Inseminação - Manejo e Inseminação
Assim como imunizar é diferente de aplicar vacina simplesmente, a Inseminação é uma fase da
Fertilização!
Fertilizar é diferente de Inseminar e exige todo um planejamento para um projeto de sucesso
que se inicia na escolha do sêmen e termina na Inseminação em si, ato mecânico que exige
apenas treinamento. Neste ato de inseminar o Inseminador se torna pessoa que necessita de
treinamento que o integre ao projeto, se vista da responsabilidade de fertilizar, chamando
para si todo o manejo com os animais. Em caso de grandes fazendas, onde o inseminador fica
por necessidade no curral, cabe ao Inseminador treinar seus terceiros no manejo do
reconhecimento da vaca em cio e no manejo de conduzi-la ao curral sem agressão.
Providenciar água e alimento na necessidade deste animal que na chegada ao curral fique por
um período de descanso de no mínimo 20 minutos com espaço suficiente para evitar a
competição, brigas, enfim que este animal esteja tranquilo na hora de ser conduzido para a
seringa em direção ao tronco para ser inseminada.
Quando um animal é mantido em ambiente inadequado, os diversos constituintes de meio,
isolados ou combinados entre si, são fatores de estresse, que, atuando sobre o organismo
desencadeiam uma série de reações não específicas de adaptação, ativando mecanismos
físicos e fisiológicos, na tentativa de restabelecer o equilíbrio orgânico (homeostase).
Em situações agudas o HHA (hipotálamo) libera adrenalina, noradrenalina e catecolaminas que
desencadeiam reações adrenérgicas imediatas, verificadas em situações emergenciais (“fightor-flightsyndrome”), causando mudanças em quase todo o sistema endócrino. A adrenalina é
secretada para promover o fornecimento rápido de energia (aumento da glicemia), com
aumento dos batimentos cardíacos, da taxa respiratória e circulação. Seus efeitos são bastante
drásticos, por isso os níveis séricos precisam diminuir rapidamente. Neste instante a fêmea
parou de produzir os hormônios da reprodução que possibilitam a fertilização e ou a
implantação do ovo no útero!
A condução dos animais para a seringa, brete e tronco deverá ser feita por peão que conhece
comportamento, temperamento dos bovinos, e evita o confronto que causa estresse.
A contenção em tronco próprio deverá ser feita com calma, utilizando-se corretamente o
equipamento para que este local não seja na memória da fêmea bovina local a ser evitado por
lembrar ansiedade, medo, dor ou em fim agressão. Se houver a necessidade de acionar as
peças de contenção (pescoço e vazio), serão acionadas com o animal parado para não lesionar
ou causar dor. Nestes trabalhos a pressa será com certeza um fator causador de estresse.
As vacas que mesmo no Programa intensivo de IATF não aceitam a condução tranquila
deverão ser destinadas a cobertura natural diminuindo a perca de sêmen e aumentando a
possibilidade da fertilização.
A primeira vista pode parecer aos produtores e aos técnicos uma preocupação excessiva e
dispendiosa, mas certamente eles se surpreenderão com os benefícios que esta mudança de
atitude trará à rotina de trabalho, às pessoas envolvidas com o manejo dos animais e
principalmente com o retorno financeiro que virá agregado em termos de percentual na
fertilização com sêmen.
É sabido que, para que função reprodutiva seja iniciada e mantida dentro dos seus padrões
normais, esta é totalmente dependente da ação dos hormônios, que segundo os estudiosos
pode e é influenciada pela condição clínica de STRESS.
Na vaca leiteira em determinadas fases da sua vida produtiva, como a fase de lactação, o
STRESS pode causar patologias reprodutivas, por induzir o aumento ou diminuição da secreção
de alguns hormônios reprodutivos, que podem resultar em algumas alterações do sistema
reprodutivo da fêmea bovina, como o cisto ovariano, onde o animal que possui este cisto não
apresenta cio, assim não consegue emprenhar.
Economicamente, o mérito reprodutivo é considerado cinco vez mais importante que o
desempenho de crescimento e dez vezes mais importante que a qualidade final do produto
(Trenkle & William, 1977). No Brasil, essa relação é maior do que 300 vezes para os sistemas
de produção de bovinos de corte em regime exclusivo de pastagens (Barbosa, 1997). Diante
disto, a melhoria do sistema de produção de carne bovina brasileira passa necessariamente
pela melhoria no manejo reprodutivo e nos processos de seleção para características
reprodutivas.
Apesar da importância da reprodução na cadeia da carne, no Brasil, ainda há inúmeros pontos
de estrangulamento neste processo: taxas de gestação, parição e desmama relativamente
baixa.
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Renato Santos é Médico veterinario, formado na UEL, Londrina – no campo por 30 anos –
atualmente na Beckhauser com a responsabilidade de difundir o Manejo Racional e Produtivo.
Fonte: www.beefpoint.com.br
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