Modernismo no Brasil
Literatura Modernista
1ª geração do Modernismo Brasileiro
QUADRO GERAL: 1ª GERAÇÃO DO MODERNISMO BRASILEIRO
INÍCIO: 1922 - evento da “SEMANA DE ARTE MODERNA” no teatro municipal de São Paulo.
TÉRMINO: 1930 - publicação do livro “Alguma Poesia”, de Carlos Drummond de Andrade.
CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS:
•Rompimento com as estruturas do passado.
•Caráter anárquico e destruidor.
•Nacionalismo.
•Pesquisa através da volta às origens.
•Tentativa de criar uma língua brasileira; a língua falada nas ruas, pelo povo.
•Repensar a história da literatura no Brasil através da paródia e do humor.
•Valorização do índio-autêntico brasileiro.
•É uma fase rica em manifestos: “Pau-Brasil”, Oswald de Andrade - "Verde-Amarelo", e do "Grupo
da Anta", com Plínio Salgado,
•Nacionalismo crítico x utópico.
AUTORES
MÁRIO DE ANDRADE
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Liberdade formal.
Combate a sintaxe tradicional.
Nacionalismo.
Procura da linguagem brasileira.
Tema principal: a cidade de São Paulo.
Expressões ítalo-paulistanas.
Linguagem coloquial.
Pesquisa folclórica.
Principais obras: “Paulicéia Desvairada” (1922); “Lira Paulistana” (1946); “Contos
Novos” (1946); “Amar,Verbo Intransitivo” (1927); “Macunaíma” (1928); “A escrava que não
era Isaura” (1925).
OSWALD DE ANDRADE
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Lançou o movimento "Pau-Brasil" (1924) e o "Antropofágico" (1927).
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Linguagem telegráfica.
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Rupturas sintáticas.
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Capítulos curtos.
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Neologismos.
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Técnica cinematográfica.
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Linguagem coloquial e sintética.
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Humor, paródia.
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Temas do cotidiano.
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Quebra de fronteiras entre a prosa e poesia.
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Principais obras: “Memórias Sentimentais de João Miramar” (1924); “Serafim Ponte
Grande” (1933); “A Morta” (1937); “O Rei da Vela” (1937).
MANUEL BANDEIRA
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No início, influências simbolistas com ligações parnasianas.
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Fez poemas autobiográficos.
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Tom melancólico e lírico.
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Temas relacionados a doenças e mortes, principalmente a tuberculose.
Linguagem coloquial, tese social e folclore negro.
Ás vezes usa a ironia.
Versos livres.
Rebeldia e sátira como no poema “Os sapos”.
Temas populares.
Saudade da infância.
Desejo de libertação.
Principais obras: “A cinza das horas” (1917); “Ritmo Dissoluto” (1924); “Libertinagem”
(1930); “Estrela da Manhã” (1936); “Itinerário de Pasárgada” (1954).
OUTROS AUTORES
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Alcântara Machado: Brás, Bexiga e Barra Funda.
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Cassiano Ricardo: Martim Cererê.
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Guilherme de Almeida: A flor que foi um homem.
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Menotti del Picchia: Juca Mulato.
QUADRO GERAL /
CARACTERÍSTICAS:
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Combate ao passadismo; contra os padrões clássicos e tradição.
Irreverência contra o preestabelecido.
Liberdade formal; versos livres; ausência de rima; liberação do ritmo; liberdade de
estrofação.
Linguagem coloquial, do dia-a-dia; regionalismo.
Humor, ironia, paródia e poema-piada.
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Busca do novo, original, dinâmico refletindo a industrialização, máquinas, motores.
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Sem enfeites e rebuscamentos; a simplicidade.
Abstenção de uma postura sentimentalóide.
Preocupação com a observação e análise crítica da realidade.
Consciência nacional.
Literatura Modernista
Modernismo 2ª fase (1930-1945)
CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS:
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Iniciou com o livro Alguma Poesia, de Carlos Drummond de Andrade.
Aprofundou os ideais e propostas da 1ª fase.
Verso livre.
Poesia sintética.
Questionamento da Realidade.
Busca o “eu-indivíduo” e o seu “estar no mundo”.
Investigação do papel do artista.
Metalinguagem.
Corrente mais intimista e espiritualizada.
Evidencia-se a fragilidade do Eu.
Domínio da prosa com o Romance regionalista nordestino, social e
politicamente engajado.
II- CECÍLIA MEIRELES
a-) temas específicos: a solidão; o amor perdido; a saudade; o espaço; o oceano; temas históricos; a
fugacidade do tempo; a fragilidade do ser humano; os desacertos dos homens; o isolamento; a sombra; o
nada.
b-) Características:
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Escreve obras em poesia, prosa e também traduções.
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Influência simbolista (neo-simbolismo).
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Uso de lirismo.
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Ceticismo e melancolia.
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Musicalidade como apoio para seus lamentos.
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Versos curtos e com ritmo.
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Jogo de imagens, sons e cores.
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Subjetivismo.
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Corrente espiritualista do Modernismo.
c-) Algumas obras:
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Espectros (1919)
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Viagem (1939)
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Vaga Música (1942)
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Mar Absoluto (1945)
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Romanceiro da Inconfidência (1953)
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A Rosa (1957)
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etc.
Canção
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
III) VINICIUS DE MORAES
a-) Temas específicos: espiritualidade; amor platônico; amor real; a mulher; a sensualidade.
b-) Características:
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Transcendental e místico numa 1ª fase.
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Versos mais longos e melancólicos.
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Proximidade com o mundo material; 2ª fase.
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Versos mais curtos; sonetos; às vezes um modelo de Camões; versos decassílabos e alexandrinos.
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Antíteses e paradoxos.
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Letras de músicas e criação de histórias infantis.
c-) Algumas obras:
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O Caminho para a distância (1933)
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Ariana, a mulher (1936)
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Novos Poemas (1938)
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Cinco Elegias (1943)
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Arca de Noé (1970)
Rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
PROSA DO MODERNISMO 2ª FASE
I ) JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA
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A Bagaceira (1928) início da corrente regionalista nordestina. Retrata a vida dos engenhos
de cana-de-açúcar, os retirantes, a seca.
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Valores morais do homem nordestino.
II) RACHEL DE QUEIRÓS
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Falou do Ceará; da seca; do povo que lá vive; da Terra.
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O Quinze, 1930: o tema é a grande seca de 1915; aspecto social junto com aspecto
psicológico.
III) JOSÉ LINS DO REGO
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Decadência dos engenhos desmantelados pelas usinas.
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Ciclo da cana-de-açúcar: sua vivência no engenho.
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O narrador de Menino de Engenho é o reflexo do próprio autor em alguns momentos.
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Em 1943, o autor publica Fogo Morto, sintetiza o ciclo e conta a história de um engenho
chamado Santa Fé.
IV)
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JORGE AMADO
Regionalismo baiano, zonas rurais do cacau e zona urbana de Salvador.
Tipos marginalizados.
Análise da sociedade.
Utilização em suas obras da “fala do povo”.
a) Romances Proletários: mostram a vida em Salvador com um retrato social - Suor, O País do Carnaval e
Capitães de Areia.
b) Ciclo do Cacau: a vida nas fazendas nas regiões de Ilhéus e Itabuna - Cacau, Terras do Sem-Fim, São
Jorge dos Ilhéus.
c) Crônicas de Costumes e depoimentos líricos: novelas, romances com temáticas amorosas. - Mar Morto,
Gabriela Cravo e Canela, A Morte e a Morte de Quincas Berro D’água.
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V) GRACILIANO RAMOS
Início do trabalho com a publicação de Caetés (1933).
Atividades subversivas; preso político / Memórias do Cárcere.
Viagem aos países socialistas / Viagem.
Clima de tensão; relações do homem com o meio natural; meio social.
Final trágico
O homem muitas vezes se animaliza.
A seca, os retirantes, a vida na caatinga.
Características da poesia e da prosa de 1930.
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Poesia
Sedimentação – poesia menos anarquista, mais madura
Tendência ao intimismo universalista
Valorização de uma tendência espiritualista
Valorização de uma tendência sócio – Político
Valorização do cotidiano, da vida simples, comum, principalmente na poesia de Drumonnd
Versos livres
Linguagem lírica
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Prosa (O romance Regionalista de 30)
No Nordeste
Vinculado aos problemas sociais e climáticos
Enfoque para o ciclo da seca e do cangaço
Enfoque para o ciclo da cana-de-açúcar envolvendo questões do sul da Bahia e do latifúndio
Na região do sul da Bahia a temática se volta para a monocultura do cacau, envolvendo as lutas para
posse de terra, o coronelismo, os jagunços, os trabalhos rurais etc., principalmente na obra de Jorge
Amado e Adonias Filho.
No Sul
Valorização das tradições na região sul
Trajetória épica – Aspectos históricos da formação da região, em especial dos pampas.
Enfoque para a natureza e para os sentimentos da homem dos pampas e sua ligação com a terra natal
e as tradições. Destaque para a obra de Érico Veríssimo
a.
b.
c.
Literatura Modernista
Pós-Modernismo ou 3ª fase
1945 até os dias de hoje
Período (1945 – 1960)
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Contexto Histórico
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Panorama Mundial
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Final da Segunda Guerra Mundial
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Explosão da bomba atômica (Hiroshima e Nagasak)
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Criação da ONU
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Publicação da "Declaração dos direitos humanos"
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Guerra Fria – Divisão do mundo em dois
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Blocos Ideológico Comunismo X Capitalismo = Rússia X EUA
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Política armamentista – filosofia do medo à era nuclear
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Brasil
1945, fim da “Era Vargas" – Getulio é destituído
1946, é eleito Érico Gaspar Dutra
1947, Perseguição Política, o PC cai na ilegalidade em função da guerra fria e do movimento de repressão.
1951, Getulio retoma ao poder através da eleição direta
1954, Insatisfação trabalhista e denuncias de corrupção faz as forças militares pressionarem para renuncia
de Getulio – Suicídio de Getulio
1960 – Eleito Jânio Quadros
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CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS:
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A poesia renova-se.
Surge a poesia concreta, a poesia social e a poesia práxis.
Na prosa temos o romance e o conto em grande desenvolvimento.
Estilo mais objetivo e maior densidade.
Pesquisas e inovações lingüísticas.
Complexidade psicológica.
Tensões entre o indivíduo e a sociedade.
Realismo fantástico.
Regionalismo universal.
POESIA PÓS-MODERNA
I) JOÃO CABRAL DE MELO NETO
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Linguagem objetiva e seca
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Simplicidade.
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Temas sociais do Nordeste em algumas obras.
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Obras: Pedra do Sono (1942); O Engenheiro (1945); Morte e Vida Severina (1956); etc.
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Poesia sintética; objetiva; escreve como um engenheiro.
II) CONCRETISMO
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Fim do verso.
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Eliminação da sintaxe tradicional.
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Força visual das palavras.
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Nova forma de comunicação poética: o gráfico.
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Exploração de formas, cores, montagem de palavras.
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Principais Poetas: Haroldo de Campos, Décio Pignatari e Augusto de Campos.
III) FERREIRA GOULART E POESIA SOCIAL
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Luta social.
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O meio e o homem.
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Obras: A Luta Corporal (1954); Quem Matou Aparecida (1962) etc
IV) POESIA PRAXIS
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Rompimento com o grupo dos concretistas.
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Retomada da palavra; do engajamento histórico.
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Superação da dialética de 22.
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Pesquisa de uma nova estrutura para o poema.
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Autor: Mário Chamie - Laura - Laura (1962)
PROSA PÓS-MODERNA
I) CLARICE LISPECTOR : “Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu
mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”
Clarice Lispector
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Fluxo de consciência compondo com o enredo factual.
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Momento interior é o tema mais importante.
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Subjetividade: “Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido.
Eu não: quero uma verdade inventada”.
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Amostras do mundo de forma metafísica.
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A exploração do eu.
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Um novo sentido de liberdade a partir da sua leitura do mundo.
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Esquema:
* A personagem está diante de uma situação do cotidiano.
* Acontece um evento.
* O evento lhe “ilumina” a vida: aprendizado, descoberta.
* Ocorre o desfecho: situação da vida do personagem após o evento.
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Obras:
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Perto do Coração Selvagem (1947) - estréia.
O lustre (1946).
A cidade Sitiada (1949).
A maçã no escuro (1961).
A Paixão Segundo GH (1961).
A Hora da Estrela (1977), entre outras.
II) GUIMARÃES ROSA
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Aproveitamento da fala regionalista com seus arcaísmos.
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Recorrência ao grego e latim.
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Processo fonético na criação escrita.
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Além da experimentação formal, temos uma visão profunda do ser humano e suas experiências.
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Cenário: o sertão brasileiro.
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Regionalismo universalizante: a problemática atinge o homem em qualquer lugar.:
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“O sertão é dentro da gente” ; “O sertão é o mundo”
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Questionamentos sobre Deus e Diabo; significado da vida e da morte; o destino
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Recriação do universo lingüístico nordestino Nova roupagem no emprego das palavras
Neologismo: "Muita coisa importante falta nome"
Uso de figuras de estilo, principalmente a metáfora
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Misticismo sertanejo, religiosidade nordestina
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Eterna luta do Bem contra o Mal, conflito entre Deus e o Diabo.
Obras:
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*
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Sagarana (1948)
Corpo de Baile (1956)
Grande Sertão: Veredas (1956)
Primeiras Estórias (1962) etc.
Proverbial
“Tudo, aliás, é a ponta de um mistério, inclusive os fatos. Ou a
ausência deles. Duvida? Quando nada acontece há um milagre que
não estamos vendo”
“Perto de muita água tudo é feliz”.
"Eu sei: quem ama é sempre muito escravo,mas não obedece nunca
de verdade..."
"Muita coisa importante falta nome"
“Julgamento é sempre perigoso, porque o que a gente julga é o
passado”
"Amigo, pra mim, é só isso: é a pessoa com quem a gente gosta de
conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de
estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou - amigo - é
que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê é que é."
"sertão é o sozinho, sertão é dentro da gente, sertão é sem lugar"
" O importante e bonito do mundo é isto:que as pessoas não estão
sempre iguais,ainda não foram terminadas - mas que elas vão
sempre mudando.Afinam ou desafinam. Verdade maior,É o que a
vida me ensinou."
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