Convênio Pesquisa Espacial
NASA e Mackenzie,
Mackenzie
parceiros há uma década
Representante da agência norte-americana visitou
o ROEN em Fortaleza, CE, e o Mackenzie, em São Paulo
O doutor Wildes com a direção do Mackenzie – chanceler (UPM)
reverendo doutor Augustus Nicodemus, doutor Custódio Pereira, diretorpresidente (IPM) e doutor Pierre Kaufmann, coordenador do CRAAM
ontrato assinado entre a
Agência Espacial Brasileira
(AEB) e a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço
(NASA) prevê aporte de recursos
financeiros para os próximos cinco
anos em continuidade à parceria
que vem permitindo a manutenção
das atividades de pesquisa aplicada
em geodésia espacial, realizadas no
Rádio Observatório Espacial do
Nordeste (ROEN), instalado na unidade do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) de Eusébio, próximo a Fortaleza, CE. O
Programa de Geodésia Espacial no
país é gerenciado pelo Centro de
Rádio-Astronomia e Astrofísica Mackenzie (CRAAM), resultado de convênio entre o INPE e o Mackenzie.
As operações principais realizadas
C
no ROEN consistem em observações regulares
de um radiotelescópio de 14,2 m
integrado a redes
mundiais de interferometria, conhecida como VLBI (Very
Long Baseline Interferometry). O Programa de
Geodésia Espacial tem diversas aplicações de grande importância nacional e internacional, destacando-se a “calibração” das efemérides (órbitas) da constelação de satélites GPS usados em navegação, cartografia e geoposicionamento; medidas de irregularidades na rotação da Ter-
ra, monitoramento da duração dos
dias e deriva dos continentes.No mês
de junho de 2004, o professor Pierre
Kaufmann, coordenador do CRAAM
e do Programa de Geodésia Espacial
no Brasil, acompanhou o doutor William T. Wildes, supervisor da NASA,
no acordo assinado, em sua visita às
instalações do ROEN,em Eusébio,CE,
e ao Mackenzie, São Paulo, quando
manteve contato com a direção tanto
do IPM quanto da UPM.
Em entrevista especial, o doutor
Wildes falou do seu
trabalho e sobre a
parceria com o
Mackenzie.
Revista Mackenzie
– Qual é sua área de
atividade?
William T. Wildes –
Trabalho no programa
de pesquisas em geodésica espacial. Administro as estações espaciais em quatro diferentes pontos do
mundo – Alasca, Havaí, Austrália e Noruega. No Brasil,
coordeno as atividades da estação de Eusébio, em Fortaleza, CE.
Há quanto tempo faz o trabalho?
Comecei em 1975. Tínhamos
projeto que unia nossa técnica de
rádio-astronomia, que é a VLBI
(Very Long Baseline Interferometry), com outras técnicas como a
GPS, a fim de realizar pesquisas
geodésicas espaciais, isto é, estudar
a forma e a grandeza da Terra, monitorando precisamente seus movimentos e os fenômenos que a influenciam – duração de dias, clima espacial, eventos sísmicos, etc.
Gosta do que faz? O que considera mais interessante nele?
Sim, muito. É por isso que ainda
não me aposentei! (risos). Com o
passar dos anos temos aplicado novas tecnologias para aperfeiçoar a
técnica do VLBI e proporcionar seu
próprio desenvolvimento.Então acredito que as pesquisas que realizamos
para alcançar o objetivo são o ponto
mais interessante do que faço.
O doutor Wildes, em Eusébio, CE
Participou de projetos da
NASA, no espaço?
Não, nunca! Precisaria estar em
muito boa forma para isso... (risos)
Os investimentos brasileiros
no setor espacial não são tão
grandes quanto os dos Estados
Unidos, mas vocês têm interesse
em nosso país...
Sim, somos muito interessados.
Os cientistas e engenheiros brasileiros têm elevado nível de conhecimento e são extremamente capacitados. Eles fazem um trabalho
incrível com os recursos que têm.
Outro ponto-chave é que o observatório de Eusébio, em Fortaleza, é
nossa principal base na América do
Sul, além das 40 outras que existem
ao redor do mundo e que integram
o IVS (Serviço Internacional de
VLBI). A parceria entre as nações é
muito importante para ajudar a
obter dados que todos nós queremos utilizar.
O contrato entre o Mackenzie e a NASA consolidou a parceria?
Sim. A parceria com o Mackenzie é muito importante. Precisamos
de recursos para monitorar as atividades em Fortaleza e implementar
suas pesquisas. Queremos também
ajudar em outras áreas, como
fornecer informações para trabalhos escolares na internet.
Que visão tem do Brasil?
Gosto muito daqui. As pessoas
são receptivas e a comida, ótima!
Espero que possa voltar ao Brasil
mais vezes.
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