Ministério da Cultura e Centro Cultural Correios apresentam MODÉSTIA De Rafael Spregelburd Direção Pedro Brício Tradução: Pedro Brício, Letícia Isnard e Isabel Cavalcanti Com Bel Garcia, Fernando Alves Pinto, Gilberto Gawronski e Isabel Cavalcanti No dia 1º. de março, estreia, no Centro Cultural Correios, a comédia dramática Modéstia, do argentino Rafael Spregelburd, com direção de Pedro Brício, que também assina, junto com as atrizes Leticia Isnard e Isabel Cavalcanti, a tradução do texto. No elenco, Bel Garcia, Fernando Alves Pinto, Gilberto Gawronski e Isabel Cavalcanti, todos em duplos papéis. Em “Modéstia”, Spregelburd trata de temas importantes no mundo atual, como a imigração, o preconceito racial e o caos provocado pela globalização. Sempre com um humor refinado e uma originalidade formal ímpares, a peça funciona como uma “comédia de portas”, contando duas estórias paralelas: uma se passa na Argentina contemporânea e a outra numa Rússia ‘tchecoviana’ em guerra. Os atores se dobram em papéis, ora interpretando o personagem de uma história, ora de outra, no incessante abrir e fechar das portas do cenário. Aparentemente, as histórias não têm relação, mas aos poucos suas conexões temáticas, suas complementaridades e contradições, aparecem num brilhante jogo dialético. A elaborada dramaturgia de “Modéstia” expõe uma consistente discussão sobre as fronteiras nos dias de hoje – fronteiras políticas, culturais e de linguagem. E versa também sobre as incertezas do mal, e sobre a modéstia como pecado: “Esse prazer soberbo e culposo de se sentir um pouco menos do que se é, com o objetivo íntimo, talvez, de pagar em cotas cômodas uma dívida infinita”, resume o autor. Inédito no Brasil, o texto faz parte de uma heptologia escrito por Spregelburd. Inspirado pela pintura “A Roda dos Pecados Capitais”, de Hieronymus Bosch, o autor decidiu escrever peças sobre o que para ele seriam os sete pecados contemporâneos. A primeira foi ‘A Inapetência’, seguida de ‘A Extravagância’ (ambas de 1996); ‘A Modéstia’ (1999), encenada agora no Rio de Janeiro e em seguida em Brasília. Depois vieram ‘A Estupidez’, montada no Brasil em abril de 2011 pela Cia Os Dezequilibrados, com direção de Ivan Sugahara; ‘O Pânico’ (2002); ‘A Paranóia’ (2008); e ‘A Teimosia’ (2009). Segundo Pedro Brício, a vontade de montar esse texto vem da relevância e originalidade que a obra tem, além de uma enorme identificação com a linguagem do autor. “A pesquisa de uma dramaturgia atual, a valorização da palavra em cena e o uso de uma comicidade que dialoga com o drama, a poesia e o absurdo, são qualidades do texto de Rafael Spregelburg e também elementos fundamentais da minha pesquisa”, afirma do diretor. Este espetáculo tem patrocínio do Centro Cultural Correios, do Ministério da Cultura, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura, através do FATE (Fundo de Apoio ao Teatro). Após a temporada no Rio de Janeiro, o espetáculo segue para o Centro Cultural Banco do Brasil, de Brasília. Sobre a peça “Modéstia” é uma obra contundente, de franca comunicação com o público. Desde a sua primeira montagem na Argentina, ganhou inúmeros prêmios de melhor texto, entre eles o Prêmio Teatro XXI (GETEA), Prêmio María Guerrero, Prêmio Trinidad Guevara, Prêmio Diario Clarín (1999), Prêmio Teatro del Mundo, Prêmio Florencio Sánchez (2000) e Prêmio Ciudad de Almagro, Espanha: melhor obra dramática, Festival de Teatro Contemporâneo (2005). A estória que se passa em Buenos Aires coloca em cena quatro personagens, no apartamento de um condomínio de classe média. Arturo (Gilberto Gawronski), Angeles (Isabel Cavalcanti), Maria Fernanda (Bel Garcia) e San Javier (Fernando Alves Pinto) se envolvem numa rede de confusão de identidades, de apartamentos, traição amorosa, obsessão com a imigração coreana e uma trama de suspense, a partir do desaparecimento de fitas cassetes. A crise dos personagens é um espelho do caos social em que eles vivem. Já a estória que se passa na Rússia tem como tema a criação artística e a luta pela sobrevivência. Forçado pela esposa, Anja Terezovna (Isabel), Terzov (Fernando), um escritor turbeculoso tenta vender os direitos de um livro que não é seu. O comprador, Smeredovo (Gilberto), um médico imigrante, casado com Leandra (Bel), que troca o tratamento pelos direitos do livro. A trama fala sobre a crise do escritor, o valor da arte e a modéstia como pecado. FICHA TÉCNICA Texto: Rafael Spregelburd Tradução: Pedro Brício, Isabel Cavalcanti e Letícia Isnard Direção: Pedro Brício Elenco: Bel Garcia, Fernando Alves Pinto, Gilberto Gawronski e Isabel Cavalcanti Iluminação: Tomás Ribas Cenário: Bia Junqueira Figurino: Antonio Guedes Direção de movimento: Cristina Moura Trilha Sonora Original: Domenico Lancellotti Fotos: Ana Alexandrino Produção executiva: Arilson Lucas e Lia Sarno Direção de produção: Carla Mullulo Administração: Carla Mullulo Apoio: Centro Cultural dos Correios Patrocínio: Ministério da Cultura, Correios, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura (FATE) SERVIÇO Local: Centro Cultural Correios (Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro) Informações: 2253-1580 Bilheteria: 2219-5165. De quarta a domingo, das 14h às 19h Valor: R$20,00 Horário do espetáculo: Quinta a Domingo, às 19h Capacidade: 200 lugares Duração: 90 minutos Classificação etária: 14 anos Gênero: comédia dramática Temporada: de 01 de março a 15 de abril Sinopse: A comédia dramática conta duas estórias paralelas, uma na argentina nos dias de hoje, outra numa aparente Rússia do século 19, que se revezam no palco, através de um jogo de portas. As duas estórias falam sobre crise econômica, amores impossíveis, o valor da arte. Um vaudeville contemporâneo, um quebra-cabeça teatral, original e instigante. CURRÍCULOS Pedro Brício – direção Dramaturgo, diretor e ator. Formação: Universidade Federal Fluminense (Cinema) e Mestrado em Teatro (Uni-Rio). Estudou na Desmond Jones Scholl of Mime (Londres), na Scuola Internazionalle dell’atore Comico (Itália), e na École Philippe Gaulier (Londres). Trabalhos como autor/diretor: - “Cine-Teatro Limite”. Espetáculo indicado ao prêmio Shell de melhor autor, melhor ator, melhor iluminação e melhor figurino. Um dos dez melhores espetáculos do ano, segundo o Jornal do Brasil. Teatro Glória e SESC Consolação- SP (2008) - “FitzJam”. Espetáculo inspirado na obra do escritor americano F.Scott Fitzgerald. Cocriação, dramaturgia e direção. Espaço SESC e Sede da Cia dos atores (2008) - “A Incrível Confeitaria do Sr.Pellica”. Prêmio Shell melhor autor e melhor figurino 2005, indicado ainda nas categorias melhor diretor, iluminação e trilha sonora. Espaço cultural Sergio Porto, Teatro Glória, SESC Santana- SP, e Caravana Cultural Petrobrás. (2005/07) - “O Homem que era Sábado”, apresentado na mostra Nova Dramaturgia Carioca, no Teatro Cândido Mendes e no festival de Curitiba (Fringe) (2003/ 04). - “Me Salve, Musical!”, com Gustavo Gasparani, Susana Ribeiro, Isabel Cavalcanti, Celso Andre, Fernando Alves Pinto, Juliana Medella e Keli Freitas. Indicado ao Prêmio Shell autor e Prêmio Qualidade Brasil de melhor comédia, diretor e autor. - “Trabalhos de Amores Quase Perdidos”, com Branca Messina, João Velho, Pedro Henrique Monteiro e Lúcia Bronstein. Indicado ao Prêmio Quem de melhor diretor. - “Comédia Russa”, texto de Pedro Brício para a Cia Fodidos e Privilegiados, com direção de João Fonseca. Espetáculo indicado ao Prêmio Shell e APTRde melhor autor - “Breu”, texto de Pedro Brício, direção de Maria Silvia Siqueira e Miwa Yanagizawa, com Andreia Horta e Kelzy Ecard, que acabou de estrear no CCBB Rio. Trabalhos como diretor: - “Fim de Partida”, de Samuel Beckett. Estrelando Guida Vianna. Espaço SESC (2007). - “Acqua Toffana”, de Patrícia Melo, com Dani Barros, indicado ao prêmio Shell e prêmio qualidade Brasil, como melhor atriz. Teatro Oi Futuro, Teatro do Jockey, SESC Paulista- SP, Festival Internacional de São José do Rio Preto, Cena contemporânea Brasília. (2007). - “O caderno rosa de Lori Lamby”, de Hilda Hilst, com Isabel Cavalcanti. Teatro Oi Futuro (2007). Trabalhos como ator: trabalhou com diretores como Felipe Hirsch, Enrique Diaz, Christiane Jatahy, Ana Kfouri, Gilberto Gawronski, Bia Lessa, João Falcão, entre outros. Trabalhou nas novelas ‘Quem é você?’, ‘Andando nas Nuvens’, ‘Desejos de Mulher’, ‘Beleza Pura’ e na minissérie ‘Hilda Furacão’, da TV Globo. Bel Garcia – atriz (Leandra e Maria Fernanda) Formou-se em 1987 em Artes Cênicas pela UNI-RIO e juntou-se à Cia. dos Atores em 1989. Trabalhou em todas as produções da companhia, como atriz, divulgadora, programadora visual ou produtora. Em 1998, dividiu com Enrique Diaz e César Augusto a direção artística do Espaço Cultural Sérgio Porto. Também trabalhou com a Cia. de Teatro Medieval e a Cia. L'Acte e foi dirigida por Mauro Mendonça Filho na peça Deus, de Woody Allen. Em 2001 começa a trabalhar no cinema, protagonizando o filme de Julio Bressane, Filme de amor, e participa do longa-metragem Alegres Comadres, de Leila Hipólito. Em 2008, dirigiu a peça Apropriação, fruto do projeto Autopeças da Cia. dos Atores. Dentre os principais trabalhos, como atriz, “Lição n°18 – Romeu & Julieta” (2011); “Paisagem Nua” (2011); “Devassa” (2010/11); “Estranho Casal” (2009/11); “Henry Meets Hell Halfway”, em Wooly Mammoth Theatre, Washigton, D.C, EUA e Emlin Theatre, Mamaroneck, NY, EUA (2009/10); “O Bem Amado” (2007/08); “A Gaivota” (2006/11); “Notícias Cariocas” (2004); “Ensaio.Hamlet” (2004/08); “Ivone, Princesa da Borgonha” (2003); “Meu Destino é Pecar” (2002). No cinema, os curtas, “Decisão” (1997); “Patuá” (2001); participação no longas: “Madame Satã” (2001); “Filme de Amor “(2002); “Alegres Comadres” (2002); “Cleópatra” (2004); “Insolação” (2008); “Moscou” (2008); e “Sobre a Neblina” (2011). Fernando Alves Pinto – ator (San Javier / Terzov) Um dos atores mais interessantes da sua geração, tem uma consistente carreira cinematográfica, que começou como protagonista em “Terra Estrangeira”, de Walter Salles, hoje um clássico do cinema brasileiro. Teve atuações elogiadas nos filmes “Nosso Lar”, “Via Láctea”, “Quase dois irmãos”, “Anahy de las Missiones”, “Mater Dei” e “O menino maluquinho 2”, entre os 16 longas-metragens que participou. Atualmente está em cartaz, como protagonista do longa “2 Coelhos”, de Afonso Poyart, ao lado de Alessandra Negrini e Caco Ciocler. No teatro também tem grande experiência, tendo trabalhado com diretores como Bia Lessa, José Celso Martinez Correia, Christiane Jatahy, Flávio Graff, Yara de Novaes, entre outros. Na opinião de Pedro Brício, que dirigiu Fernando no espetáculo “Me salve, musical!” (indicado ao prêmio Shell melhor autor 2011), e trabalhou com ele na novela “Desejos de mulher”, da TV Globo, sua originalidade em cena, seu carisma, seu humor peculiar, a força dramática da sua voz e a sua sensibilidade são grandes qualidades deste artista. Recentemente, Fernando Alves Pinto foi protagonista do seriado “Dilemas de Irene”, do canal GNT, fazendo o par romântico de Mônica Martelli. Gilberto Gawronski – ator (Arturo / Smeredovo) Renomado diretor do teatro brasileiro, e um ator de primeiríssima linha, tendo realizado espetáculos e atuações memoráveis nos últimos anos. Acabou de ser indicado ao prêmio Shell de melhor ator 2011 pelo espetáculo “Ato de Comunhão”, onde interpreta um psicopata. Seu talento cômico pôde ser visto na comédia de Shakespeare “Medida por Medida”, que teve uma versão iconoclasta assinada por ele. Em “A Dama da noite”, “Na solidão dos campos de algodão”, “Gaivota- tema para um conto curto” e interpretando o Bobo de “Rei Lear”, ao lado de Raul Cortez, teve atuações de grande destaque. Gawronski dirigiu e atuou em “A prece da donzela”, de Nicky Silver, ao lado de Pedro Brício. E também dividiu o palco com Letícia Isnard na comédia “Dona Otília”, no ano passado. Na TV, recentemente, fez Faz parte do elenco fixo do seriado “Aline” da TV Globo. Gilberto tem em seu currículo os prêmios Shell, Mambembe, Sharp, APCA, Qualidade Brasil e Açorianos. Isabel Cavalcanti – atriz (Anja Terezovna e Ángeles) Atriz, diretora e professora de teatro.BGraduada em Letras (UFRJ), Mestre em Literatura Brasileira (PUC) e Mestre em Teatro (UNIRIO), com pesquisa sobre a obra de Samuel Beckett. Formada pela CAL, estreou em 1991 em Os Gigantes da Montanha sob a direção de Moacyr Góes. Atuou durante 10 anos na Companhia Teatral do Movimento sob a direção de Ana Kfouri, recebendo indicação do Jornal o Dia de melhor atriz de 1992 por A Lua Que Me Instrua. Sob a direção de Ana Kfouri, atuou nos espetáculos “A Lua Que Me Instrua” (indicado para Prêmio Shell de Melhor Direção), “Dizem de Mim o Diabo”, “Aldeia”, “Volúpia” (indicado para o Prêmio Shell de Melhor Música), “Gula” (indicado para Prêmio Shell de Melhor Iluminação) e “O Gordo e o Magro vão Para o Céu”. Em 2004, estreou o monólogo “Senhora Coisa”, texto de Rodrigo de Roure e direção de Janaína Pessoa, no Teatro Café Pequeno. Em 2003 fundou a Zeppelin Cia, ao lado do diretor e dramaturgo Pedro Brício, do iluminador Tomás Ribas e do diretor de Arte Rui Cortez, atuando nos espetáculos “O Homem que era Sábado”, “A Incrível Confeitaria do Sr. Pellica”, “O caderno rosa de Lori Lamby”, “Fim de Partida” e “Me Salve, Musical!”. Em cinema, Isabel atuou no longa “Zoando na TV”, dirigido por José Alvarenga Jr, ao lado de Angélica, Bussunda, entre outros (1999), e no curta Vox Populi, dirigido por Marcelo Lafitte (RJ, 1997). Em televisão participou das novelas “Laços de Família” e “ Páginas da Vida”, de Manoel Carlos, “A Lua Me Disse” de Miguel Falabela, dos programas humorísticos “A Diarista”, “A Grande Família” e “Sob Nova Direção” na Rede Globo e “Tecendo o Saber” da TV Futura. Em 2008 dirigiu “A Última Gravação de Krapp”, de Samuel Beckett, com atuação de Sérgio Britto. O espetáculo foi considerado um dos dez melhores do ano pelo jornal ‘O Globo’ e ganhou os prêmios Shell e Aptr de melhor ator.