100 027 9o CICAM COMPLEXO SIGATOKA DA BANANEIRA (MUSA SPP.) (MUSACEAE): APRIMORAMENTO DO DIAGNÓSTICO MOLECULAR E LEVANTAMENTO DOS FUNGOS ASSOCIADOS. LUCENA, B.G.*; HARAKAVA, R. Instituto Biológico, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Vegetal, Av. Cons. Rodrigues Alves, 1252, CEP 04014-002, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected] Sigatoka Disease complex of banana (Musa spp.) (Musaceae): improvement of molecular diagnostic and survey of associated fungi. O Complexo Sigatoka da bananeira é uma doença que ameaça mundialmente a cultura da banana (Musa spp.) (Musaceae), causando redução significativa na produção. Essa doença é causada por 3 fungos ascomicetos, Mycosphaerella musicola R. Leach, M. fijiensis M. Morelet e M. eumusae Carlier, Zapater, Lapeyre, Jones & Mour (Ascomycota, Mycosphaerellaceae). A identificação desses organismos é crucial para se entender sua epidemiologia e controle, porém, o diagnóstico tradicional dessa doença é demorado e inapropriado, devido à presença de outros fungos que causam sintomas similares ou por serem morfologicamente parecidos. Os avanços da biologia molecular, nas últimas duas décadas, resultaram no desenvolvimento de técnicas robustas para detecção, identificação e caracterização de indivíduos dentro ou entre populações. Diferentemente da metodologia de PCR convencional, a PCR em tempo real (qPCR) monitora os acúmulos dos fragmentos amplificados durante todos os ciclos da PCR, pois combina os ciclos térmicos com a detecção fluorescente imediata dos fragmentos amplificados, tornando desnecessária a eletroforese em gel de agarose. A proposta desta pesquisa foi a implantação da metodologia de qPCR para a identificação de Sigatoka Amarela e Negra causadas pelos fungos M. musicola e M. fijiensis, respectivamente. Para realização da qPCR, foi necessária confecção prévia de curva padrão utilizando diluições seriadas de DNA de fungos previamente identificados. O experimento foi realizado com amostras de DNA extraído de folhas de bananas apresentando sintomas característicos de Sigatoka Negra ou Amarela, dos Estados de São Paulo, Ceará, Amazonas, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. A técnica de qPCR mostrou-se bastante sensível, conseguindo detectar e quantificar concentrações mínimas, cerca de 0,0002 cópias/μL, dos patógenos presente em lesões foliares. O diagnóstico molecular, pelo método de qPCR para Sigatoka Negra e Amarela, oferece para a indústria da banana a melhor ferramenta de diagnóstico, pois é um método rápido e preciso na detecção de patógenos. *Bolsista CNPq/PIBIC/IB. 028 ISOLAMENTO DE FUNGOS EM ISCAS RODENTICIDAS EM CONDIÇÕES DE CAMPO. CALDAS, C.C.*; JESUS, P.R. de**; POTENZA, M.R.; AQUINO, S. Instituto Biológico, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Vegetal, Av. Cons. Rodrigues Alves, 1252, CEP 04014-002, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected] Isolation of fungi in rodenticide baits under field conditions. Os roedores atacam culturas e produtos armazenados, além de contaminar alimentos por urina e fezes. Atualmente, o método mais utilizado para o controle das infestações de ratos é o controle químico com iscas de veneno, que podem ser distribuídas nos locais de acesso, usando caixas porta-iscas. As condições climáticas durante o ano, nas regiões tropicais, podem afetar a qualidade dessas iscas causando sua deterioração durante o período de controle. O crescimento fúngico na superfície dessas iscas pode mudar o cheiro atraente, podendo ser rejeitadas pelos roedores. Os fungos são comuns nas áreas que apresentam alta umidade, principalmente nas estações chuvosas. O objetivo deste estudo foi analisar a contaminação e deterioração fúngica em iscas distribuídas no ambiente, durante as estações de primavera e verão, dividido em períodos de 30, 60 e 90 dias. Foram utilizadas as formulações de bloco parafinado e de bloco extrusado. Foram colocadas 4 amostras das diferentes formulações de raticidas no interior de caixas porta-iscas ao redor de 4 prédios, localizados no perímetro interno do Instituto Biológico, na Cidade de São Paulo. As amostras dos blocos foram submetidas ao plaqueamento direto em ágar batata dextrose, com incubação na temperatura de 25º C, por 7 dias. Os fungos isolados das amostras foram identificados até gênero, sendo a identificação taxonômica baseada em critérios macroscópicos das colônias e microscópicos, com base na formação de conídios e estrutura de hifas. As amostras do grupo-controle de bloco extrusado apresentaram 60% de contaminação fúngica. Após 30 dias de exposição na primavera apresentaram 100% de contaminação fúngica, mantendo-se na mesma frequência até os 90 dias de verão. As amostras de bloco parafinado não apresentaram crescimento fúngico no grupo-controle, mas em condições ambientais, foi observado nos períodos de 30, 60 e 90 dias de exposição na primavera 36%, 76% e 100% de contaminação fúngica respectivamente, e nos períodos de 30, 60 e 90 dias de exposição no verão apresentou 100%, 96% e 98% de contaminação fúngica respectivamente. As amostras apresentaram contaminação pelos gêneros fúngicos Penicillium, Mucor, Syncephalastrum, Fusarium, Epicoccum, Alternaria, Rhizopus, Scopulariopsis, Eurotium e Trichoderma. As condições climáticas nas estações de primavera e verão, como variação de temperatura, umidade relativa do ar e pluviosidade influenciam no desenvolvimento de fungos nas iscas distribuídas. Nenhum estudo prévio foi realizado para avaliar a contaminação e deterioração de iscas em um período determinado e os dados observados no presente estudo demonstraram que os fatores ambientais e a micobiota de diferentes compostos de iscas pode levar a degradação dos produtos, em suas diversas formas, antes de 90 dias. *Bolsista FUNDAG **Bolsista CNPq/PIBIC Biológico, São Paulo, v.73, n.2, p.87-110, jul./dez., 2011