ATELECTASIA: sinal
clínico
UNISA – Universidade de Santo Amaro
Faculdade de Fisioterapia
Estágio Supervisionado: Fisioterapia em Pediatria
Hosp.
Hosp. G. do Grajaú –Cl.
Cl. Pediátrica, Cirurgia, Neonatologia e PS Infantil
Profa. Ms. Dalva M. A. Marchese
Monitoras: Andreza Suzuki e Mariana Martinho
2004
Conceito X Definição
• Conceituar – “...formar conceito de ou
acerca de..” (p. 445)(1)
• Definir – “determinar a extensão ou os
limites de; limitar, demarcar, definir a
área... Enunciar os atributos essenciais e
específicos de (uma coisa), de modo que a
torne inconfundível com outra.” (p. 528)(1)
ATELECTASIA: conceito...
• “Em seu sentido mais amplo, atelectasia significa
colapso das unidades pulmonares mais periféricas,
o que produz uma diminuição do volume pulmonar.
Este conceito tem em conta seu mecanismo
fisiopatológico, tem o mérito de sugerir
imediatamente que a atitude fisioterapêutica se
baseia na busca da expansão pulmonar por meio de
provocações inspiratórias máximas”. (Postiaux, 2000,
Fisioterapia respiratoria en el niño, p. 194, tradução livre)
ATELECTASIA: definição
• .... O ar é reabsorvido, promovendo colapso das
estruturas e redução do volume, e não substituído
por líquidos ou secreções, que mantêm quase o
mesmo volume pulmonar. (2)
(Postiaux, 2000, Fisioterapia respiratória en el niño, p. 194).
ATELECTASIA: etiologia...
A– Reabsorção
B- Compressão extrínseca ou
intrínseca
C- Adesiva
D- Cicatrização
E- Reabsorção + infecção –
redução
de
volume
incompleta
(Postiaux, 2000, Fisioterapia respiratória en el niño, p. 195).
ATELECTASIA: etiologia... (2)
• Reabsorção – FiO2 a 100%, corpo estranho(2,3)
• Compressão extrínseca ou intrínseca – tumor,
derrame pleural, pneumotórax, cistos, abscessos
• Adesiva – DMH(3), SAM
• Cicatrização – bronquiectasia, fibrose
• Reabsorção + infecção – redução de volume
incompleta – pneumonia, SAM
ATELECTASIA: etiologia(3)
Modificado de American Heart Association;
American Academy of Pediatrics, 2000,
Manual de reanimação neonatal, p. 24.
A expansão dos pulmões do RN no nascimento prevê a
reabsorção do líquido que preenche os espaços alveolares
e a dilatação dos vasos sangüíneos necessários para a
respiração, a partir da entrada do ar a cada inspiração.
ATELECTASIA:
fisiopatologia...
• Conseqüência de um obstáculo à entrada de
ar nos espaços alveolares que dura tempo
bastante para que os gases dos espaços
aéreos sejam difundidos e o colapso
alveolar se instale (2)
• A área atingida depende do nível da
obstrução, podendo envolver desde uma
unidade periférica até todo o pulmão (2)
ATELECTASIA:
fisiopatologia...
(modificado de Postiaux, Fisioterapia
respiratoria en el niño, p. 130.)
ATELECTASIA:
fisiopatologia...
Respirando ar atmosférico (A)
– um lobo pulmonar leva 12 a 24
horas para colapsar-se; um
alvéolo, um ciclo respiratório
(765/705 mmHg – ext/int)
Respirando ar enriquecido (B) - a atelectasia é
mais rápida; O2 puro em RN, opacificação total
dos pulmões em 3 a 5 minutos (760/147 mmHg –
ext/int).
(Postiaux, 2000, Fisioterapia
respiratória en el niño, p. 196).
ATELECTASIA:
fisiopatologia...
Considerar (2):
• a complacência e a condutância aumentam em valor absoluto com a
idade; o pulmão torna-se mais elástico e suas estruturas opõem
menor resistência ao fluxo;
• existe desigualdade de crescimento entre vias aéreas e
parênquima; relação brônquios/parênquima pulmonar varia até 8
anos de idade;
• poros de Köhn começam a abrir-se por volta dos 6 anos de idade;
formados por volta de 12 a 13 anos;
• elasticidade aumenta com a idade – alveolização progressiva até os
8 anos (número de alvéolos será multiplicado por 12 a 15)
• mecânica ventilatória na criança – volumes alterados pela maior
complacência – hiperinsuflação e alta FR compensatórias, com
aumento da CRF para prevenir o colapso das vias aéreas;
• durante o primeiro ano de vida, as meninas são mais beneficiadas
que os meninos por esse crescimento.
ATELECTASIA: sinais
clínicos
• dispnéia, cianose, baixa saturação de O2,
alteração da FR
• desconforto, desânimo, inapetência
• ausculta – MV reduzido ou ausente na
região afetada; RA podem estar presentes
(roncos, sibilos e estertores), podendo
alterar-se na ausculta com mudança de
decúbito(2)
ATELECTASIA: raio X...
• opacidade ocupando áreas da imagem pulmonar, em
local não correspondente a qualquer estrutura
fisiologicamente hipotransparente;
• extensão,
intensidade
e
forma
variada,
dependendo da etiologia e do estadio da condição;
• presença de desvio de mediastino
(quando suficientemente grande
estreitamento
dos
espaços
homolaterais;
hiperinsuflação
compensatória.
homolateral,
para isso),
intercostais
contralateral
ATELECTASIA: raio X...
Atelectasia do pulmão direito
por laringotraqueomalásia em
criança com seqüência de Pierre
Robin (4).
ATELECTASIA: raio X
Bronquiectasia secundária a
tuberculose – homem de 50
anos, tosse crônica(6).
Estenose congênita de traquéia –
menina, 20 meses(5).
ATELECTASIA:
tratamento fisioterapêutico...
• LIMITES: excluir as condições que impeçam a
atuação fisioterapêutica:
– atelectasia por compressão, adesiva ou por cicatrização
exigem tratamento clínico específico para que a
fisioterapia possa surtir efeito(2)
– condição clínica que limite a técnica, como a
plaquetopenia, a anemia, as convulsões, o jejum, entre
outras
– ausência de prescrição médica
ATELECTASIA:
tratamento fisioterapêutico...
• Reexpansão pulmonar, respeitada a clínica
soberana (sinais anamnésicos e semiológicos:
quem é o paciente, do que se queixa, o que se
percebe ao exame), precedida e seguida de
todas as condutas que a permitam (HB)
e/ou a otimizem (RTA, orientação).
ATELECTASIA:
tratamento fisioterapêutico (7)
“Por esse motivo, o leitor não encontrará neste livro receitas ou
descritivos terapêuticos aplicáveis às diversas afecções do
aparelho respiratório consideradas individualmente! Portanto, não
existe a “fisioterapia de ou na asma” ou a “fisioterapia da
fibrose cística” nem fisioterapia própria à bronquiolite, ou ainda à
bronquite, e sim uma fisioterapia de sinais comuns a muitas
afecções: os planos de tratamento estratégicos da fisioterapia
respiratória. Qualquer que seja a etiologia da obstrução
brônquica, resultante de um acometimento agudo ou crônico,
bacteriano ou viral, localizado ou difuso, primário ou secundário a
uma irritação brônquica reflexa e responsável pela obstrução, a
escolha da técnica dar-se-á em função de um conjunto de sinais
anamnésicos e semiológicos.”
(Postiaux, 2000, Fisioterapia respiratória pediátrica, p. 118)
ATELECTASIA:
prevenção
• Prevenir a prematuridade
• Promover a maturidade do PII (produção
prematura de surfactante) nos partos prematuros
•
•
•
•
previsíveis
Evitar a oxigenoterapia além do estritamente
necessário
Cuidados com a VMI (intubação seletiva, semiextubação, umidificação e aquecimento dos gases,
higiene do equipamento e manuseio)
Promover HB adequada
Promover posicionamento adequado e correções de
postura
Referência bibliográfica:
1.
FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário Aurélio da Língua
Portuguesa.Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2a. Ed., 1986, 1838
p.
2.
POSTIAUX, G. Fisioterapia Respiratória em el Niño: las
técnicas de tratamento guiadas por la auscultación pulmonar.
Madrid: Mc-Graw-Hill-Interamericana, 2000, 322 p.
3.
American Heart Association; American Academy of Pediatrics,
Manual de reanimação neonatal.São Paulo: UNIFESP-Escola
Paulista de Medicina, 4a. Ed., 2000, 278 p. – traduzido por
Ruth Guinsburg, Milton Harumi Miyoshi e Maria Fernanda
Branco de Almeida.
4.
KAO, S.C. Atelectasis/Pierre-Robin syndrome . Neonatal Chest:
Imaging for respiratory distress. Virtual Children’s Hospital .
Disponível:
http://www.vh.org/pediatric/provider/radiology/respiratorydist
ress/08.html. Acessado: 15.02.2004.
Segue...
Referência bibliográfica:
5.
KAO, S.C. Tracheal Stenosis. Neonatal Chest: Imaging for
respiratory distress. Virtual Children’s Hospital . Disponível:
http://www.vh.org/pediatric/provider/radiology/respiratorydist
ress/08.html. Acessado: 15.02.2004.
6.
STERN, E. J. Case n. 27 – homem de 50 a com tosse crônica. UW
Radiology main online teaching file: Main teaching file – Chest
cases
only.
Disponível:
http://www.rad.washington.edu/maintf/cases/unk27/text.html.
Acessado: 15.02.2004.
7.
POSTIAUX, G. Fisioterapia Respiratória Pediátrica: o
tratamento guiado por ausculta pulmonar. Porto Alegre:
ARTMED, 2a. Ed., 2004, 301 p. Traduzido por Valdir de Souza
Pinto e Denise Radanovic Vieira.
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