JULGAR
JULGAR
BÍBLICO:
 Ama-se Deus no próximo. (1Jo 4,20).
 Salvar-se é alcançar a plenitude do amor, é entrar no
circulo de caridade que une as pessoas trinitárias; é
amar como Deus ama.
 Pecado é a recusa deste amor, à comunhão e á
fraternidade, isto é, recusa desde agora, é a recusa
ao próprio sentido da existência humana.
Pe. Valdir João Silveira Pastoral Carcerária
- CNBB/Sul-1
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JULGAR
Revelação.
O Deus da revelação cristã é Deus feito homem, daí ser o homem a medida de todas
as coisas, uma vez que Deus se fez homem.
Libertação.
O Deus do êxodo é o Deus da história da libertação. Javé é o libertador, o
gôel de Israel (Is 43,14;47,4; Jr 50,34).
Jesus.
Liberta do pecado, do egoísmo, da injustiça e tem
como objetivo: o amor, a comunhão que é a etapa
final da libertação. Livres para amar.
Pe. Valdir João Silveira Pastoral Carcerária
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• Paz é conceito básico na Bíblia. A palavra hebraica Shalom é
saudação que comunica uma paz completa, resumo de tudo de
bom que Deus quer oferecer quando faz aliança com o povo. É
um termo que aparece na Escritura 239 vezes.
• Abrange tudo: bem estar, felicidade, saúde, segurança, relações
sociais equilibradas, harmonia consigo mesmo, com o próximo e
com Deus. (Sl 85,9).
• Aparta-te do mal e faze o bem: Busca a paz e vai atrás dela. (Sl
34,15).
Pe. Valdir João Silveira Pastoral Carcerária
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Jesus Cristo e a construção da segurança publica.
• Jesus é o Príncipe da Paz, o messias anunciado pelo
profeta Isaias (Is 9,1-5).
• Não o messias poderoso, e sim o messias,
marcado pelo sofrimento, pela perseguição.
• Concepção: Jesus é concebido no ventre de uma
mulher solteira.
• Nascimento: Estrangeiro, fora da cidade e das
residências. Lc 2,6-7.
• Jesus criança: Um perigo para o rei e para a
comunidade local. Mt 2,3
Pe. Valdir João Silveira Pastoral Carcerária
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Jesus, fugitivo da policia do rei Herodes. Mt 2, 13-14,
•Jesus criança, fugindo, deixa atrás de si, um rastro de
sangue e dor. Mt 2, 17-18
•Jesus. Um adolescente rebelde. Lc. 2,42-46.
•Jesus mora em lugar suspeito. Jo 1,46
Pe. Valdir João Silveira Pastoral Carcerária
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• Vida Publica de Jesus.
• Jesus é Expulso de vários lugares.
• Sinagoga. Lc 4,28-29
• Pela população inteira de uma cidade. Lc 8,37
• O povo se reúne e pede para Jesus ir embora da cidade.
Mt 8,34
Pe. Valdir João Silveira Pastoral Carcerária
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JULGAR
•
•
•
•
•
•
•
Atentados contra a vida de Jesus.
No templo, quando vai rezar. Jo 7,19-25
Os próprios irmãos da comunidade. Jo 7,1; Jo 8,37
Pelos Escribas e fariseus. Lc.11,53-54; Mt 12,14
Pelos sacerdotes e escribas. Mc 14,1-2
Por Herodes. Lc. 13,31
Todos procuram Jesus para matá-lo. Jo 7,25
Pe. Valdir João Silveira Pastoral Carcerária
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Jesus recebe a pena capital.
A Pena de Morte em total
abandono.
 Condenado e injuriado pelos sumos sacerdotes,
escribas, anciãos e bandidos. Mt 27,39-44:
 Jesus, na cruz, sente-se abandonado até pelo Pai. Mt
27,46
 Jesus, na cruz, torna-se maldito. Gl 3,13
 Os seguidores de Jesus herdaram a maldição. Lc 6,22
Pe. Valdir João Silveira Pastoral
Carcerária - CNBB/Sul-1
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JUSTIÇA RESTAURATIVA PRATICADA POR
JESUS CRISTO
Jesus e a Samaritana (Jo 4,5-42)
Ler o texto e tentar responder:
-Quais as mudanças que Jesus
Causou na Samaritana?
* A Samaritana era 4 vezes rejeitada:
• Por ser mulher: a sociedade judaica era bem
machista. Só a mulher podia ser condenada
no caso de adultério.
• Por ser pecadora: o meio dia não é horário
para buscar água.
• Por ser estrangeira: os samaritanos eram
considerados como bastardos, mistura de
raças.
• Por ser pobre: ela mesma foi buscar água no
poço.
* Jesus: cansado, se senta na beira do poço
de Jacó.
Restauração causada por Jesus
• A saída do circulo vicioso marcado pela
tradição e as forças coletivas (v. 7-9).
“Você um judeu ... eu, uma samaritana”. Jesus disse:
“Dá-me de beber!” A reação da mulher é de
surpresa:
• “Como sendo judeu, tu me pedes de beber, a mim
que sou samaritana”.
• A mulher está insegura porque Jesus quebrou
um tabu. Um judeu não ia humilhar-se para
pedir uma ajuda a uma pecadora, só se este
estivesse na pior.
• É o confronto com a nossa miséria que nos
leva à conversão.
• A mulher estranha a atitude de Jesus porque
já tinha incorporado a tradição: judeu e
samaritano não se falam;
• Ela aceita seu papel, sua “Persona” (mascara)
em função do que os outros esperam dela.
• Jesus quebra o seu papel de judeu e obriga a
mulher a se questionar na sua situação de
samaritana. Jesus não vê nela simplesmente
uma “samaritana”.
O dom de Deus: “água viva”- Oferta de
uma nova vida (v.10).
• Jesus propõe uma água que corre, não mais uma água parada.
É isso o dom de Deus.
• O dom de Deus é o próprio Jesus.
• A intervenção de Jesus marca um salto qualitativo. Jesus quer
que a mulher descubra que ele não é simplesmente um
judeu, mas o dom de Deus capaz de dar água viva.
• Isso a mulher não consegue entender.
C. Rompeu com a tradição: “Você é maior
que o nosso pai Jacó” (v.11-14 c 5-6).
 Jacó é considerado o pai dos samaritanos. Ele
representa a tradição. O poço indica a descida
na profundeza da origem religiosa. Por isso, a
mulher pergunta se Jesus é maior do que o pai
Jacó.
• O poço, a água soa símbolos materiais e
representam a origem.
• Em todas as culturas “os pais” significam a Lei,
a Ordem, a Consciência.
• A pergunta da mulher: “Você é maior que o
nosso pai Jacó”, revela a crise de valores
sentida por ela.
• Não é por acaso que o encontro se realiza no poço
de Jacó que representa para a mulher a fonte dos
valores que ela tinha até agora. Ela se questiona:
“Será que este judeu é uma nova fonte da qual posso
viver?”
• Por isso, os versículos 13-14 respondem bem o que
procura a mulher. “Aquele que bebe desta água que
eu lhe darei, nunca mais terá sede. Pois a água que
eu lhes der, tornar-se-á nele uma fonte de água
jorrando para a vida eterna”
D. Desejo da nova fonte de vida (v. 15)
• A samaritana começou a alimentar o desejo de uma
água (de uma fé) capaz de satisfazer plenamente A
água (a fé) do poço de Jacó não consegui satisfazê-la
porque precisava tirá-la todos os dias e necessitava
de esforço.
• A mulher pede nesse versículo 15, o que Jesus tinha
proposto que pedisse no versículo 10.
• Assim termina a 1ª parte. A samaritana
descobre que precisa sair do seu
“egocentrismo”, da sua “persona”, do seu
papel no que estava trancada para descobrir
seu verdadeiro “ego”.
• É dentro de nos, que encontramos o caminho
do místico. (Para que viemos a este mundo?
Qual a nossa finalidade aqui?)
E. A mudança na mentalidade da vida: a
sexta-hora (v. 6,16-19).
 Quando Jesus disse: “Vai, chamar teu marido”,
ele provocou a mulher para reconhecer o lado
escuro da sua vida. Ela o reconhecer, no
entanto, só parcialmente quando disse: “Não
tenho marido”, escondendo que já teve 5
maridos. Jesus a questiona para obriga - lá a
reconhecer toda a verdade.
• Só quem aceita reconhecer o seu lado obscuro
e confessar o seu lado escuro é capaz de fazer
a experiência da água viva. Não adianta
esconder alguma coisa a si mesmo ou ao
confessor.
• O reconhecimento da lado escuro da nossa
personalidade é o inicio da cura e o primeiro
passo para a “individuação” .
• A mulher não vê mais em Jesus um judeu, mas
um profeta (v. 19) e mais tarde o messias
(v.25) e finalmente o salvador (v.42).
• O fato que a mulher reconhece Jesus como
profeta e que ela aceita exercer ela mesma
este papel para com os samaritanos, prova
que começa a descobrir no seu caminho a
liberdade e a iniciativa própria.
F. O encontro com Deus (v.20): o símbolo
unificado.
• “Deus se encontra no mais interior de si
mesmo. Deus interior intimo” como disse S.
Agostinho.
• Só pode encontrar Deus quem para de
apresentar aos outros a si mesmo.
• A mulher só foi capaz de fazer uma pergunta
sobre Deus, após ter aceito seu lado escuro. A
descoberta de Deus se faz a partir do
conhecimento do seu ego mais profundo.
• A partir do v. 20, a mulher começa a ter
iniciativa do diálogo. Pela primeira vez ela faz
uma pergunta e a resposta é no mesmo nível.
 Agora a mulher é capaz de se confrontar com
sua própria tradição.
• No versículo 25, a mulher manifesta o desejo de
encontrar Cristo, aquele que não somente lhe
revelou seu lado escuro, como o fez Jesus, mas
aquele que é capaz de revelar “tudo”.
• A mulher ainda pensa de maneira dualista: adorar
em Jerusalém ou em Garizim? Jesus fala que precisa
rezar em espírito e verdade. Ele acaba deste jeito
com qualquer dualismo. Refaz a unidade entre o
humano e o divino, entre o espírito e a carne.
 Quando Jesus diz: “Sou eu, que falo
contigo”, isso significa, para a mulher
samaritana, o encontro com Cristo na sua
plenitude e a realização plena na sua
personalidade.
G. Mensageira para o povo (v. 28-30)
• A mulher abandona a sua jarra, porque descobriu
uma outra “água”.
• A água do poço (religião de Jacó) já não a satisfaz
mais. Ela descobre a água viva: Jesus é o Messias.
 A volta para a cidade, mostra uma mulher bem
diferente. Agora, não é mais uma mulher que segue
um papel coletivo, mas alguém que tem sua própria
personalidade.
CONCLUSAO.
• Na metade de sua vida, uma mulher
experimenta uma mudança radical
na qual o seu passado se torna
consciente e na qual seu futuro se
orienta radicalmente para Cristo
 O texto da samaritana é um texto de Justiça
Restaurativa praticada por Jesus Cristo, de
restauração integral. Mudança não so exterior, mais
de mente, de nova visão da sua cultura, da sua
religião. Mudança de alguém prisioneira do pecado,
escrava das limitações imposta pela cultura, religião
e sociedade. Restaurada das condições de mulher,
pobre, estrangeira e pecadora. Agora, restaurada já
não precisa esconder-se sob o sol do meio dia. Ela
agora, restaurada, torna-se restauradora de outras
pessoas, vai anunciar que encontrou o Messias. A
água viva que jorra para sempre.
 Enquanto a religião se resume simplesmente a
formas externas e a função religiosa não leva a
uma experiência intima de Deus, não
acontece nada de fundamental.
 Quem não compreende isso, pode ser doutor
em teologia, mas de religião não entende
nada e menos de educação.
Salmos 42 (41)
Salmo 42
•
Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim a minha
alma anseia por ti, ó Deus! 2 A minha alma tem sede de Deus,
do Deus vivo; quando entrarei e verei a face de Deus?3 As
minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite,
porquanto se me diz constantemente: Onde está o teu Deus? 4
Dentro de mim derramo a minha alma ao lembrar-me de como
eu ia com a multidão, guiando-a em procissão à casa de Deus,
com brados de júbilo e louvor, uma multidão que festejava.5
Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas
dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela
salvação que há na sua presença.6 ó Deus meu, dentro de mim
a minha alma está abatida; porquanto me lembrarei de ti desde
a terra do Jordão, e desde o Hermom, desde o monte Mizar.7
Um abismo chama outro abismo ao ruído das tuas catadupas;
todas as tuas ondas e vagas têm passado sobre mim. 8
Contudo, de dia o Senhor ordena a sua bondade, e de noite a
sua canção está comigo, uma oração ao Deus da minha vida. 9 A
Deus, a minha rocha, digo: Por que te esqueceste de mim? Por
que ando em pranto por causa da opressão do inimigo? 10
Como com ferida mortal nos meus ossos me afrontam os meus
adversários, dizendo-me continuamente: Onde está o teu
Deus?11 Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te
perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o
louvarei, a ele que é o meu socorro, e o meu Deus.
Após sua recuperação, que durou semanas, João Paulo 2º se
encontrou com Mehmet Ali Agca, turco que tentou matá-lo.
Enquanto esteve preso na Itália, o papa visitou Agca duas
vezes - a primeira delas em 1983, quando o perdoou.
COMO VOCÊ REAGE QUANDO
OFENDIDO?
• As atitudes são formas distintas de
comportamento que refletem
estados emocionais, de pensamento
e de vontade.
• Apresentamos oito atitudes para ver
com quais delas você mais se
aproxima.
• 1. Submissão: Aceitação passiva
do insulto, submetendo-se à
crítica ou atitude reprovadora do
ofensor, criando justificativas
auto desqualificadoras e
humilhantes como, por exemplo:
“Eu mereço isso” ou “É culpa
minha”.
• 2 Negação: Exclusão
consciente da lembrança
de idéias ou sentimentos
associados à ofensa
sofrida; empreendimento
de esforços para “esquecer
o assunto”.
• 3. Reação hostil: Predisposição para
reagir imediatamente com violência,
atacando o agressor da mesma
forma; uma atitude primitiva que
pode não deixar ressentimentos em
relação ao sujeito, mas
provavelmente agrava o conflito com
a pessoa que sofre o ataque
emocional.
• 4. Vingança: “Olho por olho e dente por
dente”. Busca intencional de vingança e
planejamento para executá-la, tentando
dar ao ofensor a mesma ou até maior
punição do que o agravo sofrido. Isso
também é diferente da primeira atitude,
na qual a reação não é imediata. Muito
tempo pode passar antes que a
retaliação tenha lugar.
• 5. Ressentimento: Tendência de reter
sentimentos de ira e ódio, lembrando-se
freqüentemente da afronta sofrida,
mantendo comportamentos de
animosidade e rancor para com a parte
culpada, sem realmente praticar atos
diretos de vingança, como na reação
vingativa já mencionada.
• 6. Explicação: Enfrentamento
do faltoso na busca de uma
explicação, justificativa ou
motivo para a ação, a fim de
superar a discórdia mediante o
diálogo; “esclarecer as coisas”.
• 7. Perdão: Essa atitude
também se centraliza na
comunicação, mas busca a
compreensão para esclarecer
satisfatoriamente as causas da
controvérsia; a pessoa cerra as
portas a ações hostis, vingança
ou rancor.
• 8. Reconciliação: Superar a
discórdia mediante o diálogo e
com disposição perdoadora,
assim como ocorre nas duas
atitudes precedentes, mas com a
intenção de reavivar os laços de
afeição com o ofensor, a fim de
restabelecer o bom
relacionamento.
Refletir em grupos
•
Cada grupo deve ter um coordenador. Cada grupo deve ter um relator que anote as respostas dos
participantes, represente o grupo no plenário e entregue uma cópia das respostas na Secretaria. O
Grupo deve responder às perguntas).
• O que significa a comunidade viver a exemplo de
Jesus? Em que isso ajuda a construir segurança
pública?
•
• Em que e como a prática de Jesus ajuda a
construir segurança pública?
•
• De que modo as comunidades de seguidores de
Jesus são fermento de sociedades seguras?
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