Enfermagem
e Anestesia
Prof. Me Reginaldo R Mafetoni
Anestesia e Analgesia
“A anestesia é caracterizada pela perda da
sensibilidade dolorosa, com perda de
consciência e certo grau de amnésia, ao passo
que a analgesia é a perda da sensibilidade
dolorosa com preservação do estado de
consciência”
Possari, 2012
Anestesia – Cuidados de Enfermagem
Indução anestésica é função privativa do
médico.
Cabe a equipe de enfermagem:
 Conhecer as propostas anestésicas e os
procedimentos;
 Preparar/orientar/monitorar o paciente;
 Assistir a equipe de anestesia;
 Prover materiais/insumos para anestesias
e assistência ventilatória;
 Testar equipamentos /painel de gazes.
Santos, 2012
Anestesia – Cuidados de Enfermagem
Cabe a equipe de enfermagem:
 Auxiliar procedimentos: punção de
intracath, paramentação da equipe de
anestesia;
 Providenciar bombas de infusão, para
drogas vasoativas sempre que solicitado;
 No transoperatório, encaminhar e
verificar resultados de exames sempre
que necessário;
 Efetuar reposição dos materiais e
medicações durante o procedimento;
Principais objetivos da anestesia
Suprir
a sensibilidade dolorosa durante a
cirurgia, com manutenção ou não da
consciência;
Relaxamento muscular;
Proporcionar condições ideais para a ação
da equipe cirúrgica;
Garantir o bom desempenho das funções
vitais do individuo.
Possari, 2012
Profundidade da Anestesia
Determinada pelo sinais físicos:
Estágio I (indução)
 estágio inicial da anestesia até a perda da
consciência. O pulso e a respiração são
irregulares.
Estágio II (alteração)
 estágio de delírio, caracterizado por excitação
e
reações
indesejáveis
(vômitos,
laringoespasmo, PCR), pulso e respiração
irregular.
Santos, 2012; Possari, 2012
Profundidade da Anestesia
Determinada pelo sinais físicos:
Estágio III (manutenção)
 respiração rítmica e regular, funções vitais
deprimidas, reflexos deprimidos, estado de
inconsciência.
Estágio IV (recuperação)
 cessação da respiração, insuficiência do sistema
circulatório, neste estágio suspende o anestésico
imediatamente.
Santos, 2012; Possari, 2012
Indicação do Tipo de Anestesia
Vontade do paciente;
Habilidade do anestesista;
Familiaridade com a técnica;
Estado físico do paciente;
Procedimento cirúrgico;
Posicionamento do paciente na
mesa cirúrgica.
CLASSIFICAÇÃO DO RISCO ANESTÉSICO
(ESTADO FÍSICO)
• ASA I - sem doença orgânica - ex. hérnia, fraturas
• ASA II - distúrbios sistêmico suave e moderado - ex. DM, doenças
cardíaca leve.
• ASA III - distúrbio sistêmico grave - ex. DM descompensado,
complicações pulmonares.
• ASA IV - Doença sistêmica com ameaça à vida - ex. doença renal
grave, ICC.
• ASA V – Paciente moribundo, sem expectativa de vida a menos
que seja operado.
• ASA VI – Morte cerebral, remoção dos órgãos para doação.
Classificação (graus) de laringoscopia
(Cormack )
Grau I: glote bem visível;
Grau II: somente a parte posterior da glote é visualizada;
Grau III: somente a epiglote pode ser visualizada, nenhuma
porção da glote é visível;
Grau IV: nem a epiglote, nem a glote podem ser
visualizadas.
Cormack RS, Lehane J: Difficult tracheal intubation in obstetrics.Anaesthesia 39:1105, 1984.
Classificação Mallampati
Classe I - palato mole, fauce, úvula e pilares amigdalianos visíveis;
Classe II - palato mole, fauce e úvula visíveis;
Classe III - palato mole e base da úvula visíveis;
Classe IV - palato mole totalmente não visível.
Samsoon e Young, em 1987.
Intubação Endotraqueal
Quatro objetivos básicos:
Garantir
a
manutenção
da
permeabilidade da via aérea;
Permitir a instalação de ventilação
mecânica com pressão positiva;
Proteger a via aérea de aspiração;
Possibilitar a remoção de secreções.
Intubação Endotraqueal
Três tipos de paciente:
• Os que apresentam PCR;
• Os
que
apresentam
insuficiência
respiratória;
• Os que necessitam assegurar manutenção
da via aérea e instalação de suporte
ventilatório por causa de anestesia geral
ou outro procedimento.
Intubação Endotraqueal
• Equipamento:
Monitor cardíaco;
Monitor de pressão não invasiva;
Luvas, máscara e óculos;
Laringoscópio com lâminas curvas ou retas;
Tubo endotraqueal (n°);
Equipamento e cateteres para aspiração.
Pinça de Magill;
Seringa de 10 ml;
Lubrificante hidrossolúvel;
Capnógrafo;
Fita adesiva;
Carrinho de parada.
Intubação Endotraqueal
COMPLICAÇÕES IMEDIATAS DA INTUBAÇÃO:
Apneia secundária à inibição respiratória;
Broncoespasmo;
Quebra de dentes;
Lacerações em lábios, boca, mucosas da faringe
e laringe;
Aspiração de sangue ou vômito durante a
intubação;
Impossibilidade de intubação.
Intubação Endotraqueal
COMPLICAÇÕES MEDIATAS/TARDIAS DA INTUBAÇÃO:
Lesões na faringe;
Lesões irreversíveis de cordas vocais;
Infecções;
Intubação seletiva;
Oclusão do TOT com secreção;
Estenose de traqueia;
Traqueomalácia (perda do suporte cartilaginoso
da parede traqueal);
Fístula traqueoesofágica.
Anestesia Geral
Definição: anestesia geral é um termo utilizado
para designar uma condição transitória e
reversível do sistema nervoso induzida por
agentes farmacológicos em que ocorrem
simultaneamente:
1. Inconsciência (hipnose)
2. Relaxamento neuromuscular
3. Abolição da dor (analgesia)
4. Bloqueio dos reflexos autonômicos
FASES DA ANESTESIA GERAL
Fase pré-operatória:
É realizada a consulta Pré-anestésica com o anestesista.
Fase Intra-operatória:
 Receber o paciente com cordialidade na sala
cirúrgica, tentando diminuir seu stress e ansiedade.
 Monitorização do paciente
 Acesso vascular
 Indução da anestesia
 Intubação traqueal
 Ventilação Artificial
 Manutenção da anestesia
 Manutenção da integridade física.
Hipnóticos
• Midazolan:
é usada como medicação pré-anestésica e para
indução anestésica. Produz estados sedativos, aliviando a
ansiedade. O midazolan é um importante inibidor
neurotransmissor do SNC e se caracteriza por ser de início rápido e
curta duração de ação. Como medicação pré-anestésica é
administrado por via IM e na anestesia por via EV.
• Tiopental: é um barbitúrico de ação curta, capaz de introduzir
hipnose profunda. É utilizado para iniciar a anestesia. Deve ser
evitado em pacientes portadores de ICC, devido às propriedades
depressoras do miocárdio. É mais utilizado em cirurgias pediátricas
e neurológicas.
• Propofol: a anestesia se instala rapidamente, é utilizado para
manutenção da anestesia, e também em anestesia endovenosa,
esse fármaco causa queda da PA.
• Etomidato: é usada para a manutenção da anestesia, mantém a
estabilidade cardiovascular.
Relaxantes Musculares
• Atracúrio: Tracríum é um relaxante, de duração
intermediaria. Ação bloqueadora neuromuscular é alcançada
na presença de inalação de anestésicos potentes, tais como
isoflurano, enflurano, sevoflurano que elevam a sua potência e
prolongamento do bloqueio. Administrado por via EV. A dose
inicial é de 0,4 à 0,5 mg/kg, injetada em bolus.
• Pancuronio: Pancurlon - seguro, estável, bom relaxamento
muscular reversível, pela neostigmina e atropina. É excelente
para situações que requerem completo relaxamento. Obs:
evite o uso com miastenia gravis e doença renal.
• Succinilcolina: é um relaxamento muscular que provoca o
relaxamento rápido (1 min.) e duração de 4 a 8 min., é ideal
para entubação endotraqueal, redução de fratura.
• Alloferine : relaxante muscular.
Analgésicos centrais
• Morfina : é um alcalóide, possui propriedades analgésicas
hipnótica, mas não produz relaxamento muscular. É utilizada
para compor anestesia geral, com outra droga relaxante
muscular. Efeitos adversos: depressão respiratória, ação
anestesiante, produção de pruridos e retenção urinária.
• Fentanil: Analgésico sintético, 100 vezes mais potente que
morfina. Excetuando a depressão respiratória, não possui os
efeitos indesejáveis da morfina, não deprime o coração, é
utilizado para produzir anestesia geral, não produz
relaxamento nem depressão.
• Alfentanil: É cinco vezes menos potente que o fentanil, é
extremamente útil em cirurgias curtas, não produz
relaxamento muscular, nem hipnose.
Agentes inalatórios
• Halotano - conhecido também como fluotano, não inflamável.
Desvantagens: depressão circulatória, capacidade de induzir arritmias
e de causar hepatite medicamentosa, mas suas desvantagens não o
condenam ao abandono do uso.
• Isoflurano - conhecido como forano, é um agente mais potente
menos cardiodepressor, consequentemente mais seguro para ser
usado principalmente em pacientes cardíacos.
• Sevoflurano - é um agente inalatório seguro, com baixa depressão
cardiorrespiratória, de odor agradável, não irritante as vias aéreas,
rápida indução e recuperação anestésica, sendo vantajoso para o uso
em crianças e cirurgias ambulatoriais. Efeitos cardiovasculares:
pequenas alterações da FC, sem taquicardia e não produz estimulação
simpática.
• Enflurano - provoca menos arritmias e não produz hepatite
medicamentosa. Tem a metade da potência do halotano e com maior
capacidade de deprimir o sistema circulatório.
 Os quatro são agentes voláteis e extremamente potentes e devem
ser administrado em equipamentos calibrados (vaporizadores).
Recuperação da anestesia geral
Superficialização: é retirada da administração do agente
inalatório e/ou endovenoso.
Antagonização: é a administração de antagonistas, para
reverter o relaxamento muscular. Usa-se neostigmina para
diminuir a salivação e atropina para evitar bradicardia.
Desmame do ventilador: é retirado o respirador, o paciente
é induzido a respirar sozinho (intermitente).
Extubação traqueal: antes deve ser restabelecida a
respiração espontânea, faz-se limpeza da cavidade oral, e
posterimente a retirada do tubo e ainda se oferece o2.
BLOQUEIO REGIONAL
Definição: O princípio de uma anestesia locorregional é
insensibilizar, ou até mesmo paralisar toda uma região do
corpo mediante uma técnica apropriada visando permitir
um ato cirúrgico, ao passo que todo o resto do organismo,
notadamente a consciência permaneça intacta.
(SAMANA,1986) .
OBJETIVOS:
Alternativa a anestesia geral
Interrupção completa da dor.
Anestesia regional
 Bloqueio do plexo braquial: envolve a anestesia de todo o braço
 Bloqueio paravertebral: envolve a anestesia do tórax, parece
abdominal e extremidades. O anestésico é administrado no espaço
peridural. Não perfura a dura-máter e não há perda de líquor.
Bloqueio segmentar é produzido nas fibras sensoriais, fibras
espinhais e fibras nervosas.
 Bloqueio caudal: envolve a anestesia de todo o abdômen inferior,
períneo – peridural
 Raquidiana – Geralmente é administrado na coluna lombar, obtida
pelo bloqueio dos nervos espinhais do espaço subaracnóidea. O
anestésico é depositado no liquor, ocorrendo perfuração da duramáter.
Santos, 2012
DROGAS ANESTÉSICAS
Lidocaína – 1% e 2%
Ação efetiva e segura.
Uso tópico (gel ou “spray”) ou infiltração local.
Anestésico e antiarrítmico.
Características:
 pH próximo da neutralidade – baixa reação
tecidual
 Potência intermediária
 Média duração (1 a 2 horas)
 Toxicidade sistêmica relativamente baixa
 Apresentações comerciais associado a
vasoconstrictor
DROGAS ANESTÉSICAS
Bupivacaína – 0,5%
Anestésico (altas doses) e analgésico (baixas
doses)
Uso em infiltração local e anestesia peridural.
Características:
Alta potência, alta duração, média/alta toxicidade
(Cardiovascular e SNC)
Ropivacaína – 0,5%, 0,75% e 2%
Ação semelhante a bupivacaína
Características:
Média potência, média duração, baixa toxicidade.
Anestesia regional
PERIDURAL
Definição: é a deposição de anestésico no espaço peridural, a
agulha se mantêm fora do saco dural e as raízes nervosas não
são impregnadas a não ser por intermédio da dura-máter.
•A posição da agulha é a mesma da raqui;
•A agulha de peridural é mais calibrosa que a de raqui com a
seguinte numeração 16,18 e 20.
•Antes da punção principal é feito um botão anestésico com
xilocaína 1% sem vasoconstrictor.
•A punção principal é feita sem perfurar a dura-máter, no espaço
peridural.
•Ao realizar a punção, o anestesista acopla à agulha em uma
seringa contendo ar, pois quando a agulha estiver no espaço
peridural,devido a pressão – do embolo, ocorre a perda da
resistência,conhecido como Sinal de DOBLIOTTI+.
PERIDURAL
INDICAÇÃO
• Estômago cheio
• Insuficiência respiratória
• Parto vaginal e cesárea
• Cirurgias abdominais e MMII.
CONTRA-INDICAÇÕES
• Lesões nervosas
• Doentes com coagulopatias
• Hipotensão e estado de choque
• Alergia a fármacos.
COMPLICAÇÕES
• Hipotensão, bradicardia;
• Ferimento da dura-máter;
• Ferimento da raiz nervosa;
• Ferimento vascular.
Raquianestesia
 É a deposição medicamentosa de anestésico no espaço
subaracnóideo, na linha da crista ilíaca em nível do espaço
intervertebral L4 e L5. Tem por princípio interromper o curso da dor
por bloqueio das raízes nervosas raquianas imersas no liquido
cefalorraquidiano.
DROGAS:
Procedimentos cirúrgicos longos: Marcaina pesada 5% ou isobárica;
Procedimentos Curtos: Xilocaína pesada 5%
POSICIONAMENTO:
Sentado ou Decúbito lateral esquerdo.
Raquianestesia
INDICAÇÃO:
• está indicada para procedimentos abdominais, tipo
apendicectomia, parto cesárea, cirurgias de MMII.
• paciente com o estômago cheio
CONTRA-INDICAÇÃO:
• patologias da coagulação, doença do SNC.
• Choque; hipotensão;
• Afecções raquidianas.
COMPLICAÇÕES:
• Hipotensão
• Complicações neurológicas: hematomas compressivos de
medula; acidentes sépticos meníngeos.
Raquianestesia
Técnica de punção :
• Obedecer a técnica asséptica.
• Faz-se um botão anestésico no local da punção com xilocaína
2%(-).
• Faz-se a punção principal com uma agulha do tipo Pithe (5.0,
6.0, 7.0, 8.0) em direção ao canal raquidiano, em plano
estritamente sagital.
• O posicionamento da agulha é identificado pela saída de líquor
pela agulha. Depois disso, o anestésico é introduzido no espaço.
(+/- 2ml)
• A analgesia se fixa em 6 a 12 minutos e o nível desejado é
obtido por uma inclinação maior ou menor da mesa.
• Destino da droga : primeiramente é diluído no liquor, depois de
alguns minutos passa a se fixar nos nervos, bloqueando a
condição nervosa.
Anestesia local
Sobecc, 2013
Anestesia local
Apenas uma pequena região é anestesiada, sem
que ocorra o bloqueio de um nervo específico.
Ex:. lidocaína sem vasoconstritor, lidocaína com
vasoconstritor
Bloqueio do Plexo Braquial
A infiltração do plexo braquial permite procedimentos
cirúrgicos no membro superior, que se faz por duas vias:
supraclavicular e via axilar. É introduzido um scalp no plexo e é
injetado o anestésico (aproximadamente 40ml no adulto).
Cuidados de enfermagem pós-anestésico imeditado
Estabilidade hemodinâmica
Amplitude respiratória normalizadas
Saturação de O² nos limites normais
Estabilidade da temperatura corporal
Estado de consciente
ENFERMAGEM E ANESTESIA
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