MORTE EM UTI
-ASPECTOS BIOÉTICOSGIOVANA ANDRÉA SANTANA AUGUSTO
ZIMA PEREIRA MASSON
PSICOLOGIA DA SAÚDE E HOSPITALAR
REFLEXÃO
“ Tenho medo de morrer.
Não sei o que tem lá em baixo”,
disse a folha a Daniel.
“ Todos temos medo do que não conhecemos.
Isso é natural”,
disse Daniel para animá-la.
“ Mas você não teve medo quando a primavera se
transformou em verão.
E também não teve medo quando o
verão se transformou em outono.
Eram mudanças naturais.
Porque deveria estar com medo da morte?”
(LEO BUSCÁGLIA, Histórias de uma folha)
Goiânia, 05/10/2005
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MEDO DA MORTE
A morte sob duas concepções:
(Kastenbaum,1983)
1.
A morte do outro = medo do abandono, da
ausência e da separação;
2.
A própria morte = consciência da própria finitude,
a fantasia de como será o fim e quando ocorrerá.
* Medo de morrer
* Medo do que vem após a morte
(grau de incertezas / certezas)
* Medo da extinção
Goiânia, 05/10/2005
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O QUE É UTI / UCI ?
Local onde pede aplicação intensa, por ter de se fazer
em curto prazo. (HOLANDA, A.B.)
UTI
Unidade de Terapia Intensiva
UCI
Unidade de Cuidados Intensivos (AMIB,2004)
É onde se encontram recursos humanos e técnicos
necessários ao atendimento de pacientes com quadros
orgânicos graves, instáveis e imprevisíveis, cujo o
quadro clínico exige cuidados de uma equipe inter e
multidisciplinar por 24 horas.
Goiânia, 05/10/2005
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INÍCIO X HOJE
INÍCIO : Pacientes obituavam em 24 h
Metáfora direta com a dor, o
desespero e a MORTE.
HOJE : Mantém o paciente com chances de
recuperação por tempo indeterminado, para que
se possa estabelecer o equilíbrio orgânico.
Goiânia, 05/10/2005
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PACIENTE CRÍTICO
É especial pelas suas condições, e por toda a
demanda de cuidados que lhes são propostos
ou “impostos”
Cuidados Intensivos
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- AMBIENTE Altamente Estressante
Perda da privacidade
Impossibilidade de deambular
Restrição Familiar e de acompanhamento
Perda da individualidade
Desrespeito à singularidade
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- AMBIENTE –
Altamente Técnico
Ritmo acelerado
Sobrecarga ou Privação Sensorial
Iluminação Contínua
Rigor e exigência dos profissionais
Inúmeros procedimentos invasivos:
 Eu Físico  Eu Psíquico
Goiânia, 05/10/2005
Invadidos
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AMBIVALÊNCIA
Ao mesmo tempo em que favorece as
possibilidades de recuperação orgânica, traz
toda uma gama de situações, que atuam como
desestabilizantes para o equilíbrio psicológico
Desencadeadas por situações ambientais
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CARACTERÍSTICA
Desestruturação
Paciente – Família
Vida x Morte
Dor intensa
Medo intenso
Angústia intensa
Goiânia, 05/10/2005
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TERMINALIDADE
Conceito relativo
Temos a morte
como fim do processo
de desenvolvimento
MITO do século atual
Crença
Goiânia, 05/10/2005
O sofrimento
na hora do morte
Processo da morte sempre
acompanhado de sofrimento,
de dor insuportável!!!
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TERMINALIDADE
O paciente perdeu seu lugar social. Foi privado
de suas vontades e de sua consciência, não é
consultado em sua necessidades.
A morte tornou-se um ato solitário, mecânico e
doloroso.
A medicina do século XX preocupa-se mais com
o desenvolvimento tecnológico do que com o
bem – estar do outro / paciente.
No paciente terminal é importante tratar os
sintomas e não a doença.
Goiânia, 05/10/2005
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MORTE NO SÉCULO XX
- O conflito O Paciente:
A morte é a SUA morte, sendo natural ter direitos
de controle sobre suas necessidades diante da
morte.
X
O médico:
Frustra-se quando as necessidades do paciente
nem sempre são aquelas do tratamento
Atitude tecnicista
Goiânia, 05/10/2005
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MORTE NO SÉCULO XX
- O conflito A família:
Pretende falar em nome do doente
X
O médico:
Não pode ser juiz nem advogado, pois as
reflexões tem que ser no campo da ética!
X
O doente:
Sofre com a dificuldade de comunicação
Goiânia, 05/10/2005
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MEDO DA MORTE ?!?
O medo é a resposta psicológica mais
comum diante da morte.
O medo da morte é universal e atinge
todos os seres humanos.
Goiânia, 05/10/2005
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FAMÍLIA
Desestruturação bio-psico-sócio-espiritual.
Pessoas ansiosas, desconfiadas, angustiadas,
sofrendo com momento de crise e dor.
Parente em UTI
Equipe
Goiânia, 05/10/2005
Crise Familiar
Informação
Acolhimento
Conforto
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FAMÍLIA X UTI
Situação dramática, inusitada, com resultados
inesperados
Angústia
Incerteza
Conflitos
Iminência da morte
Goiânia, 05/10/2005
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PAPEL DO PSICÓLOGO
Proporcionar ao paciente a auto-compreensão,
aceitação e o alívio da angústia de estar doente,
permitindo que ele responda positivamente ao
tratamento;
Minimizar o grau de ansiedade, medo e
angústia em relação à internação e aos
procedimentos realizados dentro da UTI;
Goiânia, 05/10/2005
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PAPEL DO PSICÓLOGO
Promover o equilíbrio psíquico durante a
internação na UTI;
Acompanhar os familiares durante a visita ao
seu parente na UTI, favorecendo um
posicionamento positivo e menos sofrido
frente a si mesmo e ao paciente;
Goiânia, 05/10/2005
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PAPEL DO PSICÓLOGO
Atuar como agente integrador e
modificador junto à equipe de
saúde, colaborando para que
exista um atendimento global e
humanizado ao paciente e
sua família.
Goiânia, 05/10/2005
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COMPORTAMENTO
EQUIPE DESAÚDE EM UTI
DISTANCIAMENTO CRÍTICO
X
PROFISSIONALISMO AFETIVO
Goiânia, 05/10/2005
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DISTANCIAMENTO CRÍTICO
Indiferença diante da dor do paciente.
Relaciona-se com a doença não se importando
com o sofrimento emocional do paciente e de
seus familiares;
Inerente à prática do profissional de saúde,
onde há a necessidade do distanciamento dos
problemas trazidos pelos pacientes, para que
não ocorra mistura entre as questões pessoais
e profissionais;
Goiânia, 05/10/2005
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DISTANCIAMENTO CRÍTICO
Não somos como máquinas tratando de
doenças que “eventualmente” ocorrem
com as pessoas. Agimos como se não
fôssemos pessoas tratando de outras
pessoas. Assumimos uma postura técnica
que simplesmente nos transforma em algo
inumanos sem a menor emoção com o
que quer que seja.
Goiânia, 05/10/2005
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PROFISSIONALISMO AFETIVO
O profissional trata o doente com respeito
pela sua dor e sofrimento. Adota uma
postura que, embora pareada por certo
distanciamento, traz um grande respeito
pelo paciente e sua dor;
Goiânia, 05/10/2005
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PROFISSIONALISMO AFETIVO
É uma atitude que pode ser considerada
como procedimento idealizado de
atendimento, pois o paciente sentir-se-á
acolhido em sua dor e o profissional da
saúde não se envolverá emocionalmente.
Desta forma não existe o desdém diante
do sofrimento do outro.
Goiânia, 05/10/2005
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HUMANIZAÇÃO
“Humanizar não é uma técnica, uma arte e
muito menos um artifício; é um processo
vivencial que permeia toda a atividade do local e
das pessoas que ali trabalham, dando ao
paciente o tratamento que merece como pessoa
humana, dentro das circunstâncias peculiares
em que cada um se encontra no momento de
sua internação.” (AMIB, 2004)
Goiânia, 05/10/2005
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HUMANIZAÇÃO
Humanizar a morte e resgatá-la como processo
natural e único para cada pessoa e para cada
familiar no qual o paciente está inserido requer
atenção ao fato de as doenças , em sua
dimensão científica, não fazerem esquecer o
doente como o centro de tudo.
Ingrid Esslinger/2004
Goiânia, 05/10/2005
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UTI - Limites
Remoção das Intervenções de Suporte
de Vida
Não há diferença ética entre suspensão do
tratamento e o não início deste.
Goiânia, 05/10/2005
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BIOÉTICA
- CONCEITO Segundo Potter, a Bioética, como nova
ciência ética, combina humildade,
responsabilidade com uma competência
interdisciplinar, intercultural que
potencializa o senso de HUMANIDADE.
(AMIB, 2004)
Goiânia, 05/10/2005
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A QUEM CABE DECIDIR SOBRE O
LIMITE TERAPÊUTICO E SUPENSÃO
DE TERAPIA NA UTI ?
“Aos médicos por seu conhecimento do
prognóstico e da resposta à terapia cabe
esta decisão, porém esta não deve ser
uma atitude isolada mas em acordo com a
equipe médica responsável”. (AMIB. 2004)
Goiânia, 05/10/2005
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REFLEXÕES PARA DISCUSSÃO
O que é morte?
Como morrer?
O que é terminalidade?
Relação Morte X UTI – Por que?
Como enfrentamos a morte do outro?
Como comunicar a morte na UTI?
Como “trabalhar” a morte?
Goiânia, 05/10/2005
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Sugestões para Leitura
AMIB. Humanização em cuidados intensivos. Ed. Revinter, Rio de
Janeiro. 2004.
ESSLINGER, I. De quem é a vida afinal? ...Descobrindo os cenários
da morte no hospital. Ed.Casa do Psicólogo, São Paulo. 2004.
GHEZZI, Mª. I. L. Convivendo com o ser morrendo. Ed.Sagra– D.C.
Luzzatto, Porto Alegre. 1995.
KOVÁCS, Mª. J. Morte e desenvolvimento humano. Casa do
Psicólogo, São Paulo. 1992.
LOBAKI, Mª. E. P. Morte. Clínica Psicanalítica. Casa do Psicólogo,
São Paulo. 2001
Goiânia, 05/10/2005
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REFLEXÃO
“PODEMOS ATÉ NÃO LEMBRAR DE
QUEM PARTILHOU
NOSSA ALEGRIA,
MAS JAMAIS ESQUECEMOS QUEM
CHOROU DIANTE DE
NOSSA DOR.”
ANGERAMI,V.A.A.C.
Goiânia, 05/10/2005
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OBRIGADA !!!
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