MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
Centro Acadêmico de Línguas Estrangeiras Modernas
Curso de Especialização em Ensino de Línguas Estrangeiras Modernas
Shirlei Aparecida de Souza
PODCASTING: UMA FERRAMENTA DA MÍDIA ELETRÔNICA NO
ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
CURITIBA
2007
SHIRLEI APARECIDA DE SOUZA
PODCASTING: UMA FERRAMENTA DA MÍDIA ELETRÔNICA NO
ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
Monografia apresentada como requisito para
avaliação parcial à conclusão do Curso de
Especialização
em
Ensino
de
Línguas
Estrangeiras Modernas do Centro Federal de
Educação Tecnológica do Paraná.
Orientador: Claudia Beatriz Monte Jorge Martins
CURITIBA
2007
TERMO DE APROVAÇÃO
SHIRLEI APARECIDA DE SOUZA
PODCASTING: UMA FERRAMENTA DA MÍDIA ELETRÔNICA NO
ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
Monografia aprovada com nota 9,5 como requisito parcial para obtenção do
título de Especialista, pelo curso de Especialização em Ensino de Línguas
Estrangeiras Modernas, do Centro Acadêmico de Línguas Estrangeiras
Modernas – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, pela seguinte banca
examinadora:
Orientador:
Profª: Claudia Beatriz Monte Jorge Martins, Mestra
Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR
Profª: Regina Helena Urias Cabrera, Doutora
Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR
Profª: Eliane Oliveira, Mestra
Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR
Coordenador:
Profª: Carla Barsotti, Mestra
Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR
CURITIBA
2007
ii
DEDICATÓRIA
Dedico esta pesquisa ao meu marido
Nelson
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha orientadora Profª. Claudia B. M. J. Martins.
A Deus
A meu marido
Ao meu filho;
Aos amigos e a todos os que direta ou indiretamente contribuíram
no cumprimento desse trabalho.
iv
EPÍGRAFE
Somos criadores e podemos fabricar hoje o mundo
em que viveremos amanhã.
Robert Collier
v
SUMÁRIO
RESUMO.................................................................................................................. VII
1
INTRODUÇÃO............................................................................................. 1
1.1
JUSTIFICATIVA ...........................................................................................2
1.2
OBJETIVOS ................................................................................................. 3
1.2.1
1.2.2
Objetivo Geral .............................................................................................. 3
Objetivos Específicos................................................................................... 3
1.3
METODOLOGIA DE PESQUISA ................................................................. 3
1.4
ESTRUTURA DA MONOGRAFIA................................................................ 4
2
A ORIGEM DO PODCASTING ....................................................................5
3
OS BENEFÍCIOS DO PODCASTING NO ENSINO E
APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS....................................9
4
USOS ATUAIS DO PODCASTING NO ENSINO E
APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS..................................13
5
COMO CRIAR UM PODCAST...................................................................19
6
CONCLUSÃO ............................................................................................22
GLOSSÁRIO............................................................................................................. 24
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 28
ANEXO...................................................................................................................... 31
vi
RESUMO
Reconhecendo a necessidade de muitos professores de língua estrangeira em
diversificar a apresentação dos conteúdos em sala de aula, faz-se, da tecnologia
emergente, o podcasting, um objeto de estudo nesta monografia. O podcasting,
uma ferramenta da multimídia que tem por objetivo publicar conteúdos de áudio,
vídeo e imagens na Internet, revela as suas variadas formas de uso, como por
exemplo, as de forma receptiva e produtiva. Isto é, o aprendiz de uma língua
estrangeira pode tanto ouvir conteúdos dos profissionais do ensino de línguas,
quanto aos arquivos de áudio criados pelos seus colegas. Contudo, o presente
estudo trata de uma tecnologia inovadora e atraente, haja dito, por alguns autoresusuários de podcasting nas práticas de áudio (listening) e fala (speaking) com os
seus alunos. Sendo assim, nesta pesquisa exploratória, optou-se por esclarecer
para o educador, interessado em utilizar esta ferramenta como recurso
pedagógico na sua prática de ensino, itens importantes como: planejar, editar,
disponibilizar e até escolher o melhor programa para organizar conteúdos na web.
Sabe-se que, ao adotar um modo de uso de uma ferramenta emergente e
multimidiática como o podcasting, é preciso estar disposto à assimilação de
algumas tecnologias de ponta que o compõe. Por fim, espera-se que o resultado
da pesquisa contribua para a reflexão dos diferentes estímulos e implicações que
o podcasting exerce no ensino / aprendizagem de uma língua estrangeira.
Palavras-chave: Podcasting; Ferramenta de Ensino; Ensino e Aprendizagem de
Língua Estrangeira; Multimídia.
vii
1
1 INTRODUÇÃO
Novas tecnologias de informação e de comunicação têm ocupado,
surpreendentemente, posição importante no sistema educacional. É relevante
afirmar que incorporar uma nova tecnologia não quer dizer abandonar uma anterior,
mas sim, considerar que ambas se complementam, somando potencialidades nos
processos de ensino e aprendizagem. Seria utópico afirmar que exista um recurso
tecnológico que atenda todas as necessidades dos educadores e professores. Sabese que cada gênero possui características peculiares. Cabe ao docente, na hora de
escolher a ferramenta mais adequada, discutir a necessidade de conhecer e dominar
a tecnologia a fim de torná-la um instrumento eficaz na educação (TEDESCO, 2004).
A presente monografia tem por finalidade apresentar uma tecnologia
emergente para qual Godwin-Jones (2005) chama de disruptive technology, em
outras palavras, uma tecnologia que se sobrepõe a outra dominante já existente no
mercado. Esta tecnologia é o podcasting1, uma “realidade inventada” da mídia
eletrônica que vem sendo utilizada como recurso pedagógico no processo de
aquisição de uma língua estrangeira e/ou segunda língua. Roland (2006, p.7) diz
que a “idéia inicial do podcasting era permitir que os usuários distribuíssem seus
próprios programas de rádio, mas o sistema está sendo usado cada vez mais para
outras finalidades, incluindo propósitos educativos”.
Podcasting é a junção de iPod (dispositivo de som que toca arquivos digitais
em arquivos de formato mp3) com broadcasting (transmissão de rádio ou tevê).
Podcasting é um modo de distribuição de conteúdos de áudio, vídeo ou fotos pela
Internet. Podcasts são arquivos de áudio que podem ser acessados via web e
atualizados, automaticamente, mediante uma espécie de assinatura. O usuário pode
tanto ouvir arquivos na própria Internet como, simplesmente, baixá-los no seu
computador ou em dispositivos portáteis para serem escutados mais tarde
(WIKIPÉDIA, 2006).
1
Os termos em itálico se encontram no Glossário com as respectivas definições e explanações.
2
Alguns educadores como Wesley (2006a), Godwin-Jones (2005) e Moura e
Carvalho (2006), envolvidos no ensino à distância, já estão percebendo, cada vez
mais, a força do mundo falado e, em decorrência disso acabam por adotar gêneros
tecnológicos da mídia eletrônica que inovam conteúdos e proporcionam uma
comunicação com alunos fora da sala de aula. Assim sob diferentes óticas,
professores e alunos que utilizam o podcasting de forma colaborativa, compartilham
idéias e informações de modo complementar. Para Roland (2006, p.2), a mídia
eletrônica dispõe hoje de meios eficazes de proporcionar ao aprendiz de uma língua
estrangeira “total interatividade com feedback personalizado e imediato, fazendo
com que os alunos possam trabalhar de forma individualizada e em seu próprio
ritmo”.
1.1
JUSTIFICATIVA
A maioria das pessoas ainda não tem acesso ao conhecimento sobre os
avanços tecnológicos. As escolas e conseqüentemente seus professores precisam
dominar o potencial educativo das novas tecnologias e dessa forma construir a
autonomia dos educandos e formá-los para o exercício pleno da cidadania (LEITE,
2003).
Ainda são poucas as pesquisas sobre podcasting e seu uso no ensino de
línguas, uma vez que esta é uma tecnologia emergente. Segundo Roland (2006)
“...tecnologias emergentes seriam aquelas que se tornaram populares mais
recentemente e que ainda causam surpresa, estranheza ou dificuldade de acesso
para algumas pessoas.”
Reconhecendo a necessidade dos professores de língua estrangeira em
diversificar a apresentação de conteúdos nas práticas de ensino, faz-se do
podcasting objeto de estudo. Esta pesquisa procura contribuir para que os
profissionais da área possam refletir sobre os diferentes estímulos e implicações do
podcasting no ensino/aprendizagem de línguas.
O presente estudo disponibilizará mais informações para as escolas e
professores de línguas, ajudando-os a tomar decisões informadas e conscientes
sobre a integração do podcasting no ensino.
3
1.2
OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Este trabalho tem como objetivo geral apresentar o podcasting como uma
ferramenta auxiliar de forma a diversificar a exibição dos conteúdos no ensino de
uma língua estrangeira.
1.2.2 Objetivos Específicos
a) esclarecer ao educador a origem do podcasting e seus antecessores para
melhor compreensão da evolução da tecnologia;
b) apontar os benefícios do podcasting no aprendizado de línguas;
c) indicar as variadas formas de uso do podcasting à aquisição de uma língua
estrangeira;
d) explicar o funcionamento do podcasting quanto a sua distribuição e
publicação na web.
e) especificar tecnologias de mídia que compõem o podcasting.
f) fazer uma reflexão sobre os diferentes estímulos e implicações que o
podcasting exerce ou pode vir a exercer no ensino/aprendizagem de uma língua
estrangeira.
1.3
METODOLOGIA DE PESQUISA
Faz-se neste estudo uma pesquisa exploratória uma vez que o objetivo é,
não só tornar conhecidas as características do podcasting e as suas variadas
formas de uso no ensino de línguas, mas também proporcionar maior familiaridade
com a nova tecnologia com vistas a torná-la explícita. A investigação é realizada de
forma detalhada e objetiva, principalmente, no que diz respeito ao uso adequado
deste gênero midiático pelos educadores e alunos nas práticas de áudio e fala em
sala de aula e fora dela.
4
A metodologia da pesquisa, do ponto de vista dos procedimentos técnicos, é
uma pesquisa bibliográfica porque é elaborada a partir de material já publicado,
constituído, principalmente, de artigos disponibilizados na Internet e também de
sites e de livros.
1.4
ESTRUTURA DA MONOGRAFIA
Este trabalho está dividido em seis capítulos. No próximo capítulo, capítulo
dois, faz-se um breve histórico do surgimento do podcasting. Para melhor
compreensão do aparecimento desta tecnologia, antecessores tecnológicos do
podcasting como os webblogs e audiblogs serão mencionados e descritos. Essas
tecnologias que antecedem ao podcasting, também são ferramentas de mídia
consideradas emergentes.
No terceiro capítulo apresenta-se uma visão global do uso do podcasting em
sala de aula e fora dela. São expostas questões relacionadas aos vários aspectos
de utilização do podcasting sob a ótica de diferentes autores. São abordadas
também, as vantagens que esta tecnologia proporciona ao ensino e aprendizagem
de línguas nas suas mais variadas formas de aplicação.
No quarto capítulo são descritas as experiências, tanto de professores quanto
de alunos como podcasters (produtores de podcasts) para a prática da língua
estrangeira em curso. Ainda, neste capítulo, são arrolados alguns conteúdos
contidos em amostras de podcastings produzidos por professores e alunos.
No quinto capítulo são apresentadas informações sobre como gravar,
planejar, ouvir e baixar um podcasting. Serão, também, explanados os passos de
como publicar e distribuir o conteúdo na web. Este capítulo, em suma, procede como
uma espécie de tutorial para os educadores interessados em utilizar a tecnologia em
foco.
No último capítulo são feitas as considerações finais e recomendações para
trabalhos futuros.
5
2 A ORIGEM DO PODCASTING
O podcasting surgiu graças a Internet, que desde a década de 90 vem
ganhando cada vez mais adeptos pela sua acessibilidade. Basta um computador
pessoal e uma conexão à Internet que qualquer pessoa é capaz de fazer sua
“transmissão” via podcasting para uma audiência global; é só navegar na web,
procurar por conteúdos favoritos, fazer a assinatura para as páginas de podcasts e
fazer download dos arquivos de áudio para escutá-los onde e quando bem desejar,
seja no seu próprio computador ou em um tocador portátil mp3 (PODCASTONE,
2007).
Assim que a Internet caiu nas graças do usuário, não levou muito tempo para
que surgissem os weblogs, mais conhecidos como blogs. De acordo com Manning
(2005) o primeiro weblog surgiu em 1997. Os blogs são publicações na Internet que
apresentam conteúdos desde artigos periódicos a assuntos específicos como
literatura, comida, música, cultura, política e até diários pessoais. A Wikipédia (2007)
descreve os weblogs ou blogs como sendo uma tecnologia que combina texto,
imagens e links para outros blogs, páginas da web e outras mídias relacionadas ao
seu tópico. Pensamentos políticos ou casuais são compartilhados uns com os outros
na Internet. Em um blog é possível comentar e interagir com os conteúdos postados
através de textos escritos nas páginas da web, viabilizando também a atualização
desses conteúdos sempre que o leitor o visita. Contudo, se os comentários são
moderados ou não, vai depender do autor do blog ou do host da página (MANNING,
2005). Host pode ser definido como o hospedeiro que aloja ou acomoda os textos na
página da web (PODCASTONE, 2007).
Manning (2005) esclarece que entre 1997 e 1999 arquivos da web
começaram a ser codificados com extensões que podiam ser lidas com
agregadores. A finalidade era fazer com que leitores e ouvintes retardatários
subscrevessem às páginas de sua preferência, e que automaticamente fossem
notificados sobre atualizações e disponibilidades de novos conteúdos que iam
chegando. Na Wikipedia, The Free Enciclopedia, (2007) Dave Winer, americano,
mestre na ciência da computação desde 1978 pela Universidade de Wisconsin;
6
criador de Software (programas de computadores) e autor de um dos primeiros
weblogs estabelecido em 1997 é também pioneiro no desenvolvimento de um
sistema de leitura automatizado chamado RSS; abreviatura de Real Simple
Syndication. O RSS busca na web por sites favoritos, faz download dos conteúdos
atualizados e os viabiliza no seu computador; basta você decidir se quer ler ou ouvir
no momento ou mais tarde. A idéia é tornar o processo das atualizações dos
endereços favoritos, para o usuário leitor ou ouvinte, realmente simples. (MANNING,
2005). A leitura dos blogs é feita através desse sistema de assinaturas por feeds
chamado RSS. Podcastone (2007) define que "feed é um programa que comunica
ao computador onde ele deve detectar e baixar arquivos".
A progressão natural dos blogs foram os audioblogs. De acordo com a
Wikipédia (2007) e com Manning (2005) audioblogs são simplesmente blogs
seguidos de áudio. O leitor ao invés de ler, ouve aos conteúdos dos blogs. Diante da
necessidade de distribuir um volume maior de informações, usuários ao invés de
digitarem seus textos na web, passaram a gravá-los. Geralmente, os conteúdos são
formatados e comprimidos em arquivos de mp3, possibilitando ao público ouvinte
baixar o arquivo ou num computador comum, ou transferi-lo para um aparelho
portátil (mp3) ou para um disco compacto (CD) (MANNING, 2005). Estas conexões
imediatas resultaram em mais bloggers (autores de blogs) (PODCASTONE, 2007).
Os blogs que antes eram lidos e, agora são ouvidos ganharam um toque mais
pessoal. Alguns audioblogs naturalmente foram os primeiros podcasts (conteúdos de
áudio) da história. (PODCASTONE, 2007)
Conforme Podcastone (2007) “O maior problema dos audioblogs era que os
leitores tinham que regularmente buscar por novos arquivos mp3, visitar os websites
(blogs), fazer o download manual de cada arquivo e sincronizá-los para seus mp3
players. Isso não era conveniente para ter os conteúdos de áudio on-the-go”.
Para que este processo fosse simplificado, Adam Curry, (famoso VJ da MTV
nos anos 80) confabulou com Dave Winer, o criador do sistema RSS sobre a idéia
de automatizar a forma que os arquivos de áudio eram distribuídos e gerenciados
pelos ouvintes. Para isso, era preciso fazer uma nova versão de feeds que
7
possibilitassem que arquivos mp3 publicados em um blog fossem, automaticamente,
detectados e baixados por um feed RSS. (PODCASTONE, 2007).
Dave desenvolve então um anexo de arquivo para esta nova versão de feeds.
Completa-se assim o surgimento do podcast:
A última peça do quebra-cabeça na história do podcasting foi quando Adam começou a
desenvolver o primeiro programa agregador de podcasts (também chamado de podcatcher).
O software checava por novas atualizações regularmente, lia os feeds e os interpretava,
baixando os arquivos de áudio. Os mp3s eram então automaticamente transferidos para um
iPod. (PODCASTONE, 2007)
Pode-se concluir então que graças aos arquivos de formato mp3 e seus
respectivos tocadores e, a rápida penetração que tiveram, estas tecnologias de
mídia acabaram compondo e favorecendo o surgimento do podcasting. O sistema de
comprimir arquivos mp3 permite que conteúdos de áudio sejam transferidos pela
Internet e armazenados em pequenos dispositivos (PODCASTONE, 2007).
A palavra podcast surge pela primeira vez em um artigo do jornal inglês The
Guardian em 12 de fevereiro de 2004. Bem Hammersley ao escrever o seu artigo
utilizou para denominar o seu audioblog, o termo podcasting. (PODCASTONE,
2007).
Várias são as definições dadas aos termos podcast e podcasting.
Manning (2005) define podcasts como sendo a difusão de áudio baseada nas
páginas da web. Os podcasts são codificados com dados básicos que quando
baixados, o ouvinte consegue mais informação sobre o conteúdo. Por exemplo, um
audioblog que é baixado e tocado num dispositivo mp3 deverá apenas mostrar o
nome do arquivo na tela do aparelho, mas um verdadeiro podcast proporcionará ao
ouvinte o título, o tamanho e a duração da gravação, além de uma descrição básica
do que consta na apresentação. A portabilidade e conveniência de ouvir conteúdos
quando e sempre que desejar é tão atraente quanto a promessa de aprender inglês
à distância era alguns anos atrás. (MANNING, 2005)
Wesley (2005) descreve podcasting como arquivos de áudio postados na
Internet, conectados a um feed para o qual pessoas interessadas podem "assinar" e
receber automaticamente conteúdos atualizados.
8
Moura e Carvalho (2006), definem podcasting como sendo um modo de
difusão de emissões de rádio, que através da assinatura de um feed RSS e com o
auxílio
de
um
programa
específico,
o
ouvinte
pode
baixar
conteúdos
automaticamente e atualizados para o computador, iPods ou arquivos de mp3.
Dessa forma, o usuário ouve conteúdos onde e quando bem pretende. Assim, podese pensar o podcasting como um rádio que pode ser acessado na Internet e ouvido
em um simples computador ou em um dispositivo portátil mp3.
Para Hegelheimer (2007) um podcast basicamente se constitui de dois
arquivos: um arquivo de áudio mp3 e um arquivo de texto RSS. O RSS permite aos
usuários inscreverem os seus podcasts na Internet através de um programa
chamado podcatching (que coleta os conteúdos), como o da Apple’s iTunes ou Juice
(formalmente iPodder). Os podcasts podem ser criados para várias formas de uso,
sendo desde entretenimento até proposta educacional. Existem podcasts que
operam com transmissão de curta duração: de 05 a 10 minutos ou uma hora e até
mais. Usuários que acessam as páginas de podcasts na web e que desejam obter
conteúdos sempre atualizados podem optar pela assinatura dos podcasts.
(HEGELHEIMER, 2006).
No conjunto das definições, previamente citadas Godwin-Jones (2005)
compreende o podcasting como uma disruptive technology ou disruptive innovation.
Isto é, “um serviço, um produto ou uma inovação tecnológica que eventualmente se
sobrepõe a uma tecnologia dominante ou a um produto já existente no mercado”.
(WIKIPÉDIA, 2007)
Em resumo, “o podcasting preencheu lacunas das pessoas que querem
compartilhar suas criações com o mundo e também dos ouvintes que querem novos,
melhores e mais variedades de conteúdos para carregarem seus mp3 players.”
(PODCASTONE, 2007).
No próximo capitulo serão abordadas as possíveis vantagens do uso do
podcasting no ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras.
9
3 OS BENEFÍCIOS DO PODCASTING NO ENSINO E
APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
Litwin (1997, p. 31) ao afirmar que a tecnologia faz parte do acervo cultural de
um povo, imediatamente remete a um texto da obra de Vygotsky que diz que "as
tecnologias da comunicação são os utensílios com os quais o homem constrói
realmente a representação, que mais tarde será incorporada mentalmente, se
interiorizará".
Tedesco, (2004), ressalta que para introduzir com sucesso as NTICs (Novas
Tecnologias da Informação e Comunicação) no setor educativo é necessário
determinar, primeiramente, o que queremos que realmente aconteça na sala de aula
e depois, sim, identificar as tecnologias mais adequadas, pertinentes para
potencializar, simplificar e melhorar os processos de ensino e aprendizagem. Assim
sendo, professores e alunos, imbuídos num mesmo propósito, ficam focalizados no
centro do processo e a tecnologia como recurso coadjuvante.
É importante a total participação dos educadores no planejamento e
desenvolvimento dos programas de integração das NTCIs. Afinal, "são eles os que
conhecem e entendem as condições e necessidades vividas na escola, e esse
conhecimento é indispensável para assegurar a pertinência dos programas."
(TEDESCO, 2004, p. 100).
Para que o podcast traga benefícios no ensino / aprendizagem de línguas é
preciso que os pontos acima não sejam esquecidos.
Moura e Carvalho (2006) acreditam que as vantagens do uso do podcast no
ensino / aprendizagem de línguas estrangeiras residem no fato de este ser um
recurso com muitas potencialidades, tanto pedagógicas quanto motivacionais.
Principalmente porque os mp3 andam no bolso de muitos jovens. Contudo,
ressaltam a necessidade de motivação e disposição por parte dos professores a
favor do uso desta tecnologia, pois o equipamento requer planejamento e reflexão
para as finalidades e objetivos que se almeja atingir.
10
Devido à necessidade de criar novos conteúdos em sala de aula, Moura e
Carvalho (2006) criaram um projeto chamado Correspondance Scolaire, entre alunos
belgas e portugueses. O projeto fez uso das NTCIs no desenvolvimento das
atividades entre os grupos. No contexto o podcasting inovou, agregando áudio, texto
e imagem. Deste modo, os alunos conseguiram desenvolver a competência
lingüística; a compreensão, em relação à outra cultura, a expressão escrita e a oral.
Os resultados se mostraram satisfatórios. Moura e Carvalho (2006, p. 7)
constataram que no decorrer da experiência entre os dois grupos, “...os alunos
deram sentido às aprendizagens, porque havia um motivo concreto para o que
estavam a realizar e conheciam o destino do seu trabalho." Ambos os grupos
portugueses e belgas, manifestaram opiniões equiparadas quanto à utilidade do
podcasting no aprendizado de línguas.
Jobbing (2005) revela que há três setores que o podcasting apresenta-se
vantajoso:
atividades curriculares,
processo
de
ensino
/ aprendizagem
e
aprendizagem personalizada.
Segundo Wesley (2006b) a educação do século XXI deveria se ater mais a
uma alfabetização autêntica dos alunos no que concerne às habilidades de ler,
escrever, falar e ouvir. Ao justificar as muitas reclamações relatadas pelos
professores, quanto à falta de motivação dos alunos para o ato de escrever e
expressar a sua criatividade, ele aponta alguns benefícios do uso do podcasting em
sala de aula. Uma das formas mais básica e poderosa de aumentar o desejo do
aluno de aprender a escrever e comunicar suas idéias efetivamente é mudar a sua
percepção de público. Isto é, ao invés do aprendiz de uma língua estrangeira ter
apenas o seu professor como único ouvinte e leitor de suas tarefas, ele poderá ter
um público ouvinte global e diversificado, difundindo sua voz na web; criando o seu
próprio podcasting. Ao contrário de alguns sistemas de aprendizagem de línguas
assistidas por computador (CALL) como o aplicativo do PowerPoint ou programas de
computadores que servem de auxílio nas atividades de drills (exercícios baseados
na memorização; não processam o cognitivo do aluno), por exemplo, o podcasting
transcende às práticas tradicionais. Para o referido autor, o podcasting é um gênero
emergente, cuja potencialidade, permite que uma audiência seja global e
11
convidativa. A euforia dos alunos-autores de podcasts é grande ao receberem os
comentários, via áudio, de colegas do outro lado do Oceano Atlântico a respeito de
seus conteúdos.
Dentre os benefícios apontados por Wesley (2006b) quanto à integração do
podcasting em sala de aula, ele ressalta que a ferramenta é um recurso coadjuvante
na prática de contar histórias; em suma, o podcasting acaba sendo um digital
storytelling (um contador de histórias digital). Dan Pink2 , citado por Wesley (2006b),
afirma que a realização pessoal e o sucesso profissional do ser humano no século
XXI dependerão cada vez mais no futuro de seis aptidões essenciais e enfatiza a de
número dois: contar histórias. Partindo do princípio que o ser humano já é propenso
a contar histórias, a melhor maneira dos alunos resgatarem o gosto pela literatura é
a de produzir, em sala de aula, o seu próprio podcasting de história digital. (Wesley,
2006b)
Manning (2005) aponta o podcasting como sendo uma tecnologia inovadora e
excitante, pois ela possibilita ao usuário gravar a sua voz on-line. Devido ao
reconhecimento dos educadores quanto à necessidade em diversificar conteúdos no
aprendizado de línguas, Manning (2005) se preocupa sobre o uso real desta
ferramenta nas escolas. A idéia não é formar peritos na produção de podcasts, mas
atentar aos profissionais, que já fazem uso das tecnologias da comunicação e
informação (TCIs), de como o podcasting funciona e quais são as promessas desta
tecnologia.
Manning (2005) afirma que os educadores passaram a perceber certo
potencial nos audioblogs, porque eles adicionam um elemento de humanização para
um curso online através do uso da voz. Já o podcasting parece se sobrepor à
tecnologia dos audioblogs pelas suas variadas formas de uso que permitem que o
usuário ouça conteúdos de sua preferência onde e quando bem quiser. Contudo, diz
que de nada adianta tudo isto se não houver um valor pedagógico. O valor da voz
faz com que um curso online tenha mais sentido, porque a voz humaniza e
personaliza deixando os alunos menos isolados. Para Manning (2005) o podcasting
2
PINK, D. A Whole New Mind: Moving from the Information Age to the Conceptual age.
United States: Riverhead Trade, 2005.
12
é uma ferramenta promissora de audiência online para o ensino de línguas, mas
reconhece que ao incorporá-la nas atividades curriculares é necessário que se tenha
um planejamento prévio da ferramenta em relação ao processo de ensino
aprendizagem.
13
4 USOS ATUAIS DO PODCASTING NO ENSINO E APRENDIZAGEM
DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
Novos usos de tecnologias existentes ou novas tecnologias continuam
fornecendo oportunidades únicas para a prática oral no estudo de idiomas. O
podcasting permite novos e diversos modos de realizar tarefas familiares. Ele é o
"rádio das pessoas"; é claro que com uma transmissão mais limitada que a do rádio
tradicional. Por se tratar de um gênero emergente com características tecnológicas
inovadoras, oferece oportunidades intrigantes para aprendizes e profissionais de
línguas. (GODWIN-JONES, 2005).
Godwin-Jones (2005), Moura e Carvalho (2006) ressaltam a popularidade do
mp3, tocador portátil, e justificam o seu uso freqüente por parte dos alunos: o
aprendiz pode, facilmente, baixar no mp3, conteúdos na língua alvo como, por
exemplo, de páginas jornalísticas, blogs e programas de rádio para ouvir na sua
melhor conveniência.
Dentre as diversas escolas que disponibilizam conteúdos ou podcasts na web
para aprendizes de língua estrangeira, tem-se o site PIECAST da Escócia, cujas
apresentações, advêm de conteúdos variados desde revisão de vocabulários,
exercícios de listening (áudio) até entrevistas com falantes nativos. São podcasts,
especialmente, direcionados para o ensino de línguas. PiE - Partners in Exellence
(Parceiros em Excelência) é um projeto escocês em línguas modernas que tem por
objetivo melhorar os resultados dos aprendizes de línguas estrangeiras modernas;
desenvolver melhores condições de uso das TCIs no ambiente de ensino e
aprendizagem de línguas; construir uma comunidade de alunos e professores nas
jurisdições participantes. Através deste projeto verificam-se alguns podcasts criados
por alunos de uma academia em Argyll, na Escócia. Os podcasts foram produzidos
na língua francesa. Um deles, em forma de entrevista, fala sobre como os alunos
chegam à escola. Outro, em forma de programa de rádio, trata de relacionamentos
familiares.
14
Godwin-Jones (2005) relaciona uma série de sites com podcasts para uso no
ensino de línguas. O autor aponta conteúdos do The Bob and Rob Show, um
programa de áudio que oferece, semanalmente, lições de inglês, cuja variação
lingüística vai do yankee ao britânico. Manning (2005) também recomenda esta
página para auxiliar os alunos nas práticas de listening (áudio). O aluno interessado
no conteúdo poderá baixá-lo no seu tocador portátil, mp3, utilizando-se dos
benefícios que o seu dispositivo móvel dispõe para avançar, retroceder e tocar o
arquivo quantas vezes desejar para melhor obtenção dos resultados de aprendizado
da língua alvo.
O podcasting está se tornando cada vez mais popular no setor educacional.
Podcasts permitem que professores e alunos compartilhem informações quando e
onde desejarem. Por exemplo, um aluno que faltou às aulas poderá baixar o
conteúdo da lição gravada. Esta tecnologia pode ser revertida numa ferramenta de
grande utilidade para professores e administradores que pretendam comunicar
cursos, tarefas ou qualquer outra informação de interesse dos pais dos alunos e da
comunidade. Professores podem gravar booktalks. Isto é, com as tecnologias
emergentes, muitos alunos acabam "esquecendo" a prática de ler livros por opção
ou por prazer. O objetivo dos booktalks é encorajar a leitura contando a eles
passagens importantes do livro ou temas de outros autores. Podem gravar
conteúdos como vocabulário ou lições de uma língua estrangeira, cartas de amigos
de um outro país internacional, apresentações musicais, entrevistas, debates, etc.
Alunos podem publicar desde apresentações com conteúdos de áudio até imagens.
(WIKIPÉDIA, 2007)
REYNOLDS (2005b) apresenta o podcast, He Said She Said (Ele disse, Ela
disse). Este podcast é um programa apresentado semanalmente por ele juntamente
com Susan Smith Nash na Xplana Radio. Em um deles denominado “Is podcasting
for real education?” de 17 de agosto de 2005, Susan dá seu depoimento sobre a
utilização do podcasting. Susan é autora de vários artigos e fez apresentações em
conferências referentes ao ensino à distância (e-learning) e a inovações
tecnológicas na educação.
15
Para a questão se o podcasting seria de real utilização na educação, Susan
afirma que a tecnologia é uma ferramenta poderosa no ensino à distância, e que
este recurso tecnológico já está sendo utilizado no setor educacional no seu modo
de uso mais inovador e inesperado. Susan ao apontar os benefícios do podcasting
como uma ferramenta pedagógica no processo educacional, reforça a forma de
como está sendo utilizado, alegando que algumas pessoas preferem ouvir as aulas
a aprimorarem o seu conhecimento com leituras, revisão com PowerPoint, etc. Ela
reconhece que o uso real do podcasting em instituições educacionais demanda todo
um planejamento. Isto é, como o aluno deve utilizar este recurso tecnológico,
distribuir conteúdos na Internet, e compreender o processo de compressão do
arquivo de áudio em aparelhos portáteis, como mp3. A sua preocupação é quanto às
instituições e provedores desses podcasts criados para fins educacionais, pois teme
que o modo que a ferramenta vem sendo utilizada seja motivo de zombaria por parte
desses profissionais, e que futuramente tentem impor algum tipo de protocolo. Fora
isso, Susan defende o modo que as pessoas estão se apropriando da tecnologia
emergente ressaltando que não há nada que impeça o uso do podcasting na
educação, pois os alunos e professores, mesmo assim, darão um jeito de como
baixar conteúdos de modo a atender a sua necessidade contextual.
Susan conta que lecionou um curso online, Personal and Family Narratives
(Relatos pessoais e familiares), uma aula de writing (escrita) que envolvia a escrita
de memórias; e não-ficção criativa. De repente ela percebeu que poderia planejar o
conteúdo de uma forma significativa, além de simplesmente, facilitar as discussões e
responder às tarefas via e-mail. Foi, então, que passou a agir de forma colaborativa,
compartilhando a sua criatividade através de um blog, o qual continha podcasts.
Para sua surpresa a interação dos alunos foi um sucesso. Eles manifestaram
admiração quanto à forma que o conteúdo foi apresentado; baixaram e ouviram os
arquivos; postaram comentários e enviaram perguntas por e-mail. Susan diz que o
podcasting sob o tema trabalhado tornou-se uma experiência colaborativa, inclusive
isto acabou servindo de inspiração para que um aluno juntamente com o blog
postasse também um podcast. O que mais a impressionou no trabalho de seu aluno
foi a forma inovadora que ele apresentou o conteúdo em resposta ao tema proposto
por ela. “...o seu blog continha gráficos e um podcast. Os conteúdos de preferência
16
com as transcrições da narrativa consistiam de músicas originais que expressavam
os relatos da família em mais de um estilo discursivo.” Susan confessa não ter
certeza quanto ao tipo de formato que o seu aluno seguiu para criar o seu podcast,
mas reconhece que o podcasting está sendo utilizado de forma inovadora e
inesperada através do ensino à distância.
ARENA (2006), professora da Casa Thomas Jefferson, uma Binacional em
Brasília, em uma de suas matérias, publicada na web, descreve o uso do podcasting
em suas aulas. Ela afirma que aulas de conversação são mais do que simplesmente
a leitura de textos, trabalhos em grupo e discussão de tópicos afins. A professora
alega que uma atividade prática quando demanda total envolvimento e interação dos
alunos “apimenta mais as aulas e proporciona a eles vontade e prazer de
compartilhar idéias com o grupo. O resultado? Uma combinação perfeita de diversão
e aprendizagem” (Arena, 2006). Foi com esse espírito de motivação que Arena
(2006) preparou uma aula surpresa: como fazer ovo de páscoa. A autora percebeu
que era uma grande oportunidade de aprender fazendo; de suscitar nos alunos a
percepção dos resultados concretos da sua assimilação das novas estruturas e
vocabulário dando uma aula de podcasting sob o tema: como moldar um ovo de
páscoa. Arena (2006) descreve os passos de sua aula:

A instrutora vestiu uniforme típico de chefe de cozinha.

Fez com que os alunos falassem de receitas que eles já sabiam para
que percebessem “a difícil tarefa de dar instruções e de contar aos
outros a receita de um prato em inglês”.

O projeto foi executado na cozinha da sala dos professores. Antes de
moldar os ovos, os alunos já tinham visto o vocabulário e haviam
recebido uma folha com palavras, verbos e expressões.

Dadas
as
instruções,
enquanto
aguardavam
que
os
ovos
endurecessem no refrigerador, os alunos trabalharam em conjunto,
anotando os passos da preparação dos ovos de chocolate. Isto
aconteceu em cada estágio do processo de moldagem.
17

Ao iniciar o processo da gravação do podcast, Arena (2006) selecionou
um aluno para gravar a mensagem introdutória, e o outro para as
instruções. A conclusão do podcast ficou para o aluno assistente de
cozinha. Os arquivos de áudio foram publicados numa página de
podcasts gratuita da web chamado Podomatic. “Um local onde os seus
alunos podem ter a sua voz online”, conforme link listado nas
referências bibliográficas.
Atualmente a professora e os alunos estão lendo os comentários postados e
interagindo com pessoas de todas as partes do mundo que escutam o podcast.
(Arena,2006).
Moura e Carvalho (2006), conforme relatado anteriormente (p. 10) utilizaram o
podcasting nas aulas de francês como forma de motivação e elevação dos índices
de sucesso educativo na língua alvo. Este projeto europeu de correspondência
escolar entre alunos belgas e portugueses resultou em um site para que as
atividades fossem melhor desempenhadas. Foi criado um fórum para discussão dos
temas trabalhados, como hábitos alimentares dos jovens, medos, etc.; um blog,
possibilitando aos alunos deixarem os seus comentários, fotos, letras musicais, etc.;
um wiki (de acordo com a Wikipédia (2007) um wiki é um programa colaborativo que
permite a edição coletiva dos documentos usando um sistema simples e sem que o
conteúdo tenha que ser revisto antes da sua publicação.); onde os alunos
escreveram, de forma colaborativa; um chat , para que eles se comunicassem em
tempo real; e por fim, um podcast, que inovou por possibilitar a distribuição do
arquivo de áudio, texto e imagem na Internet.
Moura e Carvalho (2006) declaram que para agregar todo este arsenal
tecnológico no processo de desenvolvimento do projeto foi necessário um total
envolvimento de professores e alunos para que tudo acontecesse de forma
colaborativa.
Através do podcast foi possível levar os alunos a desenvolver e a aperfeiçoar a
competência lingüístico/comunicativa a nível da compreensão e da expressão escrita
e oral, de modo a facilitar a comunicação em qualquer situação. Esta iniciativa
possibilitou, ainda, o encontro com outra cultura e a sua compreensão. (Moura e
Carvalho, 2006, p. 92).
18
Os primeiros podcasts criados pelos alunos do projeto de Moura e Carvalho
(2006), foram de músicas francesas partilhadas pelos dois grupos de alunos belgas
e portugueses. A estratégia dessa atividade era treinar a tradução e a memorização.
Na sala de aula foi proposto aos alunos, atividades pedagógicas estruturadas a partir
das letras das canções, a fim de desenvolver a competência comunicativa oral,
transformando o espaço sala de aula num local de imersão progressiva em língua
francesa. Além disso, disponibilizamos um vídeo musical recente: “Um monde
Parfait” de Ilona Mitrecev que possibilitou o debate sobre o seu conteúdo. (Moura e
Carvalho, 2006, p.93).
Para Moura e Carvalho (2006) o sucesso do projeto, por elas iniciado, deu-se
pelo reconhecimento de ambos os grupos, belgas e portugueses à medida que iam
percebendo a verdadeira função e o destino de seu trabalho.
Como visto neste capítulo são muitas e variadas as possibilidades de uso do
podcast no ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras. Cabe ao professor usar
sua criatividade e escolher a forma mais apropriada e que atenda as necessidades
pedagógicas de seus alunos e da situação de ensino em que se encontram.
19
5 COMO CRIAR UM PODCAST
Produzir um podcast de âmbito educacional e com bons resultados depende
de alguns pré-requisitos. O mais importante deles é o tempo de duração da
gravação do podcast (REYNOLDS, 2005a; MANNING,2005). Em outras palavras, o
educador ao gravar o seu podcast deverá planejar o tempo de duração do arquivo
de áudio, pois conteúdos muito longos podem se tornar enfadonhos para os alunos
nas práticas de listening (áudio) (REYNOLDS, 2005). Instrutores que sugerem uma
aula de 30 minutos por semana vão de encontro com a realidade do tempo que se
leva para baixar qualquer conteúdo numa conexão de modem normal. Portanto, criar
arquivos curtos e comprimidos é o ideal (MANNING, 2005).
O tom de voz é outro item bastante importante a ser considerado quando da
gravação de um podcast (REYNOLDS, 2005a; MANNING, 2005). Alunos respondem
melhor àquela mídia que apresenta tom de voz informal, entusiástica e amiga e que
os mantêm cada vez mais interessados na proposta do conteúdo. Há uma enorme
diferença quanto ao tom informal que se usa numa interação com alunos em sala de
aula para o tom formal que se pratica numa palestra, por exemplo. O objetivo dos
Podcasts é fazer com que alunos sintam-se parte de alguma coisa e não meramente
recipientes de uma apresentação sem qualquer finalidade (REYNOLDS, 2005a). A
voz humaniza e personaliza. Ao ouvir a entonação, dicção e inflexão da voz do
falante, tudo isso se converte em uma compreensão muito enriquecedora; não do
conteúdo em si, mas do próprio falante. Desta forma, ouvintes conectados àquela
voz sentem-se menos isolados. (MANNING, 2005, p.2).
Há um “que” de especial, ímpar sobre a voz humana que os textos
geralmente não podem comunicar. E, o podcasting vem permitir às pessoas de
todas as idades que gravem suas vozes e compartilhem perspectivas sem precisar
passar pelo desconforto do teclado que demanda certa habilidade com a digitação.
(WESLEY, 2006b)
Meng (2005) explica que os podcasts vêm ganhando rápida popularidade
devido a sua tecnologia simples e barata. Considerando o baixo custo do acesso a
Internet, qualquer um pode publicar, ou mais precisamente, transmitir a sua própria
20
apresentação. De acordo com Meng (2005) um podcast pode ser criado,
simplesmente, em cinco passos:
1. Grave e edite o podcast: produzir um podcast parte da ação de gravar e
editar o seu conteúdo utilizando a “capacidade de gravação” do seu próprio
computador, mais o microfone, ou um simples programa como o FreeAmp, Peak
Express ou ProTools que opere na gravação e edição do áudio. E, então, salvar o
arquivo de áudio em formato mp3. Vale lembrar que um bom microfone faz toda
diferença na hora de gravar a sua voz. Godwin-Jones (2005) recomenda um editor
de áudio gratuito, o Audacity que pode ser baixado pela web.
2. Coloque o arquivo mp3 em um RSS Enclosure: anexar o arquivo de áudio
mp3 em um Feed RSS – Real Simple Syndication (O termo feed quer dizer
alimentar. “RSS feeds” são listas de atualização de conteúdo de um determinado
site. Com um programa chamado “agregador de conteúdo”, você recebe as
atualizações dos sites escolhidos, através dos feeds RSS, sem ter que visitá-los).
Você também pode codificá-lo em um programa que cria blogs, ou um programa
especial como Feedburner ou Feed for All; em Beare (2007) um tutorial, passo a
passo, detalha como operar o programa Feed for All. Meng (2005) ressalta que há
várias ferramentas de qualidade na web para tal.
3. Consulte na web lista de softwares que agregam arquivos de áudio mp3 em
um feed RSS: a web ou blog publica softwares, cujos programas servem para
anexar arquivos de áudio em um RSS. Há uma lista deles publicados pela web para
a escolha do produtor de podcasts.
4. Estabeleça um software “leitor de informações” e deixe-o operar: é
recomendado para fazer a leitura do conteúdo o iPodder, cujo programa é gratuito e
de fácil operação, ou um outro programa pago, iPodderX. O software escolhido fará
automaticamente o download dos podcasts selecionados na programação
estabelecida pelo assinante para a página de podcasts, colocando-os diretamente
em uma pasta de seu Sistema de Gerenciamento de Conteúdos favoritos (CMS).
5. Sincronize o Media Player (tocador de mídia) com os computadores
assinantes: Sistema de Gerenciamento de Conteúdos (CMS) como o iTunes,
21
Windows Media Player ou MusicMatch que vem com o tocador de mídia digital,
podem ser utilizados para tocar, organizar e sincronizar podcasts.
Após ter passado por esses cincos passos de como criar um podcasting com
sucesso (ver ilustração no anexo), basta usufruir o seu podcast ouvindo-o a qualquer
hora e em qualquer lugar.
Entretanto, planejar conteúdo, ter algo de interessante para dizer ou
compartilhar é um dos vários passos a ser considerado antes de gravar a sua voz
para o podcast a ser criado (GODWIN-JONES, 2005). É importante definir o tema,
público alvo, formato e duração do podcast que almeja produzir; atentar para
questões fundamentais que com certeza servirão de guia para que o conteúdo saia
sob medida. Planejar sobre que assunto falar e para quem; quantas vezes o
programa será apresentado: diariamente, semanalmente, mensalmente; definir a
duração do conteúdo: 10, 15, 20, 25, 30 minutos (PODCASTONE, 2007).
22
6 CONCLUSÃO
No presente trabalho procurou-se descrever uma tecnologia emergente que é
o podcasting. Esta nova maneira de difundir informação pela Internet. O podcasting
revelou-se uma ferramenta de grandes potencialidades para as práticas de listening
(áudio) no ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras. Esta tecnologia
inovadora e ainda pouco explorada inspira possibilidades de usos variados,
principalmente, no que tange a necessidade do professor de língua estrangeira de
motivar seus alunos e de apresentar conteúdos na escola ou fora dela.
Foi visto que a aplicação desta tecnologia no ensino de línguas estrangeiras
já está ocorrendo, mas ainda é pouco divulgada. Ela demanda paciência e energia,
por parte dos professores e dos alunos, visto que muito ainda precisa ser estudado e
adaptado para que se obtenha o melhor dela pedagogicamente falando. No entanto,
os profissionais da área precisam saber que o podcasting existe e seu uso pode ser
vantajoso na sala de aula de línguas.
Ouvir e ser ouvido por uma audiência global é uma proposta excitante do
podcasting. Percebe-se, nas experiências relatadas (ARENA, 2006; MOURA E
CARVALHO, 2006; REYNOLDS. 2007B) a motivação que o aluno manifesta ao
difundir a sua voz na web, criando o seu próprio podcasting. Com isso, o aluno não
apenas tem o seu professor como único ouvinte de suas atividades, mas todo um
público diversificado e global.
A autora deste trabalho, também é usuária do podcasting, mas por enquanto
apenas de forma receptiva. Ou seja, ainda não cria seus podcasts. A tecnologia é
usada como uma ferramenta auxiliadora nas práticas de listening (áudio), mais
precisamente, no ensino da língua estrangeira com objetivos específicos. Isto é,
conteúdos de listening (áudio) mais direcionados na área de business (negócios).
O podcasting não é nenhuma “panacéia” para cursos de listening (áudio) no
ensino de línguas, mas pode-se dizer que a tecnologia não deixa de ser um recurso
coadjuvante de grande valia. Segundo Jobbing (2005) o Podcasting, por si só, não é
a solução, mas complementa outros métodos de ensino e enriquece a qualidade de
aprendizagem, particularmente a aprendizagem personalizada.
23
O podcasting como qualquer outra tecnologia de mídia e/ou multimídia pode
representar desafios quanto ao seu modo de uso. Para Moura e Carvalho (2006) é
necessário que o professor se incorpore na era digital, ou ele perderá esta nova
geração de nativos digitais.
O intuito desta pesquisa foi apresentar o podcasting, uma ferramenta da mídia
eletrônica no ensino de língua estrangeira, para aquele educador que busca inovar
conteúdos. Assim sendo, o podcasting demanda certa reflexão dos professores
sobre os diferentes estímulos e implicações que esta tecnologia exerce no ensino /
aprendizagem de uma língua estrangeira.
Contudo, por ser uma ferramenta nova, esta pesquisa encontrou limitações no
número de usuários para consulta, o que poderia ser solucionada com estudos mais
aprofundados através de projetos os quais agregariam as tecnologias de mídia que
compõe o podcasting com total envolvimento de professores e alunos para que tudo
aconteça de forma colaborativa.
24
GLOSSÁRIO
AGREGADOR DE MÍDIA – programa utilizado no podcasting para verificar as
atualizações e baixar os podcasts para um computador
AIFF, WAV, ACC e MP3 – formatos de compressão de áudio.
AUDIOBLOG – blog seguido de áudio.
BLOG – são publicações na Internet que apresentam conteúdos desde artigos
periódicos a assuntos específicos como literatura, comida, música, cultura, política e
até diários pessoais.
BLOGGERS – autores de blogs.
BOOKTALKS – gravações curtas sobre livros; informações breves que apresentam
fatos do autor, temas e passagens importantes do livro.
BROWSER – é o navegador, o software que permite explorar textos, fotos, gráficos,
sons e vídeos na Internet e pular de uma página para outra com um simples clique
nos Links (palavras ou expressões grifadas ou qualquer objeto ao qual surgir uma
mãozinha quando passa-se a seta do mouse sobre ela).
CHAT – gênero de contexto virtual via Internet; comunicação síncrona entre os
participantes.
CMS – abreviação de Content Management Software – Sistema de Gerenciamento
de Conteúdo.
DOWLOAD – ato de baixar arquivos da Internet.
DRILLS – exercícios baseados na memorização que, em geral, não processam o
cognitivo do aluno.
DRIVE – unidade de armazenamento ou uma unidade de leitura de dados,
pertencente ao equipamento ou parte física de um computador. Um drive ou unidade
25
de leitura pode ser de disquetes, disco rígido, cd room, etc. Todo drive é a parte
fisica que vai ser utilizada nos processos de midia, gravação, etc.
E-LEARNING – ensino a distância.
E-MAIL – correio eletrônico, é um método que permite compor, enviar e receber
mensagens através de sistemas eletrônicos de comunicação.
FEED – endereço que se adiciona no agregador de mídia (ou ao player iTunes, que
já tem um agregador "embutido") para fazer a subscrição de um podcast. É este
endereço que informa "onde" o agregador deve checar pelas atualizações do
programa.
FREEWARE – programas gratuitos que não expiram seu prazo de uso.
FTP – significa File Transfer Protocol (Protocolo de Transferência de Arquivos), e é
uma forma bastante rápida e versátil de transferir arquivos (também conhecidos
como ficheiros), sendo uma das mais usadas na Internet.
HIPERMÍDIA – reunião de várias mídias num suporte computacional, suportado por
sistemas eletrônicos de comunicação.
HOST – hospedeiro que aloja ou acomoda os textos na página da web.
HTML – abreviação de "Hyper text mark-up language", ou "linguagem para
marcação de hipertexto". São as indicações ou marcações que se faz para um texto
ou uma imagem ser disponibilizada na Internet.
HTTP – abreviação de "Hiper text transfer protocol" ou protocolo de transferência de
hipertexto". É o protocolo que permite o funcionamento da face gráfica da Internet,
esta que é mais conhecida e que permite a transmissão de textos, fotos e gráficos
de uma maneira simples e rápida.
iPOD – tocador portátil de MP3 fabricado pela Apple. Apesar de emprestarem seu
nome do aparelho dessa marca, podcasts podem ser ouvidos em quaisquer
tocadores de MP3, de outros fabricantes, como Sony, Creative e outros.
26
LINK – mesmo que elo. É muito comum a navegação na Internet através de links.
Toda palavra grifada ou imagem que quando você passa o ponteiro do mouse vira
uma mãozinha, indica que se você clicar neste local, ele te levará para uma outra
página.
MP3 – tocador portátil de arquivo de formato mp3.
NTICs – novas tecnologias da informação e comunicação.
ON-THE-GO – permite a conexão de dispositivos externos de armazenamento de
dados USB diretamente no seu som portátil, como pen drives, hard disks USB, MP3
Players etc, na porta USB da caixa de som para reprodução instantânea de arquivos
MP3.
PLAYERS – tocadores de áudio.
PODCAST – arquivo de áudio que pode ser acessado pela Internet.
PODCASTER – produtores de podcasts.
PODCASTING – uma ferramenta da multimídia que tem por objetivo publicar
conteúdos de áudio, vídeo e imagens na Internet.
PODCATCHER – agregador de podcasts.
PODCATCHING – que coleta os conteúdos.
POWERPOINT – é um aplicativo utilizado para edição e exibição de apresentações
gráficas no sistema operacional Windows.
RSS – abreviação de Real Simple Syndication. Formato de arquivo XML que permite
um programa acessar informações de diversos sites da Web, reconhecer conteúdos
de interesse e transfirir texto, áudio, vídeo ou outro formato para um computador
sem que o usuário precise ir até o site em que estão esses conteúdos.
SHAWARE – é um método de distribuição comercial que possibilita a distribuição
gratuita, por um tempo determinado, de um software, para maneira a testá-lo. Ao
27
final desde período de testes, você é solicitado a registrar (comprar) o produto ou
desinstala-lo. Um dos repositórios de arquivos mais conhecido é o Tucows.
TCIs – tecnologia da comunicação e informação.
UPLOAD – ( descarregar), transferência de um arquivo do seu computador, remoto,
através de modem e linha telefônica.
WEBBLOG – o mesmo que audioblog.
WIKI - programa colaborativo que permite a edição coletiva dos documentos usando
um singelo sistema e sem que o conteúdo tenha que ser revisto antes da sua
publicação.
XML – abreviação de "extensible markup language". Linguagem de programação de
páginas Web que permite uma maior personalização na forma de organizer e
apresentar as informações.
YANKEE – variação lingüística do idioma inglês.
28
REFERÊNCIAS
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<http://www.feedburner.com/fb/a/podcasts;jsessionid=1DF432EEF52321F168FC52A
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Disponível em:<http://en.wikipedia.org/wiki/Dave_Winer.> Acesso em: 12 set. 2007
31
ANEXO
CINCO DICAS DE COMO CRIAR UM PODCASTING COM SUCESSO.
Fonte: MENG, Peter. IAT Service – The University of Missouri
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Shirlei Aparecida de Souza - Calem