Agustina Rosa Echeverría, Alessandro Silva de Oliveira, Diana Barbosa Tavares, Jane Darley Alves dos Santos,
Kleber Rezende Silva e Renata de Moraes e Silva
▲
formação inicial, ensino contextualizado, drogas na escola
▲
Neste artigo são apresentados e discutidos os resultados de um trabalho de investigação, realizado por alunos da licenciatura,
que se iniciou nas aulas de Didática e Prática de Ensino de Química da Universidade Federal de Goiás (UFG) e se desenvolveu no
Núcleo de Pesquisa em Ensino de Ciências - NUPEC da UFG. Duas questões são centrais neste trabalho: a importância da pesquisa
na formação inicial de professores de Química e a necessidade de que os conteúdos abordados na sala de aula sejam significativos
para os alunos. O tema discutido foi “drogas” e a pesquisa desenvolvida junto a alunos do Ensino Médio de uma escola estadual.
Recebido em 4/4/05; aceito em 21/9/06
C
onversas iniciais entre professores formadores e licenciandos
versavam sobre a não valorização cultural da profissão de professor, incluindo nesse entendimento de
não valorização o próprio professor.
Concordamos que existe a opinião
generalizada de que:
...o ensino é uma atividade
que se realiza com naturalidade, isto é, sem necessidade
de qualquer formação específica, na seqüência da detenção
de um determinado corpo de
conhecimentos científicos (Nóvoa, 1997, p. 21).
ciências em geral. Pesquisas recentes
do Ministério da Educação mostram
que dos aproximadamente 250 mil
professores que faltam no Ensino Médio, cerca de 23,5 mil são de Química
(jornal O Popular, 28/9/2004).
Na discussão sobre os desafios
de produzir a profissão docente, a
pesquisa surgiu como componente
deflagrador de uma formação reflexiva passível de superar as visões do
senso comum, tão arraigadas entre
os professores. Para isto:
Não basta afirmar que os professores devem ser reflexivos e
que devem dispor de maior
autonomia. Há que estabelecer
É comum, quando uma pessoa é
uma tradição de pensamento e
compelida a trabade reflexão que
lhar, antes de estar
Na discussão sobre os
possa apoiar este
habilitada profissiodesafios de produzir a
esforço (Popkenalmente para qualprofissão docente, a
witz, 1997, p. 42).
quer ofício, optar pela
pesquisa surgiu como
docência. Há, subjaConsideramos
componente deflagrador
cente a essa decique a formação inide uma formação reflexiva
são, a idéia de que é
cial é um espaço
passível de superar as
possível “ser profesadequado para criar
visões do senso comum,
sor” sem ser profesessa tradição, pois
tão arraigadas entre os
sor. Contribuem para
oferece a possibiprofessores
isso a carência alarlidade de interações
mante, em algumas regiões do Brasil,
entre professores formadores e alude professores de Química, Física e
nos da graduação, num processo de
QUÍMICA NOVA NA ESCOLA
A pesquisa na formação inicial de professores
significação e ressignificação da
profissão docente.
Sobre a importância da pesquisa na
formação inicial de professores
A década de 1990 se caracterizou
pela preocupação oficial destinada no
mundo todo à Educação, a partir da
Conferência Mundial de Educação
para Todos ocorrida em Jumtien, na
Tailândia, em 1990, e, dela derivado,
o Relatório Jaques Delors de 1996,
documento fundamental para se
compreender a política educacional
em vários países do mundo. Inserida
nesse contexto, a formação de professores tem ocupado o debate em
diversos fóruns (congressos, encontros de pesquisa etc.), como também
de instâncias governamentais e suas
normativas legais como a LDB (1996)
e as Diretrizes Curriculares Nacionais
para a formação de professores
(2002).
Embora a preocupação com a formação de educadores profissionais
tenha sido relegada, muitas vezes, a
uma atividade periférica nas universidades, trabalhos importantes sobre
formação de professores têm sido
produzidos no Brasil e no mundo
(Nóvoa, 1995; Lima, 1996; Alarcão,
N° 24, NOVEMBRO 2006
25
26
1996; Nóvoa, 1997; Maldaner, 1999;
Outro motivo da escolha do tema
gráficos, discute com os colegas,
Maldaner, 2000; Rosa et al., 2001;
foi que ele permitiria um exercício de
pede orientação ao professor. Tudo
Carvalho, 2002; Rosa e Schnetzler,
interdisciplinaridade, uma vez que,
isso tendo como objeto de estudo a
2003; Rosa, 2004). Defende-se, em
seria abordado sob vários aspectos:
sala de aula. Acreditamos que dessa
muitos desses trabalhos, a importânsocial, químico-biológico e da legisforma é possível estabelecer novas
cia da pesquisa na formação contilação.
relações conceituais além do nível de
nuada de professores a partir da
As aulas foram ministradas pelos
apreensão espontânea da prática
constatação, largamente apontada,
licenciandos do último ano do curso
educativa.
da complexidade e do dinamismo da
(ano de 2003) numa escola pública
Sobre o desenvolvimento da
realidade da prática de ensino, que
freqüentada por mais de dois mil
pesquisa
precisa ser problematizada para que
alunos. Um material didático foi eladela surja o conhecimento profissioborado coletivamente abordando o
Discutiu-se, nas aulas da formanal específico da docência, superantema drogas sob os aspectos acima
ção inicial, a necessidade de contexdo os limites da racionalidade técmencionados.
tualizar o ensino de Química para
nica.
Os dados da pesquisa foram obtitorná-lo relevante e significativo para
É importante destacar que no Brados a partir da transcrição das gravaos alunos. O tema escolhido para ser
sil, muitas vezes, a formação contições das aulas em vídeo, das resposabordado na Prática de Ensino foi
nuada é vista como a possibilidade
tas dadas a 215
“drogas”. A escolha
de superar deficiências da formação
questionários aplicaEm situação de
foi motivada por váinicial, contribuindo muito pouco para
dos entre os alunos
investigação o alunorias razões. Em prio enriquecimento intelectual dos proda escola após o
licenciando se constitui
meiro lugar, porque é
fessores. Em trabalho recente, Zanon
processo de ensino
pesquisador da sua prática
um problema pre(2003) discute a formação inicial de
e de entrevistas realiao tempo em que aprende
sente no cotidiano
professores de Química numa ação
zadas paralelamena fazer pesquisa, tendo
das escolas, como
investigativa que reúne professores
te, fora da escola,
como objeto de estudo a
mostrado por uma
formadores, alunos de licenciatura e
com usuários de
sala de aula
pesquisa realizada
professores de nível médio. Ao prodrogas; estas últipela UNESCO em
por essa interação, a autora defende
mas, transcritas de gravações em
340 escolas (públicas e particulares)
a pesquisa ao longo de todo o proáudio. Das aulas filmadas e dos
de capitais brasileiras, com jovens
cesso de formação inicial, numa
questionários saberíamos o que os
entre 11 e 24 anos, pais de alunos e
perspectiva que impõe, entre outras
alunos pensam e conhecem sobre as
professores, nos meses de junho e
demandas, “mudar, essencialmente,
drogas, como os alunos avaliaram
julho de 2001. A pesquisa revelou
a mesmice de tratamento à problenossas aulas e os conteúdos nelas
que a escola é “o local que mais os
mática, marcada pela precariedade
abordados e poderíamos, também,
jovens associam ao consumo de drode articulação e de inserção dos Foranalisar o nosso ensino. As entrevisgas”. Dos entrevistados, 40% dos
madores na dinâmica das práticas de
tas nos falariam sobre a relação enalunos disseram ter visto uso de
formação” (Zanon, 2003, p. 263).
tre as drogas e a evasão escolar.
drogas nas proximidades da escola,
Nesse sentido, nosso trabalho
Para os licenciandos que estavam
30% dos alunos presenciaram um
procurou iniciar os alunos de graduasendo iniciados na pesquisa, o mocolega usando drogas nas depenção na pesquisa entendendo a Prámento de análise coletiva dos dados
dências da instituição e 30% dos pais
tica de Ensino não
permitiu compartilhar dificuldades,
disseram ter visto
como o momento de
identificar erros e acertos, retomar
usuários
ou
traficanDurante a pesquisa, o
“aplicar” técnicas
leituras que pareciam esquecidas,
tes
ao
redor
da
escomomento de análise
aprendidas para
mas que se revelaram necessárias
la.
No
que
diz
rescoletiva dos dados
“transmitir” algum
para interpretar a prática. Recorrer à
peito
a
Goiânia,
a
permitiu compartilhar
conteúdo, mas de
teoria foi uma demanda da prática.
pesquisa
mostra
dificuldades, identificar
problematização
O trabalho de pesquisa se proque,
juntamente
com
erros e acertos, retomar
dessa prática. Em silongou
depois de findada a Prática
Maceió,
é
a
capital
leituras que pareciam
tuação de investide
Ensino
e se estendeu por um ano
onde
os
jovens
meesquecidas, mas que se
gação o aluno-licene
meio,
até
meados de 2004, quannos
confessam
o
revelaram necessárias para
ciando se constitui
do
alguns
dos
então licenciandos já
uso
de
drogas
ilíciinterpretar a prática
pesquisador da sua
eram professores formados e atuantas, apenas 3%. A
prática ao tempo em que aprende a
tes no Ensino Médio e, outros, alucapital goiana também é a que aprefazer pesquisa: identifica perguntas
nos do mestrado em Química da
senta o menor índice de usuários de
que precisam ser respondidas, cria
UFG. Juntaram-se ao grupo uma
bebidas alcoólicas. Ainda assim, o
os instrumentos de obtenção de
bolsista e alunos das séries iniciais
problema atinge 48% dos jovens
dados, testa-os, elabora categorias
da licenciatura, todos integrantes do
goianos (http://geocities.yahoo.com.
de análise, faz levantamentos biblioNUPEC.
br/secdrr/drpgasfu.htm).
QUÍMICA NOVA NA ESCOLA
A pesquisa na formação inicial de professores
N° 24, NOVEMBRO 2006
O processo de ensino
res e estruturais dessas substâncias,
importante para a iniciação às drocomo também processos de separagas: 71% falaram na influência do
ção. As fórmulas das drogas mais
O processo de ensino durou cinco
meio (esta categoria está composta
conhecidas foram apresentadas junsemanas de três horas/aula semapor três subcategorias: influência de
tamente com a introdução do conceiamigos 52%, aceitação no grupo 13%
nais ministradas pelos licenciandos
to de ligação química e de função
e o meio em que vive 6%) e 52% em
e acompanhadas pela professora forquímica. Classificaram-se os entorproblemas familiares. A curiosidade,
madora. As aulas começaram com
pecentes de acordo
a distribuição, entre os alunos, de um
como um dos motiO processo de ensino
com a ação no sisvos dessa iniciação,
texto com a letra da música da banda
durou cinco semanas de
tema nervoso central
foi apontada por 41%
Planet Hemp “Legalize já”. Em setrês horas/aula semanais
e alguns mecanisdos alunos1.
guida, enquanto a música era tocada
ministradas pelos
mos dessa ação fonum aparelho de som colocado na
Dos nove entrelicenciandos e
ram estudados. Essala, os alunos acompanhavam o
vistados, sete disacompanhadas pela
ses mecanismos fotexto. Essa música foi escolhida porseram ter iniciado o
professora
formadora
ram abordados em
consumo de drogas
que além de ser conhecida pelos
diferentes níveis de
jovens, nos permitiria deflagrar as disnas escolas que freprofundidade, levando em considecussões que pretendíamos fazer em
qüentavam, e ironicamente o uso
ração a série onde eram trabalhados.
sala de aula. Nela fala-se de leis, de
das drogas “tirou” eles da escola
Os jovens têm idéias, por expeprovas científicas, da importância de
sem a escola ter feito nada para
riência própria ou por relatos de amise informar, de tráfico, de uma “erva
retê-los nela. Ao contrário, verificagos, dos efeitos físicos e psíquicos
mos certa sensação de “alívio” por
natural que não pode prejudicar” etc.
das drogas, mas desconhecem os
parte da comunidade escolar, quanA primeira discussão foi acerca do
mecanismos de ação. Isto provaveldo esses alunos “problemáticos”
que é natural e o que é sintético e os
mente provocou o envolvimento de
abandonam a escola. Pensamos
alunos foram conduzidos a concluir
todos eles nos momentos de estudo
que a inclusão, tão discutida e proque o fato de um produto ser natural
desses mecanismos.
posta em fóruns educacionais, pasnão significa benéfico à saúde, que
Discutiu-se sobre drogas lícitas e,
sa não somente pela aceitação na
“não pode te prejudicar”.
nesse momento, foi realizada uma
escola de jovens com deficiências
A abordagem contextual possibiprática experimental de construção
lita a escolha de diversos conceitos
físicas ou psíquicas, mas também
de um bafômetro, publicada em Quía serem tratados em sala de aula. As
dessa grande porcentagem de
mica Nova na Escola (Ferreira et al.,
opções podem ser várias e igualjovens usuários de drogas. Existe
1997). Isto permitiu tratar o conceito
mente válidas. Citaremos alguns
uma opinião generalizada, de que
de oxi-redução.
exemplos dos conceitos abordados
“o lugar de usuário de drogas é nas
Depois da introdução à química
no nosso caso. Na discussão sobre
clínicas de recuperação”. Acreditadas drogas, a letra de “Legalize já”
como a cocaína é consumida foi esmos que esta idéia é questionável
foi retomada e os
tudada a solubilie sustentamos que o problema dealunos solicitados a
dade dos materiais.
ve ser enfrentado pela instituição
As fórmulas das drogas
se posicionarem soPartindo do fato
escolar.
mais conhecidas foram
bre o seu significado.
(que os alunos maA outra questão solicitou dos aluapresentadas juntamente
Ainda utilizando essa
nifestaram conhenos que apontassem quais outros
com a introdução do
letra, foi feita uma
cer) de que um dos
assuntos gostariam que fossem
conceito de ligação
abordagem das droentorpecentes mais
abordados nas aulas de Química.
química e de função
gas sob a ótica das
utilizados no Estado
Nesta, 41% não souberam responder
química. Classificaram-se os
leis.
de Goiás é a merla,
ou deram respostas vagas e 51%
entorpecentes de acordo
e que esta droga é
citaram temas relevantes, mas que
com a ação no sistema
O que a pesquisa
obtida da pasta da
não fazem parte dos currículos hanervoso central e alguns
revelou
coca após tratabituais como, por exemplo, estudo de
mecanismos dessa ação
mento com ácido
doenças sexualmente transmissíveis.
O
questionário
foram estudados
sulfúrico, queroseEsse desinteresse pelo que é
aplicado constou de
ne, gasolina, benzina, metanol, cal
ensinado na escola mostrado nos
sete questões das quais, neste travirgem, éter e pó de giz, os alunos
questionários é semelhante ao manibalho, por razões de espaço, abordaforam solicitados a fazer um levantafestado nas entrevistas, como ilustra
remos duas. Uma delas procurou
o trecho a seguir:
mento sobre os efeitos tóxicos
identificar os motivos que levam os
dessas substâncias. Após a discusjovens a se iniciar nas drogas. As ressão desses efeitos se introduziram as
postas dadas pelos alunos revelaram
E: Você sente vontade de
propriedades, as fórmulas moleculaque a influência externa é um fator
voltar a usar drogas ou já teve
QUÍMICA NOVA NA ESCOLA
A pesquisa na formação inicial de professores
N° 24, NOVEMBRO 2006
27
contato nesses dois anos?
Mirela: Muita. Já tive muita
vontade, eu tenho ... Daí eu
penso... eu não posso ir pra rua
porque lá eu fumo, vai ter alguém que me dá... então eu
não posso ir pra rua.
E: E para escola? Porque você não tenta preencher sua
vida com a escola?
Mirela: Na escola vou ficar fazendo o quê? Ficar escutando
a ladainha do professor! Vou
não! Não tem nada de interessante lá... A não ser a droga!
Que corre solta! Antes eu gostava de estudar, agora não... eu
tenho medo...medo de tudo!
Prefiro ficar aqui!
28
conteúdos importantes para as suas
produção de conhecimento sobre a
vidas, envolvem-se ativamente em
prática pedagógica. Nesse processo
discussões da realidade em que vias dificuldades dos licenciandos fovem, querem dar respostas às perram diferenciadas, como também os
guntas que, sendo da vivência cotiníveis de envolvimento, o que se
diana, não são enrefletiu nas aulas e
contradas no conas avaliações que
A escola, que a sociedade
nhecimento do senos alunos do Ensino
privilegia como o espaço
so comum.
Médio fizeram sobre
educativo para as novas
Escolher o tema
elas. Os registros
gerações, não está
“drogas” significou
dessas aulas permicorrespondendo às
um desafio para
tiram a retomada de
expectativas da maioria
nós, alunos e promuitas questões
dos jovens
fessores. Vivemos
abordadas no ensino
momentos de tensão tanto na escola
e a reflexão sobre elas. Nosso
como fora dela, no momento da
trabalho redundou, também, no fortarealização das entrevistas. Temíamos
lecimento do nosso núcleo de pesnão saber lidar com o tema de forma
quisa - NUPEC (www.quimica.ufg.br/
imparcial e científica, nos sentimos
nupec/) - que hoje, além de profeslançados numa experiência pedagósores formadores, alunos de graduaA escola se mostra distante da
gica com muitas incertezas e expecção e mestrado, reúne professores
realidade dos alunos nos conteúdos
tativas.
do Ensino Médio. Para vários desses
que aborda ao tempo em que torna
O problema do consumo de droprofessores, a pesquisa fez parte da
a droga próxima.
gas pelos adolescentes é muito comsua formação inicial (eram alunos da
A escola, do ponto de vista
plexo e demandará abordagens amlicenciatura na época) e hoje da sua
da droga, parece ser o melhor
plas e igualmente complexas para
formação continuada, pois são proponto de distribuição. Não porsua resolução. Defendemos que posfessores efetivos da rede pública de
que é incapaz de reprimi-la,
sibilitar o conhecimento dos mecanisensino. Um vínculo foi estabelecido
mas porque não oferece conmos que levam à dependência pode
entre a Universidade e o Ensino Bácorrência do ponto de vista do
contribuir para a formação de um
sico e dessa interação poderão surgir
cliente de ambas, o adolespensamento crítico que leve os jonovas propostas curriculares.
cente. Se a escola está distanvens a escolhas mais livres e consNota
te dos sonhos do jovem, se
cientes. Não estamos propondo aqui
produz fracassados, incapazes
“reduzir a discussão sobre as drogas
1. Como um mesmo aluno pode
e impotentes, está se tornando
a um curso de química avançada”
estar incluído em mais de uma cateo melhor ambiente de venda
(Aratangy, 1998, p. 12), mas oferecer
goria, o porcentual total pode ultrade drogas. Escola e drogas
informações verdadeiras sobre dropassar o valor de 100%.
têm trabalhado juntas, convergas, pois o compromisso central da
gentemente (André e Vicentin,
escola é com o conhecimento. As
Agustina Rosa Echeverría (agustina@quimica.
1998, p. 74).
gravações em vídeo mostraram que
ufg.br), bacharel e licenciada em Química e mestre
abordar o tema de forma científica e
em Ciências pela Universidade da Amizade dos
não preconceituosa envolve alunos
Povos – Moscou, doutora em Educação pela
À guisa de conclusão
e professores num diálogo aberto e
Unicamp, é docente do Instituto de Química da
Universidade Federal de Goiás (IQ/UFG).
Duas questões emergem como
franco no qual o conhecimento quíAlessandro Silva de Oliveira (alchemistry@
fundamentais deste trabalho. A primico é construído e o adolescente se
yahoo.com.br), licenciado em Química pela UFG,
meira diz respeito à
constitui cognitivaaluno do mestrado em Química do IQ/UFG, é prorelevância social da
mente a partir de
A escola se mostra distante
fessor de Química da Rede Estadual de Ensino
escola e dos conteúuma situação de alta
do Estado de Goiás. Diana Barbosa Tavares é
da realidade dos alunos
dos nela abordados.
vivência para ele
licenciada em Química pela UFG. Jane Darley Alves
nos conteúdos que aborda
Nossa pesquisa
(Gipec-Unijuí, 2002).
dos Santos ([email protected]), licenciada
ao tempo em que torna a
em Química pela UFG, é professora de Química
mostrou o quanto o
A
segunda
quesdroga próxima
da Rede Estadual de Ensino do Estado de Goiás.
projeto educativo
tão diz respeito à
Kleber Rezende Silva (kleberquim@yahoo. com.br),
atual tem de ser repesquisa na formaaluno do curso de licenciatura em Química da UFG,
visto. A escola, que a sociedade prição inicial de professores. Este traé funcionário administrativo da Secretaria de
vilegia como o espaço educativo
balho que, como foi dito, começou
Estado de Educação do Estado de Goiás. Renata
para as novas gerações, não está
nas aulas de Didática e Prática de
de Moraes e Silva, licenciada em Química pela UFG,
correspondendo às expectativas da
Ensino de Química, iniciou os alunos
é professora de Química da Rede Estadual de
Ensino do Estado de Goiás.
maioria dos jovens. Eles querem
da licenciatura num processo de
QUÍMICA NOVA NA ESCOLA
A pesquisa na formação inicial de professores
N° 24, NOVEMBRO 2006
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Abstract: Research in the Initial Education of Chemistry Teachers. Approaching the Theme Drugs in the High School – The results of a research work, carried out by undergraduate students, that
was started in the Didactics and Teaching Practice classes at the Federal University of Goiás (UFG) and developed in the Science Teaching Research Nucleus (NUPEC-UFG), is presented in this
paper. Two questions are central in this work: the importance of research in the initial education of chemistry teachers and the necessity that the contents covered in the classroom are significant to
the students. The discussed theme was drugs and the research was carried out with pupils from a state high school.
Keywords: initial education, contextualized teaching, drugs in the school
Nota
Em 1987, a IUPAC – União Internacional de Química Pura e Aplicada
publicou pela primeira vez o Compêndio de Terminologia Química, conhecido como o Livro Ouro (Gold Book,
em Inglês) em reconhecimento à
contribuição de Victor Gold, falecido,
que iniciou os trabalhos desta primeira edição. Em 1997, a segunda edição do Livro Ouro foi publicada pela
Blackwell Science; ela também está
disponível como uma série de arquivos PDF (www.iupac.org/publications/
compendium).
O Livro Ouro é um de uma série de
“Livros Cor” da IUPAC sobre nomenclatura química, terminologia, símbolos
e unidades. Ele é uma coletânea de
termos e definições das recomen-
dações da IUPAC publicadas na revista
Pure and Applied Chemistry (www.
iupac.org/publications/pac/index.html)
e nos outros Livros Cor. Na prática,
trata-se de uma das principais contribuições da IUPAC para a comunicação
entre os químicos.
Recentemente, o Livro Ouro passou a estar disponível na Internet, em
um formato totalmente novo e bastante amigável. Esta nova versão resultou
do uso de novas tecnologias baseadas em Linguagem de Marcação
Extensível ou XML (do Inglês, eXtensible Markup Language) e provê
maneiras eficientes de navegação,
procura e simplesmente uso desta
referência-chave.
Produzido por Miloslav Nic, Jiri
Jirat e Bedrich Kosata, do Lab. de
Informática e Química do Instituto de
Tecnologia Química, em Praga, Rep.
Tcheca, o Livro Ouro XML contém mais
de 6500 termos que podem ser
consultados em diferentes modos de
apresentação, customizados a necessidades específicas. Além disso,
nele os índices estão melhorados, o
número de vínculos internos aumentou de 8 mil para mais de 13 mil,
ambas fórmulas químicas e matemáticas estão capturadas em forma
legível por computador e existem
mapas navegacionais de dependência entre os termos.
Apesar de estar em Inglês, vale a
pena conferir, pois é um marco em
referenciamento químico: http://
goldbook.iupac.org.
(R.C.R.F.)
QUÍMICA NOVA NA ESCOLA
A pesquisa na formação inicial de professores
N° 24, NOVEMBRO 2006
Livro Ouro da IUPAC agora on line
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