FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE
FACULDADE DE AGRONOMIA
MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL
RESPOSTA DE GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO A NÍVEIS
TECNOLÓGICOS DE ADUBAÇÃO COM NITROGÊNIO, FÓSFORO E
POTÁSSIO
GISLAINE DE ALMEIDA RIBEIRO FRANGIOSI
Magister Scientiae
RIO VERDE
GOIÁS - BRASIL
2007
GISLAINE DE ALMEIDA RIBEIRO FRANGIOSI
RESPOSTA DE GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO A NÍVEIS
TECNOLÓGICOS DE ADUBAÇÃO COM NITROGÊNIO, FÓSFORO E
POTÁSSIO
Dissertação apresentada à Fesurv - Universidade de Rio
Verde, como parte das exigências do Programa de PósGraduação em Produção Vegetal, para obtenção do
título de Magister Scientiae
RIO VERDE
GOIÁS - BRASIL
2007
Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e
Classificação da Biblioteca Central da FESURV
Frangiosi, Gislaine Almeida Ribeiro
Resposta de genótipos de algodoeiro a níveis tecnológicos de adubação
com nitrogênio, fósforo e potássio / por Gislaine Almeida Ribeiro
Frangiosi. 2007
52f.; 29,7cm.
Dissertação (mestrado) – Universidade de Rio Verde – GO
“Orientação: Prof. Dr. Gilson Pereira Silva“.
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”.
GISLAINE DE ALMEIDA RIBEIRO FRANGIOSI
RESPOSTA DE GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO A NÍVEIS
TECNOLÓGICOS DE ADUBAÇÃO COM NITROGÊNIO, FÓSFORO E
POTÁSSIO
Dissertação apresentada à Fesurv – Universidade de Rio
Verde, como parte das exigências do Programa de PósGraduação em Produção Vegetal, para obtenção do título
de Magister Scientiae
APROVADA: 03 de agosto de 2007
Dr. Alexandre Cunha de B. Ferreira
(Co-orientador)
Prof. Dr. Gustavo André Simon
(Co-orientador)
Prof. Dr. Alessandro Guerra da Silva
Dra. Maria da Conceição Santana Carvalho
(Membro da banca)
(Membro da banca)
Prof. Dr. Gilson Pereira Silva
(Orientador)
DEDICATÓRIA
A DEUS, pela sua bondade infinita por nos ter proporcionado inteligência para que, de
posse desse poder, contribuir para um mundo melhor.
À minha mãe, Alcista, pela força, apoio e carinho.
Aos meus irmãos, Gilmar, Genilson, Gisléia, Gilvana e Gilvan, pelo apoio.
Ao meu pai, Vicente Ribeiro, que já não está mais presente junto a nós, mas sua
lembrança, seus ensinamentos, sua sabedoria, suas conquistas, sua formação moral, deram-me
coragem e forças para alcançar esta conquista e outras que virão.
Ao meu esposo, Juliano, pela compreensão, pelo amor, pelo carinho, pela paciência e
pelo companheirismo durante todo o processo de construção deste trabalho.
i
AGRADECIMENTOS
A DEUS, principal responsável por mais esta etapa da minha vida.
É sempre difícil redigir os agradecimentos, principalmente por não querer esquecer de
alguém que tenha colaborado para a vitória dos desafios. Assim, é mais fácil ir listando todos
aqueles que me ajudaram nessa caminhada, sem preocupação com ordem ou escala.
À COODETEC/CIRAD, pelo apoio e liberação, e por acreditar que a capacitação de
seus funcionários é importante no fortalecimento institucional.
À COODETEC, na pessoa do Diretor Executivo Ivo Marcos Carraro, agradecimento
especial.
Ao pesquisador José Martin, pela força e luz que sempre chegavam às horas certas.
Ao Prof. Dr. Gilson Pereira Silva, pela orientação científica dedicada com paciência e
bom senso.
Ao Pesquisador Dr. Jean-Louis Belot, Coordenador do Programa Algodão
Cirad/Coodetec, lutador, amigo nas horas difíceis e com quem muito aprendi sobre algodão.
Aos pesquisadores da COODETEC/CIRAD, Patrícia Andrade Vilela e Arlindo
Salvador, pela análise dos dados e demais informações, sem os quais essa dissertação não
existiria.
Aos funcionários da Fazenda São Franck, em especial, Jean, Rones, Osnir e Dimas, um
grupo de amigos que muito me ajudaram na instalação e condução do experimento de campo.
Aos amigos Lucélia Tavares Medeiros do Carmo, Fernanda e Darly José Ribeiro pela
amizade.
Aos colegas e amigos de Mestrado: Jeander Oliveira Caetano, André Katsuo
Shimohiro, Silvana Cristina Prando, Tatiane Lika Hattori Rodrigues, Santiel Alves Vieira
Neto, Carlo Adriano Böer, Marcos Lima do Carmo, Waldir Franzini, Joaquim Júlio de
Almeida Júnior, Geovana Eliza Gonçalves e Shinayder Cristina Guimarães Santos, pelo
coleguismo, pela força e alegria de encarar este desafio.
Aos professores June Faria Scherrer Menezes, Alessandro Guerra da Silva, Antonio
Joaquim Braga Pereira Braz, Carlos César Evangelista de Menezes, Maria Dolores Barbosa
Lima, Alberto Leão de Lemos Barroso, Fábio Ribeiro Pires, Alberto Cargnelutti Filho, Renato
Lara de Assis e Maria Salete Zordan, com imenso carinho e amizade, pude aprender muito,
não só no aspecto científico, mas, principalmente, nas relações de respeito humano. Minha
amizade e respeito sempre.
ii
Aos pesquisadores da Embrapa Algodão, Dr. Alexandre Cunha de B. Ferreira e Drª.
Maria da Conceição Santana Carvalho, e ao professor Gustavo André Simon, pelas críticas
construtivas e pelas sugestões.
À FESURV - Universidade de Rio Verde, pela oportunidade de realizar o curso e a
infra-estrutura oferecida.
À toda minha família, pelo carinho e perseverança que transmitiram.
Às pessoas que, de certa forma, contribuíram para a realização deste trabalho.
iii
BIOGRAFIA
GISLAINE DE ALMEIDA RIBEIRO FRANGIOSI, filha de Alcista Bicalho de Almeida
Ribeiro e Vicente Ribeiro, nasceu no dia 06 de dezembro de 1968, em Guiricema, Minas
Gerais. Em 1994, ingressou no Curso de Agronomia da FESURV - Universidade de Rio
Verde, graduando-se em julho de 1998. Iniciou o curso de mestrado em Produção Vegetal
pela FESURV - Universidade de Rio Verde, em agosto de 2004 , defendendo a dissertação no
dia 03 de agosto de 2007.
iv
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS....................................................................................................
vi
LISTA DE FIGURAS....................................................................................................
viii
RESUMO.......................................................................................................................
ix
ABSTRACT...................................................................................................................
x
INTRODUÇÃO.............................................................................................................
1
2. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................
2
2.1. A cultura..................................................................................................................
2
2.2. Cultivares................................................................................................................
3
2.3. Nitrogênio...............................................................................................................
5
2.4. Fósforo....................................................................................................................
7
2.5. Potássio...................................................................................................................
9
3. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................
11
3.1. Caracterização da área experimental.......................................................................
11
3.2. Delineamento Experimental....................................................................................
12
3.3. Condução do experimento......................................................................................
12
3.4. Características avaliadas.........................................................................................
14
3.5. Características tecnológicas da fibra.......................................................................
16
3.6. Análise estatística....................................................................................................
17
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................
17
4.1. Altura de plantas.....................................................................................................
17
4.2. Índice de crescimento diário...................................................................................
20
4.3. Número de nós acima da flor branca, número de nós e diâmetro da haste.............
22
4.4. Doença azul, ramulária e ramulose.........................................................................
24
4.5. Precocidade e rebrote..............................................................................................
26
4.6. Estande final, produtividade de algodão em caroço e rendimento de fibra............
27
4.7. Produtividade de fibras e peso médio de um capulho.............................................
29
4.8. Características tecnológicas da fibra.......................................................................
31
5. CONCLUSÕES.........................................................................................................
32
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................
33
v
LISTA DE TABELAS
TABELA 1
TABELA 2
TABELA 3
TABELA 4
TABELA 5
TABELA 6
TABELA 7
TABELA 8
Quantidades de N, P2O5 e K2O aplicadas de acordo com os níveis
tecnológicos de adubação, no plantio e em cobertura..................................
12
Resumo da análise de variância da altura de genótipos de algodoeiro, em
diferentes épocas, submetidos a níveis tecnológicos de adubação.............
18
Altura de plantas de genótipos de algodoeiro, em diferentes épocas,
submetidos a níveis tecnológicos de adubação..........................................
19
Resumo da análise de variância do índice de crescimento diário (ICD) de
genótipos de algodoeiro, em diferentes épocas, submetidos a níveis
tecnológicos de adubação...........................................................................
20
Índice de crescimento diário (ICD) de genótipos de algodoeiro, em
diferentes épocas, submetidos a níveis tecnológicos de adubação.............
21
Índice de crescimento diário no período ICD 4 de genótipos de
algodoeiro, em diferentes níveis tecnológicos de adubação......................
22
Resumo da análise de variância do número de nós acima da flor branca
(NAWF), números total de nós (NN) e diâmetro da haste (D haste) de
genótipos de algodoeiro, submetidos a níveis tecnológicos de adubação..
23
Número de nós acima da flor branca (NAWF), número total de nós (NN)
e diâmetro da haste (D haste) de genótipos de algodoeiro submetidos a
níveis tecnológicos de adubação................................................................
24
Resumo da análise de variância para doença azul (DA), ramulária
(RLRIA) e ramulose (RLOSE) de genótipos de algodão submetidos a
níveis tecnológicos de adubação................................................................
24
TABELA 10 Notas de doença Azul (DA), ramulária (RLRIA) e ramulose (RLOSE)
de genótipos de algodoeiro submetidos a níveis tecnológicos de
adubação......................................................................................................
25
TABELA 11 Resumo da análise de variância do índice de precocidade (PREC) e
rebrote (REBR) de genótipos de algodoeiro submetidos a níveis
tecnológicos de adubação...........................................................................
26
TABELA 12 Índice precocidade (PREC) e rebrote (REBR) de genótipos de
algodoeiro submetidos a níveis tecnológicos de adubação........................
27
TABELA 9
vi
TABELA 13 Resumo da análise de variância de estande final (STD), produtividade de
algodão em caroço (AC) e rendimento de fibra (RF) de genótipos de
algodoeiro submetidos a níveis tecnológicos de adubação........................
27
TABELA 14 Estande final (STD), produtividade de algodão em caroço (AC),
rendimento de fibra (RF) de genótipos de algodoeiro submetidos a níveis
tecnológicos de adubação...........................................................................
29
TABELA 15
Resumo da análise de variância de produtividade de fibras e peso médio
de um capulho de genótipos de algodoeiro submetidos a níveis
tecnológicos de adubação..........................................................................
29
Produtividade de fibras (PF) e peso médio de um capulho (PMC) de
genótipos de algodoeiro submetidos a níveis tecnológicos de
adubação.....................................................................................................
30
TABELA 17 Resumo da análise de variância de comprimento de fibra (LEN),
uniformidade da fibra (UN), resistência da fibra (Str), alongamento da
fibra (EL), micronaire (MIC), unidade de medida da reflectância (Rd) e
amarelecimento da fibra (b+) de genótipos de algodoeiro submetidos a
níveis tecnológicos de adubação.................................................................
31
TABELA 18 Comprimento de fibra (LEN), uniformidade da fibra (UN), resistência da
fibra (Str), alongamento da fibra (EL), micronaire (MIC), unidade de
medida da reflectância (Rd) e amarelecimento da fibra (b+) em escala de
Hunter de genótipos de algodão submetidos a níveis tecnológicos de
adubação.....................................................................................................
32
TABELA 16
vii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1
FIGURA 2
Valores médios semanais da precipitação pluvial de 03/12/2004 a
22/04/2005.................................................................................................
11
Sintomas de fitotoxicidade por herbicida em plantas de algodão aos 15
dias após emergência ................................................................................
14
viii
RESUMO
Frangiosi, Gislaine Almeida Ribeiro, Ms., FESURV – Universidade de Rio Verde, agosto de
2007. Reposta de genótipos de algodoeiro a níveis tecnológicos de adubação com
nitrogênio, fósforo e potássio. Orientador: Gilson Pereira Silva. Co-orientadores: José
Martin, Alexandre Cunha de B. Ferreira e Gustavo André Simon. Membros da banca:
Alessandro Guerra da Silva e Maria da Conceição Santana Carvalho.
Com o objetivo de avaliar o comportamento de genótipos de algodoeiro com
diferentes níveis tecnológicos de adubação, foi conduzido um ensaio a campo, na safra
2004/2005, em Paraúna-GO. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso em
esquema de parcelas subdivididas, com quatro repetições. Nas parcelas, foram utilizados
quatro níveis tecnológicos de adubação (baixo, médio, adequado e alto), e nas subparcelas
foram cultivados oito genótipos de algodoeiro: três linhagens promissoras (CD 99-929, CD
00-1380 e CD 00- 4837); três novas cultivares Coodetec (CD 408, CD 409 e CD 410) e duas
cultivares testemunhas (CD 406 e DeltaOpal). O aumento do nível tecnológico de adubação
aumentou a altura das plantas (ALT) e o índice de crescimento diário (ICD), e reduziu o
número de nós acima da flor branca (NAWF). Houve aumentos significativos da
produtividade de algodão em caroço (AC) e em fibra (PF) com o aumento das doses de
fertilizantes, ao contrário do rendimento de fibra (RF). As maiores produtividade de algodão
em caroço (AC) e produtividade de fibra (PF) foram obtidas com a maior quantidade de
fertilizantes, respectivamente. As maiores produtividades de algodão em caroço foram dos
genótipos: DeltaOpal e CD 99-929 e a menor do genótipo CD 410. A cultivar CD 410
apresentou também maior rendimento de fibra. Com exceção do alongamento da fibra (EL),
todas as características tecnológicas da fibra preenchem as exigências da indústria têxtil
nacional, não sendo influenciadas pelo nível tecnológico de adubação.
Palavras-chave: Gossypium hirsutum L., cultivares, crescimento, desenvolvimento.
ix
ABSTRACT
Frangiosi, Gislaine Almeida Ribeiro, M.S., FESURV – University of Rio Verde, August
2007. Response of cotton plant genotypes at technological levels of fertilization with
nitrogen, phosphorum and potassium. Advisor: Prof. Dr. Gilson Pereira Silva. Co-advisors:
Dr. José Martin, Dr. Alexandre Cunha de B. Ferreira and Dr. Gustavo André Simon.
Commitee Members: Alessandro Guerra da Silva. and Maria da Conceição Santana Carvalho
In order to evaluate the productive behavior of cotton genotypes a field experiment
was installed to the different technological levels of fertilization. A field experiment was
installed in Paraúna, State of Goiás, in the 2004/2005 crop. The experiment was designed in
randomized blocks design, with split plot, and four replications. In the plots, four
technological levels of fertilization were used (low, medium, appropriate and high), and in the
plots were sowed eight cotton genotypes in the split plot: three promising inbred lines (CD
99-929, CD 00-1380 and CD 00 - 4837); three new Coodetec inbred lines (CD 408, CD 409
and CD 410) and two witness cultivars (CD 406 and DeltaOpal). The increase of the
technological level of fertilization increased the size of the cotton plant (ALT), and the daily
growth index (ICD), and it decreased the number of knots above the cotton’s white flower
(NAWF). There was an important increase in the cotton pit yield (AC) and in fiber (PF) with
the increase of fertilizant’s level, and a decrease of the fiber revenue (RF). The highest
productivity in cotton in pit and fiber revenue was obtained with more amount of fertilizant,
respectively. The highest cotton pit yield were of the genotypes: DeltaOpal and CD 99-929,
the lower productivity was of the genotype CD 410. The cultivar CD 410 also showed the
highest fiber revenue. Except of the fiber’s prolongation (EL), all the technological traits of
the fiber fulfilled the demanding of the national textile industry, and the traits are not
influenced by the technological level of fertilization.
Key-words: Gossypium hirsutum L., cultivars, growth, development.
x
1. INTRODUÇÃO
O Estado de Goiás vem se destacando no cenário nacional para o cultivo do
algodoeiro. Esta expansão traz novos desafios para a sua consolidação, sendo necessário
reduzir o risco econômico e aumentar a lucratividade, diminuindo os custos de produção que
atingem níveis muito elevados, principalmente, pelas adubações em altas doses e o controle
de pragas e doenças, necessários ao desenvolvimento da cultura.
Importante indicador da evolução da cotonicultura goiana foi o aumento da
produtividade. Na safra 1998/99, 24,5% dos produtores obtiveram médias inferiores a 1.800
kg ha-1, 54,7% produzirem entre 1.875 a 2.475 kg ha-1 e apenas 18,9% produziram entre 2.550
a 3.150 kg ha-1. Já na safra 2002/03, somente 3% dos produtores tiveram rendimentos abaixo
de 1.800 kg ha-1, 6% produziram entre 1.875 a 2.475 kg ha-1, 39,4% produziram entre 2.550 a
3.150 kg ha-1 e a maioria dos produtores (45,4%) teve rendimentos acima de 3.225 kg ha-1.
Esses resultados são uma comprovação de que a tecnologia em uso está adequada, pois agrega
ganhos de produtividade nas lavouras (Freire et al., 2000).
O aumento significativo de produtividade obtido nestas últimas safras foi
acompanhado, também, pelo aumento do custo de produção. Para que o sistema produtivo
tenha sustentabilidade, é necessário que esse cenário se modifique, sobretudo pelo uso de
cultivares adaptadas, mais eficientes ou mais responsivas aos insumos utilizados,
principalmente em relação à utilização dos fertilizantes.
Como existem grandes problemas de deficiência nutricional e de toxidez de elementos
nos solos brasileiros, e os fertilizantes e corretivos são caros, o uso de cultivares adaptado a
condições adversas dos solos pode ser uma estratégia promissora para aumentar a
produtividade. Isto não significa, porém, que as cultivares eficientes ou tolerantes prescindam
de fertilizantes e corretivos, mas, com melhor manejo das práticas de adubação e correção,
como doses, métodos e épocas de aplicação, elas possam aumentar a produção com menor
custo (Fageria, 1989).
Cruzando o nível de eficiência com o grau de resposta à adubação, definem-se quatro
categorias teóricas para as cultivares: eficientes e pouco responsivas, eficientes e responsivas,
pouco eficientes e responsivas e pouco eficientes e pouco responsivas (Fageria, 1989). A
eficiência de resposta pode ser avaliada globalmente para o conjunto de nutrientes da
adubação do algodoeiro ou separadamente para cada nutriente.
1
A dinâmica da demanda de nutrientes de uma lavoura de algodão segue, grosso modo,
à dinâmica de formação de biomassa, segundo padrão sigmóide: com uma primeira fase lenta
(até o aparecimento dos primeiros botões florais), seguida de uma fase rápida (período de préfloração e floração) e uma nova fase lenta no final do ciclo.
A demanda máxima de nutrientes ocorre do florescimento até o momento do corte
fisiológico, em que o número de maçãs está definido, as primeiras maçãs estão em fase de
enchimento e as últimas ainda em fase de crescimento. Nessa fase, o crescimento vegetativo,
tanto da parte aérea como das raízes, é muito baixo, e todos os recursos vão para o
crescimento da parte reprodutiva, para o desenvolvimento das maçãs. Quanto maior o
potencial produtivo e menor o ciclo da cultura, mais crítica fica essa fase para a oferta de
nutrientes. Diante disso, os níveis de adubação são determinados em função das metas de
produtividade e dos resultados de análises de solo e folhas.
Para alcançar produtividade elevada e alto rendimento da fibra do algodoeiro, é
imprescindível o adequado fornecimento de nutrientes, em doses e épocas adequadas. Na
adubação, de plantio deve-se fornecer todo o fósforo e micronutrientes, principalmente, boro e
zinco, parte do potássio e uma pequena fração do nitrogênio, e as adubações de cobertura
devem fornecer nitrogênio e potássio.
Diante do exposto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o comportamento
produtivo de genótipos de algodoeiro submetido a diferentes níveis tecnológicos de adubação
com nitrogênio, fósforo e potássio.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. A cultura
Dentre as plantas cultivadas, o algodoeiro herbáceo (Gossypium hirsutum L. var.
latifolium Hutch.) é considerado como a espécie vegetal que apresenta a maior complexidade
morfológica e fisiológica (Beltrão & Souza, 2001). Durante a maior parte do ciclo da planta
de algodão, especialmente dos 50-60 dias até 110-120 dias, há diversos eventos, ocorrendo, ao
mesmo tempo, como crescimento vegetativo, aparecimento de gemas reprodutivas,
florescimento, crescimento e maturação de frutos. Cada um desses eventos é importante para
a produção final, mas é necessário que eles ocorram de modo balanceado (Rosolem, 2006).
2
O ciclo do algodoeiro pode ser dividido em cinco fases. A primeira compreende do
plantio à emergência, fase em que ocorrem embebição, germinação da semente e
estabelecimento dos cotilédones; dura, em média, de quatro a dez dias e pode prolongar-se em
condições desfavoráveis. Na segunda, surge o primeiro botão floral que, geralmente, acontece
aos 30 DAE. A terceira fase caracteriza-se pelo aparecimento da primeira flor, entre os 45
dias e 60 DAE. Já na quarta, fase dá-se a abertura do primeiro capulho, entre os 90 e 120 dias
e, finalmente, a quinta fase inclui a abertura do primeiro capulho e colheita, quando as maçãs
estão completamente abertas, o que ocorre, em média, entre os 120 e 180 dias, dependendo da
cultivar e do ambiente (Beltrão & Souza, 2001).
O algodoeiro é uma planta de comportamento diferenciado porque é de ciclo
indeterminado. A planta é xerofítica, de ambiente seco, desértico, sendo hoje cultivada em
locais que variam desde 700 mm até 3.000 mm de precipitação pluvial anual e altitudes até
1.200 metros. Tem a característica de sobreviver em diferentes ambientes, por isso, em
condições de estresse, ela pode abortar os botões florais para ter outra produção assim que as
condições climáticas forem satisfatórias para garantí-la a perpetuar a espécie (Landivar &
Benedict, 1996).
O algodoeiro se caracteriza como planta de crescimento inicial lento, com alta taxa de
acúmulo de matéria seca a partir dos 25 dias após a emergência (DAE). A marcha de absorção
dos nutrientes pela planta segue o padrão de crescimento, aumentando significativamente a
partir dos 30 DAE, coincidindo com a emissão dos primeiros botões florais e alcançando
absorção máxima diária durante o período de plena floração, entre 60 a 90 DAE (Carvalho &
Ferreira, 2006).
Quando o algodoeiro é cultivado em solos corrigidos, e em locais com condições
climáticas favoráveis, verifica-se o crescimento vegetativo excessivo, resultando em plantas
altas com densa folhagem, o que pode inviabilizar a colheita mecânica (Rosolem, 2001).
2.2. Cultivares
Nos últimos anos, a produtividade média de algodão em pluma no Brasil tem crescido,
em função da utilização de cultivares mais produtivas, e emprego de tecnologias avançadas
(Rosolem, 2001).
O crescente
avanço
do
melhoramento
genético
das
plantas
propiciou
o
desenvolvimento de genótipos cada vez mais adaptados às necessidades do sistema de
produção do algodão, quer seja referente à resistência a doenças, às características
3
morfológicas e ou fisiológicas das plantas de algodão, isto possibilitou a melhor exploração
dos recursos indispensáveis ao seu desenvolvimento, ou seja, água, luz e, principalmente,
nutrientes (Furlani Júnior et al., 1999).
O processo de indicação de cultivares é dinâmico e contínuo; periodicamente, a
pesquisa recomenda novas cultivares em substituição àquelas que estão sendo utilizadas pelos
cotonicultores, com o intuito de ampliar a base genética, criando opções e maior
sustentabilidade para a cotonicultura, melhorando os níveis produtivos e a qualidade de fibra
(Farias et al., 1999; Freire & Farias, 2001).
A substituição de uma cultivar deve ser sempre gradativa e precedida de adaptações no
sistema de produção e na tecnologia usada pelo produtor (Freire & Morello, 2003). As
mudanças no sistema de produção para áreas extensas e com o uso intensivo de mecanização
têm levado os pesquisadores a buscarem uma maior diversificação de cultivares. O
melhoramento genético no Brasil sempre foi direcionado visando atender aos interesses dos
produtores, beneficiadores e, também, à indústria têxtil (Carvalho, 1999; Gondim et al.,
1999).
De acordo com Freire et al. (1998), existe um consenso entre os especialistas de que
não há no Brasil uma cultivar ideal, que satisfaça todas as exigências dos produtores,
descaroçadores e da indústria têxtil. Porém, dentre as cultivares disponíveis no mercado, os
produtores podem escolher a que melhor atenda às suas necessidades, ou da sua região, com
baixa margem de risco e obtenção de elevado retorno financeiro.
No desenvolvimento de cultivares de algodoeiro para o cultivo, em condições de
cerrado, são consideradas inúmeras características relacionadas à produção, sanidade e
qualidade de fibra, as quais, quando ocorrem harmoniosamente, conferem elevado potencial
do uso da cultivar. Essas características são: alta produtividade (potencial superior a 4500 kg
ha-1); rendimento de fibras superior a 40%; resistência ou tolerância a doenças (virose,
ramulose, ramulária etc.); micronaire na faixa de 3,9 a 4,2 µg pol-1; resistência de fibra
superior a 28 gf/tex; fibras de comprimento médio a longo (30 - 34 mm); arquitetura favorável
à mecanização e ao plantio adensado; estabilidade produtiva ao longo dos anos; responsiva à
melhoria do ambiente produtivo, entre outras (Freire & Farias, 2001; Freire & Morello, 2003;
Morello et al., 2006).
O grande desafio do melhoramento genético do algodoeiro é o desenvolvimento de
cultivares que manifestem todas as características mencionadas anteriormente, em níveis
ótimos, o que se busca através de ganhos genéticos contínuos. Ressalta-se que, ao longo de
anos de pesquisa, com o acúmulo de conhecimento e recursos genéticos, os programas de
4
melhoramento conquistaram significativos ganhos em produtividade de pluma, resistência a
doenças e características de qualidade de fibra, porém permanece o desafio de agregar o
máximo de características desejadas em um só genótipo (Morello et al., 2006).
Além de outros fatores, o fornecimento dos nutrientes essenciais é fundamental para se
obter uma produção ótima com uma cultivar. O solo deve fornecer todos os nutrientes
essenciais numa taxa que acompanhe a taxa de crescimento da planta. Uma cultivar que
apresenta baixa taxa de crescimento pode absorver os nutrientes essenciais em quantidades
suficientes para o seu desenvolvimento, principalmente em solos com baixo nível de
fertilidade. Por isso essa cultivar pode não responder ou apresentar baixa resposta à aplicação
de fertilizantes. Já os solos com baixo nível de fertilidade não podem fornecer às cultivares,
que apresentam alta taxa de crescimento, ou alto potencial de produção, os nutrientes
essenciais em quantidade suficientes (Fageria, 1989).
2.3. Nitrogênio
O nitrogênio é o nutriente mais extraído e exportado pelo algodoeiro e que, no manejo
dos fertilizantes nitrogenados, um dos aspectos importantes a se considerar é a cultivar, pois
diferentes cultivares diferem em relação à velocidade de absorção e à quantidade absorvida do
nutriente (Zancanaro et al., 2005b).
Segundo Carvalho et al. (2003), o nitrogênio atua no crescimento do caule do
algodoeiro em diâmetro e altura, no número e comprimento dos ramos vegetativos e
produtivos e influencia na quantidade e na densidade de folhas e frutos. Afirmam ainda que,
geralmente, a aparência da folhagem fornece uma boa indicação sobre o estado nutricional da
planta no que se refere ao nitrogênio, uma vez que a falta do mesmo se traduz em uma
clorose, notadamente, de folhas velhas e menor desenvolvimento da parte aérea.
O nitrogênio, em altas quantidades, pode promover o crescimento vegetativo
excessivo, o aumento da abscisão de estruturas reprodutivas, com reflexo negativo sobre a
produtividade. Tende a reduzir o rendimento de fibra, além de depreciar a qualidade do
produto a ser colhido, retardando, também, a maturação dos frutos. Plantas com área foliar
muito vigorosa propiciam condições favoráveis para o apodrecimento das maçãs na parte
inferior da planta, diminuindo a eficácia dos tratamentos fitossanitários, tornando a planta
mais susceptível ao ataque de pragas e doenças, além de dificultar a colheita mecânica (Staut
& Kurihara, 1998; Castro & Bolonhezi, 2003; Ferreira & Lamas, 2006).
5
A adubação nitrogenada adequada regulariza o ciclo das plantas, evitando antecipação
na maturação dos frutos, além de proporcionar o aumento do peso de sementes e de capulhos
e também da produção final, melhora ainda o comprimento e a resistência da fibra (Silva,
1999; Feltrin et al., 2005).
O parcelamento da adubação nitrogenada, de uma maneira geral, é a forma mais
adequada para aumentar a eficiência do uso de nitrogênio pela cultura. O momento mais
adequado para proceder à adubação em cobertura é variável em função de fatores climáticos
(intensidade e distribuição das chuvas, luminosidade e temperatura), da textura e do teor de
matéria orgânica do solo, além do sistema de rotação de culturas adotado (Grespan &
Zancanaro, 1999; Staut & Kurihara, 1998; Fundação MT, 1997).
A quantidade de nitrogênio aplicada nas lavouras comerciais se situa, na maioria das
vezes, acima das doses recomendadas, sugerindo a possibilidade de estar havendo uma
adubação excessiva, implicando em maior crescimento vegetativo e aumento da probabilidade
de perdas de maçãs do baixeiro, criando maior dependência da formação do ponteiro
(Zancanaro et al., 2005b; Zancanaro & Tessaro, 2006).
Staut & Kuhiara (1998) recomendam dividir a dose de nitrogênio em três a quatro
vezes, principalmente quando se aplicam doses elevadas (120 a 150 kg ha-1 de N), em solos de
textura arenosa (teor de argila menor que 15%), em áreas com grande intensidade de chuvas
ou quando se usa cultivares de ciclo médio/tardio. Pode-se parcelar em uma ou duas vezes
quando se aplicam doses menores (40 a 80 kg ha-1 de N), em solos de textura média (15 a 35%
de argila) ou argilosa (mais que 35% de argila), e em áreas com menor intensidade de chuvas
ou quando se utilizam cultivares de ciclo precoce.
A utilização de quantidades elevadas de nitrogênio em aplicações tardias pode resultar
em melhor efeito visual e aumentar o ciclo, sem aumentar a produtividade, podendo,
inclusive, aumentar o custo com aplicação de fungicidas e inseticidas, principalmente para
solos argilosos e com maiores teores de matéria orgânica. Esse estímulo ao crescimento
vegetativo, com aplicações elevadas e tardias de nitrogênio, pode comprometer em muito a
produtividade, principalmente nos anos em que o final do período de chuvas seja estendido
(Zancanaro et al., 2005b).
De acordo com Ferreira & Carvalho (2005), os resultados de pesquisa conduzidas em
Goiás e em outros estados, possibilitam afirmar que doses de N em cobertura acima de 120 a
130 kg ha-1, preferentemente em condições de sequeiro, raramente são viáveis. Na região de
Santa Helena de Goiás, obtiveram produtividade máxima com 175 kg ha-1de N, porém a dose
econômica foi com 114 kg ha-1, economia de 61 kg ha-1 de N.
6
Em Montividiu, devido à altitude, estimou-se a dose de máxima eficiência econômica
em 175 kg ha-1 de N para produzir 3934 kg ha-1 de algodão em caroço, nessas condições, com
cobertura de braquiária de elevada relação C/N (>30). Desse modo, a adubação foi parcelada
em 40 kg ha-1 em pré-plantio, 15-20 kg ha-1 no sulco e o restante em duas coberturas. Acima
dessa dose, os acréscimos em produtividade não compensaram o investimento.
Ferreira & Carvalho (2005) observaram forte crescimento vegetativo do algodoeiro
com as doses crescentes de nitrogênio, agravado pela dificuldade em se controlar o
crescimento da cultura em virtude do intenso período chuvoso. A cultura respondeu não só à
aplicação das doses crescentes, mas também ao parcelamento, indicando que, efetivamente,
este aumenta a eficiência de extração e aproveitamento do nutriente pela planta, e deve ser
levado em consideração para evitar desperdício de N e aumento dos custos de produção.
Em regiões com chuvas regulares, a partir de setembro e durante todo o ciclo da
cultura, em sistema plantio direto ou semi-direto, pode-se antecipar até 50% da adubação
nitrogenada de cobertura para a cultura de cobertura do solo (milheto, braquiária ou outra
gramínea), especialmente se a dose for maior que 120 kg ha-1 (Carvalho & Ferreira, 2006;
Carvalho et al., 2006a). Essa prática permite maior desenvolvimento vegetativo da cultura de
cobertura e maior eficiência da ciclagem de nutrientes, contudo, é um procedimento arriscado
em regiões com histórico de poucas chuvas na primavera.
2.4. Fósforo
Os solos da região do cerrado são, naturalmente, pobres em fósforo, sendo oportuno
fazer correções visando atingir níveis adequados ao desenvolvimento das culturas. A
indicação das quantidades a serem aplicadas, sobretudo para a adubação corretiva, é feita com
base nos resultados da análise de solo (Carvalho & Ferreira, 2006).
O fósforo se concentra, essencialmente, nos pontos de crescimento (gemas e raízes),
nas flores e frutos, sendo indispensável para a boa polinização e frutificação das plantas,
regulariza a maturação e a abertura dos frutos, além da formação/crescimento de raízes,
beneficia o tamanho do fruto e proporciona maior resistência às doenças, por contribuir para a
melhor constituição da célula. Sua deficiência atrasa o desenvolvimento, reduz a frutificação,
produzindo folhas escuras, fibras com baixa qualidade e manchas ferruginosas nos bordos da
folha (Passos, 1977; Staut & Kurihara, 1998).
Passos (1977) e Staut & Kurihara (1998) relatam que o fósforo é requerido em maiores
proporções nos estádios iniciais, e a absorção máxima ocorre entre 30 e 50 dias após a
7
emergência (DAE), com o pico de absorção se concentrando aos 40 DAE; daí em diante e até
aos 120 DAE, é absorvido em proporções moderadas, reduzindo-se a exigência da planta
somente após 130 dias de ciclo.
O requerimento do algodoeiro por fósforo, em termos quantitativos, é bem menor do
que por nitrogênio e potássio. Dependendo da cultivar, do local e das condições de manejo, a
quantidade de fósforo extraída do solo pela cultura varia de 13 a 30 kg ha-1 de P2O5 para
produzir uma tonelada de algodão em caroço, sendo mais comuns valores entre 22 a 25 kg ha1
de P2O5 (Rosolem, 2001; Ferreira & Carvalho, 2005). A quantidade exportada no produto
colhido (sementes + pluma) se situa entre 48 e 50% do total absorvido, em média 12 kg ha-1
para cada tonelada de algodão em caroço produzido (Carvalho et al., 2006b).
Zancanaro et al., (2005a) descreveram que as quantidades de fósforo utilizadas no
estado de Mato Grosso superaram as quantidades recomendadas por qualquer recomendação
oficial existente no Brasil. Isto se deve à história recente da cultura do algodão no Estado e a
inexistência de informações de pesquisa quanto ao fósforo nas condições do Estado, associado
às altas produtividades obtidas. Esta conjuntura dá origem à diversificação dos critérios
utilizados nas recomendações de adubações. O que existe entre muitos técnicos e produtores é
uma tentativa de obter sempre a máxima produtividade, porém normalmente relacionando o
sucesso das produtividades obtidas com as quantidades de adubo utilizadas durante a safra,
independentemente da fertilidade do solo.
Quanto ao modo de aplicação dos fertilizantes fosfatados, para doses inferiores a 120
kg ha-1 de P2O5 e em solos com teores abaixo do adequado, a aplicação no sulco de semeadura
é mais eficiente que a lanço; já em solos com teores adequados à aplicação em altas doses do
fertilizante, pode ser feita a lanço ou no sulco, sem ocorrer diferença de produtividade, porém,
é conveniente fornecer pelo menos 40 a 60 kg ha-1 de P2O5 no sulco de plantio para garantir a
uniformidade das plantas. Havendo interesse, sobretudo no sistema plantio direto, parte da
adubação fosfatada pode ser aplicada em pré-plantio, na cultura de cobertura de solo
(Carvalho & Ferreira, 2006; Carvalho et al., 2006b).
Ferreira & Carvalho (2005) observaram, na Bahia, que sob o preparo convencional de
solo, no primeiro ano de cultivo de algodão, é comum o uso de 120 a 150 kg ha-1 de P2O5 a
lanço, usando-se superfosfato simples, logo após a rotação com a soja. Em Goiás, parte das
áreas de cultivo de algodoeiro é manejada sob plantio direto ou semi-direto, sobre a palhada
do milheto, onde a adubação de pré-plantio é de uso constante. A adubação de pré-plantio
facilita o manejo da cultura, pois aumenta o rendimento da semeadora (Ferreira & Carvalho,
2005).
8
Em Ipameri-GO, com a aplicação de 197 kg ha-1 de P2O5 obteve-se produtividade
máxima (4.461 kg ha-1), porém a dose de maior eficiência econômica foi de 141 kg ha-1 (4.387
kg ha-1) e a de 80 kg ha-1 já permitiu, nesse solo, produção de 4.226 kg ha-1 (Ferreira &
Carvalho, 2005). Já em Santa Helena de Goiás-GO, a dose de 80 kg ha-1 de P2O5 foi
suficiente para alcançar a máxima eficiência, enquanto em Silvânia-GO não houve respostas
significativas a modo e dose de aplicação, apesar da tendência de crescimento observada até
doses de 225, 153 e 169 kg ha-1 de P2O5 (produtividades máximas de 2.765, 2.873 e 2.754 kg
ha-1 de algodão em caroço, respectivamente) para as aplicações no sulco, lanço e lanço+sulco.
Claramente, nesta última localidade, a dose de 80 kg ha-1 de P2O5 foi suficiente para manter o
sistema produtivo com baixo custo em adubação fosfatada (Ferreira & Carvalho, 2005).
Ferreira & Carvalho (2005) constataram, em São Desidério-BA, a resposta em
produção e crescimento vegetativo até as doses de 40 e 80 kg ha-1 de P2O5. No entanto, as
fortes chuvas da safra 2003/2004 na região favoreceram o crescimento vegetativo do
algodoeiro, em detrimento de seu crescimento em produção. O solo, com teor de argila de 170
g kg-1, foi manejado sob sistema plantio convencional e tinha 10,5 mg dm-3 de P (Mehlich),
considerado como teor médio. A eficiência de extração pela planta do nutriente aplicado
reduziu de 37,9 para 8,2% (média de 15,6%) com o aumento das doses de 40 até 320 kg ha-1.
Isto evidencia que a maior parte do nutriente foi acumulada no solo e doses de 80 kg ha-1 são
suficientes para manter os níveis de produtividade de 4.000 kg ha-1 de algodão em caroço.
2.5. Potássio
O potássio é um dos nutrientes minerais absorvidos e exportados em maior quantidade
pelo algodoeiro, sendo que, em média, 28 a 30% é exportado na fibra e nas sementes. Assim
como o fósforo, a análise química do solo para potássio, associada ao histórico de adubações
da área e com o conhecimento das quantidades extraídas e exportadas pelo algodoeiro,
permitem determinar, com certa precisão, as doses de fertilizantes a serem aplicadas para a
obtenção de altas produtividades e qualidade de fibra (Carvalho & Ferreira, 2006).
O maior requerimento de potássio pelo algodoeiro ocorre entre o aparecimento dos
primeiros botões florais até o início do enchimento das maçãs. A absorção máxima ocorre no
auge do florescimento (Carvalho & Ferreira, 2006).
Passos (1977) e Sabino et al. (1999) revelaram que a adubação potássica tem efeito
significativo no número de maçãs com maior diâmetro, no peso do capulho e das sementes, e
nenhuma variação na porcentagem de fibra. O comprimento médio de fibras é, em geral,
9
menos beneficiado pela adubação, mas o potássio contribuiu para diminuir o número de fibras
curtas (uniformidade do comprimento), formando fibras de melhor qualidade, dando origem a
fios mais resistentes.
Com a alta intensidade de precipitação que ocorre em algumas regiões (Mato Grosso),
os fertilizantes potássicos, muito solúveis, apresentam melhores resultados quando
fracionados na adubação de plantio e complementados em três coberturas. A aplicação de
quantidades adequadas desse nutriente contribui para a abertura rápida e mais uniforme das
maçãs, características importantes para a colheita mecanizada, sendo o parcelamento da
adubação potássica uma estratégia necessária para melhor aproveitamento do nutriente
(Grespan & Zancanaro, 1999).
Em experimentos conduzidos em Mato Grosso, em solos com teores próximos a 80 mg
dm-3 de K, a aplicação de 60 a 75 kg ha-1 de K2O no plantio, foram suficientes para se obteram
produtividades superiores a 4.500 kg ha-1(Zancanaro et al., 2000). Em solos com teores de
potássio próximos a 50 mg dm-3 houve resposta significativa até 120 kg ha-1 de K2O. Os solos
com teores de potássio de 30 mg dm-3 apresentaram respostas a aplicação de 180 kg ha-1 de
K2O (Zancanaro et al., 2000). A utilização de quantidades maiores de potássio não resultou
em aumentos de produtividade.
Ferreira & Carvalho (2005) relatam a eficiência da adubação potássica, com relação às
doses, modos (sulco, lanço e parcelada) e épocas (pré-plantio, plantio e cobertura), de
aplicação em sistema plantio direto; em solos com 570 g kg-1 de argila, 90 mg dm-3 de K e
relação (Ca+Mg) /K de 22. Os melhores resultados foram obtidos com a aplicação total a
lanço, em pré-plantio ou com o parcelamento no sulco, acrescida de duas coberturas, obtendose respostas econômicas com a aplicação de até 140 kg ha-1 de K2O. Observou-se que a
eficiência agronômica da adubação diminuiu com o aumento da dose aplicada, e a aplicação
total em pré-plantio, na cultura de cobertura, foi mais eficiente.
De acordo com Carvalho et al. (2005), as doses de potássio aplicadas atualmente na
maioria das lavouras de algodão no cerrado (140 a 210 kg ha-1) estão muito acima daquelas
recomendadas pelas instituições de pesquisa. Segundo os mesmos autores, a aplicação de
doses elevadas de potássio no cerrado é justificada, em parte, pelo alto potencial produtivo
das cultivares plantada na região, aliado às condições climáticas favoráveis e ao elevado nível
tecnológico das lavouras, proporcionando produtividades de até 5.200 kg ha-1 de algodão em
caroço em regiões com alto potencial produtivo e manejo adequado da cultura. Carvalho et al.
(2005) relatam, contudo, que a utilização de doses altas é feita de modo generalizado,
independentemente das cultivares utilizada, do teor de K disponível, da CTC do solo e do
10
potencial produtivo da região, e pode estar ocasionando um consumo de luxo de potássio ou
até perdas por lixiviação do K que não é absorvido pela cultura ou adsorvido na CTC do solo.
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Caracterização da área experimental
O experimento foi conduzido na Fazenda Caracol, situada no município de Paraúna GO, à altitude de 630 m, durante o período de dezembro de 2004 a maio de 2005.
Amostra de solo da área experimental, classificado como Latossolo Vermelho
Distrófico (Embrapa, 1999), coletada antes do plantio, na camada de 0 a 20 cm, apresentou os
seguintes resultados: Argila = 340 g kg-1, Silte = 90 g kg-1 e Areia = 570 g kg-1; M.O = 30,0 g
dm-3; pH (CaCl2) = 4,9; H+Al =3,2 cmolc dm-3; Al = 0,1 cmolc dm-3; P (Mehlich-1) = 4,3 mg
dm-3; K+, Ca2+ e Mg2+ = 0,19; 2,6 e 3,3 cmolc dm-3, respectivamente; CTC = 6,69 cmolc dm-3 e
V = 52,23%; Fe, Mn, Cu e Zn = 38,1; 22,7; 2,6 e 2,6 mg dm3, respectivamente.
As médias semanais de precipitação pluvial são apresentadas na Figura 1.
90
Precipitação (mm)
80
70
60
50
40
30
20
10
Datas
Figura 1. Valores médios semanais da precipitação pluvial de 03/12/2004 a 22/04/2005.
11
22/4
15/4
8/4
1/4
25/3
18/3
11/3
4/3
25/2
18/2
11/2
4/2
28/1
21/1
14/1
7/1
31/12
24/12
17/12
10/12
3/12
0
3.2. Delineamento Experimental
O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso, em esquema de
parcelas subdivididas, com quatro repetições. Nas parcelas, foram dispostos quatro níveis de
adubação de cobertura, definidos com base na estimativa de produção de 3.750 kg ha-1 (nível
adequado) de algodão em caroço; no plantio foram aplicados 350 kg ha-1 da fórmula 05-3010. Em cobertura, foram adotados quatro níveis tecnológicos de adubação: baixo, médio,
adequado e alto (Tabela 1), aplicados aos 20, 28, 42 e 62 dias após emergência (DAE), sendo
os fertilizantes aplicados ao lado da linha de plantio, sem incorporação. Os fertilizantes
utilizados foram misturas comerciais, no plantio a 5-30-10; 20 DAE a 18-00-20; 28 DAE a
19-00-19; 42 DAE a 25-00-27 e 62 DAE a 25-00-27. Nas subparcelas, foram semeados oito
genótipos de algodão, de ciclo precoce a médio/tardio, de diferentes arquiteturas ou
conformações: três linhagens promissoras (CD 99-929, CD 00-1380 e CD 00- 4837); três
novas cultivares Coodetec (CD 408, CD 409 e CD 410) e duas cultivares como testemunha
regional (CD 406 e DeltaOpal).
As subparcelas foram constituídas de quatro linhas de 5 metros de comprimento,
espaçadas de 0,90 m, sendo que as duas linhas centrais foram consideradas áreas úteis. Para
ajustar o número de plantas à densidade desejada, 10 a 12 plantas m-1, foi realizado o desbaste
aos 19 DAE.
Tabela 1. Quantidades de N, P2O5 e K2O aplicadas de acordo com os níveis tecnológicos de
adubação, no plantio e em cobertura
Sulco
Nível
20 DAE
28 DAE
42 DAE
62 DAE
Total
de
adubação
N
P2O5
K2O
N
P2O5
K2O
N
P2O5
K2O
N
P2O5
K2O
N
P2O5
K2O
N
P2O5
K2O
-------------------------------------------------------------------------kg ha-1--------------------------------------------------------------------------------------------------Baixo
0
0
0
0
0
0
29
0
29
0
0
0
0
0
0
29
0
29,0
Médio
9,0
52,5
17,5
11,7
0
13
29
0
29
19
0
20
23
0
25
91,7
52,5
104,5
Adequado
18,0
105
35,0
23,4
0
26
29
0
29
38
0
40
46
0
50
154,0
105,0
180,0
Alto
27,0
157,5
52,5
35,1
0
39
29
0
29
56
0
60
69
0
75
215,0
157,5
255,5
3.3. Condução do experimento
A área experimental, anteriormente ocupada por pastagem, durante 10 anos estava no
segundo ano de cultivo de algodão. Recebeu uma escarificação (junho/04), seguida de
gradagem para incorporação de 2 t ha-1 de calcário. No mês de outubro/04, efetuou-se a
semeadura do milheto a lanço e incorporado ao solo, posteriormente dessecado 15 dias antes
12
da semeadura do algodoeiro, com 2,0 L ha-1 de Dessecan e aplicação de 1,8 L ha-1 de
Premelin.
Em seguida, com auxílio de uma semeadora, foi marcado um sulco em 15/12/04 e,
com auxílio de uma enxada, abriu-se o sulco para colocar o adubo, a 8 cm de profundidade,
cobrindo-o com terra para colocar as sementes 4 cm acima do adubo.
As sementes foram tratadas com Vitavax-Thiran (inseticida) + Derosal (fungicida),
para o controle preventivo de pragas e doenças do algodoeiro. Na seqüência do plantio, foram
aplicados os herbicidas Clomazone 500 g L-1 (1,6 L ha-1) + Diuron 500 g L-1 (1,5 L ha-1), em
pré-emergência.
A emergência aconteceu cinco dias após a semeadura, mas devido a uma chuva de
grande intensidade, o estande inicial ficou abaixo do esperado; desta forma, decidiu-se pelo
replantio em 24/12/04. Nessa ocasião, o solo não foi preparado e nem houve nova aplicação
de herbicida, sendo efetuado somente o semeio das sementes. Cinco dias após o replantio, as
plantas emergiram com sintomas de fitotoxicidade, sendo caracterizados pelo branqueamento
das folhas cotiledonares, chegando, às vezes, a atingir a terceira e quarta folhas verdadeiras,
mesmo sendo tratadas com Permit (Figura 2). Após a aplicação dos herbicidas em préemergência, a água da chuva por ter levado o herbicida da superfície para próximo das raízes,
promovendo uma alta concentração do mesmo.
Aos 55 DAE, em jato dirigido, foram utilizados os herbicidas MSMA (2,0 L ha-1) +
Diuron (1,5 L ha-1). Realizou-se, ainda, uma capina manual aos 90 DAE.
O controle de pragas foi realizado de acordo com as necessidades da cultura e teve
caráter preventivo. As aplicações visaram ao controle de pulgão (Apis gossypii), bicudo
(Anthonomus grandis), percevejo rajado (Horcias nobilellus), lagarta curuquerê (Alabama
argillacea), mosca branca ( Bemisia tabaci), ácaro rajado (Tetranychus urticae) entre outras,
perfazendo onze aplicações.
13
Figura 2. Sintomas de fitotoxicidade por herbicida em plantas de algodão aos 15 dias após
emergência.
3.4. Características avaliadas
A colheita foi realizada manualmente, em 07/05/2005, na área útil das parcelas.
Durante a colheita, foram coletadas amostras padrão de 30 capulhos por parcela, sendo
coletado um capulho por planta, da primeira posição no ramo frutífero para análises
posteriores das características agronômicas e tecnológicas da fibra.
As características avaliadas na área útil das parcelas, com as suas respectivas siglas,
foram:
a) Altura de plantas (ALT): distância média, em centímetros, do nível do solo até o
broto terminal do caule, determinadas em vinte plantas escolhidas aleatoriamente,
determinada com o auxílio de uma régua, antes das aplicações de adubo (20, 42, 62 DAE), na
abertura dos capulhos (101 DAE) e na época da colheita, aproximadamente, 2/3 dos frutos
abertos (130 DAE).
b) Índice de crescimento diário no período (ICD): obtido pela divisão entre a
diferença das alturas, em cm, de dois períodos pelo número de dias entre esses períodos.
c) Nós acima da flor branca (NAWF): contagem do número de nós do caule
principal, situado acima da última flor branca do ponteiro. Representa o diferencial entre o
14
número de nós emitido e o número de nós que já atingiram a floração (Landivar & Benedict,
1996; Martin et al., 2003).
d) Ramulária (RLRIA): as avaliações de incidência da doença foram feitas aos 46
DAE, com base em escala de notas proposta por Zambiasi & Belot (2005):
1- plantas sem sintomas da doença;
2- até 5% da área foliar com sintomas da doença;
3- até 15% de sintomas na planta, com queda de folhas axilares no terço inferior;
4- até 30% de sintomas na planta, com queda de folhas axilares no terço médio, início de
desfolha precoce no baixeiro e lesões de ramulária no ponteiro;
5- acima de 50% de sintomas na planta, com queda de folhas no terço superior e desfolha
precoce.
e) Ramulose (RLOSE): as avaliações de incidência da doença foram feitas aos 92
DAE, com base em escala de notas propostas por Zambiasi & Belot (2005):
1- plantas sem sintomas da doença;
2- plantas com folhas do ponteiro apresentando manchas necrosadas (manchas estreladas);
3- plantas com redução dos internódios no ponteiro, além das manchas pequenas;
4- plantas com superbrotamento no ponteiro, além das manchas, mas sem redução acentuada
do porte;
5- plantas com superbrotamento, manchas e redução acentuada do porte.
f) Doença Azul (DA): as avaliações de incidência da doença foram feitas aos 92 DAE.
Como ainda não foi desenvolvida uma escala apropriada de notas para a doença, utilizou-se a
contagem de plantas viróticas e estabeleceu-se a relação porcentual de número de plantas
viróticas/número total de plantas (Suassuna & Araújo, 2003).
g) Precocidade (PREC): número médio de dias das primeiras flores até a deiscência
de 2/3 dos frutos formados. Avaliação realizada aos 106 DAE, em cada parcela, utilizando-se
a seguinte escala de notas (Belot et al., 2003):
1- muito tardia (0 a 15% dos capulhos abertos);
2- tardia (16 a 30% dos capulhos abertos);
3- média (31 a 50% dos capulhos abertos);
4- precoce (51 a 70% dos capulhos abertos);
5- muito precoce (71 a 100% dos capulhos abertos).
h) Rebrote (REBR): avaliação realizada logo após a colheita total, utilizando-se a
seguinte escala de notas (Belot et al., 2003):
1-nenhum rebrote das plantas da parcela;
15
2- rebrote leve das plantas da parcela;
3- rebrote médio das plantas da parcela;
4- forte rebrote das plantas da parcela.
i) Estande (STD): contagem do número de plantas.
j) Produtividade de algodão em caroço (AC): quantidade de algodão em caroço
produzida, expressa em kg ha-1.
k) Rendimento de fibra (RF): razão entre os pesos as fibras e do algodão em caroço,
expressa em porcentagem.
m) Produtividade de Fibras (PF): estimada multiplicando-se a produtividade de
algodão em caroço pelo valor do rendimento de fibra, expresso em kg ha-1 (Farias et al.,
1999).
n) Peso médio de um capulho (PMC): peso médio de 30 capulhos, em gramas, do
algodão em caroço contido em um capulho, amostrados aleatoriamente, na primeira posição
do terço médio da planta. Esta amostra recebeu nome de amostra padrão e foi utilizada para a
realização das análises tecnológicas de fibra (Farias et al., 1999).
o) Número de nós da haste principal (NN): contagem do número de nós da haste
principal de vinte plantas por parcela, escolhidas aleatoriamente (média).
p) Diâmetro da haste principal (D1 haste): amostragem aleatória de 20 plantas,
medido a um centímetro acima do nível do solo, com auxilio de paquímetro.
3.5. Características tecnológicas da fibra
As amostras padrão tiveram por objetivo analisar as características tecnológicas da
fibra, com a utilização do aparelho HVI (High Volume Instrument), e foram realizadas no
Laboratório de Tecnologia de Fibras da COAGEL-PR, possibilitando avaliar:
a) Comprimento de fibra (LEN): medida da metade superior das fibras distribuídas
ao acaso em um pente ou pinça especial, expressa em milímetros (Fundação Blumenauense,
1997).
b) Uniformidade do comprimento (UN): relação entre o comprimento médio e o
comprimento médio da metade mais longa do feixe de fibras. Se não houver discrepância
entre estas duas medidas, a uniformidade é igual a 100% (Fonseca & Beltrão, 2005).
c) Resistência da fibra (Str): expresso em gf tex-1, indicativo de qualidade que
representa a força máxima necessária para romper um feixe de fibras (Fonseca & Beltrão,
2005).
16
d) Alongamento da fibra (EL): indica a deformação total da fibra (elástica e
permanente), quando submetida à tração, até sua ruptura (Fonseca & Beltrão, 2005).
e) Micronaire (MIC): também conhecido como “finura de fibra”, é um índice
adimensional, indicador da resistência de uma determinada massa de fibras a um fluxo de ar, à
pressão constante, em câmara de volume definido, expresso em microgramas por polegada
(µg pol-1) (Fonseca & Beltrão, 2005).
f) Reflectância (Rd): representa uma escala que varia do branco ao cinza. Quanto
maior a reflectância da fibra, menor será o seu acinzentamento (Fonseca & Beltrão, 2005).
g) Grau de amarelecimento (b+): juntamente com a reflectância, permite estabelecer
o grau de cor da fibra, condição fundamental para sua classificação qualitativa. Como o
próprio nome sugere, trata-se de uma medição do quão amarelada está a fibra (Fonseca &
Beltrão, 2005).
3.6. Análise estatística
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância, utilizando-se os níveis
de significância de até 5% de probabilidade para o teste F. A análise estatística foi realizada
com o Programa GENES (Cruz, 2001). Efetuou-se o teste de Duncan, ao nível de 5% de
probabilidade, para comparação das médias dos genótipos e dos níveis tecnológicos quando
apresentaram significância. Em caso de significância da interação entre doses e genótipos, foi
efetuado o desdobramento para ambos os fatores.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Altura de plantas
Os resultados da análise de variância para altura de plantas evidenciaram diferenças
significativas para os efeitos do nível de adubação e genótipo (Tabela 2) em todas as épocas
avaliadas. A significância para genótipos indica a existência de variabilidade entre os
mesmos, aspecto fundamental para que o melhorista possa atuar, com sucesso, no processo
seletivo de genótipos (Farias, 2005).
17
Observou-se, também, interação significativa entre nível tecnológico e genótipos
somente na primeira avaliação (ALT 1). Isso pode estar relacionado, possivelmente, ao vigor
das plantas (expressa na fase inicial) e quantidade maior de sementes, que podem ter
provocado estiolamento de plantas. Pois, até o momento, não havia ocorrido o desbaste, e
somente havia sido feita a adubação de semeadura (Tabela 1), isto proporcionou diferenças no
crescimento vegetativo das plantas.
Tabela 2. Resumo da análise de variância da altura de genótipos de algodoeiro, em diferentes
épocas, submetidos a níveis tecnológicos de adubação
Quadrado Médio1
ALT 2
ALT 3
78,36
364,67
FV
GL
ALT 1
ALT 4
ALT 5
ALT 6
Bloco
3
31,03
784,59
243,80
215,06
Nível Tecnológico
3
117,05** 325,63**
1451,74**
1574,82**
2026,55**
2315,64**
(NT)
Erro1
9
4,96
11,99
42,93
74,04
76,57
83,59
Genótipos (G)
7
12,06**
30,72**
109,07**
103,22**
223,60**
239,75**
G x NT
21
7,37*
13,09
45,99
42,60
23,49
29,44
Erro2
84
3,62
764,43
2412,78
2593,09
2358,94
2076,43
CV1(%)
10,05
11,21
10,31
11,17
10,16
10,65
CV2(%)
8,56
9,76
8,43
7,21
6,15
5,79
ALT 1 - altura aos 20 DAE, ALT 2 - altura aos 28 DAE, ALT 3 - altura aos 42 DAE, ALT 4 - altura aos 62
DAE, ALT 5 - altura aos 100 DAE, ALT6 - altura aos 130 DAE.
*, ** - significativo pelo teste F, respectivamente, a 5% e 1% de probabilidade.
Os sinais de fitotoxicidade no ensaio ocorreram, logo após a emergência das plântulas
(Figura 2), sendo caracterizados pelo branqueamento da folhas cotiledonares e cordiformes
chegando, às vezes, a atingir a terceira e a quarta folha verdadeira. Isso, provavelmente,
ocorreu pelas precipitações de alta intensidade (Figura 1), logo após a aplicação dos
herbicidas pré-emergentes, que foram carreados da superfície para próximo das raízes.
Mesmo sendo seletivos, os herbicidas podem causar algum estresse.
Os resultados apresentados na Tabela 3 relacionam o crescimento das plantas em
altura, em diferentes estádios da cultura, submetidos em níveis tecnológicos de adubação. Em
geral, houve comportamento semelhante entre os níveis, com tendência das alturas de plantas
aumentarem com o aumento do nível tecnológico. A maior disponibilidade de nutrientes,
principalmente nitrogênio, favoreceu o desenvolvimento de estruturas vegetativas e o
aumento da altura das plantas, o que também foi observado por Lamas & Staut (1999).
No nível baixo, houve menor crescimento das plantas (Tabela 3), isto pode ser
explicado pela carência dos nutrientes durante a fase de crescimento vegetativo, sendo os
resultados semelhantes aos obtidos por Fabian & Torres (2003).
18
Os genótipos responderam às diferentes adubações de plantio e cobertura. Nas
condições deste trabalho, quando comparamos os genótipos quanto à altura das plantas, pode
se discriminar dois grupos, os de menor desenvolvimento vegetativo (CD 410, CD 00-1380 e
CD 406) e os de maior desenvolvimento vegetativo (CD 99-929, CD 00-4837, CD 409, CD
408 e DeltaOpal) (Tabela 3).
A altura final das plantas foi menor ao que normalmente é relatado na literatura,
possivelmente devido ao déficit hídrico, que deve ter influenciado no crescimento e
desenvolvimento das plantas (Tabela 3). Estes resultados estão de acordo com Nápoles et al.,
(1999); Takizawa (2000); Beltrão & Souza (2001); Lazzarotto et al., (2001); Lima et al.,
(2005) e Rosolem (2006). A disponibilidade de água no solo afeta os processos fisiológicos
das plantas, bem como os componentes de crescimento e desenvolvimento da cultura do
algodoeiro. Esta menor altura final das plantas (ALT 6) pode dificultar a colheita mecanizada,
causando perdas significativas ( Landivar & Benedict, 1996, Rosolem, 2001; Rosolem, 2006),
pois plantas muito pequenas vão aumentar as perdas pós-colheita, já que a colhedora não
alcança os primeiros capulhos do baixeiro das plantas.
Tabela 3. Altura de plantas de genótipos de algodoeiro, em diferentes épocas, submetidos a
níveis tecnológicos de adubação
Fatores
ALT 11
20 DAE
ALT 2
29 DAE
ALT 3
42 DAE
ALT 4
62DAE
ALT 5
100 DAE
ALT 6
130 DAE
Nível de
..............................................................cm..................................................................................
adubação
Baixo
20,2 b
27,1 b
55,4 b
68,7 b
75,5 b
74,4 b
Médio
21,3 ab
29,7 ab
61,4 ab
74,3 ab
84,8 ab
84,5 ab
Adequado
23,0 ab
32,3 ab
66,3 ab
80,2 ab
89,7 ab
90,2 ab
Alto
24,5 a
34,5 a
71,1 a
84,8 a
94,0 a
93,9 a
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Genótipo
............................................................cm...................................................................................
CD 00-1380
20,9 b
28,9 b
59,4 b
73,7 b
81,8 b
81,8 b
CD 00-4837
23,3 a
32,9 a
66,4 a
80,6 a
89,3 a
89,1 a
CD 406
21,4 ab
29,3 b
60,1 b
73,5 b
81,4 b
82,3 b
CD 408
22,1 ab
30,4 ab
63,6 ab
76,2 ab
88,3 a
87,8 a
CD 409
23,3 a
32,3 a
66,4 a
78,6 ab
88,9 a
88,3 a
CD 410
21,7 ab
30,8 ab
63,5 ab
76,3 ab
81,6 b
80,1 b
CD 99-929
22,2 ab
31,1 ab
63,6 ab
78,4 ab
89,4 a
90,6 a
DeltaOpal
23,0 a
31,5 ab
65,3 a
78,9 ab
87,7 a
86,6 a
1
ALT 1 - altura aos 20 DAE, ALT 2 - altura aos 28 DAE, ALT 3 - altura aos 42 DAE, ALT 4 - altura aos 62
DAE, ALT 5 -altura aos 100 DAE, ALT6 - altura aos 130 DAE.
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan, a 5% de
probabilidade.
Neste aspecto, é importante salientar que, na cultura do algodoeiro, para as condições
do cerrado, as plantas não podem ser muito pequenas (inferiores a 1,0 m), porque aumentam
19
as perdas pós-colheita, já que a colhedora não alcança os capulhos do baixeiro e nem muito
altas (superiores a 1,5 m), pois o crescimento excessivo da planta causa maior autosombreamento, dificultando a penetração da luz na copa da planta, dificultando a colheita
mecanizada, devido ao aumento de fragmentos vegetais na pluma (Lamas, 2001; Lamas,
2003; Farias, 2005; Belot & Vilela, 2006).
Não houve necessidade do uso de regulador de crescimento, pois a ocorrência do
período sem chuva atuou como um regulador natural. Não se recomenda a aplicação de
reguladores de crescimento quando as plantas estiverem sob o efeito de estresse de qualquer
natureza (seca, fitotoxidez de herbicidas) (Lamas, 2003; Vilela et al., 2003). Além disto,
considera-se que na colheita o ideal é que as plantas tenham altura entre 120 e 130 cm
(Beltrão & Souza, 2001; Lamas 2001; Martin, 2006).
4.2. Índice de crescimento diário
O índice de crescimento diário (ICD) das plantas de algodão foi significativamente
afetado pelo nível tecnológico de adubação e pelo genótipo, à exceção do ICD 3 (Tabela 4).
Ocorreu interação significativa entre os fatores (Tabela 4) somente na avaliação do
ICD 4, indicando comportamentos distintos dos genótipos com a variação do nível
tecnológico de adubação.
Tabela 4. Resumo da análise de variância do índice de crescimento diário (ICD) de genótipos
de algodoeiro, em diferentes épocas, submetidos a níveis tecnológicos de adubação
Quadrado médio1
FV
Bloco
Nível tecnológico (NT)
Erro1
Genótipo (G)
G x NT
Erro2
CV1(%)
CV2(%)
GL
3
3
9
7
21
84
ICD 1
0,28
0,83**
0,049
0,072*
0,034
3,90
20,39
18,44
ICD 2
0,553
2,16**
0,066
0,141**
0,062
3,87
11,04
9,214
ICD 3
0,185
0,004
0,020
0,033
0,013
1,706
22,43
22,11
ICD 4
0,102
0,160**
0,019
0,183**
0,034**
1,36
32,82
29,64
1
ICD 1 - índice de crescimento diário no período de 20 DAE a 28 DAE, ICD 2 - índice de crescimento diário no
período de 28 a 42 DAE, ICD 3 - índice de crescimento diário no período de 42 a 62 DAE, ICD 4 - índice de
crescimento diário no período de 62 e 100DAE.
*, ** - significativo pelo teste F, respectivamente, a 5% e 1% de probabilidade.
Observando-se o índice de crescimento diário (ICD), é possível constatar que,
independentemente das diferenças observadas entre o nível tecnológico, houve tendência
20
similar de comportamento (Tabela 5). Inicialmente, ou seja, no período ICD 1, a velocidade
de crescimento foi baixa, já no ICD 2, a velocidade de crescimento foi alta. A partir de então,
os valores decresceram progressivamente, tendendo à estabilização quando diminui a taxa de
crescimento.
Tabela 5. Índice de crescimento diário (ICD) de genótipos de algodoeiro, em diferentes
épocas, submetidos a níveis tecnológicos de adubação
Fatores
ICD 1
ICD 2
ICD 3
ICD 4
Nível de adubação
....................................cm dia-1.....................................
Baixo
0,76 b
2,17 b
0,66 a
0,32 b
Médio
0,93 ab
2,43 ab
0,64 a
0,48 a
Adequado
1,03 ab
2,61 ab
0,69 a
0,46 ab
2,81 a
0,68 a
0,44 ab
Alto
1,11 a
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Genótipo
....................................cm dia-1.....................................
2,34 c
0,71 a
0,42 b
CD 00-1380
0,88 b
CD 00-4837
1,06 a
2,57 ab
0,71 a
0,40 b
CD 406
0,87 b
2,36 bc
0,67 a
0,43 b
CD 408
0,92 ab
2,55 abc
0,63 a
0,54 a
2,62 a
0,61 a
0,47 ab
CD 409
1,00 ab
CD 410
1,01 ab
2,51 abc
0,64 a
0,21 c
CD 99-929
0,98 ab
2,50 abc
0,74 a
0,55 a
DeltaOpal
0,94 ab
2,60 a
0,68 a
0,39 b
ICD 1 - índice de crescimento diário no período de 20 DAE a 28 DAE, ICD 2 - índice de crescimento diário no
período de 28 a 42 DAE, ICD 3 - índice de crescimento diário no período de 42 a 62 DAE, ICD 4 - índice de
crescimento diário no período de 62 a 100DAE.
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan, a 5% de
probabilidade.
Na avaliação da variável ICD 4 (Tabela 5), os genótipos de maior porte apresentaram
um ganho compensatório no índice de crescimento diário em relação aos de porte menor.
Para os genótipos, os índices de crescimento diário estão abaixo dos valores desejados,
demonstrando baixo crescimento vegetativo (Tabela 5). Uma possível explicação para o
ocorrido pode ser o longo período de estiagem que interferiu na absorção de nutrientes
necessários ao crescimento e desenvolvimento das plantas.
Os genótipos de maior porte que mais se sobressaíram foram o CD 408, CD 409 e CD
99-929. No algodoeiro herbáceo, o crescimento é mais rápido até os 60 dias, a partir dos 70
dias, o crescimento é lento e, dependendo do comportamento genético do genótipo, nesta fase
grande parte dos assimilados usados no crescimento são transportados para o
desenvolvimento dos órgãos reprodutivos (Santos & Beltrão, 1999).
O desempenho, em termos de índice de crescimento diário, permitiu identificar dois
grupos de materiais genéticos: os de menor desenvolvimento vegetativo (CD 00-1380 CD 0021
4837, CD 406, DeltaOpal e CD 410) e o de maior desenvolvimento vegetativo (CD 408, CD
99-929 e CD 409).O primeiro grupo é caracterizado pelo menor índice de crescimento, tanto
no baixo quanto no alto nível de adubação. O segundo grupo também é caracterizado pelo
maior índice de crescimento, nos diferentes níveis de adubação. Isso significa que as
diferenças entre os genótipos são ampliadas com adubação, ou minimizadas sem adubação.
O índice de crescimento varia de genótipo para genótipo, mas devemos saber que o
índice de crescimento, para um determinado genótipo, depende do local do cultivo. O
suprimento mineral, especialmente o nitrogenado em cobertura, é um fator condicionado ao
crescimento vegetativo. A intensidade e distribuição pluviométrica (Figura 1) também é outro
forte condicionador de crescimento.
No algodoeiro herbáceo, o crescimento é mais rápido até os 60 dias, a partir dos 70
dias, o crescimento é lento e, dependendo do comportamento genético do genótipo, nessa
fase, grande parte dos assimilados usados no crescimento são transportados para o
desenvolvimento dos órgãos reprodutivos (Santos & Beltrão, 1999).
Tabela 6. Índice de crescimento diário no período ICD 4 de genótipos de algodoeiro, em
diferentes níveis tecnológicos de adubação
Nível tecnológico de adubação
Genótipo
CD 00-1380
CD 00-4837
CD 406
CD 408
CD 409
CD 410
CD 99-929
DeltaOpal
Baixo
0,35 B ab
0,21 C c
0,25 C bc
0,42 C a
0,45 A a
0,25 A bc
0,35 D ab
0,32 B ab
Médio
0,42 B bc
0,52 A b
0,52 A b
0,70 A a
0,50 A b
0,27 A d
0,50 C b
0,37 AB cd
Adequado
0,52 A b
0,47 AB bc
0,37 B c
0,47 C bc
0,52 A b
0,12 B d
0,80 A a
0,42 A bc
Alto
0,40 B b
0,40 B b
0,50 A ab
0,57 B a
0,45 A b
0,22 A c
0,60 B a
0,45 A b
Médias seguidas de mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de
Duncan ao nível de 5% de probabilidade.
4.3. Número de nós acima da flor branca, número total de nós e diâmetro da haste
Houve efeito significativo do nível tecnológico de adubação e genótipo para o número
de nós acima da flor branca (NAWF), para o fator genótipo para número total de nós (NN) e
apenas de nível tecnológico para diâmetro da haste (Tabela 7).
22
Tabela 7. Resumo da análise de variância do número de nós acima da flor branca (NAWF),
números total de nós (NN) e diâmetro da haste (D haste) de genótipos de
algodoeiro submetidos a níveis tecnológicos de adubação
FV
Bloco
Nível tecnológico (NT)
Erro1
Genótipo (G)
G x NT
Erro2
CV1(%)
CV2(%)
GL
3
3
9
7
21
84
Quadrado médio
NAWF
0,21
0,46**
0,063
1,45**
0,12
10,03
9,1%
12,5%
NN
9,64
4,75
2,13
8,82**
1,18
74,87
9,0%
6,0%
D haste
0,1470
0,1339**
0,0103
0,0073
0,0038
0,440
27,9%
23,3%
** - significativo pelo teste F a 1% de probabilidade.
Segundo Martin et al. (2003), trabalhos realizados nos Estados Unidos sugerem que
quando o NAWF for igual a 5,0 o algodoeiro está no ponto de corte fisiológico. Além disso,
os mesmos autores afirmam que o crescimento vegetativo é fundamental para gerar um
grande número de posições frutíferas, e quando ocorre o corte fisiológico, a planta dedica-se
para o crescimento reprodutivo. Por ocasião do aparecimento da primeira flor branca, uma
planta com bom potencial de produção deve ter 9 a 10 nós acima da flor branca (NAWF).
O maior NAWF ocorreu no nível médio e o menor no nível alto de adubação (Tabela
8). Mas, em todos os níveis tecnológicos, o valor de NAWF foi menor ao normalmente citado
na literatura, que é de 5,0 (Takijawa, 2000). O genótipo de menor valor de NAWF foi o CD
410 (ciclo precoce), seguido do CD 406 (ciclo médio), e os demais genótipos apresentaram os
maiores valores. As observações de NAWF podem ser aproveitadas para monitorar o evento
do corte fisiológico e da floração frutífera produtiva de cada material. Sendo de grande
importância para o manejo do uso de regulador de crescimento, onde genótipos de ciclo
precoce tende ser menos exigente em uso de regulador de crescimento.
O número total de nós da haste principal (NN) da planta de algodoeiro diferiu apenas
entre os genótipos. Os maiores NN foram observados nos materiais de ciclo médio/tardio (CD
408, CD 00-4837, DeltaOpal e CD 409), e o menor valor no genótipo de ciclo precoce CD
410.
O diâmetro da haste (D haste) foi influenciado, significativamente, somente pela
adubação. Verificou-se que o nível alto proporcionou maior diâmetro da haste e o nível baixo,
o menor diâmetro. Estes resultados são semelhantes aos encontrados por Silva et al. (2003);
Lima et al. (2005); Lopes et al. (2005) os quais também observaram que o aumento da
adubação propiciou o maior diâmetro de uma haste.
23
Tabela 8. Número de nós acima da flor branca (NAWF), número total de nós (NN) e diâmetro
da haste (D haste) de genótipos de algodoeiro submetidos a níveis
tecnotecnológicos de adubação
Fatores
NAWF
NN
D haste (cm)
Níveis de adubação
Baixo
2,81 ab
15,68 a
0,63 b
Médio
3,01 a
16,31 a
0,69 ab
Adequado
2,75 ab
16,31 a
0,73 ab
Alto
2,55 b
16,81 a
0,80 a
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Genótipo
CD 00-1380
2,87 ab
16,12 ab
0,70 a
CD 00-4837
2,68 a
16,56 a
0,72 a
CD 406
2,56 b
15,56 b
0,70 a
CD 408
3,01 a
16,87 a
0,72 a
CD 409
3,01 a
17,01 a
0,75 a
CD 410
2,12 c
14,75 c
0,72 a
CD 99-929
3,01 a
16,37 ab
0,69 a
DeltaOpal
2,81 ab
16,50 a
0,69 a
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan, a 5% de
probabilidade.
4.4. Doença azul, ramulária e ramulose
Os diferentes níveis tecnológicos de adubação para doença azul (DA), ramulária
(RLRIA) e ramulose (RLOSE) não ocasionaram diferenças estatisticamente significativas. Já
o fator genótipo gerou efeito significativo para DA e RLRIA, e não influenciou a RLOSE
(Tabela 9).
Tabela 9. Resumo da análise de variância para doença azul (DA), ramulária (RLRIA) e
ramulose (RLOSE) de genótipos de algodão submetidos a níveis tecnológicos de
adubação
Quadrado médio
FV
Bloco
Nível tecnológico (NT)
Erro1
Genótipo (G)
G x NT
Erro2
CV1(%)
CV2(%)
GL
3
3
9
7
21
84
DA
5,68
1,45
1,53
4,58**
1,16
117,62
220%
210%
RLRIA
0,466
0,737
0,251
0,728**
0,233
19,28
14,4%
13,8%
RLOSE
0,017
0,0019
0,012
0,017
0,012
1,14
10,9%
11,4%
*, ** - significativo pelo teste F, respectivamente, a 5% e 1% de probabilidade.
Para doença azul (DA), observou-se que o genótipo CD 00-4837 apresentou o maior
nível de severidade (Tabela 10), o que indica elevada susceptibilidade a esta doença. Em
24
Goiás, na safra 1997/98, houve redução da produtividade média, de 2.360 kg ha-1 para 1.370
kg ha-1, apenas pela introdução de uma cultivar suscetível à DA (Suassuna et al., 2006). O
manejo da doença azul pode ser realizado utilizando-se resistência genética e controle do
vetor. O nível de controle do vetor é ditado pela resistência da cultivar em uso (Santos, 1999;
Fundação MT, 2001; Suassuna & Araújo, 2003; Mehta & Menten, 2006; Penna, 2006;
Miranda, 2006).
Quanto à ramulária (RLRIA) os genótipos DeltaOpal e CD 410 apresentaram alto grau
de suscetibilidade a essa doença (Tabela 10), resultados semelhantes já relatados por Freire et
al., (1999); Fuzatto et al., (1999) e Cia et al. (1999). O potencial de inóculo da ramulária é
agravado pelo uso em grande escala de cultivares susceptíveis em vários Estados. Seu
principal controle é o uso de genótipos resistentes. Com a expansão da área de cultivo do
algodoeiro, está crescendo também a importância da ramulária, e ainda, comercialmente, não
existem genótipos resistentes (Suassuna et al., 2006; Penna, 2006).
Tabela 10. Notas de doença Azul (DA), ramulária (RLRIA) e ramulose (RLOSE) de
genótipos de algodoeiro submetidos a níveis tecnológicos de adubação
Fatores
DA
RLRIA
RLOSE
Nível tecnológico
Baixo
0,4 a
3,6 a
1,0 a
Médio
0,8 a
3,5 a
1,0 a
3,3 a
1,0 a
Adequado
0,6 a
Alto
0,5 a
3,4 a
1,0 a
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Genótipo
3,4 ab
1,0 a
CD 00-1380
0,8 abc
CD 00-4837
1,4 a
3,5 ab
1,0 a
3,4 ab
1,1 a
CD 406
0,3 abc
CD 408
0,3 abc
3,2 b
1,0 a
CD 409
1,3 ab
3,2 b
1,0 a
-2
CD 410
10
c
3,7 a
1,0 a
CD 99-929
0,2 bc
3,5 ab
1,0 a
DeltaOpal
0,2 bc
3,8 a
1,0 a
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan, a 5% de
probabilidade.
25
4.5. Precocidade e rebrote
O fator nível tecnológico de adubação não afetou significativamente a precocidade da
abertura dos capulhos e o rebrote das plantas no final do ciclo, sendo afetadas somente pelos
genótipos (Tabela 11), pelo fato destas características serem influenciadas pelo material
genético estudado (Farias et al., 1999).
Tabela 11. Resumo da análise de variância do índice de precocidade (PREC) e rebrote
(REBR) de genótipos de algodoeiro submetidos a níveis tecnológicos de
adubação
Quadrado Médio
FV
Bloco
Nível tecnológico (NT)
Erro1
Genótipo (G)
G x NT
Erro2
CV1(%)
CV2(%)
GL
3
3
9
7
21
84
PREC
6,25
0,632
0,743
3,90**
0,370
28,78
29,9%
20,3%
REBR
8,65
1,61
0,625
0,838*
0,361
35,65
27,8%
22,9%
*, ** - significativo pelo teste F, respectivamente, a 5% e 1% de probabilidade.
Os genótipos CD 410 e DeltaOpal apresentaram as maiores notas (Tabela 12). Sendo
em condições climáticas predominantes nas regiões produtoras do Brasil, coloca em
desvantagens as cultivares precoces, pois há grande risco de chuvas na colheita e perdas de
produtividade em função do próprio ciclo (Penna, 2006).
A precocidade de uma cultivar é característica importante nos processos de seleção do
melhoramento genético, visando ao escape de pragas de final de ciclo. Neste caso, destaca-se
o bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) (Furlani Junior et al., 1999; Penna, 2006),
sendo uma das pragas com maior potencial de danos à cultura do algodoeiro e está em franca
expansão no cerrado (Papa, 2006).
Quanto ao rebrote das plantas no final do ciclo, o genótipo CD 410 apresentou a menor
capacidade de rebrote (Tabela 12), sendo isto desejável. Pois, no final do ciclo,
principalmente quando houver muita umidade no solo, o rebrote das plantas favorece a
proliferação dos pulgões e moscas-brancas, provocando a mela (algodão pegajoso) (Belot &
Vilela, 2006). A prática mais comum nas lavouras comerciais de algodão herbáceo é apenas
um ciclo, sendo indesejável o rebrote de segundo ciclo. Em alguns países, como Egito e no
26
estado do Arizona (USA), existem sistemas de produção em que o segundo ciclo também é
explorado (Martin et al., 2003).
Tabela 12. Índice precocidade (PREC) e rebrote (REBR) de genótipos de algodoeiro
submetidos a níveis tecnológicos de adubação
Fatores
PREC – 106 DAE
REBR- 130 DAE
Nível tecnológico
Baixo
3,0 a
2,6 a
Médio
2,8 a
3,0 a
Adequado
2,8 a
2,7 a
Alto
2,8 a
2,9 a
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Genótipo
3,1 a
CD 00-1380
2,7 bc
CD 00-4837
2,9 b
2,8 ab
CD 406
2,8 b
3,1 a
2,8 ab
CD 408
2,2 c
2,9 ab
CD 409
2,6 bc
CD 410
3,8 a
2,4 b
CD 99-929
2,7 bc
3,0 ab
2,7 ab
DeltaOpal
3,4 a
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan, a 5% de
probabilidade.
4.6. Estande final, produtividade de algodão em caroço e rendimento de fibra
De acordo com os resultados obtidos, verificou-se diferença significativa entre o nível
tecnológico de adubação para produtividade de algodão em caroço (AC) e rendimento de fibra
(RF), não havendo diferença significativa para o estande final (STD) e o fator genótipo afetou
todas essas características (Tabela 13).
Tabela 13. Resumo da análise de variância de estande final (STD), produtividade de algodão
em caroço (AC) e rendimento de fibra (RF) de genótipos de algodoeiro
submetidos a níveis tecnológicos de adubação
Quadrado Médio
FV
Bloco
Nível tecnológico (NT)
Erro1
Genótipo (G)
G x NT
Erro2
CV1(%)
CV2(%)
GL
3
3
9
7
21
84
STD
0,968
0,864
1,19
3,24**
1,19
92,87
10,6%
10,2%
** - significativo pelo teste F, respectivamente, a 1% de probabilidade.
27
AC
661392,6
1773732,87**
94822,34
337622,4**
49727,56
5240430,75
16,0%
13,0%
RF
0,778
7,02**
0,341
17,50**
0,594
30,34
1,4%
1,4%
O estande ficou próximo à meta definida entre 10 e 11 plantas m-1. Como esperado, o
nível tecnológico de adubação não interferiu no estande de plantas, mas para os genótipos
houve diferença significativa (Tabela 14). Os genótipos (CD 00-4837, CD 409 e CD 99-929)
com estande inferior e os genótipos (CD 408, DeltaOpal, CD 00-1380, CD 406 e CD 410)
dentro do estande desejado.
Os resultados de produtividade de algodão em caroço (AC) foram significativamente
afetados pelos níveis tecnológicos e genótipo, não havendo interação significativa. Em função
do nível tecnológico, a produtividade de algodão em caroço variou de 1.645 kg ha-1, para o
nível baixo, a 2.201 kg ha-1, para o nível alto, mas não diferiu significativamente daquele
obtido no nível adequado, 2.033 kg ha-1 (Tabela 14). Ressalta-se, novamente, que o potencial
de produção foi bastante baixo em virtude do grande período de seca ocorrido durante o mês
de fevereiro (Figura 1). Mesmo assim, é possível observar o efeito dos níveis de adubação.
Verificou-se, também, que as maiores produtividades de algodão em caroço foram dos
seguintes genótipos: DeltaOpal (2.122 kg ha-1), CD 99-929 (2.112 kg ha-1), CD 409 (2.017 kg
ha-1) e CD 406 (1.993 kg ha-1), e a menor do genótipo CD 410 (1.716 kg ha-1) (Tabela 14).
Constatou-se que todos os genótipos apresentaram médias inferiores à média da safra
brasileira 2004/2005 (3295 kg ha-1) (Farias, 2005), fato que, certamente, esteve relacionado à
estiagem prolongada.
Houve influência do nível tecnológico sobre o rendimento de fibra, observando-se
tendência de redução do rendimento com aumento do nível tecnológico (Tabela 14). A
diminuição do rendimento de fibra, com o aumento dos níveis tecnológicos, é explicada pelo
aumento do peso do caroço em maior proporção em relação ao aumento do peso da fibra
(pluma), sem alterar a qualidade da mesma. Resultados semelhantes foram relatados por
Zancanaro et al. (2005a); Dantas et al. (2005); Carvalho et al. (2005) e Zancanaro & Tessaro
(2006).
Os valores de rendimento de fibra estão acima dos valores verificados nas lavouras
comerciais, pois se utilizou, no processo de descaroçamento, máquina de rolo, e esta
apresenta, em geral, rendimento de fibra 2,5% superior às máquinas de serra, utilizadas para
descaroçamento do algodão produzido nas lavouras comerciais (Zancanaro et al., 2005a).
O genótipo CD 410 apresentou o maior rendimento de fibra, e os genótipos DeltaOpal
e CD 409 apresentaram os menores rendimentos (Tabela 14). Sabe-se que o rendimento de
fibra é uma característica varietal. Quanto maior este rendimento, melhor para o produtor,
pois a multiplicação deste fator pela produtividade de algodão em caroço resultará na
produtividade de algodão em pluma (produtividade de fibra) (Penna, 2006).
28
Tabela 14. Estande final (STD), produtividade de algodão em caroço (AC), rendimento de
fibra (RF) de genótipos de algodoeiro submetidos a níveis tecnológicos de
adubação
Fatores
STD (plantas m-1)
AC (kg ha-1)
RF (%)
Nível tecnológico
Baixo
10,3 a
1645 c
42,3 a
Médio
10,0 a
1894 b
41,6 ab
Adequado
10,3 a
2033 ab
41,4 ab
Alto
10,3 a
2201 a
41,2 b
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Genótipo
CD 00-1380
10,5 ab
1822 bc
41,7 c
CD 00-4837
9,9 b
1829 bc
41,1 cd
CD 406
10,1 ab
1993 ab
42,8 b
CD 408
11,0 a
1935 abc
41,7 c
CD 409
9,7 b
2017 ab
40,6 d
CD 410
10,1 ab
1716 c
43,5 a
CD 99-929
9,9 b
2112 a
41,8 c
DeltaOpal
10,7 ab
2122 a
40,4 d
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan, a 5% de
probabilidade
4.7. Produtividade de fibras e peso médio de um capulho
Houve efeito significativo dos fatores nível tecnológico e genótipo para produtividade
de fibras, e apenas do genótipo sobre o peso médio de um capulho (Tabela 15).
Tabela 15. Resumo da análise de variância de produtividade de fibras e peso médio de um
capulho de genótipos de algodoeiro submetidos a níveis tecnológicos de adubação
Quadrado médio
FV
Bloco
Nível tecnológico (NT)
Erro1
Genótipo (G)
G x NT
Erro2
CV1(%)
CV2(%)
GL
3
3
9
7
21
84
PF
106911,7
256500,6**
17837,5
43451,89**
7825,25
936065,9
16,5%
13,0%
PMC
0,034
0,458
0,195
1,173**
0,176
10,59
9,8%
7,9%
** - significativo pelo teste F, respectivamente, a 1% de probabilidade
Os resultados apresentados na Tabela 16 demonstram que a aplicação de diferentes
níveis tecnológicos de adubação proporcionou variação de 696 kg ha-1 em nível baixo de
fertilizante, a 907 kg ha-1, em nível alto, não diferindo do valor obtido no nível adequado (842
29
kg ha-1). Os baixos valores obtidos no nível baixo podem ser justificados pela carência dos
principais nutrientes (NPK) no início do florescimento e durante todo o ciclo.
Os genótipos CD 406, CD 99-929 e DeltaOpal apresentaram maiores produtividade de
fibra, superando CD 00-1380, CD 00-4837 e CD 410 (Tabela 16). A mudança na posição da
classificação dos genótipos em relação à produtividade de algodão em caroço ocorreu em
função do rendimento de fibra.
Os genótipos CD 406 e CD 99-929 apresentaram os maiores pesos médios de um
capulho, e CD 00-4837 e CD 410 apresentaram pesos inferiores (Tabela 16). Um longo
período de estiagem (Figura 1) pode ter prejudicado os genótipos, pois todos ficaram abaixo
da média desejada, pois a planta não suporta longo período de estresse hídrico durante o ciclo,
já que não realiza fotossíntese ou não produz energia no período que estiver com a folhagem
murcha, e esse estresse hídrico, pode ter ocasionado o baixo peso médio de um capulho.
A média desejada para peso médio de um capulho é maior que 7 g para colheita
manual, já para colheita mecanizada, o tamanho do capulho é flexível e aceitam-se valores
mais baixos: até 5 g (Penna, 2006).
Tabela 16. Produtividade de fibras (PF) e peso médio de um capulho (PMC) de genótipos de
algodoeiro submetidos a níveis tecnológicos de adubação
Fatores
PF (kg ha-1)
PMC (g)
Nível tecnológico
Baixo
696 c
4,4 a
Médio
788 b
4,5 a
Adequado
842 ab
4,5 a
Alto
907 a
4,5 a
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Genótipo
CD 00-1380
760 bc
4,4 abc
CD 00-4837
752 bc
4,1 c
CD 406
853 a
4,8 a
CD 408
807 abc
4,6 ab
CD 409
819 abc
4,6 ab
CD 410
746 c
4,1 c
CD 99-929
883 a
4,8 a
DeltaOpal
857 a
4,4 abc
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan, a 5% de
probabilidade.
30
4.8. Características tecnológicas da fibra
Para as características tecnológicas da fibra de algodão, determinada pelo aparelho
HVI, observa-se que não houve diferenças estatísticas entre o fator níveis tecnológico de
adubação (Tabela 17). Já os genótipos apresentaram diferenças significativas para
comprimento de fibra (LEN), uniformidade da fibra (UN), alongamento da fibra (EL),
micronaire (MIC), reflectância (Rd) e amarelecimento da fibra (b+) (Tabela 17).
Tabela 17. Resumo da análise de variância de comprimento de fibra (LEN), uniformidade da
fibra (UN), resistência da fibra (Str), alongamento da fibra (EL), micronaire
(MIC), unidade de medida da reflectância (Rd) e amarelecimento da fibra (b+) de
genótipos de algodoeiro, submetidos a níveis tecnológicos de adubação
Quadrado médio
FV
GL
LEN
UN
STR
EL
Bloco
1
0,600
3,70
2,60
0,225
Nível tecnológico (NT)
3
0,713
1,31
3,29
0,101
Erro1
3
0,327
2,33
1,72
0,146
Genótipo (G)
7
1,09** 5,33**
2,43
0,731**
G x NT
21
0,327
0,880
1,24
0,133
Erro2
28
0,235
1,10
1,97
0,165
CV1(%)
1,9%
1,8%
4,9% 6,1%
CV2(%)
1,6%
1,2%
5,2% 6,5%
** - significativo pelo teste F, respectivamente, a 1% de probabilidade.
MIC
0,068
0,040
0,125
0,220**
0,037
0,027
9,3%
4,4%
Rd
0,288
0,653
0,968
23,08**
3,83
2,53
1,4%
2,3%
b+
0,00062
0,299
0,471
1,02**
0,407
0,375
7,3%
6,5%
Dentre as características tecnológicas da fibra, verificou-se que os valores encontrados
para comprimento de fibra (LEN) enquadram-se na categoria de fibras longas e média/longa,
ou seja, de 28,9 a 30,5 para fibra longa e 30,6 a 32,0 para fibras médias longo. A maioria das
fibras apresentou, comprimento longo a médio longo, conferindo, desta forma, uma maior
resistência do fio, pois no processo de torção, as fibras longas tendem a resistir melhor à
ruptura. Estes resultados estão de acordo com Santana et al., (1999), Zancanaro et al., (2005a),
Penna (2006).
Para a interpretação do alongamento da fibra (EL), o valor aceitável pela indústria
têxtil deve ser maior ou igual a 7,0 %, sendo que todos os genótipos ficaram abaixo do valor
aceitável (Tabela 18). Isto pode ser explicado, provavelmente, pela homogeneidade no lote e
presença de fibras imaturas (Chanselme, 2006).
Para a interpretação dos resultados das variáveis: uniformidade da fibra (UN),
micronaire (MIC), reflectância (Rd) e grau de amarelecimento (b+), todos ficaram dentro da
faixa aceitável para a indústria têxtil (Tabela 18). Esses resultados estão de acordo com
Santana et al., (1999) e Penna, (2006).
31
Pelos resultados obtidos de características de fibra, observa-se que o algodão
produzido em Goiás apresenta qualidades interessantes para o processo industrial.
Tabela 18. Comprimento de fibra (LEN), uniformidade da fibra (UN), resistência da fibra
(Str), alongamento da fibra (EL), micronaire (MIC), unidade de medida da
reflectância (Rd) e amarelecimento da fibra (b+) em escala de Hunter de
genótipos de algodão submetidos a níveis tecnológicos de adubação
Fatores
LEN
(mm)
UN
(%)
STR
(gftex-1)
EL
(%)
MIC
(g/pol)
Rd
(%)
b+
Nível
tecnológico
Baixo
30,7 a
86,4 a
27,0 a
6,3 a
3,8 a
68,1 a
9,2 a
Médio
31,1 a
86,9 a
26,6 a
6,1 a
3,7 a
68,1 a
9,5 a
Adequado
31,1 a
86,7 a
26,7 a
6,2 a
3,7 a
68,4 a
9,4 a
Alto
31,2 a
86,9 a
27,6 a
6,5 a
3,7 a
68,3 a
9,4 a
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Genótipo
CD 00-1380
30,5 b
85,5 c
26,1 a
6,2 abc
3,7 bc
68,5 ab
9,2 ab
CD 00-4837
31,3 ab
86,2 bc
26,6 a
6,1 bc
3,7 bc
68,2 ab
9,1 bc
CD 406
30,8 ab
86,0 bc
26,7 a
6,2 abc
3,6 bc
69,4 ab
9,6 ab
CD 408
31,3 ab
87,3 ab
27,3 a
6,7 a
4,0 a
70,6 a
9,8 a
CD 409
31,3 ab
87,3 ab
26,6 a
6,7 a
4,0 a
68,7 ab
9,3 ab
CD 410
31,6 a
88,0 a
27,3 a
6,0 c
3,6 c
64,5 c
9,6 ab
CD 99-929
31,1 ab
87,5 ab
27,4 a
6,0 c
3,8 ab
67,6 b
9,8 a
DeltaOpal
30,4 b
86,2 bc
27,2 a
6,1 bc
3,9 ab
68,1 ab
8,8 c
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan, a 5% de
probabilidade.
5. CONCLUSÕES
1. O aumento do nível tecnológico de adubação aumentou a altura das plantas (ALT) e
do índice de crescimento diário (ICD) e reduziu o número de nós acima da flor branca
(NAWF);
2. Houve aumentos significativos da produtividade de algodão em caroço (AC) e em
fibra (PF) com o aumento das doses de fertilizantes, ao contrário do rendimento de fibra (RF);
3. As maiores produtividade de algodão em caroço (AC) e produtividade de fibra (PF)
foram obtidas com a maior quantidade de fertilizantes, respectivamente;
4. As maiores produtividades de algodão em caroço foram dos genótipos DeltaOpal e
CD 99-929, e a menor, do genótipo CD 410. A cultivar CD 410 apresentou também maior
rendimento de fibra;
5. Com exceção do alongamento da fibra (EL), todas as características tecnológicas da
fibra preenchem as exigências da indústria têxtil nacional, não sendo influenciada pelo nível
tecnológico de adubação.
32
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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resposta de genótipos de algodoeiro a níveis tecnológicos de