Anamnese e
Relação médicopaciente
Salete A. Ponte Nacif
[email protected]
Disciplina de Clínica Médica-UNIFESP/EPM
Carta de boas vindas
Aos
Participantes da Liga de Clínica Médica
Promover e fortalecer a Clínica Médica democratizando o conhecimento e incentivando o humanismo
na medicina tem sido nosso paradigma.
Nossa missão como professores é incentivar as gerações futuras a praticar a verdadeira medicina
cuidando do paciente com um ser único e não apenas tratando suas doenças, sempre valorizando
a relação médico-paciente e a individualidade de cada um.
A boa formação acadêmica e o desenvolvimento do raciocínio clínico são condições indispensáveis
para o clínico que procura a saúde de seu semelhante. Em relação às outras profissões, a
medicina, e em particular a Clínica Médica, tem como diferencial “tocar no paciente” e é quando
algo extraordinário acontece!
Sejam bem vindos(as) e que aproveitem o máximo este curso cuidadosamente elaborado.
Prof. Dr. Antonio Carlos Lopes
“A importância
da
anamnese...”
Conceito
“A anamnese (do grego anamnesis
significa recordação) consiste na
história clínica do paciente, ou seja, é
o conjunto de informações obtidas
pelo médico por meio de entrevista
previamente esquematizada.”
Conceito
“A anamnese (do grego anamnesis
significa recordação) consiste na
história clínica do paciente, ou seja, é
o conjunto de informações obtidas
pelo médico por meio de entrevista
previamente esquematizada.”
Conceito
“ A anamnese é individual e
intransferível!!!”
Conceito
“ A anamnese leva à
hipótese diagnóstica em
cerca de 70-80% das
vezes.”
Anamnese
Ambiente tranqüilo
Boa relação médico-paciente
Apresentação
Posição do médico
Anamnese
Ativa
Passiva
Mista
Cuidado para não
tendenciar as
perguntas!!!
Elementos da anamnese
Identificação (ID)
Queixa e duração (QD)
História pregressa da moléstia atual (HPMA)
Interrogatório complementar (IC)
Interrogatório sobre os diversos aparelhos (ISDA)
Antecedentes pessoais (AP)
Antecedentes familiares (AF)
História profissional-ocupacional
História sócio-econômica
História espiritual/cultural
Identificação
Nome
Idade
Cor
Estado civil
Naturalidade
Procedência
Profissão
Religião
Queixa e duração
Queixa principal do paciente, àquela que
o levou a procurar assistência médica.
Deve ser expressa de modo sumário e de
preferência com os termos usados pelo
doente.
Exemplo: “Dor nas costas há três dias”
HPMA
Ampliação da queixa principal
Ordem cronológica
Sintomas que se relacionam com a queixa
principal
Etapa mais importante da anamnese
HPMA
Início do sintoma
Fatores desencadentes
Duração
Intensidade
Periodicidade
Fatores acompanhantes ou condições clínicas associadas
Fatores de melhora ou piora
Períodos de semelhança e dissemelhança ou de acalmia
Repercussão em outros sistemas, nas condições psicológicas do
paciente e na sua vida como um todo
Tratamentos já realizados e seus resultados
HPMA
Exemplo: “Paciente hipertenso e diabético há dez anos,
relata dor precordial de forte intensidade (nota 9 em 10),
que iniciou há cerca de três meses, desencadeada pelo
esforço físico (ao subir uma ladeira ou uma escada), é
continua, irradia para braço esquerdo e mandíbula,
acompanhada de sudorese e náuseas e melhora com
repouso e nitrato sublingual. Nas últimas duas semanas,
também vem tendo dispnéia progressiva que era aos
grandes esforços e agora já ocorre aos médios esforços.
Tal sintomas tem preocupado bastante o paciente e está
prejudicando suas atividades diárias”.
IC
Febre
Calafrios
Sudorese
Modificações do peso
Aumento ou diminuição no apetite
Falta de disposição ou fraqueza
generalizada (astenia)
Alterações do sono
ISDA
CABEÇA E PESCOÇO
APARELHO RESPIRATÓRIO
APARELHO CARDIOVASCULAR
APARELHO DIGESTÓRIO
APARELHO GENITO-URINÁRIO
SISTEMA NERVOSO
SISTEMA ENDÓCRINO-METABÓLICO
SISTEMA OSTEOMUSCULAR
PELE
PSIQUISMO
AP
Antecedentes fisiológicos
Antecedentes ginecológicos e obstétricos
Antecedentes patológicos
Medicações em uso
Hábitos de vida
Viagens recentes.
AF
Doenças adquiridas
Doenças hereditárias  genealogia
Causa dos óbitos em parentes de 1o grau
Idade em que ocorreu os eventos
cardiovasculares
História ocupacional
ocupações prévias do indivíduo
tempo em que trabalhou em cada uma
delas
função de risco
caracterizar se as devidas proteções
foram feitas
História sócio-econômica
Condição de habitação
Alimentação
Aspectos sócio-econômicos
Lazer
Grau de escolaridade
História espiritual/cultural
- Familiarizar-se com as crenças dos ptes e
o modo como encaram o tto médico
- Entender o papel que a religião tem ao
lidar com a doença ou provocar estresse
- Identificar necessidades espirituais que
necessitem de acompanhamento
Religião / Doutrina
Católica Apostólica
Romana
Total
Homens
Mulheres
%
124.976.912
61.806.740
63.170.173
73,60
26.166.930
11.497.751
14.669.179
15,41
2.337.432
954.350
1.383.082
1,38
Umbanda
432.001
210.019
221.981
0,25
Budismo
245.870
120.246
125.625
0,14
Candomblé
139.328
68.126
71.202
0,08
Judaica
101.062
48.978
52.084
0,06
Tradições Esotéricas
67.288
30.498
36.790
0,04
Espiritualista
39.840
8.550
31.290
0,02
Islâmica
18.592
12.011
6.581
0,01
Tradições Indígenas
10.723
4.991
5.732
0,01
2.979
1.757
1.222
0,00
1.978.633
900.437
1.078.196
1,17
Outras Religiões
Orientais
181.579
69.556
112.022
0,11
Não determinada
382.489
185.436
197.053
0,23
Sem religião
12.330.101
7.442.834
4.887.267
7,26
Total Geral
169.799.170
83.576.015
86.223.155
Evangélicas
Espírita
Hinduísta
Outras religiosidades
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000.
História espiritual da ACP
-
A fé (religião espiritualidade) é importante para você nesta doença?
-
A fé tem sido importante para você em outras épocas de sua vida?
-
Você tem alguém para falar sobre assuntos religiosos?
-
Você gostaria de tratar de assuntos religiosos com alguém?
Ann Int Med, 1999:130;744-749
História espiritual/cultural
“ Para pacientes não religiosos,
a história espiritual deve tomar
outro rumo...”
Relação médico-paciente
Relação médico-paciente
Profissão
Paciência
Compaixão
Consentimento
J Med Phil 1979;4:32-56
Relação médico-paciente
Profissão: “obrigação de ser competente e
habilidoso na prática médica; a necessidade de
colocar o bem-estar do paciente acima do
interesse próprio.”
J Med Phil 1979;4:32-56
Relação médico-paciente
Paciência: “...a pessoa que procura
tratamento médico está sofrendo e se
encontra em posição vulnerável...”
J Med Phil 1979;4:32-56
Relação médico-paciente
Compaixão: “o médico é convidado a
sofrer com o paciente, dividindo sua
situação existencial (a qual também
sugere um papel espiritual...)”
J Med Phil 1979;4:32-56
Relação médico-paciente
Consentimento: “a relação médicopaciente é baseada em informações
dadas livremente, pelas duas partes
envolvidas e esse consentimento deve ser
dado sem pressão ou força de qualquer
um dos lados.”
J Med Phil 1979;4:32-56
Obrigada!
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