2º - RETIRO MISSIONÁRIO
TEMA: VIDA E CONVICÇÃO
FIDELIDADE AO PROJETO DE JESUS
1 – MEMÓRIA DO 1º. RETIRO
Recordar o 1º Retiro
O que aconteceu nas
Comunidades e Paróquia
 Apresentação das Bandeiras
e Oração
Atividades dos Meses:
• 1º Bloco: Nossos pais nos contaram
• 2º Bloco: Somos membros do Povo de Deus
• 3 º Bloco: O dom e a dignidade da Vida
• Estudo da realidade local, a partir de uma
análise da conjuntura nacional e internacional;
• Continuação da reflexão sobre a pessoa e a
missão de Jesus;
• Espiritualidade missionária e o significado do
ser missionário. Neste item, fala sobre o
sentido da missão e sobre a vida. Fazer SMP é
fazer um mutirão em favor da vida;
• Estudo do Evangelho do ano;
• A caminhada pastoral da Igreja;
• Orientações sobre as visitas às famílias;
• Missa com Unção dos Missionários.
1ª. REFLEXÃO
PERFIL DA IGREJA CATÓLICA
O catolicismo, religião
predominante no Brasil desde
a colonização portuguesa,
adquiriu cores próprias num
país onde a maioria da população tem origem
não européia, oriunda de etnias indígenas ou
africanas.
Até meados do século XVIII, a Coroa
Portuguesa controlou a atividade eclesiástica
na colônia por meio do padroado. Arcava com
o sustento da Igreja e impedia a entrada no
Brasil de outros cultos, em troca de
reconhecimento e obediência.
É a partir do início do século XIX, com a
chegada de diversas ordens e congregações
religiosas e com o apoio do imperador do
Brasil às iniciativas escolares e missionárias,
que o catolicismo brasileiro vai lentamente
criando sua “identidade nacional”.
É com a industrialização dos grandes centros e
as primeiras greves operárias que a Igreja do
Brasil se debruçará sobre as questões sociais e
ideológicas que permearão todo o século XX.
As ideologias do trabalho, o socialismo
utópico e o marxismo
serão fonte constante
de preocupação do
episcopado, do clero
e dos fiéis mais engajados.
Em meados de 1960, com a eclosão de
turbulências políticas na América Latina, a
Igreja Católica atuará como protagonista em
distintas frentes de mobilização social. O saldo
é uma Igreja politizada, que fomentará o
surgimento da teologia da libertação e a
conseqüente divisão do clero
brasileiro entre duas esferas
de atuação eclesial:
Conservadores e da Libertação.
Inspiradas na reflexão proposta pela chamada
“Teologia da Libertação”, e motivadas pela
experiência eclesial latino-americana nas
décadas que antecederam o Concílio Vaticano
II, as CEBs representaram um referencial no
entendimento da dinâmica religiosa a partir
de sua esfera mais visível, a esfera social, e do
engajamento leigo nas estruturas eclesiais.
No entanto, a partir da década de 90 um novo
tipo de organização social começou a chamar a
atenção dos pesquisadores do fenômeno
religioso. Movimento dos Focolares, Comunhão
e Libertação, Schöenstatt, Caminho
Neocatecumenal.... Nomes estranhos que
passam a significar uma grande novidade
dentro da Igreja. E alimentados pela
“renovação do Espírito”, movimentos de
inspiração carismática também brotam em
todo o país: Canção Nova, Toca de Assis,
Comunidade Shalom, Comunidade da Aliança...
Apesar dos percalços das últimas décadas, a
Igreja Católica no Brasil segue ocupando o
posto de maior grupo religioso do país, com
cerca de 155 milhões de fiéis declarados, ou
74 por cento da população. Trazida por
missionários que acompanharam os primeiros
colonizadores portugueses no início do século
XVI, tornou-se desde então a religião
majoritária. Pode-se dizer que é a instituição
com maior presença política, social e cultural
da história do país.
CONJUNTURA ECLESIAL
Duas realidades entre chocantes no mundo
concreto:
-A busca de um fiel que deseja satisfazer
desejos e demandas subjetivas dentro de uma
cultura individualista, consumista e
pragmática;
-A exigência evangélica objetiva de tomar a
cruz e seguir a Jesus.
Neste entrechoque encontra-se a Igreja.
Em que ela tem que se concentrar?
→ Tomar consciência de que está numa época
de transformações.
→ Na construção da comunidade.
→ Olhar para frente. O passado já se foi.
Forjar uma teologia da Igreja Particular ou
Local na qual a Palavra chegue e promova
conversão. Que a Igreja se pense a partir de
seu espaço humano, de sua inserção na
realidade e se abra à comunhão das Igrejas
Em tempos de mudança de época, devem-se
evitar
soluções
fáceis
como
o
fundamentalismo e o emocionalismo.
• 2ª. REFLEXÃO : EVANGELHO DO ANO
1 - SÃO MATEUS – ANO A
• 1 - SÃO MATEUS – ANO A
Este Evangelho, transmitido em grego pela
Igreja, deve ter sido escrito originariamente
em aramaico, a língua falada por Jesus.
O texto pode datar-se
dos anos 80-90, ou seja,
algum tempo após a
destruição de Jerusalém.
• AUTOR
Do seu autor, este livro nada diz; mas a mais antiga
tradição eclesiástica atribui-o ao apóstolo Mateus,
um dos Doze, identificado com Levi, cobrador de
impostos (9,9-13; 10,3). Pelo conhecimento que
mostra das Escrituras e das tradições judaicas, pela
força interpelativa da mensagem sobre os chefes
religiosos do seu povo, pelo perfil de Jesus
apresentado como Mestre, o autor deste Evangelho
era, com certeza, um letrado judeu tornado cristão,
um mestre na arte de ensinar e de fazer
compreender o mistério do Reino do Céu, o tesouro
da Boa-Nova anunciada por Jesus, o Messias, Filho
de Deus.
• COMPOSIÇÃO LITERÁRIA
Mateus recorre a fontes comuns a Mc e Lc,
mas apresenta uma narração muito diferente,
quer pela amplitude dos elementos próprios,
quer pela liberdade com que trata materiais
comuns. O conhecimento dos processos e os
modos próprios de escrever de Mateus são de
grande importância para a compreensão do
livro atual: compilação de palavras e de fatos,
de “discursos” e de milagres, etc..
• DIVISÃO E CONTEÚDO
Apesar dos característicos agrupamentos de
narrações, não é fácil determinar o plano ou
estabelecer as grandes divisões do livro. Dos
tipos de distribuição propostos pelos críticos,
podemos referir três:
1. Segundo o plano geográfico: o ministério de
Jesus na Galiléia (4,12b-13,58), a sua atividade
nas regiões da Galiléia e a caminho de
Jerusalém (14,1-20,34), ensinamentos, Paixão,
Morte e Ressurreição em Jerusalém (21,128,20).
• 2. Segundo os cinco “discursos”: resulta daí um
destaque para a dimensão doutrinal e histórica da
existência cristã.
• 3. Segundo o objetivo de referir o drama da
existência de Jesus: Mateus apresenta o Messias em
quem o povo judeu recusa acreditar (3,1-13,58) e
que, percorrendo o caminho da cruz, chega à glória
da Ressurreição (14-28).
• Aqui, limitamo-nos a destacar:
• I. Evangelho da Infância de Jesus (1,1-2,23);
• II. Anúncio do Reino do Céu (3,1-25,46);
• III. Paixão e Ressurreição de Jesus (26,1-28,20).
• TEOLOGIA
Escrevendo entre judeus e para judeus, Mateus
procura mostrar como na pessoa e na obra de Jesus
se cumpriram as Escrituras, que falavam
profeticamente da vinda do Messias. A partir do
exemplo do Senhor,
reflete a praxe eclesial de
explicar o mistério messiânico
mediante o recurso aos
textos da Escritura e de
interpretar a Escritura à
luz de Cristo.
Esta característica marcante contribui para
compreender o significado do cumprimento
da Lei e dos Profetas: Cristo realiza as
Escrituras, não só cumprindo o que elas
anunciam, mas aperfeiçoando o que elas
significam (5,17-20). Assim, os textos da
Escritura neste Evangelho confirmam a
fidelidade aos desígnios divinos e,
simultaneamente, a novidade da Aliança em
Cristo.
Nele ressaltam cinco blocos de palavras ou
“discursos” de Jesus: 5,1-7,28; 8,1-10,42; 11,113,52; 13,53-18,35; 19,1-25,46. Ocupam um
importante lugar na trama do livro, tendo a
encerrá-los as mesmas palavras (7,28), e
apresentam sucessivamente: “a justiça do
Reino” (5-7), os arautos do Reino (10), os
mistérios do Reino (13), os filhos do Reino (18)
e a necessária vigilância na expectativa da
manifestação última do Reino (24-25).
• Desde o séc. II, o Evangelho de Mateus foi
considerado como o “Evangelho da Igreja”, em
virtude das tradições que lhe dizem respeito e
da riqueza e ordenação do seu conteúdo, que
o tornavam privilegiado na catequese e na
liturgia. O Reino
proclamado por Jesus como
juízo iminente é, antes de
mais, presença misteriosa
de salvação já atuante no mundo.
• Na sua condição de peregrina, a Igreja é “o
verdadeiro Israel” onde o discípulo é
convidado à conversão e à missão, lugar de
tensão ética e penitente, mas também
realidade sacramental e presença de salvação.
Não identificando a Igreja com o Reino do
Céu, Mateus continua hoje a recordar-lhe o
seu verdadeiro rosto: uma instituição
necessária e uma comunidade provisória, na
perspectiva do Reino de Deus.
• Como os outros Evangelhos, o de Mateus refere a
vida e os ensinamentos de Jesus, mas de um modo
próprio, explicitando a cristologia primitiva: em Jesus
de Nazaré cumprem-se as profecias; Ele é o Salvador
esperado, o Emanuel, o «Deus connosco» (1,23) até
à consumação da História (28,20); é o Mestre por
excelência que ensina com autoridade e interpreta o
que a Lei e os Profetas afirmam acerca do Reino do
Céu (= Reino de Deus); é o Messias, no qual converge
o passado, o presente e o futuro e que, inaugurando
o Reino de Deus, investe a comunidade dos
discípulos a Igreja do seu poder salvífico.
2 - SÃO MARCOS – ANO B
3 - SÃO LUCAS – ANO C
3ª. REFLEXÃO:
JESUS MISSIONÁRIO DO PAI. NÓS
MISSIONÁRIOS DE JESUS
• Jesus não caiu do céu, vindo de outro planeta.
Acreditamos que ele veio de Deus, enviado
pelo Pai para realizar uma missão,
designando-se como “aquele que o Pai
consagrou e enviou ao mundo” (Jo 10,36).
• Jesus, desde a sua concepção, é ungido pelo
Espírito Santo para realizar em união com Ele,
a missão que Deus Pai lhe confiou: “O Espírito
do Senhor está sobre mim, porque me ungiu
para que dê a boa notícia aos pobres...”
O fato de ser o Filho de Deus não fez dele um
estrangeiro, alheio à vida dos homens e das
mulheres do seu tempo. Jesus nasceu pobre,
viveu no meio do povo, trabalhador igual a
outros trabalhadores: “Trabalhou com mãos
humanas” (GS, 22). Assim Jesus mostra que
conhece perfeitamente a situação econômica
do povo da Galiléia, por fazer parte também
ele da classe trabalhadora e explorada (Mt
18,23-24).
2. A missão de Jesus de Nazaré
O projeto de Jesus foi o de reconciliar a
humanidade com o Pai, estabelecer a
fraternidade no mundo, congregando homens
e mulheres numa só família. Por isso os
preconceitos e as desigualdades não
correspondem ao plano do Pai a respeito da
humanidade, plano que Jesus assumiu no seu
projeto de vida.
• Jesus anunciou o reino de Deus: Jesus não só
mostra e revela o Pai, mas revela-nos e
anuncia o Reino do Pai. O Reino de Deus é
justiça, paz e amor no Espírito Santo;
• Jesus optou pela pessoa humana em oposição
às coisas materiais. Optando pelo Pai, preferiu
os vocacionados a serem filhos e filhas do Pai.
Jesus optou pelos excluídos:
Jesus não optou pelo homem
abstrato, mas por pessoas
humanas concretas, aquelas
que inspiravam compaixão.
Jesus não foi pobre por força
das circunstâncias, mas por
opção livre.
Os nossos pobres suportam o
flagelo da pobreza por força
do egoísmo explorador de
pessoas e estruturas. Jesus
optou pela condição dos
pobres, vítimas do egoísmo
humano. Solidarizou-se com
aqueles que carregam as
conseqüências do egoísmo
e ganância dos homens.
3. O projeto de vida de Jesus
Jesus, pela encarnação, assume a condição
humana para fazer da história, uma história de
salvação, sendo ele o exemplo e o guia. Pela
humanidade de Jesus, Deus entra na nossa
humanidade e pela humanidade de Jesus nós
temos acesso à divindade de Deus. Nossa fé
proclama que “Jesus Cristo é rosto humano de
Deus e o rosto divino do homem”.
Pela encarnação Jesus se identifica com
aqueles que ama:
- Existem muitos pobres necessitados: Jesus se
identifica com eles, nascendo, vivendo e
morrendo na pobreza.
- A grande maioria dos homens passa a vida
no anonimato: Jesus passa 30 anos oculto em
Nazaré, lugarejo sem nome.
- Existem homens torturados: Jesus foi
torturado por questão de sinceridade no
amor...
Dentro de todo o processo de descoberta e
adesão a Jesus, que dura a vida toda, deverão
aparecer cada vez mais nítidos os traços de
Jesus na personalidade do cristão: caridade,
paz,
justiça,
fraternidade,
verdade,
humildade, desprendimento, serviço e
abnegação. O cristão torna-se cada vez mais
como Jesus na medida em que se torna mais
comunitário e profeta, a exemplo de Jesus.
4. A prática de Jesus
A conversão que Jesus prega não consiste
apenas em fazer penitência, mudar a conduta
para se salvar e escapar da condenação. É
conversão quando transforma o modo de
pensar e agir da pessoa: os que atuam na
história são os que devem construir o Reino
de Deus.
Para os Escribas e Fariseus, o pecado consistia
em desrespeitar os preceitos que visavam a se
proteger das impurezas exteriores (Mt 23,28).
O pecado é a transgressão da Lei. Para Jesus, o
pecado está dentro da pessoa: o que a gente
diz (Mt 15,18) e o que a gente faz contra o
próximo (Mt 15,19).
5. A morte como conseqüência da vida
A morte de Jesus é uma conseqüência
histórica do tipo de vida assumido por ele. A
sua extraordinária pretensão de anunciar e
implantar o Reino de Deus não deu certo.
Acabou preso, torturado e na morte de cruz.
Entretanto nós sabemos, mediante a fé, que o
fim não foi o fracasso da morte na cruz, mas a
vitória da vida na ressurreição.
Contudo, as suas atitudes e suas palavras
tinham uma forte conotação sóciotransformadora. Seus inimigos perceberam
muito bem que seus privilégios estavam
ameaçados com a pregação daquele Galileu.
Conclusão: ele deve morrer!
6. Um anúncio que interpela e converte
A pregação cristã começou com o anúncio da
cruz. Assim o entendeu São Pedro na manhã
de pentecostes. Este é, efetivamente, o único
problema: ou a Igreja e os cristãos
redescobrem que são Igreja da cruz e
seguidores do Crucificado ou deixam de ser
Igreja de Cristo e cristãos. Todos os demais
problemas são menores. A pergunta decisiva
que cada um de nós deve responder é esta:
Que significam para mim e para o mundo a
cruz e o crucificado?
7. “Como o Pai me enviou…”
Em virtude do batismo que recebemos, fomos
credenciados pelo próprio Jesus a continuar a
sua missão, pois ele disse: “Como o Pai me
enviou, eu vos envio” (Jo 20,21). O discípulo e
missionário deve ser evangelizado, para ser
evangélico e poder evangelizar. O evangelho
nos revela um Deus que movido de compaixão
se faz próximo daqueles que mais sofrem. O
Deus revelado por Jesus é solidário com o
sofrimento de cada pessoa humana.
Servir a Jesus Cristo nestes rostos desfigurados
torna-se uma fonte de espiritualidade que
alimenta a nossa prática pastoral. Queremos
ser missionários para proclamar a boa nova da
dignidade humana, da vida, da família, do
trabalho, da ciência e da solidariedade com a
criação. A razão pela qual Jesus veio ao
mundo deve estar sempre presente na vida do
missionário e da missionária, como
realizadores do projeto do Pai: “Eu vim para
que tenham a vida e a tenham em
abundância” (Jo 10,10).
4ª. REFLEXÃO:
OPTAR PELOS POBRES É DENUNCIAR AS
CAUSAS DA MISÉRIA E DA OPRESSÃO.
Não se pode ser seguidor/ a de Jesus,
compactuando, ao mesmo tempo, com a
mentira, a corrupção, a exploração, a
opressão: “Uma Igreja que não se
compromete com os pobres,
que não denuncia as causas
da pobreza, as injustiças,
não é a verdadeira Igreja
de Jesus Cristo”
(Mons. Oscar Romero, homilia 17/02/1980).
Optar pelos pobres é ser solidário com os
pobres.
A solidariedade com os pobres leva a
experimentar a mesma situação dos pobres,
sobretudo em regimes ditatoriais: “É por isso
que a Igreja sofre o mesmo destino dos
pobres: a perseguição. É uma glória para a
nossa Igreja ter misturado o sangue de
sacerdotes, de catequistas, de comunidades
com os massacres do nosso povo” (Mons.
Oscar Romero, homilia 17/02/1980).
Optar pelos pobres é viver uma existência
pobre
Típico de Jesus foi ter vivido uma existência
pobre, como os pobres da sua época. Há pessoas
que lutam em favor dos pobres, mas sem viver
uma vida pobre. Jesus agiu de outra maneira; ele
escolheu viver a sua existência humana à maneira
dos pobres da sua época, desde o nascimento. A
manjedoura não é nenhuma poesia romântica,
era o lugar comum onde costumavam nascer as
crianças dos casais pobres da Galiléia.
Optar pelos pobres é usar meios pobres.
Jesus recusou, decididamente, o uso do poder,
não colocou sua confiança nos meios
poderosos (dinheiro, prestigio, força), por
quê? Não fez isso por uma questão de
renuncia, de ascese ou de desprezo, e, sim,
por uma questão de eficácia.
Sim, para Jesus os meios eficazes, capazes de
gerar vida, comunhão e solidariedade, são os
meios pobres, e não os meios do poder,
aqueles que vêm de cima para baixo, para
impor, para meter medo ou para abafar as
potencialidades que estão dentro de cada
pessoa. Somente os meios pobres, ao alcance
do povo, são capazes de testemunhar e de
provar que “um outro mundo é possível”.
1.5. “Felizes os pobres em espírito”
Seguindo Jesus, as surpresas não param de
acontecer. Não somente ele optou pelos
pobres, não somente viveu uma existência
pobre, não somente usou meios pobres; ele
proclamou: “Felizes os pobres”. Para Jesus a
felicidade está nos pobres, o que é isso? Ele
não disse: “Felizes os pobres que conseguem
sair da pobreza para se tornarem ricos”,
porque? Como se explica? Não é essa a
propaganda que a cultura do consumismo
prega aos quatro ventos?
-Não é isso que a grande maioria dos pobres
mais anseia? Não é esse o objetivo da
economia de mercado? Não é esse o ideal da
grande maioria das pessoas ao escolherem
algum tipo de profissão na vida?
-No Evangelho de Lucas se diz simplesmente:
“Felizes os pobres, porque o reino de Deus
lhes pertence” (Lc 6,20). Quer dizer: felizes os
pobres porque o Reino de Deus é com eles, é
deles, é do lado deles e eles têm condição de
fazê-lo acontecer nos caminhos da história.
No evangelho segundo Mateus há uma
palavra a mais: “Felizes os pobres em espírito”
(Mt 5,3). O que é isso? Indo à raiz bíblica da
expressão, descobre-se que eles são os pobres
(pobres mesmo), mas conduzidos pelo espírito
de Deus (esta é a tradução mais fiel ao texto
grego).
O caminho da perfeição não é, em primeiro
lugar, fundar obras sociais em favor dos
pobres, é muito mais. É ser pobre em espírito,
é viver uma existência humana ao estilo de
Jesus, é viver os valores profundamente
humanos, típicos do mundo dos pobres. São
valores que estão ao alcance de todos, em
quanto que criar obras sociais, fundar um
colégio ou um hospital, somente poucos
conseguem fazer.
1.6. A riqueza que vem dos pobres
O pobre é antes de tudo, um portador de
grandes valores humanos. Quais são? É só
conviver e contemplar o mundo dos pobres,
para descobrir seus valores. A seguir, algumas
‘riquezas’ do mundo dos pobres:
a) Partilha;
b) Gratuidade;
c) Festa;
d) Abertura aos outros;
e) Abertura ao ‘Outro’ (Deus);
f) Realismo;
g) Luta por um mundo mais justo e
mais fraterno;
h) Firmeza, perseverança, teimosia;
i) Compaixão e ternura;
j) Humildade e docilidade interior;
l) Convivência com a natureza;
m) Esperança.
5ª. REFLEXÃO
SENTIDO DA VIDA
A vida é um dom gratuito de Deus, dom e tarefa,
e devemos cuidar com uma atenção sagrada,
desde a concepção, em todas as suas etapas até a
morte natural, sem relativismo.
1.1 - A Vida Tem Sentido?
A princípio, a verdade apresenta-se ao homem
sob forma interrogativa: A vida tem um
sentido? Para onde se dirige? À primeira vista,
a existência pessoal poderia aparecer
radicalmente sem sentido. Não é preciso
recorrer aos filósofos, nem às perguntas
provocatórias que se encontram no livro de Jó
para duvidar do sentido da vida.
1.2 - A Boa Nova da Dignidade Humana
Diante de uma vida sem sentido, Jesus nos revela
a vida íntima de Deus em seu mistério mais
elevado, a comunhão trinitária. É tal o amor de
Deus, que faz do homem, peregrino neste
mundo, sua morada: “Viremos a ele e viveremos
nele” (Jo 14, 23). Diante da idolatria dos bens
terrenos, Jesus apresenta a vida em Deus como
valor supremo: “De que vale alguém ganhar o
mundo e perder a própria vida?” (Mc 8,36). “Feliz
aquele que transfere o que sabe, e aprende o que
ensina”.
2 - - A Bíblia e a Defesa da Vida
Deus quer destruir a cadeia de morte que
entrou no mundo, mas o pecado,
ação livre e responsável das
pessoas humanas, como
que estendendo tentáculos,
cria uma rede de ódio
que gera uma mentalidade
de morte, presente no
mundo até os nossos dias.
2 – Deus é o doador da vida.
A presença da vida em nosso planeta é um
dom de Deus. Foi ele quem ordenou o
surgimento da vida vegetal (Gn 1, 11-12), a
vida animal em todas as suas dimensões e
características (Gn 1, 20-22) e, por fim fez o
ser humano, conforme nos narra o Livro do
Gênesis: “Então o SENHOR Deus formou o
homem do pó da terra, soprou-lhe nas narinas
o sopro da vida, e ele tornou-se um ser
vivente” (Gn 2, 7).
Deus é o Senhor da vida. Até mesmo a vida
dos poderosos está em suas mãos (SL 75 [76],
13) e dependem de seu sopro que vai e não
volta (SL 76 [77], 39), pois nossos anos
acabam como num sopro (SL 89 [90], 9).
E o Deus da vida garante a continuidade do
seu sopro vital. Somente Deus tem poder
sobre o alento da vida (Ecle 8, 8). Nós não
podemos acrescentar um minuto em nossas
vidas (Mt 6, 27).
3 – Deus é o defensor da vida
Deus não deseja a morte nem mesmo para o
pecador, mas espera a sua conversão, porque
a morte é fruto do pecado (Ez 18, 23). Deus
não só defende a vida como também livra os
que são conduzidos à morte (Pv 24, 11).
4 – A Lei divina – Não matarás!
Não matar é a expressão proibitiva do valor da vida, que é
dado pelo próprio Deus. Não matar significa defender a
vida em todas as situações de ameaça. Significa também
valorizar a vida em todas as suas dimensões. É por isso que
a Lei da Santidade explicita diferentes exigências e
proibições no sentido da defesa e valorização da vida como,
por exemplo, o cuidado com os pobres, a diminuição da
fome, o compromisso com a verdade, o pagamento do
salário em dia, a proibição da exploração e da extorsão, o
respeito às pessoas com deficiências, a necessidade da
justiça nos julgamentos, a proibição da maledicência, a
condenação da conspiração contra a vida de outras
pessoas, o respeito às pessoas idosas, o tratamento digno
aos estrangeiros, a justiça no comércio, etc (Lv 19, 9-37).
5 – Os profetas e a defesa da vida
• Uma das características principais do profetismo é a
denúncia do pecado. No caso da defesa da vida, vemos
que vários profetas denunciam a sociedade violenta de
sua época.
• Deus combate a injustiça e a violência (Hab 1, 17) e
recompensa quem busca o bem, conforme narra o profeta
Isaías: “Aquele que caminha na justiça e só fala a verdade,
que se recusa a ficar rico com a exploração, que esconde a
mão para não aceitar suborno, que tapa os ouvidos para
não ouvir proposta assassina, que fecha os olhos para não
apoiar a injustiça, esse vai morar nas alturas, o alto da
rocha será seu refúgio” (Is 33, 17).
Conclusão
Deus é o doador e conservador da vida, mas
exige de todos nós compromisso com a vida e
maturidade diante dela. O Deus da história
não quer que sejamos passivos diante das
diferentes ameaças à vida, mas sim que, como
protagonistas do momento histórico em que
vivemos, sejamos capazes de construir novas
relações fundamentadas nos valores que
defendem e promovem a vida em geral e a
vida humana em especial.
Esses valores nos são revelados pelas Sagradas
Escrituras, de modo que elas nos dão os
princípios iluminativos para a nossa reflexão e
ao mesmo tempo se constituem no
fundamento do nosso agir.
6ª. REFLEXÃO
CONVICÇÕES PARA AVANÇAR NA MISSÃO
1)A vida é uma missão.
2)A missão tem a ver com os grandes problemas
e desafios de hoje.
3) Deus é missão.
4) Jesus de Nazaré é a revelação plena da missão
trinitária.
5) A Igreja é missão.
6) A Igreja deve viver em um processo permanente
de conversão para ser fiel à missão de Deus.
7) Missão não é para conquistar adeptos, de
qualquer jeito; é para dar sentido verdadeiro à
vida. É para testemunhar e servir, gratuitamente.
8) Missão não é para justificar instituições e
situações.
9) A missão não é alguma atividade a mais, por
algum tempo, é o coração de tudo, é um
processo permanente, até o fim de nossa
existência.
3.1 – Entendendo bem o papel das SMP
-Elas não são as coisas mais importantes, o
que vale é a missão de Deus. Elas são
instrumento, querem ajudar a viver a missão
de Deus, hoje.
-As SMP têm se revelado um instrumento
muito eficaz para colocar as dioceses em
missão permanente. Faz muito tempo que não
usamos mais as expressões: pré-missão –
missão – pós-missão. A missão é para sempre,
pois a vida é uma missão.
-As SMP não são um parêntese na pastoral,
sem um antes e um depois, mas um tempo
forte, fecundo, para deslanchar uma pastoral
decididamente missionária.
-As SMP querem ser um serviço
transformador e libertador às pessoas, à
diocese
(paróquias,
comunidades),
à
sociedade e ao Planeta. É impressionante a
convergência dos missionários para estes
objetivos, do norte ao sul do país.
7ª. REFLEXÃO
ESPIRITUALIDADE DO MISSIONÁRIO
No NT, o termo que traduz espírito é
PNEUMA. Muito semelhante ao sentido e ao
uso da palavra ruah: é o movimento do ar,
principalmente sopro ou vento. A novidade do
NT: espírito como força de Deus, presente em
JC e posteriormente nos apóstolos. O Espírito
é dado, antes de tudo, ao próprio Jesus no
batismo.
Dessa forma, Espiritualidade seria viver uma
vida segundo o Espírito, uma vida no Espírito,
aí se contrapondo à vida segundo à carne, à
vida na carne.
Essas duas situações fundamentais que
caracterizam o ser humano são desafios que
exigem uma definição e uma opção
fundamental.
2. Viver segundo o espírito é outra opção
fundamental para a existência humana.
Quem vive nessa dimensão não está livre do
peso da vida, das tribulações, da dor e da
angústia.
Viver segundo o espírito é viver
filialmente face a Deus na devota obediência
de sua vontade. Fraternalmente com os
irmãos e senhorilmente frente ao mundo
como um livre Senhor e responsável pela reta
ordem das realidades do mundo.
•
Espiritualidade é viver segundo o Espírito
do Senhor, tentando fazer novas todas as
coisas. É uma resposta pessoal
à presença de Deus,
uma experiência interior,
um encontro pessoal e
profundo com o Pai
misericordioso. Faz-se
como uma oração
silenciosa...
Condições para a experiência de Deus:
1.Acreditar que Ele existe, está vivo.
2.Fazer silêncio dentro de si para escutá-lo.
3.Prestar atenção nessa presença.
4.Responder, acolher ativamente sua
presença na práxis.
II – Espiritualidade na Bíblia
• 1 – Espiritualidade é ser uma nova criatura
• 2 – Espiritualidade é ter um novo
procedimento
• III. A Espiritualidade Missionária
• “A Espiritualidade missionária
exprime-se, antes de tudo,
no viver em plena docilidade
ao Espírito, e em deixar-se
plasmar interiormente por Ele,
para se tornar cada vez mais
semelhante a Cristo”.
(João Paulo II,
a Missão do Redentor, n. 87).
• A nota essencial da espiritualidade missionária
é a comunhão íntima com Cristo. Não é
possível compreender e viver a missão, sem a
referência a Cristo.
• Como “enviado”, o missionário experimenta a
presença reconfortante de Cristo que o
acompanha em todos os momentos da vida:
“Não tenhas medo... porque eu estou contigo”
(At 18,9-10).
Já podemos falar em SANTIDADE
MISSIONÁRIA, cujos elementos são os
seguintes:
• A centralidade de Cristo na vida do missionário e
a abertura ao seu Espírito, que chama e envia
gratuitamente à missão;
• A pobreza como condição e estilo de vida;
• Amor eclesial;
• Atitude de realismo;
• Abertura sem fronteiras
• Atitude de provisoriedade;
A espiritualidade missionária exige confronto
com algumas tentações:
-A tentação do protagonismo;
-A tentação do fatalismo;
-A tentação do narcisismo;
-A tentação do ativismo
IV – Espiritualidade de Jesus: Santas Missões
Populares
O missionário procura inspirar-se na mesma
espiritualidade missionária de Jesus, mas
encarnada e atualizada na realidade em que
ele vive. Qual enfim a espiritualidade do
missionário que trabalha as Santas Missões
Populares?
Realmente, a vocação do missionário (a) é ser:
• profeta/profetisa, que desmascara e denuncia todo
tipo de corrupção, de desonestidade, de injustiça, de
mentira, de agressão à dignidade da vida.
• Pastor/pastora, que dá a vida pelos mais
necessitados, sem voz e sem vez, carregando com
carinho suas dores e preocupações.
• Conselheiro/a, que ajuda as pessoas a discernir, a
dar sentido autêntico à vida, a viver os valores do
Evangelho de Jesus no cotidiano da vida.
8ª. REFLEXÃO
SER E FAZER DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS:
Uma igreja que procura a si mesma e sua conversão
na missão: esse é o mesmo anseio que deu vida ao
Concílio Vaticano II. Já na época via-se os alvores, as
promessas e as fragilidades de um mundo
globalizado. Hoje como ontem, olha-se com
otimismo e simpatia, de maneira ampla mas não
ingênua, às mudanças que estão acontecendo,
procurando enxergar através dos sinais dos tempos o
projeto de Deus para a história (Documento de
aparecida 33; 60).
1 – A missão como âmbito para o discipulado
A proposta de discipulado de Jesus acontece
no caminhar da missão: o Mestre chama seus
discípulos a segui-lo para fazê-los “pescadores
de homens” (Mt 4,19),
enquanto “andava por
toda Galiléia, pregando
a Boa Nova do Reino e
curando todo tipo
de doença” (Mt 4,23).
Trata-se de um percurso interior de conversão
que começa pelo testemunho de vida, pela
acolhida da “Palavra do Reino” (cf. Mt 13,19),
pela mudança do coração, pela adesão a uma
comunidade que celebra o mistério Pascal e
confessa o senhorio de Cristo, salvação de
todos e recapitulação de todas as coisas: “O
Senhor é o fim da história humana, o ponto
focal dos desejos da história e da civilização, o
centro do gênero humano, a alegria de todo
coração, a plenitude de suas aspirações” (GS
45).
2 – Ser discípulo: um humilde aprendiz na
prática missionária
A condição preliminar e essencial para seguir
Jesus é tornar-se pobre, humilde, manso,
misericordioso, puro de coração. Numa
palavra, um humilde aprendiz. Essa é a
condição básica para aprender e se entregar a
Deus. Os soberbos e os presunçosos não estão
em condição de aprender: contam apenas
consigo mesmo.
As etapas dessa caminhada são essencialmente
três:
* a passagem da vivência de um amor “ordinário”
para um amor radical (não apenas quem mata,
mas também quem fala “estúpido” para seu
irmão irá para o fogo do inferno – Mt 5,21ss.);
* a passagem de um amor recíproco para um amor
gratuito (não olho por olho e dente por dente –
reciprocidade – mas oferecer outro lado da face,
o manto, o tempo, etc. – Mt 5,38ss.);
* a passagem de um amor “tribal” para um
amor universal (o amor aos inimigos, o amor
estendido a todos sem exclusão de alguém –
Mt 5,43ss.). Essa última etapa corresponde
também com o topo da montanha do
mandato missionário de onde Jesus envia seus
discípulos a todos os povos. O discipulado
acontece na missão e a missão universal
realiza plenamente o discipulado. É o máximo
do amor possível.
9ª. REFLEXÃO
APELOS DE APARECIDA
Veio para acordar e fazer
avançar. Missão/ discípulos
missionários são palavras
chave do documento.
Há declarações no documento
de Aparecida que
surpreendem e incomodam.
Vejamos algumas:
- “A Igreja necessita de forte comoção que a
impeça de se instalar na comodidade” (DA
362).
- “Esperamos em novo Pentecostes, uma vinda
do Espírito que renove nossa alegria e nossa
esperança” (DA 362).
- “A conversão pastoral de nossas comunidades
exige que se vá além de uma pastoral de mera
conservação para uma pastoral decididamente
missionária” (DA 370).
“Precisamos de uma evangelização muito mais
missionária, em diálogo com todos os cristãos
e a serviço de todos os homens” (DA 13).
“Missão não é tarefa opcional, mas parte
integrante da identidade cristã” (DA 144).
“A Igreja peregrina é missionária por
natureza, porque tem sua origem na missão
do Filho e do Espírito Santo, segundo o
desígnio do Pai” (PA 347).
“A missão é a razão de ser da Igreja, define sua
identidade mais profunda” (DA 373).
“A Igreja deve cumprir sua missão seguindo os
passos de Jesus e adotando suas atitudes” (DA
31, citando Mt 9,35-36).
“Todas as nossas paróquias se tornem
missionárias” (DA 173).
“A renovação missionária das paróquias exige
de nós imaginação e criatividade para chegar
às multidões” (DA 173).
“Os párocos sejam promotores e animadores
da diversidade missionária, requer-se
imaginação, exigindo novos serviços e
ministérios” (DA 202).
“A Diocese, em todas as suas comunidades e
estruturas, é chamada a ser ‘Comunidade
Missionária’” (DA 168).
10ª. REFLEXÃO
AS SANTAS MISSÕES POPULARES: UMA
OPORTUNIDADE FANTÁSTICA PARA FORMAR
MUITOS “POBRES EM ESPÍRITO”.
Pelas experiências cremos que as SMP, quando
bem entendidas e bem vividas, são, entre outros,
um instrumento válido, uma oportunidade
fantástica para gerar multidões de ‘pobres em
espírito’. Vários fatores o confirmam:
A característica popular das SMP. Elas mergulham
nos valores do povo, cuidam para resgatar as
riquezas do mundo dos pobres. Há testemunhos e
experiências belíssimos a respeito.
• As pessoas se sentem à vontade, gostam
imensamente
desta
convivência
popular.Cresce e se fortalece a beleza das
pequenas comunidades eclesiais, onde todo
mundo se sente sujeito, acolhido e valorizado.
• As SMP desejam ajudar as pessoas, através de
relações personalizadas e fraternas, a dar um
sentido verdadeiro à vida, portanto elas são
ecumênicas, abertas.
• Cultivam a unidade na diversidade. Juntam
valores e dons.
• Nas SMP se sente a presença carinhosa e
libertadora de Deus em tudo, nas visitas, nas
celebrações, nos mutirões, na escuta, nas
celebrações, nas vigílias de oração, nas horas
alegres e de dor.
• O estudo do Evangelho, feito com coração de
discípulo (a), faz crescer o gosto de ser seguidor/
a de Jesus Cristo.
• Nas SMP ninguém se sente um estranho, um
isolado ou um excluído. Tem lugar para todos,
todos são convidados a partilhar dons, alegrias e
preocupações.
• As SMP são uma grande ocasião para os que
possuem mais a se misturar com os mais
pobres, de verdade, sentindo apelos, dores e
esperanças.
• As SMP deslancham um processo místico
popular saudável. Dá um sentido à vida,
envolve e transforma.
11º REFLEXÃO
VISITAS
Pela sua importância.
As visitas fazem bem
Visitar é reconhecer que o outro existe; é
sair de si, é romper a casca do egoísmo, é
marcar presença significativa no outro (a).
Visitar é saber escutar, dar o melhor de si para
que o outro cresça como sujeito, como pessoa
autêntica. Visitar é um caso de amor, de amor
sublime.
As visitas de Jesus
- Jesus caminhava; foi um
missionário itinerante.
- Jesus sabia contemplar
a vida das pessoas,
valorizava as coisas
boas que ia
encontrando.
•
•
•
•
As visitas dos Missionários (as)
Ajudar as pessoas a dar sentido verdadeiro à
vida, no aqui e no agora.
Ajudar as pessoas ao encontro pessoal com
Jesus Cristo, com fé humilde e dócil.
Manter viva a espiritualidade encarnada e
atualizada do seguimento de Jesus nas
pessoas, nas comunidades, nas pastorais, nos
grupos.
Motivar, incentivar, acompanhar o estudo do
Evangelho e a Revisão de vida.
• Testemunhar a missão de Jesus hoje no dia a dia,
na profissão, nos locais de trabalho, nas
comunidades, no meio do povo.
• Visitar com gratuidade e sabedoria as pessoas,
especialmente as mais afastadas.
• Visitar outras comunidades, especialmente as
que estão passando por alguma dificuldade.
• Fundar novas comunidades, com o apoio das
comunidades vizinhas e da paróquia.
• Construir comunhão entre pessoas, na diocese,
entre comunidades, sobretudo lá onde há
divisão.
• Fazer cada vez mais da diocese uma grande rede
de comunidades, nas grandes e pequenas
periferias, nos povoados, onde for necessário.
• Valorizar as diferenças que enriquecem, os dons e
os carismas presentes nas pessoas.
• Ser um bom conselheiro, ajudando as pessoas a
discernir, a avaliar, a tomar decisões conscientes
e corajosas.
• Ajudar as pessoas a cultivar a oração silenciosa e
contemplativa, de adoração diante do mistério de
Deus.
• Promover, acompanhar, vivenciar vigílias de
oração, jornadas de espiritualidade missionária,
reza do Ofício Divino das Comunidades.
• Cultivar nas pessoas, nas comunidades, a
consciência crítica sobre a vida social, econômica,
cultural, política da região, do país e do mundo,
para ajudar viver melhor a ligação fé e vida.
• Valorizar tudo o que há de bom e de verdadeiro
nas pessoas, na sociedade e, ao mesmo tempo,
denunciar,
com
firmeza,
corrupções,
desonestidades, injustiças.
• Ajudar as pessoas a cuidar do bem comum, da
família, da sociedade; a trabalhar em equipe,
em mutirão, a partilhar serviços, a cultivar o
perdão, a humildade, a gratidão, a gratuidade.
• Cuidar da Terra como um ser vivente, com
seus direitos, para ela continuar a ser casa
acolhedora de toda a humanidade.
• Mostrar a importância, a beleza e a urgência
de um estilo de vida simples, sóbrio, não
consumista, para criar relações verdadeiras.
Acompanhar esse estilo de vida.
• Ajudar as pessoas a crescer na maturidade
humana, afetiva, espiritual e missionária.
• Despertar e acompanhar nas pessoas o
chamado ao ministério do missionário leigo.
• Dá para perceber que os missionários diocesanos
podem atuar mais facilmente numa Igreja
diocesana que seja acolhedora, missionária; que
seja ministerial, participativa, rede de
comunidades. O missionário diocesano deverá
evitar assumir outros tipos de compromissos,
para não virar quebra-galho em tudo; se assim
fizer, acabará se esvaziando.
Os dez mandamentos do missionário
-Humildade
-Disponibilidade
-Despojamento
-Força espiritual
-Coragem
-Inspiração de Deus
-Clareza e sabedoria
-Solidariedade
-Comunhão com Deus
-Ser instrumento
Secretariado Diocesano de Pastoral
Pe. Hideraldo Verissimo Vieira
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2º - RETIRO MISSIONÁRIO TEMA: VIDA E CONVICÇÃO