Reconhecendo Deus quando Ele aparece
Desde Génesis até Malaquias que o Messias era anunciado nas Escrituras, seria dizer que, desde
Moisés até João Batista que Jesus, o Messias, o Cristo era anunciado. O povo de Israel nasceu,
cresceu e morreu com a promessa do Messias, o Cristo o Filho de Deus. Foram alimentando esta
esperança de geração em geração: “ o Messias virá um dia”. Estudavam as Escrituras, durante
toda a vida a respeito da vinda do Salvador, oravam de geração em geração pela vinda do messias.
Sabiam o local onde Ele nasceria, sabiam como Ele se iria chamar, Conheciam a cidade onde Ele
iria viver, sabiam qual a cidade onde Ele começaria o seu ministério, sabiam qual seria a sua
missão, sabiam de um mensageiro que viria antes para anunciar a sua chegada.
Finalmente Deus cumpriu a sua promessa e enviou o seu Filho ao mundo. Nasceu conforme o
predito nas Escrituras; De uma virgem, em Belém, Teve de fugir para o Egipto, Voltou para Nazaré
e iniciou o seu ministério na Galileia.
Por estranho que possa parecer, Jesus chegou e eles não o receberam, não o aceitaram como o
Messias, não reconheceram Deus quando Ele apareceu. (Jo.1.10,11)“ Estava ele no mundo, ... e o
mundo não o conheceu...Veio para o que era seu, e os seus não o receberam”. Porquê? Porque o
Messias não veio como eles estavam á espera, não veio como eles queriam.
Seguiam alimentando a ideia de que um dia o Messias vai chegar e não se aperceberam que esse
dia já havia chegado. (Lc.4.17- )”Chegando a Nazaré, onde fora criado; entrou na ...Foi-lhe
entregue o livro do profeta Isaías; e abrindo-o, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do
Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me
para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os
oprimidos, e para proclamar o ano aceitável do Senhor. E fechando o livro... começou a dizer-lhes:
Hoje se cumpriu esta escritura aos vossos ouvidos”. Jesus mais claro não podia ser “... Hoje se
cumpriu esta escritura aos vossos ouvidos”. Eu sou o messias a quem se refere esta Escritura, mas,
“...eles diziam: Este não é filho de José?... e, levantando-se, expulsaram-no da cidade”. Este foi o
problema dos judeus até hoje, eles não reconheceram Deus quando Ele apareceu.
Passaram-se dois mil anos e nós também enquadramos a nossa maneira de pensar, a respeito de
Deus e da forma como Ele se move e faz as coisas, criamos os nossos próprios paradigmas.
Oramos pedindo a Deus um avivamento, um despertar e quando Deus ouve a nossa oração e
envia um homem com a mensagem e a unção para começar um avivamento, o que é que
acontece: A história repete-se, não o reconhecemos, falamos mal dele, dizemos que as suas
doutrinas são do diabo. É só recuarmos na história. Quando surgiu o movimento do baptismo por
imerção, foi uma guerra para aceitar esta inovação como Palavra de Deus. Para estes mesmos,
anos mais tarde, surge o movimento do batismo no Espirito Santo, foi uma guerra, porque eles
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pensavam que possuiam toda a revelação de Deus, eles sabiam que eram de Deus e por
conseguinte aqueles que fossem diferentes deles, só poderiam ser do diabo. Finalmente não se
podia contestar ao batismo no Espirito Santo e aceitou-se como Palavra de Deus. Anos mais tarde
surge o movimento da cura Divina, foi outra guerra. Os mais velhos diziam que esta coisa de cura,
terminou com a morte do último dos apóstolos e por tanto isto só poderia ser do diabo.
Finalmente a luz raiou e acabamos por aceitar a cura Divina como um direito de redenção para
todo aquele que crê. Os anos passaram e surge aquilo que apelidaram de “doutrina da
prosperidade”, foi uma guerra para aceitar esta “doutrina”, lutavam com argumentos tais como: “
o dinheiro é a raíz de todo o mal...” o curioso é que quando perguntavam onde se encontrava isso
escrito, a resposta sempre era a mesma: “algures...”. Finalmente a luz dissipou as trevas e hoje são
muitos os cristãos a crêr na redenção complecta.
Embora ao longo dos anos a igreja fosse tomando posse da sua redenção, foram ficando sempre
os grupos antigos que seguiram crendo naquilo que, antes acreditavam e se afastaram daqueles,
que passaram a acreditar numa redenção mais abrangente. O mesmo acontecerá no futuro.
Pela mesma razão os judeus não receberam Jesus, Jesus não se enquadrava com os seus padrões
religiosos, Jesus não agia de acordo com as suas regras religiosas, (Mt.9.33,34)“... eis que lhe
trouxeram um homem mudo e endemoninhado. E, expulso o demônio, falou o mudo e as
multidões se admiraram, dizendo: Nunca tal se viu em Israel. Os fariseus, porém, diziam: É pelo
príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios”. Vê os fariseus, “ onde já se viu expulsar
demónios, nós somos filhos de Deus e não expulsamos demónios, logo se esse é diferente, só
pode ser do diabo...”, não reconheceram Deus quando Ele apareceu e por isso não o receberam,
continuando com as suas prácticas e padrões religiosos como antes. Acabaram por perder o plano
de Deus para eles.
Durante a travessia do deserto pelo povo de Israel, havia uma coluna de nuvem que os dirigia de
dia e uma coluna de fogo que os dirigia de noite. O povo seguia aquela coluna, quer de dia, quer
de noite. Quando a coluna seguia recto, o povo seguia recto, quando a coluna virava de direcção
para a direita, o povo virava de direcção para a direita, quando a nuvem virava de direcção para a
esquerda, o povo virava á esquerda seguindo a coluna quer de noite quer de dia, se a nuvem
parava, o povo parava, até que a nuvem se voltasse a erguer.
Imagina que ao momento que a nuvem se deslocava para a esquerda, os lideres advertiam o povo
dizendo: “ povo de Deus! cuidado com este movimento para a esquerda, Deus nunca andou para a
esquerda antes, Ele sempre nos guiou em frente, assim que andar em frente é de Deus, andar para
a esquerda só pode ser do diabo e aqueles que querem ir para a esquerda, estão a dar ouvidos ao
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diabo, nós seguiremos en frente, como o Senhor nos ensinou...”. Que aconteceria com estes?
Perderiam a protecção, orientação e a provisão de Deus, morrendo no deserto. (Falaremos deste
assunto mais adiante) Sei que pode paracer um exemplo um pouco óbvio de mais, mas a história
conta-nos que foi isto que aconteceu com o cristianismo, e continua a repetir-se até que deixemos
de ver Deus só no nosso quintal e comecemos a reconhecer que Deus é maior que a nossa
denominação e que Deus não está sugeito ás regras, por nós instituidas e tenhamos um coração
livre de títulos religiosos, livre de patrimónios, livre da fama e livre de pensar que somos mais que
os outros só porque temos uma igreja maior.
Devemos reconhecer Deus nos outros também, apesar de serem diferentes de nós mesmos. Há
um episódio curioso entre Jesus e os seus discípulos a este respeito, (Lucas 9:49)– “ Disse-lhe
João: Mestre, vimos um homem que em teu nome expulsava demônios; e lho proibimos, porque
não segue conosco”.
Olha a resposta de Jesus: (Vs.50)– “Respondeu-lhe Jesus: Não lho proibais; porque quem não é
contra vós é por vós”. Se um outro ministério começa a pregar o Evangelho e a curar os enfermos,
glória a Deus! Quantos mais melhor. Só ficam preocupados com isto, aqueles que não amam a
salvação dos perdidos nem a obra de Deus e têm medo de vir a perder a sua fama. Não precisa
nem sequer ter medo de perder pessoas, porque as “ovelhas” conhecem a vóz do seu pastor.
O mesmo aconteceu no tempo de Moisés (Nm.11.26-29)– “Mas no arraial ficaram dois homens;
chamava-se um Eldade, e o outro Medade; e repousou sobre eles: o espírito, porquanto estavam
entre os inscritos, ainda que não saíram para irem à tenda; e profetizavam no arraial....Então
Josué, filho de Num, servidor de Moisés, um dos seus mancebos escolhidos, respondeu e disse:
Meu Senhor Moisés, proíbe-lho. Moisés, porém, lhe disse: Tens tu ciúmes por mim? Oxalá que do
povo do Senhor todos fossem profetas, que o Senhor pusesse o seu espírito sobre eles! ”. Josué
nesta altura era ainda um jovem, estava a aprender “...um dos seus mancebos escolhidos...” e
pensou que Moisés tinha o monopólio de Deus e ninguém mais poderia profetizar, a não ser
Moisés. Mas estes dois, Eldade e Medade, moveram-se pelo Espirito Santo. Admiro a humildade
de Moisés e o seu grau de maturidade espiritual, ele reconheceu Deus nos outros e até desejou
que mais, tivessem o Espirito Santo sobre eles. Isto só demonstra a grandeza do caracter de
Moisés, só um homem que conhece a Deus poderia ter esta atitude. Não ficou com medo de
perder a sua popularidade, nem a sua fama. O que mostra também que Moisés estava seguro
daquilo que era.
O mesmo espírito permanece hoje em certos ministros do evangelho. Ficam com ciumes se outro
é mais usado por Deus do que eles, se outro prospéra mais do que eles. Certa vêz ouvi um
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apóstolo dizer assim: “ eu posso fazer isto..., porque sou apóstolo de Jesus, mas vocês não...”.
Queria a todo o custo sentir-se superior aos outros, mas eu não vejo na Bíblia uma parte só para
apóstolos, outras só para profetas e outras só para pastores. Este é aquele pensamento, de que
Deus só está comigo e quem está comigo está com Deus e quem não se submete a mim é do diabo
e, é um rebelde. Um dos erros dos apóstolos, é pensar que porque eles estão no oficio de
apóstolo, logo, todos os demais ministérios, devem submeter-se a eles, para se cumprir a Bíblia.
Reconhece Deus nos outros também ainda que não os entendas, desde que não se apartem das
Escrituras, são de Deus.
Temos que aprender a discernir o “corpo de Cristo” a sua igreja. (1Cor.11.29,30)– “não discernindo
o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e enfermos, e muitos que dormem.”
A palavra aqui utilizada para “ discernir” é a palavra grêga – Diakrino - que quer dizer:Separar,
fazer destinção, discriminar, tentar, fazer julgamentos, disputar, tirar de outro o que lhe é
legitimo, espírito hostil, oposição, lutar com contendas.
É o que fazem, aqueles que não reconhecem Deus nos outros. Ficam a contender com aqueles que
só querem servir a Deus e cumprir o ministério que Deus lhes confiou, criticam, julgam, disputam
e discriminam todos os que são diferentes deles mesmos. Por esta razão, há tanta doença,
fraqueza na igreja e alguns que morrem antes de tempo. Porque em lugar de nos abênçoar-mos e
ajudarmo-nos uns aos outros, há aqueles que se amaldiçoam e até entitulados apóstolos, que
entregam pastores a satanás. Isto sempre vai acompanhar a igreja de Cristo, mas a boa notícia é
que não poderão impedir o avanço da obra de Deus, nem impedir que aqueles que foram
chamados por Deus cumpram os seus ministérios.
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