IÉMEN
CONFISSÕES RELIGIOSAS 1
2
Muçulmanos (99%)
- Sunitas (60%)
- Xiitas (39%)
Outras Religiões
(1%)
3
População :
Superfície:
24.800.000
527.968 km
2
Refugiados
(internos)*:
Refugiados
(externos)**:
240,371
2,228
Deslocados:
306,791
* Refugiados estrangeiros a viver neste país.
** Cidadãos deste país a viver no estrangeiro.
A República do Iémen tem uma população de cerca de 25 milhões, dos quais 60% são
muçulmanos sunitas e 40% são muçulmanos xiitas (zaidis e ismaelitas). A nacionalidade
iemenita é sinónimo de religião muçulmana. A Constituição de 1990 afirma que «a lei
islâmica é a fonte de toda a legislação» (Artigo 3). 4
Após a rebelião de 2011 contra o presidente Ali Abdallah Saleh, um acordo negociado levou à
eleição de um novo chefe de Estado, em Fevereiro de 2012, Abd Rabbo Mansour Hadi, que
até então tinha sido o vice-presidente. As eleições ocorreram num clima de violência. O
mandato de Mansour Hadi foi temporário, com um período de transição fixo de dois anos
desde a data da sua eleição. Durante este período, era suposto ter sido elaborada uma nova
1
www.globalreligiousfutures.org/countries/yemen
www.pewforum.org/files/2009/10/Shiarange.pdf
3
http://data.un.org/CountryProfile.aspx?crname=Yemen
4
www.al-bab.com/yemen/gov/con94.htm
2
Constituição. Contudo, no final deste período, em Fevereiro de 2014, não se tinha alcançado
nenhum acordo sobre o texto da lei básica, devido a um bloqueio no diálogo nacional.
Como consequência, o país continua a viver uma situação de instabilidade. Relizaram-se
diversos ataques terroristas, sendo um dos mais sérios a explosão de um carro-bomba, a 5 de
Dezembro de 2013, que teve como alvo um hospital militar em Sanaa, provocando mais de
cinquenta vítimas mortais. 5 A maior parte dos ataques foram realizados pela Al-Qaeda, cuja
base principal na península Arábica é o Iémen. No Norte do país, os combates continuaram
entre os rebeldes xiitas houthi e os muçulmanos sunitas. 6
Há cerca de 9 mil cristãos expatriados a viver no Iémen. Têm cinco igrejas (quatro católicas e
uma anglicana) e conseguem prestar culto em várias vilas no país, seja em igrejas ou em casas
privadas. Mas nenhuma igreja é autorizada no Norte do país. Os Judeus que vivem no Iémen
são também estrangeiros e têm uma sinagoga. Muitos estrangeiros deixaram o país nos
últimos três anos devido à violência e ao risco de rapto. 7
Também se pensa que haverá entre 500 e 1.000 cristãos de origem muçulmana no Iémen.
Mas, uma vez que a apostasia é punível com a pena de morte, são obrigados a viver a sua fé
em segredo e apenas se podem encontrar clandestinamente. 8
Desenvolvimentos recentes em relação aos Cristãos no Iémen
Em Setembro de 2012, segundo um relato vindo do Líbano, pelo menos um homem foi
crucificado e outros dois foram executados pelo grupo jihadista Ansar al-Shariah, que tinha
tomado o controlo de uma região no Iémen e imposto a sharia. Os jihadistas acusaram os três
homens de serem agentes ou espiões dos Estados Unidos e mataram-nos vários meses antes,
durante um período em que o Governo iemenita enfrentou distúrbios e rebelião. 9
Em Janeiro de 2013, um relatório do Instituto Gatestone citou o activista dos direitos humanos
Abdul Razzaq al-Azazi, que afirmou que «os Cristãos no Iémen não podem praticar a sua
religião nem podem ir livremente à igreja». Acrescentou: «O Governo não permite o
estabelecimento de edifícios ou locais de culto sem autorização prévia», referindo que os
responsáveis católicos, por exemplo, aguardam uma decisão governamental sobre se vão ser
autorizados a construir um edifício e ser oficialmente reconhecidos. O relatório também
afirmou que «existem de facto algumas organizações e instituições cristãs, sobretudo
5
www.theguardian.com/world/2013/dec/05/yemen-suicide-car-bomb-attack-hallmarks-al-qaida
www.theatlanticpost.com/culture/religion/houthi-salafist-conflict-yemen-spillover-sunni-shiite-strife-6220.html
7
http://world.time.com/2013/09/30/for-yemens-few-remaining-jews-time-has-run-out/
8
Portes ouvertes, 7 de Julho de 2014
9
Spero News, 18 de Setembro de 2012 (www.speroforum.com)
6
estrangeiras, incluindo a Missão Baptista Americana, que gere o Hospital Jibla e uma igreja
que presta serviços a órfãos, aos pobres e a mulheres presas.» No entanto, também refere que:
«estas organizações trabalham em primeiro lugar para servir a comunidade e não para tornar
possível o culto cristão». 10
Em Janeiro de 2014, uma ex-muçulmana que abraçou o Cristianismo foi condenada por um
tribunal iemenita a internamento obrigatório e a tomar medicação num hospital psiquiátrico
da vila de Al Hadidah. De acordo com a imprensa, Fatima Mohammad As-Salem, advogada
de 30 anos, abandonou o Islamismo após a carnificina cometida pela Al-Qaeda no hospital
‘Al Ardi’ da capital, que provocou cerca de 200 vítimas [feridos ou mortos]. 11
Desenvolvimentos recentes em relação aos Muçulmanos
Em Julho de 2013, os relatórios afirmavam que os rebeldes sunitas e xiitas zaidi no Iémen
travavam uma batalha para controlar as mesquitas. 12 O confronto esteve primeiro confinado à
província norte de Saada (uma região no noroeste do Iémen, na fronteira com a Arábia
Saudita). Os salafistas tentaram tomar o controlo de uma mesquita liderada por um imã zaidi
em Sanaa em resposta a um movimento semelhante por parte de apoiantes ansarullah contra
outra mesquita liderada por um clérigo sunita na capital. Isto desencadeou confrontos nos
quais foram usadas facas e também um ataque à bomba que feriu cinco pessoas, de acordo
com testemunhas e a polícia. Na semana anterior, homens armados numa motorizada mataram
a tiro dois xiitas e feriram quatro outros que estavam a organizar um protesto passivo na
capital, disse um rebelde ansarullah à AFP. Num esforço para aliviar as tensões, as
autoridades conseguiram um compromisso de ambos os lados «de não usar a força para impor
os seus próprios ritos nas mesquitas», segundo Hmoud Obad, o ministro de Waqf. «No Iémen,
não há mesquitas para zaidis e outras para sunitas. As pessoas vivem e rezam juntas há
séculos, mas a polarização política que está a ocorrer ameaça dividi-las», disse Obad à AFP. 13
Em Novembro de 2013, a Al-Qaeda na Península da Arábia (AQAP na sigla inglesa) jurou
vingança contra os rebeldes xiitas houthi no Norte do país, pelo seu assalto a uma escola
salafista em Dammaj. A luta entre houthis e salafistas na escola tradicional de Dammaj, no
coração do território xiita, levou a mais de 100 mortes no início de Novembro, ameaçando
causar mais tensões sectárias no Iémen. O aviso da AQAP de que procuraria vingança foi
expressado na transcrição de uma gravação de vídeo feita por Harith bin Ghazi al-Nadhari,
um responsável religioso do grupo militante. «Declaramos a nossa total solidariedade para
com os nossos irmãos sunitas no centro em Dammaj e noutras áreas sunitas que o grupo
10
The Gatestone Institute (http://gatestoneinstitute.org/3563/yemen-christians), 29 de Janeiro de 2013
www.pravoslavie.ru/english/69676.htm, 1 de Abril de 2014
12
www.thenational.ae/news/world/middle-east/battle-for-control-of-mosques-in-yemens-sectarian-divide
13
The Express Tribune (http://tribune.com.pk) , 22 de Julho de 2013
11
houthi atacou», dizia a declaração de Harithi. «Os vossos crimes contra o povo Sunita não vão
ficar sem castigo ou medidas disciplinares», acrescentou. 14
A 11 de Janeiro de 2014, a Reuters relatou que tinham terminado os combates no Norte do
Iémen entre muçulmanos xiitas houthis e sunitas salafistas quando se realizou um cessar-fogo,
de acordo com o comité presidencial que procurava pôr um fim ao conflito. A agência de
notícias afirmou que mais de 100 pessoas tinham sido mortas desde que a revolta tinha
eclodido a 30 de Outubro de 2013, quando os rebeldes houthi, que controlam a maior parte da
província de Saada na fronteira saudita, acusaram os salafistas na vila de Dammaj de
recrutarem milhares de combatentes estrangeiros para se prepararem para os atacar. 15
Dammaj tornou-se num campo de batalha no Iémen. Localizada a cerca de 40 km a sul da
fronteira com a Arábia Saudita, tem uma escola religiosa sunita que existe desde o final da
década de setenta e agora tem milhares de estudantes, muitos dos quais estrangeiros. De
acordo com as tribos xiitas, a escola forma agora radicais islâmicos sunitas que procuram
matar os xiitas.
A 9 de Março de 2014, responsáveis governamentais iemenitas e insurgentes relataram que
pelo menos trinta e cinco pessoas tinham falecido nos últimos três dias em confrontos entre
rebeldes xiitas e milícias tribais sunitas na província de Al Jawf, no noroeste do Iémen, perto
da capital Sanaa. 16
Em Abril de 2014, rebeldes xiitas que se crê estarem a procurar avançar sobre a capital do
Iémen atacaram um posto do exército na cidade vizinha, matando três soldados e sofrendo
duas mortes, dizem fontes tribais. Os rebeldes zaidi, também conhecidos como ansarullah ou
houthi, realizaram um ataque em Amran, 50 km a norte de Sanaa, a 9 de Abril, dizem fontes
tribais. Fontes militares relataram que o objectivo dos rebeldes xiitas era tomar Amran e
depois cercar a capital. 17
14
The Express Tribune (http://tribune.com.pk) , 13 de Novembro de 2013
Reuters, 11 de Janeiro de 2014
16
Fox News Latino (http://latino.foxnews.com), 9 de Março de 2014
17
The Daily Star Lebanon (http://dailystar.com.lb), 10 de Abril de 2014
15
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