A produção colaborativa no ambiente acadêmico: uma meta-análise
Autoria: Luisa Veras de Sandes Guimarães, Eduardo Henrique Diniz
Resumo
A presente pesquisa tem por objetivo analisar a produção colaborativa no ambiente acadêmico,
com foco na organização e na motivação, questões apontadas por Benkler ao analisar a
colaboração em ambiente digital. Para isso, realizou-se uma meta-análise dos artigos publicados
entre 2002 e 2011 envolvendo direta ou indiretamente a temática. Foram encontrados 72 artigos
que foram classificados nas seguintes categorias: Criação e utilização de espaços e infraestrutura
para colaboração; Atitudes e Motivações de pesquisadores com relação à publicação em Acesso
Aberto; Economia da indústria de publicação científica; Produção colaborativa na academia;
Acesso Aberto e Ciência Aberta; Outros.
1 Introdução
A indústria de publicação científica é comandada por poucos e renomados publishers,
que, como bons comerciantes, querem vender seus produtos, os periódicos, visando puramente à
obtenção de lucros. Do outro lado, pesquisadores acadêmicos realizam seus estudos e desejam
que eles sejam lidos, reconhecidos como conhecimento relevante e, finalmente, citados. Para os
acadêmicos, portanto, o acesso livre/aberto aos seus artigos seria importante, já que aumenta
potencialmente a visibilidade e o impacto. Já para os publishers, o acesso restrito é mais
interessante, pois exige pagamento por parte de leitores, o que aumenta seus rendimentos. Apesar
de existirem diversos periódicos de qualidade publicando em acesso aberto, um fator crítico
impede que pesquisadores publiquem predominantemente em tais periódicos. No caso brasileiro,
os rankings de periódicos guiam a escolha de pesquisadores no momento de enviar um artigo
para avaliação. A publicação em periódicos no topo do ranking permite a obtenção de mais
“pontos”, que são considerados pelas agências de fomento na concessão de bolsas de estudo e,
em especial, pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) na
avaliação dos programas de pós-graduação do Brasil. E a grande maioria dos periódicos
classificados no topo está em acesso restrito.
Já que o sistema funciona dessa maneira, o que faz pesquisadores publicarem em acesso
aberto? E ainda, o que faz editores de periódicos optarem pelo acesso aberto? A resposta para tais
perguntas envolve duas questões apontadas por Benkler (2002) no seu estudo sobre produção
colaborativa: motivação e organização. Ao desenvolver sua teoria, Benkler afirma que a
Academia é a primeira e mais importante instância de produção por pares, que interagem e
colaboram sem estarem organizados pelo modelo de mercado ou gerencial/hierárquico. Benkler
utiliza a Academia como principal modelo profissional e não proprietário para contrapor ao
sistema de produção comercial de bens informacionais. Entretanto, o desenvolvimento de seu
trabalho aponta que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) apoiaram fortemente o
desenvolvimento da produção colaborativa no âmbito não profissional e cultural, faltando
apenas resolver os problemas de motivação e organização para seu pleno funcionamento,
aspectos desenvolvidos na sua teoria. Entretanto, Benkler não estende sua aplicação ao meio
profissional ou acadêmico, deixando, portanto uma grande lacuna: porque a produção acadêmica,
sendo como ele próprio afirma o modelo mais claro de produção por pares, desaparece na
discussão do desenvolvimento da produção por pares com a emergência das TICs?
O presente artigo tem por objetivo preencher uma parte dessa lacuna deixada por
Benkler. Ou seja, analisar as questões da motivação (ou seja, o que faz com que editores e
1 pesquisadores publiquem em acesso aberto ou restrito) e da organização (ou seja, quais são as
mudanças que os aparatos tecnológicos trazem para o ambiente de edição de periódicos e para o
ambiente de comunicação entre pares na comunidade acadêmica) no meio acadêmico,
considerando também o sistema de publicação e o contexto, como apontado anteriormente.
2 Referencial Teórico
Em seu estudo, Benkler (2002) analisa alguns casos de produção colaborativa no
ambiente não profissional (Por exemplo: Wikipedia, Slashdot, Kuro5hin etc.) e explica como os
problemas da motivação e da organização podem ser resolvidos. No ambiente científicoacadêmico, tal análise também pode ser efetuada com algumas ressalvas, já que Benkler restringe
sua teoria colocando uma imposição geográficai e duas de acesso, sendo no último caso, acesso à
informação e acesso ao capital físico.
No ambiente acadêmico, apesar de todas as facilidades tecnológicas, é baixa a proporção
de periódicos e artigos que podem ser acessados sem custos online. De acordo com Laakso et al.
(2011) apenas 7,7% dos periódicos indexados no Ulrich’s, maior e mais representativo diretório
de periódicos do mundo, estão em acesso aberto. Ou seja, a realidade das publicações acadêmicas
não condiz com as imposições de acesso, em especial o acesso à informação científica, que
Benkler coloca. Apesar dos periódicos em acesso livre serem pouco representativos em relação
ao total, o movimento que busca promover a abertura da literatura científica ao mundo tem
ganhado mais força.
2.1 Literatura Científica e Acesso Aberto
O movimento em favor do acesso aberto à literatura científica surgiu devido a alguns
fatores específicos. De acordo com Suber (2003), além da questão da crise de preço dos
periódicos, é também relevante considerar o problema das barreiras de permissão e de acesso.
Harnard et al. (2004) acrescentam a questão da perda do potencial impacto das pesquisas, que
acabam ficando, como afirma The Conversation Media Group (2011, September 28), locked
behind pay walls.
Cardoso et al. (2009) afirmam que o acesso aberto pode ser entendido como um
processo de descentralização, que permite potencializar a disseminação e o uso do conhecimento
científico. Tal possibilidade é ainda mais acentuada com os crescentes avanços da Internet, tanto
em termos tecnológicos quanto em termos de alcance. Entretanto, como afirmam Solomon e
Bjork (2012), muito do potencial da Web ainda é subutilizado, pois o modelo de negócio da
indústria de publicação científica continua sendo baseada na venda de assinaturas para acesso ao
conteúdo, que continuam cada vez mais caras.
De fato, o preço de assinaturas de periódicos aumentou substancialmente ao longo das
últimas décadas e o orçamento da grande maioria das bibliotecas não conseguiu acompanhar esse
crescimento. Isso tornou difícil para bibliotecas manterem o mesmo número de assinaturas e
criou uma barreira de acesso aos conteúdos de conhecimentos que são divulgados (King &
Tenopir, 1998). Outros autores como McCartan (2010), McGuigan e Russell (2008),
DigitalKoans (2010) e Luethi (2008) corroboram com o argumento anterior, mostrando que a
preocupação continua válida. A Universidade de Princeton recentemente passou a impedir, quase
totalmente, a cessão aos publishers dos direitos autorais de artigos publicados por pesquisadores
da universidade, mantendo quase toda a publicação institucional em acesso aberto.
2 A justificativa para esta iniciativa é de fato válida, já que, como exposto pelo The
Conversation Media Group (2011, September 28), as universidades pagam milhões de dólares ao
ano por assinaturas de periódicos e pessoas ou instituições que não os assinam (os custos podem
ser de até $25.000 por ano para um único periódico), são frequentemente impedidas de acessar e
ler uma pesquisa que foi financiada com o imposto tirado de seu próprio bolso.
Em razão de barreiras impostas por custos cada vez mais altos, os usuários têm acesso
cada vez mais limitado a periódicos científicos, perdendo-se muito do potencial impacto de
artigos com acesso restrito/pago. Na medida em que o impacto é crucial para a carreira dos
pesquisadores, pois mede o progresso e a produtividade da pesquisa e serve como meio para
obter benefícios de suas universidades e das agências de fomento (Harnard et al., 2004), quanto
maior o impacto, melhor para a ciência e para a comunidade científica.
As primeiras ações em direção ao acesso aberto (Budapest Open Access Initiative (2002) e
Bethesda Statement on Open Access Publishing (2003)) apontaram para o estabelecimento de
duas estratégias para o acesso aberto. A primeira ação é o auto-arquivamento. Neste caso, autores
depositam, em um repositório de acesso aberto, seus artigos publicados ou aceitos para
publicação em algum periódico referendado. A segunda ação é a criação ou migração de
periódicos para acesso aberto, na qual instituições e editores garantem o acesso completo aos
conteúdos dos periódicos que editam. A iniciativa define acesso aberto como a disponibilidade
livre e irrestrita, em meio eletrônico, da literatura que pesquisadores produzem e repassam a
todos interessados sem esperar retorno financeiro (incluem os post-prints e os pre-prints).
Essas e outras iniciativas deram impulso ao movimento pelo acesso aberto, causando
certa pressão nas editoras que continuam detendo o copyright e impondo altos preços para as
assinaturas. A questão relevante, no entanto, que é o acesso e o conseqüente impacto das
pesquisas tem sido o grande debate nos dias atuais. O aumento do impacto pode ser comprovado,
de fato, por estudos realizados nos últimos anos.
Segundo um estudo realizado por Swan (2010), as publicações em acesso livre
apresentam, em geral, impacto maior que as publicações em acesso restrito. A autora analisou
estudos realizados sobre impacto de periódicos em acesso aberto (31 estudos no total) mostrando
que em 27 desses estudos foi constado um impacto maior dos periódicos em acesso aberto,
comparados com os em acesso restrito.
Tabela 1 – Ganho em impacto das publicações em acesso aberto
Área do conhecimento
Física / astronomia
Matemática
Biologia
Engenharia elétrica
Ciência da computação
Ciência política
Filosofia
Medicina
Comunicação
Ciências da agricultura
Fonte: Swan (2010).
% de aumento das citações com o Acesso Aberto
170 a 580
35 a 91
-5 a 36
51
157
86
45
300 a 450
200
200 a 600
Outro importante aspecto relativo ao acesso aberto e aos periódicos científicos
eletrônicos é o surgimento de novos e diversificados modelos de negócios para os periódicos
3 disponíveis em acesso aberto. Tais modelos, como os dez propostos por Wilinsky (2006), surgem
como alternativa ao modelo tradicional das editoras comerciais. A preocupação com essa questão
levou ao surgimento de várias iniciativas, entre elas a criação do Open Journal Systems (OJS),
software livre para gerenciamento de periódicos eletrônicos, pelo Public Knowledge Project, da
Universidade de British Columbia, do Canadá.
Finalmente, cabe enfatizar, de acordo com Cardoso et al. (2009), que as origens do
acesso aberto têm relação direta com as mudanças culturais e econômicas pelas quais a sociedade
contemporânea passa e já passou. Os autores destacam como principais influências ao movimento
o surgimento do conceito de Commonsii no contexto digital, trabalhado também por Benkler
(2003), além do Open Sourceiii e o Creative Commonsiv.
2.2 Motivação e Organização
As questões de motivação e organização serão abordadas a partir da perspectiva de
Benkler (2002) e complementadas pela perspectiva de Haythornthwaite (2009). Benkler trabalha
tais assuntos tendo por base o ambiente da produção não profissional e seus principais exemplos.
Já Haythornthwaite (2009) fala sobre multidões e comunidades, trazendo a discussão também
para o ambiente acadêmico, oferecendo uma base mais sólida para o presente estudo. Outros
estudos sobre motivação e organização no meio acadêmico farão parte da própria pesquisa que
este trabalho propõe.
Motivação e Organização em Benkler
Benkler (2002) afirma que o problema da motivação pode ser resolvido com dois
movimentos analíticos distintos. O primeiro envolve a proposição de que motivações diversas
animam os seres humanos, e que existem faixas da experiência humana em que a presença de
recompensas monetárias está inversamente relacionada com a presença de outras recompensas
sócio-psicológicas (significado cultural da ação, status, reputação, satisfação pessoal). Para
exemplificar essa questão, Benkler passa pelos acadêmicos, lembrando os tradeoffs que eles
enfrentam entre vender serviços de consultoria, por um lado, e escrever dentro de uma agenda de
pesquisa respeitada por seus pares, por outro. Na verdade, se todos pensassem somente na
remuneração, poucos estariam trabalhando com pesquisa científica. Dadas tais proposições,
Benkler (2002) afirma que é relativamente simples ver que haverá condições sob as quais um
projeto poderá se organizar para, oferecendo benefícios sócio-psicológicos sem recompensas
monetárias, atrair certas pessoas para participar.
O segundo movimento analítico envolve a compreensão de que, quando um projeto de
qualquer tamanho é dividido em pequenos pedaços, sendo que cada um pode ser executado por
um indivíduo em um curto espaço de tempo, será pequena a motivação necessária para fazer com
que um determinado indivíduo contribua. Isto sugere que a produção colaborativa por pares vai
prosperar onde os projetos têm três características. Primeiro, eles devem ser modulares. Ou seja,
eles devem ser divisíveis em componentes, ou módulos, cada um dos quais pode ser produzido de
forma independente da produção dos outros. Isto permite que a produção seja incremental e
assíncrona, com a união de esforços de pessoas diferentes, com capacidades distintas, e que estão
disponíveis em diferentes momentos (Benkler, 2002).
Segundo, a granularidade dos módulos é importante e refere-se ao tamanho dos
módulos do projeto. Para que um processo de produção colaborativa por pares consiga, com
sucesso, um número relativamente grande de contribuintes, os módulos devem ser
4 predominantemente finamente granulados, ou de tamanho pequeno. Isso permite que o projeto
capte contribuições de um grande número de contribuintes com um nível de motivação que não
sustenta mais que pequenos esforços para o projeto (Benkler, 2002).
É provável que um projeto seja mais eficiente se puder acolher contribuições de vários
tamanhos. Granularidade heterogênea permitirá que pessoas com diferentes níveis de motivação
colaborem por meio de contribuições de menor ou maior de porte, de acordo com seus níveis de
motivação. Terceiro, um empreendimento bem sucedido de produção colaborativa por pares deve
ter baixo custo de integração, que inclui tanto o controle de qualidade sobre os módulos e um
mecanismo para integrar as contribuições em um produto acabado (Benkler, 2002).
Multidões e Comunidades em Haythornthwaite
O conceito de multidões e comunidades estabelece as bases para a identificação de dois
distintos modelos de produção colaborativa por pares. Primeiro, o modelo de multidão, que é
baseado em uma forma mais simples de produção por pares no qual a contribuição requer pouca
aprendizagem ou qualificação para ser efetuada. Haythornthwaite (2009) chama essa forma de
produção de Lightweight Peer Production (LWPP), onde o peso (weight) refere-se ao empenho e
envolvimento dos colaboradores com a produção e com seus pares (comunidade).
A produção LWPP é orientada a para contribuição independente, e não é projetada com o
intuito de criar ou manter relacionamentos entre os colaboradores. Contribuintes não precisam
selar um compromisso de longo prazo para com o projeto, o grupo, ou seus membros, podendo
entrar e sair facilmente de acordo com sua necessidade (Haythornthwaite, 2009). O poder do
modelo LWPP é que as contribuições são simples e independentes, permitindo a participação de
diversas pessoas e aliviando a coordenação entre colaboradores ou contribuições. As motivações
intrínsecas de interesse pessoal, orientação aos objetivos livres e abertos, e pequenas formas de
reconhecimento formam o sistema de recompensa que estimula e sustenta a colaboração em
sistemas LWPP (Haythornthwaite, 2009).
Oposto a esse sistema discreto de contribuição por unidade, está a construção e
manutenção de comunidades virtuais. Estes empreendimentos coletivos exigem interações entre
pares que compõem e sustentam a comunidade e são chamados por Haythornthwaite (2009) de
Heavyweight Peer Production (HWPP). O modelo HWPP envolve não apenas contribuições para
o produto, mas também atenção para as ações e contribuições dos outros. Seu peso reflete o
compromisso com o empreendimento como um todo, incluindo os processos internos, bem como
produtos, a experiência social e emocional da comunidade, e sua existência continuada
(Haythornthwaite, 2009).
Os empreendimentos HWPP dependem de uma massa crítica de colaboradores que
despendem porções significativas de seu tempo e energia para definir e manter as regras de
funcionamento do sistema. Tal envolvimento requer um compromisso com os outros,
incentivando a contribuição de todos os membros, a construção de estruturas internas e normas de
forma coletiva e colaborativa. O poder do modelo HWPP é que a produção por pares se aplica
tanto ao produto quanto à operacionalização do empreendimento, criando, potencialmente, uma
atividade mais sustentável no longo prazo. Os colaboradores desses empreendimentos podem ser
motivados pelo interesse na iniciativa particular, pela orientação à produção colaborativa por
pares e ao acesso aberto. No entanto, o reconhecimento inclui não apenas a quantidade de
contribuições, mas também a qualidade (avaliada por pares) (Haythornthwaite, 2009).
Colaboração Heavyweight na Academia
5 De acordo com Haythornthwaite (2009), um dos modelos mais antigos e (aparentemente)
bem-sucedidos de produção por pares é o da comunidade acadêmica, que exemplificam as
colaborações HWPP com seus colégios invisíveisv e suas práticas de revisão por pares (peer
review), que mede qualitativamente o valor das contribuições. Além disso, Haythornthwaite
(2009) afirma que há vários outros aspectos do trabalho acadêmico contemporâneo que o tornam
um exemplo particularmente bom para se considerar em conexão com os projetos de código
aberto.
Primeiro, a academia é mais do que apenas um modelo de comunidade virtual, pois
colaboradores acadêmicos também são fortemente motivados por princípios abertos, incluindo
um compromisso com as idéias da ciência aberta do século 17 (Haythornthwaite, 2009).
Segundo, a Internet tem estimulado novos meios para alcançar essa abertura, conectando o
princípio da ciência aberta com a recompensa da visibilidade do trabalho individual. O
movimento de acesso aberto / ciência aberta na academia está ganhando impulso, exemplificado
pela criação de repositórios institucionais, publicações abertas em blogs, sites e páginas web, e
periódicos de acesso aberto.
Como afirma McCartan (2010), o comportamento dos pesquisadores foi transformado
pelo alcance e poder da Internet. Novas ferramentas colaborativas são criadas todos os dias,
ampliando o escopo para investigações interdisciplinares, aprendizagem participativa e pesquisas
em equipe. Meios informais de comunicação, como os pré-prints, sites pessoais, blogs, wikis e
redes sociais estão facilitando novos tipos de pesquisa e novas formas para sua comunicação
(McCartan, 2010).
O cenário de compromisso com um movimento aberto situa esse esforço de colaboração
em um ambiente separado dos esforços de comunidades virtuais proprietárias, e, portanto,
fornece um exemplo ideal de produção HWPP estimulada e motivada por um movimento aberto
(Haythornthwaite, 2009).
A importância de ser encontrado é claramente evidente na atual tendência de publicação
acadêmica e na forma como cada acadêmico decide sobre a forma de contribuição para o
processo de produção colaborativa por pares. Acadêmicos realizam seu próprio tipo de cálculo
para pesar os custos e benefícios de publicar nas vias tradicionais baseadas em periódicos
científicos fechados versus publicação aberta na web (Haythornthwaite, 2009). O custo do ciclo
de publicação, muitas vezes longo, é pesado contra os benefícios de tornar o material
rapidamente disponível para os outros on-line. O benefício de aparecer em um periódico
referendado e de renome na comunidade é pesado contra a oportunidade de ser encontrado, lido e
citado por qualquer pessoa de qualquer lugar, e de proporcionar acesso aberto ao trabalho. A
importância da habilitação do trabalho pré-publicação por parte das autoridades da comunidade
acadêmica (revisão por pares) é pesada contra a habilitação pós-publicação de uma multidão de
leitores (citações e impacto) (Haythornthwaite, 2009).
Atualmente, os valores da comunidade e a reputação tendem a prevalecer, principalmente
para aqueles que estão iniciando a carreira acadêmica. No entanto, as motivações para o acesso
aberto também estão lentamente modificando aquilo que faz ganhar a atenção da comunidade,
incluindo a aceitação cada vez maior de revistas eletrônicas, bem como de publicações abertas na
web (Haythornthwaite, 2009).
3 Metodologia
6 Para alcançar o objetivo principal, a pesquisa foi realizada utilizando a técnica de metaanálise ou revisão sistemática. Esse tipo de pesquisa busca integrar resultados de pesquisas
existentes permitindo sintetizar objetivamente a informação científica sobre um assunto
específico. De acordo com Muñoz et al. (2002) é necessário executar as seguintes etapas para
efetuar a esse tipo de análise: teste de relevância, definição das bases de dados e termos de
pesquisa, levantamento de dados, análise dos artigos e apresentação dos resultados. Ainda de
acordo com os autores, o teste de relevância tem por objetivo definir os critérios para inclusão ou
exclusão de estudos, como: data de realização da pesquisa, tipo de estudo e outros, de acordo com
a finalidade da pesquisa.
Cabe ressalvar que a meta-análise realizada é de cunho qualitativo. De acordo com
Rodrigues (2002),
A meta-análise qualitativa empregada aqui difere, todavia, de meta-análises de cunho
quantitativo. Enquanto meta-análises quantitativas são realizadas através de instrumentos
da estatística inferencial e têm por objetivo principal a generalidade dos resultados
encontrados, uma meta-análise qualitativa procura identificar, através de determinadas
categorias, semelhanças e controvérsias numa quantidade de estudos da mesma área de
pesquisa. Trata-se, na verdade, de um processo de descrição interpretativa, orientado por
determinadas categorias teóricas. O resultado final é uma visão mais acurada do
desenvolvimento da área analisada (Rodrigues, 2002, p. 26).
A meta-análise foi adotada nesta pesquisa, pois a temática proposta adota uma
perspectiva nova, utilizando a teoria de Benkler para entender a produção colaborativa no
ambiente acadêmico. Dentro dessa perspectiva, duas questões devem ser compreendidas
(motivação e organização) e o entendimento da peer production na Academia dessa maneira
ainda não foi estudada, mas certamente existem trabalhos analisando as questões citadas
anteriormente de outra maneira e com outros termos. Além disso, a meta-análise tem sido
empregada com certa freqüência em estudos recentes no campo ciências sociais, especificamente
na área de Administração (Caldas, Tonelli, & Lacombe, 2002; Gosling & Gonçalves, 2004;
Cappelle et al., 2006; Matos, 2008; Menezes et. al., 2011). mostrando sua validade e
adequabilidade aos estudos dessa área do conhecimento.
Foram considerados relevantes para a presente pesquisa os trabalhos teóricos ou
empíricos publicados entre 2002 e 2011, época de maior ascensão da Internet e do Movimento de
Acesso Aberto à Literatura Científica. Serão analisados artigos publicados em periódicos ou em
anais de eventos nesse período. A base de dados escolhida para realização da pesquisa foi o
Google Scholar, dada sua maior abrangência, na qual foram pesquisados os seguintes termos:
Para Organização: Online (OR Electronic OR Internet) AND “Scholarly Publication (OR
Publishing)” OR “Scholarly Peer Production (OR Collaboration)” OR “Scholarly
Communication”; Cyberscience OR “Open Science” OR “Collaborative Science (OR Research)”
OR E-Science.
Para Motivação: Motivation (OR Incentive) AND “Open Access Publication (OR Publishing)”
OR Commons-based Peer Production (OR Collaboration) AND Scholars (OR Scientists) AND
“Open Science (OR E-Science)”.
7 O uso de operador booleano AND e das aspas teve o intuito de restringir a busca para
obter poucos resultados mais relevantes sobre os assuntos. O uso do operador booleano OR teve
o intuito de ampliar a busca, em alguns casos, para palavras de significado similar, sinônimo ou
complementar.
Ressalta-se que, dada a complexidade da busca, foi necessário desmembrá-la em quatro
partes para cada temática (organização e motivação). Além disso, por conta da grande
quantidade de resultados recuperados pelo Google Scholar (em média 7173 resultados),
consideraram-se somente as dez primeiras páginas (100 primeiros resultados) para realizar a
seleção dos artigos, pois o próprio Google já apresenta os resultados mais relevantes em primeiro
lugar, graças ao mecanismo PageRank. Os artigos foram selecionados de acordo com a
relevância para a temática, analisada por meio do título e resumo de cada publicação, quando
disponível.
Organização
1ª pesquisa – Online (OR Electronic OR Internet) AND “Scholarly Publication (OR Publishing)”
– 15.600 resultados.
2ª pesquisa – Online (OR Electronic OR Internet) AND “Scholarly Peer Production (OR
Collaboration)” – 582 resultados.
3ª pesquisa – Online (OR Electronic OR Internet) AND “Scholarly Communication” – 11.300
resultados.
4ª pesquisa – Cyberscience OR “Open Science” OR “Collaborative Science (OR Research)” OR
E-Science – 19.100 resultados.
Motivação
1ª pesquisa – Motivation (OR Incentive) AND "Open Access Publication (OR Publishing)" –
1.560 resultados.
Ao realizar a primeira pesquisa para a questão da motivação, percebeu-se que a palavra
attitude era importante e, portanto, a primeira parte da estratégia de pesquisa foi alterada para
Motivation (OR Incentive OR Attitude).
2ª pesquisa – Motivation (OR Incentive OR Attitude) AND “Open Access Publishing (OR
Publication)” – 2.030 resultados.
3ª pesquisa – Commons-based Peer Production AND Scholars (OR Scientists) AND “Open
Science” (OR E-Science) – 539 resultados.
4ª pesquisa – Collaboration AND Scholars (OR Scientists) AND “Open Science” (OR EScience) – 6.670 resultados.
Inicialmente, utilizando os critérios explicitados anteriormente, foram encontrados no
total 117 documentos. Após uma análise mais minuciosa, 45 foram excluídos por algum dos
seguintes motivos: não ser publicação científica (incluem-se aqui os editoriais, documentos de
8 discussão / comentário, relatórios etc.), não estar disponível integralmente online. Nesse último
caso, foram excluídos os artigos que, mesmo com o acesso ao Portal da CAPES, não estavam
disponíveis para download. Ressalta-se que alguns poucos relatórios de pesquisa foram
considerados dada a relevância da discussão e dos resultados obtidos.
Para os objetivos da presente pesquisa, é de maior relevância saber as principais
temáticas abordadas nos artigos selecionados, já que a questão específica da produção
colaborativa no ambiente acadêmico é nova, mas pode estar sendo tratada de distintas formas nas
publicações. Portanto, procurou-se classificar cada artigo de acordo com o tema principal tratado
no seu desenvolvimento, a partir da leitura analítica dos resumos, palavras-chave e partes do
texto principal. Além disso, procurou-se explicar o conteúdo de cada temática geral
exemplificando com alguns dos trabalhos encontrados.
4 Resultados
A partir da análise dos 72 artigos, foi possível categorizá-los em cinco temáticas
abrangentes, sendo que cada artigo foi incluído em somente uma delas. O quadro a seguir
apresenta a classificação temática e o número de artigos incluídos em cada uma.
Tema
Nº de Artigos
Criação e utilização de espaços e infraestrutura para colaboração (E-Science)
11
Atitudes e Motivações de pesquisadores com relação à publicação em Acesso Aberto
12
Economia da indústria de publicação científica: modelos de negócio e modelos de publicação
13
Produção colaborativa na academia: tecnologias da informação e comunicação e Web 2.0 no
processo de produção, comunicação e disseminação do conhecimento científico
21
Acesso Aberto e Ciência Aberta
11
Outros
4
4.1 Criação e utilização de espaços e infraestrutura para colaboração (E-Science)
Os onze artigos classificados nessa categoria abordam questões relacionadas ao EScience, ou Cyber Infraestrutura. De acordo com Kaziunas, Sawyer e Osterlund (2010), Escience, conhecida também como Cyberinfrastructure, é o termo utilizado para descrever um
conjunto de recursos digitais, como, por exemplo, suporte computacional, acesso às fontes de
dados, ferramentas para sustentar o acesso, uso e análise desses dados e a infraestrutura de rede
para amparar e conectar essa estrutura computacional. Ainda de acordo com os autores, a Cyber
infraestrutura é o compartilhamento de recursos computacionais, acesso distribuído a conjuntos
massivos de dados e o desenvolvimento de ferramentas para colaboração e comunicação
(Kaziunas et al., 2010).
David, Besten e Schroeder (2009) afirmam que a essência do E-Science está relacionada
à colaboração global em áreas chave da ciência e à geração de infraestrutura para possibilitá-la. O
9 autor afirma que muito do que tem sido escrito sobre E-Science está relacionado à engenharia e
aplicação de infraestrutura tecnológica avançada para transmissão, processamento e
armazenamento de informação e dados digitais. No entanto, há de se considerar outros
requerimentos não tecnológicos para alcançar o objetivo do E-Science (aumentar a escala e a
efetividade da colaboração global em pesquisa científica), como a adoção da filosofia do
Openness (Abertura), diretamente relacionado aos movimentos de Ciência Aberta (Open Science)
e Acesso Aberto. (David et al., 2009)
Dos artigos encontrados sobre essa temática, nove tratam da criação e aplicação de
Cyber Infraestrutura para colaboração entre cientistas, em geral ou para áreas específicas do
conhecimento (Biodiversidade, Aerodinâmica, Química, Biologia). Outros dois artigos discutem
de maneira geral a possibilidade de estruturas E-Science nas Ciências Sociais, sem nenhum caso
de aplicação prática como nos artigos anteriores.
4.2 Atitudes e Motivações de pesquisadores com relação à publicação em Acesso Aberto
Os doze estudos que se encaixaram nesta categoria abordam as motivações, atitudes e
comportamentos de pesquisadores com relação à publicação em acesso aberto. Todos os
trabalhos encontrados efetivamente questionaram pesquisadores de diversas áreas do
conhecimento (com o uso de técnicas como survey, entrevista e grupo focal) sobre alguns pontos
importantes relativos às publicações em acesso aberto.
Eriksson e Nyström (2008), por exemplo, estudaram as atitudes de alguns pesquisadores
da Suécia com relação ao Acesso Aberto (OA) e afirmam que tais pesquisadores são
familiarizados com esse conceito e que gostariam de publicar em periódicos OA, mas que isso,
infelizmente, nem sempre é possível por causa de distintas circunstâncias. A falta de
conhecimento de periódicos OA nas suas áreas do conhecimento, demandas de suas
Universidades para publicação em periódicos bem cotados nos rankings e outras preocupações
fazem com que a publicação OA não seja sempre uma opção viável (Eriksson & Nyström, 2008).
Questionando os pesquisadores sobre o que seria necessário aos periódicos OA para que
eles (pesquisadores) facilmente os escolhessem como meio de publicação de suas pesquisas,
Eriksson e Nyström (2008) identificaram que o status do periódico OA em questão é a maior
preocupação dos pesquisadores estudados, pois em sua opinião é o status que faz com que seus
trabalhos sejam notados e reconhecidos.
Warlick e Vaughan (2007) identificaram que a qualidade da publicação é o aspecto mais
importante considerado por pesquisadores da área Biomédica na escolha do meio de publicação,
enquanto que acesso gratuito e a visibilidade são incentivos especificamente notados para a
escolha de periódicos OA. Portanto, disponibilidade pública e gratuita e maior visibilidade
podem não ser incentivos fortes o suficiente para fazer com que autores escolham o acesso aberto
em detrimento das mais tradicionais e respeitadas publicações fechadas, a menos que a questão
da qualidade (demonstrada pelo processo de avaliação por pares e pelo Fator de Impacto) seja
também abordada.
Nariani e Fernandez (2012) identificaram por meio de uma Survey realizada com
autores/pesquisadores da Universidade de York que as questões relativas à promoção e
estabilidade não parecem ser barreias para que esses autores publiquem em acesso aberto. Isso
contrasta, segundo os autores, com preocupações apontadas por pesquisadores em estudos
anteriores de que a publicação em periódicos OA seria prejudicial ao sistema acadêmico de
recompensas (Nariani & Fernandez, 2012).
10 Nariani e Fernandez (2012) afirmam que, apesar dos publishers estarem
disponibilizando ferramentas da Web 2.0 como comentários online e integração com mídias
sociais, pesquisadores não se entusiasmaram com essas funcionalidades. A falta de tempo e a
incapacidade de identificar o valor dessas ferramentas tem limitado sua aceitação. Os
pesquisadores comentaram que não há sistema de crédito para comentários pós-publicação e que
as pessoas responsáveis por decisões de contratação e financiamento não consideram isso como
uma contribuição válida (Nariani & Fernandez, 2012).
O estudo de Nariani e Fernandez (2012) ainda aponta que os autores consideram o Fator
de Impacto e os leitores do periódico como fortes motivadores para a publicação, e consideram a
indexação em importantes bases de dados da ciência extremamente importante.
4.3 Economia da indústria de publicação científica: modelos de negócio e modelos de
publicação
Uma das questões mais importantes a se considerar para a publicação de periódicos em
ambiente eletrônico e no modelo de acesso aberto é a sua viabilidade econômica e sustentação no
longo prazo. Seja por meio de subsídio institucional, pagamento por parte dos autores ou por
auxílios de agencias de fomento, os treze artigos encontrados sobre essa temática mostram que
isso é sim possível. Alguns ainda refletem sobre o posicionamento dos grandes publishers nesse
novo ambiente de publicação, que comprovadamente exige menos recursos financeiros mas que
continua caro ao bolso das Universidades e Instituições de pesquisa.
Um dos principais temas abordados refere-se aos modelos de publicação em acesso
aberto e suas aplicações. A figura a seguir apresenta esquematicamente tais modelos:
Fonte: Bernius, Hanauske, König e Dugall (2009)
Com relação à sustentabilidade econômica das publicações, um dos trabalhos mais
interessantes desse grupo é o realizado por Dubini e Giglia (2009). As autoras afirmam que o
aumento constante do número de periódicos OA bem sucedidos mostra que o modelo é uma
alternativa viável em termos de reputação e visibilidade, oferecendo também boa relação custo11 benefício. No entanto, as autoras ressalvam que a análise da sustentabilidade de diferentes
modelos para a publicação científico-acadêmica precisa levar em consideração a existência de
externalidades de rede e assimetrias de informação, que geram mercados bilaterais. A introdução
de modelos de negócios inovadores tem de superar o problema de alcance da massa crítica tanto
no mercado de leitores quanto no de autores (Dubini & Giglia, 2009).
Dubini e Giglia (2009) buscaram entender em que medida a oferta de configuração (ou
seja, o que o periódico oferece tanto para autores quanto para leitores) contribui para o
desenvolvimento de mercados bilaterais. As autoras compararam 16 periódicos científicos
revisados por pares, selecionados em diferentes disciplinas acadêmicas. Dentro de cada grupo
(Humanidades, Medicina, Ciências Sociais e Ciências) foi selecionado um periódico que é
puramente de acesso aberto (OA), uma revista que se converteu do acesso restrito (non-OA) para
o acesso aberto, um periódico híbrido, e um periódico puramente non-OA. Foram mapeadas e
classificadas as características de oferta em termos de acessibilidade para o leitor, visibilidade
para o autor e benefícios para pesquisadores. Ainda foram analisadas informações sobre o
esquema de preços das revistas.
Resultados da pesquisa mostram a superioridade de títulos OA em cada um dos três
mercados – já que tais periódicos conseguem se aproveitar de maneira mais rápida e eficaz das
possibilidades oferecidas pelas tecnologias –, embora periódicos non-OA tenham sido rápidos em
manterem-se a par dos serviços inovadores oferecidos pelas revistas OA (Dubini & Giglia, 2009).
Por outro lado as autoras ressaltam que muitos periódicos non-OA ainda desfrutam de
significativa vantagem por sua reputação e pioneirismo, o que pode fortificar sua oferta.
Dubini e Giglia (2009) não encontraram correlação significativa entre a oferta de
configuração e os modelos de negócios adotados, os preços cobrados e o Fator de Impacto dos
periódicos, apesar do maior acesso ter determinado aceleração na capacidade de revistas OA para
alcançar visibilidade. Como os dois modelos de negócios tendem a estar cada vez mais em
concorrência direta por escassos recursos financeiros e de reputação, espera-se que os editores
(tanto OA e non-OA) olhem para as específicas ofertas de configuração para as diferentes
comunidades de pesquisa que procuram alcançar (Dubini & Giglia, 2009).
De acordo com as autoras, a vontade de contrastar o poder de barganha elevado de
editoras comerciais, por um lado, juntamente com as oportunidades oferecidas pelas tecnologias
para redefinir produtos, serviços e processos, por outro lado, são os motores de uma mudança
estrutural na configuração competitiva da publicação científico-acadêmica (Dubini & Giglia,
2009).
5 Considerações finais
A análise inicial das três primeiras categorias temáticas apontadas mostra que a
colaboração no ambiente acadêmico tem sido amplamente estudada e experimentada levando em
consideração os aspectos de infraestrutura tecnológica para interação, comunicação e
compartilhamento de dados em comunidades online. Além disso, percebe-se que a colaboração
para com a ciência aberta por meio do acesso aberto às publicações científicas está se tornando
realidade, tanto pelo lado econômico quanto pelo lado humano do processo de produção e
publicação científica. Ressalta-se que o estudo ainda está em andamento e se dará sequência
posteiormente à análise das duas últimas categorias temática apontadas pela pesquisa.
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15 
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1 A produção colaborativa no ambiente acadêmico: uma