Apoio pedagógico
Lendas da Amazônia
... e é assim até hoje
Autora: Flávia Savary • Ilustrações: Tati Móes
Formato: 22x23 cm • 48 páginas
Gênero: Contos, mitos/lendas
Interdisciplinaridade: Língua Portuguesa – História – Geografia – Ciências
Valores: Diversidade cultural – Meio ambiente/defesa da natureza – Ampliação de repertório cultural
Indicado para Ensino Fundamental – a partir do 6o ano
Lendas da Amazônia... e é assim até hoje é uma coletânea de dez lendas amazônicas, coletadas de diferentes nações indígenas. Nelas aparecem representações simbólicas de como essas culturas explicam fenômenos como o fogo, a noite, a origem de frutos
e raízes, como o guaraná e mandioca (muito importantes para alimentação de muitos
desses povos), entre outros aspectos.
Conheça a autora
Flávia Savary é formada em Letras e começou na literatura infantil como ilustradora. Seu texto de
estréia é Oitavo ano, primeiro amor (1996), que soma mais de 40 prêmios literários. Pela Editora Salesiana
publicou, entre outros: Caminhando, eu vou! (2007) e As escolhas de Rafael (2007).
Uma palavrinha sobre leitura
Ensinar a ler significa ensinar a pensar e observar os pequenos detalhes de cada frase, página e capítulo,
tornando claras à consciência as estratégias cognitivas que se processam no ato de ler. Essas estratégias
permitem ao leitor depreender do texto gênero, estrutura, tema, conteúdo etc.
Cabe a você, professor, desenvolver com seus alunos estratégias metacognitivas, fazendo da leitura um
processo que pode ser percorrido por vários caminhos diferentes a cada novo texto. Afinal, saber ler pressupõe conhecer diferentes formas de ler, de entrar no texto e sair dele, a fim de adquirir mais repertório, visão
mais ampla das coisas do mundo, agilidade de raciocínio, sensibilidade para estabelecer relações.
Todo trabalho com a leitura, portanto, deve ser um ato contínuo de construção; uma prática cotidiana
livre ou direcionada que tenha como objetivo geral ajudar na formação de leitores proficientes dos mais
variados gêneros textuais. As sessões de leitura, na escola, devem propiciar aos alunos não somente o gosto
e prazer da leitura, mas o conhecimento formal de estratégias que facilitem o entendimento dos textos e dos
gêneros, tornando-os mais críticos e mais observadores dessa prática e do mundo que os envolvem. Para
que isso ocorra, no entanto, é preciso que você, professor, tenha clareza dos objetivos específicos que o
trabalho com a leitura pode atingir, tais como:
• desenvolver ou ratificar o hábito de leitura;
• criar hipótese de sentido a partir de informações dadas pelo texto;
• estimular a curiosidade e criatividade;
• apresentar outras referências relacionadas às obras lidas (filmes, outros livros, pinturas etc.);
• reconhecer as estruturas dos gêneros lidos (estruturas narrativas, argumentativas, informativas etc.);
• estimular a criação de textos;
• inferir a partir da leitura;
• interpretar textos dos mais variados gêneros etc.
Esta ficha de orientação foi pensada a partir desses objetivos e é um recurso a mais para ajudá-lo a
estruturar sua prática docente no ensino da leitura, organizando os objetivos que pretende atingir ao sugerir
e indicar leitura de textos a seus alunos. É preciso ressaltar, ainda, que as estratégias apresentadas nesta ficha
são sugestões que podem ser realizadas no conjunto ou individualmente, dependendo dos objetivos que
você pretenda alcançar a cada nova sessão de leitura.
Na obra Lendas da Amazônia...e é assim até hoje estão reunidas 10 lendas de diferentes nações indígenas. Esses textos, originalmente orais, mostram a forma de explicar fenômenos da natureza (caso de “A
origem da noite” e “Bahira, o pajé que roubou o fogo”), origem de alimentos (caso de “Como nasceu o
guaraná” e “Mani, a mandioca”), de sentimentos (“Quem mais ameaça: chuva ou onça?”), de figuras do
imaginário coletivo (caso de “Ceuci, a velha gulosa”, de “Cobra Norato marcha, soldado!” e “Curupira e
Juvenal, o caçador”) e mesmo de situações sociais (como ocorre na lenda “O Boto”).
Há vários outros valores representados em cada uma das histórias, mas o mais importante é perceber
que, em conjunto, elas mostram formas de explicar o mundo, de expressar sentimentos, anseios, temores,
enfim, são maneiras de interpretar a realidade, criadas há muito tempo e transmitidas oralmente, como
forma de ensinamento entre as gerações.
Lendas da Amazônia ...e é assim até hoje
Sugestões de estratégias de leitura
1. Antes da leitura
Há muitas portas de entrada em um texto e você pode variar a cada nova sessão de leitura
com seus alunos.
• Uma forma de iniciar o contato com a obra Lendas da Amazônia... e é assim até hoje é perguntar
aos alunos o que eles entendem por “lenda”. Você pode também pedir que expliquem como eles
acham que as lendas se constroem.
• Pode solicitar aos alunos que tragam lendas para a sala de aula (que eles conheçam ou pesquisem),
de modo a compartilhar a leitura de várias histórias com esse formato.
• É possível ainda que você traga fotos de alguns elementos apresentados nas lendas e peça que eles
criem narrativas que expliquem a origem desses elementos (fogo, noite, mandioca, guaraná, vitória-régia).
2. Hora da leitura
• A hora da leitura propriamente dita também pode ser preparada de várias formas. Em algumas
sessões, você pode pedir que comecem, por exemplo, com uma leitura individual e silenciosa,
sem interferências. Esse tipo de leitura serve para que se familiarizem com o texto e entrem em
contato com conteúdo, tema, imagens etc.
• Se a escolha do livro for a mesma para todos os alunos, você também pode iniciar a sessão lendo
em voz alta para eles.
No caso de Lendas da Amazônia... e é assim até hoje, por se tratar de uma coletânea de dez
histórias autônomas, você pode:
• Selecionar quatro aulas e ler duas ou três histórias por dia. Nesse caso, é possível associar a leitura
com atividades de compreensão.
• Você pode também usar algumas aulas apenas para fazer leitura das histórias, usando estratégias
diferentes: leitura individual silenciosa, leitura feita por você ou outro aluno em voz alta, leitura
dramática (como se estivessem representando), leitura com “paradas” para interpretação (você lê
e pára em alguns trechos, perguntando a eles como acham que a história vai continuar).
3. Mãos à obra
Outro momento da leitura é o da construção de atividades, envolvendo o conteúdo dos livros.
Geralmente, nessa etapa, o professor apresenta uma seqüência de exercícios (perguntas, testes,
diagramas) com a finalidade de checar informações contidas nas histórias e fazer um levantamento
do que eles entenderam do texto.
Uma atividade que pode ser proposta aos alunos é a pesquisa de outras explicações para
fenômenos ou elementos apresentados no livro, tais como o fogo, a noite, o guaraná, a mandioca.
A idéia é somar outras explicações, científicas ou não, entrando em contato (e não em conflito)
com outras formas de tratar de questões da realidade.
Uma vez que são histórias ficcionais, você pode discutir com eles alguns significados para
elas. Por exemplo:
• Qual situação social a lenda do boto parece ilustrar?
• Por que algumas nações indígenas explicam a origem de alguns alimentos?
• Quais intenções podem estar relacionadas à explicação de fenômenos da natureza?
• Que medos, desejos ou valores humanos podem estar representados em figuras como o Curupira,
o Cobra Norato e a Ceuci?
O importante, aqui, não é fechar em uma única resposta certa, mas em criar interpretações
verossímeis com as lendas apresentadas.
Você pode ainda solicitar aos alunos que criem uma lenda. Peça que eles façam um esquema,
indicando os elementos que não podem faltar para que essa história tenha as características das
lendas (caráter maravilhoso, explicação sobre algum elemento natural, ou explicação para algum
fenômeno ou uma situação social. Destacar que a ligação com elementos da natureza é fundamental. Além disso, a lenda deve estar centrada em um tema principal, que a história apenas representará de forma figurativa). Depois, devem passar para a criação propriamente dita. Não deixe de
pedir que façam ilustrações para a lenda criada.
4. Outras descobertas
Essa etapa conduz os alunos a outras leituras e à pesquisa dos temas abordados nos textos lidos.
O importante dessa etapa é que os alunos façam parte da construção do tema e não sejam
apenas receptores da opinião que o professor ou o livro escolhido traga sobre esses temas. É preciso evitar que os conceitos fiquem restritos ao livro que leram, sem que tenham a oportunidade de
construírem opiniões fundamentadas sobre os temas, enriquecendo seu processo de leitura.
Nossa sugestão é que, embora você possa direcionar as discussões sobre os textos lidos, os
alunos sejam incentivados a querer saber mais sobre o que lêem, tendo oportunidade de discutir,
questionar, pensar sobre o processo de leitura.
Você pode pedir que pesquisem outros títulos e informações referentes ao tema, apresentando-os à classe. Essa estratégia enriquece o repertório dos estudantes, tornando significativo seu
processo de aprendizagem.
No caso de Lendas da Amazônia... e é assim até hoje, você pode solicitar que os alunos pesquisem
sobre figuras lendárias, do Brasil ou do mundo. Nesse contexto, eles podem estudar sobre pessoas
que existiram, mas que tiveram, devido a um ou mais elementos de suas biografias, associados a suas
figuras o aspecto lendário. É importante, justamente, discutir com eles o que essas personalidades têm
em comum com as figuras lendárias construídas em lendas propriamente ditas.
Uma outra atividade possível é solicitar a eles que façam uma coletânea de suas histórias
orais, histórias de família, reais ou imaginárias, que foram passando entre as gerações. É importante destacar aí o caráter oral dessas histórias.
Uma seqüência dessa proposta pode ser a produção efetiva de uma versão escrita de cada
história apresentada. Seria um ótimo exercício para que você discuta com eles as adaptações necessárias que devem ser feitas quando passamos de um registro (oral) para outro (escrito). Peça ainda
que ilustrem ou anexem fotos aos textos criados.
5. Entrando em ação
A leitura de livros pode abrir um universo de ações sociais e culturais. Uma sugestão que
fazemos, nesta etapa, é que os alunos possam entrar em contato com ou desenvolver pequenos
projetos que gerem ações e intervenção em sua vida real.
É possível organizar, juntamente com os alunos, uma exposição sobre as lendas apresentadas
no livro. Essa exposição teria como base apenas o nome dos textos, bem como as palavras indígenas que cada história apresenta. A idéia é valorizar esse vocabulário, usando-o como elemento de
identidade das lendas apresentadas.
Você pode propor, também, dramatizações mais completas das lendas, com capricho nos
figurinos, cenário, maquiagem etc. Atenção especial deve ser dada, ainda, à transformação de um
texto narrativo em dramático. Nesse sentido, oriente os alunos a centrarem-se nos momentos
conflitivos de cada uma das histórias.
Enfim, é preciso pensar essa etapa não como um fim em si mesma, mas como complementação
da construção feita pelos estudantes em seu processo de leitura.
Orientação pedagógica: Débora Angelo
Rua Dom Bosco, 441 – Mooca – São Paulo - SP
Fone: (11) 3274-4900 – Fax: (11) 3209-4084
[email protected]
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