GERAL
CORREIO DO POVO
QUARTA-FEIRA, 8 de setembro de 1999 — 17
Retorno tranqüilo
no final do feriado
Mais de 15 mil assistem ao desfile
O movimento de retorno das pessoas que se deslocaram para o Litoral Norte no feriado foi tranqüilo, segundo informaram os patrulheiros
rodoviários federais e estaduais. Ontem, o posto da Polícia Rodoviária
Federal (PRF) na freeway, em Gravataí, registrou a passagem de 33
veículos por minuto às 19h30min,
quando o fluxo foi mais intenso.
À tarde, por volta das 16h, o fluxo de veículos no posto da Polícia
Rodoviária Estadual (PRE) na RS
030, em Tramandaí, foi de cerca de
20 carros por minuto. No mesmo período, passaram pelo posto da PRE
na RS 040, em Viamão, aproximadamente 14 carros por minuto. Às
21h, o movimento nas rodovias gaúchas já era considerado normal pelos patrulheiros. Pela Rodoviária,
cerca de 45 mil porto-alegrenses iniciaram ontem o retorno a Capital.
Cerca de 7 mil pessoas cruzaram a avenida sob tempo bom ontem, na parada militar de Porto Alegre
recedido de uma salva de 19 tiros de canhão,
o Desfile Militar de Sete Setembro começou na
Pavenida
Loureiro da Silva, em Porto Alegre, às
tados pelo desfile das insígnias. As escolas e academias formadoras dos militares também deram
mostras de sua atuação.
No entanto, o público vibrou mesmo foi na hora em que seis aeronaves da Base Aérea de Ca-
10h de ontem, conduzido pelo general-de-brigada
José Carlos de Nardi. Ao contrário de muitas ediFOTOS J. C. RANGEL
ções anteriores, em que o evento foi
acompanhado pela chuva, desta vez
os mais de 15 mil espectadores foram
presenteados com tempo bom. Em
uma hora e meia de desfile, aproximadamente sete mil militares da Marinha, Exército, Aeronáutica e Brigada
Militar cruzaram a avenida.
A primeira participação com destaque foi a de 23 ex-combatentes da
Força Expedicionária Brasileira (FEB),
os pracinhas. As bandeiras históricas
vieram depois, seguidas da representação da Liga de Defesa Nacional
(LDN). Os 165 quartéis do Comando
Militar do Sul (CMS) foram represen- As alunas do Colégio Militar deram um toque feminino ao ato cívico
noas sobrevoaram o local onde ocorria o ato cívico. Entusiasmo semelhante foi manifestado
quando o destacamento motomecanizado iniciou
sua participação, por volta das 11h. Muitos
aplausos foram destinados ao caminhão lançador
de mísseis Astros 2, um equipamento de última
geração que o Brasil produz para exportação.
Apenas o CMS e o Comando de Brasília dispõem
do Astros 2, que no RS está sediado no 29º Grupo de Artilharia de Cruz Alta. Utilizado na Guerra
do Golfo, ele pode lançar até 32 mísseis por segundo, a uma distância de 80 quilômetros.
A passagem dos bombeiros também chamou a
atenção do público, principalmente o primeiro
carro da corporação, usado em 1895, quando foi
instalado o grupamento na Capital. O destacamento hipomóvel foi o último a desfilar, representado pelo Regimento Osório e pelo 4º Regimento
de Polícia Montada. Os 220 cavalos cruzaram a
avenida, sendo que um deles trouxe a réplica da
lança usada pelo marechal Manuel Luís Osório.
Grito dos Excluídos reúne 2 mil para protestar Autoridades prestigiam a parada
cluam.” A articuladora das Pastorais serviu para reunir muitos segmenSociais da CNBB/RS – uma das en- tos que enfrentam a exclusão. O
tidades organizadoras do ato –, Loi- coordenador do MST André Onuzak
va de Oliveira, lembrou que nunca disse que a marcha foi uma forma
antes, nos cinco anos de realização de mostrar à sociedade que há hoje
do Grito dos Excluídos, a marcha 4,8 milhões de famílias excluídas da
ocorreu de forma tão democrática terra no país. A manifestação ocorquanto agora. “E esta é a primeira reu em outras 20 cidades gaúchas
vez que somos aguardados pelo nos- onde a CNBB tem representação.
so governador”,
salientou. Os manifestantes protestaram contra o
desemprego e carências nas áreas
de educação pública, saúde, habitação e financiamento agrícola, entre outras.
A coordenadora da Cáritas RS,
Marilene Maya,
avaliou que o ato Marcha levou faixas, cartazes, balões e bandeiras à avenida
ABR / CP
FHC desfilou em carro aberto, apoiado por Roriz. Sua política foi alvo de críticas
JUROS ABUSIVOS
cheque especial e cartão de crédito
Ações contra os juros abusivos,
acima de 1% ao mês.
• Não pague os futuros
• Recupere os passados
Não inclusão SPC e SERASA
Um dia de vaias, aplausos, saque e pancadaria
O 5º Grito dos Excluídos, que foi mais expressivo na
Basílica de Nossa Senhora Aparecida (SP), transformouse ontem num protesto contra o governo federal. Cerca
de 80 mil pessoas foram ao templo. “É um grito de alerta
à sociedade para que se transforme. O mundo vive uma
situação econômica calamitosa. O neoliberalismo é um
sistema que devora a si mesmo e, o pior, mata pessoas. É
liberal só na aparência”, disse, na missa para cerca de 45
mil pessoas, o cardeal-arcebispo de Aparecida, dom Aloísio Lorscheider. Cerca de 4 mil pessoas compareceram
ao ato do Grito dos Excluídos, em que a CNBB lançou
manifesto propondo um plebiscito sobre a dívida externa.
Em Brasília, o presidente Fernando Henrique Cardoso desfilou em carro aberto. Junto com aplausos, ele chegou a ser vaiado por parte das 70 mil pessoas presentes.
O governador Joaquim Roriz convocou os servidores,
reunindo 12 mil no ato, e empresários colocaram 1,6 mil
ônibus à disposição para levar o público à parada, além
de doar água a faixas de apoio a Fernando Henrique.
Em Belém do Pará, o protesto acabou em pancadaria,
com 15 feridos, inclusive crianças. A PM reprimiu com
cassetetes, cães e gás lacrimogêneo os cerca de 10 mil
manifestantes. Em Barro, no Ceará, cerca de 600 trabalhadores rurais saquearam um depósito de merenda escolar, levando 3,6 mil quilos. Em Minas Gerais, alguns
repórteres que tentaram entrevistar o governador Itamar
Franco foram afastados pelo Exército com cassetetes que
produzem choques. Em Recife, o protesto encenou a crucificação de um desempregado. O governador Mário Covas e o prefeito Celso Pitta foram vaiados em São Paulo.
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Ao lado do comandante militar do Sul, Francisco Pinto dos Santos Filho,
e do governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, outras autoridades
acompanharam o desfile militar do palanque oficial. Prestigiaram o ato cívico o arcebispo de Porto Alegre, dom Altamiro Rossato, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Cacildo de Andrade Xavier, o prefeito de Porto Alegre, Raul Pont, e o vice-governador do RS, Miguel
Rosseto. Representando o 5º Comando
Aéreo (Comar), esteve
o brigadeiro-do-ar
Sérgio Bambini, ao lado do comandante-geral da Brigada Militar,
Roberto Ludwig. O ca- Santos Filho e Olívio no palanque, ao lado das esposas
pitão dos Portos, Júlio César de Oliveira Laus, representou a Marinha. A secretária de Educação, Lucia Camini, também assistiu ao desfile.
No final do ato cívico, o governador Olívio Dutra declarou que o desfile
militar é parte importante do 7 de Setembro, mas que o Grito dos Excluídos,
realizado após o desfile, completava o sentimento de patriotismo. “A pátria
não pode ser madrasta para muitos e generosa para poucos”, disse.
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VAGAS LIMITADAS
A marcha do Grito dos Excluídos
marcou o 7 de setembro em Porto
Alegre. Mais de 2 mil desempregados, sem-terra, sem-teto, estudantes e líderes religiosos e sindicais
ocuparam a avenida Loureiro da Silva, logo após o fim do desfile militar,
em protesto contra a crise que atinge milhões de brasileiros. Prestigiados pelo governador Olívio Dutra e
pelo vice Miguel Rossetto, que permaneceram no palanque oficial, os
manifestantes ocuparam a avenida
com faixas, cartazes, balões, bandeiras nacionais e carro de som, com o
tema “Brasil, um filho teu não foge à
luta”. O prefeito Raul Pont juntou-se
à caminhada, que terminou no parque Farroupilha com um ato-show.
Para Olívio Dutra, o Grito dos Excluídos foi uma parte importante
das comemorações de 7 de setembro. “Precisamos construir políticas
públicas que incluam e não ex-
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