferentes estágios. Os resultados encontrados mostram que crianças, a
partir dos quatro anos de idade, demonstram condições de adquirir confiança e domínio de padrões motores básicos, isto
- 19 -
é, a experiência aquática deu oportunidade para que os padrões de estabilidade e locomoção, típicos da espécie, fossem
adquiridos.
As crianças freqüentam as aulas para brincar. Essa intenção geralmente é dos pais, visando uma maior
segurança com seus filhos em relação à piscina, atendendo a recomendações médicas, ou até mesmo um bom
rendimento por parte de seus filhos, projetando a imagem de que os filhos podem vir a ser eventuais atletas de altorendimento e ao mesmo tempo estabelecer vínculos com hábitos saudáveis para a vida de seus filhos (COAKLEY,1992;
SMOLL, 1993; HELLSTEDT, 1995; BRUSTAD, 1996; PORTELLA, 2007).
Na natação, o desempenho é influenciado pela capacidade de gerar força propulsora e minimizar a resistência ao avanço
no meio líquido. Isto acontece com a melhora da técnica, do padrão biomecânico e da condição física do nadador,
incluindo a composição corporal e a força (MAGLISCHO, 1999).
Alves (1990) e Manso et al. (1996), afirmam que o treino da velocidade na natação deve ser estimulada nas fases iniciais
da carreira dos nadadores, especialmente nos casos do tempo de reação e freqüência de movimentos, estando estas
capacidades mais relacionados com a maturação do sistema nervoso e não tanto a outros aspectos funcionais. A
enorme plasticidade do sistema nervoso central nestas idades, inclusive durante a fase da puberdade, faz com que esta
etapa seja especialmente interessante para o treino de velocidade (Manso et al., 1996), aspecto este apoiado no fato de
que entre os 9 e os 12 anos de idade se parecer produzir uma "fase sensível" da velocidade de reação e da velocidade
de freqüência gestual (Grosser, 1992).
Olbrecht (2000) propõe o treino de velocidade, em nadadores de idade superiores a 10 anos, aspecto este inserido na
fase do treino de base (fase esta iniciada entre os 10 e os 12 anos e com duração de, aproximadamente, 4 anos).
Dentre os benefícios que esta prática traz para a saúde pode-se citar: aumento da força e resistência muscular,
agilidade, flexibilidade da condição cardio-respiratória; favorece a composição corporal, com a diminuição do percentual
de gordura; ajuda a evitar a obesidade; ensina a criança ter disciplina; afasta das drogas; estimula a autonomia; promove
o relacionamento social; melhora a postura e ainda o rendimento escolar. Neste contexto a natação ao longo do tempo
foi se tornando um esporte cada vez mais elitizado, principalmente em centros urbanos onde o único local para sua
pratica são piscina de clubes e academias particulares (FERNANDES, 2001).
No entanto, o que se percebe é que existem variados impedimentos ao acesso às piscinas o que não torna a natação
um esporte para todos. Nessa perspectiva, a luta para se estabelecer firmemente na consciência dos indivíduos o
compromisso com a promoção da cidadania e dos direitos humanos passa obrigatoriamente pela educação em suas
diferentes formas, inclusive a informal, aquela realizada em projetos sociais populares (VIEIRA, 2001).
Deste modo pessoas com baixo poder aquisitivo que não possuem condições de praticar natação nestes locais,
ficam assim cada vez mais marginalizados e distantes desta prática que proporciona saúde e lazer. Evidenciando a
necessidade de promover a natação para crianças carentes foi que alunos do Curso de Educação Física da UNIVAS
iniciaram o projeto nadar na Escola Profissional. Além disso, ainda objetivou-se desenvolver técnica e velocidade; avaliar
se o gênero masculino apresenta mais rapidez que o feminino ou vice-versa.
MÉTODO
Sujeitos: participaram 17 crianças, 11 do sexo masculino e 06 do sexo feminino, com idades compreendidas entre 9 e 12
anos que freqüentam o semi-internato de uma Escola Profissional e têm aulas de natação duas vezes por semana.
Material: As aulas de natação são realizadas na piscina da escola, duas vezes por semana, durante 1 hora. A prova de
velocidade aconteceu no mesmo local, como uma atividade de aula. Para verificar o tempo utilizou-se o cronômetro
Procedimentos: foi utilizada uma prova de nado livre para avaliar meninos e meninas, ao mesmo tempo.
O comando dado foi ir de ima ponta a outra da piscina de forma correta e o mais rápido que as crianças conseguirem. O
cronômetro foi acionado na largada e possibilitou medir a chegada, em tempo dos alunos. Foram considerados mais
velozes os 3 primeiros alunos que chegaram.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados foram pontuados e tabulados. Possibilitaram, por meio de tabelas, avaliar a velocidade na natação
e correlacionar quanto ao gênero.
A tabela abaixo apresenta as idades, os gêneros (1 para o masculino e 2 para o feminino) e os tempos de cada
aluno.
Nº ALUNOS
IDADE
GÊNERO
TEMPO
1
11
1
0' 20''
2
12
1
0' 40''
3
9
1
0' 34''
4
9
1
0' 29''
5
10
1
0' 20''
6
9
1
0' 24''
- 20 -
7
10
1
0' 31''
8
10
1
0' 29''
9
9
1
0' 26''
10
9
1
0' 28''
11
9
1
0' 22''
12
9
2
0' 33
13
9
2
0' 26''
14
10
2
0' 23''
15
9
2
0' 30''
16
9
2
0' 31''
17
9
2
0' 32''
Na tabela acima, é apresentado número de alunos, a idade, a caracterização dos grupos masculino (1) e
feminino (2), com as respectivas velocidades.
Observa-se que entre os participantes onze possuem 9 anos, quatro possuem 10 anos, um possui 11 anos e
um possui 12 anos e que a média das idades é 9,529412. Cabe salientar aqui que a natação infantil é o primeiro e mais
eficaz instrumento de aplicação da Educação Física no ser humano, assim como excelente elemento para iniciar a
criança na aprendizagem organizada. Também auxilia no desenvolvimento psicomotor, na participação na construção do
esquema corporal e tem papel integrador no processo de maturação. Dessa forma, o ensino da natação não deve ser
unicamente voltado para que o aluno converta-se em um bom nadador. O aluno deve também receber um acúmulo de
experiências que, através das suas vivências lhe enriqueçam e contribuam para uma melhor educação integral, para
ativar o processo evolutivo psicomorfológico da criança, e para auxiliar o desenvolvimento de sua psicomotricidade,
reforçando o início de sua personalidade.
Além dos benefícios imediatos atribuídos a realização de esforços físicos adequados na infância e na
adolescência, evidências apontam que as experiências positivas associadas à prática de atividades físicas vivenciadas
nessas idades se caracterizam como importantes atributos no desenvolvimento de atitudes, habilidades e hábitos que
podem auxiliar futuramente na adoção de um estilo de vida ativo fisicamente na idade adulta (KUH E COOPER, 1992;
POWELL E DYSINGER, 1987; SALLIS, SIMONS-NORTON, STONE, CORBIN, EPSTEIN, FAUCETTE, IANNOTTI,
KILLEN, KLESGES, PETRAY, ROWLAND E TAYLOR, 1992; SIMONS-MORTON, PARCEL, O‟HARA, BLAIR E PATE,
1988).
Ao relacionar o fator idade com velocidade, observou-se que não foi significativa, no sentido de levar-se em
consideração que os mais velhos nadam melhor, ou chegam primeiro porque são maiores. O que se observa na tabela é
que o aluno mais velho fez o maior tempo.
No que se refere ao gênero, pôde-se observar que a velocidade foi boa tanto no feminino quanto no masculino.
Entretanto se considerarmos os melhores resultados os que se encontram entre 0‟ 20‟‟ e 0‟ 30‟‟, obteve-se que dos 11
alunos que pertencem ao gênero masculino, 8 se encontraram neste tempo o que representa 72,72%; das 6 alunas que
participaram apenas 3 se encontram neste tempo, correspondendo a 50%. Sendo assim, pode-se inferir que a
velocidade dos meninos foi melhor, além disso, os três primeiros classificados também pertencem ao gênero masculino.
Esses resultados contrariam os estudos de ( PLATONOV et al 1994; IVKOVIC et al 2001 e SILVA et al 2007) que
enfatizam que os melhores resultados de velocidade na natação são conseguidos pelo gênero feminino.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A importância da natação nas aulas de educação física no ensino fundamental deve se pautar no objetivo de
levar os educandos a assumirem atitudes positivas em relação a prática de atividades físicas para que se tornem ativos
fisicamente não apenas na infância e na adolescência, mas também na idade adulta.
A ação da natação infantil envolve desde a ativação das células cerebrais da criança, até um melhor e mais
precoce desenvolvimento de sua psicomotricidade, sociabilidade e reforço do sistema cardiovascular. A natação como
agente educativo quando aplicada a crianças assume um papel formativo e totalizador, levando as mesmas crianças que
participaram de um programa de adaptação ao meio líquido a se desenvolverem melhor e mais rapidamente, o que fará
do processo escolar algo simples e bem sucedido. Foi impar observar a seriedade com que cada aluno realizou a prova
e a alegria que sentiram em competir.
A avaliação da velocidade na natação serviu como elemento motivador para as aulas futuras. Surgiu um novo
olhar para essa prática pedagógica pautada na aprendizagem social e na melhoria da qualidade de vida dos alunos.
Sugere-se que a mediação entre professor e alunos nas aulas de natação seja permeada pela afetividade, constituindose como um fator fundamental para a facilitação na aquisição de habilidades aquáticas. A igualdade de oportunidades
supõe igualdade de acesso.
- 21 -
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CORRELAÇÃO ENTRE FORÇA DE MEMBROS INFERIORES E VELOCIDADE EM JOGADORES DE FUTEBOL
PROFISSINAL.
Wagner Alves – Graduando em Educação Física - Faculdade Estácio de Sá BH – [email protected]
Weverson Misquita - Graduando em Educação Física – Faculdade Estácio de Sá BH – [email protected]
Francisco Adolfo Ferreira – Educador Físico Graduado pela UFMG, especializado em Treinamento Esportivo –
[email protected]
Resumo
O objetivo deste estudo foi analisar a correlação entre duas variáveis, a variável potência de membros inferiores,
avaliada em teste de impulso vertical, utilizando o método de Counter Movement Jump no tapete de contato, e a variável
velocidade, aplicada através de corrida de 10m com saída estacionária, e medido através de fotocélulas. Foram
utilizados 10 jogadores de futebol profissional da primeira divisão do campeonato brasileiro, que foram submetidos ao
teste de salto vertical e de velocidade de corrida em campo. A velocidade média atingida pelo grupo avaliado foi de 5,94
m/s para o percurso correspondente a 10m, e a média dos saltos atingida chegou a 41,69 cm.
Após a discussão e comparação dos resultados dos testes, estatisticamente, concluímos que o grupo analisado possui
baixa correlação entre a velocidade na corrida e a altura atingida pelo salto, o que sugere que existem outros fatores que
interfiram significativamente na velocidade de corrida.
Palavras chave: Teste de impulsão vertical; velocidade de corrida.
1- Introdução
A velocidade é uma característica neuromuscular, que está presente em todas as situações nos vários esportes. Popularmente,
diz-se que a velocidade é uma capacidade de realizar um movimento no menor espaço de tempo. Na física, a velocidade se
expressa dividindo a distância pelo tempo, isto é, a distância percorrida na unidade de tempo. A velocidade é bastante
especifica e também relativa, certas pessoas podem executar um movimento bem rápido e outro relativamente lento (Barbanti,
1997).
Garganta (1999), afirma que a velocidade motora entendida como a capacidade humana que condiciona a realização dos
movimentos desportivos, constitui um fator do rendimento ao qual se atribui cada vez mais, maior importância.
Treinadores e investigadores têm voltado as suas preocupações, não só para as formas de manifestações que a caracterizam,
mas também para o modo de transformá-la em indutores de eficiência das ações desportivas. De fato, à luz das exigências do
desporto atual, não apenas a chegar ao local desejado, ou a realizar uma ação, mas também a pensar, a encontrar soluções, a
perceber o erro, a decodificar os sinais do envolvimento. Em síntese, mais rápido e melhor, a perceber, a pensar e a agir.
Segundo Dintiman et al. (1999), através dos anos, técnicos e atletas reconheceram a importância da velocidade e da rapidez.
Nos dias de hoje a velocidade tem um papel importante no desenvolvimento físico dos atletas, pois ela aparece na maioria dos
desportos.
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No basquetebol, no handebol e no futebol, os estímulos visuais são prevalecentes de situações como: análise de
trajetórias da bola, percepção das movimentações dos colegas e adversários (Garganta, 1999).
De fato, a expressão da velocidade decorre, não apenas da brevidade de reação aos estímulos ou da velocidade gestual,
mas também do tempo necessário à identificação, ao processamento rápido da informação e ao reconhecimento e
avaliação das situações complexas do jogo.
Garganta (1999) cita ainda que, a velocidade motora, longe de se restringir à acepção física do termo, situando-a como
uma grandeza física, dada pela reação entre o espaço percorrido por um objeto e o tempo necessário para percorrê-lo,
impõe-se, sobretudo, como uma grandeza, tático-técnica, perceptiva e informacional, que se substancia no que se pode
designar por velocidade de realização, quando nos referimos à disposição individual do jogador, ou por velocidade de
jogo, quando nos reportamos ao desempenho das tarefas de equipe, enquanto unidade coletiva, nas diferentes fases
que o jogo atravessa. A velocidade de realização resulta, assim, da conjugação de diferentes e complementares
aspectos fisiológicos (Bompa, 2002; Zakhatov & Gomes, 2003), biomecânicos (Bompa, 2002) e perceptivos (Weineck,
1991).
Quando se trata de estudar as capacidades motoras nas atividades físicas e nos esportes, a força é considerada um
parâmetro de elevada importância para um desempenho ótimo. Partindo desse pressuposto, as investigações
desenvolvidas com salto vertical são direcionadas para avaliar essa capacidade e tem sido largamente utilizada por
diversos pesquisadores.
O emprego da força no futebol tem se mostrado importante e algumas pesquisas têm sido feitas. Reilly & Thomas (1976),
Whithers et al. (1982), Barbanti (1996), mostram que os saltos realizados pelos jogadores acontecem com uma certa
freqüência, principalmente entre os zagueiros e os atacantes. Os sprints também são bastante utilizados, principalmente pelos
atacantes. Connet et al (1991) apud Lopes. Charles Ricardo (2006), realizaram um trabalho especifico de força com 15
jogadores franceses. Os exercícios de saltos alternavam-se com flexões e extensões. Após 10 semanas de treinamento os
resultados encontrados foram os seguintes: a) aumento do tempo de vôo de bola; b) aumento da capacidade de salto; c)
diminuição das assimetrias entre os membros inferiores; d) aumento na velocidade.
Uma questão aqui investigada: Elevado nível de força dos membros inferiores torna o jogador de futebol mais veloz?
Essa pesquisa foi realizada com o intuito de correlacionar a força de membros inferiores com a velocidade de corrida em
jogadores de futebol profissional.
2- Materiais e Métodos
Foram fornecidos dados dos testes de impulso vertical e velocidade em 10 jogadores, com idade entre 20 e 29 anos, de um clube
profissional de futebol da primeira divisão, do campeonato brasileiro.
As medições do teste de velocidade foram realizadas em um campo de jogo e os atletas realizaram a corrida utilizando
calçados específicos para a modalidade (chuteiras). O teste aplicado foi o de medição de tempo aos 10m (saída estacionária),
utilizando fotocélulas sem espelhos de cronometragem eletrônica. Os atletas eram instruídos a realizar o teste na maior
velocidade possível e manter o esforço máximo em linha reta até uma distância superior a 10m.
A força de membros inferiores foi medida através do teste de salto vertical, Counter Movement Jump.
- 24 -
O procedimento do teste consiste em: O atleta, a partir de uma posição em pé, se movimenta para baixo flexionando as
articulações do quadril, joelho e tornozelo. Na primeira fase a contração é excêntrica e na segunda é concêntrica, com um
movimento continuo em que as devidas articulações são estendidas.
Os dados foram confrontados para constatar se os indivíduos que apresentaram maiores índices de força nos membros
inferiores são mais velozes.
. Análise estatística
Para a descrição da amostra e apresentação dos resultados, foi utilizada estatística descritiva (média e desvio padrão). O teste
de correlação de Pearson foi utilizado para a análise das associações entre potência dos membros inferiores no salto vertical e
a velocidade média da corrida com nível de significância de r = 0,51.
3- Resultados
Os resultados obtidos pelos atletas no teste de impulsão vertical e no teste de velocidade máxima estão representados nas
tabelas 1 e 2 respectivamente. A velocidade média de deslocamento foi obtida através do registro do tempo no percurso. O
impulso vertical médio do salto foi obtido através do registro de tempo aéreo após o salto.
Atleta
Salto - cm
Atleta
Velocidade – m/s
Lateral Direito1
Goleiro 1
Goleiro 3
Meio Campista 2
Meio Campista 3
Atacante
Meio Campista 5
Meio Campista 4
Goleiro 2
Lateral Direito 2
50,8
43,5
42,8
42,7
42,4
42
41,7
41,7
35,5
33,8
Lateral Direito1
Goleiro 1
Goleiro 3
Meio Campista 2
Meio Campista 3
Atacante
Meio Campista 5
Meio Campista 4
Goleiro 2
Lateral Direito 2
6,09
5,58
6,01
6,2
5,95
6,28
5,98
6,02
5,56
5,74
41,69
3,307
Média
Desv.Padrão
Média
Desv.Padrão
(Tabela 1)
- 25 -
5,94
0,238
(Tabela 2)
A figura 1 representa a correlação dos valores referentes ao impulso vertical e a velocidade no intervalo de 10m
respectivamente.
Velocidade (m/s)
Correlação Salto / Velocidade
6,4
6,3
6,2
6,1
6
5,9
5,8
5,7
5,6
5,5
0
10
20
30
40
50
60
Salto (cm)
(Fig. 1)
4- Discussão
Analisar as funções e reações musculares é de grande importância na ciência do movimento, principalmente na área das
Ciências do Esporte a qual procura uma adequação nos programas de treinamento aos indivíduos. Estas análises têm
sido feitas através de testes e retestes, os quais nos fornecem subsídios para a progressão dos esforços.
Reilly & Thomas (1976), Whithers et al. (1982), Barbanti (1997), citam resultados de suas pesquisas mostrando que existe uma
estreita relação do rendimento da corrida com várias características da força, especialmente com a força de sprint, força de
salto horizontal e força de salto vertical.
Moreira (2002) observou que existe uma significativa correlação entre força e corrida, entre a manifestação de força e
aceleração. Nesse sentido Moreira, Souza e Oliveira (2003) investigaram a correlação entre velocidade, força rápida e
explosiva. O estudo foi feito em atletas de basquetebol do sexo masculino da divisão principal (A1) do Campeonato
Brasileiro na temporada 1997/98, analisando três momentos distintos da temporada (final do bloco de cargas
concentrada, final do primeiro turno e final do segundo turno). Esse estudo apontou uma importante contribuição da força
rápida e explosiva na velocidade de deslocamento durante os distintos momentos da temporada, porém, com diferença
de correlação ao longo do macrociclo.
Janeira (1999) em outro estudo verificou uma forte associação entre os deslocamentos feitos em alta intensidade e os
maiores rendimentos dos atletas evidenciando assim, a necessidade do desenvolvimento da velocidade motora.
Diante das informações de outras pesquisas semelhantes de variados autores, esta pesquisa mostra que 60% dos
atletas apresentaram um resultado semelhante. Eles têm grande impulsão vertical e grande velocidade, portanto,
corroborando a idéia de que, quanto maior a força dos membros inferiores, maior a velocidade atingida pelo individuo. Os
40% restantes, apresentaram mais força e menos velocidade ou menos força e mais velocidade, confrontando os
resultados com um percentual acima do esperado referente a correlação entre as duas variáveis.
A baixa correlação (r = 0,51) encontrada no presente estudo talvez possa ser justificada pela especificidade da
capacidade velocidade. O movimento de corrida reflete padrões nos quais as ações musculares concêntricas são
- 26 -
imediatamente precedidas pelas fases excêntricas. Essas ações, segundo Komi (2006), possibilitam um aumento no
rendimento em função do ciclo de alongamento - encurtamento muscular, através do processo de reserva (fase
excêntrica) e reutilização (fase concêntrica) de energia elástica. Assim, Ingen et al. (1997) afirmam que a energia
mecânica despendida durante a corrida não é proveniente somente da contração muscular.
Essa pesquisa concorda, com os autores mencionados, em dizer que o trabalho de força de membros inferiores pode melhorar
a velocidade em uma corrida, mas não havendo estreita correlação entre as variáveis apresentadas por esta, pois o percentual
de atletas que apresentaram níveis mais elevados tanto de força quanto de velocidade foi de 60%.
5- Conclusão
Com os resultados desta pesquisa, pode-se concluir que o grupo analisado apresentou uma baixa correlação entre os valores
alcançados na velocidade de corrida e na altura do salto. Ressalva-se, entretanto, que os resultados em provas de velocidade
dependem de uma variedade de fatores que poderiam ser a coordenação inter e intramuscular, peso corporal, número de
fibras de contração rápida dentre outros.
Sugere-se que mais estudos sejam realizados para fins de verificação da existência ou não desta correlação, força x velocidade.
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O TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM PACIENTES COM ESQUIZENCEFALIA
Ana Paula Pereira da Silva Junqueira
Graduanda do curso de fisioterapia
Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé – UNIFEG
[email protected]
Graduanda do curso de fisioterapia. Jamili Dias Bernardino
Prof. Ms. Luiz Henrique Gomes Santos;
Prof. Ms. Daísa dos Reis Riboli Rodrigues;
RESUMO
Esquizencefalia trata-se de uma malformação cerebral, sendo considerada uma anomalia de migração neuronal, que
resulta em uma fenda espessa rica em substância cinzenta estendendo-se do córtex à região periventricular. O quadro
clínico das crianças depende das alterações nas fendas, pois se houver localização nos dois hemisférios o paciente
apresenta tetraplegia espástica ou hipotonia seguida de retardo mental. Realizou-se um relato de caso visando
apresentar as principais características do pacientes portador desta anomalia e a conduta fisioterapêutica frente a estas
alterações. Com tratamento fisioterapêutico obteve-se leve melhora nas fisiológicas da paciente, com relação às
alterações motoras, principalmente sensitivas e respiratórias. Porém a fisioterapia tem muito ainda a pesquisar sobre a
esquizencefalia, pois as alterações encefálicas geram dificuldade de se aplicar o tratamento mais adequado. Conclui-se
que a escassez de informações sobre forma de tratamento não interfere diretamente no quadro evolutivo, gera atraso no
desenvolvimento deste.
Palavras-chave: Esquizencefalia, Paralisia Cerebral, Fisioterapia neurológica.
INTRODUÇÃO
A esquizencefalia trata-se de uma malformação cerebral que foi descrita pela primeira vez em 1859 por Haeschl. O termo
esquizencefalia, porém, foi introduzido somente em 1946 por Yakovlev e Wadsworth, referindo-se a uma fenda espessa
e rica em camada de substância cinzenta na profundidade, de extensão do córtex até o ventrículo e com orientação
simétrica bilateralmente, sendo considerada uma anomalia da migração neuronal. Pode ser de origem genética ou
causada por algum fator intercorrente da gravidez, como episódio de isquemia cerebral fetal ocasionado por problemas
circulatórios da mãe.
A sintomatologia dos pacientes que apresentam esquizencefalia é bastante variada, sendo que a gravidade de alguns
sintomas está relacionada à extensão do defeito anatômico e à sua localização no encéfalo.
Embora a presença da (s) fenda (s) seja determinante no quadro neurológico, em alguns casos houve discordância entre
a extensão da fenda e os achados clínicos, em função da presença de outras anomalias cerebrais associadas a
esquizencefalia (RODRIGUES; et al, 2006).
Os achados mais freqüentes, segundo a literatura, destas anomalias associadas a esquizencefalia, são a epilepsia, o
déficit motor e o retardo mental.
- 28 -
A avaliação diagnóstica da esquizencefalia pode ser feita por tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética
(RM). Verificam-se fendas uni ou bilaterais, que variam de muito estreitas (lábios fechados) até muito largas.
A TC é efetiva no diagnóstico precoce, sendo de longe a mais utilizada, porém tem como principal desvantagem não
mostrar uma anatomia ideal do corpo caloso, sendo necessários cortes finos contíguos para reformatações no plano
sagital, com o aumento significativo de radiação ionizante. A RM é um método que ainda causa discórdias entre os
autores, pois alguns afirmam que há resultados falso-negativos, mas é um método adequado para o diagnóstico dessa
anomalia, por permitir aquisição de imagens multiplanares e não utilizar radiação ionizante, mas tem uma desvantagem
no seu custo muito alto e na inacessibilidade por parte da população (MONTANDON; et al, 2003).
O principal diagnóstico diferencial da esquizencefalia é a porencefalia, que se comunica com os ventrículos cerebrais, é
hoje, considerada como patologia distinta, resultante de mutação gênica (FUNAYAMA; et al, 2000).
È importante ressaltar que, os fatores durante a gravidez estão relacionados à baixa classe social, malformações
congênitas, retardamento do crescimento intra-uterino, gravidez gemelar, hipertireoidismo materno, e o uso de
estrógenos e hormônio tiroidiano (MARANHÃO, 2005).
A Fisioterapia Neurofuncional tem muito ainda a pesquisar sobre esquizencefalia, pois pacientes com essas patologias
não necessitam apenas de cuidados motores, e sim de uma atuação interdisciplinar, visto que as complicações se dão
mais nos campos ortopédico e cardiorrespiratório.
A evolução de novas técnicas e instrumentos utilizáveis na Fisioterapia vem contribuindo sobremaneira para o objetivo
de melhoria de qualidade de vida e a funcionalidade desses pacientes.
RELATO DE CASO
O presente apresenta um relato de caso de um quadro de esquizencefalia em uma paciente do sexo feminino dois anos
e nove meses. Diagnostico: malformação cerebral, esquizencefalia, hidrocefalia assimétrica compensada, anomalias
cerebrais com calcificação, possível seqüela de infecção durante a vida fetal. O estado atual apresenta sialorréia e
apetite, ausência de comunicação, controle de esfíncteres, fala e realização das AVD`s, e dependência pra comer, beber,
vestir e despir-se. Com visão e audição preservada e alterações no estado emocional, social e mental, apresentando
uma série de reflexos primitivos.
Em posição supina apresenta assimetria, com ausência de elevação de cabeça, elevação de quadril, alcance dos
objetos, passar para sentado, apoiar as mãos e os antebraços. Tem sua postura de MMSS, e extensão e rotação interna
com adução do polegar e dos MMII em extensão e rola com muito estímulo. Em posição sentada apresenta assimetria e
senta com o MMII em extensão, ausência de transferência de peso de frete, direita, esquerda e trás, de elevação das
pernas, de alcance dos objetos, de lançamento de objetos à distância, de controle de quadril.
Apresenta deformidades e contraturas musculares em membros superiores e inferiores, sensibilidade diminuída e tônus
leve sendo no diagnóstico fisioterapêutico: quadriparesia.
O objetivo de tratamento é reduzir o tônus muscular, inibir padrão e movimento patológico, praticar posturas ainda não
adotadas pela criança, facilitar padrão e movimentos de normalidade, empregar e repetir o desenvolvimento
neuropsicomotor normal, facilitar reações de equilíbrio, retificação e de proteção, prevenir e/ou manter instalações de
deformidades ósseas e musculares, associar estímulos externos e orientar a família quanto aos cuidados particulares
com a criança.
A paciente se encontra em tratamento 3 vezes por semana, onde está sendo realizado, estímulos das fases do
desenvolvimento motor, mobilização articular, tapins de inibição, deslizamento, alongamentos na bola bobath. Além
destes a fisioterapia respiratória possui grande importância na diminuição das secreções qualificando o padrão
respiratório da paciente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na diminuição do tônus muscular, observou-se, que no início do tratamento fisioterapêutico, a paciente apresentava um
tônus elevado, como conseqüência de extensão e gravidade da patologia. De acordo com a classificação utilizada por
Bobath, (1989), o tônus muscular classifica-se quanto à qualidade do mesmo em hipertônico ou espástico e quanto à
distribuição, em quadriplegia, onde todo o corpo é afetado, ocorrendo maior acometimento nos MMSS. O aumento do
tônus muscular leva o paciente a adotar posturas anormais com movimentos restritos, co-contração inadequada,
limitação funcional em adotar determinadas posturas e propensão às instalações de padrões posturais patológicos
criando assim um desequilíbrio muscular. Verificou-se que a discreta diminuição do tônus muscular foi suficiente para um
considerável avanço da paciente em resposta à fisioterapia.
Em relação ao equilíbrio corporal, identificou-se através da ficha de avaliação fisioterapêutica, que a paciente
apresentava um déficit no equilíbrio, após a reavaliação foi possível verificar que a paciente apresentava melhoras.
De acordo com Bobath (2001), as reações de equilíbrio são respostas automáticas complexas e altamente integradas às
mudanças de posturas e movimentos, destinadas a restabelecer o equilíbrio alternado. Estas reações se manifestam ou
em mudanças muito pequenas do tônus por toda a musculatura postural ou em movimentos automáticos de oposição
para restabelecer o equilíbrio alterado.
- 29 -
Em todos os casos de disfunção do sistema nervoso central, é importante testar a sensibilidade para descobrir a
extensão da deficiência motora do paciente, ou seja, a perda dos padrões motores ou a fraqueza dos músculos, podendo
então ser decorrentes da deficiência sensorial (BOBATH, 2001).
A avaliação da sensibilidade auxiliou na percepção das alterações presentes como a diminuição da sensibilidade de
forma geral.
Ao iniciar o tratamento fisioterapêutico, a paciente adotava a posição supina pela dificuldade de permanecer em outras
posições, pela falta de movimentação ativa das articulações. Mantinha os MMSS em flexão, com os polegares aduzidos
e os MMII mantinham-se em rotação externa, semi-flexionados e em posição de tesoura.
O trabalho com a paciente nas diferentes posições do desenvolvimento motor, visa conscientização corporal de todas as
posições, e durante esta se observou, que após as sessões de fisioterapia, a mesma passou a permanecer nas posições
com auxílio de apoios e suportes.
Na avaliação inicial, identificou-se ausência de controle motor cervical para o posicionamento da cabeça na posição
anatômica juntamente com a ausência do controle de tronco. Posteriormente na reavaliação, a paciente começou a
demonstrar uma melhora significativa no ponto de vista neurológico, no controle cervical em relação ao tronco, esta foi
evidenciada nas posições onde exigiam o controle do mesmo.
Segundo Edwards (1999), os movimentos dos membros ficam comprometidos quando a mobilidade do tronco está
reduzida e o tônus muscular inadequado ou impróprio para possibilitar ajustes proximais efetivos.
Através dos estímulos realizados pela fisioterapeuta, notou-se que a paciente começou a obter melhoras, chegando a
alguns momentos responder e reagir à estímulos verbais e visuais. Foi a partir deste, que os melhores resultados da
fisioterapia começaram a parecer, em virtude às melhores respostas sensório-motoras da paciente.
Segundo Shepherd (1996), a influência do meio ambiente sobre a criança parece dotada de importância clínica, sendo
assim o potencial da criança para crescer, depende de um meio estimulante.
Através da avaliação inicial, observou-se que a paciente apresentava dificuldades cardio-respiratório devido o acúmulo
de secreções nas vias aéreas. Após a reavaliação fisioterapêutica, devido às técnicas utilizadas como, tapotagem,
vibração e compressão, houve uma melhora significativa na parte respiratória, havendo diminuição da secreção e
melhora no padrão respiratório.
CONCLUSÃO
Desde a contextualização do problema, do referencial teórico, metodologia, análise e discussão dos resultados,
tornaram-se possível à obtenção de importantes considerações finais. De acordo com as avaliações físicas, pode-se
observar uma evolução do quadro clínico da paciente. A conduta fisioterapêutica pode contribuir para diminuição do
tônus, melhoram no equilíbrio, posições adquiridas, controle de tronca além de grande evolução quanto às respostas aos
estímulos externos e a função respiratória.
Sugere-se que o tratamento fisioterapêutico é eficaz, possibilitando melhoras no quadro clínico da paciente. Mas a
fisioterapia neurofuncional tem muito ainda a pesquisar sobre a esquizencefalia, pois as alterações encefálicas geram
dificuldade de se aplicar o tratamento mais adequado. E podemos concluir que a escassez de informações sobre forma
de tratamento não interfere diretamente no quadro evolutivo, porém pode atrasar o melhor desenvolvimento deste.
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AVALIAÇÃO DO EFEITO SANITIZANTE DOS ÁCIDOS PERACÉTICO E CÍTRICO NA HIGIENIZAÇÃO DE ESPONJAS
COMERCIAIS UTILIZADAS PARA LIMPEZA EM COZINHAS
LOIOLA, Miriam Siqueira. Nutricionista. PUC-Campinas – FAPIC - [email protected]
SOARES, M. M. R. Farmacêutica. Doutora. PUC-Campinas
SILVA, S. F. Nutricionista. Mestre. PUC-Campinas
SREBERNICH, S. M. Engenheira de Alimentos. Doutora. PUC-Campinas
RESUMO: Durante o processo de higienização de utensílios, as esponjas são transformadas em um ótimo meio de
proliferação dos microrganismos, devendo por isso, serem corretamente sanitizadas. O estudo simulou condições de
esponjas contaminadas e utilizou os ácidos peracético e cítrico para avaliação dos seus efeitos sanitizantes. O ácido
peracético mostrou eficiência sanitizante em relação a E. coli, C. albicans e S. aureus a partir de 350 ppm, sendo 50 ppm
suficiente para a eliminação de E. coli, 350 ppm para a eliminação de C. albicans e 100 ppm para a eliminação de S.
aureus. Já em relação ao ácido cítrico, nas concentrações utilizadas, sua eficiência sanitizante só foi observada quanto
ao S. aureus, e não quanto à E. coli e à C. albicans. O estudo não foi além das concentrações utilizadas, pois a partir das
mesmas, torna-se inviável o uso deste ácido como agente sanitizante, já que seu custo-benefício é baixo.
Palavras-chave: esponjas, ácido peracético, ácido cítrico.
1.
INTRODUÇÃO
As esponjas são uma importante fonte de microrganismos patogênicos caracterizando uma situação de risco durante a
produção de alimentos (RUSTIN et al, 1998). A prática comum de se utilizar esponjas na limpeza de tábuas de carne,
balcões e superfícies de cozinha leva à contaminação destas em função dos microrganismos presentes nas esponjas, ou
vice-versa, isto é, através da transferência de microrganismos para a esponja (NIELSEN et al, 2002), o que, juntamente
com a água nelas retida, as transformam em um ótimo meio de cultura favorecendo o desenvolvimento de
microrganismos. Assim, deve ser dada atenção especial às esponjas utilizadas para esse fim, uma vez que podem servir
de reservatório e veículo de transmissão de microrganismos patogênicos, o que pode provocar contaminação cruzada
dos alimentos e colocar em risco a saúde do consumidor, sendo, portanto, fundamental a correta higienização das
esponjas (SREBERNICH et al, 2005).
- 31 -
O ácido peracético é um produto sintético que vem sendo utilizado em sanitização de equipamentos e utensílios nas
indústrias de alimentos, bebidas e sucos, unidades de tratamento de esgotos e unidades de hemodiálise. É também
chamado de peróxido de ácido acético ou ácido peroxiacético e é obtido pela reação do ácido acético ou anidrido acético
com o peróxido de hidrogênio (NASCIMENTO, 2002).
Acerca do ácido cítrico, não foram encontradas referências na literatura sobre o seu efeito sanitizante de equipamentos e
utensílios ou outros materiais e superfícies, porém o interesse em se estudar o seu efeito sanitizante surgiu do fato de
este ser de origem natural e não sintético, estando presentes em diversos alimentos, especialmente as frutas cítricas.
O presente estudo tem como objetivo avaliar o efeito sanitizante destes dois ácidos orgânicos, ácido peracético e ácido
cítrico, em esponjas comerciais de cozinhas.
2.
MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Material:
Esponjas novas sem microbicida; meio de cultura BHI líquido; cepa de Escherichia coli ATCC 8739, CCT 1371, Lote
51.04; cepa de Candida albicans ATCC 10231, CCT 0776; cepa de Staphylococcus aureus ATCC 29213, CCT 1486;
ácido peracético a 15% Proxitane® 1512; ácido cítrico anidro P.A. – A. C. S. Synth, teor mínimo 99,5%; Petrifilms® da
EM próprios para Escherichia coli (Petrifilm 6400 AC), Candida albicans (Petrifilm 6407 YM) e Staphylococcus aureus
(Petrifilm 6423 RSA); equipamentos e utensílios de um Laboratório de Microbiologia.
2.2 Métodos:
2.2.1 Preparação do inóculo
2.2.1.1 Escherichia coli
Foi esterilizado em autoclave o meio de cultura produzido a partir da diluição, em um erlenmeyer, do meio de cultura
caldo BHI (Brain and Heart Infusion) em água destilada na proporção adequada fornecida pelo fabricante, utilizando para
isto, espátula e balança semi-analítica.
Após o esfriamento à temperatura ambiente do meio de cultura, foi inoculada uma alçada de E. coli para cada 100 mL
com o auxílio de uma alça em anel esterilizada na chama do bico de Bunsen. O erlenmeyer foi fechado novamente e
levado à estufa à 37ºC por 24 horas para o crescimento das colônias e turvação do meio.
Dado o tempo determinado, o inóculo foi retirado da estufa e diluído em água destilada estéril até que sua turvação
8
atingisse o tubo 5 da Escala de Mc Farland, correspondente à concentração de 3 x 10 unidades formadoras de colônia
por mililitro (UFC/mL).
2.2.1.2 Candida albicans
O preparo do inóculo de C. albicans teve o mesmo procedimento que o do inoculo de E. coli, com as diferenças de que
foram inoculadas colônias de C. albicans no meio de cultura e este foi mantido por 120 horas (5 dias) na estufa.
2.2.1.3 Staphylococcus aureus
O preparo do inóculo de S. aureus foi semelhante ao preparo dos inóculos de E. coli e C. albicans, porém as colônias
inoculadas ao meio de cultura foram de S. aureus e o tempo de permanência na estufa foi de 24 horas. A turvação
também foi ajustada ao tubo 5 da Escala de Mc Farland, exceto para um experimento (indicado na tabela 3) no qual se
conseguiu a turvação máxima da do tubo 4 da Escala de Mc Farland.
2.2.2 Inoculação das esponjas:
Cada esponja foi colocada dentro de um béquer com o auxílio de uma pinça estéril. Em seguida, foram pipetados, em
cada esponja, 100 mL de inóculo, volume previamente observado da capacidade máxima de absorção das esponjas.
Para a absorção total do inóculo pela esponja, esta foi macerada por uma bagueta de vidro estéril.
2.2.3 Verificação do poder sanitizante dos ácidos peracético e cítrico:
2.2.3.1 Ácido peracético
Foram acrescidas soluções de ácido peracético previamente diluídas às concentrações de 6,25; 12,5; 25; 40; 50; 100 e
150 ppm para os experimentos com E. coli; concentrações de 6,25; 50; 100; 200; 350 e 400 ppm para os experimentos
com C. albicans e concentrações de 25; 50; 100; 150 e 200 ppm para os experimentos com S. aureus, separadamente,
às esponjas já com os inóculos absorvidos.
Após os tempos de 2 e 5 minutos nos experimentos com E. coli e C. albicans, e também de 10 minutos nos experimentos
com S. aureus, foi coletada, através de pipeta, uma alíquota de 1 mL de cada experimento, que foi diluída até as
diluições desejadas, utilizadas na etapa seguinte.
-1
-2
Foi pipetado 1 mL das diluições 10 e 10 da alíquota coletada originalmente de cada experimento em um petrifilm
específico para o crescimento das colônias do respectivo inóculo utilizado. Os petrifilms foram incubados à estufa à 37ºC
por 24 horas no caso dos ensaios com E. coli e por 48 horas no caso dos ensaios com C. albicans. Já para os petrifilms
dos ensaios com S. aureus, estes foram deixados na estufa à 37ºC por 24 horas e logo após, levados à estufa à 62±2º
por 2 a 3 horas, em seguida foram introduzidos os discos reativos próprios para a visualização das unidades formadoras
de colônias de S.aureus nos mesmos e, por último, mantidos novamente na estufa à 37ºC por mais 3 horas, obedecendo
as instruções do fabricante.
As unidades formadoras de colônia de cada petrifilm foram contadas e anotadas para posterior avaliação.
2.2.3.2 Ácido cítrico
- 32 -
Para verificação do poder sanitizante do ácido cítrico, foi utilizado o mesmo procedimento do utilizado para o ácido
peracético.
Foram feitos experimentos com o ácido cítrico nas concentrações de 100, 200 e 400 ppm e tempos de contato de 2 e 5
minutos para ensaios com E. coli, concentrações de 200 e 500 ppm e tempos de contato de 2 e 5 minutos para ensaios
com C. albicans e concentrações de 100, 200 e 400 ppm e tempos de contato de 2, 5 e 10 minutos para ensaios com S.
aureus.
2.2.4 Controle:
Para avaliação dos resultados dos experimentos com a utilização dos ácidos, foram realizados experimentos controle
com todos os inóculos utilizados para o conhecimento da contagem inicial.
O processo dos experimentos controle foi o mesmo nos em que foram utilizados os ácidos, exceto a não adição do ácido
na água acrescida à esponja embebida com os 100 mL de inóculo, ou seja, sobre a esponja já inoculada foram
acrescidos 100 mL de água destilada estéril pura.
-8
A partir desta mistura, foi retirada uma alíquota de 1 mL, que foi diluída até a diluição de 10 .
Foram pipetadas nos petrifilms, devidamente identificados e específicos para o crescimento de cada tipo de
microrganismo utilizados, alíquotas de 1 mL de cada diluição. Os petrifilms foram levados ao mesmo processo que os
utilizados nos experimentos com os ácidos peracético e cítrico para posterior leitura.
- 33 -
3.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Efeito dos ácidos cítrico e peracético na destruição da Escherichia coli:
Os resultados dos tratamentos realizados com os ácidos cítrico e peracético na destruição da E.coli encontram-se nas
Tabelas 1 e 2.
Tabela 1. Avaliação do efeito do ácido cítrico em função da sua concentração e tempo de contato sobre a contagem de
E. coli, expressa em log UFC/mL, observada em amostras de esponjas previamente inoculadas com E. coli.
Escherichia coli
Ácido cítrico
Concentração
Tempo de contato
Contagem
(ppm)
(minutos)
(log UFC/mL)
100
2
Incontável
5
Incontável
Controle
8,30
200
2
Incontável
5
Incontável
Controle
8,30
400
2
Incontável
5
Incontável
Controle
8,48
Verifica-se pelos dados da Tabela 2 que o ácido peracético na concentração de 50 ppm já foi suficiente para a
eliminação total das colônias de E. coli quando a contagem inicial era de 6,95 log UFC/ml.
Tabela 2. Avaliação do efeito do ácido peracético em função da sua concentração e tempo de contato sobre a contagem
de E. coli, expressa em log UFC/mL, observada em amostras de esponjas previamente inoculadas com E. coli.
Escherichia coli
Ácido peracético
Concentração
Tempo de contato
Contagem
(ppm)
(minutos)
(log UFC/mL)
1
Incontável
12,5
2
Incontável
5
Incontável
Controle
8,48
1
Incontável
25
2
Incontável
5
Incontável
Controle
8,30
1
Ausência
50
2
Ausência
5
Ausência
Controle
6,96
1
Ausência
100
2
Ausência
5
Ausência
Controle
8,34
1
Ausência
150
2
Ausência
5
Ausência
Controle
8,12
3.2 Efeito dos ácidos cítrico e peracético na destruição da Candida albicans:
Os resultados dos tratamentos realizados com os ácidos cítrico e peracético na destruição da C. albicans encontram-se
nas Tabelas 3 e 4.
- 34 -
Tabela 3. Avaliação do efeito do ácido cítrico em função da sua concentração e tempo de contato sobre a contagem de
Candida albicans, expressa em log UFC/mL, observada em amostras de esponjas previamente inoculadas com Candida
albicans.
Candida albicans
Ácido cítrico
Concentração
Tempo de contato
Contagem
(ppm)
(minutos)
(log UFC/mL)
200
2
Incontável
5
Incontável
Controle
8,48
500
2
Incontável
5
Incontável
Controle
8,48
Tabela 4. Avaliação do efeito do ácido peracético em função da sua concentração e tempo de contato sobre a contagem
de Candida albicans, expressa em log UFC/mL, observada em amostras de esponjas previamente inoculadas com
Candida albicans.
Candida albicans
Ácido peracético
Concentração
Tempo de contato
Contagem
(ppm)
(minutos)
(log UFC/mL)
50
2
Incontável
5
Incontável
Controle
8,48
100
2
Incontável
5
Incontável
Controle
8,48
200
2
Incontável
5
Incontável
Controle
8,00
300
2
1,64
5
1,60
Controle
8,00
350
2
Ausência
5
Ausência
Controle
8,48
400
2
Ausência
5
Ausência
Controle
8,48
Os dados da Tabela 4 mostram que quando se trabalhou com solução de ácido peracético de 300 ppm, houve uma
redução de 6,82 e 6,88 ciclos logaritmos para os tempos de 2 e 5 minutos, respectivamente considerando-se uma
contagem inicial de 8,48 log UFC/mL. Com solução de ácido peracético de 350 ppm ocorreu a eliminação total das
colônias de C. albicans.
3.3 Efeito dos ácidos cítrico e peracético na destruição do Staphylococcus aureus:
Os resultados dos tratamentos realizados com os ácidos cítrico e peracético na destruição do S. aureus encontram-se
nas Tabelas 5 e 6.
Tabela 5. Avaliação do efeito do ácido cítrico em função da sua concentração e tempo de contato sobre a
contagem de Staphylococcus aureus, expressa em log UFC/mL, observada em amostras de esponjas previamente
inoculadas com Staphylococcus aureus.
S. aureus
Ácido cítrico
Concentração
Tempo de contato
Contagem
(ppm)
(minutos)
(log UFC/mL)
2
Ausência
200
5
Ausência
10
Ausência
Controle
8,48
2
Ausência
400
5
Ausência
- 35 -
10
Ausência
Controle
8,48
Os dados da Tabela 5 relativos à ação do ácido cítrico na destruição das colônias de S. aureus se mostrou efetivo dentro
das concentrações estudadas (200 e 400ppm) quando a contagem inicial foi 8,48 log UFC/mL (controle) contrariando o
comportamento deste ácido em relação aos microrganismos anteriormente estudados.
Quanto a ação do ácido peracético sobre S. aureus verifica-se pelos dados da Tabela 6 que a partir da concentração de
100ppm se conseguiu eliminação total do S. aureus em todos os tempos estudados (2, 5 e 10 minutos). Na concentração
de 50 ppm foram observadas reduções de 1,63; 1,39 e 1,38 ciclos logarítmicos para 2, 5 e 10 minutos de exposição à
solução respectivamente.
Tabela 6. Avaliação do efeito do ácido peracético em função da sua concentração e tempo de contato sobre a contagem
de Staphylococcus aureus, expressa em log UFC/mL, observada em amostras de esponjas previamente inoculadas com
Staphylococcus aureus.
Staphylococcus aureus
Ácido peracético
Concentração
Tempo de contato
Contagem
(ppm)
(minutos)
(log UFC/mL)
2
7,83
25
5
7,78
10
7,73
Controle
7,91
2
6,53
50
5
6,52
10
6,28
Controle
7,91
2
Ausência
100
5
Ausência
10
Ausência
Controle
8,48
2
Ausência
150
5
Ausência
10
Ausência
Controle
8,48
2
Ausência
200
5
Ausência
10
Ausência
Controle
8,01*
* Utilizado tubo 4 da Escala de Mc Farland.
4.
CONCLUSÃO
O ácido peracético se mostrou muito mais eficiente do que o ácido cítrico. O ácido peracético mostrou eficiência
sanitizante em relação a E. coli, C. albicans e S. aureus a partir de 350 ppm, sendo a partir de 50 ppm suficiente para a
eliminação de E. coli, a partir de 350 ppm para a eliminação de C. albicans e a partir de 100 ppm para a eliminação de S.
aureus. Já em relação ao ácido cítrico, nas concentrações utilizadas, sua eficiência sanitizante só foi observada quanto
ao S. aureus, e não quanto à E. coli e à C. albicans.
5.
REFERÊNCIAS
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de esponjas comerciais utilizadas para limpeza em cozinhas. Campinas, 2005.
AVALIAÇÃO DA ANSIEDADE ESCOLAR E SUAS REPERCUSSÕES NO DESEMPENHO DOS ALUNOS
LUÍS HENRIQUE SALES OLIVEIRA
(Ms. Ciências Biológicas, Fisioterapeuta, Prof. UNIVAS, UNIFENAS e UNIVERSITAS.
- 36 -
ANA CAROLINA SALES OLIVEIRA
(Especialista em linguagem pela Santa Casa de SP, Fonoaudióloga)
MARIA IGNÊS ARANTES
(Ms Educação e Professora da UNIVAS)
- 37 -
SANDRA MARIA DA SILVA SALES OLIVEIRA
(Ms Avaliação Psicológica, Psicóloga e Profª da UNIVAS)
RESUMO
Este estudo objetivou avaliar a ansiedade na escola e suas repercussões na aprendizagem. Foram sujeitos 221 alunos
de ambos os sexos e com idades compreendidas entre 8 e 11 anos, da 3ª série do Ensino Fundamental. Aplicou-se
coletivamente a Escala de ansiedade escolar de e as professoras das turmas forneceram os desempenhos dos alunos
que os classificou em três níveis: ótimo, bom e regular, com base na participação desses alunos em aula, trabalhos
escolares e avaliações. Os resultados demonstraram a presença de ansiedade no contexto escolar e que a mesma
aumenta conforme o grau de dificuldade escolar (F = 4,691 e p = 0,12).
Palavras-chave: Avaliação, Ansiedade e desempenho escolar.
INTRODUÇÃO
É de grande importância para a proposta da pesquisa uma análise dos conceitos que englobam a ansiedade na
escola. A ansiedade é o sentimento que acompanha um sentido geral de perigo, advertindo as pessoas de que há algo a
ser temido no futuro. Pode ser definida como um estado emocional vivenciado com a qualidade subjetiva do medo ou de
emoção a ela relacionada, desagradável, dirigida para o futuro, desproporcional (a uma ameaça reconhecível), com
desconforto somático subjetivo e alterações somáticas manifestas (LEWIS, 1994).
Refere-se a um sentimento de inquietação que pode traduzir-se em manifestações de ordem fisiológica
(agitação, hiperatividade, movimentos precipitados) e de ordem cognitiva (atenção e vigilância redobrada a determinados
aspectos do meio, pensamentos de possíveis desgraças, etc.). Essas manifestações podem estar associadas a
acontecimentos ou situações de natureza passageira ou constituir uma maneira estável e permanente de reagir,
provavelmente com base na própria constituição individual. Além disso a sua intensidade pode variar de níveis
imperceptíveis até níveis extremamente elevados, capazes de perturbarem os indivíduos
Na fase escolar existem situações causadoras de ansiedade para as crianças, principalmente as novas, que inexistem
na vida familiar. Ao chegar à escola, a criança vai encontrar uma realidade diferente da sua, um mundo desconhecido e
estranho que muitas vezes a obriga a fazer silêncio, entrar na fila, ficar de castigo, escutar, calar, obedecer e se
encontrar com pessoas que nunca viu. Diante do que encontra a criança reage e sente-se ansiosa, achando difícil se
adaptar a escola.
Chapman e Tunner (1997) ao examinarem a interação entre autoconceito e o início da aquisição da leitura,
verificam que as experiências de aquisições positivas de leitura, no início da escolarização, mostraram-se associadas ao
desenvolvimento de autoconceito mais positivo nos primeiros dois anos e meio de escolarização formal. Observaram
também neste período os efeitos negativos sobre o autoconceito das crianças que experimentaram dificuldades iniciais
na aprendizagem da leitura. Além das crianças se auto-avaliarem, a escola também as avalia, tendendo a enfatizar as
comparações sociais com base no rendimento escolar.
Neste sentido, Renick e Harter (1989) relataram que o processo de comparação social é de grande importância
na formação da autopercepção dos estudantes com dificuldades de aprendizagem no que se refere à competência
acadêmica.
A dificuldade escolar pode gerar um círculo vicioso do fracasso, ou seja, quanto mais a criança se sente
inferiorizada, mais ela estará suscetível ao insucesso, e menos poderá obter aprovação a partir de seu desempenho
(Linhares et al., 1993). O manejo das dificuldades de aprendizagem no ambiente escolar não se constitui em tarefa fácil.
Diversos estudos têm relatado que as crianças com dificuldades de aprendizagem têm autopercepção mais
negativa sobre o seu próprio comportamento quando comparadas a crianças que têm rendimento satisfatório e quando
comparadas àquelas que têm baixo rendimento, mas não são identificadas como tendo dificuldade de aprendizagem
(BELTEMPO e ACHILE, 1990; CLEVER, BEAR e JUVONEN, 1992; LEONDARI, 1993; JACKSON e BRACKEN, 1998).
Eysenck (1981) encontrou altos níveis de ansiedade estados relativo as tarefas complexas. E, em uma análise
de Spielberger (1972), foi encontrado que a aprendizagem de tarefas difíceis aumentam o estado de ansiedade,
principalmente nos estágios iniciais da aprendizagem.
Para Kaplan e Sadock (1993), crianças que apresentam problemas no desenvolvimento da escrita têm como
características recusa ou relutância a freqüentar a escola e fazer a lição de casa, e desinteresse geral pelo trabalho
escolar. Normalmente, ficam frustradas e irritadas devido aos sentimentos de inadequação e fracasso em seus
desempenhos acadêmicos. O prognóstico depende da gravidade do transtorno, da idade, da série, mas também da
ausência ou presença de problemas emocionais.
Um estudo relacionado com ansiedade na sala de aula foi realizado por Kaplan (1970), no qual houve uma
preocupação em mostrar que os professores devem entender o tipo de ansiedade que os alunos sentem, porque assim
poderão ajudá-los a melhorar o desempenho e a se sentirem mais autoconfiantes.
A “ansiedade a teste” foi definida por Sarason (1972) como a tendência para a emissão de respostas
interferentes, voltadas para si mesmo e irrelevantes à tarefa, quando há a ameaça de uma avaliação real ou implícita.
Com base nos escritos acima foi que se pensou em realizar este estudo com o objetivo de avaliar a ansiedade
escolar e verificar suas repercussões na aprendizagem.
- 38 -
METODOLOGIA
Sujeitos: Foram estudados 221 alunos de ambos os sexos e com idades compreendidas entre 8 e 11 anos, da 3ª série
do Ensino Fundamental.
Procedimentos: após os consentimento do Comitê de ética em pesquisa e dos pais, aplicou-se coletivamente a Escala de
Ansiedade escolar de Sisto e Oliveira (2001) com 38 questões em que os alunos deveriam responder sempre, as vezes
ou nunca. As frases foram pontuadas, atribuindo-se dois pontos à resposta sempre, um ponto à resposta às vezes e zero
a resposta nunca. Na aplicação, foi lido pelas pesquisadoras o Inventário de Ansiedade Escolar e os alunos a informaram
a intensidade de ocorrência da afirmação (sempre, às vezes, nunca). O nível de desempenho dos alunos foi dado pela
professora, que os classificou em três níveis: ótimo, bom e regular, com base na participação desses alunos em aula,
trabalhos escolares e avaliações.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a análise dos resultados avaliou-se os fatores 2, 3 e 4 da escala que são os que referem a situações
específicas de ansiedade na escola.
As frases do fator 2 são: Tenho notas boas; Gosto quando acerto as tarefas; Gosto de brincar com meus colegas na
hora do recreio; Gosto de participar das atividades em sala de aula; Procuro acertar os exercícios que faço na classe;
Meus colegas gostam de mim; Gosto de ler para a classe; Gosto quando o professor me chama na lousa.
As frases que formam o fator 3, cujo núcleo é a evitação são: Gosto de ler para a classe; Vou contente para a escola;
Gosto de fazer as atividades difíceis; Quero me livrar logo das tarefas escolares; Quero que a aula termine logo; Eu me
sinto cansado quando estou na escola; Meu professor diz que preciso ficar quieto; Quando tenho que fazer muitos
exercícios, fico cansado.
As frases que formam o fator 4, cujo núcleo é a situação avaliativa associada ao medo, são: Quando estou na
escola, minha barriga dói; Quando o professor fica bravo, sinto-me ameaçado; Fico com medo de errar os exercícios;
Fico assustado quando a professora chama a minha atenção; Quando o professor dá as notas das provas, sinto um
sufoco; Fico preocupado com minhas notas.
Os resultados encontrados quanto ao Fator 2 núcleo de satisfação ou compensação estão no gráfico 1.
Gráfico 1 - Freqüência das pontuações do Fator 2
Considerando que a escala varia de 0 a 16 pontos, tem-se que o ponto médio entre estes valores é de 8, logo a média da
subescala (3,33) está mais baixa. Vinte alunos obtiveram a pontuação mínima (0 pontos) e suas respostas às questões
tenderam a ser nunca; e 1 aluno obteve a pontuação máxima encontrada (14 pontos) e suas respostas tenderam a ser
sempre. O gráfico informa ainda que 127 alunos encontram-se abaixo da média o que corresponde a uma porcentagem
de 60,2. Na média encontram-se 39 alunos número correspondente a 17,6% e acima da média encontram-se 84 alunos
correspondendo a 39,8% dos alunos que apresentam fortes respostas positivas a situações agradáveis na escola.
Gráfico 2 - Freqüência das pontuações do Fator 3
- 39 -
Considerando que a escala varia de 0 a 16 pontos, tem-se que o ponto médio entre estes valores é de 8, logo a média da
subescala (7,02) está bem próxima. Dois alunos obtiveram a pontuação mínima (0 pontos) e suas respostas às questões
tenderam a ser nunca; e 4 alunos obtiveram a pontuação máxima encontrada (15 pontos) e suas respostas tenderam a
ser sempre. O gráfico informa ainda que 63 alunos encontram-se abaixo da média o que corresponde a uma
porcentagem de 29,6. Na média encontram-se 26 alunos número correspondente a 11,8% e acima da média encontramse 134 alunos, correspondendo a 48,2% dos alunos que apresentam fortes respostas positivas a condutas de evitação.
Há o medo de fracassar na escola, mas os alunos fazem o possível para evitarem o fracasso. Nos estudos de ansiedade
e aprendizagem, o traço de personalidade de crianças foi relacionado com nível sua realização escolar (Davidson, 1962).
As crianças com um bom nível de desempenho foram mais controladas, mais cautelosas e confiantes, superando tarefas
que requeriam memória, atenção e habilidades verbais. As crianças com baixo desempenho foram as que apresentaram
um alto nível de ansiedade, falta de confiança em si mesmas e impulsividade. Um estudo com alunos com habilidade
mental alta, média e baixa, relacionando ansiedade e desempenho escolar, foi apresentado por Forrai (1965). Os
resultados demonstraram que as crianças com habilidade mental alta e baixa ansiedade e/ou com habilidade mental na
média e alta ansiedade apresentavam alto desempenho escolar.
Gráfico 3 - Freqüência das pontuações do Fator 4
Considerando que a escala varia de 0 a 16 pontos, tem-se que o ponto médio entre estes valores é de 6, logo a média
da subescala (5,75) está muito próxima. Um aluno obteve a pontuação mínima (0 pontos) e suas respostas às questões
tenderam a ser nunca; e 6 alunos obtiveram a pontuação máxima encontrada (11 pontos) e suas respostas tenderam a
ser sempre. O gráfico informa ainda que 135 alunos encontram-se abaixo da média o que corresponde a uma
porcentagem de 63,7 de pessoas. Na média encontram-se 11 alunos, número correspondente a 5,0% e acima da média
encontram-se 12 alunos correspondendo a 31,3% dos alunos que apresentam fortes respostas positivas a condutas de
situações avaliativas associadas ao medo. Esses dados corroboram com os estudos de Sarason (1972) e Heettner e
Wallace (1967) que mostram existir ansiedade em situações de testes.
Ficou claro a presença de ansiedade na escola e pôde-se verificar que a ansiedade aumenta conforme o grau de
dificuldade escolar (F = 4,691 e p = 0,12). Além disso observou-se efeito de interação entre idade e nível de
desempenho (F = 3,28 e p = , 043). A tendência encontrada indicou que nos alunos mais novos a ansiedade aumenta
conforme piora o desempenho; e nos mais velhos, os melhores e piores alunos apresentaram maior grau de ansiedade.
- 40 -
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este estudo pôde-se perceber que muitas escolas não têm se preocupado em desempenhar suas funções. Não há
transmissão de valores comuns, do sentido de liberdade, de justiça, de cooperação, de fraternidade, entre outros, que
são idéias ou processos, que mais do que conquistas definitivas e permanentes, são aspirações que regulam a conduta
positiva dos indivíduos. Também não há preocupação com a parte afetiva dos alunos, como estão se sentindo não
importa: o necessário é o quanto estão produzindo. A escola passa a ser vista como um lugar desagradável onde os
alunos realizam um trabalho pesado, laborioso e distante da sua realidade. A escola está separada da vida e a criança
estabelece dois mundos: o seu próprio e aquele que é ensinado na escola, sem vincular uma coisa à outra e sentindo-se
ansiosa por ter que se comportar diferentemente nas duas situações.
Parece inegável, para todas aquelas pessoas que acreditam no progresso, que a escola não pode permanecer igual, que
deve se modificar e esclarecer os seus objetivos. A escola tem uma indiscutível tarefa a ser cumprida e que pode
contribuir para tornar os homens mais livres, mais felizes e mais autônomos. Mas, para cumpri-la, precisa modificar-se
substancialmente. Tampouco se acredita que, na situação atual, a escola possa desaparecer.
Para isto, a escola precisa adaptar-se às necessidades do indivíduo enquanto este a freqüenta e prepará-lo para
o futuro e não fazer com que o indivíduo se adapte a ela. Não deve ser uma escola baseada primordialmente na
imposição, e sim na compreensão e na aceitação. Deve ensinar principalmente um comportamento racional e autônomo,
a discutir e avaliar as diferentes soluções, contribuindo dessa forma para uma melhor socialização. Os professores não
têm a responsabilidade de enfrentar todos os conflitos da vida de uma criança, mas, por meio da compreensão, podem
diminuir seu sofrimento. A criança deseja e necessita ser amada, aceita, acolhida e ouvida para que possa despertar
para a vida da curiosidade e do aprendizado, ela deve ter oportunidade de colocar seus sentimentos na escola do
mesmo modo em que coloca sua capacidade de aprender
A escala de ansiedade escolar permitiu a estimação da ansiedade presente no aluno, e permitiu ainda apresentar uma
série de sugestões de pesquisas que poderão enriquecer o construto ansiedade e aumentar os conhecimentos
existentes a respeito das relações entre essa variável e outras como aprendizagem, percepção, realização, enfermidades
de natureza psicossomática e outras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BELTEMPO, J. ; ACHILE, P. A. The efect of special class placement on the selfconcept of children with learning
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CHAPMAN, J. W.; TUNNER, W. E. A Longitudinal study of beginning reading achievement and reading self-concept.
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DAVIDSON, H. H. Characteristics of successful school achievers from a severely deprived environment. City Univ. of
New York, 1962.
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LEONDARI, A. Comparability of self-concept among normal achievers, low achieversand children with learning
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AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ATLETAS DE VOLEIBOL PARTICIPANTES DO JIMI 2007
- 41 -
Katia de Paula Freire*, Douglas Felipe Gomes dos Santos*, Carolina Gabriela Reis Barbosa*, Ana Carolina do Prado
Ferreira*, Larissa Pereira de Sousa*, Glauber Caetano Ferreira Lopes*, Dennis William Abdala*, Thiago Lobo Dias**,
Arthur Paiva Neto*, Alessandro de Oliveira***.
* UNIFEG; ** De Peito Aberto; *** UFSJ
RESUMO
O voleibol é um esporte muito praticado no Brasil e no mundo por isso é de grande importância a mensuração regular
dos paramentos físicos de seus praticantes. Tendo em vista essa importância o presente trabalho teve por objetivo
avaliar e comparar a composição corporal de atletas de voleibol do sexo feminino entre as categorias sub 18 e maior de
18 anos de 24 cidades que participaram da primeira fase do JIMI 2007. Para tal foram coletados dados referentes a
composição corporal de 57 atletas. Foram coletados dados como peso, estatura e dobras cutâneas. Durante a analise
dos resultados, pode-se observar que houve diferenças estatisticamente significativas entre as variáveis de Peso, Peso
Gordo, Peso Magro e Estatura no grupo analisado. Quanto às outras variáveis analisadas, IMC, Percentual de gordura,
Dobras Cutâneas individuais e Dobras Cutâneas agrupadas, não foram encontradas diferenças significativas, entres os
grupos analisados. Pode-se concluir que no grupo de atletas participantes do estudo, as diferenças apresentadas nas
variáveis de Peso, Peso Gordo, Peso Magro e Estatura pode vir a ser devido ao estágio de maturação em que as atletas
se encontram, tendo em vista que a categoria acima de 18 anos se encontra mais avançada que a sub 18 anos, quanto
às dobras cutâneas que não apresentaram diferenças pede-se ocasionalmente se cogitar uma hipótese de que a pratica
esportiva tenha influenciado nas características corporais dos atletas.
PALAVRAS CHAVE
Antropometria; Composição Corporal; Voleibol
ABSTRACT
This aim of this study was compare the body composition of intermediate level volleyball players in first phase of 2007
Interior Games of Minas Gerais (JIMI 2007). For this propose 57 women with 15,4 to 39,6 years old participated of this
study. It had used Jackson & Pollock‟s Protocol and Siri‟s Equation to obtain the body density and fat percentage,
respectively. The equipment used were: Sanny”s compass of skin folds with scientific scale of 88mm and Filizola”s
anthropometric balance with embedded stadiometer. The data had been collected from Southern of Minas Gerais in
Caxambu and Campestre. It had been used the Kolmogorov-Smirnov Test to verify the data normality and Test t Student
to compare aging. It had been found differences in the sum of the nine folds, sum of the trunk, percentage of fat, fat and
fat free mass. The results showed that the age was a factor in body composition changes. However, the influence of this
result in performance was unknown. This study can be proposed that the maturation was an important factor to explain
the difference in weight data. The deepening of this study will allow more conclusive results.
INTRODUÇÃO
A incessante busca de novos instrumentos para a aquisição de resultados positivos, professores, treinadores, atletas,
enfim profissionais da área de Educação Física, vêem dando atenção em especial aos assuntos que englobam a
composição corporal de um indivíduo. Esses assuntos nos mostram ser um importante referencial, para a formulação de
novos instrumentos de avaliação do desempenho, ou seja, assuntos que envolvem desempenho esportivo e alterações
fisiológicas podem ser comparados entre si, em estudos científicos, e apresentarem evidencias de que a prática da
aquele determinado esporte, neste caso a natação, pode ou não causar determinadas alterações fisiológicas em seus
praticantes. Esses estudos podem também comparar e traçar um perfil da composição corporal dos praticantes de
determinada modalidade esportiva, visando a criação de novos instrumentos de trabalho para a busca de desempenho
esportivo. (HEYWARD, 2001 ; DIBBOL & MOFFIT, 2003; MIKAT, 2002).
O percentual de gordura corporal, de acordo com Foss & Keteyan (1998), é a proporção do peso corporal total, que
corresponde ao tecido gorduroso, enunciada como percentual. Trata-se de uma expressão de gordura corporal relativa.
- 42 -
Nas ultimas décadas o numero de adolescentes em diversas competições esportivas dentre elas o voleibol vem
aumentado, com esse interesse crescente em competições e desempenho esportivo é de grande importância que se
levantem discussões sobre as qualidades físicas desses jovens atletas. (WILMORE & COSTILL, 2001).
Devido a grande influencia deste esporte em nosso país, torna-se de grande importância estudos sobre variáveis
fisiológicas, biomecânicas e cineantropométricas, em especial o estudo da composição corporal, para que sirvam de
suporte aos projetos de treinamento do desporto tanto no âmbito da preparação física como técnica, para que estes
tendo um embasamento cientifico possam ter resultados positivos.
Quando um individuo pratica uma atividade física com o objetivo de competição, é de grande importância a utilização dos
princípios do treinamento esportivo.
Dentro do processo de treinamento esportivo é necessária a mensuração regular dos parâmetros físicos para
dimensionamento adequado das fases de treinamento, bem como, para obtenção de dados comparativos relacionados à
evolução física do atleta (HERNANDES JUNIOR, 2002).
Autores do treinamento desportivo se dedicam a tentar identificar as principais valências físicas e morfológicas
especificas dos esportes. Ao longo do tempo diversos autores levantaram questões do tipo “Qual é a composição
corporal desejável”, “Qual é o peso corporal desejável”.
Composição corporal refere-se às quantidades relativas de diferentes compostos corporais como água, proteínas,
minerais e gorduras (ROBERT& SCOTT, 2002). A quantificação desses elementos (massa óssea, massa muscular,
gordura corporal...) tem a ver tanto com a saúde do individuo quanto com seu desempenho. (FOSS & KETEYIAN, 1998).
De acordo com Costa (2001), pesquisas mostram que crianças mais gordas têm uma maior tendência à obesidade
quando adultas e ainda possuem um maior risco de desenvolverem doenças cardiovasculares, por diversos fatores
fisiológicos que ocorrem em seu organismo. Por esse motivo, estudos da composição corporal entre jovens, crianças e
adolescentes, podem diagnosticar possíveis problemas precocemente, e por sua vez, sugerir ações que possam
provocar modificações quanto ao comportamento dos hábitos de vida dos mesmos (GUEDES, 2000).
Os métodos para avaliar a composição corporal visam quantificar as características físicas de cada individuo quanto a
seu peso, altura, percentual de gordura corporal e perímetros musculares (HERNANDES JUNIOR, 2002).
Alguns procedimentos devem ser seguidos quando da realização da coleta de dados: deve-se realizar as medidas
sempre no hemicorpo direito do avaliado; deve-se identificar e marcar cuidadosamente o ponto anatômico
correspondente à dobra; o pinçamento da dobra deve ser feito com os dedos indicadores e polegar; elevar o tecido
subcutâneo pelo menos um centímetro acima do plano do tecido; manter a dobra elevada enquanto estiver sendo feita a
medida; a coleta dos dados deve ser feita com o compasso colocado perpendicularmente à dobra; e aguardar dois
segundos para se fazer a leitura das dobras (GUEDES & GUEDES, 1998).
Apesar de dezenas de pontos anatômicos terem sido relatados na literatura (COSTA, 2001), usualmente são descritos
nove dobras como as mais utilizadas: subescapular, região posterior do corpo, abaixo da escápula; triciptal, bordo
posterior do braço; biciptal, bordo anterior do braço; peitoral, região anterior do tronco entre os mamilos e linha axilar;
médio axilar, região antero-lateral do tronco; supra ilíaca, acima da crista ilíaca; abdominal, região abdominal; coxa bordo
anterior da coxa; e panturrilha medial, bordo medial da perna. Devendo-se levar em consideração que existem diferentes
padronizações sobre o posicionamento de cada dobra, portanto ao se utilizar a estratégia de avaliação da composição
corporal por dobras cutâneas é preciso verificar os procedimentos proposto pelo autor para cada equação (HEYWARD,
2001).
Um importante método de composição corporal é o Índice de Massa Corporal (IMC), que é uma relação entre a massa
corporal (em quilogramas) e a altura (em metros) ao quadrado (POWERS & HOWLEY, 2000).
A facilidade de administração da coleta de dados, treinamento dos procedimentos e também de se aplicar em campo
este tipo de estudo, aumentam as vantagens do método. Também vale ressaltar as facilidades de obtenção dos dados
no que se refere ao tempo despendido pelas equipes e a facilidade de arranjo do ambiente de coleta de dados.
O estudo avaliação da composição corporal, utilizando-se da estratégia de mensuração da espessura de dobras
cutâneas, visa predizer a porcentagem de gordura corporal, utilizando-se de equações validadas para estimativa da
gordura corporal, essa técnica é a mais comum e disponível atualmente (ROBERT& SCOTT, 2002). É um método de
fácil comparação e com custos baixos de aplicação. De acordo com Costa (2001), o método de dobras cutâneas, requer
contato físico com o avaliado, por isso os avaliadores devem considerar a sensibilidade e questões éticas a respeito do
toque em crianças por adultos, por isso é de grande importância, que durante a coleta os pais ou responsáveis pêlos
atletas estejam juntos.
Alguns trabalhos realizados no âmbito da composição corporal mostraram que, a aferição de dobras cutâneas é um
excelente método a ser utilizado, de fácil acesso e com resultados satisfatórios. Slaughterem, Lohman, Boileau, Horswill,
Stillman, Van Loan (1988 citado por HEYWARD, 2001), em um estudo sobre RECOMENDAÇÕES DE MÉTODOS PARA
AVALIAÇÃO CORPORAL, conclui que, “o método de dobras cutâneas, pode ser usado para calcular a composição
corporal de crianças e adultos, de grupos étnicos diversos, como também atletas femininos e masculinos”. Observou-se
também que “A precisão de medidas de dobras cutâneas, são altamente dependentes da habilidade do avaliador e do
tipo de compasso”.
Dibbol & Moffit (2003), em um estudo comparando vários métodos de avaliação corporal, observou que existe uma
grande correlação entre o método BIA e o método de dobras cutâneas, sendo que BIA, obteve resultados muito
satisfatórios entre um grupo de lutadores.
- 43 -
A facilidade de administração da coleta de dados, treinamento dos procedimentos e também de se aplicar em campo,
este tipo de estudo, aumenta as vantagens do método. Também vale ressaltar, as facilidades de obtenção dos dados, no
que se refere ao tempo despendido pelas equipes e a facilidade de arranjo do ambiente de coleta de dados (KISS, 2003).
De acordo com Maglischo (1984), durante o período de treinamento diversas alterações podem ocorrer nos indivíduos
que praticam, principalmente nas crianças e adolescentes, essas alterações implicam também a composição corporal
dos atletas, causando modificações osteomusculares e também nos níveis de gordura corporal, nesse caso as
alterações podem influenciar a composição corporal desses pequenos atletas em sua vida adulta. Ele também nos
mostra a todo tempo, que a partir dos 12 aos 14 anos de idade, existe diversas diferenças consideráveis entre meninos e
meninas pôr ocasião da puberdade, nessa fase, nas mulheres os ovários se desenvolvem e tem inicio a secreção do
hormônio estrogênio, esse hormônio aumenta o crescimento ósseo durante mais ou menos dois anos e após esse
período as mulheres terão atingido sua altura máxima. Esse hormônio também aumenta os níveis de gordura corporal e
age em algumas medidas antropométricas das mulheres, como a largura do quadril pôr exemplo.
As características da composição corporal das atletas, no nosso caso atletas das categorias sub 18 e acima de 18 anos
do sexo feminino, buscando rendimento, são dados que podem municiar os treinadores, preparadores físicos e
fisiologistas do exercício com informações relevantes quanto às qualidades físicas destes, variações dos mesmos
quando comparados com as qualidades físicas de atletas de alto nível e as variações dessas qualidades no decorrer de
um processo de treinamento seja num determinado momento, seja durante toda uma temporada ou mesmo em toda sua
vida atlética (BOUCHARD, 2003).
Este estudo teve, portanto o objetivo de comparar a composição corporal de atletas de voleibol do sexo feminino,
categorias sub 18 e acima de 18 anos participantes do JIMI 2007, sul de Minas Gerais.
- 44 -
METODOLOGIA
Participaram da pesquisa 57 atletas de 7 cidades do sul de Minas Gerais que disputaram a primeira fase do JIMI 2007,
Jogos do Interior de Minas, com idades de 15,4 à 39,6 anos, sendo 35 atletas sub 18 anos e 22 atletas acima de 18
anos.
As cidades participantes do estudo foram de Campo Belo, Caxambu, Itanhandú, Itamonte, Passa Quatro, São Lourenço
e Varginha.
Para a coleta de dados foram utilizados os seguintes equipamentos: Balança antropométrica Filizola com precisão de 50
gramas e escala de 150 quilogramas para medida de massa corporal total (peso); Estadiômetro embutido na balança
com precisão de um centímetro e escala de 113 centímetros para medir a altura do vértex (estatura); Adipômetro Sanny
com precisão de 0,1 centímetro e escala de 88 milímetros para coleta das dobras cutâneas; Lápis demográfico Sanny
para marcação dos pontos medidos; e Ficha de coleta de dados desenvolvida pelo autor da pesquisa.
A coleta foi feita durante a competição ou no alojamento dos atletas, e estes trajavam apenas roupa de competição.
Foram feitas três coletas para cada variável, sendo considerado resultado final a média das medidas. Foi observada a
técnica descrita por Petroski (1999) para a padronização das medidas. As medidas de dobras cutâneas foram realizadas
sempre no hemicorpo direito. Um grupo de seis avaliadores realizou todas as medidas. Anteriormente foi realizada uma
validação interavaliadores.
Foi coletado o peso corporal, a estatura e as seguintes dobras: subescapular; triciptal; peitoral; biciptal; médio axilar;
supra ilíaca; abdominal; coxa medial; e panturrilha medial.
Em todas as coletas de dobras cutâneas, os pontos de referência anatômica foram marcados com um lápis demográfico.
Foram realizados os seguintes procedimentos na realização deste estudo: Para a densidade corporal foi utilizada a
estratégia de (JACKSON & POLLOCK 1980, citado por POLLOCK & WILMORE, 1993) (equação generalizada para sexo
feminino), descrito pelo seguinte modelo matemático: Dc = 1,0994921 - 0,0009929 * (Somatório de 3) + 0,0000023 *
(Somatório de 3)² - 0,0001392 * (idade). Onde Dc é a densidade corporal, somatório de 3 representa as dobras cutâneas
triciptal, suprailíaca e coxa medial, alem de idade em anos; O percentual de gordura foi calculado utilizando-se da
equação de (SIRI 1961), representada pela seguinte fórmula: %G = ((4,95 / Dc) - 4,5) * 100. Onde %G representa o
percentual de gordura e Dc a densidade corporal; O índice de massa corporal (IMC): foi obtido pela divisão do peso pelo
quadrado da altura do vértex (estatura). Somatório de nove dobras (9): obtido pela soma das dobras subescapular,
triciptal, peitoral, médio axilar, biciptal, supra ilíaca, abdominal, coxa medial e panturrilha medial; Soma das dobras do
tronco (SDT): Somatório das dobras subescapular, peitoral, abdominal e supra ilíaca; Soma das dobras dos membros;
Soma das dobras do tronco superior (SDTS): Somatório das dobras subescapular e peitoral; Soma das dobras dos
membros; Soma das dobras do tronco inferior (SDTI): Somatório das dobras médio axilar, abdominal e supra ilíaca;
Soma das dobras dos membros (SDM): Somatório das dobras cutâneas triciptal, biciptal, coxa medial e panturrilha
medial; Soma das dobras dos membros superiores (SDMS): Somatório das dobras cutâneas triciptal e biciptal; Soma das
dobras dos membros inferiores (SDMI): Somatório das dobras cutâneas: coxa medial e panturrilha medial.
Os resultados obtidos para este estudo foram submetidos inicialmente ao teste de normalidade (Kolmogorov-Smirnov).
Após este teste as variáveis consideradas normais foram comparadas utilizando-se o teste t de student. As variáveis não
paramétricas foram comparadas pelo teste de (Mann-Witney).Também foi calculado a média e o desvio padrão de cada
variável para os dois grupos. Foi utilizado para realização das análises o pacote computacional SPSS versão 13.0.
ANALISE DOS RESULTADOS
Foram medidas 57 atletas de voleibol, do sexo feminino com idades entre 15 e 39 anos, que foram divididos e dois
grupos e comparados entre si, em analises estatísticas, como podemos observar nos gráficos a seguir.
Os dados coletados foram separados da seguinte forma: Peso, peso gordo, peso magro, estatura, IMC, percentual de
gordura, dobras cutâneas individuais e dobras cutâneas agrupadas por região.
Em todas essas variáveis analisadas foram calculadas às médias de cada uma apresentadas em gráficos, separadas por
categorias. Assim foi possível compará-las uma a uma sendo apresentada uma discussão de cada analise realizada.
- 45 -
Peso
90,0
Estatura
180,0
*
80,0
175,0
70,0
*
60,0
170,0
50,0
< 18
>18
< 18
> 18
165,0
40,0
*
30,0
160,0
20,0
155,0
10,0
0,0
150,0
Peso
P Gordo
P Magro
Estatura
GRÁFICO 1 – Média e desvio padrão das medidas de peso corporal, peso de gordura e peso da massa magra (Kg); e
da estatura (cm) das atletas dos grupos sub 18 anos (preto) e grupo maior de 18 anos (branco). p≤0,05.
Pode-se observar que as variáveis de peso, peso da massa magra e peso de gordura obtiveram diferenças
estatisticamente significativas, ou seja, (p ≤ 0,05), onde o peso médio da categoria sub 18 foi de 57,0 Kg enquanto o
peso médio da categoria maior de 18 esteve em 67,6 Kg. O peso da massa magra da categoria sub 18 foi de 43,8 Kg e o
da categoria acima de 18 foi de 50,8 Kg. Os valores de peso gordura obtiveram o valor médio na categoria sub 18 de
11,7 Kg e o valor da categoria acima de 18 foi de 16,8 Kg.
Devemos ter cautela ao analisarmos estas diferenças apresentadas, de acordo com Guedes (2000), é quase que
impossível dizer quer que uma determinada característica física, de um adolescente é decorrente de seções de
treinamento de um determinado esporte, devendo-se levar em conta que estas atletas não se submetem a treinamento
de alto rendimento, pois em se tratando de adolescentes deve-se sempre considerar o próprio processo de maturação
biológica que eles são submetidos. De acordo com Malina & Bouchard (2002), a estatura e o peso corporal desde de o
nascimento até a infância acompanha um padrão de crescimento, sendo que o peso demonstra um ganho rápido na
primeira infância e no inicio da infância, um ganho estável durante o final da infância, um ganho acentuado durante o
estirão do crescimento na adolescência e depois um ganho lento até o término do crescimento, geralmente continuando
na vida adulta. Neste caso os dados encontrados neste estudo corroboram com estas afirmações.
Em outro estudo realizado por Parizkova (1982, citado por GUEDES, 2000), realizados com nadadores de ambos os
sexos, na tentativa de analisar possíveis alterações na proporção de gordura e de massa magra em relação ao peso
corporal, concluiu-se que durante o período pré-púbere e púbere as condições de treinamento e a adaptação a um
programa de exercícios físicos mais intensos, não cessaram o aumento de gordura corporal mais o limitou causando
também um aumento da massa magra em ambos os sexos.
Na variável estatura pode-se observar que não houve diferença significativa entre os dois grupos (p≤0,05), a média dos
valores da categoria sub 18 foi de 166,8 cm e a média dos valores da categoria acima de 18 foi de 168,6 cm. Esses
dados também devem ser cuidadosamente analisados, pois o estagio de maturação do grupo sub 18 já foi concluído na
maioria das jogadoras analisadas, fato este que deve ser levado em consideração. De acordo com Malina e Bouchard
(2004), a partir dos 14 e até os 18 anos de idade ocorre o final da maturação do crescimento no sexo feminino. A partir
desta afirmação pode-se inferir que o grupo analisado, provavelmente já atingiu este estágio, ou seja, a maioria das
mulheres participantes deste estudo já atingiu sua etatura máxima. A maturação esquelética é estreitamente relacionada
com a porcentagem da estatura (TANER, 1975 citado por GUEDES, 2000). A idade, estatura e a maturação esquelética
são fortemente interligadas (MARSHALL, 1974 & BIELICK, 1984 citado por GUEDES, 2000), essa relação é tão forte que
a própria idade óssea é um dos preditores da estatura adulta. Guedes (2000) e Malina & Bouchard (2002), nos mostram
através de gráficos que a estatura nas mulheres tem um aumento acentuado até por volta dos 12 – 13 anos de idade
onde apresenta um declínio e cessa entre os 17 – 18 anos de idade.
35,0
40,0
*
*
30,0
35,0
*
*
30,0
25,0
*
25,0
20,0
< 18
> 18
< 18
> 18
20,0
*
15,0
15,0
10,0
10,0
5,0
5,0
0,0
0,0
IMC
Pollock
SB
TR
PT
BC
MA
SI
AB
CM
PM
GRÁFICO 3 –Média e desvio padrão das medidas do IMC e % de gordura; e das medidas das dobras individuais (mm)
das atletas dos grupos sub 18 anos (preto) e grupo maior de 18 anos (branco). p≤0,05.
- 46 -
Quanto as variáveis de Índice de Massa Corporal e Percentual de Gordura, foi encontrada diferença estatisticamente
significativa no primeiro indicativo das duas variáveis na amostra analisada. O percentual de gordura da categoria sub 18
se configurou em 20,5% e os valores da categoria acima de 18 tiveram uma média de 24,0%. De acordo com McArdle
(2005) um percentual de gordura em torno dos 25% seria o ideal para uma pessoal normal, apontando, neste caso para
um percentual de gordura aceitável para as esportistas dos dois grupos.
Para a categoria sub 18 a média dos valores de IMC foi de 20,4 e os valores para a categoria acima de 18 obtiveram
uma média de 23,7. Como o IMC é a relação entre o peso do indivíduo e sua altura ao quadrado (POWERS & HOWLEY,
2000), configura-se normal este resultado, já que não houve diferença na estatua e houve no peso, tornando o resultado
proporcional para o IMC das duas categorias. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um individuo que se
encontra com um IMC entre 18,5 e 24,9 constitui um nível normal, que foi o caso das atletas dos dois grupos
participantes do projeto.
Analisando os valores de cada dobra cutânea individualmente pode-se observar que não houve diferenças
estatisticamente significativas para os valores analisados, exceto para as dobras subescapular, médio axilar, supra ilíaca
e abdominal. A média das dobras subescapular coletadas da categoria sub 18 foi de 13,2 mm e da categoria acima de 18
foi de 18,1 mm. Da dobra triciptal na categoria sub 18 foi de 14,0 mm e da categoria acima de 18 foi de 15,8 mm. Na
dobra peitoral para categoria sub 18 foi de 9,3 mm e para categoria acima de 18 foi de 10,5 mm. Para a dobra biciptal na
categoria sub 18 foi de 8,3 mm e na categoria acima de 18 foi de 9,7 mm. Para a dobra médio-axilar na categoria sub 18
os valores se configuraram entre 9,0 mm e para categoria acima de 18 os valores deram uma média de 11,4 mm. As
dobras supra ilíacas apresentaram um valor médio de 18,0 mm para categoria sub 18 e de 22,7 mm para categoria
acima de 18. A dobra abdominal apresentou um valor médio de 18,6 mm para a categoria sub 18 e 20,0 mm para a
categoria acima de 18. Coxa medial para categoria sub 18 foi de 19,9 mm e categoria acima de 18 foi de 22,2 mm. E
finalmente panturrilha medial para categoria sub 18 apresentou um valor médio de 14,4 mm e na categoria acima de 18
apresentou um valor médio de 14,7 mm.
250,0
200,0
*
*
150,0
*
100,0
< 18
> 18
*
*
50,0
0,0
Soma 9
D
SDT
SDTI
SDTS
SDM
SDMS
SDMI
GRÁFICO 5 – Média e desvio padrão das medidas das dobras agrupadas das atletas dos grupos sub 18 anos (preto) e
grupo maior de 18 anos (branco). p≤0,05. Valores expressos em milímetros.
Analisando os valores das dobras agrupadas por região corporal e a soma das nove dobras, observou-se que foram
encontradas diferenças estatisticamente significativas para o grupo de atletas analisado, exceto para a soma das dobras
dos membros, soma das dobras dos membros superiores e soma das dobras dos membros inferiores, sendo que os
valores foram de: Soma das 9 dobras: sub 18 124,6 mm, acima de 18 150,2 mm; soma das dobras do tronco: sub 18
68,1 mm, acima de 18 87,8 mm; soma das dobras do tronco inferior: sub 18 45,6 mm, acima de 18 59,1 mm; soma das
dobras do tronco superior: sub 18 22,5 mm, acima de 18 28,7 mm; soma das dobras dos membros: sub 18 56,6 mm e
acima de 18 62,5 mm; soma das dobras dos membros superiores: sub 18 22,3 mm e acima de 18 25,5 mm; e soma das
dobras dos membros inferiores: sub 18 34,2 mm e acima de 18 36,9 mm.
Tendo em vista a o processo de maturação das atletas e que segundo Guedes (2000), em um estudo de avaliação
corporal em crianças e adolescentes do município de Londrina, Paraná, pode concluir que o percentual de gordura nas
meninas analisadas dos 07 aos 17-18 anos foi crescente. As atletas participantes do presente projeto não apresentaram
diferenças estatisticamente significativas, cogitando-se talvez uma hipótese de que, a participação a um plano d
- 47 -
treinamento de natação possa ter influenciado em uma baixa concentração de gordura subcutânea das atletas da
categoria juvenil.
Vale a pena lembrar o trabalho de Parizkova (1982), que foi realizado com nadadores, o qual concluiu que durante o
período pré-púbere e púbere a adaptação a um programa de exercícios físicos mais intensos, não cessou o aumento de
gordura corporal nas meninas mais o limitou. E ainda Parizkova (1973, citada por PARIZKOVA, 1982) estudou um grupo
de moças que realizavam atividades físicas voltadas para a ginástica, comparando-as com outro grupo de moças
sedentárias. Ao analisar os resultados pode-se observar que durante um período de cinco anos as ginastas continuaram
com o mesmo nível de gordura subcutâneo sendo que o mesmo não aconteceu com o outro grupo de moças tendo
aumentado as quantidades apresentadas anteriormente.
Como o presente trabalho não observou e nem padronizou o tempo em que cada uma das atletas participantes do
trabalho, se encontravam participando dos planos de treinamento, para o voleibol, não é possível dizer com segurança
se a voleibol é ou não uma influencia direta nos dados obtidos.
Através da análise dos resultados pode-se concluir que com exceção das variáveis de peso, peso de gordura, peso da
massa magra, IMC, dobras subescapular e médio axilar, soma das dobras do tronco e soma das dobras do tronco
superior, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas para o grupo de atletas analisadas.
As diferenças encontradas se referiram ao peso e seu fracionamento, o que pode indicar que o aumento deste
indicativos pode estar associado à idade, conceito este amplamente corroborado na literatura. É interessante ressaltar
que os indicativos de gordura corporal não se distanciaram nos dos grupos, podendo este fato estar associado a
programas de atividade física e treinamento desportivo que estas atletas se submetem, mesmo este grupo não sendo
chamado de alto rendimento. Vale lembrar, no entanto, que duas dobras da região do tronco, alem da soma das dobras
do tronco superior se mostraram diferentes nos dois grupos. Não foi encontrada explicação para tal fato na literatura,
podendo este fato ser casual e de característica específica do grupo analisado.
Para melhores resultados, seria de grande importância que trabalhos científicos no âmbito da composição corporal fosse
realizados com atletas de alto nível, ou até mesmo com atletas das categorias de base, mas que se fossem observados
e padronizados nos estudos o período de treinamento de cada atleta.
REFERÊNCIAS
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- 48 -
COMPARAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ATLETAS DE VOLEIBOL DO SEXO MASCULINO DO SUL DE
MINAS PARTICIPANTES DO JIMI 2007
Ana Carolina do Prado Ferreira*, Katia de Paula Freire*, Douglas Felipe Gomes dos Santos*, Carolina Gabriela
Reis Barbosa*, Ana Carolina do Prado Ferreira*, Larissa Pereira de Sousa*, Glauber Caetano Ferreira Lopes*,
Dennis William Abdala*, Thiago Lobo Dias**, Arthur Paiva Neto*, Alessandro de Oliveira***.
* UNIFEG; ** De Peito Aberto; *** UFSJ
RESUMO
Este trabalho se propôs a estabelecer o perfil da composição corporal dos atletas de voleibol do sexo masculino na faixa
etária de 15,7 a 40,0 anos de idade de cidades da região do sul de Minas Gerais que participaram da primeira fase do
JIMI 2007. Foram avaliados 107 atletas, divididos em dois grupos: juvenil (menos de 20 anos) com média de idade de
17,8, e adulto (mais de 20 anos) com média de idade de 24,8 anos. Os dados foram coletados em abril de 2007 nas
cidades de Caxambu e Campestre, sendo avaliados os seguintes itens: peso, altura, índice de massa corporal, peso da
massa magra, peso de gordura, dobras cutâneas subescapular, triciptal, biciptal, peitoral, médio axilar, supra ilíaca,
abdominal, coxa medial e panturrilha medial. Os seguintes parâmetros foram utilizados na determinação do perfil dos
atletas: somatório de nove dobras, somatório das dobras de tronco, somatório das dobras de membros, percentual de
gordura e índice de massa corporal. A partir destes dados foi verificado, que entre os grupos não houve diferença
significativa na estatura, nas dobras cutâneas coxa medial e panturrilha medial e na soma das dobras dos membros
inferiores. No percentual de gordura, no peso, no peso da gordura, peso da massa magra, no IMC, na soma das nove
dobras, na soma das dobras do tronco, na soma das dobras do tronco superior e inferior, na soma das dobras dos
membros, na soma das dobras dos membros superiores e na comparação entre as nove dobras individualmente, neste
último, excetuando apenas as dobras já citadas, os resultados apresentaram um índice maior no grupo adulto.
PALAVRAS CHAVE
Antropometria; Composição Corporal; Basquetebol
INTRODUÇÃO
O voleibol é um dos esportes mais praticados no mundo e em nosso país. No Brasil podemos relatar a conquista de
campeonatos mundiais no masculino e feminino, alem de diversas conquistas Pan-americanas e Sul-americanas na categoria
adulto e diversas conquistas nas categorias formativas.
Neste sentido o estudo das variáveis fisiológicas, biomecânicas e cineantropométricas são essenciais para o subsidio aos
projetos de treinamento do desporto tanto no âmbito da preparação física como técnica ou tática.
Observando este aspecto, é possível relacionar o desempenho físico dos atletas praticantes do voleibol com as
características do peso, já que o seu excesso pode causar prejuízos na aquisição das características acima descrita.
Mais especificamente o excesso de gordura corporal pode ser visto como um fator de limitação da performance dos
atletas.
- 49 -
A avaliação da composição corporal, que é a ciência que estuda as quantidades relativas dos compostos corporais,
proporciona um referencial das alterações do peso corporal, sendo assim, a forma ideal de monitorar a saúde, o
condicionamento físico e os ganhos ou perdas da gordura corporal (ROBERTS E ROBERGS, 2002).
Para Malina e Bouchard (2002), o estudo da composição corporal busca dividir e quantificar os principais componentes
dos tecidos da massa corporal. Os métodos mais comuns para estimar a composição corporal in vivo (no indivíduo vivo)
são indiretos. Vários grupos de pesquisadores têm utilizado dados indiretos para se estimar o cálculo para as referências
de composição corporal de crianças e adolescente.
A quantidade de gordura corporal é determinada avaliando-se a massa gorda (MG), ou seja, tecido adiposo; e a massa livre de
gordura (MLG), que consiste em todos os tecidos e substâncias residuais, incluindo água, músculos, ossos, tecidos conjuntivos
e órgãos internos. Para classificar os níveis de gordura corporal, a gordura relativa (%GC) pode ser obtida dividindo-se a
massa magra pelo peso total do peso corporal (PC): %GC = (MG/C) x 100 (HEYWARD E STOLARCZYK, 2000).
Uma medida de composição corporal adotada universalmente é o Índice de Massa Corporal (IMC), que é a relação entre o
peso corporal (em quilogramas) e a altura (em metros) ao quadrado: IMC = peso (kg) + altura (m 2). Um dos principais
problemas associados ao IMC é que não existe uma forma de saber se a pessoa possui uma grande massa muscular ou se ela é
simplesmente obesa (POWERS E HOWLEY, 2006).
Tanto o excesso como a falta de gordura corporal pode causar riscos à saúde. Quando a gordura corporal de um indivíduo
está muito baixa, as funções fisiológicas podem ser afetadas. Por outro lado, o excesso de gordura acumulada no corpo pode
levar o indivíduo a desenvolver doenças do coração, hipertensão, diabetes do tipo II e certos tipos de câncer. Para o esporte,
altos níveis de gordura corporal significam um desempenho ruim. Os atletas magros geralmente apresentam uma melhor
performance (HEYWARD E STOLARCZYK, 2000).
O estudo da composição corporal constitui-se em um valioso instrumento para avaliação e prescrição criteriosa de atividade
física visando à melhoria do desempenho físico, da estética corporal e da saúde. É útil também para monitorar crescimento e o
envelhecimento, e, na formulação de recomendações nutricionais (MONTEIRO E FARINATTI, 2000).
A participação em competições atléticas organizadas é um fato comum na infância e na adolescência em todo o mundo. As
competições entre escolas para meninas e meninos começam no nível do ensino fundamental, em comunidades e estão bem
estabelecidas no ensino médio. Além disso, a freqüência com que os jovens participantes competem em eventos esportivos,
nacionais e internacionais, está aumentando. O treinamento é um fator importante no peso, na composição corporal, na força
e na eficiência funcional dos músculos esqueléticos. O jovem que participa regularmente de programas de atividade física
geralmente tem mais massa magra e menos gordura que aqueles que não são regularmente ativos (MALINA E BOUCHARD,
2002).
A porcentagem de gordura corporal para os meninos permanece bastante estável ao longo de toda a infância e até a fase
adulta. A taxa aumenta em 3 ou 4% durante a infância, de 10% para aproximadamente 15%, cai em torno de 2% durante a
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puberdade e, em seguida, cresce em média 2 a 3% no início da fase adulta. O exercício afeta enormemente a quantidade
gordura que uma pessoa carrega (MAGLISCHO, 1999).
Por sua vez, Escoda e Pinheiro (1995) dizem que para compreender as mudanças na composição corporal dos adolescentes na
puberdade, dividimos o corpo em massa magra e gordura corporal. Ambos os sexos experimentam um rápido aumento da
massa corporal magra durante a adolescência. Sendo a massa corporal magra chega a seu nível adulto aos 17 ou 18 anos nos
rapazes. Os adolescentes masculinos experimentam seu maior aumento de massa muscular no mesmo ano da velocidade
máxima de crescimento em altura. A gordura corporal se mobiliza com velocidade inversamente proporcional com os ganhos
em altura durante os anos de maior velocidade de crescimento.
O treinamento regular não tem nenhum efeito aparente sobre o crescimento em altura, sendo insuficiente para alterar esse
processo programado genotipicamente. De maneira semelhante, a atividade regular não tem efeito negativo sobre o
crescimento em altura. No entanto, ele afeta a composição e o peso corporais. Geralmente, o treinamento regular acarreta em
menor massa gorda total, maior massa isenta de gordura e maior massa corporal total (WILMORE E COSTILL, 2001).
A propósito da inatividade física durante o crescimento, Malina e Bouchard (2002), afirmam que geralmente são encontradas
mais crianças obesas entre indivíduos sedentários. Assim como aqueles que têm baixos níveis de condicionamento muscular e
resistência cardiovascular. A inatividade física leva a implicações, a longo prazo, para a saúde, como: alta taxa de colesterol
sérico, alto colesterol LDL, alta pressão sanguínea, obesidade e alta taxa de glicose no sangue (DIETZ, 1993).
Wilmore e Costill (2001) dizem que é importante avaliar detalhadamente o condicionamento físico e a gordura corporal, pois
quando os níveis de atividade diminuem abaixo de um determinado nível e os níveis de gordura aumentam acima de um certo
índice, as crianças e os adolescentes apresentam um maior risco de incapacidade física e de doenças crônicas. Um estilo de vida
ativo deve ser estimulado muito precocemente na vida!
Um treinamento regular com exercícios para adolescentes está associado a mudanças favoráveis no perfil de lipídios e
lipoproteínas no sangue, redução na gordura, melhor desempenho de resistência, pequena redução nas pressões sanguíneas, e
aumento na sensibilidade à insulina nos tecidos periféricos, entre outras mudanças (BOUCHARD, 2003).
O treinamento desde a tenra idade desenvolverá ossos e músculos mais resistentes às tensões específicas dos esportes aquáticos.
Parece que a maioria dos nadadores de classe mundial começam seus treinos, pelo menos, por volta dos dez anos de idade. Por
essa razão, é possível que as chances de êxito sejam maiores se as crianças tiverem algum contato com o esporte antes de sua
adolescência (MAGLISCHO, 2000).
Em síntese, este estudo, o qual o objetivo é a caracterização da composição corporal dos nadadores adolescentes do
sexo masculino da região do sul de Minas Gerais, constitui-se em um instrumento essencial para a avaliação e
prescrição de treinamentos visando a melhoria do desempenho físico.
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METODOLOGIA
Para a realização deste estudo foram avaliados 107 atletas na faixa etária de 15,4 a 39,0 anos de idade, do sexo
masculino, jogadores de voleibol e participantes da primira fase do JIMI 2007 – Jogos do Interior de Minas, na regional
sul de Minas Gerais.
Os voluntários foram subdivididos em 2 grupos: grupo juvenil (JUV) com média de idade de 17,8 anos e o grupo adulto
(ADU) com média de idade de 24,8 anos.
A coleta foi feita nos locais de competição ou no alojamento da
equipe e os atletas estavam trajando apenas shot e camiseta.
Foi observada a técnica descrita por Petroski (1999) para a
padronização das medidas. Foram coletadas as medidas de
peso corporal por meio de uma balança da merca Filizola com
precisão de mensuração de 50g; estatura, por meio de um
estadiômetro embutido na balança com precisão de
mensuração de 0,5cm.
Além disso, foi mensurada o percentual de gordura dos voluntários por meio do método de aferição das dobras cutâneas,
por meio de plicômetro da marca Sanny com precisão de 0,1 milímetro, sendo os pontos de referência anatômica
(subescapular, triciptal, peitoral, biciptal, médio axilar, supra ilíaca, abdominal, coxa medial e panturrilha medial)
®
marcados com um lápis dermográfico da marca Sanny .
Visando obter a densidade corporal foi utilizada a estratégia de Pollock e Jackson de 1978 (MONTEIRO E FARINATTI,
2000), (equação generalizada para o sexo masculino), descrito pelo seguinte modelo matemático: D = 1,109380 0,0008267 * (PT+AB+CX) + 0,0000016 * (PT+AB+CX)² - 0,0002574 * (id). Onde D é a densidade corporal, PT representa
a dobra cutânea peitoral, AB a dobra abdominal e CX a dobra coxa medial, alem de id: idade em anos; O percentual de
gordura foi calculado utilizando-se da equação de SIRI (1961), representada pela seguinte fórmula: %G = ((4,95 / D) 4,5) * 100. Onde %G representa o percentual de gordura e D a densidade corporal.
ANÁLISE ESTATÍSTICA
A delineamento estatístico foi descritivo e comparativo intergrupos. Os resultados antropométricos foram descritivos por
meio de média e desvio-padrão. Para a análise comparativa, primeiramente os dados foram submetidos ao teste de
normalidade (Shapiro-Wilk).
Após este teste as variáveis consideradas normais foram comparadas utilizando-se a análise de variância one-way
(ANOVA). As variáveis não paramétricas foram comparadas pelo teste de (Mann-Witney).
Para a realização das análises foram utilizados o pacote computacional SPSS 13.0. Em todas as comparações o índice
de significância do estudo foi de 5%.
ANÁLISE DOS RESULTADOS
O método de dobras cutâneas tem demonstrado ser um método vantajoso devido à facilidade de administrar, ao seu
custo relativamente baixo e por ser possível obter medidas de um número grande de indivíduos (GUEDES, GUEDES,
2006).
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100,0
*
90,0
*
80,0
70,0
60,0
Juvenil
Adulto
50,0
40,0
30,0
*
20,0
10,0
0,0
Peso
P Gordo
P Magro
GRÁFICO 1 – Média e desvio padrão da mensuração do peso corporal total (kg), peso da massa magra (kg) e peso de
gordura (kg) dos atletas dos grupos juvenil (preto) e adulto (branco). * diferença significativa encontrada (p≤0,05).
Conforme pode ser observado no gráfico 1, houve diferença significativa entre os parâmetros de massa corporal total,
massa de gordura e massa magra (p≤0,05). Guedes e Guedes (1997) ressaltam que adolescentes submetidos a
exercícios físicos regulares apresentam maiores proporções de massa magra e menor gordura. As flutuações estão
diretamente relacionadas com o estímulo do esforço a que são submetidos. Resultados semelhantes forma encontrados
e um estudo relatado por Malina e Bouchard (2002), onde as mudanças na massa magra e na gordura corporal
analisadas em meninos de diferentes níveis de treinamento ao longo de um período de 7 anos, dos 11 aos 18 anos de
idade, demonstraram que os grupos só diferiram ligeiramente quanto a composição corporal no começo do estudo, mas
ao terminar, os meninos mais ativos apresentavam diferença significativa, mais massa magra e menos gordura.
Schneider e Meyer, (2005) ao avaliarem nadadores pré-púberes e púberes encontraram maiores valores de massa
magra e peso corporal nos nadadores púberes. Tais achados reforçam relatos da literatura mundial onde durante a fase
da puberdade a presença de maiores níveis hormonais, principalmente de androgênios, podem contribuir na maior
síntese protéica e conseqüentemente proporcionar um ganho acentuado de de massa magra (ESCODA, PINHEIRO,
1995; GALLAHUE, OZMUN, 2006). Estes resultados são evidenciados pela manutenção do aumento dos índices após a
maturação, notadamente pela diferença dos grupos juvenil e adulto.
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200,0
190,0
180,0
170,0
Juvenil
Adulto
160,0
150,0
140,0
130,0
Estatura
GRÁFICO 2: Média e desvio padrão da mensuração da estatura em centímetros dos atletas dos grupos juvenil (preto) e
adulto (branco).
No entanto, não houve diferença entre os grupos estudados quanto á estatura (gráfico 2). A estatura aumenta numa
velocidade progressivamente lenta durante a adolescência (PAYNE, ISAACS, 2007). O mesmo autor relata que um
pouco antes da puberdade, a taxa de alteração da estatura aumenta acentuadamente, seguida por uma diminuição
exponencial até a estatura total ser atingida numa idade média de aproximadamente 18,0 anos para os meninos. A taxa
máxima de aumento de estatura ocorre aproximadamente aos 14,0 anos (WILMORE & COSTILL, 2001). Além disso, a
velocidade de chegada ao pico de altura refere-se ao ritmo anual máximo de crescimento em altura no surto de
crescimento adolescente. Outra leitura possível se refere ao fato de que estes atletas não são atletas de elite. Por fim, o
baixo número de voluntários, bem como a heterogeneidade da amostra da qual foi constatada por meio da não
normalidade dos dados. Tal limitação pode eventualmente ocasionar resultados de certa forma pouco precisos
(ARANGO, 2005)
Deve-se destacar que a estatura não é uma das características físicas determinantes no voleibol. Os atletas mais altos
nem sempre têm maiores possibilidades de melhores resultados nas competições.
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30,0
25,0
20,0
*
Juvenil
Adulto
15,0
10,0
5,0
0,0
IMC
Pollock
2
GRÁFICO 3 – Média e desvio padrão da mensuração de índice de massa corpórea (IMC; kg/m ) e percentual de gordura
(%G) dos atletas dos grupos juvenil (preto) e adulto (branco). * diferença significativa (p<0,05).
2
2
Os valores de índice de massa corpórea para esta faixa etária correspondem a valores entre 16kg/m e 24kg/m
(GLANER, 2005). O IMC apesar de ser um indicador amplamente utilizado na comunidade científica e padronizado com
uma forma de mensuração rápida e eficaz pela Organização Mundial de Saúde, possui algumas limitações,
principalmente em casos de populações específicas (GLANNER, 2005). No presente estudo alem de não encontrar
diferenças no IMC, podemos notar que o %G apresentou diferenças, (gráfico 3). Tal parâmetro ratifica os achados neste
mesmo estudo da massa gorda (MG). Malina e Bouchard (2002), no entanto, relatam que a porcentagem de gordura
alcança seu ponto mais baixo em torno dos 16 a 17 anos e, então, aumenta gradualmente até o início da idade adulta.
Neste sentido a diferença entre os dois grupos está plenamente justificada
O valor do IMC leva em consideração o peso corporal total, e desta forma, pode demonstrar valores conflitantes sendo
que, além da prática regular de exercícios físicos, durante a fase da adolescência existe o aumento considerável da
massa corporal magra e desta forma um aumento considerável no peso corporal total (WILLMORE, COSTILL, 2001).
30,0
*
25,0
*
20,0
*
*
Juvenil
Adulto
*
15,0
10,0
5,0
0,0
SB
TR
PT
BC
MA
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SI
AB
CM
PM
GRÁFICO 4: Média e desvio padrão das dobras individuais (mm) dos atletas dos grupos juvenil (preto) e adulto (branco).
p≤0,05.
O gráfico 4 apresenta a média dos valores encontrados nas mensurações das dobras cutâneas Somente as dobras
tríceps, biceps e panturrilha medial não apresentaram diferença significativa entre os dois grupos (p≤0,05). Malina e
Bouchard (2002) afirmam que no sexo masculino a espessura de dobras cutâneas aumentam, aproximadamente, dos 7
ou 8 até os 13 anos de idade, e depois apresenta uma pequena diminuição a partir dos 15 anos, seguindo um padrão
mais irregular. Guedes e Guedes (1997), acrescentam que durante o pico de velocidade da estatura (PVE) o diâmetro da
gordura do braço e da perna dos adolescentes diminui. A gordura subcutânea do braço inicia seu declínio um ano antes
do PVE, e coincide seu índice máximo de diminuição com o PVE. Os dados deste estudo corroboram com a teoria
vigente e ratificam o resultado do percentual de gordura, peso de gordura e IMC.
160,0
*
140,0
120,0
100,0
*
Juvenil
Adulto
80,0
*
*
60,0
40,0
*
*
*
20,0
0,0
Soma 9 D
SDT
SDTI
SDTS
SDM
SDMS
SDMI
GRÁFICO 5: Média e desvio padrão das dobras agrupadas (mm) dos atletas dos grupos juvenil (preto) e adulto (branco).
p≤0,05.
O gráfico 5 apresenta a média dos valores encontrados nas mensurações da soma das dobras cutâneas, alem da soma
fracionada das dobras. É interessante ressaltar que todos estes parâmetros apresentaram diferença significativa entre os
dois grupos (p≤0,05). Este resultado se alinha com a análise das dobras individualmente, reforçando a diferença das
dobras de coxa medial e panturrilha medial. Caminha-se desta forma para o evidenciamento da diferença de composição
corporal entre os grupos juvenil e adulto.
CONCLUSÃO
Os resultados evidenciam que os atletas dos dois grupos estão dentro de uma faixa normal de peso, sendo o grupo
adulto maior em praticamente todos os indicativos de peso. A prática de exercício físicos regulares está contribuindo de
forma efetiva para o maior ganho de massa magra porem sem a contrapartida da diminuição dos valores de massa de
gordura nestes atletas. Com relação a soma das dobras dos membros, inferiores e superiores, o grupo infanto juvenil
apresentou um valor menor, indicando maior concentração de gordura nos membros e no tronco, exceto nos membros
inferiores, devido a idade, confirmando teorias de autores citados neste estudo.
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WILMORE,J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do Esporte do Exercício. 2ºed., Barueri/SP: Manole, 2001.
ATIVIDADE FÍSICA E HEDONISMO
Profª. Ms. Cláudia Ferreira Galvão
Graduada e Mestre em Filosofia, docente do Curso de Turismo da PUC-MG, Campus Poços de Caldas.
Profº. Ms. Flávio Martins e Nascimento
Graduado em Turismo e mestre em Ciência da Informação, docente do curso de Turismo da PUC-MG, Campus Poços
de Caldas.
RESUMO
Este artigo pretende investigar se a prática de atividade física em busca de prazer se constitui como expressão de uma
forma atual de hedonismo. A discussão buscará primeiramente explorar as mais significativas interpretações filosóficas
sobre o prazer, compreender a atividade física como uma busca do prazer dentro do contexto pós-moderno e finalmente
discutir se a prática de atividade física pode ser interpretada como uma forma de hedonismo contemporâneo.
ABSTRACT
This article intends to investigate if the practical one of physical activity in pleasure search if constitutes as current
expression of a hedonism form. The quarrel will first search to explore the most significant philosophical interpretations on
the pleasure, to understand the physical activity as a search of the pleasure inside of the context pos-modern and finally
to argue if the practical one of physical activity can be interpreted as a hedonism form contemporary
Palavras-chave: Hedonismo, atividade física, pós-modernidade
INTRODUÇÃO
É notória a crescente conscientização da relação entre atividade física e a melhoria da qualidade de vida. Para que se
investigue sob quais circunstâncias a possível procura por atividade física, disseminada entre todas as faixas etárias,
estaria relacionada com a busca de prazer se faz necessário tanto compreendermos o conceito de atividade física, como
entendermos a busca do prazer, entendida como uma forma de hedonismo, nesse contexto contemporâneo nomeado de
pós modernidade. Segundo Matsudo (2000, p. 63) podemos definir atividade física como qualquer movimento corporal
produzido pelos músculos esqueléticos que resultam em gasto calórico. O que se pretende nesse artigo e justamente
refletir se o sujeito que busca a atividade física se contentaria no atual modelo pós-moderno com uma atividade que não
lhe rendesse algum grau de prazer. Por momento pós-moderno entende-se “(...) uma nova ordem econômica em que
valores e padrões se globalizam, (...) pelos avanços das tecnologias de comunicação” (AOUN, 2001, p.15). Dentro desta
nova ordem econômica, produziu-se de forma mais acentuada um tempo livre que se traduz pela busca cada vez maior
do prazer, ou dito de outra forma, pela busca de vivências hedonistas. Assim como outras vivências a prática da
atividade física acontece e se inscreve no tempo livre, uma das características do contexto pós moderno.
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É esse tempo livre que impulsiona a busca de vivências hedonistas e nesse sentido é interessante averiguar os sentidos
que rodam esse conceito. Segundo Oliveira (2005, s/p), “a palavra hedonismo do grego hedone (prazer) é uma doutrina
ética segunda a qual o único bem é o prazer e o único mal a dor. Em conseqüência situa no prazer a felicidade humana”.
Existem várias doutrinas hedonistas, dentre as quais poderíamos destacar algumas das mais importantes: o hedonismo
cirenaico, o epicurismo, o hedonismo milleano e a atual proposta hedonista de Michel Onfray. Cada vez mais o sujeito
procura sair da sua rotina, do cotidiano estressante em busca de prazeres e sensações. Há uma oferta crescente de
opções e uma crescente demanda disposta a pagar, tanto mais quanto os prazeres adquiridos permitam o
distanciamento das vidas cotidianas. Neste sentido é razoável perguntar-se a busca pela prática de atividade física se
constituiria como uma das formas de distanciamento do cotidiano acrescendo-se a seguinte indagação: tal busca é
mediada por escolhas próprias e se não o for, tal fato comprometeria o nível de satisfação?
Entendemos que a relação entre a oferta, o prazer possível
extraído da fruição da atividade física e a satisfação se
apresentam como problemática abrangente que deveria
chamar a atenção dos educadores físicos. Ainda é muito
comum verificarmos que o termo "hedonismo” serve para
designar a busca do prazer apenas sexual (questão essa
discutida posteriormente) ou prazeres vulgares e não
qualificados. Para discutir se esse ou outros usos do termo
hedonismo relacionado à atividade física procedem ou não,
primeiramente
recorreremos
à
definição
da
doutrina
hedonista em termos filosóficos, em seguida discorreremos
sobre o comportamento do sujeito pós-moderno e como
esse comportamento delineia o comportamento daquele que
procura a atividade física, para finalmente analisarmos as
devidas relações entre hedonismo e atividade física.
CONSIDERAÇÔES SOBRE O HEDONISMO VULGAR E O
FILOSÓFICO
Uma abordagem da teoria ética do hedonismo demandaria extensa e aprofundada discussão, pois a definição do próprio
termo „prazer‟, por exemplo, contemplaria múltiplos sentidos, inviabilizando uma análise simplificada. Contudo, a
compreensão do sentido estrito do termo hedonismo, nos permite as reflexões tratadas neste trabalho.O termo
hedonismo “do grego hedone (prazer) é uma doutrina ética segundo a qual o único bem é o prazer e o único mal a dor.
Em conseqüência, situa no prazer a felicidade humana.” (OLIVEIRA, 2005, s/p). Neste sentido, Na tradição ocidental
Aristipo de Cirene é considerado o pai da doutrina hedonista. Para ele o prazer supõe o movimento, sendo o prazer um
movimento suave e a dor um movimento violento que leva o indivíduo a buscar o agradável e fugir ao desagradável. Para
os cirenaicos, portanto, um prazer não diferiria do outro, ou seja, não existiria uma hierarquização de prazeres, o que
importaria seria o gozo que levaria a felicidade presente. Tal posição pode ser classificada como um hedonismo
absoluto, pois o prazer é o centro das significações e em relação è ele somente há uma diferenciação de grau, não de
natureza. Já a teoria epicurista, considerada um hedonismo ético mitigado, entende que prazer espiritual é mais
importante que o prazer sensível. A doutrina de Epicuro, neste sentido, apresentaria, para muitos, uma filosofia hedonista
mais “adequada”, pois daria primazia do espírito sobre a matéria.
Na atualidade, alguns filósofos contemporâneos, como Michel Onfray, já traduzem em suas reflexões a tendência
contemporânea ou pós-moderna de abandono de posições dogmáticas, prescritivas e fortemente normativas,
substituindo-as por uma espécie de desconstrução conceitual e pela ampliação das possibilidades de se obter o prazer.
Onfray (1999, p.239), diferentemente dos hedonistas clássicos, afirma que “os tristes epicuristas assimilam o prazer à
satisfação negativa, à quietude dos cadáveres” e que “gozar é não sofrer”. Enfim, esta é legitima desconstrução da
ingênua noção de que a vivência hedonista possa ser entendida sob um único enfoque.
Tentaremos ao longo de nossa reflexão demonstrar que a visão de hedonismo fomentada pelo senso comum através de
recursos eficazes de difusão de idéias e de imagens, que são marcadas por um ideal de prazer que vai de encontro ao
enfoque sensual é uma apropriação de prazer que degrada a visão filosófica do hedonismo, uma vez que não reconhece
o sentido positivo do mesmo e não se calca em uma visão racional de equilíbrio e desenvolvimento pessoal.
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Há, certamente, uma demanda atual por intensos prazeres que caracteriza a procura pelos mais diversos e extremos
tipos de hedonismo. Entretanto, aspectos negativos como o erotismo ou a sexualidade que levada às raias da
depravação, é explorada sistematicamente pela mídia. Outra forma de degradação que se observa hoje é a excessiva
utilização e glamourização das bebidas alcoólicas e das drogas. Estes e outros são exaltados como prazeres legítimos,
porém inconseqüentes, pois sem a devida mediação da reflexão que permitiria encontrar sentido mais profundo para tais
experiências. Como afirma Gutiérrez (2005, s/p) “tais excessos parecem como sintomas de uma insatisfação profunda
entre certos setores do mundo contemporâneo e denunciam o erro da concepção hedonista que inspira alguns meios
influentes da civilização moderna”.
Diante de tal flexibilização dos costumes e da relativização dos valores o hedonismo no sentido filosófico, no mínimo,
possibilita a reflexão em torno do binômio prazer/felicidade.
Considerando que muitas pessoas buscam prazer através da atividade física em seus vários segmentos e que esses
segmentos em geral se expressam em atividades do mercado capitalista é quase inevitável na atualidade, a relação
entre hedonismo e consumo. Diante do posto há que se analisar e discutir, mais apropriadamente, os aspectos relativos
ao individualismo, ao imediatismo, a pressão e influência da mídia, do marketing e das tecnologias existentes que
despertam o desejo e a vivência do “eu e o agora” na busca do conforto e bem-estar. Nesse sentido, devem ser
amplamente discutidas questões como o que seria legítimo e válido a cada um dos indivíduos em uma sociedade; se há
e quais os limites ao prazer individual e coletivo; qual a legitimidade dos negócios que atendem a essas demandas.
PÓS-MODERNIDADE: HEDONISMO VULGAR?
Para compreendermos a estreita relação entre o hedonismo e a atividade física se faz-se necessário interpretar as duas
experiências (busca do prazer e atividade física praticada no tempo livre) a partir das características que as mesmas
assumem na pós-modernidade. Analisaremos, sobretudo qual o papel e o lugar que o prazer assume na atualidade e
como a atividade física poderia atende essa busca de prazer. Em relação à essa relação específica entre tempo livre,
atividade física e prazer Pereira (2002, p.3) esclarece:
O indivíduo, social e culturalmente situado, dispõe de uma crescente variedade de ofertas que, inevitavelmente, se
sentem no âmbito do tempo livre e do lazer. É nessa diversidade de actividades de lazer que a actividade física surge
como uma das formas para «concorrer» com a tecnologização da nossa sociedade (...), emergindo uma cada vez maior
variedade de possibilidades para essa prática, no seu âmbito, ou no seu sentido. Neste contexto de diversidade de oferta
da nossa sociedade, também de consumo, denota-se um aumento significativo no número de ginásios, academia e/ou
health-clubs, cujo objectivo é corresponder às necessidades evidenciadas na nossa sociedade no que concerne à prática
de uma actividade física, que mais do que uma necessidade é, para Crespo (...), uma obsessão do presente que dá
importância aos sinais do hedonismo. Um presente que ao ser dominado pela redescoberta do corpo o transformou num
dos principais valores do quadro axiológico actual.
Tal análise não significa afirmar que o trabalho não represente mais valor e sim constatar que o trabalho e o tempo livre
se constituem em uma reestruturação de valores. Nesse sentido, Krippendorf (2003, p.93) esclarece oportunamente essa
nova perspectiva, ao afirmar que:
Nós trabalhamos apenas o necessário para dispor dos meios que nos permitam aproveitar a vida como entendemos. Via
de regra, preferimos o tempo livre ao pagamento de horas extras. Não podemos ensinar a trabalhar, mas talvez
tenhamos algumas boas idéias quando se trata de relaxar.
Desta forma, o tempo livre adquire importância e se reflete na busca do prazer. Segundo De Masi (2000, p.297) “Na
sociedade pós-industrial é impossível reduzir e melhorar o trabalho sem aumentar e melhorar o tempo livre”. De certo
modo é correto afirmar que a diminuição do tempo de trabalho acarreta o aumento do tempo de lazer, tempo este que
inclui, entre outras coisa uma redescoberta das atividades corporais como fonte de prazer. Para melhor compreendermos
as mudanças ocorridas a partir, especificamente dos anos de 1960, e como elas desencadeiam um comportamento mais
hedonista tratar-se-á a respeito do “surgimento” da pós-modernidade, das mudanças ocorridas na mesma e como elas
vêm se refletindo nos processos de subjetivação. O comportamento hedonista não está isento das interferências
midiáticas que transformam o prazer em artigo de consumo reduzem o possível prazer produzido pela atividade física à
promessa de se “produzir” um corpo (entendido como objeto de intervenção técnica) padronizado. Paradoxalmente a
promessa da obtenção de um prazer vinculada à posse de um corpo-objeto belo dentro de um padrão pouco questionado
por aquele que se deixa submeter insere um grau de sacrifício ou sofrimento. A vinculação da atividade física como uma
experiência estética empobrecida em seu sentido é assim expressada por Teves (2000, p. 195):
Na materialidade do culto ao corpo está um sentido de beleza padrão: uma mulher é liberada, sem preconceitos, mas
também satisfeita com seu corpo, com sua imagem. Seu corpo modelado é o propulsor da satisfação de suas(as)
necessidades e desejos (...) Vale lembrar que, na sua origem, o fim ultimo do hedonismo não era o prazer, e sim a
- 59 -
eliminação da dor. Aqueles (as) que procuram as academias, os clubes e até mesmo os equipamentos no afã de manter
ou modelar o corpo “sofrem”, esforçam-se para isso.
É exatamente em relação à imagem corporal que se dá a interferência midiática. O corpo padrão a serviço da
massificação da atividade física é exposto, é inculcado, difundido e vendido, impedindo dessa forma a decisão, o
discernimento, a indagação, a atuação daquele que busca a atividade física. Tudo está pronto para ser apenas
consumido. Tais considerações nos remetem a afirmar que no mundo pós-moderno estamos muito mais próximos de um
hedonismo vulgar, o que reforça a convicção da necessidade de uma investigação em torno da compreensão do
hedonismo.
PÓS-MODERNIDADE: EFEMERIDADE E FLUIDEZ
Observamos que uma das características da sociedade pós-moderna é o imediatismo, uma vez que nela abandonamos
por completo a continuidade e a memória histórica. Porém, juntamente com a perda da continuidade histórica nos valores
e crenças, há também a perda da temporalidade e nessa busca do impacto instantâneo, ocorre uma perda da
“profundidade” das relações culturais. Como afirma Harvey (2001, p.49) o fato mais espantoso sobre a pós-modernidade
é “sua total aceitação do efêmero, do fragmentário, do descontínuo e do caótico que formavam uma metade do conceito
baudelairiano de modernidade”.
A instantaneidade na pós-modernidade é observada pela substituição da autoridade intelectual no gosto cultural dos
anos 1960, pelo gosto pela cultura pop, pela moda efêmera, pelo gosto da massa, e tudo isto já era um sinal do
“hedonismo inconsciente do consumismo capitalista”.(HARVEY, 2001, p.62).
Mandel citado por Harvey (2001, p.65) afirma que “passamos para uma nova era a partir dos anos 1960, quando a
produção da cultura tornou-se integrada à produção de mercadorias em geral”. Ou seja, entramos na era do consumo,
onde as novas tecnologias induzem aos desejos e a falsas necessidades e como deduz Jameson citado por Harvey
(2001, p.65), a pós-modernidade nada mais é que a “lógica cultural do capitalismo avançado”. Entende-se esta cultura
como uma cultura do consumo, onde se produzem novas mercadorias a fim de atender a sociedade do consumo de
massa e com o propósito de trabalhar ainda mais o sentido de efemeridade e imediatismo do sujeito pós-moderno.
Também Rifkin (2001, p.153), aponta que o homem pós-moderno está “menos interessado em acumular coisas e mais
interessado em ter experiências emocionantes e divertidas, capazes de interagir em mundos paralelos, mudando
rapidamente sua própria personalidade”. O indivíduo atualmente está pouco interessado na história, vive para o presente
e não tem pretensão de fazer parte de um contexto grandioso, encontra-se obcecado por estilos e modas; trata-se de
„sujeitos‟ experimentais, em constante mudança, que buscam a diversão. Como afirma Harvey (2001, p.58): “há, no pósmodernismo, pouco esforço aberto para sustentar a continuidade de valores, de crenças ou mesmo de descrenças”.
O que se observa é que “o princípio da realidade” foi abandonado e hoje impera o “princípio do prazer”, ou seja,
enquanto na Idade Moderna a característica era a produtividade na Pós-Moderna a verdade é que a diversão impera, e
neste sentido o mundo da fantasia é glorificado. Nota-se uma mudança dos valores de produção para os valores de
consumo onde passamos a consumir bens e serviços e mais atualmente, consumir cultura e experiências vividas. A
flexibilidade pós-modernista como cita Harvey (2001), é tida pela ficção, pela fantasia, pelas imagens, pela efemeridade,
pelo acaso, personificando laços com o ser e com o lugar, é a aceitação do fragmentário, do descontínuo.
Tal flexibilidade pós-modernista identificada por Harvey não significa que a padronização de costumes e a liberação de
mecanismos de controle não ocorreram, mas sim que o indivíduo pós-moderno passou a receber informações de forma
menos impositiva e direta e que ao invés de submeter o indivíduo a uma padronização de suas condutas a era pósmoderna atua segundo o processo de personalização, vista como uma nova forma de organização da sociedade e
administração do comportamento, Lipovetsky citado por Dantas (2004, s/p) afirma:
Não mais pela tirania dos detalhes, mas com o mínimo
constrangimento e a máxima possibilidade de escolhas
privadas possíveis, com o mínimo de austeridade e máximo de
desejo possível, com o mínimo de coerção e o máximo de
compreensão possível.
O autor ainda enfatiza que o novo individualismo na era do consumo de massa é determinado pela lógica da
personalização e da valorização da realização pessoal (vontade individual). Para o homem pós-moderno existem apenas
o “eu” e o “agora”. A pós-modernidade, segundo ele, pode ser entendida como o nascimento de um indivíduo autônomo,
liberto de ideologias políticas e de normas de tradição característicos da modernidade.
Assim, vivenciamos uma sociedade caracterizada pelos excessos, pela cultura da urgência, pelo movimento e fluidez,
onde tudo passa a ser tomado como objeto de consumo efêmero. Vivemos o hiperconsumo que se evidência na busca
de emoções e de prazer sustentado por uma lógica hedonista, o hipernarcisismo, que se evidência como o culto ao
corpo. Nesta fase os princípios da moralidade têm como base à vida concreta dos desejos individuais, da busca da
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felicidade e do prazer. Bauman (2001), por sua vez, afirma que o consumo tornou-se um vício, uma manifestação dos
instintos materialistas e hedonistas; um produto de uma incitação comercial à busca do prazer. O indivíduo está em
busca de sensações. Observa-se que as individualidades não foram antes tão respeitadas como agora, o desejo do
indivíduo atendido e sua vontade respeitada.
O gosto pelo consumo vai além da aquisição de bens materiais, vai além, pois se estende ao comportamento, à atitude,
à subjetividade. Brunhs e Gutierrez (2002) comentam que consumir, adquirir, comprar, incorporar define bem quem é o
indivíduo hoje. Primeiramente este se firma em torno de uma imagem, de um corpo bonito, depois bem vestido e rodeado
por produtos de consumo, nesta sociedade individualista existe a grande necessidade de auto-afirmação, o narcisismo
cresce junto ao individualismo, onde predomina o hedonismo. O homem pós-moderno apresenta sua característica
fundamental que é a individualidade, este busca prazeres solitários ou senão busca prazeres coletivos que fazem dele
um ser individuado. Como afirma Bauman (2001), o ato de consumir é a condição total de liberdade individual e de
determinar a própria identidade, ou seja, “ao contrário do processo produtivo, o consumo é uma atividade inteiramente
individual”. (BAUMAN,1998, p.54)
Desta forma, devido à falta, muitas vezes, de elementos para se planejar o futuro, a falta de credibilidade política, as
relações pessoais efêmeras, instabilidades econômicas, além de um cotidiano, na maioria das vezes, desgastante e
estressante, entre outras dificuldades atuais, busca-se viver o hoje, prazerosamente, atendendo aos desejos imediatos.
Assim, na pós-modernidade o que se verifica é que uma infinidade de mercadorias e estímulos consumistas são
estruturados para satisfazer este prazer momentâneo, como soluções temporárias contra as angústias da incerteza, um
lapso de prazer diante de um mundo que, como afirma Krippendorf (2003), não apresenta modelos estáveis a serem
seguidos, mas apresenta diversos modelos de experiências a serem vividas.
PÓS-MODERNIDADE E ATIVIDADE FÍSICA
A partir da visão de Swarbrooke e Horner (2002, p. 287) “o pós-modernismo representa o fim do estado estruturado e
organizado da sociedade e significa a substituição da crença do progresso assentado sobre o raciocínio científico por
uma ênfase na escolha, por uma pluralidade de idéias e pontos de vista”.
Nesse sentido, é criado e oferecido todo um universo de desejos e possibilidades, criam-se, nas palavras de Samara e
Morsch (2005, p.103), necessidades hedônicas “subjetivas e próprias da experiência, como a sensação de alegria,
autoconfiança e fantasia decorrente da aquisição de um produto”. É evidente que tal aquisição não leva a eliminação da
maioria dos problemas, mas é geradora de prazer, também um certo alívio, mesmo que momentâneos. Trata-se,
portanto, das características gerais de um hedonismo moderno e da sua relação com o consumo, com o que é
“discretamente” imposto pela indústria cultural que tem como função despertar o desejo de provar o novo. Como afirma
Botelho (2005, s/p) “O ato de refrear uma inquietação através do consumo é um exemplo da relação existente entre a
psicologia individual, entre os modos comportamentais e estados sentimentais e a estrutura econômico-social moderna”.
O consumo de mercadorias e de entretenimento que possam sanar seu “mal-estar” momentâneo é outro exemplo do que
busca o sujeito pós-moderno. Ao buscar os serviços de entretenimento, os locais que oferecem a prática da atividade
física, indivíduo apenas busca usufruir o que lhe é oferecido, sem desgaste, mesmo sem envolvimento. A questão que
se depreende, portanto, é o prazer deixou de ser algo intrínseco ao indivíduo, para se tornar algo extrínseco, algo que se
pode adquirir ou comprar: Não se trata de algo relacionado com nossa postura diante dos fatos da vida, mas sim algo
que nos é imposto, quase sempre comercializável, e quase sempre associado ao lazer e ao ócio. Neste sentido talvez
possa-se explicar o uso de esteróides por jovens em busca de um corpo modelado por padrões externos, padrões estes
sequer avaliados, questionados ou refletidos por esses jovens. O fato de admitirmos que uma das caracterísitcas
fundamentais da pós-modernidade seja o imediatismo, não significa necessariamente acatar a não reflexão, o não
pensamento, a transferência de decisão, a ausência de deliberação. Ao contrário, quanto mais se entende o contexto
pós-moderno, mais há necessidade de pensarmos sobre nossas decisões diante de uma realidade tão desafiadora.
Refletindo sobre esta passagem o que observamos é que, em relação à atividade física faz-se necessário entender de
que forma o comportamento daquele que busca na prática da atividade física reflete as características intrínsecas ao
sujeito hedonista. Sabe-se que o sujeito hedonista não está apenas de corpo presente num determinado local, mas se
faz presente como observador sabendo aproveitar e usufruir o momento vivido de forma a obter o maior prazer possível.
Este novo sujeito é caçador de emoções e colecionador de experiências, como afirma Bauman (1999, p.103): “sua
relação com o mundo é primordialmente estética: eles observam o mundo como um alimento para a sensibilidade, uma
matriz de possíveis experiências (...)”. O sujeito hedonista pós-moderno deixou de ser um espectador, ele é um
experimentador, viaja pela sedução dos prazeres reais e hedonistas.
No modernismo a relação entre o consumidor e o produtor consistia no primeiro exigir produtos a preços reduzidos e
produzidos em massa.
O consumidor da pós-modernidade faz recuar a imposição da padronização e da globalização dos produtos em geral,
pois este requer produtos que sejam mais individualizados e muito bem elaborados, característica esta do sujeito
hedonista. Dentro desse contexto é perfeitamente compreensível o aumento, no âmbito profissonal do personal training,
que supostamente atenderia às exigências individuais e variadas de seus alunos, o que reflete a variedade de escolha e
produtos que encontramos no mercado hoje nos mais diversos setores. Como diz Molina (2003, p.89):
- 61 -
A cultura pós-moderna libera o consumidor de aceitar uma oferta limitada e lhe oferece a possibilidade de buscar o novo,
o diferente, como uma forma de reestruturação de sua identidade e reafirmação de sua própria personalidade (agora o
consumidor decide o que comprar a seu gosto e necessidade).
Os consumidores pressionam uma diversificação das ofertas e exigem produtos qualificados, sejam eles de altatecnologia ou produtos que exploram recursos ou situações culturais e sociais. O que se sabe é que “as pessoas gastam
mais dinheiro no lazer, cujo orçamento cresce numa velocidade superior a de todas as outras despesas de consumo.”
(KRIPPENDORF, 2003, p. 119).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que faz-se cada vez mais urgente o profissional de educação física estar consciente das mudanças ocorridas
nas mais diversas esferas da realidade dita pós-moderna a fim de compreender tal contexto em sua complexidade. Só
assim o profissional de educação física saberá diferenciar imediatismo de banalização, individualismo de egoísmo,
instantâneidade de superficialidade e vulgarização, entendendo que seus serviços ou produtos por ele representado
devem, se não quiserem contribuir para a difusão e um hedonismo vulgar, respeitar os processos de subjetivação do
sujeito pós-moderno que cada vez mais procura singularidade, respeito à sua individualidade e felicidade dentro de suas
vivências. Não há modelo, manual ou instrumento científico que possa capacitar o profissional a atender com precisão
estes quesitos exigidos pelo sujeito pós-moderno. A sensibilidade, o diálogo, a abertura epistemológica, o estudo das
circunstâncias, da cultura, do contexto no qual esse sujeito se situa, obviamente habilidades e competências essas que
devem estar aliadas à uma sólida formação científica, é que, nos parece, ser a possível postura profissional em tempos
pós-modernos. Ao profissional de educação física caberá, como bem diz Teves (2000, p. 206):
Proporcionar aos praticantes a possibilidade de escolherem, num leque alargado, em liberdade consciente, as atividades
integradas que, para além das agora conhecidas, incluirão outras entretanto criadas. E aqui, residirá, se quisermos e
podermos, uma das nossas futuras: criar, partindo de nossa cultura e dos contributos que recolhermos em fontes
próximas, novas atividades que, efetivamente sirvam o homem através das atividades corporais (...)
Por mais que o mundo pós-moderno através do mercado capitalista faça a promessa da vivência do prazer instantânea
nada nos isentará da decisão, da criação e da humanização, pois sem decisão, escolha e invenção, exatamente a
dimensão que nos humaniza, não há, ao nosso ver, prazer possível.
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OCORRÊNCIA DA CRISE ASMÁTICA INFANTIL NA PERSPECTIVA DE LALONDE
Silvia Sidnéia da Silva – Professora Doutora – UNAERP – [email protected]
Aline Santos de Sousa – Enfermeira – UNAERP – [email protected]
Maria Eduarda Nora Rosa Castro - Graduanda em Enfermagem – UNAERP- [email protected]
Sebastiana Aparecida Diniz – Professora Doutora- UNAERP – [email protected]
Edilson Carlos Carítá – Professor Doutor – Unaerp – [email protected]
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Resumo: A asma traz um grande impacto na vida dos portadores, pois é uma doença que incapacita para as atividades
físicas e interfere na qualidade de vida. Através deste estudo foi levantado o perfil da criança hospitalizada em um
hospital escola privado, com diagnóstico de crise asmática, buscando registros do prontuário da criança, no momento da
internação; utilizando-se o modelo de Lalonde. A pesquisa foi composta de 53 crianças, sendo 54,7% meninas e 45,3%
meninos; 35,8% crianças encontram-se na faixa etária entre dois e quatro anos; 37,5% têm história pulmonar positiva; a
tosse seca foi o principal fator desencadeante da internação para 78,9% crianças; 57,4% da amostra estiveram em
contato com animais; o tabagismo está presente nos ambientes de 23,1% das crianças. Os profissionais da saúde
devem trabalhar na prevenção, buscando a sensibilização dos envolvidos quanto ao controle da doença, utilizando a
educação em saúde como ferramenta de ensino-aprendizagem.
Palavras-chave: Asma. Criança. Enfermagem.
Introdução: A asma tem afetado parcela significativa da população brasileira acarretando elevado custo social e
econômico, num cenário onde o número de atendimentos em urgência é grande, mas sua letalidade não se apresenta
alta. Alguns estudiosos afirmam que muitos óbitos poderiam ser evitados se determinadas precauções fossem tomadas a
tempo com relação ao quadro de asma (III CONSENSO BRASILEIRO NO MANEJO DA ASMA, 2002).
Conforme dados do III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma (2002), a patologia se apresentou, no Brasil, como a
quarta causa de internação no ano de 1996, sendo que ocorreram 2.000 óbitos/ano, em nosso país; com 70% desses
casos durante a internação e, grande parte, sem receber tratamento intensivo.
Número significativo de crianças asmáticas recorre aos serviços de emergência, geralmente com necessidade de
internações, apenas para realizar consultas e essa situação, por não ser adequada, leva a falhas no tratamento e no
controle da doença acarretando, para as crianças, perdas de dias de escola, faltas dos pais ao trabalho e custos
elevados para o sistema de saúde (CHATKIN et al., 2000).
O fator econômico é algo preocupante nesse caso, pois no ano de 1996, o Sistema Único de Saúde (SUS) teve um gasto
aproximado de R$ 76 milhões por internações de portadores de asma, o que correspondeu a 2,8% do gasto anual; gasto
esse que foi o terceiro maior valor investido pelo SUS com uma doença em todo o país (III CONSENSO BRASILEIRO
NO MANEJO DA ASMA, 2002).
A asma também traz um grande impacto na vida dos portadores, pois é uma doença que incapacita para as atividades
físicas, afeta as crianças que estão na fase escolar e, conseqüentemente, influencia sua qualidade de vida (SMELTZER;
BARE, 2002). Além das funções respiratórias, a asma pode interferir no desempenho das atividades diárias de uma
criança e, com isso, o cuidador acaba por evitar que ela participe de atividades independentes como subir/descer
escadas e até se locomover (MANCINI et al., 2002).
O tema merece ser investigado frente ao impacto significativo da doença na vida das crianças, pois vem ocorrendo
aumento dessa patologia, nessa faixa etária. Experimentos têm mostrado que muitas crianças e seus familiares, no
momento da crise de asma, não sabem o que fazer.
Os profissionais de saúde devem ter uma visão para a assistência integral e contribuir para que a família e a criança
vivenciem a asma como parte do processo dinâmico da vida (BORBA; SARTI, 2005).
Objetivo: Este estudo teve o objetivo de levantar o perfil da criança hospitalizada em um hospital escola privado do
interior paulista, com diagnóstico de crise asmática, buscando registros feitos no prontuário da criança, no momento da
internação, considerando o referencial de Modelo de Campo de Saúde de Lalonde.
Casuística e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, de abordagem quantitativa, realizado no Hospital
Escola, localizado na região leste da cidade de Ribeirão Preto, interior do Estado de São Paulo. Os prontuários
consultados foram aqueles de internações pediátricas, no período de 01 de janeiro a 30 de junho do ano de 2007, de
crianças na faixa etária entre 01 e 144 meses, com diagnóstico de crise asmática.
A coleta de dados ocorreu após autorização do responsável clínico da Instituição de saúde
em questão e parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da
Universidade de Ribeirão Preto, em 28/09/2007, sob número 088/07, em consonância com a
Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde.
Na análise quantitativa, os dados coletados foram armazenados no sistema gerenciador de
dados Microsoft Access 2000, através de uma interface implementada na própria ferramenta. Para a
análise desses dados, implementou-se um sistema de apoio à decisão através da criação de um
Data Mart baseado no modelo Star. Após a migração dos dados para o Data Mart, foi criado um
cubo multidimensional, através da ferramenta Microsoft Query e, para analisar os dados do Data
Mart, foi utilizada a ferramenta OLAP do Microsoft Excel 2000, de onde foi possível realizar as
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consultas e extrair dados que compõem as tabelas dispostas nos resultados e discussões. As
tabelas são resultantes da análise dos dados a partir de freqüências absolutas e relativas.
Resultados e Discussões: A amostra foi composta por 53 crianças, sendo 29 (54,7%) do sexo feminino e 24 (45,3%) do
sexo masculino, com idades compreendidas na faixa etária entre 5 e 144 meses. Houve uma normalização dos dados
para anos, conforme demonstrado na Tabela 1, e as idades das crianças menores de 1 ano consideradas, de acordo
com o registro nos prontuários, foram 5, 6, 8, 9,10 e 11 meses. Assim, após a normalização, houve a padronização das
crianças de 1 a 12 anos.
IDADE
TABELA 1 – DISTRIBUIÇÃO DE CRIANÇAS SEGUNDO SEXO E IDADE (EM ANOS).
PRETO, 2007.
SEXO
TOTAL
%
MASC
%
FEM
%
< 1ANO
4
16,7
7
24,2
11
20,8
2–4
6
25,0
13
44,8
19
35,8
5–7
11
45,8
6
20,7
17
32,1
8 - 10
3
12,5
2
6,9
5
9,4
11- 12
0
0
1
3,4
1
1,9
TOTAL
24
100
29
100
53
100
RIBEIRÃO
Na análise da Tabela 1, quando foram consideradas as crianças dos sexos masculino e feminino, a faixa etária de 2 a 4
anos apresenta-se em maior percentual (35,8%) da amostra. Achados similares estiveram presentes em outros estudos
que relatam a expressiva predominância de sintomas respiratórios em menores de cinco anos (SILVA, 2001).
Observou-se também que as crianças do sexo masculino, com idades entre cinco e sete anos, apresentaram-se com
maior freqüência (45,8%) no estudo, seguidas do sexo feminino com faixa etária de dois a quatro anos, 44,8% delas.
Existem investigações indicando um predomínio de asma entre os meninos, com idades de 6 e 7 anos; a freqüência dos
sintomas de asma nessa faixa etária é superior à média nacional e latino-americana (BOECHAT et al., 2005).
Para Lasmar et al. (2002), muitas crianças menores de dois anos já apresentaram crise asmática e passaram pela
primeira hospitalização, no primeiro ano de vida.
Constatou-se que 37,5% das crianças do sexo masculino apresentaram história pulmonar positiva, quando comparados
às meninas, 31% delas.
Ainda vale comentar que na amostra do estudo existe um percentual de 29,2% de meninos com história pulmonar
familiar e contato com alérgeno, seguido de crianças do sexo feminino (24,1%). Esta situação confirma dados de Sarinho
et al. (1995), pois assinalam que a asma materna e a exposição a alérgeno têm uma maior freqüência nos asmáticos, em
geral; dado significativo, pois requer atuação do profissional de saúde para sensibilizar os familiares quanto ao universo
de fatores modificáveis e não-modificáveis que podem levar à ocorrência da crise asmática infantil.
Dados da literatura apontam que a associação de fatores causais tem se apresentado de forma freqüente no
desenvolvimento de asma nos indivíduos, citando presença de rinite, pais alérgicos e parto prematuro (PASTORINO,
2005).
Vale ressaltar que o contato com alérgeno, citado em
prontuários, referiu-se a crianças que estiveram expostas a
pêlos de cachorro e/ou gato, bichos de pelúcia, fumaça de
cigarro, giz e poeira de tinta.
- 65 -
TABELA 2 – DISTRIBUIÇÃO DE CRIANÇAS SEGUNDO SEXO E MOTIVO
PRETO, 2007.
MOTIVO DA INTERNAÇÃO
SEXO
TOTAL
MASC
%
FEM
%
CONTATO COM ALÉRGENO
1
4,2
0
0
1
ASMA, CANSAÇO E TOSSE
0
0
1
3,4
1
BRONCOESPASMO
0
0
1
3,4
1
CANSAÇO E TOSSE SECA
1
4,2
1
3,4
2
CORIZA HIALINA
1
4,2
1
3,4
2
DESCONFORTO
RESPIRATÓRIO
3
12,5
3
10,3
6
DISPNÉIA E TOSSE
2
8,3
3
10,3
5
FEBRE E TOSSE
1
4,2
3
10,3
4
OBSTRUÇÃO NASAL
1
4,2
0
0
1
RINITE ALÉRGICA
0
0
1
3,4
1
TOSSE PRODUTIVA
4
16,7
1
3,4
5
TOSSE SECA
9
37,5
12
41,4
21
DA INTERNAÇÃO. RIBEIRÃO
%
1,9
1,9
1,9
3,8
3,8
11,3
9,4
7,5
1,9
1,9
9,4
39,6
A partir da análise dos dados da Tabela 2, observou-se que o principal fator de internação das crianças do sexo
feminino foi tosse seca (41,4%), seguida por desconforto respiratório, dispnéia e tosse, febre e tosse com o mesmo
percentual de 10,3%, cada; enquanto as crianças do sexo masculino internaram por tosse seca (37,5% deles), seguida
de tosse produtiva (16,7%) e desconforto respiratório (12,5%). A tosse seca constitui-se em motivo da internação com
maior freqüência, em ambos os sexos, neste estudo, diferenciando-se apenas os percentuais de ocorrência entre os
gêneros. Cassol et al. (2005) enfatizam que existe um predomínio acentuado de tosse seca noturna entre os escolares,
porém com superioridade entre as meninas.
Quanto a antecedentes familiares, mãe com história pulmonar positiva foi o antecedente referenciado nos prontuários
das crianças com maior percentual (37,5%) entre os meninos, seguido de 27,6% das meninas.
Cabe salientar que mães drogaditas foram encontradas nas anotações médicas de mães que consumiram crack e
maconha durante a gestação da criança, ora hospitalizada.
Também percebeu-se que antecedentes de irmãos com história
alérgica é um dado presente nos prontuários, 24,1% das
crianças do sexo feminino, seguido de 12,5% dos meninos.
Estudos revelam que a história de asma na família,
considerando mãe, pai e irmãos, aumenta quase três vezes
mais o risco de asma relacionado a essa variável (CHATKIN;
MENEZES, 2005).
TABELA 3 - DISTRIBUIÇÃO DE CRIANÇAS SEGUNDO SEXO E ANTECEDENTES DA CRIANÇA.
RIBEIRÃO PRETO, 2007.
ANTECEDENTES DA
SEXO
TOTAL
%
CRIANÇA
MASC
%
FEM
%
TOSSE E SIBILO
2
8,3
3
10,3
5
9,4
BRONCOESPASMO
3
12,5
5
17,2
8
15,1
INTERNAÇÕES
11
45,8
7
24,1
18
33,9
INFECÇÃO
0
0
2
6,9
2
3,8
RINITE ALÉRGICA
6
25,0
2
6,9
8
15,1
PNEUMONIA
4
16,7
3
10,3
7
13,2
CRISE ASMÁTICA
2
8,3
5
17,2
7
13,2
NENHUM ANTECEDENTE
REGISTRADO
1
4,2
2
6,9
3
5,7
Considerando os antecedentes da criança, a internação foi o dado pontuado com maior freqüência, conforme
dados da tabela 3, ocorrendo em 45,8% das crianças do sexo masculino, seguidas de 24,1% das meninas. De acordo
com estudo realizado por Chatkin et al. (2000), um terço de todas as crianças asmáticas procuram serviço de
emergência, sendo que 26% já passaram por internações anteriores.
Outro dado relevante na Tabela 4 configurou-se em 25% dos meninos já terem apresentado rinite alérgica; dado
que, para Fomin et al. (2002), é um dos antecedentes mais comuns entre as crianças asmáticas.
- 66 -
TABELA 4– DISTRIBUIÇÃO DE CRIANÇAS SEGUNDO SEXO E A EXPOSIÇÃO A ALÉRGENOS.
RIBEIRÃO PRETO, 2007.
EXPOSIÇÃO A ALÉRGENOS
SEXO
TOTAL
%
MASC
%
FEM
%
CONTATO COM BICHO DE
PELÚCIA
2
8,3
1
3,4
3
5,7
CONTATO COM ANIMAIS
8
33,3
7
24,1
15
28,3
CONTATO COM CIGARRO
2
8,3
4
13,8
6
11,3
SUBSTANCIA INALATÓRIA
0
0
1
3,4
1
1,9
NENHUMA REFERÊNCIA
14
58,3
19
35.8
33
62,3
Ao analisar exposição das crianças a alérgenos, dados da Tabela 4, constatou-se o contato com animais, em
ambos os sexos, com maior percentual sendo 33,3% dos meninos seguidos de 24,1% das meninas. Ainda atentos à
exposição a alérgenos, 13,8% crianças do sexo feminino estiveram em contato com cigarros (fumantes passivos),
seguidas de 8,3% do sexo masculino. Para Chatkin e Menezes (2005), existe uma forte associação entre crise asmática
em crianças e o fumo durante a gestação. Alérgenos como odores de tinta, produtos químicos, pêlos de cães e gatos,
mudanças drásticas da temperatura e fumaça de cigarro, entre outros, podem ser fatores desencadeantes de uma crise
asmática (ZUCCOLOTTO; KOBINGER, 2000).
Vale comentar ainda que o dado substância inalatória, citado na Tabela 5, de acordo com a anotação no
prontuário da criança do sexo feminino, referiu-se ao fato de a mesma ser vizinha de uma funilaria.
Com relação à moradia, observou-se que a maioria das
crianças do sexo masculino morava em casa de alvenaria
(87,5%), seguida por 68,9% das meninas. As condições de
moradia como a umidade da casa, presença de mofos e
animais, maus hábitos de higiene pessoal e doméstico,
aumentam a exposição aos alérgenos e colaboram para o
desencadeamento do quadro asmático (ZUCCOLOTTO;
KOBINGER, 2000); daí a preocupação em investigar o tipo
de moradia das crianças pertencentes ao estudo.
Conclusão: Considerando-se que vários fatores predispõem ao desenvolvimento da crise asmática é importante a compreensão da
contribuição de cada um deles no desenvolvimento/instalação do quadro agudo de asma, especialmente, quando são levadas em
conta os elementos contemplados no referencial teórico de Lalonde.
Os profissionais da saúde devem trabalhar na prevenção, mesmo encontrando dificuldade para intervir na realidade da
criança e na adesão ao tratamento da doença. Todos os esforços devem ser dirigidos no sentido de criar um vínculo
entre o profissional e a criança/família, buscando a sensibilização dos envolvidos quanto ao controle da doença.
A partir do resultado deste estudo, é possível recomendar a construção/elaboração de um folheto educativo voltado para
a sensibilização da criança portadora de asma e sua família, pontuando aspectos relativos ao contato com alérgenos e
animais, ocorrência de história pulmonar positiva e exposição à fumaça de cigarros.
Referências Bibliográficas
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município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 31, n. 2, p. 111-117, mar/abr. 2005.
BORBA, R. I. H; SARTI, C. A. A asma infantil e o mundo social e familiar da criança. Revista brasileira de Alergia e
Imunopatologia, São Paulo, v. 28, n. 5, p. 249-254, set/out. 2005.
CASSOL, V. E. et al. Prevalência de asma em adolescentes urbanos de Santa Maria (RS). Projeto ISAAC - International
Study of Asthma and Allergies in Childhood. Jornal Brasileiro de Pneumologia , v. 31, n. 3, p. 191-196, maio/jun. 2005.
CONSENSO BRASILEIRO NO MANEJO DA ASMA, 3. Rev. AMRIGS. Porto Alegre, n. 46, v. 3,4, p. 151-172, jul.-dez.
2002.
CHATKIN, M. N; MENEZES, A. M. B. Prevalência e fatores de risco para asma em escolares de uma coorte no Sul do
Brasil. Jornal de Pediatria, v. 81, n. 5, p. 411-416, 2005.
- 67 -
CHATKIN, M. N. et al. Fatores de risco para consultas em pronto-socorro por crianças asmáticas no Sul do Brasil.
Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 34, n. 5, p. 491-498, out. 2000.
FOMIN, A. B. F. et al. Rinite perene: avaliação clínica e epidemiológica de 220 pacientes em ambulatório pediátrico
especializado. Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia, São Paulo, v. 25, n. 1, p. 10-15, jan/fev. 2002.
LALONDE, M. A new perspective on the health of canadians: a working document. Otawa: National Health and Welfare,
1974. 76 p.
LASMAR, L. et al. Fatores de risco para hospitalização de crianças e adolescentes asmáticos. Revista de Saúde Pública,
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MANCINI, M. C. et al. O impacto da asma infantil no perfil funcional de crianças entre um e quatro anos de idade. Revista
Paulista de Pediatria, São Paulo, v. 20, n. 2, p. 69-77, abr. 2002.
PASTORINO, A. C. Estudo da prevalência de asma e doenças alérgicas, da sensibilização a aeroalérgenos e da
exposição a fatores de risco em escolares de 13-14 anos na região oeste da cidade de São Paulo. 155p. Dissertação
(Doutorado) - Faculdade de Medicina de São Paulo, Universidade de São Paulo, São Paulo 2005.
SARINHO, E. S. C. et al. Fatores de risco para asma infantil em Fernando de Noronha: Estudo do tipo caso-controle.
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SMELTZER, S. C.; BARE, B.G. Tratamento dos Pacientes com Distúrbios do Tórax e do Trato Respiratório Inferior In:
________ Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. cap. 21, p.441451.
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto.
ZUCCOLOTTO, S. M. C; KOBINGER, M. E. B. A. Asma In: ZUCCOLOTTO, S. M. C; KOBINGER, M. E. B. A; FERRER,
A. P. S. Pediatria em Consultório. 4. ed. São Paulo: Sarver, 2000. Cap. 29, p. 284-29.
EGRESSOS DE ENFERMAGEM: EXPECTATIVAS DE FUTUROS ENFERMEIROS
Silvia Sidnéia da Silva – Professora Doutora – UNAERP – [email protected]
Natália de Souza Silva – Enfermeira
Maria Eduarda Nora Rosa Castro - Graduanda em Enfermagem – UNAERP- [email protected]
Maria Helena Pessini de Oliveira – Professora Titular- UNAERP – [email protected]
Resumo: Este estudo teve o objetivo de conhecer o que pensavam os estudantes do último ano do curso de enfermagem
da Universidade de Ribeirão Preto, campus Ribeirão Preto, sobre o seu futuro profissional. Trata-se de uma pesquisa de
campo, com abordagem de análise quali-quantitativa. A amostra constituiu-se de 25 egressos que responderam um
questionário, adaptado de Oliveira (2004). A partir do estudo pode-se concluir que os acadêmicos tinham medo de sair
da universidade para o mercado de trabalho, apresentando como motivos a inexperiência, o desemprego e a frustração
salarial, 52% deles. Receavam não ter conhecimento suficiente e medo de não saber lidar com a equipe, 37% deles se
preocupavam com a visão de outros profissionais e 44% referiram que iniciariam cursos de pós-graduação, logo após
término da graduação. Tais sentimentos são normais e o desafio está em conseguir, com o tempo, conquistar as
expectativas e superar tais receios.
Palavras-chave: Futuro profissional. Mercado de trabalho. Acadêmicos de enfermagem.
- 68 -
Introdução: Em enfermagem há um consenso de formar profissionalmente indivíduos que atuarão de forma global no
mercado de trabalho, transformando, inovando e lutando pelos interesses profissionais e da classe (CASSIANI; RICCI;
SOUZA, 1998).
A globalização tem mostrado aos profissionais a necessidade de atualização constante, devido à competitividade do
mercado de trabalho e melhoria da qualidade de assistência que é exigida pela população.
O mercado de trabalho vem contratando enfermeiros e a área de educação está crescendo significativamente,
absorvendo grande parte desses profissionais. A participação dos enfermeiros tem sido importante para a construção da
qualidade da saúde em nosso país.
A estrutura pedagógica do curso de enfermagem da Universidade de Ribeirão Preto direciona o discente para atuar
como profissional enfermeiro eticamente voltado para a qualidade da assistência em saúde que é oferecida à população,
pautado ao novo paradigma de saúde com uma atuação integral no fenômeno saúde. Um profissional atuante, integrado
aos movimentos sócioeconômicos e políticos do país, ajudando a traçar essa nova diretriz de ensino e assistência à
saúde dos brasileiros. Um profissional que é capaz de conhecer e intervir sobre os problemas/situações de
saúde/doença considerando a sua região de atuação, identificando as dimensões biopsicossociais e os seus
determinantes (OLIVEIRA, 2004).
Assim, é papel da universidade enquanto estimuladora e
formadora de conhecimentos, conhecer o pensamento de
egressos do último ano do curso de enfermagem com relação
às expectativas como futuros profissionais na tentativa de
mantê-los sempre atualizados e engajados na construção da
ciência em enfermagem.
Casuística e Métodos: Trata-se de uma pesquisa de campo, de caráter exploratório-descritivo, com abordagem de
análise quali-quantitativa. A pesquisa consistiu na aplicação de um questionário semi-estruturado, adaptado de Oliveira
(2004), aos alunos matriculados na oitava etapa do curso de graduação em Enfermagem da Universidade de Ribeirão
Preto – UNAERP, campus Ribeirão Preto; após autorização do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da
Universidade de Ribeirão Preto. A coleta de dados ocorreu no período de setembro a outubro do ano de 2006 e o
procedimento para análise dos dados contemplou questões fechadas, tabuladas de acordo com a freqüência; enquanto
as abertas foram categorizadas em temas comuns.
Resultados e Discussões: A amostra do estudo constituiu-se de 25 acadêmicos do quarto ano de graduação em
enfermagem da Universidade de Ribeirão Preto, sendo que todos os participantes da pesquisa estudavam no período da
manhã.
Na amostra, o sexo predominante dos alunos foi feminino, mas pôde-se perceber o crescimento do sexo masculino na
área de enfermagem; situações que vêm ocorrendo no mercado de trabalho como um todo.
Os sujeitos têm idade na faixa etária entre 21 e 34 anos, com predominância daqueles com idade de 21 e 22 anos;
assinalando, ainda, que 84% deles são solteiros e 16%, casados; com 68% dos sujeitos não possuindo filhos (a maioria)
e 12% deles tendo apenas 01 filho.
Os filhos dos acadêmicos tinham idade entre 2 e 5 anos; com igual percentual (de 30%), com filhos na faixa entre 0 a 1
ano e 6 a 12 anos. A maioria dos alunos era solteira e não possuía filhos. A faixa etária dos filhos dos alunos, também é
baixa, por volta de dois a cinco anos; num percentual de 40% deles.
Dentre os alunos que responderam ao questionário, 56% deles eram apenas estudantes e se unirmos os técnicos e
auxiliares de enfermagem, teremos 32% dos entrevistados que já trabalhavam no setor saúde. Os demais referiram ser
estagiários (6%), do lar (3%) e ainda negaram ter outra ocupação, em 3% dos casos; de acordo com os dados do Gráfico
1.
No curso de graduação em Enfermagem da Universidade de
Ribeirão Preto, temos profissionais da equipe técnica de
enfermagem em percentual significativo, pois referiram a
possibilidade de estudarem, uma vez que conseguiram
trabalhar em um dos períodos do dia e freqüentar as aulas
em outro. O curso é oferecido em período parcial, sem
comprometimento da carga horária exigida para a formação
do enfermeiro, determinada pelo Ministério da Educação e
Cultura.
- 69 -
Gráfico 1: Distribuição dos acadêmicos de enfermagem da UNAERP em relação à sua ocupação atual. Ribeirão Preto,
2006.
3%
3%
6%
13%
Estudantes
Técnico de Enfermagem
A uxiliar de Enfermagem
Estagiário
56%
Do Lar
Nenhuma
19%
O aluno foi questionado sobre cinco expectativas relacionadas ao seu futuro profissional, e conforme Gráfico 2, pôde-se
observar que 27% dos entrevistados tinham o mesmo desejo que era de “arrumar emprego”, seguido de 26% deles que
relataram preocupação em ser competentes, ter responsabilidades, compromissos com o trabalho e serem éticos no
exercício profissional. Outros 6% dos sujeitos responderam que esperavam no futuro poder conseguir passar segurança
para a equipe e 8% esperavam ter bom relacionamento; cerca de 5% pretendiam seguir área acadêmica, continuar
estudando e fazer mestrado; 4% dos sujeitos esperavam ter autonomia no serviço prestado; 5% queriam trabalhar em
locais que lhes trouxessem satisfação profissional; outros 5% esperavam se adequar às necessidades do local de
trabalho e 3% dos alunos esperavam alcançar seus objetivos. Estas respostas corroboram citações de Oliveira (2004),
quando refere que a estrutura pedagógica do curso de enfermagem deve levar o enfermeiro para uma atuação ética,
junto à comunidade, a partir de seu contexto social.
Ao serem questionados quanto aos seus receios, relataram vários argumentos.
Quanto aos receios relacionados ao futuro profissional dos egressos de enfermagem da UNAERP, a maioria dos alunos,
30% deles, respondeu que seu maior medo era ficar desempregado; 12% alegaram que eram incapazes de competir no
mercado de trabalho e cerca de 10% deles receavam não conseguir passar em concursos públicos. Comentaram que o
mercado de trabalho estava competitivo, tiveram medo do desemprego, mas também estavam frustrados com a faixa
salarial do enfermeiro, principalmente, dos recém-formados; cerca de 9% deles responderam que o salário era um
grande desmotivador para a entrada no mercado; 7% dos sujeitos salientaram que a inexperiência era um grande receio
dos egressos.
Um fato inusitado foi o de que 5% dos acadêmicos responderam que tinham receio de, após a conclusão da graduação
em enfermagem, se tornassem um técnico de enfermagem com nível superior, alegando ter medo desta transição, de
não se habituarem e se transformarem em um enfermeiro meramente técnico. Outros 5% apresentaram-se apreensivos
de não conseguir atuar como enfermeiros; 4% dos sujeitos tiveram receio de não serem bem recebidos pela equipe e
outro grupo de 4% dos sujeitos afirmaram que receavam cometer um erro grave; 2% responderam que tinham receio de
não exercer a função devido ao mercado tão competitivo e 1% respondeu que tinha temor de lidar com administração e
burocracia, pois alegava que não teve estágios e aulas práticas destas disciplinas.
Quando os egressos comentaram o receio do trabalho em equipe tinham a visão atual do mercado de trabalho, pois
exige profissionais com conhecimentos técnico-científicos, atitude ética e capacidade para o desenvolvimento do trabalho
em equipe (SOARES; BUENO, 2006).
Gráfico 2: Expectativas positivas relacionadas ao futuro profissional dos egressos de enfermagem da Unaerp. Ribeirão
Preto, 2006.
- 70 -
Arrumar Emprego
Ser profissional Competente, tendo
responsabilidade, compromisso com o
trabalho e ser éticos acima de tudo.
Conseguir passar segurança para a
equipe
Conquistar a equipe, ser um líder
5%
5%
4%
Bom relacionamento com os
funcionários
3%
1%
28%
1%
Continuar estudando, fazer mestrado
Adequar carga horária para não
atrapalhar vida pessoal
5%
Ajudar na criação de ONGs voltada
para a saúde
8%
Ter autonomia no serviço prestado
8%
26%
6%
Trabalhar em um local que traga
satisfação profissional
Se adequar as necessidades do local
de trabalho
Alcançar objetivos
Quando questionados sobre a área que pretendiam atuar houve uma diversidade de
respostas (Gráfico 3). As áreas mais citadas foram Ginecologia e Obstetrícia,
Hospitalar, Atendimento Pré-Hospitalar e Saúde Pública, todos com 14% de
referências cada; seguidas de Programa de Saúde da Família com 13% de citação e
Neonatologia com 7% das respostas. As áreas restantes pontuaram 4% das
preferências como Administração, Gestão, Setor Fechado, Unidade de Terapia
Intensiva, Pediatria e Geriatria.
Gráfico 3: Preferências dos egressos de enfermagem da UNAERP considerando a área de atuação como futuros
profissionais. Ribeirão Preto, 2006.
PSF
14%
13%
Hospitalar
APH
4%
Neonatal
4%
14%
Saúde Pública
4%
Administração
4%
Gestão
Setor Fechado
4%
UTI
4%
14%
14%
7%
Pediatria
Geriatria
G.O
Considerando a pretensão do local de atuação, 56% dos entrevistados responderam que pretendiam trabalhar no
município de Ribeirão Preto, 40% deles responderam que não, e somente 4% ainda não sabiam onde pretendiam atuar.
Muitos alunos do curso de enfermagem da UNAERP residem em Ribeirão Preto apenas para a formação profissional.
Os alunos que responderam que não iriam atuar no município de Ribeirão Preto foram questionados a falar sobre em
que lugar eles pretendiam trabalhar e 40% queriam ir para outros Estados; 30% permaneceriam no Estado de São Paulo;
10% relataram que iriam onde houvessem vagas e 20% deles não sabiam.
Quando indagados sobre a continuidade dos estudos os participantes foram unânimes respondendo que sim; 44% dos
sujeitos assinalaram que assim que terminassem a graduação já pretendiam iniciar cursos seqüenciais; 28%
responderam que um ano após o término da faculdade fariam tais cursos; 24% ainda não sabiam quando iriam fazer,
alegando que realizariam cursos dependendo do local em que estivessem trabalhando, para aprimorar conhecimentos
teórico-práticos relativos à atividade; 4% dos sujeitos responderam que ainda não sabiam se voltariam a estudar, pois
- 71 -
referiram estar em dúvida quanto ao seu futuro profissional. As respostas dos referidos acadêmicos convergiram com a
demanda do mercado de trabalho vigente, que exige profissional atualizado para o atendimento como um todo
(SOARES; BUENO, 2006; MERIGHI; YOSHIZATO, 2006).
Ao serem indagados sobre o que a faculdade representou na
vida de cada um deles, 51% responderam que tiveram um
grande crescimento pessoal; 17% referiram ter tido ganhos de
conhecimentos; 8% alegaram que o convívio social foi muito
importante na formação; 6% disseram que passaram por
situações novas, nunca vivenciadas; 6% referiram que a
graduação em enfermagem é a realização de um sonho; 4%
relataram que a passagem pela universidade representa o
futuro profissional; assinalando aprendizado, mudanças de
estilo de vida, melhoria intelectual e profissional e
conhecimento pessoal, cultural; além da aquisição de
conhecimentos da história da saúde no Brasil, em 2% cada.
Como última questão do instrumento aplicado, os alunos foram inquiridos sobre o curso de pós-graduação que gostariam
que tivesse na UNAERP, Campus Ribeirão Preto, e 19% responderam que gostariam de cursos na área de ginecologia e
obstetrícia, compartilhando dados de Merighi e Yoshizato (2006); 15% referiram na área de neonatologia e pediatria;
15% apontaram o curso de gestão hospitalar; 9% de enfermagem do trabalho e 6% deles o curso de Programa de Saúde
da Família. O mesmo percentual, de 3%, foi apontado para os cursos de Auditoria, Central de Material e Centro
Cirúrgico, Infectologia, Oncologia, Unidade de Terapia Intensiva e Urgência e Emergência; 3% dos alunos gostariam que
a Universidade oferecesse um intercâmbio entre países visando a Saúde Coletiva no mundo.
Conclusão: A partir desta pesquisa pôde-se inferir que os egressos de enfermagem da Universidade de Ribeirão Preto,
campus Ribeirão Preto, pensaram e refletiram sobre seu futuro profissional. Concluiu-se que os acadêmicos tiveram
medo de sair da universidade para o mercado de trabalho, apresentando como motivos a inexperiência, o desemprego e
a frustração salarial. Recearam, também, não ter conhecimento suficiente, não conseguir aplicar na prática todas as
atribuições que são delegadas ao profissional enfermeiro, tiveram temor de não saber lidar com a equipe e se
preocupavam, principalmente, com a visão que os outros funcionários tinham dos egressos; situações que geram
insegurança e medo do novo.
Por outro lado, apesar da apreensão, os egressos anseavam uma enfermagem melhor. Estavam saindo da universidade
alegando que para alcançar o sucesso profissional era necessário garantir o sucesso pessoal, pois para cuidar
necessitava-se, primeiramente, cuidar de si; para, posteriormente, cuidar integralmente dos pacientes/clientes/usuários;
assinalaram, assim, perspectivas positivas para o futuro profissional.
Os egressos do curso de graduação em enfermagem da Unaerp pretendiam ser profissionais competentes, com
responsabilidade, ter compromisso com o trabalho e queriam aplicar a ética no exercício da enfermagem.
Os egressos se preocuparam, também, com o relacionamento que irão ter com a equipe; circunstância que demonstrou
a associação da teoria e técnica aprendidas com o relacionamento interpessoal; que se apresenta como um dos
atributos, entendido como fundamental, para o cuidado ao cliente.
Referências Bibliográficas
CASSIANI, S. H. D. B.; RICCI, W. Z.; SOUZA, C. .R. de. A experiência do programa especial de treinamento na
educação de estudantes de graduação em enfermagem. Rev. latino-am. enfermagem, Ribeirão Preto, v. 6, n.1, p. 36-69,
janeiro 1998.
MERIGHI, M. A. B.; YOSHIZATO, E. Seguimento das enfermeiras obstétricas egressas dos cursos de habilitação e
especialização em enfermagem obstétrica da Escola de Enfermagem, da Universidade de São Paulo. Rev. Latino-am.
Enfermagem. [online]. jul/ago 2002, v. 10, n. 4, p. 493-501. Disponível na World Wide Web: http://www.scielo.br/scielo.
Acessado em 22 de fevereiro de 2006.
OLIVEIRA, M. H. P. Projeto Político Pedagógico do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade de Ribeirão
Preto. Ribeirão Preto, 2004. 131 p.
SOARES, M. H; BUENO, S. M. V. A percepção do aluno do quarto ano de enfermagem em relação ao seu ingresso no
Mercado de trabalho. Revista Nursing, v. 101, n. 9, p. 1064-1069, outubro 2006.
- 72 -
PÔSTERES
INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO IDOSO HEMIPLÉGICO APÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO.
RELATO DE CASO.
Suellen Fernanda Coutinho
Acadêmica de Fisioterapia UNIVÁS
Adílio Souza Gonçalves
Acadêmico de Fisioterapia UNIVÁS
Júlio César Delfino da Rosa
Acadêmico de Fisioterapia UNIVÁS
Juscelino Sérgio Amâncio
Acadêmico de Fisioterapia UNIVÁS
Eliziana Renata Souza dos Santos
Acadêmica de Fisioterapia UNIVÁS
Luís Henrique Sales Oliveira
Fisioterapeuta, Docente da UNIVÁS, UNIVERSITAS E UNIFENAS. [email protected]
Introdução: O acidente vascular encefálico (AVE) é uma doença grave e muito freqüente. Com uma incidência anual de
500.000 novos casos, sendo a terceira maior causa de óbitos e a primeira causa de seqüelas nos E.U. A. O AVE
hemorrágico deve-se a ruptura de um vaso intracraniano, gerando o extravasamento de sangue para o parênquima
cerebral. Nestes casos, os sintomas ocorrem por compressão de estruturas nervosas e/ou por aumento da pressão
intracraniana. A hemiplegia é uma situação grave, potencialmente incapacitante, sendo uma seqüela neurológica que
pode ser causada por diversas doenças. Na hemiplegia ocorre a perda da mobilidade voluntária em um hemicorpo. Esta
pode instalar-se subitamente ou ser progressiva. Objetivo: relatar o caso de um paciente com Hipótese Diagnóstica de
AVE hemorrágico. Relato do caso: Paciente, 80 anos, sexo masculino, aposentado. Foi atendido pelo serviço de
neurologia do Hospital das Clínicas Samuel Libânio, com história de queda da própria altura, queixando-se de cefaléias
intensas, acompanhadas de confusão mental e afasia, perda de movimentação dos membros do lado direito,
acompanhante relatou cardiopatia, tabagismo, uso de anticoagulante oral. Na tomografia de crânio, evidenciou imagens
múltiplas de aspecto nodular, localizadas na região frontal e esquerda. Foi diagnosticado AVE hemorrágico. Deu inicio ao
tratamento fisioterapeutico: Fisioterapia respiratória e neurofuncional. Técnicas de higiene brônquica foram realizadas, já
que o paciente apresentava lesão cortical, o que favorece o acúmulo de muco brônquico. Expansão pulmonar foi incluída
no protocolo de tratamento, pois o paciente encontrava-se acamado. Na fisioterapia neurofuncional os fisioterapeutas
realizaram cinesioterapia ativo-assistida para MMSS e MMII, mobilização articular e técnicas para analgesia. Paciente
com alta 7 dias após cirurgia com déficit pequeno em MSD. Consideração finais: Consideramos o prognóstico do
paciente bom, apesar de ter um quadro de AVE hemorrágico, sua recuperação foi iniciada no pré operatório e mantida
até o pós operatório. A fisioterapia teve um papel fundamental para reabilitação desse paciente tanto na parte
respiratória, como na parte neurofuncional.
COMPARAÇÃO DO TESTE DE AGILIDADE EM ATLETAS DE HANDEBOL E BASQUETEBOL NA CIDADE DE
GUAXUPÉ-MG
Kátia de Paula Freire
Carolina Gabriela Reis Barbosa
Orientador: Rodney Alfredo Pinto Lisboa
Co-orientador: Arthur Paiva Neto
INTRODUÇÃO: O handebol é um esporte rápido e dinâmico onde existe grande troca de posições tanto no ataque,
quanto na defesa, e onde o contato físico é constante. O basquete é um esporte caracterizado por momentos de
atividades constituídas de curta duração e alta intensidade intercaladas por períodos de recuperação. O basquete é um
esporte onde há grandes variações de ações, onde os atletas devem estar fisicamente, tecnicamente e taticamente
preparados.Em um jogo de handebol e de basquetebol a agilidade dos atletas é essencial para os deslocamentos
durante a partida tanto ofensivamente quanto defensivamente. Os jogadores de handebol e de basquete têm em comum
um padrão motor básico. A habilidade motora de uma modalidade esportiva pode contribuir na execução do movimento
da outra modalidade. ANÁLISE DOS RESULTADOS: Foram analisados 11 atletas de handebol e 11 de basquetebol, do
sexo masculino, praticantes das modalidades no ginásio poliesportivo da cidade de Guaxupé-MG. Utilizou-se o teste
“SHUTTLE RUN” (padronizado pela AAHPER e modificado pelo LAFISCS). CONCLUSÃO: Os atletas de Handebol
obtiveram media na primeira tentativa de 11,370,60 e na segunda de 11,110,62. Os atletas de basquetebol obtiveram
media na primeira tentativa de 11,571,25 e na segunda tentativa de 11,390,69. Ao final deste estudo pode-se concluir
- 73 -
que para atletas de handebol e basquetebol, na categoria juvenil do sexo masculino não existe especificidade na variável
agilidade entre os dois grupos. O efeito de aprendizagem esteve presente nos dois grupos.
A ATUAÇÃO DO EDUCADOR FISICO PARA PORTADORES ESPECIAIS
Acary Santos de Silva Oliveira Júnior/ Rafael Castro Kocian
Universidade Paulista
[email protected]
RESUMO
Os primeiros relatos da Educação Física adaptada surgiram na década de 50, definidos como um programa de
atividades desenvolvimentistas.
Os principais objetivos da educação física Adaptada é oferecer atendimento especializado aos educando portadores de
necessidades especiais, respeitando as diferenças individuais, visando o desenvolvimento global, e sabendo reconhecer
suas potencialidades e integração na sociedade; investigar como os educadores físicos podem atuar, proporcionando
benefícios físicos e sociais obtidos com sua prática da atividade física.
O esporte para portadores de deficiência física aplicada ao processo de reabilitação vem transformando pacientes em
atletas, proporcionando alguns benefícios tais como a prática regular de atividade física, oportunidade de testar seus
limites, suas potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias à sua deficiência e promover a integração social do
indivíduo.
Palavras chaves: Educador Físico; Pessoas; Necessidades Especiais.
INTRODUÇÃO
A Educação Física adaptada surgiu na década de 50, definida como um programa diversificado de atividades
desenvolvimentistas, jogos e ritmos adequados aos interesses, capacidades e limitações de pessoas com deficiência.
Em 1982, passou a ser definida como “Educação Física Adaptada para pessoas portadoras de necessidades especiais”,
respeitando e compreendendo técnicas e formas de organização que podem ser aplicadas aos deficientes portadores a
um processo de planejamento que visa atender as necessidades de seus educandos.
O objetivo da Educação Física Adaptada é oferecer atendimento especializado aos educandos portadores de
necessidades educativas especiais, respeitando as diferenças individuais, visando o desenvolvimento global,
reconhecerem suas potencialidades e integração na sociedade; investigar como os educadores físicos podem atuar,
proporcionando benefícios físicos e sociais obtidos com sua prática.
O esporte para portadores de deficiência física aplicada ao processo de reabilitação vem transformando pacientes em
atletas, proporcionando alguns benefícios tais como a prática regular de atividade física, oportunidade de testar seus
limites, suas potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias à sua deficiência e promover a integração social do
indivíduo.
MÉTODO
Trabalharemos com pesquisa qualitativa, utilizando em primeira etapa, o levantamento bibliográfico, averiguando livros
de graduação relacionados com o tema “A Atuação do Educador Físico para pessoas com necessidades especiais”.
Em uma segunda etapa faremos entrevistas, em forma de questionário, os dados serão coletados no município de Casa
Branca / SP, com Educadores físicos. Será garantido sigilo absoluto dos sujeitos entrevistados. Os dados coletados
serão analisados, tabulados e distribuídos graficamente.
RESULTADO E DISCUSSÃO
O questionário foi aplicado com educares físico, em forma de entrevista, veremos a seguir, o resulto neste capítulo.
01. Que atividades podem ser trabalhadas com os portadores de necessidades especiais?
Todos os entrevistados falaram que atividade poderia ser qualquer desde que sejam adaptadas às necessidades dos
praticantes.
Apuramos que mais da metade dos educares físico já trabalharam em escola para de deficientes.
02. Você acha que o espaço físico tem prioridade na vida dos portadores de necessidades especiais?
Nesta questão gostaríamos de verificar com os sujeitos como foi a realização dos trabalhos para os portadores de
necessidades especiais.
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A maioria dos entrevistados já trabalhou com portadores de necessidade especiais. Segundo o sujeito 03, sua resposta
foi a seguinte: “sim, pois o deficiente tem um limite de espaço por causa de sua deficiência, então o espaço é muito
importante para eles”.
03. Quais os benefícios que a atividade física oferece aos portadores de necessidades especiais?
Os sujeitos 03 e sujeito 01 citaram-nos: “que os benefícios melhoram a qualidade de vida dos portadores”.
04. Você concorda com a obrigatoriedade para todos os professores terem cursos específicos para trabalhar com
portadores de necessidades especiais?
A maioria dos sujeitos concorda com a obrigatoriedade de cursos específicos para trabalharem com portadores. O sujeito
02 descreve que: “Não acha que cada professor tem seu perfil e que trabalhar com portadores de necessidades
especiais requer pré-disposição do profissional”.
05. Você acha que a inclusão está dando certa? Justifique.
A maioria dos sujeitos fala que a inclusão não esta dando certo. Com exceção do sujeito 05, onde descreveu-nos que: “A
inclusão está dando certo é conseqüência de uma escola de qualidade, capaz de conhecer e percebe os alunos”.
06. O que faria para melhorar a inclusão dos portadores de necessidades especiais?
Todos os sujeitos descrevem que qualificava melhor todos os professores. O sujeito 04 descreve-nos: “Que procuraria
cursos, pessoas qualificada que pudessem me ajudar na melhoria do meu trabalho”.
07. Existe uma metodologia especifica para trabalhar com os portadores de necessidades especiais?
Os sujeitos 03, 04 e 05 acreditam que não existem algumas metodologias especifica para trabalhar com os portadores de
necessidade especiais. O sujeito 01 e 02 falou-nos: “eles acham que deve existir uma metodologia especifica”.
08. Qual o seu comportamento em uma sala onde á inclusão é diferenciada?
O sujeito 04 comenta-nos: “procuraria mostrar que não deve haver o preconceito e sim o respeito, participação entre
todos”.
09. Na sua formação profissional aponte os resultados positivos no seu trabalho com os portadores de necessidades
especiais?
Os sujeitos 02 descreveram como os resultados sofram positivos. Suas citações: “O que poderia ser observar é a
superação da necessidade especial. Isso só basta para sua formação do cidadão pleno”. No entanto os outros sujeitos
afirmaram que é muito importante esse trabalho para vida dos portadores.
10. Como você avalia o seu trabalho com os portadores de necessidades especiais?
Todos os sujeitos relataram que os trabalhos tiveram resultados surpreendentes. O sujeito 04, como assim, ressaltamos
o comentário: “È um trabalho árduo, mas com resultados marcantes, às vezes tenho a impressão de que apreendo mais
com eles do que eles comigo”.
CONCLUSÃO
Durante a análise dos questionários chegamos à conclusão que todos os sujeitos entrevistados tiveram uma participação
na melhora da qualidade de vida e na coordenação motora dos portadores de necessidades especiais.
Por esse motivo, é de suma importância realizar um trabalho de intervenção com os portadores de necessidades
especiais para que possamos melhorar sua auto estima o seu rendimento dentro das aulas dar uma pouco mais de
atenção para esses alunos.
Aos profissionais da área da Educação Física é importante que realizem trabalhos com os portadores de necessidades
especiais.
Além de pensarmos numa equipe multidisciplinar trabalhando com os portadores de necessidades especiais melhorando
o rendimento dos portadores.
REFERENCIAS
ADAMS, R; DANIEL, A; Mc CUBBIN, J. Jogos, Esportes e Exercícios para o Deficiente Físico. Trad. de Ângela Marx.
3.ed. São Paulo: Manole, 1985.
A Educação Especial no Contexto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Brasília: MEC/SEF, 1997.
- 75 -
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Brasília: MEC/SEF,
1997.
DIAMENT, A; CYPEL, S. Neurologia Infantil. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 1996.
DUARTE, E; LIMA, S. T. Atividade Física para Pessoas com Necessidades Especiais. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2003.
GORGATTI, M. G; COSTA, R.F. Atividade Física Adaptada. Barueri - Sp: Manole, 2005.
GORLA, J. I. Educação Física Especial: Testes. Rolândia-Pr: Physical-Fisio, 1997.
MANTOAN. M. T. E. A Integração de Pessoas com Deficiência: Contribuição para uma reflexão sobre o tema. São Paulo:
Memnon, 1997.
MATTOS, R. Análise Crítica de uma Metodologia de Solução de Problemas na Prestação de Serviços. Universidade
Federal de Santa Catarina -UFSC, 2004.
MAZZOTTA, M. J. S. Educação Especial no Brasil: História e Políticas Públicas. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2003.
MENDES,
E.G.
A
Educação
Inclusiva
e
a
Universidade
http://www.ines.org.br/paginas/revista/espaco18/Debate01.pdf.
Acessado
em
Brasileira.
Disponível
em
20
de
Março
de
2008.
A IMPORTÂNCIA DA LATERALIDADE NO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA
Autora: RODRIGUES, Lidiane de Lima, cursando Pedagogia Unifeob.
Co-Autora: MARQUES, Adelci Hilda Mendes, Mestranda.
Co-Autora: NAVAS, Maria Ap., Graduanda em Educação Física - UNIFAE, Cursando Pedagogia – Unifeob. EMAIL:
[email protected]
Palavras – chave: desenvolvimento, lateralidade, aprendizagem.
Introdução: No desenvolvimento da criança, faz-se necessário que ela perceba sua direita/esquerda em relação a seus
deslocamentos e não só em concomitância uma da outra. Objetivo: Mostrar aos profissionais da educação a importância
da relação da lateralidade no desenvolvimento global. Material e Método: Pesquisa Bibliográfica, embasada em
pensamento reflexivo e cientifico comparando com a prática pedagógica da escola. Desenvolvimento: Sabe-se que a
lateralidade deve estar definida para que se obtenha noção de espaço/tempo bem definida. A definição de
direita/esquerda em relação a ela e os objetivos da-se em torno dos sete anos, mas antes a criança tem noção de que
existe dois lados em seu corpo, onde os primeiros deslocamentos dão noção dos lados “A partir dos sete anos, a criança
será capaz de perceber que à direita e esquerda não dependem somente uma da outra,...” (Alves, 2007: 64). Na
lateralidade a dominância cerebral em relação aos olhos, mãos, pés e ouvidos se aplica como destro (direita), sinistro
(esquerdo) e ambidestro (dois lados), cruzada (destra de mão, sinistro do pé). Quando a criança tem dominância de
escrita com uma mão, ela não terá dificuldade em guardar o termo da mão que usa (direita/esquerda), mas se for
ambidestro ou cruzada confundirá esses termos de direita/esquerda. Conclusão: Conclui-se que o professor deve
trabalhar a lateralidade antes da noção de espaço /tempo, estimulando de forma lúdica, respeitando as etapas do
desenvolvimento e sua maturação. Sendo que a lateralidade influi na idéia de si mesma, na noção espaço/tempo e
equilíbrio. Fazendo isso para que não ocorra dificuldade no desenvolvimento global, sendo que uma criança sem
lateralidade definida terá dificuldade na escrita e na fala.Visto que não se deve impor a criança a escrever com
determinada mão e sim deixá-la descobrir. “Esta deve ser uma liberdade de escolha da própria criança” (Almeida, 2006:
61).
Referências: FREIRE, João Batista. Educação de Corpo Inteiro: teoria e prática da Educação Física. São Paulo:
Scipione, 1997.
ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. Rio de Janeiro: Wak, 2007.
ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Teoria e Prática em Psicomotricidade: jogos, atividades lúdicas, expressão corporal e
brincadeiras infantis. Rio de Janeiro: Wak, 2006.
ROSA NETO, Francisco. Manual de Avaliação Motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.
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O CORPO DO ATLETA: UMA LEITURA ANTROPOLÓGICA E A INTERPRETAÇÃO DA PESSOA HUMANA.
Daniella Plazzi Grillo, Acad.
Edmilson José Sátolo, Acad.
Jedson Soares Aguiar, Acad.
Marcelo Ribeiro, M.s.
Carlos Roberto Pires Campos, Dr.
Centro universitário São Camilo – ES
Resumo: O trabalho discute, em linhas gerais, a relação que se estabelece entre o imaginário popular e o verdadeiro
modelo de corpo perfeito, fundamentando a análise a partir do olhar antropológico relacionado ao atletismo. Enfatiza,
ainda, a idéia de que nem sempre o corpo saudável resume-se a corpos com musculatura definida.
Palavras – chaves: imaginário popular; corpo perfeito, atletismo.
Introdução: Todo conhecimento resulta de duas dimensões: a compreensão e a explicação. Para se explicar alguma
coisa é preciso que primeiro se compreenda essa coisa. Discursaremos, então, sobre a relação entre o imaginário social
e a compreensão do verdadeiro modelo de corpo perfeito no Atletismo. Objetivo: Apresentar de forma sucinta que o
corpo cultuado e tido como perfeito não se resume a músculos definidos, mas uma busca pelo saudável, pelo
desenvolvimento cognitivo mais apurado capaz de harmonizar o intelectual com o anatômico. Materiais e métodos:
Reunimos o grupo (de quatro pessoas), para a seleção de artigos da área de Antropologia e Atletismo, em seguida,
dialeticamente, como sistemas que interagem sobre o mesmo objeto ─ o corpo ─ , cotejamos os textos para interpretar
como funciona, ou qual a relação entre o corpo perfeito do atleta e o imaginário popular. Essa operação dialógica teve,
dessa forma, inclinação dedutiva. Para comprovação do material teórico, lançamos mão de imagens de atletas colhidos
da mídia impressa e eletrônica. Resultados e Discussão: Os valores invertem-se, se a verdadeira importância da
atividade física, que sempre foi o bem estar de seus praticantes, transformar-se em uma procura visando resultados
somente estéticos. Foquemo-nos no atletismo: os atletas têm um corpo forte e definido pela prática desse esporte. No
entanto, muitos iniciantes querem praticá-lo somente para desenvolver corpos atléticos e definidos, fato que desconfigura
o esporte, afastando-o de seu objetivo maior. Mesmo sendo assim, ainda é grande o medo de, por exemplo, na prática
do lançamento de dardo, hipertrofiar-se o lado direito do corpo em decorrência do excesso de treinamento e,
conseqüentemente, ocasionar a hipotrofia do lado esquerdo. Se a busca pela resistência esportiva fosse maior que a
preocupação com o ganho de massa muscular, talvez, esse problema não existiria. Os meios acabam sendo pouco
explorados quando se pretende logo chegar ao fim, aos resultados. Quanto mais nossa observação estiver voltada para
a busca de uma certeza, menos perceberemos o outro, aqui personificado no corpo, o que significa que menos
condições teremos de perceber nosso corpo. E é por meio da observação, principalmente, que selecionamos atletas
hábeis à prática do atletismo, por exemplo. A aptidão é percebida dessa maneira, e, como poderemos percebê-la, se
estivermos idealizando um atleta, querendo a certeza de sucesso e corpo perfeito, se antes não o percebermos como
pessoa? Pessoa capaz, pronta pra desenvolver habilidades que já estavam incutidas nela própria as quais só
precisavam ser estimuladas. Conclusão: Perceber um corpo sensível, olhar um corpo que sofre ou se alegra é olhar além
de seu desempenho físico, é saber que este desempenho é vivido por uma pessoa humana. Sendo assim, só nos resta
entender que o saudável e o belo no imaginário social nem sempre são o que nos proporcionam maior bem estar e
saúde na realidade. Referências bibliográficas: KLUCKHOHN, Clyde. Antropologia: um espelho para o homem. Tradução
Neil R da Silva. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005 p.167 – 201; SAUTCHUK, C. E. Jogando com símbolos: notas para uma
antropologia da regulamentação da Educação Física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Campinas v.23. v.2
p.179 – 193, jan. 2002. VOTRE, S.J.(org.) Imaginário & representações sociais em educação física, esporte e lazer. Rio
de Janeiro: Gama filho, 2001.
AVALIAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICO-CULTURAL DOS PARTICIPANTES DA COLÔNIA DE FÉRIAS – 2008 - DO
PROGRAMA BOA-VIZINHANÇA: PRÓ-JUVENTUDE – VIDA ATIVA
Leonardo de Sousa Fortes, Acadêmico de Educação Física, Universidade Federal de Juiz de Fora, MEC – Sesu,
[email protected], Maria Lúcia Polisseni, Doutora em Educação Física, Maraísa Fuscaldi, Acadêmica de
Educação Física e Renato de Oliveira Abreu, Acadêmico de Educação Física
O lazer é uma prática lúdica, crítica e construtiva, promovendo o bem estar físico, mental e social dos indivíduos.
Atividades voltadas para os esportes ou jogos implicam na obediência ou construção de regras, essenciais para o
aprendizado do convívio social. A realidade de comunidades desfavorecidas economicamente mostra que as famílias
estão em meio à violência familiar e tráfico de drogas. Diante disso, crianças e adolescentes deixam de desfrutar do lazer
comum da própria idade. O programa de extensão “Boa-Vizinhança” tem por objetivo promover o lazer e o
desenvolvimento social de crianças e adolescentes de comunidades carentes. A metodologia utilizada na pesquisa foi a
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quantitativa, sendo aplicado um questionário sócio-econômico-cultural como instrumento de avaliação. Os sujeitos são
317 participantes da colônia de férias - 2008, entre quatro e quinze anos, moradores dos bairros do entorno da UFJF. A
colônia foi realizada na FAEFID/UFJF, no período de cinco dias, com duração de três horas cada sessão. Foram
desenvolvidas atividades recreativas, culturais, esportivas e cooperativas. Os resultados mostraram que 56,1% das
famílias possuem quatro ou cinco pessoas morando na mesma residência, 18,7% seis ou mais pessoas, apenas 11%
apresentavam três indivíduos. Com relação à renda familiar, 10,7% obtêm menos de um salário mínimo mensal, 65,9%
entre um e três salários, 15,7% apresentam renda acima de três salários. A maioria dos imóveis são próprios, 76,6%.
Quanto à situação escolar dos participantes, 82,2% estão estudando, 3,8% não estudam. Os percentuais faltantes em
cada dado referem-se aos que não declararam. Dentre as atividades preferidas, 69,1% optaram por atividades físicas,
atividades artísticas com 19,9% e, com menor interesse, de culturais, 11%. Dado a natureza do trabalho desenvolvido
pelo programa, seu público alvo e as atividades preferidas dos participantes, este estudo corrobora com o grande uso da
atividade física e do lazer recreativo como veículo de desenvolvimento social.
- 78 -
O AMBIENTE E A SUA RELAÇÃO COM O ASPECTO PSICOLÓGICO DE FUNCIONÁRIOS DE UMA INDÚSTRIA DE
GUAXUPÉ - MG
Larissa Dutra de Alcântara
Graduanda do curso de fisioterapia
Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé – UNIFEG
[email protected]
Graduanda do curso de fisioterapia. Jamili Dias Bernardino
Graduanda do curso de fisioterapia. Paula Passos França
Prof. Ms. Luiz Henrique Gomes Santos;
Profª. Ms. Daísa dos Reis Riboli Rodrigues;
Os estabelecimentos industriais devem estar aptos a proporcionar condições favoráveis a seus funcionários quanto à
segurança do trabalho. As condições desfavoráveis podem proporcionar alterações físicas e emocionais como,
desconforto, cansaço e uma diminuição na produtividade. O estresse no trabalho é ocasionado pela exigência e pela
capacidade de gerenciar os fenômenos que dependem do esforço individual, ocasionando distúrbios emocionais e
físicos, de acordo com a percepção e absorção de cada indivíduo. As causas do estresse são diversas e seus efeitos
cumulativos, podendo estar relacionado com problemas emocionais e condições proporcionadas no ambiente de
trabalho. O estresse é gerado principalmente devido a grande responsabilidade e insegurança, mas isso não é uma
verdade absoluta, pois, de uma maneira dosada, é necessário para o aperfeiçoamento das capacidades funcionais, da
auto-proteção e do conhecimento de seus próprios limites. Foi utilizado neste estudo, um questionário, sendo aplicado à
trinta funcionários de uma indústria da cidade de Guaxupé - MG. Dentre estes, 40% relataram que o ruído é perturbador.
86,6% consideram os protetores auriculares suficientes para proteção. Em relação a temperatura do local, 13,3% acham
agradável e favorável ao bom desempenho enquanto 86,6% são contrários. Dentre estes 56,6% não apresentam reação
às substâncias químicas expostas, 23,3% sentem dor de cabeça, 10% sentem coceira, 3,3% sentem irritação nos olhos e
6,6% apresentam outros sintomas. Como comprovação, 56,6% sente-se estressados ou irritados após a jornada de
trabalho e 43,3% não apresentam estresse ou irritação. Os dados apresentados mostram a íntima relação de alguns
itens analisados no ambiente, com o estresse por parte dos funcionários. Portanto o ambiente está diretamente
relacionado com a qualidade de vida dos funcionários da indústria.
Referências Bibliográficas
LANGOSKI, M. S. P. Agentes estressores e fatores ergonômicos relacionados a atividade dos profissionais de triathlon.
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, nov, 2002.
RODRIGUES, F. G.; TALAIA, M A. R. A importância ergonômica da avaliação do ambiente térmico. Universidade de
Aveiro, Aveiro, Portugal.
A IMPORTÂNCIA DA GINÁSTICA LABORAL E DA ERGONOMIA NA PREVENÇÃO DAS DORT´S EM UMA
INDÚSTRIA DE GUAXUPÉ-MG
Paula Passos França
Graduanda do curso de fisioterapia
Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé – UNIFEG
[email protected]
Graduanda do curso de fisioterapia. Jamili Dias Bernardino
Graduanda do curso de fisioterapia. Larissa Dutra de Alcântara
Prof. Ms. Luiz Henrique Gomes Santos;
Profª. Ms. Daísa dos Reis Riboli Rodrigues;
A Ginástica laboral (GL) compreende exercícios específicos de alongamento, fortalecimento muscular, coordenação
motora e relaxamento no próprio local de trabalho, tendo como objetivo principal prevenir e diminuir os casos de
LERT/DORT, possuindo como principal sintomatologia, a dor. Esta proporciona benefícios tanto para os trabalhadores,
quanto para a empresa, pois há o aumento da produtividade, retorno financeiro e o investimento na mão-de-obra
melhoram a qualidade de vida dos trabalhadores. Baseados nestas informações foram avaliados através de um
questionário, trinta funcionários da empresa Qualitrafo Industrial Ltda a relação dos quadros álgicos e a aplicabilidade da
GL. Dos avaliados, 66,6% sentem dor após a jornada de trabalho e 33,3% não sentem nenhuma dor. 30% não sentem
dor nenhum dia da semana, 30% sentem dor uma vez por semana, 10% sentem dor duas vezes por semana, 6,6%
sentem dor três vezes por semana e 23,3% sentem dor todos os dias da semana. Em relação à escala de dor avaliada
de 0 a 10, (0-2) 23%, (2-4) 17%, (4-6) 27%, (6-8) 23%, (8-10) 7%, (10-12) 3%. Os mesmos atribuem à dor ao movimento
- 79 -
realizado ou a postura exigida durante o trabalho (70%). 83,3% relataram que os equipamentos de segurança são
confortáveis. 83,3% dos funcionários estão adaptados ao revezamento de tarefas durante o trabalho e 16,6% não estão
adaptados. 96,6% acreditam que a GL melhora o rendimento e a disposição para a realização das tarefas. 96,3%
acreditam que um programa de reeducação postural pode melhorar a vida dos funcionários. Sugere-se que a dor é
presente na grande maioria, podendo prejudicar o rendimento destes. É necessário dar ênfase a uma melhor adaptação
durante a jornada para conseqüente diminuição do quadro álgico. Além de um profissional que faça orientação postural
para conscientização dos funcionários. Observou-se que os benefícios da GL estão na melhora do rendimento e
produtividade.
Referências
NEVES, I. R. LER: trabalho, exclusão, dor, sofrimento e relação de gênero. Um estudo com trabalhadoras atendidas num
serviço público de saúde. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, jun, 2006.
DE OLIVEIRA, J. R. G. A importância da ginástica laboral na prevenção de doenças ocupacionais. Revista de Educação
Física, Mato grosso, 139:40-49, dez, 2007.
A PREVENÇÃO DE ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS EM IDOSOS PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA
Amanda Augusta dos Santos
Graduanda do curso de fisioterapia
Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé – UNIFEG
[email protected]
Graduando do curso de fisioterapia. Fábio Augusto do Nascimento
Graduanda do curso de fisioterapia. Jamili Dias Bernardino
Graduanda do curso de fisioterapia. Kelle Patrícia Silva Mendonça
Graduanda do curso de fisioterapia. Paula Passos França
Graduanda do curso de fisioterapia. Sabrina Luzia da Silva
Prof. Ms. Luiz Henrique Gomes Santos;
Prof. Ms. Daísa dos Reis Riboli Rodrigues;
Atualmente, estima-se, que a cada 10 indivíduos no mundo, um tenha mais de 65 anos, idade acima da qual o individuo
é considerado idoso. Segundo o IBGE, 2004 o Brasil será o sexto colocado mundial com maior número de idosos, sendo
que em 2030 a população idosa será aproximadamente de 32 milhões de habitantes. A prevenção é o melhor caminho,
pois nem sempre o indivíduo irá manifestar sintomas de doença, até um idoso aparentemente saudável requer cuidados,
pois as manifestações de doenças nos idosos são: atípicas, sintomas inespecíficos e geralmente não relatados, sendo
muito fácil “perder” o diagnóstico. Baseando-se nestas informações foi realizado um estudo com o objetivo de avaliar as
possíveis alterações posturais em idosos praticantes de atividade física. Para isso avaliou-se a postura anterior e
posterior de 60 idosos acima dos 65 anos, sendo 55 mulheres e 5 homens. Na avaliação a cabeça dos idosos 65%
apresentou-se alinhada. Na avaliação anterior do ombro 45% apresentaram lado esquerdo mais alto e 30%
apresentaram simetria destes. Quanto a rotação de tronco, 80% apresentaram ausência desta alteração. Na avaliação
da crista ilíaca, 70% apresentara-a nivelada. Na articulação do joelho, 66,6% apresentaram normalidade. Na avaliação
da coluna cervical, 75% foram consideradas normais, e na coluna torácica como há de se esperar exatamente pela idade
degenerativa das articulações, 56,6 apresentaram a curvatura normal e 43,3 apresentaram hipercifose. Os dados da
avaliação na coluna lombar mostra que 56,6 apresenataram hiperlordose e 43,3% apresentaram a curvatura normal. Na
avaliação da cintura pélvica constatou-se que, 86,6% apresenataram-se normais. O genum recurvatum de joelho foi
observado em 10% dos idosos. A partir dos dados apresentados, sugere-se a íntima relação da atividade física no
retardo dos processos degenerativos tanto articulares, quanto na perda da função muscular, que ocasionam o
desenvolvimento de alterações biomecânicas e estruturais dos idosos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, M. I. C. Aspectos demográficos da população idosa no Brasil. In: Terceira Idade: Um Envelhecimento Digno
para o Cidadão do Futuro – Rio de Janeiro: Relume-Dumará/ Universidade Aberta da Terceira Idade, Universidade do
Estado do Rio de Janeiro.
MONTEIRO, M. F. G. Aspectos demográficos da população idosa no Brasil. In: Terceira Idade: Um Envelhecimento
Digno para o Cidadão do Futuro – Rio de Janeiro: Relume-Dumará/ Universidade Aberta da Terceira Idade, Universidade
do Estado do Rio de Janeiro.
- 80 -
OMS – Divisão de Saúde Mental – Grupo WHOQOL. Versão em português dos instrumentos de avaliação de Qualidade
de Vida (WHOQOL) 1998. Disponível em: www.ufrgs.br/psiq/whoqol.html acesso em 16 de março de 2003.
A EVOLUÇÃO DO PAPEL DO SEXO MASCULINO, DENTRO DA HISTÓRIA DA DANÇA
Carlos Alexandre Mendes
FMU – SP
[email protected]
Maria Cristina Mutarelli
FMU – SP
[email protected]
A pesquisa procurou constatar a evolução do papel do sexo masculino na história da dança, suas qualidades,
competências e possibilidades que não são inerentes à sua condição sexual, mas características e competências
artísticas e pessoais. Através de conceitos e aspectos da dança, a posição do sexo masculino na Evolução da História
da Dança encontra sua importância e discussões sobre este posicionamento sob os pontos de vista. Independente da
sexualidade, a dança partilha o mesmo instrumento: O Corpo Humano. O trabalho foi desenvolvido por pesquisa
bibliográfica, através de análise de desempenho relacionado aos aspectos de atuação dos bailarinos formais ou não.
Entrevistas com bailarinos atuantes ou não nos diversos estilos de dança. A idade é variável, sendo 5 rapazes entre 15 e
19 anos, 8 rapazes de 20 e 27 anos, um rapaz de 30 anos e um rapaz de 40 anos. Quando abordados quanto ao
preconceito sofrido devido à escolha profissional, 33% dos entrevistados responderam que sofreram algum tipo de
preconceito por orientação sexual, 28% quanto à escolha profissional e apenas 6% não sofreram nenhum tipo de
preconceito. Quando questionados a respeito das dificuldades financeiras enfrentadas devido à carreira, 40%
responderam viver diretamente da carreira de bailarino, 20% indicam que falta patrocínio e 7% indicam que precisam
conciliar a carreira de bailarino a uma atividade paralela para se sustentarem. Mesmo assim, 80% indicaram que
continuam a desenvolver a carreira apesar das dificuldades.
O PROFISSIONAL DE EUCAÇÃO FÍSICA NA SAÚDE PÚBLICA: DIFICULDADES E LIMITAÇÕES.
1) Sinval Avelino dos Santos – Prof. Dr. Enfermeiro/Educador Físico – Supervisor do Programa Hipertensão Arterial e
Diabetes Mellitus - Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto – [email protected]. 2) Regiane de
Almeida Martins – Educadora Física – Aprimorando Programa Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus - Secretaria
Municipal da Saúde de Ribeirão Preto. 3) João Paulo de Mesquita Vicente –Educador Físico- Aprimorando Programa
Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus - Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto.
A relação do homem com seu corpo permeiam a história. Ao longo dos séculos houve um processo de “esculturação” do
corpo, visando corpos fortes e belos. Dessa forma a prática de exercício físico para obtenção de força, foi fortalecendo
uma ideologia de controle corpo e do movimento. Com as mudanças dos paradigmas da saúde, a relação do homem
com seu corpo mudaram, iniciando a busca de um corpo saudável e uma melhor qualidade de vida, nesse sentido, o
Educador físico está inserido em ações e programas multidisciplinares que promovem a saúde. Dessa forma, várias
instituições e organizações têm enfatizado a importância da adoção de atividade física regular para a melhoria dos níveis
de saúde individual e coletiva, especialmente para a prevenção e reabilitação de doenças crônicas degenerativas. No
entanto, apesar do novo paradigma, os Educadores Físicos, ainda tem dificuldades como profissionais atuantes na rede
de saúde pública. Este trabalho como relato de experiência retrata a inserção de Educador físico enfatizando aspectos
de promoção da saúde, integrando atividades físicas direcionadas à concepção abrangente de saúde dentro de um
Programa de Saúde Pública, em Ribeirão Preto, SP. Tendo como objetivo descrever as dificuldade e limitações enquanto
integrante de equipe multiprofissional em Unidades de Saúde, utilizando como metodologia a pesquisa descritiva e como
meio de investigação o estudo de caso. O referencial teórico foi subsidiado com bibliografias pertinentes a área de
estudos com atividades físicas, saúde publica, doenças crônicas degenerativas. Nas considerações finais o trabalho
demonstra, a dificuldades de compreensão do papel do educador físico em Unidades de Saúde, relata os limites do
trabalho multiprofissional na prática do educador físico, descreve como a modalidade tratamento em saúde pública ainda
é caracterizada pela procura da ingestão medicamentosa de seus usuários, evidencia que praticas educativas em saúde,
como recurso terapêutico, tem pouca adesão pelos usuários.
PROJETO MOBILIDADE: PERFIL DE IDOSOS COM 60 ANOS E MAIS PARTICIPANTES DA FACULDADE ABERTA
DA TERCEIRA IDADE (FATI)
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UNIFEG – CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL GUAXUPÉ
AMANDA AUGUSTA DOS SANTOS
Aluna
[email protected]
JOSÉ CAETANO MINUS
Co-orientador
MÔNICA B. FERREIRA
Orientadora
Hoje, a temática do envelhecimento esta alcançando proporções relevantes em programas de estudos científicos, bem
como tem instigado o interesse nas diversas áreas tanto nos aspectos biológicos e físicos como sociais e psicológicos.
Vê-se que a participação social em grupos de convivência para a Terceira Idade tem possibilitado a inserção do idoso no
contexto social colocando-o no cenário brasileiro de envelhecimento e longevidade. A FATI oferece encontros semanais,
com duração de duas horas, com palestras abordando temas variados sobre saúde, sociedade e também atividades
físicas com aulas de informática e atividades fisioterapêuticas em grupo, sendo permitidos alunos com idade a partir de
50 anos, totalizando 120 alunos. O Projeto Mobilidade dos alunos do curso de Fisioterapia objetivou conhecer as
variáveis sócio-demográficas de idosos com 60 anos e mais, participantes da FATI – UNIFEG. O método utilizado tem
natureza quantitativa, estudo descritivo-exploratório, tendo como sujeitos: 53 idosos com 60 anos e mais, e como
instrumento: um questionário estruturado, analisado em percentuais estatísticos. Os resultados da pesquisa
demonstraram que: a idade variou entre 60 e 84 anos, sendo que 41,5% estão na faixa etária de 60/65 anos; sendo 83%
do sexo feminino; 39% apresentando 10 anos de estudos, não havendo registro de analfabetos; 43,4% casados e 30%
viúvos; apenas 20% moram sozinhos, demais apontaram morar com o cônjuge ou com filhos (33,9%); 92,45% moram
em casa própria e todos os investigados são aposentados. Como prática religiosa, 88,6% relataram participar do
catolicismo. Quanto à saúde, 52,8% dos sujeitos entrevistados têm algum plano de saúde sendo que 58,4% apontaram
não fazer uso ou utilizar apenas um tipo de medicamento. Conclusão: A identificação das características sóciodemográficas nesta população de idosos pode direcionar a promoção de terapias preventivas, assistenciais e
reabilitativas, a fim de manter a autonomia e preservar a independência do idoso pelo maior tempo possível.
A EQUOTERAPIA E O FISIOTERAPEUTA: OS PORQUÊS DA UTILIZAÇÃO DESSE RECURSO
CINESIOTERAPÊUTICO
CRUVINEL,Pedro
[email protected]
FERREIRA,Mônica Beatriz
Centro Universitário da Fundação Educacional GuaxupéUnifeg
A Equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo como instrumento cinesioterapêutico dentro de
uma abordagem multidisciplinar.
É Baseada nas reações neurofisiológica relacionada aos movimentos proprioceptivos, geradores de estímulos
excitatórios, nas terminações nervosas e condução aos centros nervosos supra-segmentares, provendo respostas
terapêuticas, cognitivas, motoras e coordenação global.
Após 30 minutos de exercício com o cavalo ocorre cerca de 1,8
a 2,2 mil deslocamentos. O animal deve ter idade mínima de
cinco anos, andadura regular (passo, trote e galope), altura de
1,40 a 1,50 m e castrado. Inicia-se a terapia a partir de um ano
de idade e as indicações está em normalização do tônus
muscular, interação social, correção postural, melhora do
equilíbrio, coordenação motora, auto-estima e iniciação nas
para - olimpíadas.
Com o aumento de fisioterapeutas utilizando a Equoterapia, os
pesquisadores propuseram investigar as razões pessoais do
fisioterapeuta por optar pela Equoterapia.
O estudo baseou em pesquisa qualitativa, com entrevista semiestruturada, realizada no período de maio a junho de 2007, no
sul de minas.
Dos sujeitos pesquisados, dois eram do sexo feminino, com
média de idade de 35,8 meses. Dois dos sujeitos atuam como
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professores universitários e um na APAE. A média de tempo de
atuação com a Equoterapia é de três anos. Todos com
especialização na área da saúde, mas não em Equoterapia,
tendo como formadora a ANDE-BRASIL. Compondo a equipe
multidisciplinar estão fonoaudiólogos, psicóloga, médico
veterinário, pedagogo, e adestrador. O envolvimento do
indivíduo praticante como um todo, e a afinidade pessoal com o
animal foi a resposta unânime pela opção. Foram apontadas
dificuldades como a adaptação do paciente, o custo da
montagem e manutenção da área, riscos de acidentes, falta de
recurso pedagógico, parâmetros de comparação, e dias
chuvosos. Diante das respostas a afinidade pelo cavalo foi
determinante na opção pela utilização da Equoterapia.
Palavras chaves: Equoterapia, Fisioterapeuta, cinesioterapêutico
Referencias Bibliográficas
ALBUQUERQUE, L. M. Hippoterapia: mais uma ajuda do cavalo ao homem.Boletim Informativo do Instituto de
Previdência dos Servidores Militares de Minas Gerais. Belo Horizonte, 1993.
ANDE-BRASIL, Associação Nacional de Equoterapia. Equoterapia, Brasília DF. Disponível em:
http://www.equoterapia.org.br/curso_basico.php. Acesso em: 12 de março de 2007, as 23:17 h.
BAHIA. P.M. Equoterapia na PMBA. Salvador BA. 2004 Disponível em: www.pm.ba.gov.br/equoterapia.htm.
Acesso em: 11 de março de 2007, as 22:00 h.
CERVO, A. L. e BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo SP: Pearson Prentice Hall. 20024
CIRRILLO, L. C. Horse Business: Equoterapia. 70. ed . Nobel, 2001.
COFFITO, Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional: Equoterapia Recurso Terapêutico em
Discussão. 11. ed. São Paulo SP. Insert Consultores em Comunicação. 2001.
COURA, M. O uso do Método Hipoterápico em Portadores de Autismo. (Monografia Curso de Fisioterapia) –
Universidade de Ribeirão Preto, 1999.
DONATO, C.A. Desafiando a Síndrome de Down. São Paulo: Edisplan, 1998.
GARRIGUE, R. ANDE-BRASIL, Associação Nacional de Equoterapia. I Congresso de Equoterapia. Coletânea
de Trabalhos: Fundamentos Básicos Sobre Equoterapia. 1.ed. Brasília, 1999.
LOPES, M. L. P.Equoterapia: Recebendo o portador de Síndrome de Down. 4. ed. 2000.
MEDEIROS,M;DIAS,E. A equoterapia na optimizaçao do ambiente terapêutico.Editora Revinter, Rio de
Janeiro,2003.
PARANHOS, M. Terapia à Cavalo. Saúde, novembro, 1993.Revinter, 2002.
RIBEIRO, M. C. C. Os Efeitos da Hippoterapia na Síndrome de Down. (Monografia Curso de Fisioterapia) –
Universidade de Ribeirão Preto, Maio, 2003.
SANTOS,O.Obra apostilada.O papel do médico na Equoterapia.Brasilia,1997., p.05-07
RELAÇÃO DOS PRINCIPAIS SINAIS DE INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DA DOR FEMOROPATELAR
Amanda Maria da Silveira Varela, Graduanda em fisioterapia, Centro Universitário de Lavras, apoio CNPq
[email protected]
Alessandra Castro de Souza, Doutora em fisioterapia pela UFSCAR e professora do Centro Universitário de Lavras
[email protected]
INTRODUÇÃO
A disfunção femoropatelar, também conhecida como Síndrome da Dor Patelofemoral (SDPF), está relacionada com
atividades que provocam aumento da compressão patelar, ocasionado por alterações físicas e biomecânicas da
articulação femoropatelar, caracterizada por dor na região patelar durante ou após atividades como: andar, subir e
descer escadas, agachar ou permanecer sentado por tempo prolongado. Mais comum em mulheres entre 18 e 35 anos.
Diversos sinais são encontrados na literatura que caracterizam a SDFP, como aumento do ângulo Q, geno valgo,
anteversão femoral, patela alta, crepitação, hipermobilidade patelar, entre outros. Entretanto não há ainda uma evidencia
dos principais e mais comuns sinais.
OBJETIVO
Objetiva-se observar os sinais que mais se evidenciam nos pacientes com a SDFP, traçando um perfil que melhor
caracteriza estes indivíduos.
- 83 -
MÉTODO
Foram selecionados ate o momento 9 voluntárias (18 e 25 anos), sedentárias, divididas em dois grupos baseados nos
critérios propostos por ANDRADE (2000): 2 voluntárias clinicamente normais (controle- GC) e outro com 7 voluntárias
com dor patelar (GSDFP). Para adequação das voluntárias em determinado grupo, foi aplicado um questionário
avaliando os principais sinais apresentados pelas voluntárias.
RESULTADOS PARCIAIS
Tabela: Alguns sinais observados na avaliação das voluntárias dos grupos controle e SDFP
SINAIS
Anteversão
femoral
Ângulo Q
Geno valgo
CONTROLE
(2 VOLUNTÁRIAS)
SDFP
(7 VOLUNTÁRIAS)
2 voluntárias <12°
Média 3,5°
3 voluntárias ≥12°
Média 12,3°
1 voluntária <16°
Média 16°
6 voluntárias ≥16°
Média 20°
Média 2,3cm
Média 3,8cm
Altura normal
3 voluntárias
Patela alta
1 voluntária
Mobilidade normal
4 voluntárias
Hipermobilidade
patelar
Ausente
6 voluntárias
(cm)
Alinhamento
da patela
Mobilidade
patelar
Crepitação
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HIPERTROFIA DO LIGAMENTO AMARELO, SUGESTÃO PARA PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO
Luís Henrique Sales Oliveira
Fisioterapeuta, Docente da UNIVÁS, UNIVERSITAS E UNIFENAS. [email protected]
Cristiano Lélis Silva Gomes
Acadêmico de Educação Física UNIVÁS
Thiago Palmeira de Senna Lima
Acadêmico de Educação Física UNIVÁS
Luis Carlos da Silva
Acadêmico de Educação Física UNIVÁS
Rafael José de Lima
Acadêmico de Educação Física UNIVÁS
César Ulisses Ferreira dos Reis
Acadêmico de Educação Física UNIVÁS
Introdução: O Ligamento amarelo conecta as bordas das lâminas das vértebras adjacentes, e contribui para o limite
posterior do forame intervertebral. Este ligamento tem alta proporção de fibras elásticas, permitindo a separação das
lâminas durante a flexão e resistindo a uma grande separação. Outra função é auxiliar o retorno à posição de repouso da
coluna quando fletida, devido a sua elasticidade.
Hipertrofia, calcificação e ossificação do ligamento podem
ocorrer, segmentarmente, em associação à doença degenerativa do disco, o que pode representar processo
degenerativo benigno da idade. Está patologia é quase exclusivamente encontrada em publicações japonesas. Alguns
artigos não japoneses já foram publicados. Recentemente, o encontro desta patologia em um paciente, aliado à ausência
de publicações nacionais sobre o tema, apesar de uma importante imigração japonesa no pais, nos levou a registrar este
caso. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo descrever um caso de uma paciente com hipertrofia do ligamento
amarelo. Relato do Caso: Paciente do sexo feminino, 76 anos, foi encaminhada ao Serviço de Fisioterapia Dr. Rinaldo
Guirro do Hospital das Clínicas Samuel Libânio, com diagnóstico médico de Artrite, referindo fortes dores em região
lombo- sacra que irradia para membro inferior direito. Segundo anamnese realizada com a paciente, a mesma informa
que há 40 anos sofreu queda da própria altura com fratura de cotovelo e punho do lado direito. Na Tomografia
Computadorizada realizada da região lombossacra foi encontrado; presença de osteofitose e sinais de osteoartropatia
degenerativa entre L4/L5 e L5/S1, hipertrofia do ligamento amarelo entre L4/L5, condicionando redução do diâmetro
transverso do canal vertebral. Considerações finais: Mediante as manifestações clínicas da paciente e baseado nos
resultados do exame complementar, o protocolo de intervenção para reabilitação está baseado nas características
degenerativas da doença. Iniciado com analgesia, ganho de amplitude articular de movimento, mobilização vertebral,
liberação miofascial, exercícios de baixo impacto e de preferência resistidos para correção postural e manutenção de
atividades de vida diária.
RECREAÇÃO TERAPÊUTICA COM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS
PORTADORES DE DEMÊNCIA EM ESTÁGIO AVANÇADO
AUTOR: JOYCE DA SILVA BENFEITO; TITULAÇÃO:ACADÊMICA DE EDUCAÇÃO FÍSICA;
INSTITUIÇÃO: VILLA VECCHIA; E-MAIL: [email protected]
CO-AUTORES: MIKHAELA KASSIADOU MENEZES, FISIOTERAPEUTA;
ARIANNA KASSIADOU MENEZES, MÉDICA ESPECIALISTA EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA; CELESTE MARIA THOMAZ CAMPOS,
MÉDICA ESPECIALISTA EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA; ELAINE DE OLIVEIRA NASSER, TERAPEUTA OCUPACIONAL; DALVA MARIA
LYRA MOREIRA, PSICÓLOGA
ESTE TRABALHO DEFENDE UMA METODOLOGIA DE INTERVENÇÃO REABILITADORA ATRAVÉS DE RECREAÇÃO TERAPÊUTICA, PARA
IDOSOS DEMENCIADOS DE ALTA COMPLEXIDADE.
TRATA-SE DE PROPOSTA INOVADORA , EXPERIMENTAL E DESAFIANTE UMA VEZ QUE A LITERATURA PROPÕE PARA ESTES CASOS
,INTERVENÇÕES LIMITADAS À PRESTAÇÃO DE CUIDADOS E À OCUPAÇÃO AGRADÁVEL DO TEMPO LIVRE. SÃO REALIZADAS SESSÕES
DE RECREAÇÃO TERAPÊUTICA COM DURAÇÃO DE 90 MINUTOS, ABRANGENDO TRÊS DOMÍNIOS :MOBILIDADE GLOBAL; COGNIÇÃO E
LINGUAGEM; ATIVIDADES BÁSICAS DA VIDA DIÁRIA . OS OBJETIVOS PRIMÁRIOS SÃO : ESTIMULAR PRAZER, AUTO-ESTIMA E
SOCIALIZAÇÃO;ENVOLVER O INDIVÍDUO COM
OCUPAÇÕES SIGNIFICATIVAS; AMPLIAR
A CAPACIDADE COMUNICACIONAL;
POTENCIALIZAR HABILIDADES FÍSICAS E MENTAIS REMANESCENTES; MINIMIZAR TRANSTORNOS COMPORTAMENTAIS TAIS COMO:
APATIA OU AGITAÇÃO . TODAS AS ATIVIDADES SÃO DESENVOLVIDAS COM FORMATO LÚDICO-RECREATIVO, TENDO COMO MEIO
FACILITADOR O CONTATO AFETIVO. OS RESULTADOS SÃO COMPUTADOS APÓS CADA SESSÃO. O GRUPO REÚNE 21 IDOSOS COM
IDADE MÉDIA DE 85 ANOS SENDO 80% MULHERES. TODOS SÃO DEMENCIADOS ESTANDO 96% EM ESTÁGIOS AVANÇADOS DE
EVOLUÇÃO; 80% COM ALTA DEPENDÊNCIA PARA AVDS , 80% TÊM DIFICULDADES DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO , 100%
APRESENTAM TRANSTORNOS COMPORTAMENTAIS E , 81% DIFICULDADES DE MARCHA. A AVALIAÇÃO DE 140 SESSÕES REALIZADAS
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AO LONGO DE 5 MESES DEMONSTROU QUE:EM 80% DAS SESSÕES HOUVE UMA PARTICIPAÇÃO ATIVA DO GRUPO ; EM 77.% FOI
MANTIDO BOM NÍVEL DE ATENÇÃO ; TRANSTORNOS COMPORTAMENTAIS RELEVANTES SURGIRAM EM APENAS 13% ; INTERAÇÃO
SOCIAL OBJETIVA OCORREU EM 40% DAS ATIVIDADES E EM 80% IDENTIFICOU-SE EXPRESSÕES EXPLÍCITAS DE PRAZER
CONSIDERAMOS, QUE ESTA METODOLOGIA POSSIBILITOU TANTO O ENVOLVIMENTO DOS IDOSOS EM ATIVIDADES DE RELEVÂNCIA
REABILITADORA, QUANTO A MENSURAÇÃO DE RESULTADOS PALPÁVEIS, QUE MERECEM CONSIDERAÇÃO PARA UMA POSSÍVEL
REVISÃO DE CONCEITOS QUANTO ÀS PRÁTICAS PROPOSTAS PARA AS AÇÕES DE SAÚDE COM ESTE SUBGRUPO EM ESPECIAL .METAS
OBJETIVAS DE BEM ESTAR E QUALIDADE DE VIDA PODEM SER ATINGIDAS POR PROPOSTAS ESPECÍFICAMENTE DESENVOLVIDAS PARA
ESTES CASOS.
ELABORAÇÃO DE PROTOCOLO PARA RASTREAMENTO DE FATORES DE
RISCO PARA QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS
AUTOR: MIKHAELA KASSIADOU MENEZES; TITULAÇÃO: FISIOTERAPEUTA;
INSTITUIÇÃO: VILLA VECCHIA; E-MAIL: [email protected]
CO-AUTORES: GLADSTON JOSÉ DE PAULA DOS SANTOS, MÉDICO GERIATRA;
ARIANNA KASSIADOU MENEZES, MÉDICA ESPECIALISTA EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA;
CELESTE MARIA THOMAZ CAMPOS, MÉDICA ESPECIALISTA EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA; JOYCE DA SILVA BENFEITO,
ACADÊMICA DE EDUCAÇÃO FÍSICA;
ELAINE DE OLIVEIRA NASSER, TERAPEUTA OCUPACIONAL
QUEDAS SÃO FENÔMENO DE ALTA PREVALÊNCIA EM IDOSOS, SENDO UM DESAFIO ESTRATÉGICO EM SAÚDE RASTREAR GRUPOS DE
RISCO E DESENVOLVER PREVENÇÃO EFICAZ . IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS PERTENCEM AO GRUPO DE MAIOR RISCO. DEMÊNCIA,
DEPENDÊNCIA NAS ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA , DISTÚRBIOS DA MARCHA OU EQUILÍBRIO , SÃO MARCADORES DE RISCO ELEVADO.
AS LIMITAÇÕES DOS IDOSOS FRAGILIZADOS FREQUENTEMENTE INVIABILIZAM A REALIZAÇÃO DOS TESTES DE MOBILIDADE.
PROTOCOLOS DE RASTREAMENTO EXISTENTES SÃO MAIS ADEQUADOS PARA IDOSOS DA COMUNIDADE.NESTA PESQUISA
TRANSVERSAL FOI AVALIADA POPULAÇÃO IDOSA INSTITUCIONALIZADA, APLICANDO-SE SIMULTANEAMENTE 4 TESTES DE FÁCIL
EXECUÇÃO REFERENDADOS PELA LITERATURA, VISANDO APRIMORAR DETECÇÃO DOS INDIVÍDUOS DE RISCO E ESTRATÉGIAS
PREVENTIVAS. RASTREOU-SE TRÊS DOMÍNIOS BÁSICOS : MOBILIDADE - INDEPENDÊNCIA - PRESENÇA E SEVERIDADE DE DEMÊNCIA ,
UTILIZANDO : “TIMED TO UP AND GO”; “BARTHEL INDEX” ; “GDS DE REISBERG” . COMPLEMENTOU-SE COM A “ESCALA DE RISCO DE
QUEDAS MÚLTIPLAS DE TROMP”.A POPULAÇÃO ABRANGEU 50 INDIVÍDUOS , MÉDIA ETÁRIA 84 ANOS , 88 % MULHERES. DEMÊNCIA
FOI DETECTADA EM 84% ESTANDO 48% EM ESTÁGIO AVANÇADO. UMA MINORIA DETINHA HABILIDADE MENTAL PARA AVALIAR
RISCOS. A DEPENDÊNCIA EM ATIVIDADES BÁSICAS FOI SEVERA EM 88%. O TESTE DE MOBILIDADE E EQUILÍBRIO REVELOU
DESEMPENHO RUIM OU INCAPACIDADE COGNITIVO-MOTORA PARA SUA REALIZAÇÃO EM 56%. NA ESCALA TROMP 86% ERAM DE
RISCO. OS DADOS SUGEREM QUE APENAS 12% ESTAVAM SOB RISCO DE QUEDAS DE CAUSA ACIDENTAL, ESTANDO OS DEMAIS, SOB
RISCO DE SOFRER QUEDAS POR CAUSAS INTRÍNSECAS. DE FATO, 78% JÁ TINHAM SOFRIDO QUEDA. DENTRE OUTRAS
RECOMENDAÇÕES , A INSTITUIÇÃO EM QUESTÃO JÁ OFERECE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PREVENTIVA E ATIVIDADE FÍSICA
REGULAR. ATUALMENTE INSTALOU-SE UMA COMISSÃO PARA MONITORAR QUEDAS , SENDO PROGRAMADOS TREINAMENTOS
ESPECÍFICOS DA EQUIPE .ESTE TRABALHO INOVA, POR SUGERIR UM PROTOCOLO DE RASTREAMENTO SIMPLES PORÉM AMPLO,
FOCADO PARA IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS , POSSIBILITANDO DIRECIONAMENTO DE ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO MAIS
APROPRIADAS ÀS CIRCUNSTÂNCIAS.
ESTUDO TRANSVERSAL SOBRE PRESENÇA DE FATORES DE RISCO
PARA SARCOPENIA E SUAS COMPLICAÇÕES EM INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS
AUTOR: MIKHAELA KASSIADOU MENEZES; TITULAÇÃO: FISIOTERAPEUTA;
INSTITUIÇÃO: VILLA VECCHIA; E-MAIL: [email protected]
CO-AUTORES: GLADSTON JOSÉ DE PAULA DOS SANTOS, MÉDICO GERIATRA;
ARIANNA KASSIADOU MENEZES, MÉDICA ESPECIALISTA EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA; CELESTE MARIA THOMAZ CAMPOS,
MÉDICA ESPECIALISTA EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA; ELEONORA PEDROZA VALLE DOS SANTOS, FISIOTERAPEUTA
SARCOPENIA É A REDUÇÃO DE MASSA E FORÇA MUSCULAR COM O ENVELHECIMENTO,. CONSIDERADA PATOLÓGICA QUANDO
ULTRAPASSA LIMITES CRÍTICOS COMPROMETENDO A CAPACIDADE FUNCIONAL. CONSTITUI FATOR DE RISCO PARA DIVERSAS
PATOLOGIAS SURGINDO COMO COMPLICAÇÃO DE OUTRAS, POR INTERAGIR EM CICLOS RETROALIMENTADORES DE EVENTOS
METABÓLICOS, CLÍNICOS E FUNCIONAIS. A PREVALÊNCIA ALCANÇA 50%
ACIMA DOS 80 ANOS ,SENDO
IDOSOS
INSTITUCIONALIZADOS GRUPO DE ALTO RISCO. ESTA PESQUISA TRANSVERSAL OBJETIVOU: DISCUTIR A IMPORTÂNCIA CLÍNICO
EPIDEMIOLÓGICA DA SARCOPENIA NO CONTEXTO GERONTOLÓGICO, SUAS RELAÇÕES DE CAUSA-EFEITO COM ASPECTOS CLÍNICOS E
FUNCIONAIS CARACTERIZANDO CONDIÇÃO PATOLÓGICA QUE NECESSITA INTERVENÇÃO ; RASTREAR FATORES DE RISCO PARA A
SARCOPENIA OU SUAS COMPLICAÇÕES ATRAVÉS DE: AVALIAÇÃO CLINICA, ANTROPOMÉTRICA , FUNCIONAL E DE MOBILIDADE .
- 86 -
AVALIADOS 41 INDIVÍDUOS , MÉDIA ETÁRIA 83 ANOS ,DOS QUAIS 72% PRATICAVAM EXERCÍCOS EM GRUPO E 17% RECEBIAM
ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO INDIVIDUAL.
VERIFICADOS: PATOLOGIAS , IMC, PREGAS CUTÂNEAS, PERIMETRIAS, KATZ ,
BARTHEL, TIMED TO UP AND GO, BERG, SENTAR/LEVANTAR, FORÇA, OBSERVAÇÃO CLINICA DE MARCHA TRANSFERÊNCIA E
EQUILÍBRIO, HISTÓRICO DE QUEDAS ,USO DE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS, E NÍVEL DE ATIVIDADE ESPONTÂNEA.
DENTRE
FATORES DE RISCO DESCRITOS NA LITERATURA ENCONTRADOS : COMORBIDADES 100%; ALTA DEPENDÊNCIA 56%; DESNUTRIÇÃO
14% ; DEPRESSÃO 11%; IMOBILIDADE 7%; QUEDAS 88%; OUTROS DADOS RELEVANTES:DEMÊNCIA 68%; HIPOATIVIDADE NO
TEMPO LIVRE 66%; DIFICULDADE NA MARCHA 44%; DIFICULDADE DE TRASFERENCIA 34%. DADOS OBTIDOS EM PARCELAS DO
GRUPO:19/30 BOM DESEMPENHO NO TIMED TO UP AND GO; 10/20 BOM DESEMPENHO NO BERG BALANCE SCALE; 28/31 FORÇA
SATISFATÓRIA EM QUADRÍCEPS. ESTE GRUPO, APESAR DE RESTRITO FUNCIONALMENTE, EVIDENCIOU ALGUNS DADOS SUGESTIVOS
DE BAIXO RISCO, CABENDO DISCUTIR SUA RELAÇÃO OU NÃO COM A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA REGULAR. OBSERVAMOS QUE A
AVALIAÇÃO PRECISA DA SARCOPENIA É DIFÍCIL TANTO PELAS LIMITAÇÕES DO IDOSO QUANTO PELA INEXISTÊNCIA DE PROTOCOLOS
ESPECÍFICOS PARA IDOSOS DEPENDENTES. A SUSPEITA DE SARCOPENIA DEVE SER CLINICA, CONSIDERANDO ASPECTOS
FUNCIONAIS, NUTRICIONAIS E ESTILO DE VIDA.
NOÇÕES DE ESPAÇO E TEMPO NO DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE ENSINO – APRENDIZAGEM
Autora: NAVAS, Maria Ap., Graduanda em Educação Física - UNIFAE, Cursando Pedagogia – Unifeob. EMAIL:
[email protected]
Co-Autora: RODRIGUES, Lidiane de Lima, cursando Pedagogia Unifeob.
Co-Autora: MARQUES, Adelci Hilda Mendes, Mestranda.
Palavras – chave: Espaço, Tempo e Aprendizagem.
Introdução: Para o desenvolvimento da criança, faz-se necessário que se situe no espaço percebendo as relações
existentes entre tempo/espaço. “Não conseguimos separar o tempo do espaço” (ALVES, 2007: 74). Objetivo: Mostrar aos
profissionais da educação a importância da relação espaço/tempo no desenvolvimento integral da criança. Material e
Método: Pesquisa bibliográfica, embasada em um pensamento reflexivo e científico, comparado com a prática
pedagógica da escola. Resultado e Discussão: Sabe-se, que existe a necessidade de se trabalhar noções de espaço
para isso a criança precisa ter percepção de lateralidade definida. “Para a criança assimilar os conceitos espaciais,
precisa ter uma lateralidade bem definida”.(ALVES, 2007: 69). A estruturação espacial dá através da exploração do
espaço em que vive, dos objetos que convive, localização das partes de seu corpo, noção de que o maior não cabe no
menor em relação a objetos e seu próprio corpo. A estruturação temporal se dá por vínculo ao ritmo, onde se sabe a
noção de horas, tempo, do antes/depois e dos hábitos do cotidiano. Ambas são indispensáveis para a aprendizagem,
pois sem noção do espaço/tempo, ocorre uma confusão de ordens na sílaba, na reconstrução de frases e na noção do
cálculo matemático, onde para isso é fundamental ter noção de fila e coluna. Conclusão: Conclui-se que o professor deva
trabalhar a noção de espaço e tempo depois de uma lateralidade definida. Estimulando a criança de forma lúdica,
respeitando as etapas do desenvolvimento motor e sua maturação. Isso auxilia que não ocorra dificuldades em sua
aprendizagem e seu plano motor, sendo que muitas desordens comportamentais acontecem por falta da noção
espaço/tempo. Contudo sabe-se que toda noção espaço/tempo está vinculada com o ambiente externo, o qual esta
relacionada com seu próprio corpo. “Parte do que ele precisa para viver não está nele, mas no mundo fora dele”
(FREIRE, 1997: 23).
Referências: FREIRE, João Batista. Educação de Corpo Inteiro: teoria e prática da Educação Física. São Paulo:
Scipione, 1997.
ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. Rio de Janeiro: Wak, 2007.
ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Teoria e Prática em Psicomotricidade: jogos, atividades lúdicas, expressão corporal e
brincadeiras infantis. Rio de Janeiro: Wak, 2006.
NETO, Francisco Rosa. Manual de Avaliação Motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.
O USO DA INTERNET COMO RECURSO PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA NO ENSINO SUPERIOR
Ana Carolina Sales Oliveira
Fonoaudióloga, Especialista em Linguagem e Aprendizagem. [email protected]
Sandra Maria da Silva Sales Oliveira
Psicóloga, Docente da UNIVÁS.
Luís Henrique Sales Oliveira
Fisioterapeuta, Docente da UNIVÁS, UNIVERSITAS E UNIFENAS.
Julio Cézar Delfino da Rosa
- 87 -
Licenciado em Educação Física e Acadêmico de Fisioterapia da UNIVÁS
Ronaldo Júlio Baganha
Licenciado em Educação Física, Docente da UNIVÁS.
Introdução: A globalização tem apontado para a necessidade de formação de profissionais comprometidos com a
realidade, competentes para solucionar problemas de forma criativa. Sendo assim, há uma premente necessidade de se
fazer uma alteração no sistema de Ensino Superior por meio da inserção de novas tecnologias da informação e
comunicação na educação. Objetivo: Verificar se os professores do ensino superior fazem uso da internet em sua prática
pedagógica. Metodologia: Foram sujeitos 40 professores universitários de várias área, de ambos os sexos e com idades
compreendidas entre 26 e 55 anos. Resultados e Discussão: Pôde-se perceber que se trata de uma variada faixa etária
com média de 42,7. Este quesito é importante no sentido de tirar o estigma de que as pessoas mais novas usam mais o
computador. A idade não foi um item significativo podendo-se inferir que a internet, hoje, é importante para o professore
de qualquer faixa etária. Quanto ao gênero, observou-se que tanto o gênero masculino quanto o gênero feminino utilizam
a internet em sua prática docente com a mesma intensidade. Grande parte dos professores utiliza a internet como
recurso auxiliar em sua pratica pedagógica. O uso da internet possibilita mudanças significativas na maneira de
conhecer, conceber e apropriar-se no mundo, e também de relacionar-se com o entorno sócio-cultural. A internet veio
auxiliar as tarefas cotidianas do homem e proporcionar-lhe o acesso aos mais diversos tipos de conhecimentos e do
conhecimento científico. Não se concebe nos dias atuais, um professor universitário sofrendo de analfabetismo digital. É
imprescindível que o docente seja capacitado para atender tal demanda, atualizando seus conhecimentos e tornando
significativo o espaço educativo onde acontece a aprendizagem. Conclusão: Na universidade a figura do professor não
deve ser representada por uma espécie de mediador ou facilitador do conhecimento e da aprendizagem. Esta figura deve
modificar a sua ação pedagógica e o uso da internet ajuda nesta modificação.
NATAÇÃO PARA PORTADORES DE SÍNDROME DOWN
Fernanda Faustino Matos
Pós- graduanda em Organização e Administração da Recreação e do Lazer pela FAEFID (UFJF)
Professora do Colégio Metodista Granbery
[email protected]
Marcela Tavares Saggioro
Acadêmica do Curso de Bacharelado em Educação Física da Faculdade Metodista Granbery (FMG)
Laurita Esteves Cipriani
Graduação Universidade Federal de Juiz de Fora - FAEFID (UFJF)
Professora de Educação Física da Prefeitura de Juiz de Fora
Professora de Educação Física Prefeitura de Matias Barbosa
INTRODUÇÃO A Síndrome de Down é um erro inato do organismo que é causada pela ocorrência da trissomia do
cromossomo 21, sendo uma das anormalidades mais comuns em nascidos vivos. Algumas das características físicas
das crianças com Síndrome de Down são: tônus muscular diminuído, ligamentos soltos, mãos e pés pequenos, nuca
com excesso de pele, parte nasal achatada, entre outros. OBJETIVO descrever os benefícios da atividade aquática para
portadores desta deficiência, bem como relatar algumas atividades básicas visando à formação da consciência corporal,
orientação espacial, equilíbrio estático e dinâmico dos praticantes. METODOLOGIA a amostra consta com a participação
de 5 crianças com idades entre 5 e 11 anos, com média de idade de 7,6  2,19, média de peso de 49,2  16,64 e altura
de 81,6 cm  8,77. As aferições destas medidas foram feitas em alunos de clubes e academias de Juiz de Fora – MG. O
programa de aulas de natação é realizado em dois encontros semanais de 50 minutos cada. RESULTADOS com os
dados coletados chegamos a indícios de que a prática da natação na fase de desenvolvimento, como nestes indivíduos,
tem potencializado os aspectos cognitivos, psicomotores e sócio-afetivo-emocional dos mesmos, foi constatada também
uma relativa aquisição da linguagem, visto que os alunos possuem melhor expressão na fala. Além de ter se observado
uma melhora cardio-respirátoria e um aumento no tônus muscular, durante toda a fase de adaptação ao meio aquático.
CONCLUSÃO conclui-se que portadores de Síndrome de Down que praticam natação regularmente possuem aumento
no desenvolvimento cognitivo e psicomotor, maior socialização, melhor comunicação verbal, aumento do tônus muscular
e melhora cardio-respirátoria. Pode-se especular, portanto, que a prática da natação, quando bem aplicada, é uma
excelente atividade para o desenvolvimento da performance e da saúde de portadores de Síndrome de Down.
- 88 -
O PERFIL DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DAS ALUNAS DE CAMINHADA ORIENTADA DO PROJETO CIDADANIA E
ESPORTE DA PREFEITURA DE JUIZ DE FORA
Fernanda Faustino Matos
Pós- graduanda em Organização e Administração da Recreação e do Lazer pela FAEFID (UFJF)
Professora do Colégio Metodista Granbery
[email protected]
INTRODUÇÃO a caminhada é uma das atividades aeróbias
mais praticadas na cidade de Juiz de Fora. OBJETIVO este
estudo teve como objetivo acompanhar o desenvolvimento
do Projeto de Caminhada Orientada da Subsecretaria de
Esporte e Lazer da Prefeitura de Juiz de Fora, integrar o
trabalho do profissional de Educação Física à Unidade
Básica de Saúde e averiguar a composição corporal das
praticantes de caminhada orientada. METODOLOGIA a
amostra constou com a participação de 20 senhoras com
idade entre 32 e 87 anos, média de 59,3 anos, desvio
padrão de +/- 12,8 anos, altura 153,22 cm desvio padrão de
+/- 5,74 cm e massa corporal de 60,86 kg desvio padrão de
+/- 8,29 kg. A coleta dessas circunferências foi realizada no
projeto de caminhada orientada do Bairro Linhares – Juiz de
Fora. A aferição da composição corporal foi obtida através
do teste de bioimpedância com o aparelho da marca RJL
Systems Inc. O programa de Caminhada é realizado duas
vezes por semana, com nível de atividade moderada,
durante 50 minutos. RESULTADOS com os dados obtidos
pode-se constatar que das 20 mulheres examinadas apenas
30% (6 mulheres) estão dentro dos padrões propostos pelo
exame, ou seja, possuem IMC igual ou abaixo do
considerado ideal e se encontram com a composição
corporal dentro dos padrões de normalidade. Os outros 70%
(14 mulheres) estão com sua composição corporal em
sobrepeso. CONCLUSÃO conclui-se que das 20 mulheres
participantes do Projeto de Caminhada Orientada, apenas
30% está dentro do perfil de composição corporal IMC,
proposto pelo exame, e 70% está com sua composição
corporal em sobrepeso. Contudo, os resultados encontrados
atestam para outra relevância deste estudo, a prática da
caminhada orientada proporciona melhora na qualidade de
vida das praticantes, atestando assim a importância da
atividade.
- 89 -
PROPOSTA DE MÉTODO VARIATIVO DE TREINAMENTO (COMPLEXO)
PARA A PROVA DE 100METROS RASOS NO ATLETISMO.
AUTOR: PROF.SÍDNEI CARLOS DE PAROLIS¹, PROF.DR.PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA².
¹ Unifenas, Secretaria Municipal de Esportes, Poços de Caldas, Minas Gerais, Brasil, [email protected]
² Unicamp, Campinas, São Paulo, Brasil , [email protected]
INTRODUÇÃO:o método variativo (complexo) dever ser incorporado no ciclo anual de preparação de força seguindo os
princípios da periodização. Os complexos especiais são uma forma de treinamento funcional neuromuscular que
aumentam o potencial de estímulo do exercício de treinamento. OBJETIVO: o presente estudo teve como objetivo propor
a estrutura de um método variativo de treinamento (complexo) para provas de velocidade no atletismo, visando o
desenvolvimento de uma maior taxa de manifestação de força. METODOLOGIA: estudo de característica longitudinal
definido à partir de uma microetapa de preparação. Após a microetapa A1 composta de exercícios gerais, dirigidos de
força e especiais de pista, foi incluído o método variativo (complexo) na microetapa A2 durante duas semanas, uma vez
por semana. Foram escolhidos dois exercícios: o agachamento (força) seguido de um exercício de força rápida (salto
sêxtuplo alternado). A atleta realizou duas vezes na mesma sessão o seguinte complexo: agachamento (2 x 3 x 90% de
1RM), pausa de 4 minutos, seguido de 3 repetições de salto sêxtuplo alternado. CASUÍSTICA: atleta RVS (1,59m, 53kg ,
integrante da seleção brasileira de atletismo adulta em 2004). RESULTADOS: salto sêxtuplo alternado – inicial: 13.50(m)
– final: 13.78(m) – melhora: 2.1%; corrida de aceleração de 50m saindo do bloco – inicial: 6.665 – final: 6.300 – melhora:
5.47%; corrida de 150m saindo de bloco – inicial: 19.209(s) – final: 18.796(s) – melhora de 2.15%. CONCLUSÃO: a atleta
apresentou melhora em todos os indicadores funcionais externos de treinamento.
Para o desempenho dos indicadores funcionais de treinamento (corridas), a atleta apresentou melhoras de 5,47%
(corrida de 50metros saindo do bloco) e de 2,15% (corrida de 150metros saindo do bloco), mostrando que o treinamento
de força tem influência positiva na fase de aceleração. O treinamento complexo proposto apresentou uma maior melhora
na corrida de menor distância, pelo potencial de estímulo apresentado, devendo ser visto como um importante meio de
estimulação dos ajustes neuromusculares em velocistas de atletismo, em uma etapa definida do macrociclo de
treinamento.
PROPOSTA DE DISTRIBUIÇÃO (PERCENTUAL) DO VOLUME DE EXERCÍCIOS DE FORÇA ESPECIAL (RAMPAS
E TRAÇÕES), NA PREPARAÇÃO DE CORREDORES DE VELOCIDADE NA
PROVA DE 200METROS RASOS NO ATLETISMO
AUTOR: PROF.SÍDNEI CARLOS DE PAROLIS¹,
ORIENTADOR: PROF.DR.PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA².
1
Unifenas, Secretaria Municipal de Esportes, Poços de Caldas, Minas Gerais, Brasil.
2
Unicamp, Campinas, São Paulo, Brasil.
[email protected] - [email protected]
INTRODUÇÃO: a preparação de força especial (pfe) deve ser dirigida especificamente aos músculos solicitados durante
a competição. Deve ser priorizada desde as primeiras microetapas do macrociclo de preparação, criando pressupostos
morfológicos indispensáveis ao aprimoramento do potencial funcional específico do velocista. Proporcionam melhoras
gradativas e constantes da potência do sistema de abastecimento energético e habilidades específicas requeridas.
JUSTIFICATIVA: Os exercícios propostos podem melhorar a potência e a habilidade de aproveitamento do potencial
energético. O aumento gradual da intensidade do trabalho, distribuído ao longo do macrociclo, parece produzir maior
manifestação e estabilidade nas possibilidades funcionais. OBJETIVO: propor exercícios específicos para o treinamento
de velocistas (corridas em rampas e com trações), que satisfaçam as necessidades de esforços musculares.
METODOLOGIA: estudo de caso de característica longitudinal, experimental, definido à partir de diferentes macrociclos.
Juntamente com os de exercícios gerais e dirigidos de força e os exercícios de pista, foram incluídos exercícios de
preparação de força especial (corridas em rampas e com trações), na temporada de preparação do atleta. Na etapa de
preparação de força especial (A) o volume empregado dos exercícios de força especial foi 79.10%, no período précompetitivo (B) foi de 16.29% e no período competitivo foi de 4.59%. CASUÍSTICA: atleta GFD (1,77m, 76kg , finalista
na prova de 200 metros rasos Troféu Brasil Adulto de Atletismo - 2004). Resultados do primeiro macrociclo de
preparação da temporada. CONCLUSÃO: houve uma melhora nos dois indicadores funcionais externos de controle do
treinamento, porém observou-se que houve um maior aumento do indicador funcional de treinamento (corrida de
150metros saída de bloco), não ocorrendo transferência proporcional para o indicador funcional de competição. Sugere
que a distribuição do volume dos exercícios de força especial (rampas e trações) proposta foi importante para a obtenção
da melhora de resultados do atleta.
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PALAVRAS CHAVE: atletismo, força especial, treinamento, velocidade.
Autor: SÍDNEI CARLOS DE PAROLIS. Telefone: (0xx35) – 3714-5118 TRAVESSA SENADOR SALGADO FILHO – Nº32 – POÇOS DE CALDAS – MINAS GERAIS – CEP: 37701352- BAIRRO
COUNTRY CLUBE. [email protected]
Orientador : PROF.DR.PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA. Unicamp, Campinas, São Paulo, Brasil,
[email protected]
Exercícios de
Força Especial
(rampas e
trações).
Corridas de 150
metros - saída
de taco (s)
Corrida
de
200metros
rasos
(cronometragem
eletrônicaoficial)
Etapa A
Etapa B
Etapa C
79.10%
16.29%
4.59%
%
melhora
------------
16” 990
16” 034
15”860
6.65%
22”15
22”18
21” 80
21” 39
3.64%
CRIANÇAS COM INFECÇÃO RESPIRATÓRIA AGUDA: FATORES DE RISCO NUTRICIONAIS E
SOCIOECONÔMICOS
LOIOLA, Miriam Siqueira Loiola. Nutricionista. PUC – Campinas. [email protected]
BRAGA, G. T. Nutricionista. PUC – Campinas.
REYES, C. F. Nutricionista. PUC – Campinas.
RESUMO
INTRODUÇÃO: As Infecções Respiratórias Agudas (IRA) são mundialmente reconhecidas como sendo uma das
principais causas de morbidade e mortalidade, particularmente em crianças menores de cinco anos de idade.
OBJETIVO: Identificar os fatores de risco nutricionais e socioeconômicos relacionados à hospitalização de crianças
menores de cinco anos por IRA: bronquiolite e pneumonia. MÉTODOS: Estudo caso-controle de base hospitalar,
realizado entre fevereiro e novembro de 2006, no Hospital e Maternidade Celso Pierro, Campinas, SP. Os casos foram
119 crianças com diagnóstico de bronquiolite (23,58%) e pneumonia (37,43%) e os controles foram 56 crianças
internadas por outros motivos que não doenças respiratórias. Foram excluídas do estudo todas as crianças que
apresentaram idade superior a cinco anos (n = 26), para melhor caracterizar a amostra. Utilizou-se o Teste Exato de
Fisher para análise de associação entre as variáveis e a doença. Posteriormente foi realizada a análise de regressão
logística univariada para compor o modelo de regressão logística múltiplo. Os softwares estatísticos utilizados foram o
Minitab v. 14 e o SAS v. 2.5.1, os editores de texto e planilha Open Office 2.2.1. RESULTADOS: A bronquiolite
apresentou associação de risco às variáveis idade da criança inferior a 24 meses, tempo de amamentação total de 360 a
720 dias e excesso de peso. Houve associação de risco entre pneumonia e as variáveis idade da criança inferior a 24
meses, tempo de amamentação exclusiva de 120 a 180 dias e estado nutricional de eutrofia. CONCLUSÕES: Atenções
especiais a crianças menores de dois anos e a manutenção do peso são medidas que podem diminuir o risco de
internação por ambas as doenças, e por bronquiolite, respectivamente, assim como auxiliar o tratamento. O restante dos
fatores relacionados às doenças possivelmente sofreu influência de alguns fatores limitantes do estudo, tendo a sua real
relação com as doenças não explicitada corretamente.
Palavras-chave: infecção respiratória aguda, pneumonia, bronquiolite.
- 91 -
CONSUMO DE SÓDIO DIETÉTICO EM PACIENTES HOSPITALIZADOS PORTADORES DE HIPERTENSÃO
ARTERIAL SISTÊMICA
LOIOLA, Miriam Siqueira Loiola. Nutricionista. PUC – Campinas. [email protected]
ARSSUFFI, L. A. Nutricionista. PUC – Campinas.
MAEDA, M. S. Nutricionista. PUC – Campinas.
PINHEIRO, G. C. Nutricionista. PUC – Campinas.
BERNARDI, J. D. Nutricionista. Doutora. PUC – Campinas.
MCLELLAN, K. C. P. Nutricionista. Doutora. PUC – Campinas.
RESUMO
INTRODUÇÃO: A prevalência estimada de hipertensão arterial sistêmica no Brasil é de 35% da população acima de 40
anos, segundo estimativas do IBGE. OBJETIVO: O estudo teve como objetivo determinar o gasto energético total (GET)
comparado ao valor energético total (VET) e de sódio ingeridos no domicílio de pacientes portadores de hipertensão
arterial sistêmica. MÉTODOS: Estudo transversal, prospectivo, realizado entre os meses de Fevereiro a Abril de 2007,
com 74 pacientes internados em um hospital-escola, portanto o disgnóstico de hipertensão arterial isolada ou associada
a doenças cardiovasculares e renais. Os pacientes foram avaliados quanto a sexo, idade, ingestão de sódio domiciliar,
consumo energético, necessidades energéticas e conduta dietoterápica durante a hospitalização. A recomendação par
ao gasto energético doi estipulada pela equação de Harris-Benedict, usando o fator injúria e o fator atividade de acordo
com os diagnósticos. Quanto ao teor de sódio, estipulou-se as quantidades máximas ideais para os diferentes níveis de
hipertensão. RESULTADOS: Dos 74 pacientes estudados, 47 (63,51%) eram do sexo feminino e idosos. A média de
consumo energético (VET) foi de 1384,55 Kcal e a do gasto energético (GET) foi de 1837,87 Kcal. Apenas 4 (5,4%)
pacientes com hipertensão consumiam dieta hipossódica domiciliar. Na hospitalização, 24 pessoas não receberam dieta
hipossódica. CONCLUSÃO: Embora o consumo energético domiciliar esteja abaixo do gasto energético programado, o
teor de sódio ingerido na dieta hipossódica da internação foi equivalente ao ingerido na dieta habitual, mostrando que os
pacientes, principalmente os do sexo feminino, têm consciência da importância da baixa ingestão de sal dietético.
Palavras-chave: Hipertensão Arterial Sistêmica, sódio, dieta.
ESPORTE DE AVENTURA E QUALIDADE DE VIDA EM JUIZ DE FORA E REGIÃO
Leonardo Napoli
Graduado em Educação Física
Faculdade Metodista Granbery – [email protected]
Eliete do Carmo Garcia Verbena e Faria
Professora da Faculdade Metodista Granbery – [email protected]
RESUMO (PÔSTER)
O objetivo deste trabalho é analisar o esporte de aventura desenvolvido no município de Juiz de Fora e proximidades
regionais, identificando locais propícios para sua prática; relacionando suas diversas modalidades; dentre elas: a
orientação (escolha de um percurso, através de pontos demarcados na natureza, com auxílio de uma bússola e uma
carta topográfica da região), o pára-quedismo, a escalada, o rapel e o mountain bike, tentando assim identificar
características do perfil dos praticantes; com a finalidade de contribuir e estimular estudos científicos nessa área da
Educação Física. A metodologia utilizada é a da pesquisa descritiva com enfoque na análise qualitativa dos dados. Tal
pesquisa concentra-se na interpretação das informações coletadas por meio de observação sistemática e de aplicação
de entrevista não-estruturada, apoiadas por pesquisa bibliográfica. As estratégias e instrumentos utilizados como suporte
são constituídos em fotografia e elaboração de vídeos. Apesar do potencial da região e da crescente procura, o esporte
de aventura não é explorado como em outras regiões do Brasil (Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Belo Horizonte).
Não há um intercâmbio entre os grupos e as modalidades praticadas; sendo que os eventos precisam ser divulgados,
com maior abrangência, para a população em geral. Há grande diversidade de praticantes do esporte de aventura,
considerando idade, tempo de experiência e sexo. Sobre o último aspecto, percebe-se uma crescente procura pelo
segmento feminino da sociedade. Enfatiza-se a necessidade de atuação do profissional de Educação Física na condução
de atividades ligadas ao esporte de aventura e ao lazer na natureza.
Palavras-chave: Lazer, Educação Física, esportes de aventura.
- 92 -
RESPOSTA GLICÊMICA DO YACON EM RATOS DIABÉTICOS
Luciana Abrão de Oliveira
e-mail: [email protected]
Anderson Marliere Navarro
Telma Maria Braga Costa
Luciana Oliveira Rezende
Jacob Fernandes Ferreira
A alimentação é importantíssima no tratamento do Diabetes
Mellitus, doença crônica de alta prevalência. A raiz yacon é
utilizada na alimentação de diabéticos. O objetivo do estudo foi
avaliar a resposta glicêmica do yacon em ratos diabéticos e não
diabéticos. Realizou-se a indução de diabetes e efetuou-se
duas fases: teste de toxicidade e dietas modificadas. Na Fase I,
utilizou-se ratos machos (M) e fêmeas (F) (n=48), divididos em
grupos controles (não diabéticos) e grupos experimentais
(diabéticos), receberam 1 mL de solução de yacon a 30% (GCY
e GEY) e 1 mL de água (GCA e GEA), com administração por
gavage, com acesso à ração e água ad libitum. Verificou-se a
glicemia em 4 momentos: glicemia basal (Pré), 24 e 48 horas
após a administração e no 14° dia. Avaliou-se os animais
quanto aos sinais visíveis de toxicidade. Na segunda fase,
utilizou-se animais machos (n=40), divididos em grupo controle
(não diabéticos) recebendo ração normal (GCN), e grupos
experimentais (diabéticos), recebendo ração adicionada de
yacon, fibra e ração normal (GDY, GDF e GDN,
respectivamente). Durante 49 dias avaliou-se peso e glicemia
uma vez por semana. Aplicou-se o teste Tukey para avaliação
das diferenças significativas (p<0,05) entre os grupos e
momentos do estudo. Na primeira fase, os resultados de
glicemia (mg/dL) para os grupos GCY, GCA, GEY e GEA,
a
respectivamente, em ambos os sexos foram: 80,06±10,52 ;
a
b
c
82,72±14,57 ;
419,75±149,97 ;
477,41±121,96 .
a
Separadamente, para M e F foram: M= 75,70±10,44 ;
a
b
c
78,37±10,46 ;
375,00±161,42 ;
480,70±114,68 ;
F=
a
a
b
b.
84,60±8,67 ; 87,08±16,87 ; 464,50±125,40 ; 474,12±131,24 .
Na segunda fase, os valores médios de glicemia para os grupos
a
b
GDY, GDF, GDN e GCN foram: 334,06±198,4 , 459,90±121,9 ,
ab
c
405,75±179,9 ,
108,05±99,42 ,
respectivamente
(letras
diferentes, p<0,05). Portanto, na primeira fase houve efeito
hipoglicemiante somente quando avaliado ambos os sexos e
para os machos separadamente, o que não foi encontrado na
segunda fase, não havendo efeito hipoglicemiante significativo.
Palavras chaves: Yacon, Ratos Diabéticos e Resposta
Glicêmica
PRÁTICA DE NATAÇÃO POR UNIVERSITÁRIOS DA UFJF NO PROJETO DE EXTENSÃO
“ESPAÇO DE LAZER E ESPORTE NA FAEFID/UFJF”
Leonardo de Sousa Fortes, Acadêmico de Educação Física, Universidade Federal de Juiz de Fora,
[email protected], Edna Ribeiro Hernandez Martin, Doutora em Educação Física, Paulo José Magalhães,
Acadêmico de Educação Física
A atividade física desempenha um importante papel na qualidade de vida das pessoas. Contribui para o controle da
ansiedade, da depressão, da asma, além de proporcionar melhor auto-estima, bem estar e a socialização do indivíduo. O
- 93 -
sedentarismo está presente em grande parte da população brasileira, destacando neste estudo os jovens adultos
matriculados no ensino superior. Diante das exigências da rotina universitária, a prática de atividade física é, na maioria
das vezes colocada em segundo plano. O projeto de extensão “Espaço de Lazer e Esporte na FAEFID/UFJF”, na
modalidade natação, tem por objetivo promover o lazer de universitários. A metodologia utilizada na pesquisa foi a
quantitativa tendo um questionário como instrumento de pesquisa. Os sujeitos são 30 estudantes de diversos cursos da
UFJF. As atividades desenvolvidas durante o período de quatro meses com este grupo incluíram a iniciação e o
aperfeiçoamento à natação bem como o condicionamento físico. Estas foram realizadas na piscina do complexo
esportivo da Faculdade de Educação Física e Desporto da UFJF através de três a quatro sessões semanais com
duração de uma hora. Os resultados obtidos mostraram que 40% dos universitários não praticavam nenhuma atividade
física e destes, 75% eram estudantes de curso da área de saúde como Odontologia, Medicina e Educação Física. Para
47% dos participantes, o objetivo pela busca do esporte foi a obtenção de um bom condicionamento físico, para 23%
este objetivo está relacionado ao aprendizado ou aperfeiçoamento da natação, 17% mostrou interesse na melhora da
qualidade de vida e saúde e, para os 13% restantes, o objetivo associava-se a outros aspectos como a perda do medo
de água, lazer, perda de peso e estética. Sendo assim, observamos que a atividade física não tem sido um hábito no diaa-dia dos universitários, o que influencia diretamente na qualidade de vida presente e futura destes indivíduos.
COMPORTAMENTO DA TAXA GLICÊMICA PRÉ E PÓS EXERCÍCIO FÍSICO EM INDIVIDUOS COM DIABETES
MELLITUS TIPO II
Felipe Daniel PREZOTO
Acadêmico do Curso de Fisioterapia, Fundação Municipal de Educação e Cultura - FUNEC, e-mail:
[email protected]
Fabiano Moraes DIAS
Acadêmico do Curso de Educação Física da Faculdades do Vale do Aporé - FAVA
Gerusa Alves Martins Ribeiro da SILVA
Acadêmico do Curso de Educação Física da Faculdades do Vale do Aporé – FAVA
Jean Donizete TALIARI
Docente do Curso de Fisioterapia, Fundação Municipal de Educação e Cultura – FUNEC.
Docente do Curso de Educação Física, Faculdades do Vale do Aporé – FAVA.
Keyla Regina da Silva TALIARI
Docente do Curso de Fisioterapia, Associação de Educacional de Três Lagoas – AEMS.
Laisa Ayusso TEIXEIRA
Acadêmico do Curso de Fisioterapia da Fundação Municipal de Educação e Cultura - FUNEC.
Introdução: a extensão da urbanização são algumas das características do século XX. Esse processo provocou
modificações nos hábitos dietéticos, acarretando enorme redução nos níveis de atividade física. As mudanças no estilo
de vida das pessoas provocaram um significativo impacto sobre a saúde e a mortalidade de grandes populações,
constituindo um grave problema de saúde pública. O presente trabalho teve como objetivo analisar o efeito do exercício
físico regular no controle glicêmico em indivíduos diabéticos tipo II, tratados e não tratados com insulina. Metodologia:
foram realizados testes de glicemia capilar nos clientes do setor de cardiologia/FUNEC, Santa Fé do Sul, SP, com idades
entre 45 e 75 anos (n=15), sendo (n=10) não fazendo uso de insulina e (n=5) insulino dependente, onde estes passaram
por um programa de exercício físico de 04 semanas, onde os participantes da amostra passaram por avaliação antes e
após a realização do exercício. Os instrumentos utilizados foram: o exame de sangue para avaliação da glicemia capilar,
o qual foi realizado em período pós prândial, antes do exercício e posterior a 55 min de atividade física, sendo 05 min de
aquecimento, 45 min com FCT a 65% da FCmáx e 05 min de desaquecimento, sendo que todo período de exercício deuse em esteira ergométrica. Para análise estatística utilizou-se o teste “t” de Student. Resultados: glicemia capilar dos
indivíduos não tratados com insulina (n=10) média pré-atividade = 169,2±21,3mg/dl e pós-atividade= 122,7±32,7mg/dl;
correspondendo a 27,5% de baixa (p<0,05), já os diabéticos tratados com insulina apresentaram média pré-atividade =
181±46,3mg/dl e pós-atividade= 117±42mg/dl; o que corresponde a 35% de baixa e (p<0,05). Conclusão: estes
resultados permitem concluir que o exercício físico é de grande importância no controle glicêmico do indivíduo diabético
tipo II, tratado ou não-tratado com insulina, no entanto os indivíduos insulino dependente apresentam uma resposta
otimizada, provavelmente pela ação da insulina, elevando os cuidados quanto a possibilidade de hipoglicemia durante a
atividade física.
Palavras chaves: Diabetes Mellitus tipo II, Exercício Físico, Insulina.
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ATIVIDADE FÍSICA E RADICAIS LIVRES: a importância da suplementação nutricional
Daves Fernando Dorigan
Professor de Educação Física
Faculdades Integradas Einstein de Limeira
[email protected]
0 presente estudo tem por objetivo reunir as informações existentes na literatura cientifica, sobre a importância da
suplementação nutricional para praticantes de exercícios físicos. Neste trabalho, foram analisados os principais estudos
que investigaram os efeitos da suplementação nutricional em indivíduos praticantes de exercícios físicos leve, moderado
e de alto nível. Para a localização dos estudos, foi criada uma estratégia de busca em base de dados na Internet por
meio de “palavras-chave” e consultas em livros sob orientação de um medico especialista nesta área. Os resultados
sobre a suplementação nutricional e exercícios apresentam revelações importantes no combate aos radicais livres
produzidos, resultantes do stress causado pelo exercício físico excessivo e o ambiente em que o individuo vive e que são
os pré-cursores das doenças degenerativas crônicas, contrariando desta maneira, toda classe médica que condena a
suplementação nutricional, e todos os valores de Ingestão Diária Recomendada (IDR) estabelecidos pelo Food and
Nutrition Board do National Research Council, National Academy of Science, o qual não pode ser usado, o IDR, na
avaliação do valor terapêutico e preventivo das doses elevadas de suplementos nutricionais. Outros resultados
retrataram um numero grande de atletas que treinam excessivamente e morrem prematuramente de ataques cardíacos,
AVCs e câncer devido a quantidades excessivas de radicais livres produzidos.Concluímos que exercícios físicos
excessivos podem, na verdade, causar danos nocivos à saúde, os quais somente os atletas sérios e profissionais devem
executá-los, e precisam equilibrá-los com quantidades significativas de suplementos nutricionais antioxidantes, não
descartando ainda a suplementação de nutrientes aqueles indivíduos que pratiquem exercícios físicos moderadamente,
sempre com a orientação de um profissional especialista em exercícios e um médico nutrólogo especialista em medicina
preventiva.
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PNEUMONIA PNEUMOCÍSTICA NA INFECÇÃO POR HIV
Grupo de pesquisa do Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé
1
INTRODUÇÃO
A infecção por HIV é uma questão de saúde publica, pois é transmissível pelo sangue, líquido seminal, secreções
vaginais, líquido amniótico e leite materno (Brunner & Suddarth, 2005). Este vírus destrói o sistema imunológico e uma
variedade de agentes ataca o organismo causando infecções. Dentre elas, a pneumonia é muito freqüente,
principalmente causada pelo Pneumocystis Carinii.
OBJETIVO
Informar aos profissionais de saúde as características da Pneumonia Pneumocística.
METODOLOGIA
Pesquisa Exploratória com revisão bibliográfica de fontes secundárias.
DISCUSSÃO
A doença pulmonar é uma das causas mais freqüentes de morbi-mortalidade do paciente infectado. Os sintomas mais
comuns da pneumonia pneumocística incluem dispnéia progressiva, tosse geralmente não produtiva, febre e
pneumotórax (Brunner & Suddarth, 2005). No estudo histológico “Os achados mais observados foram, em ordem
decrescente de freqüência, o padrão em vidro fosco, as consolidações alveolares, as alterações das vias aéreas
(dilatações brônquicas e espessamento de paredes brônquicas), o espessamento de septos interlobulares,
eventualmente formando o padrão de pavimentação em mosaico, a reticulação intralobular, as lesões císticas e os
nódulos.”(MARCHIORI, 2001, p.318) FIGURA
CONCLUSÃO
Os profissionais de saúde que tratam de pacientes infectados pelo vírus HIV devem ter conhecimento sobre as
características da Pneumonia Pneumocística, com objetivo de prevenir agravos e reduzir a mortalidade. Dentre eles, o
fisioterapeuta é um dos que realiza procedimentos invasivos, na aspiração da secreção endotraqueal em pacientes que
não conseguem expelir voluntariamente as fluídos pulmonares, traqueobrônquicos, sangue e vômito.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARCHIORI, Edson et al. Pneumocistose Na Síndrome Da Imunodeficiência
Adquirida: Correlação Da Tomografia Computadorizada De Alta Resolução Com A Anatomopatologia. Rev. Radiol. Bras.
2001; 34(6):317–321.
SMELTZER, Suzanne C; BARE Brenda G. Tratado de enfermagem médico cirúrgica. 10. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2005. v.2.
[email protected]
1.Grupo de Pesquisa: Graduandos do 3° período de Fisioterapia do Centro Universitário da Fundação
Educacional Guaxupé:
Edimar D. Reis
Giulei Daniel Carrara
Guilherme C. Castro
Ivana Jackeline G. Costa
Isabela Carrara Magri
Juliana R. E. Alarcon
Julielem Guimarães Pereira
Lucia Léa Oliveira
Maria Carolina A. Ferreira
Marcos Elias Pimenta
Nayara Carolina Alves
Patrícia Puciarelli de Souza
Orientação: Profª. Solange M. Ribeiro Flório - Fonoaudióloga
Co-orientação: Profª. Daísa dos Reis R. Rodrigues – Fisioterapêuta
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http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/imagepages/17278.htm
EU, O CUIDADOR
1
Grupo de pesquisa do Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé
INTRODUÇÃO
O risco de contaminação pelo HIV é alto entre profissionais de saúde. Acidente de trabalho por agente biológico, sangue
e fluídos orgânicos, ocorre durante o contato direto com pele e/ou mucosas. Toledo (1999) refere que outros fuídos
orgânicos, sem contaminação grosseira por sangue, não são infectantes. Segundo o Center for Disease Control (CDC)
acarreta trauma psicológico, mudanças no relacionamento social e reações das drogas profiláticas.
OBJETIVO
Informar aos profissionais de saúde as formas de prevenção de acidente ocupacional com o HIV.
METODOLOGIA
Pesquisa Exploratória com revisão bibliográfica de fontes secundárias.
DISCUSSÃO
O acidente com pérfuro-cortantes é o tipo mais freqüente, a exposição varia de acordo com a carga viral, calibre da
agulha e volume de sangue (TOLEDO, 1999). O Ministério da Saúde estabeleceu Normas de Precauções Universais no
uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), destinados a proteger a integridade física do profissional. QUADRO
CONCLUSÃO:
A ausência dos EPI´s não é o único fator que favorece a contaminação, soma-se falta de atenção, negligência e ritmo de
trabalho. Profissionais recusam atender pacientes soropositivos, o que segundo Brendão (2000), está relacionado à falta
de conhecimento dos mecanismos de transmissão e métodos de proteção.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRENDÃO, Júnior; STARLING, Paulo. Biossegurança e AIDS: as dimensões psicossociais do acidente com material
biológico no trabalho em hospital [mestrado] Fundação Oswaldo Cruz, 2000.
FIGUEIREDO, Nébia M. A. A atuação da Enfermagem na Epidemia de HIV/AIDS.. In: Práticas de Enfermagem: Ensinado
a Cuidar em Saúde Pública. São Caetano do Sul: YENDIS, 2005.
TOLEDO JÚNIOR, Antônio Carlos C. et al. Conhecimento, atitudes e comportamentos frente risco ocupacional de
exposição ao HIV entre estudantes de Medicina da Faculdade de Medicina Universidade Federal de Minas Gerais. Rev.
Soc.Bras. Med. Trop. Uberaba, v 32, n 5, 1999.
[email protected]
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1.Grupo de Pesquisa: Graduandos do 3° período de Fisioterapia do Centro Universitário da Fundação
Educacional Guaxupé:
Alessando A. Reis
Ana Carolina C. Beani
Ana Cristina V. Sampaio
Anderson César Costa
Ângela Barciela Lima
Ângela M. Paiva Magri
Ariani M. Queiros
Caroline C. Moraes
Cláudia B. Silva
Cláudia R. P. Oliveira
Denise C. Silva
Denize Paula Alves
Orientação: Profª. Solange M. Ribeiro Flório – Fonoaudióloga Co-orientação: Profª. Daísa dos Reis R. Rodrigues – Fisioterapêuta
QUADRO
EPI
Luva
Máscara, gorro,
óculos de proteção
Capotes
Botas
QUANDO USAR
Sempre que houver possibilidade de contato com sangue, secreções e
excreções, com mucosas ou com áreas de pele não-íntegra (ferimentos,
escaras, feridas cirúrgicas e outros).
Durante a realização de procedimentos em que haja possibilidade de
respingo de sangue e outros fluidos corpóreos nas mucosas da boca, nariz
e olhos do profissional.
Devem ser utilizados durante os procedimentos com possibilidade de
contato com material biológico, inclusive em superfícies contaminadas.
Em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante
(centros cirúrgicos, áreas de necropsia e outros), para proteção dos pés.
Quadro 1: Figueiredo, 2005. 187p.
AIDS: ESTIGMAS X SOCIEDADE
Grupo de pesquisa do Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé
1
INTRODUÇÃO
No Brasil, foram notificados pelo Ministério da Saúde mais de 350.000 casos de AIDS. Esta doença possui
representações sociais ligadas à forma de contágio, ausência de cura e mortalidade, provocando atitudes de evitamento
do individuo infectado. “Nenhuma doença teve conseqüências tão devastadoras em nível social, econômico e político e
em tempo tão relativamente curto.” (SOARES, 2001)
OBJETIVO
Informar a população sobre os estigmas ligados à AIDS.
METODOLOGIA
Pesquisa Exploratória com revisão bibliográfica de fontes secundárias.
DISCUSSÃO
Segundo o MS, o aumento das infecções por HIV está relacionado à violência urbana, falta de emprego, uso de drogas e
desigualdade de gêneros. Em relação à femilinizaçao da doença, as principais queixas estão relacionadas à falta de
afeto e cuidado, perda dos filhos, multiplicidade de parceiros sexuais e violência sexual (TEIXEIRA, OLIVEIRA &
RAMÃO). A exclusão social provocada pelo HIV traz como conseqüências dificuldades materiais, afastamento do
convívio social, prejudicando a auto-estima e o acesso aos serviços e ao enfrentamento da doença.
CONCLUSÃO
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A AIDS concentra significados estigmatizantes e depreciativos, dentre eles morte, promiscuidade e menos valia, que
levam pessoas infectadas ao descrédito e baixa expectativa de vida (FERREIRA & FIGUEIREDO, 2006). A postura dos
profissionais de saúde deve mudar, na perspectiva de melhorar a auto-estima e a sua reinserção social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERREIRA, Rosana C. M, FIGUEIREDO, Marco Antonio C. Reinserção no Mercado de Trabalho. Barreiras e Silêncio no
Enfrentamento da Exclusão por Pessoas com Hiv/Aids. Rev. Facul. Medicina Ribeirão Preto, 39 (4): 591-600, out./dez.
2006.
SOARES, Marcelo. A AIDS. São Paulo: Publifolha, 2001.
TEIXEIRA, Geovana F.; OLIVEIRA, Rosiane M.; RAMÃO, Silvia. Subjetividade de mulheres em Situação de Violência
Doméstica Infectadas pelo vírus HIV frente Adesão Tratamento AIDS. Maria Mulher-Organização Mulheres Negras.
Porto Alegre. Disponível site www.mariamulher.org.br
[email protected]
1.Grupo de Pesquisa: Graduandos do 3° período de Fisioterapia do Centro Universitário da Fundação
Educacional Guaxupé:
Adriano A. F. Silva
Camila Luiza L. Souza
Gabriela P. N . Costa
Keila Reis Marques
Kênia Alves Oliveira
Larissa Goretti Figueiredo
Lauro Donizetti Souza
Leonardo Conceição A. Silva
Lígia Nautran Dalles
Marcela Silva Áccula
Márcio Antônio L. Filho
Margareth Aparecida Oliveira
Mariana Jovanelli F. Silva
Orientação: Profª. Solange M. Ribeiro Flório - Fonoaudióloga
Co-orientação: Profª. Daísa dos Reis R. Rodrigues – Fisioterapêuta
AIDS: BIOTECNOLOGIA X HUMANIZAÇÃO
Grupo de pesquisa do Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé1
INTRODUÇÃO
De acordo com Boff (1999), o pior da doença é negar sua existência, o que acontece pelas conseqüências no ambiente
social, profissional, familiar e nas relações de tratamento. As organizações sanitárias mundiais indicam o uso de EPI
(Equipamento Proteção Individual), pois alguns dos fluidos corporais humanos devem ser considerados infecciosos
(Jones & Bartlett, 2002). A epidemia da AIDS passa por um processo de interiorização, deixando de ser restrita às
metrópoles, tornando o conhecimento determinante na interação profissional-paciente.
OBJETIVO
Informar ao profissional de saúde como utilizar a biotecnologia de forma humanizada.
METODOLOGIA
Pesquisa Exploratória com revisão bibliográfica de fontes secundárias.
DISCUSSÃO
Murta (2006) refere que os conflitos éticos e morais surgiram a partir da intervenção da biotecnologia. Questionam-se
quais, quando e de que maneira devem-se utilizar recursos de biossegurança. O exercício dos profissionais de saúde
está ligado a uma invasão do corpo da pessoa enferma. A relação entre equipe de saúde e paciente deveria ocorrer de
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forma interpessoal e não uma relação fria e preconceituosa. Na abordagem do paciente infectado os profissionais de
saúde devem se nortear pelos princípios da bioética, respeitando os valores humanos. Entretanto a biotecnologia vem
criando barreiras entre ambos.
CONCLUSÃO
É certo que as evidências do uso da biotecnologia na proteção não impedem uma relação humanizada. No entanto, a
complexidade do assunto gera perguntas: Até onde o profissional de saúde deve intervir com objetivo de salvar vidas,
sendo sabedor de que a doença que acomete o paciente ainda não tem cura conhecida?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOFF, Leonardo. Saber Cuidar: Ética do Humano. RS: Vozes, 1999.
JONES & BARTLETT PUBLISHERS. Primeiros Socorros. SP: Randal Fonseca, 2002
MURTA, Genilda Ferreira. Série Saberes e Práticas: Guia para ensino e aprendizado de Enfermagem. Editora Difusão:
SP, 2006.
[email protected]
1.
Grupo de Pesquisa: Graduandos do 3° período de Fisioterapia do Centro Universitário da Fundação Educacional
Guaxupé:
Clárima L. A. Ferreira
Mayara M. Marqueti
Michelli C. Rocha
Milani A. Smargiassi
Natália C. Campagnoli
Priscila F. Silva
Priscila S. B. Corsino
Rodrigo Valdomiro
Sirléia D. Alves
Tamires C. Oliveira
Tatiane G. Venerando
Valéria P. Moreira
Valter L. F. Souza
Viviane C. Martins
Orientação: Profª. Solange M. Ribeiro Flório - Fonoaudióloga
Co-orientação: Profª. Daísa dos Reis R. Rodrigues - Fisioterapêuta
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VALÉRIA DE ANDRADE CAMPOS