Dos Desafios do Presente às Oportunidades do Futuro: Portugal, UE e as Novas Realidades do “Velho Continente” Pedro M. L. Fernandes Resumo A aproximação à data que marca o 30º aniversário da assinatura do Tratado de Adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (hoje União Europeia), providencia uma oportunidade ideal para considerar algumas das mais relevantes questões com as quais o país e a UE se debatem na actualidade e como as respostas aos desafios enfrentados no presente podem abrir portas a importantes oportunidades no futuro. Este ensaio pretende sumariamente observar as conjunturas de Portugal e UE, interligando aspectos do foro económico, político, social e cultural de modo a observar como estes afectam as realidades europeia e portuguesa e a relação entre as mesmas. Palavras-chave: Portugal; União Europeia; Portugal-Europa 30 anos Abstract From Present Challenges to Future Opportunities: Portugal, EU and the New Realities of the “Old Continent” The upcoming date which marks the 30th anniversary of the signing of Portugal’s Accession Treaty to the European Economic Community (currently European Union) provides an ideal opportunity to consider some of the most relevant issues which the country and the EU face nowadays and how the answers provided to the challenges faced in the present may pave the way to relevant opportunities in the future. This essay seeks to briefly observe Portugal and EU’s situation, interconnecting economical, political, social and cultural aspects as to observe how they affect the European and Portuguese realities and the relationship between them. Key words: Portugal; European Union; Portugal-Europe 30 years 1 Introdução A adesão à Comunidade Económica Europeia (CEE) marcou um importantíssimo passo do então jovem Portugal democrático: a procura de pertença continental, a escolha da opção europeia. Contudo, a situação do país era frágil e essa fragilidade faz sentir até hoje as suas repercussões. Com a integração europeia, Portugal iniciou um processo de transformação, sendo este essencial, mas lento. Problemáticas de foro social, económico e político encontram-se fortemente enraizadas não apenas na situação, mas também na própria identidade nacional. Tornou-se lugar-comum dividir a observação da realidade portuguesa em duas grandes categorias erroneamente simplistas: ou optando-se por um falacioso fatalismo acerca das potencialidades nacionais (ou, nesta perspectiva, falta das mesmas), ou embarcando num discurso essencialmente pobre, de tom estritamente político, no qual são rejeitados fatalismos, mas em que o campo da potencialização de capacidades e marcas distintivas nacionais permanece inquietantemente turvo. Cremos ser imperativo que um balanço objectivo seja alcançado: Portugal necessita de se perspectivar com rigor, reconhecendo limitações, mas identificando e activamente potencializando caminhos para as ultrapassar. Uma nação em pleno século XXI com pertença no seio de uma inovadora e complexa União, não pode prosseguir de “olhos fechados”. No que diz respeito à União Europeia (UE), apesar de uma impressionante evolução a longo das décadas, questões associadas ao entendimento entre membros e dificuldades de natureza económica e social limitam o crescimento da entidade. Alias, este próprio crescimento define-se como ponto de interrogação no percurso da Europa unida: para onde se dirige e em que moldes? Em ambos os casos – Portugal e UE – é imperativo adoptar uma perspectiva de aprendizagem e crescimento perante a adversidade. Os desafios que se impõem são notórios, é certo, mas devem ser encarados com objectividade, como pontos de partida, oportunidades para explorar possibilidades e eventualmente definir políticas e acções inteligentes e adaptativas. 2 UE: Teorias versus realidades A União Europeia, mais concretamente o nascimento e expansão da mesma, não é apenas um caso interessante em termos históricos; é igualmente digno de consideração no domínio teórico por apresentar uma oposição real e contínua a determinadas assumpções. Diferentes correntes de pensamento expressam a improbabilidade de uma união duradoura entre nações e não é difícil compreender o porquê desta posição. Se já as relações entre indivíduos podem ser extremamente desafiantes de manter (em bons termos), imagine-se entre Estados, entidades soberbamente complexas. Lembremos a título de exemplo as observações de Hoffmann (1966, p. 862), o qual aponta que os estados-nação não podem ser caracterizados unicamente como forma de organização social; estes tornam-se, igualmente, factores que actuam contra uma integração a nível internacional. Uma entidade intergovernamental tornase extremamente complexa em termos de manutenção pois a mesma exige um muito elevado nível de unificação e é claro, cada membro (estado) não só necessita de dar resposta às diversas questões internas com as quais se debate, mas apresentará igualmente (frequentemente, como resultado destas) uma perspectiva em relação a questões externas que diferirá das dos restantes membros. Hoffmann (1966, p. 863) refere muito relevantemente que perspectivas distintas acerca do mundo significam, também, políticas externas divergentes. Contudo, ao longo das décadas, a UE contrariou oposições teóricas, construindo uma união cada vez mais geograficamente abrangente e politica e economicamente complexa. A vitória que alcançou ao unificar de modo inédito o “velho continente” é no entanto posta à prova ano após ano, decisão após decisão e crise após crise. Podemos perspectivar este processo de dois modos: a partir de uma posição mais fria, na qual os desafios à União são apenas sintomas inevitáveis para uma entidade que sofre por contrariar as tendências mais básicas do sistema internacional (nas quais os estados recorrem a políticas de aliança apenas em épocas de conflicto – potencial, eminente ou imediato) ou encarando o projecto europeu como algo muito particular e certamente interessante que se edifica sobre as soluções dos problemas com os quais se depara. Ao considerar um percurso de várias 3 décadas que transformou um grupo de 6 numa comunidade de 28, não podemos deixar de optar por olhar positivamente o futuro da Europa unida. Não quer dizer que este mesmo futuro não continue a apresentar desafios cada vez mais complexos; a evolução da UE não será certamente livre da necessidade de acentuadas transformações que exigirão compromissos sérios dos estados membros em variadíssimos campos, mas como elegantemente resume Pinto (L.V. 2004, p. 46 – originalmente focando a questão da segurança e defesa, mas sentimos que a declaração não perde certamente significado quando aplicada ao “todo” da União), “A singularidade e a riqueza da UE é que tem um longo caminho, próprio e original, que não é pré-definido, (…) que não é grave que se faça devagar, mas que se deve prosseguir de um modo sólido e seguro.” A dimensão humana de fronteiras políticas Os Estados da União encontram-se, na actualidade, a braços com questões de foro social que exigem uma abordagem clara e decisiva, dois atributos que estão frequentemente surpreendentemente, ausentes várias das destas respostas questões providenciadas. encontram-se Não ligadas à problemática de imigração. “Farol” representativo de uma qualidade de vida superior, livre dos tormentos da guerra e da fome, os países Ocidentais Europeus são destino de eleição para imigrantes, vastos números dos quais embarcam na odisseia europeia em total ilegalidade e com enorme risco pessoal (incluindo de morte; recordemos os lamentavelmente frequentes incidentes com embarcações rudimentares oriundas da costa africana que naufragam no Mediterrâneo). Tentar estabelecer uma resposta adequada à chegada de vastíssimos movimentos humanos não é apenas um desafio maciço em si próprio no campo político, burocrático e social; as ramificações desta realidade estendem-se para o importante domínio da segurança, área sobre a qual a UE não pode deixar de focar a mais cuidadosa das atenções. Longe dos temores inerentes à fria bipolaridade que reinou até há pouco mais de duas décadas, na qual a corrida das grandes potências ao armamento era a mais presente inquietação, actualmente, são as consequências do extremismo 4 religioso que se definem como uma das mais acentuadas preocupações dos Estados Ocidentais; a problemática do terrorismo moldado e aperfeiçoado pela era da globalização não é propriedade estado-unidense como por vezes se aparenta considerar; esta já deixou claras cicatrizes em membros da UE. Embora não haja – aventuramo-nos a especular – solução para a questão do terrorismo, existe sem sombra de dúvida a possibilidade de prevenção dos factores que alimentam esta realidade. É essencial que a União desenvolva as necessárias ferramentas, tanto a título individual (entenda-se aqui comunitário) como com base em parcerias, de modo a atenuar as conjunturas que alimentam a proliferação de organizações e acções terroristas. Compreendemos perfeitamente que não é exequível um espectro de acção que contemple todos os factores contributários para a expansão desta problemática, mas a UE pode e deve procurar contribuir em variadíssimas dimensões (através de potencialidades políticas e financeiras) para o combate à pobreza fora das suas fronteiras, assim como a promoção de educação, visto que extremismos se alimentam muito frequentemente de carências/limitações educacionais. Curiosamente, a necessidade de educação assume um significado especialmente acentuado no próprio contexto dos Estados-membros; nesta perspectiva, referimo-nos não a educação no sentido de contexto académico, mas sim educação de foro social, algo essencial que é, igualmente, quase totalmente negligenciado. Consideremos que a radicalização religiosa (particularmente islâmica) molda uma percentagem elevada das acções terroristas levadas a cabo em território da União; recordese, a título de exemplo, os ataques em Londres em 2005 e, mais recentemente, as acções contra elementos do jornal satírico Charlie Hebdo em Paris. Concordamos com Leandro (2009, p. 143) quando este afirma que a questão demográfica é um dos pontos centrais da Geopolítica do futuro e a imigração de população de fé islâmica para o território europeu levanta desafios, não só, como o autor indica, pelo volume e consequente dificuldade de absorção destes elementos por parte das sociedades de acolhimento, mas também por reacções nacionalistas e xenófobas. 5 Frequentemente, imigrantes provenientes, por exemplo, do Norte de África ou de estados subsarianos encontram, como explicita Pinto (2004. p. 18), “dificuldades em se integrar e em lidar com o ambiente da modernização ocidental e seus valores”. Além da já por si só desafiante integração, o modo como os imigrantes são tratados em território europeu, o nível de vida que podem obter e o sucesso da sua contextualização social, detém um peso elevadíssimo na hipotética susceptibilidade dos mesmos a recrutamentos por parte de actores extremistas. Reacções violentas (psicológicas e por vezes físicas) das populações nativas europeias apenas fomentam reacções igualmente violentas das populações recém-chegadas. As ameaças à integridade física e social dos europeus já não se definem, neste contexto, em algum território distante, mas no próprio coração da Europa. Daí, a relevância e urgência dos Estados-membros activamente contrariarem a proliferação de grupos ultra nacionalistas e promoverem políticas de integração que fomentem a interculturalidade, preparando as populações nativas para uma coabitação no contexto da nova realidade das correntes migratórias e introduzido os novos elementos ao sistema cultural dos valores democráticos europeus. Isto não dispensa, como é perfeitamente óbvio, o desenvolvimento de políticas de imigração racionais e práticas, mas lançar um olhar unicamente dirigido ao exterior é uma opção desastrosamente redutora e absolutamente insustentável. As respostas a estas transformações do tecido social do território UE necessitam, invariavelmente, de acção em duas frentes: foco no exterior e foco igualmente equacionado no interior. A União como entidade e os Estadosmembros a título individual possuem a oportunidade de fortemente minimizar um dos grandes problemas que definem o início do século XXI, devendo tomar as lições das irremediáveis falhas dos Estados Unidos neste campo, prosseguindo como exemplo internacional no domínio. Já em 2004, Pinto (p. 23) referia que se encontrava presente uma “tomada de consciência crescente na Europa que, no combate ao terrorismo, o acento deve ser colocado no chamado “ambiente facilitador””, ou seja, as condições políticas, económicas e sociais que o fomentam.” Contudo, mais de uma década depois, ainda há muito a fazer neste campo. 6 UE: Quo Vadis? A Europa lida actualmente não apenas com as questões das “ameaças assimétricas” (Pinto, L.V. 2004. p. 44) no campo da segurança, mas igualmente com a necessidade de ultrapassar dogmas do campo da defesa que levam a investimentos em meios focados para as “guerras do passado” (Pinto, L.V. 2004. p. 49). Além do mais, a questão da UE armada não é um tópico universalmente pacífico devido à própria natureza da União como entidade first and foremost económica e política, não militar. A existência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN – que partilha grande parte do território com a União) e a permanência sob o “guarda-chuva” americano (Brito, 2011. p. 877) ao longo de várias décadas retirou o foco ao desenvolvimento das capacidades defensivas dos estados membros da UE. A União necessita contudo de ser auto-suficiente no campo da protecção às suas populações, activa ou passivamente. Também no domínio da economia a União necessita de se tornar mais ágil e mais criativa nas suas respostas. Como indica Leandro (2009, p. 144), o modelo social da União Europeia implica estados abastados o que, na actualidade, não é a norma. Além do mais, Gama (2013, p. 132) lembra que a histórica crise financeira de 2008, “veio colocar em cheque as visões tradicionais sobre a Europa, quer as visões de cada um dos países, (…) quer as visões, a linguagem, o discurso oficial das próprias instituições europeias mais relevantes”. 2008 demonstrou igualmente que a união monetária, apesar das suas vantagens, apresenta um acentuado risco; daí, por exemplo, os esforços extraordinários que têm sido empregues na questão das finanças Gregas, os quais têm também de encontrar lugar num balanço saudável da complexidade da economia comum, exemplificando vivamente quão desafiante este sistema de interdependência realmente é. A mais relevante dimensão inerente ao funcionamento e crescimento da UE vai no entanto além das questões da segurança e finanças comuns; esta prendese com a própria natureza do projecto, como o mesmo se define, onde se deve expandir e onde necessita de se limitar. Para onde se encaminha a Europa? E 7 que Europa? Estas interrogações conduzem-nos para a sempre complexa problemática do alargamento da UE. Neste campo, destaca-se a situação da Turquia. A possibilidade de inclusão do território nas fileiras da União levanta argumentos a favor e contra, ambos admitidamente com mérito. Saraiva (2012, p. 10) por exemplo refere oportunamente que, com uma possível adesão Turca à UE, esta passaria a fazer fronteira com a Geórgia, Arménia, Azerbaijão, Irão, Iraque e Síria, o que parece ser uma acentuada distensão de uma entidade que nasceu e vive em territórios profundamente distintos, tanto em termos geográficos como culturais. Contudo, o autor aponta que as apelidadas “vizinhanças a Leste e a Sul”, nomeadamente o Médio Oriente, o Magrebe, a Anatólia e o Cáucaso, são de “importância vital para a segurança da Europa”, já para não falar nas muitíssimo significativas implicações no campo da dependência energética dado a proximidade Turca às regiões dos Mares Negro e Cáspio. Além do mais, a relação positiva que a Turquia mantém com a Rússia poderia igualmente beneficiar as relações da UE com a Federação (lembremos que a Rússia tem vindo a tornar-se uma “wild card” às portas da União, não sendo apenas pela política externa – expansionista quando conveniente, veja-se o caso da Crimeia – que deve inquietar a UE; também a diferença de perspectivas entre os países da “velha” e “nova” Europa em relação à Rússia é um factor que necessita de monitorização; compreendemos a apreensão do Leste para com a Federação, tanto ancorada no passado como em desenvolvimentos recentes, mas a União necessita desse mesmo atributo [união] em relação a esta problemática). Em perspectiva distinta, Couto (2009, p. 47) ilustra a apreensão acerca da possibilidade de uma adesão Turca, expressando que o processo “abriria um precedente que tornaria indefinidos os limites da UE”, convertendo-a em algo semelhante a “Nações Unidas regionais” sem densidade político-estratégica. Para o autor, a União como “clube aberto” (p. 46) apenas conduzirá a anomia política e entropia estratégica, pois “não há política num espaço indefinido”. Essencialmente, a UE não se deve limitar à partida, afinal é um projecto fruto de contínuas evoluções e transformações; contudo deve igualmente ser fiel a si mesma, focada primeiramente no espaço no qual já se encontra estabelecida e 8 com a constante noção que o crescimento dos desafios com os quais se depara será invariavelmente proporcional ao crescimento das suas fronteiras. Num contexto como o da União Europeia, é imperativo lembrar que, embora transformação seja chave para continuidade, este vasto conjunto de nações necessita também de tempo para a construção de um entendimento que minimize a disparidade interna (a quando da procura do estabelecimento de políticas comuns), de relacionamentos além do político e económico; é indispensável o desenvolvimento de uma familiaridade sociocultural, uma identidade comum. Daí a importância atribuída pela UE à existência de um hino, uma bandeira, um “dia da Europa”, até uma moeda comum; símbolos – como refere Almeida (2004, p. 163) – que exibem aos cidadãos a sua qualidade de europeus. Esse é aliás um tópico de grande importância para o presente e futuro da União: as questões de identidade nacional e identidade europeia. Para o autor (p. 149), com o qual concordamos, gerir e conciliar a identidade nacional, a diversidade cultural e as identidades locais com a possibilidade de uma identidade europeia é talvez o desafio mais acentuado que se apresenta aos estados da União, estados “apostados na construção de um espaço transnacional”, estados como Portugal. Portugal português, europeu e mundial Pensar a identidade de Portugal como nação na actualidade é, igualmente, pensar a relevância do país no sistema internacional e é claro, tais considerações fomentam, inevitavelmente, opiniões consideravelmente distintas. Teixeira caracteriza (2010, p. 051) Portugal como pequena potência semiperiférica, sendo a aproximação europeia uma das opções marcantes para a política externa portuguesa no período constitucional (ou seja, pós 1976), a qual culminou, naturalmente, na adesão à então CEE em 1986. Já Salgueiro (2011, p. 5) refere (com inspiração nos conceitos expressos pelo Professor Adriano Moreira) que Portugal encontra lugar em três “grandes espaços”, nomeadamente na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na OTAN e na União Europeia. Deste modo, Portugal assume uma valiosa 9 presença em cenários onde se marcam posições de extensa repercussão internacional; mas qual o peso objectivo do país neste tipo de contexto? Para responder a essa questão é necessário, em primeiro lugar, perspectivar Portugal do modo mais objectivo possível; a dimensão territorial terrestre reduzida, a ausência de recursos energéticos naturais comerciáveis em grande escala e as dificuldades económicas que assolam as contas públicas (e que trouxeram ao território uma altamente contestada intervenção com representação por parte da UE) colocam, à primeira vista, Portugal numa posição precária no sistema internacional. Existem no entanto factores que não podem ser ignorados. Teixeira (2010, p. 054) refere, por exemplo, que as forças armadas portuguesas – largamente consideradas como de excepcional profissionalismo – se tornaram instrumento da política externa, um “factor de credibilidade externa” para o Estado (p. 056). Apesar da imagem que os próprios portugueses ainda mantêm das suas forças armadas como entidades antiquadas, estas têm passado por um processo significativo de adaptação às novas realidades (Rodrigues, 2009. p. 106) e actuado de modo exemplar mesmo com limitações notórias a nível material. Aqui jaz uma dicotomia muito interessante; embora valorizadas por esta perspectiva, Couto (2009, p. 85) aponta que as concepções de natureza semelhante à expressa por Teixeira são indicadoras de uma visão “utilitarista e mercantilista” das Forças Armadas, sendo as mesmas, de acordo com o autor, “encaradas como uma mercadoria, algo que se pode comprar, alugar ou exportar”, daí a expressão frequente “Portugal é um exportador de segurança”. Mas e a segurança do próprio território nacional (território significativo no espaço europeu, especialmente pela sua dimensão marítima; dimensão esta que poderá vir a aumentar dramaticamente em breve)? Pitta e Cunha expressa (2004, p. 43) oportunamente que a posição geográfica de Portugal, periférica face a “um epicentro europeu mais longínquo e desviado para Leste”, se torna igualmente psicológica, acarretando custos políticos e económicos. O que usualmente não é lembrado é o papel de Portugal como “relevante nação oceânica.” (p. 44) Esta designação poderá causar estranheza 10 a alguns, mas os consideráveis recursos disponíveis no território marítimo nacional e facto do mesmo ser atravessado por importantes rotas de comércio internacionais, valida o título atribuído pelo autor e, simultaneamente, a teoria de “país híbrido” avançada por Manuelito (2012, p. 5) na qual maritimidade e continentalidade se invariavelmente o complementam. caso com O Portugal, desafio com prende-se, a como rentabilização é das potencialidades. Mas regressemos momentaneamente ao tópico da segurança. Portugal aguarda uma potencialmente revolucionária decisão da Organização das Nações Unidas no que diz respeito ao âmbito do domínio territorial marítimo que poderá atribuir uma área total ao território português de 3,8 milhões de quilómetros quadrados o que, em termos de dimensão, se assemelha à área ocupada por toda a República da Índia, sendo correspondente a sensivelmente um terço do Atlântico Norte. Recorde-se a questão que acima mencionámos relativa às carências materiais das Forças Armadas, tomando o exemplo da marinha. A Frota envelhecida e dotada de apenas um navio de reabastecimento irá ser reforçada com navios de patrulha que, sendo novos para Portugal, já são antigos em idade e, das cinco fragatas existentes, a compra de um novo navio polivalente logístico exigirá a venda, desactivação ou não actualização de pelo menos duas destas. É impossível exercer domínio sem presença. Verifique-se ou não o vastamente debatido alargamento da plataforma continental, Portugal já detêm uma considerável área marítima e, em relação a esta, tem responsabilidade para si próprio de dispor de meios para assegurar soberania e tem igualmente responsabilidade para com a UE de manter a segurança num espaço que, pela sua dimensão e natureza, é porta de entrada privilegiada para uma miríade de elementos indesejáveis no espaço europeu, desde substâncias ilegais a armamento “and everything in between” (como diriam os anglo-saxónicos). O exemplo da questão marítima é um soberbo ponto de articulação entre a questão da pertença europeia e identidade nacional. É tradição nacional olhar o mar, potencializa-lo e não há razão alguma pela qual esta tendência portuguesa não possa ser um dos pontos de afirmação do país na UE; aliás necessita de o ser. Mas não é o único. 11 Cravinho (2011, p. 162) aponta perspicazmente que o desafio para Portugal “consiste em identificar a forma de melhorar a sua capacidade competitiva, e como tirar todo o proveito da sua capacidade de geração de espaços e oportunidades de colaboração internacional.” Pinto (L.V. 2004, p. 43) complementa este processo de pensamento, recordando que “A UE associa Estados que geraram o modelo civilizacional e o tipo de organização política que prevalece no Mundo”, detendo vários países europeus “relações privilegiadas” e “afinidade cultural com países de todos os outros Continentes”; uma das nações da UE em posição de desenvolver continuamente tais relações privilegiadas será, certamente, Portugal. Um factor a valorizar neste contexto continua a ser o próprio idioma nacional. Em 2014, os falantes de língua portuguesa contabilizavam-se mundialmente em mais de 261 milhões, sendo o português a 3ª língua mais falada no Parlamento Europeu (dados do Observatório da Língua Portuguesa). A linguagem, o primeiro factor que por tão diversas ocasiões se apresenta como obstáculo ao entendimento, no caso de Portugal não se aplica a uma variedade de relações. Aliás, a própria CPLP mantém-se como polo agregador da herança cultural portuguesa no mundo. As relações lusas com nações como Angola e Brasil são abertas, mas contrariamente ao discurso político predominante, o qual aparenta já se reger por uma espécie de “guião” no que diz respeito a estas dinâmicas, ignorando pontos-chave de discórdia, há vasto espaço para crescimento e melhoramento do diálogo praticado. As nações que apontámos a título de exemplo (Angola e Brasil) são cada vez mais relevantes, tanto nos respectivos espaços de influência como no sistema internacional; estas não necessitam de Portugal para uma aproximação à Europa, é certo, mas é também bastante aparente que Portugal só tem a ganhar através da procura de uma posição de intermediário, facilitador de contactos. Portugal tem desenvolvido um discurso competente no campo da diplomacia (não só em relação ao mundo lusófono) e, como tal, necessita de continuar a desenvolver capacidades neste domínio. Como lembra Lourtie (2010, p. 20), Portugal “através da sua vocação universalista e de tradicional ponte entre civilizações, está em condições de dar um contributo importante para a afirmação da acção 12 externa da União Europeia”. Recordemos as Presidências portuguesas da UE; Rodrigues (2013, p. 136) afirma que as estas sempre foram consideradas como de sucesso e que tal avaliação se deve às mesmas terem deixado um “cunho forte a favor da coesão económico-social”, propondo à Europa uma estratégia de crescimento adaptada aos desafios do mundo global. Portugal tem vindo a lembrar a União desde há vários anos que a Europa não se pode focar apenas a si própria. Foi Portugal que procurou uma aproximação da (então) Comunidade Europeia à América Latina e Magrebe (Pereira, 2008, p. 6) e veja-se quão relevante esta última área é na actualidade para a UE, os imensos desafios que daí provêm e a atenção que a mesma requer por parte da Europa unida. Naturalmente, não é apenas no campo da política e relações externas que Portugal tem procurado concretizar a sua pertença na UE. Consideramos que Pereira (2008, p. 142) realiza uma muitíssimo interessante e relevante comparação neste campo, pois a autora refere que, com intensidade particular nos ciclos presidenciais, o processo contínuo de aprendizagem com o qual Portugal se comprometeu permitiu-lhe evoluir, gradualmente, de uma posição de objecto das políticas, estratégias e metas comuns, “qual «bom aluno» da classe”, para uma posição distinta como sujeito criador de novas respostas políticas colectivas. Mesmo em questões complexas como as ligadas à segurança, Portugal mantem-se um team player pronto e convicto. Membro do “grupo dos pioneiros” na edificação da “Europa da Defesa” Portugal participa “desde o início e “por dentro”” no desenvolvimento da Política Comum de Segurança e Defesa (Monge, 2011. p. 150). O Grande Desafio (contínuo) de 85/86 A queda da ditadura que ao longo de tão acentuado período fechou Portugal ao mundo (e o mundo a Portugal) marcou não apenas o início de um novo regime político, mas também de um Portugal extremamente distinto que necessitou de passar por infinitas pequenas revoluções no seguimento Da Revolução. Três décadas podem aparentar ser um período extenso, mas atendendo ao contexto, é imperativo lembrar que Portugal ainda se está a familiarizar consigo 13 próprio e a lidar com desafios enraizados em décadas de negligência pré e pós Cravos. Deste modo, a própria conjuntura impôs limites extraordinários à aproximação europeia, apenas acrescentando ao valor do nível de integração do qual Portugal goza actualmente. Não é perfeito, mas é o resultado de passo após passo em frente. Cruz (1989 cit. em Almeida, 2004. p. 160) expressa que “Portugal saiu de décadas de isolamento e projecto imperialista para um processo de integração europeia num espaço de tempo relativamente curto”. Amaral (2006, p 115) acrescenta que, em 1985, “Portugal acabava de sair de uma crise cambial muito grave” e que, nas vésperas da adesão, “a sociedade portuguesa (…) estava ávida de melhorias imediatas do seu nível de vida”, avidez que resultaria inclusive no que Amaral apelida de “fenómenos de novo-riquismo”. Lamentavelmente, a economia portuguesa manteve-se permanentemente limitada ao longo dos anos e, como lembra Mateus (2013, p. 15), para Portugal a formação de uma UE mais vasta e diversa, assim como a constituição da área euro, “apresentam um desafio bem mais exigente do que aquele que tinha sido colocado nos primeiros anos de integração europeia, antes da união económica e monetária e dos alargamentos.” A questão da situação financeira do país é, sabidamente, delicada. Trechsel e Rose (2014, p. 51) referem que “A actual dependência financeira de Portugal em relação à Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) fez aumentar o impacto nacional das políticas da UE.” Este impacto é raramente bem visto ou bem recebido em terras lusas e a integração político-económica na União suscita, ainda, o levantamento de muitas vozes manifestamente desfavoráveis a Portugal no seio da mesma. No entanto, é imperativo recordar que a situação do país seria extremamente complexa caso os valores elevadíssimos da assistência europeia não pudessem ser (e ter sido) utilizados para equipar Portugal para o século XXI. Mesmo os factores humanos da população nacional se aliam aos desafios económicos para dificultar esta tarefa. De acordo com dados PORDATA (2014), Portugal é um dos países mais envelhecidos da União em termos populacionais (p. 8), sendo igualmente o terceiro com a maior taxa de 14 abandono escolar entre jovens dos 18 aos 24 anos (p. 19) e o último na taxa de população residente que tem pelo menos o ensino secundário (entre os 25 e os 64 anos). Atendendo a estes valores, não será surpreendente constatar que Portugal seja o quarto país da UE com a mais elevada taxa de desemprego. Caetano, Galego e Costa (2005, p. 275) sumarizam, referindo que o fraco nível de produtividade relativa e os baixos níveis de instrução e qualificação da população são “geradores de crónicas dificuldades de inserção no mercado de trabalho”; além do mais, “a existência de uma estrutura industrial assente em actividades de baixo valor acrescentado e a persistência das assimetrias regionais são condicionadores do desenvolvimento económico e social em Portugal.” Estas características e tendências justificam, para os autores (e concordamos) “preocupações face ao futuro, tendo em conta que no quadro da UE alargada a competição nos mercados se intensificará”. Neste clima desafiante, é imperativo que tanto em termos de políticas económicas como sociais, os representantes de Portugal na UE estejam alerta e preparados; Lisboa necessita de proximidade com Bruxelas. Como afirmam Trechsel e Rose (2014, p. 47), para que um país possa exercer influência nas deliberações da União, é necessária uma “estratégia inteligente, que dê prioridade à coordenação de informação entre os representantes em Lisboa e os representantes portugueses colocados em Bruxelas.” Os primeiros têm naturalmente conhecimento de quais os interesses nacionais, enquanto os segundos devem saber o que é possível conseguir no cenário multinacional da UE. “Sem uma coordenação (…) eficaz entre os funcionários que estão na capital nacional e aqueles que estão na UE, existe o risco de que o que é decidido em Bruxelas ignore por omissão as prioridades nacionais”. Não só situações desta natureza podem trazer consequências nefastas para os respectivos campos (nos quais as políticas ignoram maioritariamente interesses nacionais), mas podem igualmente contribuir para um acréscimo do descrédito da classe política perante os portugueses, descrédito este que já se define como consideravelmente elevado. Couto já referia inclusive em 2009 (p. 66) que os observadores mais pessimistas consideravam a situação do País preocupantemente familiar às 15 que precederam as quedas da Monarquia e da primeira República, citando factores como o descrédito da classe política e da justiça aliados à percepção de largas manchas de corrupção (as quais se prendem, frequentemente, com a procura de defesa de interesses privados) e “enorme dimensão da dívida pública”. Os observadores mais optimistas por seu lado escolhiam evidenciar marcos como o sucesso da opção democrática para o país, a pertença à UE e zona euro e a criação da CPLP. Entre 2009 e 2015, a situação não se alterou, sendo possível adoptar uma perspectiva mais ou menos positiva. Contudo, cremos que o verdadeiramente importante a lembrar é que o enormíssimo desafio colocado a Portugal pela integração europeia apenas se iniciou verdadeiramente em 1985/86; além do mais, o conceito de adesão não é momentâneo ou finito, é um estado de constante necessidade: necessidade de adaptação, participação e crescimento. Não devemos minimizar à partida a participação Portugal na UE ou perder por completo a “fé” na situação nacional em si (Portugal não lida com nada que não lide igualmente a maioria dos seus parceiros democráticos europeus e mundiais). Como referimos anteriormente, continua em desenvolvimento um projecto europeu, mas também um projecto português. Lourtie (2010, p. 17) refere adequadamente que o percurso de Portugal na Europa tem sido “de benefícios mútuos”. O país “consolidou a sua democracia e assistiu a um desenvolvimento económico inquestionável e a um aumento dos níveis de bem-estar social” e, por seu lado, “também a Europa beneficiou com a adesão de um país profundamente europeísta e firme defensor dos valores e dos princípios que estão na base do projecto europeu”. Considerações Finais A UE vê-se actualmente a braços com um equilíbrio desafiante, a interminável tarefa de promover o comum enquanto valoriza o individual. Como aponta Gama (2013, p. 132), a Europa necessita de uma visão que “simultaneamente, permita a cada um dos seus membros encontrar o seu caminho, com rigor, com disciplina, com eficiência, com resultados” mas necessita igualmente de “responder aos desafios internacionais que se colocam, e também responder 16 às questões que ela própria tem que gerir no plano interno, quer quanto à natureza das suas instituições, quer quanto às suas ambições”. Não é um processo simples e certamente que também não é linear. A contínua mutação e evolução da UE, essencial à sobrevivência da entidade, acarreta um efeito cumulativo no campo dos desafios e necessidades. Além do mais, a Europa a 28 significa Europa a 28 vozes e inerentes 28 perspectivas sobre uma absoluta infinidade de tópicos, o que vem dificultar grandemente o estabelecimento de políticas comuns. Às dificuldades associadas à procura de consenso interno juntam-se as pressões externas. Contudo, como referiu Teixeira (2006, p. 174) “O impacto cumulativo da multiplicação das crises nas periferias da Europa e da revelação de divisões internas, veio pôr à prova a visão estratégica e determinação da UE.” Esta declaração com quase uma década e proferida a quando de um balanço de vinte anos de pertença de Portugal na UE, ainda é absolutamente relevante. Mais ainda mais relevante é outra noção proferida pelo autor, a qual afirma que os momentos de crise são também momentos de oportunidade. A União pode e deve continuar a estabelecer um exemplo muito particular de cooperação política e económica, tendo igualmente a oportunidade de fomentar iniciativas sociais que promovam uma mais aprofundada e contínua integração cultural das populações no espaço europeu, tanto as nativas como as que nele se procuram estabelecer. Para que tal seja possível, os estados membros necessitam de assumir em plenitude a sua identidade europeia. Neste aspecto, Portugal é um parceiro fiel ao projecto europeu, manifestando consistentemente o espírito que necessita de estar associado à noção de pertença na União, o qual até algumas das mais relevantes nações da UE deixam, por vezes, de exibir. Democrático e internacionalmente não conflituoso, Portugal sofre predominantemente com os seus próprios condicionalismos internos, os quais o impedem de alcançar uma afirmação mais definida tanto no sistema mundial como no seio da própria União. Os problemas são reais e as dificuldades extremamente desafiantes, não nos atreveríamos a tentar apontar o contrário; contudo, a talvez mais relevante afirmação de Portugal no período democrático, a vontade de inserção no 17 sistema europeu, não deve ser na actualidade contrariada por falácias saudosistas ou por um excessivo fatalismo ancorado em determinadas circunstâncias mutáveis. Cremos vivamente que ser “pequeno” não é uma fatalidade; pensar pequeno, sim. Como sumariza Couto (2009, p. 86), “A transformação do “poder ser” em “ser” depende, apenas, dos portugueses” e os portugueses devem observar-se (e à situação nacional) objectivamente, exigindo mais das suas lideranças, da sua nacionalidade e, subsequentemente, da sua continentalidade. A palavra-chave para Portugal é potencializar. Potencializar o que o distingue: a sua localização, o seu território e as tendências naturais de promoção de contactos e comunidade (tanto a título individual como no seio da UE – especialmente no seio da UE por ser um palco privilegiado para tal), mantendo em perspectiva o modo como a aptidão relacional pode e deve abrir portas a oportunidades para o campo económico, as quais beneficiam, por sua vez, o social. Lourtie (2010, p. 20) expressa que a primeira regra de boa política externa é boa política interna. Parece-nos uma observação bastante oportuna pois Portugal nunca tomará uma posição adequada às suas potencialidades se à partida (e no seu núcleo) as negar. Bibliografia ALMEIDA, José Carlos – Portugal, o Atlântico e a Europa. A identidade nacional, a (re)imaginação da nação e a construção europeia In Revista Nação e Defesa. N.º 107 (2004). pp. 147-172 AMARAL, João Ferreira do – O impacto económico da integração de Portugal na Europa In Revista Nação e Defesa. 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