EDIÇÃO COMEMORATIVA | 7 ANOS NOTÍCIAS DO DIA JOINVILLE | 6 DE NOVEMBRO DE 2013
EDIÇÃO COMEMORATIVA | 7 ANOS NOTÍCIAS DO DIA JOINVILLE | 6 DE NOVEMBRO DE 2013
Os
DESAFIOS
do passado
As
ESTRATÉGIAS
do presente
As
EXPECTATIVAS
para o futuro
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UMA PUBLICAÇÃO DO NOTÍCIAS DO DIA JOINVILLE
FUNDADOR E PRESIDENTE EMÉRITO
Mário J. Gonzaga Petrelli
GRUPO RIC SC
PRESIDENTE EXECUTIVO
Marcello Corrêa Petrelli
DIRETOR COMERCIAL
Reynaldo Ramos
DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO
Albertino Zamarco Jr.
DIRETOR OPERACIONAL
Paulo Hoeller
DIRETOR REDAÇÃO NOTÍCIAS DO DIA
Luís Meneghim
REVISTA NOSSAS EMPRESAS,
GRANDES HISTÓRIAS
DIRETOR REGIONAL GRUPO RIC
Silvano Silva
GERENTE COMERCIAL NOTÍCIAS DO DIA JOINVILLE
e COORDENADORA GERAL DO PROJETO
Jackeline Moecke
(47) 3419-8038 e (47) 8402-6633
[email protected]
CONTATOS COMERCIAIS
NOTÍCIAS DO DIA JOINVILLE
Mariana Lima, Nei Steffen e Calú Ledoux Inácio
CONTEÚDO EDITORIAL
EDITOR EXECUTIVO
Vandré Kramer
DIAGRAMAÇÃO
Marcelo Duarte
ARTE DA CAPA
Robson Brüning
EDITOR DE FOTOGRAFIA
Carlos Jr.
FOTOS
Carlos Jr., Leandro Ferreira, Rogério Souza Jr.
e Divulgação
REVISÃO
Solange Silva e Vania Oliveira
DISTRIBUIÇÃO
Josiléia Vilas Boas
IMPRESSÃO
Posigraf
Novembro de 2013
SITE
www.ricmais.com.br/sc/nossasempresas
ENDEREÇO
Rua Xavantes, 120
Bairro Atiradores – Cep: 89203210
(47)3419-8000 – Joinville/SC
Nossas Empresas,
Grandes Histórias
MARCELLO CORRÊA PETRELLI
Joinville é uma cidade em pleno desenvolvimento. É com
satisfação que contribuímos com este crescimento, trazendo
um projeto que valoriza a história de empresas de pequeno,
médio e grande porte. As organizações nasceram e cresceram
em Joinville e cidades da região Norte do Estado e hoje são
reconhecidas no Brasil e mundo, seus produtos e serviços
consumidos por milhares de pessoas. Ao todo, foram 44 reportagens divulgadas no jornal Notícias do Dia, material que
é compilado na revista especial que sera distribuída para SC
e principais municípios do Sul e Sudeste do Brasil. Em cada
reportagem os leitores conheceram os desafios de cada empresa, as estratégias para firmar a marca em um mercado concorrido e as expectativas para o futuro.
A cidade contabiliza mais de 520 mil habitantes, sendo
a 3ª economia do Sul do país e a 25ª do Brasil. Os números
podem ficar ainda mais expressivos com a vinda de multinacionais para a região e a implantação de novas empresas
em variados setores como indústria, comércio e serviço. O
crescimento da região traz mais oportunidades e qualidade
de vida para os moradores, com destaque para o desenvolvimento da área automotiva.
O Grupo RIC é grato em contribuir com este crescimento,
divulgando a cultura local para SC e Brasil e o que é destaque
na região desde 2000. São dois veículos que já se consolidaram
na região, a RICTV Record e o jornal Notícias do Dia. Recentes
pesquisas do Instituto Sintese demonstraram que a preferência dos telespectadores é grande pelo jornalismo da emissora,
com destaque para o Jornal do Meio-Dia e o Tribuna do Povo.
A iniciativa cumpre a missão da RIC, de informar regionalmente e Estadualmente com a percepção de prestigiar,
mostrar e caracterizar para o público o que é importante
em nosso estado, quer na indústria, no comércio ou no
serviço. E agora, com a implantação da tecnologia HD
(alta definição) os telespectadores ganham uma nova
experiência de som e imagem em uma qualidade
nunca vista na região.
Boa leitura!
Presidente Executivo do
Grupo RIC Santa Catarina
5
SUMÁRIO
Os desafios do passado, as estratégias do presente e as expectativas do futuro de 44 empresas da região
Apresentação
6 a 10
Lojas Salfer
64 e 65
Palavra do Governador de Santa Catarina
11
Lepper
66 e 67
Palavra do prefeito de joinville
12
Anagê Imóveis
70 e 71
Palavra da CDL e ACIJ
13
Shopping Mueller
72 e 73
Fibrasca
14 e 15
Unimed
74 e 75
Messe Brasil
16 e 17
Ascensus
76 e 77
Perville
18 e 19
Transportadora Mann
80 e 81
Euromax
22 e 23
Cembrani
82 e 83
Miano’s
24 e 25
Tupy
84 e 85
Imobiliária Zattar
26 e 27
CMMR Advogados
86 e 87
Construtora Correia
30 e 31
CVF Trading
91 e 92
Coopercargo
32 e 33
Arxo
92 e 93
Tecnopó
34 e 35
CMDI
94 e 95
IOT
36 e 37
Steil Material de Construção
96 e 97
Essencis
40 e 41
Fremax
98 e 99
Irineu Imóveis
42 e 43
Grupo FT
100 e 101
Franklin Electric
44 e 45
Yudo
104 e 105
Hospital Dona Helena
46 e 47
CMI
106 e 107
Plasbohn
50 e 51
Fortunato
108 e 109
Aceville
52 e 53
Wetzel
110 e 111
Laboratório Catarinense
54 e 55
Litoral
114 e 115
ABplast
56 e 57
Joinvix
116 e 117
Plasticoville
60 e 61
JEC
118 e 119
Colégio Santos Anjos
62 e 63
ArcelorMittal Vega
120 e 121
6
Linha de produção da fábrica de motores e cabeçotes da GM em Joinville, que foi inaugurada no final de fevereiro
DIVULGAÇÃO GM BRASIL
Cenário em transformação
O momento é desafiador para a economia brasileira: baixo crescimento,
alta carga tributária, inflação subindo e muita burocracia. Mas, em um
cenário muito turbulento, o Norte Catarinense vem se destacando.
VANDRÉ KRAMER
Uma das mais tradicionais revistas de
economia do mundo, a “The Economist”,
estampou uma grande interrogação sobre o Brasil na capa da edição de 28 de
setembro. A reportagem de 14 páginas
mostra que o País chegou bem perto
de decolar, mas acabou estagnando. As
causas sinalizadas são as mais variadas:
inflação em alta, elevada carga tributária,
serviços públicos de baixa qualidade, burocracia e corrupção.
Apesar das grandes conquistas recentes, como a expansão da classe média, a
economia brasileira vem patinando nos
últimos anos. Depois do crescimento de 7,5% em 2010 – o
maior em um quarto de século –, a expansão do PIB voltou
a minguar: 2,5%, em 2011; e
0,9%, 2012. Para os próximos
dois anos, as expectativas são
um pouco mais animadoras:
o PIB (produto interno bruto)
deve expandir-se 2,5% em
2013 e 2014.
O cenário macroeconômico pode não ser dos mais favoráveis
para os empresários e executivos ouvidos para o Nossas Empresas, Grandes
Histórias. Mas, eles estão contribuindo
para fazer a diferença e confirmar o que uma pesquisa
feita pela consultoria McKinsey projetou há dois anos: o
Norte e Nordeste Catarinense estariam entre as regiões
mais dinâmicas e de maior
crescimento no País até
2025. É a repetição de uma
situação verificada na primeira década deste século,
quando a expansão do PIB
regional foi o dobro do nacional.
Uma boa ajuda está vindo de fora. A
BMW e a GM devem aplicar cerca de R$
1,2 bilhão nos próximos anos. A primei-
7
Nossas Empresas,
Grandes Histórias
ra vai instalar uma montadora em
Araquari. A segunda, construir uma
fábrica de câmbio e transmissões.
E pesquisa feita pela Sustentare
Escola de Negócios mostra que os
empresários da região sentem a
necessidade de renovar a linha de
produtos e ampliar a estrutura para
atender à expansão do mercado.
Efeito automotivo
O boom do complexo automotivo na região é um dos drivers que
sinalizam para um novo momento
de forte crescimento da região. É
um cenário em profunda transformação, que, segundo Paulo Costa,
do CMMR Advogados, exige uma
constante atualização. O Colégio
dos Santos Anjos, um dos mais
tradicionais e antigos de Joinville,
trabalha com a possibilidade de ampliar o número de aulas de línguas
estrangeiras e o uso de tecnologia
na sala de aula.
O Perini Business Park sentiu
diretamente o impacto da expansão dos investimentos da indústria
automobilística na região. O local
foi escolhido pela BMW para dar o
startup para a construção da montadora em Araquari. O número de
consultas de empresas para se instalar no local cresceu, logo imediatamente ao anúncio da chegada da
empresa alemã ao Estado.
Sondagens também foram feitas na Essencis. Segundo o gerente
da unidade joinvilense, Julio de Oliveira Mueller, empresas que estão
implantando unidades na região já
entraram em contato para discutir o
envio de resíduos industriais.
A ArcelorMittal Vega, laminadora de aços sediada em São Francisco do Sul, pretende aproveitar as
boas oportunidades geradas pela
expansão da indústria automobilística brasileira, que deve investir R$
7,3 bilhões a partir do novo regime
automotivo. No início do ano, a em-
presa investiu US$ 10 milhões em
um sistema de pós-tratamento em
uma das linhas de galvanização, o
que facilita a estampagem das peças. É um processo que vem se firmando como uma tendência entre
as maiores montadoras mundiais.
Quem também está atenta a
este momento das montadoras
é a Fremax, que fabrica discos e
tambores de freio. Fornecedora da
Mitsubishi há mais de dez anos, a
empresa quer conquistar novos
clientes. Para isto, vem investindo
na expansão. É uma consequência
do processo de valorização da marca, iniciado há mais de dez anos,
quando se tornou fornecedora da
Stock Car, uma das categorias que
mais cresce em preferência.
Outra empresa que vê reflexos
imediatos com a expansão do complexo automotivo na região é a Miano’s, que fornece insumos para a
indústria de fundição. A empresa tem
relacionamento comercial com 95%
das fundições que atuam no segmento no Sul do Brasil e espera um crescimento nas vendas. “Alguém vai ter
de comprar essas matérias-primas e
alguém vai ter de vender”, diz Azomar
Miano, dono da empresa.
Os investimentos da indústria
automobilística no Norte do
Estado chegam a R$ 1,2 bilhão.
A Messe Brasil, organizadora
de algumas das principais feiras
de negócios do segmento metalmecânico no Sul do Brasil, vê boas
oportunidades com a expansão do
complexo automotivo. Essas possibilidades estiveram na agenda das
empresas que participaram da Intermach 2013, que aconteceu entre
9 e 13 de setembro.
Outra que espera benefícios é
a Tecnopó, que atua no segmento
de pinturas especiais. Com a circulação de mais dinheiro pela região,
LEIA MAIS
JACKELINE MOECKE
Os desafios do passado, as estratégias do presente e as expectativas para o futuro das empresas
do Norte de Santa Catarina são o tema central desta
revista de 124 páginas, que circula encartada neste
6 de novembro nas edições do Notícias do Dia Joinville e Notícias do Dia Florianópolis e também tem
uma distribuição em pontos estratégicos do Estado.
O Nossas Empresas, Grandes Histórias é o
resultado de um processo contínuo e crescente de
agregação de valor a um jornal que hoje completa
sete anos. Hoje, o Notícias do Dia é uma referência regional, que se destaca não só no papel de
informar e antecipar tendências, mas, também, em
preservar e difundir a memória deste importante
polo regional do Sul do Brasil.
Este projeto, fruto de um trabalho de oito meses, foi até 44 empresas de Joinville e região que se
tornaram importantes referências na área em que
atuam. A partir de um trabalho cuidadoso, resgatou-se os desafios que os empreendedores da nossa terra enfrentaram até chegarem onde estão, as
oportunidades que estão conquistando e as expectativas em relação ao futuro.
O Nossas Empresas, Grandes Histórias não
é só um documento histórico, mas sim uma forma
de as empresas se comunicarem ainda mais com
o mercado em que atuam, com clientes e fornecedores e com a comunidade onde estão inseridas.
É também a reunião de uma série de cases de
sucesso corporativo que podem servir de importante contribuição para incentivar ainda mais o
empreendedorismo em uma região que tem este
comportamento no sangue e que, recentemente,
foi beneficiada com um investimento bilionário por
parte da indústria automobilística. A partir destes
movimentos, certamente, surgirão novos empreendedores, que ajudarão a alimentar novos Nossas
Empresas, Grandes Histórias.
Gerente Comercial
Jornal Notícias
do Dia Joinville
8
o diretor Joelci Ferrari espera que a
demanda de trabalho aumente na
unidade instalada em Pirabeiraba.
O segmento imobiliário também deve sentir os impactos dos
novos investimentos. Segundo
Anagê Alves, da Anagê Imóveis,
Joinville ainda tem muito para
crescer. “A cidade tem poucos prédios e condomínios horizontais de
médio e alto padrão”, diz.
As boas perspectivas também fazem parte do cenário do
Shopping Mueller. O empreendimento, que completou 18 anos
em maio, está trazendo novas
operações. “Há uma possibilidade
infinita de novas oportunidades
para expandir os negócios”, diz
a superintendente, Aurea Raquel
Pirmann.
A recuperação de um segmento específico na indústria automotiva, o de caminhões, vem
animando a Wetzel. No primeiro
semestre, as vendas cresceram
23,1% comparativamente a igual
período de 2012. A empresa também vem reforçando a presença
em outras atividades. Neste semestre, estão sendo lançados novos produtos na linha de alumínio
e iluminação com tecnologia LED.
Aposta na logística
Um dos principais gargalos da
economia brasileira
é o logístico. Mas as
empresas que atuam na região estão
enxergando grandes
oportunidades neste setor. A Ascensus
Trading & Logística
tem planos para instalar um armazém
em Pirabeiraba. A
empresa já solicitou
o licenciamento para a construção
do empreendimento, que terá 80
mil metros quadrados.
A expansão do agronegócio
brasileiro está por trás de dois planos em que a Litoral Soluções em
Comércio Exterior, de São Francisco do Sul, é parceira. Um deles
é a construção do TGSC, um terminal de granéis privativo que será
construído ao lado do porto de
São Francisco do Sul, e terá capacidade para movimentar 10,5 milhões de toneladas anuais. O outro
é a Litofértil, um local destinado à
armazenagem de fertilizantes.
Empresas veem oportunidades
no segmento logístico
no Norte do Estado
A Coopercargo vem reforçando a capacidade de armazenagem, para atender à demanda das
empresas. “Funcionamos como
uma extensão delas”, destaca
Anacleto Pintarelli, presidente da
cooperativa. E o próximo passo
é buscar a certificação para ser
um porto seco, o que facilitaria as
operações de comércio exterior.
“Seríamos como um porto sem
navios”, compara.
Com forte presença nas rotas
entre o Sul e o Norte e Nordeste,
a Mann aproveitou a adoção das
novas regras da jornada de trabalho para os motoristas e implantou um sistema que vem dando
mais agilidade na circulação de
mercadorias. A partir do serviço
dedicado entre as duas regiões,
foram criados vários pontos de
apoio ao longo das rotas. A cada
500 ou 600 quilômetros são feitas
trocas de veículos e motoristas.
A Aceville inaugura, no começo de 2014, as novas instalações
às margens da BR-101. A capacidade de movimentação de cargas vai crescer 60%. A empresa
estuda a possibilidade de entrar
em novos mercados, como o da
região de Campinas (SP).
Atenção às oportunidades
Não é preciso a economia estar em crescimento para que surjam oportunidades para expansão
dos negócios. É o que a AB Plast,
fabricante de embalagens para a
indústria de cosméticos e perfumaria, vem detectando: “Somos beneficiados pelo efeito batom”, diz o
presidente, André Bornschein Silva,
se referindo ao fato que as vendas
de artigos da indústria da beleza se
mantém em alta, mesmo em períodos de crise.
FOTOS STOCK.XCHNG
A centenária Lepper está direcionando a produção de artigos
de cama e banho para o segmento
infantil. Marcas como Barbie, Hello
Kitty, Moranguinho, Homem Aranha, Ben 10, Hot Wheels e o mais
recente sucesso da Disney, “Aviões”,
estão em seu portfólio de marcas.
“O que for rentável, vamos produzir
aqui. O que não for, será importado”, diz a presidente Maria Regina
Loyola Alves.
Oportunidades de negócio podem estar no vácuo de processos
deixados de lado por outras empresas. É o caso da Plasticoville, que
produz componentes plásticos para
a indústria automobilística. Adelir
Alves era gerente de uma grande
empresa de plásticos, que estava
9
Nossas Empresas,
Grandes Histórias
descontinuando algumas atividades. Clientes lhe pediram ajuda para
encontrar novos fornecedores. Com
o dinheiro da rescisão e o apoio da
família, criou a empresa.
Quem seguiu uma trajetória
parecida foi a JoinVix, que atua no
segmento de webhosting. Vendo a
demora de grandes empresas em
atender às necessidades de pequenos e médios empreendedores da
região, Adriano Reinert e Estevão
Goularte resolveram unir forças
para oferecer um atendimento, ao
mesmo tempo, mais automatizado
e personalizado para elaboração de
serviços na web.
Foi a partir da popularização da
terceirização, no início dos anos 90,
e da concentração das empresas
em suas atividades-fim que Waldir
Fruit e Marcos Tilp criaram o Grupo FT, um dos mais importantes no
segmento de segurança em Santa
Catarina.
Outro momento em que os empreendedores estão encontrando
oportunidades de negócios é após
a aposentadoria. É uma forma de
encontrar uma segunda carreira.
Após sair de uma grande multinacional alemã, Klaus Siebje se mudou
para Joinville e aproveitou os conhecimentos nas áreas química e têxtil
para implantar a Fibrasca, uma das
principais fabricantes de travesseiros da América Latina. Atualmente,
a empresa tem mais de 90 patentes e faz planos para intensificar
as vendas para a África e ao Leste
Europeu.
Um caminho parecido foi trilhado por Wilson Bohn. As décadas de
trabalho em uma empresa de plásticos para construção civil foram o
combustível para criar a Plasbohn,
em conjunto com a família. Vinte e
cinco anos após a fundação, a empresa é líder nacional no segmento
de mangueiras. As estratégias de
exportação foram premiadas pelo
Ministério do Desenvolvimento.
Para Alexandre da Silva, da Euromax, a oportunidade de ter o próprio empreendimento surgiu quando a empresa em que trabalhava foi
vendida. A bagagem adquirida ao
longo de mais de duas décadas serviu de inspiração para abrir a fábrica
de rejuntes e argamassas.
Muitas multinacionais veem o
Norte Catarinense como uma região
promissora para desenvolver as atividades. É o caso da coreana Yudo,
que se instalou em 2012, em Joinville, e, agora tem planos mais ousados: implantar um condomínio empresarial voltado, principalmente,
para o segmento de ferramentaria.
Para o presidente da unidade
brasileira da Franklin Electric, Michael Langer, o País é um mercado
bem amplo e oferece muitas oportunidades de negócio. Para isto, a empresa está concluindo a construção
de uma nova fábrica em Joinville, na
qual foram aplicados R$ 40 milhões.
Multinacionais apostam nas
oportunidades de mercado
existentes no Brasil
A belga CMI se instalou em Joinville, em 2004, para atender à demanda de manutenção industrial
da laminadora de aço Vega do Sul,
que hoje pertence à ArcelorMittal.
A partir da cidade, se expandiu em
direção a novos mercados – Minas
Gerais, Rio de Janeiro e Espírito
Santo – e novos segmentos, como
a montagem industrial.
Busca por novos mercados
Os desafios são um dos principais motivadores do crescimento
das empresas. “Toda indústria deveria vender para o exterior para
testar sua competitividade”, diz
Conrado Lehmkuhl, sócio da CVF.
A trading, especializada em soluções de comércio exterior para o
LEIA MAIS
SILVANO SILVA
Uma das marcas do Notícias do Dia Joinville, em
seus sete anos de existência, é o de estar lado a lado
com a comunidade da região de Joinville. Um jornal
moderno e vibrante que se dedica a valorizar o que é
nosso, mostra os desafios a serem seguidos, antecipa
tendências e projeta o futuro.
Nossas Empresas, Grandes Histórias é a continuidade de um trabalho de resgatar a memória da cidade
sob o ponto de vista de quem vive o seu dia a dia. É a
sequência natural de uma trajetória que começou com
o Casas Históricas e prosseguiu com o Ruas Históricas.
O projeto coincide com um grande momento para
a economia do Norte do Estado: a consolidação do
polo automotivo, com os anúncios da montadora de
carros da BMW e da segunda fábrica da General Motors. Não é à toa que um dos fatores que atraiu essas
duas grandes multinacionais à região foi a qualidade
da nossa mão de obra e de nossos empreendedores.
A série de 44 reportagens – publicadas originalmente entre 30 de maio e 31 de outubro no Notícias
do Dia Joinville – mostra o retrato de uma economia
vibrante, que tem como polo o maior PIB do Estado e a
terceiro maior no Sul do Brasil, que foi construída sob o
signo do empreendedorismo.
Mostra a ousadia e a capacidade de uma cidade que,
a partir de pequenos negócios, criou grandes empresas,
que hoje projetam seu nome no país e no exterior.
Mas, este projeto não se resume só ao resgate de um
passado que nos dá muito orgulho. Destaca, também as
estratégias que as empresas estão usando para se destacar no presente, em meio a um cenário desafiador, e para
se perpetuar no futuro.
Constitui-se em uma verdadeira enciclopédia de
receitas de sucesso. É um importante benchmark para
quem quer se tornar empreendedor ou quer, então,
agregar valor ao seu negócio, ajudando, assim, a construir um legado para as gerações que estão chegando.
Boa leitura!
Diretor Regional Grupo RIC
10
segmento de infraestrutura, quer
intensificar sua presença nas operações comerciais com os Estados
Unidos.
A recuperação gradual da maior
economia mundial vem beneficiando a Tupy. E a partir das duas
unidades no México, adquiridas no
ano passado, a fabricante está encontrando outras possibilidades de
negócios.
Consolidada como a maior
fabricante latino-americana de
tanques jateados para postos de
combustíveis, a Arxo, de Balneário
Piçarras, vem diversificando sua
abrangência. A partir de uma parceria com uma empresa americana,
está entrando no segmento aeroportuário, com o fornecimento de
carros-tanque para abastecimento
de aeronaves. No próximo ano, começam a funcionar duas unidades
industriais: em Vitória de Santo Antão (PE) e em Ciudad del Este, no
Paraguai.
Quem também está se expandindo em direção a novos mercados
é a Construtora Correia. A empresa está entrando em Jaraguá do Sul.
Em 2014, é a vez de chegar às praias
do Litoral Norte.
Apostar na construção civil é
o passo que a Steil Materiais de
Construção pretende dar em 2014.
As primeiras experiências começaram em 2009. Desde então, foram
construídos um conjunto de geminados e dois prédios. “Joinville está
em um bom momento”, justifica o
diretor Jakson Steil.
Empresas especializadas em loteamentos estão reforçando a atuação em outros mercados. A Zattar
vai implantar um em Garuva.
A Irineu Imóveis quer aproveitar o bom momento para a economia regional e está investindo na
locação de galpões industriais. As
maiores oportunidades estão em
Araquari, Garuva, Guaramirim e São
Francisco do Sul.
A partir do novo centro de distribuição, que está sendo instalado às margens da BR-101, a Salfer se prepara para novos voos. A
capacidade de movimentação de
mercadorias vai aumentar 60%. E
o presidente da empresa, Clayton
Salfer, não descarta a entrada em
novos mercados. “Isto está sempre
no nosso radar.”
A Cembrani, que fabrica e revende móveis feitos sob medida,
planeja abrir mais três lojas no próximo ano. Uma das possibilidades
em estudo é chegar ao Nordeste
por meio de um parceiro.
O cenário também é favorável
para a Empreiteira Fortunato,
que tem as obras de infraestrutura
como um dos principais focos. Ela
pretende investir em áreas correlatas e em projetos que necessitem
de grandes obras de engenharia,
como centrais hidrelétricas, empresas de saneamento, logística e concessões de serviços públicos.
Investimento em saúde
Investimentos também estão
no mapa do segmento da saúde.
O Hospital Dona Helena pretende
concluir e ocupar todas as instalações do novo prédio, com 11 andares e 26 mil metros de área construída, em 2016, quando completa o
centenário.
A Unimed iniciou a expansão do
centro hospitalar. A previsão é che-
gar em 2020, quando o empreendimento estiver concluído, com 350
leitos. Atualmente, são 165.
Novas tecnologias são implantadas constantemente pelo setor.
O CMDI, por exemplo, investiu na
integração do diagnóstico médico
por imagem com o cloud computing
para facilitar o atendimento e agilizar acesso a resultado de exames.
O IOT também tem planos de
expandir as instalações. Referência regional na área de ortopedia
e traumatologia, o instituto busca
trazer novas práticas e conceitos
por meio da parceria com a Duke
University, uma das 20 melhores
universidades do mundo.
Investimentos em pesquisa
também estão entre as prioridades
de Adriano Bornschein Silva, que assumiu neste ano, a presidência do
Laboratório Catarinense. Cientistas do Hospital das Clínicas de São
Paulo, da Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal do Ceará (UFCE) estão
fazendo estudos sobre uma nova
aplicação para o Catuama, o carro-chefe da empresa.
FOTOS STOCK.XCHNG
11
A R T IGOS
Vocação empreendedora
JAMES TAVARES/SECOM
“Histórias de sucesso
evidenciam nossa notável
capacidade empreendedora,
o dinamismo econômico
catarinense e a qualificação
da nossa mão de obra.”
RAIMUNDO COLOMBO
O
Norte Catarinense é um dos polos de empreendedorismo do Estado, berço de empresas
que se tornaram gigantes internacionais e
referências em seus ramos de atuação. É o caso da
WEG, nascida em Jaraguá do Sul e hoje com unidades
em diferentes continentes. Ou das têxteis centenárias
de Joinville, Döhler e Lepper, empresas que seguem
familiares, comandadas por descendentes dos seus
fundadores. Ou ainda da marca Consul, que fez seus
primeiros refrigeradores em um pequeno galpão em
Joinville e que hoje faz parte do grupo Whirlpool. Isso
só para citar alguns dos vários exemplos.
Essas histórias de sucesso evidenciam nossa notável capacidade empreendedora, o dinamismo econômico catarinense e a qualificação da nossa mão de
obra. E cabe ao Governo do Estado promover e facilitar
esse empreendedorismo. Em todas as frentes, a soma
dos recursos do programa Pacto por Santa Catarina
para ações em todo o Estado é de R$ 9,4 bilhões, resultando no maior pacote de investimentos da história
catarinense. Queremos resolver gargalos que estavam
afetando o desenvolvimento catarinense, como nos setores aeroviário, rodoviário e ferroviário.
Nesse sentido, temos fortes investimentos em infraestrutura e logística, com especial atenção também
na manutenção e fortalecimento da competitividade
dos portos catarinenses. Podemos citar ainda o programa Juro Zero, em que pagamos os juros de empréstimos a pequenos empresários. Também temos
estimulado e investido em inovação com parcerias
com universidades e entidades de classe. E estamos
investindo na ampliação da oferta de energia e do volume de gás disponibilizado no Estado.
A combinação de uma consolidada cadeia produtiva com essa nova leva de investimentos tem atraído
mais empresas para o Estado, com destaque para o
setor automotivo, que tem no Norte do Estado seu
principal beneficiado. A GM já está operando em Joinville com sua fábrica de motores, uma fábrica que já
nasceu dentro dos mais modernos padrões de sustentabilidade. E agora, Araquari prepara-se para receber a primeira fábrica da BMW na América Latina.
Além do investimento por si só já ser histórico, a cadeia produtiva em torno de uma montadora é muito
grande e com certeza ela atrairá fornecedores com
tecnologia de ponta. A BMW passa a ser um polo de
atração. Outras empresas que vêm conversar sobre
investimentos com Santa Catarina ficam mais interessadas quando sabem que vamos receber a BMW, uma
marca de valor extraordinário.
É uma série de fatores que sinaliza para um futuro
cada vez mais promissor ao setor produtivo catarinense. E o Norte do Estado continuará como um dos protagonistas deste cenário.
Raimundo Colombo é governador de Santa Catarina
12
A R T IGOS
Uma cidade em um momento propício
DIVULGAÇÃO
“A busca pela inovação,
até a exaustão, é
imprescindível para
que se possa melhorar
continuamente.”
UDO DÖHLER
H
á um ano escrevia que o ponto de partida para o
sucesso de qualquer empreendimento é conhecer o mercado, saber quais as necessidades, os
anseios e o potencial do consumidor. É a partir dessas
premissas que se pode começar a construir um projeto.
E isso serve tanto para a administração de uma pequena
empresa, quanto para governar uma cidade ou um país.
Acredito que sem conhecer com clareza o seu público, o
que ele pensa e o que busca, fica impraticável identificar
as suas demandas e, assim, propor soluções que realmente combatam os problemas.
A vida moderna e as cobranças dos dias de hoje exigem
uma mudança nos processos de gestão. A democratização
da comunicação, ao alcance de todos, via redes sociais e tecnologia acessível, requer a todo gestor – seja ele da iniciativa
privada ou pública – soluções rápidas para manter competitividade no mercado.
Joinville é hoje uma cidade que vive em um momento
cada vez mais propício e estimulante para fazer negócios
e para viver. São esses os nossos desafios. Mostrar nossas características únicas com uma das principais cidades da região Sul do País, a que mais crescerá até 2030,
triplicará a sua economia em 30 anos e a tendência é que
sejamos a 2ª maior economia do Sul do País na próxima
década. É para isso que estamos nos organizando e planejando a Joinville do futuro.
E os potenciais são enormes. Somos privilegiados geograficamente. Temos a montanha a 35 quilômetros com
variação de temperatura de até oito graus, temos o mar, o
nosso belo litoral a menos de 60 quilômetros, temos o potencial turístico, náutico e ecológico da Baia da Babitonga,
estamos avançando no tratamento de esgoto, equaciona-
mos o problema da energia elétrica para os próximos 30
anos e nossos recursos hídricos são ricos.
As cidades reclamam de processos mais modernos e planejamento para o futuro. A região está se transformando com
a chegada de grandes montadoras, como a GM, em Joinville, a
BMW, em Araquari e a possibilidade de outras gigantes da indústria automobilística. Com a vinda de multinacionais e o selo
de qualidade do nosso futuro Parque de Inovação Tecnológica,
acreditamos que não só Joinville, mas toda a sua região metropolitana será, sem dúvida, uma das mais prósperas do País.
Para competir, no entanto, é preciso ainda mais. A busca pela inovação, até a exaustão, é imprescindível para que
se possa melhorar continuamente. E nesta linha, com o
respeito ao meio ambiente, na ação de transformação, que
devemos buscar o compromisso inicial. É preciso destacar
que temos o dever de reduzir os enormes riscos à sustentabilidade deste mundo em que vivemos. Em Joinville, por
exemplo, 60% do nosso espaço físico é verde e vamos cuidar
para que ele continue preservado.
O governo de Joinville tem dado a sua contribuição fundamental para que o empreendedor catarinense busque
instrumentos para melhorar a gestão de seus negócios. Não
há segredo para o sucesso, e sim trabalho árduo, dedicado e
competente. A nossa capacidade de absorver e gerenciar as
mudanças é que consolida isso tudo. Líderes e equipes precisam estar abertos às transformações propostas pelo desenvolvimento. Só assim conseguiremos enfrentar as adversidades.
É desejável, portanto, que as unidades de ensino, saúde e
segurança possam ser alcançadas com facilidade por toda e
qualquer pessoa, sem congestionamento e de forma adequada. Em síntese, o que buscamos é uma gestão eficiente e que
torne a cidade mais justa para todos os seus moradores.
Udo Döhler é prefeito de Joinville
13
Empreendedorismo, uma marca registrada
MARIO CEZAR DE AGUIAR
Empreendedorismo é uma marca registrada
de Santa Catarina e uma característica muito forte da economia de nossa região. Em Joinville surgiram (e certamente outras virão) algumas das
grandes empresas brasileiras, líderes em seus
segmentos, referência no setor ondem atuam,
seja no comércio, nos serviços ou na indústria.
Empresas e pessoas empreendedoras
constroem uma economia forte que possibilita
um ambiente mais favorável aos negócios e ao
desenvolvimento pessoal e profissional, como
consequência produzindo um pais social e eco-
nomicamente mais justo.
Localização, logística, mão de obra especializada, fornecedores qualificados e empreendedores por natureza, certamente foram fundamentais para embasarem a decisão dos grupos
nacionais e internacionais para investirem na
região, como as montadoras General Motors,
BMW e LS Mtron.
Ao mesmo tempo em que elas se beneficiam de nossas competências, trazem novas
tecnologias, práticas de classe mundial e inovações que devem elevar a região a um padrão
ainda mais alto, nos posicionando num novo
patamar de desenvolvimento.
Mario Cezar de Aguiar é presidente da Acij (Associação Empresarial de Joinville (Acij) e
vice-presidente da Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina
A tradicional e contemporânea CDL Joinville
CARLOS GRENDENE
A CDL Joinville, a segunda mais antiga de
Santa Catarina, completou recentemente 48
anos de existência. Neste quase meio século de história, grandes homens estiveram à
frente da CDL Joinville: Hercílio Hardt, Lourival May, Raul M. Pereira, Pedro F. Gonçaves,
Carlos F. Fleischfresser, Gerd Haufe, Samuel
Schubert, Gonçalo Nascimento, Manfredo
Trauer, Jorge Domingues, Rubens Moura, Henrique Weber, Wilmar Hansen, Milton Kruger,
Alexandre Brandão Nascimento, Gilson Bohn,
José Manoel Ramos e Raulino Esbiteskoski. E
Carlos Grendene está comandando a entidade lojista desde 2011.
A gestão atual está dando continuidade
ao trabalho desses antecessores, aprimorando cada vez mais a trajetória construída até
então. O objetivo é que a entidade seja ainda
mais ágil; presente na representação dos interesses lojistas de Joinville e região, atuando
junto aos órgãos públicos, em constantes reuniões com os governos federais e estaduais,
com o Prefeito de Joinville e com membros da
Câmara de Vereadores; construindo parcerias
com outras entidades como a Acomac, Ajorpeme e Acij; e mais atenta ao cotidiano da cidade,
participando ativamente de assuntos como a
fiação subterrânea, a humanização do trânsito,
a manutenção de calçadas, a acessibilidade, os
corredores de ônibus, ações sociais, entre outras inúmeras causas nas quais a CDL Joinville
esteve envolvida neste intenso ano de 2013.
A entidade lojista está na casa dos 2 mil associados, todos muito bem representados por
meio de iniciativas da diretoria para melhorar a
comunicação com os clientes. Exemplos disso
são as campanhas Natal Premiado, o Liquida
Joinville, o Stammtisch e o Festival Gastronômico. E é com este legado que a CDL Joinville
poderá celebrar em 2015 seus 50 anos de história e, ainda assim, mantendo-se mais atual e
atuante do que nunca.
Carlos Grendene é presidente da CDL Joinville
PENINHA MACHADO
“Empresas e pessoas
empreendedoras
constroem uma
economia forte
que possibilita
um ambiente
mais favorável
aos negócios.”
DIVULGAÇÃO
O objetivo é que a
entidade seja ainda
mais ágil; presente
na representação
dos interesses
lojistas de Joinville
e região,
ROGÉRIO SOUZA JR.
14
Mathias Siebje Mancinelli (D) pretende seguir os passos do avô na Fibrasca
Um laboratório
de boas ideias
Klaus Siebje gosta de descobrir novos usos para
as matérias-primas usadas pela Fibrasca. Agora,
quer ampliar os mercados da empresa no exterior
Atividade
Produção de
acessórios para
cama, estofados
e decoração.
220
Funcionários.
Um pouco da história de Pirabeiraba está no terreno da fabricante
de travesseiros Fibrasca. No local, no
século 19, funcionou uma usina de
cana. A fama era tanta que chegou a
ser visitada pelo Conde d’Eu, marido
da princesa Isabel.
Hoje, o local continua sendo relevante para a comunidade de Pirabeiraba. A Fibrasca é uma das principais
empregadoras do distrito. Por trás
dela, está o empresário alemão Klaus
Siebje, que há quase 60 anos desembarcou no Brasil.
www.fibrasca.com.br
O envolvimento dele com o dia a
dia da fábrica de travesseiros e acessórios para cama e estofados é total.
No escritório, o laptop e os papéis
dividem espaço com tecidos, fios e
amostras de espuma. A grande paixão
é descobrir novos usos para as matérias-primas utilizadas da fabricação de
acessórios para cama, estofados e decoração. As ideias são registradas: 92
patentes pedidas no Inpi.
Os primeiros travesseiros produzidos, o carro chefe da companhia, surgiram a partir das experiências de um
1954
Klaus Siebje
chega ao
Brasil, vindo
da Alemanha.
funcionário, que começou a fazê-los
artesanalmente usando o PET. Hoje,
são fabricados 20 mil por dia. O foco
são itens de maior valor agregado.
Há dois anos, começaram as exportações. O destino é a América do
Sul. Mas a empresa quer mais. Os produtos também são comercializados
para Angola, Moçambique e África do
Sul. Siebje vê muitas oportunidades de
negócio no continente africano.
A região é uma das que mais cresce no mundo. Segundo o FMI, as projeções são de crescimento de 5% neste ano e de 6% em 2014. “Há muito a
desbravar”. Dois países onde a empresa está analisando possibilidades de
negócios são o Quênia e a Etiópia. “São
países que têm governos estáveis.”
Mais prospecções de negócios devem ser feitas a partir da participação
na Heimtex, uma das principais feiras
internacionais para o segmento têxtil,
que acontece de 8 a 11 de janeiro, em
Frankfurt, na Alemanha. Ela vai ser
uma das três empresas brasileiras que
vão participar do evento.
Outra região que está no alvo do
empresário é o Leste Europeu. Se-
1986
Klaus Siebje se aposenta na Basf, como gerente da divisão de
produtos químicos para a indústria têxtil, e se muda para Joinville,
onde cria a Fibrasca, que inicialmente recuperava retalhos
de carpê e os transformava em revestimento antiacústico.
15
“Há muito a desbravar no
mercado africano.”
Klaus Siebje, proprietário da Fibrasca
gundo ele, principalmente nos países
que formavam a ex-União Soviética,
há uma necessidade de acessórios de
cama de maior qualidade. “Na Rússia,
por exemplo, eles trabalham só com
um tipo de visco elástico. Aqui, nós trabalhamos com seis.”
No novo passo que está dando,
Siebje não teme a concorrência chinesa. A estratégia dele foi verticalizar completamente o processo de
produção. “Assim, temos ganhos
nas questões logística e tributária e
podemos oferecer produtos a preços competitivos.”
Mas não é só o exterior que prende a atenção do empresário. Outra
estratégia é ampliar a atuação no comércio eletrônico. A empresa, fornecedora de alguns dos maiores portais,
mira nichos mais específicos, como os
de eletroeletrônicos e de livros.
Para atingir esses mercados, a
Fibrasca está desenvolvendo novos
produtos. Um deles é uma espécie de
bolsa que pode ter várias utilidades:
guardar livros, tablets e netbooks com
segurança; servir como apoio para
manusear os eletroeletrônicos ou
como travesseiro de leitura.
Com estratégias como essa, a Fibrasca pretende ampliar o número de
clientes ativos. No ano passado, atendia a 5.000 no Brasil. A expectativa é
chegar em 2014 com 7.500.
do muda muito. Depois dos 60 (anos),
você tem de pensar duas vezes antes
de tomar uma decisão destas.”
O empresário é extremamente
conservador com o dinheiro. Os lucros são reinvestidos O objetivo é
ampliar os negócios. “Nos últimos
oito anos, a Fibrasca teve uma expansão de 1.000%.” Ele também
quer garantir a continuidade da
companhia.
O futuro já foi pensado por
Klaus. Três de seus netos trabalham
com ele. O mais velho, Werner Man-
cinelli, está há cinco na empresa.
Hoje, se dedica a gerir a unidade de
percintas – elásticos que são usados
na fabricação de estofados.
Marianna, que está no último
ano de administração, trabalha na
área de vendas e marketing, acompanhando o desenvolvimento da
empresa. O papel dela é o de contribuir com melhorias para as áreas
comericial e administrativa.
Mathias formou-se em engenharia ambiental. Os conhecimentos
adquiridos no curso estão sendo
aproveitados na prática. Gerente de
produção têxtil, está há seis anos e
meio na fabricante de travesseiros.
A meta é manter o legado que está
sendo construído pelo avô. “O Klaus
é apaixonado pelo que faz.”
ROGÉRIO SOUZA JR.
XXXXXXXXXXXXXXX
1991
Fibrasca começa a produzir travesseiros.
Inicialmente, eram modelos mais
populares, fabricados a partir de
resíduos da produção de cordas.
É quanto a
Fibrasca está
investindo na
implantação
de uma fábrica
de tapetes em
Pirabeiraba.
1.000%
Foi o crescimento
da Fibrasca
nos últimos
oito anos.
No primeiro
trimestre, a
expansão foi de
30% em relação
ao mesmo
período de 2012.
82 anos
Cautela para o futuro
A cautela é regra de ouro para
Klaus Siebje, que não quer saber de
financiamentos. O empresário diz
que muitas empresas entram em dificuldades por causa disso. “O merca-
R$ 7
milhões
Fibrasca planeja ampliar a área de atuação
2000-2010
A empresa diversifica a produção. Começam
a ser fabricados travesseiros de maior
valor agregado e percintas para estofados.
Cordas deixam de ser produzidas.
É a idade do
funcionário
mais velho
da empresa:
Nélson Simões,
que é gerente
de negócios
no Planalto.
2013
Inicia a produção de tapetes,
objetivando criar uma alternativa
de mercado para o produto
que é importado da China.
MARCELO KUPICKI
16
As feiras organizadas pela Messe Brasil têm foco nos principais segmentos de atividade
econômica de Joinville e nas necessidades das empresas que os compõem
Uma grande vitrine
Melhoria na infraestrutura de eventos e
investimentos na área automotiva podem criar
novas oportunidades para a Messe Brasil
Atividade
Organização de
feiras e eventos.
11
Funcionários.
Organizar uma vitrine bem
grande, com espaço que chega a
21.000 metros quadrados; aproximar clientes e fornecedores e incentivar contatos que estimulem
negócios nos segmentos metalúrgico, mecânico, plástico, construção civil e de energia. Estes
são alguns dos desafios da Messe
Brasil, uma das principais organizadoras de eventos de negócios
do Sul do País.
A empresa tem em seu portfó-
www.messebrasil.com.br
lio as principais feiras realizadas
em Joinville: a Interplast, a Metalurgia, a Intermach, a Intercon, a
Powergrid e a EuroMold Brasil.
As expectativas para expansão
dos negócios são bem favoráveis.
A reforma nos pavilhões da Expoville viabilizará a ampliação das
feiras e do número de eventos
paralelos. Com a melhoria na infraestrutura, Richard Spirandelli,
diretor da Messe, estima um incremento de 40% na área de exposi-
ção e no número de expositores.
“Nosso relacionamento com o
mercado está consolidado. Quem
participa de feiras setoriais em
São Paulo também quer estar em
Joinville”, diz o executivo.
Os atrativos são grandes: a
presença de um importante mercado consumidor de máquinas,
equipamentos e insumos no Sul
do País e os custos menores para
a realização de feiras setoriais.
Santa Catarina ocupa o segundo
lugar no ranking nacional das indústrias plástica e metalúrgica. O
executivo acredita que a tendência é de que mais eventos saiam
do eixo Rio-São Paulo.
A consolidação de um polo
1996
Messe Brasil realiza, entre 10
e 18 de agosto, o primeiro
evento: a Intercon – Feira e
Congresso da Construção Civil.
1997
Primeira edição da Intermach – Feira e
Congresso Internacional de Tecnologia,
Máquinas, Equipamentos, Automação e
Serviços para a Indústria Metalmecânica.
17
“Quem participa de feiras setoriais em São
Paulo também quer estar em Joinville”
CARLOS JUNIOR
Richard Spirandelli, diretor da Messe Brasil
automotivo no Norte do Estado
é outro fator impulsionador para
os negócios da Messe. São R$ 1,2
bilhão em investimentos confirmados com a instalação da BMW em
Araquari, e a segunda fábrica da
General Motors em Joinville, que
produzirá câmbios e transmissões.
O setor automotivo esteve na
agenda da Intermach 2013 – Feira
e Congresso Internacional de Tecnologia, Máquinas, Equipamentos, Automação e Serviços para a
Indústria Metalmecânica. “Identificamos profissionais interessados em novidades para o setor
automotivo, que tem mostrado
tendência de crescimento na região”, diz Spirandelli.
Segundo ele, o evento tem se
mostrado uma ferramenta importante de negócios, que sustenta a
estratégia de vendas dos expositores ao longo do ano. A feira recebeu profissionais de dez países e
16 Estados.
A expectativa da Messe Brasil é
que até março, seis meses após a
realização da feira, sejam gerados
aproximadamente R$ 360 milhões
em negócios, incluindo aqueles
em eventos paralelos.
A realização de eventos paralelos também favoreceu a Intercon
– Feira e Congresso da Construção
Civil, atraindo cerca de 35 mil pessoas de 18 Estados e quatro países. “A
feira se tornou um evento completo
para toda a cadeira da construção
civil”, destaca Luiz Felipe Lepeltier,
diretor da Messe Brasil.
A expectativa é de que até abril
1998
Primeira edição da Metalurgia –
Feira e Congresso Internacional
de Tecnologia para Fundição,
Forjaria, Alumínio e Serviços.
sejam gerados R$ 190 milhões em
negócios, a partir dos contatos
estabelecidos no evento. É 20% a
mais daquilo realizado na feira anterior, em 2011.
2014 em preparação
Os eventos que vão ser realizados em 2014 estão com o planejamento bem encaminhado. A
Interplast, programada para 18 a
22 de agosto de 2014, foi lançada
em maio em São Paulo. “Tivemos
alto índice de renovação de expositores e solicitação de novas empresas interessadas em participar
da feira. Já contamos com o novo
pavilhão da Expoville para garantir o crescimento da Interplast.”
A Metalurgia vai acontecer em
conjunto com a Powergrid, entre
16 e 19 de setembro de 2014. Pela
primeira vez, as duas feiras serão simultâneas. A intenção é aproximar
os grandes consumidores de energia com as empresas que oferecem
soluções para esse segmento.
O trabalho para a realização
de uma feira começa dois anos
antes de a primeira empresa
montar o seu estande no pavilhão
de exposições. Quando acaba um
evento setorial, a Messe já está
pensando no seguinte. “É tempo
para as empresas colocarem o
evento no planejamento e no orçamento da área de marketing”,
diz Richard Spirandelli.
Paralelamente, ocorre a captação de visitantes. Os principais
meios são o desenvolvimento de
2000
Primeira edição da
Interplast – Feira e
Congresso de Integração
da Tecnologia do Plástico.
Spirandelli projeta expansão das
feiras com a reforma da Expoville
R$ 550 milhões
É a expectativa de negócios a serem realizados, em um prazo
de seis meses, em decoorência da Intercon e da Intermach.
ferramentas para os expositores,
os contatos com parceiros e o
marketing de massa. O network
da Messe é grande, destaca Spirandelli. “São 17 anos de muitos
contatos.”
2011
Primeira edição da
Powergrid Brasil –
Feira e Congresso
de Energia.
40%
É a expectativa
de crescimento
de expositores
com a expansão
da Expoville.
2012
Em parceria com a empresa alemã Demat, de Frankfurt,
realiza a primeira edição da Euromold Brasil – Feira
Mundial de Construtores de Moldes e Ferramentarias,
Design e Desenvolvimento de Produtos.
ANDRÉ KOPSCH/DIVULGAÇÃO
18
Marcelo Hack (E), presidente; Jonas Tilp (C), diretor comercial; e Emerson Edel (D), diretor
de operações, dividem o comando do Perini Business Park e da Perville
Um novo ciclo chegando
Instalação da montadora alemã BMW
deverá estimular novas oportunidades de
negócios para o Perini Business Park
Atividade
Condomínio
empresarial.
7.500
Funcionários
das empresas
instaladas.
Um novo ciclo está começando para os três executivos do Perini Business Park que aparecem
na foto: Marcelo Hack, Jonas Tilp e
Emerson Edel. A montadora alemã
BMW escolheu o condomínio empresarial para implantar o centro
de treinamento.
A partir da chegada do grupo, se abrem novas possibilidades para o empreendimento, que
entrou em operação em 2001. “A
BMW é um cartão de visitas”, diz
www.perinibusinesspark.com.br
Tilp, diretor comercial do condomínio empresarial.
O prédio, com 9.000 metros
quadrados de área, foi entregue
em abril. As instalações no Perini
vão servir de base para a fábrica
que está começando a sair do papel no km 67 da BR-101, em Araquari, e que deve entrar em funcionamento em 2015.
A partir da confirmação do investimento do grupo alemão, o
número de consultas de empresas
1997
O empreendedor italiano Fabio Perini decide
iniciar o projeto do Perini Business Park. A ideia
é fazer um condomínio industrial sob medida,
utilizando tecnologia construtiva italiana.
para se instalar no condomínio aumentou. São, principalmente, empresas do segmento automotivo.
O diretor comercial do empreendimento, Jonas Tilp, diz que a instalação vai ser um estímulo para o
aumento dos investimentos na região. Ele acredita que os primeiros
reflexos já possam ser sentidos no
início do próximo ano.
A expectativa é de que a BMW
possa ajudar a formar um cluster
(arranjo produtivo) do segmento
automotivo no Perini, a exemplo do
que aconteceu com a Brunswick,
que fabrica embarcações, e a Nova
Motores, especializada em geradores e motores elétricos. Estas atraíram fornecedores ao local.
Perini vende a Fabio Perini S.A., especializada
em máquinas e equipamentos para
reconversão de papéis, para o grupo
alemão Koeber. Os recursos são aplicados
no projeto do Perini Business Park.
19
“Vamos ter um forte crescimento
na região nos próximos anos.”
Jonas Tilp, diretor comercial do Perini Business Park
Atualmente, são 122 empresas
instaladas no local, que ocupam
uma área construída de 270 mil
metros quadrados. Entre elas, há
vários líderes mundiais de mercado: Aços Vilares, AllFlex, Benteler,
Bosch, Brenntag, Buhler, Sherwin
Williams, Siemens, Whirlpool, entre outras.
O espaço para crescer é muito
grande. Apenas 53% do projeto estão concluídos. A expectativa original era de que o terreno estivesse
totalmente ocupado em 2030.
O cenário mudou em razão da
onda de investimentos na região e
das perspectivas favoráveis para os
próximos anos. A previsão é de que
a meta seja alcançada em 2025.
Atualmente, 2,65% do PIB (produto
interno bruto) catarinense e 19%
do joinvilense são gerados no local.
Não são só as indústrias que
estão optando pelo Perini. Um bloco voltado para a área de serviços
foi implantado em julho. Escola de
idiomas, salão de beleza, escritório
de advocacia e personal trainer são
alguns dos empreendimentos que
se instalaram no condomínio.
O modelo de negócio do Perini
Business Park está despertando
muita atenção de outras cidades e
países. Não é difícil receber pedidos para levar a marca para outros
locais. Uruguaios, colombianos,
paraguaios e holandeses se interessaram pelo projeto. Mas o momento é o de continuar focado na
zona Norte de Joinville. “Vamos ter
um forte crescimento na região nos
próximos anos.”
1999
É criada a Perville
Construções, com a
missão de construir o
Perini Business Park.
A fábrica das fábricas
O Perini Business Park impressiona a quem chega ao local. E
quem é responsável pela montagem das estruturas e galpões é a
Perville Construções. A empresa
surgiu em 1999 com a missão de
erguer o condomínio empresarial.
A tecnologia para a elaboração
de peças pré-moldadas foi importada da Itália pelo empreendedor
Fabio Perini. São 18 mil metros cúbicos produzidos por ano. “É como
se fosse um Lego gigante”, diz o diretor comercial, Jonas Tilp, comparando as estruturas ao brinquedo
de montar.
A área de atuação se expandiu
rapidamente. A construtora foi a
responsável pela construção da
fábrica de tubos de aço Marcegaglia, em Garuva; a de cintos de segurança Takata Petri, em Balneário
Piçarras; o condomínio da Incasa e
a sede da Ascensus Logística, em
Joinville. Atualmente, está fazendo
a nova fábrica da Franklin Electric,
que deve ficar pronta em 2014, e o
colégio bilíngue do Bom Jesus.
As expectativas são de ampliar
o leque de atuação, principalmente no Norte de Santa Catarina. O
foco está em um raio de 250 quilômetros a partir de Joinville. “O
segmento está bombando”, conta
o executivo. São projetos que estão
saindo do papel somente agora,
por causa da burocracia na liberação de licenças.
19%
É a participação
das empresas
instaladas no
Perini Business
Park no PIB
joinvilense.
16 mil
É a previsão
do número de
trabalhadores
para 2025,
quando o Perini
espera estar
com 100% da
sua capacidade
ocupada.
NILSON BASTIAN/DIVULGAÇÃO
Empresas instaladas no Perini Business Park ocupam
uma área de 270 mil metros quadrados
2001
Perini
Business
Park é
inaugurado.
2004
Começa o projeto do
turismo industrial. Em
nove anos, foram mais
de 3.000 visitantes.
2011
Perini abre 18% dos seus negócios na Bovespa
(Bolsa de Valores de São Paulo). Uma fatia de
14% foi comprada pelo CSHG Logística Fundo de
Investimento, do Credit Suisse Hedging Griffo.
CARLOS JUNIOR
22
Alexandre da Silva, da Euromax, planeja dobrar o tamanho da empresa em até cinco anos
A construção do futuro
Com duas fábricas, a Euromax quer consolidar
a liderança no mercado de argamassas e
rejuntes, apostando em novos produtos
Atividade
Fabricação de
argamassas e
rejuntes para
construção.
40
Funcionários.
Argamassas e rejuntes fazem
parte da vida de Alexandre da Silva há 29 anos, quando começou
a trabalhar na empresa do irmão
dele, a Ligafix. Chegou a ser sócio,
com uma participação de 10% no
negócio. Mas os seus planos iam
além. Queria construir seu próprio
empreendimento. “Meu sonho era
o de estar na linha de frente, de
poder decidir.”
A oportunidade começou a se
tornar realidade em 2004, quan-
do foi convidado para implantar e
gerenciar a unidade da Ligafix em
Guarapuava, no interior do Paraná. Silva afirma que o envolvimento neste projeto foi fundamental
para prepará-lo para ser empreendedor. “Foi uma escola.”
Dois anos depois, com a venda
da Ligafix, decidiu voltar para Joinville. Na bagagem, havia um plano
de negócios consolidado. Nascia a
Euromax, aproveitando parte da
equipe que trabalhou na sua em-
1984
Alexandre da Silva começa
a trabalhar na Ligafix, onde
chega a ter participação
minoritária na empresa.
presa anterior.
Atualmente, são 40 funcionários trabalhando nas unidades de
Araquari e Ponta Grossa, no interior do Paraná. Elas têm capacidade para produzir 4.500 toneladas
por mês de argamassas e rejuntes. Para administrar o empreendimento, conta com o auxílio dos
dois filhos: Alexandre da Silva Júnior, que coordena a produção, e
Renan da Silva, na área administrativa. Outro grande apoio vem
do gerente comercial, César Murilo
de Almeida e Silva.
O momento para a Euromax
é o de consolidar a liderança no
mercado e manter um crescimento de 20% ao ano. “Isso nos possi-
2004
Já como sócio da Ligafix, com 10% de
participação, é convidado a implantar uma
nova unidade industrial, localizada em
Guarapuava, na região central do Paraná.
23
20%
“Meu sonho era o de estar na
linha de frente, de poder decidir.”
É a expectativa
anual de
crescimento
da Euromax
para a próxima
meia década.
Alexandre da Silva, dono da Euromax Argamassas e Rejuntes
bilita dobrar de tamanho em meia
década.” A estratégia para atingir
esta meta passa pelo desenvolvimento de novos produtos. São,
pelo menos, dois ao ano. A empresa apresentou, no início do segundo semestre, um rejuntamento
cerâmico com adição de silicone
em pó. “Dá mais brilho e é hidrorrepelente”, diz Silva.
Os testes começaram há um
ano. A areia usada vem da região
de Joinville; o cimento, do Paraná,
e os aditivos aplicados nos produtos são importados de dez países.
O desenvolvimento de novidades para atender a um mercado
cada vez mais exigente não para.
Outro produto que está sendo
preparado é uma argamassa de
secagem rápida, que permite a
liberação para o rejunte em três
horas. Normalmente, este processo demora entre um e três dias.
As pesquisas começaram há dois
anos.
Também estão em testes a argamassa de microconcreto, cujos
testes começaram há um ano, e a
de grandes formatos, para ser aplicada em revestimentos de grande
porte (1 m a 1,40 m de largura). “O
objetivo é o de atender à crescente oferta desses produtos no mercado, como os porcelanatos.”
Alexandre da Silva, é um negócio
bem interessante. Uma equipe foi
formada para atender exclusivamente a esse segmento. Mas o varejo continua mantendo a atenção
da Euromax. Uma das ações para
firmar a marca é o marketing esportivo. A empresa apoia equipes
de futebol amador de Joinville.
Entre elas estão o América, a Veterana, o Aviação, o Juventude, a
Serrana e o Caxias.
“Assim ficamos bem mais próximos do nosso público. Aplicadores de revestimentos cerâmicos e
pessoal da área de engenharia são
muito ligados ao futebol.”
Mesmo com as expectativas de
forte crescimento, não há planos
para expandir a área de atuação
da empresa. Para isso, a Euromax
precisaria abrir novas unidades.
No momento, o foco é o de ampliar o mix de produtos e ser mais
rentável. “Não é o momento de
pensar em novas unidades. Vamos
consolidar a presença naquelas
em que atuamos.”
A partir de Araquari, a Euromax
atende a clientes nos litorais catarinense e paranaense, no Planalto
Norte, na zona metropolitana de
Curitiba e na região de Joinville. E,
com a unidade de Ponta Grossa,
inaugurada em 2011, é contemplado o Centro-sul do Paraná.
2
É o número de
produtos que
são lançados
anualmente
pela fabricante
de argamassas
e rejuntes.
1 milhão
É o tamanho,
em pessoas,
do mercado
atendido pela
Euromax no
interior do
Paraná.
CARLOS JUNIOR
Foco na engenharia
A Euromax planeja fortalecer
sua atuação no segmento de engenharia, atendendo às construtoras. A principal vantagem, segundo
Unidade de Araquari foi implantada em 2007
2006
Com a venda da Ligafix, Alexandre da Silva retorna do
interior do Paraná. Com parte da equipe da empresa,
monta a Euromax, em Araquari, para atender à
demanda da construção civil na região de Joinville.
2011
Implanta unidade industrial em Ponta Grossa, na região Centro-sul do Paraná, com
capacidade para produzir 1.500 toneladas por mês. Comandada pelo engenheiro
Daniel Piccoli Ambrosi (ex-Camargo Correia Cimentos), tem por objetivo atender à
demanda de um mercado que abrange aproximadamente um milhão de pessoas.
24
A fundição
está na alma
CARLOS JUNIOR
A Miano’s surgiu da paixão de seu
fundador pela atividade. Agora, parte para
conquistar novas oportunidades
Atividade
“Não queria sair
da área, queria
trabalhar por
conta própria.”
Comércio de
insumos para
a indústria de
fundição.
28
Funcionários.
A vida do engenheiro mecânico Azomar Miano é a indústria de
fundição. Por 24 anos, trabalhou na
Tupy, líder mundial na produção e
comercialização de blocos e cabeçotes de motor em ferro fundido.
Quando saiu, em 1992, fez uma escolha: queria continuar nessa área.
“Conhecia produtos, fornecedores,
pessoas... E pretendia trabalhar por
conta própria.”
O caminho foi abrir, no ano
seguinte, uma representação comercial para atuar com chapas
de aço, refratários, insumos para
moldagem e equipamentos para
fundição. Não foi preciso fazer
pesquisa de mercado para escolher o nome da empresa. Já que a
carreira de Azomar estava vinculada à fundição, por que não escolher um nome que o relacionasse
diretamente com a atividade? Surgia a Miano’s.
Um dos braços direitos de
Azomar, no início, foi um grande
amigo: Otto Korb. Ele se tornou
sócio. Por alguns anos, a empresa chamou-se Miano’s e Korb. A
parceria durou até 2001, quando
Otto morreu. Sua família saiu do
empreendimento, que voltou a
ter o nome original.
Inicialmente, a atuação ficou
restrita a Santa Catarina. Mas os
planos eram de encontrar novas
Um dos principais planos de Azomar Miano, dono da Miano’s,
é o de investir na construção de uma fábrica
www.mianos.com.br
1992
O engenheiro mecânico
Azomar Miano sai
da Tupy, após uma
carreira de 24 anos.
Azomar Miano, dono da
Miano’s, sobre as razões que
o motivaram a continuar
trabalhando na área de fundição
1993
Abre a Miano’s. No início era representante da Gazola,
fabricante de equipamentos para fundição, sediada
em Itu (SP). Também trabalhava com chapas de aço
e refratários. A atuação era restrita a Santa Catarina.
25
Os irmãos Azomar Jr e Isabelly ajudam o pai a expandir os negócios da Miano’s
oportunidades. Em 1997, começou a distribuir insumos para a
Foseco, de São Paulo.
Era um novo momento para
a Miano’s. “Como representante,
tinha limitações. A distribuição de
produtos dá mais independência.
O leque de atuação é maior e há
mais liberdade de negociação”,
diz Azomar. Outra vantagem é a
maior rentabilidade.
A empresa aproveitou para redirecionar o foco de atuação. Começou a trabalhar com ferroligas
e interrompeu os negócios com
refratários.
Azomar dirige o empreendimento, que tem relacionamento
comercial com 95% das fundições
do Sul do Brasil, com os filhos Azomar Jr. e Isabelly. Ele atua na área
comercial. Ela, há 12 anos, cuida
da área administrativa.
Atualmente, a empresa se dedica à distribuição de insumos para a
indústria de fundição, como ferroligas, resinas, bentonitas e filtros. Os
1997
Inicia na atividade de distribuição de
produtos, atendendo à Foseco, de
São Paulo, fabricante de insumos
para a fundição de alumínio.
fornecedores são, maioria, brasileiros. Mas também importa matérias-primas da China, Itália e Argentina.
Os passos para o futuro
A Miano’s está atenta a novas
oportunidades de negócios. Conquistados os mercados do Sul do
Brasil, a empresa vem ampliando
o leque de produtos vendidos e a
área de atuação para Minas Gerais e São Paulo. Com a expansão
do mix, a expectativa é de intensificar os negócios.
A empresa também viu na logística uma oportunidade de ganhar dinheiro. Os primeiros caminhões foram comprados em 2008.
Hoje, transporta 80% das mercadorias que vende.
“O ponto forte da empresa é
a rapidez da entrega”, diz Azomar
Miano. Em até três dias, a empresa consegue entregar os pedidos na
sua área de atuação.
A frota também é usada para
2001
Os filhos Azomar Miano
Jr. e Isabelly Miano
Selbach se juntam
ao pai na Miano’s.
2002
Amplia a área de
atuação para o
Paraná e Rio
Grande do Sul.
trazer os produtos comprados junto aos fornecedores. É uma medida
para reduzir os custos. “Precisamos
diminuí-los ao máximo para ter preços mais competitivos”, diz Isabelly
Miano, administradora da empresa.
Uma boa oportunidade para
os próximos anos está na consolidação do polo automotivo no Norte catarinense. A expansão das
atividades da General Motors, em
Joinville, e a construção da fábrica
da BMW, em Araquari, podem beneficiar a distribuidora.
A expectativa é de que o consumo de insumos e matérias-primas para a indústria de fundição
se amplie. “Em algum lugar, as matérias-primas precisarão ser compradas”, destaca Azomar Jr.
Os projetos não param. O grande sonho é o de fabricar produtos
para fundição. A família não dá muitos detalhes sobre os planos. Eles
apenas dizem que é algo mirando
o médio prazo e que pode ser em
Joinville ou em outro Estado.
2005
Muda-se para as atuais
instalações, um galpão de
2.000 metros quadrados,
no Distrito Industrial.
95%
É o percentual
de fundições
nos três Estados
do Sul que têm
algum tipo de
relação comercial
com a Miano’s.
10%
É o percentual
dos produtos
distribuídos pela
Miano’s que
vêm do exterior.
As principais
origens são a
China, a Itália e
a Argentina.
30%
É a expectativa
de crescimento
da Miano’s até
o final do ano.
2011
Investe na área de
logística. Frota é comprada
para facilitar a entrega e a
distribuição de produtos.
26
A tradição em
direção a Garuva
“É muito
emocionante
ver quando
uma família
quita o lote.”
Claudine Zattar
Ribeiro, diretora
da área jurídica
CARLOS JUNIOR
Responsável pela implantação de 120
loteamentos em 36 anos, a Imobiliária Zattar
busca oportunidades fora de Joinville
Atividade
Loteadora.
16
Funcionários.
Terezinha Zattar (E) e a filha, Claudine (D), cuidam do dia a dia da imobiliária
www.imobiliariazattar.com.br
Uma das mais tradicionais imobiliárias joinvilenses, a Zattar, está
olhando além dos limites da cidade. O forte crescimento registrado
em Garuva – 13,3% ao ano, desde
2000, segundo o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) – despertou o interesse dos
empresários Terezinha Ghanem
Zattar, Claudine Zattar Ribeiro e
Alfredo Miguel Zattar Neto para investir no município.
“É uma região que está recebendo muitos investimentos e mais
fábricas devem surgir por lá nos
próximos anos”, diz Terezinha Zattar. Entre 2000 e 2012, a população
da cidade aumentou 34,22%. No
mesmo período, o número de catarinenses cresceu 19,17%, de acordo
com o instituto.
A empresa comprou duas áreas
em Garuva, localizadas na Estrada
Rio da Onça. A área total é de 480
mil metros quadrados. A primeira
fase do empreendimento prevê
400 lotes.
Além do forte crescimento, a
opção pela cidade vizinha tem
outra razão: as oportunidades em
Joinville estão mais escassas. Segundo os empresários, a libeYração das licenças não acompanha o
ritmo do crescimento da demanda,
1977
Namir Alfredo Zattar obtém o
título de corretor de imóveis e cria
a Imobiliária Zattar, especializada
em loteamentos populares.
1978
Primeiro empreendimento da
Imobiliária Zattar: o parque
residencial José Francisco Vieira,
no Aventureiro, com 350 lotes.
27
“Vamos continuar
fazendo o que
sabemos bem, que
são os loteamentos,
principalmente
os populares.”
devido à burocracia.
Atualmente, a imobiliária está
trabalhando com dois projetos em
Joinville: Parque Residencial Campos Verdes, no Aventureiro, e Parque Residencial Portal do Horizonte, no Vila Nova.
Desde que a imobiliária começou a funcionar, em 1977, foram
implantados 120 loteamentos nos
bairros da cidade, com 25 mil lotes.
60% já foram quitados.
Com 33 anos de experiência no
segmento, Terezinha, que é filha do
oftalmologista Sadalla Amin Ghanem, pretende manter o foco de
atuação em loteamentos, apesar
de trabalhar também com locação
de imóveis, construção de edifícios
e implantação de condomínios.
“Vamos continuar fazendo o que
sabemos bem, principalmente os
populares, com parcelas mensais a
partir de R$ 337,50.”
Uma das motivações é a grande
procura, devido ao déficit habitacional e à melhoria do poder aquisitivo da população.
Outra é a paixão. “Tenho grande amor por implantar loteamentos populares e muito orgulho de
ter contribuído para o crescimento
habitacional de Joinville.”
A venda de lotes é extremamente desafiadora, destaca Claudine Zattar Ribeiro, filha de Terezinha
1980
Terezinha Ghanem
Zattar começa a
trabalhar na imobiliária,
ajudando o marido.
DIVULGAÇÃO IMOBILIÁRIA ZATTAR
Terezinha Ghanem Zattar,
dona da Imobiliária Zattar
Loteamento Kaesemodel é um dos maiores empreendimentos da Zattar
e responsável pelo departamento
jurídico da imobiliária. “Mesmo o
setor imobiliário sendo relevante para a economia nacional, está
cada vez mais complicado. O empreendedor, antes da venda, enfrenta regras rígidas até conseguir
aprovar o loteamento. Ele tem gastos exorbitantes com a infraestrutura”, diz Claudine.
Segundo ela, a empresa loteadora oferece os imóveis à venda
em longo prazo e, após arca com
os riscos do parcelamento. “Os que
licitamente arriscam seu patrimônio para empreender devem ser
incentivados pela sociedade em geral, pois estão contribuindo para o
crescimento do País”, destaca Alfredo Miguel Zattar Neto, que também
é sócio da imobiliária.
Mesmo com os desafios, há um
lado compensador, afirma Claudine: “É emocionante ver quando
uma família realiza seu sonho ao
quitar o lote.”
Shopping center
Os planos da Zattar para a zona
2001
Claudine Zattar Ribeiro, filha de
Terezinha e Namir, volta para Joinville,
após dez anos em São Paulo, e
assume a área jurídica da empresa.
2002
Morre Namir
Zattar,
fundador da
empresa.
Norte, em meados da década passada, previam a construção de um
loteamento perto dos campi da
Udesc e da Univille. Mas, em 2007,
uma construtora curitibana se interessou pela área de 79 mil metros
quadrados.
A ideia inicial era a construção de
um conjunto de prédios residenciais.
As negociações foram infrutíferas. Terezinha Zattar já pensava em retomar
a ideia inicial, quando foi procurada
pelo empresário Jaimes Almeida Junior, do Grupo Almeida Junior, dono
de uma rede de shopping centers no
Estado. Ele mostrou interesse pela
área, pois pretendia construir um empreendimento em Joinville.
Almeida Junior apresentou o
projeto e a empresária se encantou
com a ideia. As conversas avançaram rapidamente. O projeto do loteamento foi deixado de lado.
Em 2008, começava a ser construído o Joinville Garten Shopping,
o maior da cidade, no terreno da
Zattar. O empreendimento, que
recebeu o investimento de R$ 150
milhões, foi inaugurado em abril
de 2010.
2008-9
Terreno da Imobiliária Zattar é usado para
a construção do Joinville Garten Shopping.
A empresa se torna parceira do Grupo
Almeida Junior no empreendimento.
120
É o número de
loteamentos
que a Imobiliária
Zattar entregou
em Joinville,
desde 1977.
13,3%
Foi o crescimento
médio anual
de Garuva,
em dez anos,
segundo o IBGE.
2013
Com mais de 25 mil lotes
vendidos, a imobiliária lança
o primeiro empreendimento
fora de Joinville.
JORNAL NOTÍCIAS DO DIA.
O FARO PELA INFORMAÇÃO
COM CREDIBILIDADE, OPINIÃO
E CONTEÚDO REGIONAL.
O Grupo RIC atua neste tradicional e respeitado veículo com
dois jornais diários, nas duas principais cidades catarinenses –
Florianópolis e Joinville. São 7 anos levando notícias para quem
vive as cidades, prestando um serviço relevante à comunidade.
ndonline.com.br
O MELHOR PARA QUEM VIVE A CIDADE
CARLOS JUNIOR
30
Os planos da construtora para os próximos anos já estão traçados, diz Nivan Correia, da Construtora Correia
Hora dos novos mercados
Construtora Correia prepara entrada
em Jaraguá do Sul e no Litoral Norte. E
planeja mais lançamentos em Joinville
Atividade
Construtora e
incorporadora
de imóveis.
300
Funcionários.
A Construtora Correia está chegando a novos mercados. Consolidada a presença em Joinville, a
empresa está entrando em Jaraguá
do Sul. No próximo ano, é a vez de
chegar ao Litoral Norte. A aposta na
diversificação de mercado é motivada pelas expectativas favoráveis
para a economia regional.
A construtora comprou dois terrenos no bairro Vila Nova, em Jaraguá
do Sul, onde vai construir duas torres, com apartamentos de 140 e 185
metros quadrados. A área total dos
empreendimentos é de 25 mil metros
quadrados. O lançamento está previsto para os próximos meses. Segundo
Nivan Correia, fundador da Construtora Correia, o principal atrativo da cidade é o elevado poder aquisitivo.
A empresa está acertando os
últimos detalhes para a construção
de um empreendimento no Litoral
Norte. O lugar é guardado a sete
chaves. “É perto de Joinville”, indica o empresário, sem dar pistas de
www.construtoracorreia.com.br
onde será implantado.
Os planos preveem a construção
de 11 torres e de um parque aquático.
A expectativa é de que o lançamento
ocorra no início de 2014. A entrega
dos primeiros imóveis está prevista
para 2017.
A expansão para novos mercados
não é empecilho para novos lançamentos em Joinville. São 11, em uma
área que totaliza 119,8 mil metros quadrados. Os edifícios estão localizados
no Anita Garibaldi (cinco), Atiradores
(dois) e no América (quatro).
Um dos principais impactos desses planos é a necessidade da contratação de mais trabalhadores. Atualmente, são 300 diretos e 90 indiretos.
Correia projeta que será necessário
2007
Nivan Correia se muda do interior do Paraná
para Joinville e cria a Construtora Correia. As
oportunidades na terceira cidade mais rica do Sul
do País foram a razão para implantar a empresa.
Lança o primeiro
empreendimento
em Joinville, o
edifício Monte
Cristo.
31
“Nos destacamos no mercado por
nossos diferenciais, como acabamentos
sofisticados, design moderno e inovador.”
Nivan Correia, diretor da Construtora Correia.
um aumento de 60% no número de
funcionários, em um prazo de um ano.
No médio prazo, a empresa não
pretende expandir ainda mais a área
de atuação. “Temos muito trabalho a
fazer aqui no Norte do Estado, diz Nivan, com muita satisfação.
Cliente mais exigente
A Construtora Correia vem detectando um aumento no nível de
exigência dos consumidores. Os principais públicos atendidos pela Correia
são as classes média e alta.
As oportunidades para o mercado de alto padrão são grandes em
Joinville, avalia Nivan Correia. “É um
segmento bem promissor. O cliente quer um produto extremamente
personalizado.” Uma das possibilidades para atender a essa demanda é a possibilidade da customização do imóvel. Outra é o trabalho
com o conceito do home club, no
qual o morador tem à disposição
uma série de serviços de lazer e entretenimento.
Os principais compradores dos
imóveis da Construtora Correia são
os que vão morar no local, diz Nivan
Correia. Ele estima que esta é a finalidade para 80% dos clientes.
O restante é formado por investidores, que diante das turbulências
econômicas, estão direcionando recursos para aplicações financeiras de
risco menor. “Isto tem nos ajudado.
Tem gente que chega comprando oito
apartamentos.”
O empresário calcula que os imó-
2010
Clientes da Construtora
Correia recebem as
chaves do primeiro
empreendimento.
veis chegam a se valorizar 80% em
um período de 24 a 30 meses, entre
o lançamento do empreendimento e
a entrega das chaves. Isto corresponde a um rendimento mensal que varia
entre 1,98% e 2,48% ao mês, ou seja,
de quatro a cinco vezes a mais do que
a caderneta de poupança.
O boca a boca é uma das principais armas de propaganda da construtora. O empresário calcula, com
base em sua intuição, que metade
das vendas é feita por indicação de
outros clientes.
O apoio ao esporte é outra das
estratégias adotadas pela Construto-
ra Correia para reforçar a imagem da
marca. Modalidades como o basquete, o golfe, o hipismo e o tênis são as
principais beneficiadas. “Quem sabe
não estamos preparando alguém para
a Olimpíada”, brinca Nivan Correia.
A empresa também está envolvida em outras ações sociais. Em fevereiro, fez a doação de um ultrassom
para o Hospital São José. Nas últimas
semanas, concluía a construção da
rampa que liga o prédio central ao
jardim, espaço de convivência para
pacientes e acompanhantes, que anteriormente tinha acesso apenas por
escadaria.
77,4
É a área, em
mil metros
quadrados, dos
empreendimentos
lançados pela
Construtora
Correia em Joinville.
11
É o número de
torres que a
Correia deve lançar
nos próximos
meses em Joinville.
DIVULGAÇÃO CONSTRUTORA CORREIA
Obras da Construtora Correia em Joinville
2013
Consolidada a presença em Joinville, prepara o
lançamento de 11 novos prédios residenciais
na cidade e entra no mercado de Jaraguá
do Sul, onde vai construir dois edifícios.
2014
Construtora Correia projeta a entrada no Litoral Norte,
com a construção de 11 torres e um parque aquático
em uma cidade próxima a Joinville. A expectativa é de
que os imóveis comecem a ser entregues em 2017.
32
Transporte
de cargas,
movimentação
de mercadorias
e armazenagem
170
Funcionários.
700
Associados.
1985
Com o apoio
do Sindicato de
Transportadores
Autônomos
de Joinville, a
Coopercargo
é fundada. O
primeiro presidente
é Sílvio Pereira
da Cunha.
1991
Conquista
o primeiro
grande cliente:
a Consul.
1997
Começa a
primeira
modernização
da frota da
Coopercargo.
Besc e Bradesco
liberam recursos
para compra
de caminhões
com carroceria
de alumínio.
Da geladeira
aos armazéns
CARLOS JUNIOR
Atividade
As geladeiras estão nas raízes da
Coopercargo. A cooperativa surgiu
quando a Consul promoveu uma
reorganização na área logística, em
1985. Até então, aproximadamente
300 caminhoneiros faziam a entrega
dos produtos para a fabricante de
eletrodomésticos. Para reduzir custos, a companhia decidiu contratar
transportadoras. Motoristas se reuniram para criar empresas, mirando
na possibilidade de contratos futuros.
A partir de conversas lideradas
pelo Sindicato dos Transportadores
Autônomos de Joinville, um grupo de
27 pessoas se reuniu e criou a cooperativa em 30 de junho de 1985. Os
primeiros tempos foram difíceis. Não
havia possibilidade de transportar
cargas para a Consul. “O temor era de
que a cooperativa organizasse greves
e fechasse a entrada da empresa”, diz
Anacleto Pintarelli, um dos fundadores e atual presidente.
A concorrência era grande. Conseguir clientes era muito difícil. Segundo ele, as empresas procuradas
diziam que eram bem atendidas pelas transportadoras. Pequenos fretes
e a contribuição mensal de meio salário mínimo garantiam a sobrevivência do empreendimento, que ganhou
uma sede própria no Costa e Silva a
partir da venda, para a Eletrosul, de
um terreno que fora doado em 1987
pelo governo do Estado.
A situação começou a mudar em
1994, quando a Consul abriu as portas para que a Coopercargo pudesse
transportar eletrodomésticos. O principal impacto foi a volta de antigos
associados. Eram 82 quando as operações foram iniciadas. Quatro anos
depois, o número saltou para 278.
www.coopercargo.com.br
A Coopercargo moderniza a frota,
planeja mais investimentos em
serviços com maior valor agregado
2000
Abertura da primeira
filial. O local escolhido foi
Mauá (SP), para atender à
demanda da Brastemp.
2002
Compra de área no
Distrito Industrial,
para construção
da nova sede.
33
Fomos bem além do
que sonhávamos
para a Coopercargo.”
Anacleto Pintarelli, presidente
da Coopercargo
O primeiro cliente internacional
veio na primeira metade dos anos 90
em razão da parceria com a Consul.
O empresário boliviano Modestino
León tinha comprado um lote de geladeiras e precisava de alguém que as
transportasse até Corumbá, no Mato
Grosso do Sul, – um trajeto de 1.600
quilômetros – de onde seriam enviadas para a Bolívia. “Pelo menos 20
caminhões foram usados para levar
o lote”, lembra Pintarelli.
A expansão para atender aos
clientes fora de Joinville começou em
2000, com a instalação de uma base
em Mauá, na região metropolitana de
São Paulo. O objetivo era ficar perto
da Brastemp, um importante cliente,
que pertencia ao mesmo grupo da
Consul. Para atender à demanda na
região, a unidade foi transferida para
Barueri e, depois, Itupeva, perto de
Campinas. Atualmente, a cooperativa
também está presente em Rio Claro
(SP), Jaboatão dos Guararapes (PE),
Fortaleza (CE) e Feira de Santana (BA)
com amplos pátios de estacionamento e infraestrutura para abrigar, com
conforto, os cooperados.
O destaque é a distribuição de
cargas para fabricantes de artigos
da linha branca, como a Whirlpool
e Esmaltec. Mas a empresa pensa
mais alto. Os focos são a mudança
no perfil de cargas e a diversificação
do portfólio de serviços. O primeiro
passo em direção a essa estratégia foi
dado em 2004, com a implantação do
Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportação (Redex), que
desburocratiza a liberação de cargas
para serem exportadas. A unidade
2004
Em parceria com a Receita Federal,
implanta o primeiro Redex. É
o primeiro empreendimento
fora de um porto.
foi a primeira, no interior do Estado,
a ser autorizada pela Receita Federal .
Novo passo, com o apoio financeiro do BRDE, foi dado em 2007, com
a construção da nova sede administrativa e o primeiro armazém geral,
com 16 mil metros quadrados, para
guardar e movimentar cargas. Os
bons resultados entusiasmaram os
cooperados. A instituição financeira
liberou, em 2010, mais recursos para
a construção de mais 15,5 mil metros
quadrados.
Nova expansão foi feita no ano
passado. A capacidade atual de armazenagem é de 59 mil metros quadrados.
ceita Federal já atua na Coopercargo
por meio do Redex. A cooperativa
tem a licença especial para transportar mercadorias por meio da DTA
(Declaração de Trânsito Aduaneiro),
que possibilita o transporte de cargas
alfandegadas.
Para agregar mais valor para as
operações logísticas, a cooperativa
está em fase final de obtenção de
registro na Anvisa para armazenar
e transportar produtos alimentícios
e equipamentos utilizados na área
de saúde. “Poderemos oferecer
serviços de maior valor agregado
para os nossos clientes.”
Mais imediatos são os planos
CARLOS JUNIOR
Capacidade de armazenamento da Coopercargo aumentou 3,7 vezes desde 2007
Fortalecimento logístico
O principal plano da Coopercargo é o de se fortalecer como operador logístico. A principal meta é
a obtenção da licença para operar
um porto seco, recinto alfandegado
no qual são executadas operações
de importação e exportação. “Será
como um porto sem navios”, diz
Anacleto Pintarelli, presidente da
cooperativa
A estrutura está montada. A Re-
para a renovação da frota dos cooperados. A Coopercargo assinou
um convênio com o BRDE para adquirir novos caminhões.
O financiamento foi autorizado
em novembro. São R$ 20 milhões,
dentro do Programa Pró-Caminhoneiro, que concede prazos de até
dez anos para a compra de veículos comerciais, com juros de 4% ao
ano. Os primeiros caminhões chegaram para os associados no final
de maio.
2007
Entram em operação a nova sede da Coopercargo, no
Distrito Industrial, e o primeiro armazém. Contratos para
movimentação de cargas são assinados. O segundo
armazém é entregue em 2010 e o terceiro, em 2012.
59 mil
É a área de
armazenagem
de mercadorias,
em metros
quadrados, da
cooperativa.
262 mil
É a área,
em metros
quadrados, do
terreno em que
está instalada a
Coopercargo.
2012-3
Novo financiamento para renovação da frota. São
R$ 20 milhões em recursos do BRDE, que podem
ser complementados. Os primeiros caminhões
chegam à cooperativa no final de maio.
CARLOS JUNIOR
34
Pintando
novos
negócios
A Tecnopó, de
Pirabeiraba, investe na
expansão dos serviços
e está buscando
novos clientes
Atividade
Serviços de
pintura industrial.
98
Funcionários.
Uma rápida visita à unidade
da Tecnopó, em Pirabeiraba, sintetiza um pouco dos planos de
Joelci Ferrari para a empresa, especializada em serviços de pintura
industrial. “Quero estar no meio
de tudo o que envolver pintura”,
diz. Nas linhas de trabalho, estão
itens usados por fabricantes de
telas; molas; carrinhos, banheiras
e andadores para bebê; máquinas
leves e pesadas, expositores de cigarros... Atualmente, a capacidade
de pintura é de 4.000 metros quadrados ao dia.
A empresa está em expansão
para atender às expectativas favoráveis para a economia da área em
que atua – um raio de 250 quilômetros ao redor de Joinville. Uma
terceira linha contínua de pintura
entrou em operação em meados
deste ano, o que possibilita um
crescimento de 30% na capacidade
de oferecer serviços.
www.tecnopo.com.br
Planos de Joelci Ferrari para a Tecnopó preveem mais investimentos
até 2014 para atender à demanda crescente de serviços de pintura
na região que vai de Ponta Grossa (PR) a Florianópolis
Ferrari pretende aproveitar
uma tendência que está ganhando
força: as grandes empresas estão
centrando foco na elaboração e
montagem dos produtos, delegando atividades para outras compa-
1994
É criada a Tecnopó. Inicialmente,
eram três funcionários em um
prédio com 150 metros quadrados,
no centro de Pirabeiraba.
nhias. “O objetivo é de consolidar a
Tecnopó como uma terceirizadora
na área de serviços de pintura.”
Para isso, mais investimentos
estão em planejamento. “O mercado é bem concorrido e é preciso se
2004
Tecnopó se muda para as
atuais instalações: uma área
de 5.000 metros quadrados
localizada no Distrito Industrial.
35
“Quero estar no meio de tudo
o que envolva pintura.”
Joelci Ferrari, diretor da Tecnopó
3
É o número de edições da
Metalurgia, feira realizada a
cada dois anos em Joinville,
que a Tecnopó participou.
250 km
É o raio de atuação dos serviços da
Tecnopó, abrangendo as regiões
do Norte catarinense, Centro-sul
paranaense e Grande Florianópolis.
DIVULGAÇÃO TECNOPÓ
preocupar com diferenciação e agilidade da realização de serviços. “O
cliente está cada vez mais exigente.
Quer mais qualidade, mais durabilidade e rapidez na entrega.”
A empresa pretende implantar uma nova linha de banhos
para fosfatização, que utilizará
tecnologia norte-americana, e
uma estação de tratamento, que
deve entrar em operação em janeiro de 2014.
Outra estratégia é investir na
captação de novos clientes. Uma
das formas que vem mostrado
muito bom resultado é a participação na Metalurgia, organizada
pela Messe Brasil e uma das principais feiras do setor no Sul do
Brasil, que acontece a cada dois
anos em Joinville.
Ferrari diz que, com a participação, novas empresas acabam
conhecendo os serviços oferecidos pela Tecnopó. “Conquistamos um a dois clientes maiores
por evento e seis a sete de menor
porte.” A demanda conseguida
com um único negócio na última
edição, realizada entre 18 e 21 de
setembro de 2012, foi o principal
responsável pelo investimento na
terceira linha de pintura.
A empresa figura entre os expositores desde 2008. A participação na próxima edição, prevista
para ocorrer de 16 a 19 de setembro de 2014, já está confirmada.
motivados pela expansão do parque fabril da General Motors e pela
construção da fábrica da montadora alemã BMW, em Araquari, devem ter impacto indireto nos negócios da Tecnopó. O executivo avalia
que a maior circulação de dinheiro
vai beneficiar o consumo regional.
“Outros segmentos vão ser
beneficiados. A produção terá de
crescer para atender a essa demanda e, assim, será possível conquistar mais clientes.”
A empresa também está diversificando a carteira de clientes em
mais segmentos para encontrar novas oportunidades de negócios e depender menos da área automotiva, a
mais importante para a Tecnopó.
O fraco desempenho do segmento de caminhões, em 2012,
afetou os negócios. Segundo o
Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), o licenciamento
encolheu 20,2%, por causa de mudanças nas regras para os motores
dos veículos novos.
Mas a situação está melhorando neste ano. “Já sentimos os benefícios”, diz o diretor Joelci Ferrari.
Nos oito primeiros meses do ano,
a expansão nos licenciamentos aumentou 11,9% em relação ao mesmo período de 2012. Quem está
estimulando o crescimento são os
caminhões pesados. O número de
registros aumentou 41,2%.
Benefícios com expansão
Os novos investimentos que o
Norte do Estado está recebendo,
2008
Participa pela primeira vez da Metalurgia. A feira,
realizada a cada dois anos pela Messe Brasil, é uma
das principais formas encontradas para captar clientes.
Também participou nas edições de 2010 e 2012.
Para ampliar as oportunidades,
a Tecnopó está diversificando
a carteira de clientes
2013
Investimentos em expansão da empresa.
Nova linha de pintura contínua, focada
na área automotiva, vai ampliar em 30%
a capacidade de oferecer serviços.
2014
Expectativa de colocar em
operação nova linha de banhos
de fosfatização, que usará
tecnologia norte-americana.
CARLOS JUNIOR
36
Valdir Steglich, diretor técnico do IOT, pretende intensificar parcerias
para a clínica se tornar referência ortopédica e traumatológica no Estado
Articulando saúde e saber
Os 10 mil atendimentos mensais no IOT são
apoiados por educação continuada e pesquisas
em parceria com grande universidade dos EUA
Atividade
Serviços médicos
de ortopedia e
traumatologia.
26
Médicos.
Todo dia, é um entra e sai no prédio da rua Blumenau, 1.316, no América, em Joinville. São mais de 10 mil
pessoas que circulam mensalmente
pelo prédio de 2.000 metros quadrados do IOT (Instituto de Ortopedia e
Traumatologia). É gente que passa
desde uma consulta de rotina com
um dos 26 especialistas que atendem
no local a complexos procedimentos
cirúrgicos. Esta é face mais conhecida
do empreendimento, que começou
em 1985, na rua Abdon Batista, no
www.iot.com.br
Centro da cidade.
Uma face menos conhecida é a
produção científica que sai do local.
O instituto tem uma parceria com
a Duke University – de Durham,
nos Estados Unidos –, uma das 20
melhores universidades do mundo,
segundo a consultoria educacional
britânica QS.
O IOT utiliza a base de dados da
instituição educacional norte-americana para desenvolver estudos e
pesquisas nas áreas de traumatolo-
1985
Um grupo de cinco ortopedistas se reúne para
criar o IOT (Instituto de Ortopedia e Traumatologia),
na rua Abdon Batista. A missão foi a de trazer
serviços disponíveis nos grandes centros.
gia e ortopedia. Debates envolvendo
o corpo clínico, residentes e estudantes acontecem a cada duas semanas.
Nos últimos 17 anos, os médicos
escreveram, pelo menos, 55 artigos
científicos, que foram publicados em
livros ou em revistas especializadas.
O núcleo de pesquisas se reúne
semanalmente para discutir e avaliar
as cirurgias realizadas pelo corpo
clínico no local na semana anterior.
“Isto nos ajuda a formar o nosso arquivo científico”, diz o diretor técnico
do empreendimento, Valdir Steglich.
Outra atividade realizada pelo
núcleo científico está nas parcerias
feitas com indústrias farmacêuticas,
com a realização de trials clínicos.
São pesquisas envolvendo análises
1991
É credenciado pela Comissão de Ensino e Treinamento da
SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia).
Foi o primeiro serviço de residência médica de Santa Catarina
autorizado a especializar médicos como ortopedistas.
37
DIVULGAÇÃO IOT
“A união, a cooperação e o reforço
na qualidade dos serviços prestados são
fatores que estimulam o crescimento.”
Valdir Steglich, diretor técnico do IOT
dos resultados a partir de tratamentos com medicamentos específicos.
A proximidade com a academia
não se restringe à área científica.
Quatro membros do corpo clínico
do Instituto de Ortopedia e Traumatologia são professores do curso de
medicina na Univille.
O IOT tem uma parceria com o
Hospital São José para o desenvolvimento de programa de residência,
com três anos de duração, sendo
reconhecido pela SBOT (Sociedade
Brasileira de Ortopedia e Traumatologia) e do Ministério da Educação.
Atualmente, são 20 participantes
em especializações que abrangem
áreas como a cirurgia de mão, pé,
tornozelo, coluna, joelho e a ortopedia infantil. Muitos desses residentes
acabam sendo convidados para ingressar no corpo clínico do instituto.
A intenção é acelerar ainda mais
este processo de capacitação. Steglich diz que o objetivo é o de ampliar
a busca de conhecimento nos principais centros de referência mundial
para formar médicos cada vez mais
qualificados na região. E reforçar o
princípio da medicina moderna de
que grandes cirurgias são feitas com
pequenas incisões. “Assim, temos
menos agressão aos tecidos e um
retorno mais rápido do paciente às
atividades normais”, diz o diretor técnico.
O trabalho de pesquisa é complementado com ações comunitárias de prevenção e valorização de
práticas saudáveis, como a Corrida
do IOT, campanhas para incenti-
1995
A primeira turma de residência se forma. Cinco
profissionais participaram: Carlos Henrique Dantas,
Carlos Henrique Maçaneiro, Ingo Schneider,
Luiz H. Panno e Antonio F. Greppe de Mello.
var o uso adequado de mochilas
escolares, de redução de riscos no
trânsito e de prevenção aos acidentes da mão.
O instituto é um dos apoiadores
da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil,
oferecendo atendimento médico aos
bailarinos.
Planos de ampliação
Um dos principais objetivos
do IOT (Instituto de Ortopedia e
Traumatologia) é o de ampliar a
capacidade de atendimento. A expectativa é de, até o próximo ano,
possibilitar a duplicação do espaço. Atualmente, são 2.000 metros
quadrados.
“Com isso, poderíamos mais
do que dobrar o número de pessoas atendidas por mês”, diz Tânia
Steurnagel, gestora do IOT. Hoje
são feitos aproximadamente 10
mil atendimentos por mês. Mas,
com as parcerias feitas com quatro
hospitais da cidade – Dona Helena,
Prédio do IOT na rua Blumenau foi
inaugurado em março de 2007
Materno-infantil, São José e Unimed – , o número de atendimentos
prestados pelos médicos do instituto chega a 20 mil.
Um dos fatores que ajudam a
alimentar os planos do IOT é a alta
penetração dos planos de saúde
na população joinvilense. Cerca
de 38% tem, segundo a Agência
Nacional de Saúde Suplementar
(ANSS).
Outra estratégia é reforçar
as parcerias que o instituto tem
com hospitais públicos e privados
de Joinville, convênios de saúde e
com as prefeituras do Norte e Nordeste catarinense. “A união, a cooperação e o reforço na qualidade
dos serviços prestados são fatores
que estimulam o crescimento”, diz
o diretor técnico, Valdir Steglich.
4
É o número de
hospitais que
são parceiros
do IOT: Dona
Helena, Maternoinfantil, São José
e Unimed.
10
É o número de
especialidades
atendidas pelo
corpo clínico
do Instituto de
Ortopedia e
Traumatologia.
DIVULGAÇÃO IOT
Corpo clínico do IOT é formado por especialistas
em dez áreas da ortopedia e traumatologia
2004
IOT e Hospital Municipal São José fazem parceria para oferecer
residência nas áreas de ortopedia e traumatologia. Curso
passa a ter credenciamento duplo: Ministério da Educação
e Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
2007
Inaugura a nova
sede: um prédio de
2.000 m2 quadrados,
localizado no América.
2008
Inicia a parceria com a Duke
University, dos Estados
Unidos, por meio do programa
Research Coaching.
40
Estratégia verde
CARLOS JUNIOR
Novos investimentos no Norte do Estado
estão ampliando as oportunidades
de negócios para a Essencis
“Empresas que
estão se instalando
na região já
entraram em
contato com a
empresa para
discutir o envio
de resíduos
industriais, tendo
em vista o que é
determinado na
Política Nacional de
Resíduos Sólidos.”
Atividade
Processamento
e destinação
de resíduos
industriais.
58
Funcionários
(unidade de
Joinville).
O metano gerado pelo Centro
de Tratamento e Valorização Ambiental que a Essencis mantém
em Joinville pode ter um destino
mais nobre do que a simples queima ao ar livre.
A unidade está desenvolvendo
um projeto para aproveitar o gás
proveniente de resíduos industriais
na geração de energia elétrica, que
seria utilizada para atender à parte
da demanda interna da empresa
localizada no Distrito Industrial.
Matéria-prima para a geração
de energia não deve faltar no longo
prazo. A unidade recebe 65% dos
resíduos industriais produzidos em
Joinville. A capacidade de armazenagem, dependendo do tipo de resíduo, pode chegar a 70 anos. Os
maiores clientes estão nos segmentos metalúrgico e mecânico.
Os materiais são tratados, isolados do contato com o solo natural e
depositados em células que garantem a proteção ao meio ambiente.
Pesquisas e desenvolvimento
Novos investimentos devem aumentar a demanda da
Essencis em Joinville, diz Julio de Oliveira Müller
www.essencis.com.br
1997
Crescem as necessidades
para a instalação de um local
em Joinville para receber
os resíduos industriais.
Julio de Oliveira Müller,
gerente da Essencis em Joinville
2000
É constituída a Catarinense Engenharia
Ambiental, que vence licitação para a
implantação de uma área para receber
resíduos industriais em Joinville.
41
70
É a capacidade
máxima, em
anos, de resíduos
industriais
no centro de
tratamento
e valorização
ambiental de
Joinville.
65%
DIVULGAÇÃO ESSENCIS
É a participação
no mercado
de destinação
de resíduos
industriais que
a Essencis tem
em Joinville.
Resíduos que chegam à Essencis são inspecionados antes de serem destinados à área de armazenamento
de processos são uma rotina na unidade joinvilense. Foi a partir de um
projeto-piloto realizado na cidade
que a empresa ganhou uma nova
unidade de negócios.
Em 2009, a Essencis recebeu
um pedido para fazer a descaracterização de 4.000 gabinetes de
eletrodomésticos. Os materiais foram desmontados e triturados. As
sucatas de cobre, metal e plásticos
foram recicladas.
A partir deste projeto, surgiu
a Essencis Manufatura Reversa,
que tem escritório central em São
Paulo e unidades operacionais em
Caieiras (SP), Curitiba (PR) e Magé
(RJ). Esta área também atua com o
desenvolvimento de programas de
eficiência energética, desmobilização de áreas industriais e a desmontagem de eletrodomésticos,
eletroeletrônicos, microcomputadores e equipamentos hospitalares e healthcare.
A Essencis também está investindo no desenvolvimento de pes-
quisas para qualificação do serviço,
como o tratamento de efluentes
com a utilização de nanotecnologia.
Membranas de nanofiltração
são responsáveis pela fase final do
processo, garantindo a qualidade
do tratamento. O equipamento é
único em Santa Catarina.
O desenvolvimento de novas
soluções para as empresas faz
parte da estratégia de depender
menos dos resíduos. “A tendência
é de redução na geração”, diz Julio
de Oliveira Müller, gerente da unidade joinvilense da Essencis.
Mesmo assim, as expectativas
para os próximos anos são extremamente favoráveis. A motivação vem
dos novos investimentos que estão
chegando ao Norte catarinense.
“Empresas que estão se instalando na região já entraram em contato com a empresa para discutir o
envio de resíduos industriais, tendo
em vista o que é determinado na
Política Nacional de Resíduos Sólidos”, diz o executivo.
2002
São recebidas as primeiras cargas de
resíduos industriais no Centro de Tratamento
e Valorização Ambiental de Joinville.
Recebe a certificação ISO 9001 pela primeira vez.
2003
Pela primeira
vez, recebe a
certificação
ISO 14001.
Iniciativas comunitárias
As ações ambientais desenvolvidas pela Essencis não se restringem somente à destinação correta de resíduos industriais.
Outras iniciativas desenvolvidas pela empresa envolvem visitas
guiadas de instituições de ensino
ao centro de valorização ambiental, o povoamento com peixes dos
córregos e riachos próximos da
unidade, a coleta de pilhas e baterias, um viveiro de mudas típicas
da região, que são usadas no reflorestamento de áreas, e um prêmio interdisciplinar de educação
ambiental, feito em parceria com
a Secretaria Municipal de Educação e a Fatma (Fundação do Meio
Ambiente).
Segundo Julio do Oliveira Müller, a previsão é de que, em quatro
anos, todos os alunos das escolas
municipais de Joinville e dos centros de educação infantil estejam
envolvidos nesta iniciativa.
2007
Conquista a certificação
OHSAS 18001,
voltada para a saúde
ocupacional.
2009
A partir de um projeto desenvolvido
em Joinville, a Essencis implanta
mais uma unidade de negócio:
a manufatura reversa.
CARLOS JUNIOR
42
“A estratégia sempre
foi de ficar perto de
onde o povo está.”
Irineu Machado, presidente
da Irineu Imóveis
Atividades
Imobiliária,
loteadora, hotel e
complexo esportivo.
Irineu Machado começou no segmento de loteamentos e diversificou
negócios para outras áreas, como a turística e a esportiva
63
Funcionários.
1974
Irineu Machado sai
de Vidal Ramos,
onde ajudava os
pais nas lavouras
de fumo, arroz e
feijão, e se muda
para Joinville.
De olho no
movimento
O grande fluxo de gente nas proximidades
do Terminal Central é uma fonte de
negócios para a Irineu Imóveis
www.irineuimoveis.com.br
1983
Aluga uma sala no Edíficio
Rudenas para atender
aos clientes interessados
na compra de lotes.
A atuação do Grupo Irineu é
ampla: loteamentos, imobiliária,
aluguel de galpões industriais,
turismo e esporte. A raiz destes
empreendimentos foi um Fusca
bege, ano 1976. Com ele, Irineu
Machado, que era vendedor autônomo da Coluna Imóveis, começou a desbravar o mercado imobiliário joinvilense.
O carro ficava estacionado perto do ginásio Abel Schulz. “Sempre
foi um lugar de muito movimento”,
diz o empresário, que distribuía
panfletos, deixava cartazes nos bares do Centro e levava clientes para
conhecer os lotes em vários bairros
da cidade. “A estratégia sempre foi
de ficar perto de onde o povo está.”
A era do Fusca acabou em
1984. O carro foi vendido. Iniciava
uma nova fase. Irineu criava a sua
própria imobiliária. O local escolhido foi uma sala no Edifício Rudenas, em frente ao Terminal Central
de Ônibus. É onde, até hoje, está a
sede da empresa.
Há planos de mudar de local,
mas a intenção é de permanecer
perto desta área de grande circulação. O projeto é construir, a partir do
ano que vem, um edifício com 12 andares, com 8.000 metros quadrados
de área, no local onde já funcionou
a Câmara de Vereadores e a agência
central do antigo Besc (Banco do Estado de Santa Catarina), que foi absorvido pelo Banco do Brasil
1985
Surgimento da Irineu Imóveis. Em parceria com a
Elos Imóveis, vende o Loteamento Recanto Iririú.
O primeiro empreendimento com marca própria
foi o Loteamento Pianezer, no Aventureiro.
DIVULGAÇÃO IRINEU IMÓVEIS
43
40
É o número de
loteamentos que
a Irineu Imóveis
já vendeu em
Balneário Barra
do Sul, Barra
Velha, Joinville
e São Francisco
do Sul.
10 mil
É o número
de lotes que
a empresa
comercializou
desde o início
de sua atuação,
em 27 anos.
Oportunidades de negócios para a Irineu Imóveis também estão nas cidades do Litoral Norte Catarinense
A expectativa é de que seja
inaugurado em 2015, quando o
grupo completa 30 anos. “Além da
sede, vamos agregar uma série de
serviços voltados para a área imobiliária”, diz a gerente-geral, Grasieli Machado.
A diversificação sempre esteve presente na estratégia da Irineu Imóveis. Os primeiros passos
foram em 1986, com a compra
da Imobiliária Bandeirantes e do
Loteamento Jardim Bandeirantes.
Nos cinco primeiros anos, foram
comprados 14 loteamentos totalizando 4.000 lotes em Joinville e
Balneário Barra do Sul.
Outros dois segmentos em que
o grupo está avançando é na locação de imóveis, em que atua há três
anos, e a revenda de residências
geminadas. Grasieli avalia que esse
1986
Utilizando a marca Irineu Imóveis,
amplia os negócios, comprando o
Loteamento Jardim Bandeirantes
e a Imobiliária Bandeirantes.
segmento deve continuar crescendo com força nos próximos anos,
principalmente nas classes B e C.
Atualmente, além da área imobiliária, a Irineu Imóveis atua nos
segmentos turístico, com o Hotel
Bandeirantes da Barra, em Balneário Barra do Sul, e esportivo. O
grupo mantém um centro de treinamento para atletas amadores
e profissionais, no bairro Jardim
Paraíso.
Na onda do crescimento
O momento é de aproveitar o
forte crescimento econômico da
região, que está sendo motivado
pela chegada de novas empresas.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), a economia da região de Joinville dobrou
1991-2000
Comercializa
13 lotes na
região de
Joinville.
de tamanho entre 1999 e 2011.
Neste cenário, a empresa identificou um novo nicho: a locação de
galpões industriais. Irineu ressalta
que há uma grande necessidade de
serviços especializados para esta
área. As maiores oportunidades estão em Araquari, Garuva, Guaramirim e São Francisco do Sul.
Não é só o segmento industrial
que está aquecido no entorno de
Joinvile. Dos 13 loteamentos que
estão sendo vendidos, dez estão
fora da cidade.
Um dos fatores que favorecem
este direcionamento é a dificuldade
e morosidade do licenciamento em
Joinville. “Quem resiste no setor são
empresas com histórico e experiência. É gratificante poder proporcionar às pessoas o acesso à moradia”,
afirma o empresário.
1999
Começa a investir no esporte de Joinville. Cria a Sociedade Esportiva
Irineu e monta um time de futebol, que é vice-campeão da Copa
Juniores, na Itália. O grupo mantém um centro de treinamento
para atletas amadores e profissionais, no bairro Jardim Paraíso.
2001
Expande o processo de
diversificação das atividades,
inaugurando o Hotel Bandeirantes
da Barra, em Balneário Barra do Sul.
CARLOS JUNIOR
44
Michael Langer, presidente da Franklin Electric no Brasil, projeta excelentes oportunidades de negócios no país
A nova fábrica da Franklin
Grupo americano está investindo R$ 40 milhões
na construção de unidade no Distrito Industrial,
que duplicará capacidade de produção
Atividade
Produção, venda
e distribuição
de sistemas de
bombeamento
de água.
376
Funcionários
no Brasil.
Desde 2004, a América Latina é
o escritório do executivo americano Michael Langer, presidente da
unidade brasileira da Franklin Electric – a maior fabricante mundial
de motores submersos. O sotaque
de Langer é carregado e mostra
bastante otimismo sobre os planos
para a operação brasileira, sediada
em Joinville, a qual comanda desde outubro de 2011.“O Brasil é um
mercado amplo e oferece excelentes oportunidades.”
A menina dos olhos do grupo,
que adquiriu a Schneider Motobombas em 2008, é a construção
da nova fábrica no Distrito Industrial, nas proximidades da BR-101.
O investimento é de R$ 40 milhões,
o que permitirá dobrar a área de
produção para 12,3 mil metros
quadrados. A unidade também vai
abrigar a área administrativa.
A mudança está prevista para
o próximo ano. “Vamos ganhar flexibilidade para fazer novas expan-
sões. Será uma fábrica com o que
há de mais moderno”, diz Langer.
A expectativa é de que a segunda
fase da obra comece imediatamente após a conclusão da primeira etapa.
O investimento também inclui
a compra de máquinas. Uma das
prioridades é a área de usinagem.
Langer diz que será possível pensar na fabricação de bombas de
maior porte. A empresa atende
principalmente aos segmentos
agrícola e de construção predial.
Outro ganho será com a capacidade de estocagem e expedição
de produtos, que será triplicada.
Atualmente, são duas docas que
funcionam em horários restritos,
www.franklin-electric.com.br
1944
Os engenheiros Edward J. Schaefer e T. Wayne Kehoe fundam em
Bluffton, nos Estados Unidos, a Franklin Electric. O nome homenageia
Benjamin Franklin, um dos pioneiros nos estudos da energia elétrica. O
foco inicial eram motores para clientes com necessidades específicas.
1949
Patente do
primeiro motor
submerso
lubrificado a água.
45
“Vamos ganhar flexibilidade para fazer
novas expansões. Será uma fábrica
com o que há de mais moderno.”
Michael Langer, presidente da Franklin Electric no Brasil
ber a certificação ISO 17025.
O espaço, com 500 metros quadrados, contará com sistema de áudio/vídeo e infraestrutura completa
para atender a uma agenda regular de cursos para colaboradores e
clientes. O local pode ser dividido em
dois ambientes, o que possibilitará a
realização de treinamentos simultâneos, que serão ministrados ao longo do ano e realizados em módulos.
Eficiência energética
A eficiência energética está
no centro das preocupações da
Franklin Electric. O produto da
marca Schneider Motobombas foi
o primeiro do setor a conquistar a
certificação A, a mais alta no Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia), ocorrida em
12
É a profundidade,
em metros, do
fosso de testes
que a Franklin
Electric está
construindo na
nova unidade
no Distrito
Industrial.
12,3 mil
Será a área,
em metros
quadrados, da
primeira fase da
nova fábrica da
Frankin Electric.
DIVULGAÇÃO FRANKLIN
pois a unidade atual está localizada em área urbana. Na nova fábrica, serão cinco docas.
A unidade vai ampliar a capacidade de desenvolvimento de
novos produtos. Além de um amplo reservatório para ensaios no
laboratório, a área de produção
vai ganhar um tanque de testes
com 12 metros de profundidade.
Atualmente, podem ser testadas
bombas de até 100 cavalos. A partir do ano que vem, essa possibilidade aumenta para 250 cavalos.
No novo laboratório também
será possível a realização de provas hidráulicas e de testes testemunhais, caracterizados pelo
acompanhamento de representantes dos compradores. Com as
novas instalações, a Franklin Electric será credenciada para rece-
2011. Desde então, novas linhas
estão sendo certificadas. O objetivo é conseguir incluir os principais
produtos no topo da classificação
deste programa.
Uma das áreas em que há
grande preocupação é a agrícola. Os produtos tradicionais estão
sendo redesenhados para obter
uma melhor classificação junto ao
Inmetro
Outra estratégia para ampliar
a eficiência energética é a introdução de novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas pelo grupo. Da unidade italiana, sediada
em Vicenza, são trazidas bombas e
componentes em aço inox.
A Franklin está investindo na
produção de sistemas inteligentes
de bombeamento de água, que
operam por meio da integração de
uma bomba e um inversor de frequência. As principais vantagens
são maior eficiência no consumo e
na operação quando há demanda
pelo líquido.
Segundo o presidente, Michael
Langer, é uma tecnologia que terá
forte aplicação no futuro. “Estamos abertos a qualquer projeto”,
diz, entusiasmado.
Nova unidade da Franklin Electric vai possibilitar expansão no desenvolvimento de produtos
1962
Estabelece jointventure com
uma empresa
australiana.
1965
A Franklin
se instala
na
Europa.
1983
Início das primeiras instalações
em um país da América
Latina. O local escolhido foi
Monterrey, no México.
1988
Criação de unidade
voltada para a
produção de sistemas
de combustíveis.
1999
Desenvolve o primeiro
controlador para sistemas
de água a pressão constante.
Instala-se na China.
2008
Aquisição da Schneider
Motobombas, em Joinville,
marcando a entrada no Brasil
com uma unidade industrial.
46
DIVULGAÇÃO DONA HELENA
Atividade
Serviços médicohospitalares
863
Funcionários
1916
Fundação da
Sociedade
de Socorro
das Senhoras
Evangélicas,
por iniciativa
de Helena
Trinks Lepper.
A instituição é,
inicialmente, um
ancionato e um
jardim de infância.
O hospital começa
a ser materializar
pela mão do
Dr. Norberto
Bachmann, que
traz o primeiro
paciente.
1989
Implantação do
Plano Diretor
com o objetivo de
tornar a instituição
uma referência
no Sul do país.
Uma das prioridades do Hospital Dona Helena é o investimento em novas
tecnologias, destaca o gerente operacional Marcos Antônio Navarro
Dona Helena rumo
aos 100 anos
Maior expectativa de vida faz crescer a demanda por
serviços hospitalares e estimula novos investimentos
www.donahelena.com.br
1992
Inauguração do Centro
de Diagnóstico por
Imagem e informatização
do hospital.
O centenário do Hospital Dona
Helena é só daqui a três anos, mas
o presente já está sendo preparado cuidadosamente. A expectativa
é de que, em 2016, o novo prédio,
de 11 andares e 26 mil metros
quadrados, esteja concluído e totalmente ocupado.
Atualmente, nele funcionam
um estacionamento com 210 vagas, a área administrativa, o serviço de neurologia, o centro de
diagnóstico ortopédico, o Naim
(Núcleo de Atendimento Integrado
à Mulher), o centro cirúrgico ambulatorial, o serviço de oncologia e
o pronto-atendimento.
Mais serviços deverão ser incorporados nos próximos meses.
Andares serão ocupados pela clínica de diagnóstico vascular e pelo
serviço de endoscopia.
“Também projetamos a instalação de clínicas especializadas com
perfil de alta complexidade para
atender à demanda da comunidade
da região”, diz Marcos Antônio Navarro, gerente operacional do Hospital Dona Helena.
O plano diretor do hospital,
que tem suas raízes em 1989, prevê que o atendimento assistencial
ao paciente, as internações e as
cirurgias sejam centralizadas no
prédio antigo.
As clínicas de diagnóstico ficarão concentradas no novo edifício, liberando espaço para a instalação de mais leitos e a estrutura
de apoio. Hoje, são 156 leitos,
que devem ser complementados
por mais 15, a serem abertos nos
próximos meses.
As obras no prédio antigo estão em andamento. O centro cirúrgico está em ampliação. A central
1996
Implantação
do programa
Pró-Humano.
1997
Primeiro
Simpósio
de Bioética.
47
“Constantemente estamos investindo
em novas tecnologias e capacitando
nossos profissionais para acompanhar o
avanço da medicina.”
Marcos Antônio Navarro, gerente operacional
de materiais esterilizados ganhará
um novo espaço, mais moderno e
ampliado.
O aumento na expectativa de
vida – de 70,5 anos ao nascer, em
2001, para 74,1 anos, em 2011, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística) – tem
ampliado a demanda por serviços
hospitalares. Segundo Navarro, o
reflexo é o aumento na taxa de
permanência na instituição. “O
hospital tem recebido mais pacientes idosos, o que exige mais
adaptações e cuidados especiais.”
Para atender a esse aumento na
procura, o hospital vem investindo
na compra de novos equipamentos,
como o PET-Scan, que é um grande
avanço no diagnóstico e no controle
do tratamento do câncer.
Em 2012, foram adquiridos novos
aparelhos para o laboratório de análises clínicas, que realizam exames da
parte hormonal e de alergias.
Neste ano, foi inaugurado o
centro de infusão, destinado ao
atendimento de pacientes que se
tratam com medicamentos imunobiológicos. “Isto é um avanço
na medicina e serve para o tratamento de doenças autoimunes”,
explica o gerente operacional do
Hospital Dona Helena, Marcos Antônio Navarro.
As pesquisas fazem parte do dia
a dia do corpo clínico. Um caso diagnosticado no Dona Helena foi apresentado no Congresso Brasileiro de
Genética Médica, que ocorreu em
2002
Inauguração do
Serviço de Reprodução
Assistida, em parceria
com a clínica Satis.
junho, em Florianópolis.
Outros trabalhos em andamento
são a coleta de dados para o perfil
epidemiológico da sepsia grave e do
choque séptico em ambientes hospitalares e o estudo nacional de pacientes que sofreram fratura de quadril e desenvolveram osteoporose.
Qualidade de vida
Humanização é uma palavra
chave para quem vive o dia a dia
no Hospital Dona Helena. O significado é profundo, conta Maria José
Varela, coordenadora do programa
Pró-Humano: “É aumentar a sensibilidade em relação às pessoas que
estão sob os nossos cuidados.” O
trabalho integra a saúde a aspectos
emocionais e espirituais, priorizando a qualidade de vida.
Uma das formas encontradas
para reforçar internamente esse
conceito foi a arte, por meio do teatro e do coral. E, externamente,
foi criado um grupo – o Hospirrisos, com parceria da Studio Escola
de Atores – que recruta voluntários
para levarem alegria, por meio do
espírito clown, a pacientes, funcionários e visitantes.
A implantação de uma capelania no hospital, no início do ano,
também ajudou a reforçar o conceito da humanização. Uma pastora luterana realiza celebrações
litúrgicas, de caráter ecumênico,
e oferece acompanhamento espiritual para quem está internado, a
2004
Primeiro transplante
de rim, logo após
credenciamento
pelo SUS.
2007
Início da
construção
do Centro
Clínico.
familiares e aos funcionários.
Outra estratégia para valorizar
a qualidade de vida no ambiente
hospitalar é uma parceria desenvolvida com a ACE (Associação
Catarinense de Ensino), que está
ampliando a difusão da pedagogia hospitalar. O objetivo é desenvolver atividades lúdicas com
as crianças que estão internadas,
dar apoio escolar e orientar os
pais. Segundo Maria José, isto ajuda no processo de recuperação.
Um projeto mais antigo que
busca enfatizar os princípios da humanização é o da bioética. “Temos
de preparar os profissionais em
relação a questões mais críticas e
polêmicas.” Mensalmente, há encontros envolvendo a comunidade
hospitalar e o público externo. Uma
vez ao ano, o hospital promove o
Simpósio Catarinense de Bioética.
Pela primeira vez, o evento foi
realizado fora de Joinville. A 13ª
edição aconteceu no CentroSul,
em Florianópolis, paralelamente ao
Congresso Nacional de Bioética, entre 23 e 27 de setembro.
156
É o número de
leitos do Hospital
Dona Helena.
Outros 15 serão
implantados.
13
Edições do
Simpósio
Catarinense
de Bioética já
foram realizadas
pelo hospital.
DIVULGAÇÃO DONA HELENA
Planejamento prevê ocupação
total do Dona Helena em 2016
2009-10
Centro Clínico começa a funcionar: primeiro serviço a se instalar
é o estacionamento. Em 2010, são implantados o centro
cirúrgico ambulatorial, centro de diagnóstico da visão, serviço de
suporte ao diagnóstico neurológico e o serviço de ergometria.
2012
Implantação
dos serviços
de oncologia
e neurologia.
50
O plástico é muito
interessante. Ainda
há muito a ser
descoberto sobre ele.”
CARLOS JUNIOR
Wilson Bohn, fundador da Plasbohn
Negócios em família: patrimônio criado por Dalila e Wilson
Bohn é gerenciado pelos filhos Celson e Sarita
Atividade
Plásticos para a
construção civil e
para a irrigação.
300
Funcionários
Mudança
bem-sucedida
Ao se aposentar, em 1989, Wilson Bohn pensou em
se dedicar à pesca. Acabou criando a maior fábrica
brasileira de mangueiras e acessórios plásticos
www.plasbohn.com.br
1990
Wilson Bohn cria a Plasbohn. A
partir da carcaça de uma extrusora,
ele e o filho Celson Bohn montam
a primeira máquina da empresa.
Wilson Bohn se aposentou em
1989, após trabalhar 26 anos em uma
fábrica de plásticos para a construção
civil em Joinville. A ideia inicial era a de
dedicar-se a um de seus hobbies: a
pesca. Não demorou dois meses para
desistir. Um dos motivos foi o baixo
valor do benefício pago pelo INSS. O
outro era a inquietude. “Ele tinha vontade de montar o próprio empreendimento”, diz o filho, Celson Bohn.
O primeiro passo para a criação
da Plasbohn foi a compra da carcaça
de uma extrusora junto à antiga empregadora de Wilson. Mas era preciso
algo a mais para fazer a máquina funcionar. Peças compradas em um ferro-velho serviram para fazer o painel
de comando. “Até pneus de lambreta
foram utilizados para fazer as correias
transportadoras”, lembra Dalila Bohn,
mulher de Wilson.
O equipamento para a fabricação
de mangueiras levou quase um ano
para ficar pronto. Eram tempos extremamente desafiadores. A hiperinflação corroía rapidamente os ganhos
– em média, os preços aumentavam
18,56% ao mês na primeira metade
dos anos 90, segundo dados do IBGE.
Mas, o ânimo persistia.
A compra de matéria-prima era
difícil. O número de fornecedores era
reduzido e estes tinham pouco interesse em atender aos pequenos pedidos. A solução encontrada pela família
Bohn foi pagar as encomendas à vista
e antecipadamente. A produção de
mangueiras era feita de sexta à noite a
domingo à noite, quando os filhos Celson e Sarita podiam ajudar, já que eles
trabalhavam em outras empresas.
Sábado era o dia das vendas, rea-
1996
Diversificação da clientela
da Plasbohn. Com 30
funcionários, a empresa
vende para todo o país.
1997
Começa a produção de mangueiras
para gás de cozinha. A Plasbohn
é uma das primeiras empresas a
serem certificadas pelo Inmetro.
51
Precisamos estar sempre
à frente dos concorrentes,
deixando o alvo cada
vez mais distante.”
Celson Bohn, diretor administrativo da Plasbohn
lizadas na frente dos supermercados.
“Um dos lugares com mais consumidores era o antigo Catarinão, na zona
Sul”, lembra Sarita Bohn. Os negócios
prosperaram em Joinville e o passo
seguinte foi conquistar o mercado de
Florianópolis.
Grandes saltos foram dados em
meados dos anos 90. A forte expansão fez com que Celson e Sarita passassem a se dedicar exclusivamente
para a empresa familiar. O primeiro
impulso veio da criação de condições
facilitadas para a compra de matéria-prima por um fornecedor. O impacto,
segundo Dalila, foi dar mais fôlego
para a empresa.
O segundo estímulo foi a terceirização de serviços de uma grande
empresa, que possibilitou a compra
de novas máquinas. O novo contrato
acabou sendo o embrião de uma nova
fase. Obrigou a Plasbohn a expandir
ainda mais os negócios, para não ficar
dependente da terceirização, que respondia por 60% das receitas.
A estratégia foi diversificar a produção e conquistar novos mercados
para os produtos da empresa. Em
1996, a Plasbohn vendia para todo o
país. Os efeitos foram bem positivos.
Rapidamente, a importância do principal cliente nas receitas caiu para 20%.
Em 1997, a empresa iniciou a fabricação de mangueiras para GLP
após estas serem certificadas pelo
Inmetro. A Plasbohn foi uma das três
primeiras empresas a ser homologadas. “Isto fez a empresa ser enxergada
de modo diferente pelo mercado”, diz
Celson, diretor administrativo.
A diversificação não parou. Novos
produtos são constantemente lança-
2005-6
Grande processo de diversificação de
produtos. Atualmente, o portfólio conta
com 600 itens. Entra no segmento
de injetados para a construção civil.
dos para garantir a rentabilidade dos
negócios. Em 2006, entrou no segmento de injetados para a construção.
Hoje, o agronegócio desperta muita
atenção, por causa da forte expansão
da produção rural. Atualmente, são 80
itens comercializados.
Foco na competitividade
O principal desafio da Plasbohn
é comum à maioria das empresas de
Joinville: encontrar mão de obra qualificada. E a resposta encontrada é focar
na automação. Segundo Celson Bohn,
diretor administrativo da companhia,
assim será possível ampliar a produtividade, ser mais competitivo e garantir
um crescimento sustentável. “Vamos
fazer mais com o que a empresa tem.”
Outra meta é remodelar o mix de
produtos, que atualmente tem 600
itens. O executivo destaca que é preciso estar sempre à frente dos concorrentes, deixando o alvo a ser perseguido bem mais distante.
Para isso, a Plasbohn ampliou a linha de produção. A empresa também
está adotando práticas de sustentabilidade, como o tratamento de efluentes
de modo biodegradável e o descarte
de resíduos sólidos, seguindo os princípios estabelecidos pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Apesar da empresa estar presente
em todo o país, os negócios estão concentrados em Santa Catarina, no Norte e no Centro-oeste. “São áreas que
apostam mais na marca Plasbohn”,
conta Sandro Michinosk, gerente comercial. Ele complementa dizendo
que o Brasil é um mercado muito
grande para ser trabalhado.
2007
Plasbohn
entra no
segmento
agrícola.
2010
Primeiros
embarques de
mercadorias
para o exterior.
O foco está no mercado interno,
mas o exterior desperta interesse. As
primeiras experiências começaram
em 2010, quando foram feitos os primeiros embarques para o Paraguai.
Paralelamente, a fabricante de
plásticos para a construção civil
participou do Primeira Exportação,
que estimulou empresas de pequeno e médio portes a realizarem negócios fora do Brasil. O programa
foi uma iniciativa do Ministério do
Desenvolvimento e contou com o
apoio da Prefeitura de Joinville e da
Univille. Foram abertos mercados
na América do Sul. A participação
de uma feira no Quênia (Leste da
África) assegurou a conquista de
mais clientes.
A imagem da empresa foi reforçada com essa iniciativa. Ela recebeu
o Prêmio Destaque Comércio Exterior
2011, concedido pelo Ministério do
Desenvolvimento e pela AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil),
ao lado de multinacionais como a
Vale, a Embraer, a Ericsson, a BRF Brasil Foods, a Fiat, a Braskem, a Queiroz
Galvão e a Marcopolo.
3
É o número de
turnos em que a
Plasbohn opera.
50
Foi a primeira
compra, em
quilos, de
matéria- prima
para a produção
de mangueiras,
em 1990.
CARLOS JUNIOR
Fábrica da Plasbohn está sendo
modernizada e ampliada
2011
As estratégias de comércio exterior da
Plasbohn são premiadas pelo Ministério
do Desenvolvimento e pela Associação
de Comércio Exterior do Brasil.
2013
Expansão da
fábrica, focada
na automação
de processos.
CARLOS JUNIOR
52
Ari Rabaiolli, da Aceville, projeta crescimento da área de logística no Norte de Santa Catarina
Novo ponto de partida
Aceville Transportes vai inaugurar terminal de
cargas no início do próximo ano, ampliando
as possibilidades de expansão dos negócios
Atividade
Transporte
de cargas.
180
Funcionários.
Ari Rabaiolli era gerente de banco
no final dos anos 80. Mas tinha um
sonho comum a muito brasileiro:
ter o seu próprio negócio. Foram 15
anos para amadurecer a ideia. Optou
por abrir a Aceville, uma transportadora de cargas. A decisão, até hoje,
surpreende muita gente, por causa
da distância entre as duas atividades.
A resposta do empresário vem em
meio a um sorriso: “Não tinha como
eu abrir uma instituição financeira.
Tive de buscar uma outra alternativa
www.aceville.com.br
no segmento de prestação de serviços.”
O conhecimento de mercado
veio dos frequentes contatos que
mantinha com clientes da instituição
financeira que atuavam no segmento
de transportes. Mas a grande concorrência era um desafio. “Para onde
você for tem de fazer diferente, com
qualidade, responsabilidade e seriedade”, afirma Rabaiolli. Este mantra
o acompanha desde 1989, quando
abriu a Aceville Transportes com a es-
posa e mais um motorista, que dirigia
o único caminhão. Atualmente, são 55
veículos que operam em rotas para as
regiões metropolitanas de São Paulo,
Curitiba e Porto Alegre, além do Litoral
Catarinense e Vale do Itajaí.
A empresa – com matriz em Joinville e filiais em Guarulhos (SP); São
José dos Pinhais (PR); Novo Hamburgo
(RS); e Guaramirim, Blumenau, Timbó,
Itajaí e Palhoça – se especializou no
transporte de cargas fracionadas, com
atendimento a segmentos como o comércio, a indústria e os serviços.
“Assim, fugimos da dependência de poucos clientes”, afirma
Rabaiolli. Atualmente, são 6.300
ativos que fazem, pelo menos, um
embarque mensal.
1989
A Aceville inicia as atividades no transporte rodoviário de
cargas, com uma pequena estrutura, possuindo apenas
um caminhão e um quadro de três funcionários, incluindo
o proprietário, sua esposa e o motorista contratado.
1996
Início das
operações em
sede própria,
em Joinville.
53
“Para onde você for tem de
fazer diferente, com qualidade,
responsabilidade e seriedade.”
Ari Rabaiolli, sócio-diretor da Aceville Transportes
A empresa está construindo um
novo terminal de cargas às margens
da BR-101, perto do escritório regional do DNIT. A previsão é de que
entre em operação em janeiro. A capacidade de movimentação de carga
será 60% maior do que a atual.
Outras facilidades que o empreendimento oferecerá são a disponibilidade de uma área para lavação
dos veículos e uma garagem para
estacionamento.
A transportadora também está
renovando a frota, aproveitando as
condições favoráveis de linhas de
crédito do Finame, oferecidas pelo
BNDES. “Estamos aproveitando uma
boa oportunidade”, diz.
O momento também é o de reforçar a presença nos mercados em que
atua, aproveitando as possibilidades
que serão oferecidas pelas futuras
instalações. A região de Campinas
desperta interesse para a Aceville.
“Os clientes nos perguntam quando
iremos para lá.” A resposta pode vir a
partir do segundo semestre de 2014.
Planos para o futuro
Ari Rabaiolli, que também é
presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Cargas de
Joinville, enxerga um cenário bem
favorável para o Norte Catarinense
nos próximos anos. E não são só
os grandes investimentos que vão
ser feitos nos próximos anos, como
a fábrica de carros da BMW e a de
câmbios e transmissões da GM. “A
região tem um potencial para ser
2000
Inauguração da unidade
própria em Guarulhos,
na região metropolitana
de São Paulo.
2003
Mudança de sede
da matriz, em
Joinville, para um
novo depósito.
um polo da área de logística”, acredita o dirigente empresarial.
Os trunfos são os investimentos que vêm sendo feitos para ampliar a capacidade da movimentação nos portos, a possibilidade de
mais recursos serem aplicados em
infraestrutura na região e a expectativa do crescimento na navegação de cabotagem.
Isto está alimentando o projeto
da criação da Cidade do Transporte, uma inciativa que está sendo
apoiada pelo sindicato e que conta
com o apoio de 13 empresas, entre
elas a Aceville.
A intenção é estabelecer uma
espécie de condomínio empresarial
voltado para o segmento logístico,
em Garuva, em uma área de 7,6
milhões de metros quadrados na
Estrada Palmeiras. “As restrições
para a atividade de transporte são
grandes em Joinville”, diz Rabaiolli.
Outro fator estimulador é a proximidade do porto de Itapoá.
Além de transportadoras e serviços voltados para elas, o empreendimento teria armazéns e um
terminal retroportuário com a possibilidade de uma ligação ferroviária. Os planos miram um horizonte
de 30 anos.
associadas ao Setracajo (Sindicato
das Empresas de Transporte de
Cargas e Operadores Logísticos
de Joinville) na doação de uma
van, com capacidade para 16 passageiros, ao Lar Abdon Batista. A
mais recente foi a adesão à campanha de apoio ao Hospital Municipal São José, na qual patrocinou
a compra de camisas por parte
dos funcionários.
Outras entidades beneficiadas
são as cozinhas comunitárias da
Fundação Pauli-Madi; a Casa Adauto,
que dá assistência às famílias com
filhos portadores de câncer; e uma
família do bairro Espinheiros, que
adotou 25 filhos.
A empresa apoia a atleta Letícia Oro Mello, que participou, em
janeiro, na competição de salto em
distância, na Olimpiada Mundial Escolar, realizada em Sydney (Austrália). Nos campeonatos, ela também
participa nas modalidades de revezamento 4 x 100 m e nos 100 m.
O associativismo está entre as
políticas desenvolvidas pela empresa: participa ativamente da Setracajo
e da Transpocred (Cooperativa de
Poupança e Crédito dos Transportadores de Carga de Santa Catarina).
55
É o tamanho
da frota de
caminhões
da Aceville
Transportes.
13
É o número
de empresas
que estão
participando do
projeto Cidade
dos Transportes.
60%
Vai ser o
crescimento da
capacidade de
movimentação
de cargas, com
a nova sede.
CARLOS JÚNIOR
Ação social
A preocupação da Aceville não
se restringe aos negócios. A transportadora se envolve em causas
sociais. No ano passado, participou de parceria com outras 15
2009
Em novembro,
inaugura
unidade própria
em Itajaí
Obras das novas instalações da Aceville
Transportes estão entrando na reta final
2010
Em setembro, inaugura
unidade própria em Palhoça,
na região metropolitana
de Florianópolis.
2011
Início das obras
da nova sede
própria, na matriz,
em Joinville.
2014
Entrada em operação da
nova sede própria, em
Joinville, que contará com
um terminal de cargas.
54
“O desafio é
manter as marcas
tradicionais
adaptadas às novas
realidades sem
perder a tradição
do produto.”
ROGÉRIO SOUZA JR.
Adriano Bornschein
Silva, presidente do
Laboratório Catarinense
Adriano Bornschein Silva representa a nova geração da
família no comando do Laboratório Catarinense
Atividade
Fabricação de
medicamentos
alopáticos para
uso humano.
213
Funcionários.
Inovar sem
perder a tradição
Com marcas fortes entre os consumidores,
Laboratório Catarinense investe em
pesquisas para garantir o futuro
www.labcat.com.br
1919
Bornschein cria, com um
sócio, a Farmácia Minerva, em
Curitiba. Três anos depois,
se instala em Joinville.
Um armário de estilo antigo,
de madeira de lei, chama a atenção de quem entra na recepção
do Laboratório Catarinense. Nele,
passado e presente se confundem. Sessenta e oito anos de
história da empresa estão nas
prateleiras. Marcas de produtos
farmacêuticos
comercializadas
desde o tempo dos nossos avôs
se juntam a produtos desenvolvidos nos últimos anos. Todos tem
um ingrediente comum: plantas
tipicamente brasileiras.
A mistura de tradição e inovação representada pelo armário
tem um novo guardião: Adriano
Bornschein Silva, 35 anos, o novo
presidente da empresa. Ele assumiu o cargo neste ano, em substituição ao pai, Ney Osvaldo Silva
Filho. As raízes familiares da empresa são mais profundas. Elas
têm origem no bisavô de Adriano,
que, em 1919, foi um dos criadores
da Farmácia Minerva, em Curitiba.
O desafio do executivo é o de
manter a sintonia entre tradição
e inovação. A nova função tem
tomado seu tempo. Tanto é que
tem se dedicado menos para um
de seus hobbies, que é o de ser
bombeiro voluntário. Ele gostaria
1941
A Farmácia Minerva compra a Farmacia
Leão. Com ela, são adquiridos
equipamentos que permitem a
fabricação de medicamentos.
1942
A Farmácia
Minerva passa a se
chamar Farmácia
Catarinense.
55
de ter mais tempo para poder participar dos plantões, que duram 12
horas. “Em media, tenho participado de um por mês.” Mesmo assim,
pelo menos seis horas por semana
são dedicadas para a corporação,
onde é coordenador dos bombeiros mirins.
Na empresa, a principal preocupação é com a consolidação
do segmento farmacêutico. Para
acompanhar as novas tendências,
a prioridade é dar ênfase para a
inovação. Produtos que podem
ser lançados daqui a cinco, dez
anos já começam a ser pensados,
pesquisados ou testados.
Um dos principais estudos em
andamento é sobre uma nova fórmula derivada de um dos mais tradicionais produtos da empresa, o
Catuama, feito a partir de três plantas: a catuaba, o guaraná e a marapuama. O medicamento surgiu, em
1978, como ajuda para combater o
cansaço físico e mental.
O novo conceito está sendo
testado como alternativa ao combate a problemas cardíacos e a
depressão leve. As pesquisas contam com o apoio dos professores
Irineu Velasco, do HC-SP (Hospital
das Clínicas de São Paulo), e João
Batista Calisto, da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
As primeiras pesquisas sobre
o novo uso começaram em 1995.
Agora, os testes com pessoas estão na primeira fase. O Laboratório Catarinense e a UFCE (Universidade Federal do Ceará) fizeram
uma parceria com o objetivo de
avaliar qual é a dosagem ideal.
A autorização foi dada pela
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em abril. Noventa pessoas estão participando. A
expectativa é de que o relatório
final do estudo seja divulgado até
dezembro. Mais testes serão necessários antes da nova aplicação
do novo produto chegar para os
consumidores.
Uma segunda fase está prevista. O objetivo é comprovar a eficácia do medicamento em humanos.
A expectativa do executivo é de
que o medicamento esteja no mercado em cinco anos.
1945
Ministério da Saúde determina a
divisão das empresas que fabricam
e vendem medicamentos. Surge
o Laboratório Catarinense.
1951
A empresa
se muda
para a sua
atual sede.
Novos consumidores
As marcas tradicionais são o carro-chefe do Laboratório Catarinense. “O desafio é mantê-las adaptadas às novas realidades sem perder
a tradição do produto”, diz o presidente, Adriano Bornschein Silva.
Uma das estratégias é dar muita ênfase na comunicação com os
novos consumidores. Outra aposta
é a de reforçar a presença no segmento de suplementos alimentares.
“A preocupação com saúde e a boa
alimentação esta em alta entre os
brasileiros. É um segmento que vai
crescer muito”, diz Adriano Silva.
Um dos trunfos para crescer
ainda mais neste mercado é a tradição. O Laboratório Catarinense
é uma das empresas mais antigas
nesta área.
Ações sociais
O Laboratório Catarinense está
envolvido com o Instituto A Fonte
da Alegria, que desenvolve ações
sociais destinadas a ampliar a consciência social dos colaboradores. As
ações são voltadas para a melhoria
da qualidade de vida de famílias,
crianças, jovens, adultos e idosos.
Adolescentes em situação de
vulnerabilidade social são atendidos
no projeto Pelotão Mirim; o instituto
ajuda a manter o Asilo Vila Vicentina. Outros programas desenvolvidos são a Campanha do Agasalho
e o Cata Quilo, de apoio a famílias
necessitadas. Um coral, que integra
os trabalhadores de diferentes áreas, também é mantido.
8 milhões
É a quantidade
anual de itens
fabricados pelo
Laboratório
Catarinense.
5 a 10
anos
É o tempo
médio de
desenvolvimento
de um produto.
1995
Foi quando
começou o
desenvolvimento
dos estudos da
nova aplicação
da Catuama.
DIVULGAÇÃO LABORATÓRIO CATARINENSE
Linha de produção do Laboratório Catarinense
1980-90
Grandes campanhas de
divulgação ampliam o alcance
das principais marcas do
Laboratório Catarinense no país.
2000
Iniciam-se as
exportações para
paises das Américas,
Europa e Ásia.
2013
Adriano Silva
assume o comando
do Laboratório
Catarinense.
56
“Somos beneficiados
pelo efeito batom.”
CARLOS JUNIOR
André Bornschein Silva,
presidente da AB Plast
Bons números da indústria da beleza animam André Bornschein Silva,
presidente da AB Plast, que projeta crescimento de 40% nas vendas em 2013
Atividade
Produção de
embalagens de
material plástico.
350
Funcionários.
Embalando
a beleza
Uma das principais fornecedoras brasileiras de
embalagens para cosméticos, a AB Plast acelera
investimentos para atender à demanda crescente
www.abplast.com.br
Um dos hobbies do executivo André Bornschein Silva, presidente da
AB Plast – uma das maiores empresas
fornecedoras de embalagens para a
indústria de perfumaria e cosméticos
–, é o automobilismo. Ele já foi corredor de kart. E é capaz de passar horas
discorrendo sobre os últimos lançamentos no segmento esportivo. Esta
paixão encontra um paralelo na empresa que dirige. A ordem, em uma
das maiores empresas fornecedoras
de embalagens para a indústria de
perfumaria e cosméticos, é pisar fundo no acelerador.
A empresa está investindo na
modernização e ampliação do parque fabril, para atender à demanda
crescente e ao maior nível de exigência das maiores empresas do
segmento de produtos de beleza.
Um dos focos é a compra de equipamentos no exterior
A indústria da beleza está em
um ótimo momento. As vendas de
artigos de perfumaria, cosméticos
e farmacêuticos cresceram 14,67%
nos sete primeiros meses do ano em
relação ao mesmo período de 2012,
segundo o IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística). É uma das
maiores altas no comércio.
A tendência é de que esta alta
continue. Algumas das maiores empresas do setor, que são clientes da
AB Plast, estão reforçando investimentos em marketing neste segundo
semestre. Elas pretendem expandir
a capacidade produtiva no Brasil, o
terceiro maior mercado mundial de
cosméticos, ficando atrás apenas dos
1982
A partir de uma fábrica de embalagens de vidro, surge a AB Plast,
produtora de frascos, potes, tampas e batoques. O primeiro cliente
foi o Laboratório Catarinense. As iniciais da empresa homenageiam
Alberto Bornschein, bisavô de André Bornschein Silva.
57
Estados Unidos e do Japão. Em nichos
como perfumaria e desodorantes, a
liderança nacional é absoluta.
São estes fatores que fazem com
que o executivo não se preocupe
com o fraco desempenho da economia brasileira. A expectativa dele é
de que os negócios da AB Plast cresçam em torno de 40% neste ano.
“Somos beneficiados pelo efeito batom”, diz ele, referindo-se à
expressão, cunhada em 2001 por
Leonard Lauder, executivo da Estée
Lauder, que mostra que, mesmo
em tempos de crise, as vendas de
cosméticos e artigos de perfumaria
permanecem em alta. Nos últimos
dez anos, a economia brasileira cresceu 42%, enquanto os gastos com
a indústria de beleza aumentaram
124%, segundo a empresa de análise
de mercado Data Popular.
“Naturalmente, as vendas crescem quando a economia está em
alta. E em tempos mais complicados,
as pessoas não deixam de comprar
para poder ajudar aquele parente
ou amigo que encontrou uma fonte
de renda na venda porta a porta”, diz
André Bornschein Silva.
A produção da empresa não
se restringe ao segmento de perfumaria e cosméticos. Os frascos de
polietileno, polipropileno, PVC, PET
e Adflex também são direcionados
para os segmentos farmacêutico, alimentício e químico.
O design faz a diferença
O design é um dos instrumentos usados para seduzir os consumidores na hora de comprar perfumes e cosméticos. Os principais
clientes já vêm com os projetos dos
moldes prontos, afirma o presidente da AB Plast. Mas, para os demais,
são desenvolvidas ideias em conjunto. “É um trabalho que envolve
uma equipe jovem e dinâmica, que
está mostrando serviço.”
As ideias que serão aplicadas em
2014 já começaram a ser desenvolvidas. Segundo o presidente da empresa, é um trabalho que demora de seis
meses a um ano, entre as primeiras
conversas com os clientes e o lançamento do projeto no mercado.
A experiência de mais de 30
anos da empresa no segmento faz
com que muitas ideias já venham
do feeling. Contudo, há inspirações que vem de fora. E uma das
formas é visitando feiras como a
K – International Trade Fair No. 1
for Plastics and Rubber Worldwide,
que é realizada em Dusseldorf, na
Alemanha. A primeira vez foi em
1994. Desde então, a empresa vem
participando do evento, que ocorre
a cada três anos.
A preocupação com os detalhes
vem garantindo a conquista de prêmios junto aos clientes. Em 2009, foi
o melhor fornecedor da Natura. No
ano passado, foi o segundo.
No Boticário, a empresa tem recebido sucessivas avaliações na categoria prata, uma das melhores. Além
do design, essas avaliações também
levam em consideração aspectos
como a qualidade, a logística, a inovação, a competitividade, o atendimento e a responsabilidade social.
124%
DIVULGAÇÃO AB PLAST
Foi o crescimento
da indústria
da beleza nos
últimos dez
anos, segundo
a consultoria
Data Popular.
21,4%
Linha de produção da AB Plast, no bairro América, está em fase de modernização para atender
à expansão da demanda das indústrias brasileiras de cosméticos e perfumaria
Final dos anos 80
Diversificação
da carteira de
clientes.
1994
Participa pela primeira vez
da feira K, na Alemanha. O
evento lança tendências
para o segmento plástico.
2002
Conquista a certificação
SA 8000, voltada para
a responsabilidade
social.
2009
A AB Plast é
premiada como a
melhor fornecedora
da Natura.
Foi o crescimento
nas vendas das
franquias do
segmento de
beleza em 2012,
segundo a ABF
(Associação
Brasileira de
Franchising).
2012
A AB Plast é premiada
como o segundo
melhor fornecedor
da Natura.
60
“Vale a pena a
existência da
empresa, quando
as pessoas que
nela trabalham
conseguem crescer
e desenvolver e
melhorar a sua
condição social.”
CARLOS JUNIOR
Adelir Alves, diretor
da Plasticoville
Uma das principais preocupações de Adelir Alves, à frente da Plasticoville,
é com a qualidade, que é decisiva para garantir o crescimento
Atividade
Soluções em
peças técnicas,
injeção, sopro
e extrusão.
290
Funcionários.
Aproveitando
oportunidades
Capital, conhecimento de mercado e processos
e apoio da família fizeram Adelir Alves criar a
Plasticoville, fornecedora de peças plásticas
A partir da experiência adquirida em uma fabricante de tubos
e conexões, Adelir Alves enxergou
a possibilidade de ter o próprio
negócio. Na primeira metade dos
anos 90, havia uma forte demanda na transformação de termoplásticos e poucas empresas atuando no setor.
Foi nesse cenário que surgiu
a Plasticoville, que atualmente
fornece peças plásticas para empresas que as utilizam no seu produto final. São companhias dos
segmentos automotivo, náutico,
agroindústria, construção civil,
eletroeletrônico, eletrodoméstico,
médico-hospitalar, motobombas,
motocompressores, odontológico,
alimentício, embalagens, telecomunicação e refrigeração.
Quatro fatores foram fundamentais para Adelir dar os primeiros passos: o capital para comprar
a primeira injetora, o conhecimento do mercado e do processo de
transformação de plásticos e o
apoio de seus filhos, Juarez e James, que se tornaram sócios e diretores da Plasticoville. A tradição
familiar continua. Outro filho, Johnatas, cuida da gestão ambiental,
www.plasticoville.com.br
1993
Adelir Alves sai do emprego em uma grande
empresa para abrir a Plasticoville. O objetivo
é de transformar e comercializar produtos
e serviços ligados aos termoplásticos.
1994
A empresa começa a funcionar. James
Ademir Alves e Juarez Adelir Alves, filhos
de Adelir, juntam-se ao empreendimento.
O cliente inicial foi a Docol.
61
e o neto Jhuan é analista de manufatura e de custos.
Adelir, que em 1993 era gerente de produção de uma grande
empresa do ramo plástico, lembra:
“Muitos vinham me pedir para ajudá-los a encontrar um fornecedor
para fabricar suas peças plásticas.”
Para atendê-los e ciente da carência, criou a Plasticoville. O objetivo
era de suprir a demanda das empresas que usavam peças plásticas no processo de produção, os
fabricantes de produtos finais de
diversos ramos da indústria.
O primeiro investimento, em
novembro de 1993, foi a compra
de uma injetora e seus periféricos.
O ritmo do trabalho começou bem
acelerado, com a ajuda dos dois
filhos. “A nossa mesa de refeições
passou a ter, também, outras utilidades: sala e mesa de reuniões.”
Todos faziam um pouco de tudo:
produção, compras, vendas, qualidade, administração e financeiro.
No terceiro mês, havia serviço
para abrir mais um turno. Desde
então, a Plasticoville está em um
processo de expansão em suas atividades.
O que incomodava Adelir, no
início de seu empreendimento, era
quando um amigo lhe perguntava:
“Como está a fabriqueta?” A resposta vinha rápido: “Não é o fato
de ser uma pequena empresa que
a transforma em fabriqueta.”
O principal argumento que
Adelir usava para defender a Plasticoville era a forte preocupação
com a qualidade da organização.
“É preciso dar respostas às demandas do cliente, não importa o
tamanho ou ramo, e dar atenção
às obrigações da empresa. Um pequeno negócio pode ser uma grande empresa em conteúdo.”
Segundo ele, a qualidade sempre recebeu atenção especial. Este
cuidado foi um dos fatores determinantes do crescimento e viabilidade da Plasticoville. Atualmente,
são mais de 1.000 itens produzidos, pelos processos de injeção,
sopro, extrusão, montagem e acabamento superficial, gerando 290
postos de trabalho.
ARQUIVO PLASTICOVILLE
Família de Adelir Alves participa do dia a dia da Plasticoville
1995
A Plasticoville
se instala na
sua primeira
sede própria.
1998
Começa a participar da Interplast – Feira e Congresso de
Integração da Tecnologia de Plástico, em Joinville. O evento
é um dos principais do segmento no Brasil e serve para
reforçar o relacionamento com os clientes e os fornecedores.
Na estratégia de crescimento, a Plasticoville optou por não
ter um produto próprio. “Foi uma
condição necessária para ter um
único foco: o cliente-empresa. Se
tivéssemos uma linha própria viria
conflitar na hora de vender, programar, produzir e entregar.”
A empresa atua no desenvolvimento e melhoria de peças técnicas com o objetivo de aperfeiçoar o
funcionamento e reduzir custos. O
propósito é continuar a ser um excelente transformador e fabricante para atender às exigências dos
clientes, a maioria líder mundial
em seus segmentos. “Isto exige a
fabricação de peças em plásticos
de engenharia, com características
aparentes, controles dimensionais
e acabamentos especiais.”
Perspectivas
A perspectiva de crescimento
e desenvolvimento da Plasticoville
está atrelada à economia do Brasil.
“Se o país estiver com a economia
em crescimento, significa mais trabalho nas fábricas, no comércio e
na prestação de serviços”, diz Adelir
Alves.
As expectativas são animadoras
para os próximos anos. Elas são alavancadas pelos investimentos que a
BMW e a General Motors farão no
Norte do Estado.
“Isto dá prestigio para a indústria da região”, diz o empresário.
Para ele, estes novos empreendimentos podem gerar um efeito multiplicador com a atração de mais fábricas, estabelecimentos comerciais
e prestadoras de serviços.
Outro impacto imediato, na avaliação de Adelir Alves, é que este
cenário vai resultar em uma grande
oportunidade de crescimento para
quem estiver preparado.
2001
A Plasticoville
conquista a
ISO 9001.
Cinco
São as áreas
de atuação da
Plasticoville:
injeção, sopro,
extrusão,
montagem e
acabamento.
Quatro
É o número
de entidades
às quais a
Plasticoville
é filiada: Acij,
Acomac,
Ajorpeme e
Sindipeças.
2013
O bom momento da
indústria automobilística
faz a Plasticoville aumentar
quadro de funcionários.
CARLOS JUNIOR
62
Atividade
Gestão dos Santos Anjos é feita pelas irmãs Oliva (E) e Anna Maria (D) e por Adelina Dalmônico (C)
Ensinos infantil,
fundamental
e médio.
Valores para sempre
131
O centenário Colégio dos Santos Anjos
aposta na tecnologia para reforçar princípios
humanistas, éticos e religiosos
Funcionários.
1907
O monsenhor José
Sundrup funda a
Escola Paroquial.
1909
As irmãs da Divina
Providência
assumem a escola.
As pioneiras
foram as irmãs
Fidelis, Leonilla,
Evangelista e
Lintrudis.
Os corredores do Colégio dos
Santos Anjos guardam muitas histórias. Várias gerações de alunos
passaram por ali, desde que o
monsenhor José Sundrup, segundo pároco de Joinville, criou a Escola Paroquial, em 1° de agosto de
1907, com 32 alunos. As instalações
iniciais eram a sacristia da Igreja
Católica e algumas salas alugadas.
Hoje, o prédio de 8.000 metros
quadrados abriga 1.535 alunos.
O principal objetivo do colégio
www.santosanjos.g12.br
1914
Inaugurado o
prédio próprio.
é o de reforçar os princípios que
o nortearam ao longo dos mais
de cem anos de história. “O que
sustenta a instituição são os valores humanistas, éticos e religiosos
com os quais trabalhamos”, diz a
irmã Anna Maria Petermann, vice-gestora da instituição.
Para manter a continuidade da
tradição e perpetuar os princípios,
em meio a um cenário de profundas
transformações, o Colégio dos Santos
Anjos adota práticas empresariais na
1934
A Escola
Paroquial se
torna o Colégio
dos Santos Anjos.
gestão. A principal ferramenta, implantada em 2000, é o planejamento
estratégico, que estabelece objetivos,
metas e índices de controle.
Os primeiros passos neste sentido começaram em 1978, com a
implantação do projeto político-pedagógico participativo, que envolve
professores, pais e alunos. Ele é
feito em conjunto com outros três
estabelecimentos que a congregação das Irmãs da Divina Providência
mantém no Estado: o Sagrada Família, em Blumenau; o Stella Maris, em
Laguna; e o São José, em Tubarão.
As prioridades para o Colégio
dos Santos Anjos, segundo a gestora, Adelina Dalmônico, são reforçar a qualificação acadêmica e hu-
1942
Estrangeiros são proibidos de dar aula. Como as professoras
eram irmãs alemãs, a congregação coloca o colégio à
disposição da diocese. As Irmãs Vicentinas assumem. O
nome muda para Escola Normal São Vicente de Paula.
63
“O que sustentou a
instituição foram os
valores humanistas,
éticos e religiosos com
os quais trabalhamos.”
Irmã Anna Maria Petermann, vicegestora do Colégio dos Santos Anjos
“Aconteça o que
acontecer, estou
nas mãos de Deus
e Nele confio.”
Irmã Oliva Cerrutti,
coordenadora
administrativa do Colégio
dos Santos Anjos
Padre Eduardo Michelis
(1813-1855), fundador da
Congregação das Irmãs
da Divina Providência
Mata atlântica
O prédio da avenida JK, no Centro da cidade, é a face mais conhecida do Colégio dos Santos Anjos.
Mas, no pé da Serra do Mar, em
meio à mata atlântica, a instituição
mantém o Recanto Nazaré, uma
área de 102 mil metros quadrados.
“É um local encantador, cheio de
bromélias e outras espécies nativas”, diz Adelina Dalmônico.
A área, localizada a 15 quilômetros da sede da instituição de ensino, foi adquirida há 25 anos. Ela
é utilizada para complementar as
aulas. O objetivo é possibilitar que
crianças e jovens tenham contato
direto com a terra, os animais e as
plantas e possam ter mais opor-
DIVULGAÇÃO SANTOS ANJOS
mana, para continuar sendo uma
referência regional. “Isto passa por
enriquecer o currículo, atualizar
constantemente a tecnologia empregada na sala de aula e atualizar
a estrutura física”, afirma.
Uma das possibilidades em estudo é a de ampliar o número de aulas
de línguas estrangeiras, motivada pela
exigência do mercado de trabalho.
Outra é incorporar os tablets no
dia a dia das atividades escolares.
Também está em estudo a possibilidade de aumentar o número das
aulas no colégio, para enriquecer
ainda mais as experiências vividas
pelos alunos. “É preciso estar inovando constantemente”, resume
a coordenadora administrativa, a
irmã Oliva Cerrutti.
“É preciso
estar inovando
constantemente.”
Recanto Nazaré é utilizado para complementar as atividades de ensino
1958
As Irmãs Vicentinas colocam a escola à disposição
da diocese. Dom Gregório Warmeling pede que
a Congregação da Divina Providência assuma a
instituição, que volta a ser o Colégio dos Santos Anjos.
1978
Implanta
o projeto
políticopedagógico.
tunidade de socialização com os
colegas e de vivenciar a dimensão
social da preservação ambiental.
Causas sociais
O Colégio dos Santos Anjos
está vinculado à congregação religiosa das Irmãs da Divina Providência, de origem alemã, que é
mantenedora de outros três colégios no Estado, quatro hospitais
– Nossa Senhora da Conceição,
em Blumenau; Santa Isabel, em
Tubarão; Hospital São José e Maternidade Chiquinha Galotti, em
Tijucas; e Hospital e Maternidade
São José, em Jaraguá do Sul –, e
outras obras sociais.
A congregação foi fundada em
1842, pelo padre Eduardo Michelis, em Münster, na Alemanha, com
o objetivo inicial de se dedicar ao
cuidado de órfãos.
As primeiras irmãs chegaram
ao Brasil em 1895 para atender
às necessidades dos imigrantes
alemães nas áreas de saúde e educação. Inicialmente, instalaram-se
em Blumenau e Tubarão. Depois
foram para Florianópolis e Joinville. Foi a partir de Santa Catarina
que elas se espalharam por 11 Estados brasileiros. No mundo, estão
presentes também no Paraguai,
Bolívia, Alemanha, Holanda, Indonésia e Malawi (África).
2000
Adota o planejamento estratégico.
2007
Centenário da fundação.
1.535
É o número
de alunos
matriculados no
colégio, dos quais
130 estão no
ensino integral.
8.000
É a área
construída,
em metros
quadrados, do
Colégio dos
Santos Anjos.
4
É o número
de irmãs da
Congregação
da Divina
Providência
que trabalham
no Colégio dos
Santos Anjos.
2008
Equipe formada por Adelina Dalmônico e pelas irmãs
Anna Maria Petermann e Oliva Cerrutti assume a direção,
com a missão de manter a dedicação e o compromisso
com a educação das crianças e jovens joinvilenses.
64
“O escritório tem ar
rarefeito. Se a gente
quer respirar tem
que ir para a loja.”
CARLOS JUNIOR
Clayton Salfer,
presidente da Salfer
Clayton Salfer projeta um bom desempenho da rede
em 2013: “Crescimento vai ser de dois dígitos”
Atividade
Comércio varejista
de móveis,
eletrodomésticos e
eletroeletrônicos.
3.000
Funcionários.
Apaixonados
por crescer
Salfer cresceu oito vezes nos últimos dez
anos e se prepara, a partir do novo centro de
distribuição, para uma nova fase de expansão
Crescer oito vezes em dez anos
não é para qualquer um. A expansão
registrada pela Salfer, uma das principais varejistas de móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos do Sul do
país, é de dar inveja até para chinês. É
como se a cada 1.200 dias, dobrasse
de tamanho. O resultado foi obtido
com uma estratégia de forte expansão em Santa Catarina e no Paraná.
Em 2002, eram 22 lojas, hoje são 176.
O momento para a empresa, que
completou 55 anos em 28 de fevereiro, é de continuar avançando. “Novos
mercados estão sempre presentes no
nosso radar”, diz o presidente da Salfer, Clayton Salfer. E uma peça-chave
para garantir a continuidade do forte
crescimento é o novo centro de distribuição que está em construção às
margens da BR-101, em Joinville.
O empreendimento, que será o
terceiro depósito da empresa, vai ser
inaugurado neste ano. A capacidade
de estocagem será ampliada em 60%.
“Isto nos dará mais fôlego para a expansão”, afirma o executivo.
Para este ano, a expectativa é de
ter um crescimento de dois dígitos,
apoiado na expansão das vendas
das lojas existentes e em ampliação
da produtividade. É um desempenho bem superior ao do mercado.
Nos 12 meses encerrados em julho,
o volume de vendas de móveis e
eletrodomésticos no comércio catarinense cresceram 6,41% em relação ao período anterior, segundo o
www.salfer.com.br
1958
Alfredo e Eleusa Salfer abrem a primeira loja em Joinville
e recebem um prêmio da Monark – viagem para
assistir à Copa do Mundo na Suécia –, que é trocado
por produtos para o estabelecimento comercial.
1996
Consolidada em Joinville,
com seis lojas, abre a
primeira unidade em
outra cidade: Blumenau.
2001
Com 21 lojas, entra no Paraná: início foi
em São José dos Pinhais. Inaugura o
Centro Administrativo e de Distribuição
Alfredo Salfer, na zona Norte de Joinville.
65
IBGE. E no Paraná, houve uma retração de 1,94%.
O cenário de baixo crescimento
da economia brasileira – 2,2% para
este ano, segundo o último Relatório Focus do Banco Central – e as
margens de lucro mais reduzidas
por causa da disputa maior pelo
cliente não são fonte de grande preocupação para o executivo. “Grande
concorrência é um cenário com o
qual temos de conviver. Quem trabalha com produtos de consumo
vive esta realidade”, diz ele.
O bom ânimo é reforçado pela
situação de pleno emprego que
vive a economia brasileira. Ele
avalia que esta situação vai persistir por um bom tempo. “Ainda
vai acontecer muita coisa boa.”
Um dos impactos imediatos para a
Salfer deverá ser a necessidade de
contratar mais gente.
Outro reforço, segundo ele,
deve vir do Programa Minha Casa
Melhor. A Caixa estabeleceu uma
linha de crédito facilitada para a
compra de móveis e eletrodomésticos. A instituição financeira libera
até R$ 5.000, a juros de 5% ao ano,
para pagamento em até 48 vezes
(quatro anos).
vel de exigência e de informação do
consumidor. “É preciso estar comprometido com o cliente, conhecer
bem as suas necessidades e fidelizá-lo”, afirma. Desta forma, segundo
ele, será possível sentir bem as tendências do mercado e ajustar o mix
de produtos. Anualmente, a rede
faz um milhão de vendas.
É a partir desse conhecimento
do que pensa o consumidor que a
varejista toma suas decisões estratégicas.“O escritório tem ar rarefeito. Se a gente quer respirar tem que
ir para a loja”, costuma dizer, para
mostrar a necessidade de estar na
linha de frente.
A Salfer foi pioneira a introduzir
o conceito de loja-escola. É uma área
no centro da cidade, onde os funcionários são treinados constantemente para conhecer melhor o consumidor. Pela primeira vez nos 55 anos
de história, a varejista está enviando
colaboradores para realizar cursos
nos Estados Unidos, França e Japão.
O objetivo é de trazer novos conhecimentos para serem multiplicados
no quadro funcional.
Além da preocupação com a
capacitação, a empresa aposta na
meritocracia como forma de valorização dos funcionários e para
ampliar os negócios. Clayton Salfer
exemplifica, contando que pessoas
que começaram como vendedor
ocupam, hoje, cargos de gerência e
diretoria.
“Oferecemos um salário diferenciado e temos um programa de remuneração variada (bônus por desempenho) focado nos resultados
obtidos com os clientes.”
Responsabilidade social
Além dos negócios, outra preocupação da Salfer está na responsabilidade social. “É preciso contribuir
para o futuro, mirando uma sociedade melhor”, destaca Clayton Salfer.
Há 13 anos, é desenvolvido o programa Salfer Solidária, que é mantido
pelos funcionários da empresa.
O foco é ajudar instituições que
atendem a crianças e adolescentes.
Quarenta e sete entidades catarinenses e paranaenses, como a Fundação Pauli-Madi, de Joinville, são
beneficiadas com ajuda financeira.
176
É o número de
lojas da Salfer,
que atua em
Santa Catarina
e no Paraná. Ela
está presente
em 132 cidades.
2,9
É o tamanho,
em milhões,
da carteira de
clientes da Salfer.
DIVULGAÇÃO SALFER
Investimento nas pessoas
Para não ficar dependente do
sobe-e-desce dos números da economia, a Salfer adota como estratégia o
forte investimento no capital humano. Nos últimos dois anos, foram aplicados R$ 4 milhões. “São as pessoas
que ajudam a fazer a diferença em relação à concorrência”, diz o presidente, Clayton Salfer. Atualmente, são
3.000 funcionários em 132 cidades
do Paraná e Santa Catarina.
Um dos fatores que reforçam a
preocupação com o treinamento e
a capacitação é a ampliação no ní-
2004
Implanta o SAC e amplia
o centro de distribuição,
que passa a ter 12.500
metros quadrados.
Funcionários da Salfer fazem, anualmente, um milhão de vendas
2008
Comemoração
de 50 anos.
2009
Criação da Loja-escola
Salfer, voltada para a
capacitação e treinamento
dos funcionários.
2010
Amplia novamente a capacidade
de armazenagem na central
de distribuição, que passa a
ter 27 mil metros quadrados.
2012
A Salfer se associa à Máquina
de Vendas e passa a integrar
a maior rede varejista do
país, com 1.100 lojas.
CARLOS JUNIOR
66
Coleção inspirada no filme “Aviões” é o mais recente lançamento da centenária Lepper, que
tem Maria Regina Loyola Alves à frente, representando a quinta geração da empresa
Voando nos
sonhos da
criançada
Atividade
Produtos para
cama, mesa
e banho.
800
Funcionários.
Licenciamento de
marcas é uma das
principais estratégias
da centenária Lepper
para garantir bons
resultados em um
segmento em profunda
transformação
O que o filme “Aviões”, a nova
animação da Disney, que estreou
nos cinemas brasileiros em 13 de
setembro, tem a ver com a Lepper,
uma das mais tradicionais empresas joinvilenses? Tudo!
A história do aviãozinho Dusty,
que sonha em competir como piloto
de altitude sem ter sido projetado
para isso, faz parte da estratégia
de expansão dos negócios da companhia centenária. O licenciamento
de marcas famosas entre a criançada foi a alternativa que a empresa
encontrou para expandir a presença em um mercado que se tornou
turbulento a partir de meados da
década passada, quando a OMC
(Organização Mundial do Comércio)
extinguiu o sistema internacional de
quotas para os têxteis.
O que se seguiu foi uma situação
extremamente desafiadora para as
têxteis. Artigos chineses ocuparam
o espaço de itens brasileiros no exterior. A produção nacional foi direcionada para o mercado interno. A
demanda crescente não conseguiu
absorver a oferta da indústria nacional. As margens foram ficando cada
vez mais espremidas.
Metade do mix de produtos
fabricados pela Lepper está destinada ao público infantil. “Hoje, a
Lepper tem o melhor portfólio voltado nesta área”, diz a presidente,
www.lepper.com.br
1852
Hermann Otto August Lepper chega,
aos 12 anos, com a família no Brasil. Os
Lepper eram originários da SchleswigHolstein, no Norte da Alemanha
1907
Aos 65 anos, Hermann
Otto August Lepper funda a
tecelagem no mesmo terreno
onde ela se encontra hoje.
1930
Otto Eduardo Lepper, filho de Hermann,
assume o comando da Lepper. Ele
fica à frente da empresa até 1958. A
empresa já tem abrangência nacional.
67
“O nosso foco é a rentabilidade.
Nossa missão é a de levar a beleza
para a casa dos brasileiros.”
Maria Regina Loyola Alves, presidente da Lepper
Maria Regina Loyola Alves.
Dusty está em muito boa companhia. Ao lado dele estão ícones da
garotada como Barbie, Monster High,
Hello Kitty, Moranguinho, Homem
Aranha, Ben 10, Hot Wheels, Sininho,
Ariel, Rapunzel, Marie e Jollie, por
meio da Lepper Kids.
“Aviões” não é a única novidade
da Lepper. Em junho, obteve o licenciamento da marca Patati Patatá. Os
palhaços que conquistaram a criançada estampam jogos de cama, colchas, edredons e toalhas. Os artigos
já estão no mercado. “Estamos encantando as crianças”, diz a executiva, que representa a quinta geração
da família à frente da empresa.
Com os licenciamentos, a Lepper
obteve um posicionamento diferenciado. A prioridade é atuar na produção de itens em que a rentabilidade
é maior. É o caso da linha de roupões, que faz parte da Lepper Home.
A empresa é a maior fabricante da
América Latina. “Os felpudos não sofrem concorrência da China”, ressalta o diretor comercial, Ênio Kohler.
A estratégia de focar na rentabilidade está levando a Lepper a se
desverticalizar. Atualmente, 70% da
produção vêm da fábrica na região
central de Joinville. Quinze porcento
são importados da China e o restante é terceirizado com fornecedores
catarinenses.
Outra área de atuação da empresa é a linha Lepper Promo, que
oferece produtos diferenciados. “Ela
faz do brinde promocional um elo
entre a empresa e o consumidor.”
1945
Lepper chega
à primeira
centena de
colaboradores.
1948
É estabelecida
a Fiação São
Bento, no
Planalto Norte.
Compromisso com a beleza
A missão da empresa é a de levar
a beleza para a casa dos brasileiros. As
conquistas e experiências de sucesso
são resultado do aprimoramento tecnológico, pesquisas, alinhamento com
o perfil do consumidor e a preocupação com o bem-estar do público.
Um dos mercados considerados
mais atraentes é o do Nordeste. O
crescimento das vendas no varejo de
artigos têxteis e de confecções chega
a superar os dois dígitos. Segundo o
IBGE, as vendas nos 12 meses encerrados em julho cresceram 13,59%, em
relação ao período anterior, na BA;
13,28%, em PE; e 9,55% no CE.
Para atender a mercados como
esses, a Lepper está reforçando o
processo de interiorização da marca.
“Temos uma força de venda extremamente atuante, oferecendo um
produto que atende às necessidades
daquele mercado.” Atenção especial
é dedicada aos clientes de pequeno e
médio portes.
A possibilidade de atuar como
varejista, a exemplo de outras têxteis,
não está no foco da Lepper. Segundo
Maria Regina, é um movimento que
exige muito cuidado.
articulador e primeiro presidente da
Acij. Quatro anos depois, a esposa,
Helena, idealizou o que viria a ser o
futuro Hospital Dona Helena.
Hoje, a empresa desenvolve os
programas Repet, de capacitação
artesanal, que incentiva a customização de material reciclável; o Casa
Solidária, que doa enxovais para
entidades beneficentes; e o Retalhos da Solidariedade, que capacita
clubes de mães, idosos e entidades
beneficentes conveniadas para produzir peças a partir de retalhos doados pela empresa.
Em 1987, o controlador da
Lepper, José Henrique Carneiro de
Loyola, criou a Fundação 12 de Outubro, uma organização de utilidade
pública sem fins lucrativos. Ela atua
na promoção da família, apoiando
crianças, adolescentes e idosos com
vulnerabilidade e risco social. Desde a fundação, disponibilizou mais
de R$ 25 milhões em ações sociais,
entre elas, o Ventura Residence, residencial para o público sênior, que
incorpora as mais modernas práticas de atendimento.
900
É o número de
itens produzidos
pela Lepper.
50%
É o percentual
do portfólio da
Lepper que é
voltado para o
público infantil.
CARLOS JUNIOR
Engajamento social
O engajamento com causas comunitárias faz parte da história da
Lepper. Quinze anos antes da fundação da empresa, a família participou da criação do Corpo de Bombeiros. Em 1911, Hermann Lepper foi o
1964
José Henrique Carneiro
de Loyola, casado com a
bisneta do fundador, assume
o cargo na diretoria
70% dos produtos com a marca
Lepper são fabricados em Joinville
1984
Às 15h32, de 21 de julho,
é desativado o último tear
adquirido da Alemanha em
1907 e instalado pelo fundador.
2005
Entra no segmento infantil. A
primeira marca licenciada foi
a “Bang on the Door”, popular
em artigos de papelaria.
2007
Completa
cem anos de
atividade.
Muito além dos dentes. Um espaço inovador, projetado
para buscar a beleza de sorrisos em uma harmonia entre
dentes, lábios, gengiva e traços faciais. E para isso dispomos
de tecnologias, materiais inovadores e uma equipe de
profissionais especializados prontos para restaurar, corrigir
imperfeições, clarear, substituir dentes perdidos, enfim, dar
ao seu sorriso a beleza e perfeição idealizada.
LEANDRO FERREIRA
70
Anagê Alves, diretor da imobiliária que leva o seu nome, comemora o bom momento do
mercado imobiliário joinvilense e a liderança nos segmentos em que atua
Bodas de prata da Anagê
Atividade
Imobiliária.
200
Funcionários.
1988
Anagê Alves sai da
multinacional onde
trabalhava como
executivo e abre,
na rua Visconde
de Taunay, a
imobiliária que leva
o seu nome. Era o
único funcionário.
Grande rede de contatos, paixão pela área imobiliária
e a preocupação com o futuro foram decisivos para
torná-la a maior empresa do setor em Joinville
Há 25 anos, Anagê Alves resolveu
trocar o ambiente corporativo – onde
era executivo de uma grande empresa
– pelo próprio empreendimento, uma
imobiliária. Quando era empregado,
parte das reservas era destinada a investir na construção de imóveis.
O objetivo era proteger o dinheiro
da inflação alta. Em 1988, os preços
aumentaram, em média, 21,59% ao
mês. Era como se dobrassem a cada
102 dias. “Quem não viveu aquele
tempo não consegue entender.”
O empresário foi tomando cada
vez mais gosto pelo ramo. A experiência de 16 anos na multinacional lhe
deu conhecimento para a nova empreitada. Outro trunfo era a grande
rede de contatos. Parte dos primeiros
clientes veio desse network. Inicialmente, dedicou-se a construir casas
para negociá-las. Foram quatro, antes
de decidir se especializar na venda. “As
obras tomavam bastante tempo.”
Os primeiros tempos foram complicados. O principal desafio era não
www.anageimoveis.com.br
deixar que a forte instabilidade econômica do início dos anos 90 derrubasse o empreendimento. Nos quatro
primeiros anos, até conseguir a exclusividade das vendas da Construtora
Camilotti, o país teve uma inflação de
26.904.010%
Naquele tempo, os anúncios
eram feitos em dólares. O dinheiro
das vendas tinha de ser rapidamente
depositado no banco, e colocado no
overnight, uma aplicação financeira
que oferecia remuneração diária.
“Sempre procurei tratar a imobiliária como um grande negócio”,
diz Anagê. O empresário destaca
que valores como confiança, credibilidade, segurança e transparência
na relação com seus clientes, par-
1992
Muda-se para a rua Jacob
Richlin. Imobiliária conta com seis
funcionários. Torna-se vendedor
exclusivo da Construtora Camilotti.
1994
Com oito
funcionários,
muda-se para a
rua 9 de Março.
71
“A liderança é uma posição sempre
visada. Não dá para descuidar.”
Anagê Alves, diretor da Anagê Imóveis
ceiros, fornecedores e profissionais
estão no DNA da empresa desde as
origens.
Um novo passo no processo de
diversificação da empresa aconteceu em 1996, quando entrou no
segmento de locação. O network
novamente foi fundamental. Os investidores compravam os imóveis
e deixavam para a Anagê alugá-los.
Em 1997, a imobiliária passou
a atuar na comercialização de empreendimentos de mais construtoras. O caminho para se beneficiar
do boom da construção civil estava
preparado.
O crescimento fez com que fossem desenvolvidas novas estratégias, aproveitando uma característica da empresa: a preocupação com
a fidelização de clientes por meio de
um atendimento diferenciado.
Uma das medidas foi a “regionalização”. Lojas foram abertas no
Floresta e no Santo Antônio. “Assim
passamos a atender melhor o cliente interessado nestas regiões. O
Norte já era uma área bem desenvolvida para a atividade e o Sul já
dava sinais de um forte potencial.”
A especialização também levou
a Anagê a criar, em 2009, uma unidade especificamente para a venda
de lançamentos. “A dinâmica dos negócios neste segmento é diferente.”
O desafio da liderança
O principal desafio da imobiliária é o de manter a liderança nos
mercados em que atua – as vendas
de imóveis prontos e na planta e de
1996
Entra no
segmento
de
locação.
aluguéis. “É uma posição sempre visada. Não dá para descuidar”, destaca Anagê Alves.
Para isso, duas medidas foram
tomadas. A primeira é a investir na
capacitação profissional. A segunda, de estar atento para reforçar a
estrutura física. Novas lojas podem
ser implantadas no médio prazo.
Se depender das expectativas
para os próximos anos, não deverá haver dificuldade por causa dos
investimentos que estão chegando à região. Mais empregos, novos
empreendimentos e mais negócios
sendo desenvolvidos devem ser as
faces mais evidentes deste cenário.
E um segmento que deve ser beneficiado é o imobiliário. “Joinville ainda tem muito para crescer. A cidade
tem poucos prédios e condomínios
horizontais de médio e alto padrão.”
Outro fator que favorece a atividade é a expansão das instituições
de ensino superior na cidade, como
a Católica de Santa Catarina, a Unisociesc, a Udesc, a UFSC e a Univille. “Isto é muito importante para a
cidade. A maioria das pessoas que
vão estudar vem de fora e acaba
comprando ou alugando imóvel.”
lorização do imóvel, o retorno pode
superar os 16% ao ano.
A poupança, a mais tradicional
das aplicações financeiras, teve um
rendimento anual de 6% nos últimos 12 meses, o que corresponde
a uma valorização de 0,49% ao mês.
As ações acumulam uma desvalorização de 11,51%, desde outubro
de 2012. Os fundos de investimento
oferecem uma remuneração líquida
média de 0,54% ao mês, ou 6,68%
ao ano, segundo cálculos da Anefac
(Associação Nacional dos Executivos
de Finanças, Administração e Contabilidade). O ganho real com os investimentos é pequeno. A inflação medida pelo IGPM, calculada pela FGV, foi
de 4,4% nos últimos 12 meses.
Anagê projeta que os ganhos
devem continuar bons ao longo
dos próximos anos. A expectativa
é de que os imóveis em Joinville tenham uma valorização de 10%, em
2013, enquanto o IGPM deve encerrar com uma variação de 5,73%,
segundo levantamento feito pelo
Banco Central junto ao mercado
financeiro.
2.500
É o número de
imóveis que
a Anagê tem
disponíveis para
venda, incluindo
lançamentos e
para locação.
ARQUIVO ANAGÊ IMÓVEIS
Hora de investir
O mau momento para as aplicações financeiras pode ser outro
estímulo para manter o segmento
de imóveis em alta. A rentabilidade
líquida mensal de um aluguel fica
entre 0,5%, no caso de residenciais,
a 0,8%, para outros empreendimentos, diz Anagê Alves. Incluindo a va-
1998
Nova mudança. Instala-se na rua 15
de Novembro. São 20 funcionários.
Imobiliária passa a vender
imóveis de mais construtoras.
2002
Inaugura a
matriz, na rua
Max Colin. Já são
30 funcionários.
Ações solidárias também estão
na agenda da Anagê Imóveis
2005
Cria a primeira unidade fora do Centro
da cidade. O local escolhido foi o bairro
Floresta. O objetivo da unidade é o
de se focar em imóveis na zona Sul.
2006
Inaugura
a filial
na zona
Norte.
2009
Inaugura
uma unidade
especializada em
lançamentos.
Atividade
Shopping center.
ANDRÉ KOPSCH/DIVULGAÇÃO
72
Aurea Pirmann quer aproveitar localização estratégica do Mueller para intensificar expansão
6.000
Funcionários
(diretos e
indiretos).
1994
Anúncio da
construção do
Shopping Mueller
em Joinville.
1995
Shopping Mueller
se instala em
Joinville, que tinha
397 mil habitantes.
1999
Ganha o primeiro
prêmio: foi
considerado Top
de Marketing
pela ADVB-SC.
Um lugar de muita história
Aos 18 anos, com a expansão da economia
regional, shopping center projeta mais
oportunidades de negócios
A esquina das ruas Pedro Lobo
e Senador Schmidt, no Centro de
Joinville, tem muita história para
contar. No passado, lá funcionou
uma das maiores empresas da cidade: a Tupy. E há 18 anos abriga o
Shopping Mueller, por onde, mensalmente, circulam um milhão de
pessoas.
O principal objetivo do Mueller é
continuar sendo o palco de mais histórias. As expectativas para isso são bastante promissoras, diz a superinten-
dente Aurea Raquel Pirmann. “O que
anima são as boas perspectivas para a
economia regional, que deve ser estimulada com o investimento bilionário
da indústria automotiva da região”.
O cenário econômico turbulento,
marcado pelos juros em alta e maior
comprometimento da renda das famílias, é olhado com atenção. Segundo a executiva, os lojistas têm mostrado muita competência ao encarar o
momento atual. O empreendimento
quer continuar ditando tendências na
cidade. Ele foi um dos responsáveis
por uma mudança de comportamento entre os consumidores joinvilenses, reforçando o comércio local. Até
a primeira metade dos anos 90, as famílias de maior poder aquisitivo iam
fazer compras em Curitiba.
“Há uma possibilidade infinita de
novas oportunidades para expandir
os negócios.” O principal trunfo é a
localização estratégica do empreendimento. “Estamos em uma posição
bem privilegiada no Centro da cidade”, diz a executiva.
Uma das possibilidades, que está
em negociação, é a integração entre o
empreendimento e a Católica de Santa Catarina, que ocupa as instalações
onde funcionou a Wetzel. Não há data
muellerjoinville.com.br
1999
Inicia o projeto Dia D+, que acontece às quartas.
Grupos de 50 crianças da rede pública de
ensino passam uma hora pela manhã ou à
tarde brincando no parque de diversões.
2007
Ganha, pela primeira vez, o Prêmio
Impar, promovido pelo Grupo RIC e
pelo Ibope. Foram três na categoria
estadual e seis na regional.
73
“Há uma possibilidade infinita de novas
oportunidades para expandir os negócios.”
Aurea Raquel Pirmann, superintendente do Shopping Mueller
ARQUIVO MUELLER
prevista para que isto ocorra, mas as
conversas estão avançadas.
O Mueller também quer ampliar
as sinergias com o Bourbon Business
Hotel, com o qual mantém uma ligação. O shopping é um dos poucos no
Sul do Brasil que se encontra unido
a um hotel. “Isto é muito importante
do ponto de vista do desenvolvimento do turismo de negócios”, afirma a
superintendente, que também participa do Joinville Região Convention &
Visitors Bureau.
Mais novidades a caminho
Uma das características do Shopping Mueller nos 18 anos de atividade foi a constante procura por novidades. “Temos muita responsabilidade
por sermos os pioneiros”, enfatiza a
superintendente Aurea Pirmann.
Até o final do ano, mais operações devem se instalar no empreendimento. Em agosto, começou a
funcionar o Mexicato, cujo atrativo
são picolés artesanais com receita
exclusiva do México.
Em outubro, foi a vez das estreias de loja de artigos de decoração Imaginarium e da Yacamim, de
moda feminina, e da rede de fast
food Burger King.
Elas se juntam a quatro operações que se estabeleceram neste ano:
Hering Kids, Cute Case, Iris Coloré.
Outras cinco lojas devem terminar o
ano com mudanças em seu layout.
No ano passado, foram 11 lojas
ampliadas e/ou reformadas e outras
11 que se instalaram no shopping
center. O índice de renovação do mix
do empreendimento é de 10%.
Um
milhão
É o fluxo de
pessoas que
passam pelo
Shopping
Mueller ao longo
de um mês.
500
Momentos históricos: apresentação do Mueller aos lojistas em 1995
É a quantidade,
em metros
cúbicos por mês,
de papelão que
é encaminhado
para o Centro
Integrado João
de Paula.
DIVULGAÇÃO MUELLER
O principal objetivo do Mueller é continuar ditando tendências em Joinville
2009
Desde este ano, passa a consumir energia elétrica exclusivamente
de fontes renováveis. Com isso, deixou de emitir 400 toneladas
de dióxido de carbono. Três anos depois recebe o Certificado
de Energia Renovável, concedido pela Comerc Energia.
2011
Em parceria com a Associação Joinvilense de Agroindústrias Artesanais e Rurais e a
Rede Agroecológica Agrovida cria a feirinha “Do Mueller pra Mesa”, que estimula o
comércio e a economia dos produtores rurais e facilita o acesso da população central
a esses produtos coloniais e naturais. A feira é realizada todas as quartas e sextas.
74
Um
grande
olhar
para
2020
Os planos para o futuro
da Unimed Joinville
começam a sair do papel
para se tornar realidade
Atividade
Cooperativa
médica, que
mantém plano de
saúde, hospital e
serviços próprios.
840
Funcionários.
Quem passa pelo terreno onde
está instalado o CHU (Centro Hospitalar Unimed), na rua Orestes
Guimarães, percebe um ritmo frenético. Não é só o entra e sai de
médicos e pacientes, carros e ambulâncias. O empreendimento está
em expansão. O objetivo é chegar a
2020 com uma área construída de
68 mil metros quadrados para atender ao crescimento da demanda.
A primeira fase é a construção
do centro oncológico. As obras já
começaram. As estacas foram colocadas em agosto. O prédio deve
ficar pronto em um prazo de até
dois anos e meio. Paralelamente,
será construída uma garagem com
nove andares.
http://www.unimed.coop.br
Daudt projeta boas
expectativas de
crescimento para
a Unimed Joinville
CARLOS JUNIOR
A segunda etapa é a expansão
da área hospitalar, com a construção de uma segunda torre, que
abrigará o novo pronto-atendimento, o centro cirúrgico e a UTI. A projeção é, em sete anos, ter 350 leitos. Hoje, são 165. A terceira etapa
é a conclusão de todo o projeto de
expansão, com a entrega do centro
clínico em 2020.
As mudanças são constantes.
“Precisamos estar permanentemen-
1967
O cooperativismo médico
dá seus primeiros passos
no Brasil com a fundação
da Unimed Santos.
te atualizados”, ressalta o presidente da Unimed Joinville, Carlos Antônio Daudt.
Para melhorar e ampliar a capacidade de atendimento, o layout
das instalações do CHU está sendo
modificado. O resultado será a expansão das UTIs adulta e infantil.
As obras devem durar de seis a dez
meses. E o CDI (Centro de Diagnóstico por Imagem) vai ter novos aparelhos.
1971
Médicos trazem para Joinville um modelo de
sistema previdenciário que permitia valorizar a
profissão médica e beneficiar os usuários com
uma prática mais livre e de melhor qualidade.
75
Precisamos estar
permanentemente atualizados.”
dada às gestantes de alto risco. O
programa multidisciplinar, que envolve médicos, nutricionistas e psicólogos, oferece consultas bimensais e conta com a chancela da ANS.
Carlos Antônio Daudt, presidente da Unimed Joinville
Novos equipamentos, com o
que há de mais moderno na tecnologia médica, são incorporados
continuamente ao centro hospitalar. Nos próximos meses, devem
chegar novos materiais ao centro
cirúrgico. A Unimed está realizando a cotação de instrumentais para
facilitar a realização de videocirurgias. Um novo aparelho para hemodinâmica está programado para
ser entregue em 2014.
A preocupação com a inovação
tecnológica não se restringe à área
médico-hospitalar. Hoje, os prontuários são totalmente informatizados. O próximo passo é ser totalmente paperless. A Unimed está
trabalhando para a obtenção das
autorizações de procedimentos por
via eletrônica.
“São mercados bem interessantes
para a gente.”
No ano passado, houve um crescimento de 7% na área corporativa
e de 2,5%, entre as pessoas físicas.
O processo de expansão da
cooperativa também está sendo
acompanhado por uma maior ênfase a medidas preventivas de saúde.
O principal instrumento de trabalho é o Núcleo de Atenção à Saúde
(NAS), que oferece programas de
medicina preventiva e cuidados a
domicílio.
Um projeto piloto começou a
ser desenvolvido em março: o Viva
Saudável. Atualmente, acompanha
cerca de 1.200 pessoas. O foco são
os doentes crônicos, que precisam
de acompanhamento contínuo.
Atenção redobrada também é
Crescimento
DIVULGAÇÃO UNIMED
Além da expansão do hospital,
outro foco de atenção é a busca de
oportunidades de crescimento no
número de usuários do plano de
saúde. Em junho, segundo a ANS
(Agência Nacional de Saúde Suplementar), eram 81 mil, que correspondem a 40,3% dos joinvilenses
beneficiários de assistência médica.
Apesar da mais populosa cidade
catarinense ter uma boa cobertura
– cerca de 38% da população, enquanto a média nacional é de 25%,
de acordo com o órgão regulador
– o presidente da Unimed Joinville,
Carlos Antônio Daudt, vê boas oportunidades de crescimento, principalmente entre as classes C, D e E.
A cooperativa
localizava-se na
rua Abdon Batista
e contava com
22 médicos.
1976
Muda-se
para a rua
Ministro
Calógeras.
Certificação internacional
Para os próximos anos, o centro hospitalar tem como meta buscar uma acreditação internacional.
O CHU possui acreditação com
excelência ONA Nível 3 e faz parte
de um grupo seleto de hospitais do
Brasil que possui esta certificação,
concedida pela ONA (Organização
Nacional de Acreditação). Isto faz
com que a instituição seja considerada como referência nacional na
prestação de serviços de saúde.
A Unimed Joinville conquistou
o Selo de Responsabilidade Social
2013. A certificação é concedida
anualmente pela Unimed do Brasil às cooperativas que adotam
práticas socialmente responsáveis. É o 11º selo conquistado.
657
É o número
de médicos
cooperados da
Unimed Joinville.
165
É o número de
leitos do CHU.
40,3%
É a participação
da Unimed
de Joinville no
mercado local de
planos de saúde.
Quando o hospital estiver concluído, serão 68 mil metros quadrados de área construída
1990
Inauguração do prontoatendimento – embrião
do CHU (Centro Hospitalar
Unimed) – e o Hospital Dia.
1997
Ínicio das obras do
Centro Hospitalar
Unimed, na rua
Orestes Guimarães.
2001
Inauguração
do Centro
Hospitalar
Unimed.
2013
Lançada a pedra
fundamental da
expansão do Centro
Hospitalar Unimed.
CARLOS JUNIOR
76
80
Vanderlei Palhano, presidente da Ascensus Trading & Logística, enxerga boas
oportunidades de negócios para o comércio exterior nos próximos anos
O mundo como limite
Atuando em 25 países de três continentes,
a Ascensus Trading & Logística pretende
chegar em 2018 como uma das maiores
operadoras brasileiras de comércio exterior
Atividade
Consultoria
em operações
de comércio
exterior.
100
Funcionários.
Um globo no escritório de
Vanderlei Palhano, localizado no
Distrito Industrial, retrata um
pouco da atuação global da empresa que comanda, a Ascensus
Trading & Logística. São negócios
com 25 países de três continentes,
envolvendo 150 clientes de médio
e grande portes dos segmentos
alimentício, construção civil, eletroeletrônico, infraestrutura, au-
www.ascensus.com.br/
tomobilístico, náutico, plástico,
químico, siderúrgico e varejo.
A Ascensus é uma integradora de comércio exterior, atuando
nas áreas de importação, exportação, logística, distribuição, planejamento financeiro e tributário.
Os serviços são oferecidos desde
a saída da mercadoria da fábrica
até a chegada ao cliente (door to
door). “Estamos focados em pro-
2001
É criada a Ascensus Consultoria
& Gestão, com o objetivo de
atuar no segmentos contábil,
jurídico e de gestão.
cessos”, destaca.
O desafio que move o executivo é fazer com que a empresa,
em um prazo de até cinco anos,
esteja entre as cinco maiores operadoras brasileiras de comércio
exterior.
Os investimentos estão sendo
intensificados. Uma das prioridades é a construção de um centro
de distribuição em Pirabeiraba,
para atender à demanda dos
clientes. A área prevista é de 80
mil metros quadrados. O empreendimento está na fase de obtenção de licenças ambientais.
“A região é foco de atração de
negócios internacionais. As expectativas são extremamente favorá-
2005
A Ascensus passa a se
dedicar ao comércio
exterior e se torna Ascensus
Trading & Logística.
77
“A região é foco de atração de negócios
internacionais. As expectativas são
extremamente favoráveis.”
Vanderlei Palhano, presidente da Ascensus
veis”, diz ele. Um dos trunfos para
a Ascensus é a forte internacionalização das empresas da região. O
comércio exterior representa 26%
do PIB (produto interno bruto)
joinvilense, de acordo com dados
do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) e da Secex
(Secretaria de Comércio Exterior),
do Ministério do Desenvolvimento (MDIC).
Outra estratégia para atingir a
meta até 2018 é a expansão em
direção a novos mercados.
O primeiro passo fora de Santa Catarina foi dado em 2009, com
a instalação de um escritório em
São Paulo. Hoje, metade dos negócios da Ascensus vem de lá.
Atualmente, a empresa está
presente no Paraná, São Paulo,
Pernambuco, Espírito Santo e Minas Gerais. Este foi o último mercado a entrar.
“É uma região extremamente promissora para a Ascensus”,
destaca Palhano. Os principais
atrativos são as importações de
commodities e o grande potencial
de consumo. O Estado é o terceiro
mais populoso da União.
responsáveis por 95% das mercadorias exportadas e importadas
pelo Brasil.
O movimento das mercadorias
com origem e destino no exterior
vem aumentando nos dois portos do Litoral Norte Catarinense.
Segundo a Secex (Secretaria de
Comércio Exterior), o movimento
nos nove primeiros meses do ano
foi de US$ 10,31 milhões, um crescimento de 18,94% em comparação a igual período de 2012.
Outro impacto favorável para
o setor portuário, aponta o presidente da Ascensus, é a consolidação da indústria automotiva no
entorno de Joinville, com a instalação da BMW e a segunda fábrica
da GM. Ele avalia que isto poderá
se refletir em mais investimentos
e em aumento de eficiência nos
terminais da região.
Estratégias
Não importa o tipo do produto, o que a Ascensus tem como
meta é facilitar o processo de
importação e exportação de mercadorias de seus clientes. O trabalho de Vanderlei Palhano, presidente da Ascensus, é o de moldar
estratégias, produtos e serviços
para atender a essa demanda.
Acordos com as principais
prestadoras de serviços de comércio internacional e parceiros
estratégicos em duas das maiores
economias do mundo – China e
Estados Unidos –, com escritórios
em Xangai, Hong Kong e Miami,
ajudam a Ascensus a alavancar os
negócios.
“Buscamos oferecer uma competência diferenciada nas áreas
de logística, comércio exterior e
finanças”, diz o executivo.
CARLOS JÚNIOR
25
É o número de
países com os
quais a Ascensus
realiza operações
de comércio
exterior.
150
É o número
de clientes da
Ascensus. São
empresas de
médio e grande
portes em dez
segmentos.
Novos estímulos
18,94%
O comércio exterior pode estar ganhando um novo estímulo.
Vanderlei Palhano avalia que, com
a aprovação da MP dos Portos,
serão viabilizados investimentos
privados e haverá aumento de
eficiência nos terminais, que são
2009
Abre o primeiro escritório fora de
Joinville. O local escolhido foi São
Paulo, responsável por metade
dos negócios da empresa.
2013
Início do projeto de construção de um
armazém em Pirabeiraba para atender
à crescente demanda por operações de
comércio exterior pelo Norte Catarinense.
Foi o crescimento
das operações
de comércio
exterior pelos
portos do Litoral
Norte de SC
em 2013.
Cem funcionários
atuam nos
escritórios da
Ascensus Trading
& Logística
CARLOS JUNIOR
80
Duas gerações da Transportes Mann: o pai Hilário Hahnemann (E), que fundou a empresa
em 1985, e o filho Sidnei, diretor geral, que lidera o processo de expansão
Transformação sobre rodas
Focada no transporte de cargas para o
Norte e Nordeste, a Mann está alinhada
na busca da perpetuação do negócio
Atividade
Transporte
de cargas.
950
Funcionários.
O caminhoneiro Hilário Hahnemann tinha, no início dos anos
70, um grande sonho: ter a própria transportadora de cargas.
Com o apoio da família, o sonho
virou realidade em 1985: nascia
a Transporte Mann Ltda. E como
muitos motoristas e muitas empresas, seguiu uma trajetória comum: transportar geladeiras para
uma das maiores fabricantes de
eletrodomésticos do mundo para
o Nordeste do país.
Hilário não está mais na boleia, mas, da janela do escritório
da empresa que fundou, vê a realização do seu sonho: mercadorias sendo movimentadas por
centenas de caminhões, partindo
e chegando para atender à demanda do mercado. São milhares
de quilômetros percorridos por
mês, em rotas que passam por
14 Estados e chegam até Belém, a
3.324 quilômetros de distância de
Joinville.
www.transmann.com.br
1970
O motorista Hilário
Hahnemann compra
o seu primeiro
caminhão.
Hoje, os conselhos de Hilário
são fundamentais para o filho
Sidnei Hahnemann, responsável
por tocar o dia a dia da empresa.
O principal desafio é perpetuar a
empresa. Para isso, o executivo
conta com uma equipe altamente
qualificada e o apoio dos especialistas da Fundação Dom Cabral,
eleita a terceira melhor escola de
negócios do mundo.
A empresa está passando por
uma transformação cultural. Profissionalização e preocupação
com a governança são práticas
que estão sendo incorporadas à
transportadora. O primeiro impacto deste processo já está sendo sentido: “Consigo mensurar o
1985
Com o apoio da família, Hilário
Hahnemann cria a Transportadora
Mann. O primeiro cliente foi
a Consul (hoje Whirlpool).
81
“A tecnologia da
informação é uma
das preocupações
que está nas raízes
da empresa.”
lhendo os frutos”, afirma.
Hoje, 30% da frota já estão no
projeto. A expectativa é chegar
em dezembro com a totalidade da
frota incluída.
A grande transformação
Sidnei Hahnemann, diretorgeral da Transporte Mann
destino da empresa e a perpetuação da marca”, diz.
O principal objetivo da Mann
é ser a melhor transportadora do
Norte e Nordeste do país. “Ao lado
de Santa Catarina, o Nordeste é
uma região de forte crescimento.
São lugares que estão recebendo
grandes investimentos.”
A partir das alterações na jornada de trabalho dos motoristas,
no ano passado, a transportadora
desenvolveu uma estratégia, batizada como “Hot Seat”, para ganhar produtividade e agilidade no
transporte de cargas entre o Sul/
Sudeste para o Norte/Nordeste.
A partir do serviço dedicado
entre as duas regiões, foram criados vários pontos de apoio ao
longo das rotas. A cada 500 ou
600 quilômetros, são feitas trocas
de veículos e motoristas para dar
mais agilidade nas transferências
de mercadorias e atender à nova
legislação.
Segundo o executivo, o principal ganho está sendo a satisfação
dos clientes com a redução dos
prazos de entregas. “A nova jornada de trabalho dos motoristas,
regulada pela lei 12.619, trouxe
um grande impacto para transportadoras de longo percurso,
como é o nosso caso. Diante dessa realidade, buscamos enxergar
uma oportunidade e estamos co-
2001
Preocupada com a segurança
das cargas, a empresa investe
em tecnologia de rastreamento
de veículos e mercadorias.
A grande transformação da
Mann começou a ser desenhada
em 2000. As ideias iniciais eram
a de reduzir a dependência do
principal cliente e buscar oportunidades em novos mercados.
Foi quando a empresa optou por
iniciar o transporte de cargas fracionadas para o Norte e Nordeste
do país. “Antes, tínhamos uma sazonalidade muito grande”, lembra
Sidnei.
O que era o segundo negócio
da empresa foi ganhando corpo
e passou a ser a principal fonte
de receita. Dois anos após entrar
no segmento fracionado, a Mann
passou a se dedicar exclusivamente a esta área.
Atualmente, a Mann conta
com uma estrutura de captação e
distribuição de cargas composta
por 29 unidades.
Outra preocupação é estar
permanentemente
atualizado.
Sidnei aponta que isto é uma forma de reduzir custos e ampliar a
produtividade. Um exemplo é a
idade média da frota, que é inferior a dois anos.
A tecnologia da informação
também é uma aliada para a
Mann. “É uma preocupação que
está nas raízes da empresa”, conta o empresário. Um software exclusivo está auxiliando no suporte
do projeto Hot Seat, e com o apoio
da multinacional norte-americana
Dell, a empresa está concluindo a
reestruturação do data center.
3.324 km
É a distância
entre Joinville,
sede da
Transportadora
Mann, e Belém,
a base mais
ao Norte da
empresa.
DIVULGAÇÃO MANN
Para atender ao crescimento nas áreas em que atua, a Transporte
Mann, sediada em Joinville, está reforçando investimentos
2002
A empresa foca
seu negócio no
segmento de
carga fracionada.
2004
Inauguração
da nova sede,
no Distrito
Industrial.
2009
A Mann inicia um processo de
transformação cultural, com a
profissionalização da gestão e a
criação de estruturas de governança.
2013
A empresa consolida
sua profissionalização
e alça o crescimento
sustentável.
ROGÉRIO SOUZA JR.
82
80
Novos mercados estão na mira de Marcos Leandro do Nascimento, diretor comercial
da Cembrani: expectativa da empresa é abrir três lojas no próximo ano
Sofisticação joinvilense
Valorizando flexibilidade e bom
relacionamento, Cembrani planeja levar a
marca de móveis para novos mercados
Atividade
Fabricação e
comercialização
de móveis
planejados.
30
Funcionários.
De um lado, a tradição de grandes empresas, com experiência de
décadas na fabricação e venda de
móveis planejados. De outro, marceneiros atuando em pequena escala. Um cenário desafiador para a
joinvilense Cembrani, que estreou
neste segmento em 2007 e que,
atualmente, firma a marca fora de
Santa Catarina.
É a partir deste cenário que Marcos Leandro do Nascimento, diretor
comercial, tira as cartas da manga,
mostrando os trunfos da Cembrani: “Como nas grandes, o trabalho
é feito com máquinas de padrão industrial. Há vantagens tecnológicas.
Como nas pequenas, o cliente pode
escolher cada detalhe de acordo
com seus hábitos, sem perder a qualidade e precisão do produto.”
O foco no relacionamento é considerado vital para o crescimento da
empresa. O objetivo é o de oferecer
um produto customizado a um preço extremamente competitivo. “Um
www.cembrani.com.br
consumidor satisfeito, bem atendido, acaba trazendo mais clientes e,
até mesmo, retornando”, diz Nascimento. A carteira é formada, principalmente, pelas classes A e B.
A expansão está sendo feita de
forma bem cautelosa. Atualmente, a
empresa tem show-rooms em Joinville, Belém, São Paulo, Rio de Janeiro,
Florianópolis e Balneário Camboriú.
Para o próximo ano, a intenção
é abrir mais três lojas. Uma das possibilidades é entrar no mercado nordestino. As negociações estão bem
encaminhadas.
A expansão comercial não
deve exigir novos investimentos
na linha de produção, instalada
no Distrito Industrial. A unidade,
2006
A Cembrani é aberta como uma
pequena fábrica de móveis
planejados. A área inicial era
de 30 metros quadrados.
2008
Começa a abrir lojas. A
primeira foi instalada
em Joinville e tinha 30
metros quadrados.
83
“Como nas grandes, o trabalho é feito com máquinas de
padrão industrial.Como nas pequenas, o cliente pode
escolher cada detalhe de acordo com seus hábitos,
sem perder a qualidade e precisão do produto.”
Marcos Leandro do Nascimento, diretor comercial da Cembrani
que recebeu um investimento em
2010, tem capacidade para atender ao triplo da demanda.
Segundo o diretor, a gestão do
processo de produção é um dos
fatores que asseguram a flexibilidade. Um dos próximos passos da
Cembrani pode vir dali. Nascimento
estuda a implantação de uma tendência europeia: a virtualização da
fábrica: “A partir da simulação feita
na loja, pode se dar o start na produção.”
Sonho e coragem
A Cembrani atua no mercado
desde 2006, quando os irmãos Ronaldo e Marcos Nascimento acreditaram em um sonho de construir
uma fábrica de móveis que atendesse ao mercado nacional.
Com conhecimento específico
em instalação de móveis planejados, surgiu o desafio de atuar e
crescer como uma indústria. “Isto
exige planejamento, ousadia e,
acima de tudo, coragem para realizar”, diz ele.
Uma das fontes de inspiração
é o mestre das artes marciais Bruce Lee. “É preciso ser como a água
fluente”, diz o diretor comercial
Marcos Leandro do Nascimento.
A estratégia de adaptação permanente às circunstâncias do mercado foi essencial desde o início. A
empresa estreou, em 2006, um bom
momento, com o boom da indústria
da construção civil. Mas logo em se-
2009
Em meio ao cenário recessivo,
causado pela maior crise econônima
e financeira mundial desde 1929,
a Cembrani expande a atuação.
guida teve de enfrentar os reflexos
da maior crise financeira e econômica mundial em 80 anos.
A Cembrani passou bem pela situação. Foi o momento de investir. A
empresa implantou a fábrica no Distrito Industrial e abriu as primeiras
lojas. Quando a economia voltou a
crescer, em 2010, estava bem preparada para expandir os negócios.
Hoje, o desafio vem do câmbio.
Com a desvalorização do real, os
custos tendem a aumentar, porque
parte das peças é importada de países como Espanha, Itália e Áustria.
“Não estamos repassando porque
conseguimos condições favoráveis
junto aos fornecedores.”
20%
É o percentual de itens
importados que entram na
composição dos móveis
planejados feitos pela Cembrani.
30 dias
É o prazo médio de conclusão
de um pedido na fábrica.
O prazo para entrega
depende da localização.
R$ 7.000
Foi o valor do primeiro
investimento feito
pela Cembrani.
DIVULGAÇÃO CEMBRANI
Ambientes planejados da Cembrani têm clientela em
Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Pará
2010
Abre loja em Balneário
Camboriú, Belém e um escritório
em São Paulo. Instala uma
fábrica no Distrito Industrial.
2013
Implanta três lojas em
mercados amplamente
competitivos: Florianópolis,
Rio de Janeiro e São Paulo.
2014
Pretende
entrar no
mercado do
Nordeste.
CARLOS JUNIOR
84
80
Luiz Tarquínio Sardinha Ferro, presidente da Tupy, acredita no reforço da parceria da
empresa com os clientes, por meio do desenvolvimento de serviços de maior valor agregado
O olhar para o futuro
Paralelamente à compra de duas unidades
no México, a Tupy foca em serviços
que agregam valor ao produto
Atividade
Produção
de peças
automotivas,
conexões e
perfis de ferro e
granalhas de aço.
12 mil
Funcionários
(Brasil e México).
Aos 75 anos de fundação, a Tupy
olha o futuro com bastante otimismo.
A empresa, que produz peças automotivas, conexões e perfis de ferro e
granalhas de aço, está desenvolvendo
oportunidades de negócios já prospectadas, para assegurar expansão
na receita e na rentabilidade. Os focos
são produtos de maior valor agregado
e o reforço do processo de internacionalização.
Um caminho estratégico que vem
sendo trilhado desde 1996, com am-
www.tupy.com.br
pliações gradativas, é oferecer serviços
que agregam valor ao produto, como
a usinagem. Trata-se de um processo
de acabamento mecânico voltado à
preparação de fundidos para montagem, que se tornou tendência de mercado. Os clientes querem concentrar
o foco em seu negócio principal – design, montagem e venda e veículos.
“No caso de autopeças, as montadoras demandam produtos totalmente usinados, prontos para montagem. No caso de blocos e cabeçotes,
1938
A Tupy é fundada no Centro de Joinville.
Ela começou produzindo conexões de
ferro maleável para a construção civil,
um produto até então importado.
a usinagem pode ser parcial ou total.
Neste segmento, o processo está em
andamento. Deve avançar ao longo do
tempo”, diz o presidente da empresa,
Luiz Tarquínio Sardinha Ferro.
Segundo o executivo, faz todo sentido colocar as linhas de usinagem ao
lado da fundição. Os principais ganhos
são em relação aos custos – material
descartado após a furação e a esmerilhação é reaproveitado na fundição
– e à logística – materiais retirados no
processo de usinagem deixam a peça
mais leve para o transporte e dão espaço para o carregamento de mais
produtos.
Além da usinagem ser um elemento de agregação de valor, Sardinha Ferro vê outras vantagens, como
1954
A empresa
se instala
no Boa
Vista.
1958
Assina o primeiro contrato com
uma montadora. A Tupy tornase fornecedora de tambores
de freio para a Volkswagen.
85
“Passamos a ter duas bases competitivas –
Brasil e México – para atender aos clientes.”
Luiz Tarquínio Sardinha Ferro, presidente da Tupy
o reforço na parceria com os clientes,
desonerando-os de investir em máquinas e equipamentos e permitindo
que aloquem mais recursos na atividade principal.
O desenvolvimento e a produção de componentes de alta engenharia também são um caminho a
ser reforçado, aproveitando o conhecimento técnico da empresa no
Brasil e no México.
O principal impacto destas estratégias é manter a competitividade.
A Tupy também pretende expandir
a produtividade por meio de investimentos em automação.
Um importante aliado para a empresa pode ser a emissão de ações.
O processo estava em andamento
durante o fechamento desta edição.
Os coordenadores do processo são
o BB Investimentos, o BTG Pactual, o
Citibank, o Itaú BBA e o Brasil Plural.
Bons ventos do Norte
um importante cliente: os fabricantes
de veículos comerciais leves. “Estes
veículos são muito utilizados por empreiteiros e construtoras americanas”,
enfatiza o presidente da Tupy.
A recuperação da economia americana pode implicar, nos próximos
meses, em um enrijecimento da política monetária. O Fed – o BC americano
– analisa a possibilidade de reduzir a
injeção de recursos na economia.
Para o Brasil, o principal reflexo
tem sido a valorização do dólar. O
impacto para a Tupy foi o aumento
do custo da dívida dolarizada. Mas, o
cenário é promissor. A valorização do
dólar implica em receita maior em reais nos próximos meses. Outro fator
que pode beneficiá-la é a pouca dependência de insumos em dólar.
Apesar do lucro da empresa ter
caído 15,2% no primeiro semestre,
em relação ao mesmo período de
2012, atingindo R$ 30,4 milhões,
dois indicadores sinalizam boas
perspectivas: a receita cresceu
17,6%, atingindo R$ 1,5 bilhão e a
geração de caixa se expandiu 22%,
chegando a R$ 205,8 milhões, conforme demonstrações apresentadas à CVM.
A retomada do mercado americano anima a Tupy. As projeções do
FMI são de uma expansão de 1,7%
neste ano e de 2,7% em 2014. O
segmento automotivo está se aquecendo na maior economia mundial.
Nos oito primeiros meses do ano,
as vendas cresceram 10% em relação a igual período do ano passado,
segundo a publicação especializada
“Automotive News”.
A maior confiança dos consumidores, a ampliação na oferta de crédito e juros nos financiamentos alavancaram os números. O crescimento na
construção de casas nos EUA ajudou
Um ano e meio após comprar as
fundições no México, a Tupy começa
a colher resultados. “Como é comum
acontecer neste tipo de transação, encontramos oportunidades que não estávamos esperando e, por outro lado,
descobrimos sinergias cujo potencial
foi menor do que o projetado.”
1969
Começa a
exportar. O
primeiro mercado
foi a Alemanha.
1991
Família
Schmidt
profissionaliza
a gestão.
1975
Inauguração
da unidade de
fundição de
blocos de motor.
Os maiores ganhos são em relação às potencialidades das unidades.
Segundo Sardinha Ferro, são maiores
do que se esperava. A Tupy encontrou
oportunidades de troca de melhores
práticas com a unidade brasileira.
Uma delas é o desenvolvimento
de fornecedores locais para itens antes importados. Um exemplo é a compra de areia de fundição. A empresa
está desenvolvendo fornecedores no
Norte do México, onde estão os empreendimentos, para não ter de trazê-la do Centro-Norte dos EUA.
A empresa também está obtendo
ganhos de competitividade para as
exportações. “Passamos a ter duas
bases competitivas – Brasil e México
– para atender aos clientes. Teremos
condições de usá-las de acordo com o
menor custo de produção e melhorar
o retorno da companhia”.
Há mais sinergias a conseguir.
O processo pode demorar até três
anos. Atenção especial é dada às
funções críticas de apoio às plantas
fabris, antes executadas pela holding dos antigos controladores. “Podemos aproveitar melhor os ativos
adquiridos no México.”
28,7%
Foi o crescimento
das vendas
externas da
Tupy no primeiro
semestre,
comparativamente a igual
período de 2012.
DIVULGAÇÃO TUPY
Oportunidades no México
1995
A Tupy é adquirida por
bancos e fundos de
pensão. No mesmo ano,
incorpora a Sofunge.
Uma das linhas de produção da unidade
fabril Fundição-C, reinaugurada em 2012
1998
Compra uma
fundição da
Cofap, em
Mauá (SP).
2012
Adquire duas fundições no México,
tornando-se uma das lideres mundiais na
produção e comercialização de blocos e
cabeçotes de motor em ferro fundido.
CARLOS JUNIOR
86
80
Dar mais agilidade para os negócios empresariais é o principal objetivo do CMMR Advogados,
criado por Paulo Costa (E), José Martins, Celso Meira Júnior e Renato Rinaldi (D)
Ao lado das empresas
Preocupação com um atendimento
personalizado levou profissionais joinvilenses
a criarem o CMMR Advogados
Atividade
Escritório de
advocacia
especializado
em direito
empresarial.
40
Colaboradores.
O tradicional ditado prevenir
é melhor do que remediar está na
agenda dos advogados Paulo Costa,
José Martins, Celso Meira Júnior e
Renato Rinaldi. A partir de projetos
pessoais e com uma experiência
de mais de 20 anos de atuação em
grandes bancas de advocacia e multinacionais, criaram o CMMR Advogados, em 2012.
O objetivo foi o de reunir profissionais com sólidos conhecimentos
jurídicos para atuar no dia a dia das
www.cmmr.adv.br
empresas, fazendo análises prévias
para evitar contenciosos. “A disputa
judicial tem de ser a última alternativa. É preciso estabelecer barreiras
preventivas para evitar que se chegue a isso”, diz Costa.
Uma das mais importantes ferramentas de trabalho para se atingir
este objetivo é o atendimento personalizado, fugindo do conceito de
massificação. “Temos de conhecer as
características, as particularidades e
as necessidades de cada cliente”,
1992
Celso Meira Júnior se forma
em direito e passa a atuar em
Joinville na área empresarial.
destaca José Martins.
A missão do escritório, onde
atuam 40 pessoas, é o de funcionar
como uma ferramenta para as empresas obterem mais agilidade em
seus negócios. Paulo Costa lembra
que as legislações estão se desdobrando rapidamente.
Outro fator levado em consideração é a rápida mudança que está
ocorrendo no cenário empresarial.
“Há uma ampla profissionalização
do ambiente corporativo, motivado
pela maior presença de multinacionais”, completa. Isto está favorecendo a implantação de modelos de governança corporativa nas empresas.
Meira Júnior destaca que há um
aumento na responsabilização dos
1993
José Martins se forma
em economia. Em
2010, em direito.
87
“Temos de
conhecer as
características, as
particularidades
e as necessidades
de cada cliente.”
“O segmento de
fusões e aquisições é
extremamente dinâmico.
Os investidores
veem o país com
bons olhos.”
José Martins
Celso Meira Júnior
A disputa judicial
tem de ser a última
alternativa. É preciso
estabelecer barreiras
preventivas para evitar
que se chegue a isso.”
As soluções
adotadas pelos
empresários
demandam
estratégias jurídicas
mais sofisticadas e
personalizadas.”
Paulo Costa
Renato Rinaldi
administradores por decisões tomadas. No Brasil, segundo o levantamento “Doing Business”, feito pelo
IFC (International Finance Corporation) – um braço do Banco Mundial –,
as possibilidades são maiores do que
nos países ligados à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), entidade que reúne as maiores economias mundiais.
“Atualmente, é muito mais fácil
responsabilizar um executivo do
que um sócio ou acionista. Um dos
termômetros para isto é o crescimento da procura de seguros por
responsabilidade civil dos executivos” , ressalta Meira Júnior.
O ambiente jurídico também está
se reinventando. O escritório, que
atua principalmente no segmento
empresarial com enfoque nas áreas
tributária, societária, comercial e trabalhista, quer ajudar as empresas a
compreender melhor este momento.
Uma das principais tendências
é a diminuição da duração dos con-
tenciosos na Justiça, por meio da virtualização dos processos. 80% dos
que tramitam na primeira e segunda instâncias da Justiça Federal da
4ª Região, que compreende Paraná,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul,
já estão nesta forma. O principal
ganho, segundo Meira Júnior, é na
agilidade. “Em média, demora 50% a
menos do que um processo físico.”
Apesar das turbulências da
economia, o momento é extremamente dinâmico para o Norte catarinense. Novos investimentos estão
desembarcando na região, como
os realizados pela BMW e pela General Motors, e devem contribuir
para a criação de novas oportunidades de negócios.
Segundo Paulo Costa, isto exige
estar sempre alinhado e atualizado
em questões, como, por exemplo,
os incentivos fiscais.
1996
Paulo Costa conclui o curso de
direito e passa a atuar como sócio
em uma grande banca em Joinville.
2003
Renato Rinaldi se forma
e inicia a trajetória
como advogado.
Boas oportunidades
A demanda é crescente nesta
área. O movimento ganhou mais
força com a Resolução 13/2012,
do Senado Federal, que unificou
as alíquotas do ICMS (Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços)
para produtos importados, com o
objetivo de reduzir a “guerra dos
portos”. A medida entrou em vigor
no início deste ano.
Outro segmento extremamente
dinâmico é o de fusões e aquisições.
“O movimento é forte entre as pequenas e médias empresas. Os investidores veem o país com bons
olhos”, destaca Celso Meira Júnior.
No Brasil, nos oito primeiros
meses do ano, foram registradas
462 transações, segundo levantamento feito pela consultoria internacional PwC (PriceWaterhouseCoopers). O número é o segundo
melhor desde que a pesquisa começou a ser realizada, em 2002.
Santa Catarina está entre os cinco
principais mercados do país.
2007
É fundada a
Martins Assessoria.
2012
Constituído
o CMMR. 50%
É o ganho de
tempo médio,
na Justiça
Federal, com o
julgamento de
contenciosos
empresariais,
obtido a partir
da virtualização
dos processos.
DIVULGAÇÃO CVF
90
80
Conrado Lehmkuhl (E) e Eraldo Rosa (D), da CVF Trading, planejam reforçar operações com os Estados Unidos
De porta a
porta, em
todo o mundo
Atividade
Operações
de comércio
exterior.
40
Colaboradores
diretos e
indiretos.
A CVF Trading se especializou em complexas
operações de comércio exterior. Agora, aposta na
expansão dos negócios com os Estados Unidos
Uma operação de desembarque
de geradores alemães em uma praia
do litoral equatoriano para a expansão de uma central termelétrica perto
de Guaiaquil, a maior cidade do país.
A chegada de aerogeradores chineses
no porto de Aracaju, para serem ins-
www.cvftrading.com.br
talados em um parque de geração de
energia eólica perto da cidade.
São dois projetos separados
por uma distância de quase 5 mil
quilômetros, que tem um ponto em
comum: o planejamento tributário,
aduaneiro e logístico foi estrutura-
do por uma empresa instalada no
Floresta, na Zona Sul: a CVF Trading.
“Ninguém pensa que há alguém em
Joinville capaz de estruturar essas
operações”, diz Conrado Lehmkuhl,
diretor do empreendimento.
A empresa é nova: foi fundada
em 2010, mas traz uma experiência
de 25 anos com comércio exterior de
Lehmkuhl, que atuou antes em tradings e na indústria têxtil, e de Eraldo
Rosa, com passagens pelos segmentos
de tecnologia de informação, comércio
exterior e consultoria.
As raízes da CVF estão na busca de
clientes para a indústria no Mercosul
e de fornecedores no exterior, para
fazer frente à perda de competitividade, causado pelo custo Brasil e da concorrência com produtos da China e do
Sudeste Asiático. A experiência deixou
uma clara lição para Lehmkuhl: “Toda
empresa deveria exportar para medir
a competitividade.”
Atualmente, o foco da empresa
está em estruturar soluções tributá-
2010
A partir das experiências de Conrado Lehmkuhl, que
atuou na indústria têxtil e em tradings, e de Eraldo
Rosa, nos segmentos de tecnologia da informação,
auditoria e comércio exterior, é criada a CVF Trading.
2010-3
Reforça sua atuação na
área de infraestrutura,
em operações em
vários países.
91
“Toda empresa deveria exportar para
medir o seu grau de competitividade.”
Conrado Lehmkuhl, diretor da CVF Trading
trabalho envolve a pesquisa de empresas, homologar a qualidade, estruturar
o projeto para a logística do transporte
das cargas e obter soluções para questões aduaneiras.
Sem medo do câmbio
A desvalorização do real não preocupa Conrado Lehmkuhl. Apesar de
a moeda brasileira ter perdido 10,6%
de seu valor frente ao dólar, desde o
início do ano, o que, em tese, tornaria
as importações mais caras, o executivo
avalia que o Brasil tem um importante
atrativo: o grande mercado.
Particularmente, em relação a Santa Catarina, ele aponta que as expectativas para o comércio exterior são bem
animadoras. Nos oito primeiros meses
do ano, segundo a Secretaria de Comércio Exterior, o valor exportado pelo
porto de São Francisco do Sul aumentou 45,46%, em relação a igual período
de 2012. As importações permaneceram praticamente estáveis.
Lemhkuhl destaca que as condi-
MARCOS RODRIGUES, ASN
rias, aduaneiras e logísticas para operações de exportação e importação.
Uma das áreas prioritárias é a de
obras de infraestrutura. “No exterior,
há um apoio muito grande para a
atuação das empresas brasileiras, por
meio da liberação de recursos por parte do BNDES”, diz.
Um dos processos mais complexos, segundo ele, é o logístico. As dificuldades para transportar a carga
de geradores do porto de Guaiaquil
até a localidade de Santa Elena, no
litoral equatoriano, fizeram com
que a CVF adotasse estratégia similar à que os aliados usaram no desembarque das tropas na Normandia, em 1944, durante a Segunda
Guerra Mundial: barcaças levaram
as cargas até a praia, onde os equipamentos foram desembarcados e
transportados até a termelétrica.
Outro segmento em que a trading
está investindo é o de operações de
sourcing, que consiste em identificar
potenciais fornecedores, no exterior,
para o comércio e para a indústria. O
2013
Abre, em parceria com outras duas empresas, o primeiro escritório
no exterior. O local escolhido foi Fort Lauderdale, a 40 quilômetros
de Miami, nos Estados Unidos. O foco é dar estrutura de apoio
a clientes que operam entre o Brasil e os Estados Unidos.
CVF Trading
estruturou
operação de
importação de
aerogeradores
para parque
eólico no Sergipe
ções de infraestrutura do Estado estão entre as melhores do País. E há a
expectativa de novos investimentos.
A Santos Brasil projeta aplicar R$ 280
milhões na expansão do terminal em
Imbituba. Itapoá tem planos de expansão, e São Francisco do Sul está, constantemente, em obras, para ampliar a
capacidade.
Outro impacto é esperado a partir
dos efeitos multiplicadores do investimento bilionário das montadoras no
Norte de Santa Catarina.
Olho nos Estados Unidos
Concentrada em operações estruturantes de comércio exterior, o próximo passo de Conrado Lemkuhl e Eraldo Rosa é intensificar as operações
nos Estados Unidos. O primeiro escritório e estrutura de armazenagem da
CVF Trading, em parceria com outras
duas empresas, foram instalados no
início do ano em uma localização estratégica: Fort Lauderdale, na Flórida.
O objetivo é oferecer estrutura de
apoio para clientes que operam nos
dois países. Nos nove primeiros meses
do ano, as exportações e importações
envolvendo SC e os EUA foram de US$
1,5 bilhão, 5,01% a mais do que no
mesmo período de 2012.
Outro importante trunfo para
a empresa joinvilense é a proximidade de dois portos: o Everglades
e o de Miami, que estão recebendo
investimentos que viabilizarão a
operação de navios super post panamax, com capacidade para transportar 9 mil contêineres.
Uma missão de 50 pequenas e
médias empresas quer aproveitar
esse potencial para intensificar as
relações comerciais entre Santa
Catarina e os Estados Unidos. A
maior economia mundial é o principal destinatário das exportações
feitas pelo Estado e o quarto maior
fornecedor de produtos adquiridos
fora do Brasil.
Os EUA estão em recuperação.
As expectativas de aceleração do
crescimento são favoráveis. O FMI
projeta uma expansão de 1,6% neste ano e de 2,6%, em 2014.
1,18
Foi a
movimentação
de mercadorias,
em bilhões de
dólares, entre
SC e os EUA, nos
sete primeiros
meses do ano.
2,6%
É a expectativa
de crescimento
para a economia
americana em
2014, segundo
o FMI.
92
80
“Nos últimos dez
anos aumentamos
o número de zeros
na receita.”
Cidemar Dalla Zen, diretor
comercial da Arxo.
Atividade
452
Funcionários.
CARLOS JUNIOR
Fabricação de
soluções para
armazenagem
de fluidos.
Investimentos em infraestrutura aeroportuária e no setor petrolífero
animam a Arxo, diz o diretor comercial, Cidemar Dalla Zen
1967
A Arxo é fundada
em Itajaí com o
nome de Soldas
Pereira, uma oficina
que atuava nos
segmentos de solda
e serralheria.
1975
A oficina passou
a atender às
companhias de
petróleo com
serviços de reformas
e consertos.
Combustível
para a expansão
Líder no segmento de tanques para postos
de combustível, a Arxo, de Balneário
Piçarras, vê oportunidades de crescimento
nos segmentos de aviação e off-shore
www.arxo.com
1987
A Soldas Pereira passa
a fabricar tanques para
armazenamento subterrâneo
de combustíveis.
1997
Mudança
de nome:
torna-se
Sideraço.
O entorno do trecho Norte da BR101 está em transformação. O motorista que passa por uma das principais
rodovias catarinenses facilmente percebe o cenário de rápidas mudanças:
as cidades estão em expansão.
Novas empresas chegam à região
e as já estabelecidas aproveitam as
oportunidades geradas pela boa infraestrutura logística. Uma das que se
destaca neste cenário é a Arxo, maior
fabricante de tanques jaquetados
para postos de combustíveis da América Latina.
“Nos últimos dez anos, aumentamos o número de zeros na receita”, diz o diretor comercial e de
marketing, Cidemar Dalla Zen, referindo-se ao fato de que a empresa
teve uma receita de R$ 1 milhão em
2003 e encerrou o ano passado com
vendas de R$ 106 milhões.
A empresa foi diretamente beneficiada pelo boom da indústria automotiva. As vendas de combustíveis, por
parte das distribuidoras, cresceram
51,87% neste período, segundo a ANP
(Agência Nacional do Petróleo).
Mas, os planos da empresa são
de depender cada vez menos do segmento de postos de combustíveis.
Atualmente, esta área de negócios
representa 60% do faturamento. A intenção é que caia para 25%, em 2018.
A principal estratégia é reforçar
a presença no segmento de aviação.
A partir de uma parceria com a em-
2003
Constrói uma rede
de representantes e
parceiros no Brasil
e no Mercosul.
2005
Inaugura a primeira
unidade fora de
Santa Catarina,
em Pernambuco.
93
presa americana Bosserman Aviation
Equipment, a Arxo passou a atuar na
montagem de caminhões-tanque de
abastecimento de aeronaves (CTA).
Os equipamentos foram apresentados ao mercado, em março, na Expo
Aero Brasil 2013, que aconteceu em
São José dos Campos (SP).
A expectativa é de montar 20 CTAs
até o final do ano. O impacto imediato é o de aumentar a participação dos
negócios ligados à aviação no faturamento da empresa: em 2012 foi de
5,5% e a projeção para 2013 é de 12%.
Um dos fatores que alimentam
essas expectativas é o crescimento
nos investimentos em infraestrutura aeroportuária. Três dos maiores
terminais brasileiros – São Paulo/
Guarulhos, Brasília e Campinas – foram concedidos, no ano passado, à
iniciativa privada. Outros dois – Rio de
Janeiro/Galeão e Belo Horizonte/Confins – devem ser licitados até o final do
ano. O governo federal também tem
planos para reforçar os investimentos
na área aeroportuária. No primeiro
semestre, foi anunciado um pacote
de R$ 7,3 bilhões em recursos para serem aplicados em 270 terminais.
Outro fator motivador é que o
brasileiro está viajando mais de avião.
Segundo a Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil), nos últimos dez anos, o
número de passageiros transportados pelas companhias aéreas cresceu
mais de três vezes.
As possibilidades geradas pelo
pré-sal animam o executivo. “É uma
bênção”, qualifica. Em sua avaliação,
o Brasil está em uma posição privilegiada, pois a Petrobras é especializada
na exploração de petróleo em águas
profundas. As reservas brasileiras são
a 14ª maior no mundo, segundo a publicação “World Energy Outlook”, produzida pela petrolífera britânica BP.
O pré-sal não é uma realidade exclusiva do Brasil. “Ela existe em todos
os grandes produtores de petróleo”,
destaca o executivo. Mas a que está
em um estágio mais avançado de exploração é a brasileira.
Um fator importante para a Arxo
é a grande parceria com a Petrobras
e suas subsidiárias. A empresa catarinense forneceu os tanques sobre
trenós que armazenam o combustível
utilizado para a geração de energia da
base brasileira na Antártida.
A expansão da empresa de Balne-
ário Piçarras não se restringe apenas à
entrada em novos segmentos. A empresa está investindo na construção
de duas unidades: uma em Vitória de
Santo Antão, em Pernambuco, e outra
em Ciudad del Este, no Paraguai. As fábricas, que entram em operação nos
próximos meses, vão empregar, inicialmente, 40 pessoas cada uma.
O objetivo da primeira unidade no
exterior é o de ampliar a internacionalização da empresa. Segundo Cidemar
Dalla Zen, o país vizinho oferece vantagens competitivas: a localização central para atender a outros países da
América do Sul e a carga fiscal menor.
A segunda unidade em Pernambuco é reflexo do dinamismo do mercado do Norte/Nordeste, que vem
crescendo mais do que a economia
nacional. Desde 2006, quando se instalou no Estado, a linha de produção
de Cabo de Santo Agostinho foi quadruplicada.
R$ 106
milhões
Foi o
faturamento
da Arxo no ano
passado.
16,5 mil
É a meta de
processamento
de aço, em
toneladas, para
este ano.
CARLOS JUNIOR
Expansão até no exterior
Outro segmento em que a Arxo
deposita suas atenções é o off-shore.
“Ele contempla muita tecnologia”, destaca o diretor comercial e de marketing, Cidemar Dalla Zen. A empresa
fornece produtos para a indústria petrolífera a partir de Balneário Piçarras.
Os planos preveem que a montagem
das estruturas seja feita em Itajaí.
2006
Inaugura a unidade de
Balneário Piçarras, que,
dois anos depois, torna-se
a matriz da empresa.
2009
Sideraço
passa a se
chamar
Arxo.
Linhas de produção da Arxo estão em processo de expansão
2010
Cria o Instituto Arxo
para desenvolvimento
de projetos voltados
à comunidade.
2011
Entrada nos segmentos off-shore e aviação.
2012
Abertura de escritório em São Paulo
2013
Lançamento do CTA, abertura
de escritório no Paraguai e
da Veryx Itajaí e investimento
em novas unidades fabris.
CARLOS JUNIOR
94
80
Atividade
Apaixonado por inovação, José Olavo Dugaich, do CMDI, está unindo os conhecimentos da
medicina com os da tecnologia da informação para trazer benefícios aos pacientes
65
Inovação a serviço da saúde
Diagnóstico
médico por
imagem.
Funcionários.
1977
José Olavo
Dugaich se forma
pela Faculdade
de Medicina
de Ribeirão
Preto, da USP
(Universidade
de São Paulo).
1978
Sebastião Miotto
se forma pela
Faculdade
de Medicina
de Ribeirão
Preto, da USP
(Universidade
de São Paulo).
CMDI investe na integração do diagnóstico médico
por imagem com o cloud computing para facilitar o
atendimento e agilizar acesso a resultado de exames
O diagnóstico por imagem é um
dos ramos da medicina relativamente mais novos. As raízes remontam
a 1895, quando o físico alemão Wilhelm Konrad Roentgen, a partir de
experiências realizadas em seu laboratório, em Würzburg, na Alemanha,
descobriu uma nova espécie de raios,
os X. As primeiras imagens foram da
mão de sua mulher, Anna Bertha.
Menos de um ano após o surgimento da invenção, já era usada na
prática médica. Oficialmente, a pri-
meira radiografia diagnóstica foi feita
em 3 de fevereiro de 1896, pelo médico Edwin Geada, em Dartmouth, nos
Estados Unidos. No Brasil, o primeiro
aparelho, que teve a construção supervisionada pelo físico alemão, foi
comprado por José Carlos Ferreira Pires e instalado em Formiga (MG).
Muitas inovações surgiram nos
118 anos de história do diagnóstico
por imagem. “As possibilidades são
amplas”, diz, apaixonadamente, José
Olavo Dugaich, diretor técnico do
www.cmdi.med.br
CMDI (Centro Médico de Diagnóstico
por Imagem) e um dos pioneiros da
atividade em Joinville.
Trazer as mais modernas tecnologias da especialidade para o Nordeste catarinense é a proposta do CMDI,
que conta com uma equipe de oito
médicos e 65 funcionários. As principais tendências deste ramo são ditadas pelos Estados Unidos, Alemanha,
Países Baixos e Japão, nos quais estão
sediados os principais fabricantes de
equipamentos.
A partir de uma parceria firmada com uma empresa de tecnologia
da informação de Joinville e outra de
gerenciamento de imagens de Porto
Alegre, o CMDI está implantando o
conceito de cloud computing para o
1981
Após concluir a residência no Hospital de Clínicas da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Dugaich
chega em Joinville. É um dos primeiros radiologistas
da cidade e implanta o primeiro serviço de ultrassom.
95
118 anos
Não dá para ficar parado. É preciso
estar constantemente se aperfeiçoando
e fazendo novos investimentos.”
É o tempo de existência
da radiologia enquanto
especialidade clínica.
José Olavo Dugaich, diretor técnico do CMDI
diagnóstico por imagem.
O sistema, batizado de Nuvix
– Radiologia Digital na Nuvem, vai
estar funcionando totalmente nas
próximas semanas. Os principais
ganhos são a maior agilidade e precisão do diagnóstico. “O paciente
tem, quase que instantaneamente,
acesso ao resultado. Um exame
feito em São Francisco do Sul pode
ser avaliado quase que imediatamente em Joinville. Basta o médico
parceiro ter o login e a senha para
poder ter acesso.” As informações
ficam disponíveis na web e são codificadas por meio de uma senha
com 22 dígitos.
Outra vantagem propiciada
pelo investimento está relacionada
à sustentabilidade. O cloud computing acaba com a necessidade de o
exame ser impresso, dispensando
gastos com impressoras, filmes e
outros insumos.
O projeto começou a ser desenvolvido em julho do ano passado,
na área de radiologia, na unidade
de São Francisco do Sul. O passo seguinte foi o de incorporar outras especialidades, como a mamografia,
a tomografia computadorizada e a
ressonância magnética. E também
deve abranger a densitometria óssea e a ultrassonografia.
Tecnologia e oportunidade
A incorporação de novas tecnologias pode criar novas oportunidades para o Centro Médico
de Diagnóstico por Imagens. Uma
1985
Implanta o
primeiro serviço
de tomografia
em Joinville.
delas, segundo José Olavo Dugaich, é a possibilidade de expandir a abrangência de atuação do
estabelecimento,
aproveitando
os benefícios gerados pelo cloud
computing. Isto poderá facilitar
oferecimento de serviços na área
de radiologia.
O caminho da inovação é contínuo. “Não dá para ficar parado.
É preciso estar se aperfeiçoando
constantemente e fazendo investimentos. A cada dia, surgem
novas ideias. Os softwares estão
cada vez mais aprimorados”, destaca o diretor técnico.
O cenário para o futuro parece estar saindo de filmes de
ficção científica. Conceitos como
radiologia digital de corpo inteiro
e TCMD (tomografia computadorizada multidetector) surgiram a
partir da incorporação de novas
tecnologias. “O ser humano será
cada vez mais ‘transparente’.
Quando o paciente passar por
um determinado ponto, o médico
vai saber o que está acontecendo
com a pessoa.”
Isto é uma realidade nos Estados Unidos. O médico explica
que lá, os atendimentos a acidentes de trânsito estão usando essa
técnica. “Isto acaba facilitando o
atendimento clínico no hospital.”
O principal reflexo para pacientes
e médicos é que, com a incorporação das novas tecnologias, as
informações vão estar disponíveis
mais rapidamente e com um grau
de precisão maior.
1986
Em parceria com
Sebastião Miotto, cria o
CMDI (Centro Médico de
Diagnóstico por Imagem).
CARLOS JUNIOR
Novas tecnologias de diagnóstico médico por
imagem se refletem em mais agilidade e precisão
2007
Instala unidade
própria em
São Francisco
do Sul.
2013
Aproveitando o conceito de cloud computing,
investe em novos equipamentos e tecnologias
para oferecer um atendimento mais ágil e
reforçar a precisão nos diagnósticos médicos.
CARLOS JUNIOR
96
80
Duas gerações vendendo material de construção em Joinville e nas praias do Litoral Norte
Catarinense: Jakson Steil (E) e Vilmar Steil (D), que também está à frente da Fecomac-SC
Nome ligado à construção
Atividade
Revenda de
materiais de
construção.
100
Funcionários.
1977
Vilmar Steil abre
uma pequena
loja de material
de construção
no Costa e Silva.
Primeiro, uma olaria; depois, uma rede de lojas de
material de construção. Agora, o próximo passo
dos Steil é reforçar investimentos em imóveis
Os negócios ligados à construção correm nas veias dos Steil. O
avô de Jakson Steil, diretor da Steil
Materiais de Construção, foi dono
de uma olaria e o pai, Vilmar, fundou a rede de lojas que leva o seu
sobrenome. O próximo passo da
família é ampliar a presença no segmento de incorporação de imóveis.
Os olhares estão voltados para
os desdobramentos das discussões
sobre a Lei de Ordenamento Territorial (LOT), que pode ampliar as
www.steil.com.br
possibilidades de construção em
algumas regiões da cidade.
As primeiras experiências no
segmento começaram em 2009. A
Steil já construiu um conjunto de
geminados e dois prédios. “A cidade está em um bom momento”,
destaca Jakson. Outro fator que incentiva o investimento é a possibilidade de obter ganhos superiores
aos da grande maioria das aplicações financeiras.
A origem da rede de lojas, que
1978
A Steil Materiais
de Construção
contrata o primeiro
funcionário.
tem quatro estabelecimentos –
dois em Joinville (Costa e Silva e
Pirabeiraba), uma em São Francisco do Sul (Ubatuba) e outra em Balneário Barra do Sul – é inusitada.
Surgiu na cama de um hospital, em
1977, enquanto Vilmar era submetido a tratamento por causa de úlcera perfurada.
O pai de Vilmar achou interessante a ideia de se abrir uma loja
de material no Costa e Silva, uma
região que começava a ser urbanizada. Ele cedeu um terreno para a
construção do estabelecimento.
Os primeiros tempos foram
complicados. A falta de capital foi
compensada com o apoio da família. Outro importante apoio veio de
1981
Primeira expansão da loja
da Steil. Tamanho é quatro
vezes maior do que o
estabelecimento original.
1989
Novo aumento de área para conseguir
atender ao crescimento da demanda
por materiais de construção.
São 360 metros quadrados.
97
Comerciantes de Material de Construção do Estado de Santa Catarina
(Fecomac).
“As oportunidades para o futuro
são promissoras. A cidade está
em um bom momento.”
Os estímulos do crédito
Jakson Steil, diretor da Steil Materiais de Construção, ao
falar sobre as expectativas para a economia joinvilense
Zaíde, mulher de Vilmar, que era
professora. Ela era responsável
pelo sustento da casa, enquanto
que o lucro da pequena loja era
reinvestido para fazer o empreendimento crescer.
O trabalho realizado pela família
Steil começou a dar frutos. O primeiro funcionário foi contratado quando
a empresa já tinha um ano. Quatro
anos após a fundação, em 1981, foi
a vez de expandir a loja, que passou
a ter três vezes o tamanho da original. E, em 1989, foi preciso ampliá-la
novamente para dar conta da demanda por material de construção.
Obras fizeram com que o empreendimento familiar passasse a ter 360
metros quadrados, 20 vezes a mais
do que a aberta há 12 anos.
A possibilidade de abrir a primeira loja fora de Joinville começou
a ser avaliada no início dos anos
90. “Muitos clientes da Steil tinham
terrenos em São Francisco do Sul e
compravam material para construir
ou reformar casas de veraneio”,
conta Jakson. Foi a senha para expandir a empresa.
O local escolhido foi Ubatuba.
Além da demanda, outro fator que estimulou a instalação foi o grande potencial que Vilmar Steil viu na região. O
empreendimento foi inaugurado em
1992, tendo Rodrigo Steil, sobrinho de
Vilmar, como sócio-gerente.
O Litoral continuou a atrair os
planos de expansão da Steil Materiais de Construção. Em 1999, foi a
vez de Balneário Barra do Sul receber uma loja. Os motivos foram pra-
1992
Primeira loja fora de
Joinville é aberta: local
escolhido foi Ubatuba,
em São Francisco do Sul.
ticamente os mesmos que levaram
a empresa a se instalar em Ubatuba.
A caçula das lojas, a de Pirabeiraba, foi aberta em janeiro de 2007
Os negócios no distrito joinvilense
são promissores. Tanto é que a Steil
está se instalando em uma área própria, com 1.500 metros quadrados
de área, mais de quatro vezes maior
do que a existente.
Mas não é só no mundo dos negócios que os Steil tem uma presença
relevante. Vilmar é uma liderança ativa no segmento. No final de setembro,
Vilmar deixou de ser o presidente da
Associação dos Comerciantes de Material de Construção de Joinville (Acomac-Joinville) e assumiu cargo similar
na Federação das Associaçãoes dos
CARLOS JUNIOR
10%
É o percentual
de produtos
vendidos pela
Steil que tem
origem no
exterior.
1.500
É o tamanho,
em metros
quadrados,
da futura loja
da Steil, em
Pirabeiraba.
4
É o número de
lojas da Steil
Materiais de
Construção.
A opção por importar
Investimentos em construção
devem ser reforçados
1999
Segunda loja no
Litoral: Steil se
instala em Balneário
Barra do Sul.
A maior disponibilidade de crédito para as áreas de construção e
habitacional, motivadas principalmente pelo programa Minha Casa,
Minha Vida é um importante fator
no processo de expansão da Steil.
A maior parte dos consumidores é de pequeno porte. São os “formiguinhas”, que, geralmente, fazem
obras aos poucos. “Este segmento é
extremamente rentável”, diz o diretor, Jakson Steil.
A carteira de clientes também
inclui as grandes construtoras da cidade. Para elas, a Steil oferece um
tratamento diferenciado. O executivo
afirma que foi preciso investir em pessoal especializado para atuar na área.
Segundo ele, as expectativas são
promissoras. A chegada de novas empresas à região, deve estimular mais
a economia, gerando benefícios para
outros ramos, como por exemplo, o
comércio de materiais de construção.
2007
Quarta loja
da rede é
aberta em
Pirabeiraba.
A empresa começou, em 2011,
a importar material e equipamentos
para construção da China para ganhar
competitividade.
São produtos como revestimentos cerâmicos de alta durabilidade,
blocos de vidro e ferramentas elétricas. “A qualidade é idêntica à nacional
e os preços são bem menores”, diz Jakson Steil. Atualmente, 10% do mix de
produtos vendidos nas quatro lojas da
rede tem origem no exterior.
Ele aponta que é preciso, constantemente, estar buscando alternativas
para se manter competitivo em um
cenário em que, ao mesmo tempo, há
a presença da informalidade e a entrada de grandes redes.
2009
Entra no segmento de incorporação
e construção de imóveis. Já
foram feitos dois prédios e um
conjunto de geminados.
2013
Vilmar Steil assume o comando da
Federação das Associações dos
Comerciantes de Material de Construção
do Estado de Santa Catarina.
CARLOS JUNIOR
98
80
Carlos André Birckholz, presidente da Fremax, vê boas oportunidades para a empresa crescer a partir
do programa Inovar Auto, que está estimulando investimentos por parte das montadoras
Pisando fundo para crescer
Fornecedora de discos de freio para a Stock Car, a
Fremax pretende aproveitar a onda de investimentos
das montadoras para conquistar novos clientes
Atividade
Fabricação de
disco de freio
para automóveis,
tambor de freios.
420
Funcionários.
A Stock Car é uma das categorias
que vem caindo no gosto do brasileiro. A combinação de carros possantes,
que podem chegar à velocidades superiores a 200 quilômetros por hora;
circuitos espalhados por boa parte
do país; e nomes famosos são alguns
dos fatores que a tornaram uma receita de sucesso. Um dos ingredientes
para este bom desempenho é “made
in Joinville”: os discos de freio usados
pelos carros de corrida são fabricados
pela Fremax, fornecedora oficial do
www.fremax.com
evento há mais de dez anos.
O investimento de R$ 300 mil na
modalidade, feito em 2004, surtiu
efeito rapidamente. Com mais segurança no freio, os stock cars ganharam, pelo menos, três segundos por
volta. Mais recursos foram aplicados,
a imagem da empresa foi reforçada, e
mais categorias foram conquistadas.
A empresa joinvilense é fornecedora
oficial da F3 Sul-americana e da Porsche GT3 Cup / Challenge Brasil. “É
uma ótima vitrine”, destaca Carlos An-
1986
A Jofund inicia suas atividades
em Joinville, terceirizando
serviços na fundição de ferro
para o mercado industrial.
dré Birckholz, presidente da Fremax.
Pisando fundo no segmento de reposição, com participação de mercado
que supera os 30%, o próximo grande
desafio da marca é ampliar a presença
junto às montadoras. O principal cliente neste mercado é a Mitsubishi, atendida há doze anos. Nesta lista, também
estão a Agrale e a ex-catarinense TAC.
A participação no automobilismo
é um bom cartão de visitas para chamar a atenção das montadoras. O momento é propício.
As oportunidades para crescer
são bem grandes. A partir do Inovar
Auto, o novo regime automotivo brasileiro, a expectativa é de que sejam
investidos mais de R$ 7,3 bilhões na
construção de novas montadoras nos
1990
A Jofund especializa-se na
fabricação de discos e tambores
de freio, dedicando-se
integralmente a este segmento.
99
“O automobilismo é uma ótima vitrine.”
Carlos André Birckholz, presidente da Fremax
próximos anos.
O objetivo da Fremax é o de se
qualificar para atender a esta demanda. Os primeiros passos já foram dados. A empresa está concluindo a certificação na ISO TS 16949 e ampliando
a capacidade de usinagem, para reforçar a produção. Atualmente, podem ser fabricadas 300 mil peças ao
mês. A expansão objetiva também
garantir a manutenção da liderança. “Todo mundo mira quem está na
frente”, afirma Birckholz.
Um dos grandes desafios é contornar a informalidade que caracteriza
parte do mercado de discos e tambores de freio. A estratégia da Jofund foi
apostar na valorização da marca Fremax, no oferecimento de diferenciais
de produto e no serviço de entrega.
O salto gerado por essa estratégia
foi grande. Em 2006, eram produzidas
240 mil peças por mês, das quais menos de 30% tinham a marca Fremax.
O resto era private label, ou seja, com
outros rótulos. Hoje, 97% das 300 mil
unidades fabricadas no Distrito Industrial são da marca Fremax.
Obter flexibilidade no processo de
produção e rapidez de entrega foi fundamental, ressalta o executivo. “Funcionamos como o estoque de nossos
clientes.” A empresa tem condições de
rapidamente mudar a programação
da fabricação dos discos e tambores
de freio. Apesar de ser monoproduto,
a Fremax possui mais de 1.500 modelos diferentes entre discos e tambores.
A inovação também aparece na
apresentação do produto. As tradicionais caixas de papelão deram lugar a
embalagens redondas, feitas de plástico reciclado, que se mostraram mais
2002
Gstão é profissionalizada. Passa a
ser fornecedora oficial de discos
e tambores de freio da Mitsubishi
Motors Corporation do Brasil.
práticas para estocar e movimentar
discos de freio que podem ter até 33,5
quilos, como os utilizados em caminhões. A patente é da Jofund. “Acabou
virando um símbolo da empresa.”
Boas oportunidades lá fora
Mais de um terço da produção da
Fremax é direcionada ao mercado externo. Os principais clientes, a Argentina e a União Europeia, são atendidos a
partir de unidades de negócio próprias
localizadas em Buenos Aires e em Eschweiler, na Alemanha.
Apesar de a situação econômica
nestas duas regiões não estar muito
favorável, a ordem é continuar desenvolvendo estas duas frentes, além de
outros mercados. A justificativa de
Carlos André Birckholz, presidente da
empresa, é a saturação do mercado
brasileiro. “Há excesso de oferta e muita concorrência desleal. O mercado externo, apesar de competitivo, oferece
bons resultados no longo prazo.”
A crise na Europa encolheu o
mercado automotivo: nos oito primeiros meses do ano, a queda nas
vendas de carros foi de 5,2% em
relação ao mesmo período de 2012,
segundo a consultoria Jato. Há sinais de recuperação, principalmente entre as marcas premium.
Além da possibilidade de recuperação no médio prazo, o executivo enxerga boas possibilidades por
causa do perfil do consumidor. “Lá
há uma fuga da comoditização. Valorizam-se produtos mais duráveis,
e de maior qualidade. No longo prazo, os ganhos estão na relação custo-benefício.”
A Argentina é um mercado desafiador. As circunstâncias político-econômicas afetam frequentemente as
relações comerciais com o Brasil, mas
as possibilidades são enormes.
33,5 kg
É o tamanho do
maior disco de
freio produzido
pela Fremax.
Ele é usado
no caminhão
Mercedes
Benz 1938.
35%
É o peso das
exportações
nas vendas
da Fremax.
1.500
É a quantidade
de variações de
discos de freio
que a Fremax
pode produzir.
Elas podem
atender a 99%
da frota em
circulação.
CARLOS JUNIOR
Capacidade de produção da fábrica no Distrito Industrial é de 300
mil peças ao mês. Mais de um terço é exportado
2004
Investe R$ 300 mil em projeto de
freio para se tornar fornecedora
oficial do sistema de freios dos
carros que participam da Stock Car.
2006
Passa por um processo de downsizing e
reestrutura seu negócio ao abandonar a
produção de private labels. Passa a focar na
marca Fremax e na oferta de diferenciais.
2011
Torna-se fornecedora
oficial da Porsche GT3/
Challenge Brasil, substituindo
empresa alemã.
CARLOS JUNIOR
100
80
A partir da experiência adquirida na Tupy, Waldir Fruit (E) e Raul Tilp (D) montaram
o grupo. Um dos focos foi entrar em novos lugares com uma âncora
A importância das letras
FT não simboliza só as iniciais dos fundadores,
mas também as origens e o primeiro cliente de
um dos maiores grupos de segurança de SC
Atividade
Prestação de
serviços de
segurança.
1.500
Funcionários.
FT: duas letras que guardam
uma história escrita desde 1992 pelos empresários Waldir Fruit e Raul
Tilp. As iniciais dos sobrenomes batizaram um dos maiores grupos de
segurança de Santa Catarina.
Elas também representam também as raízes de onde o empreendimento surgiu: a Fundição Tupy.
“A sigla também é uma forma de
homenagear as origens”, contam.
Os dois trabalharam mais de uma
década na empresa: Fruit chegou a
www.grupoft.com.br
ser gerente de recursos humanos,
cuidando das relações industriais,
e Tilp, responsável pela segurança.
Foi em um momento de transformação no cenário corporativo que
nasceu a FT. A Tupy estava reduzindo
custos e optou por centrar forças na
sua área de negócios. No início dos
anos 90, a terceirização crescia entre
os grandes grupos empresariais.
A fundição foi uma das pioneiras
neste processo. Fruit e Tilp aproveitaram a oportunidade para apre-
1992
Inicia as atividades terceirizando a
área de segurança da Tupy, para
quem presta serviços até hoje,
inclusive na área florestal.
sentar uma proposta de negócios:
prestar serviços para a empresa em
que trabalhavam. A ideia foi rapidamente aceita: nascia a FT, absorvendo as áreas de segurança, brigada de
incêndio e transporte administrativo da Tupy, com uma equipe de 64
pessoas. Junto, um contrato de dois
anos para a prestação dos serviços.
Implícito, o desafio de conquistar
novos clientes, para diluir a dependência de uma única companhia. O cenário era competitivo. Outras empresas
surgiam a partir da terceirização de
atividades dos grandes grupos.
A opção para expandir a atividade foi a de procurar empresas que
tinham equipe de segurança própria
para poder terceirizar o serviço. Assim,
1999
Reforça sua atuação no
segmento florestal, ao assumir
os serviços de vigilância da
Rigesa, em Três Barras.
2002
Chega ao Planalto Norte.
O primeiro cliente foi a
Móveis Rudnick, em São
Bento do Sul.
101
“Não há tecnologia que não
dependa do ser humano.”
Waldir Fruit e Raul Tilp, sócios fundadores do Grupo FT
nascia um conceito vital para a FT: ter
uma âncora. “Ter a Tupy como cliente
foi um importante chamariz”, destaca
Waldir Fruit, sócio fundador. Os primeiros clientes surgiram no entorno
da fundição: a Escola Técnica Tupy, a
Termotécnica e o Joinville Iate Clube.
A tática da âncora continua sendo aplicada com sucesso: no Planalto
Norte, foi a Rudnick; no Vale do Itajaí,
a Haco Etiquetas; e na região de Jaraguá, a Duas Rodas Industrial.
Atualmente, são 1.548 funcionários. Mas, esqueça a figura do vigilante
armado até os dentes. A estratégia é
investir em ideias diferenciadas, por
meio de projetos de segurança, que
ofereçam soluções adaptadas às realidades do cliente, permitam respostas
rápidas, reduzam custos e incorporem novas tecnologias.
Outra atenção especial é dedicada
à prevenção. “Isto pode representar
uma redução de até 50% nos custos
de um condomínio”, exemplifica Raul
Tilp, sócio fundador.
A tecnologia é fundamental para
Fruit e Tilp. Contudo, isto não significa
que o fator humano não seja valorizado. Muito pelo contrário. Os empreendedores enfatizam que as pessoas
sempre serão essenciais à atividade.
“Não há tecnologia que não dependa
do ser humano”, dizem.
sionalização da gestão e por pensar
como será a corporação em um horizonte de até 15 anos. O processo
é encarado com muita naturalidade.
“Era uma das opções que tínhamos.
A outra seria vender a empresa, o
que foi descartado”, diz Waldir Fruit.
Por trás do conselho de administração está uma holding familiar.
E no dia a dia, Rafael Buchmann,
genro de Fruit, e Rodrigo Tilp, filho
de Raul Tilp, assumiram funções
estratégicas. O primeiro se dedica
à gestão das áreas administrativa,
financeira e comercial. O segundo
atua no desenvolvimento de novos
projetos e produtos.
O leque de possibilidades para o
futuro é amplo. A mais importante é
a de reforçar a integração entre as
novas tecnologias e a segurança.
O primeiro serviço seguindo
esta tendência deve chegar ao
mercado nas próximas semanas. O
Balkon integra conceitos herdados
do cloud computing e das redes sociais. À distância, o cliente poderá
monitorar seu imóvel e adotar medidas preventivas, como acender
lâmpadas ou fechar portões, para
protegê-lo.
Três fatores foram levados em
consideração ao longo do processo
de desenvolvimento do Balkon: a
presença maior da tecnologia na vida
das pessoas; a necessidade de desmitificar seu uso e a necessidade de reforçar a cultura da prevenção, devido
aos índices de criminalidade.
Um dos trunfos é o baixo investimento em equipamentos por parte
do usuário, já que as imagens acabam sendo armazenadas na nuvem.
Uma ou mais câmaras de pequeno
porte ocupam o lugar dos DVRs – sistemas de gravação de vídeo –, que
chegam a custar mais de R$ 1.000,00
O desenvolvimento do novo serviço é totalmente joinvilense. A fase
de testes começou em janeiro, envolvendo a instalação de 40 câmeras em
30 clientes. Agora, está sendo concluída a elaboração da interface com o
usuário. O sistema, de acordo com
Rodrigo, abre novas possibilidades de
negócios, podendo, inclusive, ampliar
a área de abrangência do Grupo FT.
120
É o número de
carros da frota
da FT.
250
É o número
de clientes
corporativos do
grupo.
12
É o número de
escritórios que
o Grupo FT tem
distribuídos em
sete unidades.
CARLOS JUNIOR
A segunda geração
A segunda geração das famílias
Fruit e Tilp está sendo preparada
para conduzir o futuro do Grupo
FT. O programa de sucessão é caracterizado pela constituição de um
conselho de administração, a profis-
2003
Recebe a
certificação
ISO 9001.
Uma das missões de Rafael Buchmann (E) e Rodrigo Tilp é pensar o futuro do grupo
2004
Entra, por meio da prestação de serviços
de segurança na área florestal, no
Planalto Serrano. O primeiro cliente foi a
Klabin, em Lages e Otacílio Costa.
2009
Contrato com a Duas Rodas Industrial, de
Jaraguá do Sul, marca a estreia no mercado do
Vale do Itapocu. Estreia no Vale do Itajaí. A porta
de entrada foi a Haco Etiquetas, de Blumenau.
2010-3
Entra em novos
mercados:
Curitiba, Itajaí e
Brusque.
104
80
“Há uma demanda
muito grande
por parte das
empresas de molde
e ferramentaria.”
CARLOS JUNIOR
Francis Yu, chairman e
fundador do grupo Yudo
Francis Yu, chairman do grupo Yudo, é um apaixonado pelas belezas
naturais do Brasil e pelas oportunidades que o país oferece
Atividade
Sistemas de
injeção para o
processo de
moldagem.
45
Da Coreia à terra
da oportunidade
Empresas joinvilenses respondem por metade dos
negócios da multinacional asiática Yudo no Brasil.
E grupo vê novas oportunidades de negócios
As atenções do empresário coreano Francis Yu, chairman do grupo
Yudo, estão voltadas para Joinville.
Um terreno de 192 mil metros quadrados, na rua Dorotóvio do Nascimento, no Jardim Paraíso, vai sediar
o mais novo empreendimento da
multinacional coreana: um condomínio empresarial voltado para as
ferramentarias. O investimento está
estimado em US$ 120 milhões.
Francis é um apaixonado pelo
Brasil. E não é só pelo potencial de
negócios que a sétima economia
mundial oferece. “É um país muito
bonito.” E esta ligação ficou evidente
pelo local que ele escolheu para ser
fotografado: um jardim no interior
de Joinville.
O condomínio empresarial é o
segundo passo que o grupo, fundando por ele em 1980, está dando em
Joinville. No ano passado, a empresa
inaugurou uma fábrica de sistemas
de injeção para o processo de moldagem, localizada perto do Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola. Foram
aplicados R$ 16 milhões para iniciar
as atividades no Brasil. Até então, os
produtos eram importados.
A importância de Joinville para a
Yudo é muito grande. Empresas da
cidade absorvem metade do que
é fabricado pela unidade local. “Há
uma demanda para empresas de
moldes e ferramentaria”, disse Fran-
Funcionários.
www.yudosa.com.br
1980
Francis Yu cria a
Yu & Do Trading
Co, na Coreia
do Sul.
1981
Desenvolve e lança
os sistemas de
câmaras quentes no
mercado coreano.
1986
Começa a exportar os
sistemas de câmaras quentes.
Nome do grupo muda para
Yudo Co. Ltd.
105
cis na inauguração da fábrica, em
agosto de 2012.
O objetivo com a criação do
condomínio empresarial é o de
criar um cluster (arranjo produtivo)
de ferramentarias. “Isto vai reduzir
a burocracia e estimular a geração
de negócios entre as empresas”,
destaca o presidente da Yudo no
Brasil, José Édson Tomazzini Dantas. Quando o empreendimento
estiver totalmente concluído, em
um prazo de três a cinco anos,
2.500 pessoas deverão estar trabalhando no local.
As negociações para atrair empresas já começaram. “Há ferramentarias que já manifestaram interesse em se instalar no local”, diz
o executivo. E também uma grande
empresa do segmento de embalagens estuda a possibilidade de vir
para Joinville, implantando uma
unidade no condomínio.
O empreendimento será implantado em cinco etapas. A primeira
deve começar a operar no próximo
ano. A última fase prevê a transferência da fábrica da Yudo, o que
deve acontecer em um prazo de três
a quatro anos. “Antes, temos que recuperar o investimento que foi aplicado na unidade instalada em 2012”,
afirma Dantas.
Mas não são só fábricas que se
instalarão no local. O projeto do condomínio prevê a construção de um
edifício-garagem de três andares, cinco restaurantes – um deles VIP -, um
auditório com capacidade para 250
pessoas e uma área de serviços para
dar apoio às empresas.
os negócios da Yudo, tornando-a a
terceira em relevância mundial.
A intenção para o futuro é trazer linhas de produção de porta
moldes, robôs e máquinas operatrizes, como fresadoras e tornos,
que atualmente são importados. O
grupo coreano atua em mais de 40
países e é líder mundial em produção de sistemas de câmara quente.
Uma das principais características do complexo que a Yudo vai
implantar no Jardim Paraíso é a
utilização de tecnologias que priorizem a sustentabilidade. “Vamos
usar tecnologias verdes”, destaca
Dantas
Painéis fotovoltaicos serão
instalados para gerar parte da
energia que será utilizada pelo
empreendimento, para o funcionamento dos equipamentos de
informática e o aquecimento da
água utilizada. A energia externa
será destinada para o funcionamento do maquinário.
O empreendimento não terá
ar-condicionado. O executivo diz
que para manter o ambiente mais
refrigerado será utilizada uma tecnologia geotérmica desenvolvida e
patenteada pela Yudo
O complexo de ferramentarias também terá uma estação de
tratamento, com capacidade para
atender a uma população de 6 mil
pessoas. O sistema que será utilizado, segundo o executivo, possibilitará que a água retorne limpa
ao meio ambiente.
R$ 16 mi
Foi o valor
do primeiro
investinmento
feito pela Yudo
em Joinville.
NEIVA DALTROZO/SECOM
Importância global
A expectativa é de que, com o
complexo de ferramentarias em
funcionamento, a unidade de Joinville cresça em importância para
1992
A partir da joint venture com a empresa
japonesa Star Seiki, forma a Yudo-Star,
voltada para a fabricação de robôs e
equipamentos de automação industrial.
Fábrica da Yudo em Joinville foi inaugurada no segundo semestre do ano passado
1997
Instala-se
nos Estados
Unidos.
1999
Recebe a ISO
9001, por meio
da certificadora
TUV.
2008
Instala-se
na China.
2009
Yujin Yi
assume a
presidência do
grupo Yudo.
2012
Inaugura
unidade
industrial em
Joinville.
DIVULGAÇÃO CMI BRASIL
106
80
Técnico da CMI realiza trabalho de manutenção em estrutura no terminal portuário de Navegantes
Atividade
Serviços de
manutenção
e montagem
industrial.
800
Funcionários
no Brasil.
1817
John Cockerill cria
os ‘Etablissements
Cockerill’, que
deu origem ao
CMI Groupe,
em Seraing, na
Bélgica, perto da
fronteira com a
Holanda.
Negócios nas alturas
Com dez anos de Brasil e perto do bicentenário, a
CMI pretende duplicar a receita até 2017, por meio
de serviços mais abrangentes e mais tecnológicos
A mais de 70 metros de altura, alpinistas industriais, realizam
serviços de inspeção em estruturas e equipamentos. Prestando
manutenção no mais alto nível,
técnicos trabalham, de forma segura, a 238 metros de altura realizando reparos.
Estes são alguns dos desafios
realizados pela multinacional belga CMI (Cockerill Maintenance &
Ingénierie), com quase 200 anos
de existência, que, em 2004, en-
www.cmibrasil.com
controu Joinville para ser a sede
das operações brasileiras.
Um dos maiores investimentos privados em Santa Catarina foi
a porta de entrada do grupo europeu no Brasil. A aplicação de US$
400 milhões em 2000 feito pelo
grupo Usinor (atualmente parte
da ArcelorMittal) na construção
da laminadora de aço Vega do
Sul, em São Francisco do Sul, foi
acompanhado pelo desembarque
dos belgas, que já tinham uma
1835
Projeta a locomotiva a
vapor “Le Belge”, a primeira
a circular na Europa
Continental.
1857
Fabricação de
locomotivas
industriais.
parceria com os franceses na manutenção industrial nas unidades
na Europa.
Ao longo de quase uma década
no Brasil, os negócios se expandiram “em espiral”, explica o gestor corporativo de comunicação
e TI, Islair Gonzaga. A partir dos
primeiros serviços realizados em
São Francisco do Sul, as atividades se expandiram para Joinville,
Minas Gerais, Espírito Santo, Rio
de Janeiro... E não ficaram restritas às operações de manutenção
industrial e engenharia industrial.
Apoiada nos mais de 800 profissionais no Brasil, a empresa expandiu e consolidou a presença
também em outros segmentos
1890
Torna-se parceira na construção
do primeiro grande complexo
siderúrgico chinês, em Hanyang,
na região central da China.
1950
Fabricação de
locomotivas a
diesel.
107
“São, às vezes, serviços bem simples para
operações extremamente complexas.”
Islair Gonzaga, gestor de comunicação e TI da CMI Brasil
como o montagem industrial. Um
dos grandes trabalhos realizados
pela empresa neste segmento foi
a implantação de uma das linhas
de produção da nova fábrica de
pneus da francesa Michelin, no
bairro de Campo Grande, no Rio
de Janeiro. A unidade tem capacidade para produzir 2 milhões de
pneus ao ano ou 40 mil toneladas.
A operação, concluída no mês
passado, demandou mais de 200
mil horas trabalhadas por uma
equipe de 210 profissionais. Os
equipamentos instalados vieram
em 218 contêineres de 40 pés.
Foi preciso o apoio de guindastes capazes de operar com cargas
de até 60 toneladas. Uma das tarefas envolveu a instalação de 177
quilômetros de cabos elétricos, o
que corresponde à distância entre Joinville e Florianópolis.
O desempenho da economia
brasileira aquém das expectativas
não assusta a multinacional belga, que tem planos para duplicar
o faturamento até 2017, quando
completa 200 anos. A carteira de
clientes é repleta de nomes de
peso, como Petrobras, Tractebel,
Valorec Mannesmann, Weg, Michelin, White Martins, Arcelor Mittal, Ferrous e Gerdau.
O fato de o Brasil ser um
dos maiores mercados consumidores do mundo e com uma
classe média em expansão é um
bom sinalizador para a empresa,
principalmente no segmento de
1956
Fabricação
de caldeiras
para usinas
nucleares.
1972
Fabricação
de canhões
de baixa
pressão.
montagem. Segundo informações
compiladas pela Bradesco Corretora, entre janeiro e setembro,
foram anunciadas 391 intenções
de investimentos em projetos industriais.
As projeções para Santa Catarina são bem positivas. Dois fatores reforçam este bom humor: a
instalação da BMW em Araquari e
a construção da segunda fábrica
da GM. A consolidação do complexo automotivo pode desencadear
novos investimentos.
O grupo atua em 19 países por
meio de 41 unidades de negócios.
No ano passado, eram 3.677 funcionários, que foram responsáveis por um faturamento de 792,8
milhões de euros (R$ 2,38 bilhões)
e um lucro de 32,1 milhões de euros (R$ 96,2 milhões), o maior da
história do grupo.
tagem de grandes estruturas para
a realização de serviços de manutenção. Engenheiros e técnicos
industriais escalam estruturas
como as torres de 238 metros da
termelétrica de Capivari de Baixo, pertencente à Tractebel, ou
os guindastes que são utilizados
para a movimentação de cargas na
Portonave, o terminal portuário de
Navegantes.
Segundo Islair Gonzaga, os
principais impactos são a redução
dos custos e o ganho de tempo.
“Trocam-se dias por horas”. O treinamento do pessoal é realizado em
Joinville, onde o grupo tem uma estrutura que simula operações em
grandes alturas.
51,4%
Foi o percentual
dos pedidos
de produtos e
serviços, feitos
em 2012, que
envolvem novas
oportunidades
de negócios.
38,9%
É o peso das
áreas industrial
e de serviços
industriais na
receita do CMI.
CARLOS JUNIOR
Treinamento em Joinville
Um aspecto que merece destaque na CMI são as intervenções
dos alpinistas industriais. São
profissionais trabalhando na manutenção e na montagem de equipamentos industriais em grandes
alturas. “Os alpinistas – que tem
a certificação internacional da Irata (Industrial Rope Access Trade
Association) transformam operações extremamente complexas
em atividades bem mais simples”,
explica o gestor corporativo de
comunicação e TI, Islair Gonzaga.
O objetivo é evitar a desmon-
1982
Criação da
Cockerill
Mechanical
Industries.
1999
Primeira unidade fora da
Bélgica: instala-se na França
para atuar no segmento de
manutenção industrial.
Jean-Noël Ott lidera as operações
da multinacional belga no Brasil
2004
Instala-se no Brasil, para atender à
demanda de serviços de manutenção
da laminadora de aço Vega do Sul,
em São Francisco do Sul.
2005
Instala-se na Rússia.
2008
Instala-se na Índia.
108
“É bom atuar em
vários segmentos
para não depender
exclusivamente
de um.”
Odorico Fortunato, presidente
do Conselho de Administração
da Empreiteira Fortunato
Atividade
Obras de
engenharia
215
1971
Fundação da
Empreiteira
Fortunato,
dedicada a
construções e
outras obras de
engenharia.
1987
Começa a atuar
na área de
saneamento,
implantando
redes coletoras,
realizando
dragagens e
obras para
depósitos
de resíduos
industriais.
Executa as
primeiras obras
para a Prefeitura
de Joinville.
CARLOS JUNIOR
Funcionários
Odorico Fortunato, presidente do Conselho de Administração,
está repartindo experiência com a segunda geração
Mãos à obra
A atuação no segmento de infraestrutura
está no DNA da Empreiteira Fortunato. Com
mais de 40 anos de história e indo para a
segunda geração, a empresa quer aproveitar
as oportunidades que estão chegando
www.fortunato.com.br
1999
Entra no segmento de
engenharia ambiental, por meio
de participação na Catarinense
Engenharia Ambiental.
Miniaturas de caminhões e retroescavadeiras, quadros mostrando máquinas e equipamentos utilizados em obras de infraestrutura.
Os itens que decoram o escritório
de Odorico Fortunato, fundador e
presidente do Conselho de Administração da Empreiteira Fortunato,
retratam mais de quatro décadas
de história de envolvimento com a
construção pesada.
As primeiras lições para o empreendedor, nascido em Rio do Sul,
foram obtidas no início da juventude,
quando trabalhou com compactação
de pavimentação na Construtora Paranapanema. Era o final dos anos 60.
O sonho era ser dono do próprio
negócio. Isto se tornou realidade no
início dos anos 70. No começo, era ele
e um caminhão, um Ford Alemão. As
primeiras obras foram a realização de
drenagens na serra de Garuva. Para
complementar a renda, plantava grama. O apoio familiar foi grande: como
os recursos gerados pela empresa
eram reinvestidos, o sustento doméstico vinha por meio da esposa de Odorico, que era professora. “No começo,
muitos pagamentos atrasavam”, conta o empresário.
A demanda por obras nos anos
70 era crescente. Isto obrigou a realização de novos investimentos –
compra de veículos e máquinas – e
a abertura de novas frentes de negó-
2003
Início das atividades de
construção civil industrial,
comercial e residencial
e obras especiais.
2004
É certificada
com a ISO
9000.
109
cio, no Rio Grande do Sul.
O primeiro grande contrato em
que a Empreiteira Fortunato esteve
diretamente envolvida foi a construção do oleoduto da Transpetro,
que liga as instalações da Petrobras
em São Francisco do Sul à Refinaria
Getúlio Vargas, em Araucária (PR).
Para participar do consórcio, foi necessário realizar uma saga. “Tivemos
de reunir muitos documentos para
participar da concorrência.”
O resultado foi positivo. A participação na obra abriu as portas para
novos trabalhos com a petrolífera.
Isto, segundo o empresário, acabou
sendo uma grande escola de negócios. “Aprendi muitas lições sobre
como administrar uma empresa.”
Uma das que ele considera mais
valiosa é a de “não colocar todos os
ovos na mesma cesta”. “É bom atuar
em vários segmentos para não depender exclusivamente de um.”
Um novo salto da empresa foi
dado em meados dos anos 80, aproveitando a forte expansão registrada
entre 1984 e 1987, quando o país cresceu 26,5%. A Fortunato acompanhou
este ritmo de crescimento acelerado:
comprou mais equipamentos; ampliou a área de atuação, com a entrada no segmento de terraplenagem,
e conquistou novos clientes, como a
Prefeitura de Joinville
A Fortunato foi uma das primeiras
empresas da cidade a atuar com terraplenagem. A fama acabou se espalhando. “Tinha até socialite que pedia
para que fôssemos fazer as obras”,
diz, rindo, o empresário. Entre os
clientes atendidos neste segmento estão o Makro Atacadista, a ArcelorMittal
Vega, a Hengst, a Fecoagro (Federação
das Cooperativas Agropecuárias do
Estado de Santa Catarina), a Marcegaglia do Brasil, a Autopista Litoral Sul e
o Governo de Santa Catarina.
A pavimentação, entretanto, é
2005
Início da operação da
1ª Usina de Asfaltos
Contra Fluxo da
cidade de Joinville.
uma das grandes paixões de Odorico
Fortunato. “Sempre tive boas obras
neste ramo.” O empresário é capaz
de passar horas falando sobre o tema.
Desde o início das atividades da empresa já foram 2.300 quilômetros.
Atualmente, a empresa é responsável pela construção do contorno de
Garuva, que vai ligar a SC-415 à BR101, facilitando o acesso ao porto de
Itapoá; de obras na Costa do Encanto,
que margeia a baía da Babitonga; e a
implantação de pistas marginais e de
recuperação asfáltica na BR-101, para
a Autopista Litoral Sul.
Outras obras que a empresa está
desenvolvendo são a implantação de
um centro logístico integrado (Clif), em
Itapoá; a reurbanização da rua Tuiuti,
em Joinville, e diversas atividades para
clientes como Douat, Ciser, Apoio Logística, Logbras, Brasmazem, Marcegaglia, Whirlpool e Aceville.
Nova geração
Os planos para o futuro não
param, mesmo com Odorico Fortunato envolvido na sucessão da em-
preiteira. Dois de seus filhos, Aline
e Leonardo, ocupam posições-chave na empresa. A primeira, que
está há 15 anos na Fortunato, é
responsável pela gestão financeira. O segundo, com quase 20 anos
de experiência, assumiu em 2011 a
administração do negócio.
Mesmo com a mudança, o
empresário pretende continuar
dando “uns pitacos” no dia a dia
da empresa. “Sou o presidente do
conselho de administração, mas
venho acompanhando o dia a dia,
repassando informações e cobrando resultados”.
O objetivo da segunda geração
é permanecer como referência no
segmento de infraestrutura e ampliar a participação da empresa em
obras industriais.
A Fortunato também pretende
investir em áreas correlatas às atividades da empresa e em projetos
que necessitem de grandes obras
de engenharia, como centrais hidrelétricas, empresas de saneamento, logística e concessões de
serviços públicos.
2.300 km
É a quantidade
de obras de
asfaltamento
realizadas pela
Empreiteira
Fortunato.
SECOM
Rodovia que faciilta o acesso direito ao porto de Itapoá
foi uma das obras realizadas pela empresa
2008
Início de operação da unidade
industrial em Garuva, com
pedreira, britagem, usina de
solos e usina de asfalto.
2011
Leonardo
Fortunanto
assume a
presidência.
Início das atividades
de consultoria,
gestão de projetos e
gerenciamento de obras.
2013
Lançamento de
incorporação
imobiliária na
cidade de Itapoá.
2014
Início das atividades
da empresa na
área de logística
multimodal.
Atividade
Componentes
para os
segmentos
automotivo,
iluminação e
agronegócio e
eletroferragens.
1.628
Funcionários.
1932
Fundação da
Schmidt, Wetzel &
Cia. por Wigando
Schmidt e os
irmãos Erwino e
Arnoldo Wetzel.
Início da
fabricação de
torneiras e
registros em latão
pelo processo
de fundição sob
pressão, uma
técnica pioneira
na América Latina.
DIVULGAÇÃO WETZEL
110
André Luís Wetzel da Silva assumiu o comando da empresa no final
do ano passado com a missão de imprimir um novo ritmo
O momento da retomada
Conquista de novos clientes, recuperação do mercado
de caminhões e conclusão da reestruturação
começam a gerar bons resultados para a Wetzel
André Luís Wetzel da Silva assumiu o comando da Wetzel em 12 de
dezembro de 2012. A combinação
dos números é motivo para uma
brincadeira: “deve ter algo de cabalístico nela.” Coincidência ou não, é um
momento de grande transformação
para a empresa, que está concluindo
um processo de reestruturação.
O modelo de unidades de negócios – que dividia a empresa
em unidades de ferro, alumínio e
eletrotécnica – foi substituído pelo
www.wetzel.com.br
de gestão por competências. Funções comuns às três áreas foram
consolidadas. Segundo André, o
principal objetivo é o de tornar os
processos muito mais ágeis.
“Estamos em uma fase de transformação cultural”, explica o executivo, que tem como grande desafio
preservar os valores conquistados
ao longo dos 81 anos de história da
empresa. A empresa foi fundada em
1932 por seu avô, Erwino Wetzel, e
mais dois sócios. Até o final do ano, a
1938
Produz a
primeira
injetora
no Brasil.
1950
Início da fabricação
de produtos
para instalações
elétricas.
empresa terá o código de ética divulgado. O projeto está sendo desenvolvido em parceria com o Sesi (Serviço
Social da Indústria). O Sistema de
Gestão Ambiental está consolidado
e atende à realidade dos segmentos
em que a Wetzel atua.
A reestruturação da empresa, ao
longo do ano passado, foi acompanhada por um cenário macroeconômico mais turbulento.
O “pibinho” de 2012, que cresceu
0,9 %, deixou impactos na empresa.
Ela também foi afetada pela crise externa e a antecipação de compras de
caminhões – um dos principais mercados atendidos pela Wetzel – no final de 2011. Isto acabou resultando
na formação de estoques nas reven-
1960
Início da produção de
eletroferragens em alumínio
fundido para linhas de transmissão
e distribuição de energia elétrica.
111
“Estamos em uma fase de
transformação cultural.”
André Luís Wetzel, presidente da Wetzel
A Wetzel também conquistou clientes que são sistemistas
de montadoras participantes do
InovarAuto, que tem por objetivo
estimular novos investimentos no
segmento.
A outra área da empresa – a eletrotécnica – também passa por um
bom momento. A expansão foi de
20,2%. Neste semestre estão sendo
lançados novos produtos na linha de
alumínio e iluminação com tecnologia
LED, o que pode contribuir para a expansão na participação de mercado.
Para manter os bons resultados, a empresa também está
racionalizando os processos de
Temporada de prêmios
Desde o início do ano, a empresa
conseguiu dois prêmios. O desempenho na entrega e na qualidade do
produto para a Robert Bosch rendeu
o prêmio Magneto de Ouro.
A empresa também foi premiada
pela Anamaco (Associação Nacional
dos Comerciantes de Material de
Construção) como destaque nos
segmentos de caixas de derivação
e conduletes e acessórios de metal.
A entrega foi em agosto.
106,5%
Foi quanto
cresceu o lucro
da Wetzel no
primeiro semestre,
comparativamente
a igual período de
2012.
3
São as unidades
de atuação da
Wetzel: Ferro,
Alumínio e
Eletrotécnica.
275
Foi o aumento
no quadro de
colaboradores
no primeiro
semestre.
DIVULGAÇÃO WETZEL
das e nos pátios das montadoras
nos primeiros meses de 2012.
Mas, os bons resultados estão
de volta e com bastante vigor. O
faturamento da Wetzel no primeiro
semestre foi de R$ 153,94 milhões,
23,1% a mais do que no mesmo período de 2012. Um importante aliado contribuiu para o resultado: a recuperação do mercado de veículos
pesados, um dos mais relevantes
para a empresa.
Segundo a Anfavea (Associação
Nacional de Fabricantes de Veículos
Automotores), o licenciamento de caminhões novos fabricados no Brasil
cresceu 5,1% no primeiro semestre
do ano comparativamente a igual período de 2012. A de ônibus, 5,2%. E a
produção de máquinas agrícolas se
expandiu em 15,8%.
Estes três segmentos continuam tendo um bom desempenho.
Dados da associação mostram que
nos três primeiros trimestres do
ano, o licenciamento de caminhões
cresceu 15,1%, em relação a 2012;
a de ônibus, 10,4%; e a de máquinas agrícolas, 19,8%.
produção. O principal desafio do
momento é a manutenção dos
custos. Segundo o relatório da administração sobre o primeiro semestre, isto tem se traduzido em
atuação precisa e controle rigoroso
dos gastos. Os custos de produção
caíram de 86,5% das vendas, na primeira metade de 2012, para 76,7%,
no mesmo período de 2013.
Boas expectativas
O bom desempenho no primeiro semestre foi sentido com mais
força nas unidades alumínio e ferro, que, respectivamente, tiveram
um crescimento de 30% e 17,2%
na primeira metade de 2013 em
relação aos mesmos meses do ano
passado. As expectativas são de
que os negócios continuem bem.
1970
Início da produção de ferro fundido zincado,
destinado à fabricação de componentes
para isoladores elétricos e ferragens para
linhas de transmissão de energia.
Linha de produção da unidade de alumínio da Wetzel
1980
Desenvolve peças para a
indústria de autopeças e
abre escritórios em São
Paulo e Nova Jersey (EUA).
1988
Adquire o
controle da
Metalúrgica
Douat.
2010
Criação da Wetzel Univolt, em
conjunto com a empresa austríaca
Dietzel, com o objetivo de produzir
eletrodutos em PVC e PEAD.
112
R$ 10,21 bi
É o potencial de
consumo dos
joinvilenses, em 2013,
segundo projeções
da consultoria
IPC Marketing.
19%
É o peso da indústria
automotiva na
indústria nacional.
Possibilidades de
crescimento
As possibilidades de crescimento para a economia joinvilense são grandes. Não são só os reflexos diretos e indiretos gerados pelos mais de
R$ 1,2 bilhão de investimentos na indústria automotiva que vão ter impacto positivo nos próximos anos. Outra possibilidade é gerada pelo
crescimento contínuo dos salários. O aumento
anual chega a ser próximo de 10%.
O potencial de consumo joinvilense para
2013 foi estimado em R$ 10,21 bilhões pela consultoria IPC Marketing. É só o 40° maior do país,
para uma cidade que se orgulha em ter o terceiro maior PIB (produto interno bruto) do Sul do
Brasil e o 25o no âmbito nacional.
Os estímulos vindos da indústria automotiva
não se restringem apenas ao polo metal-mecânico. São mais amplos, devido ao grau de capilaridade das montadoras de carros no restante da
economia. Quase 19% da economia nacional gira
direta ou indiretamente em torno da atividade.
A instalação das fábricas deve reforçar ain-
da mais o empreendedorismo na região. Áreas
como construção civil, logística e prestação de
serviços são alguns dos segmentos que mais devem ser requisitados.
Mais investimentos, mais negócios, mais empresas e mais postos de trabalho. A economia
tende a girar com maior vigor. Quem tiver um
projeto consistente, adequado às novas demandas e com um bom planejamento, poderá aproveitar bem esse bom momento, previsto há dois
anos pela consultoria americana McKinsey.
Um exemplo bem próximo de como Joinville e região podem ser beneficiados com os novos investimentos é o de São José dos Pinhais,
na região metropolitana de Curitiba. Antes da
instalação de duas montadoras, no final do
anos 90, era uma cidade-dormitório da capital
paranaense. No período entre 1996 e 2010 viu
o PIB se expandir mais de cinco vezes, segundo
o IBGE. A população ampliou-se mais de 87%
nos últimos 17 anos.
Há 30 anos a paixão pela música
está no nosso DNA.
Uma simples nota musical guarda inúmeros detalhes em sua essência, sendo
capaz de provocar sensações que não sabíamos ser possíveis de sentirmos. Há
30 anos a Som Maior proporciona uma experiência sem igual ao nos transportar
para um mundo de magia e encantamento revelado em nuances e
particularidades sonoras sem precedentes. Pioneira no Brasil na importação de
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conceituadas marcas do mundo como B&W, SIM2, Meridian, Classé e Rotel,
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CARLOS JUNIOR
114
Carlos Alberto de Oliveira Júnior (E) e Alberto Raposo de Oliveira, da Litoral Soluções em
Comércio Exterior, planejam investir em projetos ligados ao agronegócio
Navegando em bons mares
Bom momento do agronegócio brasileiro
alimenta planos da Litoral Soluções em Comércio
Exterior para o porto de São Francisco do Sul
Atividade
Soluções para
comércio exterior
em portos,
aeroportos e
fronteiras.
106
Funcionários.
As águas da baía da Babitonga
estão mais movimentadas. O entra e sai de navios no porto de São
Francisco do Sul não para. Nos oito
primeiros meses do ano, a chegada
e saída de cargas aumentou 18%
em relação ao mesmo período de
2012, atingindo 8,62 milhões. E, na
avaliação dos empresários Alberto
Raposo de Oliveira e Carlos Alberto
de Oliveira Júnior, da Litoral Soluções em Comércio Exterior, os bons
momentos devem continuar por
www.litoralsfs.com.br
bastante tempo.
O principal trunfo é a maior eficiência do terminal em relação aos
concorrentes. Uma carga em São
Francisco do Sul leva cerca de três
dias úteis para ser liberada. Em Santos, o maior porto brasileiro, esta
demora pode chegar a 20 dias. “Por
aqui há uma situação mais confortável para o cliente”, destaca Raposo.
Este fato, segundo ele, foi um
dos motivos pelos quais o terminal
não foi afetado pela uniformização
das alíquotas de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços) sobre as importações. “Nas
operações de comércio exterior, não
é só a questão financeira que pesa”,
afirma Oliveira Júnior. Santa Catarina tinha, até o final do ano passado,
uma das políticas mais agressivas
em relação a este tributo, com o intuito de estimular a movimentação
de cargas pelos portos do Estado.
Outro fator que favorece a
expansão são os investimentos
constantes em ampliação da capacidade. Além do agronegócio, São
Francisco do Sul vem se tornando
uma importante alternativa para
outros tipos de cargas, como os
contêineres e as gerais.
1988
A partir de incentivos dos pais, Alberto Raposo de Oliveira e Carlos Alberto de
Oliveira Júnior criam a Litoral Agência Marítima. Eles vinham de outras experiências
na área de comércio exterior, trabalhando para a Ceval (hoje Bunge) e para a
Saveiros, que pertencia ao grupo Wilson Sons. O primeiro cliente foi a Ceval.
115
“São Francisco do Sul
vem se tornando uma
importante alternativa.”
Alberto Raposo de Oliveira,
diretor da Litoral
O cenário favorável faz a Litoral apostar em vários projetos
relacionados ao agronegócio. Um
deles é o TGSC, um terminal de
granéis privativo, que será construído ao lado do porto. A Litoral
é acionista de 30% do empreendimento, que terá capacidade para
movimentar 10 milhões de toneladas ao ano. Serão dois berços
de atracação, em um cais com 453
metros de extensão, com um calado de 14 metros.
A previsão é de que a licença
para as obras, por parte do Ibama
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), seja liberada ainda neste
ano. A partir disto, seriam necessários 90 dias para implantar o canteiro de obras e outros 18 meses para
concluí-las. O projeto foi concebido
há oito anos. “Mais cedo ou mais
tarde, vai acabar se tornando realidade”, afirma Raposo.
Outra aposta da Litoral é na retroárea do porto de São Francisco
do Sul. Nos planos da Litoral, está o
projeto da Litofertil, que envolve a
construção de um armazém para a
estocagem de fertilizantes.
A importação está em alta para
atender às necessidades da crescente produção agrícola. De acordo
com a Anda (Associação Nacional de
Difusão de Adubos), entre janeiro e
agosto, foram compradas 13,6 millhões de toneladas do tipo intermediário no exterior. É uma expansão
de 10,9% em relação ao mesmo período de 2012.
A empresa também pretende
1990
Abrem o primeiro
escritório fora de São
Francisco do Sul. O
local escolhido foi Itajaí.
“O objetivo é vender serviços
de comércio exterior nos portos
e aeroportos de SC, PR e SP.”
Carlos Alberto de Oliveira Júnior,
diretor da Litoral
ampliar a área de abrangência. “O
objetivo é vender serviços de comércio exterior nos portos e aeroportos
de Santa Catarina, Paraná e São Paulo”, enfatiza Oliveira Júnior. Outras
regiões que despertam o interesse
são Rio de Janeiro, Espírito Santo e
Rio Grande do Sul.
Capital humano
Os investimentos da Litoral
não se restringem somente aos ativos. A necessidade de ter cada vez
mais mão de obra qualificada vem
fazendo com que a empresa especializada em soluções de comércio
exterior invista no reforço da capacitação de seus quadros. Atualmente, são cem funcionários envolvidos
diretamente na atividade.
O cenário dinâmico do comércio exterior é um dos motivadores
para esta preocupação. “É preciso
estar constantemente direcionando esforços para o aprimoramento
das pessoas”, ressalta Raposo.
Segundo Raposo, não adianta
dotar o porto de mais capacidade –
a expectativa é de que ela duplique
nos próximos três anos –, sem que
haja acessos adequados. Hoje, São
Francisco do Sul é referência da
movimentação de cargas ligadas ao
agronegócio e está se expandindo
em direção a outros segmentos.
Outra necessidade levantada
pelo empresário é a realização de
novas obras de dragagem. O PAC2
direcionou R$ 29,4 milhões que já foram aplicados. “Novas obras seriam
bem-vindas”. A principal justificativa
é a entrada em operações de navios
com maior calado – os super post panamax, que exigem 16 metros. Hoje,
São Francisco do Sul pode receber
embarcações com até 14 metros.
18%
Foi o
crescimento,
neste ano, na
movimentação
de cargas pelo
porto de São
Francisco do Sul.
DIVULGAÇÃO LITORAL
Infraestrutura
Uma das principais preocupações dos empresários é em
relação aos acessos para o porto.
A maior delas é em relação à duplicação da BR-280. “Desde que
eu era pequeno já se falava nessa
necessidade”, diz Carlos Alberto
de Oliveira Júnior. A licitação já
foi realizada para os três trechos,
contudo ainda não há previsão
para que as obras iniciem.
2008
Abrem o
escritório
em Joinville.
2009
Primeira filial
fora de Santa
Catarina:
Paranaguá.
Planta do TGSC, que será construído nas
proximidades do porto de São Francisco
2013
Aos 25 anos, a Litoral tem novos planos de expansão:
participação em terminais de granéis e em armazéns
de fertilizantes. Implanta a unidade de Santos e
avalia a instação de uma unidade em Vitória.
CARLOS JUNIOR
116
A amizade de 20 anos entre Adriano Reinert e Estevão Goularte se reflete na JoinVix. O primeiro se dedica ao gerenciamento
dos servidores, segurança da informação e aprimoramento de produtos e serviços; o segundo, à administração
Empreendedores da web
Um livro emprestado e um jogo de sinuca
foram as bases para Adriano Reinert e
Estevão Goularte criarem a JoinVix
Atividade
Soluções de
web hosting
e produtos
para gestão de
negócios via web.
10
Funcionários.
Não é só a JoinVix, uma empresa
que oferece soluções de web hosting
e produtos para gestão de negócios
via web e que tem como mascote o
simpático robô ao lado, que une os
empreendedores Adriano Reinert e
Estevão Goularte. O negócio só tem
cinco anos, mas a amizade entre os
dois dura há mais de 20 anos.
Vizinhos do mesmo bairro, o Fátima, estudaram na mesma escola
pública, disputavam partidas de futebol, jogavam games no computador
– o favorito da dupla
era o lendário Age
of Empires, da Microsoft – e, até mesmo,
brigavam.
A tecnologia sempre foi uma
paixão para eles, mesmo quando a
internet ainda engatinhava, no final
dos anos 90. Este forte relacionamento ganhou força quando Estevão foi
trabalhar como menor aprendiz em
uma agência da Caixa Econômica.
A instituição financeira estava
www.joinvix.com.br
1991
Adriano Reinert
e Estevão
Goularte se
conhecem.
dando os primeiros passos no ambiente virtual. Um funcionário tinha
como objetivo fazer a página da intranet do escritório de negócios da
Caixa em SC. A curiosidade de
Estevão por códigos e linhas
de programação era tão grande que chamou a atenção do
bancário, que lhe emprestou,
por alguns dias, um livro
de linguagem HTML.
Estevão começou a devorar as
páginas e montar os
primeiros códigos em
um Pentium 233, comprado com muito esforço pela mãe, a partir
do dinheiro de uma rescisão
1998
Estevão Goularte pega
emprestado um livro sobre HTML
e começa estudar a linguagen.
Adriano faz cópia da publicação.
117
“O cliente é o nosso principal parceiro e
quem vai acabar vendendo a marca JoinVix.”
Adriano Reinert e Estevão Goularte, sócios da JoinVix
trabalhista. “Eu era o que se chamava,
na época, de micreiro”, conta Estevão.
Em visita ao amigo, Adriano pediu o livro emprestado. Não conseguiu. Mas
fotocopiou a publicação. Nasciam as
bases da JoinVix.
O tempo passou e cada um foi cuidar de sua vida. Obviamente, ligada às
novas tecnologias. “Sempre tive uma
sede de aprendizado nesta área”, diz
Estevão. Tanto ele, quanto Adriano se
aventuraram em negócios próprios.
Tiveram seus tropeços, quebraram a cabeça. Uma realidade comum
a muito empreendedor. O destino os
voltou a unir. O cenário foi uma mesa
de sinuca. Dali saiu o convite de Adriano ao amigo Estevão. A ideia era a de
criar uma empresa de hosting, para
profissionalizar o atendimento a cerca
de 80 clientes que Adriano tinha em
sua empresa de criação de sites.
“Uma coisa sabíamos: não podíamos errar. Não havia dinheiro para
esbanjar”, afirma Adriano. A possibilidade de um fracasso sequer foi levada
em consideração.
os dois empreendedores. A experiência de Estevão como técnico bancário
o credenciou para cuidar da administração da empresa. Adriano se dedica ao gerenciamento dos servidores,
segurança da informação e aprimoramento de produtos e serviços.
O grande sonho no começo era o
de conquistar pelo menos um cliente
ao dia. A meta foi alcançada há tempo. São conquistados, em média, 40
clientes por mês. Atualmente, são
1.440, formados principalmente por
pequenas e médias empresas. Outro
objetivo realizado foi o de chegar ao
faturamento de R$ 1 milhão. Ele foi
alcançado em 2012.
A equipe é pequena. São só dez
pessoas. O segredo, segundo Adriano
e Estevão, é não deixar as coisas que
podem ser feitas hoje para amanhã e
investir na gestão de processos e automatização de tarefas.
A JonVix tem uma obsessão com o
tempo. Só assim, segundo os empreendedores, é possível pensar estrategicamente a empresa. “Temos de trabalhar para não termos o que fazer”,
afirma Adriano.
Outro importante cuidado com a
empresa está nas mãos de Estevão: a
gestão financeira. Os preceitos a serem seguidos são sempre ser lucrativa
e não pedir emprestado dinheiro das
instituições financeiras. “É preciso dar
passos pequenos para construir uma
empresa sólida.”
É seguindo este caminho que a
JoinVix, instalada no Boa Vista, pretende expandir sua abrangência.
Uma das medidas tomadas para se
aproximar de potenciais clientes foi
ter telefones locais em algumas das
principais capitais e regiões metropolitanas, como São Paulo, Rio de Janeiro,
Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis,
Porto Alegre, Campo Grande e Salvador. Uma linha 0800 atende às demais
localidades.
O grande desafio é, com o crescimento contínuo, não se tornar uma
empresa zumbi, ou seja, distanciar-se
do cliente. “É ele o nosso principal parceiro e quem vai acabar vendendo a
marca JoinVix”, dizem Adriano Reinert
e Estevão Goularte.
5 mil
É a quantidade
de contas
de e-mail
gerenciadas
pela JoinVix.
600 mil
É a quantidade
de e-mails por
mês enviados
pelos clientes da
Joinvix a partir
dos servidores
da empresa.
CARLOS JUNIOR
Oportunidade à frente
A decisão, tomada no final de
2007, vislumbrava uma grande oportunidade na internet: oferecer serviços voltados de uma forma ágil e
extremamente simples, aproveitando
um vácuo deixado pelas empresas de
grande porte, que não conseguiam
dar um atendimento mais dedicado
às necessidades locais, principalmente entre as empresas de pequeno e
médio porte.
Outro fator que facilitou a sociedade foi a complementaridade entre
1999
Primeiro emprego de Estevão e
Adriano na área de tecnologia da
informação: trabalham em um dos
sites regionais mais acessados.
Em média, 40 clientes são incorporados por mês à carteira da JoinVix
2001
Estevão e Adriano passam
a trabalhar em outras
empresas e se dedicam
a negócios próprios.
2008
Reunem-se
para
fundar a
JoinVix.
2012
Fatura o primeiro
milhão de reais
2013
Passa dos 1.400 clientes.
FOTOS CARLOS JUNIOR
118
JEC: Uma
grande paixão
em três letras
Com 37 anos e uma torcida fanática, uma
das tradições joinvilenses tem um dos
maiores públicos pagantes na Série B
Atividade
Clube de futebol
Cidade da Dança. Cidade das
Flores. Manchester Catarinense.
Várias são as denominações dadas
a Joinville. E, porque não considerá-la como a cidade do futebol, já que
o JEC é uma grande paixão? A maior
prova disto são os milhares de torcedores que lotam a Arena Joinville
a cada jogo.
Não foi difícil para o JEC tornar-se uma referência absoluta para o
joinvilense. Os primeiros resultados mostraram isso: o campeonato
conquistado logo no primeiro ano
de atuação e o inédito octocampeonato catarinense, entre 1978 e
1985, uma marca que nem sequer
chegou a ser ameaçada. O clube já
nasceu movimentando a cidade.
Outro fator que contribuiu para
que o clube resultante da fusão
dos departamentos de futebol dos
tradicionais América e Caixas se popularizasse, quase que instantaneamente, foi o fato de ser uma das
opções de lazer mais acessíveis em
uma época em que elas eram mais
restritas. No ano em que o JEC foi
www.jec.com.br
fundado, em 1976, Joinville tinha
191 mil habitantes, segundo o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística).
A população cresceu quase três
vezes desde então. A atividade econômica se expandiu mais de quatro
vezes e meia. E a relação entre a cidade e o clube de futebol se intensificou mais ainda.
O impulso dado pela ascensão
nas divisões do futebol brasileiro
vem contribuindo para reforçar a
marca do clube. Em 2010, subiu da
série D para a C. No ano seguinte,
foi campeão da C, subindo para a
B, onde se encontra atualmente.
Hoje, possui mais de 10 mil sócios.
É um público fiel. Nenhuma
partida jogada pelo JEC está entre
as dez com maior público pagante na edição deste ano da Série
B. Contudo, o clube catarinense é
o que tem a quarta maior média,
perdendo apenas para Palmeiras,
Sport e Ceará. São 8.732 pessoas
que compraram ingressos para
ver o tricolor jogar em casa. E é
1976
Nasce a partir da fusão dos departamentos de
futebol do América e do Caxias. Foi com essa
parceria, entre dois tradicionais adversários do
futebol local, que começou a história do JEC.
Jogos do JEC atraem milhares
de pessoas à Arena
o segundo no ranking da taxa de
ocupação do estádio em que joga,
ao longo de 30 rodadas: 41%. À
frente, apenas outro catarinense,
a Chapecoense.
1977-86
Disputou a Série A do Campeonato Brasileiro
por 10 anos consecutivos. A melhor colocação
foi em 1985, quando ficou em 8º, sendo
eliminado pelo Coritiba, campeão daquele ano.
119
41%
8.732
É a taxa média
de ocupação da
Arena Joinville
no campeonato
da Série B. É o
segundo melhor
desempenho
entre as equipes.
1978-1985
Conquista um inédito
e até hoje insuperável
octacampeonato
catarinense.
1986
Dez anos após a fusão, o JEC já
havia acumulado tantos títulos
quanto América, Caixas e
Operário em 65 de história.
É a média de
público pagante
nos jogos em que
o JEC disputa na
Arena Joinville pela
série B. É o quarto
melhor desempenho
entre as equipes.
2010
Joga na Série
D e garante
a vaga para
a Série C.
2011
Primeiro título nacional do
JEC. Conquista o campeonato
e sobe para a Série B depois
de oito anos de ausência.
ANDRÉ KOPSCH/DIVULGAÇÃO
120
Além do bom momento do segmento automotivo, Fernando Teixeira, gerente geral da ArcelorMittal
Vega, vê grandes chances de negócios a partir dos investimentos em inovação
Ciclo de oportunidades
Novos investimentos das montadoras criam mais
expectativas de negócios para a ArcelorMittal Vega,
que completou dez anos de atividade em 2013
Atividade
Produção de
laminados
planos de aço
ao carbono.
1.200
Funcionários
no Condomínio
Vega.
A indústria automobilística brasileira está entrando em um novo
ciclo de investimentos. A partir do
novo regime automotivo – o Inovar
Auto –, focado no desenvolvimento
de veículos mais inovadores, seguros e sustentáveis – devem ser aplicados mais de R$ 7,3 bilhões nos
próximos anos. Uma parcela deles
está sendo direcionada para o Norte do Estado: a montadora alemã
BMW vai aplicar R$ 500 milhões em
Araquari, na implantação da primei-
ra unidade da América Latina.
A ArcelorMittal Vega vê grandes
oportunidades de expansão com o
novo ciclo de investimentos na indústria automobilística brasileira. A
laminadora de aço – que tem uma capacidade para processar 1,4 milhão
de toneladas ao ano e recebeu mais
de US$ 500 milhões de investimentos
desde a sua instalação, há dez anos
– é uma das principais fornecedoras
do segmento automotivo. 65% da
produção na unidade francisquense
www.arcelormittal.com/br/vega
são direcionados para esta área. Um
em cada quatro carros produzidos no
Brasil recebe o aço catarinense.
“O Brasil vive um momento muito mais promissor do que a Europa e
vem se configurando como um dos
grandes players automotivos, já sendo o quarto mercado mundial”, afirma o gerente geral da ArcelorMittal
Vega, Fernando Teixeira.
Segundo a Anfavea (Associação
Nacional de Fabricantes de Veículos
Automotores), entre 2009 e 2012,
o licenciamento de veículos novos
cresceu a um ritmo anual de 6,57%.
Nos três maiores mercados europeus – Alemanha, França e Grã-Bretanha – , houve um encolhimento
médio anual de 3,54%.
1999
O grupo francês Usinor inicia
os estudos de viabilidade
técnica e econômica
do projeto Vega.
2000
Lançamento
oficial do
projeto Vega
do Sul.
121
“A vinda de importantes montadoras traz
novas oportunidades aos fornecedores de
toda a cadeia da indústria automotiva.”
Fernando Teixeira, gerente geral da ArcelorMittal Vega
A sustentação do bom desempenho do setor automotivo vem
gerando bons resultados para a ArcelorMittal Vega. No ano passado, a
produção cresceu 5%.
Outro importante pilar para
a obtenção desses resultados é o
sistema de gestão da qualidade,
que é baseado no atendimento a
requisitos específicos dos clientes e é certificado pelas normas
ISO/TS 16949 e NBR ISO 9001. Há
também o compromisso com a
eficiência ambiental desde o planejamento de investimentos até a
distribuição dos produtos.
Inovação
A ArcelorMittal vem focando investimentos no desenvolvimento
de novas linhas de produtos para a
área automotiva. Nos últimos anos
,foram aplicados mais de US$ 150
milhões em escala mundial na pesquisa e desenvolvimento do projeto
S-in Motion, um conjunto de soluções
em aço, que possibilita garantir mais
leveza e segurança aos veículos, mantendo o custo final.
O grupo projeta que, com o uso
desses aços especiais, é possível diminuir o peso do veículo em até 20%.
Outra possibilidade, de acordo com
os testes realizados nos laboratórios
e centros de pesquisa da ArcelorMittal, é a redução nas emissões de dióxido de carbono (CO2). Em média, segundo a empresa, pode chegar a 6,2
gramas por quilômetro rodado.
A nova tecnologia já representa
de 8% a 10% do volume total de aço
2001
Início das obras da laminadora
de aço Vega do Sul, em São
Francisco do Sul. Foram
aplicados US$ 420 milhões.
consumido na produção de veículos
no Brasil. A previsão é que o volume
chegue a 25% em 2025.
No início do ano, foram concluídos US$ 10 milhões em investimentos, em São Francisco do Sul, na
implantação de um sistema de pós-tratamento em uma das linhas de
galvanização, o que possibilita que a
indústria automobilística tenha mais
facilidade na estampagem das peças.
O pós-tratamento está se tornando uma tendência entre as montadoras, principalmente as asiáticas. Vários benefícios foram detectados com
a adoção deste processo: a redução
no índice de rejeição de peças e o aumento na produtividade.
Uma oportunidade de negócio
que a ArcelorMittal está enxergando
no mercado brasileiro vem da obrigatoriedade da realização do crash test,
o teste de colisão realizado para determinar a segurança dos ocupantes.
Segundo Teixeira, para que os carros
brasileiros sejam aprovados vão precisar de aços diferenciados, mais resistentes e com mais tecnologia.
A empresa também tem como
meta manter o market share entre
34% e 37%. “Nossa capacidade está
preparada para atender às demandas do mercado, crescendo no volume de aço fornecido”, destaca o
executivo.
Ação comunitária
Os investimentos da ArcelorMittal Vega não se restringem ao
parque fabril. Desde o início de
sua atuação, há dez anos, a empresa investe em projetos comunitários em São Francisco do Sul. Já
foram destinados R$ 15,6 milhões
para as áreas de educação, saúde,
meio ambiente e cultura.
34%
É a participação
da ArcelorMittal
Vega no mercado
brasileiro para
aços revestidos e
laminados a frio.
ANDRÉ KOPSCH/DIVULGAÇÃO
Quase dois terços do aço processado em São Francisco do Sul são direcionadox às montadoras
2003
Início da produção para
atender à demanda das
indústrias automobilística
e de eletrodomésticos.
2008
Início das obras de linha de
galvanização. São aplicados US$ 76
milhões para ampliar a capacidade
para 1,4 milhão de toneladas ao ano.
2013
Completa
dez
anos de
atividade.
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Os DESAFIOS do passado As EXPECTATIVAS