Acompanhamento
da safra baiana
Acompanhamento da safra baiana, Salvador, mar. 2015
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março 2015
No segundo levantamento de safras do ano, o LSPA-IBGE mantém otimismo
para a safra baiana de 2015
O segundo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA)
de fevereiro, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta para uma estimativa de crescimento da safra
baiana de grãos da ordem de 21,1%, em 2015, na comparação com a
safra de 2014. No entanto, houve uma ligeira revisão desse indicador,
refletindo uma queda de 0,9 p. p. em relação à estimativa do mês anterior. Dessa forma, prevê-se que a produção de grãos passaria dos 7,8
milhões, em 2014, para 9,45 milhões de toneladas no ano corrente.
Em termos de área plantada, o levantamento aponta para uma ligeira
extensão de 0,4% ante o resultado de 2014, muito embora a área colhida deva ter uma expansão de 9,3% na mesma base de comparação.
Por sua vez, estima-se um crescimento de 10,8% no rendimento ou
produtividade física da produção de grãos no estado, resultado inferior ao estimado no primeiro levantamento (11,7%) (Tabela 1).
Dentre as culturas relevantes analisadas, apenas três sofreram revisões
nas estimativas para a safra deste ano, neste segundo levantamento:
o feijão, o milho e o sorgo. A safra do feijão deve terminar o ano com
produção total de 312 mil toneladas (20 mil a menos que na previsão
anterior), cerca de 26,1% maior que em 2014. Não obstante, neste
segundo levantamento, houve uma redução de cerca de 6,0% tanto
na produção física estimada como na produtividade média esperada.
Para o milho a previsão é de uma safra de 3,15 milhões de toneladas,
cerca de 19 mil toneladas a menos que em 2014, o que ainda garante a
esta cultura um acréscimo de 8,0% na comparação com a safra anterior. As expectativas de rendimento do grão tiveram relativa melhora,
já que passaram de uma taxa negativa de 24,1% no primeiro levantamento para uma queda de 13,4%. Por último, também, o sorgo perdeu
espaço neste segundo levantamento, saindo de uma taxa esperada de
crescimento da produção de 128,1% para uma de 83,8%, que se refletiu numa forte perda de produtividade desse grão, na comparação
com 2014, ainda que se mantenha em níveis elevados.
Tabela 1
Estimativa de produção física, áreas plantadas e colhidas e rendimentos dos principais produtos pelo
LSPA do IBGE – 2014/2015 – Bahia
Produtos/
safras
Produção física (mil t)
Área plantada (mil ha)
2014 (1)
2015 (2)
Mandioca
1.989
2.096
5,4
296
291
-1,8
177
181
Cana-de-açúcar
6.706
6.129
-8,6
129
121
-6,3
118
Cacau
179
141
-21,2
568
499
-12,2
Grãos
7.808
9.457
21,1
3.240
3.253
Algodão
1.164
1.123
-3,5
342
Café
202
224
10,9
Feijão
248
312
Milho
2.920
Soja
Sorgo
Total
Var. (%)
2014 (1)
2015 (2)
Var. (%)
Área colhida (mil ha)
2014 (1)
2015 (2)
Rendimento (3) (kg/ha)
Var. (%)
2014 (1)
2015 (2)
Var. (%)
2,2
11.261
11.614
3,1
111
-5,7
56.788
55.047
-3,1
547
478
-12,7
327
295
-9,8
0,4
2.969
3.244
9,3
2.630
2.916
10,8
324
-5,2
341
324
-5,0
3.413
3.467
1,6
171
176
2,7
161
167
3,7
1.253
1.341
7,0
26,1
534
484
-9,4
450
484
7,3
550
646
17,5
3.154
8,0
826
820
-0,8
657
820
24,7
4.443
3.849
-13,4
3.206
4.517
40,9
1.276
1.351
5,8
1.276
1.351
5,8
2.512
3.344
33,1
69
126
83,8
91
99
8,7
83
99
19,5
830
1.277
53,9
-
-
-
4.233
4.163
-1,7
3.811
4.013
5,3
-
-
-
Fonte: IBGE–LSPA/PAM. Elaboração: SEI/CAC.
(1) IBGE–LSPA previsão de safra 2014.
(2) IBGE–LSPA previsão de safra 2015 (fev. 2015).
(3) Rendimento = produção física/área colhida.
A produção de soja manteve a estimativa do levantamento anterior,
com previsão de safra de 4,5 milhões de toneladas, representando
um aumento significativo de 40,9%, expansão de 5,8% da área plantada e da área colhida e um aumento de produtividade da ordem de
33,1%. O café teve variação positiva de 1,2 p. p. na área plantada em
relação ao primeiro levantamento, alcançando os 176 mil hectares,
apesar de a área colhida manter-se com a mesma estimativa do le-
vantamento anterior (167 mil hectares). A previsão de crescimento
da safra continua em 10,9% com relação à de 2014, com rendimento 7,0% superior à safra anterior.
O algodão foi outra cultura cujas estimativas mantiveram-se inalteradas
nesse segundo levantamento. Com queda na produção estimada em
3,5%, também a área plantada (-5,2%) e a área colhida (-5,0%) deve-
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culturas concorrentes, como soja e milho, têm afetado a intenção
dos produtores em todo país, nesta temporada.
Tabela 2
Estimativas de área plantada, rendimento e produção física – 2014/2015 – Bahia
Área plantada (mil ha)
Rendimento (3) (kg/ha)
Produção física (mil t)
Produtos/safras
2014 (1)
2015 (2)
2014 (1)
2015 (2)
2014 (1)
2015 (2)
3.062,7
3.008,5
-1,8
2.648,0
2.898,4
9,5
8.109,9
8.719,9
7,5
Algodão
319,4
281,1
-12,0
3.870,0
4.050,0
4,7
1.236,1
1.138,5
-7,9
Feijão
481,0
447,2
-7,0
550,0
775,0
41,0
264,6
346,8
31,1
Feijão 1ª safra
268,4
234,6
-12,6
375,0
825,0
120,0
100,7
193,5
92,2
Feijão 3ª safra
212,6
212,6
-
771,0
721,0
-6,5
163,9
153,3
-6,5
812,5
779,8
-4,0
3.917,0
3.982,0
1,7
3.182,3
3.105,1
-2,4
Milho 1ª safra
544,5
511,8
-6,0
4.550,0
4.640,0
2,0
2.477,5
2.374,8
-4,1
Milho 2ª safra
268,0
268,0
-
2.630,0
2.725,0
3,6
704,8
730,3
3,6
1.312,7
1.358,6
3,5
2.520,0
2.860,0
13,5
3.308,0
3.885,6
17,5
137,1
141,8
3,4
867,0
1.720,0
98,4
118,9
243,9
105,1
Grãos
Milho
Soja
Sorgo
Var. (%)
Var. (%)
Var. (%)
Fonte: Acompanhamento de Safras de Grãos do Brasil (2015).
Elaboração: SEI/CAC.
(1) Décimo-segundo levantamento da safra de grãos (set. 2014).
(2) Quinto levantamento da safra de grãos (mar. 2015).
rão ser contraídas na comparação com a safra anterior. Por outro lado,
a produtividade média da cultura deve superar em 1,6% à de 2014.
Entre as outras culturas relevantes, mandioca, cana-de-açúcar e cacau, de
acordo com a LSPA-IBGE, não houve alterações nas estimativas
deste segundo levantamento. A produção de cana-de-açúcar e a de
cacau devem reduzir-se, respectivamente, em 8,6% e 21,2%. Por sua
vez, a produção estimada de mandioca, para a safra deste ano, prevê
um crescimento da ordem de 5,4%.
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anterior e superou em 0,6 p. p. a estimativa do levantamento anterior (Tabela 2).
A lavoura de algodão no estado, segundo maior produtor nacional,
teve sua estimativa de produção revisada, acentuando sua queda
(7,9%) com relação à safra anterior. Apesar do veranico registrado
no início de janeiro, não houve comprometimento na germinação
das lavouras, em decorrência dos bons índices de pluviosidade registrados em dezembro passado. Prevê-se, também, uma redução
Sexto levantamento da Conab revisa para 8,7 milhões de tone- de 38,3 mil hectares na área plantada com a cultura, representando
uma queda de 12,0% em relação ao plantio passado. Os elevados
ladas de grãos o volume físico da safra 2014/2015.
estoques mundiais têm pressionado a queda dos preços e desestiOs dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)1, em
mulam a manutenção das mesmas áreas de safras anteriores.
seu sexto levantamento para a safra de 2014/2015 apontam uma
expansão de 7,5% da produção de grãos na Bahia, taxa inferior ao A produção do feijão de primeira safra, na Bahia, está distribuída enlevantamento anterior (13,8%). A produção total estimada passa, tre as variedades macaçar (72%) e cores (28%). Em relação ao levantaentão, a perfazer 8,7 milhões de toneladas. O levantamento reduziu mento anterior, destaque para o significativo crescimento de 92,2%
a estimativa para a área plantada, saindo de 3,2 milhões para 3,0 da produção estimada, alcançando 193,5 mil toneladas, elevando
milhões de hectares, representando uma queda de 1,8% na compa- o estado ao status de segundo maior produtor de feijão de primeira
ração com a safra 2013/2014. Entretanto, o rendimento estimado safra, atrás de Minas Gerais. Apesar disso observa-se que a área
da produção teve uma variação positiva de 9,5% com relação à safra plantada reduziu-se em 12,6% na comparação com a safar anterior,
tendência apontada para a maioria dos estados produtores, segundo
1Os dados da Conab seguem metodologia diversa da adotada pelo IBGE, uma
a Conab. A instituição justifica que fatores como comercialização
vez que são levantados em relação ao ano safra, que vai de outubro de 2014 a
instável, riscos climáticos aliados à cultura e a atratividade de outras
setembro de 2015, enquanto o IBGE considera o ano civil.
Na região oeste do estado, o atraso do período chuvoso retardou o plantio
do milho primeira safra. Posteriormente, com a recorrência das precipitações, a lavoura voltou ao seu desenvolvimento normal: 60% na fase de floração, 30% no estágio de frutificação e o restante em maturação. O plantio
da primeira safra enfrenta concorrência da soja, que apresenta melhor liquidez. Com isso, os produtores revelam certo desinteresse, apesar da elevação dos preços pagos ao produtor. A estimativa do sexto levantamento
reduz a previsão da área plantada (-6,0%) e da produção física (-4,1%).
Em sua maior parte, a lavoura da soja no oeste baiano encontra-se nas
fases de germinação e de desenvolvimento vegetativo. A estimativa de
produção alcançou os 3,8 milhões de toneladas, superando em 17,5% a
safra do ano anterior. O levantamento anterior tinha apontado, no entanto, uma expectativa de produção ligeiramente superior aos 4 milhões
de toneladas. A previsão para o rendimento da lavoura, por outro lado,
manteve-se no mesmo nível (2,86 kg/ha). Já a estimativa para incremento da área plantada passou de 8,3% para 3,5%, na comparação como a
safra anterior, tendo os municípios de Barreiras e de Santa Maria da Vitória como principais responsáveis pela expansão da lavoura na safra atual.
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