Andréa de Fátima Almeida Silva
Abrindo olhares para o ato de aprender numa
visão psicopedagógica
MONOGRAFIA
Programa de Pós-Graduação em
Psicopedagogia
Rio de Janeiro
junho de 2003
Andréa de Fátima Almeida Silva
Abrindo olhares para o ato de aprender numa visão psicopedagógica
Monografia
Monografia apresentada como requisito parcial para
obtenção do grau de Psicopedagoga pelo Programa
de Pós-Graduação em Psicopedagogia, da
Universidade Candido Mendes (UCAM).
Orientador: Luiz Cláudio Lopes Alves Dr.
Co-orientador: Pedro Paulo Almeida Silva M.Sc.
Rio de Janeiro
junho de 2003
“... há um tempo de plantar com as mãos,
mas há um tempo de plantar as mãos...”
Do livro Bar Do Juan de Antônio Callado
Agradecimentos
Aos orientadores Professor Doutor Luiz Cláudio Lopes Alves e Mestre em
Ciências Pedro Paulo Almeida Silva, pelo apoio, orientação e confiança
depositados.
A UCAM pelo ambiente favorável no desenvolvimento deste trabalho.
À secretaria da Pós-Graduação, pelo permanente apoio.
Aos parentes que de uma forma ou outra participaram do processo de motivação.
Aos meus filhos e esposo, pelo permanente apoio e compreensão.
Aos professores pelos ensinamentos e aos funcionários pelo desprendido suporte.
Para não correr riscos de omissão, reiteramos os agradecimentos a todos os
especialistas e colaboradores que de forma direta ou indireta colaboraram para o
desenvolvimento do presente trabalho.
Resumo
A presente monografia intitulada “Abrindo olhares para o ato de aprender
numa visão psicopedagógica” foi desenvolvida com o propósito de contribuir
com os educadores de forma a obterem uma reflexão maior a respeito de sua
prática e teoria aplicada às questões relacionadas à aprendizagem, ressaltando as
contribuições da psicopedagogia. Tendo como metodologia uma pesquisa
bibliográfica, na qual procurou-se identificar como o psicopedagogo possui um
importantíssimo papel para transformar a história que poderia ser de fracasso em
verdadeiro sucesso.
Palavras-chave:
1. Psicopedagogia. 2. Aprendizagem. 3. Professor. 4. Aluno. 5. Auto-estima. 6.
Ensino. 6. Educação.
Sumário
Introdução ............................................................................................ 5
Capítulo 1 – Somos eternos aprendizes............................................ 7
1.1 Definição de aprendizagem ............................................................. 7
1.2 As diferentes percepções sobre a aprendizagem............................ 8
1.3 Ensino e aprendizagem ................................................................... 11
1.4 Aspectos que interferem na aprendizagem ..................................... 14
Capítulo 2 – A importância da auto-estima na aprendizagem......... 16
2.1 Conhecendo a auto-estima.............................................................. 16
2.2 auto-estima e aprendizagem ........................................................... 19
2.3 auto-estima na prática pedagógica.................................................. 21
2.4 Vencer juntos: relação professor-aluno ........................................... 24
Capítulo 3 – Um olhar psicopedagógico sobre o ato de aprender . 27
Capítulo 4 – Conclusões e recomendações...................................... 30
Referências bibliográfica .................................................................... 32
Anexos .................................................................................................. 33
Introdução
O processo de aprendizagem é importante para o ser humano, uma vez que
pertencemos a uma espécie que nascer é ingressar em um mundo onde é
indispensável aprender.
A aprendizagem é uma atividade humana que teve sobre si, vários olhares,
fazendo com que fosse concebido de formas diferenciadas. O ser humano tem em
si a curiosidade pelo conhecer, com isto apareceram correntes teóricas que
tentavam descobrir como aprendemos.
A aprendizagem é uma mudança no comportamento resultante de uma experiência
que desenvolve a percepção, atenção, a memória e a imaginação. Nascemos com
uma capacidade intensa de aprender, que não dever ser estagnada, mas sim,
ampliada durante toda nossa vida. Nesse contexto, percebemos que aprendemos
desde muito cedo e já somos capazes de expressar nossas emoções nas formas
estabelecidas pela cultura que estamos inseridos, o que nos faz seres culturais. As
primeiras relações da criança com a família formam a matriz de aprendizagem,
que se desenvolve no interior da relação.
A escola, então, será um entre muitos outros ambientes possíveis para adquirir
conhecimento, mas é preciso que ela também propicie oportunidades para os
educandos. Ela deve refletir sua realidade unindo teoria e prática, tendo objetivos
e metas claras, para que através da coerência contribua com seus alunos, buscando
variadas formas de leva-lo a uma aprendizagem significativa.
As dificuldades de aprendizagem, durante muito tempo, estiveram voltadas para o
aluno, sendo ele o “culpado” por seu fracasso, quando na verdade a sua
dificuldade está relacionada a diferentes fatores que interferem diretamente em
sua aprendizagem.
Em minha prática pedagógica percebo que um dos fatores que interferem na
aprendizagem é a auto-estima que deve ser estimulada, trabalhada e enfatizada,
pois exerce um importante papel para uma boa aprendizagem modificando
histórias que poderiam ter como fim o fracasso.
O psicopedagogo atua justamente sobre as dificuldades, voltando-se para o “não
aprender” e neste processo deve trabalhar a auto-estima como a principal forma de
mudar o quadro em que a criança se encontra. Acredito que com a família, com a
instituição, com o corpo-docente, os funcionários etc. é o caminho para
estabelecer a ponte entre a criança e o saber.
Desenvolver um trabalho em conjunto visando analisar o processo de construção
do conhecimento, tentando identificar o que facilita e o que dificulta a
aprendizagem observando quem aprende e quem ensina, eis o grande desafio.
A análise do tema escolhido fez-se por intermédio de pesquisa bibliográfica na
qual buscou-se subsídios de vários teóricos onde pudesse via capítulos
(desenvolvidos) definir aprendizagem e lançar novos olhares pela psicopedagogia
reconhecendo que esse olhar deve ser voltado ao ato de aprender.
Capítulo 1
Somos eternos aprendizes
1.1 Definição de aprendizagem
O homem ao longo do tempo, veio tendo determinadas angústias (i) De onde
viemos?; (ii) O que é a morte?; (iii) Por que sentimos? e (iv) Como aprendemos?.
Percebe-se então, que a aprendizagem também é uma das questões fundamentais
para o ser humano desde a antigüidade. Eis o questionamento “O que é
aprender?”.
Segundo Fernadez (2001), aprender é (i) apropriar-se da linguagem; (ii) historiarse, recordar o passado para despertar ao futuro e (iii) deixar-se surpreender-se pelo
já conhecido. Aprender é reconhecer-se e admitir-se. Crer e criar. Arriscar-se e
fazer sonhos textos visíveis e possíveis.
“Aprendizagem é o processo pelo qual o indivíduo
adquire informações, habilidades, atitudes, valores
etc.. A partir de seu contato com a realidade, meio
ambiente, as outras pessoas. É um processo que se
diferencia dos fatores inatos (a capacidade de
digestão), que já nasce com o indivíduo e dos
processos de maturação do organismo independentes
da informação do ambiente (e.g.: a maturação sexual)
(OLIVEIRA, 1995)”.
Se a aprendizagem for uma experiência bem sucedida, o aluno constrói uma
representação de si mesmo como alguém capaz de aprender. Se, ao contrário, for
experiência mal sucedida, o ato de aprender tenderá a ser uma ameaça ao
desinteresse, pois os aspectos emocionais interferem na aprendizagem.
Para Visca (1991), a aprendizagem não está restrita à escola, pois não é só na
escola que se aprende. A aprendizagem opera na interação com as instituições
educativas mediadoras da sociedade, órgãos especializados para transmitir os
conhecimentos, atitudes e destrezas que a sociedade estima necessária para a
sobrevivência, capazes de manter uma relação equilibrada entre a identidade e a
mudança.
A aprendizagem é a apreensão instrumental da realidade. Percebe-se que as
dificuldades de aprendizagem estão diretamente relacionadas à carência de
8
“experiência de aprendizagem mediadora”, à qual acarreta fundamentalmente
performance cognitiva deficitária além de baixa modificabilidade cognitiva. Com
isso, o resultado da estimulação do ambiente que se expressa diante de uma
situação problema, sob forma de mudança de comportamento, é uma função da
experiência.
O sujeito aprende na procura ativa para compreender o mundo e resolver as
interrogações que este mundo provoca Ferrero (1985). Portanto a aprendizagem
ocorre quando o comportamento é modificado pelo resultado de uma experiência
(ibid).
1.2 As diferentes percepções sobre aprendizagem
O modo de responder as questões fundamentais do homem diferem-se ao longo
dos tempos, pois em cada época as questões foram obtendo um tipo de resposta
dependendo do contexto histórico.
Na Antigüidade Clássica, antes dos filósofos, a cerca de 1000 a 1500 a.C., o modo
que o ser humano respondia a esta questão, como a todas as outras era por
intermédio da construção dos mitos, que eram histórias da tradição oral, passada
de pai pra filho.
A aprendizagem ou o impulso dela era observada no mito da Caixa de Pandora,
que expressa o dito que não poderia ser aberta e quando isso ocorre saem todas as
desgraças do mundo, a última a sair foi a esperança, pois, no mundo grego quem
espera não faz. Esse mito se relaciona com aprendizagem por que para eles existe
uma característica importante a punição da curiosidade. Percebe-se que algo do
senso comum lidava com a aprendizagem no mito.
O conhecimento era algo assustador e ameaçador, pode-se observar isso em outras
histórias, mas de cunho de religioso, como a de Adão e Eva, que “provaram” da
árvore do conhecimento e foram expulsos do paraíso.
Com os filósofos, a resposta ganha uma visão muito mais ampla e diferenciada.
Para Platão, o homem nasce com idéias que são permanentes e perfeitas. As coisas
conhecidas são imperfeitas e no confronto das idéias perfeitas com as imperfeitas
é que ocorre a aprendizagem, ou seja, o homem nasce com uma estrutura ideativa,
racional.
9
Já Aristóteles (discípulo de Platão), seguiu uma linha de pensamento diferente,
para ele o ser humano aprende a partir das experiências, o ser nasce com uma
mente e esta é como uma folha em branco, sem capacidade prévia, a
aprendizagem se dá por intermédio de experiência acumulada.
Tempos depois, seguindo a linha dos filósofos, a cerca de 1500 d.C., Descartes
(herdeiro de Platão), inventou a seguinte frase: “Penso logo existo”1, ou seja, o
que nos define são nossas idéias, nascemos capazes de interpretar fatos, coisas
(e.g.: a caixa de Pandora: pensar sobre a caixa faz dele um ser, por isso ele é).
Logo, a aprendizagem é interpretar o mundo, fazendo uso da razão, da
racionalidade, interpretar, refletir e aprender.
N idade média, entendia-se aprender como fixar na memória ou conhecer.
Aprendiam-se apenas informações do professor que ditava regras, explicava e o
aluno assimilava apenas ouvindo, copiando e decorando o que era exposto.
Dentro do campo da psicologia, tomemos duas concepções sobre a aprendizagem.
A Gestalt2 que é uma escola da teoria da aprendizagem contemporânea na
Alemanha e teve como fundadores Max Wertheimer, Wolfgang Kohler e Kurt
Koffka.
Nessa concepção a aprendizagem é desenvolver insights –que é uma conquista de
quem aprende, é aquela sensação que invade o indivíduo quando ele acha a
solução de um problema, uma solução que uma pessoa aponta para um campo
problema-, mas estes podem conter falhas –ou as leis da percepção– são leis ou
princípios que irão determinar a forma de como o indivíduo percebe os objetos, as
coisas em si, como organismos do nosso mundo perceptivo. Logo, a
aprendizagem ocorre por intermédio da percepção, pelo indivíduo, de um todo
global, ou seja, ela vê o indivíduo como um todo e estuda o estímulo, o meio
ambiental, a percepção e a sensação do movimento, ou seja, o homem é produto
da interação do seu interior e dos estímulos do ambiente3. O Behaviorismo que foi
inspirado em Pavlov e teve como maior expoente Skinner, acredita que aprender é
condicionar estímulos e respostas, onde o conhecimento só pode ser concluído por
intermédio de perguntas, tarefas ou problemas que se é capaz de resolver e é
1
Traduzindo corretamente, temos: “Penso logo sou”.
Significa representação modelo (forma geral).
3
Pensamento de Platão.
2
10
mensurado. O meio físico é que agem sobre o indivíduo, onde o homem é produto
das condições ambientais, as quais ele reage passivamente4.
Jean Piaget, que teve sua obra difundida pelo mundo e continua a inspirar, ainda
hoje, diferentes trabalhos em áreas variadas. Esse psicólogo suíço estudo dentre
várias coisas, o desenvolvimento da inteligência, do nascimento à maturidade do
ser humano, analisando a evolução do raciocínio, para ele o homem não tem
comportamento
inato,
como
também
suas
atitudes
são
resultado
de
condicionamentos.
O homem, na verdade, apresenta um comportamento construído por ele próprio ao
interagir com o meio que vive. Ele criou modelo epsitemlógico com base na
interação sujeito-objeto, onde o conhecimento está nesta interação, ou seja,
depende da ação simultânea do sujeito e objeto um sobre o outro.
O homem aprende quando acontecem ações físicas ou mentais sobre objetos que,
provocando desequilíbrio, resultam em assimilação 5 ou, acomodação6 é
alcançado.
O indivíduo constrói e reconstrói continuamente as estruturas, que o torna mais
apto ao equilíbrio, estas construções seguem um padrão denominado de estágios
de desenvolvimento. Para ele o desenvolvimento processa a aprendizagem.
Já Vygostky, atribui enorme importância à dimensão social, que fornece
instrumentos e símbolos que mediam a relação do indivíduo com o mundo. A
aprendizagem é considerada assim, um aspecto necessário e fundamental para o
processo de desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Logo, o
desenvolvimento pleno do ser humano depende do aprendizado que realiza um
determinado grupo social na interação com os outros, ou seja, depende da
interação do ser humano com o meio físico (e.g.: meninas lobas).
O desenvolvimento está intimamente relacionado com o contexto social histórico,
em que está inserido e se processa de forma dinâmica e dialética, por intermédio
de rupturas e desequilíbrios provocados de contínuas reorganizações.
4
Pensamento Aristotélico.
Processo cognitivo de colocar, classificar novos elementos em esquemas existentes.
6
Modificação de um esquema ou de uma estrutura em função das particularidades do objeto a ser assimilado
5
11
Nesta perspectiva é o aprendizado que possibilita e movimenta o processo de
desenvolvimento: “o aprender pressupõe uma natureza social específica e um
processo por intermédio do qual as crianças penetram na vida intelectual daqueles
que as cercam” (VYGOSTKY, 1984 p.99).
A aprendizagem é um aspecto necessário e universal, uma espécie de garantia do
desenvolvimento das características psicológicas especificamente humanas e
culturalmente organizadas. Para ele se inicia antes de ingressar na vida escolar, e a
aprendizagem gera o desenvolvimento.
Após esta visão sintética, com relação a visão de como acontece a aprendizagem,
fica claro que foi construída uma espécie de base, uma estrutura com
ramificações, com duas vertentes que se refletem até nossos dias atuais, oscilando
entre o já existente ou tabula rasa.
1.3 Ensino e aprendizagem
Após a análise e o reconhecimento sobre as percepções que existiam a respeito da
aprendizagem preciso traçar a relação entre ensino e aprendizagem. Para muitos a
aprendizagem esta para o ensino assim como ouvir para escutar e ler para
escrever, mas é uma visão errônea da realidade, pois a aprendizagem não é
simplesmente contrapartida do ensino. O conceito de ensino envolve uma situação
triádica, isto é, de três componentes, quais sejam, aquele que ensina, aquele a
quem se ensina, e aquilo que se ensina.
Na prática, está muito arraigada a idéia de que ensinar e aprender são a mesma
coisa, mas a de convir que pode ocorrer ensino sem aprendizagem como também
pode haver aprendizagem sem ensino.
Ensinar e aprender são processos diferentes que envolvem sujeitos também
diferentes (e.g.: um educador e um educando). Ensinar e aprender, por envolver
processos e sujeitos diferentes, supõe também métodos diferentes – os
mecanismos e estratégias que o educador desenvolve determinado conteúdo, são,
na grande maioria, diferentes daqueles que o estudante utiliza para aprender, o que
este mesmo educador ensinou.
As primeiras relações da criança com a família formam a matriz de aprendizagem,
que se desenvolve no interior da relação. A escola, então, será um entre muitos
12
outros ambientes em que se é possível aprender, adquirir conhecimento, mas é
preciso que ela também propicie oportunidades para que os educandos a gerar o
conhecimento.
No sistema educativo é muito comum o ensinar sem aprendizagem efetiva, pois se
todo o ensino torna-se automaticamente em aprendizagem todos os educandos
seriam gênios. O problema é que os professores ensinam, mas os alunos nem
sempre aprendem. Criando-se um grande desperdício entre a informação que se
ensina e a informação que é efetivamente registrada, processada e aprendida.
Claro que uma margem razoável de desperdício de informação é inevitável em
todo processo educativo. Falta de motivação, de interesse, de atenção, de
concentração, de compreensão etc., impedem que o conhecimento seja registrado
e fixado. Por outro lado, existem mecanismos naturais de seleção -nem tudo
interessa a todos, nem da mesma maneira, motivo pelo qual cada um seleciona e
prioriza a informação que recebe-.
Por assumir que ensinar equivale a aprender e tem se centrado tradicionalmente
no ponto de vista do ensino, tirando a partir daí conclusões sobre a aprendizagem.
A pedagogia esteve por muito tempo centrada mais nos métodos de ensino do que
nos métodos de aprendizagem, como se fosse algo único. Hoje, vem buscando
fixar sua atenção na aprendizagem, ou seja, no ponto de vista do aluno. Esse fato
marca uma mudança radical na pedagogia.
O objetivo final da dissertação é a aprendizagem e é a partir dela que se avalia o
aluno, o professor e o sistema. O que importa é que os alunos aprendam. Nessa
perspectiva, o bom professor não é o que ensina muitas coisas, mas sim aquele
que consegue que seus alunos aprendam efetivamente aquilo que ensina.
É importante que na escola se tenha noção da real importância da troca, para que a
aprendizagem seja um processo interativo entre quem ensina e quem aprende,
onde, o sujeito da ação seja nós e não eu e você. As pessoas envolvidas nesse
processo ensino-aprendizagem –educador e educando precisam comunicar suas
idéias, não havendo mais espaço para o monólogo, mas sim para o diálogo, a troca
é um fator primordial-. Onde se finda a visão do professor (o detentor de todos os
saberes”, para que floresça a oportunidade dos momentos de troca, para que ele e
seu educando cresçam, pois na medida que isto ocorre ele estará desenvolvendo
13
seu papel enquanto educador do novo século, que busca aprender a conhecer,
perceber e interagir com o outro, conduzindo o seu educando a aprender a
aprender.
“As pessoas tem a capacidade de ensinar,
transmitindo cultura e valores que a sociedade têm
acumulado. Aprendemos e ensinamos porque
precisamos resolver problemas reais, as experiências
aprender e ensinar é prazerosa que não percebemos
esses processos (DEVAL, in Demo)”.
Encontramos a aprendizagem em todas as ocasiões de nossa vida de maneira
significativa, e ela ocorre de formas múltiplas em diferentes instâncias.
Aprendemos ao interagir e não só por meios formais. Nascemos para aprender e
aprenderemos a morrer.
A aprendizagem é uma mudança no comportamento resultante de uma experiência
que desenvolve a percepção, atenção, a memória e a imaginação, nascemos com
uma capacidade imensa de aprender, que não deve ser estagnada, mas sim,
ampliada durante toda nossa vida.
É de suma importância que ocorra a participação de dois aspectos nesse processo:
(i) a atribuição de significados7 e (ii) sentido8.
Por tudo que foi mencionado, percebe-se que a escola precisa de uma
“reengenharia”, desvinculando a pseudo-idéia de que o primordial é o ensino, não
incluindo a aprendizagem nesse processo.
Com o rompimento com o velho paradigma, não estaremos estigmatizando nossos
educandos ao “não aprender” e ao “fracasso escolar”, pois é necessário um
vínculo entre aprendizagem informal9 e formal10.
Segundo Demo (2000) aprender é conquistar autonomia em um mundo
bombardeado de idéias, propostas, o que aprendemos nos dá segurança de sermos
homens cultos. Devemos aprender a ver o mundo com seu próprio entender, para
que possamos caminhar segundo aquilo que conhecemos e que escolhemos. A
7
Idéias e conceitos que tem sobre o mundo, que é socialmente construído, ocorre de fora pra dentro.
Valor e importância que é atribuído a quem aprende, ocorre de dentro para fora.
9
Onde é correlacionado significados e sentidos do dia-a-dia.
10
Na maioria das vezes e em diversas situações lhe é tolido essa liberdade, pois geralmente espera respostas e
pensamentos homogêneos.
8
14
aprendizagem também tem o sentido de habilidade de pesquisa, no sentido de
sermos homens questionadores, buscar o novo ver além das linhas, compreender
as entrelinhas, sem subestimar o outro.
E por fim, o que ele chama de “saga da reconstrução permanente”, aprender não é
incorporar mecanicamente, não é reproduzir. O conhecimento nos é transmitido,
mas precisa ser reelaborado e ser incorporado por nós, só assim gera autonomia e
liberdade.
Observemos este trecho do texto de Artur da Távola:
“... eu educo os valoras que recebi ontem para as pessoas que são o amanhã. Os
valores de ontem, os conheço. Os de hoje percebo alguns. Dos de amanhã não sei.
Se só uso os de ontem, não educo, condiciono. Se só uso os de hoje, complico. Se
só uso os de amanhã, não educo faço experiências à custa da criança. Se usar os
três, sofro, mas educo”.
Ele nos mostra que aprendemos conceitos e valores passados e, nós educadores,
os repassamos e que o novo sempre está batendo as portas e que a aprendizagem
não é estática, mas dinâmica. Devemos repassar e não ensinar a reproduzir,
tolhendo a arte humana de aprender a aprender e a reconstruir.
È ressaltada a importância da história para o homem, descordando do pensamento
de Hegel que afirma “que a história nos ensina é que os homens nunca
aprenderam nada com ela”. Se somos “construídos” também por nosso grupo,
nossa cultura que está inserida na história não devemos nos abster dela e sempre
estarmos prontos para o que há de vir.
Em suma, devemos não somente aprender, mas sim objetivando a transformação
para que possamos aprender a interagir com o mundo e com os outros e sempre
quebrando paradigmas.
1.4 Aspectos que interferem na aprendizagem
No processo de ensino existem vários aspectos que interferem na concretização da
aprendizagem. Nestes aspectos podem se referir a aspectos externos como um
método que seja inadequado naquele momento ou problema intrínseco.
15
Por muito tempo culpou-se unicamente o aluno por apresentar dificuldades de
aprendizagem, contribuindo diretamente para o fracasso escolar. Para Fernández
(2001), o problema de aprendizagem, quando se instala, deixa o sujeito sem
palavras para relatar seu drama.
Os transtornos de aprendizagem em relação a outros padecimentos psíquicos
apresentam uma particular especificidade. Eles têm certo caráter de urgência, pois
quando se trata de crianças, se a inteligência está ferida, pode ocorrer que os
efeitos dessa dor sejam permanentes.
Tal urgência também se relaciona ao que nossa sociedade reclama cada vez mais,
o êxito profissional, associando-o de modo lamentável à realização da pessoa
como tal.
É na escola, na universidade e na atividade de trabalho, no espaço público onde se
“põe à prova” a capacidade intelectual das pessoas.
Paín (2000), chama de problemas de aprendizagem a todos os distúrbios
psicopedagógicos que interferem diretamente na aprendizagem. Considera que
para fazer o diagnóstico de um problema de aprendizagem devem ser investigados
os seguintes fatores: (i) orgânicos e constitucionais; (ii) específicos, localizados
principalmente na área perceptivo-motora (visão, audição e coordenação motora);
(iii) ambientais, representados pelo lar, escola e comunidade com um todo e (iv)
psicógenos que compreendem os emocionais e intelectuais.
Esses fatores atrapalham o desenvolvimento de uma boa aprendizagem
dificultando a vida escolar do aluno, podendo assim nascer no aluno sensações
como de “incapacidade”, revolta, tristeza, por conseguinte sua auto-estima
diminuir, passando a considerar-se um fracassado.
Por isso é importante que o professor estimule em seus alunos a sua auto-estima
para que esta não atrapalhe o seu processo. Segundo Branden (1998) uma pessoa
com alta auto-estima percebe as “derrotas” como algo exterior a ele e logo busca
a vitória. Outra com baixa auto-estima identifica-se com a sua própria “derrota” e
logo julga-se fracassado.
Capítulo 2
A importância da auto-estima na aprendizagem
Percebe-se que vários aspectos influenciam direta ou indiretamente na
aprendizagem. Neste capítulo foi abordado, primeiramente o que é auto-estima
paras que depois se possa compreender melhor a sua influência na aprendizagem.
2.1 Conhecendo a auto-estima
“Auto-estima é a disposição para experimentar a si
mesmo como alguém competente para lidar com os
desafios básicos da vida e ser merecedor da
felicidade” (BRANDEN, 1994).
Branden (1994) também diz que a auto-estima -é a vivência de sermos
apropriados à vida e às exigências que ele coloca- Mais especificamente, autoestima é: (i) a confiança em nossa capacidade de pensar e enfrentar os desafios
básicos da vida e (ii) a confiança em nosso direito de ser feliz, a sensação de que
temos valor, de que somos merecedores, de que temos o direito de expressar
nossas necessidade e desejos e de desfrutar de nossos esforços.
Para o professor de psicologia Lopes (2002) ela é o conjunto de crenças que temos
sobre nós mesmos e aceitamos como verdade, nossa capacidade e o que podemos
fazer. Nela está inclusa a confiança para pensarmos e enfrentarmos os desafios da
vida, nossa vontade de crescer e sermos felizes, a integridade pessoal, a sensação
de sermos merecedores, dignos, qualificados para expressarmos nossas
necessidades e desejos e desfrutarmos os resultados de nossos esforços. Inclui
também a forma como cuidamos de nós mesmos, de nossa saúde e de nossos
relacionamentos, como administramos nossa vida e superamos as inibições, o
comodismo, a alienação e como investimos em nosso crescimento como pessoa.
De acordo com a professora de psicologia Haro (2002) a auto-estima é a soma
integrada de dois aspectos, que são os pilares básicos da auto-estima saudável, ou
melhor, que representam sua essência que são a auto-eficiência11 e auto-respeito12.
11
Significa confiança no funcionamento de nossa mente, em nossa capacidade de pensar, nos processos por
meio dos quais refletimos, escolhemos e decidimos. É a confiança em nossa capacidade de entender os fatos
da realidade que estão dentro da nossa esfera de interesses e necessidades. É uma autoconfiança cognitiva.
17
Auto-estima não é compatível com egoísmo, por que ter auto-amos, de autorespeito, querer aquilo que é bom para si mesmo, jamais será uma atitude de
egoísmo que pressupõe uma falsa auto-estima possuindo assim, uma atitude
egoísta e egocêntrica. A prática da auto-estima produz um sentimento de
satisfação, de completude, de prazer interior (HARO, 2002).
Uma auto-estima elevada possui como conseqüência uma auto-estima também
elevada (amor e estima aos outros). Ela quer o melhor para si, mas não em
detrimento dos outros, mas que os outros também tenham melhor.
Conforme Lopes (2002), 80% das pessoas tem auto-estima lesada, sendo que
algumas pessoas são mais afetadas que outras. Se considerar-se os possíveis
efeitos emocionais e psicológicos, percebemos a importância de se investir no
aumento e manutenção da auto-estima positiva, e isto deve ser considerado
também na escola.
Baseada em Lopes e Haro pode-se afirmar que a auto-estima pode ser dividida em
fatores o que a faz ser multi-fatorial. Possui dez fatores principais: (i) família; (ii)
saúde; (iii) finanças; (iv) trabalho; (v) amizades; (vi) espiritualidade; (vii) lazer;
(viii) amor; (ix) alegria e (x) reconhecimento pessoal. Acrescenta-se a esses
fatores a importância da auto-estima na escola -que muitas vezes pode provir da
baixa auto-estima de alguns desses fatores- como um fator essencial na
aprendizagem e no desenvolvimento da criança no ambiente escolar.
Várias situações descrevem a baixa auto-estima, não só características físicas
como psicológicas. Naturalmente, a identificação de um ou dois itens, por si só,
não configuram uma auto-estima baixa. Entretanto, quando a pessoa identifica
muitos itens ao mesmo tempo, e quando são muito freqüentes, isto nos revela uma
baixa auto-estima. A primeira característica da baixa auto-estima é justamente a
pessoa achar que a auto-estima não é importante. Este é o primeiro sinal.
12
Significa: a) ter certeza de nossos valores, b) uma atitude afirmativa diante de nosso direito de viver e ser
feliz, c) a sensação de conforto ao reafirmar de maneira apropriada os nossos pensamentos, as nossas
vontades, as nossas necessidades e d) o sentimento de que a alegria é nosso direito natural por termos sido
criados e existimos no mundo.
18
“Alguns aspectos que demonstram baixa auto-estima
emocional e psicológica: impaciência, nervosismo,
tensão e stress constantes. Evitar falar do que sente,
ignorar os sentimentos, racionalização excessiva,
mania de justificar tudo. Dificuldade de compartilhar,
atitude de julgar, rotular os outros e desqualificar seus
sentimentos”.
“Tem medo de perder, compulsão exagerada de
poupar ou até de gastar muito. Consumir
compulsivamente, gastar sem critério. Atitudes de
apego e materialismo. Não investem no seu próprio
crescimento. Arrogância e agressividade julgarem-se
melhor que os outros. Atitudes de prepotência e de
“donos da verdade”. Atitude de “ser sempre do
contra”. Timidez, ingenuidade, submissão, sentir-se
menor do que os outros”.
“Dificuldade de criar e defender o seu espaço.
Atitudes autodestrutivas como fumar, beber e drogarse, compulsão à bebida, comida e automedicação.
Embaraço por vergonha culpa e remorso. Se magoar e
se ressentir com facilidade (suscetibilidade excessiva),
necessidade de aprovação externa. Ensimesmamento,
a pessoa olha para o próprio umbigo. Isolados, evitam
ou têm dificuldades de relacionar-se. Tem atitudes
hostis à pessoas desconhecidas. Resistem a fazer
novas amizades. Dificuldades de vínculo com as
pessoas. Desinteresse e indiferença em relação aos
outros”.
“Autosabotagem não assumem responsabilidade pelo
que sentem, diz ou faz. Ansiedade, vacilação e
insegurança. Acomodação, estagnação, “normose”,
mediocridade, mesquinhez. Rigidez, excessivo apego
às regras. Fromalismo excessivo sem bom senso,
atitude debochada, excessiva crítica em relação a si e
aos outros. Atitudes hostis e agressivas, falar de forma
grosseira e frondosa, inveja, orgulho, dificuldade para
perdoar, pedir perdão e agradecer. Pensamento
dispersivo e desligamento da realidade. Intenção de
causar danos e prejudicar os outros. Postura de vítima
ou de herói, pessimismo, negativismo, propensão à
depressão. Falta de metas e sentido de vida, atitudes
contrárias à vida, à saúde, à alegria, e ao amor”.
A baixa auto-estima provém da insegurança tanto em relação a nossa competência
quanto ao nosso auto-respeito.
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Segundo Branden (2000) o medo é conseqüência de uma auto-estima baixa e se
apresenta de muitas formas, como medo da realidade, da verdade sobre nós e
sobre os outros, de ser descoberto, de se expor, da humilhação do fracasso, da
responsabilidade do sucesso.
“Você desenvolve a auto-estima não somente fazendo
coisas boas, mas também fazendo bem as coisas.
Reconheça e aceite os pontos em que você brilha e
partilhe esse brilho com o universo” (KATAFIASZ,
1996).
O racionalismo, o realismo, a intuição, a criatividade, a independência, a
flexibilidade, a capacidade para enfrentar mudanças, a disponibilidade para
admitir e corrigir erros e a benevolência e cooperação (própria aceitação,
sentimento de ser amado e respeitado...) são fatores que se relacionam com a autoestima saudável. Existem comportamentos que demonstram uma auto-estima
saudável, conforme afirma CETEB (2001) –interesse em entender coisas e fatos,
avalia e identifica o que é real sem se auto-enganar, criatividade em diversas
situações, independência de pensamento e ação, facilidade de admitir erros e
corrigi-los, flexibilidade frente às situações enxergando novos caminhos e opções
de ação, procura entender e colaborar com o outro evitando julga-lo.
2.2 Auto-estima e aprendizagem
Percebe-se que a auto-estima é uma poderosa necessidade humana, que contribui
de maneira essencial para o processo e nossa evolução na vida. A relação entre
auto-estima e aprendizagem é um assunto em evidência, pois a atenção à autoestima tem contribuído para transformar histórias de fracasso em histórias de
sucesso.
O ser humano necessita de equilibrar-se em sua vida as emoções, sentimentos e o
seu cotidiano. Então se deve levar em conta quando lida-se com educandos os
dois componentes essenciais da auto-estima como mencionado anteriormente
(auto-eficiência e auto-respeito).
20
“... mas os seres humanos pensam: Posso confiar na
minha cabeça? Sou competente para pensar? Sou
adequado? Sou suficiente? Sou boa pessoa? Tenho
integridade, isto é, há congruência entre meus ideais e
a minha vida prática? Sou merecedor de respeito
amor, de sucesso, de felicidade?...” (BRANDEN,
2000).
Muitos educadores desconhecem que os aspectos de amor e sustentação, são
fundamentais para que qualquer aprendizagem se realize. A inteligência se
constrói em um espaço relacional onde o sujeito, constitui-se inteligente em um
vínculo com os outros onde ética, estética e pensamentos entrelaçam-se e
condicionam-se.
Segundo Branden (2000) o ser humano precisa da auto-estima que é resultante de
dois fatos básicos e intrínsecos à nossa espécie: (i) somos dependentes do uso
apropriado de nossa consciência para sobrevivermos e dominarmos o meio, ou
seja, nossa vida e nosso bem-estar dependem de nossa capacidade de pensar e (ii)
isto citado, não é automático na regulamentação de sua atividade que interfere
num elemento crucial de escolha, portanto, de responsabilidade.
“São necessários processos de pensamento e de
conexão racional, até mesmo para saber quando
abandonar os esforços conscientes na solução de
problemas e entregar a tarefa para o subconsciente,
quando permitir que pare o pensamento consciente,
quando dar uma atenção mais próxima a sentimentos
ou à intuição (às percepções e integrações
subconscientes)” (BRADEN, 2000).
Pensar, aprender é uma necessidade humana sempre há algo novo a aprender,
como sempre ouvimos dizer “ninguém sabe e nem conhece tudo”, como também
ninguém desconhece tudo.
A nossa mente funciona um pouco diferente de nossos órgãos como cita Branden
(2000, p.43) “a mente não injeta conhecimento da mesma forma que o coração
bombeia sangue, quando conforme necessário”. O pensar não é automático temos
uma escolha, podemos enfocar mais ou menos nossa consciência, ou seja,
podemos escolher, por exemplo, se o assunto for política não se preocupar, buscar
ampliar os conhecimentos sobre o assunto ou até mesmo, de certa forma, evita-lo.
21
Vivemos em mundo informatizado onde as barreiras encontram-se cada vez mais
reduzidas. Com isso, a cada momento surgem novas informações em um tempo
muito rápido. Precisamos de autonomia e de acreditar em nós mesmos, como
pensar e aprender também fazem parte de uma escolha individual a humana,
“quanto maior for o número de escolhas e decisões consciente que precisamos
tomar, mais urgente será nossa necessidade de auto-estima” (BRANDEN, 2000).
A auto-estima é confiar na própria mente, por conseguinte em nós mesmos, na
nossa capacidade de pensar, compreender e de aprender quando nos deparamos
com obstáculos a nossa tendência é perseverarmos o que nos ajuda a persistir e
nos encaminha a uma proporção maior ao sucesso.
Todavia, quando não temos confiança em nós mesmos desconfiamos do outro
(que convivemos, com quem aprendemos) e a tendência ao nos depararmos com
as barreiras qual a vida nos oferece para o nosso crescimento é desistir, é abdicar
de crescer no confronto cotidiano para alcançarmos o sucesso. Logo, fracassamos
mais do que temos êxito, reforçando em nós uma auto-avaliação negativa que nos
deprime e cada vez mais eximi em nós a nossa autoconfiança, ou seja, a nossa
auto-estima.
Confiar em si é buscar metas desafiadoras e inovadoras e na busca de objetivos
mais desafiadores aumentando nossa auto-estima. Na baixa auto-estima tendemos
a estagnar nos conformando em satisfazer-se com o já conhecido e não exigente
por que esse exige menos de nós. Na escola isso será crucial e essencial tanto para
o professor como para o aluno.
2.3 Auto-estima na prática pedagógica
Percebemos que a auto-estima deve ser estimulada e desenvolvida pela família e
pela escola. Mas, o professor deve propiciar o desenvolvimento da auto-estima. O
CETEB (2001) traz procedimentos e questionamentos que podem nos ajudar a
nortear a atuação do professor:
Rever sua concepção de educação – como afirmar Freire pensar a favor de quem
repensando seu discurso e analisando a coerência entre ele e a prática e pensar a
favor de quem e de que educo, contra que e contra quem educo, para quem e que
educo, por que e por quem educo, para que além de mostrar o problema, buscar e
22
instigar a busca por possíveis soluções. Pensar que tipo de cidadão desejo formar,
propiciar a revisão crítica dos conteúdos, o incentivo a autonomia de ação e de
pensamento.
Desenvolver a própria auto-estima – primeiro o professor deve desenvolver sua
própria auto-estima para depois estimula-la em seu aluno. Quando o professor
possui uma auto-estima bem desenvolvida compreenderá mais facilmente seu
aluno, confiando nele, acreditando no seu potencial em uma troca que favorece a
ambos. Entretanto, quando o professor possuidor de uma baixa auto-estima tende
a ser intolerante, autoritário, desrespeitoso, valorizando mais erros do que acertos.
Acreditar que o aluno é potencialmente capaz – as crianças tendem a vivenciar
as expectativas do professor sejam elas positivas ou negativas. Quando o
professor acredita na capacidade de aprender, de fazer algo, quando o professor
transmitir confiança aos seus alunos, eles serão capazes de enfrentar todos os
obstáculos possuindo assim grande chance de êxito.
Propiciar um ambiente estimulador em sala de aula – ter na sala de aula um
local onde os alunos são levados a sério, tratando-os com justiça, onde cada um
seja incentivado a se auto-apreciarem e acolhidos com atenção, onde a disciplina
ocorrerá como resultado da compreensão de sua importância e do conhecimento
das conseqüências.
São relacionados a seguir vinte segredos para construir a auto-estima na sala de
aula:
Professor trate seus alunos com respeito, descubra o potencial existente em cada
um, assim você estará salvando uma vida;
Estimule nos alunos atitudes e habilidades para que eles possam inovar, criar e
agir de modo pessoalmente responsável, que saibam se autogerenciar, que
conservem sua individualidade e ao mesmo tempo, trabalhem com eficiência em
equipe, que confiem em seus poderes e em sua capacidade de construir;
Ensine a criança a pensar, reconhecer discursos lógicos, ser criativa e a aprender;
Professores com baixa auto-estima são tipicamente infelizes e professores
infelizes utilizam métodos destrutivos e humilhantes para manter o controle da
23
classe. Cuidado! Pois, as crianças vêem no professor o seu referencial e com ele
aprendem o comportamento do adulto;
Tenha uma profunda confiança no potencial da pessoa com a qual está lidando;
Professores com boa auto-estima estão aptos a nutrir a auto-estima de outra
pessoa, proporcionando uma experiência de aceitação e respeito;
Um dos maiores presentes que um professor pode dar a um aluno é negar-se a
aceitar seu autoconceito negativo;
O professor deve transmitir aos alunos suas experiências positivas com relação a
eles. A criança sente-se nutrida, apoiada e inspirada;
Esteja sempre atento ao modo como trata a criança, dispensando-lhe cortesia,
respeito e atenção. Assim você estará criando um ambiente favorável à autoestima;
O professor deverá ter a mesma atitude em relação a todos os alunos, a criança
precisa saber que na classe prevalece a justiça.
Ajude a criança a sentir-se visível, procurando ressaltar seus pontos fortes,
incentivando a auto-apreciação;
Descubra o que há de melhor na criança para torna-la consciente de seus valores e
aprecia-los;
Procure dar atenção especial às crianças tímidas, quietas, procurando trazer essa
criança “para fora”, interrogando-a, fazendo com que fale, diga sua opinião,
permitindo que ela experimente sua competência social;
Mantenha a disciplina na sala de aula por intermédio de regras que, para serem
respeitadas, precisam ser explicadas de forma que cativem as crianças e sejam
compreendidas por elas, nunca impostas;
O professor deverá ensinar às crianças um respeito racional pelos sentimentos dos
colegas e criar um ambiente no qual essa aceitação seja sentida por todos.
Crianças que se sentem aceitas têm facilidade de se aceitarem;
Para o professor conseguir incentivar nos alunos a auto-estima precisa estar pronto
para aceitar os sentimentos deles, buscando compreende-los sem se deixar
dominar;
24
Cultive relações interpessoais positivas, competentes e bem-sucedidas;
Professores eficientes sabem que a pessoa só aprende construindo sobre os pontos
fortes e não sufocando as fraquezas. Com isso, constroem a competência, dando
aos alunos tarefas condizentes com o nível de habilidade de cada um;
Ajude o aluno a passar de uma atitude de “aluno obediente” para a de “aluno
responsável”, capaz de questionar e se necessário desafiar;
Se o objetivo é construir a auto-estima naqueles que foram confiados a seus
cuidados, ele deve começar trabalhando consigo mesmo. (autor desconhecido).
2.4 Vencer juntos: relação professor-aluno
Na escola uma alta auto-estima é importantíssima, pois a todo momento o aluno é
confrontado com o novo, o que exige uma capacidade maior de confiança em si
mesmo, nas suas potencialidades para aprender e aprender a aprender.
A criança que teve trabalhado no âmbito familiar a exaltação do seu potencial de
aprendiz, como um ser capaz. Ao se deparar com a experiência escolar achará
interessante, empreendedor, desafiador o ato de estar constantemente aprendendo
tendo contato com o novo. Já a criança que possui auto-estima baixa terá
dificuldades, pois como vimos anteriormente com Paín (1992) existem barreiras
que atrapalham a aprendizagem e em sua classificação ela cita os fatores
psicógenos ao qual está incluso a auto-estima devido ao fato de estar ligada aos
processos mentais que impulsionam o ser humano a aprender. Essas dificuldades
encontradas pela criança que tem morosidade em aprender influenciarão
diretamente no seu sucesso escolar. E, cabe ao professor alimentar a sua autoestima e de seus alunos, mas e parceria com a família.
Creio, com base em minha experiência como educadora, que o maior presente que
podemos ganhar e ver a vitória de nossos alunos e é isto que nos alimenta, que nos
impulsiona na busca do ser mais da completude do homem como alguém não só
pensante,
profissional
e
compartilhador
de
seus
conhecimentos,
mas
essencialmente e primordialmente um ser que ama constituído de sentimentos que
alimentam a sua alma e acrescenta diretamente a sua essência.
Educar é uma tarefa brilhante é um presente de troca de parceria com o outro, o
qual faz parte de mim quando percebo que neste mundo todos estamos
25
interligados e fazemos parte de um todo que se chama universo. Por isso, que o
professor deve trabalhar a confiança em si e no seu potencial com um ser capaz de
fazer a diferença na história de seu aluno, daquela escola e do mundo.
Se retiver o professor para o que foi ressaltado das conseqüências da baixa ou alta
auto-estima na vida de forma ampla percebe-se duas possíveis reações de um
professor ao se deparar com um aluno com problemas de aprendizagem e/ou com
baixa auto-estima:
Se o professor tem auto-estima alta – ele tomará aquele aluno como um desafio
de crescimento, traçará objetivos e metas desafiadoras como obter juntamente
com seu aluno o sucesso será perseverante e hábil pesquisar -como ressslta Freire
(2000), que o professor é e deve ser pesquisador- buscando meios de mudar tal
situação. “As palavras dos outros introduzem sua própria expressividade, seu tom
valorativo, que assimilamos, reestruturamos e modificamos” (BARTK in
BRANDEN, 1992 p.34).
Se o professor possui auto-estima baixa – abdicará do desfio simplesmente
rotulando, estigmatizando para se eximir da culpa dizendo muito facilmente “ele é
um desinteressado” desistindo de ser um pesquisador, o alguém que faltava para
fazer e ser a diferença para aquele aluno o impulsionando a uma auto-avaliação
negativa de si e do outro. E, como conseqüência da decisão tomada por ele tem
para o seu currículo da vida a expressão de fracasso marcando em si uma certa
impossibilidade de fazer a diferença, o que é equivocada e tem como preço à
baixa auto-estima do professor.
Como intitulado este tópico vencer juntos, ou seja, vencemos com outro. O
professor deve ser seguro, competente com ambição positiva elevadas, desperta
no outro a paixão pelo conhecimento fazendo a diferença e vencendo com seus
alunos. Esses professores deixam marcas e rastros fortes e ternos na vida de seus
compartilhadores de vitórias.
O segundo caso trata-se de uma pesquisa desenvolvida dez anos depois e que
encontrou resultados bem semelhantes. Feita por Covington (1989), confirmou os
achados anteriores: o aumento no nível da auto-estima alavancou positivamente
nas notas escolares, acontecendo o inverso quando o nível da auto-estima
decresceu. E, mais -e talvez o mais importante-, que o tutoramento da
26
aprendizagem mediante instrução direta pôde melhorar a aprendizagem,
refletindo-se no desempenho escolar e no aumento da auto-estima do aluno. Esses
resultados mostraram que, mediante um acompanhamento direto das atividades do
aluno, é possível modificar o autoconceito e que este tem, realmente, estreita
relação com o desempenho escolar.
“Para aquele psicanalista, o fato de a criança saber
que o que ela faz dá prazer a seus pais faz com que ela
se sinta importante por se auto-reconhecer como a
fonte de prazer. Essa aprovação funciona como
incentivo para a formação de um eu diferenciado dos
demais. A importante substituição do sentimento das
crianças de que o que elas fazem dá prazer, pelo
pensamento de que ela, em si próprias, que dão
prazer, ocorre nos primeiros anos de vida” (Móyses,
2001, p.128).
Na ausência de uma auto-estima positiva, nosso crescimento psicológico fica
interditado. A auto-estima positiva funciona com se, na realidade, fosse o sistema
imunológico da consciência. Fornece resistência, força e capacidade de
regeneração. Quando é baixa a auto-estima, nossa resistência, diante da vida e
suas adversidades diminui. Ficamos aos pedaços diante de vicissitudes que uma
percepção mais forte de si mesmo poderia superar. Nesse caso, tendemos a ser
mais influenciados pelo desejo de evitar a dor do que de vivenciar o prazer.
Fatores negativos têm sobre mais poder do que os positivos.
Capítulo 3
Um olhar psicopedagógico sobre o ato de aprender
“... barreiras existem para todos, mas alguns
requerem ajuda e apoio para seu enfrentamento e
superação, o que não nos autoriza a rotulá-los como
alunos co defeitos...” (CARVALHO, 2000).
Percebe-se claramente a relação entre a aprendizagem e a psicopedagogia já que
esta estuda o ato de aprender e ensinar, não só considerando os aspectos externos,
mas também os intrínsecos, esses aspectos são vistos como um conjunto, logo a
psicopedagogia visa estudar a construção da aprendizagem em toda sua
complexidade de seus múltiplos fatores envolvidos no processo, integrando outros
campos do saber para que melhor compreenda o processo humano de aprender,
cuidando e trabalhando do mundo psíquico individual e/ou grupal e os processos
educativos.
Conforme Fernández (1991, p.47) na psicopedagogia observamos e aprendemos
que para aprender necessitamos do ensinante e do aprendente e um vínculo entre
ambos. Assim podemos dizer que o ser humano para aprender põe em jogo seu
organismo individual herdado, seu corpo construído espetacularmente, sua
inteligência autoconstruída interacionalmente e a arquitetura do desejo que é
sempre do desejo de outro.
Figura 1: Processo de aprendizado
28
A psicopedagogia busca metodologias para ajudar a atender as ciranças que
possuem dificuldades de aprendizagem promovendo de várias formas o
desaparecimento do sintoma.
A psicopedagogia tem uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem
escolar, propondo uma visão abrangente para procurar saídas, para responder às
queixas escolares, analisando-a e percebendo-a em diferente perspectiva como a
da sociedade, da escola e a do aluno, considerando ainda vários aspectos
importantes que o indivíduo é um ser histórico, biológico, social e desejante etc..
E, somente efetua a aprendizagem quando consegue isso em sua vida.
Para Scoz (1992) a psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem e suas
dificuldades numa ação profissional, deve englobar vários campos do
conhecimento integrando-o e sintetizando-o.
Ela cada vez mais tem se voltado para uma ação preventiva, ou seja, ao invés de
trabalhar os efeitos ataca diretamente as causas que podem ser dentre outras,
advindas de sua família ou de uma inadequada pedagogia da instituição que ele se
encontra. Algumas vezes ouvimos frases depreciativas e pensamos o que elas
podem causar na vida de uma criança: (i) qualquer idiota faria melhor do que isso,
seu...; (ii) você é burro mesmo, hein! Não sabe fazer nada; (iii) seja rápido, seu
paminha...; (iv) nós somos pobres, filho; (v) só vou gostar de você se...; (vi) por
que você não é como seu irmão?; (vii) você só me faz sofrer...e (viiii) está
sonhando alto demais, enxergue-se.
O psicopedagogo deve levar em consideração as marcas que estão no interior do
aprendente e isto requer um processo de investigação. Logo, o psicopedagogo,
antes de tudo, é um pesquisador que busca hipóteses, analisa-as, busca alternativas
para que seu trabalho obtenha bons resultados. Seu objeto de estudo é o processo
de aprendizagem e algo interessante que ela não é estudado somente na vertente
do aprender, mas também o seu reverso o não aprender.
Seu objeto de estudo é o ser humano que não é um ser estagnado, mas sim
mutável, pois estamos sempre em processo de transformação, aprendendo e nos
desenvolvendo sempre. O ser humano é o ser das possibilidades em um vasto
sentido.
29
Conforme Frenández (2001), dependendo de cada situação, pois cada caso é um
caso, no trabalho do psicopedagogo será possível optar como tratamento: (i)
individual e familiar psicopedagógico; (ii) grupo de tratamento psicopedagógico
de crianças; (iii) grupo de orientação paralelo das mães; (iv) oficinas de arte, arteterapia, recreação com objetivos terapêuticos etc e (v) entrevistas familiares
psicopedagógicas etc..
Para o psicopedagogo o processo de intervenção deve ser antes de tudo um
processo de parceria junto ao professor, possibilitando uma aprendizagem muito
importante e enriquecedora, principalmente quando o professor é pesquisador que
contribui com diferentes olhares para a mesma questão.
Freire (1991 in Mendes, 1994), afirma que por intermédio da fala do educador, no
ensinar, no intervir, no devolver e no caminhar, que se expressa o seu desejo de
ensinar, que ele lê compreende, também, por intermédio de seu olhar. A criança
qua não é olhada não pode sentir o desejo de aprender, pois não sente o desejo do
professor em ensinar. O desejo de um tem que ser o desejo do outro.
O psicopedagogo deve levar em consideração a importância da auto-estima na
aprendizagem, pois se o aluno convive em um ambiente onde só ouve “elogios
negativos”, como ele manterá sua auto-estima suficientemente alta para aprender?
Aumentar a auto-estima é mais do que eliminar os elementos negativos, requer um
nível mais alto de consciência a respeito de como a pessoa funciona e
responsabilidade pessoal e integridade maiores, a disposição de atravessar o medo
e confrontar conflitos e realidades incompatíveis. Exige que se aprenda a enfrentar
e dominar, em vez de afastar-se e evitar.
Capítulo 4
Conclusões e recomendações
Encontra-se aprendizagem em todas as ocasiões de nossa vida de maneira
significativa, e ela ocorre de formas múltiplas em diferentes instâncias. Aprendese ao interagir e não só por meios formais. Nasce-se para aprender a aprender a
morrer.
A psicopedagogia não possui como foco somente o como aprender, mas também o
não aprender, para que por intermédio desse possa descobrir os entraves que
dificultam a aprendizagem. Trabalhando de maneira preventiva com as pessoas
que são responsáveis pelos alunos.
O trabalho do psicopedagogo não se restringe só a família, ma também a escola
para que possa buscar juntos meios para desenvolver um bom trabalho que
melhore a forma de prender de seus discentes, tendo em vista o sucesso escolar e a
satisfação de todos.
No decorrer do presente trabalho percebe-se a importância da alta auto-estima,
como impulsionadora da aprendizagem ajudando a criança a romper com diversas
barreiras, acreditando em seu potencial, como um ser criativo capaz e imutável.
Com a alta auto-estima se vai longe, vivemos em uma sociedade individualista
voltada mais para as questões do ter do que do ser, descobriu-se fórmulas, curas,
outros planetas, criam-se bombas, navega-se em um espaço virtual, conhece-se
tantas coisas, mas não se conhece o principal e primordial a si mesmo.
Precisa-se amar e aprofundar-se em si mesmo, conhecer e explorar toda a beleza
que há dentro de si, fazendo-se com confie em si, nos outros e no mundo. Em si
como alunos/professores e em professores/alunos, em sua capacidade de aprender
e de romper com os paradigmas, alçando novos horizontes.
A auto-estima é muito significativa e importante, se o professor se sente
desestimulado com baixa auto-estima, ele passa isso para seus alunos e o processo
não transcorre satisfatoriamente e vice-versa.
Por intermédio da pesquisa realizada foi possível perceber que as escolas, os
educadores, a família deve estimular cada vez mais a auto-estima dos alunos para
31
que a aprendizagem aconteça, recomenda-se ainda que se preocupem mais com o
“não aprender”, pois todos são capazes de aprender.
Não esquecer que o homem é um eterno aprendiz e que ele é capaz, que vai
conseguir. Estimule-o a cada crescimento, sorria, vibre e chore com ele.
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VISCA, J. Psicopedagogia – novas contribuições. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1991.
APÊNDICE A
COMPROVANTES DE EVENTOS SOCIAIS
O presente apêndice dispõe os comprovantes de comparecimento a
eventos sócio-culturais exigidos pelo programa de Pós-Graduação da
UCAM.
34
Apêndice A – Comprovantes de comparecimento em eventos sócioculturais
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Andréa de Fátima Almeida Silva Abrindo olhares para o ato de