INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE/SOEBRÁS ANA CAROLINA PRATA RAMOS SISTEMA AUTOLIGADO Santo André 2013 ANA CAROLINA PRATA RAMOS SISTEMA AUTOLIGADO Monografia apresentada ao colegiado de Pós-graduação da FUNORTE (núcleo Santo André, Faculdade Unidas do Norte de Minas), como pré-requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Ortodontia. Orientador: Prof° Ms José Eduardo dos Santos. Santo André 2013 SISTEMA AUTOLIGADO ANA CAROLINA PRATA RAMOS Monografia apresentada ao Instituto de Ciências da Saúde FUNORTE / SOEBRAS – Núcleo Santo André como parte dos requisitos para obtenção do título de ESPECIALISTA pelo programa de Pós Graduação em ODONTOLOGIA – Área de Concentração Ortodontia. Data de aprovação _____/ ______/ _____ COMISSÃO EXAMINADORA Orientador : Profº. Ms. José Eduardo dos Santos Profª Mariângela da Silva Braga Profº. Ms. Fabio Trevisan CONCEITO FINAL:____________________ DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais por todo amor, esforço e dedicação. A minha mãe que foi essencial na formação do meu caráter, me ensinado a ser honesta e digna e o que é honrar com os princípios e a palavra. À minha irmã pelo carinho, companheirismo, amizade e lealdade sempre ao meu lado me apoiando nos momentos bons e ruins. AGRADECIMENTOS À minha querida e amada irmã, amiga pra todas as horas, sempre com um sorriso no rosto disposta ajudar. Agradeço pela ajuda incondicional na tradução dos artigos deste trabalho. A minha tia Evani pela ajuda oferecida e tradução de artigos científicos. Ao professor José Eduardo Santos, pela sua paciência, sempre disposto a ajudar nos casos clínicos de nossos pacientes. Por todos os seus ensinamentos transmitidos ao longo do curso e pela sua excelente didática. Aos professores Rita, Mariângela e Fábio pelos seus ensinamentos. A todos os meus colegas do curso pela amizade e agradáveis momentos vividos. Agradeço a todos e já sinto saudades. “Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.” Charles Chaplin. RESUMO A proposta desse estudo foi realizar uma revisão de literatura sobre bráquetes autoligados. Foi baseado em 40 artigos de 1980 a 2013. Muitos desses estudos fazem comparações entre bráquetes convencionais com ligaduras elásticas ou metálicas com os bráquetes autoligados. Através de uma revisão de literatura discorreu-se sobre a definição dos bráquetes autoligados, com entendimento sobre o atrito e seus tipos, as vantagens e desvantagens comparando com o sistema convencional. Algumas vantagens são realmente confirmadas como a inserção completa do fio na canaleta, redução do atrito nos fios de baixo calibre, menos acúmulo de placa devido à eliminação dos elastômeros, menor tempo de tratamento, porém este último não sendo muito significante. Alguns autores alegam que ainda precisam ser realizados muitos estudos para confirmar as reais vantagens dos autoligados. São necessárias ainda pesquisas sobre a estabilidade e a expansão transversal e, ainda, o dentista deve ser cauteloso e não se deve deixar levar pelas promessas benéficas divulgadas por alguns fabricantes, no intuito de vender os seus bráquetes. Palavras-chave: bráquetes autoligados; sistema passivo; sistema ativo; atrito. ABSTRACT The proposal of this study was to perform a literature review about self-ligating brackets. This study has been based in 40 articles from 1980 to 2013. Many of those articles make comparisons between conventional brackets with elastomeric or metal ties and self-ligating brackets. Through this study I discussed about the self-ligating brackets definition, the understanding of friction and its types, their advantages and disadvantages compared to the conventional system. Some of the advantages are actually confirmed like the full engagement of the wire in the slot, low friction in small caliber wires, less accumulation of plaque due to elimination of elastomers and shorter treatment time, however this last one is not very significant. Some authors argue that many studies are still needed in order to confirm the real advantages of self-ligating brackets. Research on stability and transverse expansion are still necessary plus the dentist should be cautious and not be swayed by promises disclosed by some manufacturers in order to sell their brackets. Key Words: bracket; self-liganting; active system; passive system; friction. LISTA DE FIGURAS Figura 1 Bráquetes autoligados. ...................................................................................................... 28 Figura 2 Expansão posterior bilateral. ............................................................................................. 33 Figura 3 Abertura de espaços com mola de NiTi. .......................................................................... 34 Figura 4 Fechamento de diastema. ................................................................................................ 35 Figura 5 Desvio de linha média. ....................................................................................................... 35 Figura 6 Projeção anterior, Classse III com apinhamento. .......................................................... 36 Figura 7 Ampliação do comprimento do arco. ................................................................................ 36 Figura 8 Arco segmentado. .............................................................................................................. 37 Figura 9 Efeito conjugado. ................................................................................................................ 37 Figura 10 Atrito estático.. ................................................................................................................... 40 Figura 11 Atrito dinâmico. . ................................................................................................................ 41 Figura 12 Acúmulo de placa bacteriana. ......................................................................................... 46 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 10 2 PROPOSIÇÃO ................................................................................................................................. 12 3 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................................... 13 3.1 Utilização do Sistema Autoligado .............................................................................................. 28 3.1.1 Bráquetes Autoligados: Passivos x Ativos ............................................................................ 28 3.1.2 Uso dos Stops ou Wins ............................................................................................................ 31 3.1.3 A Importância dos Fios de Alta Tecnologia .......................................................................... 38 4 DISCUSSÃO ..................................................................................................................................... 40 4.1 Atrito.................................................................................................................................40 4.2 Vantagens dos Bráquetes Autoligados ..................................................................................... 42 4.2.1 Redução do Atrito ...................................................................................................................... 42 4.2.2 Inserção Completa do Fio na Canaleta do Bráquete .......................................................... 43 4.2.3 Facilidade e Rapidez (Menos Tempo de Cadeira) .............................................................. 43 4.2.4 Menor Acúmulo de Placa Bacteriana ..................................................................................... 45 4.2.5 Mais Biológico - Biologia da Remodelação Óssea nos Bráquetes Autoligados ............. 47 4.2.6 Maior Rapidez e Menos Ancoragem ...................................................................................... 48 4.2.7 Maior Conforto ........................................................................................................................... 50 4.3 Desvantagens ............................................................................................................................... 50 4.3.1 Mitos e Verdades sobre os Autoligados ................................................................................ 56 4.3.2 Disjunção Maxilar x Bráquetes Autoligados..................................................................56 4.3.3 Exodontia x Bráquetes Autoligados...............................................................................57 5 CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 58 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 60 10 1 INTRODUÇÃO Podemos definir os bráquetes autoligados como os que não necessitam de ligaduras elásticas ou metálicas para que o fio ou arco ortodôntico fique preso no interior dos slots. Estes bráquetes possuem dispositivos próprios de abrir e fechar para que o fio ou arco fique preso no interior dos slots. Os bráquetes autoligados têm sido utilizados pelos ortodontistas devido às promessas de redução do atrito. O atrito existente na mecânica ortodôntica consiste em uma dificuldade clínica para o ortodontista, uma vez que altos níveis de atrito diminuem a efetividade mecânica, reduzindo a velocidade de movimentação dentária e dificultando o controle da ancoragem. Na busca por condições ideais para a condução da terapia ortodôntica, temse como um dos objetivos a redução da força de atrito criada na interface bráquete/fio/ligadura. Isso implicaria na utilização de forças mais leves, porém ainda suficientes para a promoção da movimentação dentária. Dessa forma, haveria maior compatibilidade biológica e menor desconforto ao paciente. O aumento da dimensão do arco e/ou da angulação do arco no slot é diretamente proporcional ao aumento da fricção. A grande diferença apresentada por bráquetes autoligáveis no que diz respeito a menor tempo de tratamento, menor tempo de visitas e menor desconforto ao paciente está diretamente ligada ao uso de fios de alta tecnologia ou última geração, como também podem ser denominados. (Ex: fios Cooper NiTi, Sentalloy, Neo-sentalloy). A eliminação dos elastômeros ou ligaduras de aço, além de melhorar a higiene do paciente, elimina a contaminação cruzada que pode acidentalmente ser envolvida no processo de mudança de ligadura no sistema convencional. Bráquetes autoligáveis podem ser divididos em passivos, ativos e interativos. Os bráquetes autoligados passivos não pressionam o fio ortodôntico contra a parede interna de sua canaleta. Nos ativos a trava pressiona o fio de nivelamento. Alguns fabricantes denominam os bráquetes como interativos, pois nas fases iniciais de alinhamento e nivelamento a trava vestibular não toca no fio, o que torna o bráquete 11 passivo. No entanto, nas fases de fios mais calibrosos, existiria o contato da trava com o fio, tornando o bráquete ativo. Cada um desses sistemas tem suas indicações, vantagens e desvantagens. O uso dos Stops no sistema autoligável é uma ferramenta benéfica que deve ser utilizada para aperfeiçoar o tratamento. Os Stops ou Wins podem ser utilizados de diversas formas para potencializar o alinhamento e nivelamento, de forma a tirar vantagem desse dispositivo imprescindível nos primeiros fios, facilitando a mecânica ortodôntica. Atualmente, com uma procura por tratamentos mais breves e resultados mais rápidos, os pesquisadores tentam avaliar a real eficácia desse sistema de bráquetes, confrontando com estudos laboratoriais com os bráquetes convencionais. Os bráquetes convencionais ainda continuam ser o mais utilizado pelos ortodontistas. Atribuir rapidez do alinhamento ao bráquete não parece razoável, pois quem nivela os dentes é o fio e não o bráquete. Qualquer bráquete que receba fios de memória de forma que aplique forças de baixa intensidade proporcionará rapidez no nivelamento. É necessário um entendimento do sistema pelo operador para atingir sucesso com uso de bráquetes autoligados. 12 2 PROPOSIÇÃO O objetivo desse estudo foi explorar mais sobre os bráquetes autoligados, evidenciando suas características, indicações, reais vantagens e desvantagens. Dessa forma, foram comparados os sistemas autoligável versus convencional. 13 3 REVISÃO DE LITERATURA HANSON (1980) descreveu as características do desenho do bráquete Speed e sua função. O bráquete Speed, por ser um bráquete autoligado, dispensa o uso de ligaduras elásticas ou metálicas. Uma experiência clínica, com mais de 600 pacientes, durante um período de 26 meses, mostrou que com o sistema Speed o operador conseguia economizar 5 minutos em cada troca de fio e que esse sistema permitia um melhor controle na movimentação dentária, sendo muito utilizado na mecânica de deslizamento. BERGER (1990) realizou uma experiência in vitro, com o objetivo de determinar os níveis de força aplicados no sistema Speed, comparando com dois tipos de bráquetes convencionais: “A”-Company (metálico) e American Orthodontics (plástico). Foram utilizados bráquetes de caninos superiores direitos, com slot 0.022” x 0.028”, com prescrição Roth para angulação e torque. Quatro tipos diferentes de fios de aço foram usados: 0.016” redondo, 0.0175” trançado, 0.018” redondo e 0.016” x 0.022” retangular. Foi concluído nessa pesquisa que houve uma redução significante no nível de força requerido para mover cada um dos quatro tipos de fios pelo sistema autoligado Speed, quando comparados aos outros sistemas, especialmente quando utilizados os arcos retangulares e trançados. A anatomia do bráquete Speed, que apresenta um clipe flexível, é o principal fator na redução do nível de força aplicado no movimento de translação. A experiência sugeriu, também, que o sistema Speed é um sistema praticamente sem fricção. BERGER (1994) descreveu o formato, a função e a aplicação do bráquete Speed. O formato desse bráquete é composto por quatro partes: corpo, clipe, adaptador “in-out” e base. O corpo do bráquete é semelhante ao de outros bráquetes, se difere um pouco na largura dos dentes anteriores e posteriores. Apresenta ganchos desenvolvidos para minimizar a utilização de ganchos auxiliares no sistema. Apresenta um slot adicional de 0,016” x 0,016”, especialmente desenhado para acomodar ganchos para elásticos. O clipe é curvo e flexível, altamente resistente, que permite sua abertura e fechamento vertical, para a 14 remoção e reposição do arco. Esse clipe substitui as ligaduras metálicas e elásticas convencionais. Seu formato permite utilização de ligaduras se necessário. O adaptador “in-out” permite que o arco fique reto no interior do slot. A base do bráquete apresenta curvatura correspondente a cada curvatura da face vestibular dos dentes. Em relação à função, esse bráquete controla os movimentos dentários de rotação, angulação e torque. A aplicação desse sistema permite a incisão contínua de força e apresenta baixo nível friccional. Os autores concluíram que o desenho do clipe e o formato do bráquete permitem maior precisão na força aplicada. A ausência de ligaduras elásticas e metálicas reduz a resistência friccional durante o movimento de translação em 93%, se comparado ao sistema convencional. HARRADINE & BIRNIE (1996) discorreram sobre as vantagens e desvantagens do bráquete autoligado Activa (A-Company, San Diego, Calif.). As principais vantagens clínicas são: baixo atrito e ótima apreensão do fio no slot do bráquete. Os benefícios potenciais são rápido alinhamento e nivelamento de dentes muito irregulares, requerimento de menor uso de ancoragem e facilidade na mecânica de deslizamento. Concluiu-se também que reduz a média de tempo do tratamento. Potenciais desvantagens relatadas no estudo concluíram que na maioria está amplamente relacionada com a falta de familiaridade do operador com o tipo de bráquete. READ-WARD, JONES & DAVIES (1997), realizaram um estudo para investigar a resistência friccional estática de três diferentes tipos de bráquetes autoligados: Activa, Mobil-Lock e Speed, e compará-los com um bráquete convencional Ultratrimm. Cada um dos bráquetes foi testado com três diferentes tamanhos de fios: 0.020”, 0.019” x 0.025” e 0.021” x 0.025”, todos de aço e angulações de 0°, 5° e 10°, para simular a situação clínica de ligação dos arcos. O efeito da saliva, a uma angulação de 0° também foi examinada. As conclusões obtidas foram que em uma angulação de 0°, o sistema autoligado demonstrou resistência friccional significantemente menor em comparação aos bráquetes convencionais amarrados com ligaduras de aço, em arcos 0.020”, sob condições seca e úmida. Os arcos de 0.021” x 0.025” e 0.019” x 0.025”, também apresentaram menor fricção, porém com menor significância estatística. O aumento da angulação 15 resultou em um aumento da resistência friccional com o bráquete Activa, apresentando estatisticamente a maior fricção com o fio de 0.020” e angulação de 5°. A presença da saliva apresentou um efeito inconsistente de forma que vários bráquetes com fio 0.020” apresentaram o mesmo resultado, porém com a significância estatística diferente. LOFTUS et al. (1999) realizaram um estudo para testar hipóteses de que bráquetes cerâmicos com slot de aço geram menos atrito do que bráquetes cerâmicos convencionais e uma quantidade similar de atrito entre os bráquetes convencionais e os bráquetes autoligados de aço durante a simulação de uma condição clínica. Os autores concluíram que a força de fricção dos bráquetes autoligados, dos convencionais de aço e dos cerâmicos com slot de aço foram similares quando testados sob uma simulação clínica, porém bráquetes com slot cerâmico geraram maior fricção do que bráquetes com slot de aço. A fricção foi maior com fio de beta-titânio do que com o fio de níquel-titânio, mas a fricção com cada um dos dois fios foi similar à do aço. BERGER (2000), em um estudo com o bráquete autoligado ativo Speed apresentou que o principal fator na redução do nível de força aplicado durante o movimento de translação foi a anatomia do bráquete, que apresenta um clipe flexível. Sugeriu então que esse seria um sistema quase sem fricção. CACCIAFESTA et al. (2003) compararam em um estudo a força friccional gerada por três tipos de bráquetes diferentes: convencional de aço (Victory – 3m/Unitek), autoligado de aço (Damon SL – Ormco), e autoligado de policarbonato (Oyster – Gestenco), com slot 0.22” e em combinação com três diferentes tipos de arcos: aço (Ormco), níquel-titânio (Ormco), beta-titânio (Ormco). Três diferentes tamanhos de fios foram testados: 0.016”, 0.017” x 0.025” e 0.019” x 0.025”. Os fios testados foram amarrados com ligaduras elásticas nos bráquetes convencionais ou pelo sistema de fechamento de tampa nos bráquetes autoligados. Os autores concluíram que os bráquetes autoligados de aço geram significativamente menor força friccional estática e cinética do que os convencionais de aço e o autoligado de policarbonato, e que estes não mostraram diferenças significativas entre si. O fio de beta-titânio teve maior resistência friccional do que os fios de aço e níquel-titânio e 16 estes não mostraram diferenças significativas entre si. Todos os bráquetes mostraram aumento friccional estático e cinético conforme houve o aumento do calibre dos fios e em pacientes que procura estética. Os bráquetes autoligados de policarbonato são uma alternativa para os bráquetes convencionais de aço e bráquetes cerâmicos. TAGAWA (2006) relatou um estudo detalhado que realizou em sua experiência clínica no seu consultório comparando bráquetes convencionais com o sistema Damon desde 1997. Concluiu que o Sistema Damon aumentou a eficiência, a efetividade e o conforto de sua terapia ortodôntica. O tempo de tratamento diminuiu consideravelmente e o alinhamento inicial ocorreu com excepcional velocidade e conforto. Estas eficiências foram combinadas com intervalo de 10 semanas entre visitas, além da redução da necessidade de extrações. O sistema Damon tornou o treinamento de auxiliares mais fácil e reduziu a necessidade de habilidades específicas que tinham de ser treinadas param serem bem sucedidas. BRITO JR. & URSI (2006) discorreram sobre o sistema Damon, sendo um sistema de bráquetes autoligados passivos, em que se desenvolve uma mecânica aparentemente livre de fricção ou fricção muito diminuída, o que possibilita uma Ortodontia com uso de forças muito mais leves quando comparado com a ortodontia convencional. Damon utiliza uma prescrição de bráquetes seletiva, ou seja, com torques apropriados a cada situação clínica, na qual a vantagem disso seria encurtamento do tempo de tratamento com um maior controle de torque. Damon preconiza o uso de bráquetes autoligados passivos e afirma que pela redução drástica da quantidade de fricção no sistema os arcos podem trabalhar com menos força. Dessa forma, estimulando o movimento dental mais biológico e mais compatível, agindo assim com harmonia com a musculatura orofacial e da língua para encontrar uma posição dental fisiologicamente balanceada entre estes músculos e ossos. O que sugere a idéia de que com o uso da mecânica ortodôntica convencional, os dentes se moveriam através do osso, e por meio do uso de forças próximas do ideal biológico seria possível mover os dentes juntamente com o osso. Histórico: Damon SL (1996) – bráquete autoligado Edgewise geminado com tampa vestibular que recobria as aletas. 17 Damon 2 (1999) – bráquete Edgewise geminado com tampa retângular entre as aletas dos bráquetes, um alicate especial era necessário para abertura e fechamento da tampa. Damon 3 (2004) – combinava material estético de uma nova geração de resina composta com aço inox, sistema passivo, não necessita de alicate específico, basta apenas um instrumental de ponta fina para abertura e o fechamento se dá com a pressão do dedo. Damon MX (2005) – mesmo sistema de abertura e fechamento do Damon 3. Damon Q (2009) – anunciado no fórum Damon em Phoenix nos Estados Unidos, seu design resiste mais aos problemas de acúmulo de tártaro que impede a abertura da trava em alguns casos. Foi fabricado com menor perfil e menor volume. HORTUA, OCAMPO & PÉREZ (2007) compararam a distribuição de forças e deformações na ativação de um sistema de retração com bráquetes autoligados Smart Clip versus Damon. O estudo permitiu concluir que a maior deformação no bráquete Damon apresenta-se no canino em direção disto-lingual e nos dentes posteriores na direção mesio-lingual. Esse modelo de bráquete apresenta um movimento homogêneo na superfície dos incisivos em direção pra distal. No modelo de bráquete Smart-clip, a maior deformação ocorre no canino, em direção distolingual e os incisivos apresentam uma deformação nula, em comparação com Damon. Em ambos os modelos os maiores níveis de força no ligamento periodontal incidem na região cervical. As forças no ligamento periodontal nos incisivos com o Smart Clip são menores, porém insignificantes quando comparadas com Damon. MORINA et al. (2008) realizaram um estudo onde a proposta dessa pesquisa foi investigar a capacidade de torque de bráquetes autoligados ativos e passivos quando comparados com bráquetes metálicos, cerâmico e policarbonato Edgewise. Seis tipos de bráquetes foram incluídos nesse estudo, autoligado Speed e Damon 2, bráquetes convencionais com amarração de aço inoxidável Ultratrim e Discovery, bráquetes cerâmicos Fascination 2 e o bráquete de policarbonato Brillant. Todos os bráquetes possuíam slot 0.22 e mensurados os torques com fios de aço 0.019” x 0.025”. Cada combinação bráquete/fio foi medida 5 vezes. Concluiu-se neste estudo que o bráquete cerâmico Fascination 2 apresentou o maior momento de torque (35 Nmm) e junto com bráquete de aço a mais baixa perda de torque (4,6°). Os 18 bráquetes autoligados, os de policarbonato e os metálicos demonstraram diminuição de quase 7 x do torque durante a inserção do fio de 0,019” x 0,025” dentro do slot de 0,022 e com 100% de aumento em relação a perda de torque com bráquetes cerâmicos. PADUANO et al. (2008) comparou a velocidade de mudança de fio entre bráquetes autoligados e convencionais com ligaduras elásticas e de aço inoxidável. Foram avaliados 50 indivíduos, divididos em cinco grupos de acordo com o tipo de aparelho fixo e sistema de ligação usado (10 pacientes com bráquetes autoligados Time 2; 10 pacientes com autoligados Smart Clip; 10 pacientes com autoligados InOvation; 10 pacientes com bráquetes convencionais com ligaduras de aço; 10 pacientes com bráquetes convencionais com ligadura elástica). O tempo necessário foi mensurado com fio de aço 0.019” x 0.025”. Os bráquetes autoligados usaram um tempo significativamente menor de ligação e remoção quando comparados aos bráquetes convencionais com ligaduras elásticas e de aço. Não foram encontradas diferenças entre os arcos maxilar e mandibular quanto ao tempo de remoção e ligação. O tipo de bráquete influencia o tempo gasto de cadeira. MALTAGLIATI (2009) discorreu sobre os bráquetes autoligados e considerou que poucos são os trabalhos disponíveis na literatura que comprove a eficácia do tratamento diferencial dos sistemas autoligados, em termos de movimentação dentária, resultado e estabilidade. Isso porque muitos ortodontistas se limitam utilizar os protocolos convencionais de tratamento, visando o autoligado apenas como uma ferramenta de baixo atrito. Por meio de um caso clínico apresentado a autora diz que é possível quebrar o paradigma da necessidade incondicional de abertura de espaço antecedendo o alinhamento e nivelamento sem provocar danos ao curso do tratamento ou paciente, desde que o caso esteja bem indicado, obedecendo criteriosamente os preceitos básicos de diagnóstico que não devem ser negligenciado. PANDIS et al. (2009) realizaram um estudo para analisar os níveis de Streptococcus Mutans na saliva de pacientes com bráquetes convencionais e autoligados, em que 32 pacientes foram divididos em dois grupos (convencional e autoligado). Antes do início do tratamento foi obtida uma amostra de saliva e após 3 19 meses da colagem do aparelho. Foram quantificadas as bactérias totais da saliva e Streptococcus Mutans. Concluiu-se que não houve diferença significativa entre pacientes com bráquetes convencionais e pacientes com bráquetes autoligados na contagem total de bactérias na saliva e também nos níveis de Streptococcus Mutans. Ainda nesse estudo o autor relatou que a vantagem do bráquete autoligado é a eliminação dos elastômeros e amarrilhos metálicos que abrigam nessa área do bráquete um número maior de bactérias. CASTRO (2009) descreveu sobre eficiência versus evidências científicas dos bráquetes autoligados, histórico e citou algumas pesquisas sobre a comparação do atrito, placa bacteriana e mecânica de deslizamento entre bráquetes convencionais e autoligados. A autora do estudo concluiu que os bráquetes autoligados não demostraram superioridade mecânica em relação aos sistemas convencionais de forma a justificar seu maior custo, e que ainda é necessário mais estudos para avaliar a estabilidade dos tratamentos com uso de bráquetes autoligados em longo prazo, pois não existem mudanças de paradigmas sem evidências científicas. MALTAGLIATI (2010) em um estudo comparativo entre bráquetes autoligados passivos e ativos, a autora considerou que a escolha do bráquete a ser utilizado no tratamento deve levar em consideração o planejamento do caso e as necessidades mecânicas para o resultado final desejado. Uma situação que poderíamos considerar mais vantajosa, em relação à eficiência mecânica no autoligado passivo, seria as discrepâncias de modelo positivas com protrusão inicial de incisivos. Tantos os bráquetes passivos como os ativos foram, nas pesquisas, significativamente melhores que o sistema convencional em relação ao atrito, porém o passivo mostrou uma superioridade em relação ao ativo com o uso de fios retangulares. FERREIRA - COTRIM (2010) relatou que a principal característica atribuída ao bráquetes autoligados que os diferenciam do bráquetes convencionais é o baixo atrito, portanto é importante entender o papel do atrito na mecânica ortodôntica. Além disso, citou que este atrito pode ser estático ou dinâmico. FERRARI et al. (2011) relataram sobre um estudo em que o objetivo foi comparar a resistência friccional produzida pelos bráquetes autoligáveis Damon 3 20 (Ormco), Smart Clip (3M Unitek) e In-Ovation (GAC) e os bráquetes convencionais Victory (3M Unitek) com módulos elásticos e amarrilhos metálicos, considerando fios retangulares de aço inoxidável e de níquel-titânio de diferentes dimensões (0.017” x 0.025” , 0.019” x 0.025” e 0.021” x 0.025”), bem como avaliar se existe diferença na fricção quando comparados os fios de aço inoxidável e de níquel-titânio testados. Os bráquetes autoligados passivos (Damon e Smart Clip) apresentaram resistência friccional significativamente menor tanto em relação ao bráquete autoligável ativo (In-Ovation) quanto aos bráquetes convencionais com amarrilho e módulo elástico, quando utilizados fios retangulares de aço inoxidável e de níquel-titânio. As dimensões dos fios retangulares e as ligas estudadas não influenciaram significativamente na resistência friccional. PACHECO et al. (2011) relataram um estudo comparativo entre a força de atrito gerada por quatro tipos de bráquetes autoligáveis (Time, Damon 2, In-Ovation R e Smart Clip) com um grupo de bráquetes ortodônticos convencionais (Dynalock) associados a ligaduras elásticas que serviu como grupo controle. A força de atrito foi mensurada com dois tipos de fios de aço inoxidável, 0.018” e 0.017” x 0.025”. Os resultados mostraram que todos os bráquetes autoligáveis testados exibiram níveis de força de atrito semelhantes no fio 0.018”, mostrando valores próximos ou igual a zero. Quando testados com fio retangular 0.017” x 0,025”, os bráquetes In-Ovation R e Time demostraram maiores níveis de força de atrito em comparação aos bráquetes Damon 2 e Smart Clip. MEZOMO et al. (2011) realizaram um estudo com 15 pacientes que precisavam de retração do canino superior em que foi avaliada a quantidade de movimento e a rotação dos caninos, bem como perdas de ancoragem dos primeiros pré-molares superiores. Os bráquetes utilizados foram Smart-Clip (3M Unitek) e convencionais Gemini (3M Unitek). Concluiram-se no presente estudo que as taxas de movimento distal dos caninos superiores foram semelhantes com ambos os bráquetes convencionais e autoligados. A perda de ancoragem foi semelhante com ambos os bráquetes e a rotação dos caninos superiores durante a retração foi minimizada com os bráquetes autoligados. 21 BUZZONI et al. (2011) realizaram um estudo em que o objetivo foi avaliar a força do atrito estático entre bráquetes de aço inoxidável autoligados com sistema de fechamento resiliente e fios ortodônticos redondos e retangulares. Os bráquetes utilizados foram os autoligáveis Smart Clip e In-Ovation R e os convencionais Gemini amarrados com ligaduras elásticas, mensurados com fios de aço inoxidável 0.020” e 0.019” X 0.025”. Os resultados obtidos foram que os bráquetes autoligáveis apresentaram menor atrito do que os bráquetes convencionais, sendo que o Smart clip foi mais efetivo no controle do atrito. O fio retangular apresentou maior atrito do que o fio redondo em todos os bráquetes autoligados analisados. NÓBREGA (2012) discorreu de uma maneira bem sensata sobre os benefícios advindos da utilização dos bráquetes autoligados, porém afirmou que muitas vezes a conotação comercial se sobrepõe à acadêmica, levando o profissional a tomar decisões importantes para a adoção de materiais ou procedimentos de acordo com referenciais baseados na opinião pessoal deste ou daquele pesquisador, e não na solidez do rigor científico. Enfatiza o autor que os bráquetes autoligados não elimina ou diminui a necessidade de extrações dentárias com finalidade ortodôntica e não substitui os parafusos disjuntores. A disjunção rápida da maxila é muito bem comprovada cientificamente sendo um método muito eficaz em ganhos transversais e não causa reabsorção de corticais ósseas como alguns autores apregoam de maneira infundada. PAULA & PAULA (2012), em um estudo objetivo sobre a fricção superficial dos bráquetes autoligados, foram citados diversos autores em uma profunda revisão de literatura e as autoras desse presente estudo concluíram que os bráquetes autoligados produzem valores de atrito inferiores aos bráquetes convencionais com ligaduras elásticas, independente das marcas de autoligados utilizadas. Algumas marcas de autoligados produzem médias de atrito mais altas, enquanto outras apresentam médias mais baixas. Existe um aumento de atrito diretamente proporcional ao aumento da espessura dos fios utilizados. A diminuição do atrito possibilita a mecânica de forças reduzidas com melhor controle de ancoragem. BUZZONI et al. (2012) avaliaram a fricção apresentada por bráquetes autoligáveis de aço inoxidável com sistema passivo de tampa deslizante (Damon SL 22 II) sob angulação de 0° e 2,5° e compararam o comportamento desse grupo sob angulação nula com o grupo de bráquetes autoligáveis com sistema ativo de tampa resiliente (Time 2) e bráquetes convencionais (Gemini). Os fios mensurados foram de calibre 0.020” aço inoxidável. As médias de fricção encontradas confirmam as hipóteses em teste que o Damon SL II é mais eficiente no controle do atrito do que o Time 2 sob angulação de zero grau. Quando submetidos à angulação de 2,5° a fricção aumentou significativamente, porém mantendo-se ainda muito inferior aos patamares evidenciados no grupo de bráquetes convencionais amarrados com ligaduras elásticas. MALTAGLIATI (2012) relatou sobre o uso dos stops no sistema autoligado, que devido ao baixo atrito na fase inicial de alinhamento e nivelamento permite o deslize e deslocamento do fio fazendo faltar de um lado da arcada e sobrar do outro ferindo a mucosa do paciente. Porém, existem diferentes formas de utilizar os stops, potencializando o alinhamento e nivelamento, tornando vantajoso o uso desse dispositivo. Dentre algumas de suas vantagens podemos citar algumas como expansão posterior bilateral, fechamento de diastema, correção de desvio de linha média, projeção anterior, efeito conjugado entre outros. NÓBREGA (2012) discorreu sobre a biomecânica interativa autoligante otimizando a prescrição Roth. A prescrição Roth na técnica Straight-Wire é mundialmente a mais utilizada, tendo se mostrado eficiente ao longo dos anos. O conjunto de benefícios biomecânicos será atingido pelo envolvimento do uso simultâneo de acessórios de prescrição Roth, uso de arcos ortodônticos compostos por ligas inteligentes e aplicação racional de acessórios com stots diferenciais. Os acessórios interativos são aqueles que apresentam habilidade dupla de atuação, tanto ativa quanto passiva, atuando ativamente em dentes que merecem maior amplitude de movimento, ou ainda passivamente quando fios de menor calibre são aplicados em situações específicas. CHUGH et al. (2012) realizaram um estudo abrangente sobre os bráquetes autoligados. Afirmaram ser evidente que o atrito entre os bráquetes convencionais e o elástico estava impedindo o desempenho clínico dos fios de alta-tecnologia. Os bráquetes autoligados tendo menor atrito passou a ser necessário. Apesar de na sua 23 revisão de literatura encontrar algumas vantagens sobre o uso de autoligados, os autores concluiram que evidências estão em falta. Menos tempo de cadeira e proclinação (projeção vestibular) ligeiramente menos incisiva parecem ser as únicas vantagens do sistema autoligado quando comparados ao convencional. Nenhuma outra diferença em tratamento foi encontrada entre os dois sistemas. Nenhum estudo da estabilidade em longo tempo de tratamento foi identificado. NÓBREGA (2012) relatou que os sistemas autoligantes representam o que há de mais biológico em relação ao gerenciamento das forças friccionais reduzidas durante a fase inicial do tratamento. O uso de acessórios interativos autoligantes com ligas inteligentes e slots diferenciais faz com que grande eficiência biomecânica seja alcançada, promovendo excelente perfusão de oxigênio nos tecidos envolvidos com o movimento ortodôntico. O autor ainda discorre sobre outro tipo de reabsorção observada com os bráquetes autoligados, a reabsorção frontal. RODRIGUES, FIGUEIREDO & PACHECO JR. (2012) discorreram em um livro sobre casos clínicos com bráquetes autoligados incluindo uma ampla indicação do uso de stops para otimizar o tratamento com autoligados. MALTAGLIATI (2013) relatou em seu livro sobre o sistema autoligado, incluindo uma abordagem ampla sobre o sistema, discorrendo sobre histórico, vantagens, uso dos stops e casos clínicos apresentados. MACHIBYA et al. (2013) realizaram um estudo com 69 pacientes, em que 34 pacientes foram tratados com bráquetes autoligados Smart Clip (3M Unitek) e 35 pacientes com bráquetes convencionais Victory pré-ajustados e ligados com amarrilhos metálicos. Nesse presente estudo foi comparado o tempo de tratamento e a perda de ancoragem. Foram analisados também os cefalogramas laterais desses pacientes onde T1 pré-tratamento e T2 pós-tratamento. Concluiu-se nesse estudo que o tempo médio de tratamento para os bráquetes autoligados foi menor porém não mostrou estatisticamente uma diferença significativa em relação ao bráquete convencional. Houve mudanças significantes na dentição e esqueleto dos pacientes adolescentes independente do tipo de bráquete utilizado. Ocorreu uma 24 melhora significativa na inclinação lingual dos incisivos inferiores no grupo de bráquetes convencionais em relação aos bráquetes autoligados. BERTL, ONODERA & CELAR (2013) realizaram uma pesquisa com o objetivo de investigar o desconforto (dor) dos pacientes durante a colocação e retirada do fio em indivíduos tratados com bráquetes convencionais e bráquetes autoligados. Foram testados em 18 pacientes em que de um lado da arcada foi colado o autoligado Smart Clip e do outro lado bráquetes convencionais. Os resultados foram avaliados para fios de níquel-titânio redondos e retangulares e fios retangulares de aço inoxidável. Concluiu-se nesse estudo que a colocação e retirada de fios rígidos retangulares gerou mais dor nos bráquetes autoligados do que nos bráquetes convencionais. Porém, os resultados dessa pesquisa se limitaram apenas aos bráquetes autoligados Smart Clip e não pode ser generalizada para os outros designs de bráquetes. MUMMOLO et al. (2013) realizaram um estudo em que o objetivo foi investigar os testes de bactérias feitos em consultórios para um monitoramento microbiano durante o tratamento ortodôntico convencional e com autoligado. Neste estudo, os níveis de Streptococcus Mutans e Lactobacillus Spp foram avaliados em 60 pacientes (27 homens e 33 mulheres), no qual 20 foram tratados com bráquetes autoligados da In-Ovation GAC, 20 pacientes com bráquetes convencionais Ovation GAC e 20 pacientes não passaram por tratamento para compor o grupo controle. A saliva foi coletada de cada paciente em três momentos: (T0) - antes da fixação e início do tratamento, (T1) - três meses após a colagem completa, (T2) - após 6 meses de tratamento. Os resultados obtidos dessa pesquisa foram relacionados à avaliação do fluxo salivar, capacidade tampão da saliva e índice de placa. Quanto ao índice de placa, os indivíduos tratados com bráquetes convencionais em T2 mostraram um valor significativamente maior em relação aos outros dois grupos. Quanto ao fluxo salivar, os indivíduos tratados com bráquetes autoligados em T2 mostraram um maior significativo em relação aos outros grupos, porém não foi observada diferença em T0 (antes da fixação e início de tratamento). Esse aumento significativo do fluxo salivar em pacientes tratados com bráquetes autoligados pode ter relação com as diferenças no design do bráquete autoligado. 25 Indivíduos tratados com bráquetes convencionais em T1 e T2 apresentaram uma prevalência significativamente maior de colonização de Lactobacillus Spp em relação aos indivíduos tratados com bráquetes autoligados. Os resultados referentes à capacidade tampão da saliva não demostraram diferenças significativas entre os três grupos quanto ao uso de ligaduras metálicas e elásticas no que diz respeito à quantidade e à qualidade de placa bacteriana, índice gengival e profundidade de bolsa. Os resultados bacteriológicos favoreceram ligeiramente as ligaduras metálicas, sendo pouco significativo, mas os sinais de sangramento gengival são substancialmente maiores com ligaduras elásticas. MACEDO (2013) discorreu sobre o tratamento ortodôntico com bráquetes autoligados como sendo extremamente benéfico na clínica diária e aponta suas vantagens como uma biomecânica de tratamento com baixos níveis de força, melhor desempenho na mecânica de deslizamento, diminuição no tempo de tratamento e tempo de cadeira, melhor saúde periodontal, melhor gerenciamento nos procedimentos clínicos, além de proporcionar bons resultados de finalização. SATHLER et al. (2013) relataram um estudo sensato comparando os bráquetes convencionais e bráquetes autoligados, citando suas reais vantagens e alertando sobre algumas desvantagens e que ainda são necessários muitos estudos para comprovação de algumas alegações relacionadas ao autoligado. Nessa revisão da literatura que os autores fizeram, concluiu-se que existem as reais vantagens do autoligado em relação ao convencional como a diminuição do atrito, menor índice de placa, redução do tempo de tratamento, redução do tempo de cadeira e melhor apreensão do fio na canaleta. Porém, a autora também demonstrou em uma visão controversa que níveis de atrito foram significativamente grandes e comparáveis aos convencionais com o uso de fios retangulares ou quando há severidade no apinhamento. Mais uma desvantagem foi citada pelos autores, em que os bráquetes autoligados passivos produzem menor resistência friccional e isso pode resultar em uma maior perda do controle de torque. O menor tempo de tratamento com bráquetes autoligados está relacionado ao uso de ligas inteligentes como os fios Cooper Niti e que se forem usados os mesmo fios no bráquete convencional não haverá diferença na efetividade. Portanto, o uso dos autoligáveis deve ser sugerido de maneira seletiva ou racionalizada, se uma baixa resistência friccional é desejada, 26 os bráquetes com sistemas passivo de ligação poderiam ser escolhidos. Mas se o atrito é apropriado, em uma determinada mecânica, então os bráquetes com sistema ativo de ligação ou os convencionais seriam mais indicados. No entanto, é necessário calcular a vantagem de usar o bráquete autoligado considerando o alto valor desses acessórios. NETO (2013) realizou um estudo comparando as forças de ativação, desativação e histerese produzidas por deformação de primeira ordem do fio superelástico Contour NiTi 0.014” (Aditek) em quatro modelos de bráquetes autoligáveis: Damon MX, Easy Clip, Smart Clip e In-Ovation. Em cada combinação de bráquete/fio foram executadas oito repetições. Concluiu-se que valores elevados nas forças de ativação do fio Contour NiTi 0.014” foram acompanhados por maiores magnitudes na histerese, o que resultou em forças de desativação clinicamente semelhantes independentemente do tipo de bráquete autoligável. HARRADINE (2013) relatou um estudo em que bráquetes autoligados melhoram a eficiência no tratamento. As principais melhorias seriam a completa inserção do fio no slot, ligação e remoção mais rápidas com maior conforto ao paciente e menor atrito, completou que cada vez mais excelentes estudos comprovam estas vantagens. BICALHO & BICALHO (2013) relataram sobre o uso de bráquetes autoligados em tratamento de casos limítrofes, no qual descreveram sobre um caso clínico apresentado de uma paciente de 26 anos, severo apinhamento anterior superior, face simétrica e longa, perfil ortognata, ângulo naso-labial dentro da normalidade, ausência de selamento labial passivo, ¼ de classe II bilateral, dente 22 com rotação de 90°, apinhamento anterior inferior e tendência à mordida aberta anterior (overbite de 1mm). No exame cefalométrico inicial demonstrou um padrão facial característico de face longa moderada, causada por um maior crescimento vertical da maxila. Como consequência a paciente apresentava altura facial inferior aumentada, assim como as medidas do plano mandibular e do eixo y de crescimento. Os incisivos superiores encontravam-se levemente lingualizados e os inferiores bem posicionados, não afetando assim a estética facial de forma importante, a não ser pelo apinhamento presente. Poderia ser realizado um tratamento ortodôntico com 27 exodontia dos primeiros pré-molares superiores e subsequente perda de ancoragem posterior, esse seria o tratamento clássico para esse tipo de maloclusão, mas não era do agrado da paciente extrair dentes. Foi indicado, portando, o tratamento ortodôntico não extracionista, com bráquetes autoligados Damon 3MX e utilizados os fios 0.013” cooper-niti, 0.016” cooper-niti, 0.014” x 0.025” cooper-niti, 0.017” x 0.025” aço, 0.019” x 0.025” aço. No tratamento deste caso clínico concluiu-se que os bráquetes autoligados demostraram ser eficientes para o objetivo proposto solucionando o apinhamento severo anterior superior sem extrações dentárias abrindo um leque de possibilidades terapêuticas que podemos oferecer aos nossos pacientes quando estamos diante de casos boderline. FLEMING & O´BRIEN (2013) relataram um estudo sobre bráquetes autoligados que não melhoram a eficiência no tratamento. Citaram nove testes randomizados controlados e ainda duas revisões sistemáticas publicadas sobre bráquetes autoligados. A consistência dos resultados desses estudos prospectivos é notável, sendo que nenhum resultou em ganho de eficiência com bráquetes autoligados, durante tanto na primeira fase do tratamento quanto no tratamento como um todo. 28 3.1 Utilização do Sistema Autoligado 3.1.1 Bráquetes Autoligados: Passivos x Ativos Figura 1 Bráquetes autoligados. Fonte: RODRIGUES A.; FIGUEIREDO C.; PACHECO JR V., Sistema Autoligável segredos clínicos, 2012. FERRARI et al. (2011) analisaram que os sistemas autoligáveis diferenciam entre si pela maneira com que os bráquetes apreendem o fio, podendo ter uma ação ativa ou passiva. Ativos (ou Interativos): baixo atrito com fios redondos e alto atrito com fios retangulares. Ex: In-Ovation e Speed. O arco é constantemente pressionado contra a canaleta do bráquete. 29 Passivos: baixo atrito com fios redondos e baixo atrito com fios retangulares. Ex: Damon e Smart Clip. Possuem tampa ou clipes que fecham a canaleta sem pressionar o arco. Segundo FERRARI et al. (2011) a vantagem do bráquete autoligado passivo seria a menor fricção na mecânica de deslizamento e como desvantagem o menor controle das rotações e do torque. Quanto ao bráquete autoligado ativo como vantagem teria maior controle das rotações e do torque e desvantagem maior fricção na mecânica de deslizamento. Durante um estudo realizado em que o objetivo foi comparar a resistência friccional produzida pelos bráquetes autoligáveis Damon 3 (Ormco), Smart Clip (3M Unitek), In-Ovation (GAC) e pelos bráquetes convencionais Victory (3M Unitek), com módulos elásticos e amarrilhos metálicos, considerando fios retangulares de aço inoxidável e de níquel-titânio de diferentes dimensões (0.017” x 0.025”, 0.019 x 0.025” e 0.021 x 0.025” ), bem como avaliar se existe diferença na fricção quando comparados os fios de aço inoxidável e de níquel-titânio testados. Através de resultados obtidos, concluiu-se haver redução significativa da fricção utilizando os bráquetes autoligados Damon 3 e Smart Clip quando comparados ao bráquetes autoligáveis In-Ovation e ao bráquete convencional com amarrilho e módulo elástico. Não houve diferença significativa nos valores do atrito entre as diferentes secções de fio nem entre as duas ligas metálicas estudadas. Estes resultados revelaram que o bráquete Damon foi o menos sensível à natureza do fio em relação ao nível do atrito produzido e que o bráquete Smart Clip foi o que apresentou maior sensibilidade, o que pode ser explicado pela presença dos clipes de níquel-titânio em suas aletas. De acordo com os resultados do presente estudo os bráquetes autoligáveis passivos no caso Smart Clip (3M Unitek) e o Damon 3 (Ormco) devem ser os bráquetes de escolha durante o tratamento de pacientes com necessidades de extrações ou grandes fechamentos de espaços quando utilizada a técnica de retração por deslizamento devido a redução do atrito da força necessária para a movimentação dentária. MALTAGLIATI (2010) considerou, que devido a resultado de diversos estudos, a escolha do bráquete a ser utilizado no tratamento deve levar em consideração o planejamento do caso e as necessidades mecânicas para o resultado final desejado. Apesar das diferenças poderem ser elucidadas, é difícil 30 descrever até que ponto essas diferenças são sentidas pelo clínico e afetam o resultado final do tratamento. Quando se fala em eficiência mecânica em todos os passos do tratamento ortodôntico o bráquete ativo mostra-se mais interessante. Uma situação em que poderíamos considerar mais vantajoso o uso passivo seria, por exemplo, nas discrepâncias de modelo positivas com protrusão inicial de incisivos em que o objetivo de tratamento seja o fechamento de diastemas em toda a arcada. A escolha entre ativos e passivos também deve levar em consideração fatores desde a facilidade de obtenção do produto, preço, qualidade de fabricação e vantagens clínicas de cada um, adaptadas ao caso clínico selecionado para tratamento. Vários trabalhos de pesquisa avaliaram diversos modelos de bráquetes autoligados convencionais, comparando essencialmente, o atrito gerado pelo deslize do fio por eles. HARRADINE & BIRNIE (1996) verificaram que com os fios retangulares, na mecânica de deslize, o bráquete passivo demonstrou uma superioridade em relação ao bráquete ativo. Porém, verificaram que, nos fios de baixo calibre, bráquetes ativos e passivos atuam na redução do atrito, aproximando-os de zero, com o aumento do calibre, para fios retangulares, o bráquete passivo demonstrou o menor atrito, apesar de ambos terem gerado atrito significativamente menor do que bráquetes convencionais. SATHLER et al. (2013) discorreram que os bráquetes autoligados passivos produzem menor resistência friccional. Entretanto, esse menor atrito pode resultar em uma maior perda de controle de torque. Isso pode ser a causa de terem encontrado que, para os bráquetes Damon, o início do tratamento foi menos doloroso, devido aos fios menos calibrosos, mais substantivamente doloroso que com os convencionais, quando o segundo fio foi inserido, devido a menor liberdade desse na canaleta. Também relataram que o alto custo dos autoligados é argumentado pelos fabricantes ao fato de não haver gastos com ligaduras elásticas. Entretanto deve-se admitir que essa conveniência não pode ser comparada com a diferença existente entre os preços dos bráquetes autoligados e os dos convencionais. 31 PACHECO et al. (2011) descreveram um estudo comparando a força de atrito gerada por quatro tipos de bráquetes autoligáveis (Time, Damon 2, In-Ovation R e Smart Clip) com um grupo de bráquetes convencionais (Dynalock ) associados a ligaduras elásticas tradicionais (Dispen-A-Stix) que serviu como grupo controle. A força de atrito estático foi mensurada, através da máquina universal de ensaios EMIC DL 500, com dois fios de aço inoxidável, com secção transversa 0.018” e 0.017” x 0.025”. Os resultados mostraram que todos os bráquetes autoligáveis testados exibiram níveis de força de atrito semelhantes, quando utilizados com fio de secção transversa redondo 0.018” de aço inoxidável mostrando valores próximos ou igual a zero. Quando testados com fio de secção transversa retangular 0.017” x 0.025”, os bráquetes In-Ovation R e Time demostraram maiores níveis de força de atrito quando comparados aos bráquetes Damon 2 e Smart Clip. Essa diferença pode estar associada ao sistema de fechamento da canaleta, que é considerado ativo nos dois primeiros e passivo nos dois últimos. Na avaliação do bráquete InOvation R, é preciso considerar a grande discrepância da força de atrito encontrada com o fio 0.018” e com o 0.017” x 0.025”. Apesar do bráquete In-Ovation R apresentar altos níveis de atrito com fios retangulares em determinadas biomecânicas, isto pode ser uma grande vantagem desse tipo de acessório, como por exemplo quando há necessidade de se controlar o torque de dentes posteriores. Em conclusão a esse estudo, todos os bráquetes autoligáveis testados apresentaram significativa redução no atrito com fio 0.018” podendo ser considerado uma alternativa clinica para minimizar os efeitos indesejáveis do atrito observados com bráquetes convencionais quando a mecânica de deslizamento é empregada. Quando testados com fios retangulares os bráquetes autoligáveis ativos apresentaram atrito significativamente maior do que aqueles considerados passivos, com resultados estatisticamente semelhantes aos dos bráquetes convencionais com fios de mesmo calibre. 3.1.2 Uso dos Stops ou Wins MALTAGLIATI (2012) discorreu sobre o uso dos stops, em que o seu emprego tem sido necessário desde a introdução do sistema autoligado. Na fase 32 inicial do alinhamento e nivelamento, ocorre o deslize do fio fazendo faltar de um lado da arcada e sobrar do outro lado ferindo a mucosa do paciente. Essa ocorrência geralmente força o ortodontista a realizar dobra distal no final do arco, porém por se tratar de um sistema que utiliza fios termoativados, o ideal é que esses não sejam dobrados nas extremidades, pois precisariam ser destemperados, o que pode prejudicar a propriedade desses fios. Existem diferentes formas de posicionar os Stops para potencializar o alinhamento e nivelamento de forma a tirar vantagem desse dispositivo. São utilizadas pequenas extensões de tubo telescópico com 2 a 3mm denominados Stops. Segundo MALTAGLIATI (2012): STOPS na linha média: proporcionam um alinhamento e nivelamento simétrico e mantém o perímetro do arco. Utilizados, portanto, em casos de apinhamentos com simetria, apinhamentos do lado esquerdo e direito sem desvio de linha média, inclinação adequada dos incisivos com sobremordida normal ou aberta. Os stops na linha média evitam protrusão do incisivo, pois ao permitir o deslize posterior, a sobra de comprimento do fio corre para distal e não força o movimento vestibular dos dentes. STOPS na lateral das arcadas dentárias: podendo ser unilateral ou bilateral nas laterais da arcada dentária. Unilateral: o fio deslizará apenas de um lado. É indicado onde o apinhamento é maior de um dos lados da arcada e apresenta desvio de linha média para esse lado. Bilateral: o efeito de expansão e protrusão ocorrerá em ambos os lados. Indicado para casos de biretrusão, tratamento compensatório do padrão face curta e casos de sobremordida acentuada, onde a reversão da curva de speed é indicada. STOPS no final do arco mesial ou distal ao tudo dos primeiros molares: sempre utilizado bilateralmente, limita o aumento precoce do perímetro da arcada, controlando o efeito protrusivo neste caso (colocado dois stops um de cada lado na distal dos primeiros molares, quando os segundos molares 33 estiverem colados, ou na distal dos segundos pré-molares quando o fio terminar nos primeiros molares). E ainda podem ser utilizados como mantenedor de espaço nos caso de dentes que foram perdidos. RODRIGUES, FIGUEIREDO & PACHECO JR (2012) relataram que os Stops ou WINS (como denominados por estes autores) são utilizados de várias formas para otimizar os tratamentos com autoligáveis: Expansão posterior bilateral: quando desejamos expansão posterior, posicionamos os WINS nas distais dos incisivos centrais ou laterais ou elegemos um incisivo melhor posicionado (mesial e distal do incisivo). O stop não deve estar encostado no bráquete para dar liberdade ao dente de se movimentar ao mesmo tempo em que libera a expansão posterior. Figura 2 Expansão posterior bilateral. Fonte: RODRIGUES A.; FIGUEIREDO C.; PACHECO JR V., Sistema Autoligável segredos clínicos, 2012. 34 Abertura de espaços com mola de NiTi: no sistema convencional quando usamos a mola de NiTi, os dentes que ficam entre a mola são amarrados com amarrilho metálico para evitar giroversão dos mesmos. No sistema autoligado pode ser utilizado os stops para que não ocorra giroversão dos dentes onde a mola encosta. Figura 3 Abertura de espaços com mola de NiTi. Fonte: RODRIGUES A.; FIGUEIREDO C.; PACHECO JR V., Sistema Autoligável segredos clínicos, 2012. Fechamento de diastema: os Wins são posicionados nas distais dos dentes com diastemas para promover o fechamento dos espaços ao mesmo tempo em que ocorre o alinhamento e nivelamento. 35 Figura 4 Fechamento de diastema. Fonte: RODRIGUES A.; FIGUEIREDO C.; PACHECO JR V., Sistema Autoligável segredos clínicos, 2012. Desvio de linha média: Os Wins são posicionados na mesial e distal de um dente posterior, o mais bem posicionado, do lado do desvio da linha mediana. Com este travamento posterior todo o excesso do fio será deslocado para o outro lado, corrigindo assim o desvio de linha mediana. Figura 5 Desvio de linha média. Fonte: RODRIGUES A.; FIGUEIREDO C.; PACHECO JR V., Sistema Autoligável segredos clínicos, 2012. 36 Projeção anterior: em casos de apinhamentos, os Wins devem ser posicionados para posterior, para que ocorra projeção anterior (nas mesiais do tubo molar). Figura 6 Projeção anterior, Classe III com apinhamento. Fonte: RODRIGUES A.; FIGUEIREDO C.; PACHECO JR V., Sistema Autoligável segredos clínicos, 2012. Ampliação do comprimento do arco: efeito ômega com Wins posicionados na mesial do tubo dos segundos molares deixando uma sobra de fio. Figura 7 Ampliação do comprimento do arco. Fonte: RODRIGUES A.; FIGUEIREDO C.; PACHECO JR V. Sistema Autoligável segredos clínicos, 2012. 37 Arco segmentado: travar o fio com Wins para usar molas, segmentando o tratamento. Usar o Win travando um segmento para movimentar um dente (mesializar ou distalizar). Figura 8 Arco segmentado. Fonte: RODRIGUES A.; FIGUEIREDO C.; PACHECO JR V., Sistema Autoligável segredos clínicos, 2012. Efeito conjugado: possibilita o travamento de um dente ou grupo de dentes de forma mais confortável e higiênica. Figura 9 Efeito conjugado. Fonte: RODRIGUES A.; FIGUEIREDO C.; PACHECO JR V., Sistema Autoligável segredos clínicos, 2012. 38 3.1.3 A Importância dos Fios de Alta Tecnologia SATHLER (2013) et al. relatou que a grande diferença apresentada por autoligáveis no que diz respeito ao menor tempo de tratamento, menor tempo de visita e menos desconforto ao paciente está ligada ao uso de fios de última geração, como os fios de Cooper NiTi. Além disso, em um estudo in vivo, comparativo do Smart Clip com o convencional amarrado com elástico ou amarrilho usando os fios Damon (0.014” e 0.016” x 0.025” CuNiTi), não houve diferença na efetividade em reduzir o apinhamento. Em estudo in vivo semelhante, agora com bráquetes Damon, os convencionais alcançaram melhores índices de correção que o Damon e houve mais falhas dos bráquetes Damon quando comparados aos convencionais. Sobre a polêmica levantada por Damon que afirma que o tratamento com o Damon System pode minimizar a necessidade de exodontias e expansões cirúrgicas. Na verdade, o que ocorre nesse tipo de tratamento é uma grosseira expansão da arcada dentária. A diferença é o uso dos arcos de CuNiTi que distribuem essa força expansiva mais gentilmente do que os outros arcos. MALTAGLIATI (2009) descreveu que para que o sistema de bráquetes autoligados seja otimizado no quesito redução de atrito e funcione adequadamente, devem ser associados fios de pequeno calibre (para permitir deslize), que vão liberar forças extremamente leves (para melhorar a relação momento x força, principalmente nos casos apinhados) e sejam altamente flexíveis (para serem introduzidos em dentes mal posicionados, sem aumentar a força de forma expressiva). É importante na fase de alinhamento e nivelamento usar menos força possível, compatível com a fisiologia do movimento dentário, buscando maior rapidez através de menor iatrogenia no ligamento periodontal. Usando fios de alto calibre os efeitos colaterais serão mais vistos, perdendo em qualidade de tratamento. Atribuir rapidez do alinhamento ao bráquete não parece razoável porque quem nivela os dentes é o fio e não o bráquete, portanto qualquer bráquete que receba fios de memória de forma que aplique forças de baixa intensidade proporcionará rapidez de nivelamento, simplesmente porque ele é trocado, pois devido ao baixo calibre, o fio não tem capacidade de nivelamento total. Portanto, só devemos progredir com o fio quando estiver completamente retificado, 39 independentemente do tempo que foi preciso para que esta retificação aconteça. É importante que não se abra os bráquetes, que o fio não seja manuseado durante estas consultas e dê tempo para que o sistema trabalhe. 40 4 DISCUSSÃO 4.1 Atrito O atrito ou fricção é discorrido como a força que retarda ou impede o deslize de dois objetos em contato, quando esses são forçados a deslizar um sobre o outro. A principal característica atribuída aos bráquetes autoligados que os diferenciam dos bráquetes convencionais é o baixo atrito. É importante, portanto, entender o papel do atrito na mecânica ortodôntica e conhecer como o baixo atrito pode mudar o tratamento ortodôntico, ser desejado em alguns momentos e quando ele é mesmo necessário. BERGER (1990), READ-WARD; JONES & DAVIES (1997), LOFTUS et al. (1999), NETO et al. (2013). Atrito estático e atrito dinâmico (cinético) O atrito estático constitui a força necessária para iniciar o movimento de um corpo. Em Ortodontia representa a força mínima necessária para que o dente inicie a sua movimentação suplantando a tendência de permanecer em sua posição inicial dada pela intercuspidação, contato com dentes adjacentes, musculatura peribucal e contato do fio com o bráquete e dispositivo de amarração. Figura 10 Atrito estático. Fonte: MALTAGLIATI L.A, Sistema Autoligado, 2013. 41 O atrito dinâmico é aquele gerado pelo movimento, ou seja, pelo deslize de um objeto sobre uma superfície, exemplo: um dente em tracionamento. Figura 11 Atrito dinâmico. Fonte: MALTAGLIATI L.A, Sistema Autoligado, 2013. No deslocamento entre superfícies sólidas como é o caso do fio e do bráquete, o coeficiente de atrito estático sempre será maior (mas não necessariamente muito maior) do que o coeficiente do atrito dinâmico. Isso significa que a força necessária para iniciar o movimento é mais elevada do que aquela dispendida após o início do deslize. Diversos estudos avaliaram os fatores que influenciam a resistência ao atrito: os materiais do fio e do bráquete, as condições da superfície dos fios e do encaixe do bráquete, a secção do fio, o torque na interface fio e bráquete, o tipo e a força da ligadura, o uso de bráquetes autoligados, a distância interbráquete, a saliva e a influência de funções bucais. CACCIAFESTA et al. (2003), FERREIRA-COTRIM (2010), MALTAGLIATI (2013). 42 4.2 Vantagens dos Bráquetes Autoligados 4.2.1 Redução do Atrito Os autores discorreram que, em uma avaliação das médias de fricção superficial em diferentes bráquetes autoligados, os mesmos produzem valores de atrito inferiores aos bráquetes convencionais com ligaduras elásticas, independente das marcas de autoligados utilizadas. Níveis muito baixos de atrito com os aparelhos autoligáveis têm sido claramente demonstrados e quantificados em trabalhos de diversos autores. Essa grande concordância na literatura sobre o menor atrito durante a movimentação ortodôntica é explicado devido ao não uso das ligaduras. Entre tantos os estudos feitos sobre o atrito, destaca-se o feito por VOUDORIS que mediu o atrito produzido por três tipos de bráquetes convencionais e os comparou com três tipos de bráquetes autoligáveis: um ativo (Sigma) e dois passivos (Damon SL e Interactwin). Quando os arcos 0.019” x 0.025” de aço foram encaixados, um bráquete convencional com ligadura em “O” produziu atrito entre 371 vezes e 667,8 vezes maior do que os bráquetes autoligáveis passivos. Os bráquetes convencionais com ligaduras metálicas apresentaram valores de atrito até 532,8 vezes maior em relação aos bráquetes autoligáveis passivos. Os autoligáveis ativos produziram até 310 vezes maior atrito do que os autoligáveis passivos. Em estudo comparando os autoligáveis entre si – Time 2, In-Ovation R, Speed, Damon 3. Evidenciaram que o Damon 3 mostrou o menor valor de atrito. Esse resultado está intimamente ligado ao desenho passivo desse dispositivo. Uma concordância foi encontrada na análise dos estudos, na qual o atrito é bem menor em bráquetes autoligados quando estamos em fios redondos e apenas um estudo discordou. A maioria dos estudos analisados concorda que o atrito de ambos, convencionais e autoligados, aumentam conforme o calibre do fio. BERGER (1994), BERGER (2000), TAGAWA (2006), BRITO JR & URSI (2006), MALTAGLIATI (2010), CHUGH et al. (2012), BUZZONI et al. (2011), FERRARI et al (2011), PACHECO et al. (2011), BUZZONI et al. (2012), PAULA & PAULA (2012), SATHLER et al. (2013), MACEDO (2013), HARRADINE (2013), BICALHO & BICALHO (2013). 43 4.2.2 Inserção Completa do Fio na Canaleta do Bráquete Diversos autores discorreram que mais uma das vantagens dos bráquetes autoligados seria assegurar a inserção completa do fio no bráquete devido à existência de uma trava ou clipe. O fio fica completamente inserido na canaleta, se o fio não estiver totalmente inserido na canaleta o dispositivo não fecha. Isso se torna uma vantagem sobre as ligaduras metálicas e elásticas. As elásticas sofrem degradação, vão perdendo sua elasticidade e não tem força suficiente para assegurar o arco totalmente na canaleta. Enquanto as ligaduras metálicas, uma vez estabelecida a ligação, ela não se perde, pois não sofre estiramento, porém permite que um fio que não esteja totalmente inserido na canaleta seja amarrado assim mesmo.MALTAGLIATI (2013). 4.2.3 Facilidade e Rapidez (Menos Tempo de Cadeira) Estudos foram realizados com o objetivo de comparar a velocidade da troca do fio entre bráquetes autoligados e bráquetes convencionais com ligaduras elásticas e de aço inoxidável. Nessa pesquisa, 50 pacientes foram selecionados, 28 homens e 22 mulheres entre 12 – 30 anos. Destes, 10 indivíduos = Bráquete autoligado TIME, 10 indivíduos = Bráquete autoligado SMART CLIP, 10 indivíduos = Bráquete autoligado IN-OVATION, 10 indivíduos = Bráquete convencional com ligação de aço e 10 indivíduos com Bráquete convencional com ligação elástica. Foi realizado o alinhamento e nivelamento em todos os pacientes, os que estavam com o fio 0.019” x 0.025” de aço foi medido o tempo com cronômetro da inserção e retirada do fio. Certamente o tempo necessário para remover ou colocar fios, apesar de interessante, é menos significativo quando comparado com a quantidade de atrito, ou outras características do bráquete autoligado, como uma ligação mais segura e a melhora no conforto do paciente, por eliminar os amarrilhos metálicos 44 que muitas vezes ferem a mucosa do paciente e até mesmo o profissional durante sua manipulação. No entanto, é sugerido que a redução do tempo de cadeira pode ser um aspecto útil do bráquete autoligado. De acordo com os resultados obtidos desse estudo, comprovou que o aparelho autoligado reduz drasticamente o tempo de cadeira, quando comparado com bráquetes convencionais pela diminuição média do tempo necessário para remover e inserir o fio nas arcadas dentárias. Em relação aos diferentes designs de bráquetes autoligados, não houve diferença no tempo de remoção dos fios. O bráquete autoligado TIME 2 precisou de mais tempo para inserção do fio na arcada, em comparação com os outros bráquetes autoligados. Esses dados sugerem que o tempo de remoção do fio não é afetado pela diferença de geometria slot e pelo mecanismo de abertura e fechamento, enquanto o tempo para o inserção do fio é influenciado pelo tipo de bráquete autoligado. O tempo calculado em média, que foi necessário para ligar os fios por meio de amarrilho metálico, foram de 3 minutos e ligaduras elásticas 2 minutos. Enquanto que com os bráquetes autoligados menos de 30 segundos foram necessários para inserir o fio no bráquete. Esses dados sugerem que o uso do bráquete autoligado pode economizar 30% do tempo de cadeira gasto durante o ajuste do fio, economizando assim mais do que 1 hora por dia. Como vantagem, esses bráquetes diminuem a dependência do apoio de um assistente. Esse aspecto pode ser muito relevante para os ortodontistas que não possuem assistentes em seus consultórios. As ligaduras metálicas, apesar de apresentarem menos atrito, quando comparadas às elásticas (30 a 50% menos atrito), demonstraram que seu uso prolonga a consulta em mais de 12 minutos quando é necessário mudar os dois arcos. Essa é uma razão muito válida para que hoje se usem muito pouco as ligaduras metálicas. Em uma experiência clínica com 600 pacientes, durante 26 meses foi demonstrado que em cada troca de fio o operador consegue economizar 5 minutos. Comparando o tempo de cadeira com Damon 2, encontraram redução de 1,3 minutos por consulta. O tempo de inserção e remoção do fio com ligadura elástica e bráquetes autoligados ocorreu uma diferença de 9 segundos na inserção e 16 segundos na remoção a favor dos bráquetes autoligados. Alguns estudos calcularam o tempo clínico envolvido no uso de bráquetes autoligados e bráquetes convencionais e concluíram que mais que o triplo do tempo foi requerido para um operador experiente remover e colocar a “borrachinha” na 45 arcada completa, comparado ao aparelho autoligado. A diferença era ainda mais drástica para fixar o fio do que para removê-lo. Para aparelhos comuns, uma média de 10 minutos era necessária para a remoção e reposição do fio, e outros 6 minutos para os ajustes ortodônticos. Supondo que o paciente precise de 5 minutos para chegar e partir, um total de 21 minutos era gasto. Por outro lado a média para pacientes com autoligados é de 14 minutos. HANSON (1980), BERGER (1994), HARRADINE & BIRNIE (1996), PADUANO et al. (2008), CHUGH et al (2012) e MALTAGLIATI (2013), RODRIGUES; FIGUEIREDO & PACHECO JR (2013). 4.2.4 Menor Acúmulo de Placa Bacteriana As ligaduras elásticas demostraram acúmulo de micro-organismos na placa 38% maior que ligaduras metálicas e são contraindicados em pacientes com máhigienização. Sendo, portanto, mais uma indicação do uso de bráquetes autoligados. Os pacientes com problemas periodontais ou com facilidade de acúmulo de placa e tártaro deve-se ter cautela com o tipo de bráquete autoligado utilizado, pois alguns têm a abertura do dispositivo impedida pelo acúmulo de tártaro. Um dos pontos positivos do bráquete autoligado é a eliminação de elastômeros ou ligaduras de aço inoxidável. Foi proposto que esse recurso trouxesse duas vantagens: a erradicação da contaminação cruzada, que pode acidentalmente ser envolvida no processo de mudança de ligadura e a melhoria na higiene bucal dos pacientes. Esta última tem sido atribuída ao fato de que ao paciente é dada a oportunidade para limpar as superfícies de complexidade reduzida e com locais de menor retenção de colonização microbiana. 46 Figura 12 Acúmulo de placa bacteriana. Fonte: MALTAGLIATI L.A, Sistema Autoligado, 2013. Os diferentes componentes do sistema ortodôntico fixo podem contribuir para uma mudança no balanço ecológico oral. Uma grande quantidade de pesquisas tratou do contato íntimo de materiais ortodônticos com os dentes e tecidos periodontais. A presença dos bráquetes e ligaduras tem se mostrado relacionada ao aumento das inflamações na gengiva e o aumento no risco de descalcificações. Essa desmineralização da superfície do dente resulta no aparecimento de pontos brancos ou até mesmo lesões cariosas. Dentes ligados com ligaduras de elastômeros abrigam na área do bráquete um número maior de bactérias do que aqueles que utilizam fios de aço. Na questão de morfotipos de bactérias, como foi detectado em estudos em microscópios eletrônicos, não foram encontradas diferenças entre os dois métodos de ligação. Em relação aos bráquetes autoligados também não houve diferença significativa encontrada em pesquisas em relação a contagem total de bactérias na saliva, além disso, o tipo de bráquete parece não alterar os níveis de Streptococcus Mutans na saliva. PANDIS (2013) et al., MALTAGLIATI (2013), MUMMOLO (2013), SATHLER et al. (2013). 47 4.2.5 Mais Biológico - Biologia da Remodelação Óssea nos Bráquetes Autoligados A magnitude de força ortodôntica é considerada um fator importante, tanto para o movimento dentário, como para a prevenção de qualquer dano tecidual. Além da magnitude da força aplicada, a duração da mesma também deve ser considerada, pois ambos são fatores agravantes para a reabsorção radicular externa. Uma força ótima deve apresentar magnitude suave e natureza dissipante. Deve promover rápido movimento dentário, sem desconforto ou prejuízo. Uma mecânica ótima é aquela que compreende e controla as forças de reação, pois normalmente são essas forças que constituem os efeitos colaterais que podem influenciar no resultado final do tratamento ortodôntico. Portanto, sistemas autoligantes, principalmente aqueles que primam pela interatividade entre clipe e arco ortodôntico, não constituem meramente conjunto de acessórios que economizam tempo de cadeira no ganho de segundos a cada troca de arcos ortodônticos. Representam sim o que há de mais biológico em relação ao gerenciamento de forças friccionais reduzidas durante a fase inicial de tratamento, e ao mesmo tempo positivamente aumentadas quando se necessita de mais interatividade entre fio ortodôntico e slot, como por exemplo, quando há uso de fios com geometria retangular. O uso concomitante de acessórios interativos autoligantes com ligas inteligentes faz com que grande eficiência biomecânica seja alcançada de maneira simples e direta, promovendo excelente perfusão de oxigênio aos tecidos envolvidos. Os autores relataram que ao utilizarmos arcos de alta tecnologia (0.014” termoativados) em um sistema passivo de forças dos bráquetes autoligados, essas forças não se impõe ao sistema biológico e permitem que o equilíbrio entre forças dos músculos, ossos e tecidos possam determinar onde devem posicionar-se os dentes, esta é chamada zona de força ótima. Os níveis de força ótima para mover um dente durante o tratamento ortodôntico deve ser suficiente para estimular a atividade celular sem obstruir os vasos sanguíneos. A vascularização é crítica para a movimentação do dente, por isso uma força leve e constante é considerada mais eficiente do que forças elevadas. Os autores consideraram que os baixos níveis de 48 força dos bráquetes autoligados ao longo do tratamento não compromete a microcirculação ao redor das raízes. Dois fenômenos biológicos devem ser descritos: o da remodelação óssea e o da integridade da superfície radicular. Existem dois tipos de resposta óssea por pressão durante a movimentação ortodôntica: Reabsorção Minante: ocorre devido às forças pesadas usadas no tratamento ortodôntico convencional, após compressão ao ligamento periodontal e ao movimento inicial, durante o período de hialinização no ligamento e o movimento dental pelo processo de reabsorção minante, amplamente mediado pela presença de oxigênio, trazido pela reabertura da rede capilar. Reabsorção Frontal: ocorre devido às forças leves com a aplicação de forças contínuas de baixa magnitude. O processo se caracteriza pela reabsorção óssea frontal no lado de pressão sobre a raiz, onde o suprimento de oxigênio não é seriamente comprometido, permitindo atividade osteoclástica adjacente ao ligamento periodontal. Ao mesmo tempo, o lado de tensão é preparado para, dentro de um período de poucos dias, iniciar o depósito de tecido osteoide. Com sincronismo entre os dois fenômenos, um novo e remodelado alvéolo é formado, contribuindo para o visível movimento radicular fluido. Com as mecânicas convencionais, a ideia é que os dentes se movam através do osso, porém com as mecânicas de forças leves o intuito é mover os dentes com o osso. Isso acontece devido ao oxigênio ser o mecanismo chave para a remodelação do osso periodontal. Com isso, podemos concluir que forças leves são fundamentais para o funcionamento de todo sistema biológico. NÓBREGA (2012), RODRIGUES; FIGUEIREDO & PACHECO JR (2013). 4.2.6 Maior Rapidez e Menos Ancoragem Um estudo demonstrou que o resultado obtido para tempo médio de tratamento com bráquetes autoligados foi de 19,19 meses, enquanto que bráquetes convencionais o tempo médio de tratamento foi de 21,25 meses, não sendo, portanto, uma diferença significante. MACHIBYA et al. (2013). Porém CHUGH et al. 49 (2012) relatou sobre um estudo realizado em 3 pacientes uma redução no tratamento de sete meses e sete visitas para casos com Damon SL comparados com bráquete convencional. Em outro estudo comparou 30 casos de tratamento com bráquetes Damon SL com 30 casos de tratamento com o mesmo dentista com bráquetes convencionais. Seis dos casos de Damon SL precisaram de uma média de 4 meses a menos (19,4 contra 23,5) e 4 visitas a menos (12,7 contra 16,5) para ser tratado a um nível equivalente baseado na “Peer Assentment Rating Scores”. Um estudo clínico mais aprofundado com três tratamentos foi descoberta uma redução média de 6 meses no tratamento (31 contra 25) e sete visitas (28 contra 21) para casos com Damon SL comparados com bráquetes convencionais. A conservação da ancoragem também é outra vantagem dita sobre os bráquetes autoligados com relação aos bráquetes convencionais. A redução do atrito durante o deslizamento mecânico suspostamente reduz a força necessária para mover o dente durante o tratamento ortodôntico, que por sua vez reduz a força recíproca no dente âncora. Na realidade, o que difere principalmente os bráquetes autoligados dos bráquetes convencionais é a possibilidade de unir as etapas do tratamento, como a de obtenção de espaço com a do alinhamento e nivelamento junto com a eliminação da instalação de ancoragem prévia ao tratamento, isso devido à utilização de forças leves, baixo atrito e o deslize facilitado pelo bráquete autoligado que permite a liberdade maior de movimentação. Alguns autores relataram que em bráquetes autoligados onde o atrito é menor, o uso de ancoragem é significativamente reduzido em relação aos bráquetes convencionais, isso devido à liberdade de movimentação dos dentes com bráquetes autoligados e a possibilidade de provocar um tracionamento com forças mais leves, sugere-se que a ancoragem que geralmente é instalada no início do tratamento pode ser postergada para a fase de retração propriamente dita e mesmo assim se for mesmo necessária. Isso porque os bráquetes autoligados funcionam como tubos, permitem liberdade de movimentação do fio no bráquete e do bráquete sobre o fio e, consequentemente, dos dentes durante a fase de retração anterior ou mesmo do deslocamento horizontal de alguns dentes. Entretanto é de suma importância que durante a mecânica de deslize eles estejam bem nivelados, para evitar angulações que aumentem o atrito e que o arco seja de aço inoxidável, sendo as forças aplicadas controladas, mantendo-se leves. CHUGH et.al (2012), MACHIBYA et al. (2012), MALTAGLIATI (2012), MALTAGLIATI (2013). 50 4.2.7 Maior Conforto Alguns autores relataram que uso de bráquetes autoligados eliminam as ligaduras de aço que possuem bordas cortantes que podem irritar o paciente e aumentam o risco de contaminação cruzada, tornando-se, portanto mais confortável ao paciente. Os autoligados reduzem o risco de lesões percutâneas e possível transmissão de Hepatite B, Hepatite C ou HIV para ambos: ortodontista e funcionários. Pela perspectiva do paciente, os bráquetes autoligados são geralmente mais suaves, mais confortáveis e fáceis de limpar. Além disso, o rápido nivelamento e alinhamento da dentição foi observado em vários pacientes tratados com bráquetes autoligados. CHUGH et al. (2012), MALTAGLIATI (2013). 4.3 Desvantagens Em um estudo testaram a hipótese de que não exista diferença na experiência de dor durante a semana seguinte, tanto na colocação quanto na remoção de dois aparelhos ortodônticos (Smart Clip e Victory, 3M Unitek). Quarenta e oito pacientes (72,2%) e cinquenta e um (77,3 %) completaram a primeira e a segunda parte do estudo, respectivamente. Não houve influência do tipo do bráquete na experiência de dor em nenhum dos momentos avaliados (4h, 24h, 72h e sete dias após a colocação do aparelho). No entanto, o tipo de bráquete influenciou significativamente a percepção de dor durante a remoção e inserção do arco. Concluiu-se que o tipo de bráquete não demostrou efeito sobre a experiência de dor durante a primeira semana após a colocação inicial em ambos os aparelhos ortodônticos pré-ajustados, porém, verificou-se desconforto significativamente maior durante a inserção e remoção do arco com o aparelho Smart Clip. Em um estudo avaliando a dor durante o tratamento ortodôntico utilizando bráquetes autoligados Damon 2 versus bráquetes convencionais com fios 0.014” e 51 0.016” x 0.025”, ambos CooperNiTi (Ormco), verificaram que, no início do nivelamento, os pacientes relataram menor sensação dolorosa com o autoligado. Porém, quando o fio retangular foi utilizado, a movimentação dentária foi mais dolorida. Os estudos comparativos entre bráquetes convencionais e bráquetes autoligados relacionados a diminuição do tempo de cadeira, concluiu-se que a redução foi modesta e de pequena significância clínica, onde o tempo total de tratamento demonstrou uma redução de quatro meses nos bráquetes autoligados. Os autores também encontraram algumas deficiências nos bráquetes autoligados Damon 2, como falhas técnicas no deslizamento de suas tampas. O grau de descolagem foi significantemente maior que o convencional Victory. Alguns autores compararam, clinicamente, o índice de irregularidade utilizado para quantificar o grau de apinhamento entre o bráquete autoligado Damon 2 e um bráquete convencional, e não constataram superioridade significativa do autoligado. Outros autores demonstraram que o bráquete autoligado Time teve maior fricção quando comparado com o bráquete convencional Omni, devido à excessiva pressão exercida pelo clipe no fio e este empurrando contra a canaleta, sugerindo mais estudos para avaliar a força friccional nos bráquetes com clipe. 52 Resumo do tempo médio de tratamento comparativo entre Bráquetes autoligados e Bráquetes convencionais. Estudo Eberting et al. (2001) Harradine (2001) Hamilton et al. (2009) Fleming et al. (2010) DiBiase (2011) N Bráquete autoligado Tratamento (meses) bráquetes autoligados Tratamento (meses) bráquetes convencionais 215 Damon SL 25 31 60 Damon SL 19,4 23,5 762 In-Ovation 15,5 15,8 54 SmartClip 21 18 48 Damon 3 24,48 23 90 Time 2 20,4 18,2 Johannson & Lundstrom (2012) Fonte: Fleming & O´Brien, Self-ligating brackets do not increase treatment efficiency, 2013. Em um teste randômico controlado comparando as taxas de retração canina em bráquetes autoligados Smart Clip com bráquetes convencionais Gemini, nenhuma diferença relevante clínica ou estatística na taxa mensal de retração canina foi encontrada. A taxa média de retração mensal foi de 0,06mm maior com bráquetes autoligados. Esses estudos indicaram consistentemente que bráquetes autoligados podem ser pouco benéficos em relação à eficiência do tratamento. Em outro estudo realizaram teste clínico controlado envolvendo aparelhos Damon 2 e MicroArch (Dentsply International Inc.), sem diferenças significantes no tempo 53 necessário para alinhar o arco mandibular. Autores relataram que o bráquete autoligado Time 2 demonstra dificuldades em ser aberto quando comparados a outros bráquetes autoligados, além de necessitar de maiores cuidados ao ser aberto para não causar descolagem do bráquete. A ergonomia do aparelho autoligado é afetada pelos diferentes designs de bráquetes. Por exemplo, para envolver o fio no bráquete Smart Clip foi necessário que os dentes fossem ligeiramente empurrados para reduzir o desconforto do paciente ou morder roletes de algodão para minimizar a dor durante a retirada do fio. Bráquetes autoligados passivos produzem menor resistência friccional. Entretanto, esse menor atrito pode resultar em uma maior perda de controle de torque. Isso pode ser a causa de terem encontrado que, para os bráquetes Damon, o início do tratamento foi menos doloroso, devido aos fios menos calibrosos, mais substantivamente mais doloroso que com os convencionais, quando o segundo fio foi inserido, devido a menor liberdade deste na canaleta. Também relataram que o alto custo dos autoligados são argumentados pelos fabricantes ao fato de não haver gastos com ligaduras elásticas. Entretanto deve-se admitir que essa conveniência não pode ser comparada à diferença existente entre os preços dos bráquetes autoligados e os dos convencionais. Em um estudo realizado com 15 pacientes que precisavam de retração de caninos superiores, os bráquetes utilizados foram autoligados Smart Clip (3M Unitek) e convencionais Gemini (3M Unitek), onde a retração foi realizada com cadeia elastomérica com uma força de 150 gramas (verificada com dinamômetro). A perda de ancoragem ocorreu neste estudo independente do sistema utilizado. A taxa de movimento dos molares no sentido mesial foi de 0,43mm com bráquetes autoligados e 0,53mm com bráquetes convencionais. Portanto, a perda de ancoragem é semelhante em ambos os bráquetes. Autores discorreram sobre a polêmica levantada por Damon, que afirmou que o tratamento com Damon System pode minimizar a necessidade de exodontias e expansões cirúrgicas, afirmaram que o que ocorre nesse tipo de tratamento é uma grosseira expansão da arcada dentária, assim como Angle defendia há 100 anos e Fauchard há quase 300 anos. A diferença é o uso de arcos de CuNiTi, que distribuem essas forças expansivas mais gentilmente do que os arcos usados por Angle. Damon indicou contenção colada permanente, diferentemente de Tweed e Strang. Além desses fatos, exames tomográficos usados para suportar essa 54 afirmação são apresentados sempre em um único corte, em um único plano. Sabemos que o exame tomográfico deve ser avaliado em vários cortes, nos diferentes planos, para confirmar a ausência de problemas ou compreender a extensão deles. A ausência de imagem tomográfica prévia ao tratamento impede a comparação com a imagem final, isso sem falar na falta dos exames posteriores de controle, que mostrariam a estabilidade dessa expansão ao longo dos anos. Por fim, a imagem tomográfica apresentada no site oficial de Damon representa um corte cujo nível é sempre distante do ponto crítico de deiscência óssea, que é a porção da junção amelocementária. Em geral, os cortes mostrados representam uma região apical à furca dos molares, parte pouco afetada em mecânicas expansivas. Nas revisões da literatura ortodôntica realizada por alguns autores com foco na eficiência, eficácia e estabilidade do tratamento com bráquetes autoligados comparados com bráquetes convencionais houve uma pesquisa eletrônica com 4 bancos de dados foi realizada de 1966 a 2009, com pesquisas suplementares das referências dos artigos encontrados. Eles concluíram que, apesar das afirmações sobre as vantagens dos bráquetes autoligados, evidências estão em falta. Menos tempo de cadeira (de atendimento ao paciente) e proclinação vestibular ligeiramente menos incisiva parecem ser as vantagens dos sistemas autoligado quando comparado ao convencional. Nenhuma outra diferença em tratamento foi encontrada entre os dois sistemas. Nenhum estudo da estabilidade em longo tempo de tratamento foi identificado. Algumas falhas no clipe de bráquetes autoligados ativos, em que compararam o Speed com o In-Ovation, avaliando bráquetes novos e usados. O Speed denotou alteração, porém não significativa entre bráquetes novos e usados. O In-Ovation apresentou significativa perda de resiliência e incapacidade de manter-se com rigidez suficiente para manter o fio firme dentro da canaleta. Algumas marcas apresentaram um índice de quebra da tampa acima do esperado, abertura da tampa com muita facilidade pelos próprios pacientes, deixando o arco inativo, dificuldade de colocação do elástico em cadeia ou molas, dificuldade no manuseio e na colagem por falta de prática do profissional e dificuldade de colocação de um arco de espessura maior dentro do slot sem causar distorções. Mais uma desvantagem do autoligado em que se deve ter cautela são os pacientes com problemas periodontais com facilidade de acúmulo de placa e tártaro, principalmente nos incisivos inferiores, onde alguns bráquetes tem a abertura do dispositivo de travamento impedida pelo acúmulo de tártaro. HARRADINE & BIRNIE 55 (1996); HORTUA, OCAMPO & PÉREZ (2007) MORINA et al. (2008); CASTRO (2009), PACHECO et al. (2011), MEZOMO et al. (2012); BUZZONI et al. (2012); RODRIGUES, FIGUEIREDO & PACHECO JR (2012); PAULA & PAULA (2013); FLEMING & O´BRIEN (2013); MALTAGLIATI (2013); BERTL, ONODERA & CELAR (2013). Estudo comparativo sobre a diferença de tempo entre bráquetes autoligados e bráquetes convencionais. Estudo Maijer & Smith (1990) Bráquetes Bráquetes Autoligados Convencionais SPEED Elastoméricos Shivapuja & Activa, Edgelok Berger (1994) (Ormco), Speed Voudoris (1997) Harradine (2001) Berger & Bylof (2001) Turnbull and Birnie (2007) Interactwin Elastoméricos Amarrilhos metálicos Tempo 7 min 1 min 12 min Elastoméricos 2,5 min Damon SL Elastoméricos 25 s SPEED Elastoméricos 2-3 min Damon 2 Elastoméricos 1,5 min (Ormco) Fonte: Fleming & O´Brien, Self-liganting brackets not increase treatment efficiency, 2013. 56 4.3.1 Mitos e Verdades sobre os Autoligados Alguns autores discorreram que os benefícios advindos da utilização de sistemas autoligantes são propagados por seus fabricantes. No entanto, há poucas evidências científicas que reforçam essas promessas benéficas. A performance clínica é muito bem divulgada e propagandeada, em que simples relatos de casos clínicos levam o inadvertido profissional a autoconclusões perigosas e infundadas, sem que se leve em consideração sequer a diferença entre os mecanismos de ligação. A divulgação massiva de que os acessórios autoligantes em geral primam pela diminuição do atrito entre a canaleta e o arco ortodôntico, não passa de um equívoco sem precedentes. Em muitas situações clínicas o ortodontista não deseja a diminuição da resistência friccional, mas sim que esta propriedade seja expressa em valores significantes como, por exemplo, durante a aplicação dos torques com fios de geometria retangular. Assim, alguns trabalhos pouco criteriosos chegam a divulgar que não há evidências científicas de que os acessórios autoligantes são mais eficientes e eficazes que os convencionais, somente durante a fase de alinhamento e nivelamento. MALTAGLIATI (2009), NOBREGA (2012), CHUGH et al. (2012), SATHLER et al. (2013). 4..3.2 Disjunção Maxilar x Bráquetes Autoligados Alguns fabricantes chegam a divulgar que os acessórios autoligantes, promovem expansão ortopédica (disjunção) maxilar, devendo ser utilizados como alternativa aos parafusos disjuntores e ainda apregoam de maneira infundada que os bráquetes autoligados seriam capazes de realizar o mesmo processo, tendo como grande vantagem a ausência de possibilidade de reabsorção das corticais envolvidas eventualmente e provocadas pela ativação do parafuso disjuntor. Porém, imagens radiográficas e tomografia com reconstrução volumétrica confirmam que as 57 corticais ósseas dos processos alveolares de ambas as arcadas permanecem íntegras após o tratamento que envolveu a disjunção rápida da maxila. Há muitas décadas o processo de disjunção rápida da maxila tem se mostrado eficiente e eficaz, apresentando resultados excelentes, quando se observa as dificuldades inerentes ao próprio caso, especialmente o grau de calcificação da sutura palatina mediana. Nenhum conjunto de bráquetes e fios seria capaz de produzir força necessária para o ato de separação ortopédica dos processos ósseos envolvidos quando há deficiência transversal da maxila. Se assim o fizessem, transmitiriam um biológico e intolerável esforço mecânico nas raízes dentais, o que acarretaria em complicadas alterações irreversíveis de reabsorção radicular. Quando muito o que conseguem fazer é mera expansão dos arcos dentais, o que pode ser traduzido em simples maquiagem quando se tem pela frente a atresia maxilar de origem esquelética. NOBREGA (2012), CHUGH et al.(2012), SATHLER et al. (2013). 4.3.3 Exodontias x Bráquetes Autoligados O uso de bráquetes autoligados não elimina ou diminui a necessidade de exodontias com finalidade ortodôntica. Ainda que as benesses tecnológicas atuais permitam a fabricação de bráquetes e ligas de última geração, permanecem as dificuldades impostas por situações onde há falta de espaço para o alinhamento das coroas dentais, para o correto posicionamento das raízes, para que se tenha garantida a função das ATM’s ou ainda para que se estabeleça o equilíbrio facial. NOBREGA (2012), CHUGH et al. (2012), SATHLER et al. (2013). 58 5 CONCLUSÃO Concluiu-se no presente trabalho que é importante trabalhar com fios termoativados com bráquetes autoligados, pois quem nivela os dentes é o fio e não o bráquete. Qualquer bráquete que receba fios de memória de forma e aplique forças de baixa intensidade proporcionará rapidez de nivelamento, simplesmente porque ele é apenas o veículo através do qual a força é transmitida ao dente. Ainda são poucos os trabalhos disponíveis na literatura ortodôntica que comprove a eficácia do tratamento diferencial com bráquetes autoligados. Isso porque muitos ortodontistas ainda se limitam utilizar protocolos convencionais de tratamento, visualizando o bráquete autoligado apenas como uma ferramenta de baixo atrito. São necessários ainda estudos sobre a estabilidade em longo prazo com bráquetes autoligados e para avaliar o efeito da expansão promovida por este tipo de tratamento. Os bráquetes autoligados não demonstraram total superioridade mecânica em relação aos sistemas convencionais de forma a justificar seu maior custo. As vantagens reais do autoligado seriam: assegurar inserção completa do arco no slot, menor atrito nos fios redondos tornando o alinhamento inicial mais rápido, menor tempo de cadeira, maior rapidez na mudança de arco, menor acúmulo de placa, maior conforto ao paciente devido a eliminação dos amarrilhos metálicos que muitas vezes ferem o paciente e o operador e diminuem o risco de contaminação cruzada. Como desvantagens, alguns estudos demonstraram algumas falhas técnicas no bráquete autoligado como, por exemplo, manter o fio dentro da canaleta devido à quebra da tampa, abertura da tampa com muita facilidade pelos próprios pacientes deixando o arco inativo, acúmulo de placa em pacientes periodontais impedindo abertura da tampa. Um estudo demonstrou um grau de descolagem maior e o Smart Clip demonstrou mais dor durante a inserção e remoção do fio. Quanto à indicação, os autoligados devem ser utilizados como uma ferramenta de baixo atrito nos fios redondos, em que se minimiza o tempo inicial de 59 alinhamento e nivelamento, e principalmente na mecânica ortodôntica de deslize pela redução da fricção que facilita a movimentação dentária. Apesar de uma euforia inicial a respeito dos autoligáveis, uma Ortodontia baseada em evidências deve prevalecer, para assim evitarmos problemas futuros de recidivas. 60 REFERÊNCIAS BERGER, J. L. The influence of the Speed bracket´s self-liganting design on force levels in tooth movement: a comparative in vitro study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. v. 97, n.3, p. 219-228, Mar. 1990. BERGER, J. L. The Speed Ampliance: a 14-year update on this unique selfligating orthodontic mechanism. Am J Orthod Dentofacial Orthop. v.105, n. 3, p. 217-223, Mar. 1994. BERGER, J. L. Self-ligation in the year 2000.J Clin Orthod. v. 34. n.1, p.74-81, Feb. 2000. BERTL, M H; ONODERA, K; CELAR A G. A prospective randomized Split mouth study on pain e expirience during chairside archwire manipulation and conventional brackets. Angle Orthodontist, v. 83, n. 2, p.292-297, 2013. BICALHO, R F; BICALHO J S. Uso de bráquetes autoligados no tratamento de casos limítrofes. Ortho Science Orthodontic Science na Practice, v.6, n. 21, p.7279, 2013. BRITO JÚNIOR, V.S.; URSI, W. J. S. O aparelho pré-ajustado: Sua evolução e suas prescrições. R. Dental Press Ortod. Ortop. Facial. Maringá v.11, n. 3, p. 147151, Maio/Jun. 2006 BUZZONI, R. et al. Influência da secção transversa de fios ortodônticos na fricção superficial de bráquetes autoligados. Dental Press Journal of Orthodontics, v.16, n. 4,p. 35-37. July/August 2011. BUZZONI, R et al. Avaliação da fricção superficial apresentada por bráquetes autoligáveis em condições de tracionamento sob angulação. Dental Press J. of Orthodontics, v.17, n. 4, Jul/Ago 2012. CACCIAFESTA, V. et al. Evaluation of friction of stainless steel and esthetic self-liganting brackets in various bracket-archwire combinations. Am J Orthod Dentofacial Orhop. v. 124, n.4, p.395-402, Oct. 2003. 61 CASTRO, R. Bráquetes autoligados: eficiência x evidências ciêntificas. Rev. Dental Press Ortodon Ortop Facial; Maringá; v.14, n.4; p. 20-24. Jul/Ago 2009. CHUGH, V K et al. Self Liganting: A compreensive review. Trends Biomater Artif Organ ,v.16, n.3, p. 146-153, 2012. FERRARI, K C et al. Avaliação in vitro da fricção entre os fios ortodônticas retangulares e bráquetes autoligáveis. Ortho Science, v. 4, n. 15, p. 632-641, 2011. FERREIRA-COTRIM, F. A. A influência do atrito na mecânica ortodôntica. Rev Clin Ortod Dental Press, v.9, n. 2, p. 41-48, Abr/Mai 2010. FLEMING, P S; O`BRIEN K. Self-ligating brackets do not increase treatment efficiency. American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics, v.143, Issue 1, p.11-19, Jan/2013. HANSON, G.H The Speed system: A report on the development of a new edgwise appliance. Am J Orthod Dentofacial Orthop. v. 78, n3, p.243-265, Set 1980. HARRADINE, N. W. T.; BIRNIE, D. J. The clinical use of Activa self-liganting brackets. Am J Orthod Dentofacial Orthop. v. 109, n.3, p. 319-328, Mar. 1996. HARRADINE, N. Self-ligating brackets increase treatment efficiency. American Journal Orthod. Dentofacial Orthop., v.143, n.1, p.10-18, Jan/2013. HORTUA, A.; OCAMPO, M.; PÉREZ, A M, Comparación d la distribuicón de esfuerzos y deformaciones em la activación de um sistema de retracción com dos sistema de retracción com dos brackets de autoligado (Smart Clip vs Damon). Análisis por elementos finitos. Odontos; p. 38-46; 2007. LOFTUS, B. P. et al.; Evaluation of friction during sliding tooth movement in various bracket-arch wire combinations. Am J. Orthod Orthop. v. 116, n.3, p 336345, Sept. 1999. MACEDO, A. Tratamento ortodôntico com bráquetes autoligados. Disponível em: <www.ortodontiaspo.com.br/PDF_V41_04/ortoinformacao/v41-n4ortoinformacao01.pdf/> Acesso em: 19 de Maio de 2013, 16h47. 62 MACHIBYA, F M et al. Treatment time, outcome, and Anchorage loss comparisons of self –ligating and conventional brackets. Angle Orthodontist, v.83, n.2, p.280-285, 2013. MALTAGLIATI, L A. Sistema autoligado: quebrando paradigmas. Ortodontia SPO; 42 (5); 360-1; 2009. MALTAGLIATI, L A. Bráquetes autoligados ativos x passivos. Revista Clin. Ortodon Dental Press, Maringá, v.9, n.2, p. 6-11, Abr/Mai 2010. MALTAGLIATI, L A. Desmistificando a utilização dos stops no sistema autoligado. Rev Clin Ortod Dental Press, v.11, n.1, Fev/Mar 2012. MALTAGLIATI, L A. Sistema autoligado. Rio de Janeiro: Editora Profile, 2013. p. 380 MEZOMO, M et al. Maxillary canine retraction with self-liganting and conventional brackets. Angle Orthodontist, v. 81, n. 2, p.292-297, 2011. MORINA et al.Torque expression of self-ligating brackets compared with conventional metallic, ceramic and plastic brackets. European Journal of Orthodontics, p.233-238. 30/2008. MUMMOLLO S et al. In-office bacteria test for a microbial monitoring during the conventional and self-ligating orthodontic treatment. Disponível em: <www.head-face-med.com/content/9/1/7/> acesso em: 23 de Maios de 2013 as 14h47. NÓBREGA, C. Biomecânica interativa auto-ligante: mitos e fatos. Disponível em <www.ortogeo.com.br/explorer/documentos/MITOS%20E%20FATOS.pdf/> Acesso em 28 de Maio de 2012; 20h40. NÓBREGA, C; SILVA, P C. Biomecânica interativa autoligante: otimizando a prescrição Roth. Disponível em: <www.ortogeo.com.br/explorer/documentos/ortoCelestinoNobrega.pdf/> acesso em 13 de Junho de 2012, 16h58. 63 NÓBREGA; C. Mecanoterapia Straight Wire de 4ª geração: A biomecânica inteligente interativa auto-ligante. Disponível em: <www.ortogeo.com.br/explorer/documentos/artigosDrcelestinonobrega-ISL.pdf/> acesso em 13 de Julho de 2012, 16h50. NETO, J R et al. O modelo de bráquete autoligavel influencia as forças de ativação, desativação e histerese do fio NiTi superelástico?. Dental Press Journal of Orthodontics, v.18, n.1, p. 81-85, Jan/Fev 2013. PAULA, A F B; PAULA, A P B. Fricção superficial dos bráquetes autoligados. Revista Brasileira de Odontologia, v.69, n.1, p. 102-106. Jan/Jul 2012. PACHECO, M R et al. Avaliação do atrito em bráquetes autoligáveis submetidos á mecânica de deslizamento um estudo in vitro.Dental Press J Orthod, v.16, n. 1, Jan/Fev 2011 PADUANO, S. et al. Time efficiency of self-liganting vs conventional brackets in orthodontics: effect of amppliances and ligating system. Progress in orthodontics v. 9, n.2 , p.30-36, 2008. PANDIS, N. et al. Salivary Streptococcus mutans levels in patients with conventional and self-ligating brackets. European Journal of Orthod. v. 32, p.9499, May/2009. READ-WARD, G. E.; JONES, S. P,;DAVIES, E.H. A comparison of self-liganting and conventional orthodontic bracket systems. British Journal of orthodontics, v. 24, n.4, p. 309-317, Nov. 1997. RODRIGUES, A; FIGUEIREDO, C; PACHECO JR. V. Sistema autoligável: Segredos Clínicos. Nova Odessa-SP-Brasil: Editora Napoleão, 2012, 439 p. SATHLER, R et al. Desmistificando os bráquetes autoligáveis. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/dpjo/v.16n2/a06ms1.pdf/> Acesso em: 19 de Maio de 2013, 15h53. TAGAWA, D, Ortodontia: De bom para excelente. O sistema Damon versus aparelhos convencionais : Um estudo comparativo. Disponível em: <www.ormco.com/dowloads/clinical-impressions/volume-15-2006-1.pdf/> acesso em 15 de maio de 2013, 18h35.