XV Seminário Nacional Mulher e Literatura VI Seminário Internacional Mulher e Literatura Universidade Federal do Ceará - UFC Reitor Jesualdo Pereira Farias Vice-Reitor Henry de Holanda Campos Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Gil de Aquino Farias Diretora do Centro de Humanidades Vládia Maria Cabral Borges Chefe do Departamento de Literatura e Coordenadora Geral do Evento Edilene Ribeiro Batista Realização: Apoio: 3 XV Seminário Nacional Mulher e Literatura VI Seminário Internacional Mulher e Literatura 12 a 14 de agosto de 2013 Universidade Federal do Ceará 4 Comissão Organizadora Nacional Conceição Flores (UnP) Constância Lima Duarte (UFMG) Cristina Stevens (UnB) Elódia Xavier (UFRJ) Isabel F. O. Brandão (UFAL) Márcia de Almeida (UFJF) Sandra R. Goulart Almeida (UFMG) Simone Pereira Shmidt (UFSC) Zahidé Lupinacci Muzart (UFSC) Comissão Organizadora Local Ana Maria César Pompeu (UFC) Carlos Augusto Viana da Silva (UFC) Dolores Aronovich Aguero (UFC) José Leite de Oliveira Júnior (UFC) Marcelo Magalhães Leitão (UFC) Orlando Luiz de Araújo (UFC) Equipe Técnico-Pedagógica Deyvid de Oliveira Pereira (UFC) Diego Marques Ribeiro (UFC) Fábio Uchoa da Silva (UFC) Izaura Emanuele O. de Andrade (UFC) Nathalie Sá Cavalcante (UFC) Patrícia Elainny Lima Barros (UFC) Sayonara Bessa Cidrack (UFC) Equipe de Apoio Ana Clara Vieira Fernades (UFC) Francisca Romênia Sousa (UFC) Francisco Romário Nunes (UFC) Francisco Wilton Lima Cavalcante (UFC) Gabriele Freixeira de Freitas (UFC) Jennifer Pereira (UFC) Jesus Frota Ximenes (UFC) Josileide Maria Albuquerque Aguiar (UFC) Maria da Glória Ferreira de Sousa (UFC) Maria Sárvia da Silva Martins (UFC) Raquel da Silva Barros (UFC) Ricelly Jáder Bezerra da Silva (UFC) Roselia Magalhães Ribeiro (UFC) Sayuri Grigório Matsuoka (UFC) Projeto gráfico e capa Fábio Uchoa da Silva (UFC) Revisão Edilene Ribeiro Batista (UFC) 5 SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÂO 10 2. PPROGRAMAÇÃO GERAL 11 3. PROGRAMAÇÃO DETALHADA 12 4. RESUMOS 32 4.1 CONFERÊNCIAS 32 4.2 MESAS PLENÁRIAS 33 4.3 MESAS REDONDAS 39 4.4 COMUNICAÇÕES COORDENADAS 46 4.6 PÔSTERES 81 6 3 4 5 1. APRESENTAÇÃO É com grande satisfação que o curso de Letras da Universidade Federal do Ceará – UFC, através do Grupo de Estudos e Pesquisa “Outras Vozes: Gênero e Literatura, em parceria com o Programa de PósGraduação em Letras – UFC, apresenta o programa das atividades acadêmicas e culturais a serem desenvolvidas durante o XV Seminário Nacional e VI Seminário Internacional Mulher e Literatura, que terá lugar nos dias 12, 13 e 14 de agosto de 2013, na Universidade Federal do Ceará – UFC, em Fortaleza. Seguindo o formato já consagrado em anos anteriores, o Mulher e Literatura 2013, nesta edição, fará sua homenagem às escritoras nordestinas, como Lucy de Jesus - MA, Maria do Socorro - PI, Natércia Campos CE, Isabel Gondin - RS, Regina Lyra - PB, Ana Arruda Calado - PE, Martha Medeiros - Al, Etelvina Amália SE e Aline França - BA, entre outros nomes expressivos da literatura nordestina e igualmente merecedoras deste preito, com o objetivo de difundir a produção escrita dessas brilhantes mulheres, ressaltando sua grande importância da literatura feminina, muitas vezes, desconhecidas e/ou emudecidas diante de um público leitor em geral, vitimizados pela tradição de uma cultura patriarcal imposta. O evento pretende organizar-se sob a perspectiva do tema “As relações entre gênero e violência: pela busca do empoderamento”, nos fazendo refletir em torno de questões em que a imagem do feminino é projetada de forma inferior ao do masculino, mas que, nas palavras de Edilene Ribeiro (2006) “é necessário, à mulher, exorcizar os valores masculinos que foram implantados nela para, consequentemente, ser capaz de olhar criticamente para uma nova direção de natureza revisionista, segundo uma perspectiva de gênero”. É pensando neste propósito de construção, conscientização e de um fazer emancipatório da literatura de autoria feminina, que agradecemos a todos àqueles que contribuíram incansavelmente para a realização deste evento, e que o mesmo possa, a cada nova edição, alcançar novos paradigmas do papel representativo da mulher na literatura. 6 2. PROGRAMAÇÃO GERAL Locais: Palestras: Auditório da FEAAC Mesas Plenárias: Auditório Rachel de Queiroz – CH2 / Auditório José Albano – CH1 / Auditório da PREX Comunicações Coordenadas: Bloco Didático – CH1 Mesas Redondas: Auditório Rachel de Queiroz – CH2 / Auditório José Albano – CH1 / Miniauditório da Linguística – Bloco Azul – CH1 / Auditório da PREX Apresentação de Pôsteres: Dia 13 de agosto, das 16h às 17h30 – Bloco Didático – CH1 Lançamento de Livros: Dia 12 de agosto, das 18h às 19h30–Jardins da Reitoria Encerramento: Coquetel e Premiação de Pôsteres – Jardins da Reitoria Horários 8h30 – 10h 10h – 10h30 XV SEMINÁRIO NACIONAL / VI SEMINÁRIO INTERNACIONAL MULHER E LITERATURA PROGRAMAÇÃO 12/ago 13/ago 14/ago Palestra II Palestra III Credenciamento Emma Parker (University of Leicester Isabel Lousada (UNL - Portugal) – UK) Credenciamento Intervalo – 30min. Mesa Plenária I/A Gênero e Literatura: Escritoras Nordestinas (Algemira de Macedo Mendes, Stélio Torquato, Nádia BatellaGotlib, Nancy Rita Ferreira Vieira) 10h30 – 12h Credenciamento Coord.:Gildênia Moura Mesa Plenária I/B Gênero e Literatura: História, Memória e Feminismos (Rosana Cássia Kamita, Luciana Calado, Eurídice Figueiredo,Constância Lima Duarte) Coord.:Ana Maria César Pompeu Mesa Plenária I/C Gênero e Literatura: Contemporaneidades e Feminismos (Liane Shneider, Antonio de Pádua Dias da Silva, Tânia Regina Oliveira Ramos, Luciana Borges) Intervalo – 30min. Mesa Plenária II/A Gênero e Literatura: Escritoras Nordestinas (Carla Patrícia Santana, Carlos Magno Gomes, Elódia Xavier, Isabel F.O. Brandão) Coord.: Marcelo Magalhães Leitão Mesa Plenária II/B Gênero e Literatura: Violência e Empoderamento (Edilene Ribeiro Batista, Claudia de Lima Costa, Maria Zilda Ferreira Cury, Eduardo de Assis Duarte) Coord.: José Leite de Oliveira Júnior Mesa Plenária II/C Gênero e Literatura: Representações e Identidades (Simone Pereira Schmidt, Peonia Viana Guedes, Ivia Alves, Cecil Jeanini Albert Zinani) Coord.: Stélio Torquato Lima Coord.: Dolores AronovichAguero 12h – 14h Intervalo – 2h (Almoço) Intervalo – 2h (Almoço) Intervalo – 2h (Almoço) 14h – 15h30 Abertura Mesas-redondas I (Simultâneas) Mesas-redondas II (Simultâneas) 15h30 – 16h Palestra I Helena Parente Cunha (UFRJ) Coffee Break Coffee Break Comunicações Coordenadas I (Simultâneas) ___ Apresentações de pôsteres Comunicações Coordenadas II (Simultâneas) ___ *Reunião do GT A Mulher na Literatura Coord.: Nancy Rita Ferreira Vieira - UFBA Sarau Lítero-Musical Coquetel de encerramento e premiação de pôsteres 16h – 17h30 Palestra I 18h – 19h30 Lançamento de Livros 7 3. PROGRAMAÇÃO DETALHADA Dia 12 de agosto 08h30 às 12h – Credenciamento Local: Hall do Bloco Azul – CH1 12h – Intervalo – 2h (Almoço) 14h – Abertura Local: Auditório da FEAAC 15h30 às 16h - Palestra I EMPODERAMENTO UM CAMINHO DE SUPERAÇÃO? Helena Parente Cunha (UFRJ) Coord.: Edilene Ribeiro Batista (UFC) Local: Auditório da FEAAC 18h –Lançamento de Livros Local: Jardins da Reitoria. Dia 13 de agosto 08h30 – Palestra II BORDER CONTROL: TERRORISM AND TRANGENDER IN CONTEPOMRARY FICTION Emma Parker (University of Leicester - UK) Coord.: Dolores Aronovich Aguero (UFC) Local: Auditório da FEAAC 10h – Intervalo – 30min. 10h30 – Mesas Plenárias I Mesa Plenária I / A – Auditório Rachel de Queiroz – CH2 GÊNERO E LITERATURA: ESCRITORAS NORDESTINAS Algemira de Macedo Mendes (UESPI) O LUGAR DE AMÉLIA BEVILAQUA NAS HISTÓRIAS DA LITERATURA BRASILEIRA DO SÉCULO XX: IMAGENS, REPRESENTAÇÕES E MEMÓRIAS Stélio Torquato Lima (UFC) FACES DO DISCURSO NISIANO: CONTRADIÇÕES E AÇÕES LIBERTÁRIAS Nádia Batella Gotlib (USP) ESTRATÉGIAS DA DENÚNCIA: DE FRANCISCA CLOTILDE A OUTRAS ROMANCISTAS BRASILEIRAS Nancy Rita Ferreira Vieira (UFBA) ANNA RIBEIRO E JOSÉ DE ALENCAR: CARTOGRAFIAS LITERÁRIAS Coord.: Gildênia Moura (UFPB) Mesa Plenária I / B – Auditório José Albano – CH1 GÊNERO E LITERATURA: HISTÓRIA, MEMÓRIA E FEMINISMOS Constância Lima Duarte (UFMG) IMPRENSA FEMINISTA: PEQUENA HISTÓRIA, GRANDE MEMÓRIA. Eurídice Figueiredo (UFF) CONCEIÇÃO EVARISTO E ELIANE POTIGUARA: MEMÓRIAS RIZOMÁTICAS, NAÇÃO PLURALIZADA 8 Luciana Calado (UFPB) TRADUÇÃO DE TEXTOS MEDIEVAIS DE AUTORIA FEMININA; PONTE NECESSÁRIA PARA REPENSAR A IDADE MÉDIA Rosana Cássia Kamita (UFSC) MULHER E LITERATURA: SOB A PERSPECTIVA DO SUBLIME Coord.: Ana Maria César Pompeu (UFC) Mesa Plenária I / C – Auditório da PREX GÊNERO E LITERATURA: CONTEMPORANEIDADES E FEMINISMOS Liane Schneider (UFPB) FEMINISMOS E CRÍTICAS LITERÁRIAS NO SÉCULO XXI Luciana Borges (UFG) O PRAZER DA VOZ, A VOZ DO PRAZER: PERCURSOS DA FICÇÃO ERÓTICA DE AUTORIA FEMININA NO BRASIL Antônio de Pádua Dias da Silva (UEPB) ESCRITAS DE AUTORAS BRASILEIRAS E A PERSPECTIVA DO FEMINISMO QUEER Tânia Regina Oliveira Ramos (UFSC) TODO DIA ELA NÃO FAZ MAIS TUDO SEMPRE IGUAL Coord.: Dolores Aronovich Aguero (UFC) 12h – Intervalo – 2h (Almoço) 14h – Mesas-Redondas I Mesa-redonda – Auditório José Albano – CH1 ESCRITORES(AS) BRASILEIROS(AS) E PORTUGUESES(AS): TRÂNSITOS ATLÂNTICOS Participantes: Ana Márcia Alves Siqueira (UFC) Edilene Ribeiro Batista (UFC) Isabel Maria da Cruz Lousada (UNL - Portugal) Odalice de Castro Silva (UFC) Mesa-redonda – Auditório da PREX VOZES DA LITERATURA PORTUGUESA DE AUTORIA FEMININA NOS DIAS DE HOJE Participantes: Ana Maria Domingues de Oliveira (UNESP – Assis) Marlise Vaz Bridi (UPM/USP) Alleid Ribeiro Machado (USP / FAPESP) Ilca Vieira de Oliveira(UNIMONTES/CNPq/FAPEMIG) Mesa-redonda – Auditório Rachel de Queiroz – CH2 “AS INFINITAS FACES DA VERDADE” NA OBRA DE HELENA PARENTE CUNHA Participantes: Elódia Xavier (UFRJ) Josélia Rocha (ISERJ) Angélica Soares (UFRJ) Jorge Marques (Colégio Pedro II) Mesa-redonda – Miniauditório da Linguística – Bloco Azul – CH1 TRADUÇÕES DA CULTURA: A COMPOSIÇÃO DE ANTOLOGIA FEMINISTA INTERDISCIPLINAR Participantes: Ildney Cavalcanti (UFAL) Izabel F. O. Brandão (UFAL) Ana Cecília Acioli Lima (UFAL) Cláudia de Lima Costa (UFSC) 9 15h30 – Coffee Break 16h – Comunicações Coordenadas I Local: Bloco Didático – CH1 Sessão de Comunicações – Sala 1 Eixo1: A demonização e a violência simbólica contra o feminino. Participante 1 A ESTRADA: A MULHER E SUA FRAGMENTAÇÃO NA OBRA DE CORMAC MCCARTHY Francisco Romário Nunes (UFC) Participante 2 A IDEALIZAÇÃO DE NÍSIA FLORESTA NA CONSTRUÇÃO DO FEMININO Maria Edileuza da Costa (UERN) Larissa Cristina Viana Lopes (UERN) Tássia Rochelli Gameleira (UERN) Participante 3 A VIOLÊNCIA CONTRA O CORPO FEMININO EM “GREEDY CHOKE PUPPY”, DE NALO HOPKINSON Fernanda Sousa Carvalho (UFMG) Participante 4 AS ISABÉIS Nivaldo Medeiros Diogenes (Colégio Agostiniano São José) Participante 5 EÇA DE QUEIROZ E A CONDIÇÃO FEMININA NO SÉCULO XIX Sayuri Grigório Matsuoka (UFC) Coord. da Sessão: Sayuri Grigório Matsuoka (UFC) Sessão de Comunicações – Sala 2 Eixo1: A demonização e a violência simbólica contra o feminino. Participante 1 LITERATURA E O RESGATE D'AVÓS: O CASO HIPATIA DE ALEXANDRIA Wiliam Alves Biserra (UCB) Participante 2 “MADALENA, O QUE É MEU NÃO SE DIVIDE, NEM TÃO POUCO SE ADMITE.” Francielly Alves Pessoa (UFPB) Participante 3 MARIA SIERVA E MARGARIDA: PROTÓTIPOS DO FEMININO SOB CONTORNOS MÍTICOS Maria Suely da Costa (UEPB) Participante 4 O DESTRONAMENTO DO SER: A VIOLÊNCIA SIMBÓLICA NA REPRESENTAÇÃO DA PERSONAGEM FEMININA EM “SINHÁ SECADA”, CONTO DE JOÃO GUIMARÃES ROSA Antonia Marly Moura da Silva (UERN) Participante 5 OS DILEMAS E PERCALÇOS DA ESTRELA LENIZA Tássia Rochelli Gameleira de Souza (UERN) Maria Edileuza da Costa (UERN) Coord. da Sessão: Francielly Alves Pessoa Sessão de Comunicações – Sala 3 Eixo2: A mulher e a escrita de si (memorialismo, biografia, autobiografia e correspondência). 10 Participante 1 AFETIVIDADES RASURADAS UMA LEITURA DO ROMANCE A COR PÚRPURA Fernanda Felisberto (UFRJ) Participante 2 ALINA PAIM E A FALA DAS MEMÓRIAS Ana Maria Leal Cardoso (UFS) Participante 3 A MULHER E A ESCRITA DE SI: DESAFIOS E CONQUISTAS Patrícia Giselia Batista (PPGH/UNIMONTES) Participante 4 A ESCRITA DE SI: UM JOGO DE CENA NO ARQUIVO Kelen Benfenatti Paiva (IF Sudeste-MG) Participante 5 A MULHER E ESCRITA DE SI: O OLHAR DA MENINA E AMANTE, RESPECTIVAMENTE NOS ROMANCES, AS TRÊS MARIAS E MEMORIAL DE MARIA MOURA DE RACHEL DE QUEIROZ Margarida Pontes Timbó (UFC) Coord. da Sessão: Ana Maria Leal Cardoso (UFS) Sessão de Comunicações – Sala 4 Eixo2: A mulher e a escrita de si (memorialismo, biografia, autobiografia e correspondência). Participante 1 A TRAJETÓRIA DE CAROLINA MARIA DE JESUS ATRAVÉS DE SEUS DIÁRIOS Aline Alves Arruda (UFMG) Participante 2 CLANDESTINA FELICIDADE: OS LIVROS DE FORMAÇÃO DE CLARICE LISPECTOR Wesclei Ribeiro da Cunha (UFC) Participante 3 CLARICE LISPECTOR: TRAJETÓRIAS DE UMA ESCRITURA Cristina Maria da Silva (UFC) Participante 4 DIÁRIOS DE EMÍLIA BRAVO, DE MARIA JUDITE DE CARVALHO (1920-1998) Keila Vieira de Sousa (UC-Portugal) Participante 5 ESSAS INSUBMISSAS PARENTAS! Assunção de Maria Sousa e Silva (PUC/MINAS) Coord. da Sessão: Cristina Maria da Silva (UFC) Sessão de Comunicações – Sala 5 Eixo 3:A mulher e o periodismo (jornalista, cronista, imprensa em geral) Participante 1 A REVISTA FEMININA (1915-1936): CONSIDERAÇÕES SOBRE LITERATURA Juliana Bonilha Nunes (IFSULDEMINAS) Participante 2 A TRAJETÓRIA DE RACHEL DE QUEIROZ NA IMPRENSA BRASILEIRA Laile Ribeiro de Abreu (UFMG) Participante 3 MULHER, LITERATURA E JORNAL: OU O QUE SE PENSAVA DAS MULHERES QUE PENSAVAM Suilei Monteiro Giavara (UNESP) Michelle Vasconcelos Oliveira do Nascimento (UFRN/CNPq) 11 Participante 4 O OLHAR DA ESTRANGEIRA: MARCAS DO EXÍLIO EM CLARICE LISPECTOR Tayza Codina de Souza (PG-UNESP) Participante 5 RACHEL DE QUEIROZ: PRESENÇA FEMININA NA LITERATURA E NA IMPRENSA Keyle Samara Ferreira de Souza (UESPI) Algemira de Macêdo Mendes (UESPI) Coord. da Sessão: Algemira de Macêdo Mendes (UESPI) Sessão de Comunicações – Sala 6 Eixo 4: A mulher na literatura popular e nas histórias infanto-juvenis Participante 1 CONFIGURAÇÕES DE GÊNERO NOS CONTOS INFANTO-JUVENIS DE MARINA COLASANTI Lívia Maria Rosa Soares (UESPI) Participante 2 AS MOIRAS E EMÍLIA: UMA LEITURA DO DESTINO EM REINAÇÕES DE NARIZINHO, DE MONTEIRO LOBATO Maria Liduína de Araújo Participante 3 D. GUIDINHA DO POÇO: UMA MULHER "ASSOLUTA" Maria Oliveira de França Fernandes (UAB) Eixo 5: A poesia e a prosa no feminino Participante 4 ENTRE O CLAUSTRO E O ENAMORAMENTO. LEITURA DO CONTO “AS ORAÇÕES DE SOROR MARIA DA PUREZA” DE FLORBELA ESPANCA Fabio Mario da Silva (USP/FAPESP/CLEPUL) Participante 5 CECÍLIA E JUANA: VOZES FEMININAS NA PRODUÇÃO POÉTICA-LITERÁRIA LATINO-AMERICANA Roseli Barros Cunha (UFC) Coord. da Sessão: Roseli Barros Cunha (UFC) Sessão de Comunicações – Sala 7 Eixo 6: Corpo, sedução, erotismo e sensualidade nas obras de autoria feminina Participante 1 A TIRANIA DA BELEZA E O ESVAZIAMENTO DE SI MESMO: UMA LEITURA DE “ELE ME BEBEU”, CONTO DE CLARICE LISPECTOR Flávia Rodrigues de Melo (UERN) Participante 2 GILKA MACHADO E MARILENA FELINTO: O CORPO EM VOLÚPIA Maria do Socorro Pinheiro (UEPB) Participante 3 O PODER DA SEXUALIDADE COMO FORMA DE RESISTÊNCIA: A DESCONSTRUÇÃO DE VALORES NA OBRA DE JAMAICA KINCAID Márcia Maria Oliveira Silva (UFPE) Participante 4 TRASPASADA: MÍSTICA E EROTISMO NA POESIA DE TERESA DE JESUS Maria Graciele de Lima (UFPB) Participante 5 MÍSTICA DO AMOR E DO EROTISMO: ADÉLIA PRADO E AS TROVADORAS DE DEUS Luciana Calado Deplagne (UFPB) 12 Coord. da Sessão: Luciana Calado Deplagne (UFPB) Sessão de Comunicações – Sala 8 Eixo 7: Escritoras modernas e contemporâneas Participante 1 A (DES) CONSTRUÇÃO DO GÊNERO EM “A COR PÚRPURA” Hannah Isabel Sousa Aragão Silva (UESPI) Participante 2 A DIMENSÃO SIMBÓLICA DA DOMINAÇÃO MASCULINA EM: “A GAIOLA” DE AUGUSTA FARO Nadilza Martins de B. Moreira (UFPB) Participante 3 A DRAMATURGIA DE RACHEL DE QUEIROZ Liduína Maria Vieira Fernandes (UECE) Participante 4 A LUMINESCÊNCIA CLARICIANA NO ROMANCE DE FORMAÇÃO FEMININO Francisco Leandro Torres (UFRN) Participante 5 A TEMPORALIDADE EM A RESTANTE VIDA, DE MARIA GABRIELA LLANSOL Juliana Braga Guedes (UFC) Coord. da Sessão: Nadilza Martins de B. Moreira (UFPB) Sessão de Comunicações – Sala 9 Eixo 7: Escritoras modernas e contemporâneas Participante 1 DO FRAGMENTO À CONSTELAÇÃO: O PROCESSO DE ESCRITA EM OS MEUS SENTIMENTOS DE DULCE MARIA CARDOSO Nefatalin Gonçalves Neto (UNESP/Assis) Participante 2 ENTRE PROSA E POESIA: JEAN-PAUL SARTRE, VIRGINIA WOOLF, E OS LIMITES DO ENGAJAMENTO DA LITERATURA (FEMININA) Davi Pinho (UERJ) Participante 3 HERSTORY: METAFICÇÃO HISTORIOGRÁFICA E GÊNERO NA LITERATURA CONTEMPORÂNEA Rachel Santa Fé (UnB) Participante 4 IDENTIDADES DESLOCADAS: O SUJEITO DESTERRITORIALIZADO NO ESPAÇO CONTEMPORÂNEO Ana Cristina dos Santos (UERJ) Participante 5 IMAGENS DO MAR NA POESIA DE MYRIAM FRAGA Ricardo Nonato Almeida de Abreu Silva (UFPE) Coord. da Sessão: Ana Cristina dos Santos (UERJ) Sessão de Comunicações – Sala 10 Eixo 7: Escritoras modernas e contemporâneas Participante 1 O LÍRIO MACERADO: O DRAMA DA MULHER VIOLENTADA NO CONTO O “HOMEM QUE VEIO DO SONHO”, DE MARÍLIA ARNAUD Risonelha de Sousa Lins (UERN) Manoel Freire (UERN) 13 Participante 2 O OLHAR POÉTICO DE CECÍLIA MEIRELES SOBRE O FEMININO Maria Valdenia da Silva (UECE) Jaquelânia Aristides Pereira (UECE) Participante 3 O RISO ÁCIDO DOS LOUCOS: EM O NÚMERO DOS VIVOS, DE HÉLIA CORREIA Yasmin Serafim (USP) Participante 4 O SIGNO “CASA” COMO ELEMENTO DE TRANSGRESSÃO, EM NÉLIDA PIÑON E HILDA HILST Marcelo Pereira Machado (UFJF) Participante 5 POLIFONIA, DIALOGISMO E PLURIDISCURSIVIDADE EM MUNDOS DE EUFRÁSIA: A HISTÓRIA DO AMOR ENTRE A INCRÍVEL EUFRÁSIA TEIXEIRA LEITE E O NOTÁVEL JOAQUIM NABUCO, DE CLAUDIA LAGE Josefina Ferreira Gomes de Lima (UESPI) Coord. da Sessão: Marcelo Pereira Machado (UFJF) Sessão de Comunicações – Sala 11 Eixo 8: Escritoras dos séculos XVIII e XIX Participante 1 ORQUESTRANDO A HISTÓRIA: MIDDLEMARCH E A CONSTRUÇÃO DE UM ROMANCE DE LONGA DURAÇÃO Débora Souza da Rosa (UERJ) Participante 2 LÉSBIA: ENTRE O ROMANCE E A NARRATIVA POÉTICA Fani Miranda Tabak (UFTM) Participante 3 “GEOGRAFIAS RACIAIS NO ROMANCE OUR NIG, DE HARRIETE. A. WILSON” José de Paiva dos Santos (UFMG) Participante 4 CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE GÊNERO EM A VIÚVA SIMÕES Nahete de Alcantara Silva (PPGL/UFPB) Participante 5 AUTA DE SOUZA: UMA MULHER À FRENTE DO SEU TEMPO Ylana Karla de França Lopes (UERN) Coord. da Sessão: Nahete de Alcantara Silva (PPGL/UFPB) Sessão de Comunicações – Sala 12 Eixo 9: Gênero e etnicidade na produção literária feminina Participante 1 REPRESENTAÇÃO E PODER NAS INDEPENDÊNCIAS: VOZ E AÇÃO FEMININA Cláudia Luna (UFRJ/USP) Participante 2 A MODEL(AÇÃO) DO CORPO FEMININO EM O ALEGRE CANTO DA PERDIZ, DA ESCRITORA MOÇAMBICANA PAULINA CHIZIANE Tiago Ribeiro dos Santos Participante 3 A MULHER NEGRA E AS VÁRIAS FACES DA MATERNIDADE Omar da Silva Lima (UFMG) Participante 4 14 A REPRESENTAÇÃO DA VIOLÊNCIA EM TRÊS CONTOS DO LIVRO INSUBMISSAS LÁGRIMAS DE MULHERES, DE CONCEIÇÃO EVARISTO Suely Leite (UEL) Participante 5 FRAGMENTOS DESCOLONIAIS NA OBRA O EXU NO PAÇO IMPERIAL DE ELISABETE NASCIMENTO Edelu Kawahala (UFSC) Coord. da Sessão: Omar da Silva Lima (UFMG) Sessão de Comunicações – Sala 13 Eixo 6: Corpo, sedução, erotismo e sensualidade nas obras de autoria feminina Participante 1 O CORPO FEMININO VIOLENTADO EM “INSUBMISSAS LÁGRIMAS DE MULHERES” DE CONCEIÇÃO EVARISTO Emília Rafaelly Soares Silva (UESPI) Eixo 10: Gênero, representação, identidade e empoderamento das mulheres Participante 2 ALTERIDADE E FEMININO NO CONTO A CONFISSÃO DE LEONTINA, DE LYGIA FAGUNDES TELLES Midiã Ellen White de Aquino (PPgEL/UFRN) Keynesiana Macêdo Souza (PPgEL/UFRN) Participante 3 AMOR OU LOUCURA? EU E O OUTRO, POR MEDEIA, DE EURÍPEDES, E ELIZE MATSUNAGA Francisca Luciana Sousa da Silva (UFC) Participante 4 AS FACES DE MARINA EM A SUCESSORA Antônia Ellen Alves dos Santos (UESPI) Participante 5 A VEZ E A VOZ DO SUJEITO EM LUCIENE CARVALHO Edilson Floriano Souza Serra (UFRN) Coord. da Sessão: Edilson Floriano Souza Serra (UFRN) Sessão de Comunicações – Sala 14 Eixo 10: Gênero, representação, identidade e empoderamento das mulheres Participante 1 A EROTIZAÇÃO DO FEMININO NA POÉTICA DE LUIS CARLOS GUIMARÃES Ilane Ferreira Cavalcante (IFRN) José Marcelino Ferreira Júnior (UFRN) Participante 2 A RECONFIGURAÇÃO FAMILIAR E SEXUAL DE ISALTINA CAMPO BELO Raquel D Elbox Couto Nunes (UFAL) Participante 3 A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA FEMININA EM CAROLINA MARIA DE JESUS E MARILENE FELINTO Norma Diana Hamilton (UnB) Participante 4 A REPRESENTAÇÃO DAS PERSONAGENS FEMININAS EM MEMORIAL DO CONVENTO, DE JOSÉ SARAMAGO: UMA ABORDAGEM BAKHTINIANA Indira Lima Guedes (UECE) Participante 5 A REPRESENTAÇÃO FEMININA ANTE O PATRIARCALISMO DO SÉCULO XIX EM A VIÚVA SIMÕES, DE JÚLIA LOPES DE ALMEIDA Valter Gomes Dias Junior (UFPB) 15 Coord. da Sessão: Ilane Ferreira Cavalcante (IFRN) Sessão de Comunicações – Sala 15 Eixo 10: Gênero, representação, identidade e empoderamento das mulheres Participante 1 CECÍLIA MEIRELES E O FEMININO EM PROSA E POESIA Gisele Pereira de Oliveira (UNESP) Participante 2 CONFIGURAÇÃO DA PROFISSÃO FEMININA NO SÉCULO XVII, EM AS MINAS DE PRATA Arlene Fernandes Vasconcelos (UFC) Participante 3 DE EDUCAÇÃO SENTIMENTAL AO CADERNO-GOIABADA: INTERFACES DO FEMININO Marcela Ribeiro (UFRN) Participante 4 DESDE O PRINCÍPIO, O FEMININO COMO OBSESSÃO TEMÁTICA EM JOSÉ SARAMAGO Pedro Fernandes de Oliveira Neto (PPGeL-UFRN/CAPES) Participante 5 DESIGUALDADES DE GÊNERO: A CONSTRUÇÃO SOCIAL DO FEMININO E DO MASCULINO NO CONTO UMA GALINHA DE CLARICE LISPECTOR Margarete Solange Moraes (UERN) Coord. da Sessão: Gisele Pereira de Oliveira (UNESP/Assis) Sessão de Comunicações – Sala 16 Eixo 10: Gênero, representação, identidade e empoderamento das mulheres Participante 1 ESTELA E O PATERNALISMO NO ROMANCE MACHADIANO Maria Clediane de Oliveira (UERN) Manoel Freire (UERN) Participante 2 EDNA PONTELLIER X ADÈLE RATIGNOLLE: MODELOS DO FEMININO EM THE AWAKENING José Vilian Mangueira (UERN) Participante 3 FIGURAÇÕES DE SILENCIO E IDENTIDADE EM TONI MORRISON Tânia Lima (UFRN/ PPgEL) Participante 4 FRANCES E. W. HARPER E PAULINE E. HOPKINS: O EMPODERAMENTO DAS MULHERES ATRAVÉS DA LITERATURA Cristiane Vieira da Graça Cardaretti (UERJ) Participante 5 RUPTURAS NA REPRESENTAÇÃO DO PAPEL DA MULHER EM WITHOUT A NAME, DE YVONE VERA Elizabeth Souto Maior Coord. da Sessão: Tânia Lima (UFRN/ PPgEL) 16h – Apresentação de Pôsteres Local: Bloco Didático – CH1 Eixo1: A demonização e a violência simbólica contra o feminino. A “DEMONIZAÇÃO” DE COTA EM A FILHA DO MEIO-QUILO DE ASSIS BRASIL Autor(a)/Proponente: Mariana Maia dos Reis (UESPI) 16 Orientador(a): Prof.ª Solange da Luz Rodrigues (UESPI) NARRATIVAS DO CONTRAPODER: MARIA ZAYAS E CARMEN LAFORET Autor(a)/Proponente: Emerson Lima (UEPB) Coautor(a): Jandirene Tiburcio (UEPB) Orientador(a): Prof.ª Dr.ª Elda Firmo Braga (UERJ) O FEMININO SOB A ÓTICA DE JOSÉ HERNÁNDEZ EM EL GAUCHO MARTÍN FIERRO Autor(a)/Proponente: Rosaly Ferreira da Costa Santos (UERN) Orientador(a): Regiane Santos Cabral de Paiva (UERN) Eixo2: A mulher e a escrita de si (memorialismo, biografia, autobiografia e correspondência). MEMÓRIAS DE UMA SINHÁ MOÇA NORTE-RIO-GRANDENSE Autor(a)/Proponente: Liliane Taíse Tavares (PET/UnP) Coautor: Makson Matheus Germano Freitas (PET/ UnP) Orientador(a): Prof.ª Dr.ª Conceição Flores (UnP) A DESCONSTRUÇÃO DA TRADICIONAL IMAGEM FEMININA EM CAROLINA MARIA DE JESUS Autor(a)/Proponente: Débora Rejane de Paiva e Silva (UESPI) Coautor(a): Vanessa de Carvalho Alencar (UESPI) Orientador(a): Prof.ª Solange da Luz Rodrigues (UESPI) ENLACES E DESENLACES: O ABISMO PRIMITIVO NO CONTO AMOR DE CLARICE LISPECTOR Autor(a)/Proponente: Pollyana Correia Lima (UNEB) Orientador(a): Prof. Joabson Lima Figueiredo (UNEB) Eixo 4: A mulher na literatura popular e nas histórias infanto-juvenis A LITERATURA INFANTIL E JUVENIL EM DIÁLOGO COM O VIRTUAL – A TEMÁTICA FEMININA NA OBRA DE MÁRCIA KUPSTAS Autor(a)/Proponente: Lucas Emanoel Vilarinho Miranda (UESPI/PIBIC-CNPq) Coautor: Débora Alencar Melo Araújo (UESPI) Orientador(a): Prof. Dr. Diógenes Buenos Aires de Carvalho (UESPI) A REPRESENTAÇÃO DA MULHER NA LITERATURA DE CORDEL: A DESCONSTRUÇÃO DA TEIA DISCURSIVA MACHISTA NO CORDEL E O EMPODERAMENTO DA PRODUÇÃO FEMININA NA LITERATURA POPULAR Autor(a)/Proponente: Sandro Gomes Oliveira (UNEB) Orientador(a): Prof. Orlando Freire Júnior (UNEB) AS PRINCESAS DISNEY: BELEZA, AMOR E A REAFIRMAÇÃO FEMININA Autor(a)/Proponente: Maria da Glória Ferreira de Sousa (UFC) Orientador(a): Profª Drª Edilene Ribeiro Batista (UFC) Eixo 5: A poesia e a prosa no feminino DOZE NOTURNOS DA HOLANDA: ENTRE FLORES, VERSOS E ITINERÁRIOS POÉTICOS Autor(a)/Proponente: Águida Nair Lafetá Lyrio Brant (UNIMONTES/Bolsista da FAPEMIG) Orientador(a): Profª. Drª. Ilca Vieira de Oliveira (UNIMONTES/CNPq/FAPEMIG) Eixo 6: Corpo, sedução, erotismo e sensualidade nas obras de autoria feminina ESTUDOS CORPÓREOS EM “O ESPARTILHO” DE LYGIA FAGUNDES TELLES Autor(a)/Proponente: Diego Nascimento Araújo (UFC) Orientador(a): Prof. Dr. Ulisses Infante(UFC) ANA CRISTINA CÉSAR E A POÉTICA DO CORPO Autor(a)/Proponente: Jucely Regis (UFRN) Orientador(a): Prof.ª Tânia Lima (UFPE) O EROTISMO EM MEMÓRIAS DE BÁRBARA CABARRÚS Autor(a)/Proponente: Canniggia de Carvalho Gomes (PET/UnP) Orientador(a): Prof.ª Dr.ª Conceição Flores (UnP) 17 Eixo 7: Escritoras modernas e contemporâneas AS RELAÇÕES DE GÊNERO EM A COR PÚRPURA Autor(a)/Proponente: Larissa Pereira Soares (UnP) Coautor(a): Vanessa Christina do Nascimento (UnP) Orientador(a): Prof.ª Dr.ª Conceição Flores (UnP) ESPELHOS OPACOS: REPRESENTAÇÕES DO FEMININO EM NADA A DIZER, DE ELVIRA VIGNA Autor(a)/Proponente: Hellyana Rocha e Silva (UFT) Orientador(a): Profª. Maria da Glória de Castro Azevedo (UFT) REPRESENTAÇÕES DO FEMININO: UM ESPELHO EM FACE DE DOIS RIOS Autor(a)/Proponente: Raquel Martins Alves (UFT) Orientador(a): Profª. Maria da Glória de Castro Azevedo (UFT) A POÉTICA PLURALISTA DE YEDA ESTERGILDA Autor(a)/Proponente: Fábio Uchoa da Silva (UFC) Coautor(a): Pedro Henrique Oliveira de Sales (UFC) Coautor(a): Sayonara Bessa Cidrack (UFC) Orientador(a): Prof.ª Dr.ª Edilene Ribeiro Batista (UFC) REFERÊNCIAS À DITADURA MILITAR NOS CONTOS DE FERNANDA GURGEL Autor(a)/Proponente: Pedro Henrique Oliveira de Sales (UFC) Coautor(a): Fábio Uchoa da Silva (UFC) Coautor(a): Deyvid de Oliveira Pereira (UFC) Orientador(a): Prof.ª Dr.ª Edilene Ribeiro Batista (UFC) Eixo 8: Escritoras dos séculos XVIII e XIX ECOS DE MELANCOLIA NA POESIA DE AUTA DE SOUZA Autor(a)/Proponente: Benício Mackson Duarte Araújo (UERN) Orientador(a): Prof. Dr. Wellington Medeiros de Araújo (UERN) FRANCISCA CLOTILDE: DAS LETRAS À POLÍTICA Autor(a)/Proponente: Izaura Emanuele Oliveira (UFC) Orientador(a): Profª Drª Edilene Ribeiro Batista (UFC) UMA PROPOSTA FEMINISTA NA PRODUÇÃO LITERÁRIA DE ANA EURÍDICE EUFROSINA DE BARANDAS Autor(a)/Proponente: Sayonara Bessa Cidrack (UFC) Coautor(a): Fábio Uchoa da Silva (UFC) Orientador(a): Prof.ª Dr.ª Edilene Ribeiro Batista (UFC) Eixo 9: Gênero e etnicidade na produção literária feminina O FEMININO NOS ROMANCES SENTIMENTAIS: UMA ANÁLISE SOCIOLÓGICA Autor(a)/Proponente: Elisabete Magalhães dos Santos (UECE) Coautor(a): Rafaela Carolinne Uchôa Monteiro (UECE) Orientador(a): Prof.ª Dr.ª Roberta Manuela Barros de Andrade(UECE) TESSITURAS DE GÊNERO E RAÇA EM A MENOR MULHER DO MUNDO, DE CLARICE LISPECTOR Autor(a)/Proponente: Malane Apolonio da Silva (UNEB) Orientador(a): Prof.ª Cristian Souza Sales (UNEB) Eixo 10: Gênero, representação, identidade e empoderamento das mulheres O FEMININO E O INSÓLITO NO CONTO “A DANÇA COM O ANJO” DE LYGIA FAGUNDES TELLES Autor(a)/Proponente: Monica Valéria Moraes Marinho(UERN) Orientador(a): Profª. Drª. Antonia Marly Moura da Silva (UERN) ARTIMANHA FEMININA, SILÊNCIO E EMPODERAMENTO: UMA LEITURA DO POEMA MUDEZ DE GILBERTO MENDONÇA TELES Autor(a)/Proponente: Camilla Araújo Freire (UFRN) 18 Orientador(a): Prof. Dr. Derivaldo dos Santos (UFRN/PPgEL) DESEJO E PODER: A REPRESENTAÇÕES DO FEMININO NO CONTO CAPITU SOU EU, DE DALTON TREVISAN Autor(a)/Proponente: Eduarda Valdivino (UFRN) Orientador(a): Prof. Dr. Derivaldo dos Santos (UFRN/PPgEL) ENTRE ESCRITOS E HISTÓRIA: FRAGMENTOS DA FIGURA FEMININA NA LITERATURA PIAUIENSE Autor(a)/Proponente: Meg Marques da Silva Rocha (UESPI) Orientador(a): Prof.ª Márcia Castelo Branco Santana (UESPI) 18h – Sarau Lítero-Musical Local: Bosque Moreira Campos – CH1 Dia 14 de agosto 08h30 – Palestra III MULHERES DEBAIXO DE FOGO, PSEUDÔNIMOS DEBAIXO DE OLHO Isabel Lousada (UNL) Coord.: Constância Lima Duarte (UFMG) Local: Auditório da FEAAC 10h – Intervalo – 30min. 10h30 –Mesas Plenárias II Mesa Plenária II / A – Auditório Rachel de Queiroz – CH2 GÊNERO E LITERATURA: ESCRITORAS NORDESTINAS Carla Patrícia Santana (UNEB) MULHERES COMPOSITORAS DA BAHIA: INTERVIR PARA RESISTIR Carlos Magno Gomes (UFS) ALINA PAIM PELO OLHAR FEMINISTA DE ELÓDIA XAVIER Elódia Xavier (UFRJ) BUSCA DO PODER: AS PERSONAGENS DE RACHEL DE QUEIROZ Izabel F. O. Brandão (UFAL) ENTRE VERSOS E PROSA: A PALAVRA FRONTEIRIÇA DE ARRIETE VILELA Coord.: Marcelo Magalhães Leitão (UFC) Mesa Plenária II / B – Auditório José Albano – CH1 GÊNERO E LITERATURA: VIOLÊNCIA E EMPODERAMENTO Claudia de Lima Costa (UFSC) FEMINISMOS LATINO-AMERICANOS E A VIRADA DESCOLONIAL: EPISTEMOLOGIAS EM TRADUÇÃO Edilene Ribeiro Batista (UFC) DIÁLOGOS E DIREITO DAS MULHERES E INJUSTIÇA DOS HOMENS: VIOLÊNCIA E EMPODERAMENTO EM PERSPECTIVA Eduardo de Assis Duarte (UFMG) CONFIGURAÇÕES DA ALTERIDADE: MARIA DA FÉ E KEHINDE Maria Zilda Ferreira Cury (UFMG) NARRATIVAS DE ANA MIRANDA: AFIRMAÇÃO DA VOZ FEMININA Coord.: José Leite de Oliveira Júnior (UFC) 19 Mesa Plenária II / C – Auditório da PREX GÊNERO E LITERATURA: REPRESENTAÇÔES E IDENTIDADES Cecil Jeanine Albert Zinani (UCS) À PROCURA DA IDENTIDADE PERDIDA: A PERSONAGEM EM HÁ VINTE ANOS, LUZ. Ivia Alves (UFBA) A CONSTRUÇÃO DA NARRATIVA DE TRÊS ESCRITORAS BAIANAS: A BUSCA PELO PRÓPRIO ESPAÇO Peonia Viana Guedes (UFRJ) AS RELAÇÕES ENTRE GÊNERO E VIOLÊNCIA: PELA BUSCA DO EMPODERAMENTO Simone Pereira Schmidt (UFSC) OS CORPOS DAS MULHERES E A MEMÓRIA COLONIAL Coord.: Stélio Torquato Lima (UFC) 12h – Intervalo – 2h (Almoço) 14h – Mesas-Redondas II Mesa-redonda – Auditório Rachel de Queiroz – CH2 AS PARANAENSES E AS (IN)VISIBILIDADES Participantes: Lúcia Osana Zolin (UEM) Luísa Cristina dos Santos Fontes (UEPG) Marly Catarina Soares (UEPG) Níncia Cecília Ribas Borges Teixeira (Unicentro) Mesa-redonda – Miniauditório da Linguística – Bloco Azul – CH1 RESSONÂNCIAS DO CORPO Participantes: Maria Conceição Monteiro (UERJ) Maria Aparecida Andrade Salgueiro (UERJ) Ângela Maria Dias (UFF) Maximiliano Torres (UFRRJ) Mesa-redonda – Auditório José Albano – CH1 IMAGENS DE DOMINAÇÃO E VIOLÊNCIA NA POESIA CONTEMPORÂNEA DE AUTORIA FEMININA Participantes: Anélia Montechiari Pietrani (UFRJ) Angélica Soares (UFRJ) Christina Ramalho (UFS) Helena Parente Cunha (UFRJ) Mesa-redonda – Auditório da PREX SUBMISSÃO E DOMINAÇÃO: ASPECTOS DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO NA LITERATURA OCIDENTAL (SÉCULOS XIX-XX) Participantes: Dolores Aronovich Aguero (UFC) Susana de Castro (UFRJ) Henrique Marques Samyn (UERJ) Lina Arao (UFRJ) 15h30 – Coffee Break 16h – Comunicações Coordenadas II Sessão de Comunicações – Sala 1 Eixo1: A demonização e a violência simbólica contra o feminino. 20 Participante 1 O PESSIMISMO DE ILDEFONSA LAURA CÉSAR: SÚPLICAS, TENDÊNCIAS OU DESCONTENTAMENTO? Deyvid de Oliveira Pereira (UFC) Nathalie Sá Cavalcante (UFC) Edilene Ribeiro Batista (UFC) Participante 2 PAPÉIS DE GÊNERO E VIOLÊNCIA EM “A MORALISTA”, DE DINAH SILVEIRA DE QUEIRÓS Carlos Eduardo Albuquerque Fernandes (UFPB) Participante 3 UMA ANÁLISE DA CONDIÇÃO FEMININA EM A PAIXÃO DEALMEIDA FARIA Marília Angélica Braga do Nascimento (UFC) Participante 4 UMA HISTÓRIA DE REPRESSÃO EM “O ESPARTILHO”, DE LYGIA FAGUNDES TELLES Maria Sárvia Silva (UFC) Edilene Ribeiro Batista (UFC) Participante 5 VIOLÊNCIA E DEFORMAÇÃO DO CORPO (DA MULHER E DA ESCRITA) EM O REMORSO DE BALTAZAR SERAPIÃO, DE VALTER HUGO MÃE Rebecca Pedroso Monteiro (UFVJM) Coord. da Sessão: Rebecca Pedroso Monteiro (UFVJM) Sessão de Comunicações – Sala 2 Eixo1: A demonização e a violência simbólica contra o feminino. Participante 1 VIOLÊNCIA LINGUÍSTICA DIGITAL CONTRA A MULHER Adriana Regina Dantas Martins (UECE) Participante 2 VIOLÊNCIA SIMBÓLICA CONTRA O FEMININO: DISTORÇÃO DA IDENTIDADE EM A CHAVE DE CASA Jakeline Prazeres de Assis (UNICAP-PE) Participante 3 VOZES DE RESISTÊNCIA À CONDIÇÃO FEMININA NA SOCIEDADE HISPÂNICA DO SÉCULO XVII Elda Firmo Braga (UERJ) Eixo10: Gênero, representação, identidade e empoderamento das mulheres Participante 4 RISCOS DE CORES EM MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS Sally Cheryl Inkpin (PUC/RS) Participante 5 GÊNERO E ALIENAÇÃO EM LUZIA-HOMEM José Leite de Oliveira Júnior (UFC) Coord. da Sessão: Elda Firmo Braga (UERJ) Sessão de Comunicações – Sala 3 Eixo2: A mulher e a escrita de si (memorialismo, biografia, autobiografia e correspondência) Participante 1 MEMÓRIA E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE, EM INFIEL - A HISTÓRIA DE UMA MULHER QUE DESAFIOU O ISLÃ, DE AYAAN HIRSI ALI Moema Carvalho Medeiros (UESPI) Participante 2 SOR JUANA INÉS, UMA PRECURSORA DO FEMINISMO NA LITERATURA HISPÂNICA Francisco Vítor Macedo Pereira (UEPB) 21 Participante 3 REPRESENTAÇÕES FEMININAS NO DIÁRIO E EPISTOLOGRAFIA DO ÚLTIMO ANO DE FLORBELA ESPANCA Michelle Vasconcelos Oliveira do Nascimento (UFRN) Suilei Monteiro Giavara (UNESP/ASSIS) Participante 4 MEMÓRIA E HISTÓRIA EM POR ONDE ANDOU MEU CORAÇÃO Denise Noronha Lima (UFC) Participante 5 TEMPO E FICÇÃO NOS DIÁRIOS DE CAROLINA MARIA DE JESUS Valeria Rosito (UFRRJ) Coord. da Sessão: Francisco Vítor Macedo Pereira (UEPB) Sessão de Comunicações – Sala 4 Eixo5: A poesia e a prosa no feminino Participante 1 BALADA EM PROSA POÉTICA NO FEMININO: O CASO DE PAULINA CHIZIANE Sávio Roberto Fonseca de Freitas (UFRPE) Participante 2 A REPRESENTAÇÃO FEMININA NO POEMA “A ÚLTIMA CANTIGA”, DE CECÍLIA MEIRELES Roberta Donega Silva (UNESP) Participante 3 ENTRE O SAGRADO E O PROFANO: O MITO DO FEMININO EM CRUZ E SOUSA Cleide Jane Neris de Santana (UFAL) Participante 4 POÉSIS DO COTIDIANO E SENTIMENTO DO TRÁGICO Maria Eliane Souza da Silva (CNPq) Participante 5 UM PASSEIO EM NATAL PELOS OLHOS DE PALMIRA Diva Cunha (UFRN) Coord. da Sessão: Sávio Roberto Fonseca de Freitas (UFRPE) Sessão de Comunicações – Sala 5 Eixo7: Escritoras modernas e contemporâneas Participante 1 A VIDA EM PALAVRAS: A LITERATURA DE MARGARIDA SABÓIA DE CARVALHO Geórgia Gardênia Brito Cavalcante (UFC) Francisco Carlos Carvalho da Silva (UECE) Participante 2 A VISIBILIDADE DA MULHER EM “I LOVE MY HUSBAND” DE NÉLIDA PIÑON Lígia Maria Thomaz Bastos (UESPI) Participante 3 AMASSANDO AS COBERTAS: A REPRESENTAÇÃO DA CASA NO CONTO “COBERTOR ENGOMADO” Sarah Pinto de Holanda (UFRJ) Participante 4 AS EXCEÇÕES MESMAS DO VIVER: A ESCRITA DE SI NA OBRA A VIDA EM CONTOS, DE MARGARIDA SABÓIA DE CARVALHO Francisco Carlos Carvalho da Silva (UECE) Geórgia Gardênia Brito Cavalcante (UFC) 22 Participante 5 AS FACES DO GÊNERO EM,OS MISTÉRIOS DO CASTELO, DE LILI CASTELO BRANCO Maria Edna Silva Pereira Oliveira (Centro de Ensino Médio César Marques) Coord. da Sessão: Francisco Carlos Carvalho da Silva (UECE) Sessão de Comunicações – Sala 6 Eixo7: Escritoras modernas e contemporâneas Participante 1 “BLOODCHILD”, DE OCTAVIA BUTLER, EM DIÁLOGOS INTERDISCIPLINARES SOBRE GÊNERO Amanda Priscila Santos Prado (UFAL) Participante 2 CRISTÃOS NOVOS E HERANÇA JUDAICA NO NORDESTE BRASILEIRO Eurídice Figueiredo (UFF-CNPq) Participante 3 “DAS SOLEIRAS AO TELHADO”: A CASA COMO METÁFORA DA MEMÓRIA NA POÉTICA DE MYRIAM FRAGA Thais Rabelo de Souza (UNEB) Participante 4 DA TRADIÇÃO A TRANSGRESSÃO: UMA LEITURA DO IMAGINÁRIO FEMININO EM EUGÈNIA E SILVINA, DE AGUSTINA BESSA-LUÍS Graciele Batista Gonzaga (UFMG) Participante 5 DESLOCAMENTO DE GÊNERO EM “A COLHEITA” DE NÉLIDA PINON Solange da Luz Rodrigues (UESPI) Participante 6 CONSIÇÃO, CONCRETUDE E AMBIGUIDADE NA NARRATIVA DE HELENA PARENTE CUNHA Ana Helena Cizotto Belline Coord. da Sessão: Solange da Luz Rodrigues (UESPI) Sessão de Comunicações – Sala 7 Eixo7: Escritoras modernas e contemporâneas Participante 1 METALINGUAGEM FLORES AZUIS, DE CAROLA SAAVEDRA Elisangela Aparecida Lopes (PUC-MINAS) Participante 2 NOVAS CARTAS PORTUGUESAS: UMA ESTÉTICA PÓS-MODERNA Paula Cristina Ribeiro da Rocha de Morais Cunha (UFPB) Participante 3 O CALEIDOSCÓPIO LITERÁRIO DE MALLUH PRAXEDES Maria de Fátima Moreira Peres (PUC Minas) Participante 4 O DIÁLOGO ENTRE A POESIA DE ODETE SEMEDO E O REGISTRO FOTOGRÁFICO NA CONSTRUÇÃO DAS MEMÓRIAS DA GUERRA DA GUINÉ-BISSAU, ENTRE 1998 E 1999 Karina de Almeida Calado (PUC Minas) Participante 5 O FLUXO DE CONSCIÊNCIA NA NO CONTO A MARCA NA PAREDE DE VIRGINIA WOOLF Gabriele Freixeiras de Freitas (UFC) Coord. da Sessão: Elisangela Aparecida Lopes (PUC-MINAS) Sessão de Comunicações – Sala 8 23 Eixo7: Escritoras modernas e contemporâneas Participante 1 QUESTÕES DE GÊNERO EM “FREEFORALL” Gabriella Patricia dos Santos Lins (UFAL) Participante 2 RACHEL DE QUEIROZ: O FEMININO EM CONSTRUÇÃO Nathalia Bezerra da Silva Ferreira (UECE/FECLESC) Isabela Feitosa Lima Garcia (UECE/ FECLESC) Participante 3 ROMANCE PORTUGUÊS EM PERSPECTIVA: A PROPÓSITO DE LÍDIA JORGE Nicia Petreceli Zucolo (USP) Participante 4 SILÊNCIO: ALIADO NA CONDIÇÃO SUBALTERNIZADA Francisca Zuleide Duarte de Souza (UEPB) Participante 5 SILVINA OCAMPO: A EQUIDISTÂNCIA ENTRE O PERIFÉRICO E O CENTRO Lilian Barbosa (UNESP/Assis) Coord. da Sessão: Lilian Barbosa (UNESP/Assis) Sessão de Comunicações – Sala 9 Eixo7: Escritoras modernas e contemporâneas Participante 1 THE LOVELY BONES - A NARRATIVA DE ALICE SEBOLD Laila Azevedo (UFAM) Participante 2 UMA LEITURA DO CONTO “A CAÇADA”, DE LYGIA FAGUNDES TELLES Isabela Feitosa Lima Garcia (UECE/FECLESC) Nathalia Bezerra da Silva Ferreira (UECE/FECLESC) Participante 3 "VOCÊ SERÁ A NOSSA CANTORA.": A MEMÓRIA COLONIAL ITALIANA PELA VOZ FEMININA CONTEMPORÂNEA Márcia de Almeida (UFJF) Eixo8: Escritoras dos séculos XVIII e XIX Participante 4 LITERATURA E FEMINISMO NA BELLE ÉPOQUE BRASILEIRA: O ROMANCE A LUTA, DE CARMEM DOLORES Tássia Tavares de Oliveira (UFPB) Participante 5 PERFIS DE MULHERES NA OBRA DE MARIA RIBEIRO Luciana de Santana Fernandes (Governo do Estado de Pernambuco e Prefeitura da Cidade do Recife) Coord. da Sessão: Márcia de Almeida (UFJF) Sessão de Comunicações – Sala 10 Eixo8: Escritoras dos séculos XVIII e XIX Participante 1 EDNA PONTELLIER: A MORTE COMO ESCOLHA Cinara Leite Guimarães (PPGL/UFPB) Eixo9: Gênero e etnicidade na produção literária feminina 24 Participante 2 IDENTIDADE ÉTNICA NA PRODUÇÃO LITERÁRIA AFRO-BRASILEIRA Cláudia Cambraia (UNL) Participante 3 REPRESENTAÇÕES DOS CORPOS FEMININOS EM ÚRSULA, DE MARIA FIRMINA DOS REIS Danielle de Luna e Silva (UFPB) Participante 4 O ROSÁRIO E A ERRÂNCIA NA ESCRITA DE CONCEIÇÃO EVARISTO Vania Ma F. Vasconcelos (FECLESC-UECE) Participante 5 O WOMANISM DE SOFIA EM A COR PÚRPURA: UM EXEMPLO DE NÃO SUBMISSÃO AO HOMEM Raquel da Silva Barros (UFC) Orientador: Carlos Augusto Viana da Silva (UFC) Coord. da Sessão: Cinara Leite Guimarães (PPGL/UFPB) Sessão de Comunicações – Sala 11 Eixo9: Gênero e etnicidade na produção literária feminina Participante 1 O BILDUNGSROMAN PÓS-COLONIAL E AS DIÁSPORAS DE PONCIÁ VICÊNCIO Lorena Sales dos Santos Eixo 10: Gênero e etnicidade na produção literária feminina Participante 2 A CONDIÇÃO DA MULHER EM CLARA DOS ANJOS, DE LIMA BARRETO Ana Gabriella Ferreira da Silva (UERN) Participante 3 A CONSTRUÇÃO DA PERSONAGEM LOLITA COMO MULHER NA LITERATURA E NO CINEMA Jardas de Sousa Silva (UFC) Participante 4 A COMPLEXIDADE FEMININA DE HELENA DE TROIA NA LITERATURA GREGA ANTIGA Cíntia Araújo Oliveira (UFC) Participante 5 A HISTÓRIA DO POSSÍVEL – MULHER E VIOLÊNCIA NA LITERATURA Cristina Maria Teixeira Stevens (UnB) Participante 6 A CONDIÇÃO PENDULAR DO SUJEITO DIASPÓRICO EM UM DEFEITO DE COR Cristiane Felipe Ribeiro de Araújo Côrtes (UFMG) Coord. da Sessão: Jardas de Sousa Silva (UFC) Sessão de Comunicações – Sala 12 Eixo 10: Gênero e etnicidade na produção literária feminina Participante 1 A REPRESENTAÇÃO DO FEMININO ONTEM E HOJE: A RESSIGNIFICAÇÃO DOS CONTOS DE FADAS EM CAIO FERNANDO ABREU Francisco Aedson de Souza Oliveira (UERN) Antonia Marly Moura da Silva (UERN) Participante 2 A REPRESENTAÇÃO DE DIDO E O DISCURSO FEMININO NA ÉPICA E NA ELEGIA Natália Vasconcelos Rodrigues Participante 3 25 AS MENINAS DE HELENA PARENTE CUNHA – ENQUADRAMENTOS DE GÊNERO NA INFÂNCIA Lílian Almeida de Oliveira Lima (PUCRS) Participante 4 AURÉLIA: UMA MULHER A FRENTE DO SEU TEMPO Dariana Paula Silva Gadelha (UFC) Participante 5 AS RELAÇÕES DE CLITEMNESTRA COM AS DEMAIS PERSONAGENS FEMININAS NA PEÇA AGAMÊMNON DE SÊNECA Leticia Freitas Alves (UFC) Coord. da Sessão: Lílian Almeida de Oliveira Lima (PUCRS) Sessão de Comunicações – Sala 13 Eixo 3: A mulher e o periodismo (jornalista, cronista, imprensa em geral) Participante 1 FIGURAÇÃO FEMININA NAS CRÔNICAS CAFÉ DA MANHÃ, DE DINAH SILVEIRA QUEIROZ Geuvana Vieira de Oliveira (Unimontes) Eixo 10: Gênero e etnicidade na produção literária feminina Participante 2 DE SUBMISSA À DONA DO PODER: ANÁLISE DA PERSONAGEM ADELINA NO CONTO “OS SAPATINHOS VERMELHOS” DE CAIO FERNANDO ABREU Ana Augusta Pinheiro Pessoa (UERN) Orientador: Roniê Rodrigues da Silva (UERN) Participante 3 ENTRE AS TRAÇAS E A TINTA, PÁGINAS AMARELADAS, ESCRITOS SUBMERSOS DE MULHERES BAIANAS EM REVIST Monalisa Valente (UNILAB) Participante 4 ESCREVIVÊNCIAS POÉTICAS: CONCEIÇÃO EVARISTO, CRISTIANE SOBRAL E SHIRLEY CAMPBEL BARR Marcos Antônio Alexandre (FALE/UFMG) Participante 5 EXPERIÊNCIA DIASPÓRICA, AGENCIAMENTO E TRANSGRESSÃO EM JASMINE DE BHARATI MUKHERJEE Helenice Nolasco Queiroz (UFMG/EBTT) Coord. da Sessão: Marcos Antônio Alexandre (FALE-UFMG) Sessão de Comunicações – Sala 14 Eixo 10: Gênero e etnicidade na produção literária feminina Participante 1 FALAR O INEXPRESSÍVEL OU EXPRESSÃO SILENCIOSA EM ROSA CARAMELA, DE MIA COUTO Derivaldo dos Santos (UFRN/PPgEL) Participante 2 IRACEMA: A CONSTRUÇÃO MÍTICA E HISTÓRICA DA MULHER INDÍGENA NA LITERATURA BRASILEIRA Sandra Mara Alves da Silva (UFC) Participante 3 LISÍSTRATA: O PODER FEMININO POR UM DIA Wanilda Lima Vidal de Lacerda (UEPB) Participante 4 MATERNIDADES GROTESCAS NAS OBRAS DE LYA LUFT E SUSAN SWAN 26 André Pereira Feitosa (UNIFEI) Participante 5 MULHERES DE MANGO STREET Adriane Ferreira Veras (UFRS) Kathrin Rosenfield(UFRS) Eixo 1: A demonização e a violência simbólica contra o feminino Participante 6 AS SEMELHANÇAS NOS PERFIS FEMINIOS DE CAPITU (DOM CASMURRO) E MADALENA (SÃO BERNARDO) Adriane Ferreira Veras (UFRS) Coord. da Sessão: Wanilda Lima Vidal de Lacerda (UEPB) Sessão de Comunicações – Sala 15 Eixo 10: Gênero e etnicidade na produção literária feminina Participante 1 O CORPO EM SILÊNCIO DE A CASA DAS BELAS ADORMECIDAS, DE YASUNARI KAWABATA Francisca Lailsa Ribeiro Pinto (UFPB) Participante 2 OBASAN, DE JOY KOGAWA, E VULGO GRACE, DE MARGARET ATWOOD: HISTÓRIA E IDENTIDADE CANADENSES REVISADAS PELA FICÇÃO Vansan Gonçalves (UERJ) Participante 3 O SOM E A FÚRIA DO VELHO SUL DOS ESTADOS UNIDOS E A TRANSGRESSÃO DE CADDY COMPSON Suelen Gonçalves Vasconcelos (UERJ) Participante 4 OS ESPAÇOS SOCIAIS DE SINHA VITÓRIA Charles Albuquerque Ponte (UERN) Maria Bevenuta Sales de Andrade (UERN) Eixo7: Escritoras modernas e contemporâneas Participante 5 O AMOR ALÉM-TÚMULO NOS CONTOS “A MORTA” E “OS MORTOS NÃO VOLTAM” DE FLORBELA ESPANCA Witallo da Cruz Fontineles (UFC) Edilene Ribeiro Batista (UFC) Coord. da Sessão: Charles Albuquerque Ponte (UERN) Sessão de Comunicações – Sala 16 Eixo 10: Gênero e etnicidade na produção literária feminina Participante 1 AS VOZES FEMININAS COMO ELEMENTO CONSTITUTIVO DA IDENTIDADE DO LUGAR EM BECOS DA MEMÓRIA E PONCIÁ VICÊNCIO DE CONCEIÇÃO EVARISTO Natália Regina Rocha Serpa (UNESPI) Participante 2 CLARINHA – UMA PERSONAGEM ROMÂNTICA-REALISTA NOTEATRO DE JOSÉ DE ALENCAR Ana Clara Vieira Fernandes (UFC) Jesus Frota Ximenes (UFC) Participante 3 PARALELOS: O SIMULACRO DA ESCRITA DE SI NA REVISTA SOU MAIS EU E O ‘EU’ FEMININO AUTÊNTICO NA BLOGOSFERA Luciane Silva Navarro (UEPG) 27 Participante 4 UM OLHAR GENDRADO SOBRE A PERSONAGEM OPA E SOBRE OUTRAS PERSONAGENS FEMININAS DA OBRA OS RIOS PROFUNDOS, DE ARGUEDAS Nathalie Sá Cavalcante (UFC) Deyvid de Oliveira Pereira (UFC) Edilene Ribeiro Batista (UFC) Participante 5 SUAS PRÓPRIAS DANGAREMBGA VOZES: IDENTIDADE FEMININA EM NERVOUS CONDITIONS, DE TSITSI Clarice Melo Ferreira (UCB) Coord. da Sessão: Ana Clara Vieira Fernandes (UFC) Sessão de Comunicações – Sala 17 Eixo 8: Escritoras dos séculos XVIII e XIX Participante 1 UMA VERSÃO FEMININA DO FANTÁSTICO EM A RAINHA DO IGNOTO, DE EMÍLIA FREITAS Maria Inês de Moraes Marreco (UFMG) Eixo 9: Gênero e etnicidade na produção literária feminina Participante 2 DE ECOS DISTINTOS: VOZES-MULHERES, DE CONCEIÇÃO EVARISTO Denise Rocha (UNILAB, Redenção – CE) Eixo 10: Gênero, representação, identidade e empoderamento das mulheres Participante 3 A FIGURA DE CHICA DA SILVA NA FICÇÃO E NA HISTÓRIA Marilene Carlos do Vale Melo (UEPB) Participante 4 REPRESENTAÇÕES DO FEMININO EM INFÂNCIA, DE GRACILIANO RAMOS Varele Gama (Secretaria de Educação do Estado do Ceará) Participante 5 CARTOGRAFIAS DO FEMININO: O SERTÃO PRÓPRIO DE ALVINA GAMEIRO Jurema da Silva Araújo (UESPI) Coord. da Sessão: Marilene Carlos do Vale Melo (UEPB) 16h – Reunião do GT A Mulher na Literatura Local: Bloco Azul – Sala de Multimídias – CH1 Coord.: Nancy Rita Ferreira Vieira (UFBA) 18h – Coquetel de encerramento e premiação de pôsteres Local: Jardins da Reitoria 4. RESUMOS 4.1 Conferências Emma Parker University of Leicester - UK BORDER CONTROL: TERRORISM AND TRANSGENDER IN CONTEMPORARY FICTION 28 This lecture will examine the place of transgender subjects in novels about terrorism and the war on terror, focusing on Manuel Puig’s Kiss of the Spider Woman (1976), Patrick McCabe’s Breakfast on Pluto (1998), and Leslie Feinberg’s Drag King Dreams (2006). Despite their different historical and/or cultural contexts (the Argentinian ‘Dirty War’; the Irish Troubles in the 1970s; post-9/11 United States of America), the three texts each highlight the discursive and material ‘violence of derealization’ (Butler, Precarious Life 33) enacted against its queer protagonist: Molina, a cross-dressing gay man and ‘spider woman’ (Puig); the bisexual transvestite prostitute ‘Pussy’ Braden (McCabe); Max Rabinowitz, a butch lesbian (Feinberg). Yet the conflation of sexual and political dissidence results in the protagonist who threatens the norms of gender identity being aligned with the terrorist who threatens national security. Thus, anticipating Susan Faludi’s The Terror Dream (2007) and Jasbir Puar’s Terrorist Assemblages: Homonationalism in Queer Times (2007), the novels explore connections between gender, sexuality and discourses of terrorism that sanction surveillance, detention, and torture, address the role of violence in policing the borders of the personal and political body, and illuminate how terrorism and counter-terrorism augment a gender conservatism that delegitimizes queer lives. Palavras-chave: Discourse of terrorism, Trangender subjects, Violence of derealization, Sexuality, Gender identity. Helena Parente Cunha UFRJ EMPODERAMENTO: UM CAMINHO DE SUPERAÇÃO? Vou mencionar alguns itens que pretendo desenvolver a partir da concepção de Pierre Bourdieu quanto aos efeitos da dominação masculina estarem inscritos nos próprios corpos. Por esse viés, podemos considerar a permanência das relações entre gênero e violência e suas implicações com o poder, apesar dos avanços alcançados pelos movimentos feministas. Nossa cultura,herdeira do autoritarismo cartesiano e forjada há séculos na teia das relações de poder em todos os planos, mesmo interpessoais,clama por mudanças drásticas. Todavia, entre dualidades, confrontos e guerras, despontamnovas perspectivas movidas por exigências de soluções urgentes para a própria sobrevivência do planeta e da humanidade. O empoderamento dispõe de propostasconcretas para reverter o quadro do poder e da violência, na medida em que possibilita a emancipação individual e coletiva. O empoderamento da mulher cria mecanismos reais para a superação da dependência através de ações e decisões de ordem pessoal e coletiva, numa rede de responsabilidades partilhadas, transformando-se o “poder sobre” em “poder com”. Palavras-chave:Empoderamento, Gênero, Violência, Poder, Mudança, Feminismo, Partilha. Isabel Lousada PORTUGAL - UNL MULHERES DEBAIXO DE FOGO, PSEUDÔNIMOS DEBAIXO DE OLHO Procuraremos dar relevo a uma questão que tem vindo a ser por nós trabalhada em outros momentos mas que com maior profundidade se afigura oportuna para trazer até vós em um seminário internacional como o «Mulher e Literatura» cujo foco, este ano, coloca o debate nas relações entre gênero e violência: pela busca do empoderamento. Que melhor mote poderia ter sido escolhido para falar de pseudônimos e em particular do uso de pseudônimos pelas mulheres? Disfarce(s), estratégia(s). Que usos e meios foram colocados ao serviço deste instrumento? Instrumento de empoderamento? Recurso? Fuga? Tantas são as interrogações que cremos urgente revisitar alguns dos nomes mais familiares, procurando revelar outros talvez menos conhecidos mas cujos traços identitários poderão trazer luz e linhas interpretativas tênues, mas perenes, de empoderamento no universo feminino, ao longo dos séculos, e que não terão sido ignorados pelas autoras nomeadas. Palavras-chave:Mulher, Literatura, Identidade, Pseudônimos, Autoria feminina. 4.2 Mesas Plenárias Algemira de Macedo Mendes UESPI O LUGAR DE AMÉLIA BEVILAQUA NAS HISTÓRIAS DA LITERATURA BRASILEIRA DO SÉCULO XX: IMAGENS, REPRESENTAÇÕES E MEMÓRIAS A inserção de obras de autoria feminina na sociedade brasileira do século XIX, e limiar do século XX deu-se certa forma marcada pelos ditames sistema patriarcalista, o que resultou na exclusão de muitas escritoras do cânone literário. Dessa forma, o presente trabalho visa cotejar a escritora piauiense Amélia Beviláqua nas histórias da literatura brasileira, vendo suas representações, imagens e memórias. Objetivando, portanto, rastrear o processo de inclusão e de exclusão dessa escritora nas histórias da literatura brasileira, partiu-se dos aportes teóricos de Ricoeur, (2005), Certeau (2000) Olinto (1996), Del Priore, (1999), Muzart (2000), Funck (1994), 29 entre outros, para verificarsua trajetória literária e sobretudo o lugar que a referida escritora ocupa nessas historias. Palavras-chave:História da literatura, Gênero, Memória, Escrita feminina, Amélia Beviláqua. Antônio de Pádua Dias da Silva UEPB ESCRITAS DE AUTORAS BRASILEIRAS E A PERSPECTIVA DO FEMINISMO QUEER É bem verdade que autoras brasileiras têm buscado o encontro da escrita de ficção na interface com questões de mulheres e as abordagens teóricas que surgem das demandas que as sociedades e culturas produzem. O objetivo desta fala é problematizar a escrita de autoras como Cida Pedrosa, Marilene Felinto, Hilda Hilst, dentre outras, com o propósito de perceber que as questões de gênero, fundadas na equação binária, mantém-se a mesma em algumas escritoras, afasta-se da escrita de outras, não aparece em algumas. Essa gradação posta converge para idéias como a de multitudes queer, de Beatriz Preciado, que percebe os corpos culturais não mais presos à lógica binária. O fato de se manter valores de gênero, afastar-se deles ou apagá-los na ficção reitera ideais, ainda não comungados por muitos, de que os indivíduos da contemporaneidade elegem para si outros valores e modos de ser ou estar nas culturas e nas sociedades. Trazer Beatriz Preciado com o pensamento que busca interpretar modos de ser ou de estar como os mencionados é um forma de rever os modos de escrita de autoria feminina, muitas vezes comungando ou em conflito com ideias do feminismo queer ou do pós-feminismo. Palavras-chave: Escritoras brasileiras,Pós-feminismo,Feminismo queer. Carla Patrícia Santana UNEB MULHERES COMPOSITORAS DA BAHIA: INTERVIR PARA RESISTIR As mulheres sempre criaram estratégias de resistências às diversas formas de violências às quais foram submetidas. Disputar espaço em áreas supostamente masculinas tem sido um trabalho árduo e que exige performances e a produção de discursos às vezes sutis outras vezes diretos de enfrentamento. O combate à invisibilidade da sua atuação no mundo as artes, em especial quando se trata de autoria, da sua inserção no espaço da criação, é um dos exemplos; esse debate não é novo, mas é atual e necessário, garanti-lo é também uma forma de resistência. O recorte nessa apresentação é a atuação das mulheres autoras na música: quem são as compositoras baianas que conseguiram se colocar no cenário a partir dos anos 1990, quais as estratégias que utilizaram, seus lugares no cenário de hoje e suas perspectivas. Palavras-chave:Compositoras baianas, Violência, Estratégias de resistência. Carlos Magno Gomes UFS ALINA PAIM PELO OLHAR FEMINISTA DE ELÓDIA XAVIER Este trabalho presta uma dupla homenagem: à escritora sergipana Alina Paim (1919-2011), autora de dez romances que abordam a luta da mulher por seus direitos; e à crítica feminista cearense Elódia Xavier, uma das fundadoras do GT da ANPOLL A mulher na literatura. Alina Paim iniciou sua carreira com Estrada da liberdade, em 1944; Elódia Xavier publicou obras críticas sobre literatura brasileira de autoria feminina com ênfase no declínio do patriarcado, no corpo feminino e no espaço da casa. Membro do PCB, Alina Paim produz uma ficção que mescla a luta do trabalhador e da mulher por melhores condições de vida. Preocupada com a estética social, sua obra apresenta uma perspectiva feminista engajada com as lutas de classe. Como recorte, dividirei esse trabalho em duas partes, usando conceitos teóricos de Elódia Xavier para interpretar a obra de Alina Paim: na primeira partirei da perspectiva da dissolução da família para investigar como a ficcionista critica o sistema patriarcal em A sombra do patriarca (1950); na segunda, explorarei o conceito de “corpo disciplinado” para analisar a representação da mulher subalterna em A correnteza (1979). Com isso, pretendo organizar didaticamente o pensamento crítico de Elódia Xavier como uma opção interpretativa da obra de Alina Paim. Palavras-chave:Crítica feminista, Alina Paim, Elódia Xavier. Cecil Jeanini Albert Zinani UCS À PROCURA DA IDENTIDADE PERDIDA: A PERSONAGEM EM HÁ VINTE ANOS, LUZ A literatura escrita por mulheres, ao longo da história, tem promovido discussões a respeito de aspectos significativos da condição feminina, visando tanto marcar o território quanto afirmar a autonomia desse gênero. Um dos fatores relevantes para a emancipação da mulher consiste em examinar a possibilidade de construção da identidade feminina presente na literatura. Nesse sentido, pretende-se verificar como ocorre esse processo na obra de Elza Osorio, Há vinte anos, Luz, investigando a relevância da história pessoal bem como a da nação, na constituição dessa identidade, manifestada pela personagem Luz. Palavras-chave:Literatura escrita por mulheres, Identidade feminina, Há vinte anos, Luz. 30 Claudia de Lima Costa UFSC FEMINISMOS LATINO-AMERICANOS E A VIRADA DESCOLONIAL: EPISTEMOLOGIAS EM TRADUÇÃO Neste trabalho faço um breve percurso dos debates acadêmicos sobre as teorias pós-coloniais e o conceito de colonialidade, buscando mapear suas traduções latino-americanas, principalmente a partir da perspectiva das teorias feministas. Ao enfatizar uma abordagem interseccional sobre o caráter gendrado da colonialidade, feministas descoloniais buscam formas inovadoras de articulação de outras epistemologias ou “saberes próprios”. Contudo, nesses debates a atenção dada à questão das viagens e traduções das teorias feministas (póscoloniais e descoloniais) na América Latina tem sido escassa. Colocando, portanto, o conceito de tradução cultural no centro dos debates, exploro os desafios que as teorias feministas enfrentam diante da virada descolonial na América Latina. Palavras-chave:Feminismos, Colonialidade, Teorias pós-coloniais e descoloniais. Stélio Torquato Lima UFC FACES DO DISCURSO NISIANO: CONTRADIÇÕES LIBERTÁRIAS A trajetória da educadora, jornalista e escritora Nísia Floresta (1810-1885) foi marcada pelo pioneirismo e pela resistência às estruturas patriarcais da sociedade brasileira do século XIX. Construindo uma literatura na qual é visível o desejo de intervir na sociedade de seu tempo, a autora potiguar encampou bandeiras ligadas à defesa do negro, da mulher e do índio, além de demonstrar simpatia pelo republicanismo. A despeito desse ardor libertário, os críticos costumam acentuar lacunas, reticências e até contradições no discurso nisiano. Explicar essas contradições à luz das contingências do período em que a escritora viveu é o objetivo central da presente comunicação. Palavras-Chave: Nísia Floresta, Feminismo, Abolicionismo, Crítica Literária. Constância Lima Duarte UFMG IMPRENSA FEMINISTA: PEQUENA HISTÓRIA, GRANDE MEMÓRIA A investigação que ora realizo, em jornais e revistas destinados às mulheres, tem revelado o árduo caminho percorrido na busca de seus direitos, na construção de uma identidade e de uma dicção literária. O fato de a literatura de autoria feminina, a consciência feminista e a imprensa das mulheres terem surgido quase ao mesmo tempo no Brasil, ainda nas primeiras décadas do século XIX, revela que, quando elas tiveram acesso ao letramento, imediatamente se apoderaram também da escrita e da crítica. E independente de serem poetisas, ficcionistas, professoras ou jornalistas, enfrentaram a condição subalterna do gênero, realizando uma obra engajada, com denúncias e reivindicações. Pretendo, nesse momento, apresentar a imprensa como o principal veículo da produção letrada feminina, responsável por incentivar as vocações literárias e divulgar as produções intelectuais das mulheres. Palavras-chave:Literatura, Autonomia feminina, Imprensa feminina. Edilene Ribeiro Batista UFC DIÁLOGOS E DIREITO DAS MULHERES E INJUSTIÇA DOS HOMENS: VIOLÊNCIA E EMPODERAMENTO EM PERSPECTIVA Desde a descoberta do Brasil, no século XVI, o feminismo já se instalava, em nossa História, na “recusa de muitas mulheres índias a trabalharem para o europeu e ao rechaçarem suas investidas sexuais e territoriais” (BONNICI, 2007: 88). Com o passar do tempo, o pensamento feminista foi se inserindo na prática literária de nossa nação, principalmente em obras produzidas por mulheres que, enquanto literatas, se utilizaram das letras para protestarem contra a opressão e a discriminação que sofriam, lutando; portanto, pela ampliação de seus direitos civis e políticos. Entre essas escritoras, encontram-se Nísia Floresta, com Direitos das Mulheres e Injustiças dos Homens (1832), obra inspirada no livro Vindications of the Rights of Woman, de Mary Wollstonecraft, e Ana Eurídice Eufrosina de Barandas, com a crônica “Diálogos” (1836). Em ambos os textos apontados acima, as Autoras denunciam o mito da inferioridade feminina, procurando reivindicar novos papéis, para as mulheres, nos âmbitos privado e público. Diante do exposto, objetiva-se, com este trabalho, traçar uma análise comparativa entre as obras aqui elencadas, no intuito de resgatarmos a memória de duas brasileiras que pleitearam direitos iguais para todos/as. Palavras-chave:Feminismo, Gênero, Alteridade, Nísia Floresta, Ana Eurídice Eufrosina de Barandas. Eduardo de Assis Duarte UFMG 31 CONFIGURAÇÕES DA ALTERIDADE: MARIA DA FÉ E KEHINDE Publicado em 1984, Viva o povo brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro, entroniza a mulata de olhos verdes Maria da Fé como heroína e líder da resistência popular contra a opressão exercida pelas elites. Já a africana Kehinde, protagonista de Um defeito de cor (2006), de Ana Maria Gonçalves, inicialmente escravizada e traficada para o Brasil, consegue comprar a liberdade, voltar à terra de origem e se transformar em empresária bem sucedida. O presente trabalho pretende uma leitura contrastiva dos dois romances, com ênfase na análise dos pontos de vista que presidem à construção dessas personagens. Palavras-chave:Ana Maria Gonçalves, João Ubaldo Ribeiro, Literatura comparada, Alteridade. Elódia Xavier UFRJ BUSCA DO PODER: AS PERSONAGENS DE RACHEL DE QUEIROZ Minha leitura da obra de Rachel de Queiroz está centrada na questão do poder, aqui articulada ao sentimento de liberdade. Num contexto social dominado pelos valores patriarcais, as mulheres, muito raramente, tinham liberdade e poder para decidir seus destinos. Só lhes restava o tradicional “destino de mulher”, apontado por Simone de Beauvoir. Ser mãe, esposa e dona de casa. É contra isso que as personagens de Rachel se insurgem, construindo outras identidades nem sempre socialmente aceitas. Trata-se de uma atitude corajosa, porque arriscada, uma vez que a conquista da liberdade, como bem mostra Zygmunt Bauman, acarreta “um déficit na segurança” e suas consequentes perdas. Conceição de O Quinze (1930), Noemi de Caminho de Pedras (1932), Guta de As trêsMarias (1937), Dôra de Dôra, Doralina (1975) e Maria Moura de Memorial de MariaMoura (1992) buscam, de formas diversas, a liberdade e o poder de conduzirem suas próprias vidas, fugindo do padrão socialmente imposto. É a luta que travam com os preconceitos sociais, núcleo do drama vivido pelas personagens, o assunto desse trabalho, que pretende mostrar como Rachel foi uma feminista avant la lettre, embora tenha sempre renegado esse título. Palavras-chave:Poder, Liberdade, Segurança. Eurídice Figueiredo UFF CONCEIÇÃO EVARISTO E ELIANE POTIGUARA: MEMÓRIAS RIZOMÁTICAS, NAÇÃO PLURALIZADA As várias escritas da memória que têm surgido no Brasil, sobretudo desde os anos 1980, em escritoras como Conceição Evaristo e Eliane Potiguara, que representam um tipo de discurso feminista com forte teor étnico, pluralizam o discurso sobre a nação. Assim, o afirmacionismo negro, que foi acompanhado pelas vozes indígenas, quer tornar visível a presença de autores e autoras que reivindicam uma pertença a grupos que foram subalternizados ao longo da História postulando novas identidades hifenizadas. Ao se colocar como escritoras afro-descendentes ou indígenas elas não só se contrapõem a um discurso feminista elitista e homogeneizador como desconstroem o discurso nacional único. Palavras-chave:Conceição Evaristo, Eliane Potiguara, Etnicidade, Memória, Discurso feminista. Ivia Alves UFBA A CONSTRUÇÃO DA NARRATIVA DE TRÊS ESCRITORAS BAIANAS: A BUSCA PELO PRÓPRIO ESPAÇO Foram grandes as dificuldades das escritoras do século XIX e mesmo as primeiras do meado do século XX para impor seus temas e ultrapassar as barreiras vigilantes da crítica e da centena de escritores masculinos que dominavam a cena nacional e local. Muitas delas só estão na memória literária porque saíram de sua terra e foram morar no eixo do poder, Rio de Janeiro. Estão nesse caso, as escritoras baianas Inês Sabino, Amélia Rodrigues e Helena Parente Cunha. A busca de um lugar para colocar a sua fala bem como o modo de ler a violência contra os oprimidos estão bem representadas em seus livros, como Lutas do coração de Ignez Sabino, Amélia Rodrigues com O mameluco (inédito) e Helena Parente Cunha com os seus micro-contos. Analisaremos como essas escritoras trataram de temas pertinentes e coevos que não passavam pelas penas dos escritores que detinham o poder, desnudando a opressão de grupos inteiros/”minorias/as relações de gênero e etnia. Palavras-chave:Ficção, Autoria feminina, Temas. Izabel F. O. Brandão UFAL ENTRE VERSOS E PROSA: A PALAVRA FRONTEIRIÇA DE ARRIETE VILELA 32 Esta apresentação pretende falar sobre a escritora alagoana Arriete Vilela, autora que transita pela poesia e pela prosa. Pode-se dizer que sua obra poética situa-se num lugar de fronteira, onde os gêneros transitam entre um e outro como se não houvesse qualquer porta barrando-lhes a passagem. É assim o caso de Fantasia e avesso (1986), um poema em prosa, carro chefe da escritora. É assim também o caso do seu primeiro “romance”, Lãs ao vento (2005), que mescla pequenas narrativas, tecendo um fio que se alimenta do fragmento. Nesse intervalo a escritora produziu também inúmeros livros de contos e poesia, tendo sido premiada diversas vezes nacional e internacionalmente. Na prosa é marcante a preocupação com a infância e personagens femininas - meninas, adolescentes, mães e avós – fazem parte de um imenso laboratório social, onde questões como a violência desvelam um universo tenso pelos desajustes provocados a partir do contexto familiar. Na poesia, a crueza da palavra seduz, constrói, destrói e, em casos especiais, reconstrói, retecendo novos caminhos por onde a palavra se transforma na grande personagem da escritora e poeta alagoana. Palavras-chave:Arriete Vilela, Poesia brasileira, Prosa brasileira, Gêneros fronteiriços, Questões de gênero e Violência. Liane Shneider UFPB FEMINISMOS E CRÍTICAS LITERÁRIAS NO SÉCULO XXI Nossa proposta ao longo dessa apresentação estará centrada na busca pela reatualização de algumas temáticas pertinentes a nossa área de estudos, considerando que as subjetividades e a relação dessas com o contexto externo determinam leituras renovadas a partir inclusive dos impactos das novas mídias, novas formas de protesto e resistência que não podem ser menosprezadas tanto pelos feminismos como pela crítica literária marcadamente feminista que se volta especialmente à produção literária de mulheres nos tempos contemporâneos. Palavras-chave:Arriete,Literatura contemporânea, Crítica literária, Século XXI. Luciana Borges UFG O PRAZER DA VOZ, A VOZ DO PRAZER: PERCURSOS DA FICÇÃO ERÓTICA DE AUTORIA FEMININA NO BRASIL A escrita da narrativa erótica de autoria feminina pode ser considerada recente na literatura brasileira. Diferentemente dos textos escritos por homens, os quais podem ser detectados desde o período colonial, a inserção das mulheres escritoras no campo do erotismo literário constitui um movimento de ruptura em relação ao cânone e em relação aos modos como sexualidade e corpo femininos são interpretados culturalmente, como parte das investiduras de gênero. Nos dizeres de Georges Bataille (2004), o erotismo é parte de uma experiência existencial, interior. No caso das mulheres, em ambiente patriarcal e androcêntrico, tal experiência tem sido literariamente relatada pelos homens (mulheres como objeto do desejo) e o deslocamento operado pelas autoras (mulheres como sujeito do desejo) é fundamental para o estabelecimento de agência e voz. O prazer da voz, nesse caso, é também uma voz de prazer. Considerado por alguns ramos da crítica como gênero menor, é a partir do século XX que a narrativa erótica se estabelece como linha de força para a autoria feminina. A reflexão proposta pretende, portanto, percorrer alguns caminhos dessa ficção recente investigando procedimentos como retóricas de contenção em Clarice Lispector e excessoem Hilda Hilst; o erotismo paradoxal de Márcia Denser; o erotismo simbólico de Marina Colasanti. Este caminho leva a uma bifurcação: textos eróticos se multiplicam nas vozes de escritoras, consagradas ou não, em um grande número de antologias de contos que, desde Muito prazer e O prazer é todo meu, na década de 1980, representam esse movimento em direção à afirmação da ars erotica escrita por mulheres. Assim, uma leitura em perspectiva de gênero indica que Todos os sentidos (2003), Intimidades (2005), Elas contam (2006) e 50 versões de amor e prazer (2012) são coletâneas de contos que, por suas estratégias literárias e comerciais, contribuem para dar visibilidade, tanto à escrita do erotismo feminino quanto à autoria feminina do erotismo na contemporaneidade. Palavras-chave:Erotismo, Autoria feminina, Ficção, Antologias. Luciana Calado UFPB TRADUÇÃO DE TEXTOS MEDIEVAIS DE AUTORIA FEMININA; PONTE NECESSÁRIA PARA REPENSAR A IDADE MÉDIA Nossa fala busca refletir sobre a importância da tradução para a promoção de um debate sobre cânone e margem no campo da Literatura medieval. Entendendo a prática tradutória como ato político, refletiremos sobre o papel do resgate de vozes literárias que foram silenciadas pela História e pelos agentes sociais do campo literário ocidental para a reorientação do conhecimento acerca da participação feminina na Literatura e na sociedade medievais. É nosso objetivo traçar um esboço do quadro atual dos agentes da intermediação dos bens simbólicos (BOURDIEU, 1971) que estão colaborando com tal resgate, a partir da identificação de iniciativas promovidas 33 tanto na área dos Estudos Medievais, quanto nos estudos feministas no Brasil. Em seguida, apontaremos algumas questões suscitadas pelo levantamento realizado. Palavras-chave:Autoria feminina, Tradução, Cânone, Gênero, Escritoras medievais. Maria Zilda Ferreira Cury UFMG NARRATIVAS DE ANA MIRANDA: AFIRMAÇÃO DA VOZ FEMININA A apresentação toma como objeto alguns romances da escritora cearense Ana Miranda em que circulam vozes femininas dissonantes, contrapostas a discursos hegemônicos de poder. Palavras-chave:Ana Miranda, Discurso, Poder. Nádia Batella Gotlib USP ESTRATÉGIAS DA DENÚNCIA: DE FRANCISCA CLOTILDE A OUTRAS ROMANCISTAS BRASILEIRAS A construção do romance A Divorciada (1902) sugere reflexão. Quais as leituras possíveis a partir da constatação dos crimes que compõem o repertório da matéria narrativa? O jogo entre a voz que explicita situações de conflito experimentadas pela personagem feminina e as indagações que podem instigar questionamentos sobre o jogo entre vozes e silêncios é o que se pretende problematizar, estabelecendo, a partir daí, relações desse romance com outras modalidades narrativas construídas por escritoras que se lhe seguiram, no sentido de se cotejar respectivas propostas narrativas e efeitos materializados em diferentes perspectivas de leitura crítica. Palavras-chave:Francisca Clotilde, A Divorciada, Modalidades narrativas, Vozes vssilêncios. Nancy Rita Ferreira Vieira UFBA ANNA RIBEIRO E JOSÉ DE ALENCAR: CARTOGRAFIAS LITERÁRIAS Esta comunicação estávinculada ao projeto de pesquisa Dois finais de séculos na Bahia, apoiado pelo CNPq, no qual se desenvolve a leitura crítica das cenas finisseculares do século XIX e do XX na Bahia, considerando a produção de autoria feminina e as imagens de mulheres desses dois períodos. Neste trabalho, busca-se cotejar o conto “Violeta e Angélica” (1906) da escritora baiana Anna Ribeiro (1843-1930) – publicado em forma de folhetim no Jornal de Notícias, entre 19 e 30/11/1906 – e o romance Til (1872) de José de Alencar. Mesmo admitindo ser o autor cearenseum admirável romancista, as suas narrativas com “perfis de mulheres altivas e caprichosas”, as quais poderiam desvirtuar o comportamento de leitoras inexperientes, se opunham ao projeto literário a que a autora se dedicou de romances que garantissem a elevação moral das suas leitoras. Ao propor esse diálogo, pretende-se ensaiar uma reflexão sobre os projetos literários dos autores, a temática apresentada nas obras estudadas, a descrição dos hábitos e valores da vida rural oitocentista, os traços românticos presentes. Palavras-chave:Anna Ribeiro, José de Alencar, Literatura comparada. Peonia Viana Guedes UERJ LESLIE MARMON SILKO: EMPODERANDO, IDENTIDADES PESSOAIS E CULTURAIS ATRAVÉS DA LITERATURA O termo empoderamento tem sido objeto de debate nas últimas duas décadas e tem recebido uma ampla gama de definições em diferentes contextos socioeconômicos. Em Measuring Empowerment: Cross-disciplinary Perspectives, Deepa Narayan argumenta que o conceito de empoderamento é frequentemente relacionado a termos como autoconfiança, agenciamento, autonomia, autodeterminação, participação e mobilização, entre outros. A escritora estadunidense de origem indígena, anglo-americana, e mexicana Leslie Marmon Silko, profundamente ligadas às tradições da tribo Laguna Pueblo, usa a literatura para empoderar o sujeito feminino indígena e a sua cultura tribal. Em sua obra, que combina elementos de autobiografia, ficção, poesia, e também inclui fotos, Silko frequentemente adota ritmos de narrativas orais e emprega mitos e lendas enraizados na cultura indígena. Como ela argumenta em sua introdução a Yellow Woman (1997), existe uma necessidade de retorno aos rituais e às tradições orais indígenas do passado para que isto permita a redescoberta das bases da identidade pessoal e cultural dos Laguna Pueblo. Leslie Marmon Silko, ao povoar sua obra com os mitos e lendas indígenas, ao enfatizar a necessidade de participação individual e coletiva na busca e luta por direito à terra, à decisões autônomas e à autoconfiança, mostra como a literatura pode contribuir para o empoderamento de indivíduos e culturas. Palavras-chave:Identidades pessoais e culturais, Empoderamento, Literatura, Uso de mitos e lendas. Rosana Cássia Kamita 34 UFSC MULHER E LITERATURA: SOB A PERSPECTIVA DO SUBLIME A literatura pode ser percebida a partir de determinados paradigmas considerados referenciais e a priori. No entanto, o sentimento sublime permite reconhecer o excesso e a ausência de regras pré-estabelecidas, instaurando um espaço diferenciado para a percepção da literatura em suas várias dimensões, tanto no que se refere à produção e recepção de textos literários, quanto em relação às abordagens teórico-críticas empreendidas. A proposta deste texto é a de refletir sobre a literatura de autoria feminina como espaço plural e transitório, de resistência a padrões instituídos, aproximando-a do sublime, o qual se apresenta como possibilidade de constantes deslocamentos, admitindo o ilimitado, o informe e o paradoxal. O sublime trabalha no nível da tensão e da instabilidade, e visto sob o prisma literário é a expectativa do que está por vir, ultrapassando os limites do belo. As categorias do belo e do sublime se distinguem na relação possível com o objeto, o primeiro possuindo a capacidade de apresentá-lo, enquanto o último o concebe sem uma regra que o especifique. A literatura de autoria feminina (como outras manifestações diferenciadas que se distingam de padrões) se estabelece como fissura/fratura de uma pretensa hegemonia literária. Palavras-chave:Literatura, Mulher, Sublime. Simone Pereira Shmidt UFSC OS CORPOS DAS MULHERES E A MEMÓRIA COLONIAL A reflexão sobre o sentido de “colonizar” nos conduz a uma tradição do pensamento feminista que tem encontrado profundas relações simbólicas entre o território conquistadoe os corpos das mulheres, dentro do empreendimento colonizador. Mais ainda, ao examinar os discursos coloniais, é possível identificar como o 'corpo' foi produzido como um lugar onde a dominação se exercia, e onde se construía o poder, em termos de gênero e raça. Por outro lado, o corpo foi, também, lugar de resistência e de memória. Meu propósito neste trabalho é investigar como territórios e corpos se entrelaçam nos relatos que configuram o que podemos chamar uma “memória colonial”. Para isso, busco examinar os significados dos embates em torno do poder que se travam sobre o corpo das mulheres na escrita ficcional ou testemunhal de autorasafricanas de língua portuguesa. A partir desse enquadramento teórico, político e estético, e tendo como horizonte o espaço transnacional e intercultural da língua portuguesa, proponho a leitura de textos de autoras contemporâneas, que em sua escrita vêm trabalhando, em diferentes perspectivas, a temática do corpo, com o intuito de avaliar as formas como este corpo é construído e representado em situações-limite de violência e enfrentamento do poder. O que pretendo efetivamente é identificar como o império sobre corpos e territórios foi percebido e representado pelos sujeitos que vivenciaram a experiência colonial e seus desdobramentos em países africanos que recentemente vivenciaram experiências históricas de descolonização e guerras. Minha lente de observação se restringe ao colonialismo português na África, buscando perceber, nas diferentes experiências representadas, um “território” imaginário comum de partilhas, memórias experiências, traumas, histórias, identidades e representações. Os textos escolhidos para esta discussão são No fundo do canto (2007), da poetisa guineense Odete Semedo e os depoimentos recolhidos e organizados por Dya Kasembe e Paulina Chiziane em O livro da paz da mulher angolana (2008). Palavras-chave:Corpos femininos, Território, Memória colonial, Resistência. Tânia Regina Oliveira Ramos UFSC TODO DIA ELA NÃO FAZ MAIS TUDO SEMPRE IGUAL Produções literárias contemporâneas buscam variadas formas de narrar suas autoficções: romance, novela, biografia, poesia, conto, crônica, para transformar o ordinário do cotidiano em extraordinário e alçar a vida comum à categoria de arte. Minha leitura dialogará com Michel de Certeau e sua invenção do cotidiano para buscar narrativas escritas por mulheres, em sua maioria contos, que reinventam o sujeito amoroso, expõem as astúcias sutis, as táticas de resistência e de sobrevivência para a construção de uma subjetividade que tensiona na mobilidade das relações de gênero, as representações dominantes da mulher liberada e politizada após os anos 70 e não apenas a polarização masculino-feminino. Como tempo, espaço, personagens se hierarquizam nessas narrativas e como elas se inserem na história literária e numa história do tempo presente? Palavras-chave:Cotidiano, Subjetividade, Narrativa feminina, Literatura brasileira. 4.3 Mesas Redondas Alleid Ribeiro Machado USP / FAPESP 35 O EXÍLIO SOB A PERSPECTIVA DE DULCE MARIA CARDOSO EM O RETORNO O retorno, de Dulce Maria Cardoso (2011), aborda o período de retorno à metrópole de mais de meio milhão de cidadãos portugueses, durante a desanexação das antigas colônias ultramarinas em África. Tal contexto é retratado pela óptica de Rui, um adolescente “retornado” de Angola que, junto a sua família, é obrigado a recomeçar a vida a partir de uma situação financeira precária. O presente trabalho procura sondar algumas questões que, subjacentes à narrativa, referem-se ao recente passado português e podem ser verificadas a partir do discurso de Rui. Temos por certo que as reflexões engendradas por esse narrador-personagem elucidam, neste texto que se confunde com a experiência de retornada vivida pela autora, um mal estar próprio daqueles que, em meio à situação de exílio e consequente regresso ao lar, viram-se obrigados a vivenciarem o angustiante sentimento de não pertencimento. Palavras-chave:Literatura de autoria feminina,Não pertencimento,Mal estar,Exílio e retorno. Ana Cecília Acioli Lima UFAL DESENCADEAMENTOS TEÓRICOS DA CRÍTICA FEMINISTA NOS ANOS NOVENTA: SEXUALIDADE E IDENTIDADES FRONTEIRIÇAS O objetivo dessa apresentação é fazer uma discussão panorâmica do processo de escolha dos artigos que irão compor a década de 1990-2000, que, de um total de seis artigos, incluem, textos importantes para o feminismo chicano e teoria queer como “To(o) Queer a Writer: loca, escrita y chicana” (1991), de Glória Anzaldúa e o capítulo “Queer”, de Queer Theory: an Introduction (1996), de Annamarie Jagose, ressaltando não apenas a relevância das abordagens críticas, especialmente dessas duas autoras, para o aprofundamento dos debates em torno das identidades fronteiriças, e dos desencadeamentos teóricos que originaram estudos mais amplos sobre a sexualidade, identificados pelo termo Teoria Queer, como também a sua contribuição para o feminismo e os estudos de gênero em geral. Palavras-chave: Identidades fronteiriças, Feminismo chicano, Teoria queer. Ana Márcia Alves Siqueira UFC FASCINAÇÃO: O FEMININO FABULOSO E O ESTATUTO DA DIFERENÇA O trabalho busca discutir os simbolismos e significados implícitos presentes nas recriações da personagem Dama Pé de Cabra, versão portuguesa da maravilhosa fada da floresta medieval. A visão e a sensibilidade de Hélia Correia, no conto Fascinação (2004), põem em pauta o peso do discurso patriarcal que aprisionou e rotulou os comportamentos femininos, tanto no plano social quanto no simbólico. A partir de uma narração feminina, somos levados ao mundo de D. Sol filha da Dama e de D. Diogo que busca reencontrar o irmão e seu lugar. Como criatura deslocada entre dois mundos, a jovem debate-se entre o desejo de subversão do mundo masculino e a vontade divina contrária. A incerteza é o estatuto de D. Sol, cujo desfecho misterioso e perturbador leva a refletir sobre a situação feminina contemporânea ainda sobrecarregada pelas expectativas sociais. A loucura e a estranheza a que a protagonista está destinada constituem a peculiaridade das personagens de Hélia Correia, segundo a qual a "única possibilidade de criação é a afirmação da diferença". Palavras-chave: Dama Pé de Cabra,Discurso patriarcal,Escrita de autoria feminina. Ana Maria Domingues de Oliveira UNESP OUVINDO AS VOZES DE ANA LUÍSA AMARAL Vozes, livro de poemas publicado em 2011 por Ana Luísa Amaral, já desde seu início surpreende os leitores: a despeito do título, abre-se paradoxalmente com um poema chamado “Silêncios”. A partir da instauração desse silêncio, começam a se delinear as diferentes vozes de que se alimenta sua poesia. Como nas obras anteriores, os poemas parecem nascer de outros poemas, num permanente diálogo intertextual, agora num andamento mais amadurecido e mais denso do que em seus primeiros livros. Meu trabalho, aqui, é mapear o modo como essas diferentes vozes se entretecem, formando a rede de referências que dão corpo ao livro. Palavras-chave: Ana Luísa Amaral, Poesia portuguesa contemporânea, Vozes. Anélia Montechiari Pietrani UFRJ QUESTÕES DE GÊNERO E POLÍTICA DA IMAGINAÇÃO NA POESIA DE ANGÉLICA FREITAS Considerado pelo Segundo Caderno de O Globo um dos melhores livros publicados de 2012 e finalista na categoria Poesia do Prêmio Portugal Telecom 2013, o livro Um útero é do tamanho de um punho, de Angélica Freitas, será tomado como exemplo para a compreensão da novíssima poesia brasileira e da problemática em torno das questões de gênero na atualidade brasileira do século XXI. Em um tom melancólico e cômico, seus poemas evidenciam as relações político-textuais e políticocontextuais na poesia, contribuindo para o sentido e a razão de uma política da imaginação nos estudos literários. Tomaremos 36 por suporte teórico-filosófico os textos das filósofas Hannah Arendt e Martha Nussbaum, bem como da crítica feminista norte-americana e professora de literatura comparada Rita Felski. Palavras-chave: Angélica Freitas,Questões de gênero,Poesia e política. Ângela Maria Dias UFF CORPOS OBSESSIVOS E DESVAIRADOS EM CONTOS DE VERONICA STIGGER A interpretação de alguns contos de Veronica Stigger, a partir de componentes obsessivas e destemperadas, na constituição dos personagens e das tramas simples e minimalistas, conduz a presente reflexão a constatar, no estilo da autora, uma tentativa de conciliação entre uma estética de influência expressionista e o modo melodramático. Em seus códigos enfáticos e na compartilhada tendência à forma paradoxal do "extático paroxismo", em que maneiras de expressão excessiva desembocam no silêncio e no inexprimível, a crítica aos limites do realismo convencional, inerente ao absurdo neo-expressionista da dicção, convive com a poética do melodrama e dela se reapropria. Palavras-chave: Melodrama, Expressionismo, Absurdo. Angélica Soares UFRJ O “MURO”, O “CÍRCULO”, O “PRECIPÍCIO”: IMAGENS DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO NA POESIA DE MYRIAM FRAGA Através de um diálogo entre imagens literárias e questões apontadas por algumas teóricas representativas da teoria crítica feminista (LAURETIS, MOI, FLEX), focalizam-se poemas do livro da escritora baiana Myriam Fraga intitulado “O risco na pele”, lidos como recriação individualizada da iminência do trágico no percurso de busca de autoconhecimento da mulher, quando subjugada pela violência de gênero (SAFFIOTI). Neles projetamse situações de incomunicabilidade, impostas por um trabalho histórico de manutenção da dominação masculina, apoiado por “agentes específicos (entre os quais os homens, com suas armas como a violência física e a violência simbólica) em instituições, famílias, Igreja, Escola, Estado” (BOURDIEU, 2005, p.46). Essas situações, em sua circularidade constitutiva, parecem tornar inútil o arriscar-se para além de um “muro sem portas”. Assim, “o risco na pele” é o “sinal da derrota” denunciada como fatalidade que se guarda e se refaz num “(...) precipício / Do princípio e do fim”. Palavras-chave:Poesia brasileira contemporânea,Gênero,Violência. Angélica Soares UFRJ “ÁGUA E LUZ”: HORIZONTES DA POÉTICA DE HELENA PARENTE CUNHA Focaliza-se, neste trabalho, a permanência de imagens aquáticas na poesia de Helena Parente Cunha, ligadas sempre a uma busca de autoconhecimento. No livro de 1988, intitulado “Maramar”, o mar, por sua instabilidade movediça, relaciona-se com o fluir do tempo e com a realidade em constante mudança. Aí se projeta a mulher como um ser fragmentado, à procura de si mesma. Em “Cantos e Cantares”, 2005, pela interpenetração de água e luz, metaforiza-se, enfim, o percurso libertador do sujeito. Palavras-chave:Luz,Água,Autoconhecimento. Christina Ramalho UFS CAMINHOS DE QUANDO E ALÉM: PRESENÇA ÉPICA NA OBRA DE HELENA PARENTE CUNHA Estudo de Caminhos de quando e além (2007), de Helena Parente Cunha, a partir do reconhecimento de aspectos do poema que evidenciam o encaminhamento da autora em direção ao gênero épico. Composto por 48 “estações”, o poema desenha uma trajetória compatível com a “viagem épica”, em que um “ele/ela” revivifica o mito do uno cindido cujas metades se buscam. Outros aspectos, como o “Diálogo com poemas de Fernando Pessoa”, subtítulo da obra; o caráter de proposição épica de “Prólogo”; a múltipla invocação ao “Rei/Mestre”; os percursos metonímicos do martírio, da autopunição e da submissão, entre outros, orientam a análise, que dialoga teoricamente com A. V. Silva, Bauman e Meletínski. Palavras-chave: Helena Parente Cunha, Caminhos de quando e além,Épica pós-moderna. Cláudia de Lima Costa UFSC NOVAS TOPOGRAFIAS DO(S) FEMINISMO(S) PARA O SÉCULO XXI Partindo das reflexões sobre os impasses do gênero e da análise interseccional (Butler; Brah), os limites do paradigma ancorado na linguagem para representar a realidade/natureza (Haraway), a colonialidade do poder e a descolonização das teorias feministas (Mendoza), exploro alguns caminhos sugeridos pelas autoras da última seção dessa antologia. Como podemos pensar sobre o sujeito, o gênero, a experiência e o próprio feminismo 37 sem recorrermos aos velhos dualismos das epistemologias eurocêntricas e heteronormativas? Como teorizar as interseções entre feminismos, políticas queer e as relações transnacionais de poder? Como apreender o mundo para além da dicotomia natureza/cultura? Como, por fim, articular, na topografia brasileira, o que Halberstam chama de gêneros gaga? Palavras-chave: Feminismo material, Gêneros gaga, Feminismos descoloniais. Edilene Ribeiro Batista UFC A PRODUÇÃO LITERÁRIA DEBEATRIZ FRANCISCA DE ASSIS BRANDÃO: UMA VOZ SILENCIADA PELO CÂNONE Dentre os mecanismos de inferiorização que se constituíram, desde o século XVI, no Brasil, para a construção de identidade de gênero, encontra-se, no âmbito literário, além de outros critérios, a sexualidade como prerrogativa para a visão de subalternidade do feminino. Refletindo um sistema de hierarquização patriarcal, assim como uma concepção cultural falocêntrica, o cânone brasileiro, até o final do século XIX, privilegiou, majoritariamente, figuras masculinas como representantes significativas de nossa formação literária, preservando o silenciar da escrita de autoria feminina como prática social significativa. Na tentativa de resgatarmos escritoras que deixaram sua contribuição na arte literária brasileira é que estamos propondo esta comunicação oral. Nela, procuramos, dentre outras questões, apresentar uma análise sobre a produção literária realizada por Beatriz Francisca de Assis Brandão. Palavras-chave:Período colonial brasileiro,Resgate,Autoria/escrita feminina. Elódia Xavier UFRJ MULHER NO ESPELHO: A DESCOBERTA DE MIM MESMA Este texto pode ser interpretado como um testemunho de vida, pois a leitura de Mulher no Espelho exerceu um papel importante na minha existência. A história da protagonista, dividida entre eu e ela, instigante e questionadora, apontou-me caminhos ainda não trilhados. Entre a mulher doméstica, presa ao regime patriarcal e a mulher liberada, voltada para os prazeres excessivos, fiquei na encruzilhada, mas, felizmente, acabei por encontrar meu caminho. A protagonista do romance, depois de muito sofrimento, se encontra consigo mesma e pode dizer com firmeza: “Olho um rosto inteiro num pedaço de espelho. Um rosto só.” Palavras-chave:Testemunho de vida,Eu e ela,Um rosto só. Helena Parente Cunha UFRJ RESISTÊNCIA AFRO-BRASILEIRA AO DISCURSO HEGEMÔNICO: GENI GUIMARÃES E CONCEIÇÃO EVARISTO Questões referentes à violência da exploração do trabalhador escravo pelo onipotente senhor das leis em suas terras e na vida familiar e seus desdobramentos que desembocaram nas reações ocorridas a partir dos anos 60 e 70, até hoje. Assim como outros grupos minoritários, os afro-brasileiros se empenham na desconstrução do secular modelo androcêntrico, branco, burguês, cristão que impunha suas supostas verdades sob a forma de dogmas indiscutíveis e absolutos. A literatura negra se estrutura como contestação aos valores representados pela cultura dominante e se desenvolve contrariamente ao discurso hegemônico. Aspectos da produção poética de GENI GUIMARÃES (1947), paulistana e Conceição Evaristo (1946), mineira, ambas comprometidas com a resistência indignada e às vezes agressiva contra a opressão de gênero, classe, raça e a sobrevivente herança do colonizador. Palavras-chave:Desconstrução do modelo androcêntrico,Resistência indignada,Poetisas afro-brasileiras Conceição Evaristo e Geni Guimarães. Henrique Marques Samyn UERJ A RESISTÊNCIA DE TERESA: UM OLHAR SOBRE VIOLÊNCIA DE GÊNERO NO PORTUGAL OITOCENTISTA ATRAVÉS DE AMOR DE PERDIÇÃO, DE CAMILO CASTELO BRANCO Obra maior do romantismo português, Amor de perdição (1862), de Camilo Castelo Branco, alinha-se aos modelos epocais ao tratar de uma história de amor obstada por fatores sociais que se opõem à vontade dos enamorados; entretanto, uma análise minuciosa do modo como a protagonista Teresa de Albuquerque enfrenta os empecilhos à concretização dos anseios amorosos pode revelar interessantes aspectos da condição feminina na sociedade oitocentista portuguesa. O trabalho visa considerar a posição da referida personagem a partir de um olhar feminista, o que viabiliza a percepção de um amplo conjunto de dispositivos de opressão que incidiam sobre as mulheres – portuguesas, mas não só – do século XIX. Palavras-chave:Amor de Perdição,Romantismo,Violência de gênero. 38 Ilca Vieira de Oliveira UNIMONTES/CNPq/FAPEMIG MARIA TERESA HORTA: O RETRATO DE UMA POETISA DO SÉCULO DAS LUZES As luzes de Leonor, de Maria Teresa Horta, publicado em 2011, é um romance que encena uma biografia da Marquesa de Alorna. Considerando o conceito de biografema, exposto por Roland Barthes, apresento neste texto uma leitura reflexiva que prioriza a personagem feminina que é desenhada nessa narrativa, principalmente como poetisa do século das luzes. Esta leitura também irá privilegiar o olhar comtemplativo da poetisa biógrafa do século XXI que, seduzida por essa mulher do século XVIII< realiza uma viagem para o passado histórico e ficcional de Portugal para construir “uma vida” que se revela, ainda, se nesse tecido narrativo, a história de vida do biógrafo ganhará voz no momento em que a vida do biografado vai tomando forma. Palavras-chave:Biografia ficcional, Teresa Horta, Biografema. Ildney Cavalcanti UFAL ROTAS DE ENTRADA: ALGUMAS VERTENTES DO PENSAMENTO CRÍTICO FEMINISTA NOS ANOS 70 (1970-1980) Como parte da reflexão sobre a composição da antologia de textos feministas em tradução, nesta comunicação abordarei o processo de escolha de escritos publicados originalmente nos anos 1970. Discutirei a relevância das contribuições de Adrienne Rich (1971), Sherry B. Ortner (1972), Hélène Cixous (1975), Laura Mulvey (1975) e Sandra Gilbert e Susan Gubar (1979), observando alguns eixos teóricos de impacto para o pensamento crítico feminista brasileiro – como por exemplo a noção de escrita revisionista, as relações entre natureza e cultura, as marcas de gênero instituídas na/pela escritura e a gramática do olhar – explorados por estas autoras, que configuram questões cruciais e inaugurais da segunda onda do feminismo com importantes repercussões nas décadas seguintes. Palavras-chave: Escrita revisionista, Natureza/cultura, Marcas de gênero. Isabel Maria da Cruz Lousada UNL - Portugal TRÂNSITOS ATLÂNTICOS: QUANDO AS AUTORAS CRUZAM O OCEANO O oceano, pela sua vastidão, tende a expressar distância; contudo, ele é também o veículo, durante séculos o único, permitindo a deslocação de pessoas, produtos e ideias. Portugal e o Brasil, por razões históricas bem conhecidas, mantiveram ao longo dos anos, uma proximidade, nem sempre traduzida, na edição e circulação de obras produzidas aqui e além-mar.A mostra patente na Biblioteca Nacional de Portugal durante o trimestre Março-Maio de 2013 pretendeu evocar a comemoração do ano Brasil em Portugal pelo que o título escolhido lhe serviu, naturalmente, de legenda: “Escritoras brasileiras editadas em Portugal”.Dar conta dos textos que chegaram ao nosso país no plano editorial permitirá questionar o paradigma dominante do mercado lusobrasileiro. Em que moldes se efetivaram os trânsitos atlânticos no que ao universo das mulheres escritoras diz respeito? Eis algumas das propostas que teremos em carteira. A resenha exibida será o ponto de partida, denunciando o estreitamento permitido pelas autoras entre os países irmãos. Palavras-chave:Autoria feminina,Escritoras brasileiras,Escritoras portuguesas. Izabel F. O. Brandão UFAL TÍTULO 2: LUGAR(ES) DA CRÍTICA FEMINISTA: OUTROS SIGNIFICANTES E INTERSEÇÕES (1980-1990) Nesta comunicação abordarei as autoras dos anos oitenta escolhidas para tradução dada a relevância de seu pensamento para a problematização de alguns dos lugares da crítica feminista: 1) a crítica como campo minado para o reconhecimento da voz feminista (Kolodny); 2) o olhar da crítica feminista ocidental norte-americana e europeia para o Terceiro Mundo que é capaz de “colonizar” o seu texto literário, produzindo uma representação cultural imperialista de si mesma (Mohanty; Spivak); a capacidade de autocrítica feminista em relação a autoras como V. Woolf, lida tendenciosamente por E. Showalter (Moi); e (5) o debate sobre o essencialismo dentro e fora da crítica feminista, tema ainda hoje complexo e instigante para os estudos feministas (Fuss). Palavras-chave: Crítica feminista ocidental, Terceiro Mundo como significante, autocrítica feminista, essencialismo(s). Jorge Marques Colégio Pedro II A VIAGEM, AS VIAGENS: IMAGENS DA TRANSITORIEDADE EM O OUTRO LADO DO DIA O outro lado do dia, livro de poesias cujo subtítulo é Poemas de uma viagem ao Japão, é obra na qual o espaço, obviamente, constitui categoria de sustentação da palavra poética. Sendo assim, encontram-se presentes nessa obra de Helena Parente conceitos caros à pós-modernidade, tais como deslocamento e trânsito. O trabalho aqui 39 apresentado pretende investigar as questões supracitadas, além de traçar um paralelo com as obras de duas outras “poetas viajantes”: Cecília Meirelles (Poemas escritos na Índia) e Maria Teresa Horta (Poemas do Brasil) Palavras-chave: Poesia,Espaço,Viagens. Josélia Rocha ISERJ AS “MENTIRAS DE VERDADE” SOBRE UM CORPO DE MULHER Cem mentiras de verdade (1985) é o livro de minicontos no qual Helena Parente Cunha insere temas que tratam das angústias e frustrações humanas. Os textos são construídos com um discurso fragmentado e estão repletos de neologismos, elipses e frases nominais que, em alguns casos, dão ritmo à desordem psíquica dos personagens. Uma das fontes de sofrimento relatadas pela autora é o controle do corpo da mulher. Os contos “Cândida”, “Resposta”, “Tesão”, “A filha” e “Engano” mostram como o corpo pode ser controlado pelos ditames sociais. Palavras-chave: Minicontos,Corpo,Mulher. Lina Arao UFRJ TÍTULO 4: ARREBATADAS FLORES INCULTAS: DOMINAÇÃO DA SUBJETIVIDADE FEMININA Embora existam diversas pesquisas que buscam recuperar obras de escritoras brasileiras do século XIX, algumas permanecem pouco estudadas, como a piauiense Luiza Amélia de Queiroz Nunes. Seus poemas de Flores Incultas (1875) fazem emergir questões recorrentes na produção literária feminina do período: proibições e conflitos inerentes à condição da mulher. Nesse contexto, a poetisa empreende um interessante jogo textual em que ressalta a consciência da dominação sofrida e a afirmação de sua subjetividade – embate que aprofunda a percepção de seu inevitável e criticado subjugo. A partir desse viés da violência e dominação de gênero, propomos uma leitura de alguns dos poemas de Flores Incultas. Palavras-chave: Luiza Amélia de Queiroz Nunes,Flores incultas,Violência de gênero. Dolores Aronovich Aguero UFC “QUEBRAR SEU PESCOÇO GENTILMENTE” - O AUTO-ÓDIO DA PRESA E O ÓDIO DO PREDADOR EM O OLHO MAIS AZUL O Olho Mais Azul, romance de estreia da escritora afro-americana Toni Morrison, de 1970, é ideal para se discutir a violência de gênero. A protagonista Pecola Breedlove, uma menina negra e passiva de onze anos, reza toda noite para que seus olhos fiquem azuis. Ela pensa que, se tivesse olhos azuis, não sofreria bullying dos colegas. Sua infância é tão violenta que até a primeira menstruação é motivo de terror. Seu pai alcoólatra, Cholly, a estupra ao vê-la tão submissa e derrotada. “Ele queria quebrar seu pescoço—mas gentilmente”, diz a narração, resumindo todo um modelo de masculinidade. O Olho Mais Azul expõe como uma sociedade machista e racista prepara meninas para se auto-detestarem e, assim, aceitarem mais passivamente o ódio de seus algozes masculinos. Palavras-chave:O Olho Mais Azul,Padrão de beleza,Violência de gênero. Lúcia Osana Zolin UEM ITINERÁRIOS ESPACIAIS DA MULHER NA NARRATIVA DE AUTORIA FEMININA PARANAENSE CONTEMPORÂNEA Nosso objetivo é dimensionar e problematizar os espaços em que transitam as personagens femininas que povoam a narrativa paranaense contemporânea escrita por mulheres. As reflexões aqui empreendidas partem dos dados estatísticos levantados pela pesquisa “A personagem na literatura de autoria feminina paranaense contemporânea”, desenvolvida sob nossa coordenação na Universidade Estadual de Maringá, com o financiamento da Fundação Araucária. Palavras-chave:Personagem feminina,Autoria feminina paranaense, Representação. Luísa Cristina dos Santos Fontes UEPG ANITA PHILIPOVSKY, SENTINELA DE SI O trabalho objetiva apresentar a escritora Anita Philipovsky, vida e obra ainda pouco conhecidas. Escreveu muito, no entanto, seus trabalhos espraiam-se (ou diluem-se) por livros e periódicos. Entre seus méritos, está o desventrar da realidade social e cultural brasileira, principalmente da primeira metade do século XX, em “memórias” narradas, que também, simultaneamente, aprofundam temas relacionados à intimidade, complexidade de sentimentos e reflexões sobre a criação artística e o papel da mulher na sociedade. Caracterizados prioritariamente em formato lírico-filosófico, têm a possibilidade de autorreflexivamente se 40 montarem, muitas vezes confirmando, noutras rechaçando a coerência que os leitores sejam capazes de lhes descobrir. Palavras-chave: Anita Philipovsky,Escritora paranaense,Resgate. Maria Aparecida Andrade Salgueiro UERJ LITERATURA FEMININA AFRO-BRASILEIRA: CORPOS EM RESSONÂNCIA O presente trabalho percorre textos de Conceição Evaristo, Esmeralda Ribeiro, Miriam Alves e Alzira Rufino, com foco na trajetória de personagens que se deslocam em espaços geográficos e afetivos, em leitura que ecoa ressonâncias de que seus corpos são permeados e que seus corpos permeiam ao longo de seu caminho. A leitura incorpora uma grande metáfora da questão da diáspora negra, da migração, do exílio forçado, em que os deslocamentos dão origem a modificações nos seres com que as personagens entram em contato, assim como a uma série de conflitos, dos quais os corpos saem marcados e são o veículo motor de narrativas densas, com marcas próprias de cada uma das Autoras. Palavras-chave: Literatura feminina, Afro-Brasil, Corpo. Maria Conceição Monteiro UERJ EVA FUTURA: AS DOBRAS DO CORPO TRANSHUMANO O androide feminino em Eva futura, de Villiers L’Isle Adam, é uma figura trans-humana. Enquanto a ideia de trans-humanismo sinaliza o apelo de Nietzsche ao ser humano para erguer-se contra a sua limitação histórica e reinventar-se como seres criadores de valores - uma transcendência intelectual -, a literatura cria um Übermensch biotecnológico, um humano mais que humano. Mas o corpo mecânico é acima de tudo, uma criação, um eu ideal de si, ou do outro, um desdobramento. Daí não bastar a categoria do “duplo” que encerre em si ideias metafísicas, algo que se opõe a si mesmo. O duplo é, per se um termo fronteiriço que pode sempre implicar duas coisas substantivas, não como termos opostos, mas como movimento de ressonância entre um e outro, sinalizando para a possibilidade de pluralidades, como dobra. Palavras-chave: Trans-humanismo,Ressonância, Duplo / Dobra. Marlise Vaz Bridi UPM e USP A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS VISTA DA ALDEIA:UMA PERSPECTIVA ESCENTRADA. O dia dos prodígios, de Lídia Jorge, obra inaugural de uma das mais importantes ficcionistas portuguesas contemporâneas, é também uma das primeiras narrativas a encenar, em suas páginas, a Revolução dos Cravos, o mais importante acontecimento do país da segunda metade do século XX. Ainda que publicado em 1980, ou seja, há poucos anos do fato histórico, a perspectiva adotada na obra é, no mínimo, inusitada, pois a Revolução é apresentada a partir da visão de grupos à margem dos motores do movimento vitorioso. O enredo, que transcorre em uma pequena e isolada aldeia (fictícia) do Algarve, habitada sobretudo por mulheres, crianças e velhos, propicia que se examine o ambiente dos últimos anos do período salazarista e o advento da Revolução por uma visada que privilegia, portanto, a visão descentrada do importante acontecimento da História de Portugal. Palavras-chave: Lídia Jorge, Revolução dos Cravos, O dia dos prodígios. Marly Catarina Soares UEPG JÚLIA DA COSTA – ENIGMA, OUSADIA E PAIXÃO Figura enigmática, feminista ainda quando não se falava em feminismo, Júlia da Costa, deixou uma obra escrita pouco conhecida no ambiente acadêmico paranaense. Os estudos publicados sobre a escritora apontam para uma personalidade forte, decidida, ousada e denunciam uma mulher que viveu a frente de seu tempo. O que a poesia dessa escritora denuncia? Qual o perfil de mulher seus escritos revela? Essas indagações propulsionam a leitura da poesia de Júlia da Costa, na qual o leitor depara-se com temas que apontam para temas reveladores de uma escrita sobre si. Esse trabalho tem como objetivo apresentar como transita a autorrepresentação na poesia de Júlia da Costa. Palavras-chave: Júlia da Costa, Escrita de si, Autoria feminina paranaense. Maximiliano Torres UFRRJ O LUGAR DO CORPO FEMININO EM AS DOZE CORES DO VERMELHO, DE HELENA PARENTE CUNHA As doze cores do vermelho (1989), de Helena Parente Cunha, retrata o dilema procriação/criação que emerge como conflito central na obra. A protagonista, uma inominada pintora, tem que escolher a arte ou a vida 41 doméstica, pois se depara com obstáculos impostos por “tecnologias de gênero” que a induzem ao desempenho de papéis predeterminados como o de mãe e de esposa. Impossibilitada de conciliar arte e maternidade, precisa optar entre a expressão pela primeira e seu reconhecimento no âmbito público (espaço da criação), ou pela segunda (espaço da procriação). Com isso, o romance expõe, para análise, o modelo rígido de estrutura patriarcal, no qual ainda vigoram noções essencialistas que relacionam corpos de mulheres à passividade, bem como os relegam à posição de outro do homem. Palavras-chave: Desejo, Opressão, Renúncia. Níncia Cecília Ribas Borges Teixeira Unicentro ESCRITAS DE SI NO CIBERESPAÇO: CENAS PARANAENSES É crescente o diálogo entre literatura e outras esferas da mídia, basta acessar a internet que deparamos com inúmeras páginas onde muitas mulheres publicam seus escritos sobre si. Escrita que, como em outros tempos, expressa modos de ser e estar no mundo, de vivenciar e significar o corpo. Autoras paranaenses, muitas vezes, utilizam o ciberespaço para publicar seus textos, escrevem para expressar suas ideias, contar a sua história. Ocorre, dessa forma, deslocamento e reconfiguração dos modos de escrita. As escritoras paranaenses Carla Luma, Bárbara Lia e Deisi Perin, selecionadas para a pesquisa, utilizam blogues pessoais para publicarem seus escritos e marcam suas trajetórias por meio de práticas socioculturais. Palavras-chave: escrita de si, autoria paranaense, mídia e literatura. Odalice de Castro Silva UFC ERRÂNCIAS PORTUGAL-BRASIL: AGUSTINA BESSA-LUÍS Em Breviário do Brasil (1989), Agustina Bessa-Luís (1922) refaz o trajeto de muitos portugueses que cruzaram o Atlântico para ver de perto o que ouviam pelos relatos de outros viajantes por estes cincos séculos, em especial os últimos, em que os intelectuais começaram a examinar em autocrítica o lento processo de descolonização literária experimentado desde o movimento modernista de 1922. Os tipos humanos da diversidade cultural brasileira são recriados em seus trações próprios, agora matizados pelo olhar revisionário das ideologias do século XX, entre elas, as que reclamavam a atenção dos escritores para sua responsabilidade social. De dentro da diversidade de tipos, cores, formas, relevos das marcas brasileiras, Agustina deteve-se entre os mitos que, de forma especial, gravaram-se em sua memória e foram recriados através de sua escrita. As discussões relativas à escrita e ao estilo agostinianos concentrar-se-ão nas visões da escritora, enquanto um olhar atento ao que escapou, por tanto tempo, das crônicas dos viajantes: a sensibilidade para a diferença do que, entre tantos signos, contribui para descaracterizar inaceitáveis preconceitos culturais. Palavras-chave: Brasil dos escritores,Diversidade cultural,Errâncias,Espaços,Mitos. Susana de Castro UFRJ SUBMISSÃO E DOMINAÇÃO EM A PIANISTA, DE ELFRIED JELINEK O romance A Pianista de Elfriede Jelinek descreve a relação conturbada entre a professora de piano Erika Kohut e sua mãe. Aos 40 anos, a professora ainda vive com a mãe, anseia por uma vida independente, desenvolve uma tendência sadomasoquista e se corta. O encontro com um aluno de piano despertará nela o desejo pela proximidade física, mas provocará emoções violentas. Erika entrega ao aluno uma carta com seus desejos secretos; quer encenar sua submissão e dominar o desejo do homem que a violenta. Diz-se que a sexualidade da mulher é naturalmente dócil, mas Jelinek mostra, ao contrário, o quanto de violência contida ela também abarca. Erika só sabe lidar com o mundo seguindo os esquemas de dominação e submissão: “Mas durante o ato sexual nenhuma mulher preserva a grandeza por muito tempo”. Palavras-chave: Desejo,Literatura austríaca,Música. 4.4 Comunicações Coordenadas Adriana Regina Dantas Martins UECE VIOLÊNCIA LINGUÍSTICA DIGITAL CONTRA A MULHER A violência contra a mulher está além de uma lesão física e aspectos linguísticos podem significar uma forma de violência. As construções tradicionais acerca do gênero acabaram por gerar em muitos casos, um sistema de condutas estereotipadas para o masculino e o feminino, desencadeando expectativas mais ou menos rígidas sobre os desempenhos de gênero. Alguns discursos que circulam nos dias atuais em blogs ditos machistas não deixam de ser um discurso patriarcal, que sutilmente naturaliza um padrão de mulher, mesmo que esse discurso em 42 alguns contextos seja intitulado como uma “simples brincadeira”. O fato de ser irônico não significa que não seja um discurso violento, que toma forma e vida através da linguagem Palavras-chave:Violência,Gênero,Blog. Adriane Ferreira Veras UFRS MULHERES DE MANGO STREET A pesquisa aborda representações femininas em The House on Mango Street de Sandra Cisneros. O foco é na narradora e sua busca por um lar, representando sua necessidade de autoafirmação. As figuras do imaginário mexicano, Malinche, Lorona e Virgem de Guadalupe compõem as facetas dessas representações que compõem esse bildunsgroman. As mulheres desse barrio vivem em uma sociedade patriarcal. A narradora quer sair da Rua Mango, mas percebe que essas mulheres dependem dela para contar as suas histórias e resgatar suas vozes. Palavras-chave:Identidade, Representações do feminino. Aline Alves Arruda UFMG A TRAJETÓRIA DE CAROLINA MARIA DE JESUS ATRAVÉS DE SEUS DIÁRIOS Esta comunicação pretende analisar a trajetória da escritora afro-brasileira Carolina Maria de Jesus a partir da análise de seus três diários: Quarto de despejo, publicado pela primeira vez em 1960, Casa de Alvenaria, publicado em 1961 e Meu estranho diário, publicação póstuma de 1996. Minha leitura propõe pensar a escrita autobiográfica da autora desde sua vida anterior ao sucesso de seu best-seller até sua mudança para a “sala de visitas”, relatada em seus livros. Neles, Carolina mostra que usa a escrita como arma de denúncia e o gênero diário a acompanha nessa tentativa. As marcas de gênero e etnia estão presentes nos diários de Carolina. Palavras-chave:Carolina Maria de Jesus,Literatura afro-brasileira,Literatura feminina. Amanda Priscila Santos Prado UFAL “BLOODCHILD”, DE OCTAVIA BUTLER, EM DIÁLOGOS INTERDISCIPLINARES SOBRE GÊNERO O presente estudo está centrado na análise das imagens e representações de gênero encontradas no conto “Bloodchild” (1984), de Octavia Butler, que incidem, em um sentido mais específico, em concepções alternativas de maternidade. Além disso, a leitura empreendida diz respeito a uma (re)contextualização do conto, refletindo sobre a importância desta narrativa para a atualidade e sobre o modo como tal reflexão se encontra como alicerce para a forma inovadora com que Butler faz uso de uma variedade de gêneros literários em sua reconstrução da maternidade, o que resulta num texto paródico das relações de gênero contemporâneas e das formas literárias tradicionais. Palavras-chave: Maternidade, Distopia, Octavia Butler. Ana Augusta Pinheiro Pessoa UERN DE SUBMISSA À DONA DO PODER: ANÁLISE DA PERSONAGEM ADELINA NO CONTO “OS SAPATINHOS VERMELHOS” DE CAIO FERNANDO ABREU O presente trabalho tem como objetivo analisar a identidade da personagem Adelina no conto “Os Sapatinhos Vermelhos” do livro Os dragões não conhecem o paraíso de Caio Fernando Abreu (1988). Para isso, apresentamos como subsídio teórico BAUMAN (2004), HALL (2006), BAUDRILLARD (1991) e LUCCHESI (2004). Com a realização deste trabalho, compreendemos a relevância da discussão sobre as identidades frente à liquidez pós-moderna. Os resultados apontam para a perspectiva de que a identidade da personagem analisada é construída a partir de suas experiências pessoais e sociais, isso porque Adelina sofre influências do meio ao qual se encontra inserida, o que ocasiona um processo contínuo de (re)construção da identidade. Palavras-chave: Identidade, Os Sapatinhos Vermelhos, Caio Fernando Abreu. Ana Clara Vieira Fernandes UFC CLARINHA – UMA PERSONAGEM ROMÂNTICA-REALISTA NOTEATRO DE JOSÉ DE ALENCAR Após o sucesso alcançado com a publicação de O guarani (1857), José de Alencar passa a discorrer criticamente sobre a produção teatral de seu período e posteriormente a escrever peças teatrais, que na história dos movimentos das escolas literárias são enquadradas por grandes estudiosos da literatura dramática como pertencentes ao movimento realista. A partir dessas informações, analisaremos o perfil literário da personagem Clarinha em O que é o casamento, de Alencar, por observarmos que ela não apresenta uma característica própria quanto a sua filiação a uma escola literária, o que a deixa muito mais próxima à proposta estrutural do teatro alencarino. Também, analisaremos como esse perfil atende as necessidades estéticas de nosso autor. 43 Palavras-chave: José de Alencar, Realismo, Romantismo. Ana Cristina dos Santos UERJ IDENTIDADES DESLOCADAS: O SUJEITO DESTERRITORIALIZADO NO ESPAÇO CONTEMPORÂNEO Através da novela Algum Lugar (2009) de Paloma Vidal, o trabalho analisa como as narrativas contemporâneas de autoria feminina problematizam a presença da mulher em um contexto transnacional e de que maneira os deslocamentos espaciais modificam e, consequentemente, redefinem esse sujeito. A obra de Vidal permite essa discussão especialmente quando enfoca a diáspora contemporânea como categoria importante para a discussão das identidades móveis e das diferenças em um contexto multicultural e multiétnico. Para a análise proposta, utilizam-se os textos de Almeida (2011), Hollanda (2005), Hall (2008), García Canclini (2008) e Toro (2010). Palavras-chave: Espaços contemporâneos, Deslocamentos, Identidade feminina. Ana Gabriella Ferreira da Silva UERN A CONDIÇÃO DA MULHER EM CLARA DOS ANJOS, DE LIMA BARRETO Inúmeras obras da literatura brasileira retratam as relações de desigualdade entre os gêneros, reforçando ou negando a visão patriarcal de uma pretensa superioridade masculina. Lima Barreto enfoca muito bem a condição da mulher assujeitada em sistema opressor, no qual os ofícios definidos para gênero feminino são destinados exclusivamente ao matrimônio. Este trabalho tem por objetivo discutir a representação da mulher em Clara dos Anjos, a partir da análise de algumas personagens femininas, nas quais se configura a condição da mulher no contexto brasileiro da Primeira República. O estudo analisa algumas personagens representativas dos impasses vividos pelas mulheres naquele contexto, uma delas, Clara dos Anjos, paradigma da mulher submissa e dependente, duplamente oprimida, por ser mulher e “negra”. Palavras-chave: Lima Barreto, Literatura, Mulher. Ana Helena Cizotto Belline CONCISÃO, CONCRETUDE E AMBIGUIDADE NA NARRATIVA DE HELENA PARENTE CUNHA Leitura dos cinco livros de contos de Helena Parente Cunha Os provisórios (1980), Cem mentiras de verdade (1985), A casa e as casas (1996), Vento ventania vendaval (1998) e Falas e falares (2011)- centrada na transgressão da linguagem e dos limites dos gêneros literários. Objetiva apontar a confluência entre o experimentalismo do discurso narrativo da pós-modernidade e a narrativa de autoria feminina contemporânea, enfocando a concisão como principal característica dos contos, evidenciada em: fragmentação da estrutura, ausência da voz narradora, escritura do corpo, criação semântica e designação, entendida como descrição das unidades que constituem a personagem e o estudo da sua organização. Palavras-chave: Escrita feminina,Concisão narrativa,Helena Parente Cunha. Ana Maria Leal Cardoso UFS ALINA PAIM E A FALA DAS MEMÓRIAS A literatura tem-se mostrado aberta às indagações e pesquisas, que buscam o entendimento do universo literário interligando-se a outros universos de significação. Investigar o campo memorialístico na produção da romancista Alina Paim é um desafio na tentativa de mostrar que o homem histórico completa-se no todo do artista. Este trabalho traz uma reflexão sobre o memorialismo e autobiografia/ficção a partir das obras "Estrada da liberdade" e "Simão Dias" produzidas nas décadas de 40 e 50 do século passado; encontra eco nos estudos de Phillipe Lejeune, Elizabeth Bruss, Eclea Bosi, entre outros, pois espalham luzes de aproximação entre a produção ficcional e a autobiografia. Palavras-chave: Memória, Literatura, Alina Paim. André Pereira Feitosa UNIFEI MATERNIDADES GROTESCAS NAS OBRAS DE LYA LUFT E SUSAN SWAN O trabalho propõe discutir a crítica sobre a maternidade idealizada presente em Exílio, de Lya Luft, e The Biggest Modern Woman of the World, de Susan Swan. Alicerçadas nas características do grotesco na literatura, as obras enfocam representações inversas de modelos estereotipados de perfeição feminina. Margaret Miles e Ewa Kuryluk percebem que as figurações da Virgem Maria regem as qualidades aceitáveis de aparência, atitude e comportamento socialmente prescritos para as mulheres. As obras de Luft e Swan enfocam cenas de Pietà às avessas, questionando as exigências para se conquistar tal ideal feminino. Palavras-chave: Grotesco, Feminismo, Maternidade. 44 Antônia Ellen Alves dos Santos UESPI AS FACES DE MARINA EM A SUCESSORA O universo literário constitui uma das esferas nas quais a presença feminina foi silenciada ao longo da história. No Brasil não foi diferente, mas algumas escritoras, como Carolina Nabuco, romperam esse silêncio.A Sucessora, romance da mencionada autora, assim como as demais obras engendradas na fase feminina da literatura de mulheres brasileiras, apresenta a representação feminina sob a ótica estereotipada do discurso falocêntrico. Este estudo tem por objetivo analisar a representação da personagem Marina no decorrer da narrativa de A Sucessora, evidenciando os perfis de comportamento da protagonista antes e depois do casamento. Palavras-chave: Carolina Nabuco, A Sucessora, Representação Feminina. Antonia Marly Moura da Silva UERN O DESTRONAMENTO DO SER: A VIOLÊNCIA SIMBÓLICA NA REPRESENTAÇÃO DA PERSONAGEM FEMININA EM “SINHÁ SECADA”, CONTO DE JOÃO GUIMARÃES ROSA O presente trabalho pretende analisar o drama da personagem feminina no conto “Sinhá Secada”, integrante de Tutaméia: terceiras estórias (1967) de João Guimarães Rosa, destacando aspectos da violência, velada e revelada pela linguagem, e o modo como se configura a desconstrução dos papéis sociais experimentados pela mulher. O propósito é sublinhar que o anonimato e outras marcas de individuação são traços significativos para a composição da personagem central e constituem aspectos de uma identidade esvaziada e do destronamento do ser. Sob tal enfoque, busca-se analisar a constituição da identidade do eu feminino, observando códigos éticos e sociais que legitimam a imagem da mulher no discurso romanesco. Palavras-chave: “Sinhá Secada”, Personagem feminina, Violência. Arlene Fernandes Vasconcelos UFC CONFIGURAÇÃO DA PROFISSÃO FEMININA NO SÉCULO XVII, EM AS MINAS DE PRATA Com o objetivo de apresentar uma reflexão sobre o trabalho feminino na economia alternativa, já principiada em pleno século XVII, Alencar disserta, no romance histórico As minas de prata, sobre as profissões apropriadas a cada sexo, defendendo o direito feminino de ter reservado alguma profissão, por lei, considerando que a concorrência com o trabalho masculino era desleal para a mulher, pelas próprias limitações sociais. O tema é trabalhado através da identificação do leitor com o personagem, advinda de sua verdade pessoal, revelada em suas ações ao longo da narrativa. Palavras-chave: Profissão feminina, Século XVII, Empoderamento. Assunção de Maria Sousa e Silva PUC ESSAS INSUBMISSAS PARENTAS! O livro Insubmissas lágrimas de mulheres, de Conceição Evaristo, traz histórias de mulheres que expõe a condição feminina marcada por violência e opressão. No entanto, são personagens que, ultrapassando os sofrimentos, erguem-se pela superação do estado de subalternidade. Neste artigo, fazemos uma possível leitura de três contos do livro supracitado, identificando as estratégias discursivas do processo narrativo para refletir sobre a condição da figura feminina negra, apoiando-nos em teóricos como Gayatry Spivak (2011), Susan Sontag (2003) e Joël Candau (2011). Palavras-chave: Narrativa, Identidade, Condição feminina. Carlos Eduardo Albuquerque Fernandes UFPB PAPEIS DE GÊNERO E VIOLÊNCIA EM “A MORALISTA”, DE DINAH SILVEIRA DE QUEIRÓS O presente ensaio consiste numa proposta de leitura do conto “A Moralista”, de Dinah Silveira de Queirós. Centra-se a discussão nas personagens da narrativa, nos comportamentos e papeis de gênero que são exercidos por elas. Toma-se por base, na construção do trabalho, os estudos de gênero e de sexualidades, principalmente, através dos estudos de Scott (1990), Bonnici (2007), Foucault (1984). Observa-se que a narrativa problematiza a visão que o patriarcado produz sobre as formas de se comportar como homem e como mulher na sociedade, promovendo uma reflexão sobre esse tema através da violência simbólica e física (Bordieu, 2007) contra os sujeitos ficcionais que tentam burlar a ordem estabelecida para os papeis de gênero. Palavras-chave: Personagens,Papéis de gênero,Violência. Charles Albuquerque Ponte 45 UERN OS ESPAÇOS SOCIAIS DE SINHA VITÓRIA O objetivo deste trabalho é verificar, no romance Vidas secas, de Graciliano Ramos (2000), a influência exercida pela personagem sinha Vitória no espaço familiar, dando ênfase às instâncias religiosa, econômica e educacional. Para isso, analisaremos a participação da referida personagem nas tomadas de decisão do grupo e nas relações com os indivíduos não integrantes desse núcleo isso acontecerá pela comparação de tal postura em relação ao esposo – Fabiano. Apoiaremos duplamente em obras que tratam da relação literatura e sociedade (CANDIDO, 2006; JOHNSON, 9999) e alguns pressupostos apresentados pela estética da recepção (EAGLETON, 2001; ZILBERMAN, 9999). Com a leitura realisada conclui-se que, embora impossibilitada de modificar em definitivo a condição familiar, sinhá Vitória norteia os rumos e as decisões do seu grupo. Palavras-chave: Sinha Vitória, Espaços sociais,Vidas secas. Cinara Leite Guimarães UFPB EDNA PONTELLIER: A MORTE COMO ESCOLHA Na literatura dos século XIX, as protagonistas que transgrediam os ideias de feminilidade de sua época eram frequentemente punidas com a morte. Nas narrativas de autoria feminina, no entanto, essa temática sofre alterações ao longo do tempo, possibilitando um destino diferente às suas heroínas. Nosso trabalho tem por objetivo promover o diálogo entre os textos críticos que discutem e apresentam interpretações diversas para o suicídio da protagonista Edna Pontellier, de O despertar (1899), romance da escritora oitocentista Kate Chopin. Como resultado, situamos a narrativa de Chopin em um momento de transição, na qual a morte deixa de ser uma punição, sendo lida por críticos diversos como uma escolha feminina. Palavras-chave: O despertar,Morte,Autoria feminina. Cíntia Araújo Oliveira UFC A COMPLEXIDADE FEMININA DE HELENA DE TROIA NA LITERATURA GREGA ANTIGA Helena de Troia é uma personagem que apresenta representações literárias das mais diversas na literatura grega clássica: ora é apresentada como modelo de beleza avassaladora, causadora de guerras, ora é símbolo de infidelidade, ora é apenas vítima de uma vontade divina. É interessante observar que essas representações constroem uma espécie de paradigma de representação da mulher na literatura grega antiga, pois diversas outras personagens são apresentadas de forma a assemelharem-se ou não a Helena, seguindo ou negando um dos modelos citados. Essas diferentes representações da personagem revelam uma complexidade que se torna, portanto, interessante objeto deste estudo. Palavras-chave: Feminino, Helena de Troia, Literatura Grega Clássica. Clarice Melo Ferreira UCB SUAS PRÓPRIAS DANGAREMBGA VOZES: IDENTIDADE FEMININA EM NERVOUS CONDITIONS, DE TSITSI O conceito de identidade tem sido central na literatura contemporânea. O presente trabalho busca analisar a identidade feminina na obra Nervous Conditions, da escritora zimbabuense Tsitsi Dangaremba, que traz a história de Tambudzai, menina pobre que vê na educação oferecida pelo colonizador um caminho para a liberdade da opressão de ser mulher em uma sociedade patriarcal e que também aprende com a luta cotidiana das mulheres de sua família. A partir da análise das principais personagens femininas do romance percebe-se que a identidade feminina das mulheres negras africanas é mais complexa do que os estereótipos estabelecidos por uma perspectiva ocidental e masculina fazem parecer, e apresentam diversas facetas. Palavras-chave: Autoria feminina, Feminismo, Literatura africana. Cláudia Cambraia UNL IDENTIDADE ÉTNICA NA PRODUÇÃO LITERÁRIA AFRO-BRASILEIRA O objetivo deste trabalho é levantar algumas questões sobre a literatura de autoria feminina negra. Pretendemos identificar como ocorre a construção da identidade étnica no poema “Vozes-mulheres”, de Conceição Evaristo e na poesia “Não vou mais lavar os pratos”, de Cristiane Sobral. Sob o olhar destas autoras tencionamos compreender como ocorre a representação da mulher negra na literatura afro-brasileira. Sendo as mulheres negras invisibilizadas pelas páginas da história oficial brasileira, pelas páginas da imprensa e também pela literatura, as escritoras negras buscam a inserção na literatura brasileira atráves de sua auto-representação. Palavras-chave: Gênero,Mulheres negras,Literatura afro-brasileira. 46 Cláudia Luna UFRJ REPRESENTAÇÃ0 E PODER NAS INDEPENDÊNCIAS: VOZ E AÇÃO FEMININA Este trabalho constitui um recorte no projeto que ora desenvolvemos, investigando a participação feminina nas lutas reais e simbólicas, no processo de passagem do universo colonial ibero-americano para as nações independentes. Consideramos aqui a atuação de duas mulheres que se colocam em campos diametralmente opostos. A primeira, Carlota Joaquina, é hábil estrategista política e tem presença ativa nos projetos de contramodernidade, ao pretender a manutenção da ordem colonial sob império ibero-americano. A segunda, Bárbara de Alencar, é peça-chave nos desdobramento da Revolução Pernambucana, de 1817, que traz precoces pretensões republicanas às terras brasileiras. Como são representadas pelos pósteros é nossa intenção analisar. Palavras-chave: Representação,Poder,Independências. Cleide Jane Neris de Santana UFAL ENTRE O SAGRADO E O PROFANO: O MITO DO FEMININO EM CRUZ E SOUSA O trabalho intitulado Entre o Sagrado e o Profano: o mito do feminino em Cruze Sousa tem como objetivo discutir a questão do feminino presente na poética de nosso poeta simbolista. Para tanto este trabalho insere-se no simpósio A poesia e a prosano feminino, para que possamos realizar uma discussão de como o poeta catarinense abordou as questões do mito feminino em suas obras, mais precisamente do sagrado e do profano em sete poemas que compõem o livro Faróis, publicado em 1900. Tal discussão tomará como base as ideias difundidas por Simone de Beauvoir em OSegundo Sexo (1949). Palavras-chave: Mito,Profano,Sagrado. Cristiane Felipe Ribeiro de Araujo Côrtes UFMG A CONDIÇÃO PENDULAR DO SUJEITO DIASPÓRICO EM UM DEFEITO DE COR Este trabalho pretende refletir sobre o que a seria a condição pendular do sujeito diaspórico no romance Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves, atendo-se às identidades que vivem em trânsito e, ao mesmo tempo, pertencem e não pertencem aos locais por onde passam. À luz dos teóricos culturalistas, a comunicação discutirá o paradoxo apresentado pela narrativa, que acaba ricocheteando em todas as esferas semânticas da vida da protagonista e de outros que passam pela experiência da diáspora, seja do ponto de vista literal ou metafórico. Palavras-chave: Literatura afro-brasileira, Diáspora, Identidade. Cristiane Vieira da Graça Cardaretti UERJ FRANCES E. W. HARPER E PAULINE E. HOPKINS: O EMPODERAMENTO DAS MULHERES ATRAVÉS DA LITERATURA A presente comunicação tem como objetivo apresentar duas influentes autoras afro-americanas do século XIX,Frances E. W. Harper e Pauline E. Hopkins. Ambas as autoras, através de seus romances Iola Leroy e Contending Forces respectivamente, entrelaçam ficção e história criando novas alternativas de discurso possibilitando, portanto, a registrar o oprimido na história. Assim sendo, a literatura produzida por Frances Harper e Pauline Hopkins será analisada como forma de empoderamento da comunidade afro-americana, principalmente como forma de empoderamento para as Mulheres, especialmente, para as mulheres AfroAmericanas. Palavras-chave: Mulheres Afro-Americanas, Literatura, Empoderamento. Cristina Maria da Silva UFC CLARICE LISPECTOR: TRAJETÓRIAS DE UMA ESCRITURA Através da singularidade uma trajetória, olhamos a vida e a obra de Clarice Lispector. Tomando a noção de trajetória (Kofes) vendo o que atravessa uma vida, buscamos permear a escritura (Barthes) e sua agonística (Foucault) diante da vida e do texto. Se para ela o resultado fatal de viver é o ato de escrever, quais as implicações disso para o seu processo criativo-literário? Desde Perto do Coração Selvagem o traço biográfico já marcava o substrato de sua literatura. Seguimos uma trajetória, (as mobilidades, alteridades e alterações) de uma escritura, deixando rastros diante dos cânones. Perto de seu Coração Selvagem, encontramos as rasuras de sua condição feminina e humana, diante dos lugares sociais que lhe impõem como mulher e escritora. Palavras-chave: Trajetória, Escritura, Narrativas. Cristina Maria Teixeira Stevens UnB 47 A HISTÓRIA DO POSSÍVEL – MULHER E VIOLÊNCIA NA LITERATURA Panorama da representação literária da violência contra a mulher, com referências introdutórias a textos da literatura clássica e obras canônicas da literatura inglesa - onde os homens são sujeitos desse discurso hegemônico. Análise de obras contemporâneas, quando a mulher não é mais apenas o objeto da narrativa de autoria masculina; ênfase na mudança radical de tratamento desta temática na contemporaneidade, quando as mulheres assumem a posição de sujeito dessas inovadoras construções ficcionais. Abordagem do tema da violência como consequência da injusta dominação masculina na produção do conhecimento e construção de paradigmas éticos, sócio culturais e religiosos. Na historiografia tradicional, não se sabe quase nada sobre a vida das mulheres; para recuperar sua história, as inúmeras formas de violência por elas sofridas, recorremos ao fecundante conceito da “história do possível”, que parece convidar a literatura para contribuir com esta nova visão do fazer historiográfico. Ênfase nos romances The Seven Ages (1986 - Eva Figes) e Hipatia (2009 - Ki Longfellow) Palavras-chave: Violência, Literatura inglesa, Literatura contemporânea. Danielle de Luna e Silva UFPB REPRESENTAÇÕES DOS CORPOS FEMININOS EM ÚRSULA, DE MARIA FIRMINA DOS REIS Úrsula, escrito por Maria Firmina dos Reis e publicado em 1859, é considerado o primeiro romance da literatura afro-brasileira, como afirma Eduardo de Assis Duarte, no posfácio a edição comemorativa dos 150 anos da 1ª edição. Apesar de não oferecer uma grande profundidade na concepção dos personagens, ou da trama, a inovação da obra é o tratamento dado ao tema da escravidão, como aponta Eduardo de Assis Duarte. Neste estudo, ainda preliminar, interessa-nos apontar de que forma os corpos femininos, brancos ou negros, são representados nesta narrativa. Buscaremos, também, discutir em que medida as marcas das diferenças de gênero e etnia estão presentes nessas representações. Nosso suporte teórico é constituído pelas pesquisas de Eduardo de Assis Duarte, Miriam Alves, Teresa de Lauretis, entre outros. Palavras-chave: Representação, Corpos, Gênero, Etnia. Dariana Paula Silva Gadelha UFC AURÉLIA: UMA MULHER A FRENTE DO SEU TEMPO Comumente, as personagens femininas de José de Alencar são analisadas pela crítica como românticas, superficiais e inverossímeis, faltando-lhes densidade humana e força interior. Nesse sentido, a pesquisa analisa a personagem Aurélia, de Senhora, seguindo um viés que se aproxima da estética realista, uma vez que a protagonista demonstra dubiedade de caráter. Ademais, a personagem apresenta, em pleno século XIX, uma autonomia a frente do seu tempo, no que concerne ao governo da sua mansão e da sua herança, bem como ao domínio que exerce sobre o seu marido – Seixas –, e sobre o seu tutor – Lemos –, invertendo, assim, a relação que normalmente se esperaria entre marido e mulher, tutor e pupila, revelando o seu empoderamento. Palavras-chave: Aurélia, Autonomia feminina,Personagem. Davi Pinho UERJ ENTRE PROSA E POESIA: JEAN-PAUL SARTRE, VIRGINIA WOOLF, E OS LIMITES DO ENGAJAMENTO DA LITERATURA (FEMININA) A presente comunicação investiga os limites do engajamento político da literatura em um percurso entre O que é a literatura? (1948) de Jean-Paul Sartre e A Room of One’s Own de Virginia Woolf (1929).A crítica de Woolf às escritoras vitorianas que teriam feito do romance uma plataforma para a propagação das angústias de seu sexo parece antecipar as diferenças feitas por Sartre entre prosa e poesia: esta objetificaria a linguagem enquanto aquela a engajaria. Entre prosa e poesia, vemos nas entrelinhas do tratado de Woolf o nascimento do romance poético, um híbrido que seria a marca de seu século, e o papel da nova escrita feminina. Palavras-chave: Prosa, Poesia, Virginia Woolf. Débora Souza da Rosa UERJ ORQUESTRANDO A HISTÓRIA: MIDDLEMARCH E A CONSTRUÇÃO DE UM ROMANCE DE LONGA DURAÇÃO A estética organicista e o tema da “reforma” funcionam, no romance Middlemarch (1872), da inglesa George Eliot, como estratégias para a abordagem de uma questão estrutural (a crise ontológica do homem ocidental após a “morte de Deus” nietzschiana) por meio de um contexto particular: a dispersão da energia reformadora da protagonista Dorothea, em contraste com a ativa Santa Teresa quinhentista, que se explica pelo “confinamento adocicado” específico da mulher vitoriana. Através do que Hayden White chama narrativização do passado 48 (anos 1830), Eliot forja a ilusão organicista de totalidade ao costurar um estudo histórico-filosófico de “longa duração” braudeliana sob a trama microhistórica de uma fictícia Santa Teresa dos Midlands. Palavras-chave: Middlemarch,Longa duração,Morte de Deus. Denise Noronha Lima UFC MEMÓRIA E HISTÓRIA EM POR ONDE ANDOU MEU CORAÇÃO Por onde andou meu coração (1963), de Maria Helena Cardoso, é uma das grandes obras do memorialismo brasileiro. Mediada pela memória, a História é um elemento importante dessa narrativa. Este trabalho analisa o discurso histórico da narradora (WHITE, 2001), que aborda a vida de mulheres mineiras da primeira metade do século XX, e a história social do ponto de vista dessas mulheres. Confrontando a narrativa com o discurso histórico “oficial” (BASBAUM, 1985), observou-se que a narradora, ao assumir o papel de testemunha, imprimiu em seu relato a subjetividade feminina, movida pelas lembranças das relações afetivas. Esse teor subjetivo rompeu o limite entre memorialismo e literatura, aproximando a narrativa da ficção e da poesia. Palavras-chave: Maria Helena Cardoso, Memorialismo, História. Denise Rocha UNILAB COMUNICAÇÃO DE ECOS DISTINTOS: VOZES-MULHERES, DE CONCEIÇÃO EVARISTO Por meio de reminiscências matrilineares transatlânticas, com partida africana em porões de navio e chegada em porto sul-americano, uma dinastia feminina ressurge intacta na diáspora brasileira, apesar do trabalho duro e da opressão. No poema Vozes-mulheres, a poetisa mineira Conceição Evaristo evoca a memória coletiva afro por meio das experiências de uma família - da bisavó, avó, mãe, filha e neta - que resistiram com dignidade à labuta cotidiana em casas estranhas. As vibrantes e orgulhosas vozes de raiz ancestral estavam presentes em várias dimensões da obstinação: Desde os lamentos sussurrados, mudos, calados e engasgados até a voz da liberdade na contemporaneidade. Palavras-chave: Poesia, Conceição Evaristo, Mulher. Derivaldo dos Santos UFRN FALAR O INEXPRESSÍVEL OU EXPRESSÃO SILENCIOSA EM ROSA CARAMELA, DE MIA COUTO Este trabalho focaliza o conto A Rosa Caramela, de Mia Couto, partindo do pressuposto de que o texto literário é um tecido artístico-cultural capaz de congregar um componente de representações sociais e históricas, elevandose a um esforço de interpretação da realidade. Nosso interesse é analisar as figurações do silêncio de Rosa Caramela, observando-o como tática da personagem enfrentar a aspereza da vida, na medida em que ela fala ao revés da língua para dizer o inexpressível. A análise tem como fundamento o pensamento de Roland Barthes, no livro O neutro, e o pensamento de Lourival Holanda, presente em Sob o signo do silêncio. Palavras-chave:Feminino, Silêncio, Ironia, Ficção moçambicana. Deyvid de Oliveira Pereira UFC O PESSIMISMO DE ILDEFONSA LAURA CÉSAR: SÚPLICAS, TENDÊNCIAS OU DESCONTENTAMENTO? Quão significativa pode ser a violência exercida contra o feminino e até que ponto essa violência se torna fomentadora de uma produção poética de cunho pessimista? Ildefonsa Laura César, escritora baiana de transição, instiga-nos a ponderar sobre tal questionamento e nos lança, também, a pensar o limiar que aproxima e/ou distancia a condição de vida no mundo, especialmente a da mulher. Transgressora, Ildefonsa subverte inúmeras regras sociais e, consequentemente, é alocada para um lugar social de inferioridade. Tal fator implica na produção de uma poesia de teor pré-romântico, com nuances de desespero e escapismo. Morte, vida e amor, dessa forma, são cantados como um reflexo do descontentamento de seu eu-lírico com o mundo e como uma expressão lírica cujaa vasão de sentimento destoa da normatividade falocêntrica do Brasil oitocentista/novecentista. Assim, o presente trabalho, além de se ocupar com aspectos pessimistas da escrita de Idelfonsa, pretende observar, sobretudo, até que ponto a poética dessa escritora repercute a inconformidade com uma vida à margem, de ações mediadas por condutas esperadas e impostas pela cultura patriarcal ainda vigente. Palavras-chave:Violência, Período Colonial, Escrita Feminina. Diva Cunha UFRN UM PASSEIO EM NATAL PELOS OLHOS DE PALMIRA No livro Roseira brava, que reúne grande parte da produção de Palmira Wanderley, (Açu-RN-1894/Natal-1978), há um conjunto de poemas que compõem um mapa lírico da cidade de Natal nas primeiras décadas do século 49 passado. A poetisa vai poema a poema visitando os bairros e os pontos mais belos da paisagem citadina, que começa a erguer-se entre as dunas, o rio e o mar. Neste texto pretendo refazer esse percurso lírico, visitando com ela esse “paraíso” ainda quase intocado pelas mãos dos homens e tentar mostrar como são tecidos os poemas, ou quase pintados os quadros, que pretendem seduzir o leitor com as graças nativas do lugar. Palavras-chave:Poesia norte-rio-grandense,Mapa lírico, Palmira Wanderley. Edelu Kawahala UFSC FRAGMENTOS DESCOLONIAIS NA OBRA O EXU NO PAÇO IMPERIAL DE ELISABETE NASCIMENTO O trabalho apresentado reflete sobre a obra Exu no Paço Imperial da escritora Elisabete Nascimento. Ao trazer o Candomblé e sobretudo Exu para a cena, a escritora oferece uma outra(s) possibilidade(s) ética e estética. Exu configura-se como uma opção epistêmica descolonial, um signo produtivo produzido a partir de outra racionalidade que não a razão imperial/colonial, conforme aspira com Mignolo (2007). Portanto, pensar o conhecimento a partir de Exu implica em des-hierarquizar as culturas, pensar a cosmovisão produzida a partir do sul, como uma possibilidade cognoscente, negada pelo olhar folclorizado, pensado a partir de uma colonialidade do poder/saber, seria, portanto um exímio exercício descolonial. Palavras-chave: Literatura afro-brasileira, Epistemologia descolonial, Relações raciais. Edilson Floriano Souza Serra UFRN A VEZ E A VOZ DO SUJEITO EM LUCIENE CARVALHO À luz da crítica literária de autoria feminina, identificamos e analisamos variados mecanismos utilizados pelo eu lírico nos poemas de resistência ao sistema de dominação/exploração existente na sociedade. Da mesma forma, analisamos de que modo esse sujeito se constitui como pertencente ao gênero feminino, ou seja, como elabora sua identidade a partir do terreno movediço pelo qual circula. Palavras-chave:Sujeito, Identidade, Resistência. Elda Firmo Braga UERJ VOZES DE RESISTÊNCIA À CONDIÇÃO FEMININA NA SOCIEDADE HISPÂNICA DO SÉCULO XVII Esta comunicação se propõe a refletir acerca do papel social imputado às mulheres no século XVII. Nosso estudo se centrará na literatura de María de Zayas Sotomayor e de Sor Juana Inés de la Cruz, respectivamente nascidas na Espanha e no vice-reinado de Nova Espanha (atual México). A primeira denunciou a violência, a subordinação e a marginalização sofridas pelas mulheres. A segunda, por sua vez, reivindicou o direito do sexo feminino de ter acesso ao conhecimento e à cultura. Ambas as escritoras criticaram, cada uma a sua maneira, a opressão e injustiça cometidas por um “pensamento patriarcal” (LERNE,1990), vigente no universo hispânico no período histórico em foco. Palavras-chave:Condição feminina, Resistência, Denúncia. Elisangela Aparecida Lopes PUC-MINAS METALINGUAGEM FLORES AZUIS, DE CAROLA SAAVEDRA O objetivo deste trabalho é apresentar as diferentes formas e funções da metalinguagem nos livros Paisagem com dromedário (2010), Flores azuis (2008) e Toda terça (2007), de Carola Saavedra,entendendo-a como fundamento da construção do projeto romanesco da autora, a fim de enfatizar o papel que tal função linguísticaliterária exerce no romance publicado em 2008. Palavras-chave: Carola Saavedra, Metalinguagem narrativa, Romance. Elizabeth Souto Maior UFPB RUPTURAS NA REPRESENTAÇÃO DO PAPEL DA MULHER EM WITHOUT A NAME, DE YVONNE VERA Nosso trabalho visa investigar, sob a ótica do feminismo africano, a representação da maternidade no romance Without a Name, da escritora zimbabuense Yvonne Vera. Para tanto, nos apoiaremos no debate promovido pelas autoras Obioma Nnaemekae Oyerónké Oyewùmí em relação às diferentes demandas e prioridades do feminismo africano em relação ao ocidental. A partir da compreensão do lugar ocupado pela maternidade na cultura africana, poderemos entender como Vera propõe uma ruptura de papeis, ao delinear Mazvita, uma protagonista que resiste ferozmente ao patriarcado. Palavras-chave:Feminismo africano,Corpo feminino,Maternidade. Emília Rafaelly Soares Silva 50 UESPI O CORPO FEMININO VIOLENTADO EM “INSUBMISSAS LÁGRIMAS DE MULHERES” DE CONCEIÇÃO EVARISTO A obra “Insubmissas lágrimas de mulheres” apresenta-nos retratos de um cotidiano sombrio permeado pela violência corporal e simbólica contra as figuras femininas. Ao analisarmos as representações do corpo feminino verificaremos como essas marcas de violência e (in)submissão se fazem notáveis. Nesse intuito, utilizaremos aportes teóricos que conduzem a um melhor entendimento sobre o gênero conto, como as definições elaboradas por Cortázar (2006) e Gotlib (1998); sobre a crítica feminista e a escrita feminina, através das discussões de Showalter (1994), Branco (1991), Zinani (2006) e Zolin (2005); e sobre as relações de poder implicadas na dominação dos corpos, nas acepções de Bourdieu (2011), Ludmer (2002) e Saffioti (1987), dentre outros. Palavras-chave: Violência, Escrita Feminina, Corpo. Eurídice Figueiredo UFF CRISTÃOS NOVOS E HERANÇA JUDAICA NO NORDESTE BRASILEIRO Minha proposta visa a discutir questões ligadas à emergência de novas etnicidades enquanto afirmações identitárias na literatura brasileira. Na minha comunicação trarei a história dos cristãos novos que conservaram a herança judaica no nordeste brasileiro, que é o tema do romance O segredo do oratório (2012) de Luize Valente. Diferente de autores judeus oriundos da migração do século XX, como Samuel Rawet, Moacyr Sclair, Tatiana Salem Levy ou Michel Laub, o romance de Valente busca as origens de judeus chegados em Pernambuco no século XVII. Palavras-chave:Literatura brasileira,Herança judaica, Luize Valente. Fabio Mario da Silva USP ENTRE O CLAUSTRO E O ENAMORAMENTO. LEITURA DO CONTO “AS ORAÇÕES DE SOROR MARIA DA PUREZA” DE FLORBELA ESPANCA O nosso objetivo é analisar o conto “As Orações de Soror Maria da Pureza” a partir das relações amor humano versus misticismo. Mariazinha, moça de quinze anos enamorada por um rapaz de trinta com quem trava um namoro por entre as grades do jardim de sua casa, personifica dois ideais diferentes de “feminino”. Primeiramente, um feminino associado à pureza e à imaculidade humanas, pelas quais é reverenciada por seu noivo; posteriormente, aquando do falecimento deste e subsequente clausura de Mariazinha num convento da cidade de Toledo, período durante o qual se torna uma monja venerada até pela madre superiora, adquire o semblante de um ideal feminino divino, quer em atitudes, quer nas suas orações. Em ambos os ideais é a figura da Virgem Maria que preside, ideia que procuraremos desenvolver. Palavras-chave:Literatura, Misticismo, Enamoramento, Condição feminina. Fani Miranda Tabak UFTM LÉSBIA: ENTRE O ROMANCE E A NARRATIVA POÉTICA A análise da narrativa de Maria Benedita Câmara Bormann, escrita em 1884 e publicada em 1890, dialoga com as tensões que envolvem a sua estrutura na composição de uma obra que oscila entre o romance e a narrativa poética. A manifestação da poeticidade em Lésbia está assentada, sobretudo,na questão de ser essa narrativa um reflexo mental da personagem centralizadora. Todas as passagens e instâncias literárias são elaboradas e transmitidas por meio desse processo interior. A protagonista sente o mundo que a circunda e o representa de acordo com as impressões que registra acerca do mesmo. Na plenitude dos sonhos e devaneios que vive, compõe um universo que se coaduna às aspirações de ser mulher escritora, paralelizando a “busca ontológica” do ser à busca do eu – artístico. Palavras-chave: Lésbia,Narrativa poética, Autoria feminina. Fernanda Felisberto UFRJ AFETIVIDADES RASURADAS UMA LEITURA DO ROMANCE A COR PÚRPURA O presente trabalho é o resultado da análise da personagem Celie, no romance A cor púrpura(1982) da escritora afro-americana Alice Walker, observando como a autora representa as (im)possibilidades de uma relação afetiva para a protagonista. A matriz teórica que orientou este artigo teve como fonte o feminismo negro norteamericano, com destaque especial para bell hooks e suas reflexões sobre os impactos da escravidão na subjetividade das mulheres negras. Palavras-chave: Mulheres Negras, Afetividades, Escravidão. 51 Fernanda Sousa Carvalho UFMG A VIOLÊNCIA CONTRA O CORPO FEMININO EM “GREEDY CHOKE PUPPY”, DE NALO HOPKINSON Este trabalho discute a representação da violência contra o corpo feminino no conto “Greedy Choke Puppy”, de Nalo Hopkinson. Nesse conto, um ideal de corpo feminino como objeto de desejo masculino é contraposto à figura da soucouyant, a qual representa a demonização da mulher no folclore caribenho. Embora a violência contra o corpo da soucouyant possa ser entendida como limitadora de uma agência feminina, ela também se mostra condizente com valores afro-caribenhos que atribuem à mulher um outro tipo de agência ao torná-las responsáveis pela continuidade da comunidade. O conto de Hopkinson, assim, subverte ideologias tradicionais e oferece pontos de vista alternativos sobre a questão da feminilidade e da violência contra a mulher. Palavras-chave: Corpo feminino,Demonização,Violência. Flávia Rodrigues de Melo UERN A TIRANIA DA BELEZA E O ESVAZIAMENTO DE SI MESMO: UMA LEITURA DE “ELE ME BEBEU”, CONTO DE CLARICE LISPECTOR O objetivo deste trabalho é abordar aspectos do corpo e do narcisismo expressos na construção da personagem central do conto “Ele me Bebeu”, da obra A Via Crucis do Corpo (1974) de Clarice Lispector. Na narrativa, o culto ao corpo e a dependência da maquilagem contribuem para a construção de um não-eu, pois Aurélia Nascimento possui uma identidade esvaziada pela tirania da cultura do cosmético. É a aparência em detrimento da essência e, portanto, a degradação do ser e o não reconhecimento de si. Com base nesta reflexão faremos uma leitura do conto tendo como base a concepção de Hall (2006) e Bauman (1999b) sobre identidade, o conceito de Freud (1996) sobre narcisismo e os estudos de Kahn (2005) e Sá (1979), sobre a ficção clariceana. Palavras-chave: Máscara, Alteridade, Clarice Lispector. Francielly Alves Pessoa UFPB “MADALENA, O QUE É MEU NÃO SE DIVIDE, NEM TÃO POUCO SE ADMITE.” O presente trabalho tem como objetivo analisar o contexto de dominação simbólica a que está submetida a personagem Madalena, da obra São Bernardo, de Graciliano Ramos, a partir da observação do discurso narrativo em 1ª pessoa, que marca a condição feminina na obra em consonância com uma ótica hierarquizante e vertical do protagonista, o marido de Madalena, Paulo Honório. Servirão como aparato teórico as considerações propostas por PERROT (2003), OKIN (2008), CANDIDO (2000) e BAKHTIN (1997) procurando apontar no texto literário as tensões entre dominação e estigmatização da mulher. Palavras-chave: Madalena, São Bernardo, Graciliano Ramos. Francisca Lailsa Ribeiro Pinto UFPB O CORPO EM SILÊNCIO DE A CASA DAS BELAS ADORMECIDAS, DE YASUNARI KAWABATA Este trabalho pretende analisar a protagonista do romance A casa das belas adormecidas como um sujeito semvoz dentro das casas representadas na história. Kawabata descreve as profundezas da alma feminina através do seu corpo em cena, objeto de desejo. Nossos fundamentos teóricos baseiam-se em PERROT (2003), BEAUVOIR (1949) e LAURETIS (1994), dentre outros que apresentam esse silêncio na representação simbólica das diferenças entre os sexos, que apoiam e sustentam um sistema de gênero que tem se mostrado bastante desigual. Palavras-chave: Corpo, Silêncio,A casa das belas adormecidas. Francisca Luciana Sousa da Silva UFC AMOR OU LOUCURA? EU E O OUTRO, POR MEDEIA, DE EURÍPEDES, E ELIZE MATSUNAGA A presente comunicação tem por objetivo discorrer sobre o amor e a loucura que movem duas mulheres, Medeia e Elize, e as relações de identidade/alteridade que as atravessam. Para tanto, seguimos a linha teórica de Walter Benjamim em Escritos sobre mito e linguagem (2011), a partir da observação e da análise dos sinais, mais ou menos evidentes, de destino e caráter em cada uma. Também fundamentam nossa pesquisa: Homi K. Bhabha em O local da cultura (1998); Marta Mega Andrade e Regina M. Cândido em Amor, desejo e poder na Antiguidade (2003); Renata Sena Garrafoni em Sexo e violência: realidades antigas e questões contemporâneas (2011). Trata-se, portanto, de um estudo comparativo, um olhar trágico sobre um drama contemporâneo. Palavras-chave: Amor, Medeia, Elize. Francisca Zuleide Duarte de Souza 52 UEPB SILÊNCIO: ALIADO NA CONDIÇÃO SUBALTERNIZADA Muito se tem discutido o silêncio do subalternizado como indício de presumida incapacidade de reação. Neste universo incluir-se-iam crianças, velhos e mulheres. Nas situações específicas, as crianças tornam-se jovens e vão à cata do destino; os velhos são, muitas vezes, “descartados” para lares de terceira idade e as mulheres, se não tiverem uma ocupação que as mantenha fora do jugo doméstico, perpetuam a condição escrava-rainha do lar. Os conflitos de vária ordem passam pelo “governo” dessa figura que, silenciada, resolve mais que muitos homens exaltados. Longe de serem exemplos de submissão e cordura, a mulher, em especial, vem usando, historicamente, o silêncio e a ponderação como poderosa arma de sobrevivência. Palavras-chave:Mulher, Subalterna, Identidade. Francisco Aedson de Souza Oliveira UERN A REPRESENTAÇÃO DO FEMININO ONTEM E HOJE: A RESSIGNIFICAÇÃO DOS CONTOS DE FADAS EM CAIO FERNANDO ABREU O trabalho objetiva analisar a representação do feminino no conto “Os sapatinhos vermelhos” de Caio Fernando Abreu, da obra Os dragões não conhecem o paraíso (1988), observando a apropriação metafórica de elementos do conto infantil “Os Sapatos vermelhos” de Hans Christian Andersen. No conto moderno, o escritor gaúcho rompe com aspectos da versão clássica pondo em cena uma mulher que quebra paradigmas sociais ligados ao sexo. Na ficção de Abreu, o retorno triste da personagem para suas atividades cotidianas marca o fim da trama. É esse viés ideológico que nos instiga a realizar leitura do conto à luz de Hutcheon (1991) e Beauvoir (1949) atentos aos conceitos de pós-modernidade, paródia e sobre o feminino. Palavras-chave: Feminino, Caio Fernando Abreu, “Os sapatinhos vermelhos”. Francisco Carlos Carvalho da Silva UECE AS EXCEÇÕES MESMAS DO VIVER: A ESCRITA DE SI NA OBRA A VIDA EM CONTOS, DE MARGARIDA SABÓIA DE CARVALHO O presente trabalho tem como objetivo tecer algumas considerações sobre a “escrita de si” na contística da escritora cearense Margarida Sabóia de Carvalho (1905-1975), tomando como objeto de pesquisa, seu livro de contos A vida em contos, publicado em Fortaleza em 1964. Falecida no ano de 1975, a autora teve publicado postumamente, no ano de 1976, pela Editora Terra de Sol, um livro, contendo cem das suas melhores crônicas. O livro chama-se Crônicas e foi organizado e apresentado por Sânzio de Azevedo. Como embasamento teórico para o desenvolvimento da presente pesquisa, recorremos aos estudos de Azevedo (1976), Candido (1992) e Gotlib (2006). Palavras-chave: Literatura, Conto, Margarida Sabóia de Carvalho. Francisco Leandro Torres UFRN A LUMINESCÊNCIA CLARICIANA NO ROMANCE DE FORMAÇÃO FEMININO A literatura estabelecida pelas mulheres traz à tona e instaura escritas deserdadas e relegadas à margem. É, justamente, neste horizonte de discussão que nosso trabalho sobre a obra “Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres”, de Clarice Lispector (1920-1977) se insere. De modo que o ato de escritura Lispectoriano provoca o falogocentrismo com o seu romance de aprendizagem feminino, no qual focalizamos o entrelaçamento do desejo e prazer na constituição da mulher clariciana. Quanto à fundamentação teórico-metodológica, utilizamos Mazzari (1999); Butler (2003) e Ramalho (2004). Portanto, compreendemos que a escrita clariciana potencializa novos modos de subjetivações e autogestão da mulher no romance de formação. Palavras-chave: Clarice Lispector,Escrita feminina, Romance de formação. Francisco Romário Nunes UFC A ESTRADA: A MULHER E SUA FRAGMENTAÇÃO NA OBRA DE CORMAC MCCARTHY Este trabalho pretende fazer um estudo acerca da representação da figura da mulher no romance A Estrada (2007) do escritor norte-americano Cormac McCarthy. Questionamos a forma como a presença da personagem feminina é desenvolvida no contexto da obra como suas atitudes em relação à maternidade e subordinação ao marido. Partimos do pressuposto que, a mulher está à margem, fragmentada e não passa de uma mera lembrança do homem. Para embasar a discussão faremos a leitura teórica de Ruth Silviano (2004) que elabora um estudo sobre a mulher escrita por um escritor masculino, e ainda sobre a fortuna crítica do autor temos Frye (2009), Walsh (2009) e Lincoln (2009). Palavras-chave: Mulher, Violência, Literatura. 53 Francisco Vítor Macedo Pereira UEPB SOR JUANA INÉS, UMA PRECURSORA DO FEMINISMO NA LITERATURA HISPÂNICA Sor Juana pode ser considerada uma precursora do feminismo, antes de qualquer militância nesse sentido. A inquirir sobre a sua importância no feminismo, que tem como proposta de vida a possibilidade de novos e ousados modos de subjetivação, este trabalho postula dialogar a propósito de sua lírica de recusa com a teoria filosófica de Michel Foucault e de Margareth Rago, bem como com a crítica literária de Octavio Paz. Palavras-chave:Feminismo,Escrita de si, Sor Juana Inés de la Cruz. Gabriele Freixeiras de Freitas UFC O FLUXO DE CONSCIÊNCIA NA NO CONTO A MARCA NA PAREDE DE VIRGINIA WOOLF O artigo tem por objeto trabalhar o fluxo da consciência no conto “A marca na parede” (1917), de Virgínia Woolf. Uma técnica narrativa que apresenta a consciência do personagem através de um discurso internalizado ao instante que proporciona um vagar pelas impressões da mente de seus personagens, permitindo um exame profundo de seus processos mentais. A pesquisa investigará a forma pela qual se constrói o movimento desse fluxo na obra de Woolf. Para fundamentar este trabalho, teremos como apoio o pensamento teórico de Alfredo Carvalho (1981), Humprhey (1976), dentre outros. Buscaremos estimular a releitura do conto woolfiniano, apontando a relevância do estudo dessa corrente de consciência que leva o leitor a uma viagem na mente humana. Palavras-chave:Woolf, Conto, Fluxo de consciência. Gabriella Patricia dos Santos Lins UFAL QUESTÕES DE GÊNERO EM “FREEFORALL” O trabalho que tem por título, questões de gênero em “Freeforall”, vincula-se ao simpósio Escritoras modernas e contemporâneas. Este trabalho reflete sobre o modo pelo qual a noção de gênero é representada no conto “Freeforall” (1986), de Margaret Atwood. Analiso a representação dos espaços de utopia/distopia descritos na obra, dentro de uma sociedade que busca através da eugenia a manutenção da reprodução da espécie humana. Proponho também observar a normatização do gênero dentro desse sistema totalitário de poder. Palavras-chave: Atwood,Freeforall,Gênero. Gabriele Freixeiras de Freitas UFC O FLUXO DE CONSCIÊNCIA NA NO CONTO A MARCA NA PAREDE DE VIRGINIA WOOLF O artigo tem por objeto trabalhar o fluxo da consciência no conto “A marca na parede” (1917), de Virgínia Woolf. Uma técnica narrativa que apresenta a consciência do personagem através de um discurso internalizado ao instante que proporciona um vagar pelas impressões da mente de seus personagens, permitindo um exame profundo de seus processos mentais. A pesquisa investigará a forma pela qual se constrói o movimento desse fluxo na obra de Woolf. Para fundamentar este trabalho, teremos como apoio o pensamento teórico de Alfredo Carvalho (1981), Humprhey (1976), dentre outros. Buscaremos estimular a releitura do conto woolfiniano, apontando a relevância do estudo dessa corrente de consciência que leva o leitor a uma viagem na mente humana. Palavras-chave:Woolf, Conto, Fluxo de consciência. Geórgia Gardênia Brito Cavalcante UFC A VIDA EM PALAVRAS: A LITERATURA DE MARGARIDA SABÓIA DE CARVALHO O presente trabalho tem como objetivo discorrer acerca da literatura de Margarida Sabóia de Carvalho (19051975), tomando como referência para os nossos estudos seus dois livros publicados. Referimo-nos às obras A vida em contos, de 1964 e seu livro de crônicas publicado postumamente em 1976, denominado Crônicas. A literatura de Margarida Sabóia de Carvalho, exercida com mestria tanto no conto quanto na crônica se insere no âmbito das grandes obras publicadas no Ceará. Como embasamento teórico para o desenvolvimento da pesquisa que agora apresentamos, recorremos aos estudos de Azevedo (1976), Candido (1992), Sá (1997) e Gotlib (2007). Palavras-chave:Literatura, Narrativas, Margarida Sabóia de Carvalho. Geuvana Vieira de Oliveira Unimontes FIGURAÇÃO FEMININA NAS CRÔNICAS CAFÉ DA MANHÃ, DE DINAH SILVEIRA QUEIROZ 54 O presente estudo tem como objetivo analisar a figuração feminina nas crônicas de Dinah Silveira de Queiroz, reunidas no livro Café da Manhã. O texto tratar-se-á de um recorte das crônicas da primeira parte do livro intilulada, “Manhãs do Rio”, com o intuito de verificar como a autora representa a mulher de seu tempo, e tece impressões a respeito da subjugação feminina e da violência masculina. Serão observadas nesses textos as opiniões críticas da escritora, que se trata de uma mulher culta e letrada engajada a respeito da repressão psicológica e das agressões sofridas pelas mulheres.O objetivo é frisar a maneira como a mulher da primeira metade do século XX era dominada pela imposição de todo um contexto sócio cultural. Palavras-chave:Figuração,Feminina,Crônicas. Gisele Pereira de Oliveira UNESP CECÍLIA MEIRELES E O FEMININO EM PROSA E POESIA Dentre os diversos aspectos aos quais se dedicam a crítica da prosa e poesia cecilianos, raramente se encontra o tema do feminino. Apesar dessa ausência de estudos desse cunho voltados à extensa obra da poetisa, isso não significa que o motivo em questão não tenha ganhado a atenção e o fôlego da Cecília. De fato, há diversos poemas e crônicas que falam das mulheres, especialmente as do seu tempo (início e meados do século XX). O objetivo deste trabalho é apresentar um panorama da temática do feminino na escrita da Cecília com vistas a auxiliar a preencher esta lacuna na crítica de sua produção e lançar luz sobre sua visão da mulher a partir de sua voz feminina de extrema importância na literatura de expressão em língua portuguesa. Palavras-chave: Cecília Meireles,Poesia,Crônica,Feminino, Mulher. Graciele Batista Gonzaga UFMG DA TRADIÇÃO A TRANSGRESSÃO: UMA LEITURA DO IMAGINÁRIO FEMININO EM EUGÈNIA E SILVINA, DE AGUSTINA BESSA-LUÍS A partir da leitura do romanceEugénia e Silvina, de Agustina Bessa-Luis, o presente texto tem como objetivo analisar o paradoxo entre a tradição e a ruptura do feminino na referida narrativa, bem como a transgressão feminina da personagem Silvina e as gerações de Eugénias. O livroEugénia e Silvina foi baseado em uma história verídica que apresenta Portugal e o seu contexto, no início do século XX, através das gerações de mulheres que habitavam a Malhada, assim como a ruptura com os valores sociais portugueses, por meio da inversão de papeis, da tradição familiar, da relação incestuosa e homoerótica entre as protagonistas. Palavras-chave:Feminino, Transgressão, Tradição portuguesa. Hannah Isabel Sousa Aragão Silva UESPI A (DES) CONSTRUÇÃO DO GÊNERO EM “A COR PÚRPURA” O presente artigo apresenta um estudo sobre o romance epistolar “A cor púrpura”, de Alice Walker, tendo como mote, o texto literário, fonte de dados para a análise que se segue. Desse modo, analisamos as mudanças sofridas pelas personagens Celie, no decorrer da narrativa, observando como as relações típicas do gênero masculino e feminino foram (des) construídas no decorrer da narrativa. Palavras-chave: (Des) construção, Gênero, Celie. Helenice Nolasco Queiroz UFMG EXPERIÊNCIA DIASPÓRICA, AGENCIAMENTO E TRANSGRESSÃO EM JASMINE DE BHARATI MUKHERJEE Examinando a construção da identidade de Jasmine, protagonista do romance homônimo da escritora Indiana Bharati Mukherjee, este trabalho procura demonstrar como questões de classe, educação e principalmente gênero marcam a personagem como desprivilegiada tanto na Índia, sua terra natal, como nos Estados Unidos, país para onde imigra. Para defender meu argumento de que Jasmine reage a sua condição e transgride determinadas relações de gênero a partir de sua experiência diaspórica, relaciono meu estudo à argumentação de Friedman de que a vivência de migração abre espaço para disrupções, e faço menção à noção de agenciamento discutida por Hall, Aschcroft e Miller como forma de explicar as atitudes transgressoras de Jasmine. Palavras-chave:Gênero, Diáspora, Agenciamento. Ilane Ferreira Cavalcante IFRN A EROTIZAÇÃO DO FEMININO NA POÉTICA DE LUIS CARLOS GUIMARÃES 55 Este artigo focaliza a representação do feminino a partir da erotização de elementos do cotidiano ao analisar a estrutura temática da obra do poeta norteriograndense Luis Carlos Guimarães. Percebe-se, especificamente, que a erotização desses elementos passa por uma feminização. Toma-se como aporte teórico as discussões promovidas por Octavio Paz, em A Chama dupla (1993), e Georges Bataille em O Erotismo (1997). Observa-se que o feminino se apresenta na poesia de Luis Carlos Guimarães através da representação sensual de frutas ou explicitamente pela descrição do corpo da mulher, e é significativo para a compreensão das inúmeras formas que a sexualidade e mais particularmente a representação de gênero podem ser assumidas no ato poético. Palavras-chave: Erotismo,Poesia,Feminino. Indira Lima Guedes UECE A REPRESENTAÇÃO DAS PERSONAGENS FEMININAS EM MEMORIAL DO CONVENTO, DE JOSÉ SARAMAGO: UMA ABORDAGEM BAKHTINIANA O artigo estuda as formas de representação das personagens que povoam a história portuguesa, sobretudo as femininas, do século XVIII, recontada no livro Memorial do Convento(2010), de José Saramago. Pretende-se discutir a leitura que o autor faz de um período arraigado de fatos omitidos na história oficial e o desvelamento das personagens femininas através de sua crítica à sociedade portuguesa da época. Para tanto, utilizaremos conceitos do Círculo de Bakhtin, como os de entonação e signo ideológico. Assim, analisaremos a influência dessas nas relações expressivo-valorativas que o enunciador estabelece com o conteúdo de seu enunciado e com os sentidos produzidos na tessitura do texto ao ressignificar a figura da mulher. Palavras-chave: José Saramago, Círculo de Bakhtin, Entonação. Isabela Feitosa Lima Garcia UECE UMA LEITURA DO CONTO “A CAÇADA”, DE LYGIA FAGUNDES TELLES Lygia Fagundes Telles é uma das autoras mais premiadas da literatura brasileira, sendo reconhecida principalmente pela escrita de contos, em que se ressalta a representação humana nos centros urbanos e uma abordagem profunda da psicologia feminina. Dessa forma, objetivamos analisar como se deu a construção dos elementos da narrativa no conto “A caçada” (1998), que está inserido no livro Antes do baile verde (1970). Como referencial teórico ao trabalho em questão, utilizaremos as seguintes obras: A personagem de ficção (2009) de Antônio Cândido; O enredo (1986) de Samira Nahid de Mesquita; Lima Barreto e o espaço romanesco (1999) de Osman Lins; O tempo na narrativa (1988) de Benedito Nunes. Palavras-chave: Lygia, A Caçada, Elementos da narrativa. Jakeline Prazeres de Assis UNICAP-PE VIOLÊNCIA SIMBÓLICA CONTRA O FEMININO: DISTORÇÃO DA IDENTIDADE EM A CHAVE DE CASA Este trabalho constitui-se de uma leitura do texto A chave de casa (2008), romance de estreia da escritora Tatiana Salem Levy, sob a ótica da violência simbólica. Assim sendo, desenvolvemos um estudo da obra pautado nas pesquisas sobre gênero, identidade feminina, dominação masculina e patriarcalismo, que nos permitiram entender a relação homem-mulher nas instâncias sociais e psíquicas e, assim, compreender e tecer considerações acerca do desconcerto da identidade como consequências da violência, descritas no texto como enfermidades e dores sofridas e pela narradora do romance. Palavras-chave:Gênero, Identidade, Patriarcalismo. Jardas de Sousa Silva UFC A CONSTRUÇÃO DA PERSONAGEM LOLITA COMO MULHER NA LITERATURA E NO CINEMA Imaginemos uma nova adaptação para o cinema do romance Lolita na contemporaneidade. O que seria esperado pelo público espectador? Que concepções traz o nome Lolita em nosso atual contexto cultural? O presente trabalho se propõe a analisar a contribuição do cinema na representação cultural da personagem Lolita como um vertente da femme fatale. Argumenta-se que as adaptações fílmicas de Stanley Kubrick (1962) e Adrian Lyne (1962) foram relevantes na difusão da imagem da mais célebre protagonista de Vladimir Nabokov como uma garota ingênua e sedutora. Desta forma, a tradução de Lolita para as telas pode nos ajudar a entender como a relação mulher e o ato de seduzir ainda são fortemente ligados tanto no romance como no cinema moderno. Palavras-chave: Lolita, Mulher, Cinema. José de Paiva dos Santos UFMG “GEOGRAFIAS RACIAIS NO ROMANCE OUR NIG, DE HARRIETE. A. WILSON” 56 Our Nig (1859), de Harriet Wilson, é considerado o primeiro romance escrito e publicado por uma mulher afrodescendente nos Estados Unidos. O romance narra os confrontos raciais da mulata Frado, na Nova Inglaterra, região tida como liberal e berço de ideais abolicionistas. Esta comunicação objetiva examinar as estratégias de desmistificação do norte como o recanto de ideais igualitários. Tendo como apoio teórico conceitos oriundos da Geografia Humana, Marxismo e Feminismo, a comunicação se concentrará no modo como o romance tematiza e expõe ideologias formadoras e mantenedoras de espaços racializados. Examinará, por exemplo, o espaço doméstico vis a vis o espaço público, o espaço capitalista, o espaço sagrado e o do letramento. Palavras-chave: Espaço, Raça, Ficção. José Leite de Oliveira Junior UFC GÊNERO E ALIENAÇÃO EM LUZIA-HOMEM O romance Luzia-Homem, de Domingos Olímpio (1903), apresenta um painel dos mais significativos acerca da representação do gênero. A presente análise procura estabelecer um quadro sobre as formas de alienação ligadas à representação do gênero. Toma-se como categoria analítica a alienação, esta sob o viés marxista. Para Marx e Engels, a primeira escravidão se efetiva do domínio do homem sobre a mulher, em função de como se dividiu o trabalho, apresentado no romance com sugestões metafóricas infernais. A singularidade de Luzia é relativa, representativa de um número expressivo de jovens sertanejas arregimentadas nas frentes de serviço com que se preparavam as condições necessárias ao desenvolvimento do capital no meio rural nordestino. Palavras-chave: Representação do gênero no romance Alienação Trabalho José Vilian Mangueira UERN EDNA PONTELLIER X ADÈLE RATIGNOLLE: MODELOS DO FEMININO EM THE AWAKENING O presente trabalho pretende analisar o romance The awakening, de Kate Chopin, dando destaque a dois modelos femininos presentes na obra. Tomando como base os estudos de Virginia Woolf que identificam o modelo do “Anjo do lar” e os discursos da crítica feminista sobre “The New Woman”, procuramos identificar na personagem Adèle Ratignolle o ideal do feminino construído pelo sistema patriarcal e na protagonista Edna Pontellier uma nova figura do feminino que foge de um padrão sedimentado pela sociedade retratada na narrativa. A análise do romance mostrará o modo como a sociedade patriarcal preza um modelo e despreza o outro, identificando como regra para mulher uma posição de passividade e nulidade. Palavras-chave: Representações de gênero, Crítica feminista, Kate Chopin. Josefina Ferreira Gomes de Lima UESPI POLIFONIA, DIALOGISMO E PLURIDISCURSIVIDADE EM MUNDOS DE EUFRÁSIA: A HISTÓRIA DO AMOR ENTRE A INCRÍVEL EUFRÁSIA TEIXEIRA LEITE E O NOTÁVEL JOAQUIM NABUCO, DE CLAUDIA LAGE A análise da obra Mundos de Eufrásia: a história do amor entre a incrível Eufrásia Teixeira Leite e o notável Joaquim Nabuco, busca, à luz dos conceitos de Mikhail Bakhtin, compreender o processo de inserção do discurso alheio na narrativa. É um romance contemporâneo e pluridiscursivo que conta a história de uma mulher que vive à frente de seu tempo porque consegue transgredir as leis ditadas pelos homens, entre elas, o casamento arranjado. É objetivo deste artigo investigar como se dá construção híbrida no romance, destacando a inserção do discurso alheio na narrativa, sobretudo, no entrecruzamento desses discursos. Palavras-chave: Discurso alheio, Hibridização,Polifonia. Juliana Bonilha Nunes IFSULDEMINAS A REVISTA FEMININA (1915-1936): CONSIDERAÇÕES SOBRE LITERATURA Neste trabalho procura-se demonstrar a presença feminina na Revista Feminina durante o início do século XX. Mostrar-se-á que este periódico paulista, mas de abrangência nacional, destinado não só à mulher, mas à família brasileira, reflete um panorama de transformações que ilustra a mistura entre tradição e modernidade de seu período. Procurar-se-á mostrar quais foram os intuitos e ideais da fundadora Virgilina de Souza Salles ao criar o periódico. A partir da observação das características da Revista, serão abordados os principais intuitos do periódico, que foram a publicação de textos literários para a mulher e a abertura para a publicação de textos literários elaborados pelas leitoras do periódico. Palavras-chave: Revista Feminina, século XX,Periódico brasileiro. Juliana Braga Guedes UFC 57 A TEMPORALIDADE EM A RESTANTE VIDA, DE MARIA GABRIELA LLANSOL A comunicação far-se-á, em torno da obra, da autora contemporânea, Maria Gabriela Llansol, intitulada A Restante Vida e componente da trilogia Geografia de Rebeldes. A proposta apresentará, uma nova forma de apreender, o tempo da narrativa na obra literária. Para tal, convidamos para dialogar, com o texto llansoliano, o pensador francês, Paul Ricouer, o crítico brasileiro, Benedito Nunes e a escritora, Maria João Cantinho. Com esses autores, mostraremos um contraponto entre a historiografia tradicional e a liberdade ficcional da escritora portuguesa. Assim, problematizaremos a categoria tempo, em um processo sutil de desconstrução das amarras canônicas da narrativa. Por fim, a análise terá como centro, a escrita de Llansol, para uma leitura mais polissêmica das instâncias temporais. Palavras-chave: Tempo, Narrativa, Escrita. Jurema da Silva Araújo UESPI CARTOGRAFIAS SENTIMENTAIS: O SERTÃO PRÓPRIO DE ALVINA GAMEIRO Alvina Gameiro (1917-1999) nasceu em Oeiras, morou com a família no centro comercial de Teresina e produziu boa parte de suas obras no Ceará. Formou-se pela Escola Nacional de Belas-Artes, graduou-se pela Universidade de Colúmbia, NY-USA e fez vários cursos universitários: Escola Nacional da Bahia (ENBA) e National School, Los Angeles. Mas, apesar do contato com todas essas culturas citadinas, a escritora se mostra cativa de um lugar: o sertão piauiense. Em A Vela e o Temporal (1996)eO Vale das Açucenas (s.d.), corpus deste estudo,a autora nos mostra um sertão próprio. A ideia aqui defendida tem apoio especialmente em Durval Muniz de Albuquerque Junior (2011) para quem o nordeste é mais que uma região: ele é uma construção discursiva. Palavras-chave: Literatura, Sertão, Alvina Gameiro. Karina de Almeida Calado PUC Minas O DIÁLOGO ENTRE A POESIA DE ODETE SEMEDO E O REGISTRO FOTOGRÁFICO NA CONSTRUÇÃO DAS MEMÓRIAS DA GUERRA DA GUINÉ-BISSAU, ENTRE 1998 E 1999 Este artigo analisa o testemunho poético da guerra da Guiné-Bissau, entre 1998 e 1999, presente no livro No Fundo do Canto, de Odete Semedo, comparando-o a fotografias desse momento histórico. Objetiva-se discutir a forma como essas duas linguagens, ao dialogarem entre si, “capturam” esse período do País. Nessa obra, a autora se coloca como mensageira da nação, tecendo uma escrita que busca registrar o caos e marcar o seu olhar poético sobre os horrores da guerra. A discussão é ancorada em estudos de Barthes (2005), de que podemos refletir, na poesia e na fotografia, o efeito do “isso foi”; e de Huyssen (2000), que aborda a paixão pela memória e como as práticas dessa memória podem trazer à tona “outras memórias”. Palavras-chaves: Odete Semedo, Poesia, Fotografia. Kelen Benfenatti Paiva IF Sudeste-MG A ESCRITA DE SI: UM JOGO DE CENA NO ARQUIVO Se buscarmos a escrita de si nos arquivos pessoais de escritores, encontraremos seu registro em distintos suportes, em fotografias, agendas, manuscritos, nas margens de livros, recortes de jornais, cartas, desenhos, objetos pessoais e de arte e em muitos outros “corpos” que habitam esse espaço. É em busca dessa inscrição de si que a presente comunicação propõe discutir o caráter autobiográfico na construção do arquivo e o ato autoral que envolve esta construção. Para tanto, buscou-se nos documentos de arquivo da escritora e atriz Maria Lysia Corrêa de Araújo alocados na UFSJ a materialização da escrita de si, discutindo, sobretudo, o caráter espetacular e performático desse ato e desse lugar de memória. Palavras-chave:Escrita de si, Arquivo, Maria Lysia Corrêa de Araújo. Keila Vieira de Sousa UC-Portugal DIÁRIOS DE EMÍLIA BRAVO, DE MARIA JUDITE DE CARVALHO (1920-1998) Maria Judite de Carvalho, escritora portuguesa, publicou, sob o pseudônimo de Emília Bravo, “O Diário de uma dona de casa”, entre 1970-1974, no Suplemento Mulheres do jornal Diário de Lisboa. Em 2002, os textos foram reunidos por Ruth Navas em livro, Diários de Emília Bravo.Ao intitular sua escrita como “diário”, Maria Judite de Carvalho estabelece um pacto com seu leitor de confidências. Estaproposta pretende analisar imagens da mulher portuguesa, na década de 1970,presentes em Diários de Emília Bravo, uma vez quea sua leitura oferece interesse, à medida que pode se lido sob dois ou mais ângulos, ou seja, como escrita de si, relacionada à escrita de acontecimentos e de fatos que aconteceram a quem escreve; e como a escrita sobre o outro, relacionada aos comentários cotidianos. 58 Palavras-chave: Maria Judite de Carvalho, Diário,Mulher. Keyle Samara Ferreira de Souza UESPI RACHEL DE QUEIROZ: PRESENÇA FEMININA NA LITERATURA E NA IMPRENSA Este artigo faz uma análise da presença de Rachel de Queiroz na Literatura e na Imprensa. Nesse contexto, identifica-se a crônica como intersecção entre o jornal e a literatura. Rachel de Queiroz alcançou reconhecimento nacional na literatura e na imprensa pelos seus romances e crônicas. Após a leitura de crônicas publicadas nos anos de 1970 em O Cruzeiro e n’O Povoverifica-se características na crônica racheliana, como: imbricação dos discursos jornalístico, literário, histórico, político e feminino; representações de memória, cotidiano, identidades múltiplas da mulher, do sertão, do Rio de Janeiro; tudo num tom de conversa amistosa, crítica e bem humorada, persuadindo o leitor a refletir. Palavras-chave:Imprensa e Literatura, Crônica, Rachel de Queiroz. Laila Azevedo UFAM THE LOVELY BONES - A NARRATIVA DE ALICE SEBOLD A temática da comunicação está baseada no livro The Lovely Bones(2002) da autora americana Alice Sebold e abordará a perspectiva do ser humano em relação a perda de um ente querido e a forma de narrativa póstuma escolhida pela autora para descrever a consciência de existência em relação a vida e a morte. Analisaremos de forma breve a escolha de narrativa da autora na qual transforma a personagem principal como narradoratestemunha dos eventos posteriores à sua morte. Palavras-chave:Perda, Narrativa, Literatura. Laile Ribeiro de Abreu UFMG A TRAJETÓRIA DE RACHEL DE QUEIROZ NA IMPRENSA BRASILEIRA Rachel de Queiroz, em 1928, inicia sua atividade de escritora renomada para o jornal O Ceará. Em 1945, tornase cronista oficial da “Última página” da revista O Cruzeiro, permanecendo até 1975, ano em que a revista deixou de ser editada. Sua carreira jornalística não termina por aí. A autora permanece produzindo intensamente, chegando a publicar mais de três mil crônicas, em setenta e sete anos de escrita literária. Embora tenha se tornado exímia escritora do gênero crônica, Rachel de Queiroz ainda não mereceu a devida atenção dos estudos acadêmicos e críticos. Dessa forma, o objetivo dessa comunicação será apresentar um estudo da trajetória de sucesso da autora cearense pela imprensa brasileira. Palavras-chave:Rachel de Queiroz, Literatura,Imprensa. Larissa Cristina Viana Lopes AS SEMELHANÇAS NOS PERFIS FEMININOS DE CAPITU (DOM CASMURRO) E MADALENA (SÃO BERNARDO) Rachel de Queiroz, em 1928, inicia sua atividade de escritora renomada para o jornal O Ceará. Em 1945, tornase cronista oficial da “Última página” da revista O Cruzeiro, permanecendo até 1975, ano em que a revista deixou de ser editada. Sua carreira jornalística não termina por aí. A autora permanece produzindo intensamente, chegando a publicar mais de três mil crônicas, em setenta e sete anos de escrita literária. Embora tenha se tornado exímia escritora do gênero crônica, Rachel de Queiroz ainda não mereceu a devida atenção dos estudos acadêmicos e críticos. Dessa forma, o objetivo dessa comunicação será apresentar um estudo da trajetória de sucesso da autora cearense pela imprensa brasileira. Palavras-chave:Rachel de Queiroz, Literatura,Imprensa. Leticia Freitas Alves UFC AS RELAÇÕES DE CLITEMNESTRA COM AS DEMAIS PERSONAGENS FEMININAS NA PEÇA AGAMÊMNON DE SÊNECA Examinando a peça Agamêmnon de Sêneca, o presente trabalho tem como objetivo estudar as relações sociais travadas entre Clitemnestra, rainha argiva, e outras três personagens, a ama, Cassandra e Electra. Tal estudo mostra-se relevante por duas razões maiores: primeiro, permite uma análise dialógica entre duas sociedades, a grega clássica e a romana imperial, pois as personagens são gregas, mas a peça foi escrita em Roma; segundo, permite uma análise de relações entre extratos da sociedade (grega ou romana?), entre a rainha protagonista e mulheres de camadas sociais diferentes. Assim, ao investigar como Sêneca trabalha esse diálogo 59 entre duas sociedades e as relações entre essas mulheres, esperamos fornecer uma boa contribuição aos estudos de gênero na literatura e aos estudos clássicos. Palavras-chave:Clitemnestra, Mulher, Relações sociais. Liduína Maria Vieira Fernandes UECE A DRAMATURGIA DE RACHEL DE QUEIROZ Além de ter publicado romances, crônicas, poesias e literatura infanto-juvenil a escritora cearense Rachel de Queiroz presenteou o público leitor com dois textos para o teatro: Lampião (1953) e A Beata Maria do Egito (1957). Essas narrativas dramáticas apresentam algumas características que são constantes na ficção da escritora, como por exemplo: personagens femininas fortes e transgressoras das ordens vigentes, temática da seca, do cangaço, do amor, da solidão e do sertão. Portanto, o objetivo deste trabalho, além de evidenciar as questões essenciais à narrativa, é investigar os conceitos de ‘ação dramática’ e ‘conflito’ presentes nos textos supracitados. Palavras-chave:Rachel de Queiroz,Teatro,Ação, Conflito. Lígia Maria Thomaz Bastos UESPI A VISIBILIDADE DA MULHER EM “I LOVE MY HUSBAND” DE NÉLIDA PIÑON Este artigo é uma análise do conto “I love my husband”, de Nélida Piñon, que a partir de importantes pressupostos teóricos tais como: Lúcia Castelo Branco, Peter Burke, Marina Colasanti, Lúcia Zolin, Helena Confortin, apresenta a posição da mulher quanto às identidades, no que diz respeito à sua visibilidade social, sua condição e ao lugar que ocupa. A autora se apropriou do conto – gênero literário que segundo (SOARES: 2009, p. 54), “elimina as análises minuciosas, complicações do enredo e delimita fortemente o tempo e o espaço”. A linguagem da autora causa estranhamento aos padrões estabelecidos, mostrando a situação da mulher vivenciando os padrões do século XX. Palavras-chave:Identidade, Visibilidade, Mulher. Lílian Almeida de Oliveira Lima PUCRS AS MENINAS DE HELENA PARENTE CUNHA – ENQUADRAMENTOS DE GÊNERO NA INFÂNCIA Analisar as meninas do romance Claras Manhãs de Barra Clara, de Helena Parente Cunha, considerando que os aprendizados de gênero começam a ser transmitidos durante a infância, é o objetivo deste trabalho. É nessa fase que os adultos empenham-se em estabelecer as bases de crescimento e desenvolvimentos das crianças. A “formação” costuma vir sobrecarregada de formatos e modelos que elas devem aprender e adequar-se. É neste momento que os enquadramentos de gênero são disseminados, que as vozes castradoras impregnam-se nas meninas, contribuindo para a manutenção dos paradigmas hegemônicos a que, mais tarde, elas podem estar enredadas. Na base teórica a contribuição de Judith Butler, Sílvia Arend, Rita Terezinha Schmidt, entre outras. Palavras-chave:Helena Parente Cunha,Gênero,Infância. Lilian Barbosa UNESPI/Assis SILVINA OCAMPO: A EQUIDISTÂNCIA ENTRE O PERIFÉRICO E O CENTRO Prosadora, poeta e tradutora a obra de Silvina Ocampo faz parte do período histórico compreendido como Boom hispano-americano. Por seu nome não se coadunar com o referencial crítico que trata do período, proporemos realizar uma leitura que recupere e revalorize a escrita de Ocampo. Analisaremos, assim, o adentramento nas estruturas do fantástico. Nesse sentido, trataremos de alguns contos que privilegiem os elementos concernentes à ruptura com o cotidiano e às características psicológicas interligadas ao fantástico. Nosso intuito é o de revisitar a autora de modo a resgatar seus qualificativos estéticos obnubilados pela crítica. Palavras-chave:Silvina Ocampo, Literatura hispano-americana, Narrativa fantástica. Lívia Maria Rosa Soares UESPI CONFIGURAÇÕES DE GÊNERO NOS CONTOS INFANTO-JUVENIS DE MARINA COLASANTI Entender como as representações da identidade feminina se configuram em obras infanto-juvenis da escritora Marina Colasanti é o objetivo deste trabalho. Propondo uma análise das relações de poder, a recusa de submissão das personagens e a quebra da dominação masculina nos contos “A moça tecelã” e “Além do bastidor”, veremos como através da linguagem simbólica, é possível o aguçamento dos sentidos e a visualização de outras 60 compreensões de mundo, alicerçada nas reflexões a partir das teorias feministas, buscaremos analisar como essas ideias se correlacionam com a literatura infanto-juvenil. Palavras-chave: Marina Colasanti, Literatura infanto-juvenil, Relações de poder. Lorena Sales dos Santos O BILDUNGSROMAN PÓS-COLONIAL E AS DIÁSPORAS DE PONCIÁ VICÊNCIO O Bildungsroman Pós-colonial pressupõe uma alteração dos padrões narrativos e ideológicos associados ao seu gênero literário tradicional. Para tanto,introduz inovações formais e temáticas que adaptam esse gênero à realidade das ex-colônias, opondo-se a uma ideologia imperialista sedimentada.Apresentar a trajetória de Ponciá Vicêncio, do romance homônimo de Conceição Evaristo, de 2003, como pertencente à variável pós-colonial do Bildungsroman é o propósito de minha comunicação que analisará a trajetória de Ponciá da infância à vida adulta, dando ênfase às questões identitárias conectadas à origem diaspórica e seu movimentar-se e imobilizar-se frente ao mundo. Palavras-chave:Bildungsroman,Pós-colonialismo, Gênero. Luciana Calado Deplagne UFPB MÍSTICA DO AMOR E DO EROTISMO: ADÉLIA PRADO E AS TROVADORAS DE DEUS Nossa comunicação objetiva analisar a poética de Adélia Prado como eco das vozes místicas das trovadoras de Deus (Épiney-Burgard, Brunn, 1988) que através de uma enunciação marcadamente feminina expressaram em seus escritos manifestações do sagrado e da mística erótica. A partir da análise de poemas das obras Oráculos de Maio(1999) e Pelicano(1988), buscaremos estabelecer diálogos com textos das místicas medievais Hildegarda de Bingen, Hadewich de Amberes e Margarida Porète, inserindo Adélia Prado na genealogia de escritoras que subverteram ao mesmo tempo o código do amor cortês e a prática espiritual na relação com o divino. Palavras-chave:Mística erótica, Amor cortês, Adélia Prado. Luciana de Santana Fernandes Governo do Estado de Pernambuco e Prefeitura da Cidade do Recife PERFIS DE MULHERES NA OBRA DE MARIA RIBEIRO Perfis de mulheres na obra de Maria Ribeiro é uma proposta de trabalho a ser apresentada sob o eixo Escritoras dos séculos XVIII e XIX, na qual analisaremos criticamente os perfis femininos, em Cancros sociais (1866), de Maria Ribeiro, dramaturga brasileira oitocentista. O drama traz à cena a mulher escrava, Marta, comprada pelo próprio filho; a mulher desquitada, Matilde, rejeitada socialmente; e Paulina, tradicional mãe de família. Para este estudo, nos ancoramos numa perspectiva teórica interdisciplinar, pela qual dialogamos com o discurso histórico, sociológico e antropológico, entre outras áreas das Humanidades. Palavras-chave:Teatro, Mulher, Drama. Luciane Silva Navarro UEPG PARALELOS: O SIMULACRO DA ESCRITA DE SI NA REVISTA SOU MAIS EU E O ‘EU’ FEMININO AUTÊNTICO NA BLOGOSFERA Em 2006, aRevista Sou Mais Eu foi lançada pela Abril como contraponto à grande imprensa feminina. Formulada por ‘leitoras-produtoras’ pertencentes às classes C e D, os textos, mantidos em primeira pessoa, constituem o simulacro da inclusão e da autoria. Diante disso, questiona-se a legitimidade da voz feminina subalterna representada, visto que ela se dá a partir da moldura estereotipante de uma imprensa grafo e androcêntrica. As narrativas de si publicadas são analisadas em paralelo com os textos que mulheres (entrevistadas pela revista) veiculam em seus blogs. Problematiza-se o empoderamento feminino a partir de uma linguagem autêntica veiculada na internet em contraponto ao simulacro da visibilidade na mídia impressa tradicional. Palavras-chave:Subalternidade, Representação,Imprensa. Marcela Ribeiro UFRN DE EDUCAÇÃO SENTIMENTAL AO CADERNO-GOIABADA: INTERFACES DO FEMININO Seguindo uma linha cronológica, temos, em uma ponta, a escritora portuguesa Maria Teresa Horta, que surge no cenário literário dos anos 60 com palavras sensuais e transgressivas, fundando, juntamente com outras representantes, um espaço para a voz feminina e feminista. No outro lado da linha, temos Nina Rizzi, poeta brasileira conhecida no espaço cibernético e que neste dá continuidade a voz feminina e feminista iniciada por Teresa Horta. Separadas cronologicamente, as duas poetas abordam temáticas da voz feminina em suas obras, e 61 aqui, unindo a ponta do novelo cronológico, pretende-se empreender um estudo comparativo entre as obras das duas autoras, em destaque Educação sentimental (1975), de Maria Teresa Horta, e caderno-goiabada, de Nina Rizzi, publicado em plaquete. Palavras-chave: Literatura comparada,Literatura feminina,Identidade. Marcelo Pereira Machado UFJF O SIGNO “CASA” COMO ELEMENTO DE TRANSGRESSÃO, EM NÉLIDA PIÑON E HILDA HILST O texto I love my husband, de Nélida Piñon, e A Obscena Senhora D, de Hilda Hilst, propõem aos leitores um olhar inovador para o ambiente doméstico, pois fazem desse espaço uma oportunidade de revisão de valores. Tanto em Piñon quanto em Hilst encontraremos uma mulher que de modo altamente irônico subverte posições cristalizadas que aprisionam o feminino. A perspectiva das escritoras permite que haja uma ressingularização sobre os papéis femininos e masculinos e sobre o próprio entendimento do que seja o doméstico. Desse modo, os textos ensejam uma redefinição ecológica, se compreendermos ecologia como um mecanismo de interligação entre o humano e o não humano. Palavras-chave:Casa, Transgressão, Ecológico. Márcia de Almeida UFJF "VOCÊ SERÁ A NOSSA CANTORA.": A MEMÓRIA COLONIAL ITALIANA PELA VOZ FEMININA CONTEMPORÂNEA Este trabalho objetiva analisar, sob a perspectiva de gênero e com base nos estudos pós-coloniais, a recuperação da memória da campanha colonial italiana na Etiópia, proposta pela escritora ítalo-etíope Gabriella Ghermandi, em seu romance Regina di fiori e di perle. Palavras-chave:Autoria feminina, Literatura italiana, Contemporaneidade. Márcia Maria Oliveira Silva UFPE O PODER DA SEXUALIDADE COMO FORMA DE RESISTÊNCIA: A DESCONSTRUÇÃO DE VALORES NA OBRA DE JAMAICA KINCAID Nosso objetivo é analisar a obra da escritora caribenha Jamaica Kincaid levando em consideração a busca por libertação feminina proposta pelos romances ‘Lucy’ (1990) e ‘The Autobiography of My Mother’ (1996). O desejo por libertação passa pela descolonização do corpo e da mente; para isso as protagonistas Lucy e Xuela necessitam desenvolver uma identidade pautada na desconstrução dos valores patriarcais que encaram o prazer feminino como tabu. O uso do corpo e da sensualidade como uma atitude livre aparece nas narrativas analisadas como uma tentativa de ter direito sobre si, sobre suas escolhas e sobre sua história. Palavras-chave: Jamaica Kincaid, Sensualidade, Sexualidade. Marcos Antônio Alexandre FALE/UFMG ESCREVIVÊNCIAS POÉTICAS: CONCEIÇÃO EVARISTO, CRISTIANE SOBRAL E SHIRLEY CAMPBEL BARR A poesia tem sido utilizada, através dos séculos, como instrumento utilizado por autores para trazer à discussão suas subjetividades e, muitas vezes, a leitura de temas voltados para os seus lugares de enunciação. Assim, o objetivo desta comunicação é, a partir das tessituras poéticas de Conceição Evaristo, Cristiane Sobral e Shirley Campbel Barr, refletir sobre suas escrevivências, que nos permitem pensar as relações das identidades e das memórias femininas. Palavras-chave:Conceição Evaristo, Cristiane Sobral, Shirley Campbel Barr. Margarete Solange Moraes UERN DESIGUALDADES DE GÊNERO: A CONSTRUÇÃO SOCIAL DO FEMININO E DO MASCULINO NO CONTO UMA GALINHA DE CLARICE LISPECTOR O conto Uma Galinha retrata a desigualdade de gênero, mostrando a posição privilegiada do homem em relação à mulher cuja existência é confinada ao espaço doméstico com finalidade de servir no seio familiar. Com base nos autores Bourdieu (2002), Soares (2006), Zolin (2009) dentre outros, objetiva-se analisar a construção social do feminino e do masculino no referido conto de Clarice Lispector com finalidade de evidenciar a desigualdade de gênero sob a ótica da sociedade dos anos 60. Nessa narrativa irônica, na qual triunfa a soberania masculina, a protagonista se rebela e tenta fugir do seu destino. Consegue o status de rainha do lar, porém seu reinado se limita ao espaço cozinha-terraço onde se concentra a maioria dos afazeres domésticos. 62 Palavras-chave: Desigualdade, Gênero, Literatura. Margarida Pontes Timbó UFC A MULHER E ESCRITA DE SI: O OLHAR DA MENINA E AMANTE, RESPECTIVAMENTE NOS ROMANCES, AS TRÊS MARIAS E MEMORIAL DE MARIA MOURA DE RACHEL DE QUEIROZ Este texto engendra um intercâmbio da escrita feminina nos romances As três Marias (1939) e Memorial de Maria Moura (1992) de Rachel de Queiroz. Apoia-se no eixo temático 2do XV Seminário Nacional, VI Seminário Internacional Mulher e Literatura. Os referidos textos literários apresentam linguagens que apontam ora para o relato memorialístico, ora para a complexidade da escrita feminina. Esse conceito associa-se ao registro de marcas do feminino no discurso e na escrita de mulheres, conforme salienta Hélène Cixous (1975), referindo-se à écriture feminine. Fundamentarão os debates Beauvoir (1987), Castello Branco (1991), (2004), Santos (2010) dentre outros. Os caminhos seguidos pela escritora demonstraram peculiaridades da autoria feminina: as figuras femininas protetoras, rememorando a infância e a amante impetuosa. Palavras-Chave: Escrita feminina, Rachel de Queiroz,Narrador. Maria Clediane de Oliveira UERN ESTELA E O PATERNALISMO NO ROMANCE MACHADIANO Nas produções literárias de Machado de Assis é evidente a forma como o autor critica e ironiza a sociedade oitocentista brasileira, desvendando o universo das relações familiares e revelando as máscaras que escondem o comportamento dos seus indivíduos. Partindo dessa perspectiva, o nosso trabalho propõe uma análise da personagem Estela, do romance Iaiá Garcia, procurando mostrar como esta figura feminina, com seu orgulho e um profundo sentimento de dignidade, empreende uma luta para escapar das teias da dependência patriarcal a ponto de casar-se com um velho e pacato funcionário público, abrir mão de sua felicidade ao lado de seu grande amor, Jorge, bem como articular o casamento deste com sua própria enteada. Palavras-chave:Machado de Assis,Paternalismo,Personagem feminina. Maria de Fátima Moreira Peres PUC Minas O CALEIDOSCÓPIO LITERÁRIO DE MALLUH PRAXEDES Esta Comunicação (parte integrante de minha dissertação de mestrado em Literaturas de Língua Portuguesa que irei defender no início do segundo semestre de 2013 na PUC-Minas) propõe um estudo sobre a forma literária e a "mundivivência" feminina nas crônicas publicadas no livro Aquele olhar fora do corpo da escritora mineira Malluh Praxedes. O livro contém 47 crônicas que se desenrolam por meio de diversas temáticas. Mas escolhemos apenas quatro temas por considerarmos que, esses, contemplariam de alguma forma, o universo da escrita da autora, quais sejam: a família, a escrita epistolar, autobiográfica e imagética por meio do detalhamento dos sentidos. Palavras-chave:Mundivivência feminina,Crônica,Autobiografia. Maria Liduína de Araújo AS MOIRAS E EMÍLIA: UMA LEITURA DO DESTINO EM REINAÇÕES DE NARIZINHO, DE MONTEIRO LOBATO De acordo com a Mitologia Grega as Moiras são as responsáveis pela distribuição da sina ou quinhão para os mortais. O referido estudo foi embasado em algumas questões advindas de pesquisas desenvolvidas sobre a obra Reinações de Narizinho (1931), de Monteiro Lobato (1882-1948), em que foi formulada a noção da não aceitação do destino. Emília, a boneca de pano, é a personagem responsável por essa desobediência e iniciadora da saga contra o preestabelecido(destino). Assim, por não querer seguir as normas, que impedem a criatividade das pessoas, Emília, em Reinações de Narizinho, desenvolve o papel de personagem crítica, a fim de driblar as barreiras do destino, tornando-o mutável através de sua criatividade e astúcia contra as Moiras. Palavras-chave:Moiras, Emília, Destino. Maria do Socorro Pinheiro UEPB GILKA MACHADO E MARILENA FELINTO: O CORPO EM VOLÚPIA As discussões sobre corpo, realizadas por sociólogos, antropólogos, feministas, filósofos, como Castello Branco (1989), Xavier (2007) Badinter (1993), Paglia (1992), entre outros, revelam a importância dessa temática no âmbito social e político, a qual pode nos ajudar a compreender as relações entre corpo e mulher. Pretende-se neste trabalho discutir como o corpo está configurado na poesia de Gilka Machado e no romance Obsceno 63 abandono: amor e perda, de Marilena Felinto. Ambas evidenciam o corpo sob prismas diferentes, focalizando a idealização e a devastação feminina. Nesse sentido, nos interessa saber não apenas o lugar que o corpo feminino assume, mas como vive as sensações, as pulsões libidinosas e como é visto em ação, sob a força de Eros. Palavras-chave:Poesia, Corpo, Desejo. Maria Edileuza da Costa UERN A IDEALIZAÇÃO DE NÍSIA FLORESTA NA CONSTRUÇÃO DO FEMININO O papel da mulher na sociedade começou a mudar a partir da Revolução Francesa, pelo próprio lema da Revolução: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Para a construção do feminino e a formação do sujeito mulher na obra de Nísia Floresta, a Revolução Francesa tem também grande relevância, pois torna-se o ponto de partida de sua obra Direito das Mulheres e Injustiça dos Homens, tradução livre dos escritos de Mary Wollstonecraft. A idealização do feminino na visão de Nísia é na verdade, uma denuncia da exclusão do gênero feminino. Palavras-chave:Feminino, Nísia Floresta, Construção. Maria Edna Silva Pereira Oliveira Centro de Ensino Médio César Marques AS FACES DO GÊNERO EM,OS MISTÉRIOS DO CASTELO, DE LILI CASTELO BRANCO As faces do gênero constitui-se uma análise em torno da questão do gênero, mediante o contexto histórico cultural presente no corpus,Os Mistérios do Castelo, da autora piauiense Lili Castelo Branco.A leitura se encaminhará na perspectiva de se verificar como o masculino e o feminino são representados na obra. Para tanto, utilizaremos de teóricos como Bonnicie, Vera Lúcia Pires, Foucalut, Bourdiue, Sagarbiere, Lemaire, Zolin e outros. O resultado da pesquisa revela que as instâncias do gênero se fazem consolidados no modelo social marcado pela violência que se naturaliza socialmente de forma a garantir o funcionamento harmonioso da sociedade vigente. Palavras-chave:Literatura, Violência, Gênero. Maria Eliane Souza da Silva CNPQ POÉSIS DO COTIDIANO E SENTIMENTO DO TRÁGICO A crônica, em Clarice Lispector, determina diante das poiésis cotidianas instauradas pela autora um sentimento do trágico que nos remete às configurações da persona do teatro grego. O corpus eleito reúne o livro de crônicas: A descoberta do mundo (1999). Desse modo, nossa proposta fundamenta-se no campo da filosofia, psicanálise e semiótica, realizadas por Gilles Deleuze e Félix Guattari em seus conceitos de rostidade, territorialidade, desterritorialidade e reterritorialidade. Assim, a escritura clariciana desestrutura crônica, poiésis, mímesis e tragédia, reterritorializando espacialidades estabelecidas pelo arquivo literário, jornalístico e cultural. Palavras-chave:Escritura clariciana, Poiésis, Trágico. Maria Graciele de Lima UFPB TRASPASADA: MÍSTICA E EROTISMO NA POESIA DE TERESA DE JESUS Quase toda a poesia de Teresa de Jesus é exemplo de produção literária místico-erótica, sendo o poema Traspasada um dos mais instigantes. É possível dizer que esse tipo de poesia, repleta de profundos anseios humanos, ainda não foi suficientemente explorado pela crítica. Assim, o objetivo deste artigo é propor uma leitura do referido poema, escrito pela monja carmelita espanhola do século XVI, por meio da discussão sobre o fenômeno místico, à luz dos apontamentos de Velasco (2003) e sobre o erotismo, segundo o parecer de Bataille (2004), descortinando metáforas reveladoras de uma poética viva e inquietante. Palavras-chave:Poesia, Mística, Erotismo. Maria Inês de Moraes Marreco UFMG UMA VERSÃO FEMININA DO FANTÁSTICO EM A RAINHA DO IGNOTO, DE EMÍLIA FREITAS Ao homenagear a escritora nordestina, Emília Freitas (1855-1908), este trabalho objetiva demonstrar a justaposição dos dois termos: “fantástico” e “feminino”, ambos evidentes na literatura atual, mas, dificilmente aproximados. A partir dos temas relacionados à “alma feminina”, expor a situação da mulher na sociedade patriarcal, registrando a transgressão da autora na época, apresentando um espaço idealizado e escondido dos olhares alheios, um espaço possível para a realização, utópica ou não, dos sonhos daquela que deseja se diferenciar. Demonstrar através dos diferentes aspectos da sociedade vigente a necessidade de ocupar espaços, do inconformismo e do falar da situação das mulheres no período, que pouco a pouco galgavam posições. 64 Palavras-chave:Fantástico,Feminino,Libertação. Maria Oliveira de França Fernandes UAB D. GUIDINHA DO POÇO: UMA MULHER "ASSOLUTA" O livro de Manuel de Oliveira Paiva, D. Guidinha do Poço(1953) apresenta uma personagem feminina que escapa ao estereótipo da mulher dominada, submissa, humilhada. Autêntica "donzela-guerreira", nas palavras de Walnice Nogueira Galvão, Guida afronta o poder estabelecido e a moral oficial, amantizando-se com um parente do marido Quinquim e usando o poder econômico para ordenarseu assassinato, a fim de ficar com Secundino. Não escapa, ao narrador, a impunidade do homem que maltrata e assassina a mulher, permanecendo acobertado pelo patriarcalismo reinante. O primeiro presumível executor do Major, contratado por Margarida era, ele próprio, uxoricida sem julgamento. Baseada na leitura de Elódia Xavier, Michel Foucault e Michelle Perrot, apresentamos uma leitura do romance de Oliveira Paiva. Palavras-chave:Mulher, Violência, Patriarcalismo. Maria Sárvia Silva UFC UMA HISTÓRIA DE REPRESSÃO EM “O ESPARTILHO”, DE LYGIA FAGUNDES TELLES Lygia F. Telles apresenta-nos, em sua obra, várias representantes do gênero feminino inseridas em diferentes contextos. No conto “O espartilho”, objeto de análise deste trabalho, encontramos uma série de mulheres que têm seus desejos reprimidos e seu poder de decisão sobre a própria vida usurpado. Nosso objetivo, nesse trabalho, éfocarmos o nosso olhar nas personagens principais do conto acima citado: uma mulher subordinada e conivente com um sistema de valores patriarcais e outra que resolve transgredir as regras desse mesmo sistema. Observando o conceito de violência simbólica e os aspectos sociais, culturais e históricos envolvidos na tessitura do texto fictício, pretendemos explicitar como se dá a construção dessas personagens dentro da narrativa. Palavras-chave: Mulher, Sociedade, Patriarcado. Maria Suely da Costa UEPB MARIA SIERVA E MARGARIDA: PROTÓTIPOS DO FEMININO SOB CONTORNOS MÍTICOS Tendo por foco os aspetos míticos de Lilith, este trabalho objetiva discutir a respeito das personagens femininas dos livros O Seminarista e Do Amor e Outros Demônios. Sob o mitema do “amor proibido”, observa-se que as narrativas pontuam a figura do feminino como uma espécie de espelho retrovisor da história disseminada pela consciência masculina, num jogo de atualização da “figura da mulher demônio”, em função de um sistema patriarcal que assenta e perpetua a imagem da mulher numa visão dúplice: do anjo passivo ou monstro destruidor. Palavras-chave:Mulher, Mito, Literatura. Maria Valdenia da Silva UECE O OLHAR POÉTICO DE CECÍLIA MEIRELES SOBRE O FEMININO O nome de Cecília Meireles se destaca no cenário da literatura brasileira como uma das vozes mais expressivas do século XX. A crítica de seu tempo não soube vê-la na perspectiva plural de sua poética, limitando-a, no geral, a poeta do efêmero. A crítica mais recente, por sua vez, confere-lhe um olhar mais amplo, destacando o viés feminino de seus textos. O presente artigo ratifica este direcionamento na poética ceciliana a partir da análise de três poemas “Miraclara desposada”, “Mulher ao espelho” e “A dona contrariada”. Serão utilizados como referencial teórico textos de Dal Farra (2006), Gouveia (2007; 2008), Bosi (1997; 2003) e outros. Palavras-chave:Cecília Meireles, Poesia, Feminino. Marilene Carlos do Vale Melo UEPB A FIGURA DE CHICA DA SILVA NA FICÇÃO E NA HISTÓRIA O destaque deste trabalho é a figura de Chica da Silva, sua participação na história da época, na sociedade diamantina do século XVIII, ressaltando a questão do poder nas relações de gênero, da inclusão social da mulher negra na sociedade, onde Chica atingiu posição relevo. Tornou-se importante personagem da história, referida, mais tarde, com destaque em obras literárias (romance, poesia, peça teatral), novela de televisão, samba-enredo e no cinema. A partir da leitura desses textos, destacamos a representação de Chica em cada texto literário e, no texto histórico que desmistifica os fatos do imaginário constituídos em torno dela. Palavras-chave:Ficção,História, Chica da Silva. 65 Marília Angélica Braga do Nascimento UFC UMA ANÁLISE DA CONDIÇÃO FEMININA EM A PAIXÃO DEALMEIDA FARIA Este trabalho tem o objetivo de expor e analisar a condição feminina no romance A Paixão, do escritor português Almeida Faria, publicado em 1965. A violência simbólica, conforme concepção de Pierre Bourdieu, figura entre os elementos relevantes presentes na obra. Perceptível nas instituições sociais e em seus agentes, esse mecanismo redunda, entre outros aspectos, em alienação e solidão das personagens, sobretudo das mulheres, representadas por Piedade (a cozinheira), Estela (a empregada de dentro), Marina (a mãe) e Arminda (a filha), que compõem o quadro significativo da imagem feminina na narrativa em foco. Para atingir o escopo proposto, selecionamos vários trechos da obra, os quais analisamos e comentamos, dando ênfase aos aspectos supracitados. Palavras-chave:Mulher, Condição feminina, Violência simbólica. Michelle Vasconcelos Oliveira do Nascimento UFRN REPRESENTAÇÕES FEMININAS NO DIÁRIO E EPISTOLOGRAFIA DO ÚLTIMO ANO DE FLORBELA ESPANCA Antes de a mulher ter acesso à escrita, só se conhecia o sujeito feminino pela voz masculina. O rompimento do silêncio das mulheres permitiu que seu mundo fosse desvelado: “Esses diversos tipos de escritos são infinitamente preciosos porque autorizam a formação de um “eu”. É graças a eles que se ouve o “eu”, a voz das mulheres.” (PERROT, 2008, p. 30). Como os diários e cartas, enquanto escritas do “eu”, remontam a um tempo histórico, contendo não só datações e vestígios do cotidiano do sujeito escritor, mas do contexto em que viveu, o presente artigo objetiva analisar como Florbela Espanca, no diário e na epistolografia, revela o universo íntimo e social feminino de sua época, com a construção de autorrepresentações, identidades e questionamentos e reflexões autoanalíticas. Palavras-chave:Escrita íntima, Florbela Espanca,Autorrepresentação. Midiã Ellen White de Aquino PPgEL/UFRN ALTERIDADE E FEMININO NO CONTO A CONFISSÃO DE LEONTINA, DE LYGIA FAGUNDES TELLES Partindo das concepções dos filósofos Enrique Dussel (1977 e 1995) e Simone de Beauvoir (1967 e 1970) sobre alteridade e feminino na sociedade de domínio patriarcal, o trabalho se propõe a compreender como se estabelecem as relações de alteridade na representação do feminino no conto A Confissão de Leontina (1949), da escritora Lygia Fagundes Telles. Nesse conto, percebe-se na protagonista a representação de uma mulher que se elimina em função do dominador, do homem. No rosto de Leontina reflete-se todo o processo de exclusão tanto social, como humana a qual ela é submetida por ser mulher, pobre e órfã; por isso a personagem é condicionada como Outro, um ser que não é dono de sua história, que é reprimido, logo, negado. Palavras-chave:Alteridade, Feminino, Representação. Moema Carvalho Medeiros UESPI MEMÓRIA E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE, EM INFIEL - A HISTÓRIA DE UMA MULHER QUE DESAFIOU O ISLÃ, DE AYAAN HIRSI ALI O presente estudo objetiva analisar a construção da identidade feminina através da memória de Ayaan Hirsi Ali em seu romance autobiográfico intitulado Infiel – A História de uma Mulher que desafiou o Islã. A memória é evocada por Ali para narrar a sua história, denunciando o modelo opressor das relações de gênero, justificado pela cultura do qual fizera parte, e apresentando a construção de sua identidade fortemente marcada pelo hibridismo cultural. Pretende-se, assim, observar a constituição do sujeito feminino dentro de uma sociedade essencialmente islâmica, os mecanismos de libertação e emancipação deste sujeito e o processo de sua construção identitária relatados através da memória. Palavras-Chave: Construção, Memória, Identidade. Monalisa Valente UNILAB ENTRE AS TRAÇAS E A TINTA, PÁGINAS AMARELADAS, ESCRITOS SUBMERSOS DE MULHERES BAIANAS EM REVIST Os estudos referentes aos textos de autoria feminina possibilitam repensar e reverter o quadro de séculos de dominação, com pesquisas voltadas à visibilidade de mulheres em diversas esferas. Esta comunicação visa apresentar resultado final de pesquisa realizada com apoio do CNPq (2010-12) referente à recuperação e análise de escritos de mulheres baianas publicados em periódicos na década de 1920. Escritoras participaram de 66 discussões pertinentes à arte literária e publicaram em revista. Recuperar essas vozes e ressignificar uma memória subterrânea mediante análise de revistas é imprescindível para dar ressonância em uma história literária ainda excludente de categorias consideradas minoritárias e refletir sobre desdobramentos de discursos cerceadores. Palavras-chave:Escritoras, Revista, Memória. Nadilza Martins de B. Moreira UFPB A DIMENSÃO SIMBÓLICA DA DOMINAÇÃO MASCULINA EM: “A GAIOLA” DE AUGUSTA FARO “A Gaiola” faz parte da contística “A Friagem” de Augusta Faro, cuja 1ª. edição data de 1999, período marcado pelas dificuldades fim seculares atreladas as reflexões críticas, teóricas e antropológicas acerca das relações de poder entre os sexos. As questões sobre a dominação masculina na sociedade continuam em voga, subsidiadas, em grande parte, pelos estudos de Bourdieu acerca do poder e da violência simbólica, nosso objeto de estudo no conto A Gaiola, proposto para o seminário acerca da Mulher e da Literatura. Palavras-chave:Augusta Faro,Dominação masculina,Poder simbólico. Nahete de Alcantara Silva PPGL/UFPB CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE GÊNERO EM A VIÚVA SIMÕES Neste trabalho realizamos a análise do romance A viúva Simões de autoria da escritora oitocentista Julia Lopes de Almeida, abordando a construção da identidade de gênero a partir da viuvez feminina na sociedade patriarcal. Ométodo de análise foi o gesto de interpretação crítica para compreender os artifícios utilizados pela autora ao tratar as questões de gênero no contexto histórico-cultural e literário ao final do século XIX. Os resultados mostrama resistência como decorrente da imanência narrativa e novos significados emergem do texto e contexto da obra. PALAVRAS-CHAVE: Viuvez,Identidade de gênero,Patriarcado. Natália Regina Rocha Serpa UESPI AS VOZES FEMININAS COMO ELEMENTO CONSTITUTIVO DA IDENTIDADE DO LUGAR EM BECOS DA MEMÓRIA E PONCIÁ VICÊNCIO DE CONCEIÇÃO EVARISTO O lugar categoria conceitual que encarna as experiências e aspirações das pessoas, ele é a realidade a ser esclarecida e compreendida sob a perspectiva memórias vivas que lhe dão significado. Em Becos da memória e Ponciá Vicêncio os lugares nos são apresentados de forma memorialísticas, ligados à experiências que ora emergem como individuais, ora com coletivas. A narrativa nos é desvelada de forma circular, onde há por vezes uma recusa da memória em calar-se, por isso a mesma emerge fazendo-se personagem: imperativa, invasora, onipresente. As mulheres construídas por Evaristo são a representação de uma de seres que buscam se perceber como ser-no-mundo. Com muita habilidade a autora entrelaça de forma descontínua vidas passadas e presentes, memória individual e coletiva Palavras-chave:Mulher, Identidade, Lugar. Natália Vasconcelos Rodrigues UFC A REPRESENTAÇÃO DE DIDO E O DISCURSO FEMININO NA ÉPICA E NA ELEGIA O presente trabalho tem como objetivo uma análise da personagem Dido e sua representação na épica de Virgílio, Eneida, e na elegia de Ovídio, Heroides. Dido, rainha de Cartago, depois de uma manipulação divina, é dominada por um amor desmedido por Eneias. O amor é consumado, porém o herói épico a abandona para seguir o seu destino: fundar a nova Troia. As consequências extremas desse abandono são descritas no Canto IV da Eneida. Os versos de Virgílio são recriados por Ovídio para dar voz a uma Dido elegíaca, em uma das cartas de sua obra Heroides, em que Dido escreve seus lamentos a Eneias. As semelhanças e diferenças entre essas representações de Dido serão analisadas, salientando o discurso feminino da personagem. Palavras-chave:Dido, Épica, Elegia. Nathalia Bezerra da Silva Ferreira UECE/FECLESC RACHEL DE QUEIROZ: O FEMININO EM CONSTRUÇÃO A escritora cearense Rachel de Queiroz, ao longo de sua obra, apresenta-nos como característica recorrente a presença do telurismo. A terra ocupa, assim, lugar de destaque na obra da escritora, numa relação quase 67 simbiótica com a mulher, que assume, na maioria das vezes, papel de liderança. Dessa forma, o presente trabalho tem por objetivo analisar a evolução das personagens femininas de Rachel de Queiroz, considerando aspectos da teoria feminista. Para tanto, como base teórica, utilizaremos Protagonista de Rachel de Queiroz: caminhos e descaminhos, de Maria de Lourdes Barbosa (1999) e Teoria feminista e filosofias do homem (1995), de Andrea Nye e os dois volumes de O Segundo Sexo (1949) de Simone de Beauvoir. Palavras-Chave: Telurismo, Gênero, Evolução. Nathalie Sá Cavalcante UFC UM OLHAR GENDRADO SOBRE A PERSONAGEM OPA E SOBRE OUTRAS PERSONAGENS FEMININAS DA OBRA OS RIOS PROFUNDOS, DE ARGUEDAS O presenteartigo caracteriza-se, sobretudo, pela análise da personagem Opa, na obra Os rios profundos (1956), do escritor peruano José Maria Arguedas. Além disso, faz-se uma breve análise acerca das outras personagens femininas presentes na obra. Contudo, para que possamos entender e mesmo realizar as reflexões aqui propostas, torna-se necessário considerar aspectos significativos que circundam a relação entre sexualidade e identidade, sob o viés de Simone de Beauvoir (1949); a violência simbólica, sob a ótiva de Pierre Bourdieu (2001), e a relação demência e desumanização, sob a perspectiva deCastro-Klarén (1973). Palavras-chave:Gênero, Opa, Arguedas. Nefatalin Gonçalves Neto UNESPI/Assis DO FRAGMENTO À CONSTELAÇÃO: O PROCESSO DE ESCRITA EM OS MEUS SENTIMENTOS DE DULCE MARIA CARDOSO A escritora Dulce Maria Cardoso é uma das novas vozes surgidas neste milênio em Portugal. Sua escrita arrojada, diversificada e fragmentaria não passou incólume à crítica literária portuguesa, mas pouco aceita pelos críticos em geral. Partindo desta problemática, nosso intuito é analisar Os meus Sentimentos (2005), para vislumbrar os processos de escrita cardosiano para tentarmos alcançar sua cosmovisão autoral. Pretendemos, com tal texto, sugerir que a escrita literária contemporânea de Portugal, à qual a escritora se insere, não se propõe a produzir um projeto literário, mas está em constante processo de experimentação para avaliar o factual sem colocar o literário em segundo plano. Palavras-chave:Ficção portuguesa contemporânea, Os meus Sentimentos, Dulce Maria Cardoso. Nicia Petreceli Zucolo USP ROMANCE PORTUGUÊS EM PERSPECTIVA: A PROPÓSITO DE LÍDIA JORGE O trabalho pretende apresentar um panorama da obra da escritora portuguesa contemporânea Lídia Jorge, considerando se a sua produção literária pode ser avaliada pelo ponto de vista da pós-modernidade, a partir de obras como O dia dos prodígios, Cais das merendas, A costa dos murmúrios, Notícia da cidade silvestre, A manta do soldado e A noite das mulheres cantoras. No desenvolvimento do trabalho, verificar-se-á a continuidade ou a ruptura com a tradição histórico-memorialística da literatura portuguesa produzida após a Revolução dos Cravos e a presença de temas como a condição da mulher, a Guerra Colonial e os atuais rumos político-sociais do país. Palavras-chave:Pós-modernidade,Condição da mulher, Lídia Jorge. Nivaldo Medeiros Diogenes Colégio Agostiniano São José AS ISABÉIS Com as As Novas Cartas Portuguesas vê-se uma tradição, muito à frente dos limites da produção artística e/ou intelectual de Portugal para o período, posta em xeque. Mesmo porque tal obra sendo o produto do pensamento de mulheres, agentes, então, tem-se um divisor de águas para a literatura e digna de estudos, como o presente aqui pretende ser, uma pequena contribuição dentro de uma possibilidade grandiosa que o livro oferece. Para tanto, a partir do poema Isabel, o universo feminino será melhor observado. Palavras-chave: Literatura Portuguesa, Feminino, As Novas Cartas Portuguesas. Norma Diana Hamilton UnB A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA FEMININA EM CAROLINA MARIA DE JESUS E MARILENE FELINTO Quarto de despejo: diário de uma favelada (1960) de Carolina Maria de Jesus e As Mulheres de Tijucopapo (1982)de Marilene Felinto põem em relevo a angustia e vazio da figura feminina negra. Propõe-se apresentar como as protagonistas, inseridas em contextos sociais adversos e violentos lutam, por meio de discurso de 68 resistência, para subverter as identidades e realidades opressoras lhes impostas por sociedades patriarcais. Pretende-se comentar também sobre a estrutura da narrativa e as modalidades de discurso não-canônicas das obras, que representam igualmente a resistência ao discurso patriarcal e a busca de adquirir a própria voz e expressão feminina, contribuindo para a literatura ginocêntrica (SHOWALTER, 1981). Palavras-chave:Representação da Figura Feminina, Discurso, Resistência. Omar da Silva Lima UFMG A MULHER NEGRA E AS VÁRIAS FACES DA MATERNIDADE A maternidade é um tema que vem despertando, cada vez mais, a curiosidade dos estudiosos da Teoria Literária e Crítica Feminista. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é mostrar como as escritoras afro-brasileiras Conceição Evaristo e Geni Guimarães retratam a maternidade de suas protagonistas – mulheres negras advindas de várias classes sociais – na era contemporânea. O corpus selecionado para as análises à luz dos estudos de gênero é composto pelas obras narrativas Ponciá Vicêncio (2003), Insubmissas lágrimas de mulheres (2011), vários contos inseridos nosCadernos Negros; de autoria de Conceição Evaristo e A dona das folhas (1993) e Leite do peito (2001); de Geni Guimarães. Palavras-chave:Escritoras afro-brasileiras, Mulheres negras, Maternidade. Patrícia Giselia Batista PPGH/UNIMONTES A MULHER E A ESCRITA DE SI: DESAFIOS E CONQUISTAS Essa pesquisa se insere no campo da História Social, e traz algumas reflexões sobre seis autoras de memórias que fazem parte do boom editorial da década de 1970. A escrita de Nazinha Coutinho, Laurita Mourão, Wanda Marchetti, Lucy Balthazar, Laura Octávio e Clotilde Dias, está sendo examinadas em suas estruturas discursivas, a partir do referencial teórico de Representação de Gênero, que busca entender os processos de subjetivação, as formas pelas quais o feminino e o masculino, foram constituídos culturalmente. Objetivamos saber o que falam essas mulheres, de onde e para quem, considerando que possam revelar características de suas resistências e o sistema sociocultural que moldaram suas experiências de vida. Palavras-chave:História, Autoria feminina, Gênero, Representações Sociais. Paula Cristina Ribeiro da Rocha de Morais Cunha UFPB NOVAS CARTAS PORTUGUESAS: UMA ESTÉTICA PÓS-MODERNA Em 1972, Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa publicam Novas cartas portuguesas. Procedimentos como a paródia genolôgica e a instabilidade da instância autoral permitem considerar a obra como devedora de uma estética pós-moderna, tendo em conta que os 120 textos que compõem Novas Cartas não são individualmente identificados pelas autoras, antes assinados pelas três. Este trabalho parte das hipóteses de Linda Hutcheon, em Poética do pós-modernismo, e de suas possibilidades interpretativas para a leitura de Novas cartas portuguesas, já que a tensão entre auto-reflexividade e historicismo a colocam numa posição de liminaridade na história da literatura portuguesa. Palavras-chave:Literatura portuguesa, Novas cartas portuguesas, Pós-modernismo. Pedro Fernandes de Oliveira Neto PPGeL-UFRN/CAPES DESDE O PRINCÍPIO, O FEMININO COMO OBSESSÃO TEMÁTICA EM JOSÉ SARAMAGO Em Claraboia, é visível que José Saramago amplia sua visão no processo de compreensão das identidades femininas. Neste romance, as mulheres estão por toda a parte e são marcadas por traços indeléveis de atuação e personalidade no núcleo familiar a que pertencem. A partir dessa constatação, buscamos analisar a composição e as ações significativas que as legitimam enquanto mulheres e o duplo papel assumido por elas na narrativa, uma vez estarmos ora diante de figuras ativas ora passivas no seu universo de atuação. O encontro com essas personagens realimenta as considerações já perseguidas no nosso estudo Retratos para a construção do feminino na prosa de José Saramago: o de que a figura feminina tem um desempenho significativo na construção romanesca do escritor português. Palavras-chave:Identidade, Feminino, Claraboia. Rachel Santa Fé UnB HERSTORY:METAFICÇÃO HISTORIOGRÁFICA E GÊNERO NA LITERATURA CONTEMPORÂNEA Em meu trabalho,analiso o romance contemporâneo,de autoria da estadunidense Susan Vreeland, The Passion of Artemisia(2002),que (re)constroi a biografia da pintora renascentista Artemísia Gentileschi,cuja obra admirável 69 foi apagada no processo de construção da historiografia tradicional.Combinando elementos ficcionais e factuais,este romance metaficcional historiográfico atravessa e confunde os limites entre história e ficção,alertando-nos para a historicidade do texto e textualidade da história.Articulada com os feminismos,minha análise,objetiva também alertar para a problemática da representação da mulher, das distorções e silenciamentos produzidos pela cultura patriarcal. Palavras-chave:Crítica feminista, Metaficção Historiográfica, Literatura contemporânea. Raquel D Elbox Couto Nunes UFAL A RECONFIGURAÇÃO FAMILIAR E SEXUAL DE ISALTINA CAMPO BELO Este trabalho tem por objetivo apresentar algumas reflexões acerca da reconfiguração familiar e sexual da protagonista do conto Isaltina Campo Belo, de Conceição Evaristo (2011), a partir de uma perspectiva pósestruturalista. Busca-se desfazer a noção de identidades fixas, e questiona-se a associação cultural do corpo biológico à orientação sexual. A agressão sexual perpetrada contra as mulheres torna-se metáfora da subalternidade imposta a elas na sociedade patriarcal. Campo Belo recusa as amarras da heterossexualidade compulsória, e contesta visões discriminatórias e sexistas, abrindo espaço para a inteligibilidade, na cultura, de novas configurações de relações, ao mesmo tempo em que aponta para a instabilidade das identidades. Palavras-chave: Gênero, Queer, Estupro. Raquel da Silva Barros UFC O WOMANISM DE SOFIA EM A COR PÚRPURA: UM EXEMPLO DE NÃO SUBMISSÃO AO HOMEM Neste trabalho, analisamos alguns traços womanistas da personagem Sofia, do romance A Cor Púrpura (1982), de Alice Walker. Demonstramos, especificamente, como o “womanism”, termo adaptado pela própria escritora para se referir, entre outros significados, ao “feminismo negro”, contribui para que Sofia não se submeta a condições de subjugação masculina no início do século XX. Compreendemos que, ao caracterizá-la dessa forma, Walker invocou a figura de milhares de mulheres negras marcadas, físico e psicologicamente, pelas consequências do patriarcalismo. Assim, a obra da autora em questão se configura como um meio de superação do silêncio imposto à comunidade feminina negra e da violência causada pelo sistema patriarcal e pela hegemonia racial. Palavras-chave: Womanism, Gênero, Etnia. Rebecca Pedroso Monteiro UFVJM VIOLÊNCIA E DEFORMAÇÃO DO CORPO (DA MULHER E DA ESCRITA) EM O REMORSO DE BALTAZAR SERAPIÃO, DE VALTER HUGO MÃE Esse artigo pretende observar os efeitos políticos e poéticos da obra o remorso de baltazar serapião, de valter hugo mãe, especialmente seu desnudamento brutal e extensivo da violência contra as mulheres, feito a partir do desmembramento e da de-formação de (pelo menos) dois planos (simbólicos): o corpo feminino e o corpo da escrita, tomados em sua estrutura resistiva e multiplicados na trama de silêncios, vazios e interdicções que estrutura o livro, fazendo da experiência do indizível e da intraduzibilidade da experiência (da violência e do remorso) a força desconstrutora da obra, especialmente no que diz respeito aos estudos de gênero e às formas de silenciamento impostas às mulheres. Palavras-chave:Violência, Corpo, Linguagem. Ricardo Nonato Almeida de Abreu Silva UFPE IMAGENS DO MAR NA POESIA DE MYRIAM FRAGA Na poesia de Myriam Fraga, as imagens de mar estão associadas a amplos espaços vazios, à liberdade de partir, ao perigo, ao desastre, mas o mar também é o território da memória, lugar dos nascimentos, da viagem interior (mar sagrado) de Penélope, imóvel no recinto privado a mergulhar nas suas águas interiores em busca das respostas que emancipariam sua consciência. Objetiva-se, neste trabalho, analisar as inúmeras representações do mar na poesia da autora baiana, dialogando suas instâncias representacionais dentro de sua poética. Palavras-chave: Mar,Memória,Myriam Fraga. Risonelha de Sousa Lins UERN O LÍRIO MACERADO: O DRAMA DA MULHER VIOLENTADA NO CONTO O “HOMEM QUE VEIO DO SONHO”, DE MARÍLIA ARNAUD 70 Graças às lutas feministas, as experiências das mulheres foram evidenciadas e a sua produção tomada como espaço simbólico, onde se puxam os fios do tecido que sustenta as estruturas de poder, denunciando o preconceito e a violência que permeiam as relações de gêneros. Carregada de significados, a escrita feminina se constitui como testemunho autêntico das experiências das mulheres e da busca da subjetividade. Este artigo propõe-se a discutir através do estudo do conto O homem que veio do sonho, de Marília Arnaud, a problemática da violência sexual, elemento que afeta a subjetividade feminina, com foco na personagem Dalila, cuja morte é representativa da agressão contra as mulheres no mundo contemporâneo. Palavras-chave:Marília Arnaud, Literatura, Mulher. Roberta Donega Silva UNESP A REPRESENTAÇÃO FEMININA NO POEMA “A ÚLTIMA CANTIGA”, DE CECÍLIA MEIRELES Cecília Meireles despontou cedo como grande poetisa brasileira. Seus temas, tidos como universais, tratam, de maneira geral, da transcendência do ser, da fugacidade do tempo e da morte. A obra ceciliana conquistou rapidamente a atenção da crítica. Sua voz foi reconhecida como feminina, porém não como de mulher preocupada com sua existência enquanto representante do sexo feminino. Neste trabalho tentaremos mostrar que a posição de Cecília não é necessariamente neutra, sendo possível perceber a presença física e social da mulher em sua obra. Para isso, realizaremos uma leitura do poema ”A última cantiga”, da obra Viagem, buscando observar e analisar a representação feminina. Palavras-chave:Cecília Meireles, Representação feminina,Autoria feminina. Roseli Barros Cunha UFC CECÍLIA E JUANA: VOZES FEMININAS NA PRODUÇÃO POÉTICA-LITERÁRIA LATINO-AMERICANA O presente artigo estabelece uma breve comparação entre as poetas Cecilia Meireles (1901-1964) e Juana Inés de la Cruz (1648? -1695). Levo em consideração as diferentes condições de produção das renomadas autoras latinoamericanas e trato de um tema presente na obra das duas: retratos. A autora mexicana escreveu ao longo de sua extensa produção literária dezesseis poemas sobre retratos. Em Meireles o tema se faz presente nas obras Viagem (1939) e Retrato Natural (1949). Além dessa semelhança, é possível perceber especialmente em “Retrato”, de Meireles, e “Este, que ves,…”, de Cruz, a temática do corpo e a construção aparentemente dialógica da voz do eu-lírico. Para tratar dessas questões abordo os estudos de Coelho (2001), Lavrin (1995), Colombini (1996), entre outros. Palavras-chave:Mulher, Retrato, Corpo. Sally Cheryl Inkpin PUC/RS RISCOS DE CORES EM MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS Neste artigo, investigamos os sentidos de cores utilizados por Machado de Assis (1881) na representação de personagens e entidades femininas na obra Memórias Póstumas de Brás Cubas. Nossa abordagem é inspirada pelo ensaio Playing in the dark de Toni Morrison (1993). Nesse ensaio, a autora discorre sobre os conceitos de negrura e brancura. Ela entende a negrura como os discursos e imagens africanistas, entre outros meios, que subjugam e rebaixam o negro na sociedade dos Estados Unidos, sinalizados, muitas vezes, por representações negras na literatura estadunidense do cânone branco. Nosso trabalho enfoca a mulher brasileira e se insere no eixo temático: Gênero, Representação, Identidade e Empoderamento das Mulheres. Palavras-chave:Brancura, Negrura,Memórias Póstumas de Brás Cubas. Sandra Mara Alves da Silva UFC IRACEMA: A CONSTRUÇÃO MÍTICA E HISTÓRICA DA MULHER INDÍGENA NA LITERATURA BRASILEIRA O estudo analisa a criação da imagem da mulher selvagem com traços característicos brasileiros e a sua mitificação em uma forma literária fundamentada na história de ocupação das nossas terras. Acreditamos que José de Alencar partiu do pensamento proferido nas Cartas sobre a confederação dos tamoios, no qual defende a ideia de que a mulher habitante das matas brasileiras é única, não podendo ser representada com caracteres comuns às mulheres europeias. Toda a composição do livro paira entre os limites da poesia e da prosa, formando um mito feminino nacional vivo ainda hoje no imaginário do povo brasileiro; Objetivamos, portanto, compreender a importância da imagem mulher indígena na formação de um mito e de uma literatura nacional. Palavras-chave: Iracema, Mito nacional, Mulher brasileira. Sarah Pinto de Holanda 71 UFRJ AMASSANDO AS COBERTAS: A REPRESENTAÇÃO DA CASA NO CONTO COBERTOR ENGOMADO Escavando os espaços da memória, o narrador do conto Cobertor Engomado, de Branca Maria de Paula, procura reviver o passado através dos espaços da casa da infância, rememorado em suas lembranças como palco de sua iniciação sexual malograda. Penetrando neste universo íntimo, ricamente descrito na narrativa, analisaremos a importância do espaço no conto. Tais análises foram iluminadas a partir da leitura de autores como Gaston Bachelard, Ozíris Borges Filho e Elódia Xavier. Ressaltaremos a aproximação entre memória e espaço e as relações de sexualidade inerentes a um texto pungente, contemporâneo, escrito por uma mulher, sob a perspectiva masculina. Palavras-chave:Espaço, Memória, Sexualidade. Sávio Roberto Fonseca de Freitas UFRPE BALADA EM PROSA POÉTICA NO FEMININO: O CASO DE PAULINA CHIZIANE O objetivo do estudo é analisar o romance Balada de amor ao vento(1990), mostrando que o tema da condição feminina leva Paulina Chiziane a inaugurar uma nova categoria de balada no feminino: a balada em prosa poética. Esta categoria de balada traz, da poesia para a narrativa, elementos estéticos que, no romance em cotejo da escritora moçambicana, funcionam como uma estratégia literária para preservar a tradição oral da contação de estórias em volta da fogueira no romance contemporâneo e viabilizar a discussão crítica sobre o tema da condição feminina frente à hegemonia patriarcal em Moçambique. Palavras-chave:Literatura Moçambicana, Paulina Chiziane, Balada em prosa poética. Sayuri Grigório Matsuoka UFC EÇA DE QUEIROZ E A CONDIÇÃO FEMININA NO SÉCULO XIX Este trabalho analisa as personagens Luísa e Juliana, de O primo Basílio, com o intuito de observar a postura narrativa de Eça de Queiroz no que concerne à condição feminina no século XIX. Destacou-se neste artigo a crítica queiroziana ao atraso da educação portuguesa desse período, que direcionava a mulher somente ao casamento e aos trabalhos domésticos. Ao trazer Juliana para o universo burguês de Luísa, Eça expõe outra complexidade da existência feminina em sua época: as dificuldades da mulher pobre e trabalhadora. O confronto dessas duas personagensconfigura, dessa forma, o quadro ideal para a denúncia de um modelo social decadente que tem como um dos seus principais problemas a limitação do papel da mulher na sociedade lisboeta. Palavras-chave:O primo Basílio, Luísa, Juliana, mulher no século XIX. Solange da Luz Rodrigues UESPI DESLOCAMENTO DE GÊNERO EM “A COLHEITA” DE NÉLIDA PINON Este trabalho visa analisar o deslocamento de gênero no conto “Colheita” de Nélida Pinon. A escritora contemporânea, de modo geral, apresenta uma consciênciacríticabem aguçada aliada ao impulso de questionar os modelossubmissos de mulheroriundos do patriarcalismo, que a restringiam até então ao espaçoprivado. Dessa forma, ela rompe com uma tradiçãotemática e discute a alternância de papéis que foram impostos a mulher e ao homem pela sociedade. Porisso, far-se-á aqui a discussão de algumas ideias de alguns teóricos como Lobo, Xavier, Bonnici, no intuito de se entendermelhor de que forma alguns valores patriarcais ainda se manifestam e são questionados na escrita de autoria feminina. Palavras-chave:Escrita, Mulher, Deslocamento. Suelen Gonçalves Vasconcelos UERJ O SOM E A FÚRIA DO VELHO SUL DOS ESTADOS UNIDOS E A TRANSGRESSÃO DE CADDY COMPSON O presente estudo parte de uma cena emblemática do romance O Som e a Fúria de William Faulkner para apontar como traços grotescos e estranhos destacam a personagem Caddy Compson como uma transgressora desafiando a tradição do Velho Sul dos Estados Unidos. A personagem feminina central do romance não tem voz narrativa e tem sua história contada por cada um dos seus três irmãos. Esta análise parte do momento central do romance quando Caddy se pendura no alto de uma árvore movida pela curiosidade de averiguar um fato que ocorria no interior da mansão da família enquanto é observada de baixo por seus irmãos. Juntamente com os apontamentos de Freud sobre o estranho e de Kayser sobre o grotesco, busca-se averiguar uma configuração não usual que desafia valores de uma sociedade pautada em paradigmas como a dama do sul e o código cavalheiresco. Palavras-chave:Transgressão feminina, Grotesco, Sul dos Estados Unidos. 72 Suely Leite UEL A REPRESENTAÇÃO DA VIOLÊNCIA EM TRÊS CONTOS DO LIVRO INSUBMISSAS LÁGRIMAS DE MULHERES, DE CONCEIÇÃO EVARISTO Dentre as tendências da literatura contemporânea está a representação da violência. Em 2011, Conceição publica uma coletânea de contos intitulada Insubmissas lágrimas de mulheres. Tal obra reúne 13 contos, que recebem como título o nome de suas protagonistas. As páginas do livro são habitadas por mulheres negras, de vários grupos etários, todos os tipos de vida, reunidas pela condição feminina, questionando profundamente a ordem estabelecida em um possível redimensionamento de valores e costumes. Para esse trabalho, será apresentada a leitura de três contos: “Aramides Florença”, “Shirley Paixão” e “Isaltina Campo Belo”. Os três textosabordam a questão da violência contra a mulher. Palavras-chave:Literatura feminina,Contos, Conceição Evaristo. Suilei Monteiro Giavara UNESP MULHER, LITERATURA E JORNAL: OU O QUE SE PENSAVA DAS MULHERES QUE PENSAVAM Atualmente, os trabalhos cujo escopo é o binômio mulher/literatura têm trazido para o debate importantes questões relacionadas a este espaço de produção cultural do qual as mulheres estiveram por muito tempo alheias. Este artigo, portanto, pretende verificar as visões acerca da literatura de autoria feminina em alguns periódicos portugueses dos anos 1919 a 1926 e como esta leitura estava associada a um ideal de feminino que o modo de vida burguês manteve associado ao espaço doméstico e ao universo emocional. Palavras-chave:Mulher, Crítica, Periódicos. Tânia Lima UFRN/ PPgEL FIGURAÇÕES DE SILENCIO E IDENTIDADE EM TONI MORRISON Em época descrente de seu maior luxo que são as relações humanas, sabese que é pela cultura que se dá a criação de um imaginário niilista. Entendese cultura como discurso que se estabeleceos diálogos, as identidades, o silêncio. Entre poéticas da modernidade e contemporaneidade, margens, imagens, memória, voz, guerra, silêncio, nomeiam o mundo pelo que há de mais preciso: falar. Desaprender o que foi ensinado sobre a “História” da escravidão. Pensar a mulher e as figurações de silêncio, revisitando a história da palavra na escrita de Toni Morrison; escrita que precisa de escuta, fala que precisa de uma voz, de um nome, onde nenhuma memória será bastante para lhe salvar do silêncio. O trabalho fundamenta-se em Susan Sontag, G. Spivak. Palavras-chave:Identidade, Silêncio, Gênero. Tássia Tavares de Oliveira UFPB LITERATURA E FEMINISMO NA BELLE ÉPOQUE BRASILEIRA: O ROMANCE A LUTA, DE CARMEM DOLORES Durante o período fim secular denominado belle époque (séculos XVIII - XIX), o número de escritoras conhecidas do público ainda é muito restrito, em contraste com a participação ativa que elas demonstraram nos meios jornalístico e literário. Nosso objetivo é realizar a análise do romance A luta, de Carmem Dolores. Nossos pressupostos teóricos envolvem a questão da autoria feminina, do cânone, do(a) leitor(a) e de gênero. Acreditamos que tal leitura nos possibilitará uma compreensão mais ampla e adequada da narrativa, que aponte para as reflexões que tangem às questões de gênero e a denúncia da condição feminina atrelada ao matrimônio. Palavras-chave: Autoria feminina,Belle époque, Carmem Dolores. Tássia Rochelli Gameleira de Souza UERN OS DILEMAS E PERCALÇOS DA ESTRELA LENIZA Para entender a posição ocupada pela mulher nos dias atuais, faz-se necessário entender o percurso que ela desenvolveu ao longo de todos esses anos, com suas conquistas e derrotas, as suas atitudes e mudanças, e o papel que desempenhou em cada época. No presente trabalho, almejamos trazer uma reflexão acerca do papel desempenhado pela mulher dentro da sociedade carioca dos anos 1930, tendo como destaque a personagem Leniza, de “A estrela Sobe”, Marques Rebelo. Para chegarmos a nossa discussão propriamente dita, faremos um pequeno passeio pela vida do autor, contextualização da obra, para enfim, focarmos na personagem Leniza, cheia de contradições e uma mulher que veio quebrar certos paradigmas que a sociedade impunha na época em que se desenvolve o romance. Palavras-chave:Mulher, Sociedade, Mudança. 73 Tayza Codina de Souza PG-UNESP/ASSIS O OLHAR DA ESTRANGEIRA: MARCAS DO EXÍLIO EM CLARICE LISPECTOR A relação de Clarice Lispector com o espaço público é permeada por sua vivência transitória, ela nasceu em Tchechelnik na Ucrânia e veio ao Brasil na primeira infância. Seu sobrenome incomum ao Brasil e a “língua presa” confundida como “sotaque” estrangeiro foram fatores que determinaram o seu “não lugar”. Após casar-se com Maury Gurgel Valente, mudou-se para o exterior, vivendo fora do Brasil de 1944 a1959. A comunicação consiste na análise das crônicas: “Suíte da Primavera suíça”, “Noite na montanha” e “Lembrança de uma fonte, de uma cidade”, publicadas no Jornal do Brasil. As crônicas refletem a dialética entre o universo íntimo da autora e o espaço público de Berna, resultando em um discurso tanto histórico como literário. Palavras-chave:Crônicas, Exílio, Espaço Público, Privado. Thais Rabelo de Souza UNEB “DAS SOLEIRAS AO TELHADO”: A CASA COMO METÁFORA DA MEMÓRIA NA POÉTICA DE MYRIAM FRAGA A imagem da casa na poética de Myriam Fraga parece deslocar-se da imagem aprazível, segura e terna, da proteção postulada por Bachelard em sua Poética do Espaço (1989), para espraiar-se pelas sombras projetadas de um sonho desenganado. Dessa forma, busca-se analisar, neste artigo, a casa na poesia de Myriam Fraga como espaço de deslocamentos e de instabilidades do sujeito poético. Palavras-chave:Casa, Memória, Myriam Fraga. Tiago Ribeiro dos Santos UFSC A MODEL(AÇÃO) DO CORPO FEMININO EM O ALEGRE CANTO DA PERDIZ, DA ESCRITORA MOÇAMBICANA PAULINA CHIZIANE Assim como na História de Moçambique a Zambézia constituiu-se como um espaço culturalmente plural – a partir do encontro entre africanos, árabes, portugueses e indianos –, na narrativa deO Alegre Canto da Perdiz, da escritora moçambicana Paulina Chiziane, ela também pode ser situada como um espaço fronteiriço marcado pela negociação do corpo feminino. O corpo mestiço, embora trazendo todas as ambiguidades impostas pelas culturas branca e africana, é resultado de um negligenciamento do corpo negro, subalterno. E é justamente esse corpo negro que terá o papel de elemento lascivo, degradante, dentro de uma estrutura patriarcalista e colonial, que molda o corpo do Outro para ser o monstro que suprime a moral. Palavras-chave:Paulina Chiziane, Moçambique, Corpo feminino. Valeria Rosito UFRRJ TEMPO E FICÇÃO NOS DIÁRIOS DE CAROLINA MARIA DE JESUS Este trabalho se volta para a fricção entre a índole estética e o gênero documental nos diários de Carolina Maria de Jesus. A versão publicada de seu primeiro e mais notório livro Quarto de Despejo, publicado em 1960, é cotejada com a coleção de manuscritos que lhe deram origem, abrangentes também de uma caudalosa e conturbada escrita, sob a guarda da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. A lógica do tempo linear nos cadernos carolinianos é desafiada pelo tempo da imaginação, que vaza dos condicionamentos do gênero “diário”, oscilando entre a intimidade e a experiência do espetáculo. Resultado parcial do projeto Na palma da mão: intimidade e espetáculo em Carolina Maria de Jesus, sob minha coordenação e supervisão (Cnpq/UFRRJ GP Gedir - Gênero, Discurso e Imagem). Palavras-chave: Carolina Maria de Jesus, Escrita de si,Diário. Valter Gomes Dias Junior UFPB A REPRESENTAÇÃO FEMININA ANTE O PATRIARCALISMO DO SÉCULO XIX EM A VIÚVA SIMÕES, DE JÚLIA LOPES DE ALMEIDA O Realismo Brasileiro explora a problemática de minorias sociais por ser uma estética contemporânea ao seu tempo. A mulher, arraigada aos padrões do Patriarcalismo, torna-se um desses grupos de análise. Por isso, o romance A Viúva Simões (1897) destaca ações da protagonista que sugerem uma dialética, onde temos a exteriorização volitiva, como tese, a ruptura com o Patriarcalismo, como antítese, e as consequências desse confronto, a síntese. Essa narrativa, talvez por ter sido escrita por uma mulher, erige discursos de reflexão sobre a condição feminina assaz demarcada por normas sociais consolidadas pela visão masculina. 74 Palavras-chave:A Viúva Simões, Condição feminina, Patriarcalismo. Vania Ma F. Vasconcelos FECLESC-UECE O ROSÁRIO E A ERRÂNCIA NA ESCRITA DE CONCEIÇÃO EVARISTO A escrita de Conceição Evaristo, seja na poesia, conto ou romance possui como elemento fundamental a construção de imagens marcantes, dramáticas e líricas, que ganham força estética quando alcançam nível metafórico elevado. Há dois temas importantes na obra de Evaristo por se traduzirem em metáforas recorrentes: a diáspora negra, compreendida aqui como a representação da migração constante de personagens e comunidades negras e a metáfora que chamo, inspirada num seu poema, de ‘rosário de mulheres’, quando representa uma aliança de cooperação entre mulheres, tanto no exercício do cuidar dos seus, que inclui a função maternal, quanto na colaboração de um processo de ‘empoderamento’ das futuras gerações de mulheres negras. Palavras-chave :Autoria feminina, Literatura, Mulher negra. Vansan Gonçalves UERJ OBASAN, DE JOY KOGAWA, E VULGO GRACE, DE MARGARET ATWOOD: HISTÓRIA E IDENTIDADE CANADENSES REVISADAS PELA FICÇÃO Este trabalho verifica brevemente de que maneiras a representação do sujeito canadense pode ser encontrada em dois romances daquele país: Obasan, de Joy Kogawa, e Alias Grace, de Margaret Atwood. A fim de observar a representação literária da busca pela definição da identidade canadense, esta investigação aborda os conceitos relativos à representação de grupos subalternos tradicionalmente silenciados. A análise comparativa dos romances citados contempla a relação entre memória e trauma autobiográficos, assim como as semelhanças narrativas entre ficção e história. Também são observadas as maneiras pelas quais a literatura contemporânea emprega documentação oficial, relatos históricos e dados (auto) biográficos a serviço da reescrita da história através da metaficção historiográfica. Palavras-chave:Literatura canadense, Identidade, Metaficção Historiográfica. Varele Gama Secretaria de Educação do Estado do Ceará REPRESENTAÇÕES DO FEMININO EM INFÂNCIA, DE GRACILIANO RAMOS Este artigo desenvolve alguns aspectos da pesquisa para o Mestrado defendido na UniversidadeFederal do Ceará, sob o título A Formação Literária e Intelectual de Graciliano Ramos e está vinculado ao Projeto de pesquisa: “Histórias de Leituras e Bibliotecas Pessoais”, com coordenação e orientação da Profa. Dra. Odalice de Castro Silva. Buscaremos refletir sobre os conflitos do processo ensino-aprendizagem recriados no espaço ficcional, através do personagem – leitor alagoano na escola, através do romance Infância (1945), e crônicas Linhas Tortas (1980), de Graciliano Ramos. Utilizaremos a categoria leitura (1981), Maria Helena Martins, na tentativa de discutir a representação e a importância do feminino no processo de formação intelectual e literária do escritor Graciliano Ramos. A escolha do romance Infância, justifica-se por a personagem-menino que aparece em Infância recriara experiência de Graciliano Ramos quando criança e podermos observar as vivências em A importância do ato de ler ( 1989), Paulo Freire no ato da leitura. Quanto à metodologia utilizada é a analítico-interpretativa, a fim de fazer interagir o texto literário à categoria analítica acima mencionada. Palavras-chave:Infância, Leitura, Feminismo. Wanilda Lima Vidal de Lacerda UEPB LISÍSTRATA: O PODER FEMININO POR UM DIA No sec. V a.C, em meio a problemas que a Grécia estava vivendo motivados pelas Guerras Grego-Pérsicas, Lisístrata, protagonista da comédia homônima de Aristófanes, apresenta às mulheres uma solução inovadora, para estabelecer a paz: não cuidar dos afazeres domésticos e absterem-se de sexo. Apesar de algumas resistências, conseguiu convencê-las. Abordar essas questões, descrever as ações femininas fazendo realçar a sua condição naquela época e a oportunidade de revertê-la é o objetivo deste trabalho. Para isto, apresentamos o contexto sócio- político em que se representam os fatos, assinalando o papel da mulher naquela sociedade e o teatro grego destacando da comédia Lisístrata, sobretudo, a heroína e o poder das mulheres sobre os homens. Palavras-chave:Sociedade, Poder, Lisístrata. Wesclei Ribeiro da Cunha UFC CLANDESTINA FELICIDADE: OS LIVROS DE FORMAÇÃO DE CLARICE LISPECTOR 75 Na produção artística de Clarice Lispector verifica-se um estilo inconfundível percebido, sobretudo, no que concerne à apropriação e transformação das leituras realizadas pela autora. Esta exposição oral objetiva desvelar a importância destas primeiras experiências de leitura, uma das paixões que desde sua infância, na cidade de Recife, cultivava, conforme se identifica no conto “Felicidade Clandestina”. Sendo assim, investigaremos o universo ficcional de Lispector, sua escrita de si e sua leitura do mundo. Palavras-chave:Formação, Clarice, Infância. Wiliam Alves Biserra UCB LITERATURA E O RESGATE D'AVÓS: O CASO HIPATIA DE ALEXANDRIA A historiografia tradicional esteve, ao longo de séculos, a favor de ideologias patriarcais que invisibilizaram as contribuições femininas. Como a literatura pode ajudar no processo de resgate de uma história nunca escrita? Onde encontrar a voz das avós perdidas? Esta comunicação acompanhará o caso da filósofa e cientista Hipatia de Alexandria, vilificada pela Igreja e assassinada em 415 d.c., recriada ficcionalmente pela escritora contemporânea Ki Longfellow. Buscaremos entender como a literatura e a historiografia feministas podem renovar nosso olhar sobre o passado e reverter injustiças históricas. Palavras-chave:Metaficção Historiográfica, Feminismo, Herstory. Witallo da Cruz Fontineles UFC O AMOR ALÉM-TÚMULO NOS CONTOS “A MORTA” E “OS MORTOS NÃO VOLTAM” DE FLORBELA ESPANCA Este trabalho tem por objetivo uma leitura da representação da poética de morte inscrita nos contos “A morta” e “Os Mortos não Voltam” que fazem parte do livro As Máscaras do Destino (1927), da poeta e contista portuguesa Florbela Espanca. As personagem desses contos sofrem de um amor indissolúvel que ultrapassa as tênues fronteirasentre vida e morte, negando-se a chegar ao fim da existência, provando que a morte não implica no fim do amor . A experiência do “amor além-túmulo” é construída a partir das “vivências” das personagens que se inseremem um ciclo de (des)encontros entre o amor vivido e o amor esperado. Para fundamentarmos nossa pesquisa sobre amor e morte, valemo-nos de estudos feitos por Bessa-Luiz (1998), Dal Farra (2002) e Paz (1994). Palavras-chave:Morte, Amor, Prosa poética. Yasmin Serafim USP O RISO ÁCIDO DOS LOUCOS: EM O NÚMERO DOS VIVOS, DE HÉLIA CORREIA Hélia Correia, escritora portuguesa contemporânea, manteve nos últimos trinta anos uma profícua e constante produção literária. Em seu romance, O número dos vivos (1982), Maria Emília e Romana, as duas principais personagens femininas do livro, representam, respectivamente, a imagem espelhada das heroínas realistas do século XIX – como Emma Bovary e Luísa, de O Primo Basílio – e a possibilidade de escapar do fim trágico comum a essas personagens parodiadas por Maria Emília. Nessa comunicação, pretendo demonstrar como o processo paródico é engendrado e como ele estabelece uma crítica ao cânone literário e à opressão social sofrida pelas mulheres. Palavras-chave:Literatura Portuguesa, Mulher, Hélia Correia. Ylana Karla de França Lopes UERN AUTA DE SOUZA: UMA MULHER À FRENTE DO SEU TEMPO O presente artigotem comofoco analisar o empoderamentoda poeta potiguarAutadeSouza,queemmeioàsociedadepreconceituosadoséculoXIXnãodeixoudominarpelaviolênciasimból ica,aquela quenãoéadoatopraticadono sentidodaagressãofísica,esimadefinidapelo sociólogoPierreBourdieu,segundooqualexisteumaformadecoaçãonoreconhecimentodeuma imposiçãodeterminada.Procurar-se-áidentificarosfatosquemarcaramaproduçãoda poetaoitocentista,suaconscientizaçãoeparticipaçãonosacontecimentosdasociedadecoeva.Orespaldo teóricometodológicosedarácomorecursoàsobrasdeautorescomoBourdieu(2004),Cascudo(1961), Freire(1992),Foucault(2003),Gomes(2000)entreoutros. Palavras-chave:Autade Souza,Empoderamento,Violênciasimbólica. 4.5 Pôsteres 76 Águida Nair Lafetá Lyrio Brant UNIMONTES/Bolsista da FAPEMIG DOZE NOTURNOS DA HOLANDA: ENTRE FLORES, VERSOS E ITINERÁRIOS POÉTICOS A constante abordagem do tema viagem nas obras de Cecília Meireles, a partir do deslocamento espacial e da viagem imaginária, poderia ser justificada pelo anseio do eu lírico de encontrar um lugar no mundo. Os poemas Doze Noturnos da Holanda, publicados em 1952, são composições escritas em doze dias durante a segunda passagem de Cecília Meireles pela Europa. Esses poemas foram criados como forma de referência à Holanda, objetivando, talvez, a concretização da lembrança da sua rápida estadia no país das flores. Este texto apresenta uma análise dos doze poemas, observando como a poetisa recria a paisagem noturna com as suas flores efêmeras durante o seu itinerário pela Holanda. Palavras-chave:Viagem, Paisagem, Holanda. Camilla Araújo Freire UFRN ARTIMANHA FEMININA, SILÊNCIO E EMPODERAMENTO: UMA LEITURA DO POEMA MUDEZ DE GILBERTO MENDONÇA TELES O presente trabalho analisa o poema “Mudez”, de Gilberto M. Teles, tendo como categoria analítica o silêncio, a sedução e o erotismo. Parte-se do pressuposto de que o silêncio se abre a uma bifurcação de sentido, na medida em que aponta para um silêncio advindo dos homens e para o silêncio dos deuses, inerente à natureza, significando um mundo localizado nos primórdios da existência. A análise se fundamenta no pensamento de Roland Barthes acerca do silêncio, em seu livro O neutro. Nessa perspectiva, foi possível verificar que o silêncio se inscreve nesse poema como uma suspensão de verdades definidas, uma vez que comporta, em sua pluridimensionalidade, o tácito das coisas a princípio inexpressivas. Assim, o dito e o não dito que o silêncio interpõe deixa o sujeito diante da artimanha da “amada” a mercê de uma dúvida incessante: “Tu não disseste sim, e nem disseste não”, sinal de um estado de coisas indiscerníveis. Palavras-chave:Silêncio, Sedução, Artimanha feminina. Canniggia de Carvalho Gomes UnP O EROTISMO EM MEMÓRIAS DE BÁRBARA CABARRÚS Memórias de Bárbara Cabarrús, publicado em 2008, é o primeiro romance de Nivaldete Ferreira, escritora paraibana, radicada em Natal. O romance narra a história de Bárbara Cabarrús, uma seridoense do século XIX, mulher que transgrediu os preceitos patriarcais vigentes na época. Ela conquistou a educação reservada aos homens, com a cumplicidade do irmão e do primo, o que lhe possibilitou uma educação diferenciada das mulheres do seu tempo. Este trabalho objetiva analisar o erotismo na sua dimensão política, isto é, como uma metáfora de emancipação feminina. Rebelando-se contra as imposições patriarcais, Bárbara recusa o marido indicado pela família e escolhe a liberdade, inclusive a de viver a sua sexualidade. Palavras-chave:Erotismo,Emancipação feminina, Nivaldete Ferreira. Débora Rejane de Paiva e Silva UESPI A DESCONSTRUÇÃO DA TRADICIONAL IMAGEM FEMININA EM CAROLINA MARIA DE JESUS Este trabalho tem por objetivo analisar a desconstrução da imagem sexista que se sobrepõe à significação de mulher tradicional e constrói uma figura dominante na sociedade contemporânea, refletidas na autora e personagem Carolina de Jesus na obra Quarto de despejo: diário de uma favelada, autobiografia caracterizada por traços matriarcais. Desta forma, a personagem se descreve como mulher de personalidade forte associada à sensibilidade, ao mesmo tempo, expõe traços de liderança que estão fora de propostas patriarcalistas. A pesquisa possui cunho bibliográfico com embasamento teórico em Lobo (1988, 1999), Viana (1995), dentre outros. Palavras-chave:Imagem. Mulher. Matriarcal. Diego Nascimento Araújo UFC ESTUDOS CORPÓREOS EM “O ESPARTILHO” DE LYGIA FAGUNDES TELLES Os estudos sobre o feminino tiveram grandes avanços a partir das pesquisas corporais cuja proposta rompe com o imaginário da mulher “sexo-frágil”. Deste modo, o corpo passa a ser entendido como um local de inscrição social, política e cultural. Nossa proposta é analisar as diferentes representações do corpo feminino através da análise do conto “O Espartilho” (1991), de Lygia Fagundes Telles. Partindo da tipologia corpórea realizada por Xavier (2007), confrontamos os dez corpos elencados pela autora com as personagens que aparecem em “O 77 Espartilho”. Assim, verificamos de que maneira o espartilho é visto como um objeto de castração do corpo feminino dentro do conto. Palavras-chave:Feminino, Espartilho e corpo. Eduarda Valdivino UFRN DESEJO E PODER: A REPRESENTAÇÕES DO FEMININO NO CONTO CAPITU SOU EU, DE DALTON TREVISAN Este artigo tem como foco o conto “Capitu sou eu”, de Dalton Trevisan, procurando analisar o modo como a representação da condição humana se insere na narrativa a partir de suas personagens principais, sobretudo na representação social da mulher (professora), compreendendo questões relacionadas ao desejo e ao poder da personagem e sua natureza mutável e fragmentária como recorrência da literatura contemporânea. Para proceder à análise, tomamos como orientação de leitura a perspectiva crítica de Antonio Candido, no que se refere à relação entre o texto literário e a vida social, do pensamento de Francesco Alberoni sobre o Erotismo, e de Octavio Paz, em seu livro A dupla chama: amor e erotismo. Palavras-chave: Desejo, Sedução, Erotismo, Poder, Trevisan. Elisabete Magalhães dos Santos UECE O FEMININO NOS ROMANCES SENTIMENTAIS: UMA ANÁLISE SOCIOLÓGICA Os romances sentimentais (RS) é um gênero literário que tem como temática central o amor. Esse amor é representado geralmente por um casal heterossexual cujos papeis sociais encontram-se bem definidos, deste modo a questão de gênero encontra lugar de destaque em tais livros, uma vez que o enredo se centraliza em definições do que é ser homem e ser mulher. Pretendeu-se neste trabalho verificar como a feminilidade é retratada nos RS. Realizou-se uma análise de discurso de RS historicamente inseridos nos anos de 1980. O objeto de estudo foi a Coleção Julia e Coleção Sabrina, sucesso editorial cujos desdobramentos estruturais em RS contemporâneos são ainda vigentes. Palavras-chave: Romances sentimentais, Feminino, Gênero. Lucas Emanoel Vilarinho Miranda UESPI A LITERATURA INFANTIL E JUVENIL EM DIÁLOGO COM O VIRTUAL – A TEMÁTICA FEMININA NA OBRA DE MÁRCIA KUPSTAS Com o advento das novas tecnologias novas formas de literatura têm emergido. A resposta da literatura impressa é a inclusão de elementos do universo virtual associados às vivências infanto-juvenis femininas. É baseada nesse contexto que Marcia Kupstas aborda em alguns de seus livros temáticas comuns discutidas no dia a dia das adolescentes, apresentando uma discussão sobre essas temáticas das adolescentes, bem como a diferença de pensar, a forma de falar, de sentir, suas prioridades e preocupações. Para tanto, a autora usa na linguagem impressa elementos da escrita virtual, entre diversas outras características estéticas que ajudam a compor o enredo da narrativa, e a estrutura visual e contextual. Palavras-chave: Literatura infantil e juvenil,Representação feminina,Novas tecnologias. Emerson Lima UEPB NARRATIVAS DO CONTRAPODER: MARIA ZAYAS E CARMEN LAFORET O tema deste pôster é a escrita feminina como forma de transgressão à ordem e ao poder estabelecidos na Espanha da Contrarreforma (séc. XVII) e do Franquismo (séc. XX), períodos marcados por uma intensa opressão e domínio dos homens sobre as mulheres. Partiremos de obras de Maria Zayas e Carmen Laforet, que apresentam críticas aos valores patriarcais e a exclusão social impostos às mulheres. Como apoio para a realização deste estudo, contaremos com Lerne (1990), Martín Gaite (1987) e Argomaniz (2011). Nossos principais objetivos são refletir acerca da representação ficcional do ambiente sócio-político-histórico espanhol em que referidas autoras estavam inseridas e considerar a importância do texto literário como elemento de contrapoder. Palavras-chave:Literatura Espanhola, Escrita feminina, Contrapoder. Fábio Uchoa da Silva UFC A POÉTICA PLURALISTA DE YEDA ESTERGILDA A década de sessenta foi marcada pela Ditadura Militar, pelo surgimento da lei da censura e pela grande incidência de grupos da nova Literatura Cearense. O grupo SIN, organizado por Horácio Dídimo, juntamente 78 com Rogério Bessa, Roberto Pontes, Linhares Filho e Pedro Lyra, entre outros, foi quem melhor representou a vanguarda literária cearense nessa época. O grupo contou, também, apesar de em número reduzido, com a presença feminina de Leda Maria, Inês Figueiredo e Yeda Estergilda, esta última, foco de nossa pesquisa. Como objetivo deste trabalho, abordaremos a significativa contribuição poética, muitas vezes esquecida, de Yeda Estergilda de Abreu, para a Literatura Cearense. Palavras-chave: Poesia, Grupo SIN, Yeda Estergilda. Hellyana Rocha e Silva UFT ESPELHOS OPACOS: REPRESENTAÇÕES DO FEMININO EM NADA A DIZER, DE ELVIRA VIGNA O presente trabalho tem por objetivo desenvolver reflexões acerca da literatura brasileira contemporânea de autoria feminina a partir de uma leitura do romance Nada a Dizer, de Elvira Vigna. Sob a perspectiva de que a escritura feminina é um elemento de representação e valoração da imagem da mulher, pois as insere nos âmbitos que anteriormente só os homens tinham livre acesso, o corpus do trabalho procura apresentar como a autora Elvira Vigna aborda em seu romance a temática imagética da mulher, o envelhecimento, a solidão e a afetividade, por meio da desconstrução e da (re) construção da imagem feminina diante do esfacelamento da vida amorosa. Palavras-chave:Feminismo, Autoria feminina contemporânea, Representação. IzauraEmanuele Oliveira UFC FRANCISCA CLOTILDE: DAS LETRAS À POLÍTICA Francisca Clotilde Barbosa Lima foi poetisa, cronista, jornalista, dramaturga e romancista. Nasceuem Tauá, a 19 de outubro de 1862 e faleceu em Aracati, a 08 de dezembro de 1935 , filha de João Correia e de Ana Maria. Anos depois, mudou-se para Baturité e começou seus estudos.Em 1882, Francisca Clotilde passou a ser, até aquele momento, a primeira professora do sexo feminino a lecionar na Escola Normal do Estado do Ceará. Em 1886, tornou-se sócia efetiva do Clube Literário, agremiação que tentou acabar com os padrões românticos na literatura local e implantar o Realismo, porém isso não aconteceu e a escola realista somente foi introduzida, no Ceará, pela Padaria Espiritual, em 1892. No final do século XIX, Francisca Clotilde se afirmou romântica, tendo sido A Divorciada, de 1902, sua obra mais conhecida e impactante. Palavras-chave:A Divorciada,Francisca Clotilde, Gênero. Jucely Regis UFRN ANA CRISTINA CÉSAR E A POÉTICA DO CORPO A poética de Ana Cristina César desestabiliza modelos de gênero e literatura, quando a poetisa articula a potencialidade da palavra à vida em seus agenciamentos. Nessa movência estética, a escritora desconstrói o discurso machista e ditatorial, promovendo em sua crítica e em sua poesia um contradiscurso que faz falar a mulher; “autobiografia/ não, biografia”. Dessa forma, este trabalho pretende verificar de que modo corpo e escrita se entrecruzam na poética de Ana Cristina Cesar, especificamente em A teus pés (1999), sob as contribuições teóricas de Deleuze e Spivak. Palavras-chave:Pós-modernidade Gênero Escrita do corpo. Larissa Pereira Soares UnP AS RELAÇÕES DE GÊNERO EM A COR PÚRPURA A Cor Púrpura (1982) é um romance epistolar da escritora afro-americana Alice Walker, que retrata a trajetória de Celie, uma jovem negra, semianalfabeta, violentada sexualmente pelo suposto pai e depois pelo homem com quem o pai a casa. Ela escreve cartas para Deus, em que conta o seu dia-a-dia e a violência de que é vítima. Tem-se como objetivo analisar a trajetória de Celie e as relações de gênero existentes na obra, evidenciando-se a dominação masculina e a violência sexual sofrida por Celie. O suporte teórico para trabalho é fornecido pela crítica feminista (ZOLIN, BONNICI) e pelo conceito de dominação masculina (BOURDIEU). Palavras-chave: Relações de gênero,Violência sexual, Celie. Liliane Taíse Tavares UnP MEMÓRIAS DE UMA SINHÁ MOÇA NORTE-RIO-GRANDENSE Madalena Antunes escritora norte-rio-grandense, nascida em 1888,publicou, aos 78 anos, Oiteiro:Memórias de uma sinhá moça. Na obra, a autora relembra fatos marcantes da sua vida e da história do Brasil, pois é dessas 79 emoções vividas no passado que brotam as recordações que ela transpõem para a narrativa. Objetiva-seanalisar alguns dos aspectos memorialísticos presentes em Oiteiro e toma-se como base teórica as considerações sobre memória de Bosi (1994) eBobbio (1997) e as de Bonnici (2007) e Zolin (2009) sobre a crítica feminista. A pesquisa mostrou como as memórias pessoais se entrelaçam na memória coletiva, revelando aspectos de uma sociedade patriarcal em que a educação feminina visava, sobretudo, o casamento. Palavras-chave: Madalena Antunes,Memórias,Século XIX. Benício Mackson Duarte Araújo UERN ECOS DE MELANCOLIA NA POESIA DE AUTA DE SOUZA De um acentuado lirismo pela comoção pessoal, a poesia de Auta de Souza consolida certas figurações como a morte, o sonho e a dúvida. No entanto, é na metáfora da noite que esse lirismo de fato encontra seu mais profundo significado: de busca das camadas mais obscuras da alma e da convivência com o outro. Nesse percurso, entre o eu e o mundo se instaura a sombra, ou a noite, ou a melancolia (KRISTEVA, 1989) como metáfora de uma dor de não poder fazer da vida o que se almeja. Pelo viés crítico, Auta de Souza estaria presa aos esquemas românticos da história literária. No entanto, ao assumir posições estéticas aparentemente tão definidas no cenário literário nacional (ATHAYDE), a escritora abre uma fenda ao incorporar figurações tão evidentes e, por outro lado, o da subjetividade, deixa várias “portas” abertas para se pensar o eu lírico daí decorrente com o mundo com que se relaciona. Portanto, longe dos esquemas redutores da historiografia. Palavras-chave: Melancolia, Lírica, Auta de Souza. Malane Apolonio da Silva UNEB TESSITURAS DE GÊNERO E RAÇA EM A MENOR MULHER DO MUNDO, DE CLARICE LISPECTOR O presente painel analisa o conto A menor mulher do mundo, da escritora Clarice Lispector, publicado em 1960, na coletânea de contos Laços de Família. O objetivo é refletir as questões de gênero e raça imbricadas na narrativa, as quais vão desde a caracterização da personagem chamada de “Pequena flor”, ao olhar exótico e ao discurso patriarcal do personagem Marcel Pretre. A proposta pretende refletir como qual a mulher afrodescendente é representada pelo discurso narrativo, sob uma visão estereotipada e preconceituosa: “uma mulher, madura, negra, calada...escura como um macaco”. Por meio de inferências do narrador, procuramos desvendar processos de coerção que consolidam a dominação de gênero e raça, e as relações de poder nele entrelaçadas. Palavras-chave:Mulher, Gênero, Raça. Maria da Glória Ferreira de Sousa UFC AS PRINCESAS DISNEY: BELEZA, AMOR E A REAFIRMAÇÃO FEMININA Desde 1937, as princesas Disney exercem uma influência intensa na sociedade ocidental contemporânea. Sendo assim, este pôster tem por finalidade apresentar um estudo sobre a evolução dessas personagens no que diz respeito às suas posturas enquanto mulheres que marcaram os séculos XX e XXI. Tal estudo pretende relacionar os comportamentos adotados por tais figuras com as condutas esperadas para as mulheres “reais” de épocas distintas. Uma mudança de postura pode ser observada: a idealização do amor e a supervalorização da beleza, por exemplo, acabam por tomar um segundo plano. Tal mudança não deixa de apresentar lacunas, mas essas só poderão ser preenchidas com novas discussões que, por sua vez, nos guiarão a novas realidades. Palavras-chave:Mulher, Princesas Disney, Sociedade. Mariana Maia dos Reis UESPI A “DEMONIZAÇÃO” DE COTA EM A FILHA DO MEIO-QUILO DE ASSIS BRASIL O presente trabalho visa analisar a “demonização” do feminino na personagem Cota da obra A filha do meioquilo do autor piauiense Assis Brasil. Tal análise apoia-se no cenário da sociedade parnaibana da época, que oprimia e não aceitava as tentativas de ascensão social de Cota que era tida como um ser excluído. Desse modo tendo como base os estudos teóricos de Chauí (1995), Lobo (2004) e Vianna (2004), o trabalho também abordará a resistência da mulher diante de uma sociedade tradicionalista e conservadora. Palavras-chave: Feminino, “Demonização”, Sociedade. Meg Marques da Silva Rocha UESPI ENTRE ESCRITOS E HISTÓRIA: FRAGMENTOS DA FIGURA FEMININA NA LITERATURA PIAUIENSE 80 O presente trabalho traz uma analise sobre a representação feminina na sociedade em contos da obra “Contos do cotidiano triste”, do autor piauiense Assis Brasil. Assim, objetiva-se investigar a representação do gênero feminino na obra por meio do mapeamento dos contos em que se encontra a representação do gênero, tendo como fundamentação teórica os pressuspostos de Gotlib (2002), Bosi (1997), Sevcenko (1999) e Queiroz (2006). A partir da análise observou-se que a mulher é abordada sob alguns pontos de vista: objeto sexual, adúltera, dona de casa, esposa e mãe. Como resultado da pesquisa, pode-se perceber que o autor traz em suas personagens as questões sociais da época e como cada personagem reagia de acordo com a sua realidade. Palavras-chave:Gênero, Assis Brasil, Mulher na Literatura. Monica Valéria Moraes Marinho UERN O FEMININO E O INSÓLITO NO CONTO “A DANÇA COM O ANJO” DE LYGIA FAGUNDES TELLES Esse trabalho é um fragmento da pesquisa intitulada “Variações de um mesmo tema: a experiência da metamorfose na ficção de Lygia Fagundes Telles” (PIBIC/CNPq) desenvolvida na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. À luz dos conceitos de Brunel (1997), Mello (2000) e Rosset (1985) sobre o duplo, bem como da perspectiva todoroviana de fantástico busca compreender aspectos do insólito na ação da personagem feminina no conto “A Dança com o Anjo” da obra Invenção e memória (2000). A trama relata uma dança, sem testemunhas, vivida pela protagonista e um desconhecido - quem a moça acredita tratar-se de um Anjo. Rompendo com a lógica das coisas, o parceiro de forma inusitada salva a mulher de uma confusão com a polícia. Palavras-chave: Lygia Fagundes Telles, Fantástico, Conto brasileiro contemporâneo. Pedro Henrique Oliveira de Sales UFC REFERÊNCIAS À DITADURA MILITAR NOS CONTOS DE FERNANDA GURGEL Fernanda Teixeira Gurgel do Amaral, contista, romancista, formada em Direito pela UFC e Administração pela UECE, participou do Grupo Siriará de Literatura no estado do Ceará. O grupo tinha como objetivo: renovar a estética literária vigente, de maneira que a literatura cearense não mais retomasse características sociais do passado, mas que usasse as particularidades da época. Assim, as obras deveriam ser produzidas como forma de combate à opressão, à repressão social e cultural implantadas pela ditadura militar. Dessa maneira, nossa pesquisa tem como objetivo mostrar características da sociedade cearense da época, em alguns contos de Fernanda Gurgel. Palavras-chave: Fernanda Teixeira, Grupo Siriará, Ditadura Militar. Pollyana Correia Lima UNEB ENLACES E DESENLACES: O ABISMO PRIMITIVO NO CONTO AMOR DE CLARICE LISPECTOR Este artigo se fundamenta nos elementos contidos nas entrelinhas do conto clariceano Amor da obra Laços de Família. O enclausuramento doméstico apresenta-se descortinando os laços que atam e desatam na constante busca do “eu” da personagem central. O estudo a bases teóricas de Benedito Nunes e Afrânio Coutinho dialogam com a linguagem “autodilacerante” de Lispector que exprimem sentimentos de dor, melancolia e estranhamento que vão de encontro ao tranquilo, simples e trivial itinerário angustiante de uma vida aparentemente normal e comum. Palavras-chave: Entrelinhas, Enclausuramento, Laços. Raquel Martins Alves UFT REPRESENTAÇÕES DO FEMININO: UM ESPELHO EM FACE DE DOIS RIOS O trabalho propõe um estudo acerca da literatura brasileira contemporânea de autoria feminina e análise da desconstrução e a (re)construção da imagem feminina na contemporaneidade a partir da obra Dois Rios, de Tatiana Salem Levy. Buscando identificar e analisar como a autora aborda a ruína emocional das personagens femininas (mãe e filha) diante de uma família patriarcal. Para tanto, fez-se necessário uma reflexão sobre a voz autoral feminina, e sua trajetória de objeto a sujeito na literatura, onde por muito tempo foi representada pelo patriarcado canônico entre os seus estereótipos extremos de anjo e demônio. O trabalho teve como fio condutor os estudos acerca da Teoria Crítica Feminista. Palavras-chave:Literatura contemporânea, Autoria feminina, Crítica literária. Rosaly Ferreira da Costa Santos UERN O FEMININO SOB A ÓTICA DE JOSÉ HERNÁNDEZ EM EL GAUCHO MARTÍN FIERRO. 81 Este trabalho pretende analisar a representação da mulher na obra El gaúcho Martín Fierro do argentino José Hernández. Trata-se de um poema épico que narra infortúnios e intempéries por quais passam o gaúcho argentino na época dos governos liberais de Mitre, Sarmiento e Avellaneda. Na trama, numa situação de total miséria, a mulher abandona e trai o marido Martin Fierro, o protagonista da história. Sob a ótica masculina, dimensionada por traços que evidenciam um sentido negativo, a personagem é concebida como um tipo que somente atrai desgraças e tristezas - o protótipo da causadora dos desajustes familiares. Pretende-se demonstrar que o ponto de vista do narrador destaca a mulher como uma subversiva dos valores sociais e morais. Palavras-chave:Literaturagauchesca, Gaúcho,Feminino. Sandro Gomes Oliveira UNEB A REPRESENTAÇÃO DA MULHER NA LITERATURA DE CORDEL: A DESCONSTRUÇÃO DA TEIA DISCURSIVA MACHISTA NO CORDEL E O EMPODERAMENTO DA PRODUÇÃO FEMININA NA LITERATURA POPULAR Este trabalho pretende apresentar aspectos indenitários multifacetados da mulher na Literatura de Cordel. A análise parte de folhetos que revelam uma produção discursiva machista nos cordéis e, que reforçam os estereótipos que compõem o imaginário popular carregados de preconceitos acerca do papel da mulher. Proponho discutir e analisar folhetos produzidos na contemporaneidade que estabeleçam novos olhares e perspectivas femininas, tendo como corpus a leitura/apreciação dos cordéis de Janete Lainha, Creusa Meira e Dalinha Catunda. Desta forma, esse estudo permite uma visão comparada a fim de desconstruir estereótipos femininos no cordel e reconstruir, através de uma nova linguagem, as pluralidades subjetivas do poder feminino. Palavras-chave: Cordel - Literatura de cordel - Mulher Sayonara Bessa Cidrack UFC UMA PROPOSTA FEMINISTA NA PRODUÇÃO LITERÁRIA DE ANA EURÍDICE EUFROSINA DE BARANDAS Desde o início da Literatura Brasileira até o século XIX, nota-se apenas a presença masculina no âmbito literário, fazendo-nos acreditar que, durante todo esse período, não houve a participação da mulher nesse processo. A afirmação de uma literatura de autoria feminina, no Brasil, só se dá a partir das primeiras décadas do século XX. Portanto, o presente trabalho tem por objeto analisar a crônica “Diálogos”, de Ana Eurídice Eufrosina de Barandas, escritora do século XVIII/XIX, questionando, assim, as relações de poder instituídas pela sociedade e pelo próprio cânone, como também, desnaturalizando conceitos, negando diferenças das mais diversas ordens, estabelecendo mudanças nas relações binárias homem/mulher e combatendo a violência simbólica contra o feminino. Este trabalho tem auxílio de Bolsa PIBIC – CNPq. Palavras-chave:Ana Eurídice Eufrosina de Barandas, Violência simbólica, Empoderamento. 82