Considerações sobre o objeto a na paranóia
Patrícia Alves Ribeiro
A questão abordada neste trabalho surgiu a partir da escuta de Felipe, um
paciente paranóico que atendi durante três anos. Este paciente encontrava na evacuação
uma forma de amenizar sua angústia frente à invasão do Outro, Deus, que o havia
escolhido para revelar a verdade sobre a vida através da Bíblia, mas que, por outro lado,
lhe impunha a obrigação de estar sempre fazendo algo em função disso, o que o
angustiava. A maneira de se apaziguar que esse paciente encontrou era fazer listas (de
tudo o que deveria fazer, por exemplo) enquanto evacuava. Em uma das sessões, diz
sentir grande "alívio" ao final da evacuação: "dá um alívio quando isso sai", "é como se
tirasse um peso do corpo".
O que é isso que sai ? Por que a saída das fezes de seu corpo traz alívio
psíquico? Fazer listas enquanto evacuava parecia ser para esse paciente uma tentativa de
barrar o gozo do Outro, Deus, que invadia seu pensamento. Propomos uma articulação
dos casos de Felipe com o Homem dos Lobos e Schreber, uma vez que os três
testemunham de uma sensação de alívio psíquico com a saída das fezes e sustentamos
que trata-se da tentativa de realizar a extração do objeto a, objeto anal fezes, via
evacuação, fazendo no real a operação que não aconteceu no simbólico.
Enquanto Schreber evacuava dúzias de vezes por dia, o Homem dos
Lobos,quando adulto, tinha que recorrer sempre à lavagens, pois não
conseguia evacuar expontaneamente. Estas lavagens tinham um efeito sobre
ele: queixava-se que “o mundo se escondia atrás de um véu e que ele estava
separado do mundo por um véu. Este último só se desgarrava no preciso
momento em que as fezes abandonavam seu intestino por conta das lavagens e
então voltava a se sentir são e normal” (Freud,1918[1914]:69). Podemos
pensar que as lavagens tinham para ele também um efeito apaziguador ?
Freud se pergunta sobre o significado do véu se desgarrar no momento
da evacuação e de sua enfermidade o abandonar sob essa condição. A
condição era que um homem administrasse as lavagens. Desse modo a
lavagem repete o ato sexual da cena primária, onde ele está identificado com a
mãe, o homem faz o papel do pai e “como fruto da qual nasce o filho-cocô”
(Idem, ibidem:92). Por que repetir a cena primária faria bem ao Homem dos
Lobos ? Não parece que a repetição dessa cena por si só fosse apaziguadora,
ou seja, que se possa interpretá-la sem considerar o efeito de seu produto,
pois, afinal, as coisas mudam de figura para o Homem dos Lobos no “preciso
momento” em que as fezes saem de seu corpo. Nossa hipótese é que repetindo
a cena primária por meio das lavagens, ele tenta fazer no real a operação que
não pôde fazer no simbólico, a operação de castração do Outro e a extração do
objeto pequeno a, fezes.
O ato de evacuar é também um dado significativo no relato do caso
Schreber. Em seu delírio Schreber, assim como Felipe, também tinha uma
relação especial com Deus, ele havia sido escolhido para iniciar uma nova
raça de seres humanos, tinha a missão de redimir o mundo e recuperar-lhe o
“estado perdido de beatitude”. A nova raça de homens seria formada por um
processo de fecundação direta por Deus, através da introdução de nervos
femininos em seu corpo.
O Deus de Schreber era acostumado a se comunicar somente com os
mortos e não entendia os homens vivos. Por conta dessa ignorância de Deus,
Ele se tornou o instigador de uma conspiração contra Schreber que consistia
em tomá-lo por idiota e submetê-lo à provações. Desse modo, Schreber, assim
como nosso paciente, também se via obrigado a estar sempre pensando:
submeteu-se a um processso de “pensamento forçado”, pois, se não, Deus
acharia que suas faculdades mentais estariam extintas e que a idiotia havia se
estabelecido e poderia fazer uma “retirada” dos raios.
A retirada dos raios se dava no ato de evacuar, do qual Schreber faz
uma descrição detalhada a passagem em que ele diz que c...r é o ato final, “o
que equivale a dizer que, uma vez que a premência de c..r tenha sido causada
por milagre, o objetivo de destruir o entendimento é alcançado e uma retirada
final dos raios torna-se possível ” (Freud,1911) Lacan (1957-58), referindo-se
a este trecho, faz uma crítica a algumas leituras que reduzem o delírio de
Schreber a uma regressão à fase anal. Para ele trata-se da condição do sujeito
enquanto objeto a pois com esta retirada dos raios na evacuação, Schreber
seria o dejeto que cai do Outro.
No relato de Schreber esse processo de retirada dos raios é sempre
acompanhado de alívio. Porque isso traria alívio? Para melhor compreender
essa sensação de alívio recorremos à Lacan (1957-58) quando ele nos fala da
dispersão dos elementos do ser de Schreber. Esta dispersão pode ser dividida
em duas vertentes: a do significante e a do objeto. A dispersão significante diz
respeito à pluralização de S1, a infinitização da cadeia em deslizamento
metonímico. Não havendo nenhum significante que represente o sujeito, este
se encontra disperso. Quanto ao objeto, o sujeito se encontra disperso no
despedaçamento do gozo do corpo (Quinet, 2000). Schreber, no primeiro
momento de seu delírio tem seu corpo completamente despedaçado: “viveu
por longo tempo sem estômago, sem intestinos, quase sem pulmões, com o
esôfago
rasgado,
sem
bexiga
e
com
as
costelas
despedaçadas”(Freud,1911:27).
Schreber diz que na evacuação os elementos de seu ser encontram-se
reunidos, sem exceção. Portanto, a evacuação faz frente à disperção trazendo
alívio: no ato de evacuar Schreber tenta reunir os elementos de seu ser naquilo
que sai do corpo, as fezes. Quinet (2000) sustenta que o excremento teria a
função de órgão condensador de gozo, separado do corpo. Isso nos ajuda a
entender o “alívio” que Felipe refere sentir após a evacuação.
No entanto, uma questão preliminar se impõe: como abordar extração
do objeto a na psicose, dada a foraclusão do Nome-do-Pai, com todas as suas
conseqüências, especialmente a não inscrição da castração enquanto operação
simbólica, a não incidência da barra sobre o Outro, o comprometimento da
operação de separação?
Apostando na indicação de Lacan (1977) de que na paranóia é possível
localizar o objeto a e, mais que isso, tomando sua palavra como uma
exigência de trabalho, encontramos algumas referências no discurso de Freud
e Lacan que nos possibilitaram desenvolver nosso tema. Algumas condições
da posição subjetiva do paranóico permitem pensar que estes sujeitos realizem
tentativas de extração do objeto a. Vejamos: Freud (1911) faz a diferença
entre a paranóia e a esquizofrenia, caracterizando a esquizofrenia como
fixação da libido no auto-erotismo e a paranóia como fixação no narcisismo.
Retomando o estádio do espelho, onde Lacan trabalha a passagem do autoerotismo ao narcisismo, vemos como este momento equivale a formação de
uma imagem unificadora, à formação do Ideal-do-eu, e como isto está
relacionado ao desejo da mãe.
Freud (1914) deduz o narcisismo primário retrospectivamente a partir
da atitude de pais afetuosos: a supervalorização dos filhos por parte dos pais
que lhe atribuem toda perfeição e encobrem todos seus defeitos. Essa
inferência que Freud faz do narcisismo primário, que não é observável
diretamente, mas deduzido a partir do comportamento dos pais, faz saltar aos
olhos o Ideal-do-eu como efeito do discurso dos pais. Esse ponto é retomado
por Lacan em “Observação sobre o relatório de Daniel Lagache”. Lacan
retoma um trecho do relatório de Lagache sobre a estrutura da personalidade
que diz que “antes de existir em si, por si e para si, a criança existe para e por
outrem; já é um pólo de expectativas, projetos e atributos” (Lacan,1960:658).
Ele se detém no termo atributo, identificando esses atributos a uma cadeia de
significantes “mais ou menos ligados num discurso”. Lacan alerta para o fato
de que não se deve banalizar a questão da precedência, do que se espera da
criança, do lugar que ela ocupa nos projetos dos pais, pois à dimensão
imaginária que aí se faz presente está atrelada a dimensão simbólica, trata-se
do lugar que a criança ocupa na linhagem e, mais ainda, no desejo dos pais.
Na paranóia o desejo da mãe comparece na estrutura, o que tem
algumas conseqüências: permite a integração do eu, visto que no desejo da
mãe o sujeito é nomeado. Este fator é fundamental para a formação do Idealdo-eu e torna possível a identificação ao I, que é um recurso do paranóico para
sua sustentação enquanto sujeito. No grafo proposto por Lacan para
representar a estabilização de Schreber vemos que é em I que o sujeito se
sustenta e que esta identificação ao I vem fazer suplência a P, na construção
delirante de Schreber. Ele encontrou uma saída brilhante
– um
compromisso, Versohnung, que conforme a lógica da língua fundamental tem
o sentido de um sacrifício que tornaria possível a aceitação de seu destino: a
emasculação ganha sentido de redenção .
Lacan ressalta que o ponto chave dessa aceitação reside no fato de que
a “Mulher-de- Deus” é uma idéia de tal natureza que satisfaz “o mais exigente
amor próprio”, ou seja, satisfaz o narcisismo do sujeito proporcionando-lhe
um gozo narcísico e viabiliza uma identificação a um significante ideal, ao
Ideal do eu.
Tomemos o triângulo simbólico do esquema R: M (o significante do
Outro primordial, Outro materno); I (Ideal do eu, identificação ideal); P
(Nome-do-Pai).
I
P
Lacan nos esclarece que a importância desse grafo é mostrar as relações
entre os lugares. Desse modo entendemos que haja uma relação fundamental
entre o significante do Outro materno e o Ideal do eu, que estão unidos em
uma diagonal: “a criança na condição de desejada constitui realmente o
vértice I” (Lacan,1957-58: 560). Ou seja, quando a criança possui um lugar no
desejo materno, é possível sua identificação ao I, uma vez que a diagonal MI
se apóia em P.
Como isso se passa na psicose ? Pierre Bruno (2001) afirma que na
esquizofrenia o ideal do eu é caracterizado por uma “difração originária”, isto
é, uma ausência de integração. “Se o eu não é integrado é simplesmente
porque no desejo, especialmente no da mãe, o sujeito, no caso, a criança, não
é nomeado” (Bruno,2001:235).
Lacan no seminário sobre a angústia faz algumas observações sobre a
identificação primária e sobre a formação do eu na esquizofrenia, retomando o
estádio do espelho e o esquema óptico. Ele fala claramente da relação da
identificação primária, a identificação a uma imagem unificadora, i(a), com a
nomeação no desejo materno, uma vez que o sujeito “constitui-se no lugar do
Outro como marcado pelo significante” (Lacan, 1962-63:123).
Ele diz que os pedaços do corpo são ou não apreendidos pelo sujeito
por ocasião da constituição de i(a). Em seguida, ele destaca o mérito de uma
pesquisa que caracterizava como um dos traços determinantes no fantasma do
corpo fragmentado do esquizofrênico a apreensão que a mãe fazia de seu filho
ainda no ventre como “nada além de um corpo diversamente cômodo ou
embaraçante, a saber, a subjetivação de a como puro real” (Idem:127). Não há
nomeação alguma para o sujeito no desejo materno. Pierre Bruno destaca essa
ausência de nomeação na esquizofrenia como um fator que contradiz a
necessidade apontada por Lacan numa nota entregue por ele a Jenny Aubry
“de um desejo que não seja anônimo” (Lacan,1993[1969]:56). Na paranóia o
sujeito é nomeado no desejo da mãe e dispõe desse elemento de identificação,
grande I, em contraposição ao esquizofrênico, para o qual Pierre Bruno cunha
a expressão “desejo anônimo”.
Outro ponto importante é abordado por Colette Soler que propõe
verificar um lugar possível para localizar o esquizofrênico e o paranóico na
fórmula da metáfora paterna, “escrevendo-a a partir do primeiro vazio, o
desejo da mãe, que é a simbolização da presença-ausência” (Soler, 2001:239).
Partindo do desenvolvimento freudiano do fort-da, ela diz que “há um
primeiro vazio que, sendo significante, produz um efeito de significado que é
algo enigmático, algo desconhecido” (Idem,ibidem). Por isso ela escreve: DM
(primeira simbolização) /x (significação enigmática). Ela sustenta que para o
paranóico essa primeira simbolização da mãe aconteceu, no caso do
esquizofrênico não, propondo para a paranóia: DM/x ; e para a esquizofrenia:
DM.
Soler parte de uma indicação de Lacan em “Resposta ao Comentário de
Jean Hyppolite”, onde ele diz que para o esquizofrênico todo simbólico é real,
já o paranóico é “bem diferente nisso”. Lacan começa por falar que é a hiância
de um vazio que propicia o movimento dialético da ordem simbólica, é o
primeiro passo dessa dialética. Podemos pensar a questão partindo da
simbolização primordial, a simbolização da mãe, que introduz, com sua
ausência, um vazio. Esse momento é o
do
jogo do fort-da que
marca justamente o início da ordem simbólica, a partir da dialética da
presença-ausência. É o momento em que o significante cava um sulco no real.
Em seguida Lacan nos diz que o esquizofrênico não dá esse passo, ou seja,
não há a introdução de um vazio, essa primeira simbolização não aconteceu,
donde todo simbólico é real.
Pois bem, se para o esquizofrênico todo simbólico é real, Lacan afirma
que o paranóico é “bem diferente nisso”, pois as estruturas imaginárias são
preponderantes. Portanto, “para o paranóico nem todo simbólico é real. Para
ele, essa primeira simbolização aconteceu” (Soler, 2001:240).
Como podemos entender essa afirmação: “todo simbólico é real” ?
Tomemos a questão pelo prisma que Lacan nos propõe, isto é, como ela se
manifesta no discurso, na linguagem. Tomando a alucinação verbal como
fenômeno paradigmático da estrutura discursiva da psicose, Soler faz uma
diferença entre o paranóico e o esquizofrênico que pode ser bastante
esclarecedora : o significante real e o significante no real – para o paranóico o
significante retorna no real e para o esquizofrênico o significante é real.
Pode-se compreender essa diferença a partir do famoso exemplo de
Lacan de uma paciente entrevistada por ele e que teria ouvido seu vizinho lhe
dizer: “Porca”, ao passar por ela no corredor. Lacan lhe pergunta o que ela
própria poderia ter proferido no instante anterior e ela admite ter murmurado,
ao ver o vizinho: “Eu venho do salsicheiro”. Lacan pergunta à paciente a
quem visavam essas palavras e ela não sabe dizer, no entanto relata que havia
acabado subitamente com seu casamento, que era reprovado por sua mãe, pois
tinha a convicção de que a família de seu marido queria acabar com ela,
picando-a em pedacinhos.
Trata-se de uma cadeia rompida e a intervenção de Lacan faz surgir na
seqüência o outro significante, o “eu venho do salsicheiro”, que trazia para ela
uma significação enigmática. O “eu” da frase ganha significação com o
“porca” e refaz-se a cadeia. Portanto “porca” visa o sujeito. Desse modo,
Colette Soler propõe que a fórmula “um significante representa o sujeito para
outro significante” pode se aplicar à paranóia, mas não à esquizofrenia.
“O significante no real é um significante sozinho, porca, que, no
entanto, não está sem o outro do qual está cindido” (Soler,2001:240). Já o
significante é real quando é apenas um elemento e não representa o sujeito.
“Porca visa o sujeito porque houve a simbolização primordial do eu”
(Idem,ibidem). A simbolização primordial corresponde ao momento lógico da
formação do eu, do estádio do espelho, da passagem da fragmentação do autoerotismo à unidade narcisica a partir da inscrição do desejo materno. Como
isso não aconteceu na esquizofrenia, há uma inconsistência imaginária, por
isso o esquizofrênico não pode recorrer ao eu para construir uma metáfora
delirante, como faz o paranóico.
Na paranóia trata-se de um significante que representa o sujeito para
outro significante, portanto, no discurso do paranóico há intervalo entre os
significantes, há intervalo entre o sujeito e o Outro. O delírio, é este intervalo
construído pelo paranóico. É justamente no vazio entre o sujeito e o Outro que
comparece o objeto a, o que nos permite concluir que o a é localizável na
paranóia, no delírio.
Deste modo, o delírio foi uma via que encontramos para abordar o
objeto a na paranóia. O paranóico, dadas as especificidades de sua posição
subjetiva, conta com esse recurso que o esquizofrênico não possui: a
possibilidade da sistematização de um delírio, da construção de uma metáfora
delirante que lhe permite, de certo modo, barrar o gozo do Outro e, como
conseqüência disso, se empenhar em tentar extrair o objeto a, uma vez que
o a é o resto desta operação de barra no Outro.
Freud atribui ao delírio a mesma função da fantasia: o reinvestimento
no objeto, no caso da paranóia, e o processamento da libido, ou seja, o
tratamento do gozo. Tomando a fantasia como uma máquina, no sentido de
uma articulação significante, para transformar o gozo em prazer, idéia que
Miller (1987) considera como lacaniana, é possível verificar através da
produção delirante de Schreber que o delírio também cumpre esta função de
transformar o gozo.
Lacan (1975) propõe uma polaridade entre o sujeito do gozo e o sujeito
representado por um significante para outro significante, que é o caso do
paranóico. A partir disso, ele define a paranóia como identificando o gozo no
lugar do Outro. O fato do gozo estar no lugar do Outro já resguarda o
paranóico de ter a incidência do gozo exclusivamente no corpo de forma
completamente desregulada, o protege do desarrimo do gozo no corpo, do
qual padece o esquizofrênico. No entanto, “o gozo no lugar do Outro”
significa que o Outro goza do sujeito, por isso há ainda um outro passo a dar.
É necessário que o sujeito se ponha a trabalhar para desfazer sua identificação
mortífera a este objeto de gozo, resto, dejeto, que ele é para o Outro e para
localizar o gozo em um objeto fora do corpo, um objeto que o represente, que
ele possa oferecer ao Outro para aplacar sua demanda incessante.
A relação da demanda do Outro com as fezes é articulada por Freud no
estudo do Homem dos Lobos, onde ele fala das fezes como uma parte do
corpo próprio que a renuncia para oferecer ao Outro. Esta relação comparece
no caso Felipe: os itens da lista que ele fazia enquanto evacuava referiam-se
às demandas do Outro. Então, ele faz a lista das demandas do Outro e, ao
mesmo tempo, lhe dá o objeto de sua demanda. Vimos como ele, Schreber e o
Homem dos Lobos trabalham para fazer a extração deste objeto.
Para concluir gostaríamos de ressaltar que entendemos as tentativas de
extração do objeto a nos casos de paranóia, conforme desenvolvemos em
nosso trabalho, como tentantivas de fazer valer, como possível, a operação de
separação e a castração e como estratégias destes pacientes, que trabalham
“loucamente”, para se sustentarem minimamente como sujeitos. O que nos
resta, se não acompanhá-los ? Lembramos que é a teoria que deve seguí-los e
não o inverso.
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