ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO AO ESTRESSE DE ADOLESCENTES COM DOENÇA FALCIFORME
Ana Lucia de Lima* (Curso de Psicologia, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá,MT)
Aryadnne Alexya dos Reis B. Freire* (Curso de Psicologia, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá,MT)
Tatiane Lebre Dias (Departamento de Psicologia, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá,MT)
A doença falciforme (DF) se caracteriza por uma condição crônica com agravo para o crescimento e desenvolvimento
do portador da doença. Dentre as complicações clínicas verificam-se crises de dor, enfartes e necroses em diversos
órgãos, como ossos e articulações, baço, pulmões, rins e outros. Desse modo, os portadores da DF tem
comprometimento no desenvolvimento das atividades diárias, afetando a qualidade de vida. Com base nisso, este
estudo investigou as estratégias de enfrentamento de três adolescentes com DF diante das adversidades provocadas
pela doença. Os participantes tinham idade média de 14 anos e 4 meses, todos do gênero masculino, estudantes do
Ensino Fundamental e residentes na cidade de Cuiabá,MT. Para identificar as estratégias de enfrentamento ao
estresse utilizou-se o jogo Enfrentamento de Estresse para Adolescentes, publicado por Sachetti e colaboradores em
2013. Das 75 cartas propostas pelo jogo foram selecionadas aleatoriamente 8 cartas, sendo as respostas gravadas.
Para análise das respostas utilizou-se as categorias de estratégias de enfrentamento da hospitalização adaptadas
por Motta em 2007 a partir do estudo de Skinner e colaboradores, publicado em 2003. As categorias são: solução de
problema, busca por suporte, esquiva, distração, reestruturação cognitiva, ruminação, desamparo, afastamento social,
regulação da emoção, busca por informação, negociação, oposição e delegação. Do total das respostas (n=24) as
categorias que apresentaram maior frequência foram distração (f=16,6), busca por suporte (f=16,6), desamparo
(f=16,6) e ruminação (f=12,5). Com menor frequência observou-se as estratégias de esquiva (f=4,1), afastamento
social (f=4,1), oposição (f=4,1) e reestruturação cognitiva (f=4,1). Em relação às estratégias de enfrentamento
distração e ruminação com maior frequência, assim como a estratégia de esquiva com menor frequência, são
resultados que se assemelharam a outros estudos com crianças hospitalizadas com câncer e com doença falciforme.
De modo geral, observa-se que dentre as estratégias mais utilizadas pelos adolescentes o desamparo e a ruminação
parece pouco auxiliá-los no enfrentamento da doença. Por outro lado, estratégias como afastamento social e
oposição utilizadas com menor frequência foram percebidas como pouco efetivas. Observa-se a necessidade de
outros estudos com maior número de participantes e também investigações com propostas de intervenção que visem
contribuir na qualidade de vida de adolescentes com doença falciforme.
Apoio: Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso
Palavras-chave: Estratégia de Enfrentamento, Adolescente, Doença Falciforme
Área temática: Infância e Adolescência
C749 Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas (10. : 2015 : Porto de Galinhas)
Programa e resumo do X Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas / Carmem Beatriz Neufeld, Aline Sardinha e Priscila de Camargo Palma
(organizadoras). – Porto de Galinhas: Federação Brasileira de Terapias Cognitivas, 2015.
ISBN 978-85-66867-01-5
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