Publicação da Associação Brasileira de Distribuidores Volkswagen
Ano 34 • n• 310
Novembro 2O12
VWaindaCC
mais sofisticado
e dinâmico
RECADO
O show da
Volkswagen
Quase um milhão de visitantes compartilharam as
novidades do Salão Internacional do Automóvel de São
Paulo entre o fim de outubro e o começo de novembro.
Além dos lançamentos, que foram vários, as atenções se
voltaram, como sempre, para os carros de sonho - os super
esportivos, bólidos de cinema e os veículos que antecipam
tecnologias, como os híbridos e o clássico, porém ainda
distante do consumidor comum, carro elétrico.
Entre as marcas conhecidas e com produtos para todos os bolsos,
mereceu destaque a Volkswagen, que apresentou nada menos do que 13
modelos inéditos, entre eles o Taigun, SUV ainda conceito, mas que será
fabricado em vários países, inclusive no Brasil.
Na outra ponta, na ala do luxo, o renovado e desejado VW CC, que
ilustra a capa desta edição. Com a dianteira e a traseira completamente
redesenhadas, adaptando o modelo ao DNA de design da Volkswagen, o
carro ganhou uma aparência geral ainda mais ousada.
As outras estrelas VW foram o Novo Gol duas portas, o Fusca, o GT up!, o
buggy up!, o E-Bugster, o Cross Coupé – já apresentado na Showroom 308
-, a Amarok Canyon e o Jetta Hybrid, mas o grande mérito da marca no
Salão de São Paulo foi ter recebido o presidente da Volkswagen mundial,
Martin Winterkorn, que impressionado com o crescimento do nosso
consumo, declarou: “Se o mercado brasileiro continuar a crescer e atingir
5 milhões de unidades ao ano, vamos ter de considerar uma nova fábrica.”
E para completar as boas-novas, nada como uma injeção de certeza:
Thomas Schmall, presidente da Volkswagen do Brasil, anunciou mais R$
750 milhões para as fábricas de carros de Taubaté e de motores de São
Carlos. É isso. Quem está há quase 60 anos no Brasil conhece muito bem o
mercado. Por isso investe continuamente, e com total confiança.
S H OW R O O M
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SUMÁRIO
22 Capa Salão Internacional do Automóvel de São Paulo: no estande da Volkswagen, que
concentrou todos os olhares da mostra graças ao lançamento mundial do Taigun, SUV ainda
conceito,Thomas Schmall, presidente da Volkswagen do Brasil, anunciou mais R$ 750 milhões para
as fábricas de carros de Taubaté e de motores de São Carlos e o presidente mundial da Volkswagen,
Martin Winterkorn, também presente à abertura do evento, dada a sua importância para a marca,
garantiu: “Se o mercado brasileiro continuar a crescer e atingir 5 milhões de unidades ao ano, vamos
ter de considerar uma nova fábrica.”
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S H OW R O O M
3Recado
5 E@mail
6 Quem Passou Por Aqui
8 Gente
13 TechMania
14 Aonde Eu Vou Com O Meu VW
16 Design
22 Capa
30 A Passeio
36 Quem Tevê?
37 Sabor Particular
38 Na Varanda
39 Coleção
40 A um toque
41 Livros & Afins
42 Vinhos & Videiras
E@mail
Sempre Pollyanna
Minha mãe chegou em casa
com uma folha de uma revista
que nem sei qual é; a folha
do texto ‘Melhor viver dias
de Pollyanna” (Showroom
302 – Março 2012) e eu,
coincidentemente, estava
lendo o livro (que havia parado
há anos!) e gostei muito!
Procurei a matéria na internet
para mandar para diversas
pessoas!
Raissa Sartori
Assobrav TV
Tenho assistido à transmissão
da Assobrav TV “Insights de
Mercado” e pude verificar
que nesta última a imagem
dos números apresentados
não estava tão nítida quanto
a apresentada em setembro.
Gostaria de deixar minha
Expediente
Publicação mensal da
Ano 34 • Edição 310 • NOV. • 2012
Conselho Editorial
Antonio Francischinelli Jr. , Juan Carlos
Escorza Dominguez, Mauro I.C. Imperatori e
Silvia Teresa Bella Ramunno.
Editoria e Redação
Trade AT Once - Comunicação e Websites
Ltda.
Rua Itápolis, 815 • CEP 01245-000
São Paulo •SP • Tel (11) 5078-5427
[email protected]
Editora e Jornalista Responsável
Silvia Teresa Bella Ramunno (13.452/MT)
Projeto Gráfico e Direção de Arte
Marcelo Azevedo
[email protected]
Publicidade
Disal Serviços - Wanda Miguel
(011) 5079-5181
[email protected]
Impressão Gráfica Itú
Tiragem 5.500 exemplares
14 Aonde eu vou com meu VW
O espaço dos clientes e dos
concessionários Volkswagen.
sugestão para que o tempo
em que a TV transmite
os números (que são
importantes) seja maior que
o do instrutor, pois assim
poderemos memorizar,
analisar e anotar estes
números com mais calma.
Parabéns pela iniciativa! Esta
sendo muito útil para nós.
super oportunda com
o que aconteceu em
outubro.
Parabéns, bom
jornalismo é isso: estar
sempre ligado e prever
boas pautas. Mesmo em
uma revista segmentada e
mensal como Showroom.
Ângela Costa
Bley Jr
Tempo e temperatura
Muito acertada a entrevista
com o meteorologista
Willians Bini, da Somar,
profissional e empresa sérios
e competentes.
Vocês previram o Sandy
nos USA? Brincadeira...
Foi apenas uma maneira
divertida de dizer que vocês
se anteciparam aos eventos
de verão e deram “sorte”
publicando uma matéria
JK
Recomendo com ênfase
o livro do Cony “JK e a
ditadura”, indicado por
vocês na seção Livros
& Afins. Não só por se
tratar da biografia de
Juscelino Kubitschek,
mas pelo texto deste que
é um dos mais brilhantes
jornalistas e escritores
contemporâneos do
Brasil.
Mário Punci
Permitida a reprodução total ou parcial,
desde que citada a fonte.
As matérias assinadas são de
responsabilidade do autor e não refletem
necessariamente a posição da Assobrav.
Registro nº 137.785 – 3º Cartório Civil de
Pessoas Jurídicas da Capital de São Paulo.
Assobrav
Av. José Maria Whitaker, 603
CEP 04057-900
São Paulo – SP
Tel: (11) 5078-5400
[email protected]
Continue recebendo
Showroom
Há quase nove
anos recebemos a
revista Showroom
e, seguramente,
acredito ser uma das
melhores em matérias
automobilísticas.
Nenhum exemplar
passa sem ser lido na
íntegra.
Em junho mudamos
de endereço e até a
edição de junho/12
recebemos Showroom
regularmente. Fiquei
feliz em falar com vocês
e saber que podem
continuar nos enviando
a publicação, a partir de
agora em nosso novo
endereço.
Taipan Veículos
Diretoria Executiva
Presidente:
Sergio Antonio Reze
Vice-presidentes:
André Luiz Cortes Martins
Bruno Ferreira Abib
Carlos Roberto Franco de Mattos Jr.
Cesar Fernando Álvares de Moura
Eraldo Barbosa dos Santos
Francisco Veríssimo de Souza Filho
Marcelo Cyrino da Silva
Marcos Ricci Goldstein
Mauro Pinto de Moraes Filho
Diretores Ad-hoc:
Álvaro Antonio Cardoso de Souza
Darli Antonio Borin
Eduardo Rosa Biacchi
Luiz Francisco Viscardi
Rodrigo André Gaspar de Faria
Sergio Ribeiro Werner
Walter Keiti Yaginuma
Conselho de Ex-Presidentes
Mauro Saddi, Elias Monteiro,
Paulo Pires Simões, João Cláudio
Pentagna Guimarães, Rômulo D. Queiroz
Monteiro Filho, Orlando S. Álvares de
Moura, Amaury Rodrigues de Amorim,
Carlos Roberto Franco de Mattos,
Roberto Torres Neves Osório,
Elmano Moisés Nigri e
Rui Flávio Chúfalo Guião.
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Quem
Passou
por Aqui
José Luis Mano, que aproveitou a
revisão dos 15 mil km do seu Tiguan e 15
dias longe de suas empresas Polilínguas
(cursos de idiomas in company) e Street
Publicidade (mídia externa) para curtir o
seu hobby: o motociclismo de aventura. Na
foto, cedida à coluna, a vista enigmática do
deserto do Atacama, no Chile.
Roberto de Almeida Pires,
Sócio Diretor da BRDEALER, empresa de
tecnologia de internet parceira da DISAL, está
entusiasmado com o Carclick e a crescente
utilização da internet pela Rede Volkswagen.
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S H OW R O O M
Gente da Casa, Sidney Franceschini, responsável
pelo setor de Assistência Técnica da Assobrav, anda
muito satisfeito com a resposta da Rede VW na condução
do departamento que considera “a bola da vez”. “A
Assistência Técnica – diz ele - tem não só enorme potencial
para melhorar a rentabilidade da concessionária como a
possibilidade efetiva de reter clientes. O aumento da frota
nacional VW que dobrou de tamanho nos últimos cinco anos,
propicia, esta oportunidade.”
Hugo Fleury, da Learnway – Learning Solutions,
para apresentar soluções criativas de treinamento a
distância, à equipe da Assobrav TV...
O sempre querido, eterno amigo da Assobrav,
Wolfgang Sauer, ex-presidente da
Volkswagen do Brasil, para uma visita de cortesia
Bertrand Restivo, diretor
comercial da badalada agência Wish,
especializada em eventos internacionais,
para uma visita técnica à área de
Comunicação da Assobrav.
Para importante reunião na Assobrav, o
português Luis Alves, executivo da
Volkswagen AG, que há um ano está no
Brasil para acompanhar o Projeto SER
(Research Supply Excellence), que prevê
o aprimoramento técnico dos Gerentes de
Vendas da Rede VW.
E o professor José Augusto Minarelli,
diretor presidente da Lens & Minarelli
Outplacement e Aconselhamento de Carreira,
também conselheiro do CIEE, entre outras
muitas outras atividades, sempre presente
com suas assertivas e sábias recomendações.
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GENTE
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Marcelo
Sodelli
“Se você
disser “eu sou
o mesmo pai
para meus
três filhos”,
geralmente
você está
cometendo
um erro com
um deles.
Metade dos adolescentes brasileiros
já provou alguma droga e 80% deles
bebeu antes dos 18 anos. Os dados,
surpreendentes, fazem parte de um
estudo coordenado pela Escola Paulista
de Medicina, mas há muitas outras
pesquisas que apontam este como um
grave problema de saúde pública, e vários
especialistas dedicados a minimizar
os riscos a que estes jovens, os futuros
dirigentes do País, estão expostos.
por Silvia Bella
Marcelo Sodelli, psicólogo, professor e pesquisador da
faculdade de Ciências Humanas e da Saúde (Curso de
Psicologia) da PUC –SP, doutor em Psicologia da Educação
pela mesma universidade, presidente da ABRAMD –
Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos sobre
Drogas e membro da Sociedade Brasileira de Fenomenologia
é um dos principais expoentes. Com a tese da “prevenção do
possível”, isto é, diante do fato de que “não vamos acabar com
as drogas porque as drogas fazem parte da vida ao longo da
História”, Sodelli defende a educação, o esclarecimento sobre
o uso de drogas e não a repressão. “Pensar na perspectiva do
controle não vai ajudar as pessoas no combate às drogas”, diz.
Revista Showroom: Falar sobre drogas ainda é tabu. Falar sobre drogas
com os filhos, pior ainda. Como o Sr. diz, aterrorizar, reprimir, não é o
caminho. Como lidar com o assunto, então? É dizer: meu filho, beba pouco, fume pouco? (risos)
Marcelo Sodelli: O primeiro ponto que a gente tem que pensar em relação às
drogas e que elas estão inseridas neste mundo. Mundo que interfere de maneira muito determinada. O que vem de imediato à nossa mente quando falamos em drogas é a questão da violência, a questão do tráfico e a questão da
dependência. E são estes três aspectos que chegam aos pais quando a gente
fala em drogas. Claro que existe a violência, claro que existe o tráfico, claro
que existe a questão da dependência e da doença, só que esses três aspectos
costumam ser super valorizados, e o grande problema disso é que os pais acabam ficando desesperados, tendo uma atitude, muitas vezes, até incoerente.
Têm tanto medo em relação às drogas que em vez de ajudar os filhos acabam
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GENTE
“É ensinar de uma maneira
sistemática a criança, o
jovem, a pensar sobre o que
vale a pena na vida. Que ele
seja crítico em relação à sua
própria vida.
O único problema disso é
que pensar dói. É por isso
que geralmente as pessoas
não pensam.”
crescendo o problema. Então, o
primeiro ponto é esse: tratar de
não super valorizar a questão
da violência, do tráfico e da dependência.
Mas os pais só ouvem falar
em violência, em dizer que
fulaninho se matou, que o coleguinha do filho virou traficante...
Por quê? Porque o que aparece
na mídia, na televisão são sempre os problemas. Geralmente
o que vemos são as pessoas na
Cracolândia, são as pessoas
que usaram drogas e tiveram
overdose, as que usaram drogas e pararam de estudar. Isso
pode acontecer, claro que pode,
mas eu posso lhe dizer que isso
não acontece com a maioria
das pessoas. Então, essa super
valorização do medo das drogas só atrapalha. Por isso precisamos sair disso.
Os pais teriam que ser mais
tolerantes ou mais esclarece-
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dores sobre o uso de drogas?
Se a gente for pensar em uma droga, a
droga que tem que ser cuidada é o álcool. Porque é a droga mais usada. Só
que não adianta você proibir. A questão,
é como você falou anteriormente, é
educar sobre o assunto. Até é possível
fazer uso do álcool sem que você aumente consideravelmente o risco. O
problema é que como não se explica
nada, o jovem vai aprendendo por ele
mesmo, e aí parte para o exagero. Ele
passa a estar mais vulnerável à violência, a acidentes...
Sabe o que é engraçado? Os pais ficam tão preocupados com a questão
do crack, que é consumido por 0,8%
da população que esquecem do álcool,
droga que é usada por 80% da população. É uma coisa absurda!
Que conduta os pais devem adotar?
É necessário que os pais se informem
melhor sobre o assunto, que consultem
publicações de caráter científico. Os
pais precisam sair da informação superficial, sensacionalista. Porque, veja,
o adolescente vive num mundo onde o
tráfico, a dependência e a violência não
acontecem. Na escola ele não vê o trá-
fico de drogas, não vê ninguém
dependente, doente, se arrastando por causa de drogas
como as imagens mostradas
na TV, então o discurso que os
pais fazem em casa não bate.
Percebe? No quesito drogas, a
realidade dos pais é diferente
da realidade dos filhos.
Os pais devem dar uma
desencanada, é isso?
É importante ter preocupação,
porque qualquer relação com
drogas tem um risco. Pode
ser o álcool, pode ser o tabaco
- que são as drogas lícitas - e
podem ser as drogas ilícitas.
Qualquer tipo de uso, qualquer
tipo de contato tem risco, mas
os pais têm que conseguir estabelecer um canal de diálogo
e isso é muito difícil porque
dialogo não é ditadura. É preciso estar disposto a ouvir.
O que eu estou tentando
mostrar em um primeiro momento é que os pais devem sair
de um certo aprisionamento,
no sentido de ficarem morren-
do de medo das coisas e tentarem
se aproximar do filho e tentarem ver
tudo isso sobre uma outra ótica.
Conversando, ensinando, falando
a verdade...
A grande questão é a seguinte:
neste mundo moderno, as coisas
são muito rápidas e a gente tem que
conseguir ganhar tempo o tempo
todo, então, o trabalho de prevenção às drogas não tem que acontecer só na adolescência, ele tem que
começar lá na infância. Desde que
a criança é pequenininha, os pais já
tem que estabelecer esse diálogo,
esse costume de conversar sobre
os assuntos mais difíceis. E quando
a criança for crescendo, naturalmente terá essa abertura para falar
sobre sexualidade, para falar sobre
drogas, sempre dentro de um certo
limite. Você não consegue falar sobre tudo de sexo com seu filho, nem
é pra falar também. Nem consegue
falar tudo sobre drogas. Você vai ser
pai e mãe.
É interessante constatar que pais
tão preparados, que tiveram uma
educação liberal, sejam tão fechados e caretas com os filhos, incapazes de conversar com eles, de
lhes dizer claramente as coisas
mais simples, tipo: não misture bebidas, não passe do limite para
não dar vexame, não vomitar na
pista...(risos).
Essa geração de pais de agora são
os filhos daqueles pais bem liberais
que pegaram o pós-contracultura,
a década de 60, então, eles viveram
como filhos uma liberdade que até
então não existia e tentam ser mais
enérgicos.
Eu acho assim, os pais não têm que
ser nem totalmente liberais, nem
totalmente repressores, têm que
achar o meio termo com cada filho,
porque cada filho tem a sua necessidade. As pessoas não são iguais.
Se você disser: eu sou o mesmo pai
para meus três filhos, geralmente
você está cometendo um erro com
um deles. Porque cada filho necessita de um certo cuidado. Eu como
pai tenho que estar atento ao que
cada um dos meus filhos necessita.
Então, por exemplo, o filho mais
velho precisa de mais regra, o filho
do meio precisa de um pai mais
tranquilo e o último de um pai ultra
liberal. O pai, sendo um adulto, tem
que ter uma certa flexibilidade, só
que, no nosso mundo, como as coisas são muito rápidas, geralmente
os pais não têm muito tempo, não
têm tempo nem para pensar nos
filhos...
É a prevenção do possível...
Exato. Tem a ver com fazer um trabalho dentro de uma perspectiva,
de uma realidade. Tem a ver com a
escola e tem a ver com o Estado. A
gente poderia até pensar assim: se
não existissem as drogas a gente
poderia ter resolvidos todos os
problemas. Talvez sim, talvez não.
Mas o ponto é que não existe esse
mundo e nunca vai existir. Simplesmente porque desde que o mundo
é mundo sempre existiram as drogas. Porque é o próprio ser humano
que busca atividades que alterem
a consciência. Independentemente
das drogas, o ser humano necessita em algum momento alterar sua
consciência, seja jogando bola, seja
assistindo a um filme, seja assistindo novela, sabe, vendo televisão,
teatro. As drogas entram nessa possibilidade de alterar a consciência.
Por isso é impossível pensar em um
mundo onde não existam drogas. O
que a gente tem que fazer, então,
é trabalhar a prevenção do possível, que é justamente isso, é você
pensar em ações - por exemplo, na
escola – que reduzam os riscos. Não
vamos acabar com os riscos, mas
vamos reduzir de maneira bastante
considerável. Não tem outro jeito, os
pais têm que educar os filhos para
que eles vivam no mundo real.
E qual é a parte dos adolescentes?
O que eles precisam fazer para resguardar-se desse risco?
Os pais têm que ter informação
de qualidade para ensinar essa
perspectiva aos filhos e os adolescentes têm que ter consciência de
saber até aonde vão; até onde vale
a pena uma experiência; “que vida
é essa minha que eu quero colocar
em risco?” Eu acho que é por aí que
eu coloco em prática a prevenção do
possível. É ensinar de uma maneira
sistemática a criança, o jovem, a pensar sobre o que vale a pena na vida.
Que ele seja crítico em relação à sua
própria vida.
O único problema disso é que pensar dói. É por isso que geralmente as
pessoas não pensam.
A questão não é proibir de beber refrigerante, mas é fazer pensar e fazer
decidir o quanto você precisa beber
de refrigerante. Será que você precisa beber refrigerante todo dia? É
claro que falar sobre drogas com os
pais incomoda. Eles querem que os
filhos não usem drogas, eu entendo
isso, é claro, entendo o risco, mas eu
volto a enfocar a questão da prevenção do possível.
Esse risco é a afinidade química que
cada indivíduo pode estabelecer
com determinado tipo de droga? É
mais ou menos isso?
Sim. Cada pessoa tem um tipo de vulnerabilidade. Tem gente que vai beber e vai controlar bem a bebida, tem
gente que começa a beber e não tem
esse controle. Então, a pessoa tem
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S H OW R O O M
GENTE
que ser crítica em relação a isso,
ela tem que perceber que se ela
decidir usar alguma droga, precisa
estar consciente de como vai reagir
à droga e do quanto será capaz de
controlá-la.
Quando o ser humano sente necessidade de drogar-se pela primeira vez? O que o leva a fazer
isso? São só as “companhias”?
Uma criança que vai brincar no
gira-gira, por exemplo, e fica tonta
sabe que aquela atividade lhe dá um
tipo de prazer, um prazer que, na
verdade, nada mais é que um modo
de alterar a consciência. Ela não
tem uma compreensão total disso,
o que ela entende é que quando ela
faz esse tipo de coisa ela sente uma
diferença, e isso, de alguma forma,
a reforça a fazer mais. Então, veja,
é o próprio ser humano que vai
descobrindo coisas que dão prazer.
E a adolescência nada mais é do
que ganhar liberdade. Aquela pessoa que antes era o tempo todo vigiada por um adulto, passa, na adolescência a ter o primeiro momento
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S H OW R O O M
em que está por ela mesma.
Quando a criança vai a uma
festa, os pais vão junto, quando
o adolescente vai a uma festa,
só há adolescentes. Então ele
experimenta a liberdade. “Eu
tenho liberdade, o que eu faço
comigo?” A importância da
prevenção do possível é exatamente esta. O quanto é importante trabalhá-la desde a infância, para ir ensinando a criança
a cuidar de si mesma. Vendo os
riscos que ela corre, o que vale
a pena, qual a experiência que
ela procura, o que de fato ela
precisa. Ela tem que ter uma
clareza de que o mundo oferece
um monte de coisas, o mundo
vai solicitar dela um monte de
comportamentos, só que ela
tem que ter capacidade de discernir o que é bom para ela, e
isso é muito difícil...
É muito difícil em todas as
etapas da vida...
Mas é esse o nosso desafio.
O desafio da vida é que a vida
é uma questão: a gente nunca
vai resolver a vida”. “Resolvi a
minha vida. Não tenho mais
problemas. Não existe isso.
Todo mundo acorda de ma-nhã
e tem que cuidar da vida.
mundo exige demais da gente,
quando o mundo extrapola
exigência, do outro lado vai acontecer a mesma coisa. Quando a
gente exige demais do filho, que
ele estude pra caramba, que ele
dê conta de um monte de coisas
– que é a hora do trabalho dele - ,
na hora da diversão ele também
vai extrapolar. Por que existem
as raves que duram dois, três
dias? Quando a pessoa está trabalhando muito, ela tem que se
divertir muito. Mas nenhuma das
duas coisas tem um equilíbrio.
Esse é o nosso mundo. E isso é
uma coisa que todo mundo tem
que pensar.
O seu consultório tem mais adolescentes ou tem mais pais?
Trabalho tanto com adolescentes quanto com pais, mas nunca
atendo os dois. Quando atendo o
adolescente, indico os pais para
um colega e vice-versa.
E na sua visão quem está mais
louquinho o adolescente ou os
pais? (risos)
Os dois. Todos estamos sofrendo
as consequências de um mundo
que está exigindo muita coisa e
que não dá tempo da gente pensar. A gente fica meio que perdido no meio dessa tecnologia abQue cansaço, não doutor? surda, no meio dessa veloci­dade,
(risos)
e vai aceitando e vai entendo que
É, não é fácil não...
o mundo é assim, mas o mundo
não é assim, ele está assim. Ele
O mundo também exige muito está assim porque a gente aceidos jovens. Tem o vestibular ta. A gente tem que rever esse
que é uma maratona de super processo de mundo. A gente
provas...Depois eles têm que trabalha 14 horas por dia. Pra
falar no mínimo dois idiomas que? Para responder a esse
estrangeiros, serem seguros, mundo, que é um mundo de consimpáticos e lindos....
sumo. Olha que interessante: nós
Como a gente se comporta somos consumidores de roupas,
tem muito a ver como a gente de carros, de lazer e de drogas.
se insere no mundo. Quando o Faz sentido, não é?
TechMania
Distrações fatais
por FERNANDO Calmon
As estatísticas no Brasil,
pouco confiáveis, não chegam a captar
corretamente esse problema. Mas, no
exterior, em especial nos EUA, os estudos se aprofundam.
A Administração Nacional de Segurança de Tráfego em Rodovias (NHTSA, em
inglês) informou que mais de 900 mil
colisões envolvendo distração dos motoristas foram reportadas pelos policiais em 2011. Destas, 26 mil ocorreram em razão de ajuste em dispositivos
portáteis ou controles nos veículos.
Distrações têm várias origens e causas: cansaço, sonolência, conversas com ocupantes,
estresse, doenças, idade, entre outras.
Mais recentemente, o uso de equipamentos instalados a bordo ou embarcados, como celulares, tablets, tocadores de áudio e vídeo, navegadores,
telefones inteligentes e sua frenética
troca de textos, passou a ser fonte de
preocupações.
No passado, motoristas se limitavam a
mudar estação de rádio ou faixa musical, ajustar a temperatura do ar-condicionado, ligar faróis ou limpadores.
Agora, a corrida tecnológica envolve
fabricantes de automóveis e compradores, principalmente os jovens, e
exige conectividade total.
Aperfeiçoar a interface homem-máquina pode ser uma saída para gerenciar
esses riscos ao unir segurança e conveniência. A tendência é programar
os dispositivos para serem utilizados
em condições favoráveis, como baixas
velocidades no trânsito e paradas
em semáforos ou congestionamentos. Condições meteorológicas, visibilidade (à noite, em particular) e
até traçado do percurso levariam a
restrições voluntárias, adotadas pelos
próprios fabricantes.
Pesquisas apontam, ainda, outras
soluções, além das tradicionais teclas
no volante: ativação direta por voz em
vários idiomas, botões que indiquem
sensação tátil para não deixar o motorista em dúvida e tela de toque com
sensibilidade adequada e fácil entendimento.
A empresa Seeing Machines propõe uma tecnologia de
reconhecimento do rosto ou de movimentos dos olhos. Essa câmera avisa
ao motorista quando ele não está suficientemente atento ao dirigir e pode
ativar alarmes luminosos e sonoros
ou restringir a conectividade.
O tempo para dar uma espiada no painel ou no sistema de áudio não deve
passar de dois segundos. Mudar o
tipo e o tamanho da fonte das letras
exibidas permite ganho de 11% na leitura. Essa pequena diferença, em velocidade típica de rodovias, reduz em
cerca de 20 metros a distância percorrida em que o motorista deixou de
fixar o olhar no caminho à frente.
Os produtores de celulares ajudariam
Mais de 5 mil pessoas
morreram por falta de
atenção, cerca de 15%
das fatalidades totais.
se mudassem a tipologia de mensagens e comandos, pois alguns modelos
de carros de maior preço permitem
replicá-los na tela multimídia do veículo. Outra forma, mais difundida, é aperfeiçoar sistemas de conversão de texto
para voz e vice-versa. Para os viciados
em troca de mensagens e torpedos seria uma ajuda e tanto por diminuir possibilidades de distração.
Embora o NHTSA não tenha chegado
ao ponto de se preocupar com a tipologia nas telas, dá boas-vindas a qualquer inovação que permita reduzir o intervalo de tempo em que os motoristas
tiram os olhos da estrada.
Fernando Calmon é jornalista, engenheiro,
e consultor em assuntos técnicos e de mercado
[email protected]
13
S H OW R O O M
Aonde eu vou
com o meu
VW
Fã da linha Fox, Celso Lehnen, publicitário, hoje abastece suas aventuras a bordo da Spacefox que
comprou, assim como seus outros carros, na VW UNIDOS, de Porto Alegre (RS). “E um ótimo carro,
câmbio fácil, versátil, com o tamanho exato para as minhas viagens e para o uso diário”, justifica ele, que é adepto
de caminhadas, corridas e escaladas. Enfrentou o Everest até boa altura e pretende repetir a empreitada.
Como bom publicitário, não se furta a um slogan e a um trocadilho: “quando estou dirigindo, o sentimento que
tenho é este: eu e meu VW, UNIDOS”. Uau!
Quituteira de mão cheia, Miúra Maria Gonçalves dos Reis, 62 anos super bem-dispostos,
proprietária da Fazenda Santa Maria em Sawanopolis, município de Santa Maria das Barreiras, no Pará, produz queijo,
requeijão e doces, entre muitas outras delícias típicas da região norte, que ela semanalmente leva à Redenção a bordo do
seu valente Gol G IV comprado na VW NB AUTOMÓVEIS (Redenção, PA), de quem é cliente há mais de 20
anos, para comercializá-los na feira da cidade. Na volta para a fazenda, Miúra vai com o espaçoso porta-malas vazio, mas o
bolso e o coração cheios de satisfação.
14
S H OW R O O M
Para percorrer sua propriedade, o produtor Dirso Antonio Veronese não teve dúvidas; precisava
de uma Amarok. Ficou encantado com o modelo logo que saiu e comprou uma de câmbio mecânico na VW
PIRÂMIDE, de Pato Branco (PR), de quem é cliente desde a inauguração. E para circular pela
cidade, o cartorário Dirso Antonio Veronese também escolheu a Amarok. Por isso voltou à VW Pirâmide e
comprou uma Amarok Automática, assim que saiu. “A Amarok é perfeita, diz. Para o passeio e para o campo.”
O empresário Pedro Tomooka, de Vargem Grande Paulista, cliente de primeira
hora da VW DISCOVEL, de Cotia (SP), não vê a hora de testar seu Jetta Variant na estrada. Ele e
a mulher Roselisa querem visitar uma das duas filhas que mora no Rio de Janeiro. A programação será
diversificada, porque além das livrarias previstas – hobby do Sr. Pedro – os netos de lá, de 3 e 6 anos, serão
muito paparicados. “Mas o Jetta tem muito espaço e é robusto para tudo isso”, garante, com verdadeiro
conhecimento de causa, já que a outra filha, que como ele mora em Vargem Grande Paulista, também tem
dois meninos, de 2 e 4 anos de idade, ambos ligadíssimos no avô. E no carro do avô.
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S H OW R O O M
D esig n
Tem que ter elegância
“É um projeto inovador, fantástico.” Os adjetivos foram
usados por Paolo Pininfarina para, com entusiasmo,
defender o sistema de car-sharing Autolib e os
BlueCars, os carros compactos desenhados pelo Studio
Pininfarina utilizados na iniciativa que está funcionando por ROSÂNGELA LOTFI
em Paris e em 45 cidades dos arredores parisiense
desde dezembro de 2011.
Com igual entusiasmo, Paolo
O Autolib coloca o automóvel
Pininfarina falou do design
em uma nova era, seja porque é a
como valor competitivo de
primeira iniciativa de compartilhamento de
16
S H OW R O O M
diferenciação mercadológica e do TODesign in the World Program, programa de
internacionalização da Câmara de Comércio de
Turim e Centro Externo de Internacionalização
do Piemonte, que pretende trazer a excelência
do design “Made in Italy” para o Brasil.
“Mobilidade sustentável é e sempre foi um
pilar da atuação do Studio Pininfarina que
trabalhará cada vez mais nessa vertente.”
carro em uma grande metrópole do planeta,
seja porque os BlueCars são equipados com
motores elétricos de baterias de lítio-metalpolímero (LMP), diferente dos elétricos e
híbridos comuns mundo afora que utilizam
baterias de íon de lítio, similares às que
equipam telefones celulares ou computadores
portáteis. A diferença entre ambas é que as
LMP não utilizam líquido ou pasta eletrolítica, e
por serem secas não necessitam
de manutenção, correm menos
riscos de superaquecer, são
mais baratas e têm maior vida
útil. Estima-se que podem durar
10 anos, contra uma média de
três anos da bateria comum,
além de permitir que o BlueCar
rode 249 quilômetros com uma
carga de 4 horas.
Iniciativa do prefeito de
Paris, Bertrand Delanoe,
que objetivava duplicar o
sucesso do Vélib, serviço de
compartilhamento de bicicletas
lançado em 2007 e copiado
por várias cidades da França
e do resto do mundo. Várias
montadoras participaram da
concorrência, mas quem venceu
foi Vincent Bolloré, que não
tinha tradição na fabricação de
carros, mas é o décimo-segundo
francês mais rico do mundo,
com uma fortuna estimada em
1,7 bilhão de dólares. Além de
fazer o que acredita ser um
bom negócio, o empresário que
produz na França e no Canadá
as baterias de lítio-metalpolímero, quer provar ao mundo
que elas são a melhor solução
para automóveis elétricos.
Para isso, o Grupo Bolloré e a
Pininfarina estabeleceram a joint
venture Véhicules Électriques
Pininfarina-Bolloré.
Paolo Pininfarina
Laboratório de
mobilidade sustentável
O Studio reconhecido por Ferraris,
Maserattis e outros sonhos de
consumo sobre rodas, começou a
desenvolver o BlueCar em 2007.
O carro, em formato de bolha,
tem quatro lugares e um pequeno
porta-malas. As primeiras unidades
não eram pintadas, eram cinza,
a cor do metal para economizar
recursos. A Autolib começou com
300 carros, até meados de 2012
a meta era chegar 1.700 carros e
alcançar a marca dos 3 mil veículos
em 2013. A joint-venture prevê a
produção de 4 mil carros elétricos
destinados a Autolib e a capacidade
de produzir 5 carros/dia. Mas se
depender do sucesso pode ser bem
mais: há 8 mil interessados em têlos na garagem e três metrópoles
interessadas em replicar o
programa: Tel Aviv, Londres e Rio de
Janeiro.
Paolo Pininfarina disse
na apresentação do
intercâmbio entre a Fundação
Armando Alvares Penteado (FAAP),
a Câmara de Comércio de Turim e o
Centro Externo de Internacionalização
do Piemonte, que Paris é hoje o maior
laboratório do mundo em carros
elétricos e mobilidade sustentável.
“Não foi fácil, encontramos resistência
do status quo vigente, foi uma
empreitada astronômica, mas na
próxima cidade será mais fácil.” Paolo,
o terceiro da família no comando do
estúdio, admite que o BlueCar não
desenvolve muita velocidade e não
tem muito conteúdo; há problemas
17
S H OW R O O M
D esig n
Pininfarina
Cambiano, eleito o
carro-conceito mais
bonito no Salão de
Genebra deste ano.
de manutenção – por ser um carro compartilhado – e problemas de
software. “Não é um carro, é uma ideia de mobilidade. Bolloré é um
visionário e não importa quanto tempo vai levar, cinco ou dez anos;
teremos projetos de mobilidade elétrica e compartilhada em várias
cidades do mundo.” O Studio Pininfarina também desenhou as estações
de recarga, mais de mil até o final de 2012. A parceira já rendeu outros
frutos: um ônibus de 22 lugares equipado com baterias LMP.
Da Itália para o mundo
18
S H OW R O O M
A fronteira do design não tem limite, explicou Paolo, se referindo a
missão que quer trazer o design italiano para o Brasil. “Somos uma
marca e queremos aumentar nosso valor em várias áreas, de veículos
a utensílios de cozinha,
passando pelo interior
dos ambientes e pela
arquitetura, seja de uma
igreja ou do estádio
do Juventus”, (time de
Paolo Pininfarina). A
partir dos anos 1990,
o grupo Pininfarina
se internacionalizou
e diversificou, assina
projetos de arquitetura,
design de interiores
(hotel The Keating, nos
Estados Unidos), meios
de transporte (ônibus em
Madri e trem na Holanda),
além de produtos,
mobiliário, entre outros
setores.
O mais recente
sonho de
consumo sobre rodas
do Studio é o carroconceito Pininfarina
Cambiano, eleito o carroconceito mais bonito no
Salão de Genebra deste
ano. O protótipo quer
ampliar os negócios com
as montadoras chinesas
nas áreas de engenharia,
estilo e mobilidade
sustentável. Presente na
China há 10 anos, com o
Pininfarina Engenharia
Automotiva (Shanghai), o
Studio mantém parcerias
com BAIC, Brilliance,
Chery, FAW e JAC. O
Cambiano é um sedan
de luxo elétrico plug-in
que combina design puro
atemporal – futurista
e contemporâneo – no
melhor estilo italiano
com tecnologia de alto
nível. Antes ainda, o
Studio colaborou com
todas as marcas de
automóveis mundiais,
com as japonesas, como
Honda e Mitsubishi, com
a qual desenvolveu o
conceito SUV (Sport Utility
Vehicle).
Com a francesa
Peugeot, a colaboração
se estendeu por
meio século, já que a
Pininfarina foi associada
ao desenho dos modelos
403 e 404, dos sedans 404
e 504, e dos conversíveis
205 e 306. O Grupo
até chegou a comprar
uma planta industrial
na França. A crise
econômica fez o Grupo
abandonar a atividade
de produção de veículos
para montadoras em
outubro, mantendo as
atividades de design,
engenharia, pesquisa
e desenvolvimento,
principalmente no setor
de veículos elétricos. Sem
falar na parceria de 60
anos com a Ferrari que
criou os lendários Ferrari
Testarossa e os modelos
Daytona, Dino e 308 GTB.
No Brasil já há uma
parceria com a empresa
naútica Schaefer desde
2010 que criou os iates o
Phantom 620 e
Phantom 800.
abrir uma filial no
Brasil”, afirmou Paolo, ao
responder a pergunta se
haveria a possibilidade de
um veículo by Pininfarina
ser produzido no Brasil.
“Veículos de massa
requerem presença local,
desenvolvimento de
atividades de engenharia
perto dos fabricantes, em
alguns casos, com eles.
Esta é a forma de melhor
atender as necessidades
de um determinado
mercado. Além disso, os
veículos que vi nas ruas e
avenidas não funcionariam
em outros lugares, são
modelos específicos para o
mercado daqui e o design
tem que ser feito aqui.” Ao
dizer foco, o presidente do
Studio se refere à decisão
do Studio de só trabalhar
veículos de luxo.
A realidade
globalizada do
Studio Pininfarina
não é comum às outras
empresas da cidade de
Turim (capital de Piemonte
– norte da Itália). Segundo
Patrizia Ludi, a gerente
da TO-Design in the World
Program e da agência que
promove as empresas
no exterior, a maioria é
de pequenas e médias
empresas, com menos
de 50 funcionários. “Não
estamos promovendo
produtos, mas
criatividade. Queremos
exportar a capacidade
de Turim no segmento
de luxo, crescente no
Brasil; a cultura, a
gastronomia, as bebidas,
a moda, todas as formas
de entrar em contato com
a história do lugar.” Para
o competitivo mercado
brasileiro, investir no
design de produtos
é um instrumento
que rapidamente traz
diferenciação. Isto
porque, mundo afora as
empresas sofrem com
o que os especialistas
chamam de isomorfismo
mimético, ou seja, o de
ficar parecido em tudo:
na marca, no produto, na
tecnologia e no serviço.
“O design tem que ser
inovador e antecipar
tendências. O bom design
não é suficiente, tem que
ter elegância.”
“Temos interesse
no mercado
brasileiro.
Exploramos novos
mercados, somos globais,
poderíamos ser mais,
mas há limitações de
recursos, temos que
ter foco e não vamos
19
CAPA
Salão de São Paulo
Volkswagen mostra 13 modelos
inéditos e a estreia mundial do
TAIGUN
por Silvia Bella
No estande da
Volkswagen, que
concentrou todos
os olhares da
mostra, graças ao
lançamento mundial
do Taigun, SUV ainda
conceito, mas que será
fabricado em vários países,
inclusive aqui, outro executivo
da marca era disputado pelos
jornalistas especializados:
Thomas Schmall, presidente
da Volkswagen do Brasil, que
22
S H OW R O O M
anunciou mais R$ 750
milhões para as fábricas
de carros de Taubaté e de
motores de São Carlos.
O desaquecimento
dos mercados
europeu e norteamericano
associado ao anúncio
do Novo Regime
Automotivo brasileiro
(Programa de Incentivo
à Inovação Tecnológica e
Adensamento da Cadeia
Produtiva de Veículos
Automotores, o INOVAR-
AUTO) que estará em
vigor até 31 de dezembro
de 2017, e que favorece
a produção local de
veículos, acendeu o
desejo das montadoras
de ter pelo menos uma
unidade fabril aqui. É o
caso das tradicionais e
sofisticadas Audi, BMW e
Mercedes que já tiveram
linhas de produção no
País e anunciaram sua
intenção de retornar.
Além destas marcas
luxuosas, as que atuam
em todos os segmentos,
como as japonesas
Toyota, Honda e
Nissan, também
pretendem ampliar
instalações ou
aumentar o número de
suas unidades fabris.
A Honda, que quer
brigar no nicho dos
compactos, precisa de
uma nova fábrica daqui
a dois anos e a Nissan,
que pretende fabricar o
March, hoje importado
do México, em
território brasileiro,
também tem que por
“Se o mercado brasileiro continuar a crescer e atingir 5 milhões de unidades
ao ano, vamos ter de considerar uma nova fábrica.” Assim o presidente
mundial da Volkswagen, Martin Winterkorn, presente à abertura para a
imprensa e autoridades na 27ª edição do Salão Internacional do Automóvel
de São Paulo (21/10 a 4/11) se referiu ao País, hoje o quarto maior mercado
mundial e caminhado rapidamente para ocupar o terceiro lugar.
em funcionamento sua
unidade em Resende (RJ)
em 2014.
O Salão de São Paulo
trouxe, além de carros,
estas novidades,
mas foram os superesportivos, os protótipos
elétricos e os carrosconceitos que atraíram
a atenção da multidão
de mais de 800 mil
admiradores que mesmo
sofrendo o calor incomum
da última semana de
outubro, lotaram as
dependências do Pavilhão
de Exposições do Anhembi.
Foram 13 os
modelos inéditos
apresentados pela
Volkswagen no Salão
Internacional de São Paulo
e por isso seu estande – o
maior da mostra, com 5.050
m² -, roubou a cena e ganhou
os melhores comentários.
Os olhos do público foram
atraídos imediatamente
para o robusto Taigun,
lançamento mundial da
marca no Brasil. Com uma
aparência sofisticada e de
elevada qualidade, o Taigun
tem 3,85 metros de
comprimento, 1,72 metro
de largura e 1,57 metro
de altura. A distância
entre-eixos é de 2,47
metros, relativamente
longa em relação ao
comprimento exterior.
O motor 1,0l turbo com
sistema de injeção direta
do conceito também é
uma estreia mundial.
O novo propulsor, que
desenvolve 81 kW / 110
cv de potência (a 5.000
rpm), amplia a gama
de motores a gasolina
de três cilindros com base
na família EA211 e abre um
novo capítulo na estratégia de
downsizing da Volkswagen. O
protótipo de quatro lugares
(peso: 985 kg) acelera de 0
a 100 km/h em apenas 9,2
segundos e tem velocidade
máxima de 186 km/h. A
transmissão é manual de seis
marchas.
Observado de perfil, saltam à
vista os para-lamas salientes,
cuja forma atlética se integra
23
S H OW R O O M
CAPA
de forma harmoniosa às
laterais e que se estendem
até as portas. As seções
dianteira e traseira do
carro-conceito estão
ligadas visualmente pela
vincada linha abaixo dos
vidros laterais, que se
funde com a coluna C. A
forma exclusiva da coluna C
é típica de um Volkswagen.
Aí, os designers
integraram os puxadores
das portas traseiras,
totalmente nivelados com
a carroceria, de forma
aerodinamicamente ideal.
Toda a silhueta emana
robustez e segurança.
Na parte inferior da
carroceria, repara-se
logo na moldura inferior
robusta, que inclui as saias
laterais, as caixas de rodas
e as partes inferiores dos
para-choques. Agradáveis
à vista e convenientes para
um melhor aproveitamento
do espaço são os balanços
curtos: 708 mm na
frente e 681 mm atrás.
Por último, mas não
24
S H OW R O O M
menos importante: o
visual da silhueta é
complementado pelas
práticas barras de
teto com luzes de LED
integradas.
Na seção dianteira, os
designers do Taigun
criaram propositalmente
semelhanças com os
utilitários esportivos
Tiguan e Touareg
da Volkswagen. Da
mesma forma, o carroconceito apresenta
linhas dominadas
por um design com
elementos horizontais.
O para-choque integra
uma proteção inferior
em metal. Como de
qualquer outro ângulo, o
protótipo - com as suas
proporções equilibradas
– mostra-se robusto e
confiante também na
dianteira, sublinhando
a enorme largura da
bitola de 1.473 mm (igual
na frente e atrás) em
relação à largura total do
veículo (1.728 mm sem
retrovisores).
A traseira do Taigun
também se aproxima, do
ponto de vista estilístico,
dos irmãos maiores
Tiguan e Touareg. As
lanternas traseiras são
ligadas visualmente por
uma aresta por baixo do
emblema da Volkswagen;
abaixo dessa linha fica
a placa do veículo. De
forma geral, as linhas
horizontais também
marcam o design da
traseira. Assim como na
dianteira, o carro-conceito
possui proteção inferior
atrás. A tampa traseira
do bagageiro é bipartida,
de forma visualmente
escondida. A parte
superior (2/3), até a linha
inferior das lanternas,
abre para cima. A parte
inferior, que vai até a
proteção inferior (1/3),
abre para baixo. É possível
abrir também a parte de
cima, com o vidro traseiro
separado da tampa.
Assim como na parte
externa, os designers
desenvolveram no
interior um visual que,
com a sua clareza,
reflete o espírito do
tempo do nosso mundo
urbano. Quem está
habituado a utilizar
os smartphones ou
tablets atuais também
irá gostar do design
interno, do contato
com as superfícies
e da disposição dos
elementos no Taigun.
O SUV é um
bom exemplo de
aproveitamento ideal do
espaço, com porta-malas
de 280 litros. Rebatendo
o banco traseiro, a
capacidade aumenta
para 987 litros. A elevada
posição do assento é
típica dos SUV e reflete
os desejos de muitos
clientes de conduzir um
veículo que permite um
maior conforto ao entrar
e sair, assim como uma
melhor visibilidade em
torno do veículo.
Este VW CC está
com a dianteira
e traseira
completamente
redesenhadas,
adaptando o
modelo ao DNA
de design da
Volkswagen. Como
No outro
extremo, o luxo
do cupê de
quatro lugares
com motor V6 de
300 cv já poderá
estar no mercado
brasileiro no fim
do ano. É o VW CC,
cuja primeira versão
estreou mundialmente
há quatro anos,
tornando-se conhecida
imediatamente. O estilo
criado pela Volkswagen
também causou
excelente impressão:
só em 2009 - seu
primeiro ano completo
no mercado - o Passat
CC ganhou o ‘iF Product
Design Award’ (Fórum
Industrial de Hannover),
o ‘red dot Design Award’
(Centro de Design de
Nordrhein Westphalia,
Essen) e o ‘Design
Award’ australiano
(Australian International
Design Awards, Sydney).
resultado, o carro ganhou
uma aparência geral
ainda mais sofisticada e
dinâmica com oito cores
disponíveis: Branco
Cristal, Cinza Urano
(sólidas),Marron Oak,
Cinza Iron, Marrom Light,
Azul Night e Prata Sargas
(metálicas) e Preto Mystic
(perolizada).
Sobressaem na parte da
frente do carro o design
da nova grade cromada
do radiador com três
barbatanas transversais,
os faróis bi-xenônio de
série redesenhados
com luzes de curva
estáticas e o capô,
também redesenhado. O
Volkswagen CC traz luzes
de curva dinâmicas, onde
15 LEDs montados em
cada um dos alojamentos
dos faróis funcionam
como luzes de circulação
diurnas.
Comparada à do modelo
anterior, toda a área
que compreende o novo
para-choque dianteiro,
faróis e grade do radiador
exibem linhas mais
limpas, totalmente de
acordo com o DNA de
design da Volkswagen.
Este DNA é marcado por
características como
a ênfase nas linhas
horizontais e a concisa
harmonia dos faróis e
da grade do radiador.
Esta não é mais
desenhada como um
“V” isolado emoldurado
por elementos na cor
da carroceria. Agora, a
grade do radiador se une
aos faróis para formar
uma faixa visualmente
contínua e carismática.
Como no sedan de
luxo Phaeton, o novo
Volkswagen CC também
tem uma entrada de ar
adicional sob o parachoque dianteiro com a
cor da carroceria. Aletas
se integram às laterais
desta tomada de ar,
assim como os faróis de
neblina.
Apesar de seu design
independente, a
dianteira deixa claro
que o Volkswagen CC
pertence a uma marca
global. Observando a
grade do radiador: com
suas três barbatanas
cromadas ela possui
uma semelhança
estilística com o Phaeton
(produzido na ‘Gläserne
Manufaktur’ – a Fábrica
Transparente – em
Dresden, na Alemanha).
Como o modelo
anterior, o CC também é
produzido na fábrica da
Volkswagen em Emden,
no norte da Alemanha.
Esta fábrica de última
geração dá acesso a um
porto a partir do qual o
cupê de quatro portas é
embarcado para todas as
regiões do mundo.
Apesar das portas sem
molduras do CC não
terem sido modificadas,
o perfil do carro tem nova
aparência. Muitos pontos
foram trabalhados: na
dianteira, o desenho mais
reforçado do capô – em
contraponto ao novo
design do para-choque –
torna mais afiado o perfil
lateral do carro. Enquanto
isso, as soleiras laterais
esculpidas de forma mais
nítida se destacam entre
as rodas. Elas criam uma
ligação visual entre os
para-choques dianteiro
e traseiro e afinam o
contorno inferior da
silhueta do carro. Na
traseira, o para-choque
agora tem mais volume
e claridade de estilo. Isso
cria uma dinâmica muito
especial com o estilo das
colunas C e a longa e
esticada janela traseira.
Como na frente, os
designers também
redesenharam
totalmente o para-choque
traseiro do carro. Isso
envolveu modificações
na faixa cromada e do
logotipo da Volkswagen,
que serve como
maçaneta de abertura
do porta-malas. Quando
equipado com o “Rear
Assist”, uma câmara
de ré é incorporada ao
logotipo do CC. Toda a
seção traseira mostra
25
S H OW R O O M
CAPA
agora superfícies mais
retas e uma grande ênfase
nas linhas horizontais.
Também combinam com
essa imagem o novo estilo
das lanternas traseiras.
Na extremidade inferior,
elas são alongadas
horizontalmente. Em
contraste com o modelo
anterior, as novas lanternas
traseiras têm elementos
luminosos de LEDs. O
visual diferenciado dessas
lanternas torna o CC
inconfundível quando visto
de trás. A placa traseira e
os indicadores de direção
integrados aos espelhos
das portas também são
iluminados por LEDs.
Também há muito espaço
para os cotovelos: o
CC tem 1.461 mm de
largura na parte da frente
da cabine e 1.497 mm
atrás. A altura interna
é consideravelmente
maior do que a aparência
externa possa sugerir: na
frente é de 946 mm e, na
traseira, 930 mm.
vez este sistema pode
também frear o carro
preventivamente se uma
colisão estiver prestes a
ocorrer.
As outras estrelas
da Volkswagen
foram o Novo Gol duas
portas, o Fusca, o GT
up!, o buggy up!, o
E-Bugster, o Cross
Park Assist,
Coupé – já apresentado
segunda geração na Showroom 308 -, a
Comparado aos sistemas Amarok Canyon e o Jetta
de primeira geração,
Hybrid.
que só realizavam o
A versão mais esportiva
estacionamento paralelo, do modelo mais vendido
o mais novo assistente
no mercado brasileiro,
de estacionamento
aliado a uma excelente
também ajuda a parar
relação custo-benefício,
perpendicularmente, em o Novo Gol duas portas
ângulo reto com a via de
1.0 tem preço sugerido
Dimensões
de R$ 26.690. Com motor
O Volkswagen CC tem 4.798 rolamento. O sistema é
1.6, o modelo parte de
ativado em velocidades
mm de comprimento e
2.711 mm de distância entre até 40 km/h pela pressão R$ 30.590. E, com a
transmissão I-Motion, o
eixos e 1.855 mm de largura de um botão no console
preço é de R$ 33.190. É
(fora os espelhos). A altura central. O motorista
um modelo imbatível.
indica o lado da rua em
do cupê de quatro portas é
O Fusca, ícone da marca,
que quer estacionar
baixa como a de um carro
retorna e dá continuidade
acionando o pisca-pisca.
esportivo: 1.417 mm.
a uma das histórias de
O interior do Volkswagen CC Assim que o Park Assist
detecta espaço suficiente, maior sucesso no País,
também foi redesenhado.
utilizando sensores
sendo este o Fusca mais
Na frente, o carro sempre
ultrassônicos, a manobra potente de todos os
vem com assentos
de estacionamento pode
tempos, com motor 2.0
esportivos ergonômicos
TSI com injeção direta de
começar: o motorista
projetados para longas
gasolina, que desenvolve
engata a ré e, a partir
viagens. A distância entre
200 cv de potência,
de então, só precisa
o chamado ponto “H”
acoplado à transmissão
acelerar e frear. O carro
(vértice das superfícies
de seis marchas DSG
assume a direção. O
do assento e encosto) dos
(Direct Shift Gearbox) de
motorista é orientado
bancos dianteiros e o dos
dupla embreagem.
por avisos acústicos e
bancos traseiros é de 847
visuais no mostrador
mm. O resultado é amplo
multifuncional.
O dinâmico GT
espaço para as pernas
Durante o
up! mostrou como um
dos passageiros de trás.
estacionamento, o Park
up! mais potente poderá
Assist limita a velocidade ser. A princípio, seu
a 7 km/h. Pela primeira
motor poderá ter potência
S H OW R O O M
26
da até 100 cv. O que, para
um conceito de 900 kg, seria
o suficiente para dar muito
prazer ao volante
Já o buggy up! é o conceito
do bugue do Século 21,
baseado no novo up! Este
é feito de aços de alta
tecnologia e baixo peso.
As áreas sobre os parachoques e as laterais
abertas são pintadas
em “hot orange”, cor
especialmente criada para
este veículo. O nome desta
cor faz lembrar os bugues
dos anos 60. Os parachoques e soleiras laterais
são em cinza metálico,
fosco e rústico. O mesmo
jogo de cores domina o
interior. Apropriadamente
para um veículo de praia, o
interior é completamente
à prova d’água. Drenos no
assoalho e nas laterais
evitam que o carro inunde.
Até mesmo os assentos em
formato de concha, forrados
de neoprene, possuem
drenos para que a água
não se acumule no carro.
Comparado ao up!, o buggy
up! tem assentos rebaixados
58 mm. O resultado é a
sensação de guiar um kart.
O Novo Gol duas portas 1.0 tem
preço sugerido de R$ 26.690.
Com motor 1.6, o modelo
parte de R$ 30.590. E, com a
transmissão I-Motion, o preço
é de R$ 33.190. É um modelo
imbatível.
O conceito
E-Bugster foi
projetado para mostrar
que a esportividade de
um protótipo totalmente
elétrico também pode
ser transferida para
um Beetle. Com dois
lugares, 85 kW de
potência, esse protótipo
é capaz de acelerar de
0 a 100 km/h em 10,8
segundos com emissão
zero. O módulo elétrico
central do E-Bugster
tem um design
inovador: pesa apenas
80 quilos. A energia
para alimentar o motor
elétrico é armazenada
em uma bateria de íons
de lítio, cujos módulos
são alojados atrás dos
bancos dianteiros. A
capacidade da bateria,
de 28,3 kWh, permite
uma autonomia de pelo
menos 180 quilômetros
no trânsito urbano.
Como o modelo tem
uma função de carga
rápida, a bateria pode
ser “reabastecida” em 35
minutos em estações de
recarga especialmente
adaptadas.
A versão conceitual da
bem-sucedida picape
média Amarok tem como
referência os esportes
radicais. Projetada
para ser um modelo
“freestyle”, a picape com
apelo aventureiro conta
com faróis auxiliares
fixados no teto, santoantonio exclusivo,
proteção da caçamba e
estribo lateral rebatido
eletricamente. Além
disso, o protótipo traz
várias exclusividades,
a começar pelas cores
da carroceria e das
rodas. As caixas das
rodas foram alargadas
35 mm em cada lado
para criar espaço para
os grandes pneus todoterreno 275/65 R18,
montados em rodas tipo
“Durban” pintadas na cor
Adamantiun Dark, com
alto brilho. Para garantir
a máxima capacidade
off-road, a Amarok
Canyon utiliza o poderoso
motor biturbo 2.0 TDI
com 180 cv (132 kW), que
oferece torque máximo
de 40,81 kgfm (400 Nm)
entre 1.500 e 2.250 rpm.
O sistema 4MOTION
de tração integral
selecionável, juntamente
com a caixa de redução
e o travamento do
diferencial no eixo
traseiro, assegura a
eficiência da transmissão
de força para as rodas,
mesmo nas mais duras
condições.
Movido por um motor
a gasolina de alta
tecnologia (1.4 TSI com
150 cv / 110 kW) e um
motor elétrico sem
emissões (20 kW), o
GT Up: potência
da até 100 cv.
O que, para um
conceito de
900 kg, seria o
suficiente para
dar muito prazer
ao volante
Jetta Hybrid oferece
desempenho marcante,
acelerando de 0 a 100
km/h em menos de 9
segundos. Ao mesmo
tempo, atinge um
índice de consumo
impressionante,
percorrendo 19
quilômetros com um litro
de gasolina em circuito
combinado cidade/
estrada. Isto significa
que o sedan esportivo
consome cerca de 20%
menos combustível
do que um carro com
potência equivalente com
propulsão tradicional.
Uma bateria de íons de
lítio fornece energia para
movimentar o motor
elétrico.
27
S H OW R O O M
A PASSEIO
A velha
montanha
continua atraindo
muita gente
A velha canção do Gil dizia
“quem não dormiu em sleep
bag nem sequer sonhou”. Dá
para ir mais longe, quem não
sonhou com uma viagem a
Machu Picchu não foi jovem...
por Carolina Gonçalves
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S H OW R O O M
Gerações deixaram-se
encantar pelo destino
favorito dos ditos “bichogrilos”. Mas a verdade é
que os jovens dos anos 70
intuíram que o lugar era
maravilhoso e colocaram a
cidadela no mapa.
Machu Picchu, que em
quíchua significa “velha
montanha”, é conhecida
como a cidade perdida
dos Incas. Está muito
bem conservada no topo
de uma montanha a 2 mil
e 400 metros de altitude,
no vale do rio Urubamba,
desde o período
pré-colombiano. Foi
construída por Pachacuti,
que em quíchua significa
“o que muda a Terra”,
entre 1438 e 1471. Ele
foi o nono governante
do Império Inca e o seu
primeiro imperador. Ele
teria vivido por 125 anos,
tendo reinado durante
103 anos, uma vez que
tomou o reino aos 22 anos.
No final de sua vida de
conquistador, dedicouse a construir os mais
importantes monumentos
da cultura Inca. Além de
Machu Picchu, fez o Templo
do Sol em Cuzco e a
cidadela de Sacsayhuaman,
perto da capital.
A teoria mais aceita
sobre a construção de
Machu Picchu aponta sua
uma cidade imponente
tomada pela vegetação
nativa e infestada por
víboras. Nem ele mesmo
acreditou em sua grande
descoberta. Escreveu
em seu diário: “Será que
alguém vai acreditar no
que encontrei?”
Bronze, cobre e
prata
localização estratégica para
o controle da economia das
regiões conquistadas. Era
também um centro de culto
e observatório astronômico.
E, principalmente, o refúgio
perfeito para o Imperador
Pachacuti e seu séquito
mais próximo, em caso de
ataque. Tanto que no muro
que divide a zona agrícola
da zona urbana há uma
porta, com mecanismo de
fechamento interno.
Machu Picchu só foi
descoberta em 1911. O
arqueólogo americano
Hiram Bingham foi quem
primeiro reportou o
achado, no livro Lost City
of the Incas. Ele encontrou
Machu Picchu durante sua
busca por Vilcabamba,
famosa por ter sido o
baluarte da resistência aos
invasores espanhóis entre
1536 e 1572.
Ao entrar no cânion do
Urubamba, um camponês
contou ao explorador
sobre as ruínas no alto do
cerro de Machu Picchu.
Depois de uma escalada
íngreme, deparou-se com
Nos anos seguintes
diversos pesquisadores
foram para lá, traçaram
mapas, exploraram
toda a área. Foram
encontrados centenas
de objetos de bronze,
cobre, prata e pedra,
entre outros materiais. A
arte Inca está expressa
em cerâmica e metal, em
objetos como braceletes,
brincos e prendedores
decorados, além de facas
e machados. Mesmo não
havendo ouro, estava
claro que Machu Picchu
remonta aos tempos do
esplendor Inca, também
em evidência no estilo
arquitetônico.
Ao lado de Machu Picchu
está Huayna Picchu,
“montanha jovem” em
quíchua, que paira sobre
a cidadela e qualquer
visitante pode escalar
sua trilha pavimentada de
pedra, muito íngreme.
As duas montanhas são
parte de uma grande
formação orográfica
conhecida como Batolito
de Vilcabamba, na
Cordilheira Central
dos Andes Peruanos,
no Departamento de
Cuzco. Estão à margem
esquerda do Cânion
do Urubamba, que já
foi chamado Quebrada
de Picchu. Ao pé dos
montes, rodeando-os,
corre o rio Urubamba. As
ruínas Incas ficam a meio
caminho entre os picos
das duas montanhas, a 450
metros acima do nível do
vale e a 2.mil e 438 metros
acima do nível do mar. A
superfície edificada tem
aproximadamente 530
metros de comprimento
por 200 metros de largura
e tem 172 edifícios em sua
área urbana.O território
das ruínas é chamado
Santuário Histórico de
Machu Picchu, no Sistema
Nacional de Áreas Naturais
Protegidas pelo Estado.
Além das ruínas, o Santuário
protege espécies em
extinção e outros vários
estabelecimentos Incas.
Cuzco, a cidade
sagrada dos Incas
Visitar Machu Picchu
começa em Cuzco, a cidade
sagrada dos Incas e a capital
arqueológica das Américas.
Aproveite e conheça a cidade
antes de seguir viagem.
Os espanhóis construíram
sua capital colonial sobre
a cidade Inca e as igrejas
católicas sobre os templos
mais reverenciados.
O Peru tornou-se
independente em 1820. Hoje,
Cuzco tem população de
mais de 300 mil habitantes,
que misturam espanhol com
quíchua. Gente de todo tipo
vai para lá. A cidade oferece
restaurantes e hotéis de
todas as categorias, além
de comércio agitado. Visite a
praça principal que os Incas
chamavam de Huacaypata.
Faça compras no bairro dos
artesãos de São Blas. E veja
a fusão de duas culturas no
Convento de Santo Domingo,
construído em cima do
Templo do Sol ou Koricancha.
As muitas atrações
arqueológicas rivalizam com
a prática de esportes de
aventura. Você ainda pode
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S H OW R O O M
A PASSEIO
Zona Agrícola
participar de celebrações
religiosas como o Qoyllur
Rití, a procissão de Corpus
Christi e o espetáculo de
Inti Rayme, que acontece na
chegada do inverno e lembra
um Mardi Gras... A vida
noturna é agitada e a cena
cultural respaldada por seu
rico legado arqueológico.
Mas não é fácil! A cidade
está a mais de 3 mil e 300
metros acima do nível do
mar, mais alto ainda que
Machu Picchu. É preciso
adaptar o organismo,
tomando muita água e chá
de coca.
Come-se bem em Cuzco.
Os chefs vão do tradicional
ao moderníssimo, sempre
explorando a batata e o
milho.
micro-ônibus, que leva
30 minutos até chegar à
cidadela, pela rodovia Hiram
Bingham. Esta estrada sobe
a encosta do cerro Machu
Picchu desde a estação
ferroviária Puente Ruinas,
localizada no fundo do
cânion.
Mas se a ideia é aventura,
o visitante deve seguir
pelo Caminho Inca, numa
caminhada de quatro dias
e entrar em Machu Picchu
pela “porta do sol”. É a
rota mais popular do Peru
e um dos passeios mais
legais das Américas. Ele é
parte dos mais de 23 mil
km de estradas construídas
pelos Incas na América do
Sul. A caminhada parte do
km 88 da ferrovia CuzcoQuillabamba. O percurso
atravessa diferentes
Águas Calientes
Os turistas interessados em altitudes e ecossistemas,
Machu Picchu encontram em desde a planície andina
Cuzco toda a infraestrutura. até as florestas entre
Dali, seguem para o povoado nuvens. A trilha sobe
revelando várias atrações,
de Águas Calientes, que
como os assentamentos
cresceu muito, vivendo só
Incas esculpidos na
para o turismo, com hotéis
pedra de Wiñay Wayna e
e restaurantes de todo tipo,
Phuyupatamarca. É um
além dos banhos de água
festival de orquídeas, aves e
quente que deram o nome
para a cidade. Um trem leva paisagens de sonho. Existem
acampamentos de pernoite
o visitante de Cuzco para
com toda a infraestrutura
Águas em 3 ou 4 horas. De
para quem enfrenta os 43
Águas, o turista segue em
km de caminhada. Todo
ano, mais de 25 mil pessoas
aventuram-se pelo caminho
S H OW R O O M
34
Os terraços parecem
grandes escadarias
construídas no terreno
íngreme, formados por
muros de pedra com
diferentes coberturas de
materiais que facilitam a
drenagem, como pedras
grandes e pequenas,
cascalho, argila e terra
de cultivo. Chove muito
na região, mas a água
não forma poças. Outros
terraços mais estreitos
pavimentado de pedras
na parte baixa de Machu
para chegar ao fundo da
Picchu, ao redor de toda
floresta de Cuzco.
a cidade, tinham a função
Machu Picchu é de tirar o
de muros de contenção.
fôlego! Talvez, o símbolo
Sobre os terraços, ao
mais típico do Império Inca. leste, encontram-se cinco
Ainda que somente 30%
grandes construções
da cidade seja construção
que eram usadas para
original. O restante foi
armazenar a produção.
reconstruído e é facilmente Já a oeste, há outros
identificável, uma vez que
dois grandes conjuntos
na construção original as
de terraços, alguns
pedras são maiores e os
semicirculares e outros
encaixes mais bem feitos.
retos.
São duas grandes áreas
destinadas a diferentes
Zona Urbana
usos. Terraços e áreas
Um muro de mais ou menos
de armazenamento de
400 metros de comprimento
alimentos formam a
divide as duas áreas.
parte agrícola. Já na
Paralelo ao muro corre um
área urbana, está a zona
fosso usado para drenar
sagrada, com praças,
a cidade. No alto do muro
templos e mausoléus reais. está a porta de Machu
O desenvolvimento da
Picchu. Os arqueólogos
sociedade Inca está
modernos dividiram a
presente no trabalho
zona urbana em grupos
excelente de construção.
de edifícios, classificados
A cidade impressiona pela
por números de 1 a 18. Em
disposição dos prédios
1961, o arqueólogo Chavez
e o grande número de
Ballón propôs dividir a zona
terraços. Templos, casas
urbana em dois setores:
e cemitérios muito bem
hanan e hurin, alto e
distribuídos entre as
baixo, seguindo a divisão
montanhas, formando ruas tradicional da sociedade
e oferecendo escadarias
e da hierarquia andinas.
para circulação. Segundo
Hanan simboliza o superior,
a história Inca, tudo
como as montanhas,
foi planejado para a
o homem, o dia, céu,
passagem do deus sol.
sol e o presente. Hurin,
Tudo foi esculpido com
representado pelo litoral,
um extraordinário grau de
a mulher, a selva, terra,
perfeição.
água, noite e o passado,
simboliza o inferior. Os
setores dividem-se por
uma praça comprida,
construída sobre
terraços de diferentes
níveis, acompanhando o
contorno da montanha.
Cortando a praça,
formando uma cruz, há
uma larga escadaria,
que atravessa as ruínas
de leste a oeste, ladeada
por um conjunto de
fontes. Esta escada
faz as vezes de rua
principal. Na intersecção
dos dois, estão a
residência do Inca, o
templo observatório
e a primeira e mais
importante das fontes de
água.
tenha abrigado múmias,
inclusive a de Pachacuti,
até pouco depois da
chegada dos espanhóis.
De frente para a primeira
fonte, está a entrada
da residência real, uma
construção fina, bem
distribuída. Conta com
duas peças de grandes
monólitos de pedra bem
talhada. Em uma dessas
peças se tem acesso a
um quarto de serviço
com canal de deságue.
Também tem um curral
para lhamas e um terraço
privado com vista para o
lado leste da cidade.
A zona sagrada é formada
por um pátio quadrado
com várias construções
em torno. Lugar destinado
a diferentes rituais,
Setor Hanan e
tem dois dos mais
as cerimônias
interessantes edifícios de
do solstício de
Machu Picchu, formados
verão
por enormes rochas
O Templo do Sol e a
trabalhadas: Templo das
residência real ficam no Três Janelas e Templo
grupo 1. Para entrar no
Principal, feito de blocos
Templo do Sol passa-se
mais regulares, onde
por uma porta dupla,
acredita-se que fosse o
que originalmente devia recinto cerimonial mais
permanecer fechada, já
importante da cidade.
que são visíveis restos
Já o das três janelas
de um mecanismo de
tem muros que parecem
segurança. A edificação
quebra cabeças com
principal é conhecida
seus grandes blocos
como Torreón, está
poligonais. Ao lado, está
sobre uma grande pedra a casa do sacerdote, ou
e tem blocos finamente
câmara dos ornamentos.
lavrados. Era usada em
Aparentemente, o projeto
cerimônias do solstício
original do conjunto
de verão. Uma das
teria mais elementos,
janelas mostra sinais de que não chegaram a ser
ornamentos que foram
construídos.
arrancados em algum
Com suas laterais
momento, destruindo
convertidas em terraços,
parte da estrutura. Há
a colina de Intihuatana
também sinais de um
toma a forma de uma
grande incêndio no local. pirâmide. Uma de suas
Sob a rocha que sustenta duas escadas é muito
o Torreón existe uma
interessante por ter um
pequena cova forrada
trecho talhado em uma só
de argamassa fina.
pedra. A pedra Intihuana
Acredita-se que fosse
está no topo. Seu nome
um mausoléu e que
significa ‘onde se amarra
o sol”. Esta pedra é um dos
objetos mais estudados de
Machu Picchu, por estar
relacionado com vários
lugares considerados
sagrados.
Setor Urin
Sobre um grande pedestal,
está a rocha sagrada
que é uma pedra de face
plana. Ponto de partida
do caminho de Huayana
Picchu, marca o extremo
norte da cidade.
Três kanchas dispostas
simetricamente e com
comunicação entre elas
formam o grupo das três
portas, que são idênticas e
estão voltadas para a zona
central de Machu Picchu.
Kancha é uma unidade de
composição arquitetônica
muito comum na cultura
Inca, que reúne três
ou mais estruturas
retangulares, dispostas ao
redor de um pátio central.
Serviram de base para
residências, mas também
para palácios e templos.
Poderiam juntar várias
kanchas para formar
grandes assentamentos,
como acontece em Cuzco.
Grandes
engenheiros,
avançados
astrônomos
Se a arquitetura Inca
impressiona, a engenharia
hidráulica é ainda mais
interessante. Machu
Picchu foi construída no
alto de um istmo entre
duas montanhas e entre
duas falhas geológicas,
numa região submetida a
constantes terremotos e
chuvas o ano todo. Evitar
que o complexo desmorone
é um grande desafio para
qualquer construtor. O
segredo de Machu Picchu
é o sistema de drenagem,
que é feito de capas de pedras
trituradas e rochas, que
evitam o empoçamento das
chuvas. São 129 canais de
drenagem na área urbana,
que desembocam no fosso
que separa as áreas urbana e
agrícola e evitam a erosão.
Além de toda essa tecnologia
construtiva, ainda foram
levados em conta critérios
astronômicos e rituais para a
construção. O alinhamento de
alguns edifícios importantes
coincide com o azimute
solar durante os solstícios
de maneira constante.
Também combina com pontos
de nascer e pôr do sol em
determinadas épocas do ano.
Os prédios, em sua maioria,
são retangulares, com uma,
duas e até oito portas, no
lado mais largo. Construções
curvas ou circulares não são
comuns.
Os muros e paredes são de
dois tipos: pedras unidas com
argamassa de barro, ou pedra
lavrada nas construções da
elite. São blocos de granito,
sem brilho, em forma de
prismas retangulares,
como tijolos, ou poligonais.
Algumas faces exteriores
são almofadadas ou lisas.
A união dos blocos é feita
com uma fina camada de
material aglutinante, que não
é visível. Considerando-se que
só tinham instrumentos de
bronze, muito menos rígido
que o ferro, é impressionante
observar o trabalho.
Machu Picchu é Patrimônio Mundial da
UNESCO. Por ser um dos pontos mais
visitados do Peru, está sob constante
controle para sua preservação.
Ao escolher as novas sete maravilhas do
mundo em 2007, Machu Picchu conquistou
seu lugar ao lado da Muralha da China, do
Coliseu, do Taj Mahal e do nosso Cristo
Redentor.
Brasileiros não precisam de visto para ir
ao Peru.
35
S H OW R O O M
Quem TeVê?
por JOEL LEITE
Quadro grave
“Os exames médicos indicam que o câncer está
em processo de metástase, se alastrando em
direção ao fígado, deixando pouca margem a
uma recuperação. Como a eleição presidencial
se realiza dentro de oito meses, dificilmente o
presidente venezuelano estaria em condições
de fazer uma campanha eleitoral”.
Merval Pereira, em O Globo (janeiro de 2012).
Afinal, comprovou-se que “grave” não era o
estado de saúde de Chávez, mas a desfaçatez
do colunista, que em vez de dar notícia expõe
os seus desejos.
Atenção, última notícia: Quem é o idiota?
Haddad foi eleito prefeito de
São Paulo!
Os jornais impressos não
conseguiram se reinventar
na era da internet.
Uns morrem, caso do Jornal da Tarde (sem contar
a revista estaduidense Newsweek, cuja versão impressa também parou de circular). Tudo isso só nas
últimas semanas. Outros resistem, mas passam
vergonha: patéticos, Estadão e Folha estamparam,
na segunda-feira após a eleição, o mesmo título broxante: “Haddad é eleito em São Paulo”.
Noticiaram o que todo mundo já sabia: deste às sete
da noite anterior - e madrugada adentro - rádio, TV
e internet já tinham anunciado a eleição de Haddad,
analistas tinham avaliado o futuro da cidade sob o
comando do prefeito do PT, a oportunidade de parcerias com o governo estadual e federal, os nomes
mais cotados para o secretariado, os apoios de partidos para formar a base aliada, as possíveis composições na Câmara para dar sustentação ao prefeito, enfim, o assunto eleição já era coisa do passado.
E lá estavam os jornalões, resignados na sua missão
de registrar os fatos para a História.
Se não se reinventarem logo, é nisso que eles vão se
transformar: em História.
36
S H OW R O O M
Joel Leite é jornalista e diretor da
Agência AutoInforme
A Associação Nacional de História
(Anpuh) disse que a Veja de tem uma
mentalidade “medíocre, pequena e mal
intencionada”. Bem, isso todo mundo
já sabia. Mas a reação ocorreu desta
vez ocorreu porque a revista chamou
o historiador Eric Hobsbawm, morto
em 1º de outubro passado, de ‘idiota
moral’.
Segundo a nota, trata-se de “um
julgamento barato e despropositado”.
Intelectual, Hobsbawm foi responsável
por vasta obra a respeito da formação
do capitalismo, do nascimento da
classe operária, das culturas do
mundo contemporâneo, bem como das
perspectivas para o pensamento de
esquerda no século XXI.
Sabor
Particular
A História:
Manjericão
Francis
Fotos e texto de
Emerson Haas
Montevidéu representa o que há
de melhor no Uruguai no tocante a
gastronomia. Punta del Este continua sendo
o xodó quando se fala de restaurantes “in”, mas a
capital é mais globalizada e populosa e, por isso, a
diversidade mais ampla. O uruguaio consome muita
carne bovina – cerca de 65 kg per capita/ano (para
se ter uma idéia no Brasil é de 30 kg/ano) – e, sendo
assim, as parrillas são encontradas praticamente
em todas as esquinas. Mas a gastronomia fusion
– aquela que envolve técnicas e pratos recheados
de ecletismo – surge muito forte e emblemática em
ótimos restaurantes. Um dos melhores restaurantes
da capital uruguaia é o Francis. A cozinha aberta, à
mostra para os comensais, prima nas opções de frutos
do mar, sushis, risotos, carnes e uma carta de vinhos
ampla e com atendimento diferenciado. Provei o trio de
pescados com salmão, peixe espada e linguado, muito
bem servido e saboroso, uma das sugestões mais
pedidas da casa. É claro que os excepcionais cortes de
carne uruguaios também figuram no extenso menu.
No comando dos rótulos da adega, Federico de Moura,
eleito nos últimos dois anos o melhor sommelier
do Uruguai segue atento às harmonizações com os
pratos da casa.
Salão lotado, fila de espera a partir das 21h, mas nada
que o sorriso tenro e a simpatia do proprietário Alberto
Latarowski não atenuem, oferecendo uma taça de
espumante àqueles que aguardam. Confira!
Restaurante Francis: Rua Luis de la Torre 502,
esquina com a Rua José Maria Montero, bairro
Punta Carretas – Montevidéu.
Tel: (00598)27118603 www.francis.com.uy
Talvez não haja folha mais cheirosa e perfumada que o manjericão, planta originária da Índia, onde é tido como sagrado.
Há 4 mil anos, os hindus, responsáveis pela cultura do manjericão, o exportaram para o Egito, onde o nome quer dizer
“planta do rei”, sendo introduzido na Europa na antiguidade
e de lá para o resto do mundo. Cientificamente é conhecido
como Ocimum Basilicum e é composto de cálcio e vitaminas
A e B2. Grande parte da fama do manjericão se deve à culinária italiana, onde reina há séculos nos melhores pratos
de sua cozinha. Sua parceria com o tomate se tornou célebre
na utilização na Pizza Margherita, feita em homenagem a
rainha de mesmo nome e na deliciosa Insalata Caprese. Mas
a sua atuação mais famosa é mesmo no preparo do Pesto
Genovês (um molho feito com folhas de manjericão, pinólis
ou nozes, óleo de oliva, alho e queijo parmesão ou pecorino,
triturados em pilão). Como o seu sabor se perde com o cozimento, assim como seus princípios ativos, é conveniente
adicioná-lo ao prato, no final do cozimento.
Romanesco é um tipo de brócolis muito exótico de cor verde claro brilhante, formato inusitado
e sabor diferenciado. Também é conhecido por CouveFlor Romanesco ou Brócoli Romanesco; esta variedade é
originária da Itália – por isso o nome. Produz uma cabeça
densa, verde-limão, formada por floretes extremamente
atrativos. Oferecendo um distinto sabor que é descrito
como “mais sofisticado do que brócolis”, o Romanesco
delicia gourmets com um paladar que lembra uma mistura de couve-flor e brócolis. Diferente dos outros tipos
de brócolis, o Romanesco é tão suave e crocante que pode
ser comido crú.
Emerson Haas é colunista de enogastronomia
em jornais, revistas e blogs
[email protected] www.eu-gourmet.com
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S H OW R O O M
NA VARANDA
Remexendo guardados encontrei a foto de um amigo que é
inesquecível por personificar uma coisa difícil de encontrar
ultimamente: savoir-faire.
por Maria Regina Cyrino Corrêa
Cresci ouvindo esta expressão tão interessante...
Infelizmente não falo francês, mas fui buscar o
significado. Quem tem savoir-faire é adaptável, ágil,
sabe o que fazer em qualquer situação. Aquilo que
chamamos de traquejo social. Achei que a definição
ainda era pequena e apelei de novo para o francês
para achar joie de vivre, alegria de viver. Mas, veja
bem, “viver” no sentido de alguém que acorda todo
dia em Paris... Convenhamos que joie de vivre em
Paris faz mais sentido, né?
Divagando sobre tudo isso, decidi dividir com vocês
um lugar que é puro joie de vivre, mesmo não
sendo em Paris... Aposto que muita gente conhece.
Se você está entre os que não conhecem, inclua
este local na sua lista na próxima viagem a Los
Angeles. Estou falando do The Ivy, um dos
restaurantes mais charmosos e low
profile de Los Angeles. O restaurante é
famoso – até o ”Charlie Harper”, de Two and a half
Men, levava as namoradas lá para impressioná-las!
Mas com aquele estilo despretensioso que só a
Califórnia tem. O cardápio é eclético, vai de saladas
coloridas a hambúrgueres, passando por lagosta.
Os vinhos, californianos, lógico, são ótimos. As
porções generosas, mas não constrangedoras. A
decoração, florida e simples, faz a gente se sentir
em casa. Mesmo que o John Travolta esteja na
mesa ao lado...
The Ivy, 113 North Robertson Blvd., Los Angeles, tel - 310 274-8303, é sempre bom
reservar...Abre todos os dias.
38
S H OW R O O M
Maria Regina Cyrino Corrêa,
é jornalista e publicitária
[email protected]
Vejo no Globo News (“No” ou “na”? acho que
faz mais sentido no canal.) Enfim, vi uma
entrevista com Andrew Keen,
teoricamente, o maior inimigo
da internet. Não é bem assim. Ele tem
twitter: @ajkeen. Título: O anticristo do Vale
do Silício. Ele já publicou um livro intitulado
“O Culto do Amador”, onde acusa a internet
de estar matando a cultura. Agora, lança
mais um: “#vertigemdigital – porque as redes
sociais estão nos dividindo, diminuindo e
desorientando.” O título é uma homenagem ao
Hitchcock e seu primoroso “Vertigo” (Um corpo
que cai).
Keen diz que a distinção entre o virtual e o real
deixaram de existir. Ele diz que “compartilhar”
é uma ideologia do século 21. Hoje, nós
ainda podemos escolher entre compartilhar
ou não. Aí, ele faz uma pergunta difícil: nós
queremos criar um mundo, uma plataforma
onde compartilhamos tudo? “Ou queremos
um mundo onde mantemos nossa autonomia,
nossa dignidade, nosso mistério, nossos
segredos como indivíduos?” Palavras dele.
Mesmo assim, quando perguntado se as redes
sociais são narcisistas, responde que até
certo ponto. Ele não é só crítico. Divide-se por
entender que num mundo onde muito mais
gente trabalha individual e independentemente,
a rede é importante para esta vida econômica
acontecer. Se quiser ver na íntegra, espero que
ainda esteja disponível no site do GloboNews,
programa Ciência e Tecnologia. “Dá um
Google” que o canal compartilhou...
Bem dizem que
ídolos nascem e
morrem.
FIM DAS
ELEIÇÕES.
FIM DA
SUJEIRA
As
eleições
cívico
acabaram.
cumprido.
A
Coleção
Dever
cidade
ficou mais bonita. Os rostos de
candidatos a prefeito e vereador
não ficam mais afixados em
cavaletes nas esquinas, canteiros,
meio-fio, praças e outdoor. Carros
com caixa de som no teto já não
emitem músicas irreconhecíveis
por Marcelo Allendes
e de gosto bastante duvidoso. Não
há mais carreatas atrapalhando o
trânsito já congestionado. Minha
caixa de correio não é mais tomada
E geralmente morrem quando crescemos
e quando já não faz muito sentido tê-los
por santinhos, que também sujam
ruas e calçadas. Cada responsável
por tudo isso não levou meu voto.
E daqui a dois anos tudo se repete.
pendurados na parede. Eu tive os meus.
No esporte, na política, nas artes. Uns me
acompanharam da infância à adolescência.
Outros apareceram quase na fase adulta. Mas há
ídolos para a vida toda. Como há também aqueles
DOMINADOS E
DOMINADORES
de barro, que nos decepcionam. Penso nisso com
Estive nas ilhas britânicas no mês passado. Redundância me
da França, principal competição da categoria.
ater à rivalidade entre os reinos. Mas alguns fatos curiosos
Além de campeão, Lance ainda superou um
merecem destaque. Por exemplo: sempre que um escocês se
câncer e abriu uma fundação para prevenção da
destaca, ele é considerado britânico. Quando comete algum
doença. Tudo isso não impediu que um relatório
crime, reiteram sua nacionalidade escocesa. Agora, quando um
com mais de mil páginas, preparado pela agência
inglês ganha fama, reforçam sua origem inglesa. Quando pisa
antidoping americana, comprovasse que o atleta
na bola, volta a ser britânico. Coisas de um Estado dominado
se dopou durante toda a carreira. Não acompanho
pela Inglaterra, onde reside oficialmente a Rainha e toda a
esse esporte, e Lance nunca foi meu ídolo. Mas
corte. Veja alguns famosos britânicos escoceses: Adam Smith
para muitos deve ter sido e deixou de ocupar um
(pensador), Alexander Fleming (científico), Arthur Conan Doyle
lugar na parede.
um jornal aberto sobre minha mesa. Noticiam o
doping do ciclista americano Lance Armstrong,
até então herói, vencedor por sete vezes da Volta
(escritor), Alexander Graham Bell (inventor). Curiosa, também,
é a origem da bandeira britânica, que sempre causa confusão.
Marcelo Allendes é jornalista
e colaborador do Banco Volkswagen
[email protected]
39
S H OW R O O M
A um toque
Tablet para produzir
conteúdo
Estreantes
Novos computadores Sony Vaio com
o estreante sistema operacional
Windows 8, entre eles, o Vaio Duo
11 e o Vaio TAP 20. Os dois são
touchscreen. O DUO 11 tem tela de
11 polegadas e permite ao usuário
alternar entre o modo touch e o
modo teclado, com um simples
deslizar da tela LCD. Tem uma caneta
digitalizadora para escrever, desenhar
e interagir com os conteúdos na
tela. O peso é de apenas 1,3 quilos
e o processador é o Intel Core i7. O
design é característico dos VAIO: fino,
compacto, elegante. Já o TAP 20 tem
tela touch de 20 polegadas e pode
ser utilizado em diversos ângulos e
posições, com a utilização do mouse
e teclados wireless fornecidos. O
equipamento pode ser usado como
um desktop convencional e para
assistir vídeo tem tecnologia similar
às TVs Bravia. Também tem bateria
integrada, que possibilita o transporte,
mas o peso é de 5,2 quilos e não é
muito prático carregá-lo por aí.
Preço sugerido: Vaio Duo 11 R$ 5.299.00 e Vaio
Tap 20 R$ 4.499.00
Onde encontrar: nas principais revendas ou no
site www.sony.com.br/store.
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Desde 2009, ano do lançamento,
a procura por tablets cresce.
Entre 2011 e 2012, a expectativa
de expansão do setor é de
200%. Tablets são usados para
consumir conteúdo. Agora a
Samsung trouxe para o mercado
brasileiro o Samsung Galaxy
Note 10.1 que possibilita a
criação de conteúdo próprio
com a caneta S Pen, embarcada
em um compartimento na parte
inferior do tablet. Quando retirada
ativa a barra de tarefas que dá
acesso rápido aos aplicativos
multitarefa para fazer várias
coisas diferentes na mesma tela.
Ainda tem o Adobe Photoshop
Touch embarcado e mais R$
1.400,00 em valor agregado por
meio de conteúdos embarcados
em parcerias com a Editora Abril,
a Editora Globo, livrarias Cultura
e Saraiva Digital, NetMovies,
entre outros. Tudo roda em um
processador rápido de 4 núcleos
de 1.4 GHz e de 2GB de RAM; a
memória é de 16 GB e o Galaxy
Note 10.1 está disponível nas
cores branca e cinza.
Preço sugerido: R$ 1.899,00
Da Nikon para o
Brasil
A Coolpix L315 é a
primeira câmera
produzida para o
mercado brasileiro pela
Nikon. Tem monitor
LCD de 3,0 polegadas,
tela clear color, película
antirreflexo com zoom
ótico de 21 vezes,
recurso de estabilização
de imagem que mantém
a câmera estável com o
uso de qualquer faixa de
zoom, e outros recursos
avançados, como os 11
modos de cena, entre
eles, o automático
fácil, que seleciona
automaticamente o
modo mais apropriado
de acordo com cada
situação de disparo.
Assim fica fácil tirar
fotos com qualidade.
Preço não divulgado
Onde encontrar: nos principais
varejos do Brasil.
LIVROS &
AFINS
Thriller
policial
com Brad
Pitt
Absurdos bem
humorados
Crônicas escritas com
um notável bom humor sobre o absurdo da
existência humana, que
quando o ser humano fala se torna
mais evidente. “Diálogos impossíveis”,
o mais recente livro de Luis Fernando
Verissimo fala da impossibilidade, incomunicabilidade e mal-entendidos,
da condição humana através de diálogos com personagens improváveis,
tais como Drácula e Batman, Goya e
Picasso e pessoas comuns como Juvenal, que planeja matar a mulher que
“Diálogos impossíveis”,
o despreza, Marinei, e a recém-casacrônicas de Luis Fernando
Verissimo (Editora Objetiva, 176 da Heleninha, que pede conselhos ao
páginas)
urso de pelúcia. Divertidas crônicas
Preço sugerido: R$ 32,90
sobre o que as pessoas falam e sobre
o que não devem calar.
“O homem da máfia”
é o segundo filme em que o diretor neozelandês
Andrew Dominik e Brad Pitt trabalham juntos. A
dupla já fez “O assassinato de Jesse James pelo
covarde Robert Ford”, em 2007. Com passagem
pelo Festival de Cannes 2012, “O homem...” conta
a história de Jackie Cogan (Brad Pitt), matador
profissional contratado para investigar um assalto em meio a uma partida de pôquer protegida
pela máfia. No caminho de Jackie, um monte de
armadilhas para ele desarmar numa corrida contra o tempo para solucionar esse mistério.
Baseado no livro “Cogan´s Trade” de George V.
Higgins, o elenco conta ainda com James Gandolfini (Os Sopranos), Richard Jenkins (Amizade
Colorida), Ray Liotta (Anti-Heróis).
Um bom thriller policial com elenco de peso.
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Vinhos
&VIDEIRAS
Herdade
do
Pinheiro,
uma preciosidade
alentejana
Os vinhos portugueses, em especial os produzidos no Alentejo, são bastante apreciados
pelos brasileiros e certamente
têm lugar garantido no mercado de nosso país.
Uma das principais características desses vinhos é a sua originalidade, fator hoje de grande
importância, pois proporciona aos
vinhos caráter e personalidade.
Um dos melhores produtores do
Alentejo é a Herdade do Pinheiro, uma vinícola com mais de
50 anos de história, fruto da
paixão do empresário agrícola António Francisco
Silvestre Ferreira, que
adquiriu propriedades
na região de Ferreira do
Alentejo, entre as quais
a Herdade do Pinheiro,
onde chegou a plantar
400 hectares de uva de
mesa e 90 hectares de
uvas viníferas. Nessa
época, o vinho produzido era vendido para
negociantes e engarrafadores.
Com a modernização
das instalações da viní-
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por Arthur Azevedo
cola, com a instalação de cubas de aço inoxidável e prensas pneumáticas, iniciada na
década de 90 e com a atuação
dos netos do fundador, Ana
Bicó e Miguel Silvestre Ferreira, a empresa passou a
partir de 2000 a engarrafar o
vinho na propriedade, iniciando uma nova fase na história
da Herdade do Pinheiro.
Toda a linha de produtos foi
trazida ao Brasil pela Bruck
Importadora, com destaque
para a grande estrela da casa,
o Herdade do Pinheiro Homenagem a António Silvestre
Ferreira Colheita Seleccionada 2004, um vinho de alta
gama, produzido com a Touriga Nacional (50%), escoltada
por Trincadeira e Alicante
Bouschet em partes iguais,
que se revela um dos grandes
vinhos portugueses da atualidade, com complexos aromas
de frutas escuras maduras,
tabaco, toffee, cacau e fino
carvalho tostado. Encorpado,
com perfeito equilíbrio escorado na excelente acidez e na
firme estrutura de taninos de
ótima qualidade, é um vinho
Arthur Azevedo é diretor-executivo da Associação
Brasileira de Sommeliers-SP e editor do website Artwine
(www.artwine.com.br)
que já pode ser degustado com grande
prazer, mas que certamente possui potencial
para muitos anos de
guarda.
Destaque também para
o Herdade do Pinheiro Reserva, um corte
de Aragonez, Trincadeira e Touriga Nacional, muito saboroso e
elegante.
Chegaram
também o Herdade
do Pinheiro, Branco e
Tinto, além dos vinhos
da linha de entrada,
denominada Moinho
Asseiceira.
Vale a pena conhecêlos.
Mais informações em
www.bruck.com.br
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ainda mais sofisticado e dinâmico