Julho/2013 Ano 36 - nº 325
NA PRÁTICA
A gestão na saúde e
seus remédios
CONHECIMENTO
Quem precisa de
caixa para pensar?
Como os
administradores
podem atravessar a
turbulência de uma
crise social, política e
econômica
visão global,
a marca da administração
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www.crasp.gov.br/
Editorial
Quem não esquece constrói um
País melhor
construção de um País diferente – com trabalho,
competência e memória. Acredito que o primeiro
passo seja o de manter o olho aberto, a vigilância
sobre cada aspecto da nossa política e economia.
E cabe a cada um de nós influenciar decisões através de contribuições substantivas para aqueles que
elegemos como nossos representantes no governo,
nossos vereadores e deputados. É hora de exigir e
convergir.
No antigo mundo grego, a palavra convergência
podia ser traduzida como o caminho seguro para
evitar o caos e conquistar o êxito. No Brasil dos
dias atuais, as circunstâncias renovam a abordagem: chegou a hora das forças vivas da sociedade
buscarem o entendimento alicerçado nos pontos
de convergência que levem a uma efetiva mudança.
“Cada um de nós sabe
que sensibilizar políticos e
autoridades não é tarefa fácil”
MARCELO MARQUES
O Brasil vive um dos momentos mais ricos de
sua história. Depois de décadas deitado no berço
nem tão esplendido do conformismo, foi necessário que a população acordasse e ganhasse as ruas.
Estamos presenciando um espetáculo que marcará
nosso tempo, resultado de um esgotamento vindo
de várias direções. Porém, cada um de nós sabe
que sensibilizar políticos e autoridades não é tarefa
fácil. Por isso, de forma alguma podemos permitir
que o trem da mudança passe sem que algumas
coisas sejam definitivamente conquistadas.
Mudar este quadro é um desafio colossal. Vai
exigir coragem. Contudo, é inescapável deixar de
alterar, de alguma forma, o cenário político. Estudantes, trabalhadores e outros agentes sociais
sabem disso e levantaram-se com uma vasta e indispensável relação de exigências, procedimentos
e processos mais claros, éticos e eficazes da administração pública em todos os seus aspectos.
Ainda que o passar dos dias indique algo menos
promissor ou até uma certa acomodação não há
mais como cair no esquecimento. Em outras palavras: quem não esquece constrói um País melhor!
Não devemos esmorecer em relação àquilo que
ainda não foi conquistado, por exemplo, a Reforma
Política – independente da realização ou não de um
plebiscito – não podemos perder o foco e o entendimento de que é, sim, fundamental. O debate em
torno do tema deve prosseguir. Da mesma forma
como se devem estabelecer padrões de conduta
aos nossos homens públicos. A pressão popular,
dentro dos limites democráticos, será fundamental
para que esse verdadeiro processo de “educação
política” funcione de verdade.
Importante também é saber que a mesma retidão
ética que exigimos dos políticos, deve ser aplicada
no cotidiano de cada trabalhador, em cada ambiente profissional e familiar. Vamos continuar a
Adm. Walter Sígollo
Presidente do Conselho
Regional de Administração
de São Paulo - CRA-SP
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Administrador Walter Sigollo
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Vice-presidente de Planejamento
SOROCABA
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18047-620 - Sorocaba - SP
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A importância
de uma gestão
profissional na
área da saúde
getty images
Sumário
3 Editorial
ão
Administraç
hospitalar no
rumo certo
em Na Prática
6 Perfil
Administrador Guilherme Rossi,
presidente da GR Properties
getty images
Pensar fora da caixa
pode ser muito mais
do que um clichê
em Conhecimento
10 Capa
Olho do furacão
Quais os reflexos das incertezas
políticas e econômicas no cotidiano
da administração
16 Conhecimento
Dentro ou fora?
Pensar fora da caixa pode não ser
suficiente
GETTY IMAGES
Momento de crise exige
administrador forte
em Capa
22 Na Prática
Administração na saúde
A gestão de hospitais no rumo certo
26 Estilo
Tempo perdido
Redes sociais como vilãs da
produtividade
30 Notícias
Administrador Emérito e pesquisa
34 Opinião
Adm. Roberto Araújo da Silva
Perfil
MARIA CECILIA STROKA
por Gilberto Amendola
O administrador homenageado Guilherme Rossi ao lado de seus pais, Hilda Maria Rossi e o empresário João Rossi
A marca da juventude
Homenageado com a distinção Administrador Destaque, concedida pelo
CRA-SP, Guilherme Rossi, sócio-fundador da GR Properties, fala nesta
entrevista sobre o momento do País e a distância entre os cursos de
administração e a realidade profissional
G
uilherme Rossi nunca esperou que o seu
sucesso fosse entregue de bandeja ou
emoldurado pelo peso do sobrenome. Filho de João Rossi, e herdeiro da Rossi, uma
das maiores construtoras do País, decidiu abrir seu
próprio negócio, a GR Properties, incorporadora e
administradora de galpões de logística. “Eu podia
ter o mesmo padrão trabalhando com o meu pai.
6
Eu estou aqui pelas realizações, por participar da
economia do País e pelas coisas que importam de
verdade”.
Aos 33 anos, as coisas que importam de verdade
na vida de Rossi passam pelo prazer do trabalho e
o desafio de novos objetivos. Embora não se considere um workaholic, ele diz nunca tirar mais de
10 dias de férias. “Faz parte do meu estilo de vida.
Mas acredito em tempo livre, em tempo para oxigenar o cérebro e ter novas ideias”. Entre os seus
sonhos está a criação de um curso universitário
voltado ao mercado imobiliário. “Esse profissional
tem que conhecer arquitetura, engenharia, administração, finanças, direito... Falta esse profissional
no mercado. Acho que essa seria a minha forma
de contribuir com a sociedade”.
Aliás, a questão acadêmica é um tema de grande
relevância para Rossi: “Os cursos de administração
estão antiquados. A vida real é muito mais espinhosa. Em linhas gerais, o curso de administração
não te ensina a trabalhar. Ensina coisas técnicas,
mas não ensina o cotidiano”.
Como empresário, se diz preocupado com o futuro do País, mas garante que o seu jeito de manifestar indignação é bastante diferente do que se
tem visto nos últimos meses: “Eu me manifesto
trabalhando, pagando meus impostos e estando
dentro da lei. Meu jeito de me manifestar é dando
um bom exemplo”, garante.
RAP: Qual a sua opinião sobre esse período de
turbulência política e social do País?
Guilherme Rossi: Acredito que mais eficiente do que
esses protestos seria uma fiscalização minuciosa da
administração pública. Hoje, por exemplo, as pessoas
precisam exigir que os orçamentos de suas cidades
permaneçam totalmente acessíveis na internet. O
tempo inteiro. Acho que a fiscalização é a arma mais
importante contra vários desses problemas que estão sendo colocados pela sociedade. Eu também me
manifesto. Só que o meu modo de me manifestar é
outro. É trabalhando, pagando meus impostos e estando dentro da lei. É, basicamente, dando exemplo.
RAP: Mas esse clima de instabilidade tem prejudicado os negócios?
Guilherme Rossi: Preocupa. Afugenta novos investidores, novos inquilinos para os nossos galpões. Tem
outro ponto: atrapalha um pouco nossa logística interna. Digo isso em relação às manifestações de rua
e os bloqueios em estradas. Fica mais difícil marcar
reuniões, atender clientes, visitar obras... Isso tudo só
complica os nossos já existentes gargalos de infraestrutura. Por exemplo, os preços dos galpões perto de
São Paulo são altos porque temos pouca infraestrutura
de acesso. Para compensar os custos do terreno, por
exemplo, temos que verticalizar os galpões.
RAP: Neste contexto de alta do dólar, queda do
PIB e outros indicadores econômicos preocupantes, você se sente pessimista?
Guilherme Rossi: Não. Como trabalhamos com
aluguel de galpões para logística, atendemos muito
e-commerce. Um mercado que tem crescido de 20
a 30% ao ano. Ele não é tão sensível ao dólar ou,
por exemplo, a taxa Selic. O fato é que quem vende
pela internet precisa alugar um galpão. Existe uma
demanda por novos galpões, por armazenagem e
distribuição daquilo que é vendido pela internet.
Hoje, só 5% da venda do varejo no Brasil é feita pela
Internet. Nos EUA, são quase 10%. Temos um caminho para crescer. No futuro, os shoppings serão
totalmente voltados aos serviços, praças de alimentação, cinemas. Ou seja, no futuro, o comércio será
online. O meu tipo de negócio pode responder as
questões de como realizar essas entregas e como
entregar esses produtos. Além dos galpões, também
estamos no mercado imobiliário. Pense comigo, todas as atividades do mundo estão conectadas ao
mercado imobiliário...
RAP: Se tudo depende do mercado imobiliário,
o fantasma de uma bolha no setor pode tirar o
sono do empresariado?
Guilherme Rossi: Não acredito em uma bolha
especulativa no Brasil. Aqui, os juros ainda são razoavelmente altos. Nos Estados Unidos e na Europa,
os juros são baixos e as pessoas tentam ganhar
dinheiro de outro jeito. Especulando com imóvel,
por exemplo. Além disso, lá é mais fácil comprar
um imóvel para especular. Aqui, você precisa comprovar crédito, dar uma entrada grande... No Brasil,
as pessoas compram imóveis realmente para morar
ou, talvez, um imóvel comercial para alugar. Na
Europa, a população é envelhecida. Não tem tanta
compra de imóvel. Aqui, a população é jovem. Tem
muita gente querendo comprar seu primeiro imóvel. Quando tem demanda real, não tem bolha.
RAP: Ao entrar no mercado imobiliário, você
não se tornou um concorrente direto do seu pai?
Guilherme Rossi: O mercado é muito grande. Em
São Paulo são cerca de 300 empreendimentos por
ano. Eu faço dois. O mercado só compete de fato
com produtos que são lançados no mesmo dia, na
mesma região e com as mesmas características.
Ainda assim, tem cliente para todo mundo.
7
Perfil
MARIA CECILIA STROKA
para a empresa engrenar, gerar receitas e as contas
se equilibrarem.
"Montei a empresa para responder a seguinte pergunta: o que
quero da minha vida?"
RAP: Você poderia trabalhar com o seu pai, em
uma empresa já consolidada. Como foi a decisão de
montar a GR Properties?
Guilherme Rossi: Tem a ver com meu estilo de
vida. Eu não montei a empresa para os outros, montei pra mim. Montei a empresa para responder a
pergunta que me faço todos os dias: “o que eu quero
da minha vida”?
RAP: E o que você quer da sua vida?
Guilherme Rossi: Não é só dinheiro. Eu podia ter o
mesmo padrão trabalhando com o meu pai. Eu estou
aqui pelas realizações, por participar da economia do
País, pelas coisas que importam de verdade.
RAP: Hoje, a GR Properties está com 5 anos de
mercado. Como foi o seu começo, o primeiro ano?
Guilherme Rossi: Tive que ter muita fé. Tive que
acreditar que eu estava posicionado, que eu tinha uma
boa formação, conhecia pessoas, tinha capital e podia
correr alguns riscos. Eu tinha um plano e segui esse
plano, sem muita mudança. Demorou um ano e meio
8
RAP: Como um administrador tão jovem pode
deixar sua marca no mercado?
Guilherme Rossi: Em empresas maiores, você só
alcança um cargo importante depois dos 40 anos.
Antes disso, como foi o meu caso, você tem demontar sua empresa do zero. E tentar entrar num
ramo em expansão. Se você fizer mais do mesmo,
não adianta. Tem de ser mais ágil, melhor, mais
correto, inteligente, trazer custo benefício aos seus
clientes. A questão não é inventar a roda. Fazer um
trabalho bem feito em um ramo que já existe, com
demanda, investimento e mercado pode ser mais
interessante. Por a mão na massa é o jeito de ter
sucesso e deixar sua marca.
RAP: Seu estilo é muito diferente do estilo de
administração da geração do seu pai?
Guilherme Rossi: Enxergo diferenças. Minha geração mexe com computadores desde criança. Minha
geração faz mais coisas com menos tempo e com
menos recursos. A geração anterior de administradores não utiliza todas as ferramentas possíveis.
Eles ainda têm uma desconfiança. Ainda pensam
em empresas nos moldes antigos. Antigamente,
só os mais velhos tinham cargos altos, existia um
plano de carreira mais definido... Você tinha que
ficar 5 anos como analista, depois virar gerente, pra
depois virar diretor, virar vice-presidente e por aí
vai. Não que eu ache ruim. Mas o mundo hoje não
é assim. A mobilidade das pessoas nas empresas
precisa ser mais dinâmica. Nisso, nossa geração é
bastante diferente. Hoje, por exemplo, as pessoas
não precisam só se pautar por trabalhar em grandes corporações. Elas podem abrir seus próprios
negócios ou atuar em empresas mais enxutas. Claro,
desde que estejam dispostas a correr riscos, perder
tudo e trabalhar muito mais do que um funcionário
padrão. Eu pessoalmente acredito que as empresas
pequenas e médias precisam ser mais criativas do
que as grandes. Não podem errar. Tem que conhecer o mercado, atender bem os clientes. São lugares
bons de trabalhar por isso.
RAP: Você enxerga uma distância muito grande
entre o que é ensinado nas faculdades de administração e a realidade do trabalho?
Guilherme Rossi: Os cursos de administração estão
antiquados. A vida real é muito mais espinhosa. Em
linhas gerais, o curso de administração não te ensina a
trabalhar. Ensina coisas técnicas, mas não ensina o cotidiano. Acho que muita coisa poderia ser apresentada
na prática. Desde como você deve encaminhar uma
reunião, como se apresentar, como organizar uma
agenda, resolver problemas, lidar com pessoas. Sim,
aprender psicologia e contabilidade é necessário. Mas
as aulas precisam ser mais práticas e menos teóricas.
Hoje, as aulas são 90% teóricas. Um grande exercício
seria incentivar os alunos a montar uma empresa.
RAP: Essa diferença entre teoria e prática afeta
a qualidade do profissional que está chegando ao
mercado?
Guilherme Rossi: Tenho amigos que chegam aqui
com uma ideia, mostram fotos, power points... Mas aí
eu pergunto: esse negócio vai faturar quanto, quanto
você vai ter que investir, qual o tamanho da equipe que
você vai precisar ter, quanto tem que treinar, quanto
está disposto a perder e por quanto tempo para manter a sua empresa em pé? Olha, as pessoas vão embora
daqui chateadas, passam por um terremoto. Mas é
assim que tem que ser...
RAP: Você é do tipo centralizador ou mais um
distribuidor de tarefas?
Guilherme Rossi: Os dois. Tem momentos que
você precisa olhar o pingo do i. No outro, precisa
delegar e dar liberdade. Tenho que saber dosar.
Não existe um só perfil. O administrador tem que se
moldar ao momento da empresa e a cada circunstância. Na minha empresa, o que é que eu faço?
Um dia por semana, eu dedico ao controle e planejamento interno. Toda segunda-feira, reviso todas
as áreas e falo com seus gestores, defino missões e
delego tarefas. Tento ter o maior tempo livre possível. Tempo livre para atender clientes especiais,
ver terrenos, pesquisar e... não fazer nada. Almoçar
tranquilo, fazer esportes...
RAP: Você não é um workaholic?
Guilherme Rossi: Olha, eu gosto de trabalhar.
Não tiro mais de 10 dias de férias, mas não sou um
workaholic. Isso não dá certo. Tem que trabalhar 8
horas por dia, ir embora, ter momentos livres. Isso
melhora o ambiente de trabalho, oxigena o corpo e
a mente.
RAP: Sua empresa aplica processos de inovação
com regularidade?
Guilherme Rossi: É um tema constante. Nós acompanhamos as concorrentes do mercado - até em outros
setores. Tem um ditado americano que diz que “varejo
é detalhe”. Meu ramo não é varejo, mas o conceito
também é aplicável.
RAP: Como você enxerga as questões ligadas a
economia verde e o seu negócio?
Guilherme Rossi: Meus galpões são certificados ou
estão em processo de certificação pelo selo Leed, da
U.S Green Building Council, uma ONG que promove
a construção e manutenção de edifícios sustentáveis.
Hoje, as empresas que vão alugar estão preocupadas com essa questão. Um galpão sustentável é um
investimento. Se o imóvel está dentro de padrões de
sustentabilidade, você pode recuperar o seu investimento na operação do imóvel, gastando menos água,
luz e energia.
RAP: Os galpões são uma saída para quem quer
investir?
Guilherme Rossi: Sim. O galpão tem demanda mais
firme do que os escritórios. Um escritório pode ser
alugado e ”desalugado” em momentos de crise. Galpões, não. Com ele, você tem o lastro imobiliário e a
renda do aluguel. A demanda por galpões de logística
é maior que o crescimento do País.
RAP: Como Você imagina o futuro da sua empresa?
Guilherme Rossi: Além dos galpões, vamos investir
em empreendimentos de alto padrão e bem localizados. Também quero incrementar nossa parte de
serviços e administrar condomínios. Acredito que a
terceirização imobiliária é uma alternativa para diversificar nossos negócios. Não me proponho a ser
a maior empresa, mas me proponho a ser a melhor.
RAP: Tem algum outro sonho além daqueles que
você pode realizar na GR Properties?
Guilherme Rossi: Ainda quero criar uma universidade específica para o mercado imobiliário. Gostaria
de ajudar na formação de profissionais que trabalhassem em incorporações imobiliárias. Esse profissional
tem que conhecer arquitetura, engenharia, administração, finanças, direito.... Falta esse profissional no
mercado. Acho que essa seria a minha forma de contribuir com a sociedade.
9
Capa
por Gilberto Amendola
As manifestações nas
principais cidades do
Brasil e uma série de
incertezas econômicas e
políticas criaram novos
desafios às empresas e
administradores
10
Cautela e pressão
Para o administrador Alfredo Setúbal,
vice-presidente executivo e diretor de Relações com Investidores do Itaú/Unibanco, o
momento é de cautela. “Você vai encontrar
variáveis que irão afetar o câmbio. Aliás, a
volatilidade do câmbio veio para ficar. As
empresas precisam estar atentas a essa
mudança de patamar”, diz. Setúbal prevê
dificuldades para o mercado financeiro e
prega o cuidado no planejamento de vendas e gestão de caixa. “O ambiente político
e econômico pode continuar complicado
por muito tempo. Não podemos esquecer
"O ambiente político
e econômico pode
continuar complicado por
muito tempo"
Administrador Alfredo Setúbal, vice-presidente executivo
e diretor de relações com investidores do Itaú/Unibanco
que ano que vem é um ano de eleição... E,
além das questões nacionais, ainda temos
o quadro de incertezas na China, Europa
e no próprio Estados Unidos. Agora, é a
hora de repensarmos toda a nossa gestão de caixa e investimentos. A inflação
subiu muito. A sociedade está
se sentindo pressionada
com ela. Isso ainda
pode gerar muitos
protestos pelo
País”.
Já o sócio-diretor da
consultoria
KPMG, a d ministrador
Sidney Ito,
afirma que o
País vive um
momento de antagonismo em relação às expectativas
externas e a percepção
interna. “No exterior, ainda
somos vistos como um País
que pode atender a demanda
de crescimento mundial – isso
porque ainda se acredita que países como o Brasil, o México, a
Coréia do Sul, a Rússia e a
Índia compensariam a
falta de crescimento
dos EUA, da
Europa e da
China. Agora,
internamente, nossa
percepção é
DIVULGAÇÃO
O
s protestos que se espalharam pelo País nos últimos
meses tiveram como estopim o preço das passagens
do transporte público. Mas,
em pouco tempo, o coro dos
descontentes foi ganhando novas vozes.
Na pauta, a deficiência dos nossos serviços,
problemas na educação, saúde e um basta
na corrupção. Durante as manifestações,
a linha entre indignação e vandalismo foi
cruzada diversas vezes. As principais capitais ficaram em polvorosa, bem como os
seus respectivos governantes.
Em cadeia de rádio e TV, a presidente
Dilma Rousseff propôs uma reforma política, falou-se em plebiscito e austeridade
com os gastos públicos. Ao mesmo tempo,
o noticiário econômico falava em queda
do PIB, aumento da taxa básica de juros
e de uma alta expressiva do dólar – que
chegou a custar 2,27 reais (a maior alta
em 4 anos).
Ou seja, até o mais otimista e menos
alarmista de todos sabe que o País está
vivendo um momento turbulento. Ninguém (e nenhuma categoria profissional)
vai passar ao largo desta história. A RAP
aprofundou-se no tema e foi buscar indícios de quais serão os impactos e reflexos
para os administradores neste delicado cenário social e político. Mais do que isso:
qual deve ser a postura do administrador
em uma época de incertezas?
11
Capa
diferente: a queda do PIB, as turbulências
sociais e econômicas criaram um campo
de desconfiança”.
Essa diferença de percepções pode,
segundo Ito, gerar uma série de problemas em termos administrativos. Para
ele, quem administra grandes empresas
(multinacionais) pode enfrentar pres-
Administrador Sidney
Ito, sócio-diretor da
consultoria KPMG
"O administrador não
pode cair na armadilha
dos números maquiados"
sões da matriz para compensar o crescimento tímido de seus países de origem.
“É nessa hora que o administrador não
pode cair na armadilha dos números
maquiados e informações fraudulentas.
A pressão por decisões ousadas podem
levar ao erro”, diz Ito.
Gerenciamento de risco
A expressão que não deve sair da cabeça dos administradores em momentos
como esse é “gerenciamento de risco”.
Como manter o fluxo de caixa, o poder
de inovação e os parâmetros de uma boa
administração em um período de tantas
incertezas. “Cortar custo também é cortar
conhecimento. Muitos cortes podem levar
ao colapso de uma empresa. Felizmente,
existem outros fatores que podem ser
controlados, como encontrar e investir
em suas vantagens competitivas, buscar
novos mercados e, é claro, continuar perseguindo inovações dentro da própria
empresa”, afirma Ito. “Basicamente, o administrador precisa se adaptar a qualquer
circunstância”, completa.
O especialista em Planejamento Estratégico, administrador Marcos Morita,
pede atenção ao ambiente externo e às
estratégias: “O administrador deve estar
atento ao momento, verificando de que
maneira isto pode afetar o ambiente de
negócios no qual está inserido. Há que se
tomar cuidado também para não tentar
pegar ‘carona’, o que poderia soar falso à
imagem da empresa. Em suma, o administrador neste momento deve ter em mente
a máxima de que: o ambiente é quem dirige a estratégia, que, por sua vez, molda
a organização”.
DIVULGAÇÃO
A voz das ruas
12
Não são apenas os problemas econômicos que podem refletir dentro das empresas. Os protestos de rua também trazem
grande impacto para o cotidiano dos administradores. “Sim, eles (os protestos)
podem atrapalhar as empresas no curto
e médio prazo, seja devido à queda de pro-
Você é a favor ou contra um plebiscito sobre reforma política?
Em resposta às manifestações, a presidente
Dilma Rousseff sugeriu a realização de um
plebiscito sobre reforma política. Dilma colocou em pauta cinco temas: Financiamento de campanha, sistema eleitoral, suplência no Senado, coligações partidárias e voto
secreto no Senado. Embora o Congresso
tenha rejeitado a proposta do plebiscito,
o CRA-SP perguntou aos seus registrados
se eles seriam contra ou a favor da consulta popular. Perguntamos também quais
tópicos sugeridos pela presidente (mais a
possibilidade ou não de reeleição) seriam
apoiados pelos registrados:
16%
16
Contra ou a favor do plebiscito?
49% 51%
A FAVOR
CONTRA
19 %
%
Quais temas
deveriam fazer parte do
plebiscito?
(Entre os que se declararam a
favor de um plebiscito)
16
19 %
%
14%
FINANCIAMENTO DE CAMPANHA
SISTEMA ELEITORAL
MANUTENÇÃO DA SUPLÊNCIA PARA SENADOR
FIM DO VOTO SECRETO EM DELIBERAÇÕES DO CONGRESSO
MANUTENÇÃO DE COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS PROPORCIONAIS
FIM DA REELEIÇÃO
Relatório da ONG Transparência Internacional aponta
que os brasileiros:
81%
72%
70%
ACREDITAM QUE OS
PARTIDOS POLÍTICOS SÃO
CORRUPTOS
ACREDITAM QUE O
CONGRESSO É MAIS
CORRUPTO
ACHAM QUE A POLÍCIA É A
INSTITUIÇÃO MAIS
CORRUPTA
55%
ENXERGAM CORRUPÇÃO
NOS SERVIÇOS MÉDICOS E
DE SAÚDE
50%
PENSAM QUE O
JUDICIÁRIO É MAIS
CORRUPTO
13
Capa
PESQUISA REALIZADA PELA PWC CONSULTORIA
Até que ponto a sua organização está bempreparada para lidar com os seguintes cenários, se
eles ocorrerem nos próximos 12 meses? Qual deles
teria um o maior impacto negativo nos negócios:
ATAQUE CIBERNÉTICO OU
OUTRA INTERRUPÇÃO
IMPORTANTE DA INTERNET
71%
62
%
53%
58%
UMA RUPTURA NA
ZONA DO EURO
14
2
A Câmara rejeitou a
PEC 37 – proposta de
emenda a constituição
que reduzia os poderes de
investigação do Ministério
Público.
3
O Senado aprovou projeto
que transforma corrupção
em crime hediondo.
4
Solicitação de informações
sobre todos os voos da
FAB desde 2010 (políticos
estavam usando os voos
da FAB para assuntos particulares).
5
Mesmo sem plebiscito, a
Reforma Política entrou na
pauta do Congresso.
6
Um debate mais aprofundado sobre a possível
destinação de 75% dos
royalties do petróleo para
a educação e 25% para a
saúde.
53%
AGITAÇÃO SOCIAL
IMPORTANTE NO PAÍS EM
QUE VOCÊ ESTÁ SEDIADO
TENSÕES MILITARES OU
COMERCIAIS AFETAREM O
ACESSO A RECURSOS
NATURAIS
1
A passagem dos
transportes públicos
diminui de preço em
várias cidades.
64%
RECESSÃO DOS
ESTADOS UNIDOS
O CRESCIMENTO DO PIB DA
CHINA FICAR ABAIXO DE
7,5% POR ANO
O que mudou depois dos
protestos
UM DESASTRE NATURAL
DESATIVAR UM CENTRO
COMERCIAL/DE PRODUÇÃO
IMPORTANTE
51%
CRISE DE SAÚDE
51%
7
Em São Paulo, o prefeito
Fernando Haddad cancelou
licitação de 45 bilhões de reais para renovar concessões
de empresas de ônibus;
e o governador Geraldo
Alckmin elevou o auxílio
pago a famílias que aguardam moradia popular.
DIVULGAÇÃO
"As manifestações
trouxeram esperança
de que algo pode ser
mudado"
Administrador Marcos Morita, especialista em
planejamento estratégico
dutividade pelos dias dispensados mais
cedo, depredações e insegurança... Tudo
isso também pode reduzir o consumo. Um
empresário que tenha tido prejuízos com
as manifestações pode retardar as contratações, por exemplo. Um profissional
liberal pode ter prejuízos por pacientes e
clientes que desmarquem seus horários...”,
enumera o professor Morita.
Ainda assim, Morita não acredita que
o profissional deva se colocar contra as
manifestações: “As manifestações trouxeram esperança de que algo ainda possa ser
melhorado - apesar de todas as mazelas
a que somos submetidos diariamente. Os
jovens colocaram a boca no trombone,
como há décadas não se via. Foi bonito de
ver. Apesar, é claro, dos vândalos de plan-
tão e dos congestionamentos que tiram o
sono das grandes cidades”. Sobre possíveis
resultados, o professor é um pouco mais
cético: “Como tudo no governo, acredito
que ainda demorará muito para termos
algum retorno, porém menos mudanças
e mais transparência nas regras podem
ajudar a melhorar a confiança nos pilares
da economia”.
Mestre em administração pela FGV-EAESP e PhD em Business Administration
pela Manchester Business School, Rafael
Alcadipani alerta para o fato de que as
manifestações não são apenas contra o governo. “Bancos e concessionárias também
foram depredadas. Existe uma insatisfação
com o mundo corporativo. A sociedade
tem uma percepção que governo e empresariado são uma coisa só – principalmente
no que diz respeito à corrupção”, afirma.
Para Alcadipani, uma espécie de “caixa
de pandora” foi aberta pelo grito das ruas.
“Os altos salários dos executivos, a centralização de decisões na mão de certos
grupos de poder, a exclusão da maioria,
distribuição de renda...Tudo isso está em
jogo. Existe uma janela de mudanças, mas
não é possível afirmar se vamos aproveitar
esse momento”, diz. Além disso, a sociedade precisa ficar atenta para quebrar
aquela máxima de que algumas mudanças
são feitas apenas para que tudo permaneça no mesmo lugar. Nada de diferente
acontecer na sociedade também é uma hipótese. Hoje, honestamente, nós temos
mais perguntas que respostas”, completa.
O presidente da Rossi Residencial, João
Rossi, acredita que a resposta, que muitos
estão buscando, está justamente no trabalho do administrador. “Estamos passando
por um problema de gestão pública. O
País precisa de administradores em postos
chaves, em agências reguladoras e ministérios. Precisamos de administradores na
vida pública, profissionais com a carteirinha de boas universidades e com boa
formação intelectual. O que temos hoje é
muita gente com carteirinha de partidos.
Precisamos de técnicos”, afirma.
15
Conhecimento
por Gilberto Amendola
A verdade está
lá fora (da caixa)?
16
CREDITO
A expressão “pensar fora da caixa” virou
moda no mundo empresarial. Muita gente
tem repetido esse conceito em palestras,
cursos e encontros de negócio. Mas qual é o
seu sentido? É realmente importante sair da
“caixa” para pensar melhor?
"Você pode pensar
dentro ou fora da
caixa. Só depende do
que está procurando"
Divulgação
Alice Coutinho, diretora executiva do CEMEC
riam ficado ocultas ou turvadas
à visão de quem está preso aos
paradigmas de sua situação”.
Ainda assim, o professor sugere
que os administradores, mesmo
fora, não se afastem tanto de
suas caixas. “É importante ‘pensar fora da caixa’, mas nem
sempre é prudente afastar-se
muito dela para não perdê-la
de vista. Como diziam os soldados de antigamente, quando
as pontes eram de madeira:
‘Nunca queime as pontes. Você
pode precisar voltar por elas ao
bater em retirada’”.
Já para o administrador e
diretor-executivo da Simplez
(empresa que promove mecanismos para inovações empresariais), Rodrigo Polydora
Oliva, os administradores não
precisam ficar “fora da caixa”
para atuarem de forma inovadora. “O que eles precisam é
encontrar uma nova caixa. No
meio empresarial, a inovação
precisa representar resultados,
trazer algo concreto. A criatividade não vem das nuvens. É
preciso conhecer muito bem a
cultura da empresa em que se
está trabalhando para conseguir mudá-la ou atingir bons
resultados dentro daquela estrutura. Nem toda empresa precisa ser parecida com o Google
para ser criativa”, afirma.
JULIA GRIEBEL
S
e toda vez que alguém
diz que o importante é
“pensar fora da caixa”,
você revira os olhos de
desconfiança e tédio, não se
preocupe. A ideia por trás desta
expressão foi tão repetida que
se transformou em um desgastado clichê. Agora, o que é realmente pensar dentro ou fora
da caixa? Aliás, existe essa tal
caixa? A RAP ouviu especialistas em marketing e administração sobre a importância
de ser criativo no mundo dos
negócios.
Autor de livros sobre marketing e criatividade e professor
do curso de Administração de
Empresas do ISCA Faculdades
(Instituto Superior de Ciências
Aplicadas) e do MBA de Gestão
de Empresas de Tecnologia de
Informação e Internet da Uninove, Mario Persona, abre o
debate propondo substituir a
caixa por uma garrafa: “Nem todos que usam a expressão ‘pensar fora da caixa’ estão cientes
do que isso significa. Para muitos, o fato de ter uma ideia nova
é pensar fora da caixa. Mas essa
é uma definição muito pobre.
A expressão pode ser melhor
explorada e seu significado ficar mais evidente quando associada ao ditado: ‘quem está
dentro da garrafa não consegue
ler o rótulo’”.
No caso de quem insiste na
ideia de ‘pensar fora da caixa,
Persona também faz uma pequena advertência: “Não basta
ficar fora. É preciso também
ficar de costas para a caixa em
que você está inserido para enxergar o horizonte e as possibilidades. Só assim será possível
detectar oportunidades que te-
17
Conhecimento
"Pensar fora da
caixa é uma idéia
muito pobre. Melhor
é pensar fora da
garrafa"
Especial
DIVULGAÇÃO
Mario Persona, professor de administração de
empresas do ISCA
conceito, essa linguagem, para
quem as administra é algo difícil, mas nunca impossível. Em
pequenas empresas, as mudanças são mais bem aceitas”.
Apesar do clichê, uma das
criadoras do site Jovem Gerente, Jéssica Fleckner Robles,
acredita que pensar fora da
caixa “resume a essência de
toda boa ideia ou bom negócio”. “Pensar e fazer diferente
é o que realmente importa num
mercado cada vez mais acirrado”, diz.
Para a diretora-executiva do
Cemec (polo independente de
promoção e valorização de criatividade no mercado cultural e
da indústria), Alice Coutinho,
o conceito da caixa se perde
com muita frequência. “Você
pode pensar fora da caixa para
encontrar algumas soluções
e pensar dentro para encontrar outras”. Alice acredita que
todo o mercado está se reconfigurando e reconhecer essas
mudanças já é um passo em
direção à criatividade empresarial. “O ambiente corporativo
de grandes empresas é muito
apegado à tradição. Trazer esse
18
Seria a criatividade uma habilidade nata? Alguém nasce
criativo e, portanto, mais adaptável às mudanças do mercado?
O professor Persona tem uma
teoria: “Criat ividade é uma
postura. Pessoas habituadas a
fazer sempre o que sempre fizeram não irão querer se dar ao
trabalho de buscar por novas
ideias, pois isto as tiraria de sua
zona de conforto. O mesmo se
pode dizer dos tímidos e medrosos, pois novas ideias exigem coragem para enfrentar a
oposição e até gerar conflitos”,
diz. “Obviamente há pessoas
que são mais criativas do que
outras, mas sempre existe uma
possibilidade de se fomentar a
DIVULGAÇÃO
Como ser criativo
Alain Iny, especialista global em criatividade e cenários do Boston
Consulting Group (BCG), empresa líder mundial em consultoria de
estratégia, fala sobre pensar dentro ou fora da caixa:
Por que “pensar fora da caixa” não
é suficiente no mundo empresarial?
E como criar essas novas caixas de
pensamento?
Pensar fora da caixa é útil, mas não
suficiente. Nem sempre pensar fora
da caixa é prático. O passo mais importante é identificar o que suas caixas atuais são e, depois, desconfiar
delas. Para ser útil e prático, o processo criativo precisa resolver uma
questão ou problema que está bem
definido com antecedência, deve
respeitar os critérios e restrições específicas para garantir que as soluções sejam práticas e de implementação factível.
Você precisa se perguntar: como
eu poderia descrever a minha empresa para outra pessoa? Como
eu descreveria para alguém com 7
ou 95 anos de idade? Se eu tivesse
que olhar para os meus clientes de
forma diferente, como eu olharia?
Se eu fosse forçado a definir meus
concorrentes de forma diferente,
como eu faria isso? Questionando
seus pressupostos desta forma,
você vai identificar fraquezas competitivas, encontrar novas oportunidades, tendências emergentes e
também vai poder se reinventar e
reinventar seu negócio.
Pensar em “novas caixas” pode ser
mais prático do que ficar “fora da
caixa”?
O processo de “pensar em novas caixas” pode ajudá-lo a ser mais criativo.
Isso porque vai torná-lo consciente de seus preconceitos invisíveis
– aqueles que te puxam para a
direção errada. Pensar em
novas caixas exige um
método. Este tipo
de criatividade focada
aumenta
drasticamente
as chances de
você chegar
a algo útil.
Quais são os maiores obstáculos
para a criatividade dentro das empresas?
O nosso maior inimigo somos nós
mesmos. Ou seja, preconceitos e
pressupostos da nossa maneira de
ver o mundo. Um preconceito ou
conceito ultrapassado pode ser tão
incorporado em seu pensamento
que você nem sequer percebe que
eles estão lá. Pressupostos como,
"essa é a forma como fazemos as coisas por aqui", ou "estes são os nossos
clientes", ou "nós fazemos esses produtos”, são os maiores obstáculos
para quem quer atingir algo novo.
mundo de forma diferente, pensar
diferente e agir de forma diferente.
Por exemplo, tente olhar as coisas a
partir da perspectiva de uma criança ou de uma avó, ou alguém que
não está ao seu redor. Tente desafiar
as suas perspectivas e olhe para as
coisas de maneira nova, através dos
olhos de outra pessoa. Em segundo
lugar, pense de forma diferente, forçando-se a avançar com novas possibilidades e novos modelos mentais
que podem substituir os seus velhos
preconceitos. Em terceiro lugar,
agir de forma diferente. Deliberadamente quebrar algumas das rotinas,
como a de almoçar todos os dias no
mesmo lugar, tomar o mesmo caminho para o trabalho.... Revise seus
hábitos e tente coisas novas.
Serviço
ALAIN INY SERÁ UM DOS PALESTRANTES DO FÓRUM HSM DE
INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE
DATA
27 E 28 DE AGOSTO
LOCAL
TEATRO ALFA – HOTEL TRANSAMÉRICA: RUA BENTO DE ANDRADE FILHO, 722 – SANTO AMARO,
SÃO PAULO - SP
INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES
Como as pessoas podem ser mais
criativas?
Você pode se esforçar para ver o
SOBRE PREÇO
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19
Conhecimento
"As empresas
precisam fazer a roda
da inovação girar
constantemente"
Rodrigo Polydora Oliva, diretor-executivo da
consultoria Simplez
criatividade, até naqueles que
parecem ter nascido sem um
grama sequer dela. O segredo
está na disposição em correr
risco”, completa.
Na mesma linha de pensamento, Jéssica acredita que
as pessoas mais criativas em
seus ambientes de trabalho
são aquelas que podem imaginar sem medo e sem repressão. “Um dos principais vilões
da criatividade é a rejeição. Por
isso ensinar alguém a ser criativo é basicamente libertá-lo da
vergonha de suas ideias e estimular seus sentidos”.
O importante é que a ideia de
excepcionalidade do criativo caia
por terra. “Antigamente, o criativo era o gênio. A pessoa que
era acima da média. Hoje, esse
conceito mudou. Todo mundo
pode ser criativo, pode ter boas
ideias e encontrar boas soluções
para o seu negócio ou forma de
administração”, comenta Oliva. “A
questão é saber encontrar a cria-
A origem do termo "Fora da Caixa"
A origem do termo é controversa, mas tudo leva a crer que
foi utilizada pela primeira vez com a conotação de “pensar
livre das amarras convencionais” pelo consultor americano
John Adair em 1969. Outra versão é que a expressão teria sido
criada pelo consultor Mike Vance. Segundo ele, a expressão foi
utilizada em um treinamento realizado para o Grupo Disney –
durante a resolução de um dos mais famosos quebra-cabeças
corporativos: o de passar o lápis em todos os pontos de um
quadrado sem tirar o lápis do papel.
20
Dicas
COMO PENSAR FORA
DA CAIXA
Tenha sempre um
bloco de anotações
por perto. Você
nunca sabe quando
uma boa ideia pode
aparecer.
Ouça pessoas de
outras áreas e de
outras culturas.
Exercite a
capacidade de
enxergar através do
ponto de vista de
outras pessoas.
Livre-se de
preconceitos.
Leia livros, jornais,
vá ao cinema,
exposições e peças
de teatro.
tividade dentro de você. O empreendedor já é um ser criativo
por natureza. É preciso muita
criatividade para pensar um modelo de negócio, uma estrutura e
suas estratégias”, completa Alice.
A melhor hora
Ser criativo e obter resultados está associado ao “timing”.
Ou seja, aproveitar o momento
certo para apresentar, defender
ou implementar uma nova ideia
"Um dos principais
vilões da criatividade
é o medo da rejeição"
Jéssica Fleckner Robles, criadora do site Jovem
Gerente
em seu ambiente de trabalho.
“O arrojo é sempre importante
para que a criatividade seja
transformada em inovação,
porque este é o segundo passo
do processo criativo. Primeiro
é preciso ter a ideia, e isto envolve criatividade, mas depois é
preciso colocar a ideia em prática, o que se traduz em inovação. Por isso, cada um deve ter
bem claro em sua mente o tamanho de sua perna para saber
aonde é capaz de chegar com
o seu salto - sem cair sentado
ou acabar no buraco”, brinca
Persona.
Para a criadora do site Jovem
Gerente existem dois cenários:
“Quando tudo está ótimo para
as companhias a criatividade
deve ser utilizada de forma
aguçada, para se criar novas
formas de aperfeiçoar os processos e gestão, dando um salto
vantajoso perante aos concorrentes. Em cenários negativos
de mercado é necessário toda
cautela para gerir crises e tomar as soluções de forma eficiente. Em suma, não se deve
ser audacioso sem fundamento,
mas criativo com certeza”.
Oliva, da Simplez, não acredita que exista um “melhor
momento” para ser criativo. “O
mercado é dinâmico. As empresas precisam fazer a roda da
inovação e da criatividade girar
constantemente”, afirma.
Exemplos práticos do mundo moderno
para implantação de técnicas de gestão
Gestão da Produção
e Logística
Gestão da Produção e Logística apresenta, de forma
clara e sucinta, os temas mais relevantes da área,
trazendo exemplos práticos do mundo moderno, o
que permite a implantação das técnicas
apresentadas, funcionando como um manual
técnico. A obra é subdividida em duas grandes partes.
Uma tem por enfoque a gestão da produção, e a
outra, a gestão da logística nas organizações
modernas. No entanto, uma abordagem integrada
faz que as partes se relacionem e, em conjunto,
evidenciem a importância da gestão das operações.
@Saraivauni
/Saraivauni
David Garcia Penof
Edson Correia de Melo
Org.: Nelson Ludovico
LANÇAMENTO
JÁ NAS LIVRARIAS
www.saraivauni.com.br
A Editora Saraiva tem um mundo de
possibilidades em livros. São títulos
21 com a marca da
de todas as áreas,
tradição e da qualidade Saraiva.
Na Prática
por Marcos Yamamoto
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rumo certo
Os profissionais de administração ganham
mais importância na gestão dos sistemas
de saúde
22
o bem estar da população.
Profissionalização
“Existem mais de 250 mil serviços públicos e privados cadastrados no Ministério da Saúde.
Por integrar um segmento muito
importante para a economia do
país, todos eles deveriam ser geridos por um profissional com conhecimento em gestão de saúde”,
analisa o administrador Paulo
Roberto Segatelli Câmara, presidente da Federação Brasileira
de Administradores Hospitalares,
entidade focada no desenvolvimento do profissional de gestão
do setor. Segundo ele, a realidade
já se mostra mais próxima do
ideal. “Tivemos grandes avanços
nos últimos 30 anos, quando não
tínhamos muitos profissionais
administradores na área. Atualmente, cerca de 55% dos principais hospitais filantrópicos do
país são conduzidos por um profissional formado em Administração Hospitalar ou Administração
de Empresas”, relata.
Associação Nacional de Hospitais
Privados revela um outro gargalo
do sistema de saúde, a insatisfação com a falta ou insuficiência
de informações nos serviços de
triagem e a demora no tempo de
espera nos prontos-atendimentos. “As redes hospitalares não
cresceram na mesma medida
que os planos de saúde”, explica
Francisco Balestrin, presidente da
Anahp. Mesmo com os cuidados
que os hospitais tiveram com o
crescimento da demanda e com a
qualidade do atendimento, ainda
Toledo: "A natureza do nosso trabalho
exige serviços mais humanizados"
Gargalos
E não faltam problemas a solucionar. Pesquisa do CNI-Ibope
apontou que 66% dos brasileiros se dizem insatisfeitos com
as políticas no setor. Relatório
do Ministério da Saúde mostra
que, em todo o território nacional, existem cerca de 32 mil
leitos para a internação de
pessoas com transtornos
mentais e psiquiátricos
graves, sendo que, se
cumpríssemos a recomendação da Organização Mundial da Saúde,
teríamos que contar
com 950 mil leitos.
A Administração da
DIVULGAÇÃO
O
brasileiro gasta cada
vez mais com a saúde.
De acordo com uma
pesquisa realizada pelo
instituto de pesquisa Data Popular, os gastos da família brasileira
com a saúde aumentaram 54%
em uma década. As despesas totalizaram 110 bilhões de reais em
2002 e chegaram a 169 bilhões
de reais no ano passado. Tal indicador reflete mais que o fortalecimento do setor na sociedade,
também reforça a necessidade de
liderança, controle, transparência, planejamento e estratégia em
hospitais, laboratórios, clínicas,
órgãos regulatórios, indústrias
e em todos os processos ligados
ao cliente final, o paciente. “A natureza assistencial do setor exige
não apenas atenção às novas tecnologias, mas o desenvolvimento
de serviços mais humanizados,
mais eficientes e menos traumáticos aos pacientes. Assim, o
papel do gestor, na inovação do
setor de saúde, está intimamente
relacionado à obtenção de uma
visão ampliada e atualizada sobre os principais movimentos dos
participantes da cadeia de valor
do setor, com foco em melhorias
para o cliente final, tais como
otimização de qualidade assistencial, acesso, produtividade e
controle de custos”, afirma André
Cascardo Toledo, gerente sênior
de Estratégia e Novos Negócios
do Grupo Fleury Medicina e
Saúde.
Neste mês, junto com as comemorações do Dia Nacional do
Administrador Hospitalar, em
14 de julho, a RAP apresenta o
cenário do profissional da saúde
que transforma a gestão eficaz e
transparente em uma ferramenta
capaz de salvar vidas e melhorar
23
Na Prática
O administrador hospitalar
pode atuar em cargos de
gestão em hospitais, clínicas,
prontos-socorros,
centros,
postos e unidades básicas de
saúde, unidades de apoio e
terapia, consultórios, serviços
de atendimento domiciliar
(home care), centros de atenção em hemoterapia/hematologia, centros de atenção
psicossocial, centros de apoio
à saúde da família, saúde suplementar, centrais de regulação e secretarias de saúde.
Além disso, ainda tem a possibilidade de empreender
seu próprio negócio na área
da saúde, na organização e
gerenciamento de hospitais,
clínicas e laboratórios.
• Modelos de Negócios na Área
da Saúde
• Serviços de Assistência e
Apoio ao Paciente
• Gestão de Contratos e Convênios
• Gestão da Qualidade e Programas de Acreditação
• Gestão de Políticas e Sistemas de Saúde
• Marketing de Serviços Hospitalares
Fonte: Centro São Camilo e Guia
do Estudante
24
há o que fazer para garantir índices de satisfação maiores.
De fato, a gestão do setor passa
por um processo de profissionalização de seus processos e de
maior preocupação com a qualidade. A Comissão de Assuntos
Sociais do Senado aprovou em
abril um projeto de submeter
os prestadores de serviços médicos, públicos e privados, a um
processo periódico de avaliação
e certificação de qualidade a fim
de assegurar um padrão internacional de transparência e profissionalismo. No mesmo mês, a
Agência Nacional de Saúde Suplementar determinou que as
operadoras de planos de saúde
devem criar ouvidorias vinculadas às suas estruturas. A expectativa é que o funcionamento
regular dessas estruturas gere
subsídios para melhoria de
processos de trabalho nas operadoras, em especial no que diz
respeito ao relacionamento com
o público, e na racionalização do
fluxo de demandas encaminhadas à ANS.
Nesse contexto, quem
possui formação
acadêmica em administração encontra na área
de saúde um
mercado consolidado, em
expansão e de
evidente interesse da sociedade, com
a atuação regulamentada
pelo Sistema
CFA/CRAs. “As
empresas estrangeiras passaram a
ter maior interesse
no setor e as nacionais também
conseguiram condições de influenciar mercados externos,
tornando o cenário ainda mais
interessante para administradores profissionais. Atualmente, as
grandes empresas do setor de
saúde atraem profissionais disputados pelo mercado de trabalho, em condições semelhantes
a setores tradicionais em ofertas
a executivos, como em bens de
consumo, por exemplo. Além
de demandarem profissionais
competentes em áreas de suporte como finanças, marketing,
Câmara: "55% dos
principais hospitais
filantrópicos são
conduzidos por
administradores"
DIVULGAÇÃO
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MERCADO DE
TRABALHO
$
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$
REMUNERAÇÃO
Ação conjunta
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CONFIRA A MÉDIA DE SALÁRIOS DOS
ADMINISTRADORES HOSPITALARES (R$)
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$
19.399,18
Diretor de Administração Hospitalar
$
Gerente de Administração Hospitalar
$
$
Administrador Hospitalar
8.089,52
$
$
6.989,99
$
$
3.765,36
Supervisor de Administração Hospitalar
$
Analista de Administração Hospitalar Sênior
$
Farmacêutico Hospitalar
$
$
$
$
$
$
$
Assistente de Administração Hospitalar
1.444,32
Auxiliar de Administração Hospitalar
1.189,88
Atendente Hospitalar
$
2.784,15
1.940,06
Analista de Administração Hospitalar Júnior
$
2.866,64
2.744,73
Analista de Administração Hospitalar Pleno
$
$
4.882,25
Coordenador de Administração Hospitalar
$ $
$
Estagiário de Administração Hospitalar
TI e suprimentos, as empresas
do segmento de saúde também
têm o desafio de atraírem profissionais conhecedores de ferramentas de gestão modernas”,
explica Toledo, do Grupo Fleury,
empresa que adota as práticas
$
998,16
557,12
$
Fonte: Catho Online
$
$
$
de Governança Corporativa com
a adesão ao Novo Mercado da
BM&FBovespa, em 2009, e obteve prêmios de gestão como o
Guia Exame de Sustentabilidade
2012 e o Prêmio de Qualidade no
Atendimento, entre outros.
O caminho do fortalecimento
dos sistemas de saúde passa
também pela adequação dos
expertises dos profissionais de
saúde e os de gestão. “Os médicos possuem seus conhecimentos
específicos, muitas vezes com alta
qualificação, mas é muito difícil
tocar um negócio sem um conhecimento gerencial e generalista,
características mais próximas dos
administradores”, explica o administrador Edison Aurélio da Silva,
coordenador do MBA em Gestão
Hospitalar e Sistemas de Saúde do
Grupo Oswaldo Cruz. “É importante que o médico atue ao lado
do administrador, já que propiciamos condições para a pesquisa, o
desenvolvimento e utilização de
tecnologias, junto com a mensuração dos resultados”, argumenta
a administradora Solange Amora
Aliandro, coordenadora do Grupo
de Excelência de Administração
em Saúde do CRA-SP.
Tal foco no profissionalismo beneficia outro campo essencial no
progresso do país, a maior quantidade de trabalhos científicos
preocupados em compreender
e conciliar as questões médicas
com as de administração. “Percebo a ocorrência de muitas produções sobre a gestão em saúde
nos aspectos financeiros, logística, recursos humanos em aspectos como liderança, motivação
de times heterogêneos e também
a relação das éticas médica, empresarial e profissional, como, por
exemplo, o dilema da economia
de custos com a manutenção e
aprimoramento da qualidade no
atendimento. São questões importantes no debate pela melhoria da
saúde no Brasil e para torná-la
globalizada”, afirma Aurélio.
25
Estilo
por Mayara Marboza
Redes sociais:
vilãs da produtividade?
Passar horas no Facebook e fazer do Twitter uma válvula de
escape de todos os pensamentos cotidianos pode custar caro à
sua carreira. Saiba como navegar sem se perder nas redes sociais
26
– acessa redes sociais durante o
horário de trabalho e 42% afirmam ficar cerca de uma hora conectados. “As redes sociais fazem
parte do cotidiano desses jovens.
A maioria acessa diariamente pelo
smartphone ou pelo computador.
O que tem de ser ponderado é a
quantidade de horas que esses profissionais passam conectados às redes durante o horário de trabalho.
Muitos perdem a concentração, o
foco e acabam deixando de realizar
ou atrasando a entrega de projetos importantes. O jovem precisa
ficar atento ao uso das redes para
que isso não seja um entrave no
desenvolvimento de sua carreira”,
sugere Manoela Costa, gerente da
Page Talent.
Tempo perdido
DIVULGAÇÃO
R
edes sociais e aplicativos
online já são ferramentas
de trabalho em muitas empresas. O bate-papo entre
departamentos, via Skype e WhatsApp, tem se mostrado uma saída
inteligente e barata para agilizar a
comunicação entre funcionários
e fornecedores. Mesmo em relação ao público externo, Facebook,
Twitter e Linkedin são eficientes na
hora de estreitar relações com os
consumidores e divulgar produtos.
Entretanto, existem certos “efeitos
colaterais” indesejáveis que podem
minar a produtividade de alguns
colaboradores. “O uso dessas ferramentas vai depender da relação
que você tem com elas”, afirma
Cláudio Coelho, CEO da companhia
de marketing digital e consultoria
de e-commerce Skalebla e ex-presidente da Associação Paulista das
Agências Digitais. Para ele, os chats
disponíveis na rede interligam o
time, mas trazem também um sério revés: “As equipes perdem mais
tempo que o normal com anúncios,
comentários dos outros amigos e
atualizações de páginas não relacionadas com o serviço”.
A geração Y, em especial, possui
mais propensão em cair nas tentações da rede. Sites de fofocas
ou inocentes games como Angry
Birds, Candy Crush ou Farmville
podem custar horas de trabalho.
Apesar disso, a melhor saída não é
impedir seus acessos ou bloquear
páginas. “Os jovens de hoje nasceram conectados. Faz parte do DNA
desta geração. Restrições de acesso
podem acabar prejudicando a motivação deles”, opina Coelho. De
acordo com um levantamento da
Page Talent, especializada na estruturação e condução de processos seletivos, com 200 estagiários
e trainees, quase metade – 46%
Gutemberg: Nas redes sociais roubamos
Ficar muito tempo na rede é
um problema para a realização
dos compromissos corporativos
em todo o mundo. Um estudo
global da consultoria Alexander
Proudfoot Company concluiu que
distrações online custam 18% do
tempo nas empresas. Pior, uma
pesquisa anterior da consultoria
revela outro complicador da realidade brasileira: a falta de foco. Reuniões desnecessárias e constantes
interrupções no ambiente de trabalho e conversas paralelas dão mais
o tempo das empresas
um empurrão contra a eficácia no
expediente (e são potencializados
pelas redes sociais). Outro levantamento, feito pela Microsoft, revela
que os funcionários dos setores
de serviços financeiros e governamentais são mais propensos a dizer
que a companhia coloca restrições
sobre o uso de ferramentas sociais,
provavelmente devido ao alto nível de regulação nesses setores e
NÚMEROS
46% 18% 42%
Dos estagiários
acessam redes sociais
durante o horário de
trabalho.
É o tempo perdido
de um dia de
trabalho em redes
sociais.
Dos estagiários
afirmam ficar
cerca de uma hora
conectados.
27
Talita, fundadora da Contatto, já
dispensou funcionária por abuso
nas redes sociais
preocupação com a segurança de
informações sigilosas.
Todo excesso é prejudicial, especialmente à manutenção do
emprego. Nessas horas, o cuidado
e o bom senso devem caminhar
junto, a fim de controlar a vontade de dar mais uma espiada na
“timeline”. “Uma jovem ex-funcionária foi afastada por uso abusivo e
constante do Facebook. Durante o
trabalho, percebemos que ela postava muitos conteúdos sobre a vida
pessoal dela. Chegamos a passar
três feedbacks advertindo do uso
inapropriado dessas ferramentas,
mas mesmo assim não adiantou, tivemos de dispensá-la”, conta Talita
Scotto, fundadora da agência de
comunicação Contatto, que alega
não restringir o acesso às redes,
mas espera menos dispersão do
tempo disponível e mais propostas que beneficiam o grupo. Opinião compartilhada por Gutemberg
Macedo, presidente da consultoria
de Recursos Humanos Gutemberg
Consultores. “Quando navegamos
na internet com finalidades pessoais, acabamos roubando o tempo
que deveria ser dedicado à empresa”, analisa.
28
Dicas para
não fazer feio
1
Utilizar a rede para estratégia de Marketing
2
Ampliar a rede de relacionamento
3
Receber comentários
ou elogios de pessoas
relevantes e informadas
4
Utilizar as redes como
ferramenta de pesquisa sobre as empresas
5
Participar ativamente
de grupos de interesse
/ área de formação /
grupos de trabalho
6
Ser referência em algum
assunto/tema (ex: blogs
de trainees, moda e áreas
específicas)
Apesar do bem-vindo comedimento, permitir que funcionários
se mantenham conectados e atualizados em tempo real ainda é mais
lucrativo do que simplesmente impedir “curtidas” e “tuítes”. Um estudo recente feito pela McKinsey &
Company com mais de quatro mil
executivos de todo o mundo mostrou que as empresas que incorporaram as redes sociais ao dia-a-dia
conseguem novas oportunidades
e aumentam sua participação de
mercado.
Segundo Manoela, a forma como
um profissional aproveita suas horas de trabalho é um quesito muito
utilizado em avaliações periódicas.
“Os gestores sempre avaliam o que
você conseguiu produzir dentro
das horas de trabalho que cumpriu. Aqueles que atuam em carga
horária regular e não conseguem
alcançar suas metas, desde que
plausíveis e normalmente atingidas pelo restante da equipe, são
os que têm a tendência de acessar
as redes ou estão sempre conectados no celular”, afirma a especialista. “Claro que não podemos
generalizar. Há outros fatores que
DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO
Estilo
Coelho: Restringir o acesso pode
prejudicar a motivação
O que não é conveniente fazer
na rede
1
Falar mal da empresa ou
dos colegas e/ou chefe
4
Postar fotos internas (festas, confraternizações)
2
Divulgar informações
confidenciais como faturamento, clientes, entre
outras
5
Publicar comentários
pejorativos
6
Tornar público conteúdo muito pessoal
3
Expor os concorrentes
influenciam na produtividade dos
jovens profissionais, como falta de
autonomia, de conhecimento, de
experiência e de uma gestão bem
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AMBIENTAL:
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direcionada”, ressalva.
Os efeitos na produtividade são
apenas o reflexo de outra questão
importante na condução das tare-
CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
NAS ORGANIZAÇÕES:
desafios para a
competitividade
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fas, a gestão do tempo. E, como em
toda gestão, vale o planejamento
das ações. “Quantidade de redes
não é qualidade. Para que participar de redes sociais que não são
relevantes? O ideal é focar nas
principais, na qual seus amigos e
interesses estão localizados”, preconiza o consultor de administração do tempo Christian Barbosa.
Para ele, a interação online com os
amigos e demais contatos não precisa ser, necessariamente, imediato
e frenético. “Não se sinta obrigado
a responder uma mensagem na
mesma hora que recebe. Se fosse
urgente de verdade, ela encontraria
outra forma de entrar em contato.
Se você cria esse péssimo hábito de
responder assim que uma mensagem chega, você vai perder muito
tempo desnecessariamente.”
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a cultura empresarial
brasileira contemporânea
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29
Notícias
média superior a sete.
A
programação
completa,
junto com as sinopses dos cursos, pode ser acessada no hotsite
www.cursos.crasp.gov.br. Quem
mora na região da Grande São
Paulo deve se inscrever pelo e-mail
eventos.participe@crasp.
gov.br. Administradores de outras
cidades podem procurar a seccional do Conselho mais próxima.
Social
s
Y
TT
GE
E
AG
IM
Liga Solidária
A identificação de talentos
Quais são os passos que a
empresa deve seguir para impulsionar os talentos de seus colaboradores? A explicação está
na série profissional "Gestão Estratégica de Pessoas", curso de
cinco aulas oferecido pelo Conselho Regional de Administração de
São Paulo em parceria estratégica
com a Dtcom, empresa de capacitação corporativa.
As atividades vão abordar o
conceito de gestão de pessoas, as
principais habilidades do gestor
de pessoas e as ações auxiliares
nesta gestão, além de identificar
os conceitos de competência e
talento e as características de um
ambiente adequado e capaz de
atrair e manter talentos.
A série é ministrada por Nancy
Malschitzky, consultora em Pla30
nejamento Estratégico Organizacional e docente em cursos de
graduação, pós-graduação, MBA e
Mestrado, professora das disciplinas de Estratégias de RH, Desenvolvimento Pessoal e Profissional,
Comunicação Verbal para Executivos (Oratória Moderna) e Qualidade de Atendimento a Clientes,
entre outros.
Esse e outros cursos grátis fazem parte de uma parceria do
CRA-SP com a Dtcom destinada
aos administradores em todo o
Estado de São Paulo. Entre os temas do mês, ainda destacam-se os
cursos “Excel 2007 na prática”,
“Feedback na prática” e “Cyberbullying – O uso ético da internet”. Os certificados são emitidos
online pela Dtcom, após a conclusão de cada aula e a obtenção de
A Liga Solidária, fundada em 1923
na cidade de São Paulo, é uma
organização social sem fins lucrativos que desenvolve programas
socioeducativos e de cidadania
que beneficiam mais de 3.200
pessoas em abrigos, Centros de
Educação Infantil, projetos de
assistência social, alfabetização
de jovens e adultos, apoio às pessoas da terceira idade e prevenção contra a violência doméstica,
abuso e exploração sexual.
A ONG atua em sintonia com as
Orientações Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e
com o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), além de participar de comissões do Conselho
Estadual dos Direitos da Infância
e do Adolescente (CONDECA),
Conselho de Segurança Comunitária, Fórum de Educação Infantil
(FEI), Fórum da Criança e do Adolescente (FOCA), entre outros.
Saiba mais em:
http://www.ligasolidaria.org.br
(11) 3670-2911
Ajude a escolher
o Administrador
Emérito 2013
Os administradores registrados
perante o CRA-SP podem indicar
o próximo líder a receber a distinção Administrador Emérito,
concedida todos os anos a um
profissional que tenha contribuído para o fortalecimento da sociedade e das empresas.
A escolha definitiva passa por
três etapas. Na primeira, o Conselho reunirá as indicações no
site www.crasp.gov.br. Serão
consideradas as sugestões de
nomes que projetaram as técnicas de administração e também
a classe profissional do adminis-
trador mediante atos efetivos.
Na segunda etapa, os nomes
são avaliados por uma comissão especialmente criada para a
homenagem. No final, o CRA-SP,
por meio de decisão colegiada
em sessão plenária, homologa a
indicação.
Já foram premiados os admi-
nistradores Cledorvino Belini,
presidente da Fiat para a América Latina, e Eduardo de Souza
Ramos, presidente do Conselho
de Administração da Mitsubishi
Motors do Brasil, entre outros.
No ano passado, a homenagem
foi para Ricardo Pelegrini, vice-presidente da IBM.
COMISSÃO DO ADMINISTRADOR EMÉRITO 2013
- Fabiola C. Xavier (presidente), diretora executiva do Instituto para Desenvolvimento do Varejo
- Adm. Alberto Emmanuel de Carvalho Whitaker, vice-presidente de Planejamento do CRA-SP
- Adm. Hamilton Luis Correa, vice-presidente para Assuntos Acadêmicos
do CRA-SP
- Adm. Milton Milioni, vice-presidente
de Relações Externas do CRA-SP
- Adm. Juarez Belli, diretor da Faculdade de Economia, Administração e Ciên-
cias Atuarias da PUC-SP
- Adm. Gilberto Ribeiro de Oliveira,
diretor do Sindicato das Empresas de
Administração no Estado de São Paulo
- Adm. Rogério A. Profeta, pró-reitor
da Universidade de Sorocaba
- Adm. Rafael Possik Júnior, gestor da
informação da FAAP
- Murilo Portugal Filho, presidente da
Federação Brasileira de Bancos
- Dr. Oscar Piconez, assessor da presidência da Associação das Emissoras de
Rádio e TV do Estado de São Paulo
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Notícias
As prioridades do RH em 2013
Apesar do clima de apreensão com o crescimento da economia brasileira – conforme destaca a RAP este mês – a expectativa de
contratações no Brasil é maior do que em outros países com protagonismo no cenário global. É o que aponta a pesquisa Global HR
Barometer 2013, da consultoria de recrutamento e seleção Michael Page, feita com cerca de quatro mil diretores de Recursos Humanos de grandes companhias em 32 países. Confira os principais apontamentos no RH brasileiro este ano:
PRETENDE RECRUTAR EM 2013
PRINCIPAIS FUNÇÕES DO RH:
94%
92%
92%
91%
89%
96%
RÚSSIA
95%
TURQUIA
CHINA
94%
BRASIL
93%
62%
PORTUGAL
RECRUTAMENTO REMUNERAÇÃO DEFINIÇÃO DE
E SELEÇÃO
E BENEFÍCIOS POLÍTICAS DE RH
CULTURA
TREINAMENTO &
CORPORATIVA DESENVOLVIMENTO
MEDIDAS TOMADAS PARA AUMENTAR A RETENÇÃO:
TREINAMENTO E
DESENVOLVIMENTO
60%
ESPANHA
58%
POLÔNIA
63%
CANAIS DE BUSCA DE CANDIDATOS
EQUILÍBRIO ENTRE
VIDA PESSOAL E
TRABALHO
33%
84%
REMUNERAÇÃO
E BENEFÍCIOS
SEM AÇÕES
ESPECÍFICAS
83%
64%
5%
91%
SITE DA COMPANHIA
DIVULGAÇÃO ONLINE
CONSULTORIAS DE RECRUTAMENTO
32
PRINCIPAIS SOFTWARES
96%
87%
75
75 %
%
PRIORIDADES ESTRATÉGICAS
CULTURA
CORPORATIVA
44%
67%
REMUNERAÇÃO
E BENEFÍCIOS
FOLHA DE ADMINISTRAÇÃO AVALIAÇÃO RECRUTAMENTO ASSESSMENT
PAGAMENTO
PESSOAL
PRINCIPAIS MEDIDAS PARA AUMENTAR
A QUALIDADE DE VIDA
ADMINISTRAÇÃO
DE PERFORMANCE
RECRUTAMENTO
& SELEÇÃO
58%
47%
15%
COMPENSAÇÃO DE TEMPO
POR HORAS-EXTRA
PROGRAMA DE
SAÚDE E BEM ESTAR
HOME OFFICE
TREINAMENTO &
DESENVOLVIMENTO
57%
48%
51%
59%
Estratégias de
gestão no
contexto hospitalar
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possibilidades em livros. São títulos
33 com a marca da
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Opinião
A liderança do futuro
34
O líder do futuro não
buscará somente
recursos materiais, mas
principalmente
recursos humanos e
ideológicos capazes de
conduzir pessoas ao
sucesso
é o seu melhor recurso natural
e material. Somente o próprio
ser humano é capaz de inovar e
criar insumos cada vez menos
custosos para o meio ambiente e
à própria sociedade. As lideranças futuras não se preocuparão
com o desenvolvimento sustentável apenas pela razão financeira ou ambiental, mas pela
vontade de aprimorar o homem
como animal e ser social. Liderar no futuro será entendido
como a capacidade de integrar
pessoas, mesmo à distância, de
vários cantos do mundo em prol
de um objetivo que não comprometa de todo os interesses individuais desse grupo.
No futuro, os líderes serão
personalidades que ativarão
os sentimentos de comprometimento e responsabilidade assim que forem lembrados pelos
seus seguidores. Os colaboradores não trabalharão apenas pelo
que recebem como pagamento,
mas principalmente pelo que
representam na equipe e nos
objetivos traçados pelo líder. E
qual será o objetivo deste líder?
Será variável, conforme as necessidades da sua organização,
entretanto, terá um cunho social
maior que os atuais objetivos de
“lucro acima de lucro” buscados.
Quando os primeiros líderes
do futuro surgirão? Eu não sei,
porém penso e acredito que estes deveriam surgir hoje ou o
mais rápido possível, para trazer
os avanços que nossas instituições necessitam e o desenvolvimento socialmente responsável
– além de aprimorar as velhas
relações entre líder e liderados
que a maioria das organizações
insiste em perpetuar.
DIVULGAÇÃO
No tempo da globalização e da
gestão do conhecimento muito
se fala sobre liderança e como
gerenciar pessoas no futuro.
Liderar é controlar interesses
individuais, promover integração, modificar modelos mentais
e comandar o fator humano em
busca de resultados. O papel do
líder de hoje é o de comandante
empático, que fala de igual para
igual em busca de objetivos
comuns, mas e no futuro? Se
olharmos para a sociedade moderna e a velocidade na qual ela
se desenvolve podemos imaginar os caminhos dos líderes nas
próximas gerações.
A qualidade das informações,
a quantidade de novas interações humanas e as redes sociais,
que caracterizam e consolidam
o conceito de cidade digital,
nos apresentam um líder capaz
de atravessar fronteiras reais e
geográficas passando ao novo
ambiente em rede. Este líder do
futuro é capaz de conquistar e
conduzir seguidores além de sua
proximidade física. Um líder que
fala de igual para igual, mas,
além disso, modifica modelos
mentais com o objetivo de unificar o ideal de várias pessoas
em um só.
O líder do futuro não buscará
somente recursos materiais,
mas principalmente recursos
humanos e ideológicos capazes
de conduzir pessoas ao sucesso.
Para o líder do futuro, o homem
Adm. Roberto
Araújo da Silva
CRA-SP n.º 128.277
Diretor da Vello Consultoria e Projetos
Empresariais
Colaborações para esta seção
podem ser enviadas para o e-mail
[email protected]
Os textos devem conter no máximo
3.000 caracteres (com espaços),
nome completo do autor, foto em
alta resolução e o registro no CRA-SP.
→ Este artigo reflete, exclusivamente, a opinião de seu autor.
O CRA-SP não se responsabiliza
pelas ideias nele contidas.
Administrador: o que você está esperando para ter
acesso ao melhor da medicina pelo menor preço?
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De segunda a sexta, das 9 às 21h, e aos sábados, das 10 às 16h.
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Menor preço: em comparação a produtos similares no mercado de planos de saúde individuais (tabela de março/2013 - Golden Cross). ¹ De acordo com a disponibilidade da rede médica da operadora escolhida e do plano contratado. ² Conforme condições contratuais.
Planos de saúde coletivos por adesão, conforme as regras da ANS. Informações resumidas. Os preços e a rede estão sujeitos a alterações, por parte das respectivas operadoras, respeitadas as disposições contratuais e legais (Lei no 9.656/98). Condições contratuais disponíveis para análise. Maio/2013.
Amil:
ANS nº 326305
Golden Cross:
ANS nº 403911
Seguros Unimed:
ANS nº 00.070-1
Qualicorp Adm.
de Benefícios:
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da revista - Conselho Regional de Administração de São