UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
DISCIPLINA EDA 219 - COORDENAÇÃO DOTRABALHO NA ESCOLA I
DOCENTE RESP. - SONIA MARIA PORTELLA KRUPPA
EDUCAÇÃO E ESPAÇO FÍSICO: ALGUNS OLHARES
RELATÓRIO DE ESTÁGIO- PEDAGOGIA NOTURNO - 2008 - SEMESTRE 2
GRUPO:
BRUNA MUTARELLI I NOUSP 4176713
CAROLINA CORONATO BORTOLETTO I NOUSP 5891780
CINTHIA TORRES TOLEDO I NOUSP 5891630
ISABELA CRISTINE DA SILVA MENESES I NOUSP 5417000
JANAINA MAFFEI LEÃO I NOUSP 3719208
MALENA XAVIER DE CARVALHO I NOUSP 2965355
MIRIAN TIYO SAKAI I NOUSP 5891060
ÍNDICE
Introdução
03
A Escola
06
Nossos Olhares
12
Outros Olhares
30
Aprofundando os Olhares
33
Considerações Finais
36
Anexos
38
Bibliografia
52
INTRODUÇÃO
na realidade brasileira, um candidato potencial a ocupar o lugar de convívio
e produção de cultura entre as crianças. Por isso é essencial questionar
O presente trabalho propõe algumas reflexões sobre o espaço físico
a qualidade funcional e construtiva do espaço escolar, um dos principais
escolar, tendo como base observações feitas durante o estágio numa escola
ambientes de permanência da maioria da crianças e adolescentes, sendo
de ensino fundamental – a EMEF General Euclydes de Oliveira Figueiredo.
necessário refletir se ele está contribuindo para o processo de desenvolvi-
Pensando e analisando o espaço da instituição escolar em questão e
mento dos mesmos, levando em consideração suas expectativas, necessi-
abrangendo também a temática sobre espaço escolar de maneira geral,
dades e desejos, ou se o poder – primeiro da sociedade de classes, segundo
levantaremos algumas problemáticas acerca do tema.
das instituições representativas dessa sociedade e terceiro dos adultos em
geral – se apodera do espaço da criança e o transforma num instrumento
Este parece ser um tema ainda pouco discutido no Brasil e sobre o
de dominação.
qual há poucas referências, informações e pesquisas. Esse fato foi constado
durante a elaboração do trabalho, pela dificuldade de encontrar bibliografia
É importante salientarmos que a investigação sobre a interferência
brasileira sobre este assunto específico. Uma certa inquietação foi causada,
do espaço físico escolar na teia de relações escola/comunidade será pau-
uma vez que o tema do espaço educacional tem fundamental importância.
tada pela idéia da escola como um lugar; Milton Santos (2004) o define
Dentre outros aspectos, e como analisa Mayumi de Souza Lima (1994),
como uma categoria geográfica que se refere às especificidades adquiridas
existe atualmente um desaparecimento, nos centros urbanos, de espaços
pelo espaço no momento em que o analisamos numa dimensão local; ou,
públicos de aprendizado coletivo onde antes as crianças podiam circular
utilizando as palavras de Mário Tavares Moura Filho1, “trata-se de algo mais
e brincar – principalmente em decorrência de uma expansão das cidades
amplo, que engloba o terreno mencionado, o entorno fisicamente próximo – ou o entorno
acompanhada pela especialização e fragmentação do espaço urbano através
da ocupação especulativa. Sendo assim, o espaço escolar tem se tornado,
1
MOURA FILHO, Mário T. Ensaio projetual do espaço de aprendizagem: pensando a participação,
a memória e a espacialização de uma linha pedagógica. Trabalho final de Graduação apresentado
à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, 2007.
03
acessível – e todas as relações humanas estabelecidas nesse território”. Considerando
um programa, uma espécie de discurso que institui na sua materialidade um sistema de
ainda as colocações de Antonio Frago Viñao e Augústin Escolano (2001,
valores como os de ordem, disciplina e vigilância, marcos para a aprendizagem sensorial e
p.61), pode-se dizer que “a instituição escolar ocupa um espaço que se torna, por
motora e toda uma semiologia que cobre diferentes símbolos estéticos, culturais e também
isso, lugar. Um lugar específico, com características determinadas, aonde se vai, onde se
ideológicos.”
permanece umas certas horas de certos dias, e de onde se vem. Ao mesmo tempo, essa
ocupação de espaço e sua conversão em lugar escolar leva consigo sua vivência como ter-
Destaca-se, dentro deste contexto, a constatação de que o espaço
ritório por aqueles que com ele se relacionam. Desse modo é que surge, a partir de uma
físico escolar atende a valores vigentes e dominantes da época em que
noção objetiva – a de espaço – lugar – uma noção subjetiva, uma vivência individual ou
se encontra. Nos remetendo, ainda, a Viñao e Escolano (2001, p. 46-47),
grupal, a de espaço-território.”
podemos perceber que “na segunda metade do séculos XIX, o espaço-escola se incorporou, assim como a moradia, aos preceitos do higienismo, e mais tarde às exigências
Para além da dimensão geométrica, da paisagem em si – aspecto
do conforto e da tecnologia. Essa evolução não veio determinada apenas pelas inovações
visível da realidade –, o presente trabalho pretende analisar principalmente
pedagógicas, mas também pelas exigências das transformações culturais associadas ao
a dimensão social da arquitetura escolar, procurando pensar nas conse-
industralismo, ao positivismo científico, ao movimento higienista e ao taylorismo”.
qüências do fato de que este espaço não é neutro, e que, apesar de aparentemente estático, é fruto de um processo dinâmico de uma rede de rela-
Teceremos, portanto, no presente relatório, considerações
ções impregnadas de simbologias, de valores implícitos, de interesses que o
a respeito da influência do espaço escolar sobre as relações humanas
produzem, organizam, comunicam e educam de maneira a afetar a vida de
e sobre o aprendizado dos alunos, buscando entender não somente
quem dele participa, podendo constituir-se num espaço de possibilidades,
observações explícitas sobre este espaço, mas também o que nele pode
de inclusões ou em um espaço de limites, de exclusões. Nas palavras de
ser percebido de implícito. A partir desses conceitos gerais, o grupo foi
Viñao e Escolano (2001, p.26), “a arquitetura escolar é também por si mesma
a campo e, num primeiro momento da pesquisa em estágio, utilizou
04
majoritariamente o próprio olhar através de um roteiro de observação
exposto no capítulo “Nossos Olhares”. Num segundo momento,
buscamos registrar o olhar dos freqüentadores da escola (alunos,
professores, funcionários etc.) através de coleta de dados por entrevistas
e conversas informais, das quais trataremos no capítulo “Outros Olhares”.
Por fim, procuramos possíveis pontos de encontros e desencontros
entre esses olhares, sendo as considerações resultantes (aliadas à teoria
complementar pesquisada) apresentadas no capítulo “Aprofundando os
Olhares” e também na conclusão deste relatório.
05
A ESCOLA
Localização
Breve Histórico
A escola está localizada no bairro da Vila São Francisco, à Rua
Marechal Olímpio Mourão Filho, número 187. Segundo alguns moradores
A
EMEF
General
antigos, a região em que a escola se localiza era formada por grande área
Euclydes de Oliveira Figueire-
verde, pertencente à família Matarazzo. Os pontos de referência da escola
do foi inaugurada em 1970
são a Av. Corifeu de Azevedo Marques, altura do no5700, a Av. Cândido
– época que coincide não só
Mota Filho e a Rua Francisco Patti (para mais detalhes, ver “Anexo - En-
com a Ditadura Militar mas
torno I” e “Anexo - Entorno II”, páginas 38 e 39).
também com a da expansão escolar no Brasil. Nesse período também
foram vistas mudanças gerais na arquitetura escolar, já que o número de
Até meados de 1990, a região abrigava apenas algumas casas em
alunos matriculados passou a aumentar consideravelmente – tornando
torno das avenidas Corifeu de Azevedo Marques e Martin Luther King.
maior a necessidade de construções mais objetivas e modernas. Devido
Porém, com a privilegiada extensão de áreas verdes e sua localização de
à demanda de mais vagas nas unidades escolares, foram projetados
fácil acesso – pelas marginais Tietê e Pinheiros e rodovias como Raposo
e construídos prédios mais baratos e utilitários, de acordo com as necessi-
Tavares, Régis Bittencourt e Rodoanel –, grandes empreendimentos imo-
dades da comunidade local. A Gal Euclydes de Oliveira, logo em seu início,
biliários chegaram em número cada vez maior, atraindo para a região um
também passa pelo momento em que os Grupos Escolares foram extin-
número enorme de moradores. Hoje a área é tida como residencial, com
tos pela Lei 5692/1971, que ampliou a escolarização obrigatória para oito
muitas áreas verdes e propriedades particulares, caracterizada como um
anos, e criou as EMEF de 1a a 4a e 5a a 8a séries. Hoje, com a implantação
bairro de classe média. Os moradores do bairro aparecem em quarto lugar
dos Ciclos, a escola atende aos Ciclos I e II.
no ranking dos que freqüentam a escola, atrás dos que residem no bairro
06
do Rio Pequeno e Jaguaré, entre outros – o que indica que a escola atende
Estrutura da Escola
a bairros diferentes ao da sua localização.
A estrutura da EMEF Gal Euclydes de Oliveira Figueiredo está
Próximo a escola estão localizadas a Escola Municipal de Educação
Infantil “Ronaldo Porto Macedo”, o CEI Vereador Aloysio de Menezes
melhor detalhada no capítulo “Nossos Olhares”, mas a seguir faremos uma
breve descrição do conjunto (a planta encontra-se na página seguinte).
Greenlalgh, a Escola do Futuro (particular, atendendo à classe média alta
da comunidade e da capital), a Cristal Berçário Educação Infantil, também
particular, e escolas diversas de línguas e informática.
No primeiro andar localizam-se 8 salas de aula, 1 sala de Apoio
Pedagógico (SAP), 1 sala para os inspetores de alunos e dois banheiros
para os estudantes. No segundo andar localizam-se 6 salas de aula, 1 sala
de vídeo, uma sala de informática e dois banheiros para os alunos.
Na parte térrea da escola encontram-se 3 salas de alvenaria, pátio interno, sala de leitura, 1 palco, 1 banheiro masculino e 1 feminino,
cozinha com dispensa, 1 banheiro para funcionários, depósito de material
de limpeza, 1 sala para material de Ed. Física, 1 sala para guardar brinquedos da 1a série, secretaria, coordenação pedagógica, 1 sala para o diretor,
A unidade escolar é servida por linhas de ônibus que circulam na
1 para as assistentes de direção, 1 sala dos professores, banheiro para
Avenida Corifeu de Azevedo Marques e vias próximas, no entanto pouco
os professores (1 masculino e 1 feminino), 1 quadra poli-esportiva oficial,
utilizadas pela maioria dos que a freqüentam. Muitos alunos vêm a pé, de
2 quadras não oficiais, pátio externo, estacionamento para funcionários
automóvel ou utilizam transporte escolar (perua pública ou particular).
e áreas verdes.
07
A escola conta com uma média de 30 funcionários distribuídos nos
dois andares com corrimão para maior segurança dos alunos. Os porta-
diferentes cargos e funções, sendo que o módulo de agente escolar é com-
dores de necessidades especiais freqüentam as classes comuns, o que, se-
posto por 6 agentes, 3 funcionários terceirizados, 2 inspetores de alunos, 1
gundo o Projeto Político-Pedagógico da escola, visa maior integração deles
secretária e 1 ATEII.
com os outros alunos. Foram encaminhados ao setor de educação especial
do DRE os seguintes casos atendidos pela escola:
O horário de funcionamento se dá das 7:00 às 20:00, assim distribuídos:
- 1o turno: das 7:00 às 12:00
- 02 casos de deficiência auditiva
- 2o turno: das 13:30 às 18:30
- 01 caso de problemas de visão
- 08 casos de deficiência mental
A escola atende um todal de 632 alunos matriculados pela manhã
- 01 caso de obesidade infantil
e 604 pela tarde, nas seguintes modalidades de Educação Básica:
- 03 casos de Síndrome de Down
I – Ensino Fundamental: 1o ao 4o ano do ciclo I – 18 classes, sendo 9 no
- 01 caso de autismo
período da manhã e 9 à tarde.
- 07 casos de deficiência física, sendo 03 cadeirantes
II – Ensino Fundamental: 1o ao 4o ano do ciclo II – 16 classes, sendo 8 no
- 01 caso sem laudo
período da manhã e 8 no período da tarde.
Projeto Político-Pedagógico
Atendimento a deficientes
Em seu PPP, a escola diz que a educação é “a mola que faz tudo
O prédio escolar passou por uma reforma em 2003 em que foram
girar, envolvendo várias instituições que visam transmitir, mudar e trans-
feitas adaptações como rampas, passarelas, elevador e banheiros. Possui
formar conhecimentos e costumes da sociedade adquiridos ao longo do
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tempo para desenvolver no ser humano capacidades cognitivas, afetivas,
agendamento com dia e hora marcados – primeiro por telefone, e, se hou-
corporais, procedimentais, atitudinais e sociais através de discussões, re-
ver necessidade, convocando por carta registrada. Os professores atendem
flexões, troca de experiências, leituras e ações diversas, a fim de formar ci-
a comunidade nos seus horários de JEIF individual ou na hora atividade.
dadãos éticos mais conscientes, dignos e felizes que sentem necessidade de
E, por fim, a secretaria da escola conta com 1 secretária e 3 ATEII, fun-
transformar as relações cotidianas mais próximas de si e a estrutura micro
cionando das 7:00 às 20:00 horas; esses funcionários intercalam horários,
e macro social de que fazem parte”.
havendo sempre 2 pessoas trabalhando juntas. Existe também um livro
onde a comunidade pode deixar registradas as suas queixas e elogios.
Quanto às metas e prioridades para o ano letivo de 2008, a escola
elencou as seguintes questões como eixos centrais d o trabalho administrativo e pedagógico:
O PPP da Gal Euclydes Figueiredo diz que a comunidade escolar
avalia sempre o trabalho pedagógico da escola, principalmente através das
reuniões de Conselho de Escola, APM e reuniões de pais e mestres. Di-
1 – Melhoria das relações interpessoais na escola;
reção e coordenação crêem que o alto índice de procura de vagas no início
2 – Priorizar a leitura e a escrita como instrumentos de inclusão social;
e decorrer do ano letivo e a preferência que os pais têm por essa escola é o
3 – Reflexões sobre o meio-ambiente (desenvolvimento sustentável).
resultado das avaliações e das leituras que a comunidade faz sobre a qualidade de seu trabalho pedagógico.
Articulação escola-comunidade
Existe um Conselho de Escola, composto por processo eletivo,
A direção da escola reveza horário entre diretor e assistentes de
do qual fazem parte diretora, assistentes de direção (3), coordenadoras (2),
diretor das 7:00 às 20:00 horas, assim como as coordenadoras pedagógi-
secretária, professores (7), familiares (7) e alunos (7), além de suplentes
cas, as quais intercalam seus horários. Para atendimento aos pais, é feito
– agentes escolares (3), ATE II/professores (4), familiares (4) e alunos (4).
10
No início de 2008, nas reuniões de organização da escola, foram
Necessidades de reformas, infra-estrutura para melhorar a escola
levantadas as prioridades, os objetivos e as metas para este ano. O processo parece continuar nas reuniões de pais e mestres e também nas JEIF
(horário de trabalho coletivo).
A unidade escolar passou por pequenas reformas, sendo uma delas
reforma geral. Foi construído acesso aos portadores de necessidades especiais, como, por exemplo, rampas e elevador. A informação que obtivemos
A escola pretende estimular a participação dos pais através de:
é de que a manutenção mensal é feita buscando corrigir e substituir el-
- convite para conhecerem o Projeto Pedagógico da escola
ementos que apresentam desgaste pelo uso. A direção afirma que existe
- melhoria nos canais de comunicação
uma necessidade de se criar outra escola de ensino fundamental no bairro
- realização de mais atividades envolvendo os pais
para tentar solucionar o problema da demanda existente – visto que as
- incentivo à participação no Conselho da Escola e APM
unidades escolares municipais da região atendem sua população e também
- proposta de criação de um jornal da escola
das cidades vizinhas, acarretando uma procura maior que o número de
- proposta de criação de grupo de formação de pais
vagas disponíveis.
Projetos nos finais-de-semana
A proposta de abertura da escola nos finais de semana através do
Projeto Escola Aberta não foi acatada pelo Conselho de Escola, a não ser a
utilização da quadra pela comunidade. Para isso, foi construído um portão
que dá acesso à quadra e colocada uma torneira.
11
NOSSOS OLHARES
so” da existência de escola no local é o muro da EMEI que fica ao lado da
Gal Euclydes Figueiredo, que é todo pintado com temas infantis.
Para direcionar nossa pesquisa de campo, foi elaborado um roteiro
de observação com função de orientar o olhar do grupo, mas que não
necessariamente se constituiu em um caminho rígido a ser percorrido. Tal
roteiro será apresentado a seguir, juntamente com as impressões através
dele colhidas pelo grupo durante a vivência na Gal Euclydes Figueiredo.
Roteiro de Observação
Figura 2. Entorno da escola (muro da EMEI vizinha em foco).
A - Entorno
A2. Como são as ruas dos arredores? Movimentadas, tranqüilas?
A1. Existe alguma sinalização indicando a
As ruas que cercam a escola diretamente são tranqüilas, havendo maior
existência da escola?
movimento apenas nos horários de entrada e saída dos alunos da própria
Há pouca sinalização. Notamos uma
escola e das vizinhas. Mas há nas proximidades (por volta de 1 quadra) uma
placa de trânsito salientando a pre-
avenida um pouco mais movimentada, além de uma grande avenida a cerca
sença de crianças atravessando a
de 4 quadras (a Corifeu de Azevedo Marques).
rua, além da indicação “escola” no
Figura 1. Sinalização “devagar escola”.
asfalto em apenas uma das ruas que
A3. A área em que a escola está é predominantemente residencial ou comercial?
compõem o quarteirão da escola. O
É residencial, mas com algum comércio próximo que atende os moradores
que chama mais atenção como “avi-
da região. Existem muitas casas no entorno e pouquíssimos prédios.
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A4. Existem outras instituições públicas nas proximidades?
B2. Como é a área de transição entre o entorno e a escola? Há algum espaço acolhedor
Existem outras 2 escolas públicas - uma EMEI e uma CEI - na mesma
e convidativo, um ambiente de convivência, capaz de congregar as pessoas (alunos, pais,
quadra, ao lado da escola considerada. Além dessas, as instituições públicas
professores etc.)? Ex.: marquise, jardim, varanda.
de maior relevância nas redondezas são a USP e o Instituto Butantã.
No conjunto escolar em si há um portão para os estudantes que chegam
no horário normal e outro para visitantes e alunos que chegam fora do
A5. Quais as instituições que mais se destacam no entorno (públicas ou particulares)?
horário. A partir desse portão auxiliar há um espaço que causou uma im-
O que mais chamou atenção no entorno foi um parque particular, mas
pressão muito negativa, transmitindo uma idéia inicial de fechamento da
aberto ao público, no condomínio Vila de São Francisco. Além disso, o
escola em relação a visitantes. Há nele uma passarela coberta que desem-
quarteirão onde está a escola também se destaca pela existência da EMEF,
boca numa espécie de “cela” - um espaço todo gradeado onde aguardamos
da EMEI e da CEI uma ao lado da outra. No entanto, o bairro é predominantemente de instituições privadas, como a Escola do Futuro.
B - Acesso
B1. Quais são os meios de transporte possíveis para se chegar à escola?
Peruas escolares são o que mais se observa na entrada e saída dos alunos
da escola. Nas ruas próximas não passam ônibus, somente numa avenida
distante alguns quarteirões. Em geral os alunos vão a pé, com perua escolar
ou os pais levam de carro, com destaque para as peruas particulares (apesar
de haver algumas da prefeitura).
Figura 3. À esquerda e de cima para baixo: portão para alunos em horário normal e
entrada auxiliar. À direita: “cela” que fica ao final da entrada auxiliar.
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“trancados” enquanto nos identificamos novamente em uma janelinha que
manece fechada fora dos horários de entrada e saída de alunos, e para visi-
se comunica com a secretaria da escola (após termos nos apresentado no
tantes conseguirem entrar é preciso que se identifiquem pelo interfone.
interfone, na calçada da escola). O portão para entrada em horário normal
fica aberto durante entrada e saída de alunos; mas os poucos pais que vimos
C - Conjunto escolar: configuração geral
(já que a maioria dos estudantes utiliza peruas) esperavam na calçada ao
invés de entrar no prédio. Nos fundos da escola há um terceiro portão uti-
C1. Qual é a primeira impressão causada pelo conjunto da escola – acolher ou afastar
lizado nos finais-de-semana, quando as quadras da escola ficam disponíveis
visitantes?
para a comunidade; no entanto esse portão é, na verdade, uma porta bem
A primeira impressão do grupo foi bastante negativa, pois a escola possui
pequena, parte de um muro bastante pichado no lado externo, configu-
muitas grades, portões sempre trancados que separam ambientes e pes-
rando um aspecto também nada atrativo para quem observa de fora.
soas (tanto externa quanto internamente), com paredes externas pichadas
e muitos locais sujos - transmitindo uma grande sensação de abandono e
descaso com o espaço. Portanto, parece mais afastar os visitantes.
C2. Quais são as características do terreno e da construção – dimensões, forma e topografia? (relação entre a área construída e as áreas livres; se há áreas de recreação, verde/
Figura 4. Porta nos fundos da escola.
paisagismo, estacionamento, possibilidade de ampliação etc.).
A escola está implantada num terreno bastante amplo e o edifício ocupa
B3. Como é a entrada da escola? Aberta ou com grades/muros? Exige identificação?
apenas 15% de sua área total (aproximadamente), o que configura uma
Há alguém que faça esse atendimento ou algum equipamento eletrônico?
dimensão considerável de áreas livres. O terreno possui uma geometria
A escola possui muros em todo seu entorno e também muitas grades. Per-
regular (quase retangular) e está dividido em duas grandes porções; a parte
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frontal se dá em seu nível mais baixo, e nela estão o pátio externo, o es-
toria, através do qual alunos mais velhos coordenariam brincadeiras com
tacionamento para professores e o edifício escolar, entre outros; a parte
os mais novos durante os intervalos, que está començando a ser implan-
posterior fica aproximadamente 4 metros acima do nível do pátio externo,
tado pela coordenação da escola. As quadras são utilizadas somente nos
e é ocupada pelas quadras poliesportivas e espaços verdes. O edifício esco-
momentos de educação física, já que apenas os pátios interno e externo são
lar é composto por uma parte térrea e mais dois andares; o pátio, todo em
“liberados” para as crianças durante o intervalo. A escola possui uma área
concreto, possui algumas árvores, e os lugares para as crianças sentarem
verde que, no entanto, não pode ser considerada como paisagismo, pois
na verdade são degrais entre os níveis mais altos e mais baixos dessa área
se trata apenas de um espaço sem nenhum uso direcionado nem cuidados
Figura 5. Pátio externo.
Figura 6. Área verde.
- não há bancos propriamente ditos. A
específicos além da manutenção básica de limpeza; nele não há lugares que
recreação ocorre pela apropriação que as
“chamem” os alunos, como cadeiras e mesas ou bancos, dos tipos comuns
crianças fazem do espaço, transformando
a praças, caminhos previstos através dos diferentes níveis do terreno, jar-
grades e corrimãos em suporte para suas
dins floridos, horta etc.; existem algumas árvores frutíferas que parecem
brincadeiras, pois não existem brinquedos
atrair os estudantes, mas não foi possível observar se há um trabalho em
disponíveis em nenhum espaço da escola;
torno do uso desse recurso natural.
existe uma tentativa de projeto de moni-
Obs.: para melhor visualização, ver planta da escola.
15
C3. A unidade de ensino tem acesso aos serviços básicos de infra-estrutura? (água, esgoto
C5. Há alguma setorização dos conjuntos funcionais (sociopedagógico, assistência, téc-
sagitário, energia elétrica, rede de telefone, Internet)
nico e serviços)?
Sim.
Há algumas divisões. No andar térreo existe um “conjunto” onde estão
concentrados os espaços para professres e funcionários, como secretaria,
C4. O espaço facilita a interação entre usuários?
sala dos professores, das coordenadoras, da diretora, banheiro dos profes-
Não muito. Existem portões nas áreas externas e também por toda parte
sores e recepção da escola; no segundo andar há uma sala para inspetoria,
interior do prédio escolar; esse grande número de grades segmenta bastan-
sendo esta a única sala de funcionários em meio às salas de aula.
te o espaço, impossibilitando o trânsito livre das pessoas e dificultando sua
interação com o espaço e entre elas mesmas. Além disso, os andares das
C6. Os usuários têm visibilidade da área externa?
salas de aula são separados dos espaços coletivos “livres” (como os pátios
Muito pouca, porque a escola é cercada por altos muros. Dentro dela é
interno e externo); suas janelas têm um gradeado que atrapalha a visão do
possível ver o exterior da escola somente pelas janelas das classes dos an-
ambiente exterior, assim como o fazem as portas, nas quais há apenas uma
dares superiores. Do pátio externo também é possível ver uma parte do
pequena abertura com grades na altura do rosto de um adulto.
playground da EMEI vizinha e a rua em frente à escola.
Figura 7. Detalhe porta.
Figura 8. Da esquerda para direita: visão da EMEI vizinha e da rua (através do pátio externo); vista de uma das salas de aula.
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C7. O padrão construtivo e os elementos visuais da edificação despertam os sentidos, a
elemento predominante é o concreto, seja aparente ou recoberto por piso/
curiosidade e a capacidade de descoberta dos alunos? Estimulam o imaginário individual
pintura/azulejo. Contudo, existem espaços muito interessantes como as
e coletivo para novas propostas pedagógicas?
áreas verdes, onde é possível maior riqueza de experiências sensoriais, mas
No geral, não. A escola é bastante
estes não são muito utilizados comparativamente às áreas anteriormente
fechada, com elementos visuais não
citadas. Além disso, é notável a inexistência de aparatos que enriqueçam as
agradáveis, como grades, muros e
atividades lúdicas principalmente nos momentos de recreio, como brinque-
portões trancados. Isso parece mais re-
dos de parque, tanque de areia e outros similares.
fletir uma limitação e controle dos alunos do um despertar da curiosidade. A
C8. Há interação entre o espaço construído e o ambiente natural? (aproveitamento da
escola foi construída no início da década
vegetação, de diferentes tipos de recobrimento do solo).
de 1970 e não houve nenhuma grande
Apesar de bem arborizada (o que se nota
alteração da paisagem arquitetônica até
mesmo antes de se entrar na escola),
hoje - apenas reformas pontuais, como
as áreas verdes da escola não parecem
para construção de mais salas, por ex-
ser integradas às atividades cotidanas.
emplo. O que se percebe é que o con-
Como já dito, não há uma preocupação
junto escolar não estimula nem facilita
com o paisagismo nem uma disposição
a apropriação do espaço pelos alunos.
destes ambientes que leve os alunos a
As áreas da escola onde os estudantes
usufruírem dele com maior frenqüên-
passam a maior parte do tempo são a
cia. E, ainda, no pátio externo as ár-
sala de aula e os pátios - locais onde o Figura 9. Escadas e pátio internos.
Figura 10. Árvores no pátio externo.
vores existentes estão completamente
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rodeadas de concreto, o que causa um certo estranhamento. Não existem
e o material de que são feitas facilita essa prática, pois são de fácil manun-
caminhos construídos em meio aos jardins, espaços com grama etc., mas
tenção quanto ao uso de fitas adesivas.
apenas uma grande área de concreto a qual concentra grande parte das
atividades livres dos estudantes.
C9. Como são as paredes da escola? Há pichações? Existem murais? Que formas de
comunicação estão contidas neles?
A parede externa nos fundos
do prédio escolar é bastante
pichada. No entanto a parte
frontal da fachada é limpa,
e também não notamos pichações de vandalismo nas
paredes de dentro da escola.
Figura 12. Parede fundos.
Figura 13. Murais.
Existem murais nos corredores do 2o e 3o andares, contendo cartazes di-
C10. Há espaços que não são utilizados? Se sim, quais e por qual motivo?
versos com trabalhos dos alunos sobre temas como índios, folclore e água,
Existe um elevador que parece estar quebrado a maior parte do tempo. Al-
olimpíadas, informativos etc. Foi bom observar que o recurso dos mu-
guns pontos das áreas verdes também não são utilizados (ou quase nunca);
rais parece ser amplamente utilizado na escola, sempre com criações dos
supomos que o principal motivo seja a tanto a falta de pessoal (que cui-
próprios estudantes, inclusive dentro das salas de aula. Além dos murais, as
dasse dos alunos que estivessem nessas áreas) quanto de verba para resstru-
paredes mesmas são utilizadas como pontos para fixar cartazes dos alunos,
turação e manutenção desses espaços.
18
D - Espaços de convivência extra-classe
para 1a a 4a séries e outro para 5a a 8a).
No entanto, a percepção que tivemos
D1. Existem áreas destinadas ao uso coletivo (ex.: auditório, pátio, sala de refeições)?
foi de que o espaço é pequeno para
Qual é a relação entre suas dimensões e o número de alunos?
o número de alunos especialmente
Sim. Consideramos como de uso coletivo as áreas de uso livre dos alunos
durante o recreio da 1a a 4a séries; al-
- ou seja, as salas de aula não fazem parte desse grupo. As principais áreas
gumas suposições para essa sensação
do tipo são os pátios, mas também existem o refeitório (que na verdade
são de que a maior parte dos alunos se
acaba sendo utilizado como um pátio interno, pois as mesas e cadeiras fi-
concentra no pátio externo e o sobre-
cam acumuladas em um dos cantos da sala), os banheiros e os corredores
carrega, e também as atividades dessa
da escola. Em alguns momentos as quadras também podem ser utilizadas
faixa etária envolvem maior movimen-
livremente, contudo o mais comum é que os intervalos entre as aulas sejam
tação - portanto exigem mais espaço
passados nos pátios. Havia no pátio interno um palco que possibilitava que
livre. É preciso ainda salientar que em
esse espaço se transformasse em auditório., mas atualmente ele funciona
dias de chuva é o pátio interno que fica
como uma sala de reuniões para os professores, e está fazendo parte do
sobrecarregado.
Figura 14. Pátio externo: acima, intervalo 5a a 8a séries; abaixo: intervalo 1a
a 4a séries.
ambiente da secretaria. A escola possui aproximadamente 600 alunos em
cada turno e os pátios interno e externo têm por volta de 200m2 conjunta-
D2. Os espaços-corredores e espaços-vivência funcionam/podem funcionar como local de
mente. Isso nos leva a uma relação de 2 alunos por metro quadrado nessas
divulgação de informações e exposição de trabalhos?
áreas nos horários de entrada e saída, e de 1 aluno por metro quadrado
Sim, como já dito, os espaços-corredores divulgam trabalhos dos alunos, e
nos intervalos - relação que consideramos razoável na teoria (a divisão
expõem outras informações também, bem como murais nas salas de aula,
é aproximada e baseada na existência de intervalos diferentes, sendo um
no pátio interno e na secretaria.
19
D3. No espaço físico interno há escadas? São perigosas? Oferecem alternativas de ram-
espaço fica bastante desagradável quando nele as crianças se concentram
pas? Os degraus são sinalizados? Há piso antiderrapante? Possui corrimão com altura
- os sons não “saem”, tornando o ambiente acusticamente estressante. O
adequada as diferentes idades?
pátio externo é bem iluminado, possui algumas árvores e o piso é todo
Há escadas tanto fora quanto dentro da escola e elas possuem corrimãos
de cimento. Não há nada além dos degraus, corrimãos, das árvores, pas-
para diferentes faixas etárias. No entanto, não há sinalização nem pisos
sarelas e grades. Não notamos a presença de aparelho de som, assim como
antiderrapantes. Em alguns espaços há a alternativa da rampa (no pátio ex-
também acreditamos que não haja coleta seletiva de lixo pela ausência de
terno e na ligação entre a quadra e o prédio escolar, por ex.). Um elevador
coletores específicos para cada tipo de material. Não há parques, o que há
que também seria uma alternativa não estava funcionando nos dias em que
apenas os espaços verdes que, como já dito, não parecem ser muito utiliza-
estivemos na escola, além de ficar em um lugar que permanece trancado.
dos no cotidiano da escola.
D4. A escola tem um pátio e/ou parque? Como são suas condições gerais? (iluminação;
D5. Existem áreas de recreação e vivência? Quais são as características dessas áreas
limpeza; bebedouro; bancos; telefone público; cantina particular; coleta seletiva de lixo;
(dimensionamento, configuração e aparência, equipamentos, coberta/céu aberto)?
se possui som; se materiais e acabamentos são resistentes ou de fácil limpeza; se o piso
São compatíveis com as faixas etárias dos alunos, favorecendo a exploração e o desen-
é lavável, antiderrapante, resistente ao uso intenso, de fácil reposição e manutenção, ad-
volvimento físico-motor?
equado a variedades climáticas, aberto ao público, estética).
O que mais se assemelha a áreas de recreação e vivência são os pátios (ex-
Há os pátios interno e externo. A iluminação do interno deixa um pouco a
terno - a céu aberto - e interno - coberto) e as quadras, que serão abordadas
desejar - a cor do piso talvez influencie bastante nesse aspecto, pois é escu-
no item F12.
ra, acinzentada; nele existem dois bebedouros, poucos bancos, um telefone
público, banheiros e a cantina da escola; o piso é lavável e aparentemente de
D6. Os aparelhos fixos de recreação, quando existirem, oferecem segurança?
fácil manutenção e resistente; a acústica é um grande problema, pois esse
Não existem aparelhos fixos de recreação.
20
D7. A escola possui brinquedos? Caracterizá-
O único objeto utilizado para recreação visto no horário dos intervalos foi
los quanto a qualidade, segurança, conservação,
a corda, que as crianças utilizavam para brincar de pular. O material exis-
diversidade, quantidade, material.
tente na sala de brinquedos parece não ser disponibilizado para os alunos
Existem alguns brinquedos depositados
em momentos livres - entendemos que por falta de pessoal para cuidar/
no andar térreo, em uma espécie de sala
vigiar as crianças enquanto brincam, a fim de que elas não quebrem os
que observamos sempre trancada. Não
brinquedos. Está sendo implantado, no entanto, um projeto de monitoria
vimos brinquedos em nehum outro
a fim de enriquecer as brincadeiras nos intervalos entre aulas; através dele,
lugar da escola e, como já mencionado,
alunos mais velhos se voluntariam para coordenar brincadeiras durante o
não há playground/parquinho.
Figura 15. Brinquedos.
recreio dos menores e cuidar para que os materiais disponíveis sejam utilizados com cuidado.
D8. As áreas de brincadeira oferecem segurança, sem serem limitadoras das possibilidades de exploração do universo infantil? Há brinquedos que estimulem diferentes usos
E - Salas de aula
e atividades em número suficiente?
Os pátios e as quadras (ambientes onde se dão as brincadeiras) são áreas
E1. Como são as salas de aula? (estado, posicionamento e quantidade de carteiras, ca-
limitadoras pouco férteis, no entanto percebemos que ainda assim as cri-
deiras, armários, lousa; características do piso, ventilação, iluminação, tamanho, acústi-
anças conseguem se apropriar do espaço, inventando brinquedos com o
ca, limpeza). O mobiliário corresponde a faixa etária das crianças? Como é a pintura,
que têm à disposição. Como a área é totalmente revestida de concreto e
cor, estética e conservação?
oferece poucas opções de recreação, muitos alunos brincavam utilizando
As salas de aula possuem entre 35 a 40 carteiras com suas respectivas ca-
os recursos do ambiente: corrimãos da rampa do pátio externo, grades no
deiras, todas posicionadas de frente para a lousa onde a professora expõe
entorno desse pátio e degraus, por exemplo.
a aula. As carteiras enfileiradas fazem do professor o centro da sala, e ocu21
pam cerca de 80% da área, deixando apenas um espaço na frente delas para
especial, com alunos da 4a série que tinham dificuldades em conteúdos
a professora e a lousa.
antigos; por isso não era uma turma completa, havendo espaço para todos,
Para ventilação há três janelas grandes, porém com grades do lado de fora
inclusive com sobra de carteiras.
e pouca abertura. Também há um ventilador na sala colocado em cima da
Pelo que observamos de passagem das salas comuns, o ambiente parece
lousa para alcançar a todas as carteiras ao circular.
ser mais barulhento do que na especial, sendo os ruídos vindos principalmente das conversas entre alunos e das
carteiras e cadeiras arrastadas no chão
quando eles se movimentam. O maior
número crianças diminui o espaço entre
carteiras e, conseqüentemente, o espaço
para cada estudante.
O mobiliário é adequado à faixa etária
atendida e parece estar em bom estado
de conservação (com exceção das pichações feitas pelos alunos nas carteiras). O
piso e a parede também estão em bom
Figura 16. Sala de aula. Acima: disposição das carteiras e janelas; à direita: detalhe do mural e da grade na janela.
estado. A estética geral dos ambientes de
A iluminação é adequada, com luzes fortes e espalhadas pela sala, e tam-
aula não nos pareceu muito interessante - segue o padrão comum de grande
bém por conta da janela que, apesar de ter a grade, permite a entrada da luz.
parte das escolas públicas, com pareces beije e janelas azuis. Um diferencial
A sala em tivemos a oportunidade de presenciar uma aula era uma classe
é o uso dos murais com trabalhos dos alunos por todas as salas.
22
F - Demais espaços
exerce essa função. Contudo ela não fica aberta sempre e há uma professora responsável pela sala, que coordena as atividades ali desenvolvidas. É um
F1. A escola tem uma biblioteca? Como é esse espaço (organização dos livros, mobília,
espaço interessante; os livros estão dispostos em estantes ao redor da sala
ventilação, iluminação, recursos materiais, higiene, quantidade de livros, acesso para
(alguns em lugares inacessíveis, mas a maioria em altura adequada aos alu-
alunos/comunidade, horário de funcionamento, material de apoio - tv, radio)?
nos); possui boa ventilação e iluminação, uma televisão, um computador e
A escola não possui uma biblioteca, mas uma sala de leitura que também
um aparelho de rádio; todas as mesas são para 6 alunos, o que teoricamente
incentiva a atividade em grupo, ao contrário das carteiras
individuais encontradas nas
salas de aula; também existe material de apoio como
bonecos e fantasias, que podem auxiliar no trabalho com
o imaginário infantil (apesar
de estarem um pouco desorganizados). Pelo tamanho da
escola e o grande número de
alunos, cremos que a sala de
leitura possui poucos livros.
Figura 17. Sala de leitura. Detalhe: fantasias e outros materiais de apoio.
23
F2. Como são os corredores da escola (largura, limpeza, ex-
junto ao uso por pessoas com N.E.E., que será melhor
tintores de incêndio, iluminação)?
abordado no item G1.
Os corredores são largos e limpos, mas um pouco
escuros, pois neles existem poucos pontos de acesso
F4. Como e quantos são os banheiros? (localização, equipamentos,
para a luz natural; o extintor de incêndio que vimos
conservação, higiene, iluminação, ventilação).
estava num local que permanece trancado.
Existem dois conjuntos para alunos por andar (masculino
e feminino). Os pisos molhados são comuns, sanitários
F3. Foram feitas reformas e adaptações escolares? Em caso
estão sem assento e tampa, não há espelho, papel higiêni-
positivo, foram sistematizadas e programadas de acordo com ex-
co nem toalhas de papel para mãos. Para os professores e
pectativa/necessidades dos usuários?
funcionários há banheiros separados; neles as condições
A escola foi construída entre 1970 e 1971. Desde então,
são bem melhores: vasos sanitários são completos, há
algumas pequenas reformas foram feitas ao longo do
papel disponível e espelho, e até as cores são diferentes.
tempo, como a construção de mais duas salas, a demolição de uma pequena sala na área externa, além de
F5. Como é a disposição dos bebedouros através da escola?
novas aparopriações de uso de espaços - como no caso
Existem dois por andar (sendo no térreo cada um com
do palco que hoje é uma sala de reuniões. Também foi
uma altura diferente - para antender as diferentes faixas
feita uma reforma em 2001 para adaptação do con-
etárias), e são constantemente limpos.
Figura 18. Corredores. Detalhe: extintor.
Figura 19. De cima para baixo: detalhes banheiro alunos
(sanitário/pia/cabines) e banheiro professores.
F6. O setor técnico-administrativo facilita o acesso/a interação entre os professores, a
F8. Qual é a estrutura dos refeitórios
direção/coordenação e alunos?
(bancos, disposição de mesas e cadei-
O setor técnico-administrativo se concentra em apenas uma área da escola,
ras, mesas coletivas/individuais, lata
que fica no andar térreo. Isso facilita o contato entre professores, diretora,
de lixo, bebedouro, ventilação, piso)?
coordenadoras e demais funcionários, mas não necessariemente entre es-
O refeitório mesas e bancos coletivos em pequeno número comparativa-
tes e os alunos. No entanto, percebemos a circulação dos estudantes nesse
mente ao número de alunos. Sua disposição não demonstra organização,
ambiente, principalmente para falar com professores. O curioso é que a
pois ficam acumulados num canto da sala que funciona também como pá-
sala da inspetoria se localiza no 1º andar, bem próxima às salas de aula -
tio interno. Há nele dois bebedouros, uma lata de lixo, banheiros masculino
justamente aquela que é responsável por vigiar os alunos.
e feminino, boa ventilação, piso de fácil manutenção, mas a luminosidade
Figura 21. Refeitório.
é regular. Nos momentos de recreio que observamos, os alunos se disF7. Como são as áreas destinadas ao preparo
persaram pelos pátios e utilizaram pouco as mesas e bancos do refeitório
e ao cozimento dos alimentos? (segurança, pre-
- talvez porque a alimentação fornecida (lanche e não almoço) não exigisse
venção de acidentes, higiene, dimensões etc.)
suportes para o consumo.
Não tivemos acesso direto à cozinha,
apenas a pudemos observar de fora e
F9. Como é a configuração da secretaria?
rapidamente. Mas o ambiente parece
A secretaria é um espaço hiperuti-
bastante limpo e organizado, com óti-
lizado, onde se acumulam, em mé-
mas condições de higiene, iluminação
dia, 3 funcionários por turno, além
adequada e equipamentos de segurança
dos equipamentos diversos (com-
ao alcance e sinalizados.
Figura 20. Cozinha.
putadores, impressoras, monitor
Figura 22. Secretaria.
25
com imagens das câmeras espalhadas pela escola etc.) e uma enorme quan-
com os professores. O conforto, no entanto, deixa a desejar; o mobiliário
tidade de documentos; pareceu ser um local não muito agradável para se
é antigo, algumas poltronas precisam de reparos e parece que outras só
trabalhar, por ser muito apertado. O acesso dos alunos a esse espaço é ba-
foram conseguidas por meio de doação.
sicamente o mesmo que às salas de professores, coordenadoras e diretora,
pois todos ficam na mesma área da escola. A circulação de pessoas nesses
F11. A escola possui anfiteatro/auditório/teatro? Em caso positivo, quais são suas
locais fica prejudicada pois não há muito espaço livre.
características?
A escola não possui anfiteatro nem auditório. Como já dito, o palco que
F10. E da sala dos professores?
havia (e permitia que o pátio interno se transformasse num auditório) hoje
Esta sala possui uma mesa
funciona como uma sala extra para professores e funcionários.
coletiva, muitas cadeiras, algumas poltronas, armários
F12. Há espaço(s) destinado a práticas esportivas? Ex.: quadra, campo etc. Caracteri-
para cada professor, dois
zar dimensões, manutenção, acessibilidade etc.
computadores e um mural
As quadras são 3 - uma é oficial, a outra é um pouco menor e a terceira na
com diversas informações.
Figura 23. Sala dos professores.
verdade é apenas um espaço de concreto cercado por alambrado. Todas es-
Também está à disposição bebedouro, forno microondas, chá e café.
tão a céu aberto e têm o piso de cimento, que não é indicado para quadras.
O espaço fica bastante cheio e barulhento durante o intervalo da 1ª a 4ª
As duas maiores possuem apenas traves para futebol (que não estão fixas
séries, e parece pequeno para o número de professores; no entanto, nos
no chão), o que talvez leve à prática pouco variada de jogos; a menor das
demais horários é bem tranqüilo e agradável. A proximidade com a sala
quadras não possui nenhuma estrutura além do piso e do alambrado no
da coordenação, direção e secretaria facilita o contato com essas esferas
entorno. Não há campos gramados. É possível chegar às quadras maiores,
da atividade escolar. Alunos também aparecem a todo momento para falar
que ficam na parte mais alta do terreno, através de escadas e também de
26
uma passarela que as liga o prédio escolar. A manutenção é regular, pois a
G - Atendimento a pessoas com N.E.E.
pintura das quadras já está um pouco gasta; no entanto todas são limpas.
G1. A escola está preparada para receber deficien-
Figura 24. Sala de informática.
F13. Outros espaços: existem? como são?
tes? Foram feitas adaptações? Que tipos de neces-
Não
sidades especiais ela consegue atender?
encontramos
brinquedo-
teca e laboratório de ciências.
A escola foi equipada com rampas na en-
Não observamos o almoxarifa-
trada principal, nas quadras, e também com
do, mas a escola possui um. Ex-
uma passarela entre o prédio escolar e as
iste uma sala de vídeo que não
quadras; existe um elevador para ligar o an-
visitamos por estar trancada; há
dar térreo ao primeiro e segundo pisos, mas
também a sala de leitura e o labo-
ele parece estar sempre quebrado - por isso,
ratório de informática. Este úl-
os alunos cadeirantes precisam de ajuda
timo é uma sala grande mas que
para circular entre esses andares. Não foram
fica apertada com o número de
consideradas, pelo que percebemos, demais
computadores; é bem organiza-
deficiências além das físcias motoras, pois
da e limpa, porém cercada por
não observamos profissionais capacitados
muitas grades nas portas e jane-
e nem recursos materiais necessários para
las, e permanentemente trancada quando não está sendo utilizada - provavelmente por medida de segurança contra roubos.
Não tivemos a oportunidade de observar os alunos utilizando esse espaço.
este fim.
Figura 25. Acessibilidade.
De cima para baixo: rampa
entrada principal; passarela
entre prédio escolar e quadras
e porta do elevador.
H - Observações de convivência
H3. Há algum espaço de uso exclusivo dos alunos? E dos professores e funcionários?
Para alunos não há um espaço só deles. Para professores há uma sala exclu-
H1. Alunos e professores convivem num mesmo espaço em momentos extra-classe?
siva, onde também observamos a freqüência de funcionários.
Não há um espaço de comum convivência. Percebe-se , como na
maioria das escolas, uma necessidade de segregação (por parte dos
H4. Como é a liberdade de ir e vir dos alunos entre os espaços da escola?
professores?) que procuram ficar, durante os intervalos, na sala reser-
Os alunos não têm essa liberdade; os espaços são segmentados por portões
vada para eles, enquanto os alunos ficam no pátio ou nas salas. Extra-sala
(alguns trancados); os inspetores “vigiam” os que estão andando pela
os diferentes públicos não interagem em nenhum espaço, à exceção
escola durante o horário de aula, há algumas câmeras (com respectivo
de quando os alunos vão até a sala dos professores para tirar dúvidas so-
monitor na secretaria, onde é possível aos funcionários observarem vários
bre assuntos diversos (quase nunca para conversar apenas); a escola tam-
locais ao mesmo tempo), além de haver as restrições de espaço para os
bém não tem nenhum espaço com esta proposta de interação extra-aulas.
momentos livres, com forte controle da circulação dos alunos - como nos
intervalos, durante os quais os estudantes são concentrados nos pátios,
H2. Existem espaços utilizados livremente pelos alunos, sem mediação externa?
impedidos de irem às outras áreas livres da escola.
Em caso positivo, ele é “escondido”? Qual a relação desse espaço com o restante
da escola?
Não notamos nenhum espaço livremente utilizado pelos alunos e que
não tenha mediação externa; apesar de serem em número bem reduzido
em relação à quantidade de alunos, os inspetores ficam responsáveis por
observar os alunos nos momentos extra-classe.
Figura 26. Grade/ inspetoria e câmera/ monitor na secretaria.
28
H5. A comunidade utiliza o espaço escolar? Quando e como?
H6. Há outro equipamento público educacional nos arredores? Qual é a relação da
A escola, por meio do Conselho Escolar, aprovou apenas o uso das quadras
escola com ele?
esportivas nos finais-de-semana através do projeto “Escola Aberta”. Esse
A USP (e os museus que ela comporta) e o Instituto Butantã. Não obser-
espaço parece ser bastante utilizado nessas oportunidades. Não soubemos
vamos nenhuma relação específica entre estes e a escola. Existem também
de outros momentos em que a comunidade utiliza a escola.
uma EMEI e uma CEI vizinhas à escola, com as quais a relação parece ser
mais estreita (a coordenadora citou que há um plano de tentar integrar mais
a EMEF e a EMEI, sem detalhes, no entanto).
Figura 27. Pátio externo e fachada frente.
29
OUTROS OLHARES
Após a exposição do roteiro que direcionou nossos olhares durante a vivência na Gal Euclydes Figueiredo, abordaremos a seguir o registro
Pergunta apenas para a comunidade:
Vocês entram na escola? Em caso positivo, quando?
do olhar de seus freqüentadores (alunos, professores, funcionários etc.) a
respeito da possível interferência causada pelo espaço físico da escola nas
2. Como você se sente na escola? (Clima geral: bem/mal, livre/preso,
relações nela estabelecidas. Primeiramente apresentaremos o questionário
à vontade/limitado etc.)
utilizado e então serão feitas algumas considerações acerca das respostas.
3. Você freqüenta algum lugar no entorno da escola?Em caso positivo, quais?
Tendo como objetivo principal tal busca, foram entrevistadas 27
pessoas - dentre elas alunos, pais e professores - entre os dias 02 e 18 de
4. O que você acha do espaço da sala de aula? ( Dimensões, luminosidade,
setembro de 2008. As entrevistas completas e os gráficos que contabilizam
acústica, sensações)
as respostas estão na pág. 51 do capítulo “Anexos”.
5.a) De qual espaço da escola você mais gosta? Por quê?
Questionário
5.b) De qual espaço da escola você menos gosta? Por quê?
Caracterização:
6.a) Tem algo na escola que você acha bonito? Por quê?
Nome/Idade/Sexo - Série/Bairro onde mora - Como vem para a escola.
6.b) Tem algo na escola que você acha feio? Por quê?
1. O que você acha do espaço físico da escola? (Prédio, quadra, pátio, áreas
7. Você mudaria algo na escola? Por quê?
verdes, cores etc.)
30
8. O que você acha das grades da escola?
Entretanto, a justificativa da maioria dos entrevistados quanto a essa questão
9. Para você a escola é feita para quem?
se baseia nas possibilidades que tais lugares oferecem para o brincar, como
se percebe nas seguintes falas:
Algumas considerações
“Quadra, porque é o maior espaço que a escola tem para se brincar...”
A partir dessas entrevistas e de sua análise, alguns aspectos nos
chamaram a atenção.
“Quadra porque lá é onde eu mais me divirto, e acho que é onde os alunos mais se
divertem”.
“Do pátio, aonde nós brincamos”.
Ao serem questionados acerca do espaço da escola de que mais
gostam, muitos entrevistados se referem às quadras e ao pátio como sendo
Diante dessas falas surgem dois aspectos importantes a serem aqui
o lugar de que mais gostam. Ao serem questionados a respeito do porquê
discutidos. O primeiro se refere aos espaços públicos destinados às crian-
de tais respostas, dois tipos de justificativas aparecem com grande freqüên-
ças e jovens na cidade e à questão do brincar dentro do ambiente escolar.
cia. A primeira é a de que estes espaços são mais amplos e livres, como
Edmir Perroti (1990), ao refletir sobre algumas idéias de Hannah Arendt,
podemos perceber em algumas das falas em destaque:
nos traz a idéia de que nos tempos modernos é cada vez mais reduzido o
espaço de uso público, na medida em que este se transforma, aos poucos,
“Pátio, pois é mais aberto, melhor para andar e para conversar com os amigos”.
em espaço social privado – e isso de alguma forma traria conseqüências
“Quadra, porque é um lugar mais amplo e espaçoso, gosto de estar ao ar livre e praticar
para a infância. Ainda segundo o autor, a infância passa, assim, a viver cada
esportes”.
dia mais confinada nos espaços privados, tais como escolas, internatos e
“Quadra, porque me sinto mais livre para fazer o que me traz mais prazer”.
creches, se afastando cada vez mais da vida pública.
31
Dentro desta visão, a infância perde autonomia e liberdade
Outro aspecto interessante de se observar nos dados coletados
na medida em que ganha em proteção. A criança perde não só
é o considerável número de entrevistados que sentem falta de momentos
o espaço físico na cidade, mas também se alteram as suas condições
e espaços para brincar dentro da escola. São diferentes os possíveis
de produzir e de se relacionar com a cultura, com a sociedade
motivos que justificam essa perda do espaço da brincadeira. Muitas vezes
e com a vida política.
a grande quantidade de conteúdos a serem transmitidos é a razão
apontada pela falta de tempo para o brincar. Há também os que acreditam
Não é difícil relacionar a realidade das escolas públicas do
estado de São Paulo –
as quais possuem salas muito pequenas
em relação à quantidade de alunos que atendem – à idéia utilizada
que o brincar já não deve mais fazer parte do currículo de 1a a 4a séries
e ainda quem defenda que o brincar dentro da escola deve ter sempre
um caráter pedagógico e programado.
por Edmir Perroti de confinamento da infância. É perfeitamente
compreensível
que
as
salas
de
aulas
sejam
um
dos
locais
Faz-se necessário tomar cuidado para que o brincar não seja visto
apontados pelos entrevistados como um dos espaços de que
e entendido apenas como meio para ensinar algum conteúdo, como mero
menos gostam na escola, pois os alunos passam muitas horas
pretexto para educar. O valor do brincar como um fim em si mesmo
do dia num espaço relativamente pequeno, sem ter a liberdade
também deve ser levado em conta dentro e fora da escola. É evidente que
de fazer aquilo que gostariam.
a dimensão educativa do brincar é extremamente importante; no entanto,
a dimensão lúdica, do prazer, do afeto e do entretenimento é tão
Se torna evidente nas entrevistas uma necessidade de que existam
importante quanto, e isso não deve ser esquecido.
espaços mais abertos e livres dentro da escola – espaços não só maiores e
melhor planejados, mas que possam ser de fato apropriados pelos alunos,
onde eles possam se expressar e fazer aquilo que lhes dá prazer.
32
APROFUNDANDO OS OLHARES
Nosso projeto de estágio tinha como pretensão central observar as
A unidade de ensino se encontra num bairro de classe média alta,
influências do espaço físico nas relações humanas estabelecidas com a/na
cercada de espaços privados (não estatais e de finalidade privada); os alunos
escola. Começamos esse nosso aprofundamento admitindo a limitação das
não moram no bairro onde a escola está inserida, e também não pertencem
nossas reflexões; primeiro pela dificuldade decorrente da própria ousadia
à mesma classe social dos moradores do entorno.
da proposta, segundo devido ao contato superficial que o estágio proporciona. Consideramos importante fazer essa ponderação para demarcar que
Admitindo que “não apenas o espaço-escola, mas também sua lo-
falamos de um lugar específico, portanto, insuficiente, e que durante o tra-
calização, a disposição dele na trama urbana dos povoados e cidades têm
balho sentimos a necessidade de (re) pensarmos o modelo de estágio vi-
de ser examinados como um elemento curricular” (VIÑAO, 2001, p.28),
gente durante nossa formação. Feitas as ressalvas necessárias, e adotando a
procuramos observar quais seriam as possíveis influências das característi-
arquitetura como um elemento não neutro – portanto, capaz de influenciar
cas mencionadas acima.
a educação –, apresentaremos nossos olhares a respeito de dois grandes
temas: a influência do espaço físico nas relações escola-comunidade e a
influência do espaço físico no interior da escola.
Um primeiro elemento levantado foi que o fato da escola não estar
localizada no mesmo lugar onde os alunos moram pode contribuir para um
desconhecimento dos professores e demais adultos sobre o contexto dos
Espaço físico e relação escola-comunidade
alunos – não estimulando, assim, um modelo de educação que busca uma
relação maior entre vida e escola.
Procurando começar a reflexão a respeito da escola de fora para
dentro – portanto, da sua localização e entorno para a unidade escolar –,
retomaremos algumas informações importantes.
No mesmo sentido, a localização da unidade escolar em relação à
moradia dos alunos não facilita a participação dos pais na escola, pois esses
33
também precisam enfrentar o deslocamento de um bairro ao outro. Além
Espaço físico e relações no interior da escola
disso, também não há estímulos para a participação dos moradores do entorno, pois esses, em geral, não estudam nessa instituição, e, portanto, não
possuem vínculo com o local.
Mayumi (1989) argumenta sobre a importância que o espaço escolar assume como local das atividades lúdicas, partindo de ponderações
sobre o desaparecimento nas cidades capitalistas e industriais de espaços
Entretanto, um fator nos chamou atenção para a importância da
de aprendizado coletivo nos quais as crianças podiam brincar e circular.
localização da EMEF, da CEI e da EMEI na mesma esquina, como respre-
Analisando o espaço-escola, podemos perceber que os ambientes não
sentantes de um espaço privilegiado. Por se constituírem como as únicas
foram planejados levando em consideração a importância do jogo e das
instituições públicas nesse bairro, consideramos que a escola se configura
brincadeiras ainda nessa fase da infância. Admitindo que “a arquitetura
como uma possibilidade de ampliação do espaço público. Dessa forma,
escolar pode ser vista como um programa educador, ou seja, como um
ela poderia se constituir como um pólo de discussão política, debates,
elemento do currículo invisível ou silencioso, ainda que ela seja, por si
produção e acesso cultural num bairro onde se concentram apenas espaços
mesma, bem explícita ou manifesta” (VIÑAO; ESCOLANO, 2001, p.45),
de interesses privados.
enxergamos que essa ausência de espaço está intimamente relacionada com
a concepção de educação vinculada ao Ensino Fundamental, na qual a
Além de considerarmos importante essa apropriação do espaço
prioridade está centrada na alfabetização e na transmissão de conteúdos.
público por parte dos moradores, também cremos que seria interessante
que os alunos e os profissionais da escola se apropriassem do espaço físico
Essa constatação é reforçada quando, do próprio pátio da EMEF,
do bairro, já que esse possui parques e bosques (mantidos por um con-
podemos ver a EMEI ao lado, na qual há equipamentos e espaços desti-
domínio da região) que poderiam ser re-significados pela escola se ela se
nados ao convívio e à brincadeira, evidenciando a diferença que há entre
apoderasse de tais equipamentos.
essas duas modalidades de ensino.
34
Um possível caminho para a diminuição dessa limitação do espaço
Essa não foi a única for-
da escola poderia ocorrer através de uma integração maior entre as uni-
ma de apropriação que vimos na
dades educacionais vizinhas (CEI e EMEI) – algo mencionado pela coor-
unidade de ensino. Mayumi (1989)
denação da escola como um objetivo a se alcançar; outro caminho interes-
ressalta a importância de os alu-
sante seria a apropriação dos equipamentos existentes no entorno, como
nos se apropriarem do lugar por
sugerimos anteriormente.
meio de marcas pessoais – algo que
foi fortemente percebido em nossa
Entretanto, sabendo que a questão apresentada não se resume sim-
vivência pela quantidade de tra-
plesmente como uma limitação do espaço-físico, mas que há uma grande
balhos expostos nas paredes da
relação com a visão de Ensino Fundamental, acreditamos que modifica-
escola e por alguns “grafites” uti-
ções na relação com o espaço e na configuração do mesmo dependem de
lizados para a identificação do banheiro, da rádio e do espaço de leitura.
discussões amplas com os professores e profissionais da educação – dentre
as quais agora há também a necessidade de se ponderar sobre a diminuição
da idade escolar de ingresso de sete para seis anos.
Portanto, sentimos que os alunos encontram formas de se apoderar do espaço; tal “ocupação” possui, contudo, um limite decorrente da não
participação nas decisões sobre os ambientes por parte desses estudantes.
Apesar de percebermos que o espaço-escola observado não é es-
A pouca participação dos alunos no espaço-escola também pode ser perce-
timulador desse lado lúdico da criança, também verificamos que os alunos
bida pela não utilização da rádio (a qual permaneceu fechada durante todo
se apoderam do lugar, subindo nas grades, no corrimão, utilizando as ram-
o período de estágio) e pela ausência de um local na unidade de ensino que
pas de acesso ao prédio como pistas de corrida, entre outras formas de
fosse concebido como ambiente dos alunos, bem como na inexistência de
ocupação do espaço.
organizações estudantis como grêmio.
35
CONSIDERAÇÕES FINAIS
clydes Figueiredo, foi nítido perceber como a riqueza do espaço era muiApós nossa vivência na EMEF Gal Euclides de Oliveira Figueiredo
tas vezes pouco aproveitada em virtude de falhas na estrutura educacional
e as reflexões dela conseqüentes, nos surgiram algumas questões sobre
brasileira – como falta de pessoal em número suficiente para permitir que
o espaço físico das escolas no Brasil. Até onde se pensa no que seria mais
os alunos explorassem todo o terreno escolar, ou para que pudessem con-
adequado para garantir o desenvolvimento da criança ao se construir
hecer e freqüentar seus arredores.
ou reformar uma escola? Ou será que o horizonte que guia a edificação
do espaço-escola reflete um desejo de controle da infância dentro desse
Nossa vivência nos permitiu observar um micro-ambiente refletin-
espaço? Como encontrar os limites entre respeitar o espaço da criança
do pontos inegáveis da realidade escolar no país: superlotação (como di-
e excesso de liberdade?
zem bem as falas dos entrevistados que se queixaram das salas cheias, do
pátio pequeno), falta de planejamento a longo prazo (como vimos através
Sabemos que uma concepção tradicional de ensino ainda predomi-
das modificações do espaço da escola que surgiram aos poucos, procu-
na em grande parte das escolas no Brasil, e os espaços educacionais foram
rando “tampar” buracos na medida do possível), e principalmente verbas
(e muitas vezes ainda são) pensados para uma educação seguindo tais va-
insuficientes, que deixam alunos e professores carentes dos mais diversos
lores – o que dificulta uma melhor articulação do espaço físico da escola.
elementos: materiais, equipamentos, mas, principalmente, tempo e espaço.
Um outro grande entrave na questão do espaço escolar se liga ao financiamento da educação em nosso país. A falta de verbas influencia desde
É necessário repensar a organização da educação no Brasil,
as novas construções e reformas (como tipos de projeto, se são adaptados
e a arquitetura escolar é um dos aspectos fundamentais. As escolas
para o local específico da escola ou se são um plano comum para toda uma
precisam ser planejadas de modo que os alunos possam melhor aproveitá-
cidade; materiais utilizados; concepções de arquitetura valorizadas; profis-
las, onde possam se sentir parte do espaço, se sentir livres num lugar que
sionais escolhidos para os projetos etc.) até o uso da escola em si. Na Eu-
é seu. Afinal, como foi dito por muitos de nossos entrevistados, a escola
36
é feita (também) para os alunos. Essa relação é importante para que se
exista um respeito mútuo entre o aluno e o próprio lugar, no qual ele
vai se desenvolver e passar uma considerável parte de seus dias. A preservação do lugar estaria garantida por seus usuários, que, ao se verem
no espaço-escola, estabeleceriam com ele um diálogo provavelmente bastante diferente do que comumente se relata – de depredação, desrespeito,
descaso. Além de uma possibilidade de contornar tais problemas, ao pensarmos em como a criança poderia deixar sua marca na escola (seja através
de uma pintura ou de sua participação no processo da organização dos
espaços da escola) estaríamos dando oportunidade para que ela se
expresse. Escutando a opinião de quem realmente interessa à escola abriríamos as portas para novas idéias.
37
ANEXOS - ENTORNO 1
38
ANEXOS - ENTORNO 2
39
ANEXOS - ENTREVISTAS
Questionário-base
Respostas
1 - O que você acha do espaço físico da escola? (prédio, quadra, pátio, áreas
verdes, cores etc.)
Nome: Tayllane
Série: 6oE
Idade: 14 ANOS
Sexo: M( ) F(X )
Bairro onde mora: Butantã
Como vem para a escola: a pé
1 - Acha que precisa melhorar.
Pergunta apenas para a comunidade:
Vocês entram na escola? Em caso positivo, quando? (em caso negativo,
pular para a pergunta 3)
2 - Presa.
3 - Sim, shopping Vila Lobos.
4 - Muito barulhento, acha o tamanho bom.
5a - Pátio, pois é aberto.
2 - Como você se sente na escola? (clima geral: bem/mal, livre/preso, à
vontade/limitado etc.)
5b - ala de aula, pois não pode sair de lá.
6a - Não, nenhum lugar.
6b - Os banheiros, são muito sujos.
3 - Você freqüenta algum lugar no entorno da escola? Em caso positivo, qual(is)?
7 - Você mudaria algo na escola? Por quê?
Sim, pintaria a escola, aumentaria o pátio e os banheiros e colocaria mais bebedouros.
4 - O que você acha do espaço da sala de aula? (dimensões, luminosidade,
acústica, sensações)
8 - O que você acha das grades da escola escola?
São para a proteção da escola, não colocaria mais, acha que já tem grades suficientes.
5a- De qual espaço da escola você mais gosta? Por quê?
5b - De qual espaço da escola você menos gosta? Por quê?
6a - Tem algo na escola que você acha bonito? Por quê?
6b - Tem algo na escola que você acha feio? Por quê?
9 - Para os estudantes, não pra quem vai pra escola só pra brincar, mas sim para
aqueles que vão para estudar.
Nome: Jéssica
Série: 5 C
o
7 - Você mudaria algo na escola? Por quê?
Idade: 15 ANOS
Sexo: M( ) F(X )
Bairro onde mora: Butantã
Como vem para a escola: de carro
1 - área verde e a que tem está mal cuidada, acha que pelo menos uma das quadras
deveria ser coberta, pois em dias de chuva os alunos não podem usar as quadras
8 - O que você acha das grades da escola escola?
nem o pátio.
2 - Se sente bem.
9 - Para você a escola é feita para quem?
3 - Sim, o parque e bosque que ficam perto da escola.
40
4 - Acha a sala de aula muito barulhenta, a iluminação em sua opinião é boa e o
Nome: Vitória
tamanho também.
Série: 3
a
Idade: 8 ANOS
Sexo: M( ) F(X )
Bairro onde mora: Rio Pequeno
Como vem para a escola: de perua
5a- Pátio, pois é mais aberto, melhor para andar e para conversar com os amigos.
5b - Sala de aula, pois lá não pode conversar e nem fazer o que quer.
1 - Gosta, mas poderia melhorar as cores.
6a - Não, nenhum lugar.
2 - Se sente bem.
6b - O lugar perto da quadra, pois tem muito barro e está mal cuidado.
3 - Não.
7 - Sim, faria um vestiário perto da quadra, aumentaria a sala de informática, con-
4 - Acha a sala de aula clara e grande, mas fica barulhenta durante o intervalo dos
sertaria os computadores que estão quebrados, aumentaria os banheiros e conser-
grandes.
taria os vidros das janelas das salas de aulas, pois estão todos soltos.
5a - Da sala de informática, pois podem usar o computador depois de fazer a lição.
8 - Acha importante ter grades para ninguém entrar na escola, como já fizeram
5b - Não tem nenhum lugar que menos goste.
uma vez, mas colocaria outro tipo de grade mais resistente.
6a - As salas de aula.
9 - Para os alunos.
6b - Os banheiros.
7 - Sim, mudaria as cores da escola, os banheiros, arrumaria as grades e os vidros
que estão quebrados.
Nome: Haiana
Série: 7 C
o
Idade: 13 ANOS
Sexo: M( ) F(X )
Bairro onde mora: V. São Francisco
Como vem para a escola: a pé
8 - Acha que servem para proteger.
9 - Para os alunos.
1 - Acha pequeno, comparado às escolas em que já estudou.
2 - Não se sente muito livre nem muito presa.
3 - Sim, parque do Ibirapuera, Parque Água Branca etc
Nome: Amanda
4 - Pequeno.
Série: 3o
5a - Pátio, pois tem mais ventilação.
1 - Muito bom.
5b - Não tem nenhum que menos goste.
2 - Livre, pois em casa não pode brincar, pois passa muitos carros.
6a - A área verde perto da quadra.
3 - Não.
6b - Os pombos que ficam no pátio, pois podem trazer doenças.
4 - Acha a sala de aula barulhenta durante o intervalo dos grandes e as trocas de aulas.
7 - Sim, aumentaria a escola e faria mais projetos.
5a - Do pátio, pois pode brincar.
8 - Por um lado gosta delas, pois trazem proteção, mas por outro não gosta, pois
5b - Da sala de aula, pois é muito pequena.
podem machucar e se sente presa.
6a - A sala de aula, pois não é pichada nem suja.
9 - Para os alunos.
6b - Os banheiros, pois são sujos e quebrados.
Idade: 9ANOS
Sexo: M( ) F(X )
Bairro onde mora: Jaguaré
Como vem para a escola: perua
41
7 - Sim, cobriria as quadras e pintaria as paredes.
3 - Não.
8 - São para não machucar.
4 - Deveria ser maior.
9 - Para os alunos.
5a - Quadra, pois pode brincar.
5b - Os banheiros, pois são muito pequenos e tem muita fila, deveria ter mais banheiros.
6a - Sala de leitura, pois tem muitos detalhes.
Nome: Natalie
Série: 3o
Idade: 10 ANOS
Sexo: M( ) F(X )
Bairro onde mora: Jaguaré
Como vem para a escola: perua
6b - Sala de informática, pois os computadores são muito desorganizados, deveria
ter mais cuidado com eles.
1 - Acha grande.
7 - Sim, faria mais banheiros e aumentaria o pátio.
2 - Presa, pois passa muito tempo dentro da sala de aula.
8 - São boas, mas deveriam pintá-las de branco.
3 - Sim, em um restaurante onde seu pai trabalha e em um parque que fica próx-
9- Para os alunos.
imo à escola.
4 - Acha muito pequena, suja e barulhenta por causa das trocas de aulas.
5a - Quadra, pois lá podem brincar.
Nome: Julian
5b - Sala de leitura, pois a professora é brava.
Série: 2a
6a - Não, nenhum lugar.
1 - Gosta do espaço físico como um todo.
6b - O banheiros das meninas.
2 - Se sente bem, à vontade.
7 - Sim, mudaria as salas de aula, tocaria as mesas, colocaria mesas mais escuras,
3 - Não
pois todos rabiscam, limparia o pátio e mudaria as grades, colocaria grades mais
4 - Segundo ela, a sala de aula tem um tamanho bom, com boa luminosidade. Diz
seguras.
gostar de ficar em sala de aula e de ter o seu lugar fixo na sala (sua carteira), mas
8 - Estão boas assim como estão.
reclama que de dentro da sala é possível ouvir os barulhos do lado de fora, e isso
9 - Para os alunos.
atrapalha a aula.
Idade: 7anos
Sexo: M( ) F( x )
Bairro onde mora: Rio Pequeno
Como vem para a escola: perua
5a - Gosta da sala de aula e da quadra. Explicou que gosta da sua sala de aula, de
ter o seu lugar na sala e na quadra porque gosta de praticar esportes.
Nome: Sabrina
Série: 3o
Idade: 9 ANOS
Sexo: M( ) F(X )
Bairro onde mora: Jaguaré
Como vem para a escola: perua
5b - Para ela o Pátio externo é o espaço que menos gosta, porque na hora do
intervalo todo mundo fica brigando e fica tudo uma bagunça.
6a - Segundo ela, a quadra, porque em volta tem natureza, tem uma boa vista.
1 - Acha boa.
6b - O Banheiro, diz que é muito sujo.
2 - Livre.
7 - A aluna gostaria que tivesse mais livros e que as carteiras não fossem riscadas
42
e pixadas.
gosta muito do pé de amoras da escola.
8 - Para ela é necessário ter grades, mas nem tantas como a escola tem. Explica
6b - Afirma não gostar da cor do prédio, diz que deveria ser mais colorido.
ainda que as grades são boas porque separam as pessoas. Há alunos que bagun-
7 - Ela mudaria no refeitório os bancos e as mesas (acha que são muito velhos)
çam muito, e quando a classe dela está na quadra, as grades ajudam porque não
os banheiros (vê a necessidade de restaurar e manter limpo) e mudaria as cores
deixam estes alunos atrapalharem a sua aula na quadra.
da escola, e justifica dizendo que as cores que a escola tem passam a impressão
9 - Para os alunos
de um presídio.
8 - Para ela, as grades são necessárias em lugares baixos, por causa dos alunos mais
novos, mas nas salas de aula, na entrada da escola e nos lugares mais altos não
Nome: Ana Carolina Idade: 13 anos Sexo: M( ) F( x )
precisaria ter grades. Se incomoda muito com as grades nas janelas da sala de aula,
Série: 5a
diz não ser necessário e que fica com uma sensação ruim ao olhar todos os dias
Bairro onde mora: Rio pequeno
Como vem para a escola: perua
1 - A aluna diz que gosta da escola, mas que precisa melhorar, precisa de reformas,
para as grades na janela da sala de aula.
principalmente uma cobertura para as quadras, porque elas não podem ser usadas
9 - Para os alunos
quando chove, e em dias de muito sol os alunos reclamam do calor.
2 - Se sente bem, e à vontade.
Nome: Ynara Idade: 9 anos Sexo: M( ) F( x )
3 - Freqüenta uma loja de roupas próxima e às vezes o parque.
Série: 3a
4 - Acha a sala de aula um espaço pequeno e irritante, diz que a sala precisa de
1 - Ela diz que se sente ‘mais ou menos’, porque não tem muita coisa para fazer
reforma. Considera que as salas tem uma boa luminosidade, e que às vezes o ba-
nos espaços, e que os professores não usam os espaços da escola, não fazem
rulho de fora atrapalha, mas os inspetores controlam isso. Reclama ainda que a
atividades diferentes.
sala tem muitos mosquitos, que os alunos sujam as salas e que precisa de reparos,
2 - Ela não se sente muito bem, às vezes chega a se sentir presa, porque não pode
por exemplo nos rodapés que estão soltos, e nas tábuas de algumas carteiras que
fazer o que quer.
também estão soltas.
3 - Diz freqüentar a casa de uma prima, e que foi no parque uma única vez com
5a - Quadra, justificando que este é um lugar mais amplo e espaçoso, e que gosta
um familiar, não com a escola, e que gostaria de ir ao parque com a sua classe.
de estar ao ar livre e praticar esportes.
4 - Acha o espaço pequeno, que a luminosidade poderia melhorar e afirma que os
5b - Do barranco ao lado da quadra, explica que lá é muito descuidado, têm muito
barulhos do lado de fora são escutados em sala de aula e que isso atrapalha muito,
barro, muitos mosquitos, que não cuidam desta parte da escola como deveria, e
e que no geral não se sente bem em sala de aula.
não gosta do fato de ter madeiras soltas no barranco porque os alunos se machu-
5a - Quadra, porque tem bastante espaço para brincar.
cam ao tentar brincar com elas.
5b - Pátio interno, porque é um espaço muito pequeno para tanta gente ao mesmo
6a - As árvores, explica que elas dão uma paisagem melhor para a escola, e diz que
tempo.
Bairro onde mora: Jaguaré
Como vem para a escola: a pé
43
6a - Gosta das árvores, porque elas deixam a paisagem bonita de se ver.
secretaria.
6b - Pátio externo, explica que as árvores não são bonitas nele e que os alunos
8 - Afirma precisar ter grades para a segurança , mas mudaria as cores
jogam sujeira e o pátio fica sempre sujo e feio.
9 - Para os alunos.
7 - Aumentaria as salas de aula, o pátio interno e colocaria uma cobertura nas
quadras e também as aumentaria. Porque sente os espaços da escola pequenos.
8 - Afirma achar bom ter grades para a segurança, mas mudaria as cores das
Nome: Beatriz Idade: 12 anos Sexo: M( ) F( x )
grades, gostaria que fossem cor de rosa.
Série: 6a
Bairro onde mora: Jaguaré
Como vem para a escola: perua
9 - Para os alunos
1 - Gosta do espaço da escola, acha bom.
2 - Bem e livre
Nome: Andressa Idade: 11 anos Sexo: M( ) F( x )
3 - Não
Série: 3a
Como vem para a escola: carro
4 - Acha o espaço da sala de aula bom, a luminosidade também é boa, mas o
1 - Se sente ‘mais ou menos’, porque tem lugares na escola que precisam melho-
barulho do lado de fora atrapalha a aula. Afirma se sentir bem, mas acha muito
rar, porque os espaços são muito pequenos.
tempo num lugar só e que fica cansativo.
2 -Se sente ‘mais ou menos’, a escola não é do jeito que queria que fosse, mas não
5a - Sala de informática, explica que é uma sala que tem o dobro do tamanho
se sente presa, se sente livre.
das salas comuns, tem muitos computadores, mas o problema é que alguns estão
3 - Às vezes o parque e a casa da tia
quebrados. Diz que gosta desta sala porque adora ficar na internet.
4 - Acha a sala de aula pequena, com luminosidade fraca, reclama que o barulho
5b - Secretaria, porque tem medo, é um ambiente muito sério.
de fora atrapalha a aula e que no geral se sente ‘mais ou menos’ porque tem coi-
6a - Nada.
sas legais de se fazer em sala e todo mundo faz junto( como pintura) e não gosta
6b ı Tem algo na escola que você acha feio? Por quê?
porque tem que ficar muito tempo no mesmo lugar.
Fala das paredes da escola que são sujas e pixadas
5a - Quadra, porque é o maior espaço que a escola tem para se brincar
7 - Ela gostaria que as salas de aula tivessem mesas maiores, mesas para se ficar
5b - Sala de aula, e justifica dizendo este ser um espaço muito pequeno pra tantos
em dupla e não individuais,. gostaria também que a escola tivesse mais computa-
alunos juntos ao mesmo tempo.
dores e que todos funcionassem e queria que tivesse grafitagem nas paredes
6a - As árvores da quadra, porque elas são bonitas de ver, tem bastante verde.
8 - Considera as grades necessárias porque assim os alunos ficam dentro da escola
6b - As árvores do pátio, porque não parecem árvores de verdade
e não pulam e fogem para fora, mas diz também que a escola tem muitas grades,
7 - Ela mudaria os banheiros, diz que eles precisam ficar sempre limpos, ampliaria
que seria melhor ter menos.
as salas de aula que são muito pequenas, e também ampliaria o pátio interno e a
9 - Para os alunos.
Bairro onde mora: São Remo
44
Nome: Larissa Idade: 12 anos Sexo: M( ) F( x )
4 - Acha o espaço pequeno, diz que não se sente tão bem porque não consegue
Série: 6a
andar como os outros, e os espaços pra ela são apertados, não consegue andar
Bairro onde mora: J. Adalgiza Como vem para a escola: perua
1 - A aluna afirma gostar do espaço físico da escola, no geral.
direto com a cadeira de rodas. Considera a luminosidade boa e reclama que os
2 - Se sente bem.
barulhos do lado de fora da sala atrapalham a aula na classe.
3 - Não.
5a - Gosta do Pátio externo, porque é o maior espaço da escola, e no intervalo é a
4 - Não suporta ficar dentro da sala de aula, diz ser um espaço muito chato,
hora que ela ‘passeia’ e fica com os amigos em um lugar que não é apertado.
monótono e cansativo. Mas também afirma que o tamanho da sala de aula é bom
5b - Ela diz ser dos Corredores porque acha que eles são estreitos.
e a luminosidade também, e que o barulho de fora da sala afeta a aula dentro da
6a - Diz ser o Pátio externo porque é grande e aberto, cabe bastante gente, dá pra
sala. Diz que o problema não é o espaço da sala de aula, que para ela no geral está
brincar e conversar e acha bonito olhar para as árvores.
bom, mas sim, as aulas que são chatas, os professores chatos, o que se faz em sala
6b - Acha feio os banheiros porque estão sempre sujos.
é o problema e não o espaço.
7 - Ela mudaria os banheiros, gostaria que eles estivessem sempre limpos e arru-
5a - Sala de informática. Justificando que é uma coisa diferente para se fazer dento
mados e gostaria que o elevador funcionasse.
da escola, e diz gostar muito de computador e internet.
8 - Para ela as grades são necessárias porque servem para segurança dos alunos
5b - Sala de aula. Porque é um lugar muito chato de se ficar
9 - Para os alunos.
6a -Nada.
6b - Para ela os banheiros são a coisa mais feia da escola, estão sempre sujos.
7 - Ela mudaria a pintura da escola, colocaria cores mais alegres e os banheiros
Nome: Aline Idade: 9 anos Sexo: M( ) F( x )
sempre limpos.
Série: 3a
8 - Afirma que as grades da escola deixam ela parecida com uma cadeia, e que
1 - Gosta da escola mas gostaria que os espaços fossem maiores, porque seria
apesar de precisar ter grades, diz que seria melhor que tivessem menos.
melhor para a irmã dela que é deficiente física.
9 - Para os alunos.
2 - Se sente ‘mais ou menos’, diz não se sentir à vontade em espaços que têm
Bairro onde mora: Jaguaré
Como vem para a escola: perua
muita gente.
Nome: Alany (aluna com N.E.E. - def. física) Idade: 7 anos Sexo: M( ) F(x)
3 - Shopping e o Supermercado Extra
Série: 1a
Como vem para a escola: perua
4 - Se sente ‘mais ou menos ‘ em sala de aula, porque acha um espaço muito
1 - A aluna considera a escola grande, mas sente que falta melhorar, por que ela
pequeno para tantos alunos juntos, gostaria que fosse maior e que tivesse menos
não consegue chegar ao 2o e 3o andares, porque o elevador não esta funcionando.
alunos. Considera a luminosidade boa, mas reclama dos barulhos que escuta e
2 - Ela afirma que se sente um pouco limitada às vezes, mas também se sente bem.
que vem do lado de fora da classe.
3 - O shopping e o supermercado Extra.
5a - Seu espaço preferido é a quadra, afirma que lá é um lugar que dá para brincar
Bairro onde mora: Jaguaré
45
melhor do que no pátio, porque fica com menos pessoas ao mesmo tempo.
9 - Para os alunos
5b - Banheiros, porque estão sempre sujos.
6a - Afirma que são as árvores, porque com elas é melhor de se respirar
6b- Banheiros, porque estão sempre sujos.
Nome:GABRIELLA
Idade:12ANOS Sexo: M( ) F(X )
7 - A aluna gostaria que a escola tivesse piscinas e que pudesse nadar todos os dias,
Série: 6o Bairro onde mora: JAGUARÉ Como vem para a escola: PERUA
e também que pudesse usar as quadras todos os dias.
1 - PRÉDIO GRANDE , PODERIA TER COBERTURA NA QUADRA, NO
8 - Acha bom, porque se sente segura
PÁTIO ACHA QUE O COMPORTAMENTO DOS ALUNOS PODERIA
9 - Para os alunos.
SER MELHOR, TER MAIS ARVORES, E OUTRAS CORES NA ESCOLA
PORQUE TERIA OUTRO IMPACTO MAIS AGRADÁVEL.
2 - SE SENTE MAL PORQUE AS PESSOAS XINGAM. E TBM PELO MAL
Nome: Leonardo Idade: 10 anos Sexo: M( x ) F( )
CHEIRO DOS BANHEIROS.
Série: 4a
3 - NÃO
Bairro onde mora: Butantã
Como vem para a escola: perua
1 - Considera o espaço, de maneira geral, grande, o que ele acha bom.
4 - PODERIA SER MAIOR, PARA 3 ALUNOS. AS MESAS SÃO MUITO
2 - Ele diz se sentir normal, se sente bem.
RISCADAS.
3 - Não.
5a - QUADRA, PORQUE PODE BRINCAR.
4 - Acha o espaço bom, num tamanho bom, com boa luminosidade, mas os ba-
5b - BANHEIROS, PQ É MUITO FEDIDO, PAPEL JOGADO.
rulhos do lado de fora da sala são ouvidos dentro da sala e isso para ele atrapalha
6a - NENHUM LUGAR.
a aula. Se sente bem dentro de sala de aula.
6b - PÁTIO, POR CAURA DO COMPORTAMENTO DAS PESSOAS.
5a - Seu espaço preferido é a Quadra porque para ele, lá é onde ele mais se diverte,
7 - O ENSINO, O BANHEIRO, PINTARIA DE OUTRA COR A ESCOLA,
e acha que é onde os alunos mais se divertem.
PINK,
5b - Banheiro, porque acha muito sujo.
8 - TÁ BOM ASSIM, PRA NOSSA PROTEÇÃO.
6a - Gosta de ver as árvores da escola
9 - É FEITA PARA OS ALUNOS, ISSO ACONTECE.
6b - Banheiro, porque acha muito sujo
7 - Mudaria os banheiros, colocaria mais cabines e gostaria que estivessem limpos
sempre.
Nome: ÍCARO Idade:10 ANOS Sexo: M( X ) F( )
8 - Ele diz que se sente preso quando olha para as grades, acha que são muitas
Série: 4a Bairro onde mora: RIO PEQUENO Como vem para a escola: PERUA
grades, que não precisaria ter tantas, principalmente nas partes de cima da escola,
1 - ACHA GRANDE O PRÉDIO. POUCAS AREAS VERDES, MUITA SU-
nas salas de aula.
JEIRA NA ESCOLA.
46
2 - SE SENTE BEM. MELHOR HORARIO DA ESCOLA É O RECREIO
QUALQUER COISA QUANDO NÃO HÁ AULA.
3 - NUNCA FOI COM OS PROFESSORES, MAS CONHECE O PARQUE
3 - NUNCA FOI EM OUTRO LUGAR AO REDOR DA ESCOLA.
PERTO DA ESCOLA, PORQUE FOI COM A MÃE
4 - UM LUGAR HORRÍVEL. MUITAS PESSOAS PARA UMA SALA PEQUE-
4 - LAMPADAS SOLTAS, UMA VEZ CAIU EM CIMA DE UMA AMIGO
NA (42 ALUNOS) A ACUSTICA É RUIM , E HÁ MUITAS PIXAÇÕES.
MEU. MESAS MUITO PIXADAS, ACHA QUE O ESPAÇO ESTÁ BOM
5a - QUADRA , PORQUE ELA SE SENTE MAIS LIVRE PARA FAZER O
PARA 36 ALUNOS.
QUE LHE TRAZ MAIS PRAZER.
5a - QUADRA, PORQUE É UM LUGAR PARA MUITAS BRINCADEIRAS,
5b - SALA DE AULA. POR QUE É UM LUGAR QUE ELA GOSTARIA DE
VOLEI, FUTEBOL.
ESTUDAR, MAS NÃO CONSEGUE ESTUDAR. POR VARIOS MOTIVOS,
5b - SALA DE LEUTURA, PORQUE AS CRIANÇAS BAGUNÇAM MUITO.
POR FALTA DE PROFESSORES, NA HORA DA AULA, AS PROFESSO-
E TBM NÃO GOSTA DOS BANHEIROS, POR SEREM SUJOS
RAS TRANCAM A PORTA, A LIMPEZA É MAL FEITA. TAMBÉM NÃO
6a - PÁTIO É O LUGAR MAIS BONITO, MAS PODERIA FICAR MAIS
GOSTA DOS BANHEIROS DA ESCOLA
BONITO , AS CRIANÇAS DEIXAM DESAGRADÁVEL.
6a - NENHUM , PORQUE PARECE UMA PRISSÃO.
6b - QUADRA, PORQUE É MAL CUIDADA, TEM MUITO BARRO, TEM
6b - QUADRA, PORQUE TEM MUITO BARRO.
COBRAS, RATOS
7 - TUDO, MAIS GRAMA, LIMPAR MAIS OS BANHEIROS, MENOS
7 - TUDO, MAIS PLANTAS, ORGANIZAR MELHOR AS CRIANÇAS ,
GRADES, PORTAS DA SALA, CONSERTAR AS DESCARGAS
MAIS PROFESSORES QUALIFICADOS, DESINFETANTE, MAIOR USO
8 - ACHA DESNECESSÁRIO, PORQUE ELES LARGAM OS ALUNOS (É
DOS COMPUTADORES,TOSAR O MATO, MAIS MONITORES.
CONTRADITÓRIO).
8 - ACHA QUE PRECISA DE MAIS GRADES NA ESCOLA. PORQUE AS
9 - PARA OS ALUNOS ESTUDAREM E CRESCEREM.
CRIANÇAS CONSEGUEM PASSAR PARA A RUA.
9 - PARA AS CRIANÇAS ESTUDAREM.MAS PODE SER MELHOR.
Nome: Igor Idade: 6 anos Sexo: M( X ) F( )
Série:1a Bairro onde mora: Arapongas Como vem para a escola: perua pref.
Nome: NATÁLIA
Série: 5a
Idade: 12 Sexo: M( ) F( X )
Bairro onde mora: JAGUARÉ Como vem para a escola: PERUA
1 - Bonito. A escola toda é “da hora”.
2 - Bem.
1 - ACHA O ESPAÇO BOM. POUCO ESPAÇO PARA RECREAÇÃO DAS
3 - Sim, no trabalho da minha avó (ela trabalha em uma casa aqui perto).
PESSOAS.
4 - Grande, tá bom, é tudo bom.
2 - CLIMA PESADO, SE SENTI MAL PORQUE OS PROFESSORES LAR-
5a - Da quadra, porque lá é bom de brincar.
GAM OS ALUNOS, RECEBEM LIBERDADE POR PODEREM FAZER
5b - Não tem um que menos gosta.
47
6a - Perto da quadra, o pátio, porque tem as árvores.
Nome: Jean Idade: 6 anos Sexo: M( X ) F( )
6b - Não.
Série:1a Bairro onde mora: Vila Dalva Como vem para a escola: perua pref.
7 - A parede entre o pátio interno e externo, mudaria as cores para vermelho.
1 - Acho legal, é grande.
8 - Bonitas, se não tivesse alguém ia descer em toda a velocidade e cair.
2 - Me sinto bem.
9 - Para os alunos.
3 - Não.
4 - É pequena. (do resto ele gosta)
5a - Do pátio externo porque tem criança.
Nome:Éric Idade: 10 anos Sexo: M( X ) F( )
5b - Da sala porque a gente não pode fazer o que quer.
Série:4a Bairro onde mora:Vila São Francisco Como vem para a escola: a pé
6a - Não.
1 - Acho que é um pouco bom, mais ou menos. É que vêem as pombas soltando
6b - Sim, os muros, porque fica descascando.
fezes toda hora.
7 - Não.
2 - Um pouco à vontade, a gente não pode conversar muito na sala, levantar
8 - Bonitas.
muito.
9 - Para os alunos.
3 - Não.
4 - Tem barulho, bastante. Acho que é boa.
5a - Da quadra, porque lá a gente pode correr, pular.
Nome: Adilsa Idade: ---- Sexo:
5b - Da sala.
Série: filha na 5a
6a - As árvores e também a quadra.
1 - Boa.
6b - O prédio, a parte de fora dele, as paredes são meio cinzas.
Pergunta apenas para a comunidade:
7 - Mudaria o prédio e também a quadra, deixaria melhor. E a sala de aula – queria
Vocês entram na escola? Em caso positivo, quando? (em caso negativo, pular para
aquelas carteiras que levanta a tampa e fecha. E os uniformes também, que nem
a pergunta 3)
quando a Marta foi prefeita. E o lanche – prefiro almoço, esse lanchinho está
Às vezes entro para ir ao banheiro ou para reunião de pais.
muito ruim.
2 - Bem.
8 - Regular, elas são meio sujas, machucam, tem inseto andando nelas.
3 - Não.
9 - Para os alunos, professores, diretores.
4 - São normais as carteiras. As salas ficam meio cheias.
M( ) F( X )
Bairro onde mora: Jaguaré Como vem para a escola: a pé
5a - De onde eles brincam (o pátio), porque é movimentado.
5b - Dos banheiros.
6a - Tudo igual.
48
6b - Os banheiros são esquisitos, não tem muita limpeza.
1 - A escola é bem grande e bastante fechada. Por um lado é bom por causa da
7 - Nada.
segurança, mas por outro lado minha filha reclama de se sentir presa.
8 - Ficou melhor com elas, antes não tinha e as crianças pulavam pelo muro.
Pergunta apenas para a comunidade:
9 - Para os alunos.
Vocês entram na escola? Em caso positivo, quando? (em caso negativo, pular para
a pergunta 3)
Sim, em dias de reunião.
Nome:Elaine (mãe) Idade:
Série:
Sexo: M( ) F( x )
Bairro onde mora:Vila São Francisco Como vem para a escola: a pé
2 - Normal, nunca parei pra pensar nisso.
3 - Não.
4 - Se não tivesse tanto aluno acho que seria normal.
1 - É grande, tem bastante coisa. Mas falta espaço para as crianças.
5a - Não sei direito. Nunca pensei nisso.
Pergunta apenas para a comunidade:
5b - Uma das entradas. Porque tem um corredor cheio de grades. Ah, os banhei-
Vocês entram na escola? Em caso positivo, quando? (em caso negativo, pular para
ros também não são muito bons não.
a pergunta 3)
6a - As árvores dentro e em volta.
Sim, em dias de reunião e quando tem eventos na escola.
6b - Os banheiros e a falta de cor.
2 - Segura.
7 - Acho que colocaria mais salas para dividir melhor os alunos. Às vezes minha
3 - Sim, o parque que fica perto da escola.
filha sai da escola reclamando de dor de cabeça por causa do barulho e da bagunça
4 - Bom, mas tem muito aluno.
da sala.
5a - Das árvores.
8 - Acho que protegem os alunos, mas a minha filha reclama que é exagerado.
5b - Dos banheiros. Falta limpeza.
9 - Acho que para os alunos né? Nunca parei pra pensar nisso.
6a - Só as árvores.
6b - Sim, às vezes os muros estão pixados e as árvores mal cuidadas.
7 - Colocaria mais seguranças do lado de fora.
Nome: Márcia (mãe) Idade:_______ Sexo: M( ) F( x )
8 - Não me incomodam, dão proteção aos alunos.
Série: ---- Bairro onde mora:Vila São Francisco Como vem para a escola: a pé
9 - Para os alunos que moram mais perto da escola. Pelo menos deveria ser assim.
1 - Normal, um pouco apertada apesar de ser grande.
Pergunta apenas para a comunidade:
Vocês entram na escola? Em caso positivo, quando? (em caso negativo, pular para
Nome: Claudia (mãe) Idade:_______ Sexo: M( ) F( X )
a pergunta 3)
Série: ----- Bairro onde mora: Jaguaré
Sim, em dia de reunião.
Como vem para a escola: Condução
49
2 - À vontade. Mas não entro muito.
6a - Árvores
3 - O Supermercado Extra.
6b - Sem resposta.
4 - Normal. Um pouco pequena pra tanto aluno.
7 - Ela melhoraria as quadras (“colocar cobertura, deixá-las mais fechadas para
5a - Não tenho preferência por nada.
poder desenvolver também teatro”) e gostaria que o elevador funcionasse. Se-
5b - Os banheiros e a entrada. O banheiro é sujo e a entrada é esquisita,diferente
gundo ela, “Ideal seria também que cada professor tivesse a sua sala de aula, que
de outras escolas.
a escola tivesse salas-ambiente”. Gostaria ainda que a escola tivesse mais flores,
6a - Não sei. Acho que as árvores.
um jardim e uma horta.
6b - Os banheiros. E poderia ter um pouco menos de grade também.
8 - Para ela as grades foram e são proteção, e diz: “ é difícil, nós gostaríamos de
7 - Acho que as salas de aula. Também gostaria que meus filhos pudessem usar
uma escola livre, mas...”
melhor a escola no fim de semana. Às vezes eles ficam em casa sem fazer nada e
9 - Sem resposta.
a escola poderia ter mais atividades já que a gente mora perto.
8 - Acho exagero, fica parecendo prisão. É feio.
Algumas Observações da professora:
9 - Para os alunos que estudam nela.
“ Os alunos têm uma postura de desleixo com a escola, sujam as salas, quebram
as carteiras.”
“ Os professores não podem usar todos os espaços, há uma limitação para utiliza-
Nome: Luceli (Professora desde 1973) Idade:
Série: leciona de 5a a 8a
Sexo: M( ) F( x )
Bairro onde mora: Como vem para a escola:
ção dos espaços.”
“ Há uma briga dos professores com os alunos, porque eles sempre juntam as
1 - Sem resposta.
carteiras, gostam de ficar juntos, em grupos, e os professores acham que isso
2 - A professora afirma adorar a escola, se sente bem e à vontade nela.
atrapalha a aula”.
3 - Sem resposta.
4 - Considera o espaço de sala de aula restrito (“são muitos alunos por sala, o que
deixa o espaço pequeno”). Para ela, a luminosidade e a acústica não são muito
boas, diz que faltam cortinas nas salas e que elas são muito frias e reclama que os
alunos sujam demais as classes.
5a - Dos espaços com árvores, gosta e acha importante desenvolver com seus
alunos aulas ao ar livre.
5b - Para ela os espaços da escola precisam ser mais harmoniosos, “seria bom se
tivesse algumas flores na entrada (do estacionamento)”.
50
ANEXOS - GRÁFICOS QUESTÕES 5A/5B, 6A/6B
51
BIBLIOGRAFIA
VIÑAO, Antonio Frago e ESCOLANO, Augustín. Currículo, espaço e subjeBROUGÈRE, G. Brinquedo e Companhia. Será que o brinquedo é educa-
tividade: a arquitetura como programa. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
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LIMA, Mayumi W. de Souza. A cidade e a criança. São Paulo: Nobel, 1989.
(Coleção cidade aberta)
______. de Souza. A importância da qualidade do espaço na educação das crianças.
Criança, n.27, 1994.
MOURA FILHO, Mário T. Ensaio projetual do espaço de aprendizagem: pensando
a participação, a memória e a espacialização de uma linha pedagógica. Trabalho final
de Graduação apresentado à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo, 2007.
PERROTI, Edmir. Confinamento cultural, infância e leitura. São Paulo: Summus, 1990.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São
Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004.
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