Aproximação de Lojas em um Shopping Center: Análise do Comportamento do Consumidor e a Influência de Diferenciação de Marca e Localização sobre Taxas de Conversão Autoria: Hugo Leonardo Póvoa Sandall, Jorge Mendes de Oliveira-Castro Neto Resumo O consumo é uma dimensão importante da vida do ser humano. O estudo do comportamento consumidor envolve atividades desde a percepção de necessidade até o descarte. Este trabalho buscou encontrar uma provável cadeia de comportamentos que exprimisse o movimento de aproximação à loja. Ele foi baseado na perspectiva comportamental para investigar comportamentos de aproximação a lojas. Fatores que podem influenciar a entrada na loja foram estudados: diferenciação de marca e localização relativa. Foi utilizada uma amostra por tráfego e feita a análise da filmagem de 8 câmeras por 12 dias. As lojas mostraram grande dificuldade em fazer o consumidor entrar. Os dados oferecem um diagnóstico simples e viável da capacidade de atração da loja em relação a outras. Há mais comportamentos apresentados quanto maior for o nível informativo e o fluxo diário e menor a distância. Em lojas mais distantes, proporcionalmente mais pessoas olham e entram. As lojas da categoria moda jovem fazem entrar mais. O shopping é, de fato, um laboratório de estudo tão rico de possibilidades quanto importante pelo destaque tem na vida do consumidor. Aproximação de Lojas em um Shopping Center: Análise do Comportamento do Consumidor e a Influência de Diferenciação de Marca e Localização sobre Taxas de Conversão O consumo é uma dimensão importante da vida do ser humano. Tendo muito ou pouco dinheiro, consome-se permanentemente. O indivíduo e o consumidor se confundem quando este almoça, veste, lê, assiste, bebe, descarta, translada-se, estuda etc. Sejam quais forem os complementos a estes verbos, quando do seu uso, eis um consumidor (Statt, 1997). O estudo do comportamento consumidor envolve atividades desde o uso corriqueiro ou a percepção de necessidade até o descarte porém costuma ser concentrado no ato de comprar (Engel, Blackwell, & Miniard, 2005). Centrado na compra, é possível distinguir fases pré e pós-compra. Cada uma resume atividades do consumidor que antecedem e sucedem a compra, respectivamente (Mowen, & Minor, 2003). Desta forma a compra pode ser comprendida como parte de um processo maior em que diversos comportamentos vão se suceder. Sob este pressuposto, este trabalho buscou encontrar uma provável cadeia de comportamentos que exprimisse o movimento de aproximação à loja. Este movimento seria iniciado quando o consumidor passasse diante a loja e concluído com a entrada nesta, entendendo que na fase que antecede a compra, entrar na loja é uma etapa necessária. Ele foi baseado na perspectiva comportamental para investigar comportamentos de aproximação a lojas. As razões entre os comportamentos estudados foram expressas por taxas de conversão. Alguns fatores que podem influenciar a cadeia de comportamentos até a entrada na loja foram estudados, especialmente o nível de diferenciação de marca, localização relativa e categoria de loja. Para garantir a viabilidade e aplicação adequada da técnica escolhida, o estudo foi realizado em um shopping center do distrito federal. 1 Análise do Comportamento do Consumidor A pesquisa sobre o consumidor apresentou grande progresso nas últimas décadas. Quanto ao escopo e métodos, persistem desavenças importantes de modo que esta ainda carece de identidade própria e a área termina por ser fragmentada em tendências. Por outro lado, o comportamento do consumidor certamente oferece diversas possibilidades para o estudo de fenômenos com implicações teóricas. Neste contexto, o avanço de inovações tecnológicas aplicadas a pesquisas realizadas em pontos de venda merece destaque (Simonson, Carmon, Dhar, Drolet, & Nowlis, 2001). Entender o que o consumidor quer ou precisa é desafiador embora possa parecer que não. É preciso considerar o universo de variáveis que afetam uma decisão de consumo, a quantidade de decisões envolvidas e sobrepostas e como estas se influenciam mutuamente (Evans, Jamal, & Foxall, 2006). Sua investigação demanda uma abordagem multidisciplinar que pode envolver a psicologia social, análise do comportamento, psicologia econômica, a antropologia, a sociologia a comunicação social e a economia (Arnould, Price, & Zinkhan, 2003). Estas disciplinas têm muito a colaborar com o marketing na busca de compreensão dos comportamentos do consumidor (Statt, 1997) na discussão de como os consumidores definem o destino de seus recursos como dinheiro, tempo e esforço. Envolvem, portanto, o que compram, quando e com que freqüência compram, onde e como procuram e como levantam as informações necessárias para tomar decisões (Schiffman, & Kanuck, 2000). O marketing envolve o estudo de processos de troca bem-sucedidos visando sistematizá-los e replicá-los. Sugere, portanto, que o consumidor é o ponto de partida de qualquer prática (Kotler, & Armstrong, 1998). Ser consumidor é desempenhar o papel daquele que adquire bens. Skinner (1970) define bem como um estímulo reforçador que pode ser obtido por meio de troca e, por conseguinte, a troca de bens ou dinheiro por outros bens seria condicionada e gradativamente generalizada. A decisão por realizar uma troca estaria condicionada à ponderação entre a desvantagem de ceder dinheiro ou um bem que se possui e a vantagem da aquisição do bem (Skinner, 1970). Entre as vertentes teóricas do estudo do comportamento do consumidor, a social cognitiva se destaca (Simonson et al., 2001). A análise do comportamento do consumidor é uma proposta inspirada na psicologia operante para a investigação do comportamento do consumidor e se estabeleceu como alternativa à abordagem majoritária, inclusive com a função de fomentar o desenvolvimento da ciência na medida em que provoca a interação ativa de teorias competidoras (Oliveira-Castro, & Foxall, 2005; Foxall, 1988). Ela se destaca por apresentar conceitos embasados em um sólido, sistemático e abrangente programa experimental de pesquisa e dedicar ênfase sobre efeitos de variáveis situacionais sobre o comportamento. Também parte do pressuposto filosófico de que o comportamento pode ser explicado por variáveis ambientais (Foxall, 1997; Oliveira-Castro, & Foxall, 2005). A análise do comportamento do consumidor assume o propósito de aplicar princípios de aprendizagem ao estudo do comportamento do consumidor. Busca descrever, predizer e compreender fatores que afetam este comportamento em sua complexidade (Foxall, OliveiraCastro, James, Yani-de-Soriano, & Sigurdsson, 2006) e representa uma interseção acadêmica entre a ciência do Marketing e a Psicologia Econômica (Foxall, 2001). Esta perspectiva foi sintetizada de forma ampla e sistemática por Foxall (1997, 1998) em um modelo no qual busca favorecer compreensão funcional de situações de consumo. 2 1.1. Modelo sob a perspectiva comportamental Foxall (1999) partiu de uma análise funcional comportamental em que o comportamento do consumidor é posto no centro de toda atividade de marketing. A finalidade da empresa se resumiria em criar e reter clientes servindo-lhes com vantagem sobre as demais empresas em um contexto competitivo de mercado. A partir do comportamento do consumidor, então, uma empresa surge, se estabelece e dele depende sua longevidade. Nesta análise, considera ainda que o comportamento do consumidor (como qualquer outro) pode ser predito e influenciado pela manipulação das contingências ambientais que favorecem sua ocorrência. Também pode ser reforçado pelos benefícios obtidos dos produtos e serviços ou pela aprovação social, e punido simultaneamente porque o consumidor tem que tolerar abrir mão de reforçadores como o dinheiro, tempo ou empenho. No modelo sob a perspectiva comportamental, o comportamento ocorre numa situação de consumo que surge quando uma a história de aprendizagem emerge num cenário de consumo. Estes dois elementos configuram os eventos antecedentes do comportamento de consumo. Sua interação determina a probabilidade de ocorrência do comportamento do consumidor que, por sua vez, vai produzir eventos conseqüentes, simultaneamente aversivos e reforçadores (Foxall et al., 2006). A Figura 1 apresenta uma representação esquemática do modelo sob a perspectiva comportamental cujos elementos serão aprofundados adiante. Cenário de Consumo Reforço Utilitário Punição Utilitária Comportamento de Consumo Reforço Informativo História de Aprendizagem Punição Informativa Figura 1 Representação esquemática do Modelo sob a perspectiva comportamental (Adaptado de Foxall et al., 2006) 1.1.1. Eventos Antecedentes ao Comportamento do Consumidor Uma criança aprende desde muito cedo que, em certas situações, para obter um bem, precisa fazer uma troca. Trocar um brinquedo por outro que está com outra criança, trocar dinheiro por uma guloseima na mercearia etc. Aprende que este processo envolve perda (de um brinquedo pelo outro, de dinheiro pela guloseima) e envolve ganho do bem que almejou. Assim, gradualmente, aprende a adquirir bens. (Skinner, 1970). Desta forma, história de aprendizagem vai sendo construída. Nela, foram estabelecidas as relações contingenciais nas quais estímulos discriminativos passaram a sinalizar probabilidades da ocorrência de reforço para respostas de aproximação (olhar uma vitrina, entrar em uma loja) e esquiva (evitar passar na porta de uma loja, declinar da abordagem de atendimento) (Oliveira-Castro, & Foxall, 2005). Nos cenários de consumo — tão diversos quanto um evento esportivo, uma ópera, uma livraria e uma viagem de avião — são apresentados os estímulos discriminativos que sinalizam as conseqüências às respostas do consumidor. Estes estímulos que compõem o 3 cenário de consumo se enquadram em uma das seguintes dimensões: (a) física (letreiro da loja, vitrina), (b) social (outros clientes presentes, abordagem de funcionários da loja), (c) temporal (horário de funcionamento, proximidade de aniversário), e (d) regulatório (regras de conduta social). Em conjunto, os estímulos discriminativos sinalizam ao consumidor o tipo de conseqüência provável para cada tipo de resposta (Foxall, 1988; Oliveira-Castro, & Foxall, 2005). Entender a situação de consumo torna possível influenciar o comportamento do consumidor (Foxall, 1988). O manejo de variáveis do cenário como resultado de análises funcionais é potencialmente viável e pode favorecer vendas e a lealdade do consumidor etc (Foxall, Goldsmith, & Brown, 1998). 1.1.2. Eventos Conseqüentes ao Comportamento do Consumidor O modelo comportamental propõe que o comportamento do consumidor produz conseqüências que podem ser representadas sobre dois eixos ortogonais —eixo utilitário e eixo informativo — sobre os quais as conseqüências podem variar de mais reforçadoras a mais aversivas (Foxall et al., 2006). As conseqüências utilitárias são os resultados funcionais que derivam da aplicação, posse ou uso do produto/serviço na situação do consumo. Podem ser econômicas, pragmáticas ou materiais e referem-se ao aumento na utilidade para o indivíduo como resultado prático do consumo. Dependem, principalmente, das características do produto/serviço que o consumidor entrou em contato. É o reforço mediado pelo próprio objeto e define seu valor de uso. Por exemplo, os reforços utilitários da posse de um carro incluem, a possibilidade de transporte de porta a porta a qualquer momento. Porém, possuir um carro pode também produzir algumas conseqüências utilitárias aversivas tais como ter que fazer manutenções e consertos eventuais (Oliveira-Castro, & Foxall, 2005; Foxall et al., 2006). As conseqüências informativas, por sua vez, são simbólicas e mediadas pelas ações e reações de outras pessoas. Assim, consistem em feedback sobre o desempenho do consumidor quando este tem (e faz saber que tem) ou usa o produto/serviço. Resultam do nível de status, prestígio e aceitação social alcançado ou perdido (Oliveira-Castro, & Foxall, 2005). Deste modo, um carro luxuoso, além de cumprir bem suas funções, pode produzir tanto reforço pelo status social como punição por ser mais poluente. Uma viagem a um local exótico pode produzir reforços informativos como o prestígio e admiração de amigos ou o sentimento de realização ao desfrutar e saber ter recursos para este tipo de viagem mas também produzir punição informativa por meio de comentários críticos de quem o considera a atividade esnobe ou desperdício tolo de dinheiro. (Foxall et al., 2006). 1.1.3. Diferenciação de Marca Ehrenberg, (1971; Uncles, Ehrenberg, & Hammond, 1995) observou regularidades na escolha de marcas utilizando dados de painel e traçou princípios atualmente aceitos acerca de medidas de desempenho de marcas Propôs uma teoria que explica a repetição de compras de uma marca baseada na freqüência onde a marca estudada seria comprada em quantidades estáveis por uma parcela estável da população. Demonstrou, ainda, que a quantidade média comprada em cada oportunidade varia pouco de marca para marca e que a maioria dos consumidores compra, em padrões semelhantes, mais de uma marca. O modelo sob a perspectiva comportamental surge como uma proposta explicativa para a repetição de compras e padrões de comportamento apresentadas por Ehrenberg (OliveiraCastro, & Foxall, 2005). Vem sido usado para investigar comportamento de procura (Oliveira-Castro, 2003) e escolha de produtos de compra rotineira (Pohl et al, 2006; Dias, & 4 Oliveira-Castro, 2006) e efeitos de variáveis de diferenciação de marca. Oliveira-Castro et al. (manuscrito aceito para publicação), por exemplo, sugeriram uma forma de medir o valor de marca ao investigar a relação entre diferenciação de marca e seu desempenho em quinze categorias de produtos no Brasil e no Reino Unido e mostraram que a relação entre os dois constructos variam através das categorias de produtos. Oliveira-Castro (2003) propôs um procedimento de observação direta a fim de estudar o efeito do preço base do produto sobre a duração do comportamento de procura dos consumidores em um supermercado. A duração da procura era significativamente maior para os produtos mais caros. Dias e Oliveira-Castro (artigo submetido à publicação) investigaram o efeito da quantidade de marcas e outras variáveis sobre a duração do comportamento de procura em supermercados, utilizando uma metodologia de observação direta. Constataram que quanto maior a diferenciação das marcas, menor o tempo de procura e para uma maior alternativas de marcas, maior o tempo de procura.Oliveira-Castro et al. (2006) demonstraram que indivíduos que compram maiores quantidades, em média, escolhem menor preço, em média e que diferenças em elasticidade dos indivíduos são relativamente consistentes ao longo do tempo mas não entre produtos. A influência da diferenciação de marca tem sido demonstrada por Foxall et al. (2004) em estudos de painéis de consumidores ou por observação que constataram que 70% dos consumidores compram mais de 60% dos produtos de compra rotineira num mesmo nível informativo e utilitário sendo que, em algumas categorias de produtos, este índice pode alcançar 90%. Esta estabilidade evidenciou três padrões de comportamento em que há consumidores que compram marcas mais conhecidas maximizando o reforço informativo, outros privilegiam maximizar o reforço utilitário e minimizar o preço, um punidor. Defendem que uma segmentação do mercado baseada em diferenciação de marca poderia favorecer atividades de marketing como promoções, por exemplo. Poderia também orientar o planejamento do sortimento de produtos procurando garantir a representatividade de todos os níveis de diferenciação além de permitir maior confiança na substituição de marcas funcionalmente equivalentes. Estudos, como os citados anteriormente, partem do benefício informativo de marcas agrupado em níveis para qualificar a diferenciação de marca. A medida é justificada pela freqüência com que benefícios utilitários de marcas acompanham em proporção semelhante os benefícios informativos dos produtos/serviços. E o nível informativo tem sido medido pelo índice mCQ (Dias, & Oliveira-Castro, 2006; Oliveira-Castro et al., manuscrito aceito para publicação; Pohl, 2004). Pohl (2004; Pohl, & Oliveira-Castro, no prelo) propôs agrupar estatisticamente marcas partindo do pressuposto de que quanto mais conhecidas e de maior qualidade as marcas, maior o nível informativo. Em um questionário no qual listou todas as marcas a serem categorizadas, os respondentes atribuíram valores de um a quatro, para cada marca, em resposta a duas perguntas: uma quanto à sua familiaridade e outra sobre sua qualidade. Em seguida, calculou a média de “conhecido” e “qualidade” — o índice mCQ — e conduziu análises de variância que compararam médias dos mCQs das marcas a fim de categorizá-las em diferentes níveis de reforço informativo. Esta solução vem sendo utilizada como proposta para medir o nível informativo de marcas em grupos (Pohl, & Oliveira–Castro, 2006; Dias, & Oliveira-Castro, 2006; Oliveira-Castro et al., manuscrito aceito para publicação). Revela a probablidade de reforço e punição que cada marca sinaliza. Esta pode ser entendida como resultado de situações de consumo anteriores como compra, uso, recomendação de um amigo, propaganda, atendimento anterior e variados fatores do cenário como conforto da loja e conformação da vitrina, fruto da retroalimentação 5 da história de aprendizagem, portanto (Oliveira-Castro, & Foxall, 2005). A conjunção destes fatores determina, de forma complexa, que cada marca possui um poder de discriminação (Oliveira-Castro, 2003). 2 Comportamentos de Aproximação Uma forma possível de interpretar comportamentos aparentemente caóticos em ambientes de varejo é entendê- los como elos de cadeias. Um encadeamento é um processo pelo qual se realiza um comportamento que foi precedido por outros comportamentos numa cadeia sucessiva. Uma porta trancada que é o único acesso a um local onde se deseja ir precisará ser destrancada. Destrancar a tal porta precedeu o entrar. O encadeamento pode revelar etapas necessárias ao desempenho de um comportamento. Para um consumidor que costuma fazer compras numa loja, uma etapa essencial a ser considerada é entrar na loja. Se a loja encontrase no interior de um shopping, o consumidor precisou entrar no shopping. Então, para comprar um sapato numa loja de shopping, pode-se dizer que o consumidor necessariamente passa pelas etapas entrar no shopping, entrar na loja, comprar o produto. E, evidentemente, estes comportamentos podem ser subdivididos. Num encadeamento de fato, o reforço representa completar esquemas sucessivos com estímulos diferentes a cada etapa. Geralmente o reforço à resposta anterior é o estímulo à resposta posterior. Quando se quebra a seqüência de comportamentos em seus componentes, pode-se tratar a seqüência como uma sucessão de operantes diferentes, cada um definido na oportunidade de emitir o próximo, até que a seqüência seja terminada por um reforçador. Um segmento ou elo tem sempre dupla função: ele reforça a última resposta e produz condições para ocasionar a resposta seguinte. Os componentes da cadeia podem ser mais ou menos independentes entre si em função da contingência (Catania, 1999). Os componentes da cadeia podem ser mais ou menos independentes entre si em função da contingência (Catania, 1999). Os comportamentos evidenciados em situações de compra são diversos e já foram descritos dentro de diversas categorias como o comportamento de procura que ocorre quando o consumidor procura informações para tomar decisões, faz um levantamento de preços ou simplesmente manter-se informado sobre o que há disponível e novidades (Oliveira-Castro, 2003). Ao trafegar pelo shopping, o consumidor exerce um conjunto complexo, diverso e inespecífico de comportamentos cuja investigação pode agregar valor técnicas usadas há décadas pelo Marketing. Sinhaa e Uniyalb (2005) criticaram metodologias de segmentação que levam em conta somente a intenção e defendem que a segmentação seja feita de acordo com o comportamento no ponto (e no ato) de venda alertando para que se considere o contexto, sempre muito específico, em que ocorre o comportamento. Após avaliar os comportamentos em feiras públicas na Índia, propuseram seis grandes segmentos com diversos tipos, cada, baseados em padrões de comportamento. Os shoppings centers vêm sendo descritos como, cada vez mais, o habitat principal dos consumidores. Daí que suas atividades devem ser estudadas neste espaço. Ainda assim, há poucos estudos valendo-se das atividades dos consumidores dentro dos malls (Bloch, Ridgway, & Dawson, 1994). Além dos fatores que atraem o consumidor ao shopping como a segurança e estabilidade nas expectativas para compras (Underhill, 2004), a função de centro comercial tem sido transcendida e, além da função inicial de entidade econômica, tem provido serviços e entretenimento (Bloch, Ridgway, & Dawson, 1994). No Brasil, o mesmo caminho é trilhado. Somente no Distrito federal, no ano de 2005, dos aproximadamente 3,3 bilhões da verba 6 disponível ao varejo, pouco mais de 801 milhões ou 24% foram gastos em shoppings (Evolução dos Números, 2006). Em uma rara proposta de estudo que incluiu e diferenciou fatores de atração, Lam, Vandenbosch, Hulland, & Pearce et al. (2001) avaliaram promoções em ambientes de compra na venda. Afirmam que os varejistas limitaram-se por sua própria inabilidade em a medir a eficácia de suas atividades de marketing. Avaliaram a atração a partir de tráfego dianteiro e taxa de entrada. Ruiz, Chebat e Hansen, (2004) propuseram um modelo de segmentação baseado em atividades que os consumidores costumam desempenhar no shopping. Uncles (1996) afirma que um esforço considerável vem sendo empregado para descrever como os consumidores se comportam ao adquirir bens de consumo e serviços e questionou se os movimentos dos consumidores são redes caóticas ou seguem padrões repetitivos muito mais simples. Newman, Yu e Oulton (2002) apresentaram uma forma de estudar o movimento do consumidor revelando seu deslocamento no tempo e no espaço possibilitando estudos aplicados que favoreçam o planejamento de lojas. Newman e Foxall (2003) relacionaram esta metodologia com o modelo sob a perspectiva comportamental utilizando dados foram coletados automaticamente por câmeras de segurança do sistema de circuito fechado de TV. Esta técnica nova cumpre dois objetivos principais para a pesquisa acadêmica e comercial: a identificação sistemática do impacto comportamental de áreas específicas dentro de alguma loja de varejo e seguir de um número ilimitado de consumidores em situação de compra. Kirkup e Carrigan (2000) afirmam que o desenvolvimento tecnológico e conseqüente acilidade de acesso coloca a pesquisa de observação em destaque como uma valiosa ferramenta no estudo de comportamento de consumidor. 3 Método O estudo do tráfego busca entender o destino do fluxo de pessoas no shopping e que fatores podem influenciá-lo. Nesta pesquisa, algumas variáveis foram eleitas para serem investigadas na busca de efeitos de estímulos sobre comportamentos e das relações entre determinados comportamentos. Este estudo combinou e avaliou o efeito de alguns atributos que situam o consumidor na intrincada rede que é um shopping center oferecendo condições para o estudo da atratividade das lojas. As variáveis que compuseram os atributos foram: como atributo de diferenciação de marca, (a) nível informativo (Foxall et al, 2006); como atributos situacionais, (b) distância relativa da loja às âncoras, isto é, se a loja é mais ou menos distante em relação às lojas de grande dimensão que, acredita-se, atraem boa parte do público; (c) fluxo de consumidores que entraram no shopping no dia respectivo e (d) período escalonado em relação ao pico de fluxo diário; e, finalmente, como controle adicional, (e) o segmento de loja de acordo com o tipo de produto que vende e a clientela que almeja, a fim de viabilizar potenciais generalizações futuras caso segmentos diferentes se comportem semelhantemente. Buscou-se orientar o estudo no sentido de responder o problema de pesquisa: Qual a relação entre comportamentos encadeados de tráfego em um shopping center de acordo com distância, nível informativo e categoria? Entre objetivos que guiaram a pesquisa, estão (a) investigar se determinadas cadeias de comportamento podem ser compreendidas como unidades; (b) ponderar se a técnica da observação sistemática se presta a este tipo de pesquisa; (c) avaliar se o estudo da ocorrência de comportamentos pode se valer de taxas de conversão intermediárias; (d) compreender funcionalmente as relações entre comportamentos apresentados no mall; (e) identificar variáveis preditoras de passar, entrever, olhar e entrar nas lojas; e (f) aprimorar o método de coleta e as técnicas de análises e de construção de bancos de registros em vídeo. 7 Os comportamentos a serem registrados na observação foram selecionados a partir de sessões de observação direta, filmagens com câmera portátil e análises preliminares do material gravado: (a) Passar pela frente da loja; (b) Entrever a loja; (c) Olhar para a vitrina da loja; e (d) Entrar na loja. Foi utilizada uma amostra por tráfego (Mattar, 2001) constituída por transeuntes em intervalos regulares e representativos do todo. A coleta de dados consistiu na programação da filmagem e na gravação do material a ser analisado em DVDs. Para cada dia de registro, foi gravada 1h, de cada câmera por 12 dias entre 24 de outubro de 2005 a 17 de fevereiro de 2006. As análises dos registros em vídeo foram realizadas no laboratório de aprendizagem humana da Universidade de Brasília. Ao todo, 30.157 unidades de análise reunindo 44.444 passantes foram observadas apresentando 51.290 comportamentos-alvo em 576 arquivos de vídeo. 4 Resultados Sobre os comportamentos, a grande variação de ocorrências em diferentes períodos, dias e lojas é evidenciada pelos desvios padrão ou pela distância entre valor mínimo e máximo. A Tabela 1 também apresenta médias de conversões nos períodos agregados. Em média, 52,5% dos passantes, entreviram a loja e destes, em média, 58,7% olharam sua vitrina. Mas a conversão quaternária, isto é, quantas pessoas entram na loja do total dos que olham a vitrina é bem mais baixa, em média, 14,8% dos que olharam as vitrinas. A conversão primária é um conceito de referência, apenas, e não consta da tabela uma vez que seu cálculo não seria possível, como citado anteriormente. Ainda nesta tabela, nota-se os baixos desvios padrão das taxas de conversão, sendo 0,205 para secundária, 0,224 para terciária e 0,177 para quaternária. Variável Média Mediana Moda Desvio Padrão Valor Mínimo Valor Máximo Tabela 1 Média, mediana, moda, desvio padrão, valor mínimo e máximo da ocorrência de comportamentos-alvo e das taxas de conversão dos dados agrupados Comportamento Passar Comportamento Entrever Comportamento Olhar Comportamento Entrar Conversão Secundária Conversão Terciária Conversão Quaternária 54,14 23,16 13,24 1,54 ,525 ,587 ,148 39 20 11 1 ,500 ,619 ,100 15 16 8 0 1,000 ,500 ,000 45,38 14,23 9,12 1,54 ,205 ,224 ,177 1 0 0 0 0 0 0 246 81 54 9 1 1 1 Nota: N: Válidos = 557, Omissos = 0. A variação da ocorrência de comportamentos no dia pode ser vista na Figura 2 em que foram apresentadas as médias dos totais de comportamentos-alvo por período de observação em todos os dias de coleta. Uma distribuição normal pode ser observada em que o pico engloba os horários de 15 e 17h e decai até os extremos 11e 21h. Este dado foi levado em conta como possível influência no comportamento. 8 550 548 Passaram Entreviram Olharam Entraram 534 500 450 440 400 428 350 300 344 250 225 200 150 0 190 158 100 50 218 216 187 89 107 129 127 106 11 14 14 14 12 11h (10min) 13h (10min) 15h (10min) 17h (10min) 19h (10min) 100 56 8 21h (10min) Figura 2 Médias da ocorrência total diária de comportamentos-alvo, organizadas nos respectivos períodos de observação. 4.1. Variáveis Dependentes A análise estatística de escolha na pesquisa foi a regressão múltipla, a fim de estimar a relação entre as variáveis estudadas e considerando o foco na predição dos comportamentos e a natureza das variáveis intervalares (ou assim interpretadas) ou com muitos níveis como o Fluxo Diário. Os resultados foram sintetizados nas tabelas adiante. Os coeficientes de determinação (R²) encontrados para todos os comportamentos-alvo estão representados na Figura 3. Em seguida, a Figura 4 apresenta uma síntese dos coeficientes de regressão (β) para os mesmos. Embora redundantes, ambas as sínteses foram apresentadas a fim de facilitar a leitura dos dados e a discussão na sessão seguinte. 9 100% nível informativo distância relativa categoria 90% 80% 70% 40,5% 47,6% 60% 62,2% 12,8% 4,4% 22,5% 16,9% 52,4% 59,5% 40% 86,0% 10,6% 20% 10,8% 6,6% 10% passar 2,0% entrever 1,3% 14,9% 9,7% 7,9% 0% 1,0% 11,0% 8,9% 14,0% 9,7% 37,8% 50% 30% fluxo no dia período escalonado outras variáveis olhar 3,9% 7,3% 1,5% entrar Figura 3 Síntese dos coeficientes de determinação (R²) para nível informativo, distância relativa, categoria, fluxo diário, período escalonado e outras variáveis sobre os comportamentos passar, entrever, olhar e entrar, em percentuais. -30 -45 0,003 0,001 0,001 0,000 9,547 2,715 -28,647 -15 período escalonado fluxo diário -0,599 0 -11,865 -6,129 15 3,020 0,752 0,146 30 18,490 45 categoria Passar -1,284 -0,448 -0,274 -0,019 distância relativa 43,834 60 nível informativo Entrever Olhar Entrar Figura 4 Síntese dos coeficientes de regressão (β) significativos para nível informativo, distância relativa, categoria, fluxo diário, período escalonado e outras variáveis sobre os comportamentos passar, entrever, olhar e entrar Quanto às taxas de conversão, a Figura 5 apresenta uma síntese dos coeficientes de determinação (R²) encontrados e a Figura 6 apresenta uma síntese dos coeficientes de regressão (β) encontrados. 10 100% nível informativo distância relativa categoria 90% 80% fluxo no dia período escalonado outras variáveis 70% 71,2% 60% 89,5% 93,4% 50% 40% 30% 20% 0% 5,2% 1,4% 6,6% 21,5% 28,8% 10% 0,6% conversão secundária 10,5% 4,1% 2,6% conversão terciária 3,6% 6,9% conversão quaternária Figura 5 Síntese dos coeficientes de determinação (R²) para nível informativo, distância relativa, categoria, fluxo diário, período escalonado e outras variáveis sobre as taxas de conversão secundária, terciária e quaternária fluxo diário 0 0,05 -0,2 -0,25 -0,192 -0,15 -0,094 -0,102 -0,1 -0,053 0 -0,05 período escalonado 0,002 0,1 categoria 0,068 distância relativa 0,067 nível informativo conversão secundária conversão terciária conversão quaternária Figura 6 Síntese dos coeficientes de regressão (β) significativos para nível informativo, distância relativa, categoria, fluxo diário, período escalonado e outras variáveis sobre as taxas de conversão secundária, terciária e quaternária. 5 Discussão As análises descritivas apontam para uma dificuldade considerável na conversão quaternária. Atrair o consumidor para dentro da loja é tarefa que merece maiores aprofundamentos pois, de um modo geral, as lojas mostraram grande dificuldade em vencer esta barreiras e, 11 considerando que representa o êxito da atração, os gerentes devem se empenhar para compreender os estímulos que influenciam a evitação observada. Estes dados podem ser úteis para dar um diagnóstico simples e geral às lojas. Na medida que oferecem médias, estas podem ser entendidas como um referencial de performance. Uma loja que esteja abaixo da média poderá buscar manipular estímulos a fim de favorecer a aproximação. Ao contrário, lojas que estejam acima da média e que manifestem desejo de favorecer o crescimento, saberão que é pouco provável conseguir elevar sua performance muito além do que a que já apresenta podendo determinar, inclusive, levar à conclusão de que suas metas gerencias podem ser inalcançáveis. Embora a ocorrência dos comportamentos varie bastante, esta variação reduziu consideravelmente na progressão da cadeia indicando que buscar favorecer elos iniciais como o passar, por exemplo, não é suficiente para elevar a ocorrência de entrar. Ao contrário, as taxas de conversão secundária apresentam desvios baixos, o que sugere uma certa regularidade das razões entre comportamentos. Merece destaque a média bastante baixa de conversões quaternárias. Levando em conta que tipos de comportamento de procura como os de tomada de preço ou levantamento de tendências de moda são encerrados na consulta à vitrina ou que, pela diversificação crescente de serviços que um shopping oferece, diminui proporcionalmente a necessidade de se entrar em lojas. Daí que se o shopping atrai um contingente suficiente e a loja não, variáveis específicas das lojas devem ser o foco de estudos futuros. A baixa correlação entre os comportamentos olhar e entrar revela essa dificuldade em fazer o consumidor entrar na loja. Estas constatações ficam bastante evidentes ao se traçar as variações de ocorrências de comportamentos ao longo do dia quando nos extremos do dia a ocorrência é bem menos que nos horários de maior densidade, no meio do dia entretanto, esta é cada vez menos intensa até o comportamento entrar que pouco varia ao longo do dia. Os coeficientes de determinação (R²) sobre os comportamentos apresentaram o papel considerável das variáveis estudadas na predição dos comportamentos. Progressivamente, a predição baseada nas variáveis nível informativo, distância relativa, categoria, fluxo diário, período escalonado vai reduzindo, o que mostra que o shopping consegue gerar atratividade baseada nas variáveis estudadas. Entretanto, quanto mais próximo do fim da cadeia, maior o controle por estímulos que não foram estudados. Deste modo, pode-se inferir que entrar na loja é mais controlado por variáveis estritas como arquitetura da fachada, receptividade no atendimento, densidade de consumidores no interior da loja, tipo de vitrina, iluminação, música ambiente que pelas variáveis estudadas. Neste sentido não é de surpreender que embora realmente as lojas âncoras atraiam um contingente de fluxo considerável e que as lojas mais próximas sejam beneficiadas pela elevada ocorrência dos comportamentos iniciais da cadeia, isso não quer dizer que estas lojas sejam bem-sucedidas no êxito final da cadeia. Isso pode se dever a um manejo insuficiente ou inexistente de variáveis estritas de lojas já citado ou um equívoco na atratividade em si. Por exemplo, se os consumidores atraídos pelas lojas âncoras forem majoritariamente do segmento que maximiza reforço utilitário ou baixo preço, uma loja de nível informativo elevado pode passar despercebida ou ser por si só aversiva. Ao mesmo tempo, os consumidores que maximizam reforço informativo serão repelidos por estas lojas e terão preferência por outras áreas do shopping. De qualquer modo, está claro que não basta posicionar uma loja em corredor movimentado, é preciso avaliar a qualidade do público passante e se os estímulos discriminativos que a loja evidencia são coerentes com o que se procura ali. 12 Um padrão encontrado nos três primeiros elos da cadeia foi que, de acordo com os sinais dos coeficientes de regressão (β), nível informativo, categoria e fluxo diário são diretamente proporcionais à ocorrência, isto é, quanto maior o nível informativo, por exemplo, mais pessoas passam, entrevêem e olham. O mesmo vale para moda feminina sobre moda jovem e, evidentemente, para o fluxo diário. Dias de maior movimento favorecem a maior ocorrência destes comportamentos. Por outro lado, negativos, isto é, inversamente proporcionais, para distância relativa e período escalonado. Assim, quanto maior a distância maior a ocorrência de comportamentos, proporcionalmente. Em lojas mais distantes, então, passam menos pessoas, mas a proporção de comportamentos subseqüentes é favorável. Isso é particularmente interessante para lojas de nível informativo alto, especialmente se aglomeradas em áreas do shopping voltadas para moda ou luxo. Portanto, a atração estará voltada à atividade da loja e não a outros fatores. Sobre o comportamento entrar, as lojas da categoria moda jovem superam as de moda feminina. Enquanto moda feminina atrai mais olhares, a moda jovem consegue fazer entrar mais. Este fenômeno merece maior investigação futura. Há diversas possibilidades a considerar sobre o que facilitaria mais a entrada de consumidores em lojas de moda jovem, proporcionalmente, como ambientação mais informal, equipe de vendas mais jovem, preços praticados etc. Quanto às taxas de conversão, as variáveis estudadas apresentaram baixa capacidade de predição diretamente, embora sejam importantes para a predição dos comportamentos cujas razões determinam as taxas. Categoria é uma variável que se destaca sobre as demais como variável preditora e é favorecida pela categoria moda jovem sobre a feminina. Por serem razões, as taxas de conversão são resultados indiretos de uma manipulação de variáveis que afetam a ocorência de comportamentos. Assim, são interessantes medidas de performance das lojas. A medida bruta dos comportamentos facilita o manejo do cenário a fim de influenciar comportamentos futuros. Deste modo o uso da medida das taxas de conversão ainda carece de um entendimento maior de sua vocação agregando valor às vantagens de trazer do marketing uma medida de performance tornando o estudo mais acessível. Entre as contribuições acadêmicas deste estudo, destacam-se a proposta de encarar o shopping como um grande laboratório de investigação de fenômenos comportamentais; o desenvolvimento do método de observação utilizado e um passo inicial no desenho de um modelo explicativo para a aproximação a lojas em shoppings. O estudo apresenta também implicações gerenciais tais como a proposta de medidas de performance de lojas a partir de uma perspectiva comportamental que permite aos profissionais de marketing conhecer e, conseqüentemente, manejar variáveis que influenciam a atratividade às lojas favorecendo o êxito em vendas, incrementando a capacidade de traçar estratégias, de medir o sucesso destas e avaliar de forma embasada o efeito de características gerais das lojas. Partindo do cerne do presente estudo, entende-se que os comportamentos apresentados por consumidores no mall é tão variado que aparenta ser caótico, portanto os dados encontrados no presente estudo lançam bases para a compreensão funcional de relações entre comportamentos, levantamento de padrões e estabelecimento de unidades encadeadas propondo, desta forma, um sentido de ordenação ao suposto caos assim como o papel preditor de variáveis de diferentes ordens como distância, nível informativo e categoria. Evidentemente ainda há muito por se investigar neste sítio porém a Análise do Comportamento confirma-se como um referencial válido para a investigação do comportamento do consumidor e ainda sugere que o shopping é, de fato, um laboratório de estudo tão rico de possibilidades quanto importante pelo destaque tem na vida do consumidor. 13 6 Referências Bibliográficas Bakeman, R., & Gottman, J. M. (1997). Observing interaction: An introduction to sequential analysis (2ª, p. 221). 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