FICHAMENTO
É uma das fases da Pesquisa Bibliográfica, seu objetivo é
facilitar o desenvolvimento das atividades acadêmicas e
profissionais.
O fichamento é uma técnica de estudo e ferramenta
imprescindível de todo pesquisador
objetivando a sistematização do conteúdo essencial de
uma obra, bem como articular o conteúdo com nossa
reflexão pessoal.
Pode ser utilizado para:
Identificar as obras;
 Conhecer seu conteúdo;
 Fazer citações;
 Analisar o material;
 Elaborar a crítica;
Auxiliar e embasar a produção de textos;
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Classificação de Fichamento:
FICHAMENTO TEXTUAL - é o que capta a estrutura do
texto, percorrendo a sequência do pensamento do autor e
destacando: ideias principais e secundárias; argumentos,
justificativas, exemplos, fatos etc., ligados às ideias
principais.
Traz, de forma racionalmente visualizável - em itens e de
preferência incluindo esquemas, diagramas ou quadro
sinóptico - uma espécie de “radiografia” do texto.
FICHAMENTO TEMÁTICO - reúne elementos
relevantes (conceitos, fatos, ideias, informações) do
conteúdo de um tema ou de uma área de estudo, com
título e subtítulos destacados. Consiste na transcrição
de trechos de texto estudado ou no seu resumo, ou,
ainda, no registro de ideias, segundo a visão do leitor.
As transcrições literais devem vir entre aspas e
com indicação completa da fonte (autor, título da
obra, cidade, editora, data, página). As que contêm
apenas uma síntese das ideias dispensam as aspas,
mas exigem a indicação completa da fonte. As que
trazem simplesmente ideias pessoais não exigem
qualquer indicação
.
FICHAMENTO BIBLIOGRÁFICO - consiste em
resenha ou comentário que dê ideia do que trata a
obra, sempre com indicação completa da fonte.
Pode ser feito também a respeito de artigos ou
capítulos isolados, arquivado segundo o tema ou a
área de estudo. O Fichamento bibliográfico
completa a documentação textual e temática e
representa um importante auxilio aos trabalho de
estudantes e professores
.
O texto
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E SE... FÔSSEMOS VEGETARIANOS...
por Manuela Aquino. Revista
Superinteressante
Edição 193 outubro/2003
http://super.abril.com.br/alimentacao/fossemos-vegetarianos-444208.shtml. Acesso
em 20 de maio de 2011
Se nossos ancestrais não tivessem um dia preferido o bife à alface você
não estaria lendo esta revista. Aliás, a revista nem existiria, porque
ainda seríamos macacos. Foi o aumento no consumo de gordura e
proteína animal, ocorrido há 2 milhões de anos, que possibilitou o
crescimento do nosso cérebro poderoso até chegar ao tamanho atual,
segundo Rui Murrieta, professor de antropologia biológica da
Universidade de São Paulo. O cérebro humano consome um quinto da
energia que ingerimos diariamente. Sem carne, que é uma fonte rica e
instantânea de calorias, não conseguiríamos alimentar esse órgão
gastão. Detalhe: isso era verdade naqueles tempos. Hoje em dia
conhecemos vegetais que substituem a carne.
Mas não é só isso. Se não fosse pelo filé, o pessoal que hoje defende o
direito dos animais e prega o fim do consumo de carne nem saberia
como mobilizar. Nem eles nem ninguém. É que a caça foi um dos
maiores incentivos para que o homem aprendesse a se organizar
socialmente. Afinal, para caçar um búfalo era preciso reunir o pessoal,
dividir tarefas e estabelecer hierarquias.
Na verdade, devemos até a agricultura ao consumo de carne. O homem
começou a plantar há cerca de 10 mil anos, o que o fixou em um local e
acabou com a vida nômade. Mas o pastoreio foi o primeiro passo para
manter as pessoas em um mesmo lugar. Já que não precisavam sair toda
manhã para ir atrás da caça, que estava no quintal, nossos ancestrais
tinham mais tempo para cuidar da terra.
Mas e se decidíssemos abandonar o consumo de carne depois de evoluídos
e assentados em cidades? Bom, aí as consequências dependem da época
em que tomássemos a decisão. Se fosse no século 18, por ordem da
Coroa portuguesa, isso poderia mudar o mapa do Brasil. Por volta de
1732, o governo português decidiu ocupar a Região Sul para evitar uma
possível invasão espanhola. Doou fazendas - as sesmarias - em troca de
ocupação. Foi nesses lugares que começou a criação extensiva do gado.
"A criação de gado foi um importante elemento no processo de ocupação
do Sul na segunda metade do século 18. A partir daí, Rio Grande do Sul
virou Brasil", diz o historiador Fábio Kuhr, da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul. Sem o gado, a terra poderia cair em mãos espanholas.
Ou seja, nada de Getúlio Vargas e Érico Veríssimo no Brasil.
E se a adoção da salada ocorresse hoje? E se fosse mundial? O impacto
imediato seria na economia, pois o consumo de carne movimenta
bilhões de dólares por ano no mundo. No Brasil, estados como Goiás,
Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, os principais pecuaristas do
pais, perderiam receitas. Teríamos perdas de mais de 1 bilhão de reais
em exportações por ano. Além disso, haveria queda no emprego e na
renda de muita gente. A criação é a única fonte de receita para cerca de
20 milhões de pessoas no mundo, segundo um relatório da Organização
das Nações Unidas sobre o assunto. Só para se ter uma ideia, o PIB da
pecuária foi de 53 bilhões de reais em 2002. Prejuízo também para a
indústria pesqueira, que produz 120 milhões de toneladas em todo o
mundo.
Mas muito provavelmente o Brasil seria beneficiado pela mudança.
Afinal, o mundo precisaria de grãos. E nós somos um dos maiores
produtores de grãos do mundo (só que, atualmente, boa parte dessa
produção é usada para alimentar rebanhos nos países ricos, acredite).
"O Brasil é uma potência agrícola e poderia investir em produção de
soja para fazer carne vegetal. Haveria a transferência da renda para
outras fontes alimentares", diz o agrônomo especialista em pecuária
O Impacto ambiental seria enorme. Atualmente, dois terços das áreas
agrícolas são destinadas à criação. Isso dá espantosos 30% da terra
disponível no mundo. Ou seja, sobraria espaço para plantar e a pressão
sobre áreas preservadas, como a Amazônia diminuiria bastante. Mas é
provável que o consumo de petróleo aumentasse (para fabricar
fertilizantes, tecidos sintéticos e transportar áreas sem potencial agrícola),
gerando uma crise energética).
O corpo humano sofreria alterações? Difícil dizer. É fato que somos
onívoros por natureza, ou seja, nosso corpo digere vegetais e carne. Mas
não dá para saber, com certeza, se a dieta vegetariana limita ou expande o
crescimento, a saúde e a longevidade. Vegetarianos e defensores do bife
têm as próprias verdades e é difícil achar pontos consensuais. "O
vegetarianismo restringe o acesso a um grupo de nutrientes importantes
que estão concentrados na carne. O homem foi feito para comer carne",
afirma o nútrólogo Mauro Fisberg. Mas, para os vegetarianos o ferro e a
proteína da carne podem ser substituídos por vegeteis "Uma dieta
vegetariana reduziria o risco de doenças" diz o nutricionista vegetariano
George Guimarães.
O fato é que, para abandonar a carne, precisaríamos
saber mais sobre nutrição, porque viver sem bife
exige cuidados, sob o risco e de ficar anêmico.
E teríamos que reeducar o paladar, porque muita
gente não vive sem feijoada, moqueca ou
churrasco.
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fichamento - clemilton