UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Ana Lúcia Londero
PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS HIBERNAIS SOBRESSEMEADAS EM TIFTON
85 E CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO SOLO EM FUNÇÃO DO PASTEJO.
Ijuí - RS
Junho – 2013
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Ana Lúcia Londero
PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS HIBERNAIS SOBRESSEMEADAS EM TIFTON
85 E CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO SOLO EM FUNÇÃO DO PASTEJO.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como
um dos requisitos para a obtenção do título de
Engenheiro Agrônomo, Curso de Agronomia do
Departamento de Estudos Agrários da Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do
Sul.
Orientadora: Prof. Dr. Leonir Terezinha Uhde
Ijuí – RS
Junho – 2013
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TERMO DE APROVAÇÃO
Ana Lúcia Londero
PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS HIBERNAIS SOBRESSEMEADAS EM TIFTON
85 E CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO SOLO EM FUNÇÃO DO PASTEJO.
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia - Departamento de Estudos
Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, defendido
perante a banca abaixo subscrita.
______________________________________________________
Profª. Dr. Leonir Terezinha Uhde – Orientadora – DEAg/UNIJUÍ
______________________________________________________
Pesquisador Dr. Gustavo da Silva Martins – Embrapa Pecuária Sul/Bagé
Ijuí, Junho de 2013.
3
Dedico este trabalho aos meus pais Leonir Pedro e
Vera Lúcia Londero, que acreditaram no meu sonho e
lutaram junto comigo por essa conquista e também ao
meu irmão Jean Pedro Londero que foi meu
companheiro durante essa jornada.
Também dedico aos meus amigos e familiares, que de
uma forma ou outra sempre estiveram junto comigo,
dando apoio e força para subir cada degrau que fui
conquistando durante a graduação.
Em especial ao meu avô Nelson Wommer (In
Memoriam) que construiu esse sonho junto comigo e
pelos seus ensinamentos e cuidados. Também dedico
a minha avó Anna Wommer, pessoa que me ensinou o
valor da vida, o respeito aos outros e acima de tudo
me incentivou a lutar pelos meus objetivos.
4
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, que esteve comigo ao longo dessa caminhada, colocando pessoas
maravilhosas em meu caminho, me dando saúde e força para superar meus desafios e
dificuldades, durante os anos de faculdade.
Aos meus pais Leonir Pedro Londero e Vera Lúcia Londero que muitas vezes deixaram dos
seus ideais em prol dos meus, que lutaram junto comigo para que eu alcançasse o meu maior
sonho. Ao meu irmão Jean Pedro Londero que esteve junto comigo sempre, foi mais que um
irmão, foi me companheiro e amigo e aos meus avós Nelson Wommer (In memória) e Anna
B. Wommer que me ajudaram muito nessa caminhada pela confiança que depositaram em
mim. Obrigado família essa conquista é fruto da nossa união e luta amo todos vocês. Também
vocês Lucas Lopes e Aline Dill que fazem parte da nossa família, muito obrigado por tudo.
Aos amigos que conheci durante o curso de Agronomia foram muitos, vocês estão presentes
para sempre em meu coração sempre presente em minha memória e no meu coração. Em
especial Juliana Moraes, Jordana Schiavo, Luís Michel Bergoli, Cassiane Ubessi, Daniela
Khan, Micheli Olegaro, Ana C. Manjabosco, Janaina Richert, Aracieli Ketzer entre muitos
outros.
Aos meus queridos amigos e colegas do grupo de pesquisa, Carlos Zandoná Rupollo,
Jaqueline krhan, Régis Schneider, Nailene Dreilich, Marinei Zorzela, Rômulo Bronzatti,
Cristiane de Mattos, Idomar Peruzatto, Amanda Cardoso, Roberto Furlan, Adalberto Writzl, e
aos ex-colegas de grupo Felipe Bortolin, Diego Bernardi, Douglas Wenningkamp, Patricia
Juswiak, Luís M. Bergoli, Virginia Richter e Débora Franco que me ajudaram na execução
deste trabalho, e construíram junto comigo a minha vida de pesquisadora, vou guardar para
sempre os bom momentos vividos no IRDeR e no laboratório de pesquisa, e também claro os
momentos de dificuldade que fizeram nós crescermos como pessoas.
A professora e orientadora Leonir Terezinha Uhde, que foi minha segunda mãe durante a
graduação, pelos ensinamentos e amizade a mim dispensados. Pelos momentos de vivência de
amizade junto a sua família que se abriu as portas de sua casa e me acolheu com tanto
carinho, muito obrigado!!
5
Aos Engenheiro Agrônomo do Departamento de Estudos Agrários (DEAg), Tiago José
Jezewski e Jordana Schiavo e aos funcionários do Instituto Regional de Desenvolvimento
Regional (IRDeR), em especial o Cesar Oneide Sartori, pela ajuda e esforços prestados, para
que se realizasse o experimento. Foram muitas idas ao IRDeR lugar muito especial de povo
acolhedor.
Por fim, gostaria de agradecer aos meus amigos e familiares, por entender minha ausência nos
períodos onde a dedicação era aos estudos, compreensão nos momentos difíceis e pelo
carinho incondicional.
A todos que de uma forma ou outra, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização
deste trabalho meus sinceros AGRADECIMENTOS.
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Característica das espécies forrageiras sobressemeadas sob Tfton 85......................23
Figura 2. Croqui da área experimental período outono-inverno IRDeR/DEAg/UNIJUÍ/
2013...........................................................................................................................................32
Figura 3. Sobressemeadura á lanço das fabaceae área experimental IRDeR/DEAg/UNIJUÍ/
2011...........................................................................................................................................34
Figura 4. Medição da estatura de plantas das espécies forrageiras hibernais na área
experimental IRDeR/DEAg/UNIJUÍ/2011...............................................................................34
Figura 5. Avaliação da cobertura do solo das espécies forrageiras sobressemeadas na área
experimental IRDeR/DEAg/UNIJUÍ/2011..............................................................................35
Figura 6. Croqui da área experimental com numeração para o procedimento das amostras
físicas do solo IRDeR/DEAg/UNIJUÍ/2013............................................................................38
Figura 7. Procedimento para eliminar o excesso de terra de ambas as faces do anel, IRDeR/
DEAg/UNIJUÍ/2013.................................................................................................................38
Figura 8. Determinação da resistência do solo à penetração utilizando o penetrômetro,
IRDeR/ DEAg/ UNIJUÍ/ 2013..................................................................................................39
Figura 9. Fonte Falker – Aparelho utilizado para medição da umidade gravimétrica (%) do
solo............................................................................................................................................40
Figura 10 Umidade gravimétrica Ug (%) nos diferentes consórcios em três períodos de
avaliação, IRDeR/DEAg/UNIJUÍ/2011....................................................................................48
7
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.Ciclos de pastejo no período inverno-primavera de 2011em área pastagem de Tifton
85 sobressemeada com espécies hibernais IRDeR/DEAg/UNIJUÍ........................35
Tabela 2 Estatura de plantas (cm) e cobertura do solo (%) de pastagens de estação fria
sobressemeadas em Tifton 85 IRDeR/DEAg/UNIJUÍ, 2011...................................42
Tabela 3 Médias das variáveis de produção (kg ha-1), de massa de forragem disponível das
espécies hibernais
sobressemeadas
em
pastagens
de Tifton 85.
IRDeR/DEAg/UNIJUÍ, 2011...................................................................................44
Tabela 4 Médias das variáveis de produção (kg ha-1), de massa residual das espécies
forrageiras hibernais sobressemeadas sob Tifton 85, IRDeR/DEAg/UNIJUÍ,
2011..........................................................................................................................46
Tabela 5 Teste de comparação de médias dos parâmetros físicos do solo em área de Tifton
85, com duas modalidades de manejo DEAg/UNIJUI, 2013...................................50
Tabela 6. Classes de resistência do solo à penetração e limitações ao crescimento de raízes
das plantas. Fonte: Adaptado de Canarache (1990).................................................51
Tabela 7 Parâmetros físicos do solo perante os diferentes consórcios em área de pastagem de
Tifton 85 DEAg/UNIJUI, 2013..................................................................................52
8
LISTA APÊNDICES
APÊNDICE A - Croqui da Área Experimental.......................................................................65
APÊNDICE B - Resultados dos Cálculos da Análise Física do Solo
IRDeR/UNIJUI/2013................................................................................................................66
APÊNDICE C – Resultados da Análise Resistência à Penetração Exclusão de Pastejo
IRDeR/UNIJUI/2013................................................................................................................68
APÊNDICE D - Resultados da Análise Resistência à Penetração com Pastejo
IRDeR/UNIJUI/2013................................................................................................................69
APÊNDICE E - Atributos do solo em área de Tifton 85 sobressemeada com espécies
forrageiras hibernais com e sem pastejo IRDeR/UNIJUI/2010................................................70
APÊNDICE F - Resumo da análise de variância para variáveis de produção de matéria seca
total do consórcio e das espécies hibernais e de produção de lâmina foliar em área de
pastagem de Tifton 85 sobressemeada com espécies forrageiras hibernais anuais,
IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2011....................................................................................................71
APÊNDICE G - Resumo da análise de variância dos parâmetros físicos do solo, em área de
pastagem de Tifton 85 sobressemeada com espécies forrageiras, DEAg/UNIJUI,
2013...........................................................................................................................................72
APÊNDICE H - Resultados das Análises estatísticas............................................................73
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LISTAS DE ABREVIATURA
UPAS – Unidades de Produção Agrícolas
RS – Rio Grande do Sul
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MG – Minas Gerais
pH - Potencial Hidrogeniônico
MOS - Matéria Orgânica Solo
CTC - Capacidade de Troca de Cátions
ha- hectares
EUA – Estados Unidos
K – Potássio
Ca – Cálcio
ºC – grau celsius
% - porcentagem
Dp – densidade de partícula
MPa – mega pascal
RP – resistência à penetração
CO2 – gás carbônico
LVdf - Latossolo Vermelho distroférrico típico
DEAg – Departamento de Estudos Agrários
IRDeR – Instituto Regional Desenvolvimento Rural
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário
Kg ha-1 – quilo por hectare
SPV – sementes puras e viáveis
P – fósforo
10
Mg – magnésio
K – potássio
Al – alumínio
CQFS – Comissão de Química e Física do solo
SC – Santa Catarina
Cfa - Clima subtropical úmido mesotérmico (classificação de Koeppen)
et al. Et alii (e outros)
GL- grau de liberdade
Ug - Umidade gravimétrica
Ds- Densidade do solo
Uv - Umidade volumétrica
PT- Porosidade total
EA - Espaço aéreo
Prof – profundidade
Cons. – Consórcio
CV – Coeficiente de variação
m – metro
cm – centímetro
m² - metro quadrado
MSTotal - produção de matéria seca total
MSTcons - produção de matéria seca do consórcio
MSThib - produção de matéria seca total das espécies hibernais
MSLFcons - matéria seca de lâmina foliar do consórcio
MSLFhib - matéria seca de lâmina foliar das espécies hibernais
cmolc dm-3 – centimol de carga por decímetro cúbico
m (%) – saturação por alumínio CTCef
V (%) – saturação da CTC pH7,0
11
g cm³ - grama por centímetro cúbico
Gs – grau de saturação
12
PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS HIBERNAIS SOBRESSEMEADAS EM TIFTON
85 E CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO SOLO EM FUNÇÃO DO PASTEJO.
RESUMO
A atividade leiteira se destaca nas unidades de produção agropecuária da região do
noroeste do RS, proporcionando uma forma mais estável e segura de renda agrícola mensal
para produtores. O Tifton 85 (Cynodon dactylon L.) é uma poaceae perene muito utilizada
pelos produtores na formação de pastagens rurais devido ao seu hábito de crescimento
prostrado (rizomatozo e estolonífero), que possui alta capacidade de resistência ao pisoteio
animal. A sobressemeadura de forrageiras hibernais sobre Tifton 85 constitui uma prática
importante na utilização da área pastoril. Objetivo avaliar o estabelecimento e a produção de
matéria seca de espécies forrageiras hibernais cultivadas sobre Tifton 85 e a qualidade física
do solo. Foi conduzido no IRDeR/DEAg/UNIJUI em Augusto Pestana (RS), em duas
modalidades (com e sem) pastejo, com três consórcios: Aveia preta (Avena strigosa Schreb),
Aveia preta + Ervilhaca (Vicea sativa L) e Aveia preta + Trevo vesiculoso (Trifolium
vesiculosum cv.) e em 4 profundidades 0,0-0,05, 0,05-0,10, 0,10-0,15, 0,15- 0,20 m. No
estudo foi determinada a porcentagem de cobertura do solo e a estatura de plantas das
espécies hibernais, a produção de matéria seca total e de lâmina foliares das espécies
consorciadas e do Tifton 85 através da coleta de forragem em pontos representativos da área.
Os parâmetros físicos como densidade do solo, umidade gravimétrica, porosidade total,
espaço aéreo, umidade volumétrica foram determinados através do método de anel
volumétrico e a resistência do solo à penetração radicular pelo Penetrômetro. Constatou-se
que a inclusão das leguminosas não afetou o desenvolvimento da aveia preta, entre as
leguminosas a ervilhaca apresentou melhor desempenho. A produção de matéria seca para
todos os consórcios pode ser considerada baixa. A aveia preta + ervilhaca apresentou um
melhor desempenho inicial se mostrando uma espécie mais precoce em relação ao trevo
vesiculoso, que teve uma produção mais tardia. A concentração de lâmina foliar entre os
consórcios foi diminuindo conforme o ciclo reprodutivo das espécies. A deposição de massa
residual a cada corte foi em média de 900 kg ha-1. As densidades do solo encontradas não
resultam em nenhuma restrição ao desenvolvimento radicular na camada superficial e a
resistência à penetração está situada na classe média nas camadas de profundidade abaixo de
0,10 m que resulta em algumas limitações ao desenvolvimento radicular, o que não acontece
nas camadas mais superficiais, significando que o manejo utilizado foi adequado.
Palavras-chave: aveia preta; densidade do solo; ervilhaca; resistência à penetração; umidade
gravimétrica.
13
INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 16
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 18
1.1 PRODUÇÃO
LEITEIRA
EM
ÂMBITO
NACIONAL
E
REGIONAL........................................................................................ ...............................18
1.1.1 Importância da utilização das pastagens para a produção animal ................................... 18
1.1.1.1 Espécie forrageira perene tropical – Tifton 85 ............................................................. 20
1.1.1.2 Espécies forrageiras hibernais anuais com potencial de uso em sobressemeadura sob
Tifton 85....................................................................................................................................21
1.2 QUALIDADE DO SOLO EM ÁREA DE PASTAGEM DE LONGA DURAÇÃO ........ 24
1.2.1 Propriedades Diagnósticas de Qualidade do solo ............................................................ 24
1.2.1.1 Propriedades químicas do solo ..................................................................................... 25
1.2.1.1.1pH................................................................................................................................25
1.2.1.1.2 Matéria orgânica........................................................................................................25
1.2.1.1.3 Capacidade de Troca Catiônica (CTC)......................................................................25
1.2.1.2. Propriedades Física do Solo.........................................................................................26
1.2.1.2.1 Densidade do solo e de partícula ............................................................................... 26
1.2.1.2.2 Porosidade do Solo .................................................................................................... 27
1.2.1.2.3 Aeração ...................................................................................................................... 27
1.2.1.2.4 Umidade do solo ........................................................................................................ 28
1.2.1.2.4.1 Umidade gravimétrica.............................................................................................28
1.2.1.2.4.2 Umidade volumétrica ............................................................................................. 28
1.2.1.2.4.2 Resistência do Solo à Penetração de raízes ............................................................ 28
1.2.1.3. Propriedades Biológicas...............................................................................................29
1.3 COMPACTAÇÃO DO SOLO EM ÁREAS DE PASTAGEM ......................................... 29
1.4 SERVIÇOS DO ECOSSISTEMA GERADOS PELO SOLO............................................31
2. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 32
2.1 CONDIÇÕES AMBIENTAIS E O DELINEAMENTO EXPERIMENTAL .................... 32
2.2 SOBRESSEMEADURA EM ÁREA DE TIFTON 85. ...................................................... 33
2.3 MANEJOS DOS ANIMAIS SOBRE A PASTAGEM.....................................................35
2.4 DETERMINAÇÕES E AVALIAÇÕES DE PARÂMETROS DE DESEMPENHO
FORRAGEIRO. ........................................................................................................................ 35
2.5 DETERMINAÇÕES DOS PARÂMETROS FÍSICOS DO SOLO ................................... 37
14
2.6 DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO SOLO À PENETRAÇÃO DE RAÍZES .... 39
2.6.1 Monitoramento da Umidade do Solo por ocasião da entrada dos animais para o
pastejo.......................................................................................................................................39
2.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................. 40
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................................41
3.1 Estabelecimento e produção de forrageiras de Tifton 85 e de espécies hibernais
sobressemeadas em pastagem de Tifton 85 manejada sob pastejo. .......................................... 41
3.2 Qualidade física do solo em pastagem de Tifton 85 sobressemeada com espécies
forrageiras hibernais sobpastejo................................................................................................47
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................53
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 54
15
INTRODUÇÃO
A atividade leiteira se destaca nas unidades de produção agropecuária (UPAS), da
região do noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, pois proporciona uma forma mais estável
e segura de renda agrícola mensal para os produtores.
A produção de leite no Brasil cresceu 4,5% entre 2010 e 2011, sendo o RS o 2º maior
produtor de leite, perdendo apenas para Minas Gerais (MG) (IBGE, 2011). O aumento da
produtividade é oriundo, basicamente, da adoção de tecnologias que melhoram a eficiência do
uso dos fatores de produção, o melhoramento genético dos rebanhos leiteiros e a
suplementação alimentar de melhor qualidade.
Os produtores rurais buscam alternativas mais sustentáveis para produção de leite,
com intuito de reduzir custos de produção e melhorar a qualidade e a produtividade da sua
atividade agropecuária. A produção de leite a pasto proporciona um menor impacto negativo
sobre o meio ambiente do que os outros sistemas de produção, principalmente o confinado. A
pastagem exerce um importante papel no sequestro de carbono, contribuindo para minimizar o
efeito estufa (MAIXNER, 2006), além da substituição de combustível, máquinas,
equipamentos e principalmente, do homem pela vaca, no processo de colheita da forragem. A
utilização adequada de pastagens pelos rebanhos leiteiros pode reduzir os custos de produção,
com redução nas despesas com alimentos concentrados, combustíveis, fertilizantes, mão-deobra e outros insumos (VILELA et al., 1996).
O Tifton 85 é uma poaceae perene muito utilizada pelos produtores rurais para
formação de um dossel forrageiro em sistemas de produção leiteiros, e devido ao seu hábito
de crescimento prostrado (rizomatozo e estolonífero), possui uma alta capacidade de
resistência ao pisoteio animal. A máxima produção de matéria seca ocorre no período estival
(primavera e verão) e sua produção é reduzida durante o período de outono-inverno, quando
apresenta baixa produção de folha e qualidade de forragem, devido condições climáticas
desfavoráveis como baixas temperaturas e geadas.
16
A sobressemeadura no período hibernal com espécies forrageiras anuais como gramíneas
e leguminosas é uma alternativa para aumentar a produção e a distribuição espacial da
pastagem. E, com isso, oferecer para os animais uma forragem de melhor qualidade
nutricional (PACIULLO et al., 2003 e SILVA et al. 2011).
Segundo Fidalski (2008) a redução da produção de forragem de uma pastagem, pode ser
devido à baixa fertilidade do solo e alta lotação de animais, que podem comprometer as
propriedades físicas do solo. O consórcio entre poaceae e fabaceae pode ser uma alternativa
para manutenção e recuperação de áreas com baixa fertilidade do solo (SILVA; SALIBA,
2007).
O pisoteio dos animais durante o pastejo em solos com alta umidade ou baixa cobertura
vegetal pode comprometer a qualidade física do solo (SARMENTO et al., 2008). A pressão
dos cascos dos animais sobre o solo pode comprometer a camada superficial do solo, perante
as condições físicas, devido ao aumento da densidade do solo e à da redução da porosidade
total (GIAROLA et al., 2007).
A pastagem perene de Tifton 85 pode permanecer no sistema produtivo por muitos anos,
para isso, é necessário adequar ás condições de manejo de animais e produção de forragem
com condições de solo, isso garante a persistência da pastagem com alta produção de matéria
seca e condições adequadas para desenvolvimentos das espécies.
O objetivo do presente estudo é avaliar o estabelecimento e a produção de Tifton 85 com
espécies hibernais sobressemeadas e a qualidade do solo com utilização de pastejo.
17
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1.1 PRODUÇÃO LEITEIRA EM ÂMBITO NACIONAL E REGIONAL.
A produção leiteira no país cresceu 4,5% entre 2010 e 2011, segundo dados do IBGE,
em 2010 foram produzidos 32,1 bilhões de litros de leite. O estado do Rio Grande do Sul é o
segundo maior produtor de leite no Brasil, com 12,1% da produção nacional, perdendo apenas
para Minas Gerais (MG) que representa 27,3% da produção (IBGE, 2010).
Em termos de produtividade, os melhores resultados foram obtidos pelos três estados
do Sul: o Rio Grande do Sul (2.536 litros/vaca/ano), Santa Catarina (2.478 litros/vaca/ano) e o
Paraná (2.404 litros/vaca/ano), todos bem acima da média nacional de 1.382 litros por animal,
(IBGE, 2010).
A região noroeste é responsável por cerca de 16% da produção leiteira do estado do
RS, sendo que há vários sistemas de produção, tais como: a) de pequena escala, com a
utilização predominante de mão de obra familiar e com pouca capacidade de investimento; b)
intensivos, com animais de elevado mérito genético e utilização de alimentação concentrada e
pastagens cultivadas; e c) mistos, que, na sua maioria, integram cultivos forrageiros em todo o
ano e de grãos, especialmente no verão (SILVA et al., 2010).
A atividade leiteira vem se destacando nas unidades de produção agropecuária
(UPAS) da região noroeste, pois representa uma forma mais estável e segura de renda agrícola
mensal para os produtores. As unidades de produção rurais de até 50 ha são responsáveis por
cerca de 60% da produção de leite do estado do RS. Essa produção, em sua maioria, é
desenvolvida a pasto, a qual é considerada a forma mais sustentável e econômica de
produção, garantindo menores custos, o que resulta ao produtor uma maior margem de lucro
(SILVA et al, 2011). As forrageiras constituem a fonte de alimento mais importante para
produção leiteira, podendo determinar a sobrevivência de muito produtores na atividade.
Nos próximos anos, também se prevê um aumento da demanda de leite para sustentar
as agroindústrias de lacticínios, que se constitui em um mercado com expectativa de
crescimento. De acordo com o Sebrae agronegócio (2007), o mercado internacional do setor
lacticínios aponta boas perspectivas de comercialização dos produtos lácteos brasileiros, com
expectativa que até 2020, o Brasil seja o 5º maior exportador de produtos lácteos.
1.1.1 Importância da utilização das pastagens para a produção animal
A pastagem é a principal fonte para alimentação dos ruminantes nos diferentes
sistemas de produção no Brasil. Devido a fatores econômicos, diversidade climática e de
18
espécies e, também, pela produtividade e qualidade dos pastos encontradas nas diferentes
regiões do país. A região Sul do Brasil está situada em uma latitude privilegiada, permitindo a
utilização, tanto de espécies forrageiras tropicais e subtropicais, bem como temperadas, o que
facilita a adoção de sistemas de produção animal em pastagens, durante o ano inteiro
(MORAES, 1991).
Os agricultores que utilizam na produção leiteira, o pasto como base da alimentação
dos animais, deve em decorrência das variações climáticas que ocorrem nas estações do ano,
adotar estratégias para combate à escassez de produção de forragem durante as fases de vazio
forrageiro (SILVA et al., 2011). São períodos de transição primavera-verão e outono-inverno,
quando as forrageiras de uma estação estão encerrando seu desenvolvimento e as seguintes
ainda não estão aptas ao pastejo, consiste nos períodos críticos para a alimentação animal. A
ausência de forragem nesse período alimentar ocasiona redução na produção leiteira e da
renda do produtor. Por isso, é comum a utilização de suplementação com silagem, feno ou
concentrados nesses períodos para diminuir os prejuízos junto ao produtor (ROCHA et al.,
2003).
A produção leiteira a pasto resulta menor impacto sobre o meio ambiente do que os
outros sistemas de produção, principalmente o confinado. A pastagem exerce um importante
papel no sequestro de carbono, contribuindo para minimizar o efeito estufa. O desempenho
animal em pastagens depende da escolha de espécies forrageiras de melhor qualidade e
produtividade, adequadas às condições de cultivo e utilizadas sob critérios de manejo que
possibilitem sua sustentabilidade produtiva (MAIXNER et al., 2006).
O manejo da pastagem é importante para os sistemas de produção, pois elas devem
proporcionar grande porcentagem de folhas, já que essas são preferidas pelos animais. As
condições de temperatura podem prejudicar o pastejo dos animais, que preferem temperaturas
mais amenas, segundo Cecato et al., (2010). O valor nutritivo varia entre espécies em função
do estádio de crescimento da planta, seu manejo de pastejo e adubação (FONTANELI et al.,
2009).
O manejo tem enorme efeito sobre o rendimento forrageiro, o qual é ainda afetado pelo
clima (luz, temperatura, umidade relativa, umidade do solo), e pelo solo (propriedades físicas
e químicas). O bom manejo consiste na tomada de decisão técnicas capazes de manter o
equilíbrio entre dois ou mais fatores conflitantes de produção: a exigência do animal sob
pastejo e a exigência fisiológica da planta forrageira para alcançar e manter elevada
produtividade (OLIVEIRA; FARIA, 2006).
19
O critério para definição do manejo do pastejo deve ser baseado nas decisões de
planejamento que influenciam os equilíbrios globais e estacionais entre produção de forragem
e demanda. Neste contexto, o objetivo do manejo é promover o controle dos recursos vegetais
e animais, com a finalidade de atingir altas eficiências globais no sistema de produção. A
manutenção da condição da estrutura do pasto é portanto, muito mais importante para o
sucesso da exploração, do que o método de pastejo utilizado (GOMIDE, 1997).
O manejo da pastagem deve ser compatível à taxa de lotação é a capacidade de
suporte, definida pela pressão ótima de pastejo. Quando se tem alta disponibilidade de
forragem, sem um manejo adequado, isso resulta num acúmulo de material morto e reduz
produção de folhas, o que diminui a qualidade da forragem ofertada aos animais (Oliveira,
2006).
1.1.1.1 Espécie forrageira perene tropical – Tifton 85
As gramíneas perenes estivais, como das espécies do gênero Cynodon, são bastante
utilizadas na produção leiteira devido suportar altas cargas animais e permitir longo período
de utilização (ROCHA et. al., 2007). O Tifton 85 (Cynodon dactylon (L.) é uma gramínea
perene muito utilizada pelos produtores rurais em unidades de produção leiteira da região
noroeste do estado do RS. Segundo Santos (2006), é uma das forrageiras que constituem a
base da dieta do rebanho bovino brasileiro em virtude do seu baixo custo de produção, alto
potencial produtivo e adaptabilidade.
Espécies do gênero Cynodon têm sido utilizadas em programas de melhoramento
genético, principalmente na Universidade da Geórgia (EUA), localizada em Tifton. Por isso,
muitas variedades resultantes desses trabalhos, a partir de gramas bermuda (Cynodon
dactylon (L.) Pers.), foram denominadas de “Tifton” com o acréscimo de um número, que
indica a procedência genética do material A cultivar Tifton 85 foi desenvolvida na
Universidade da Geórgia, essa forrageira é um híbrido F1 entre a introdução Sul-Africana
(P1290884) e Tifton 68, sendo considerado o melhor híbrido obtido no programa de
melhoramento daquela Universidade. Trata-se de gramíneas tropicais, perenes, com ótimo
potencial forrageiro, e que têm sido bastante utilizadas por produtores no noroeste do RS
(SILVA et al., 2011).
Devido seu hábito de crescimento estolonífero e rizomatoso, tem uma maior
resistência ao pisoteio animal e proteção do solo contra erosão e um maior acúmulo de
matéria orgânica ao sistema forrageiro, entre seus aspectos negativos estariam à propagação
20
vegetativa, estabelecimento lento, e susceptibilidade à cigarrinha das pastagens (GOMIDE,
et.al, 2007).
A perenidade e a estabilidade da pastagem dependem de práticas de manejo adequadas à
oferta de forragem disponível e a capacidade de suporte da pastagem. Taxas de lotação muito
acima ou muito abaixo da capacidade de suporte resultam em subestimativas do desempenho
animal e da produção animal por área (GOMIDE; GOMIDE, 2001).
A gramínea apresenta seu maior desenvolvimento no sul do Brasil durante a primaveraverão; durante o outono-inverno apresenta pouca produção de folha e de baixa qualidade, isso
ocasiona sua estabilidade produtiva, devido, as condições climáticas como geada e baixas
temperaturas. Entretanto, quando utilizada em solos de baixos níveis de fertilidade e em
períodos de escassez de água, a sua produção de matéria seca e valor nutritivo podem ser
reduzidos.
1.1.1.2 Espécies forrageiras hibernais anuais com potencial de uso em sobressemeadura
sob Tifton 85
A sobressemeadura de espécies anuais sobre pastagens perenes de estação quente
consiste em uma alternativa de ajuste no fornecimento de forragem, pois permite a ocupação
das áreas durante todo o ano, tornando mais eficiente à utilização de pastagens (ROCHA, et
al., 2007).
A pastagem perene de Tifton 85 tem sua produção estacionada durante o outonoinverno, com um acúmulo de massa insignificante. Essa área compete com áreas ocupadas
com culturas anuais de verão como soja, milho e outras forrageiras. Muito importante sua
utilização durante o período hibernal para aumentar sua contribuição e importância nos
sistemas de produção.
A sobressemeadura é uma técnica de estabelecer culturas anuais em pastagens
formadas com espécies perenes sem destruir a vegetação existente, isso contribui na redução
da competição por área em unidades de produção rurais que desenvolvem produção leiteira,
permitindo uma maior produção de forragem é um melhor aproveitamento dessa área
(BERGOLI et al., 2011) e também segundo Furlan (2005), as espécies sobressemeadas
aumentam o potencial forrageiro, qualidade da forragem e estendem o período de oferta de
matéria seca aos animais.
As espécies mais utilizadas em sobressemeadura são as gramíneas no caso azevém,
devido sua capacidade de ressemeadura natural, pela resistência a doenças, pelo bom
potencial de produção de sementes e pela possibilidade de associação a outras espécies e a
21
aveia preta que possui ciclo mais curto e uma produção de forragem mais precoce (0ST,
2010). As leguminosas estão sendo implantadas nos sistemas forrageiros como uma
alternativa de incorporar nitrogênio ao solo via fixação biológica e melhorar qualidade e o
teor de proteína da forragem produzida.
Os produtores rurais do noroeste do Estado do Rio Grande do Sul estão apostando na
sobressemeadura de espécies anuais hibernais sobre pastagem perene de Tifton 85, como uma
opção a ser considerado para aumentar a produção e sua distribuição estacional e,
principalmente, o valor nutritivo da forragem durante a estação fria do ano. Fonseca (2010)
coloca a necessidade de realização de experimentos para identificar os métodos de manejo
para permitir a perenidade da consorciação após o início do pastejo, principalmente para as
leguminosas (FONSECA 2010).
A aveia preta (Avena strigosa Schreb) é uma das gramíneas mais utilizadas em
pastagens de inverno. Pode ser cultivada de forma isolada ou consorciada com outras
forrageiras de clima temperado, devido a sua alta produção de matéria seca e qualidade da
forragem, resistência ao pisoteio e baixo custo de produção. A aveia preta destaca-se pela sua
resistência à ferrugem e por produção de forragem de alta qualidade.
A sobressemeadura de aveia é apropriada para áreas formadas com capim de clima
tropical ou subtropical neste caso o Tifton 85, determinando maior aproveitamento da área,
numa época em que se tem a limitação de crescimento do pasto tropical. A sobressemeadura
provoca aumento substancial na quantidade e na qualidade da forragem, podendo alterar a
distribuição da produção durante o ano, com a redução da necessidade de alimentação
suplementar nesse período (MORAES; LUSTOSA, 1999; REIS et al., 1993).
O uso de leguminosas representa uma estratégia para a inclusão de nitrogênio via
fixação biológica nos sistemas pastoris (BERGOLI et al., 2011). As leguminosas são
cultivadas preferencialmente em consórcios com gramíneas anuais de inverno trazendo
benefícios de incremento de nitrogênio à pastagem potencializando sua produção durante o
verão. Representa uma forma mais econômica de introdução de adubação nitrogenada para
unidades de produção agrícola.
A ervilhaca (Vicea sativa L) é uma leguminosa que proporciona uma eficiente
cobertura protetora e melhoradora dos solos agrícolas, pode ser usada como forrageira ou
cobertura verde. A maximização da ervilhaca é obtida quando se utiliza a consorciação de
espécies, devido seu hábito de crescimento prostrado (decumbente), consegue um melhor
desenvolvimento, em consorciação com uma gramínea ou outra leguminosa, onde a qualidade
22
bromatológica da pastagem será prolongada, havendo consequentemente maior possibilidade
de ganho produtivo do rebanho (FONTANELI et.al, 2009).
O trevo vesiculoso (Trifolium vesiculosum cv.) é uma leguminosa com hábito de
crescimento cespitoso. Alta capacidade de ressemeadura natural, assegurando a perenidade da
pastagem. Planta glabra, com hastes eretas frequentemente roxas, folíolos elípticos com
bordos serrilhados, podendo apresentar uma grande mancha branca em forma de “V”, sendo
utilizado em consorciação com outras leguminosas e gramíneas hibernais, o que resulta num
elevado ganho de peso médio diário por animal e por ha.
Tifton 85
Cynodon dactylon x C.
nlemfuensis
 Gramínea perene tropical;
 Possui alto potencial forrageiro;
 Estacionalidade de produção devido às
baixas temperaturas;
 Elevada produção de massa seca;
Aveia preta (Avena strigosa): gramíneas com alto
potencial forrageiro e precocidade
Sobressemeadura de
espécies forrageiras
hibernais
.
Ervilhaca (Vicia sativa): leguminosa anual
precoce, de alta produtividade
.
Trevo vesiculoso (Trifolium vesiculosum):
leguminosa anual tardia, de grande produtividade
e qualidade.
Figura 1 Característica das espécies forrageiras sobressemeadas sob Tfton 85
O trevo vesiculoso apresenta um estabelecimento lento e a produtividade no primeiro
ano de cultivo é tardia, atingindo seu máximo de setembro a dezembro. No segundo ano em
diante sua produção é antecipada, no outono já se tem elevados rendimentos, graças à
capacidade de ressemeadura natural. É uma espécie de porte elevado que produz bem em
clima frio, prefere solos leves, permeáveis e de boa profundidade, não aceitando solos muito
23
úmidos. Apresenta boa resistência ao pisoteio animal e raramente produz timpanismo
(FONTANELI et al, 2009).
Segundo Rocha et al. (2002) um dos principais problemas de produtividade em
pastagens com gramíneas é a falta de adubação nitrogenada. A adubação eleva a
produtividade da pastagem é aumenta o teor de proteína bruta o que melhora a qualidade de
forragem ofertada aos animais.
1.2 QUALIDADE DO SOLO EM ÁREA DE PASTAGEM DE LONGA DURAÇÃO
1.2.1 Propriedades Diagnósticas de Qualidade do solo
Os indicadores de Qualidade do solo estão relacionados com a capacidade de uso e
facilidade de manejo dos solos, e podem ser definidos como pré-requisitos da sua fertilidade.
Suas propriedades são de natureza física, química e biológica (LAL, 2005). As propriedades
físicas do solo são principalmente controladas pela abundância relativa dos diferentes
tamanhos de partículas, que podem se distribuir em dois grupos: a) Propriedades primarias:
textura, estrutura, cor, consistência, densidade e temperatura; e b) Propriedades derivadas ou
secundárias: agregação, porosidade, aeração, capacidade de retenção de água, compactação e
profundidade efetiva. As propriedades químicas indicam os teores de componentes orgânicos
e inorgânicos do solo e sua influência na produtividade agrícola: Os indicadores químicos
mais importantes são o pH, o teor de matéria orgânica, e a capacidade de troca (BARRIOS, et
al. 2011).
Os solos são corpos naturais com características próprias a partir de seu processo de
formação, os quais estão relacionados com fatores ambientais como morfológicos, físicos,
químicos e mineralógicos. Por isso, existe uma grande variedade de tipos de solos, que
possuem diferentes profundidades, cores, estrutura, textura, consistência, teores de nutrientes,
acidez e matéria orgânica. O solo é formado por uma fase sólida (minerais e material
orgânico) e por uma fase porosa. A proporção varia de um solo para outro, e mesmo dentro de
um mesmo solo, de horizonte para horizonte.
A ação antrópica provoca modificações nas características físicas do solo, em relação
sua condição natural. Na maioria das vezes, há degradação da qualidade do solo, cujos
principais atributos indicadores são a agregação e a compactação (REICHERT et al., 2003).
Solos argilosos por serem mais bem estruturados que os arenosos, são mais resistente à
degradação e mais suscetíveis a compactação.
24
O intenso tráfego de máquinas agrícolas pesadas e o pisoteio animal, especialmente
em condições inadequadas de umidade do solo causa o aumento da compactação do solo
(REICHERT et al., 2003), que se refere a compressão do solo não saturado, durante a qual
existe um aumento de sua densidade em consequência da redução de seu volume resultante da
expulsão de ar dos poros do solo.
A textura do solo influencia o processo de compactação, pois modifica várias
propriedades do solo como a relação do tamanho dos poros, retenção de água, densidade do
solo e resistência crítica do solo à penetração (ALBUQUERQUE, 2001).
A resistência do solo à penetração de raízes diminui com o aumento do teor de argila,
portanto solos, mais argilosos como é o caso do Latossolo Vermelho, tem maior restrições à
penetração que solos arenosos.
1.2.1.1 Propriedades químicas do solo
As propriedades químicas do solo pH, Matéria Orgânica (MO) e Capacidade de Troca
de Cátions (CTC), são os atributos mais importantes para interpretação de uma análise de
solo, para demonstrar a necessidade da correção e adubação da área.
1.2.1.1.1 pH
O pH tem uma influência direta nas características físicas, químicas (p.ex.
disponibilidade de nutrientes) e biológicas (p.ex. atividade microbiana) que influenciam o
crescimento).
1.2.1.1.2 Matéria orgânica
A matéria orgânica é uma mistura que contém raízes mortas, resíduos de plantas e
organismos do solo em diversos níveis de decomposição. Ela tem grande impacto nas
propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.
1.2.1.1.3 Capacidade de Troca Catiônica (CTC)
Uma das propriedades do húmus, como parte da matéria orgânica, e dos minerais
argilosos (coloides) é sua carga negativa o que permite segurar „magneticamente‟ os
elementos nutricionais com carga positiva (p.ex. cátions como K+, Ca++) na sua superfície.
Isso é importante para reduzir as perdas de nutrientes por lixiviação. Esses nutrientes podem
ser trocados com aqueles dissolvidos na solução do solo que envolve os diversos coloides.
25
1.2.1.2 Propriedades físicas do solo
1.2.1.2.1 Densidade do solo e de partícula
A densidade do solo é um parâmetro que serve como índice de compactação do solo e
é muito utilizada nas avaliações do estado estrutural dos solos (SCAPINI et al., 1998).
Representa a relação entre massa do solo seco e o seu volume sendo expresso normalmente
em g cm-3. A quantificação da densidade do solo é feita conforme Embrapa (1997). Consiste
na utilização de cilindros metálicos (anéis) de volume conhecido, os quais são inseridos no
solo com auxílio de um martelo pedológico. Posteriormente, a retirada das amostras de solo,
que pode ser feita com equipamentos variados, retira-se com faca ou estilete possíveis sobras
de solo ao redor do cilindro, permitindo com que o volume do cilindro seja o mesmo do solo.
Finalmente, o solo é seco em estufa a 105ºC por aproximadamente 48 horas.
É um parâmetro físico que reflete na distribuição das partículas de solo e define
características do sistema poroso. Varia com a profundidade no perfil, com a textura, a
natureza, o tamanho e a forma das partículas e com fatores externos e ambientais. Importante
ressaltar que o solo possui uma variabilidade natural, sendo conveniente tomar de repetições,
ou seja, mais de uma medida (AZEVEDO, 2004).
Os limites críticos para o desenvolvimento radicular variam conforme os tipos de solo
e plantas segundo Rubin (1998). Valores críticos de densidade do solo foram propostos por
Michelon (2005), que agrupou os solos em sete faixas de teor de argila assim descritas: 0 - 20,
20 - 30, 30 - 40, 40 - 50, 50 - 60, 60 - 70 e superior a70%, com os valores seguintes, 1,60,
1,55, 1,50, 1,45, 1,40, 1,35 e 1,30 g cm-3, respectivamente. Segundo Reichert et al. (2003) a
densidade do solo crítica para algumas classes texturais: 1,30 a 1,40 Mg m-3 para solos
argilosos, 1,40 a 1,50 Mg m-3 para os franco-argilosos e de 1,70 a 1,80 Mg m-3 para os francoarenosos. Reinert (1998) e Reichert (2007) verificaram que solo com uma textura argilosa
com mais de 55% de argila a densidade do solo crítica é 1.45 g cm-3, para desenvolvimento
radicular de espécies cultivadas nessa área.
A densidade de partícula (Dp), expressa a relação entre a massa e o volume que
ocupam as partículas do solo, abstraindo o volume de poros. A densidade de partícula refere
se ao volume de sólidos de uma amostra de terra, sem considerar a porosidade (KIEHL,1979).
Os resultados da densidade de partícula são, geralmente, expressos em gramas por
centímetro cúbico, e variam, em média, entre os limites de 2,3 a 2,9 g cm-3, tendo como valor
médio de 2,65 g cm-3 (KIEHL, 1979). A densidade de partículas não difere grandemente entre
26
os solos, pois é dependente da constituição mineralógica dos mesmos (quartzo, feldspatos e
argilas silicatadas) estão próximas destes valores.
O método mais simples para medir a densidade de partícula é o do balão volumétrico,
descrito pelo Embrapa (1997).
1.2.1.2.2 Porosidade do Solo
Entre as partículas do solo existem espaços porosos oriundos das partículas do solo,
que podem armazenar água e ar, necessários para o crescimento e desenvolvimento do
sistema radicular das plantas, dos microrganismos e animais do solo. O volume total de poros
é denominado de porosidade total, que pode ser dividida em microporosidade e
macroporosidade (FIORIN, 2008).
O ar e a água se movimentam no solo através dos macroporos. Enquanto que, nos
microporos, o movimento do ar é dificultado, e o da água fica restrito principalmente a
capilaridade (HILLEL, 1980).
Os microporos são importantes para a retenção e armazenamento da água pelo solo, ao
passo que os macroporos são responsáveis pela infiltração, rápida redistribuição e aeração do
solo. Os solos arenosos (textura grossa), pela predominância de macroporos apresentam
reduzida porosidade total, o que acelera o movimento do ar e da água que são rapidamente
infiltradas pelo solo. Já nos solos argilosos (textura fina), apesar de apresentarem grande
espaço poroso, o movimento dos gases e da água é relativamente lento, devido à presença
predominante de microporos (FIORIN, 2008).
Sendo que: Porosidade Total (PT)= (1- (densidade do solo(Ds)/densidade de partícula(Dp)))
X 100.
1.2.1.2.3 Aeração
Essa propriedade é determinada pela quantidade de macroporos (>0,05 mm) no espaço
poroso, facilitando o movimento de gases usados ou liberados pelas raízes das plantas e pelas
atividades dos organismos do solo. O espaço aéreo do solo (EA) corresponde ao volume
ocupado pelo ar do solo em relação ao volume de poros. Quando o solo estiver seco, o espaço
aéreo é igual à porosidade total, sendo que quando o mesmo se encontrar saturado com água o
espaço aéreo será nulo (AZEVEDO, 2004). Na distribuição do espaço poroso do solo é
fundamental existir certa proporção de ar que deve ser no mínimo de 10% (KLEIN, 2008),
para evitar deficiência na aeração do sistema radicular das plantas.
Sendo que: EA= Porosidade total (PT) – Umidade volumétrica (Uv)
27
1.2.1.2.4 Umidade do solo
A água é um dos fatores fundamentais para a produtividade dos ecossistemas
terrestres, a sua falta ou seu excesso afeta o crescimento das plantas. A fase líquida tem uma
relação muito estreita com o espaço aéreo do solo, pois representa os 50% restantes do
volume do solo que é constituído de macro e de microporos. A sua disponibilidade no solo
depende dos fatores climáticos, textura, estrutura e da porosidade do solo. Esses fatores
influenciam na quantidade de água armazenada, na sua taxa de infiltração e na velocidade
com que a água se movimenta no interior do solo.
A água chega ao solo através das chuvas ou meios de irrigação, parte dessa água
infiltra outra escorre. A parte que infiltra é armazenada pelos microporos, o excesso,
geralmente nos macroporos, continuando infiltrando para o lençol freático.
A velocidade da taxa de infiltração depende da porosidade, a redução da porosidade do
solo (acompanhada do aumento da densidade do solo), diminui a taxa de infiltração. De
acordo com Azevedo (2004), a umidade do solo pode variar bastante, mesmo ao longo do dia.
1.2.1.2.4.1 Umidade gravimétrica
A umidade gravimétrica é a relação massa de água contida em uma determinada massa
de solo. Para sua determinação, o solo deve ser seco de modo que ocorra a perda de toda a
água contida em seu interior. Sendo que: Ug(%)= ((Massa solo úmido – Massa de solo
seco)/ Massa de solo seco)) X 100.
1.2.1.2.4.2 Umidade volumétrica
A umidade volumétrica pode ser definida como o volume de água contida por unidade
de volume de solo. Sendo que: Umidade Volumétrica (Uv%) = Umidade gravimétrica (UG%)
X Densidade do Solo (Ds).
1.2.1.2.4.2 Resistência do Solo à Penetração de raízes
A resistência à penetração de raízes é um dos atributos físicos do solo, que influencia o
crescimento de raízes e serve como base à avaliação dos efeitos dos sistemas de manejo do
solo sobre o ambiente radicular. Além dessa avaliação é recomendável realizar outras
determinações complementares, referentes ao tipo de solo, teor de água e densidade do solo,
pois podem ser indicativos da confiabilidade dos resultados (CUNHA, et al, 2002).
A diminuição do teor de água aumenta a resistência do solo à penetração, fazendo com
que as raízes em expansão experimentem um impedimento mecânico cada vez maior
(Collares et al, 2008). Com isso o sistema radicular das plantas reduz a sua capacidade de
28
absorção de água e dos nutrientes, principalmente àqueles que são pouco móveis no solo,
como o fósforo.
A umidade do solo é fator determinante para desenvolvimento de plantas em solo
compactado prejudicadas pela resistência à penetração, desde que a umidade do solo seja
mantida num teor acima do qual a resistência dificultaria o crescimento de raízes, por isso,
pode ser um indicativo da velocidade com que as plantas estariam sujeitas a estresse hídricos
e mecânicos (GUBIANI, 2008).
Um solo que apresenta uma resistência do solo à penetração, acima de 2 MPa, já
apresenta problemas que afetam o desenvolvimento do sistema radicular e da parte aérea das
plantas (Letey, 1985). Valores de Resistência a Penetração de 2,5 MPa são restritivos ao bom
desenvolvimento das plantas sendo considerado como críticos (Camargo &Alleoni, 1997).
Segundo Martino; Shaykewich (1994) trabalhos demonstraram que a máxima pressão
que as raízes podem exercer é de 0,7 a 1,3 MPa na direção axial e 0,4 a 0,6 MPa na direção
radial.
1.2.1.3. Propriedades Biológicas
Estão relacionadas com a abundância (números de indivíduos), diversidade e atividade
de organismos que habitam o solo. Os organismos do solo como (minhocas, cupins, bactérias,
formigas, fungos, etc.) têm um papel muito importante na decomposição da matéria orgânica,
porque eles fragmentam, ingerem e excretam esses materiais e influenciam as suas
características físicas e químicas. As propriedades biológicas são diretamente ou
indiretamente afetadas por outras propriedades do solo, como temperatura, umidade, pH, teor
de matéria orgânica e disponibilidade de nutrientes. A atividade é mais intensa em condições
de alta temperatura e umidade (BARRIOS, et al, 2011)
1.3 COMPACTAÇÃO DO SOLO EM ÁREAS DE PASTAGEM
A produtividade de uma pastagem pode ser afetada devido ao manejo inadequado da
fertilidade do solo, das espécies forrageiras exploradas e da taxa de lotação animal, que pode
comprometer a qualidade física da pastagem (Fidalski et al.,2008).
O solo pode promover limitações ao desenvolvimento radicular devido seu grau de
fertilidade, água e oxigênio, existência de alumínio e manganês em níveis tóxicos. Portanto
atributos físicos do solo favorecem o crescimento radicular e proporcionam elevadas
produtividades (IMHOFF, 2000).
29
O preparo do solo e o pisoteio animal influenciam as propriedades físicas, químicas e
biológicas do solo, podendo afetar o sistema radicular e a produção das culturas. A
compactação do solo é um processo que ocasiona a redução da densidade e a
macroporosidade do solo, aumenta a resistência à penetração radicular em condições de baixa
umidade, e em condições de excesso de umidade reduz sua oxigenação (FERREIRA et al.,
2010). Segundo Reichert (2007) um solo compactado apresenta maior resistência e menor
porosidade, em consequência aumenta o número de macroporos. Com isso, o conteúdo
volumétrico dos macroporos de água e a capacidade de campo são aumentados, enquanto a
aeração, a taxa de infiltração de água e a condutividade hidráulica do solo saturado são
reduzidas. Consequentemente, o escoamento superficial de água pode aumentar e o
crescimento das plantas ser reduzido em virtude da diminuição da disponibilidade de água,
restrição ao crescimento das raízes e aeração deficiente.
A compactação do solo provocada pelo pisoteio animal é influenciada pela textura do
solo, sistema de manejo, altura de manejo da pastagem, quantidade de resíduo vegetal sobre o
solo e umidade do solo no momento da entrada dos animais, portanto as camadas mais
superficiais estão mais expostas à compactação do solo (LANZANOVA, et al., 2007).
Em área de pastagem os pontos mais compactados (correspondentes às marcas dos
cascos dos bovinos) são distribuídos desuniformemente no solo, pelo fato de os animais não
permanecerem estáticos na área. Portanto, espera-se que, com os sucessivos ciclos de pastejo,
os animais pisoteiem toda área pastejada, levando à maior compactação e uniformidade das
condições físicas do solo.
O impacto provocado pelo pisoteio bovino sobre o solo e seus reflexos relacionados
com alguns atributos físicos do solo se atribui ao fato de seu peso ser distribuído em uma
menor área atingida pelo seu casco (TORRES et al., 2012). Sousa et al., (1998) observaram
que a pressão exercida pelo casco bovino chega a ser 106,5% maior que a exercida pelos
pneus de um trator. No entanto, o efeito do pisoteio bovino sobre os atributos físicos, são mais
observados nas camadas mais superficiais do solo (TORRES et al., 2012).
O acúmulo de matéria orgânica está diretamente relacionada com o sistema de manejo
adotado. A qualidade do solo depende do acúmulo de MOS e ativação de vários processos no
solo, manifestam-se diversas "propriedades emergentes", como a maior resistência à erosão,
maior taxa de infiltração e retenção de água no solo, aumentos na capacidade de retenção de
cátions, no estoque de nutrientes, na adsorção e complexação de compostos, na ciclagem de
elementos químicos, e no sequestro de carbono atmosférico, na atividade e diversidade
30
biológica do solo e na resistência a perturbações (VEZZANI, 2001; MIELNICZUK et al.,
2003).
O grau de compactação irá depender de vários fatores, dentre eles aspectos de como está
ocorrendo a compactação, tipo de máquinas, tipo de planta, formas de manejo desse solo, taxa
de lotação com animais, umidade do solo ou condições climáticas para a realização do manejo
e o tipo de solo.
1.4 SERVIÇOS DO ECOSSISTEMA GERADOS PELO SOLO
O solo tem várias funções para ecossistema como: a) Serviço de Provisão – de conservar
nutrientes, energia solar, CO2 e água em produtos vegetais durante o processo da fotossíntese
que é responsável pela produção de alimentos, madeira, fibras e biocombustíveis; b) Serviços
de Regulação – de regular funções do ecossistema que se transformem em benefícios para
sociedade. Como o fluxo hídrico, velocidade de infiltração e a capacidade de retenção no
solo; na regulação da emissão de gases do efeito estufa, na filtragem de produtos tóxicos e não
tóxicos enquanto percolam pelo solo, e também no controle biológico de pragas e doenças,
durante seu ciclo de vida no solo; c) Serviços Culturais – inclui seu valor educacional para a
sociedade, serve para o ecoturismo e recreação, como fonte de expiração para beleza cênica,
além da importância espiritual e religiosa para algumas culturas; d) Serviços de Suporte – são
serviços necessários para qualquer um dos outro serviço. Geralmente tem impactos indiretos e
ocorrem durante um longo período de tempo. A produção de alimentos aumento cerca de
170% e a de madeira 60%, esses serviços de provisão tem contribuído para o bem estar da
economia da sociedade, mas gera impactos na degradação dos solos. A qualidade do solo
pode ser definida pela sua capacidade de continuar gerando diferentes serviços de ecossistema
(BARRIOS, et al, 2011).
31
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 CONDIÇÕES AMBIENTAIS E O DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
O experimento foi conduzido no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural
(IRDeR), pertencente ao Departamento de Estudos Agrários (DEAg/UNIJUÍ), localizado no
município de Augusto Pestana/RS, vinculado ao Programa Rede Leite (SILVA et al., 2010),
com apoio financeiro do CNPq/MDA no período de 2010 a 2012.
O solo da área experimental é classificado como Latossolo Vermelho distroférrico
típico (LVdf) (EMBRAPA, 2006), pertencente à unidade de mapeamento Santo Ângelo, e o
clima da região é subtropical úmido (Cfa) segundo a classificação de Köppen.
O experimento foi implantado no período hibernal de julho de 2010, disposto na forma
de blocos ao acaso, com três repetições. Disposto de fatorial simples 2x3, sendo duas
modalidades de pastejo: Com pastejo (12x30m) e sem pastejo (12x6m), e três consórcios
aveia preta(AV); aveia preta + ervilhaca (AVER) e aveia preta + trevo vesiculoso (AVTR),
durante o período de inverno - primavera, conforme o croqui da área experimental será
apresentado na figura 2.
BLOCO 3
BLOCO 2
BLOCO 1
6m
exclusão
Aveia
Preta +
Trevo
Aveia
Vesiculoso
Preta
12m
Aveia Aveia
Preta
Preta
Aveia
Aveia
Aveia
Aveia
+
+
Preta +
Preta +
Preta +
Preta
Trevo Trevo
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Vesicu Vesicu
loso
loso
Aveia
Preta
corredor principal
30 m
12m
corredor
Figura 2. Croqui da área experimental período outono-inverno IRDeR/ DEAg/ UNIJUÍ/ 2013.
Em novembro de 2010 foram realizadas amostras químicas do solo com abertura de
trincheiras na profundidade de 0,0 a 0,10 m, nas duas modalidades: com pastejo e sem
32
pastejo, realizando duas amostragens por parcela, os valores encontrados serão dispostos no
apêndice E, os quais caracterizam os atributos químicos do solo inicial.
2.2 SOBRESSEMEADURA EM ÁREA DE TIFTON 85.
Na área experimental anterior a realização da sobressemeadura das espécies
forrageiras anuais, no dia 04/07/2011 foram coletadas duas amostras por parcela, para
determinar a massa residual de Tifton 85, em kg ha-1 de matéria seca e a estatura média do
dossel forrageiro. A massa residual média foi de 2.576 kg ha-¹ de matéria seca total e a
estatura média de 10,3 cm.
A sobressemeadura foi realizada no dia 05/07/2011, após incidência de geada em linhas
distantes 20 cm para a poaceae e a lanço para as fabaceae, representada na figura 3. Os
tratamentos constituíram das espécies/consórcios hibernais e respectivas densidades de
semeadura (kg ha-1 de sementes puras e viáveis - SPV) como seguem: aveia preta (Avena
strigosa), 27 kg ha-1; aveia preta+ervilhaca (Vicia sativa), 27+43 kg ha-1; e aveia preta+trevo
vesiculoso (Trifolium vesiculosum), 27+3 kg ha-1, descontado o teor de sementes duras.
No momento da sobressemeadura não foi realizada adubação química na área, apenas
nos dias 25 e 26 /10/11 foi realizada uma adubação orgânica, com esterco suíno na quantidade
de 4 tanques (2500 litros/tanque), na área experimental.
A avaliação de estabelecimento das espécies ocorreu 67 dias após a semeadura
(12/09/2011) e foram avaliados os percentuais de cobertura do solo e a estatura das espécies
sobressemeadas. A cobertura do solo foi determinada através de estimativas visuais entre 0%
(solo descoberto) e 100% (cobertura total do solo), sendo avaliadas as espécies
sobressemeadas, a massa residual de Tifton 85 e as espécies invasoras. Foram medidas as
estaturas médias (cm) da aveia preta, das leguminosas consorciadas, do azevém (Lolium
multiflorum), forrageira espontânea na área utilizada, e das invasoras, caso houvesse. Nas
figuras 4 e 5 está representado os procedimentos desenvolvidos durante avaliação do
estabelecimento das espécies forrageiras anuais na área experimental, durante o período de
2011/2012.
33
Figura
3.
Sobressemeadura
á
lanço
das
fabaceae
área
experimental
IRDeR/DEAg/UNIJUÍ/2011.
Figura 4 Medição da estatura de plantas das espécies forrageiras hibernais na área
experimental IRDeR/DEAg/UNIJUÍ/2011.
34
Figura 5 Avaliação da cobertura do solo das espécies forrageiras sobressemeadas na área
experimental IRDeR/ DEAg/ UNIJUÍ/ 2011.
2.3 MANEJOS DOS ANIMAIS SOBRE A PASTAGEM
O critério de manejo no período inverno-primavera para a entrada animais na área
experimental foi determinada pela altura de plantas, realizado quando a aveia preta atingia 25
a 30 cm. As unidades experimentais foram manejadas sob pastejo de bovinos leiteiros, com
carga animal em média de 6 a 8 animais por parcela (12x30m) em períodos de ocupação de 1
a 3 dias.
Os animais permaneciam na área até rebaixar o resíduo a 10 a 15 cm, depois
retornavam para pastejo como foi descrito acima. Na tabela 1 estão apresentados os ciclos de
pastejo e os intervalos de ocupação entre um pastejo e outro.
Tabela 1. Ciclos de pastejo no período inverno-primavera de 2011em área pastagem de Tifton
85 sobressemeada com espécies hibernais IRDeR/DEAg/UNIJUÍ.
3 Pastejos
Sobressemeadura
1º
2º
3º
Data de Pastejo
Intervalo entre Pastejo (dias)
5/7/2011
Outono - Inverno
12/9/2011
67
17/10/2011
35
8/11/2011
20
2.4 DETERMINAÇÕES E AVALIAÇÕES DE PARÂMETROS DE DESEMPENHO
FORRAGEIRO.
As coletas de forragem foram realizadas em função do manejo de entrada descrito no
item 2.3, onde eram dispostas gaiolas em pontos representativos das parcelas experimentais,
35
para posterior entrada dos animais. Eles permaneciam na área até que ocorresse o
rebaixamento da forragem a níveis descritos, sempre era disposta água em abundância para os
animais durante o período de pastejo.
As coletas de forragem foram realizadas a partir da massa disponível para o pastejo
dos animais e da massa residual que ficava na área após o pastejo. Foi utilizado um quadro de
0,25 m², em três pontos por unidade experimental, sendo realizada a medição da altura do
dossel forrageiro e da massa residual. A massa de forragem coletada era pesada, e
posteriormente realizada uma subamostra a qual era submetida à separação manual dos
componentes estruturais lâminas foliares, colmo + bainha e material morto + senescente, para
cada espécie forrageira presente (aveia preta, ervilhaca, trevo vesiculoso, azevém e tifton 85).
Após era levada para estufa de ar forçado (50°C), onde permanecia até peso constante,
posteriormente era pesada. O teor de matéria seca total do material foi utilizado para o cálculo
de massa total de matéria seca (kg ha-1 de MSTotal), em cada corte, e as proporções das
espécies e seus componentes para a massa de matéria seca de lâminas foliares (kg ha-1 de
MSLF).
As variáveis estudadas foram:
MSTotal = produção de matéria seca total
MSTcons = produção de matéria seca do consórcio
MSThib = produção de matéria seca das hibernais
MSLFcon = produção de matéria seca de lâmina foliar
MSLFhib = produção de matéria seca lâmina foliar
Os teores de matéria seca das amostras foram calculados pela fórmula:
MS (%) = (PSA/PVA) *100
Onde:
MS = teor de matéria seca (%);
PVA = peso verde (g); e
PSA = peso seco (g).
Utilizando o peso verde de cada corte, calculou-se a porcentagem de matéria seca de
cada consórcio (%MS), e através desta, a produção total de matéria seca por hectare (kg ha-1
de MS). A participação de cada espécie e das frações foliares na matéria seca total foi
calculada. Aplicando-se suas proporções (oriundas das pesagens dos componentes secos)
sobre a matéria seca total calculada.
36
2.5 DETERMINAÇÕES DOS PARÂMETROS FÍSICOS DO SOLO
Para a determinação dos parâmetros físicos do solo foram coletadas amostras em
quatro camadas de profundidades 0-0,05; 0,05-0,10; 0,10-0,15 e 0,15-0,20 m, durante os dias
26 e 27/02/2013 nas duas modalidades (com e sem pastejo), para determinação da umidade
gravimétrica (Ug), densidade do solo (Ds) e densidade de partícula (Dp). Foi coletada uma
amostra por parcela, estratificada em quatro profundidades, totalizando 72 amostras de solo.
A partir destas determinações foi calculada a umidade volumétrica (Uv), porosidade total
(PT), espaço aéreo (Ea).
As coletadas de solo nas unidades experimentais foram realizadas conforme a
numeração do croqui, sendo que as letras em maiúsculos representavam a profundidade
amostrada: (A= 0,0-0,05m, B= 0,05 -0,10m, C= 0,10-0,15m, D= 0,15-0,20 m), que será
representado na figura 6 e no apêndice B.
Para determinação dos parâmetros físicos do solo foram coletadas amostras pelo
método do anel volumétrico, que consiste em uma porção de solo com sua estrutura natural,
obtida com auxílio de um anel metálico de bordos cortantes, o qual foi introduzido no solo,
sob pressão, com auxílio de um “castelo”, sendo removido a seguir, cuidadosamente, para que
o solo nele contido não sofresse deformações. Com uma faca eliminou-se o excesso de terra
de ambas as faces do anel, será apresentado na figura 7. O cilindro metálico de diâmetro de
0,079 m e 0,040 m de altura, sendo realizadas três repetições por tratamento. Houve uma
preocupação na padronização das coletas de amostra de solo, sendo coletadas na parte central
da camada de profundidade em estudo. Todas as amostras foram acondicionadas em potes e
transportadas ao laboratório de física do solo com a estrutura preservada. No laboratório, as
amostras foram pesadas e levadas à estufa a 105 ºC /48 horas. A partir da massa de solo seco
calcula-se a umidade gravimétrica Ug (%)= ((MSU-MSS)/MSS)*100). A densidade foi
calculada dividindo a massa de solo seco pelo volume. A umidade volumétrica calcula-se
multiplicando a Ug pela Ds.
37
Figura 6. Croqui da área experimental com numeração para o procedimento das amostras
físicas do solo IRDeR/ DEAg/ UNIJUÍ/ 2013.
Figura 7 Procedimento para eliminar o excesso de terra de ambas as faces do anel, IRDeR/
DEAg/ UNIJUÍ/ 2013.
Para a determinação da densidade de partículas (Dp), as amostras foram trituradas no
moinho e peneiradas, por uma peneira de malha de 2 mm. Com as amostras trituradas, foram
pesados 20 g de solo seco e colocado no balão volumétrico de 50 ml. Com o auxílio de uma
bureta o balão volumétrico foi preenchido até a metade e posteriormente agitado, a fim de
favorecer a molhabilidade de todas as partículas do solo, seguido do preenchimento até o
nível indicado. Com o volume de álcool gasto calcula-se a densidade de partícula. Em seguida
foi calculado a porosidade do solo pela fórmula (PT=(1-(Ds/Dp))*100). Para calcular o
38
espaço aéreo, utilizou-se do resultado da porosidade total diminuindo da umidade
gravimétrica expresso em porcentagem. Finalizando com o grau de saturação que expressa o
volume de água em relação ao volume de poros, sendo determinado por (Gs (%)=
((Uv/PT)*100).
2.6 DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO SOLO À PENETRAÇÃO DE RAÍZES
Para determinar a resistência do solo ao crescimento radicular foi realizado no dia
28/02/2013 utilizando o penetrômetro conforme figura 8 (marca comercial PenetroLOG), com
cone do tipo 3 (7,94 mm de diâmetro), foi realizada uma amostra por parcela na área sem
pastejo (12 x 6 m) e duas na área com pastejo (12 x 30 m) gerando medidas de pressão a cada
milímetro perfurado, em uma profundidade total de 0,40 m. Para o estudo foram consideras as
médias até a profundidade de 0,20m.
Figura 8 Determinação da resistência do solo a penetração utilizando o penetrômetro, IRDeR/
DEAg/ UNIJUÍ/ 2013.
2.6.1 Monitoramento da Umidade do Solo por ocasião da entrada dos animais para o
pastejo
A umidade do solo foi determinada no momento da saída dos animais a cada ciclo de
pastejo, através do aparelho Falker – Hidrofarm modelo HMF2030, por meio de uma sonda
de leitura que mede a impedância do solo em alta frequência, emitindo ondas
eletromagnéticas e analisando a resposta do solo às mesmas, na profundidade de 0,0 - 0, 20 m
em um ponto da unidade experimental, conforme figura 9.
39
Figura 9. Fonte Falker – Aparelho utilizado para mediação da umidade gravimétrica (%) do
solo.
As leituras foram realizadas na saída dos animais, para determinar a umidade
gravimétrica do solo junto ao local onde foi realizada a coleta da forragem, esse local ficava
protegido durante a entrada dos animais por gaiolas que evitam o pastejo da área utilizada
para amostragem.
Outro quesito diretamente relacionado com a temperatura do ar é o período em que o
Tifton 85 paralisa o crescimento – as primeiras geadas – momento em que é feita a
sobressemeadura das espécies forrageiras hibernais.
2.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA
A análise estatística foi realizada pelo programa genes para variáveis cobertura do
solo, estatura de plantas, densidade do solo, umidade gravimétrica e volumétrica, espaço
aéreo, densidade de partícula, porosidade total, produção de matéria seca e de lâmina foliar
através de uma análise de variância, sendo um fatorial simples para detecção da presença ou
ausência de interação entre os fatores.
O teste de média foi realizado pelo teste de Tukey para variáveis de estabelecimento
das espécies com 5% de probabilidades de erro. Para variáveis física do solo e de produção de
matéria seca e de lâminas foliares, foi utilizado o Scott Knott com 5% de probabilidade de
erro.
40
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 ESTABELECIMENTO E PRODUÇÃO DE FORRAGEIRAS DE TIFTON 85 E DE
ESPÉCIES HIBERNAIS SOBRESSEMEADAS EM PASTAGEM DE TIFTON 85
MANEJADA SOB PASTEJO.
Na Tabela 2 são apresentadas as médias de estabelecimento (estatura de plantas e
cobertura do solo) das espécies forrageiras hibernais sobressemeadas em Tifton 85. Pode-se
verificar que o estabelecimento da aveia preta não foi afetado pela presença das leguminosas
em consórcio, apresentando estatura média de 25,9 cm e aproximadamente 32,2% de
cobertura do solo. A aveia preta + ervilhaca e aveia preta + trevo vesiculoso apresentou
cobertura total das espécies hibernais de 75,8% e 66,7% respectivamente, não diferindo
estatisticamente. A ervilhaca apresentou maior estatura (27,1 cm) e percentual de cobertura de
solo (39%) quando comparada ao trevo vesiculoso (11,3 cm e 28,6%, respectivamente),
demonstrando ser espécie de ciclo mais precoce.
O azevém teve uma boa contribuição em cobertura do solo se igualando a aveia preta e
apresentou uma estatura média de 23,6, se mostrando ser uma gramínea com alto potencial de
ressemeadura natural e para variável cobertura do solo por Tifton 85. Nos três tratamentos não
houve diferença significativa quanto ao porcentual de invasoras o tratamento de aveia preta
apresentou 4,1%, superior aos tratamentos de aveia preta+ ervilhaca e aveia preta+ trevo
vesiculoso, respectivamente (2,5% e 2,2%). Pode-se considerar esses valores baixos, o que
ressalta a importância da cobertura do solo com espécies para diminuir e controlar a
ocorrência de invasoras.
Trabalhando com sobressemeadura de forrageiras de inverno sobre Tifton 85 em duas
alturas de massa residual, Silva et al. (2009) encontraram valores inferiores de estatura de
plantas para a aveia preta (26,3 cm), ervilhaca (14,4 cm) e trevo vesiculoso (8,8 cm),
trabalhando com cultivo estreme de 5cm e com 15 cm de altura da massa residual da espécie
tropical. Também, descreveram percentuais de cobertura do solo similares aos encontrados no
presente estudo (aveia preta, 48%; ervilhaca, 65,7%; e trevo vesiculoso, 15,7%). No trabalho,
porém, as avaliações ocorreram 70 dias após a semeadura, o que confere com as avaliações do
presente trabalha que ocorreu 67 dias após o sobressemadura, sendo possível que os
desempenhos quanto ao estabelecimento das pastagens, entre os experimentos, sejam
semelhantes.
Em 2010 primeiro ano de implantação do experimento, Londero et al. (2010)
encontraram resultados de estatura média de aveia preta de 17 cm e cerca de 11% de
cobertura do solo, para o consórcio de aveia preta + ervilhaca a cobertura de solo foi de 20%.
41
A ervilhaca apresentou maior estatura (11,6 cm) e melhor cobertura de solo (12,7%) quando
comparada ao trevo vesiculoso (2,9 cm e 2,8%). Esses resultados podem considerados baixos
em relação ao período de 2011, mas isso pode ser em decorrência da baixa qualidade dos lotes
de semente, que só foram diagnosticados através de uma contra amostra, após a semeadura,
que indicou baixa qualidade dos lotes de sementes utilizados, deixando aquém as densidades
de semeadura pretendidas de 60, 50 e 6 kg ha-1 de sementes puras viáveis para a aveia preta,
ervilhaca e trevo vesiculoso, respectivamente. Silva et al. (2011) salienta que produtor deve
prestar atenção à procedência da semente, ao seu potencial de germinação e vigor, antes de
fazer a sua semeadura, para obter bons resultados.
Tabela 2 Estatura de plantas (cm) e cobertura do solo (%) de pastagens de estação fria
sobressemeadas em tifton 85. IRDeR/DEAg/UNIJUÍ, 2011.
Espécies
AV
Aveia preta
Leguminosas
Azevém
25,8
23
Aveia preta
Leguminosas
Azevém
Tifton 85
Invasoras
Total das espécies
hibernais
Total do consórcio
32,2 a
28,8 a
34,4 a
4,1 a
Tratamentos*
AVER
Estatura de plantas (cm)
27,2
27,1 a
24,7
Cobertura do solo (%)
23,1 b
39 a
13,7 c
21,8 b
2,5 b
AVTR
Médias
24,7
11,3 b
23,1
25,9
23,6
19 b
28,6 b
19,1 b
30,2 ab
2,2 b
-
61 b
75,8 a
66,7 ab
-
95,4
97,6
96,9
96,6
* Médias seguidas de letras minúsculas distintas na linha diferem estatisticamente entre si em nível de 5% de
probabilidade de erro pelo teste de Tukey – AV – Aveia preta, AVER – Aveia preta + Ervilhaca, AVTR – Aveia
preta + Trevo vesiculoso.
As pastagens devem ser adaptadas às condições de ambiente das UPAS onde as
mesmas são manejadas, para permitir sua persistência no sistema de cultivo, respeitando seu
ponto ótimo para entrada dos animais, seu ponto de repouso e de ocupação. Um bom manejo
nas pastagens garante sua persistência e forragem de boa qualidade para os animais, o que
resulta no aumento da produção leiteira e geração de renda agrícola para os produtores rurais.
Pode-se verificar na tabela 1, que os intervalos entre os pastejo foram em média superior a 30
dias, o que representa um elevado período de intervalo entre um pastejo e outro. Em
condições em nível de produtor provavelmente esse intervalo seria mais curto, devido muitos
produtores trabalharem em sistemas rotativos, onde se tem intervalos certos para entrada dos
42
animais no piquete. Dever-se-ia provavelmente ainda no presente estudo melhorar o manejo
das pastagens, principalmente no tocante as correções e adubações, pois o experimento foi
conduzido em situação de baixo uso de fertilizantes.
O Tifton 85 possui uma acumulação de forragem associada a um pastoreio baixo, em
média de 8 cm de altura do solo, seguido por um período de descanso de 28 dias, sendo o
ponto de maior acumulação de forragem. Deixando 24 cm de altura o intervalo entre pastejo
diminui 14 dias, mas ele não é indicado devido perdas de produção (TAFFAREL, 2011).
Os resultados do resumo da análise de variância que estão dispostos no apêndice F
para massa forragem disponível para os animais e massa residual, durante o período de
inverno – primavera de 2011 em pastagem de Tifton 85 submetida a sobressemeadura com
espécies forrageiras hibernais anuais, para as variáveis produção de matéria seca total
(MSTotal), produção de matéria seca do consórcio (MSTcons) e produção de matéria seca
total das espécies hibernais (MSThib) e produção de matéria seca
de lâmina foliar do
consórcio (MSLFcons) e produção de matéria seca de lâmina foliar das espécies hibernais
(MSLFhib) em( kg ha-1).
Na massa de foragem disponível houve significância para fonte de variação período (é
quando os animais entram para pastejo) para variáveis MSLFcons e MSLFhib com 5% de
probabilidade de erro. Para as variáveis MSTotal, MSTcons, MSThib, MSLFcons e
MSLFhib, ocorreu significância para fonte de variação consórcios e para interação entre
tratamento x período, para todas as variáveis estudadas houve significância das variáveis à 5%
de probabilidade de erro.
Para massa residual ocorreu significância para variáveis MSThib, MSLFcons e
MSLFhib na fonte de variação consórcios, já no período houve significância para todas
variáveis estudadas.
Na Tabela 3 pode ser observado que a produção de matéria seca total (MSTotal) e de
lâminas foliares (MSLF) (kg ha-1), para massa de foragem disponível para o consumo dos
animais. Que os consórcios com espécies leguminosas têm a tendência de serem superiores
em produtividade, quando comparados ao consórcio formado apenas por gramíneas.
43
Tabela 3 Médias das variáveis de produção (kg ha-1), de massa de foragem disponível das
espécies
hibernais
sobressemeadas
em
pastagens
de
Tifton
85.
IRDeR/DEAg/UNIJUÍ, 2011.
Períodos de Avaliação
Consórcios
12/09/11
17/10/11
8/11/11
MSTotal massa disponível
Aveia preta
856.75 Ab
585.13 Aa
484.23 Aa
Aveia Preta+ Ervilhaca
1403.86 Aa
658.53 Ba
186.40 Ca
Aveia Preta+ Trevo Vesiculoso
660.87 Ab
917.01 Aa
347.33 Ba
MSTcons massa disponível
Aveia preta
747.28 Ab
513.89 Aa
421.42 Aa
Aveia Preta+ Ervilhaca
1299.64 Aa
594.89 Ba
154.07 Ca
Aveia Preta+ Trevo Vesiculoso
613.73 Ab
868.41 Aa
307.34 Ba
MSThib massa disponível
Aveia preta
719.54 Ab
479.33 Bb
324.46 Ba
Aveia Preta+ Ervilhaca
1248.01 Aa
574.47 Bb
105.61 Ca
Aveia Preta+ Trevo Vesiculoso
585.10 Ab
824.59 Aa
228.72 Ba
MSLFcons massa disponível
Aveia preta
474.08 Ab
113.20 Bb
93.55 Ba
Aveia Preta+ Ervilhaca
815.16 Aa
171.33 Bb
44.99 Ca
Aveia Preta+ Trevo Vesiculoso
472.77 Ab
359.50 Ba
97.78 Ca
MSLFhib massa disponível
Aveia preta
461.35 Ab
92.63 Bb
27.82 Ba
Aveia Preta+ Ervilhaca
783.67 Aa
163.83 Bb
16.88 Ca
Aveia Preta+ Trevo Vesiculoso
458.35 Ab
335.60 Ba
50.93C a
* Médias seguidas de distintas letras minúsculas, na coluna, e maiúsculas, nas linhas, diferem
estatisticamente entre si em nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste de Scott Knott.
MSTotal – matéria seca total, MSTcons – matéria seca total consórcio, MSThib – matéria
seca total hibernais, MSLFcons –matéria seca de lâmina foliar consórcio, MSLFhib – matéria
seca de lâmina foliar hibernais.
A análise dos dados permite identificar diferenças importantes entre consórcios
forrageiros de inverno sobressemeados na gramínea de verão. Em geral, foram verificadas
diferenças significativas nas massas de MSTotal e de MSLF das espécies hibernais de
forragem disponível pra o consumo, sugerindo que os tratamentos apresentam características
resultantes do ciclo produtivo de cada espécie conforme suas características morfológicas e
potencial de contribuição. Para variável MSTotal de massa de foragem disponível o consórcio
com aveia preta não se diferiu estatisticamente entre os três período de avaliação, mostrando
um alto potencial de persistência no dossel forrageiro, a aveia preta + ervilhaca obteve o
melhor desempenho no primeiro período de avaliação e subsequente ocorreu redução na
produção, isso resultante da contribuição da ervilhaca, que possui um rápido desenvolvimento
44
inicial, devido sua precocidade, mas tem sua contribuição limitada, em geral a um ou dois
pastejo (Silva et al, 2011). O consórcio de aveia preta + trevo vesiculoso nos dois primeiros
períodos, não se diferiram estatisticamente, apenas apresentou uma menor produção no
terceiro período de avaliação. Entre os períodos de avaliação entre os três tratamentos
podemos verificar que a aveia preta + ervilhaca no primeiro período foi superior em produção
de matéria seca em relação aos outros tratamentos, e nós outros dois períodos não ocorreu
diferença entre os tratamentos.
A produção de matéria seca total no tratamento de aveia preta nos três períodos não se
diferenciou estatisticamente, para aveia preta + ervilhaca ocorreu uma diminuição gradativa a
cada pastejo isso resultante da sua menor persistência e capacidade de rebrote no sistema
forrageiro, para o consórcio de aveia preta + trevo vesiculoso há uma menor produção no
terceiro período. Apenas no primeiro período a aveia preta apresentou uma menor produção
em relação aos outros períodos de avaliação.
A produção de matéria seca total das espécies hibernais pode-se ressaltar a
contribuição inicial da ervilhaca, o trevo vesiculoso com melhor desempenho durante o
segundo período, se mostrando uma espécie de ciclo mais tardio e desenvolvimento mais
lento em relação à ervilhaca e à aveia preta, constituindo alternativa de manutenção da
produtividade das pastagens em relação ao cultivo estreme desta gramínea. A aveia preta se
mostrou uma espécie persistente no dossel forrageiro. A gradativa redução visível no terceiro
período de avaliação das espécies hibernais pode ser devida condições climáticas
desfavoráveis ao seu desenvolvimento e o fim do seu ciclo produtivo.
As espécies leguminosas têm na consorciação um papel fundamental decorrente de sua
capacidade de fixação biológica de nitrogênio como possível responsável por proporcionar
esse maior rendimento, incorporando na pastagem um dos principais nutrientes responsáveis
pelo crescimento do tecido vegetal, o qual fica disponível para o uso por ambas as espécies.
Esse aporte de nitrogênio também é importante na melhoria da qualidade da forragem,
Skonieski et. al. (2011) observaram maior teor de proteína bruta no azevém consorciado com
trevo branco, possivelmente pela transferência de nitrogênio para a gramínea acompanhante.
Essa provável transferência prolonga o ciclo de produção e pode potencializar a produção de
folhas.
A área foliar tem um papel importante para produção de uma pastagem e a parte
morfológica de maior preferência para seleção durante o pastejo pelos animais. O processo de
senescência e morte de folhas e perfilhos determina a estabilização do acúmulo líquido de
45
forragem. Assim, o número de folhas verdes por perfilho é um critério objetivo na
determinação do manejo da pastagem (GOMIDE, 1999).
A matéria seca de lâmina foliar de massa de forragem disponível, mostrou uma maior
produção para o consórcio de aveia preta + ervilhaca no primeiro período de avaliação
demonstrando a sua precocidade, no segundo período o trevo vesiculoso apresentou melhor
produção de lâmina foliar em relação a ervilhaca e a aveia preta, ressaltando sua produção
mais tardia, no terceiro período não encontramos diferença, sendo a produção encontrada
reduzida entre os consórcios, principalmente das espécies hibernais, nesse período o Tifton 85
começa o seu rebrote. A produção de lâmina foliar das espécies hibernais tem maior
contribuição no primeiro período de avaliação, sendo que a aveia preta + ervilhaca apresentou
uma melhor produção em relação aos outros dois, a aveia preta + trevo vesiculoso foram
superiores no segundo corte, já no terceiro a presença de lâmina foliar das espécies era muito
pequena. A redução nas massas de MSLF das espécies hibernais no decorrer do período
experimental é decorrência natural do avanço da vida útil da pastagem e da entrada, pelas
plantas, no desenvolvimento reprodutivo.
Tabela 4 Médias das variáveis de produção (kg ha-1), de massa residual das espécies
forrageiras hibernais sobressemeadas sob Tifton 85, IRDeR/DEAg/UNIJUÍ, 2011.
Consórcios
Aveia Preta
Aveia Preta + Ervilhaca
Aveia P + Trevo Vesic
MSTotal
784,01
904,53
1120,74
Período
1º Corte
2º Corte
3º Corte
MSTotal
941,38
909,27
958,63
Massa Residual
MSTcons
MSThib
MSLFcons
675,27
383,08
240,15
761,87
479,20
245,92
957,49
594,62
328,14
Massa Residual
MSTcons
MSThib
MSLFcons
855,67
593,87
413,25 a
721,53
445,00
240,01 b
817,43
418,03
160,95 b
MSLFhib
148,56
147,69
220,95
MSLFhib
310,84 a
151,09 b
55,27 c
* Médias seguidas de letras minúsculas distintas na coluna diferem estatisticamente entre si em nível de 5% de
probabilidade de erro pelo teste de Scott knott – MSTotal – matéria seca total, MSTcons – matéria seca total
consórcio, MSThib – matéria seca total hibernais, MSLFcons – matéria seca de lâmina foliar consórcio,
MSLFhib – matéria seca de lâmina foliar hibernais. -
Na tabela 4 do teste de comparação de médias para massa de foragem residual, para os
consórcios não foi observada diferença estatística para nenhuma das variáveis analisadas. No
entanto, nos períodos de corte foi observada diferença para MSLFcon e MSLFhib. O primeiro
corte apresentou melhor média de produção em relação aos demais na variável MSLFcon, na
MSLFhib, o comportamento verificado foi distinto em cada corte, mostrando o primeiro com
46
o mais produtivo, o segundo numa faixa intermediaria de produção e o último corte com a
média mais baixa, mostrando o comportamento de final de ciclo das espécies sobressemeadas.
A cobertura do solo pode evitar o impacto direto das gotas de chuva e o sistema
radicular das plantas podem formar canais preferenciais para o processo de infiltração de água
no solo (FARIA et al.,1998). A cobertura por plantas, ou resíduos que ficam depositados no
solo, favorecem a presença maior conteúdo de água no solo, pelo aumento da capacidade de
retenção e redução da evaporação (CAMPOS et al.,1994).
A manutenção adequada da cobertura vegetal perante a lotação animal, em relação a
quantidade de pasto disponível resulta menor impacto do pisoteio animal, perante a qualidade
física do solo (FIDALSKI, et al, 2008). O efeito do pisoteio pode trazer resultados negativos
quando é realizado em solos com umidade elevada e com baixa cobertura vegetal.
3.2
QUALIDADE
FÍSICA
DO
SOLO
EM
PASTAGEM
DE
TIFTON
85
SOBRESSEMEADA COM ESPÉCIES FORRAGEIRAS HIBERNAIS SOB PASTEJO.
Os resultados do resumo da análise de variância para duas modalidades de pastejo: sem
e com pastejo, para variáveis: umidade gravimétrica (Ug), densidade do solo (Ds), umidade
volumétrica (Uv), densidade de partículas (Dp), porosidade total (PT), espaço aéreo (EA) e
resistência a penetração dos parâmetros físicos do solo em pastagem de Tifton 85
sobressemeada com espécies forrageiras hibernais anuais submetidas ao pastejo de vacas
leiteiras, estão disposto no apêndice G.
Pode-se verificar que para os parâmetros físicos, Ug, Ds, Dp, PT, EA e a resistência à
penetração ocorreram significância para fonte de variação profundidade na modalidade sem
pastejo e também para pressão média para fonte de variação consórcios. Para modalidade com
pastejo o nível de significância ocorreu para os parâmetros de Ug, Ds, PT e a resistência à
penetração para fonte de variação profundidade, para os demais parâmetros avaliados não
ocorreu significância, pelo teste de Scott Knott com 5% de probabilidade de erro. Podemos
observar os resultados dos cálculos no apêndice B e valores da resistência a penetração em
todos os pontos no apêndice C e D.
A partir da análise de variância está representada no apêndice G, foi realizado o teste
de comparação de média para avaliar o efeito das profundidades nas variáveis estudadas em
cada modalidade de pastejo, para os parâmetros físicos do solo. Silva et al. (2003) e Sarmento
et al. (2008) relatam que o pisoteio animal sobre o solo é potencializado quando, ele é
realizado em solos com umidade elevada e com baixa cobertura vegetal, o que evidencia a
47
necessidade de manutenção da cobertura vegetal adequada sobre os solos, para diminuir o
efeito do pisoteio animal sobre a características física do solo.
Na figura 10 serão apresentados os valores da umidade gravimétrica (Ug%), durante
os três ciclos de pastejo na área experimental sobressemeada com espécies forrageiras
hibernais, perante os diferentes tratamentos. A umidade do solo pode ser muito determinante
para manter a qualidade estrutural física de uma pastagem, que pode sofrer sérias limitações
se for manejada de maneira incorreta, devido ao pisoteio dos animais em lotação excedente
com condições de alta umidade.
35
30
Consórcios
Ug (%)
25
Aveia Preta
20
15
Aveia preta + Ervilhaca
10
Aveia Preta + Trevo
vesiculoso
5
0
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
Cortes
Figura 10 Umidade gravimétrica Ug (%) nos diferentes consórcios em três períodos de
avaliação, IRDeR/ DEAg/ UNIJUÍ/ 2011.
A Ug foi maior no tratamento de aveia preta + trevo vesiculoso, sendo que a aveia
preta apresentou teor intermediário e a ervilhaca apresentou o menor teor de água, isso pode
explicado a partir da maior demanda de água pela ervilhaca devido sua maior produção no
período inicial, sendo o desenvolvimento do trevo mais lento, os teores de água no solo (Ug%) variaram entre 25 e 35% nos três períodos de pastejo dos animais, esse acompanhamento
é a muito importante para se evitar a entrada dos animais em condições de alta umidade para
evitar a compactação a qual pode ser identificada pela maior densidade do solo e resistência à
penetração, menor porosidade total e menor espaço aéreo. No terceiro período tivemos
valores semelhantes de Ug, entre os consórcios que se encontram no final do ciclo produtivo,
onde a demanda por água e nutriente diminui.
48
Na tabela 5 para área sem e com pastejo não foi observada diferença entre as médias
das camadas de profundidade para nenhum das variáveis testadas, exceto para a resistência à
penetração nas duas modalidades de pastejo e para a umidade gravimétrica na área com
pastejo que possivelmente por apresentar valores maiores, foi sensível ao teste. As demais
variáveis apresentaram médias muito próximas, as quais o programa não verificou diferença,
ficando na zona de rejeição. Apesar de não ter ocorrido diferença estatística entre as
profundidades para variável densidade do solo, segundo Reinert (1998) e Reichert (2007),
para solos de textura com mais de 55% de argila a densidade do solo crítica é 1.45 g cm-3,
para desenvolvimento radicular de espécies. Analisando os resultados de densidade do solo
para modalidade sem pastejo encontramos nas camadas de profundidades de 0,10-0,15 e
0,15–0,20 m, uma densidade do solo de 1,45 g cm-³ e 1,48 g cm-³, respectivamente, que já
podem trazer algumas restrições ao desenvolvimento do sistema radicular das espécies que
compõem o sistema forrageiro, com consequência ao acesso à água e aos nutrientes
principalmente àqueles que são pouco móveis no solo, como o fósforo (COLLARES et al,
2008), não significando que sejam resultados do manejo utilizado, uma vez que os efeitos do
pisoteio animal são superficiais.
Para modalidade com pastejo os resultados encontrados não trazem nenhuma restrição
ao desenvolvimento radicular, podendo-se observar que nas camadas mais superficiais 0,00,10 m não encontramos nenhum valor que pode ser considerado restritivo ao
desenvolvimento radicular, Torres, et al., (2012) salienta que o pisoteio dos animais provoca
um alta pressão dos cascos dos animais sobre área, é um fator de constante compactação em
áreas de pastagem nas camadas mais superficiais, mas isso não foi observado no presente
trabalho perante as condições avaliadas. Berwanger, 2011, estudando essa mesma área no
período 2010/2011 encontrou valores de densidade do solo menores as encontradas no
período 2012/2013, na camada superficial, 1,22 g cm-³, nas camadas de 0,05 até 0,15 m foi
encontrado as maiores densidade de 1.32 e 1.31 g cm-³, mas não são valores que possam
trazer alguma limitação ao desenvolvimento radicular, o espaço aéreo também não trouxe
nenhum restrição ao desenvolvimento radicular. A porosidade total, que expressa o espaço do
solo não ocupado por sólidos sendo ocupado pela água e ar compondo o espaço poroso
definido como sendo a proporção entre o volume de poros e o volume total de um solo, é
inversamente proporcional à densidade do solo e de grande importância direta para o
crescimento de raízes e movimento de ar, água e solutos no solo, apesar da significância
encontrada pela análise de variância não se diferiu estatisticamente perante aos consórcios e
profundidades. A densidade de partículas não difere grandemente entre os solos, pois é
49
dependente da constituição mineralógica dos mesmos. Seus valores variam de 2,6 a 2,75 g
cm3cm-3 para a maioria dos solos, pois os principais minerais constituintes do solo possuem
densidades compreendidas nessa faixa (FIORIN, 2008).
Tabela 5 Teste de comparação de médias dos parâmetros físicos do solo em área de Tifton 85,
com duas modalidades de manejo DEAg/UNIJUI, 2013.
Sem Pastejo
Profundidade
(m)
0,0 - 0,05
0,05 - 0,10
0,10 - 0,15
0,15 - 0,20
Profundidade
(m)
0,0 - 0,05
0,05 - 0,10
0,10 - 0,15
0,15 - 0,20
Ug (%)
28,64
26,40
25,77
25,68
Ds (g cm-³)
1,32
1,40
1,45
1,48
Dp (g cm-³) PT (%)
2,77
52,53
2,83
50,32
2,85
48,85
2,85
47,66
Com Pastejo
EA (%)
14,81
13,34
11,53
9,6
RP (Kpa)
1685,57 b
3157,68 a
3351,93 a
3746, 37 a
Ds (g cm-³)
Ug (%)
31 a
27,55 b
26,77 b
26,7 b
1,24
1,36
1,34
1,38
PT (%)
54,82
51,07
51,9
50,68
EA (%)
16,36
13,58
15,82
13,94
RP (Kpa)
1606,92 b
2910,11 a
3361,13 a
3668,57 a
Médias seguidas na coluna minúscula não se diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott Knot com 5%
de probabilidade de erro. Ug - Umidade gravimétrica, Ds- Densidade do solo, PT- Porosidade total, EA - Espaço
aéreo, RP – Resistência penetração.
O espaço aéreo do solo corresponde ao volume ocupado pelo ar do solo em relação ao
volume de poros. Quando o solo se encontra saturado o seu espaço aéreo e nulo, segundo
(KLEIN, 2008), é necessário existir certa proporção de ar no mínimo 10% para evitar
deficiência na aeração do sistema radicular das plantas. Ao analisar os valores do EA na
camada de profundidade de 0,15-0,20 m na área sem pastejo encontramos valores inferiores a
10%, o que pode resultar em deficiência da aeração para o sistema radicular das plantas.
Para a resistência do solo à penetração radicular nas duas modalidades com e sem
pastejo encontramos os menores valores na camada inicial de 0,0-0,05m, com pouca limitação
ao crescimento radicular. Conforme Canarache (1990), as classes de resistência à penetração
que comprometem o desenvolvimento de raízes, na tabela 6. Para as profundidades 0,05-0,10,
0,10-0,15 e 0,15 a 0,20 encontramos valores de classe média com poucas limitações ao
crescimento radicular. Donabel, 2011, na mesma área experimental no período de 2010/2011,
encontrou valores de resistência à penetração na profundidade de 0,0-0,05m que traziam
algumas limitações ao desenvolvimento radicular, pois estavam entre classe média nas demais
profundidades em alguns caso chegavam a classe alta, onde se tem sérias limitações ao
desenvolvimento radicular. Apesar de muitos estudos terem sido feitos, não se tem uma
50
quantificação, da influência de uma determinada variação no teor de água sobre a resistência à
penetração para diferentes solos, por isso é recomendável relacionar informações
complementares como tipo de solo, teor de água e densidade do solo, para ser ter indicativos
da confiabilidade dos resultados, (CUNHA, et al., 2002).
Tabela 6. Classes de resistência do solo à penetração e limitações ao crescimento de raízes das
plantas. Fonte: Adaptado de Canarache (1990).
Para os parâmetros físicos do solo perante os diferentes consórcios, não foram
encontrados nenhuma diferença estatística para variáveis avaliadas, conforme tabela 7 exceto
na área sem pastejo, para resistência à penetração onde o consórcio de aveia preta + ervilhaca,
apresentou a menor resistência à penetração em comparação aos demais consórcios, segundo
Canarache (1990), o valor se encontra na classe muito baixa sem limitação ao
desenvolvimento radicular. Segundo Taylor et al., 1966 a faixa crítica de resistência do solo
com redução importante no crescimento radicular está entre 2,0 a 2,5 MPa. Para os outros
tratamentos encontramos valores que se enquadram na classe média que resultam em algumas
limitações ao desenvolvimento radicular.
51
Tabela 7 Parâmetros físicos do solo perante os diferentes consórcios em área de pastagem de
Tifton 85 DEAg/UNIJUI, 2013.
-3
Consórcios
Aveia Preta
Aveia Preta + Ervilhaca
Aveia Preta + Trevo Vesiculoso
Ds (gcm )
1.41
1.38
1.43
Consórcios
Aveia Preta
Aveia Preta + Ervilhaca
Aveia Preta + Trevo Vesiculoso
Ds (gcm-3)
1.31
1.31
1.31
Sem Pastejo
EA(%)
12.86
13.21
10.88
Com Pastejo
EA(%)
15.8
15.75
13.24
RP (Kpa)
3534.90 a
1699.13 b
3722.14 a
RP(Kpa)
2629.59
3253.90
2776.55
* Médias seguidas de letras minúsculas distintas na coluna diferem estatisticamente entre si em nível de 5%
de probabilidade de erro pelo teste de Scott knott. Ds- Densidade do solo, EA - Espaço aéreo, RP –
Resistência penetração.
Na área com pastejo os valores de resistência à penetração não se diferiram
estatisticamente entre os tratamentos, mas os valores estão dentro da classe média que
resultam em algumas limitações. A habilidade das raízes penetrarem no perfil diminui quando
a densidade e a resistência do solo aumentam e a pressão hidrostática das células das raízes
diminui com isso ocorre redução da força na coifa e na região meristemática para superar a
resistência do solo (REINERT et al, 2008). A resistência à penetração está sendo usada para:
detecção de camadas compactadas, estudo da ação de ferramentas de máquinas no solo,
prevenção de impedimento mecânico ao desenvolvimento do sistema radicular das plantas,
predição da força de tração necessária para execução de trabalhos, conhecimento de processos
de umedecimento e ressecamento, dentre outras, (CUNHA, et al, 2002).
52
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estabelecimento da aveia preta não foi afetado pela presença das leguminosas em
consórcio. Entre as duas leguminosas utilizadas no experimento a ervilhaca apresentou uma
maior estatura de planta e cobertura do solo em relação ao trevo vesiculoso, mostrando ser
uma espécie de ciclo mais precoce.
A produção de matéria seca de massa de forragem disponível, para o consórcio de
aveia preta apresentou uma produção MSTotal constante para os três períodos de avaliação,
ressaltando sua característica de persistência e resistência ao pisoteio animal. Já, a aveia preta
+ ervilhaca apresentou um melhor desempenho no primeiro período de avaliação, diminuindo
sua produção nos períodos subsequentes, o que já era esperado devido suas características
morfológicas de precocidade e pouca resistência ao pisoteio animal.
O consórcio de aveia preta + trevo vesiculoso possui uma produção intermediaria e
mais tardia, sendo uma alternativa de pastagem de ciclo mais tardio, além da sua característica
de ressemeadura natural. Baixas produções de matéria seca entre os consórcios são devido,
baixa densidade de semeadura da aveia preta, poderá ser testados densidades maiores.
A produção de lâmina foliar foi maior no primeiro período de avaliação para o
tratamento de aveia preta + ervilhaca, mostrando ser a ervilhaca uma espécie de grande
contribuição inicial para o dossel forrageiro de rápida produção. Já no segundo período o
tratamento com trevo vesiculoso obteve a maior produção de lâmina foliar, no último corte a
presença de área foliar já era muito baixa, em decorrência natural do avanço da vida útil da
pastagem e da entrada, pelas plantas, no desenvolvimento reprodutivo. A produção de matéria
seca de massa residual em média de 900 kg ha-1, a cada corte permite a cobertura de solo em
toda a área experimental, diminuindo possíveis perdas de solo e água, além de servir como um
“colchão¨ reduzindo possíveis efeitos do manejo dos animais sobre a pastagem.
As propriedades físicas do solo nas modalidades com e sem pastejo, apresentam
densidades do solo que não trazem nenhuma restrição ao desenvolvimento radicular na
camada mais superficial, resultante do pisoteio do animal não foi prejudicial.
A resistência à penetração encontra valores que estão situado na classe média que
trazem algumas limitações ao desenvolvimento radicular, mas podemos verificar que na
camada mais superficial devido deposição de matéria orgânica, se tem os menores valores.
53
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64
APÊNDICES
Apêndices A – Croqui da área experimental
65
Apêndice B – Quadro Resultados dos Cálculos da Análise Fisica do Solo IRDeR/UNIJUI/2013.
MSU+ PESO
AMOSTRA TRATAMENTO BLOCO PROF LATA LATA
1
6
8
2
5
MSU
LATA+
SECO
MSS
V
UG(%) cilind
DS Uv(%) Peso
mL de
alcool
gasto
Volume
Ocupado
solo
Dp
PT
EA
Aveia Preta
1 A
347,79 66,77
281,02
292,15
225,38 24,69 173,90 1,30 32,00 20,02
42,80
7,20
2,8 53,4
21,39
Aveia Preta
1 B
367,44 66,88
300,56
308,11
241,23 24,59 173,90 1,39 34,12 20,00
42,90
7,10
2,8 50,8
16,64
Aveia Preta
1 C
372,00 67,26
304,74
311,77
244,51 24,63 173,90 1,41 34,64 20,00
43,00
7,00
2,9 50,8
16,15
Aveia Preta
1 D
365,35 61,29
304,06
306,72
245,43 23,89 173,90 1,41 33,71 20,00
43,00
7,00
2,9 50,6
16,89
Aveia Preta
2 A
330,18 66,62
263,56
269,40
202,78 29,97 173,90 1,17 34,95 20,00
42,90
7,10
2,8 58,6
23,65
Aveia Preta
2 B
364,65 66,16
298,49
300,14
233,98 27,57 173,90 1,35 37,10 20,00
43,00
7,00
2,9 52,9
15,81
Aveia Preta
2 C
423,96 95,86
328,10
358,14
262,28 25,10 173,90 1,51 37,85 20,00
43,00
7,00
2,9 47,2
9,36
Aveia Preta
2 D
417,71 69,04
348,67
350,63
281,59 23,82 173,90 1,62 38,57 20,00
43,00
7,00
2,9 43,3
4,75
Aveia Preta
3 A
356,88 68,94
287,94
295,52
226,58 27,08 173,90 1,30 35,28 20,00
42,90
7,10
2,8 53,7
18,46
Aveia Preta
3 B
367,00 66,83
300,17
301,12
234,29 28,12 173,90 1,35 37,88 20,00
43,00
7,00
2,9 52,8
14,96
Aveia Preta
3 C
352,52 67,91
284,61
292,97
225,06 26,46 173,90 1,29 34,24 20,01
42,80
7,20
2,8 53,4
19,19
Aveia Preta
3 D
379,44 60,21
319,23
304,34
244,13 30,76 173,90 1,40 43,19 20,00
43,00
7,00
2,9 50,9
7,68
Ervilhaca
1 A
343,17 68,18
274,99
274,45
206,27 33,32 173,90 1,19 39,52 20,00
42,60
7,40
2,7 56,1
16,60
Ervilhaca
1 B
375,93 67,31
308,62
307,07
239,76 28,72 173,90 1,38 39,60 20,00
42,80
7,20
2,8 50,4
10,77
Ervilhaca
1 C
364,22 62,49
301,73
298,27
235,78 27,97 173,90 1,36 37,92 20,00
43,10
6,90
2,9 53,2
15,30
Ervilhaca
1 D
362,41 61,27
301,14
298,20
236,93 27,10 173,90 1,36 36,92 20,00
42,90
7,10
2,8 51,6
14,71
Ervilhaca
2 A
359,91 65,89
294,02
301,01
235,12 25,05 173,90 1,35 33,87 20,00
42,90
7,10
2,8 52,0
18,13
Ervilhaca
2 B
339,76 65,78
273,98
284,50
218,72 25,27 173,90 1,26 31,78 20,00
42,80
7,20
2,8 54,7
22,94
Ervilhaca
2 C
377,20 68,54
308,66
309,14
240,60 28,29 173,90 1,38 39,14 20,00
43,00
7,00
2,9 51,6
12,44
Ervilhaca
2 D
405,75 95,57
310,18
340,52
244,95 26,63 173,90 1,41 37,51 20,00
43,00
7,00
2,9 50,7
13,19
66
7
3
4
9
Ervilhaca
3 A
351,79 60,15
291,64
286,65
226,50 28,76 173,90 1,30 37,46 20,02
42,80
7,20
2,8 53,2
15,70
Ervilhaca
3 B
362,84 65,81
297,03
304,50
238,69 24,44 173,90 1,37 33,55 20,00
43,00
49,2
14,67 52,0
18,41
Ervilhaca
3 C
363,58 58,13
305,45
303,54
245,41 24,47 173,90 1,41 34,53 20,00
42,80
7,20
2,8
Ervilhaca
3 D
370,70 66,65
304,05
311,86
245,21 24,00 173,90 1,41 33,84 20,00
42,90
7,10
2,8 49,9
16,11
Trevo Ves
1 A
360,57 66,27
294,30
292,67
226,40 29,99 173,90 1,30 39,05 20,00
42,70
7,30
2,7 52,5
13,43
Trevo Ves
1 B
351,74 60,63
291,11
290,62
229,99 26,58 173,90 1,32 35,15 20,00
42,80
7,20
2,8 52,4
17,24
Trevo Ves
1 C
370,88 60,32
310,56
309,00
248,68 24,88 173,90 1,43 35,58 20,00
42,90
7,10
2,8 49,2
13,65
Trevo Ves
1 D
399,69 66,90
332,79
335,68
268,78 23,82 173,90 1,55 36,81 20,00
42,90
7,10
2,8 45,1
8,32
Trevo Ves
2 A
365,78 69,44
296,34
297,05
227,61 30,20 173,90 1,31 39,52 20,00
42,90
7,10
2,8 53,5
14,01
Trevo Ves
2 B
366,24 67,71
298,53
303,74
236,03 26,48 173,90 1,36 35,94 20,01
42,70
7,30
2,7 50,5
14,54
Trevo Ves
2 C
360,52 65,68
294,84
300,15
234,47 25,75 173,90 1,35 34,72 20,00
42,90
7,10
2,8 52,1
17,42
Trevo Ves
2 D
377,08 66,08
311,00
314,74
248,66 25,07 173,90 1,43 35,85 20,00
42,90
7,10
2,8 49,2
13,39
Trevo Ves
3 A
363,74 66,95
296,79
297,71
230,76 28,61 173,90 1,33 37,97 20,00
42,80
7,20
2,8 52,2
14,26
Trevo Ves
3 B
381,23 60,42
320,81
315,39
254,97 25,82 173,90 1,47 37,86 20,00
43,10
6,90
2,9 49,4
11,56
Trevo Ves
3 C
398,08 66,63
331,45
333,08
266,45 24,39 173,90 1,53 37,38 20,00
43,00
7,00
2,9 46,4
8,99
Trevo Ves
3 D
365,31 60,41
304,90
302,29
241,88 26,05 173,90 1,39 36,24 20,00
43,00
7,00
2,9 51,3
15,08
67
APÊNDICE C – Resultados da Análise Resistência a Penetração Exclusão de Pastejo
IRDeR/UNIJUI/2013.
Ambiente
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Tratamento
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Trevo
Trevo
Trevo
Trevo
Trevo
Trevo
Trevo
Trevo
Trevo
Trevo
Trevo
Trevo
Bloco
Prof(mm)
1
1
1
1
2
2
2
2
3
3
3
3
1
1
1
1
2
2
2
2
3
3
3
3
1
1
1
1
2
2
2
2
3
3
3
3
5
10
15
20
5
10
15
20
5
10
15
20
5
10
15
20
5
10
15
20
5
10
15
20
5
10
15
20
5
10
15
20
5
10
15
20
Pressão Média (Kpa)
2729,3
3711,2
4377,8
3344
2133,5
5702,6
5561,4
4523,2
2776,5
3020,8
2115,8
2422,8
3,3
339,2
2358,2
2261,4
0
1013,6
3505,4
2802,6
497,5
2132,2
2710
2766,2
1807,2
2916
4906,8
3695,4
3156,7
6377,2
5625,8
5080,8
2066,2
3206,4
2556,2
3271
68
Apêndice D - Resultados da Análise Resistência a Penetração com Pastejo
IRDeR/UNIJUI/2013.
Ambiente
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
Tratamento
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Aveia Preta
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Ervilhaca
Trevo
Trevo
Trevo
Trevo
Trevo
Trevo
Trevo
Trevo
Trevo
Trevo
Trevo
Trevo
Bloco
1
1
1
1
2
2
2
2
3
3
3
3
1
1
1
1
2
2
2
2
3
3
3
3
1
1
1
1
2
2
2
2
3
3
3
3
Profundidade
5
10
15
20
5
10
15
20
5
10
15
20
5
10
15
20
5
10
15
20
5
10
15
20
5
10
15
20
5
10
15
20
5
10
15
20
RP
1293,5
2764
3256,6
4458,4
607,2
2414,6
2937,8
2511,8
1504
1918,2
3036,8
4852,2
1623,3
3800,2
3838,4
3145,8
2217,5
3141,6
4044,2
4427,8
1803,5
3470,8
3618,4
3915,4
2358,8
3070,8
2800,4
2921,4
2222,5
3860,6
3618,2
3584,2
832
1750,2
3099,4
3200,2
69
APÊNDICE E - Tabela 6. Atributos do solo em área de Tifton 85 sobressemeada com espécies forrageiras hibernais com e sem pastejo
IRDeR/UNIJUI/2010.
Atributos FísicoQuímicos
Teor de argila (%)
pH do solo
Índice SMP
Al (cmolcdm-3)
H+Al (cmolcdm-3)
P (mg dm-3)
K (mg dm-3)
Ca (cmolcdm-3)
Mg (cmolcdm-3)
MOS (%)
CTCpH7.0(cmolcdm-3)
m (%)
V (%)
Teor de argila (%)
pH do solo
Índice SMP
Al (cmolcdm-3)
H+Al (cmolcdm-3)
P (mg dm-3)
K (mg dm-3)
Ca (cmolcdm-3)
Mg (cmolcdm-3)
MOS (%)
CTCpH7.0(cmolcdm-3)
m (%)
V (%)
Área de Exclusão de Pastejo
Aveia
Aveia preta + Ervilhaca
Resultados
Resultados
Interpretações
Interpretações
Analíticos
Analíticos
58,0
Classe II
55,0
Classe II
5,6
Médio
5,6
Médio
6,1
6,1
0,1
0,1
3,8
Baixo
4,0
Baixo
13,2
Alto
15,6
Alto
194,0
Muito Alto
296,0
Muito Alto
4,3
Alto
1,8
Baixo
2,8
Alto
1,4
Alto
3,4
Médio
4,0
Médio
11,8
Médio
12,4
Médio
1,4
Baixo
1,4
Baixo
69,0
Médio
63,0
Baixo
Área Pastejada
Classe II
54,0
Classe II
54,0
Médio
5,7
Médio
5,7
6,0
6,0
0,1
0,1
Médio
4,2
Médio
4,2
Alto
16,4
Alto
16,7
Muito Alto
220,0
Muito Alto
240
Alto
4,3
Alto
4,6
Alto
2,8
Alto
2,9
Médio
3,5
Médio
3,8
Médio
11,9
Médio
12,2
Baixo
1,2
Baixo
2,0
Baixo
66,4
Médio
64,3
Aveia preta + Trevo vesiculoso
Resultados
Interpretações
Analíticos
56,0
Classe II
5,5
Médio
5,9
0,1
4,7
Médio
11,0
Alto
156,0
Muito Alto
4,3
Alto
2,6
Alto
3,7
Médio
12,3
Médio
1,9
Baixo
62,0
Baixo
53,0
5,7
6,0
0,1
4,2
14,5
140,O
4,6
3,1
3,6
12,2
1,6
65,9
Classe II
Médio
Médio
Alto
Muito Alto
Alto
Alto
Médio
Médio
Baixo
Médio
70
APÊNDICE F - Resumo da análise de variância para variáveis de produção de matéria seca
total do consórcio e das espécies hibernais e de produção de lâmina foliar em área de
pastagem de Tifton 85 sobressemeada com espécies forrageiras hibernais anuais,
IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2011.
Quadrado médio – pré -pastejo
FV
GL
MSTotal MST cons MST hib MSTF cons MSTF hib
Bloco
2
86633.88
48746.69
25161.24
6680.48
1606.4
Período
2
34804.17
35423.02
43499.44 32560.01* 38310.19*
Tratamento
2
918000.21* 804228.15* 921453.08* 623966.11* 677715.47*
Trat X Perío
4
283946.62* 259397.9* 228212.72* 68264.38* 57133.81*
Resíduo
16
52364.41
36835.9
24255.58
3538.34
2074.83
Total
26
Média
677.79
613.4
565.54
293.59
265.67
CV(%)
33.76
31.28
27.53
20.26
17.14
Quadrado médio – pós - pastejo
FV
GL
MSTotal MST cons MST hib MSTF cons MSTF hib
Bloco
2
182206.04 74595.37
39252.47
11967.9
9994.92
Período
2
261991.19* 188129.4* 100971.09* 21804.45* 15910.21*
Tratamento
2
5646.91
42975.9
80718.37* 149880.58* 150034.85*
Trat X Perío
4
64431.3
55487.98
37163.32
2483.76
5530.44
Resíduo
16
45950.78
39184.99
18739.91
4797.89
2967.81
Total
26
Média
936.42
798.21
485.63
271.4
172.4
CV(%)
22.89
24.79
28.18
25.52
31.59
* Significativo a 5% de probabilidade de erro pela análise de variância – GL- grau de
liberdade, MST total – matéria seca total, MST cons – matéria seca total consórcio, MST hib
– matéria seca total hibernal, MSLF cons – matéria seca total de lâmina foliar consórcio,
MSLF hib – matéria seca total de lâmina foliar hibernal.
71
APÊNDICE G - Resumo da análise de variância dos parâmetros físicos do solo, em área
de pastagem de Tifton 85 sobressemeada com espécies forrageiras, DEAg/UNIJUI, 2013.
Fonte de
variação
GL
Blocos
Profundidade
Consórcios
Prof X Cons.
Erro
Total
Média Geral
CV
2
3
2
6
22
35
Blocos
Profundidade
Consórcios
Prof X Cons.
Erro
Total
Média Geral
CV
2
3
2
6
22
35
Sem Pastejo
Dp
PT
EA
RP
Ug
Ds
Uv
(%)
0,03
17,06*
1,31
2,56
5,41
g cm-3
0,007
0,04*
0,007
0,001
0,006
%
0,43
2,09
1,74
8,85
6,98
g cm-3
0,001
0,005*
0,002
0,0004
0,001
26,62
8,74
1,41
5,65
37,52
7,04
12,32
31,32
2985,39
30,71
7,34
36,89*
0,42
2,18
3,57
0,004
0,03*
0,009
0,005
0,005
22,98
9,75
2,81
2,08
3,43
2,83
49,83
1,99
5,32
Com Pastejo
0,001
5,89
0,004
31,39*
0,001
12,11
0,002
6,44
0,001
6,77
41,27
17,00
25,35
13,48
12,29
169291,98
7424397,26*
1278467,05
361689,01
420360,80
28,01
6,74
1,33
6,66
37,18
4,97
2,78
1,49
14,93
23,47
2886,68
22,46
%
%
0,09
0,87
39,44* 45,75*
9,92
18,85
2,30
17,18
7,05
14,88
52,11
4,99
kpa
6006091,30
7297965,40*
14995377,77*
850078,14
840581,81
*Significativo a 5% de probabilidade de erro pela análise de variância – GL- grau de
liberdade, Ug - Umidade gravimétrica, Ds- Densidade do solo, Uv - Umidade volumétrica, Dp
- Densidade de partícula, PT- Porosidade total, EA - Espaço aéreo, RP – Resistência
penetração, Prof – profundidade, Cons. – Consórcio, CV – Coeficiente de variação.
72
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