Estudo da contribuição do esporte: orientação na saúde
mental de pessoas maduras
Ana Maria de Oliveira Cintra – UFSJ
Doutora em Saúde Pública pela Faculdade de Medicina da UFMG
E-mail: [email protected]
Fone: (32)8867-7929
Débora Tolentino Grossi
Graduanda de Psicologia UFSJ.
E-mail: [email protected]
Fone: (32)9137-8584
Jéssica Cristiane Moreira
Graduanda de Psicologia UFSJ
E-mail: [email protected]
Fone: (31)8768-6531
Daniela Santos
Graduanda de Psicologia UFSJ
E-mail: [email protected]
Fone: (32) 88561503
Aracelly Alvarenga
Graduanda de Psicologia UFSJ
E-mail: [email protected]
Fone:
Wantila Daraiany dos Santos Souza
Bolsista Pibic Junior Fapemig, Ensino Médio – FAPEMIG
Fone: (32)3373-0857
Vanessa Conrado Montalvão Torres
Mestranda, UFSJ
E-mail: [email protected]
Fone:
Data de recepção: 30/06/10
Data de aprovação: 5/7/2010
RESUMO: Apresenta-se os resultados do estudo da saúde mental dos participantes
do projeto de extensão da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
“Orientação: o esporte da melhor idade”, realizado de março de 2009 a março de
2010 na Conferência de São Sebastião e no “Cobertor”, no bairro Tejuco, pelo
bolsista do ensino médio por meio do Programa de Iniciação Científica Junior,
estagiários do curso de Psicologia e mestrandos da Pós-graduação em Psicologia.
Foram acessadas 33 pessoas maduras do projeto Exercitar para tratar e prevenir
coordenado pelo Prof. Alessandro de Oliveira, Professor do curso de Educação
Física. A saúde mental foi avaliada antes e depois das intervenções pela Escala
TOV (Teste de Orientação da Vida), Escala WHOQOL-Bref (Teste de Qualidade de
Vida, versão abreviada), Escala de Resiliência e Escala de Bem-Estar psicológico.
Na fase de intervenção, desenvolveram-se atividades lúdicas e recreativas, seguidas
de atividades psicomotoras e da apresentação do esporte orientação através de
vídeos, fotos, mapas e materiais usados em competições. Finalizando, realizou-se
um circuito de orientação ao alcance dos participantes no entorno da Conferência
São Sebastião no Bairro Tejuco. Houve mudança nos resultados do pós-teste em
todos os instrumentos indicando uma melhora significativa na saúde mental após a
intervenção, com aumento do otimismo, do bom humor e do bem estar geral.
1
PALAVRAS-CHAVE: Qualidade de vida – Resiliência – Bem-estar psicológico –
Esporte orientação – Psicomotricidade
2
Introdução
Este artigo tem como objetivo apresentar os resultados do estudo da saúde
mental de pessoas na maturidade que participaram do projeto de extensão da
Universidade Federal de São João del-Rei “Orientação: o esporte da melhor idade”,
quanto a qualidade de vida, bem-estar psicológico, percepção de vida e resiliência.
O referido projeto fez parte do Programa de Iniciação Científica Junior
financiado pela FAPEMIG com uma bolsa de iniciação científica para aluno do
ensino médio. O tema do estudo relaciona-se com o envelhecimento humano
abordado
na
disciplina
Psicologia
do
Desenvolvimento
Humano
sob
a
responsabilidade da proponente do projeto Profa. Ana Maria de Oliveira Cintra.
O envelhecimento da população é um fenômeno global, o que faz com que às
questões relativas à Terceira Idade tenham grande importância nos últimos tempos.
O mundo está envelhecendo e estima-se que no ano de 2050 haja cerca de dois
bilhões de pessoas com sessenta anos a mais no mundo, a maioria delas vivendo
em países em desenvolvimento (SONATI, 2007).
Envelhecer é um fenômeno irreversível que faz parte da trajetória do ser
humano. Apresenta-se como um conjunto de inúmeras e variadas deteriorações
progressivas que tornam esta fase da existência alvo de importantes e recentes
preocupações interdisciplinares (FONSECA, 2001).
Alguns estudos destacaram o impacto positivo da atividade física regular em
aspectos cognitivos, na saúde mental e no bem-estar geral do individuo durante o
processo de envelhecimento (RAVAGLIA, FORTI e LUCICESARE, 2008). Por outro
lado, com o avanço da idade, costuma-se haver uma diminuição gradual de
atividades físicas e abandono de esportes. O esporte de orientação, entretanto, pode
ser praticado em qualquer idade e envolve aspectos físicos, mentais, emocionais e
sociais. É um esporte que envolve concentração, percepção de detalhes, orientação
espacial e equilíbrio dinâmico. Esses, são fatores da psicomotricidade, uma área
fundamental para a realização de qualquer atividade neuromotora (PASINI, 2004,
2007). É justamente a área psicomotora que fica mais prejudicada durante o
processo de envelhecimento.
São escassos os estudos que verificam o impacto da atividade física na saúde
mental de idosos e não foram encontrados estudos que verifiquem o efeito do
esporte, particularmente, o esporte de orientação na saúde mental de idosos.
3
2. Revisão bibliográfica
2.1- Processo de envelhecimento
O envelhecimento vem aumentando de maneira visível, o que se atribui a um
aumento da expectativa de vida, a diminuição da taxa de natalidade. No entanto, o
maior desafio na atenção à pessoa na maturidade é conseguir contribuir para que,
apesar das progressivas limitações que possam ocorrer, elas possam redescobrir
possibilidades de viver sua própria vida com a máxima qualidade possível. Essa
possibilidade aumenta na medida em que a sociedade considera o contexto familiar
e social e consegue reconhecer as potencialidades e o valor das pessoas maduras.
Portanto, parte das dificuldades das pessoas que amadurecem está mais
relacionada a uma cultura que as desvaloriza e limita.
O processo de envelhecimento é irreversível, porém, o mesmo pode ser
acelerado ou desacelerado por fatores ambientais e comportamentais, exercendo
grande influência sobre ele as doenças e a inatividade (NAHAS, apud PASCOAL,
SANTOS e BROEK, 2006). As doenças crônicas não-transmissíveis podem afetar a
funcionalidade das pessoas idosas. Estudos mostram que a dependência para o
desempenho das atividades de vida diária tende a aumentar cerca de 5% na faixa
etária de 60 anos para cerca de 50% entre os com 90 ou mais anos (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2006).
A inatividade física é um dos fatores de risco mais importantes para as
doenças crônicas, associadas à dieta inadequada e uso do fumo. É bastante
prevalente a inatividade física entre os idosos. O estilo de vida moderno propicia o
gasto da maior parte do tempo livre em atividades sedentárias, como por exemplo,
assistir televisão. É preciso lembrar que saúde não é apenas uma questão de
assistência médica e de acesso a medicamentos. A Organização Mundial da Saúde
– OMS (1948) definiu saúde como “estado de completo bem-estar físico, mental e
social, e não somente a ausência de enfermidade ou invalidez”.
Nesse processo, alguns aspectos são facilitadores para a incorporação da
prática corporal/atividade física, como o incentivo de amigos e familiares, a procura
por companhia ou ocupação, alguns programas específicos de atividade física e,
principalmente, a orientação do profissional de saúde estimulando a população idosa
4
a incorporar um estilo de vida mais saudável e ativo (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2006).
2.2- Resiliência, qualidade de vida, bem-estar psicológico e percepção da vida.
O conceito de resiliência pode ser compreendido como essa capacidade para
o desenvolvimento de estratégias que auxiliem no enfrentamento de situações
adversas, isto é, a partir desses meios o indivíduo pode encontrar maneiras de se
adaptar às situações estressoras (LARANJEIRA, 2007).
Conner (1995) propõe que pessoas resilientes possuem habilidades de
assimilar mudanças e demonstram cinco características de forma equilibrada, tais
como: São positivas, conseguindo ver oportunidades no perigo; são focadas, pois se
concentram em suas metas; são flexíveis, considerando alternativas diferentes que
as levam ao mesmo fim; são organizadas, pois conseguem definir e priorizar uma
estrutura diante do caos e por fim são proativas, pois possuem iniciativa.
Por essas razões, a resiliência é um tema que tem despertado bastante
interesse de estudiosos nas últimas três décadas, o que tem ajudado a elucidar
como uma pessoa pode se desenvolver normalmente, mesmo em contextos de
grande adversidade; ou, o que se pode fazer, em termos de políticas públicas de
saúde, adoção de medidas preventivas na atenção a pessoas, famílias em situação
de vulnerabilidade social ou ambiental, alem da promoção da qualidade de vida do
indivíduo (LUTHAR, 2003).
O tema qualidade de vida é atualmente um importante conceito aplicado nas
mais diversas situações e condições pessoais e populacionais. É estruturado por
aspectos subjetivos do indivíduo, como ele se sente, vive e se relaciona com a
sociedade e consigo próprio (SONATI, 2007). É um estado de satisfação geral do
indivíduo que determina sua qualidade de vida, a qual é relacionada às condições
materiais e não-materiais dentre elas a segurança, felicidade, lazer, saúde, condição
financeira estável, família, amor e trabalho. Percepções que podem variar com as
expectativas de cada faixa etária. Qualidade de Vida tem sido estudada de varias
maneiras e dentro de uma visão internacional levando em conta os vários domínios
que a compõem como: as realidades sociais, ambientais e a própria percepção física
e psicológica do indivíduo.
5
A saúde mental é mais do que a mera ausência de transtornos mentais.
Conceitos de saúde mental incluem o bem estar subjetivo, a percepção de autoeficácia,
autonomia
e
competência,
a
dependência
inter-geracional
e
o
reconhecimento da habilidade de realizar o seu potencial intelectual e emocional
(OMS, 2005). Sem dúvida é correto afirmar que saúde mental é um componente
essencial para a qualidade de vida, um conceito subjetivo que engloba aspectos
multidimensionais, incluindo a psicologia, a saúde física, o nível de independência,
as relações sociais e o meio ambiente. Avaliar a qualidade de vida na terceira idade
implica na adoção de uma série de critérios de natureza biológica, psicológica e
sócio-estrutural. Assim, de acordo com Neri (1993) existem vários elementos que
podem ser apontados como determinantes ou indicadores do bem-estar na terceira
idade:
longevidade, saúde física e
mental, satisfação, controle cognitivo,
competência social, produtividade, atividade, eficácia cognitiva, status social, renda,
continuidade de papeis sociais, familiares e ocupacionais.
De acordo com Victor et al. (2000) um envelhecimento bem sucedido é
acompanhado de qualidade de vida e bem-estar e deve ser fomentado ao longo dos
estados anteriores de desenvolvimento, os modelos de qualidade de vida vão desde
a satisfação com a vida ou bem-estar social a modelos baseados em conceitos de
independência, controle, competências sociais e cognitivas.
Dentre as condições subjetivas, Diener e Suh (1997) destacam que essas se
relacionam ao bem-estar psicológico, ou seja, às experiências pessoais, estados
internos que podem ser manifestados por meio de sentimentos, reações afetivas e
construtos psicológicos como felicidade, satisfação, saúde mental, senso de
controle, competência social, estresse e saúde percebida. Quanto às condições
objetivas, Diogo (2003) afirma que nem sempre esses indicadores apontam como os
indivíduos percebem e experienciam suas vidas. Portanto, os indicadores subjetivos
que incluem, por exemplo, a satisfação com a vida e a felicidade, define com maior
precisão a experiência de vida em relação às várias condições de vida do indivíduo.
Nesse sentido, avaliar os aspectos subjetivos do idoso reveste-se de grande
importância científica e social por permitir a implementação de alternativas válidas de
intervenção, tanto em programas de atividade física, centros de convivência e
demais programas gerontogeriátricos, quanto em políticas sociais gerais, no intuito
de promover o bem-estar das pessoas idosas.
6
Pesquisas têm relacionado a orientação otimista da vida com o bem-estar
psicológico e físico das pessoas, com a presença de comportamentos de
manutenção da saúde e com a capacidade das pessoas de enfrentamento (coping)
em situações estressantes (SCHEIER e CARVER, 1992; SCHEIER e CARVER,
1987). Uma orientação otimista está relacionada com saúde física e mental,
enquanto que uma orientação pessimista da vida se relaciona com depressão,
ansiedade e prática de comportamentos de risco.
O construto percepção de vida refere-se à maneira como as pessoas
percebem suas vidas, de uma forma mais otimista ou menos otimista e é definido em
termos das expectativas que as pessoas possuem sobre os eventos que ocorrerão
no futuro em suas vidas. Esse conceito está inserido na teoria de auto-regulação do
comportamento, desenvolvida pelos mesmos autores, segundo a qual as pessoas
lutam para alcançar objetivos quando elas acreditam que estes objetivos sejam
possíveis e que suas ações produzirão os efeitos desejados nessa direção (HJELLE,
BELONGIA e NESSER, 1996).
2.3- Atividade Física e Desporto Orientação.
Para a manutenção da saúde e da qualidade de vida está comprovada a
importância da prática frequente de atividade física. Nas últimas décadas, segundo
estudos
epidemiológicos,
tem
havido
um
decréscimo
dessas
atividades,
principalmente com o aumento da idade, provocando o sedentarismo que é um fator
de risco de morbidade e mortalidade (MATSUDO et al., 2001). O sedentarismo
passou a ser considerado pela OMS como fator de risco para a saúde e encarado
como um problema de saúde pública (LIMA, 2003).
A atividade física, por seus efeitos no tratamento e na prevenção de várias
patologias, é um importante instrumento de saúde pública, sendo útil, inclusive, no
tratamento de doenças psiquiátricas como transtorno depressivo e ansioso (LIMA,
2003). A prática regular de atividade física orientada é de fundamental importância para
a melhoria, manutenção e aumento da saúde e qualidade de vida. As práticas
esportivas, de forma geral, proporcionam ao indivíduo, convívio social heterogêneo,
melhoria das condições fisiológicas, liberação de endorfinas e catecolaminas entre
outros (MATSUDO et al., 2001).
7
Segundo Costa (2000) os esportes praticados em ambientes abertos são
frutos de uma cultura pós-moderna que vão de encontro à busca de um estilo de
vida saudável atreladas ao meio natural, interferindo diretamente na qualidade de
vida, bem-estar e autonomia para solucionar problemas. O esporte de orientação
pedestre se enquadra dentro desses esportes, gerando nos indivíduos que se
iniciam na modalidade, os fenômenos descritos pelo autor acima. É um esporte
ecológico por natureza, praticado em ambientes naturais, tais como, parques,
reservas, florestas, e até mesmo em ambientes urbanos (PASINI, 2004, 2007).
O esporte de orientação pode ser definido com um esporte individual que tem
como objetivo percorrer caminhando, trotando ou correndo uma determinada
distância em terreno variado e desconhecido, com o auxílio de uma bússola. O
indivíduo é obrigado a passar por determinados pontos nos terrenos, que se
denominam pontos de controle, descritos em um mapa distribuído a cada
participante (PASINI, 2004, 2007). A orientação é um esporte justo, onde seus
competidores competem em pé de igualdade, divididos por sexo, idade e nível
técnico. Não há limite de idade para começar a praticar, sendo um dos únicos, senão
o único esporte, em que pessoas idosas podem competir em igualdade de
condições.
É um esporte que, além de não discriminar sexo e idade, não discrimina
classe social e/ou escolaridade. É um esporte praticado por toda a família em todas
as regiões do mundo. Acrescido a estas vantagens, o esporte de orientação é uma
atividade de lazer ao ar livre e uma ferramenta multidisciplinar que integra vários
aspectos do desenvolvimento humano, possibilitando a integração do físico, do
mental, do emocional e do social, trazendo bem-estar e harmonia da personalidade.
O esporte de orientação tem sido, há alguns anos, principalmente na
Europa, utilizado como ferramenta educacional multidisciplinar, facilitando a
aprendizagem, além de contribuir para a interação social e melhoria da qualidade de
vida, propiciando a diminuição de sintomas depressivos e de ansiedade,
preenchendo integralmente o conceito de Saúde Mental segundo a Organização
Mundial da Saúde (PASINI, 2004, 2007).
2.4- Psicomotricidade
8
O termo Psicomotricidade é empregado para uma concepção de movimento
organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é
o que resulta de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização (ALVES,
2007). É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo
em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. É sustentada por três
conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. São unânimes as
afirmações de que o exercício físico é necessário para o desenvolvimento mental,
corporal e emocional do ser humano, pois, estimula a respiração, a circulação, o
aparelho excretor, além de fortalecer os ossos, músculos e aumentar a capacidade
física geral, dando ao corpo pleno desenvolvimento (MUTSCHELE, 1996).
Segundo Alves (2007) existem 11 funções psicomotoras, a saber:
- Imagem corporal: O ser humano é o único ser que consegue diferenciar-se e numa
imagem especular, diferenciar o real do especular.
- Esquema corporal: Essas percepções permitem uma noção de modelo, um
esquema de seu próprio corpo e das posições que ele adquire.
- Tônus/tonicidade: “É uma tensão dos músculos, pela qual as posições relativas das
diversas partes do corpo são corretamente mantidas e se opõem as modificações
passivas dessas posições” “A função tônica está ligada à totalidade da
personalidade do indivíduo” e pode ser caracterizada pela Hipotonia, Hipertonia,
Catatonia, Paratonia.
- Equilíbrio: “É a capacidade de manter-se sobre uma base reduzida de sustentação
do corpo, através de uma combinação adequada de ações musculares e sob
influência de forças externas”.
- Lateralidade: “É a capacidade de se vivenciar as noções de direita e esquerda
sobre o mundo exterior, independente da sua própria situação física”.
- Organização espacial e temporal: A Psicomotricidade solicita a associação de
espaço e tempo conjuntamente, no desenvolvimento de ações num determinado
espaço físico e numa sequência temporal.
- Dissociação de movimentos: “É a capacidade de individualizar os segmentos
corporais que tomam parte na execução de um gesto intencional”.
- Praxia global: “É a colocação em ação simultânea de grupos musculares diferentes,
com vistas à execução de movimentos amplos e voluntários, envolvendo
principalmente o trabalho de membros inferiores, superiores e do tronco”.
9
- Praxia fina: “É o trabalho de forma ordenada dos pequenos músculos. Englobam
principalmente a atividade manual e digital, ocular, labial e lingual”.
- Ritmo: “Tratando-se de movimento, o ritmo é a organização específica,
característica e temporal de um ato motor”.
- Relaxamento: “É o fenômeno neuromuscular resultante de uma redução de tensão
da musculatura esquelética” (MELLO, RADEMARKER, apud COSTA, FONSECA,
MEINEL e SCHABEL, apud ALVES, 2007).
Durante a infância e adolescência essas áreas vão se desenvolvendo
gradativamente. As integrações de todas estas áreas psicomotoras permitem que o
jovem adulto realize todas suas atividades diárias. A medida que a pessoa
envelhece vai tendo perdas psicomotoras em graus variados que afetam seu
desempenho cotidiano e repercutem em sua qualidade de vida.
3. Metodologia
- Participantes: participaram do estudo 33 pessoas maduras que participaram do
projeto de extensão do Departamento de educação física da UFSJ Exercitar para
tratar e prevenir coordenado pelo Prof. Alessandro de Oliveira que é realizado todos
os anos na Conferência São Sebastião e no “Cobertor” no Bairro Tejuco, em São
João del-Rei, Minas Gerais.
- Instrumentos: foram aplicados em todos os participantes instrumentos com o
objetivo de fazer uma avaliação da saúde mental. Foi preenchida uma ficha sóciodemográfica para coletar dados sócio-demográficos e informações sobre doenças,
remédios utilizados e atividades físicas praticadas. Os instrumentos que avaliaram a
saúde mental dos participantes no inicio e final das atividades psicomotoras
preparatórias ao esporte orientação foram as Escalas do TOV (Teste de Orientação
da Vida), WHOQOL-Bref (Teste de Qualidade de Vida, versão abreviada), Escala de
Resiliência e de Bem-Estar Psicológico.
- Procedimentos: o estudo foi realizado ao longo do ano letivo de 2009 e primeiro
semestre de 2010. Primeiramente foram estabelecidos contatos com o professor do
projeto de extensão da educação física “Exercitar para tratar e prevenir” para firmar a
parceria, já que as atividades de coleta de dados e de realização dos exercícios
psicomotores aconteceriam após a realização das atividades físicas do projeto
referido.
10
A equipe do Projeto de Extensão Orientação: o esporte da melhor idade
passou por uma etapa intensiva de treinamento para aplicação de todos os
instrumentos de coleta de dados. Posteriormente foi feita reunião com os
participantes do programa “Exercitar para tratar e prevenir”, quando foram
apresentados os objetivos e procedimentos do estudo. Após receber todas as
explicações referentes ao estudo e concordar em participar, os participantes tiveram
garantido o anonimato e assinaram Termo de consentimento livre e esclarecido.
O estudo foi dividido em fases. A primeira fase constou da aplicação dos
instrumentos para traçar o perfil da amostra e aplicar os instrumentos do pré-teste.
No primeiro momento da coleta de dados foi efetuada entrevista para aplicação de
questionário Sociodemográfico, pelos estagiários do projeto, pelo Mestrando em
Psicologia e pelo bolsista de Iniciação Científica Júnior (PIBIC-Junior). As escalas de
avaliação da saúde mental, TOV (Teste de Orientação da Vida), WHOQOL-Bref
(Teste de Qualidade de Vida, versão abreviada), Escala de Resiliência e de BemEstar psicológico foram aplicadas pelos estagiários do curso de Psicologia,
previamente treinados para a função.
Na segunda fase do estudo foram desenvolvidas atividades lúdicas e
recreativas com objetivo de promover uma integração maior entre os participantes.
Logo após foram realizados atividades psicomotoras a fim de aprimorar as
habilidades físicas, cognitivas e emocionais básicas para o esporte de orientação.
Na terceira fase do estudo foi realizada a apresentação do esporte de
orientação através de vídeos, fotos, mapas, materiais usados em competições, tais
como, bússola, prisma, mapa, cartão de controle, grampeador, dentre outros. Essa
fase foi realizada pela mestranda do Programa de Pós-graduação em Psicologia,
auxiliada pela bolsista do PIBIC-Junior e estagiários do curso de Psicologia.
Na quarta etapa do estudo os idosos realizaram um circuito de orientação
previamente preparado dentro dos limites e capacidades dos mesmos. O circuito foi
realizado no entorno da Conferência de São Sebastião no Bairro Tejuco, em área
devidamente mapeada para o estudo, onde foram dispostos os prismas de
orientação conforme alocados no mapa. Cada participante teve um mapa do terreno
com os pontos de controle locados e acompanhados por um dos estagiários,
procedeu a leitura do mapa e orientando-se dirigia-se aos prismas na sequência
solicitada e registrava seu achado grampeando o cartão de controle. Essa fase foi
11
realizada pela professora orientadora do projeto, com a colaboração de dois
Mestrandos da Pós-graduação em Psicologia e pela equipe de estagiários. Contou
também com a participação do bolsista do Programa de Iniciação Científica Júnior e
a colaboração do Clube Serra do Lenheiro (COSELE) da cidade de São João delRei.
Na quinta e última fase do estudo os instrumentos de avaliação da saúde
mental foram replicados pelos mesmos estagiários do curso de psicologia para
verificar mudanças na saúde mental dos idosos.
4. Resultados
A amostra foi composta prioritariamente por mulheres, pessoas casadas, com
nível de escolaridade baixo, uma vez que a maioria não concluiu o ensino
fundamental, reside em habitação própria, com renda familiar média de 2 salários
mínimos. Além disso, cerca de 50% da amostra não exerce outra atividade física que
não seja o de desporto de orientação e o projeto de parceria “Exercitar, para tratar e
prevenir” do curso de educação física da UFSJ, enquanto que os demais fazem
outra atividade física, como a caminhada. Abaixo se encontra uma tabela com a
composição da amostra detalhada.
Tabela 1 - COMPOSIÇÃO DA AMOSTRA
Sexo
Feminino
86%
Masculino
14%
Estado Civil
Solteiro
13%
Casado
65%
Viúvo
16%
Divorciado
6%
Atividade Profissional
Não Exercem Atividade Remunerada
43%
Exercem Atividade Remunerada
40%
Aposentados
17%
Escolaridade
Ensino Fundamental Incompleto
70%
12
Ensino Fundamental Completo
11%
Ensino Médio Incompleto
60%
Ensino Médio Completo
13%
Moradia
Própria
84%
Alugada
16%
Renda
Até 2 Salários Mínimos
32%
De 2 a 3 Salários Mínimos
46%
De 3 a 4 Salários Mínimos
22%
Atividade Física
Projeto
51%
Outras Atividades
49%
Fonte: Banco de dados do estudo da saúde mental de idosos por meio do esporte orientação
Houve mudança nos resultados do pré-teste e do pós-teste em todos os
instrumentos de medida analisados nesta pesquisa. A análise dos questionários
Whoqol, Bem-estar Psicológico, Teste de Orientação da Vida (TOV) e a Escala de
Resiliência, demonstrou uma melhora significativa em muitos aspectos psicossociais
dos sujeitos. É importante ressaltar aqui, que foi aplicado um sexto questionário, o
SF36, na primeira fase de coleta de dados. Entretanto, como os participantes da
pesquisa demonstraram dificuldade de respondê-lo, o que poderia caracterizar um
viés aos resultados por ele obtidos, este não foi reaplicado na segunda fase, de
forma que não se obteve dados para comparação.
Nos resultados do teste e reteste de resiliência, observou que na maioria dos
aspectos analisados houve uma melhora significativa no reteste. Tal como
demonstra a tabela 1, dos sujeitos analisados, 80% tiveram uma melhora com
relação aos seguintes aspectos: perseverança, lidar com problemas, independência,
orgulho pessoal, realizações pessoais, ser amigo de si mesmo, atenção,
determinação, paciência, enfrentamento das dificuldades, autodisciplina, humor,
confiança para atravessar tempos difíceis, confiança perante as pessoas,
interpretação das situações, cumprimento das obrigações, valorização da vida,
aceitar as situações da vida, se livrar de situações difíceis e disposição em realizar
tarefas. No entanto 20% dos aspectos analisados tiveram uma mudança negativa,
sendo eles: aceitar a opinião das pessoas a respeito deles próprios, importância dos
interesses pessoais, autoconfiança, pensar nas consequências futuras e em
13
interesses pessoais. Na Tabela 2 a seguir, temos as médias das variáveis analisadas
no teste e reteste do instrumento de medida que avaliou a resiliência do idoso.
Tabela 2 - RESILIENCIA – Σ
TESTE - Σ
RETESTE - Σ
1- Quando eu faço planos, eu levo eles até a fim
5, 43
5, 92
2- eu costumo lidar com problem as de uma forma ou de outra.
5, 49
6, 16
3- Eu sou capaz de depender de mim mais do que qualquer outra pessoa.
5, 69
6, 12
4- Manter interesse nas coisas é importante para mim.
6, 23
6, 12
5- Eu posso estar por minha conta se eu precisar.
5, 33
5, 28
6- Eu sinto orgulho de ter realizado coisas em minha vida.
6, 31
6, 6
7- Eu costumo aceitar as coisas sem muita preocupação.
3, 87
3, 88
8- Eu sou amigo de mim mesmo
6, 15
6, 28
9- Eu sinto que posso lidar com várias coisas ao mesmo tempo.
4, 79
5, 12
10- Eu sou determinado.
5, 85
6, 36
11- Eu raramente penso sobre o objetivo das coisas.
3, 08
3
12- Eu faço as coisas um dia de cada vez.
4, 24
4, 36
13- Eu posso enfrentar tempos difíceis porque já experimentei dificuldades.
5, 90
6, 44
14- Eu sou disciplinado.
5, 27
6, 48
6
5, 92
16- Eu normalmente posso achar motivo para rir.
5, 39
5, 44
17- Minha crença em mim mesmo me leva a atravessar tempos difíceis.
5, 59
5, 88
18- Em uma emergência eu sou uma pessoa em quem as pessoas podem contar.
6, 41
6, 56
19- Eu posso geralmente olhar uma situação de diversas maneiras.
5, 43
5, 72
20- As vezes eu me obrigo a fazer coisas querendo ou não.
4, 77
5, 2
21- Minha vida tem sentido.
6, 10
6, 36
22- Eu não insisto em coisas as quais eu não posso fazer nada sobre elas.
4, 76
4, 92
23- Quando eu estou numa situação difícil eu normalmente acho uma saída.
5, 77
5, 96
24- Eu tenho energia suficiente para fazer o que eu tenho que fazer.
5, 64
6, 12
25- Tudo bem se as pessoas não gostam de mim.
5, 94
5, 72
15- Eu mantenho interesse nas coisas.
Fonte: Banco de dados do estudo da saúde mental de idosos por meio do esporte orientação
Nos resultados do teste TOV, observa-se que em todos os aspectos avaliados
na tabela 2 a respeito da percepção da vida houve mudança no teste e reteste. De
todos os sujeitos analisados, 70% tiveram mudanças positivas nos resultados do
reteste, particularmente quanto ao ser otimista (1, 3, 4, 7, 9 e 10), estar mais
relaxados (2), manter-se em atividade (6) e ter bom humor (8). No entanto a relação
de amizade (5) teve uma pequena mudança negativa no resultado do reteste.
Na Tabela 3 a seguir, temos as médias das variáveis analisadas no teste e
reteste do instrumento de medida que avaliou da percepção da vida do idoso (TOV).
Tabela 3 - TOV – Σ
TESTE - Σ
RETESTE - Σ
14
1- Nos momentos de incerteza, geralmente eu espero que aconteça o melhor.
3, 49
3, 5
2- É fácil para mim relaxar.
1, 86
2, 23
3- Se alguma coisa ruim pode acontecer comigo, vai acontecer.
1, 86
1, 61
4- Sou sempre otimista com relação ao meu futuro
3, 11
3, 42
5- Eu gosto muito da companhia de meus amigos e amigas.
3, 67
3, 5
6- É importante para mim manter-me em atividade.
3, 84
3, 85
7- Quase nunca eu espero que as coisas funcionem como eu desejaria.
1, 51
1, 42
8- Eu não me zango facilmente.
1, 65
2, 19
9- Raramente eu espero que coisas boas aconteçam comigo.
1, 08
1, 35
10- De maneira geral, eu espero que me aconteçam mais coisas boas do que coisas ruins.
3, 78
3, 92
Fonte: Banco de dados do estudo da saúde mental por meio do esporte orientação
A análise dos dados referente à Escala de bem estar psicológico "versão
reduzida", mostra a eficácia das intervenções psicomotoras e da prática do Desporto
de Orientação em vários aspectos. Nota-se que os sujeitos se sentiam de certa
forma desiludidos com respeito ao passado. No reteste demonstraram aceitação do
passado e uma maior organização com as tarefas diárias. Indicaram também que os
participantes passaram a ter voz ativa e dar suas opiniões e acreditar que ainda há
tempo de fazer modificações em suas vidas.
Na Tabela 4, temos as médias das questões analisadas no teste e no reteste do
instrumento de medida que Bem-Estar.
Tabela 4 - ESCALAS DE BEM ESTAR PSICOLÓGICO
TEST
RETESTE
E-Σ
-Σ
4, 71
5, 04
4, 37
4
5, 34
5, 43
4-Para mim, manter relacionamento sincero com os outros tem sido difícil e frustrante.
3, 46
2, 69
5-Não tenho a noção do que pretendo alcançar na vida.
3, 31
3, 61
6-Quando revejo a minha vida, fico contente da forma com o as coisas aconteceram.
4, 46
5, 17
7-Tenho tendência de me preocupar com o que as outras pessoas pensam de mim.
2, 66
2, 65
8- Sou capaz de utilizar bem o meu tempo para conseguir fazer tudo que preciso fazer.
4, 88
5, 13
9-Sinto que no decorrer do tempo, consegui me desenvolver bastante como pessoa.
5, 37
5, 52
10-Sinto que aproveito muito as minhas amizades.
5, 14
5, 04
11-Sinto prazer em fazer planos para o futuro e trabalhar para os tornar realidade.
5, 08
5, 35
12- Gosto da maioria dos aspectos da minha personalidade.
4, 97
4, 96
13-Tenho tendência a ser influenciado (a) por pessoas com opiniões firmes.
3, 66
3, 26
14-Tenho dificuldade em organizar a minha vida de forma que me satisfaça.
3, 66
3, 56
15-A muito tempo que desisti de fazer grandes modificações ou melhorias na minha vida.
2, 6
2, 35
16- Não tive a experiência de ter muitas relações calorosas e baseadas na confiança.
3, 97
3, 44
17-Em ultima análise, olhando para trás, não tenho bem certeza de que a minha vida tenha valido muito.
2, 68
2, 17
1-Não tenho medo de expressar as minhas opiniões mesmo quando elas são contrárias as opiniões da
maioria das pessoas.
2- Freqüentemente, me sinto "esmagado (a)" pelo peso das responsabilidades.
3- Penso que é importante ter novas experiências que questionem a forma como pensamos acerca de
nós mesmo e do mundo.
15
18- Em muitos aspectos me sinto desiludido (a) com o que alcancei na vida.
2, 91
2, 04
Fonte: Banco de dados do estudo da saúde mental de idosos por meio do esporte orientação
No que se refere ao questionário Whoqol, algumas questões tiveram redução
significativa nas médias, quando comparados o pré-teste com o pós-teste. As
análises mostraram que nenhuma das variáveis sociodemográficas interferiu
significativamente no domínio global da qualidade de vida, e, entre os quatro
domínios físico, social, psicológico e ambiental. O que mais explicou a qualidade de
vida global foi o domínio ambiental.
Em uma análise mais específica a tabela abaixo (Tabela 5) mostra que de
todos os sujeitos analisados 50% apresentaram mudanças positivas nos resultados
do reteste nos itens: diminuição das dores e desconfortos, diminuição da
dependência de medicação ou de tratamento, aumento nos desempenhos das
atividades cotidianas, aumento na capacidade para o trabalho, sentimentos
positivos, auto-estima, relações pessoais, segurança física e proteção, ambiente do
lar, recursos financeiros, ambiente físico, cuidados com a saúde e transporte.
Tabela 5 - WOQOL – BREF – Σ
TESTE - Σ
RETESTE – Σ
2, 59
2, 08
4- O quanto você precisa de algum tratamento médico para levar sua vida diária?
2, 73
2, 71
10- Você tem energia suficiente para o seu dia-a-dia?
3, 94
3, 92
15- Quão bem você é capaz de se locomover?
4, 09
3, 96
16- Quão satisfeito você está com o seu sono?
3, 73
3, 58
3, 79
4, 17
18- Quão satisfeito você está com sua capacidade para o trabalho?
3, 94
4, 08
5- O quanto você aproveita a vida?
3, 26
3, 42
6- Em que medida você acha que sua vida tem sentido?
4, 06
3, 79
7- O quanto você consegue se concentrar?
3, 15
3, 04
11- Você é capaz de aceitar sua aparência física?
3, 97
3, 42
19- Quão satisfeito você está consigo mesmo?
4, 06
4, 17
2, 53
2, 58
20- Quão satisfeito você está com suas relações pessoais?
3, 94
3, 96
21- Quão satisfeito você está com sua vida sexual?
3, 15
3, 12
4
3, 62
3-Em que medida você acha que sua dor (física) impede você de fazer o que você
precisa?
Domínio I
Físico
17- Quão satisfeito você está com sua capacidade de desempenhar as atividades do
seu dia-a-dia?
Domínio
II
Psicológi
co
26- Com que frequência você tem sentimentos negativos, tais como, mal humor,
desespero, ansiedade, depressão?
Domínio
III
Relações
Sociais
22- Quão satisfeito você está com o apoio que você recebe de seus amigos?
Domínio
8- Quão seguro você se sente em sua vida diária?
3, 32
3, 62
IV Meio
9- Quão saudável é o seu ambiente físico? (clima, barulho, poluição, atrativos)
2, 76
3, 46
16
Ambiente
Qualidad
12- Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades/
2, 85
2, 87
13- Quão disponíveis para você estão as informações que precisa no seu dia-a-dia?
3, 23
3, 08
14- Em que medida você tem oportunidades de atividade de lazer?
3, 09
2, 83
23- Quão satisfeito você está com as condições do local onde você mora?
3, 53
3, 62
24- Quão satisfeito você está com o seu acesso aos serviços de saúde?
2, 97
3, 17
25- Quão satisfeito você está com seu meio de transporte?
3, 59
3, 87
1-Com o você avaliaria sua qualidade de vida?
3, 94
3, 92
2- Quão satisfeito você está com a sua saúde?
3, 73
3, 5
e de Vida
Geral
Fonte: Banco de dados do estudo da saúde mental de idosos por meio do esporte de
orientação
Considerações finais
O objetivo desse trabalho foi oferecer aos idosos que freqüentam a
Conferência e o Cobertor no bairro Tejuco, em São João Del-Rei e participantes do
projeto “Exercitar para tratar e prevenir” do curso de Educação Física da UFSJ, uma
oportunidade para conhecer, adquirir habilidade e praticar o esporte de orientação,
como instrumento para incluir e melhorar a saúde mental dos mesmos. Este objetivo
foi plenamente alcançado. Foi possível observar uma melhora significativa na saúde
mental dos idosos após a introdução do esporte orientação.
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18
STUDY OF THE CONTRIBUTION OF THE SPORT ORIENTEERING
IN THE MATURE PEOPLE MENTAL HEALTH
Abstract: Here are the results of the study about mental health of the participants of
the
extension project of the São João del-Rei Federal University (UFSJ)
"Orienteering: the sport of the golden age", accomplished of March of 2009 to March
of 2010 in São Sebastião's Conference and in the "conference", in the Tejuco
neighborhood, by the high school scholar taught through the Junior Program of
Scientific Initiation, trainees of the course of Psychology and mentors of the Masters
degree in Psychology. 33 mature people of the project Exercise to treat and prevent
coordinated by Prof. Alessandro Oliveira of the physical education course. The
mental health was evaluated before and after the interventions by the test TOV (Test
of Orienteering for Life), scale WHOQOL-Brief (Test of Quality of Life, short version),
Scale of Resilience and Scale of psychological well-being. In the intervention phase,
ludic and recreational activities, followed by psychomotor activities and of the
presentation of the orienteering sport through videos, pictures, maps and materials
used in competitions. Concluding, an orienteering circuit was set for the participants
reach in the surroundings of the Conference in São Sebastião at the neighborhood of
Tejuco. There was a change in the results the post-test with all the instruments
indicating a significant improvement in the mental health after the intervention, with
increased optimism, good humor and of the major well-being.
Keywords: Quality of life – Resilience – Wellness – Sport orientation –
Psychomotility
19
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Estudo da contribuição do esporte: orientação na saúde