Anais do XVII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do II Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 25 e 26 de setembro de 2012 ESTIMATIVA DA PREVALÊNCIA DE DIABETES MELITTUS NO BRASIL ASSOCIADA E FATORES DE RISCO PRESENTES NAS UNIDADES DA FEDERAÇÃO Ana Flávia Marques da Silva Faculdade de Medicina Centro de Ciências da Vida [email protected] Resumo:O Diabetes Mellitus (DM) é considerado uma epidemia mundial do século XXI e um importante problema de saúde pública. Aproximadamente 240 milhões de indivíduos apresentavam a doença em 2005, com projeção de atingir 366 milhões em 2030. No Brasil, o maior estudo sobre a estimativa da prevalência de DM foi realizado em 1988, demonstrando 8% da população entre 30-69 anos com a doença. Objetivo: Estimar a prevalência de DM no Brasil considerando determinantes sociais das Unidades da Federação. Métodos: A prevalência de DM foi estimada a partir de resultados do Censo Nacional de Diabetes-1988. Para estimativa ajustada considerouse o percentual de pessoas cadastradas no HIPERDIA e dados secundários obtidos nos sistemas de informação vinculados ao DATASUS (base de dados do sistema público nacional). As associações entre prevalência de DM e as variáveis consideradas fatores de risco para a doença foram calculadas pelo coeficiente de correlação de Pearson (r) e análise de regressão linear para estimar as taxas ajustadas. Resultados: A maior associação da prevalência de DM foi com o percentual da população assistida pela saúde suplementar (r= 0,775; p <0,001), seguido pelo percentual de obesos (r=0,739; p<0,001) e taxa de mortalidade associada ao DM (r=0,535; p=0,002). Estimativas da taxa de DM para a população total variaram de 4,1% a 6,7% nos Estados, tanto considerando faixa etária quanto as outras variáveis. As menores prevalências ocorreram na região Norte e as maiores no Sudeste. Discussão: A análise dos indicadores populacionais pode ajudar tanto na identificação dos determinantes sociais que influenciam na prevalência de DM, em cada estado, como também na elaboração de políticas públicas e de estratégias de tratamento e prevenção da doença e de suas complicações. Palavras chaves: Diabetes, Prevalência, Brasil. Área do Conhecimento: Epidemiologia e SaúdeEpidemiologia em Ciências da Saúde Luciana Bertoldi Nucci Grupo de Pesquisa: Epidemiologia e Saúde Centro de Ciências da Vida [email protected] 1. INTRODUÇÃO O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica complexa e multifatorial [1] e é considerado um importante problema de saúde pública, em especial nos países em desenvolvimento [2]. Sua etiopatogenia é decorrente da falta de insulina e/ou diminuição da ação desta [3,4]. Pode ser classificado em: tipo 1, tipo 2, DM gestacional e outros tipos específicos, sendo o DM tipo 2 (DM2) responsável por 80-90% dos casos. [4,5]. Dentre os fatores que são considerados de risco para o desenvolvimento do DM2 encontram-se a idade (acima de 45 anos), o excesso de peso, o sedentarismo, a hipertensão arterial, as alterações nas taxas de colesterol e triglicérides e a história familiar de DM. As manifestações clínicas mais frequentes são poliúria, nictúria, polidipsia, boca seca, polifagia, emagrecimento rápido, fadiga, fraqueza, tontura e outros [3]. As consequências do DM em longo prazo decorrem de alterações micro e macrovasculares que levam à disfunção, ao dano ou à falência de múltiplos órgãos [4]. As complicações crônicas incluem: nefropatia com possível evolução para insuficiência renal, retinopatia com possibilidade de cegueira, neuropatias com risco de úlceras nos pés, amputações, artropatia de Charcot e manifestação de disfunção autonômica, incluindo disfunção sexual [4]. Nos portadores da doença há aumento do risco de doença vascular aterosclerótica como doença coronariana, doença arterial periférica e doença vascular cerebral. Em 80-90% dos casos é também associada à Síndrome Metabólica [4] que é caracterizada quando 3 dos 5 critérios a seguir estão presentes: obesidade central, hipertensão arterial, dislipidemia e glicemia alterada ou DM [6]. Em termos mundiais, cerca de 30 milhões de indivíduos apresentavam DM em 1985, passando para 135 milhões em 1995 e 240 milhões em 2005, com projeção de atingir 366 milhões em 2030 [7]. Em uma revisão bibliográfica realizada na Espanha em 2007 estimou-se que de 10-15% da população adulta espanhola tenha DM [8]. Em outro estudo, Anais do XVII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do II Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 25 e 26 de setembro de 2012 publicado em 2010, foi estimado uma prevalência de diabetes de 11,7% na população portuguesa [9]. Nas Américas, o número de diagnosticados foi aproximadamente 35 milhões em 2000 e projetado para 64 milhões em 2025[10]. Estudo americano publicado em 2011 afirma que em 2008 a glicemia global para homens, de acordo com idade, foi de 5,50mmol/L e para mulheres 5,42mmol/L, tendo um aumento de 0,07 e 0,09mmol/L por década, respectivamente. A prevalência de DM neste mesmo ano aumentou em 8,3% para mulheres e 9,8% para homens em relação às taxas de 1980 [11]. Ainda, dados mostram que, nos EUA, a taxa de incidência de novos casos diagnosticados de DM entre adultos aumentou de 4,8 para 9,1 casos/1000 habitantes nos últimos 20 anos e a estimativa para 2050 é que a prevalência seja de 12% No México, a prevalência de DM foi 8,2% em 2000 [12]. No Brasil, a tendência do aumento da obesidade, do sedentarismo e consequentemente do DM2 também vem se confirmando [13]. O estudo mais abrangente sobre a prevalência de diabetes mellitus foi realizado em 1988 em nove capitais brasileiras [14]. A prevalência estimada de diabetes ajustada para idade variou de 5,2% a 9,7% nos diferentes centros. Cidades do Sul e Sudeste apresentaram as maiores prevalências e Brasília (região Centro-Oeste) a menor. A prevalência geral de Diabetes ajustada para idade foi de 7,4%. Importante variação notou-se também nas faixas etárias estudadas, de 2,7% na faixa de 30 a 39 anos a 17,4%, na faixa de 60 a 69 anos. Durante tal estudo, o dado mais preocupante foi que, refletindo estimativas mundiais [15,16,17], quase a metade, ou seja, 46% dos diabéticos não conheciam o diagnóstico ao serem testados. Em outro estudo realizado na cidade de Ribeirão Preto-SP, em 2003, foi evidenciado que 12% da população entre 30-69 anos era portadora da doença [18]. Para Wild et al. (2004), em 2030 estima-se que no Brasil haverá 11,3 milhões de portadores de DM colocando-o em sexto lugar dos países com maior número de casos de DM [19]. Assim, conclui-se que, de fato, o DM é um problema de presença global. Mas um dado importante é que a maioria dos países latino-americanos não desenvolve um sistema de vigilância epidemiológica para as doenças crônicas na população adulta, em particular sobre o DM. As informações sobre a prevalência do diabetes derivam de inquéritos realizados esporadicamente e não em bases regulares. Poucos têm abrangência nacional, sendo a maioria envolvendo cidades ou regiões [20]. Todo o exposto acima confirma mais uma vez o grande caráter problemático da doença em todo o mundo, tornando necessária a realização de estudos sobre essa patologia, pois não só compromete a sobrevida e qualidade de vida dos portadores, como repercute em outras áreas também, como veremos a seguir. Mundialmente, os custos diretos para atendimentos a DM variam de 2,5% a 15% dos gastos nacionais em Saúde [4]. Segundo Hogan et al (2003) diabéticos dos EUA tem 2,4 mais despesas médicas que os não diabéticos [21]. Além disso, a sociedade acaba sendo afetada com a perda de produtividade no trabalho, aposentadoria precoce e mortalidade prematura. Destaca-se, portanto, a necessidade de priorização de políticas públicas direcionadas a prevenção do DM e de suas complicações [4], de forma a diminuir os elevados gastos públicos destinados ao combate dessa doença. Valdez [22] relata que pré-diabetes não diagnosticada e DM2 são condições em que o rastreamento pode ser útil para a prevenção de problemas de saúde em uma parcela considerável da população. Programas de prevenção primária do DM vêm sendo desenvolvidos em diversos países, cujos resultados demonstram um impacto positivo sobre a qualidade de vida da população [13]. Ou seja, isso constata que a prevenção primária dessa doença deveria ser meta de todos os países. Deve-se ainda salientar que há estimativa de 40% a 60% de casos não diagnosticados [23], o que dá maior ênfase a questão. Por isso, é de grande valia a realização de novas pesquisas que busquem atualizar a taxa de prevalência de DM no Brasil, associando aos fatores de risco presentes em cada Unidade da Federação (UF), pois, como citado anteriormente, vários são os fatores de risco envolvidos com a doença, os quais variam de acordo com população local. Dessa forma, o objetivo desse estudo é descrever a prevalência atual estimada do DM no Brasil, segundo dados secundários do DATASUS, de acordo com variáveis disponíveis. 2. MÉTODO Foram coletados dados secundários das bases de dados disponíveis no sistema DATASUS – base de dados do Sistema Único de Saúde brasileiro, tendo como unidade de análise a Unidade da Federação. Posteriormente esses dados passaram por uma avaliação criteriosa e cada base de dados foi caracterizada por período, abrangência e tipo de informação. O ano de base escolhido para padronização dos Anais do XVII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do II Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 25 e 26 de setembro de 2012 dados foi 2007, pois algumas bases só possuem dados até esse período. Para o cálculo da estimativa de diabetes por Unidade da Federação, foi realizado levantamento da população residente por estado, no ano de 2007, dado esse obtido no DATASUS. Posteriormente, essa população foi dividida por faixa etária e sobre o número absoluto da população obtido em cada faixa etária foram aplicados valores de prevalência para DM sugeridos pela Sociedade Brasileira de Diabetes (prevalência de 0,1% na faixa etária abaixo de 30 anos, de 12% na faixa etária de 30 a 69 anos e de 20% na faixa etária acima de 69 anos) [23]. Para a estimativa ajustada, foram considerados os percentuais de pessoas cadastradas no Hiperdia - Sistema Nacional de Cadastramento e acompanhamento de hipertensos e diabéticos [24] e os fatores sociodemográficos das UF (percentual de usuários da saúde suplementar, taxa de mortalidade e internação por DM, prevalência de obesidade, fumo e atividade física suficiente na população) obtidos do DATASUS [25], do Programa Pacto pela Saúde (Conjunto de reformas institucionais com objetivo de inovar a gestão em saúde) [26] e do VIGITEL - Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis por inquérito telefônico [27]. A associação entre prevalência de DM e variáveis disponíveis foi calculada pelo coeficiente de correlação de Pearson (r) e posteriormente análise de regressão linear para estimar as taxas ajustadas. 3. RESULTADOS A Figura 1 traz a estimativa bruta da prevalência de DM, no ano de 2007, por UF, ou seja, neste caso apenas considerou-se para o cálculo valores de prevalência preconizados pela Sociedade Brasileira de Diabetes, obtendo-se uma prevalência total de 5,89% no Brasil. Já a Figura 2 mostra a estimativa da prevalência de DM associada aos fatores de risco mais prevalentes em cada estado, no ano de 2007. A maior associação com a prevalência de DM foi com o percentual da população com plano de saúde (r=0,775; p<0,001), seguido pelo percentual de obesos (r=0,739; p<0,001) e taxa de mortalidade associada ao DM (r=0,535; p=0,002). As estimativas da taxa de diabetes para a população total variaram de 4,1% a 6,7% nos estados, tanto considerando apenas a faixa etária quanto as outras variáveis. As menores prevalências ocorreram nos estados do Amazonas e Acre, na região Norte, e as maiores nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, na região Sudeste. É pertinente ressaltar que justamente a região onde houve a menor prevalência da doença, a Norte, é a 3° região do país em porcentagem de obesidade, de fumantes e de atividade física suficiente no lazer, segundo dados do VIGITEL [27]. Já a região Sudeste, que tem a maior prevalência, é, entre todas as regiões, a 1° em porcentagem de obesidade, a 2° em percentagem de fumantes e a 5° em porcentagem de atividade física suficiente no lazer, segundo dados do VIGITEL [27]. Vale lembrar que os dados disponíveis no programa VIGITEL consideram apenas informações colhidas na capital de cada estado, mesmo assim o próprio programa projeta os reflexos da informação colhida nas capitais para toda a região. Comparando-se as duas figuras pode-se perceber que, em relação à taxa bruta, a taxa ajustada foi menor em todos os estados, com exceção de Roraima. O estado do Ceará apresentou maior variação entre a taxa bruta e ajustada Ele possui uma população de diabéticos de 446.348 pessoas, segundo cálculo realizado com base em informações da Sociedade Brasileira de Diabetes, e uma porcentagem de obesidade na sua capital de 14,60%, sendo o 3° Estado a apresentar maior valor desse dado. Ressalta-se que o último dado representa a proporção (%) do número de indivíduos com obesidade sobre o número de indivíduos entrevistados pelo Programa VIGITEL-2007. Também apresenta uma prevalência de atividade física suficiente no tempo livre em adultos de 17,37%, segundo informações do Programa VIGITEL. É relevante também citar o Estado com menor variação, que foi o Rio de Janeiro. Este tem uma população de diabéticos de 1.053.103 pessoas, ocupando 3° lugar no ranking do Estado com maior população de Diabéticos. De encontro com essa informação, ele ainda representa o 2° Estado com maior proporção de população coberta por plano de Saúde (31,02%), segundo o DATASUS. Interessante notar que Roraima, que teve variação negativa entre as taxas, apresenta a 2° menor cobertura por plano de saúde entre todos os estados brasileiros. Anais do XVII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do II Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 25 e 26 de setembro de 2012 Figura 1: Estimativa da prevalência bruta de Diabetes Mellitus por Unidade da Federação Figura 2: Estimativa ajustada da prevalência de DM por Unidade da Federação. 4. DISCUSSÃO Segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF, International Diabetes Federation), o Brasil alcançou, em 2009, quinto lugar no ranking de número de diabéticos, com 7,6 milhões de casos [28,29]. Aliada a essa informação, o editor-chefe do Portal da Sociedade Brasileira de Diabetes, Dr. Laerte Damaceno realizou um detalhado estudo das publicações científicas que tratam do número de diabéticos no Brasil. Atualizando os dados encontrados para o CENSO-IBGE – 2010 da população brasileira che- gou ao número estimado de diabéticos no Brasil: 12.054.827 (Doze milhões cinquenta e quatro mil oitocentos e vinte sete) [30]. Ainda, informações divulgadas pelo Ministério da Saúde durante o Fórum Pan-Americano de ação contra as Doenças Crônicas Não Transmissíveis-2012 mostraram que 5,6% da população brasileira declaram ter a doença [31]. Todos os dados acima constituem uma pequena amostragem de como a literatura médica ainda é pobre em números sobre a prevalência e fatores de risco relacionados ao diabetes, sendo que estes são extremamente importantes para orientar políticas públicas de combate à doença. A análise dos mapas criados pelo estudo mostra uma prevalência total/bruta de DM de 5,89%, em 2007 no Brasil. Já quando há correlação da estimativa bruta com os fatores de risco associados à doença, as taxas de prevalência variam de 4,1% a 6,7% entre os estados, onde Norte possui a menor prevalência e Sudeste a maior. Ainda, a comparação entre os mapas permite concluir que a incidência muda quando se inclui fatores de risco para o cálculo. Isso correspondeu à expectativa do trabalho, uma vez que, se tivermos uma análise em um estado que possui baixos fatores de risco, por exemplo, baixo percentual de obesos, de população idosa ou alto percentual de população jovem, a estimativa ajustada tende a ser menor em comparação com a estimativa bruta. Da mesma forma, em um estado com forte presença dos fatores de risco, a estimativa ajustada tende a ser maior. Isso pode ser notado ao se analisar o estado do Rio Grande do Sul, que é considerado o mais desenvolvido em termos de saúde no Brasil. Ele possui estimativa bruta de 6,68% e ajustada de 5,97%. É importante ressaltar que, como o projeto foi desenvolvido com base em dados secundários, as informações obtidas podem estar subestimadas. Não há ainda no Brasil conscientização da importância dessas bases, o que prejudica as suas atualizações. Mesmo assim, o trabalho permite evidenciar a necessidade de estudos sobre DM com ênfase na epidemiologia e nos fatores de risco associados à doença, a fim de proporcionar uma política pública de prevenção primária mais eficiente. AGRADECIMENTOS Agradecemos à Pontifícia Universidade Católica de Campinas pela oportunidade de trabalharmos esse tema e também a agência financiadora, que acreditou no potencial do trabalho. Anais do XVII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do II Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 25 e 26 de setembro de 2012 REFERÊNCIAS [1] Disponível em: http://dab.saude.gov.br/docs/publicações/cadernos_a b/abcad16.pdf Acesso em: 4 Mai. 2012. [2] Zimmet P. Globalization, coca-colonization and the chronic disease epidemic: can the Doomsday scenario be averted? Journal of Internal Medicine 247, 301-310. 2000. Melbourne, Australia, International Diabetes Institute. [3] DURAN RAB, SOLER ZASG, SANTOS BMO, MORRAYE MA. Caracterização das Condições de Vida e Saúde dos Indivíduos Diabéticos Tipo II em uma Unidade de Saúde da Família Votuporanga, SP. investigação 10[2], S23-S30. [4] HASHIMOTO IK, HADDAD MCL. Níveis glicêmicos de Diabéticos do tipo 2 cadastrados em uma Unidade Básica de Saúde de LondrinaPR. Revista Espaço para a Saúde, Londrina 10[2], 18-26. 2009. [5] American Diabetes Association. 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