Número 51 - Ano XIV - Outubro / Dezembro 11 FolhaViva Jornal dos Clubes da Floresta do Projecto Prosepe EDITORIAL Sumário 02 Editorial 04 Clubes da Floresta da Rede PROSEPE. Dos primórdios à atualidade. 16 Parques Florestais PROSEPE, intra e extra muros da Escola. O exemplo do Corvo. 19 Clube das Sequoias lança sementes do fuuro. 20 Encerramento do ano internacinal das florestas, no Parque Nacional da PenedaGerês pela ministra do MAMAOT 22 Concursos PROSEPE: Dendro Placard (Outubro a Dezembro) 28 Dia de São Martinho 30 Quadra Natalícia 32 Click FICHA TÉCNICA Folha Viva Jornal dos Clubes da Floresta do Projecto Prosepe Número 51 - Ano XIV - Outubro / Dezembro 11 Depois da edição de um número especial, em que decidimos dar início à divulgação de um pouco da história deste Projeto, com o objetivo de dar a conhecer aos mais jovens, bem como aos Professores que só mais recentemente com ele contactaram, o que foi este projeto, o que poderia ter sido e naquilo em que o transformaram. Não iremos dissertar sobre as razões que o atiraram para este caminho, pois facilmente se deduzem, mas vale a pena deixar para a história algumas memórias de como foi concebido e dos frutos que este projeto poderia ter dado, a baixo custo, se tivesse sido encarado pelos diversos organismos com interesses na floresta como um projeto que visava promover a sua ação e não, como vários pensaram, para lhes fazer qualquer concorrência. As diversas tentativas para o entregar às diferentes tutelas, com responsabilidades na sensibilização da população, são prova inequívoca do nosso trabalho e dos objetivos que o norteiam, mas nenhuma delas se disponibilizou para o receber e, curiosamente, algumas delas até encetaram tentativas, mais ou menos veladas ou até mesmo públicas, para lhe encontrarem substituto “oficial”, mas que não foram capazes de concretizar, apesar de deterem meios financeiros poderosos e, por vezes, terem gasto avultadas verbas com essas tentativas. No início de mais um ano, letivo e de vida do PROSEPE, numa conjuntura que, de ano Cordiais saudações prosepeanas. O Coordenador Nacional (Prof. Doutor Luciano Lourenço) Propriedade: NICIF - Núcleo de Investigação Científica de Incêndios Florestais, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Aeródromo da Lousã, Chã do Freixo - 3200-395 Vilarinho LSA, Tel.: 239 992 251, Fax: 239 836 733 - Diretor: Luciano Lourenço - Equipa de redação: Luciano Lourenço, Graça Lourenço, Fernando Félix, Sofia Bernardino, Sofia Fernandes e autores indicados - Fotografias: Autores Indicados e Membros dos Clubes da Floresta - Composição: Fernando Félix - Design e paginação: Fernando Félix - Impressão: Gráfica Ediliber - Tiragem: 250 exemplares Periocidade: Trimestral - Distribuição Gratutita - Edição Online em: http://www.nicif.pt/prosepe/publicacoes/MT_Didactico/ JFV - Depósito Legal: 117549/97 Financiado Pelo Fundo Florestal Permanente 2 Folha Viva para ano, cada vez se vai tornando mais difícil, decidimos dar conta, através do Jornal Oficial dos Clubes da Floresta, de mais um pouco do passado deste projeto, relatando a história dos Clubes da Floresta da rede PROSEPE. Dos primórdios à atualidade. O nosso propósito é, pois, divulgar publicamente o PROSEPE, não somente no Folha Viva, mas também em revistas científicas da especialidade, bem como em fóruns onde se discuta formação de professores, para se demonstrar que continua vivo, embora sem visibilidade mediática, bem como para deixar material disponível para investigação, se algum historiador ou outro investigador se quiser dedicar a analisar o que, depois de Abril de 1974, se fez em Portugal, em matéria de sensibilização da população escolar, facultando material para uma análise comparativa com outros projetos e ações de sensibilização. Os Clubes da Floresta iniciam, uma vez mais, o ano letivo, sem qualquer garantia de financiamento para a realização das suas atividades, mas nem isso os demoverá do seu principal objetivo: serem os olhos vigilantes que a floresta não possui. Ministério da Agricultura, M a r, A m b i e n t e e Ordenamento do Território Folha Viva 3 Clubes da Floresta da rede PROSEPE. Sofia Fernandes Investigadora estagiária do NICIF A implementação do PROSEPE, no ano letivo 1993/1994 como projeto-piloto e a título meramente experimental, adveio da necessidade de reunir num só projeto diversas ações de sensibilização sobre prevenção de incêndios florestais, decisão essa, que assentou numa série de ações promovidas anteriormente, durante o ano letivo 1992/1993, pela Universidade de Coimbra, através do Instituto de Estudos Geográficos e pela Comissão Nacional Especializada de Fogos Florestais (CNEFF). A excelente aceitação deste projeto a nível nacional levou a que fosse definida, de raiz, uma estrutura de suporte à manutenção e correto desenvolvimento do projeto. Esta situação contribuiu para que, no ano letivo seguinte, as atividades do PROSEPE fossem vinculadas à região Centro, de onde, paulatinamente, foi irradiando, tendo tido um primeiro avanço, em direção à região do Norte e, somente depois, ao Sul do país, acabando por numa fase posterior, se estender às regiões autónomas da Madeira e dos Açores. Este alastramento do PROSEPE pelo país fora e para as ilhas resultou não só da sua valia, mas também do seu reconhecimento por parte de diversas entidades, que viram um projecto pedagógico de grande importância na formação de cidadãos que assim ficam mais consciencializados e sensibilizados para os problemas dos incêndios florestais e dos espaços florestais no nosso país. Além disso, a pedagogia adotada pelo PROSEPE, desde há dezanove anos temlhe garantido o “título” do maior projeto de sensibilização, bem como do mais emblemático e consistente de todos os projetos desenvolvidos até a data de hoje na área da sensibilização e educação florestal no nosso país, por apresentar não só um grande número de atividades desenvolvidas, mas também, pela extensa Rede de Escolas Aderentes, e pelo elevado número de participantes ativos, que compõem os Clubes da Floresta, desde do ensino 4 Folha Viva pré-primário ao secundário, incluindo ainda, o ensino especial e profissional. A celebrar o seu décimo nono aniversário, o PROSEPE continua a ser dinamizado pelas várias “sementes” que ao longo destes anos foi lançando, e que continua a lançar através dos Clubes da Floresta inseridos nas escolas aderentes, onde alguns destes Clubes da Floresta têm criado raízes muito fortes, funcionando como verdadeiros polos de sensibilização e de consciencialização no que respeita à temática Florestal, abrangendo não só, a comunidade escolar mas também o público em geral, acabando por serem vistos como os principais elos de ligação do PROSEPE com a sociedade. Além destes, o apoio incondicional da extraordinária equipa de professores: coordenadores distritais, adjuntos e colaboradores, que trabalha voluntariamente, de braços erguidos, com grande dedicação e empenho, são de facto um dos pilares que tem garantido a continuidade do projeto, sobretudo em anos mais difíceis, por estes acreditarem que o PROSEPE é uma mais-valia para uma melhor valorização da Floresta e para uma mais eficaz prevenção de incêndios florestais em Portugal, porque aposta na modificação de atitudes e comportamentos dos jovens, já que o esforço de todos os envolvidos valerá a pena, num futuro próximo, daí, estes o defenderem como se de um filho seu se tratasse. Esta força de vontade foi sendo ganha ao longo da evolução do PROSEPE, que foi marcado por um período de grande crescimento enquanto projeto, até ao ano letivo 2001/2002, entrando a partir desse ano até a presente data, numa fase de instabilidade. Como qualquer outro projeto financiado, a desestabilização patente no PROSEPE há mais de 10 anos, é fruto de questões financeiras resultantes do modo como o projeto foi sendo visto por parte de alguns dirigentes de entidades públicas, o que Dos primórdios à atualidade. Núcleo de Investigação Científica de Incêndios Florestais acabou por repercutir-se diretamente no modo como os Clubes da Floresta evoluíram, bem como nos entraves colocados junto dos professores e alunos participantes neste projeto. De um modo geral, nos últimos dezoito anos de vida, o projeto PROSEPE trabalhou com 59.796 alunos e 4.500 professores, em 686 Clubes da Floresta, e, a completar o seu décimo nono aniversário, neste presente ano letivo 2011/2012, conta com 94 Clubes da Floresta envolvendo 1776 alunos e 276 professores. Durante os seus primeiros passos registou-se uma evolução significativa do número de Clubes da Floresta a aderir, quando este era apoiado pela CNEFF – Comissão Nacional Especializada de Fogos Florestais e pelos governos do Doutor Cavaco Silva e do Eng.º António Guterres, por reconheceram que o PROSEPE, enquanto projeto pedagógico, se propunha defender uma causa nacional (Fig.1). Verificou-se que, de uma maneira geral, que os quatro primeiros ciclos dedicados ao: PROSEPE – Fase experimental, PROSEPE, Floresta Viva e Floresta Com Vida corresponderam de facto ao momento auge deste projeto, onde gradualmente se registou um aumento do número de Clubes da Floresta a aderir ao projeto (QUADRO I). QUADRO I – Evolução do número de Clubes desde do ano letivo 1993/1994 ao ano lectivo 2001/2002. Ciclo PROSEPE - fase experimental Tema subordinado A Floresta é imprescindível à Vida. Vamos todos defendê-la do fogo Ano letivo Nº de Clubes 1993/1994 23 PROSEPE Escola Sensibilizada é Floresta protegida 1994/1995 59 PROSEPE Escola Sensibilizada é Floresta protegida 1995/1996 91 PROSEPE Escola Sensibilizada é Floresta protegida 1996/1997 132 Floresta Viva A Floresta na origem dos transportes aquáticos 1997/1998 225 Floresta Viva Florestas: do artesanato à indústria 1998/1999 265 Floresta Viva A Floresta no futuro, um bem a preservar 1999/2000 319 Floresta Com Vida (Re)nascer com sementes de esperança 2000/2001 356 Floresta Com Vida A infância da floresta, como perspectiva de futuro 2001/2002 357 Fonte dos dados: PROSEPE Em termos de distribuição espacial o número de Clubes da Floresta restringiu-se quase aos concelhos a Norte do rio Tejo, cobrindo substancialmente quase todos os concelhos com o passar dos anos, com algumas situações pontuais, na região Sul, especialmente no Algarve (Fig.2). A região Noroeste, de um modo geral, é aquela que registou o maior número de jovens e professores a aderir à rede PROSEPE, o que poderá ser explicado pela importância que os incêndios florestais assumem no Norte do país, sendo para eles, uma mais-valia, aderir ao PROSEPE a fim de mudar o rumo ao qual os espaços florestais estão vinculados e, de certo modo, colmatar os incêndios florestais nessa região. Fig.1 – Evolução do número de Clubes da Floresta da rede PROSEPE. Folha Viva 5 Clubes da Floresta da rede PROSEPE. Dos primórdios à atualidade. 1993-94 1994-95 1995-96 1996-97 1999-00 2000-01 2001-02 2002-03 1997-98 2003-04 1998-99 2004-05 Fig.2 – Distribuição espacial do número de Clubes da Florestas, entre o ano letivo 1993/1994 até ao ano letivo 2004/2005. 6 Folha Viva Folha Viva 7 Clubes da Floresta da rede PROSEPE. Além disso, é de salientar que, o PROSEPE teve um grande impulso e destaque a nível nacional, pelos seus Encontros Nacionais, que reuniam os Clubes da Floresta ativos em que, todo um conjunto de professores acompanhava os alunos, num ambiente onde “a brincar se ia aprendendo”. A estes Encontros não faltou a participação de diversas entidades, desde Diretores-Gerais e Secretários de Estado, até Ministros e um deles contou com a presença do Primeiro-ministro, Eng.º António Guterres, que todos eles fizeram questão de marcar presença nos sucessivos Encontros dos Jovens com a Floresta, entre os anos letivos de 1993/1994 e 2000/2001. Após a fase inicial, observou-se uma crescente tendência na redução do número de Clubes da Floresta aderentes à rede PROSEPE (QUADRO II), marcado na passagem dos anos letivos: • 2001/2002 para 2002/2003, numa redução em 34 Clubes da Floresta; • 2002/2003 para 2003/2004 com menos 122 Clubes da Floresta; • 2004/2005 para 2005/2006 numa redução em 20 Clubes da Floresta; • 2006/2007 para 2007/2008 com menos 34 Clubes da Floresta; • 2008/2009 para 2009/2010 numa redução na ordem de 88 Clubes da Floresta. • 2010/2011 para 2011/2012, com menos de 16 Clubes da Floresta. Pela primeira vez, observou-se uma redução considerável no número de Clubes da Floresta aderentes, na passagem do ano letivo de 2001/2002 para o ano 2002/2003, reflexo das sucessivas mudanças de dirigentes que ocorreram no seio da instituição que financiava o projeto, antes da sua extinção, que consequentemente acabou por destabilizar, de certa forma, o bom funcionamento do PROSEPE. A partir deste momento, o projeto foi registando uma progressiva redução no número de Clubes 8 Folha Viva Dos primórdios à atualidade. QUADRO I – Evolução do número de Clubes do ano letivo 2001/2002 ao ano lectivo 2011/2012. Ciclo Tema subordinado Ano letivo Nº de Clubes Floresta Com Vida A infância da floresta, como perspectiva de futuro 2001/2002 357 Floresta ConVida Olhar pela Floresta Ano Cinzento - Olhar pela Floresta Conhecer, Sentir e Viver…a Floresta Floresta, sistema em equilíbrio 2002/2003 323 Na floresta há espaço para a aventura 2003/2004 201 O uso múltiplo da floresta 2004/2005 201 181 Vamos viver a floresta 2005/2006 Entre a cinza e o verde, você decide 2006/2007 193 Floresta em Festa 2007/2008 159 Floresta on-line 2008/2009 180 Mexa-se na (e pela) Floresta 2009/2010 92 Floresta, Fonte de bem-estar 2010/2011 110 Floresta, Fonte de Vida 2011/2012 100 2005-06 2006-07 2007-08 2009-10 2010-11 2011-12 Fonte dos dados: PROSEPE 2008-09 Fig.3 – Distribuição espacial do número de Clubes da Floresta, entre o ano letivo 2005/2006 até ao ano letivo 2011/2012. Folha Viva 9 Clubes da Floresta da rede PROSEPE. da Floresta (Fig.3), resultando dos fracos apoios financeiros, mas, sobretudo, da falta de disponibilidade por parte dos professores e alunos em dedicar-se ao projeto devido à elevada carga horária escolar, e ao fraco apoio dos dirigentes das escolas. Um dos momentos mais críticos, no funcionamento deste projeto ocorreu na passagem do ano letivo 2008/2009 para o ano letivo 2009/2010, onde a significativa redução do financiamento do PROSEPE, que já se vinha a fazer sentir uns anos atrás (comprovada pela gradual redução dos Clubes da Floresta ativos) levou a que a Coordenação Nacional se visse na obrigação de interromper as suas funções, tendo ficado a continuidade do projeto, nas mãos de cada um dos Clubes participantes. O retorno da Coordenação Nacional às suas funções, no ano letivo seguinte, e algum apoio financeiro, ainda que não em tempo util e embora, pouco significativo alimentou de novo a esperança. Contudo, muitas têm sido as tentativas para manter o projeto, não só por parte de toda a equipa aderente a este projeto, mas também, por parte dos ex-alunos prosepianos, que se vêem na graça de transmitir às novas gerações aquilo que conheceram e aprenderam com o PROSEPE, criando ou até mesmo reativando antigos Clubes da Floresta. A cada novo ano letivo, o regresso dos Clubes da Floresta é caracterizada pela apresentação de uma série de atividades propostas pela Coordenação Nacional, cuja principal finalidade é incentivar os jovens prosepianos a explorar as potencialidades que a Floresta tem para oferecer, num sentido de sensibilizar e de criar responsabilização junto destes. Os entraves colocados ao PROSEPE, ao longo destes últimos anos levaram a que, de um modo geral, o número de atividades propostas começasse a ser mais reduzido. 10 Folha Viva Os concursos fazem parte integrante do PROSEPE desde o seu início, no ano letivo 1993/1994, que visando promover efetivamente a execução, por alunos e professores, de vários trabalhos de âmbito escolar, relacionados com atividades desenvolvidas a implementar em espaços florestais. Por outro lado, visando promover as corretas atitudes a tomar na Floresta, procurando sempre reduzir o numero de incêndios florestais e a área ardida. Nesse ano letivo, foi lançado o primeiro concurso com sete temas abrangendo banda desenhada (fig.4), desenho, cartaz, versos, prosa, fotografia e vídeos. Dos primórdios à atualidade. Os Clubes vencedores tiveram a possibilidade de participar na cerimónia de atribuição de prémios, materializado no Encontro Nacional de Coimbra. Nos anos letivos seguintes foram introduzidos novos temas de trabalho desde monografias, selo de correio a trabalhos a três dimensões (fig.5). A) Monografia sobre “O Carvalho” pelos alunos do Clube da Floresta, Escola EB 2/3 de Oliveira do Hospital A partir do ano letivo 2001/2002, os concursos começaram a ser restringidos nomeadamente, às comemorações do Dia de São Martinho (Quadras de São Martinho) (fig.6) e Quadra Natalícia (Árvores, Presépios, Postais de Natal) (fig.7), a trabalhos a três dimensões como Maio(s) PROSEPE (fig.8) e Polenix, por exemplo (fig.9) e ao trabalho cibernético, nomeadamente, ao nível da atualização da página web do Clube da Floresta (fig.10). A B B)Trabalhos a três dimensões – “A Floresta na origem dos transportes aquáticos” – Clube da Floresta da Escola Sec. de Pombal. Fig. 6 – Quadra de São Martinho levada a concurso. A) Àrvore de natal B) Postal de natal C)Selo da Floresta C Fig.4 – Banda desenhada intitulada “Um Morcego no Agroal” do Clube da Floresta da Escola C+S de Freixianda. C) Presépios Fig. 5 – Exemplos de trabalhos realizados pelos Clubes da Floresta, por tema de concurso. Fig. 7 – Temas apresentados a concurso na Quadra Natalícia. Folha Viva 11 Clubes da Floresta da rede PROSEPE. Fig. 8 – Maio(s) PROSEPE. Além dos concursos, que acompanham o PROSEPE desde o seu nascimento, uma outra atividade de grande importância que tem alimentado este projeto ao longo destes de dezoito anos, são as atividades comemorativas realizadas pelos Clubes da Floresta durante o ano letivo, em datas oportunas, da qual algumas são facultativas e outras são consideradas obrigatórias. De entre as comemorações obrigatórias salientam-se: • Dia de São Martinho, celebrado a 11 de novembro, num ambiente de muita alegria e diversão onde os Clubes da Floresta presenteiam a comunidade escolar com o tradicional magusto de São Martinho, jogos populares (corrida de sacos, tração da corda,…), colocam ainda em exposição os seus trabalhos elaborados à base de materiais provenientes da Floresta, que culminam com quadras e lendas sobre São Martinho, bem como com algumas receitas gastronómicas que recorrem ao uso da castanha (fig.12). Os festejos neste dia possibilitam aos novos Clubes da Floresta darem-se a conhecer à população escolar. A Dos primórdios à atualidade. • Dia da Floresta Autóctone, como o próprio nome indica, a comemoração deste dia a 23 de novembro, é direcionada para a Floresta Autóctone, onde, ao longo do dia, são realizadas inúmeras atividades que vão desde percursos pelo espaço envolvente/próximo da escola, com apanha de sementes e folhas de plantas herbáceas, arbustos e árvores, até à sementeira (fig. 13a) ou à plantação de espécies autóctone no espaço escolar (fig.13b). Neste dia são ainda realizadas as Olimpíadas da Floresta – Fase Escola, onde é dada a possibilidade dos jovens testarem os seus conhecimentos sobre os recursos e as potencialidades que a Floresta oferece ao Homem (fig.13c). • Quadra Natalícia, o começo do mês de dezembro traz com ele o renascer do espírito natalício junto dos jovens prosepianos, onde mais uma vez, a imaginação e a criatividade de cada membro dos Clubes da Floresta é colocada à prova, através da construção de postais, presépios e árvores de Natal com base em materiais provenientes da Floresta ou em materiais recicláveis. A exposição destes materiais traz ao espaço escolar um ambiente natalício muito peculiar (fig.14a,b,c). A A) Sementeira A) Árvore de natal B) Postal de Natal B Fig. 9 – Polenix a três dimensões. B) Plantação de espécies autóctones A) Jogos populares B Fig. 10 – Concurso de Atualização da página web dos Clubes da Floresta. 12 Folha Viva C) Magusto tradicional de castanha assada B) Doce de castanha Fig.12 – Atividades comemorativas do Dia de São Martinho. C C) Olimpíadas da Floresta – Fase Escola Fig.13 – Atividades comemorativas do Dia da Floresta Autóctone. C) Presépios Fig.14 – Festejos da Quadra Natalícia com exposição de trabalhos realizados pelos Clubes da Floresta. Folha Viva 13 Clubes da Floresta da rede PROSEPE. • Dia do PROSEPE, comemora-se a 4 de março, num ambiente de grande festividade e de muita alegria, já que, é o dia dedicado a marcar o nascimento do PROSEPE, sendo celebrado em todo o país pelos Clubes da Floresta. O momento auge, que marca o início desta celebração é alcançado no hastear da bandeira PROSEPE ao som dos hinos do PROSEPE e do Clube da Floresta da escola, cujos membros se apresentam todos devidamente equipados e acompanhados ainda das insígnias do Clube (mascote, estandarte,…) dando a conhecer à comunidade escolar a sua atividade, enquanto, vigilantes da Floresta. As atividades realizadas são muito variadas, em função das possibilidades de cada Clube, desde a realização de palestras sobre a importância e objetivos do PROSEPE junto da comunidade escolar, até peças de teatro de apelo à proteção da Floresta (fig.15a). O Clube da Floresta neste dia expõe o seu espólio à escola, monstrando troféus e trabalhos realizados por eles ao longo do ano, de modo a cativar mais adeptos (fig. 15b). No exterior da escola, alguns Clubes da Floresta optam por apostar na plantação de novas espécies autóctones, garantindo não apenas o embelezamento do espaço mas também a missão de sensibilizar para a necessidade da sua conservação (fig. 15c). Fig.15a - Peça de Teatro preparada pelos Clubes da Floresta 14 Folha Viva Fig.15b - Exposição do espólio do Clube da Floresta Dos primórdios à atualidade. Fig.16a - a) Atividade de limpeza de uma área florestal A concretização de cada uma destas atividades é prova viva da atividade dos Clubes da Floresta e de como estes jovens prosepianos estão a crescer e a querer mudar o rumo das nossas florestas. Todas elas, facultativas e/ou obrigatórias, permitam difundir os ideais ao qual o PROSEPE está votado. Contudo, apesar dos obstáculos com que os Clubes da Florestase se têm deparado, a sua participação nas atividades lançadas pela Coordenação Nacional salienta bem que os Clubes estão de mãos erguidas, dispostos a continuar a missão a que se propuseram quando da sua formação: Serem os olhos vigilantes que a Floresta não tem. Referências bibliográficas Fig.15c - Plantação de espécies autóctones • Dia Mundial da Floresta, a celebração do dia Mundial da Floresta, a 21 de março é o culminar da designada “Semana da Floresta”, onde durante uma semana, as atividades dos Clubes da Floresta se pretendem com visitas a espaços florestais e respetiva limpeza do mesmo (fig. 16a); visitas a hortos (fig. 16b) cujo fim é dar a conhecer a biodiversidade existente; colocação de placas identificadoras de espécies (fig. 16c) e plantação de novas espécies florestais, sendo muitas destas espécies originárias do parque florestal do Clube da Floresta. Fig.16b) Visita a um horto LOURENÇO, Luciano (2005), Dez anos de Sensibilização e Educação Florestal, 1993/1994 – 2002/03, Núcleo de Investigação Científica de Incêndios Florestais, Coimbra, p.128 LOURENÇO, Luciano (2006), Floresta conVida, 2003/2004 – 2005/06, Núcleo de Investigação Científica de Incêndios Florestais, Coimbra, p.104 LOURENÇO, Luciano (2011), Olhar pela Floresta, 2006/07 – 2008/09, Núcleo de Investigação Científica de Incêndios Florestais, Coimbra, p.77 Fig.16c) Colocação de placas identificadoras de espécies Folha Viva 15 Parques Florestais Prosepe, intra e extra Fátima Cruz, Coordenadora Distrital de Coimbra Tendo em consideração que o Clube da Floresta é o motor de sensibilização para a importância da floresta e preservação do ambiente, tanto na comunidade escolar, como na comunidade local, pretendemos divulgar com este trabalho algumas das atividades desenvolvidas por este clube, dentro e fora da escola. Algumas das atividades desenvolvidas intra muros estiveram relacionadas com a construção do Mini-Parque nos terrenos anexos à escola, nomeadamente limpeza, arrelvamento, fertilização do solo, construção de uma estufa, colocação de ninhos e de placas em madeira com o nome vulgar e científico das várias espécies vegetais, colocação de mesas, caixotes do lixo, estrados em madeira para os trilhos onde a relva é mais pisada e cercas em madeira para os canteiros com flores, que tanto embelezam o jardim. Foram realizadas algumas actividades dramáticas neste espaço tendo como principal objectivo a sensibilização dos alunos para a importância da preservação do ambiente. Sempre que possível estas actividades eram registadas em vídeo, para posteriormente serem utilizadas nas aulas para uma maior sensibilização dos alunos. Relativamente às atividades desenvolvidas extra muros da escola, é de salientar uma experiência pioneira que consistiu na “Reflorestação da Serra da Atalhada”, no ano lectivo de 1995/1996. Nesta atividade foram plantadas espécies autóctones tais como: carvalhos, castanheiros, aveleiras, bétulas, ciprestes, faias e plátanos. Para tal foi muito importante a visita de estudo à Mata da Margaraça, visto que a Serra da Atalhada fez parte da mesma mancha florestal. Esta visita foi orientada por uma bióloga em serviço nesta mata, tendo os alunos tido oportunidade de identificar as várias espécies da flora existente, o modo de plantação e transplante de algumas espécies. Também contámos com 16 Folha Viva muros da Escola. O exemplo do Corvo Profesora Coordenadora do Clube da Floresta “O Corvo” a colaboração do Instituto de Conservação da Natureza (ICN), na cedência de espécies vegetais e com a colaboração da Câmara Municipal de Penacova que nos cedeu o espaço na Serra da Atalhada. Após a plantação, este espaço foi alvo de visitas regulares tendo em vista a preservação deste local. Para tal os alunos do clube da floresta acompanhados dos professores responsáveis procederam à adubação e rega ajudados pelos Reflorestação da Serra da Atalhada com a presença do Coordenador Nacional do Prosepe Bombeiros Voluntários de Penacova. Para assinalar este contributo do Clube da Floresta, foi colocada uma placa em madeira, identificativa da escola no ano lectivo 1996/1997, na presença do Sr. Coordenador Nacional do Prosepe. No ano lectivo 1999/2000 foi publicado o “Roteiro Geológico do Concelho de Penacova”. O Grupo de Arqueologia e Arte do Centro (GAAC) e a Câmara Municipal de Penacova promoveram a sua edição. Para a execução desta obra os membros deste Clube da Floresta efectuaram deslocações aos locais visados no livro, designadamente ao Botão, Palheiros, Casal de Sto Amaro, Livraria do Mondego, Estrada de Miro, Penedo de Castro e Moinhos de Gavinhos. Para além de muitas informações acerca dos locais acima referidos, este roteiro integra ainda as principais unidades estratigráficas. Apesar do seu conteúdo fortemente didáctico, assume-se também como um contributo para o conhecimento, defesa e valorização do património natural de Penacova. È de salientar que o antigo Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, recebeu um exemplar desta obra, na altura da sua deslocação à Lousã no âmbito das Jornadas sobre a Fileira Florestal por si organizadas. Membros do Clube da Floresta “Corvo” na entrega do Roteiro Geológico do concelho de Penacova ao Presidente da Républica Dr. Jorge Sampaio. Folha Viva 17 Parques Florestais Prosepe, intra e extramuros da Escola. O exemplo do Corvo Clube das Sequóias lança sementes de futuro! Rosa Maria Carvalho, Directora do Agrupamento de Escola de Infías No ano lectivo 2010/2011 e no âmbito do Projecto “BOSQUES DO CENTENÁRIO”, UMA OUTRA FORMA DE CELEBRAR A REPÚBLICA, o Clube da Floresta participou neste projeto que tinha como objetivo plantar um pequeno bosque de 100 espécies autóctones no Parque Verde, numa organização conjunta do Município de Penacova, Autoridade Nacional Florestal e da Quercus. Além da plantação das espécies vegetais, pinheiros mansos, carvalhos alvarinhos e azevinho, os alunos foram sensibilizados para a importância da manutenção dos bosques de floresta autóctone, através de vários tipos de ações, tais como a recolha de sementes, sementeiras e plantações ou a limpeza e manutenção deste tipo de floresta. Com o trabalho desenvolvido no clube da floresta pretendemos contribuir para o desenvolvimento da formação cívica dos alunos, incutindo-lhes conceitos, princípios, valores e atitudes que permitam uma utilização sustentável do ambiente florestal. 18 Folha Viva A sustentabilidade é um dos temas fortes da agenda mundial, do ponto vista ecológico ambiental e social, e constitui, para todos nós, um desafio a atingir. Tendo por base a Educação para o ambiente, que abrange vários níveis de actuação, os quais vão desde a vizinhança local até ao planeta inteiro, ela exige de todos nós uma atitude pró-activa. Ao integrar o PROSEPEÉ esta atitude que, nestes últimos anos, tem marcado o Clube da Floresta das Sequóias da Escola Básica e Secundária de Infías – Vizela . Com as suas iniciativas o Clube tem desenvolvido um conjunto de atividades e contribuído para a formação dos nossos jovens, em prol de um ambiente e futuro sadios. Um dos grandes objetivos tem sido sensibilizar e educar para a preservação da floresta, através do conhecimento da sua importância socioeconómica, cultural e ambiental e da adopção de comportamentos e atitudes apropriadas para a conservação da floresta no meio onde estamos inseridos. Partilho da opinião do Príncipe Carlos (de Inglaterra) quando nos diz que “no fim de contas, este é o único planeta que temos de habitar. Nenhum outro capaz de suportar a vida foi, até agora, descoberto”. Neste contexto, quero dirigir um agradecimento especial a todos os que participaram e nos ajudaram, através da integração das actividades do Clube das Sequóias, a CONHECER, SENTIR E VIVER A FLORESTA e a assumi-la como FONTE DE BEM-ESTAR. À equipa de professores e alunos do Clube das Sequóias o meu obrigado, pela disponibilidade de tempo, pela oportunidade de irmos mais longe, por promoverem a abertura da escola ao meio. Agradeço a parceria com o PROSEPE e, em particular, agradeço ao Coordenador Dr. Jorge Lage, pelo constante incentivo e estimulo fazendo com que os professores da equipa do Sequóias espalhem sementes de futuro. Estou certa que elas se tornarão numa floresta humana, em perfeito equilíbrio com a natureza. Folha Viva 19 Encerramento do ano internacional das florestas Ministra da Agricultura, do Mar, do Jorge Lage, Coordenador Assunção Cristas encerrou a sessão com uma intervenção em que mostrou ter uma ideia central que conduza a uma estratégia de desenvolvimento do sector florestal, dentro de um desenvolvimento sustentável do binómio, Ambiente e da Floresta. Na manhã do dia 14 de Dezembro, a Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, Assunção Cristas, presidiu ao encerramento do Ano Internacional das Florestas, no complexo florestal do Parque Nacional PenedaGerês (PNPG), acompanhado do Secretário de Estado das Florestas, Eng. Daniel Campelo. Várias entidades ligadas ao sector florestal, a Protecção Civil Distrital, os Presidentes ou representantes dos Municípios que abrangem o PNPG e o Director do PNPG associaram-se a este encerramento. Usaram da palavra no auditório do Vidoeiro, o Presidente do Município de Terras de Bouro, que continua a ter uma visão desfocada do que é uma área protegida ou um parque nacional. O PNPG tem valor porque é um parque e o desenvolvimento deve ser sustentável dentro desta realidade. Falou-se da plantação de 20.000 árvores. Um número redondo e interessante. Mas, não se disse nada sobre a limpeza de um palmo deste Parque ou de outros, de forma a evitarem-se os incêndios. O Director do PNPG mostrou-se preocupado com as árvores invasoras (leia-se mimosas) e com os incêndios. Para nós, são estes dois fogos (o fogo verde das mimosas que lambe toda a biodiversidade e o dos incêndios) que, ano após ano, vão consumindo o encanto deste parque. 20 Folha Viva A perspectiva de sustentabilidade requer um equilíbrio entre a fileira florestal de produção, que já gera uma receita de 200 milhões de euros, e a sustentabilidade das áreas específicas, sejam elas de lameiros, folhosas ou ripícolas. A Ministra apelidou o PNPG de “Joia da Coroa” e lembrou que se deve aumentar a área nacional protegida e conservá-la, sendo importante a acção do ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e Floresta). Para tal é preciso aproveitar as sinergias e trabalhar-se em rede o que passa por: mais no Parque Nacional da Peneda-Gerês pela Ambiente e do Ordeamento do Território Distrital de Braga, PROSEPE prevenção e acção preventiva e mais gente no terreno, sendo preciso juntar o FFP (Fundo Florestal Permanente) e o FCN (Fundo de Conservação da Natureza), ambos geridos pelo novel ICNF. O enorme endividamento do sector amarra-o a compromissos, herdados do anterior governo, de 45 milhões de euros, enquanto apenas dispõe de 20 milhões. Lembrou que a Floresta é o nosso «pulmão verde» e consumidor de carbono. No final, Assunção Cristas plantou, com entusiasmo, com os Alunos da EB 1 do Gerês, um carvalho no Vidoeiro e outro na mítica Pedra Bela. Acreditamos que quer a Ministra do MAMAOT, quer o Secretário de Estado das Florestas, conheçam bem o trabalho do PROSEPE/ Clubes da Floresta o da prevenção de incêndios florestais pela educação. Trabalho que através dos Alunos dos Clubes da Floresta sensibiliza a comunidade escolar, a comunidade educativa e a família, para que vejam na Floresta uma grande riqueza nacional e um bem a preservar, por um Portugal mais verde e com mais esperança. Foi pena que o Município não quisesse dar a conhecer um trabalho estruturante desenvolvido, ano após ano, pelos Clubes da Floresta o «Ouriço», da EB 2,3 de Terras de Bouro, e a «Águia-real», de Rio Caldo, preferindo lançar mão de trabalhos escolares para o momento. Folha Viva 21 Concursos PROSEPE: Sofia Bernardino, Investigadora estagiária do NICIF Inserido nas atividades complementares do ano letivo de 2011/2012 – Floresta, Fonte de Vida - e organizado pela Coordenação Nacional do PROSEPE, no âmbito do Ciclo Conhecer, Sentir e Viver…a Floresta, foi criado o Concurso DENDRO PLACARD. O concurso é dirigido a todos os membros dos Clubes da Floresta do PROSEPE inscritos no presente ano letivo e pretende-se o envolvimento de alunos e Professores, membros dos Clubes da Floresta, numa maior dinâmica de interação com o espaço florestal e com a Comunidade Escolar, cujo objetivo é o de sensibilizar, educar e apelar para uma maior consciência e importância ecológica, ambiental, sócio-cultural e económica da floresta, através da exploração/descoberta do espaço florestal e dos seus recursos naturais, que se tornam essenciais na vida do quotidiano, graças aos produtos e serviços associados ao setor florestal, sendo toda a informação reunida e depois exposta divulgada no Dendro Placard. Os objetivos do concurso não ficam por aqui, pois importa também fomentar junto dos mais novos, um espírito crítico e criativo acerca da importância que a Floresta assume e consequentemente dos problemas que lhe estão associados, tornandoos conscientes e voltados para a realidade e dotando-os assim de capacidades para agirem de uma forma salutar com a floresta. O concurso consiste na construção de placards (fig. 1), a partir de materiais provenientes da Floresta, para concretizar uma exposição com uma periodicidade mensal, com um tema diferente todos os meses. A exposição é realizada na escola, em espaço nobre, onde inclui informação sobre as atividades do Clube da Floresta e sobre os temas em concurso com a finalidade de sensibilizar toda a comunidade escolar e não apenas os jovens pertencentes aos Clubes da Floresta. 22 Folha Viva Dendro Placard Núcleo de Investigação Científica de Incêndios Florestais Nacional onde se procede à sua disponibilização na página Web Oficial do PROSEPE, onde todos podem ver os trabalhos realizados, divulgandose assim, para uma comunidade mais alargada, a importância da Floresta! Preparação dos Dendro Placards Fig. 1: Base da construção do Dendro Placard. Preparação dos Dendro Placards Neste concurso os membros dos Clubes da Floresta participantes devem desenvolver um Placard, todos os meses, de Outubro a Junho, sendo que cada mês é alusivo a um tema diferente (Tabela I) sempre relacionado com o ambiente florestal e os seus recursos. Tabela I – Temas em concurso correspondentes a cada mês. Fig. 2: Alguns dos materiais utilizados na construção dos Dendro Placards. Quando concluída a atividade, o trabalho final fica em exposição, na escola, num espaço nobre, com a finalidade de sensibilizar toda a comunidade escolar e não apenas os jovens pertencentes a cada Clube, incutindo-lhes também conhecimentos e valores acerca da Floresta, dos seus recursos e a necessidade da sua proteção (fig. 3). Mensalmente o concurso atribui prémios (fig. 4) aos três melhores Dendro Placards construídos, enriquecendo assim os Clubes da Floresta com uma séries de materiais didáticos e pedagógicos importantes para o sucesso da sensibilização e incentivando-os a continuarem o excelente trabalho de exploração e descoberta dos recursos que o espaço florestal contêm a par das ameaças de que são alvo. Fig. 4: Prémios Dendro Placard Na construção do Placard são permitidos todos os tipos de materiais com destaque, claro, para aqueles que sejam oriundos da Floresta e que estejam bem integrados no tema mensal (fig. 2). Esta tarefa deve ser acompanhada pelo Professor Coordenador do Clube da Floresta! Fig. 3: Exposição do Dendro Placard em espaço nobre na Escola. Para os Clubes da Floresta ficarem sujeitos a concurso, o resultado final do Dendro Placard no seio escolar é fotografado, juntamente com a área envolvente onde este está inserido. Essas fotografias são enviadas para a Coordenação Neste âmbito, a avaliação dos trabalhos é realizada, no mês seguinte ao da entrega dos trabalhos, por um júri constituído pela Coordenação Nacional e por mais cinco Coordenadores Distritais do PROSEPE. Cada elemento do júri consulta os trabalhos no Ciberespaço do PROSEPE, através da internet, e classifica-os de acordo com vários critérios, entre eles o respeito pelas normas regulamentares, a criatividade e inovação na abordagem do tema proposto, o sentido estético do conjunto do trabalho, a capacidade de atração da comunidade escolar e o uso de materiais Folha Viva 23 Concursos PROSEPE: provenientes da Floresta, classificando-os com um número de 1 até 5 (em que 1 é insuficiente, 5 é excelente). A divulgação dos vencedores também é feita através da internet, durante a última semana de cada mês, prosseguindo-se posteriormente com a atribuição e entrega dos prémios (Tabela II). Tabela II – Prémios a atribuir aos vencedores do concurso Dendro Placard. Balamço do concurso (Outubro - Dezembro) O concurso conta com 49 (quarenta e nove) Clubes da Floresta inscritos, correspondendo a mais de 1140 jovens membros dos Clubes, estando distribuídos em Portugal Continental pela região Norte e Centro (fig. 5). No primeiro período letivo, no mês de Outubro, com o tema “Castanhas e Castanheiros” foram desenvolvidos 26 Dendro Placards, cujos trabalhos premiados foram para: primeiro lugar, clube “Os Mochos” de Estarreja, do Distrito de Aveiro; para segundo lugar, o Clube “Cerquinhos da Sicó” de Pombal, distrito de Leiria; e terceiro lugar, o Clube “Vamos dar a mão à Natureza” de Vila Nova de Famalicão, do distrito de Braga. No mês de Novembro, com o tema “Diferentes Formas de vida numa Floresta Autóctone” foram realizados 25 trabalhos pelos Clubes da Floresta, em que os premiados foram o Clube “Bolota Radical” de Alijó, do distrito de Vila Real, o Clube “Bioverdes” de Barcelos, do distrito de Braga e o Clube “Os Mochos”, de Estarreja, do distrito de Aveiro, com o 1º, 2º e 3º prémio, respetivamente. No mês de Dezembro associados ao tema “A Floresta que dá vida à Quadra Natalícia” foram enviados 24 trabalhos desenvolvidos no âmbito do concurso e os premiados foram: 1.º prémio Clube “Cerquinhos da Sicó”; 2.º prémio, Clube “Nemus” e 3.º prémio Clube “Os Gnomos”. Nas páginas seguintes o Polenix irá mostrar a excelência dos quadros vencedores... Dendro Placard Mês: Outubro Tema: Castanhas e Castanheiros 1.º Classificado: Clube da Floresta “Os Mochos” E.B. 2-3 Prof. Dr. Egas Moniz 2.º Classificado: Clube da Floresta “Cerquinhos a Sicó” E.B. 2-3 Marquês de Pombal 3.º Classificado: Clube da Floresta “Vamos dar a mão à Natureza” Centro Social de Bairro Fig. 5: Distribuição espacial dos Clubes da Floresta aderentes ao concurso Dendro Placard. 24 Folha Viva Folha Viva 25 Concursos PROSEPE: Mês: Novembro Tema: Diferentes Formas de vida numa Floresta Autóctone 1.º Classificado: Clube da Floresta “Bolota Radical” E.B. 2-3+Sec. D Sancho II 2.º Classificado: Clube da Floresta “Bioverdes” E.B. 2-3 de Manhente 26 Folha Viva 3.º Classificado: Clube da Floresta “Os Mochos” E.B. 2-3 Prof. Dr. Egas Moniz Dendro Placard Mês: Dezembro Tema: A Floresta que dá vida à Quadra Natalícia 1.º Classificado: Clube da Floresta “Cerquinhos sa Sicó” E.B. 2-3 Marquês de Pombal 2.º Classificado: Clube da Floresta “Nemus” E.B. 2-3 de Passos José 3.º Classificado: Clube da Floresta “Gnomos” E.B. Amadeo de Souza Cardoso Folha Viva 27 Dia de São Foram ainda elaborados marcadores de Os alunos do clube da Floresta “Bolota Radical, páginas decorados com elementos alusivos ao da E.B. 2/3 com Sec. D. S. Martinho, nomeadamente rimas, lenda de S. Sancho II - Alijó , para a Martinho e receitas com castanhas. celebração do Dia de São Martinho realizaram várias quadras e desenhos relativos à festividade que, posteriormente, foram colocados nos cartuchos, elaborados pelos alunos, e distribuídos na cantina à comunidade escolar com as castanhas assadas. Os alunos do clube foram para as cantinas da escola colocar e distribuir as castanhas assadas nos cartuchos feitos por eles. Os cartuchos foram “Dendro do Placard”. Quadras Vencedoras O S.Martinho está a chegar A lareira vou acender Para as castanhas assar E contigo as comer expostos no placard Martinho Os elementos do Clube da Floresta “Escudo Florestal” da Esc. Sec. Frei Gonçalo Azevedo, desafiaram os alunos das turmas do 7.º ano a participarem no Concurso Polenix. Os elementos do clube interagiram com os materiais apreendendo as técnicas e ao mesmo tempo colocaram à prova toda a sua criatividade. Os elementos do clube são empreendedores natos! Investiram na compra das castanhas, contaram-nas e, com a ajuda da cozinheira assaramnas. Depois distribuíram-nas por cartuchos catitas. No intervalo grande, alguns elementos gritavam: “Olha a castanha quentinha”... Alunos e professores correram a comprar o seu cartucho! Os cartuchos foram produzidos pelo Escudo Florestal a partir de papéis de revistas. Ao final do dia houve ainda outro Cada elemento do clube foi desafiado a criar magusto, desta vez para os pais/Encarregados de quadras com as palavras Prosepe e/ou Polenix Educação e Professores e, depois, decalcaram em papel várias formas de folhas (Castanheiro e Plátano), recortaram e escreveram em cada molde a sua quadra. As obras foram aleatoriamente coladas no Placard para assim serem divulgadas. Castanhas, castanhas assadas com sal quentinhas, quentinhas que não te fazem mal Na rua está um vendedor De castanhas assadas É um esforço de amor Que faz feliz a rapaziada 28 Folha Viva Folha Viva 29 Quadra Os elementos do Clube da Floresta “Salvadores da Floresta”, da E. B. 1 de Panóias, para um Natal mais ecológico procederam, entusiasticamente, à construção de um Presépio, Postais e Árvore de Natal, através do aproveitamento de materiais provenientes da floresta (pinhas, bogalhos, musgo, palha e madeira, pinheiro com uma pinha e bagas de azevinho, rolhas de cortiça), bem como, do aproveitamento de materiais/reciclagem (pacotes de leite). O Presépio e a Árvore de Natal foram colocados em exposição na EB2/3 do Cávado (sede do Agrupamento), os Postais de Natal foram expostos na escola do clube, para dar a conhecer aos colegas do segundo e terceiro anos de escolaridade o que fazemos no nosso clube da Floresta. 30 Folha Viva Os alunos do Clube da Floresta “Mocho”, da E.B. 2/3 de Afonso de Paiva, para a celebração da Quadra Natalícia (re)construíram a árvore de Natal do ano passado. A estrutura da árvore foi reaproveitada do ano anterior e revestida com materiais da Natureza, recolhidos pelos alunos. Foi fixado na estrutura ramos de pinheiro revestindo toda a estrutura, por fim foi decorado com frutos e flores secas (camélia, palmeira, pinhas e roseira). Natalícia Os alunos do Clube da Floresta “Verdinhos” da E. B. 1/JI Merelim S. Pedro, para a celebração da Quadra Natalícia procederam à realização de Postais de Natal. Esta actividade contou com a participação de 22 alunos, que começaram por fazer uma pesquisa na internet sobre a origem dos Postais de Natal. Numa segunda fase, decidiram quais os materiais que iriam utilizar, pelo que optaram por usar materiais provenientes das árvores: serrim, fitas de madeira, rolhas de cortiça e folhas de árvores. O papel utilizado era todo reciclado. De salientar a grande ajuda que o pai de uns dos alunos lhes deu, visto ser carpinteiro e vizinho da escola e que lhes cedeu o serrim e as fitas de madeira. Depois foi deitar mãos à obra e o resultado foi surpreendente. Ficaram lindos! Depois de acabados foram para exposição no átrio da EB2/3 do Cávado, conjuntamente com os trabalhos dos outros Clubes da floresta, pertencentes a este Agrupamento de Escolas. Folha Viva 31 Click Click 32 Folha Viva Clube das Floresta “Os Bioverdes” da E.B. 2-3 de Manhente, Barcelos