Financeiro
A revista do crédito
ano 7 nº 58 mai-jun/2009
CADASTRO POSITIVO
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 20.000 EXEMPLARES
©iStockPhoto.com/Guillermo Perales
Incentivo à concessão de crédito
e redução de juros
Artigo
Nossa Caixa Desenvolvimento apoia
expansão econômica paulista
Análise setorial
Crise financeira internacional
e bancos brasileiros
Editorial:
Importância do crédito no
desenvolvimento do País
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Financeiro
A revista do crédito
ISSN 1809-8843
Conselho Editorial: Adalberto Savioli, Prof. Istvan Kasznar,
Antônio A. A. Leite (Pancho) e Sérgio Tamer; Coordenação
Editorial: Tamer Comunicação Empresarial; Jornalista
Responsável: Eliana Nigro (MTB 15.005); Editoração e
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As opiniões emitidas nos artigos assinados não refletem
necessariamente as posições da ACREFI e são de exclusiva
responsabilidade dos autores. A reprodução total ou parcial do
conteúdo da publicação depende de autorização por escrito.
Adalberto Savioli, Presidente da Acrefi
Credibilidade e segurança. É disso que estamos falando quando analisamos a liquidez na
economia e o volume de crédito disponível. Um bom modo de aferir quão confiável é um país é
verificar como está a relação entre financiamento e Produto Interno Bruto (PIB).
Esse tipo de análise nunca foi tão importante quanto atualmente, num mundo que esteve
cambaleando diante de uma crise econômica sem precedentes. E a relevância de ter credibilidade, de ser sólido e seguro também nunca foi tão grande, inclusive no Brasil, que sofreu desaceleração no ritmo de crescimento, mas não parou com a crise.
Até agosto do ano passado, o setor bancário vivia um de seus melhores momentos no Brasil,
superando R$ 1,2 trilhão em crédito e com os resultados líquidos das 200 principais instituições tendo
aumentado 146% em cinco anos e atingido mais de R$ 37 bilhões. Seus ativos totais sofreram uma
queda no quarto trimestre de 2008, mas já iniciaram o segundo trimestre de 2009 em recuperação.
Em nações como Estados Unidos e Japão, por exemplo, o volume de crédito em relação
ao PIB é muito maior do que no Brasil, superando 180% do PIB. Na Europa, chega a 160% em
países como Grã-Bretanha e Suíça, e a 90%, na Itália e na França. Enquanto isso, aqui no Brasil, o
percentual não passa ainda dos 43%.
Mas, apesar disso, o cenário é promissor. Os bancos brasileiros estão muito bem. Se forem
comparados com os de outras nações, estão ainda melhor. O valor de mercado dos dez principais bancos norte-americanos caiu 75%, e os bancos brasileiros perderam muito menos.
Agora, o tempo é de transição – da crise econômica global para fora dela –, de retomada
do ritmo nos principais mercados do mundo. E mais uma vez, o crédito bem dosado é fundamental para gerar mais consumo e investimento que, por sua vez, implicam mais crescimento
e desenvolvimento.
Para continuar fazendo o crédito crescer no Brasil, o recém-aprovado cadastro positivo é um
instrumento importante que engloba dados pré-autorizados pelo consumidor sobre sua vida
financeira e, principalmente, seu bom comportamento diante das ferramentas de crédito. É o
maior valor que um comprador pode apresentar ao candidatar-se a uma linha de financiamento
– e um bom nome na praça deve ser premiado com a oferta de mais facilidades, de aprovação
de crédito mais rápida, linhas e prazos mais elásticos. Trata-se de algo maior do que uma lista de
bons pagadores: é um direito de quem mantém seus pagamentos em dia, e um bom balizador
para quem concede crédito e tem de ser cada vez mais rigoroso na gestão dos riscos.
Nesta edição:
4 Crédito
O cadastro positivo permitirá juros menores ao tomador no Brasil
12 Artigo
Nossa Caixa Desenvolvimento, mola indutora da expansão econômica paulista
14 Tendência
Setor mineral
18 Artigo
Folga para a distensão da
política monetária
21 Artigo
22 Política econômica
Projeto negativo
A redução do superávit primário
ameaça a sustentabilidade das finanças públicas brasileiras?
26 Conjuntura
Spread bancário: uma contribuição para o debate
28 Artigo
Olhar pelo retrovisor ajuda a enxergar a estrada a nossa frente: o caso do crédito
30 Questão jurídica
O dano moral e os cadastros de inadimplentes
32 Análise econômica
As folgas da política monetária e fiscal
35 Artigo
A importância do “plano B”
36 Artigo
A autenticação da identidade em tempo real
38 Análise setorial
Impactos da crise financeira internacional no resultado dos bancos brasileiros
40 Banco de dados
Crédito:
O cadastro positivo
permitirá juros
menores ao tomador
no Brasil
por Istvan Kasznar
©iStockPhoto.com/MaMoPictures
Maio/2009
FINANCEIROACREFI
A concessão de crédito à pessoa física lida com questões
delicadas. Os indivíduos querem receber mais crédito, para
consumir à vista e realizar seus sonhos no presente. Em troca,
prometem pagar no futuro o principal mais os juros de contrato que assinaram.
No Brasil, os instrumentos de análise e cadastramento de
dados das pessoas físicas são limitados, produzidos internamente pelas financeiras e bancos, pelos comerciantes e por
agências que vendem informações. E grande parte destas se
monta sobre informações de dívidas vencidas, inadimplências
e atrasos variados, criando-se o cadastro negativo.
Esse cadastro negativo espelha e mostra apenas uma parte
da realidade do consumidor e o retrata na sua face mais complicada, a de passivos e dívidas não pagas ou pendentes por
uma ou outra razão.
Dessa forma, o uso dos cadastros tradicionais negativos
subdimensiona a capacidade real que os consumidores brasileiros possuem de tomar e assumir créditos. E inúmeras informações boas, qualificadas, de lata credibilidade e que mostram o perfil do bom pagador, que cumpre por longos anos
seus compromissos, são detidas por organizações idôneas,
que podem compartilhar de um banco de dados munido de
adequada tecnologia de informação (TI), para mostrar no cadastro positivo a capacidade real de pagamento e de assunção
de compromissos do consumidor.
O crédito positivo é um instrumento que traz consigo as
vantagens do fortalecimento e da qualificação dos mercados
de crédito. Nos países em que foi adotado, o volume de crédito
aumentou suavemente; as taxas de inadimplência caíram e as
taxas de juros dos bons pagadores diminuíram. Naturalmente,
isso não ocorreu de forma linear, mas, no plano geral, as vantagens do instrumento superaram as dores de cabeça iniciais
geradas por sua implementação.
Desde 2001, busca-se a aprovação desse projeto de cadastro positivo no Brasil. Por tratar-se de um tema delicado,
deixa naturalmente os agentes econômicos com ceticismos.
Contudo, bem administrado, ajuda decisivamente na minoração da assimetria na informação.
A aprovação na Câmara dos Deputados, no dia 19 de maio
de 2009, do projeto de lei que cria o cadastro positivo sofisticará os processos analíticos de crédito e as relações do mercado de capitais no Brasil. Tanto consumidores quanto instituições financeiras deverão estar preparados para uma nova
etapa de aperfeiçoamento das relações financeiras.
Tanto consumidores quanto
instituições financeiras
devem estar preparados para
uma nova etapa de relação
cipando sonhos e realizações, e lhes aumenta o bem-estar. O
crédito facilita um consumo maior, que não poderia ser feito
sem a ajuda de um credor, cujo esforço em captar poupanças
desemboca na capacidade de identificar bons devedores, que
pagarão o principal que tomaram, mais os juros, no futuro.
Assim como o crédito é fundamental para gerar mais consumo e investimento, e com isso gerar crescimento e desenvolvimento econômico, a sua dosagem é imprescindível. Abusos
levam a pagamentos de dívidas com dificuldades crescentes e
potencialmente à inadimplência. Por essa razão, cabe às pessoas praticarem a demanda e o uso do crédito responsável,
bem dosado.
Nesse sentido, o crédito, para ser concedido adequadamente, há de se relacionar à capacidade de pagamento do
devedor, logo à sua renda líquida; aos compromissos assumidos e por assumir; aos fluxos de dívidas presentes e futuras a
pagar e variáveis afins. E para ter esse conhecimento e facilitar a tramitação do crédito, os credores, financeiras, bancos
e comércio, entre outros, naturalmente precisam do cadastro
positivo do consumidor.
Arquivo Acrefi
Antecedentes
Definições de cadastro positivo
O crédito corresponde a um dos mais importantes instrumentos financeiros. Utilizado com seriedade e comedimento,
ajuda as pessoas a ampliarem o seu consumo presente, ante-
Istvan Kasznar, Ph.D., é
economista-chefe da Acrefi
[email protected]
FINANCEIROACREFI
Crédito:
O cadastro positivo é um
direito que as pessoas
possuem para mostrar a sua
capacidade de pagamento
O cadastro positivo é uma ferramenta e instrumento que
contém dados e informações autorizadas pelo próprio consumidor e tomador de recursos financeiros, em que se mostram
os compromissos financeiros assumidos, seu pagamento, evolução em valor, confirmação de pagamento e contratação, em
operações de crédito ou compras a prazo.
O cadastro constitui-se num arquivo que contém dados e
informações sobre o comportamento do pagador. Ao se formarem as provas e evidências de bom pagador no cadastro, a
boa intenção, a idoneidade e a propensão a pagar aparecem.
E isso tem um grande valor de mercado. Por um lado, o
Tabela 1
pagador, presente e futuro tomador de crédito, revela sua capacidade, vontade e afirmação de pagamentos, o que o enobrece
e lhe aumenta o status quanto mais comprovar que bem paga.
Por outro lado, o credor, presente e futuro, ao verificar no cadastro positivo quem é bom pagador, terá mais segurança em
facilitar e conceder o crédito.
Assim, o cadastro positivo é um direito que as pessoas
naturais e jurídicas possuem de mostrar a sua capacidade de
pagamento, avaliada e pontuada com alto grau de precisão.
Complementar ao cadastro negativo, tradicional no Brasil e
em que constam as dívidas vencidas; os pagamentos não realizados; as renegociações bancárias e comerciais; e situações
afins, o cadastro positivo mostra que existem pagamentos feitos e cumprem-se compromissos financeiros.
Desse modo, é de bom alvitre balancear e calibrar a decisão
de crédito, com o uso dos dois instrumentos. O cadastro negativo apenas mostra um lado da moeda, o de atrasos, vencidos,
débitos em aberto, processo em andamento, protestos de
títulos, execuções fiscais e similares, que infelizmente depõem
contra o pagador – devedor. Ao dispor-se do cadastro posi-
Nos Benefícios gerados pela implantação do cadastro positivo
I Nível do sistema financeiro e da intermediação financeira
Qualificação crescente do crédito e do financiamento.
Facilidade de diferenciar no agregado agentes bons pagadores de problemáticos.
Conveniência de manter bons clientes a taxas menores e condições facilitadas.
Identificação dos agentes problemáticos e formas de lidar em geral.
Maior transparência de mercado.
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2
3
4
5
II III Nível bancário e das financeiras, interno e operacional
1 Rapidez e agilidade crescem, junto a bons cadastrados positivos.
2 Custos de transação e juros caem, para mantê-los em carteira, junto aos cadastrados positivos.
3 Evitam-se operações duvidosas e potencialmente problemáticas.
4 Maior segurança e transparência nas operações individuais e da carteira.
5 Facilitam-se as orientações operacionais aos gerentes de créditos e investimentos.
Nível pessoa jurídica – empresa não financeira
Reconhecimento da positividade, aos bons tomadores, mediante juros menores e prazos maiores.
Incentivo à correta gestão do fluxo de caixa; da liquidez e tesouraria e dos projetos.
Incentivo aos não positivados a saldarem e equilibrarem suas contas e revisar negócios.
Aumento da confiança na empresa, o que gera mais potenciais parcerias e alianças.
Fornecedores oferecem condições facilitadas. Os custos caem. Os retornos crescem.
1
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4
5
IV Nível pessoa física
1 Reconhecimento da positividade, aos bons tomadores, mediante juros menores e prazos maiores.
2 Incentivo para permanecer com as contas e os pagamentos em dia.
3 Incentivo aos não positivados a saldarem suas contas o quanto antes.
4 O status de positivado dá moral para empreender negócios e diversificar.
5 A firma cadastradora sinaliza confiança na capacidade financeiro-econômica do indivíduo.
Fonte: Istvan Kasznar, XVI Fórum de Crédito de MG, IBCI, 2006.
FINANCEIROACREFI
tivo, o lado sadio, de bom pagador que consegue cumprir a
palavra em face de um compromisso financeiro, aparece. É
possível que o credor a quem se solicitou um empréstimo faça
uma melhor imagem do tomador e, desse modo, lhe empreste
mais recursos, em condições mais facilitadas.
O quadro ao lado (pág. 6) mostra em síntese os benefícios
esperados e gerados com a implantação de um cadastro positivo,
nos moldes daqueles que foram instituídos com sucesso em países desenvolvidos, estáveis e nos quais a legitimidade e o bom
senso legal exercem função determinante de ação no mercado.
Desse modo, haja vista o exposto anteriormente, pode-se
afirmar que o cadastro positivo é fundamental para a evolução
e o desenvolvimento de uma economia sadia, posto que ele é
membro ativo e parceiro do sistema de inteligência de negócios e se revela um grande facilitador comercial.
O cadastro positivo no Brasil –
aspectos legais
A legislação em vigor prevê e permite a existência do cadastro positivo. O artigo 170 da Constituição declara o princípio da livre iniciativa. A previsão constitucional está expressa
na Constituição de 1988, no artigo 5º, inciso LXXII.
Em relação à legislação infraconstitucional, os bancos de
dados são essencialmente disciplinados pelo artigo 43 da Lei
nº 8.078/90 do Código do Consumidor e pela Lei nº 9.507/97
do Habeas Data.
O projeto de lei foi cuidadosamente analisado e debatido
na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ),
com o nº 836/03, assim como os seus apensos, os oito projetos de lei identificados pelos números e anos que seguem: nº
2.101/03; nº 2.798/03; nº 3.347/04; nº 5.870/05; nº 5.958/05; nº
5.961/05; nº 6.558/06 e nº 6.888/06.
O projeto de lei que visa ser aprovado em sua versão definitiva em 2009 e representa um sonho de qualificação dos sistemas de inteligência de negócios e qualificação de bancos
de dados e informações é acalentado desde março de 2001.
Ele define um banco de dados como correspondente ao “conjunto de dados pessoais, gerenciado ou administrado por
pessoa jurídica, relativo a pessoas naturais ou jurídicas, destinado à coleta, armazenamento, análise e circulação de dados
a terceiros, com finalidade de concessão de crédito ou outras
transações comerciais”.
Mediante o projeto de lei nº 836/03 e seus apensos, que
visam defender os direitos do consumidor, o direito à personalidade e à privacidade, e as formas de se evitarem a invasão
da privacidade e o uso equivocado de sistemas de bancos de
dados que permitem conhecer aspectos da vida financeiroeconômica das pessoas, preenche-se uma lacuna que privava
os brasileiros do crédito positivo.
Relevante é o fato de os dados serem acessados pelos pró-
prios clientes dos bancos e eles podem transportá-los de uma
instituição financeira para outra. Isso é conhecido como portabilidade, ação prevista e regulamentada em maio de 2002 pelo
Banco Central.
O direito à portabilidade das informações e carteiras ainda
é desconhecido da maioria dos brasileiros e consumidores.
Analistas alertam a questões importantes, como André
de Carvalho Ramos: sobre “proporcionar o controle do poder
ilimitado e inalcançável pelo consumidor e a criação de um
órgão federal com tal finalidade”; e Ciro Expedito Scheraiber:
sobre temas como “sob o aspecto constitucional, (...) separa as
classes econômicas de consumidores entre os que são inadimplentes ou adimplentes e aqueles que não estão inseridos em
nenhum desses grupos” (Scheraiber, Os Bancos de Dados Positivos e o Direito do Consumidor).
Experiência internacional de
cadastro positivo
Nos Estados Unidos da América, o ordenamento jurídico
que trata do cadastro positivo é feito mediante leis específicas que regulamentam os assuntos, as atividades e os procedimentos. Destaca-se o Fair Credit Reporting Act (FCRA) de 1970.
Ademais, é importante o Fair Debt Collection Practices
Act (FDCPA), também conhecido como 15 USC 1692 e sequências, efetivado em 1978, cujo objetivo é o de eliminar e erradicar práticas de cobrança abusivas e incorretas. Ademais, visa
proteger os cobradores de dívidas de práticas concorrenciais
incorretas e visa à promoção e ao encorajamento de ações de
Estado consistentes que protejam os consumidores de abusos,
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Crédito:
O processo de avaliação e
acompanhamento de créditos
é simplificado, com a redução
do número de documentos
no ato da coleta de cobranças e dívidas.
O FCRA lida com os direitos dos consumidores no que
diz respeito aos seus relatórios de crédito e às obrigações e
passivos mantidos em registros nas agências, contidos nos
relatórios de crédito, assim como negócios que oferecem informações. Existe revisão contínua do FCRA desde 1971, especialmente desde 1996, quando se implantou o ato de reforma
de relatórios de crédito ao consumidor – ou Consumer Credit
Tabela 2
Reporting Reform Act (CCRRA); o Gramm – Leach – Bliley Act
(GLBA) de 1999; e o ato de transações de crédito justo e preciso, conhecido por Fair and Accurate Credit Transactions Act
(FACT), emitido em 2003.
O FCRA visa regular e cobrir as ações do conjunto de empresas que lidam com informações e dados que dizem respeito ao consumidor, definido como “um indivíduo” (FCRA*1 –
11/06). São reguladas todas as agências que fazem e lidam com
relatórios sobre o consumidor; engajam-se em práticas de uso,
disseminação e compartilhamento de dados e informações;
procuradores e usuários de informações; fornecedores e transmissores de informações; marketeiros de crédito ou produtos
vinculados a seguros e empregados.
Efeitos esperados do cadastro positivo
O cadastro positivo oferece vantagens para o consumidor.
Entre elas, objetivamente, merecem destaque as seguintes:
Nº Ganhos macro, agregados, com a implantação e o desenvolvimento do cadastro positivo
1
É uma forma construtiva e desenvolvida de incentivar a condução honesta das finanças.
2
É um instrumento que orienta e alerta ao que é socialmente e financeiramente correto.
3
É um importante instrumento de educação financeira do cidadão.
4
Permite a diferenciação agregada e individual, de bons e problemáticos agentes.
5
Incentiva a seleção qualificada de clientes, cujo custo médio de transação pode cair.
6
Identifica os riscos menores, logo incentiva esses gestores a fazerem mais negócios.
7
Identifica os riscos maiores, logo gera um freio sistêmico aos riscos excessivos.
8
Aumenta o controle sobre o azar moral e o risco de inadimplência e calote.
9
Evita potenciais saneamentos de carteira. Evita-se intervenção do Banco Central. Logo, o contribuinte ganha, pois não aumenta a carga tributária e diminui os custos de intervenção.
10 Evita má aplicação agregada de capitais, no grupo que tem histórico de pagamento frágil.
11 Aumenta o potencial e a efetivação de créditos em maior volume, ao grupo que tem histórico de bom pagador. Isso significa melhor alocação de recursos de crédito, no agregado.
12 Corresponde à aposição e implantação de um instrumento que analisa todos os agentes econômicos, produtivos e financeiros mediante a mesma e única ferramenta. Isso facilita cortes analíticos macroeconômicos e microeconômicos, horizontais e transversais, de tal forma que viabiliza a adoção de políticas públicas, políticas monetárias, políticas fiscais, políticas salariais, políticas previdenciárias e de pensões e aposentadorias, melhor e mais adequadamente focadas à realidade e às necessidades do País e do cidadão.
13 Reduz a socialização de prejuízos financeiros, pois a melhor seleção diminui a pressão de uso efetivo da provisão para devedores duvidosos (PDD) em financeiras e bancos.
14 Racionaliza o crédito e a ação do credor. Freia com sutileza técnica a alavancagem operacional, na relação (créditos liberados/patrimônio líquido ajustado dos intermediários), de tal forma que potencializa o crescimento de mais créditos sadios aos cadastrados positivos.
15 Permite, na agregação de dados e conhecimento dos problemas e desafios a enfrentar, a adoção de medidas legislativas, regulatórias, jurídicas e prudenciais mais realistas, conforme a evolução macroeconômica, microeconômica, empresarial, trabalhista, tecnológica e dos efeitos da globalização.
Fonte: Istvan Kasznar, XVI Fórum de Crédito de MG, IBCI, 2006.
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Favorece o consumidor que está em dia com os seus compromissos e pode comprovar que possui boas relações de
pagamento com os seus fornecedores, pois o acesso ao crédito
fica mais rápido, é facilitado e seus custos tornam-se mais baixos, isto é, as taxas de juros caem.
O processo de avaliação e acompanhamento de créditos é
simplificado, reduz-se o número de formulários e documentos
e, portanto, a burocracia some para agilizar o atendimento e
economizar o tempo do tomador.
Um cadastro positivo grande e coerente, dentro da lei, dá
moralidade e força psicológico-financeira ao tomador, que se
sente mais seguro em solicitar empréstimos, financiamentos,
prazos, taxas de juros menores e garantias pró-forma.
Valoriza o comportamento do bom pagador.
Permite que o credor analise melhor, com maior precisão, a realidade do consumidor. Como consequência, o credor
pode oferecer a linha de crédito mais adequada; os volumes
mais coerentes e que melhor se adequem à capacidade de
pagamento do consumidor.
Oferece melhores condições de dirigir o risco e o prêmio
de risco a quem de fato apresenta menores condições de pagamento. Logo, permite que bons pagadores usufruam taxas de
juros menores.
Permite a expansão do crédito agregado em condições
menos arriscadas.
Permite a redução dos spreads interbancários, em função da
redução do risco sistêmico no agrupamento bancário, no agrupamento financiário e no agrupamento do comércio varejista.
Lubrifica a economia, ao representar injeção de crédito, o
que aumenta a produção (Y), o crescimento econômico e o desenvolvimento, o emprego e a riqueza econômica geral do País.
Cadastro positivo e crédito –
dados relevantes
Em 2008, estimava-se que o crédito chegara ao Brasil a
38,8% do PIB e que essa tendência continuaria sendo positiva
para a próxima década. Com a crise do subprime e dos mercados de crédito no mundo, arrefeceu-se o mercado interno,
e a busca de mecanismos mais qualificados para examinar a
liberação de empréstimos aumentou.
John Barron e Michael Staten demonstraram, mediante
estudo econômico, que a taxa de inadimplência em 50 países
que adotaram o cadastro positivo pode ser até 43% menor do
que a taxa registrada nos países que utilizam apenas o cadastro
negativo. Some-se a isso o fato de que, com o cadastro positivo, aumenta a confiança na liberação mais bem direcionada
de créditos. Resulta, então, que a prática da disseminação das
informações positivas gera um aumento de 90% no número de
indivíduos que pedem crédito e são satisfatoriamente atendidos pelo sistema financeiro.
Estudo do International Financial Corporation (IFC),
organização associada ao Banco Mundial que presta assistência técnica em cadastro positivo em 40 países, dos quais
12 da América Latina, mostra que a atuação bancária e o
crédito são um privilégio de poucos no Brasil. Isso é, 66%
da população brasileira em dezembro de 2007 não era “bancarizada” (InvestNews).
Conforme o IFC, mediante o cadastro negativo, aprovam-se 39,8% dos empréstimos pedidos, ao passo que,
com o cadastro positivo disponível, 74,8% dos pedidos
são aprovados. Isso corresponde a um crescimento forte
de 89% na concessão de crédito. Ademais, quando para
decidir concessões existem apenas informações bancárias
sobre inadimplência, concedem-se 75% dos empréstimos.
Quando se amplia a base das informações, as concessões
sobem para 83,4%, o que corresponde a um crescimento
de 11% na liberação de créditos (Ref.: IFC e Credit Bureau
Knowledge Guide – CBKG).
As micro e pequenas empresas são beneficiadas pela
existência e implantação do cadastro positivo: sem birô
positivo, as chances de obtenção de empréstimos são de
28%; quando o birô se consolida, as possibilidades crescem
para 40%.
Pelos efeitos gerados com o cadastro positivo compartilhado entre bancos, merece atenção a experiência entre os
anos 2003 e 2005, em Hong Kong.
Segundo levantamentos do Hong Kong Monetary
Authority (HKMA), o Comissariado de Privacidade deliberou, após extenuantes consultas em endossar a aprovação
FINANCEIROACREFI
Crédito:
O funcionamento do cadastro
positivo depende dos agentes
e das instituições econômicas
e jurídicas
41%, o que comprova a significância estatística elevada de uma
reordenação de crédito em ambiente de maior transparência e
acesso a informações bancárias e comerciais dos consumidores.
Conclusões
do cadastro positivo, mediante duas condições. Primeira,
com vistas a prevenir uma ruptura ruidosa no mercado de
crédito (credit crunch), seria instituída uma moratória de
dois anos, durante a qual os fornecedores de crédito não
teriam acesso aos dados de crédito de seus clientes efetivos. Segunda, caberia ao HKMA obter um consenso junto
ao Conselho dos Consumidores.
O que é importante é que os montantes de giro e renovação
de crédito (rollover amounts) que não foram plenamente pagos
diminuíram 17% entre agosto de 2003 e setembro de 2005. A
razão de giro e renovação de crédito despencou de 54% para
Torna-se evidente a importância e a premência da adoção
e implantação do cadastro positivo no Brasil. Com razão, bancos e financeiras alertam que os benefícios esperados com o
sistema não ocorrerão no curto prazo.
Instaurar o crédito positivo é qualificar a análise de crédito
para melhores e maiores concessões, aumentar o volume de
crédito, reduzir o grau de inadimplência, aumentar a produção,
reduzir a taxa de desemprego e formar mais e maior riqueza.
O cadastro positivo precisa de uma legislação ampla, clara,
coerente e legitimada pelas diversas representações do mercado. Seu funcionamento depende dos agentes e das instituições econômicas e jurídicas, que necessitam se sentir confortáveis em sua prática.
É importante prever mecanismos e instituições que aperfeiçoem e acompanhem vigilantes os processos de mudança
propostos e contidos no cadastro positivo. |
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FINANCEIROACREFI
UK – Debt Help & Insolvency Helpline; www.insolvencyhelpline.co.uk; 2008.
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Artigo:
Maio/2009
por Milton Luiz de Melo Santos, presidente da
Nossa Caixa Desenvolvimento
A profunda reestruturação do setor bancário capitaneada
pelo governo federal entre 1996 e 2001 teve dois protagonistas: o Proer e o Proes. O primeiro reorganizou as instituições
financeiras privadas e, ao longo do tempo, provou ter contribuído para seu fortalecimento. O segundo estimulou os Estados
brasileiros a se retirarem da atividade bancária comercial, ramo
alheio à sua vocação e, atualmente, só três Estados e o Distrito
Federal permaneceram com instituições bancárias.
Convencer os governantes estaduais sobre a necessidade e a
importância de abdicarem de suas respectivas instituições financeiras não foi tarefa fácil à época. Especialmente porque um dos
principais argumentos, então apresentados, foi o de que os Estados não poderiam prescindir de um instrumento que lhes permitisse promover e executar políticas regionais de desenvolvimento.
Tendo por cenário esse pano de fundo, em março de 2001, o
Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a constituição e o
funcionamento das agências de fomento. Definidas como sociedades anônimas de capital fechado, as agências tiveram sua criação
e funcionamento autorizados com o objetivo de promover economias regionais por meio da concessão de linhas de crédito específicas com recursos próprios ou por meio de repasses de agências
oficiais locais ou internacionais voltadas para o desenvolvimento.
A atuação das agências de fomento, talhada pela Resolução
2828 do Banco Central (BC), é limitada por normas estritas. Elas
precisam de autorização do BC para operar e têm de cumprir
todas as regras definidas por ele determinadas em relação às
instituições financeiras. São, portanto, submetidas à sua regulamentação e fiscalização.
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©iStockPhoto.com/andrea volpicelli
Nossa Caixa Desenvolvimento,
mola indutora da expansão
econômica paulista
Nasceram para financiar capital fixo e de giro associado a
projetos propostos e executados em seus Estados de origem.
Às agências também é permitido prestar garantias e serviços de
consultoria, atuar como agente financeiro e administrar fundos
de desenvolvimento em seus limites territoriais.
Essas instituições financeiras, porém, não têm acesso às
linhas de assistência financeira e de redesconto nem à conta de
reservas bancárias do BC. Também não podem captar recursos
junto ao público, contratar depósitos interfinanceiros nem ter
participação acionária em empresas coligadas ou controladas,
direta ou indiretamente, por seus respectivos Estados.
Contudo, encontra-se sob avaliação do BC proposta da Associação Brasileira de Instituições Financeiras de Desenvolvimento
(ABDE) de alteração da Resolução 2828 com vistas a ampliar o
escopo de atuação dessas instituições financeiras de fomento,
contemplando a possibilidade de operações de câmbio, leasing
e a participação societária em empresas.
A Nossa Caixa Desenvolvimento – Agência de Fomento do
Estado de São Paulo é a caçula entre as 14 agências, hoje, em
funcionamento no País. Iniciamos nossas operações em 11 de
março com o objetivo de ser a mola indutora do desenvolvimento econômico e social desenhado pelo governo paulista,
por meio da concessão de crédito a projetos produtivos de
pequenas e médias empresas da indústria, do comércio, além
dos setores de serviços e do agronegócio.
Por ora, a Nossa Caixa Desenvolvimento está operando
apenas com recursos próprios. Seu capital autorizado é de
R$ 1 bilhão, dos quais R$ 200 milhões já estão integralizados.
Ampliaremos o leque de produtos
por meio da oferta de crédito para
investimentos de longo prazo
O restante será aportado pelo governo do Estado, à medida da
demanda da instituição para tanto.
Prioritariamente, os empreendimentos candidatos a financiamento devem se destacar por sua capacidade de acelerar a geração de emprego e renda na área geográfica em
que estiverem instalados, além de contribuir para o aumento
da competitividade econômica e para o equilíbrio entre as
diferentes regiões paulistas, refletindo a política de desenvolvimento estadual.
A partir dessas premissas, elegemos como público-alvo
as pequenas e médias empresas, sabidamente as maiores
empregadoras de mão-de-obra e, de um modo geral, as que
mais obstáculos enfrentam para obter crédito, especialmente
após a crise de liquidez instalada no mercado financeiro em
setembro de 2008.
Identificamos, em São Paulo, um universo de aproximadamente 36 mil empresas, que empregam até 500 funcionários e têm faturamento médio anual entre R$ 240 mil e R$ 100
milhões, como nossos potenciais clientes. Neste momento, estamos desenvolvendo os Programas Crédito Produtivo, Microempresa Competitiva e o Fundo de Aval (FDA), com o objetivo
de restabelecer a circulação do crédito em condições bastante
competitivas em relação ao sistema bancário privado, junto a
esse importante segmento da economia.
O Programa Crédito Produtivo oferece financiamento de
capital fixo e de giro até o limite equivalente a 15% da receita
operacional bruta das empresas com taxa de juros que consideram a Selic mais 2,75% ao ano.
Já o Microempresa Competitiva prevê a concessão de crédito subsidiado pelo Tesouro paulista em financiamentos destinados à compra de máquinas e equipamentos novos, fabricados
por indústrias paulistas, ou operações de capital de giro, preferencialmente associadas a investimento. A Nossa Caixa Desenvolvimento complementará, ainda, o apoio financeiro às pequenas e médias empresas por meio do FDA, que garantirá 100% do
saldo devedor de operações financeiras, desde que esses financiamentos não sejam superiores a 10% da receita bruta anual do
tomador de crédito.
Em breve, ampliaremos o leque de produtos por meio da oferta
de crédito para investimentos de longo prazo com recursos próprios e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES). Esperamos encerrar 2009 tendo realizado desembolsos
da ordem de R$ 400 milhões. Destes, R$ 300 milhões com recursos
próprios e R$ 100 milhões oriundos de repasses do BNDES.
Estamos trabalhando ainda para fazer parcerias com organismos multilaterais – entre eles, o Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) e a International Finance Corporation
(IFC) – e com as agências de fomento de diversos países.
Concebemos a Nossa Caixa Desenvolvimento como uma
agência ágil e eficiente. Assim, as linhas e os programas de financiamento têm sido desenhados de modo a atender às necessidades de nosso público-alvo e em parceria com entidades representativas de diferentes setores da economia.
Otimizamos essa aproximação de modo a beneficiar nossos
potenciais clientes e estamos firmando termos de cooperação
com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp),
a Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq),
o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae), a Federação do Comércio do Estado de São Paulo
(Fecomercio), a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a
Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
(Faesp) com o objetivo de agilizar a concessão de crédito a seus
respectivos associados. Essa proximidade nos permitirá atuar
com limites pré-aprovados, que serão validados por empresas
de pesquisa e de proteção ao crédito. Também possibilitará a
manutenção de um canal permanente de troca de informações,
entre essas entidades e a agência, capaz de assumir o papel de
canal de distribuição. A Nossa Caixa Desenvolvimento não terá
rede de agências bancárias.
Com uma estrutura enxuta, eficiente e produtiva, faremos
da Agência de Fomento do Estado de São Paulo a mola indutora
do desenvolvimento paulista. |
FINANCEIROACREFI
Tendência:
Setor mineral
O setor de minerais metálicos foi um dos que mais se
beneficiaram com o crescimento mundial visto que responde
fortemente aos ciclos de expansão (ou retração) da economia
internacional. Entre 2001 e 2008, a indústria de mineração e de
metais acumulou crescimento de 118%, principalmente pelo
crescimento dos países emergentes da Ásia, em especial a
China. Nesse período, as empresas do setor cresceram em média
21,5% ao ano. Além de uma forte elevação de preços, os volumes também foram ampliados.
Aos fundamentos econômicos, soma-se o aumento de posições dos fundos de investimento em commodities, fundos de
pensão e de hedge que completaram o movimento de pressão
de preço nos metais durante aquele período. Essas aplicações
garantiram, na época, retornos superiores aos de outros ativos e
alavancaram os seus resultados.
A variação nos preços foi tão forte no período que, já em
2006, apareciam as primeiras dúvidas em relação à sustentação
desses preços (nosso comentário de maio de 2006). Os primeiros
sinais de realização apareceram ao longo do segundo semestre daquele ano, com o início da discussão da sustentação do
crescimento econômico mundial e a sinalização da “provável
desaceleração da economia norte americana”. Naquele mesmo
ano, após o índice do CRB ter atingido 345,4 pontos em maio,
apresentou uma desvalorização de 18% até o mês de outubro.
Após esse período de acomodação, com a economia mundial
apontando para a continuidade do crescimento por mais algum
tempo e uma nova rodada de aplicações dos fundos, o índice voltou a subir (a partir de fevereiro de 2007) e atingiu o seu pico em
junho de 2008 com 477 pontos. Os metais foram os grandes responsáveis por essa elevação, pois, nesse período (maio de 2006 a
maio de 2008), evoluíram, na composição do CRB, metais, 48,5%,
atingindo 951 pontos. Entre janeiro de 2001 e o seu pico em maio
de 2008, a valorização foi de 346% no índice de metais do CRB.
Com a eclosão da crise, em setembro de 2008, o índice desabou, tendo perdido, entre o seu pico em 2008 e março de 2009
(último dado divulgado), 51,0%, situando-se em patamares próximos a 470 pontos. Essa queda sintetiza as quedas de preços
individuais de cada metal.
Ainda assim, do ponto de vista da série histórica de longo
prazo, os preços voltaram a patamares de fevereiro de 2008,
muito superiores à sua média dos últimos anos. Isso significa
que a maioria das unidades produtivas segue com boa rentabilidade bruta histórica e os seus resultados estão sendo mais
fortemente afetados pela queda de volume de vendas (escala
x custos fixos x investimentos em andamento) (Gráfico 1).
FINANCEIROACREFI
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Maio/2009
Tereza Maria Fernandez Dias da Silva,
diretora da MB Associados
O Brasil, como segundo maior produtor e exportador de
minério de ferro do mundo, quarto maior produtor de estanho
e sexto maior produtor de alumínio, foi amplamente beneficiado com o crescimento da economia mundial dos últimos
anos assim como está sofrendo os efeitos negativos da crise financeira internacional. No acumulado do primeiro bimestre de
2009 comparado ao igual período do ano anterior, a queda em
quantum das exportações de metais (matérias-primas e manufaturados), por exemplo, foi superior a 30%.
As primeiras estimativas divulgadas apontam para um resultado fraco em 2009 (queda de produção em média de 25%
no ano). O Departamento Nacional de Produção Mineral prevê
queda de investimentos e produção em 2009 quando comparado com 2008. As expectativas de investimentos para 2009
foram revistas de US$ 9,5 bilhões para um número próximo a
US$ 4 bilhões e os requerimentos de pesquisa recuaram 40%
entre outubro de 2008 e fevereiro de 2009.
Das commodities metálicas, o minério de ferro é a mais importante na nossa economia e responde sozinha por mais de US$ 10 bilhões em exportações. As previsões ainda são difíceis para o minério porque sabemos que a queda de demanda ocorreu, mas, como
não tem cotação em bolsa, o seu preço após a crise financeira ainda
não foi estabelecido. A negociação de preços para 2009 está sendo
postergada. Normalmente, o preço é fixado em abril.
O setor de mineração foi um dos primeiros a serem afetados
no Brasil pela crise financeira internacional, como se pode avaliar
pelo desempenho das empresas do setor no último trimestre de
2008, e continuará sendo afetado em 2009, pela queda da atividade econômica mundial neste ano e, portanto, menor volume
de negócios e preços médios inferiores ao ano passado. O Departamento Nacional de Produção Mineral espera uma queda de, no
mínimo, 30% na produção de minério de ferro em 2009.
1
O preço do minério de ferro
pode cair 20%
CRB – commodities
900
CRB Total
700
Alimentos
Metais
515,9
500
515,9
300
515,9
100
abr/99
abr/01
abr/03
abr/05
abr/07
abr/09
Fonte: CRB. Elaboração: MB Associados.
O minério de ferro é, de longe, o mais importante dos minérios na nossa economia. As expectativas na queda do seu preço
não são consensuais e variam entre 15% e 40%. Acreditamos que
esse número esteja mais próximo de uma queda de 20%, porque:
1
O desconhecimento do verdadeiro estoque do minério
na China dificulta estimar as reais necessidades de consumo e
demanda e, portanto, de preço. As compras feitas pelo País no
mês de março parecem confirmar que os estoques estavam baixos. Foram importados 51 milhões de toneladas, 43% a mais do
que em igual mês do ano passado. O governo chinês justificou
o aumento de importações pelo aumento da produção de aço
e pelos efeitos positivos dos estímulos dados à economia local.
As siderúrgicas chinesas aumentaram a produção ao longo do
primeiro trimestre do ano e estocaram os seus produtos esperando que o pacote de investimentos chinês demande todo esse
excesso de aço, o que pode não ocorrer. Alguns analistas não
acreditam na sustentação desse movimento e estão revendo
para cima suas projeções para os estoques no fim do ano e, com
isso, derrubando mais fortemente os preços. Os dados das últimas semanas indicavam um estoque de 64,5 milhões de toneladas métricas (20% abaixo do pico de setembro de 2008, que
foi de 76 milhões de toneladas métricas). Em 2008, o preço do
minério de ferro brasileiro foi de US$ 71,2/tonelada.
2
Uma segunda dificuldade nas projeções do preço do
minério de ferro está no comportamento das outras duas
grandes mineradoras mundiais: Rio Tinto e BH Biliton, que
quebraram o sistema de negociação anual em 2008 e não
acompanharam a Vale nos contratos. A diferença entre os
preços e seus minérios está causando esse mal-estar entre
elas. A Vale conseguiu um prêmio de qualidade para o seu
minério de Carajás e as australianas também conseguiram um
prêmio pelo diferencial de frete.
3 Em terceiro lugar, aparece a união entre a Rio Tinto e a Chinalco,
que, além de enfraquecer o oligopólio das mineradoras,
abre espaço para o fortalecimento das siderúrgicas chinesas, que passam a ter mais controle sobre as reservas de
minério, podendo influir de maneira mais direta nas negociações e afastando, mesmo que parcialmente, a Vale
do mercado chinês.
4 Por outro lado, a consolidação compulsória do setor
que está ocorrendo naquele país e que não permitirá mais
a produção de pequenas siderúrgicas deverá fazer com
que a demanda de minério de melhor qualidade (o caso
do Brasil e da Vale e, em parte, da Austrália) aumente, em
detrimento de minérios de qualidade inferior.
5 A Vale do Rio Doce tem afirmado não ter pressa em negociar preços este ano e que pretende esperar que as australianas
negociem primeiro, o que pode significar negociações muito
demoradas em 2009.
Os reflexos da queda de volume e de preços já foram, de
alguma forma, precificados nos preços das ações da Vale do
Rio Doce, cujo desempenho neste ano não repetirá o do ano
passado. No último trimestre de 2008, a empresa já teve uma
redução importante na sua margem de rentabilidade pela forte
queda de preços dos demais minérios e queda de volume de
vendas, inclusive no minério de ferro. Esses fatores não serão
revertidos em 2009. Ainda, a Acelor Mittal deixou em stand by
o que está influenciando negativamente o seu faturamento.
Outro fator que deverá contribuir para um pior desempenho
da Vale em 2009 é a impossibilidade da empresa de reduzir de
forma rápida e intensa os seus investimentos porque já estão
muito avançados. Da previsão inicial de US$ 14 bilhões, deverão ser realizados US$ 9,5 bilhões nos próximos cinco anos. A
valorização do real vai afetar o seu faturamento de exportação
e, finalmente, por mais que demorem, as negociações de preço
do minério de ferro irão ocorrer (para baixo) e o volume a ser
negociado em 2009 tende a diminuir, implicando manutenção
de margens inferiores às dos anos passados. A seu favor conta
a atual diversificação das suas atividades e das regiões mundiais
onde opera, o que minimiza o seu risco de longo prazo, a queda
no preço dos equipamentos para os investimentos em andamento que deverão, segundo a empresa, ficar 30% mais baratos, e a assinatura de novos contratos com empresas chinesas
que garantem uma demanda nova de 50 milhões de toneladas
por ano, ampliando sua participação naquele mercado em detrimento de outros fornecedores. Esse é um processo que tende a
ser ampliado no médio prazo, com o fechamento de pequenas e
ineficientes siderúrgicas no mundo.
FINANCEIROACREFI
Tendência:
Os demais minérios também foram afetados. O cobre aparece como um dos metais que mais rápida e intensamente sentiram os efeitos da queda de demanda. Os produtores iniciaram a redução de produção do minério logo após o dia 15 de
setembro, indicando uma diminuição de produção de 1,5%, que
segue menor do que a queda de demanda prevista em 3,5% em
2009. Os estoques estão ainda elevados, apesar de terem desacelerado a taxa de crescimento nos últimos meses, o que tem
dado sustentação ao seu preço no curtíssimo prazo em US$ 4
mil/tonelada. A saída da China do mercado após ter estocado
aproximadamente 400 mil toneladas do metal deve fazer o
preço recuar para um patamar próximo a US$ 3,4 mil/tonelada
ainda no fim do semestre. O alumínio, apesar do forte corte
mundial de produção já realizado – 4,3 milhões de toneladas
de um total de 6,2 milhões anunciadas, e que trouxe o nível de
utilização para 77% em fevereiro deste ano –, continua apresentando aumento de estoques, o que sugere pressão nos preços
ao longo de 2009. Atualmente sua cotação está próxima a US$
1,4 mil/tonelada. O níquel, basicamente utilizado na fabricação
de aço inoxidável, cuja demanda se reduziu em mais de 20%
e cujos estoques se elevaram em mais de 100% desde setembro de 2008, apresentou uma forte redução de preços. Como a
demanda de aço inox ainda não encontrou o seu piso, o níquel
ainda deve sofrer pressões de preço, atualmente próximo a US$
101,6 mil/tonelada. Nesse segmento, 40% da indústria está operando no prejuízo.
As condições de mercado dos demais metais (zinco, estanho,
molibdênio etc.) não são muito diferentes das descritas acima.
Isso significa que as commodities metálicas não devem apresentar recuperação de demanda e de preços em 2009, implicando
adiamento de investimentos das suas unidades produtivas nos
próximos anos. Esse setor já está passando por um processo de
consolidação que deverá se aprofundar nos próximos anos, ampliando o poder das gigantes. |
Alumínio
Preço em US$ mil/t
Estoques
Milhares de
US$/t
Milhares de
toneladas
3,0
4500
2,6
4000
4228,52
3500
2,2
3000
1,8
2500
1,4
1,4
1,0
29/05/08
2000
1500
29/09/08
29/01/09
29/05/09
Fonte: London Metal Exchange. Elaboração: MB Associados.
1000
27/05/08
27/09/08
27/01/09
27/05/09
Cobre
Preço em US$ mil/t
Estoques
Milhares de
US$/t
Milhares
de toneladas
8,8
600
500
7,2
400
5,6
4,8
317,125
300
200
4,0
100
2,4
29/05/08
29/09/08
29/01/09
Fonte: London Metal Exchange. Elaboração: MB Associados.
FINANCEIROACREFI
29/05/09
0
27/05/08
27/09/08
27/01/09
27/05/09
Artigo:
Folga para a d i s t e n s ã o
da política monetária
Maio/2009
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FINANCEIROACREFI
Arquivo Acrefi
Na medida em que o círculo vicioso entre setor financeiro
e economia real se intensificou, as análises prospectivas mais
pessimistas para a economia americana e global se tornaram
realidade, e as projeções para o crescimento econômico nos
próximos anos continuam sendo revisadas para baixo.
Até o último trimestre de 2008, a crise estava localizada no
setor financeiro de alguns países, com alguns efeitos adversos
sobre a economia real localizados nos países mais ricos, devido
a restrições no mercado de crédito, mas sem afetar seriamente
os países emergentes. A partir de setembro do ano passado, o
mercado financeiro entrou em colapso, a crise financeira evoluiu
para uma crise de confiança e ganhou proporções globais.
Países emergentes, até então vistos como portos seguros em
meio às turbulências, começaram a ser atingidos pelo aumento
da aversão ao risco e pela desalavancagem das grandes instituições financeiras internacionais, por meio da redução dos capitais
externos disponíveis e de pressões nos mercados de câmbio.
No Brasil, não foi diferente. Antes da intensificação da crise,
as projeções dos analistas coletadas pela pesquisa Focus do
Banco Central para o crescimento do Produto Interno Bruto
(PIB) em 2009 registravam média de 4%. Desde então, as projeções estão sendo constantemente revisadas para baixo. Em
dezembro de 2008, a mediana desse indicador era de 2,35%. No
fim de março, passou a ser negativa. Em 17 de abril, atingiu o seu
nível mais baixo, - 0,49%.
Recentemente, o Fundo Monetário Internacional (FMI)
Arquivo Acrefi
por Carlos Thadeu de Freitas Gomes e Marianne Lorena Hanson
Carlos Thadeu de Freitas Gomes é
chefe do Departamento Econômico da
Confederação Nacional do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo
Marianne Lorena Hanson é assessora
econômica da Confederação Nacional do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo
divulgou o World Economic Outlook, publicação trimestral
que apresenta um raio-X da economia global, na qual a conjuntura da economia mundial é avaliada e análises sobre
questões e desafios do momento são feitas. As conclusões
da publicação não são nada animadoras: o mundo atravessa
a pior recessão do período pós-guerra e a recuperação será
lenta e moderada, característica inerente a recessões financeiras e sincronizadas globalmente.
Mesmo que as projeções atuais se confirmem e o PIB brasileiro apresente crescimento negativo, o desaquecimento da
economia brasileira deverá ser mais moderado do que a média
mundial. Em diversas crises passadas, o Brasil quebrou e teve
que recorrer ao FMI para financiar sua dívida pública e seu balanço de pagamentos. Dessa vez, o País poderá se tornar credor
da instituição. O que mudou?
No passado, o País apresentou grande vulnerabilidade a
choques externos. A dívida pública foi fortemente indexada ao
dólar e a necessidade de financiamento externo, elevada. Hoje,
acumulamos reservas, somos credores em dólar e, apesar da
queda das receitas com exportações, as importações apresentaram recuo maior, e o déficit em transações correntes caiu em
relação ao ano passado.
Além da redução do passivo externo, hoje a dinâmica da dívida pública federal é benigna. Ao contrário de crises passadas,
a dívida líquida do setor público em relação ao PIB caiu com a
alta do dólar. Ao mesmo tempo, com a Selic em queda, os juros
incidentes sobre a dívida serão menores. Esses fatores tornam o
efeito da provável redução do superávit primário proveniente
da queda da arrecadação fiscal menos nocivo.
A dinâmica do atual ciclo econômico está na demanda
doméstica. Apesar do crescimento das transações de comércio
com o resto do mundo, o fluxo de comércio internacional como
proporção do PIB é baixo, quando comparado a outros países
emergentes. Dessa forma, o impacto da redução da demanda
externa por produtos brasileiros e da queda do preço das commodities será amortecido pela demanda interna ainda robusta.
Apesar do tombo da indústria e da queda dos investimentos nos
últimos meses, o consumo apresenta desaceleração moderada,
amortecida pelos incentivos fiscais. Os setores de varejo e de
serviços pessoais foram menos afetados, salvo aqueles fortemente dependentes do crédito.
A última ata do Copom, por sua vez, veio a confirmar o comunicado de sua reunião, enfatizando a continuidade do processo
de distensão monetária. O ponto central do documento foi o
reconhecimento de que as expectativas para a inflação estão
desacelerando-se e que os efeitos da crise econômica sobre os
preços confirmam o processo desinflacionário esperado.
Segundo o Copom, “as perspectivas para a atividade econômica seguem refletindo o processo de redução dos estoques
da indústria”, o que corrobora para que a demanda agregada
continue em desaquecimento e para que se mantenha uma
folga na utilização da capacidade instalada. Logo, repercussões
inflacionárias oriundas do setor real da economia estão afastadas temporariamente, permitindo o arrefecimento gradualista
da política monetária.
O principal recado é que o processo de queda da taxa de
juros Selic poderá ter uma trajetória mais longa do que estava
sendo esperado por muitos. O BC, inclusive, menciona na ata que
a inclinação da curva das taxas de juros não estava refletindo a
realidade da política monetária esperada. Cabe ressaltar a inconsistência dessa análise com o poder de alcance de sua atuação.
Ao dar esse sinal, o BC, pela primeira vez desde o início da
crise, adota uma postura semelhante a das demais autoridades
monetárias pelo mundo, que estão assumindo um compromisso
com a manutenção das taxas de juros em patamares reduzidos.
Com isso, a instituição visou desarmar as especulações exageradas de determinados setores do mercado.
Embora tardiamente, pois, desde o último trimestre do
ano passado, a economia já dava sinais de fraqueza, o BC
reconhece que os riscos inflacionários foram minimizados
temporariamente e essa condição se estenderá enquanto permanecer o nível atual de capacidade ociosa. Ou seja, o rápido
aumento do excesso de capacidade ociosa e o ajuste dos estoques reduzem as pressões inflacionárias enquanto a demanda
interna estiver em desaquecimento, dando mais folga para o
uso da política monetária.
Com a inflação sob controle, as expectativas para a inflação
abaixo da meta e o câmbio menos volátil, a taxa Selic tem
bastante espaço para cair em 2009. Cortes mais expressivos
na taxa básica de juros, além de produzirem um impacto fiscal positivo, teriam um impacto de estímulo da atividade por
meio dos canais de crédito e câmbio que, embora moderados,
podem ajudar a economia brasileira a recuperar seu nível de
atividade mais rapidamente. |
FINANCEIROACREFI
Artigo:
Projeto NEGATIVO
por Marcel Domingos Solimeo
podem ser incluídas no banco de dados e impõe exigência
descabida de comunicação com aviso de recebimento (AR)
para o registro dos inadimplentes. Essa questão do AR, carta
com aviso de recebimento, parece ser a solução em busca de
um problema que não existe, pois os bancos de dados, desde
a edição do Código de Defesa do Consumidor, fazem a comunicação aos inadimplentes por correspondência simples,
sem que ocorram problemas significativos, graças à eficiência dos Correios, demonstrada pela utilização do mesmo sistema por prefeituras, órgãos do governo, bancos e empresas.
Procura impor-se um ônus ao consumidor porque carta com
AR custa seis vezes mais do que a simples, além de que sua
eficácia é, comprovadamente, menor, pois as pessoas não
podem ser comunicadas em seu local de trabalho, e grande
parte delas não se encontra na residência no horário em que
os funcionários dos Correios fazem as entregas.
A proibição de se incluir registros negativos de inadimplência de serviços públicos e de débitos inferiores a R$ 60
não se justifica e vai dificultar mais o acesso ao crédito para
os consumidores de baixa renda.
O projeto 836/03, com sua redação atual, autoriza criar
um cadastro positivo capenga, pois dificulta a circulação
de informações cadastrais dos consumidores, impõe custos
significativos aos bancos de dados ao exigir que se forneça
gratuitamente informações aos consumidores sem limitação
de quantidade ou prazo e pode inviabilizar a operação dos
cadastros negativos, ou reduzir muito sua eficácia, produzindo resultado contrário ao que se esperava da proposta
do governo. É preciso trabalhar no Senado para restabelecer
o texto original do Pl 5.870 ou, então, é melhor que não se
aprove qualquer legislação a respeito. |
Marcel Domingos Solimeo
é economista-chefe e
superintendente da
Associação Comercial de
São Paulo
Divulgação
O Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) foi criado em 1956, praticamente ao mesmo tempo em que o do Rio de Janeiro e o
de Porto Alegre e, desde então, vem desempenhando importante papel para a expansão do crédito ao consumidor, das
vendas do varejo e da produção de bens de consumo. Atualmente, está interligado a uma rede de mais de 2.200 serviços
de proteção ao crédito, espalhados por todas as regiões do
País, oferecendo informações de caráter nacional sobre os
consumidores aos bancos, financeiras, lojas e prestadoras de
serviços. Embora sejam conhecidos como bancos de dados
de consumidores negativos, o acervo dos serviços de proteção ao crédito acumulam informações sobre pessoas físicas
muito mais abrangentes que, somados aos dados fornecidos
pelos usuários, permitem, inclusive, a elaboração de scores e
de outras ferramentas de decisão que oferecem maior segurança às operações de crédito.
A informação relevante que os bancos de dados não dispõem é a do grau de endividamento do consumidor quando
demanda crédito. A “passagem”, isto é, número de vezes que
um CPF foi consultado durante um período, oferece indícios
de operações anteriormente realizadas pelo pretendente ao
financiamento, mas não permite quantificar o montante dos
créditos eventualmente obtido pelo consumidor. Mesmo
assim, as estatísticas demonstram que, quanto maior o número de “passagens” do consumidor no SCPC, maior é a probabilidade de ele se tornar inadimplente.
Com o objetivo de aumentar a segurança nas operações
de financiamento às pessoas físicas, em 2004, o governo, por
meio do então secretário de Política Econômica Marcos Lisboa, no âmbito das chamadas “reformas microeconômicas”
destinadas à reduzir as taxas de juros, iniciou a discussão de
um projeto de lei para a criação do cadastro positivo, com a
colaboração da ACSP e de outros bancos de dados e, depois
de um ano e meio de discussões com os diversos segmentos, especialmente os ligados à defesa do consumidor, foi
encaminhado pelo presidente da República ao Congresso,
em setembro de 2005, sob o número de PL 5870/05. Desde
então, esse projeto tramitou na Câmara dos Deputados
apensado a outro de número 836/03 e foi votado em Plenário
em 19 de maio, com diversas emendas que o desfiguraram
por completo. Em vez de aumentar a transparência nas operações de crédito, para permitir a redução dos juros, o texto
aprovado restringe o conjunto de informações negativas que
Maio/2009
FINANCEIROACREFI
Política econômica:
A redução do superávit primário
ameaça a sustentabilidade
das finanças públicas brasileiras?
Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores
piorava as condições
Alguns analistas vêm levantando dúvidas acerca das
de solvência de nossa
perspectivas de preservação das condições de solvência
dívida. Essa piora, comda dívida pública brasileira, dado que o nível de atividade
binada à fragilidade das
doméstica deprimida vem tendo um impacto bastante
contas externas, levava à recorrente configuração de um círadverso sobre as receitas tributárias. Somando-se a isso os
culo vicioso – de aumentos de juros, cortes de gastos e elevaefeitos das medidas anticíclicas tomadas pelo governo –
ções de impostos – que mantinha a economia brasileira presa a
como a redução de tributos para várias classes de produtos e
um movimento de stop & go. E o baixo dinamismo da atividade,
a autorização para que a Petrobras não mais tenha que conpor sua vez, prejudicava a arrecadação e, portanto, o ajustatribuir para o resultado fiscal do setor público consolidado
mento das finanças públicas.
–, tem-se a sinalização de um resultado primário em 2009
significativamente inferior ao obtido nos últimos anos.
Um primeiro aspecto importante a ser lembrado, antes
de se discutir os fluxos fiscais (como o superávit primário),
é que o aprofundamento da crise internacional a partir de
setembro, ao gerar uma depreciação relevante do real ante
o dólar norte-americano, reduziu significativamente a relação entre a Dívida Líquida do
Setor Público (DLSP) e o Produto
1
Interno Bruto (PIB) e, portanto,
melhorou suas condições de solDívida Líquida do Setor Público (DLSP)
vência: entre agosto e novembro
Em % do PIB valorizado pelo IGP-DI centrado
do ano passado (período mais
60
agudo da crise), a relação DLSP/
PIB recuou de 40,7% para 34,9%.
55
53,5
52,5
52,4
Assim, graças, sobretudo, ao
50,5
50
48,4
grande acúmulo de reservas inter47,0
46,5
nacionais ao longo dos anos pre45,5
45,4
44,8
44,9
44,5
44,0
45
cedentes, mesmo num quadro de
42,2
42,0
42,1
41,9
41,2
41,2
40,9
40,740,540,740,5
agravamento da crise global, a dí38,9
40
38,1
37,8
37,6
vida pública se manteve num nível
37,1
36,637,0
36,2
35,8
34,9
que, em termos históricos, pode
35
33,2
32,6
ser considerado relativamente
31,8
31,3
30,7
30,0
baixo (Gráfico 1). Trata-se do mo30
28,0
26,6
vimento oposto observado em
25
outros momentos de crise, quando
a depreciação cambial (estimulada
20
pelo aumento da aversão ao risco
típico de momentos de estresse)
FINANCEIROACREFI
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2006
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2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
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Fontes: BC e IBGE. Elaboração: LCA.
1993
1992
1991
1990
1989
1988
1987
1986
1985
1984
1983
1982
1981
A crise internacional reduziu a
relação entre Dívida Líquida do
Setor Público e PIB
Divulgação
Maio/2009
momentos, as receitas tendem a desacelerar muito mais do que as despeComponente cíclico do resultado primário
sas (tendência exacerbada, no caso
do Brasil, pelas normas legais que tor6,0
nam perto de 90% das despesas governamentais quase incompressíveis,
ao menos em termos nominais). Desse
5,0
modo, tão logo a economia brasileira
volte a crescer num ritmo próximo do
seu potencial (que estimamos situar4,0
se entre 4% e 4,5%), cabe esperar uma
elevação de cerca de 2 pontos percentuais do superávit primário compara3,0
tivamente ao resultado observado durante o período de nível de atividade
mais debilitado. A elevação pode ser
Superávit primário estrutural
2,0
menor do que esses 2 pontos, evidentemente, caso o governo decida torSuperávit primário efetivo (média móvel de 3 meses, com ajuste sazonal)
nar permanentes algumas reduções
1,0
de tributos e/ou elevações de gastos
introduzidas durante o período de
crise. Um exemplo é a situação da
Dados em % do PIB. Fonte: BC. Elaboração: LCA.
Petrobras: a empresa foi autorizada a
não contribuir para o superávit primário em 2009 e em 2010, e essa permissão poderá (ou não) ser
estendida para os anos seguintes (lembrando que o esforço
primário da estatal correspondia a cerca de 0,5% do PIB).
O terceiro elemento importante na discussão está associado ao termômetro utilizado para aferir o desempenho das
finanças públicas brasileiras. Por muito tempo, em função
dos acordos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e da
inflação bastante elevada, o indicador de fluxo no qual os
analistas concentravam sua atenção era o resultado primáPassando à discussão seguinte, cabe questionar que
rio, isto é, a diferença entre as receitas e as despesas nãoproporção da queda recente do superávit primário pode ser
financeiras do setor público. Não obstante, o indicador mais
considerada como temporária ou cíclica, ou seja, decorrente
importante das finanças públicas sempre foi o resultado
da desaceleração cíclica da atividade econômica. Isso pornominal (que consiste na diferença entre os juros pagos
que a sustentabilidade do endividamento público de um
sobre a dívida e o resultado primário), na medida em que
país está associada ao resultado das finanças públicas ao
ele aponta diretamente se o endividamento público está
longo de uma sequência de vários anos.
se elevando ou não. A alta da dívida não será estancada, a
Uma maneira de tentar aquilatar essa questão é compadespeito da obtenção de um superávit primário elevado,
rar o superávit primário efetivo com o chamado superávit
se, devido a uma conta de juros bastante salgada, o déficit
primário ajustado pelo ciclo econômico (que corresponde
nominal também se mostrar elevado.
ao esforço primário que seria verificado se o PIB estivesse
Nesse sentido, a situação brasileira atual mais uma vez
crescendo a uma taxa próxima do seu ritmo potencial). Estise revela bastante diferente daquela que vivenciamos num
mamos, com base nos dados históricos, que esse superávit
passado não muito distante. Isso porque a queda substancial
primário “estrutural” se situa em torno de 4,2% do PIB.
da Selic – nossa expectativa é de que a Selic anual média
Esse exercício sugere que a desaceleração da atividade
passe de 12,6% ao ano em 2008 para cerca de 10% a.a. em
econômica doméstica seria responsável por uma redução
2009 e para algo próximo a 9,5% a.a. em 2010 – deverá fazer
de quase dois pontos percentuais do superávit primário
com que os encargos de juros sobre a dívida recuem para o
efetivo (Gráfico 2). Isso justamente pelo fato de que, nesses
mar/09
jan/09
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2
A desaceleração da economia
doméstica seria responsável por
uma redução de quase 2% do
superávit primário efetivo
FINANCEIROACREFI
Política econômica:
3
A queda da Selic
deverá reduzir os
encargos de juros
sobre a dívida para
o nível mais baixo
já registrado
Juros nominais apropriados sobre o estoque da dívida pública
9
8,5
8,2
8
7,7
7,3
7
7,0
6,8
6,6
6,6
6,6
6,8
6,1
6
5,6
5,2
5
4,6
4,6
4,0
4
3
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
(p)
(p)
Em % do PIB. Fonte: BC. Projeções: LCA.
nível mais baixo já registrado (a série de estatísticas relativas às contas públicas sob a metodologia atual tem início em
1991 – Gráfico 3).
Com efeito, o recuo esperado do superávit primário de
4,1% do PIB em 2008 para 2,5% em 2009 (ou seja, -1,6 p.p.)
gera um incremento de apenas 0,6 p.p. do déficit nominal
(de 1,5% do PIB no ano passado para 2,1% neste ano) em função do importante alívio esperado na conta de juros nominais
(de 5,6% do PIB em 2008 para 4,6% em 2009, ou seja, -1 p.p.).
Mesmo subindo para 2,1% do produto no ano corrente, seria
o segundo menor déficit nominal já registrado pelo País
(superado apenas pelo resultado de 2008). A título de comparação, a meta indicativa de déficit nominal que consta do
tratado de Maastricht, para os países integrantes da zona do
euro, é de 3% do PIB.
Para finalizar, é importante apontar que a discussão
ganha em clareza quando se separa a questão da solvência
da dívida pública daquela relativa à qualidade/eficiência do
gasto público brasileiro. Como apontamos acima, do ponto
de vista estrito da solvência (isto é, da capacidade de pagamento), a situação das finanças públicas brasileiras enseja
pouca preocupação na conjuntura atual. Mas isso não diz
nada sobre a qualidade/eficiência do gasto público – uma
outra discussão, bem mais ampla e tão relevante quanto a
da solvência, que envolve uma série de outros fatores, tanto
econômicos quanto institucionais. |
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Alencar Burti, presidente da ACSP
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Prof. Istvan Kasznar, Ph.D, economista-chefe da Acrefi
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Conjuntura:
Spread bancário: uma contribuição
por Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban
Foi diretor de Finanças do Banco Nossa Caixa (2003/2007) e secretário-adjunto do Tesouro Nacional (2000/2002)
“Para problemas complexos, sempre existem soluções
simples... e erradas.” A frase parece ajustar-se como uma
luva no debate sobre o spread bancário no Brasil, que vem
aparecendo com frequência no noticiário econômico, mas
quase sempre de forma superficial e limitada. Este artigo é
uma tentativa de contribuir para esse debate, esclarecendo
alguns aspectos, de natureza técnica, que podem ajudar a
termos um melhor entendimento do assunto. Vamos a eles:
1) Dados parciais: os dados do Banco Central (BC) consideram apenas parte das operações bancárias, as do chamado
mercado livre de crédito, que, em geral, são de prazo menor
e que correspondem a cerca de 45% das operações do sistema. As restantes são, em geral, de spread mais baixo, como
financiamento imobiliário, leasing e repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nossos
cálculos indicam que a inclusão dessas operações reduziria
em cerca de 7,4 pontos percentuais (p.p.) o spread bancário
bruto referente a março.
2) Spread bruto: embora spread bruto e lucros do setor financeiro sejam com frequência tratados como sinônimos, são conceitos bastante distintos. O spread calculado pelo BC equivale à
diferença entre as taxas de captação, pagas pelos bancos, e as
taxas cobradas nas operações de empréstimo. Spreads elevados
podem ou não implicar lucros elevados, a depender de outros
fatores, entre eles a taxa de inadimplência e a carga tributária.
Para se chegar ao spread líquido, que seria uma melhor aproximação do lucro líquido, é necessário descontar os demais custos
que incidem sobre as operações de crédito.
3.1) Inadimplência – cálculos do BC indicam que só a inadimplência responde por algo como 37% do spread bancário,
certamente um dos mais elevados níveis do mundo. O custo
é alto porque a qualidade da informação no Brasil é deficiente, elevando muito o risco para o emprestador. Assim,
bons pagadores pagam pelos maus e é por isso que o setor
bancário defende o cadastro positivo e todas as iniciativas
FINANCEIROACREFI
©iStockPhoto.com/Aaltazar
O spread bruto é elevado no Brasil, mas disso não
decorre necessariamente que o spread e o lucro
líquido também o sejam
que possam melhorar a qualidade da informação disponível
aos agentes econômicos. Os custos associados à inadimplência também são elevadíssimos se incluirmos gastos com
a cobrança judicial, a demora na recuperação de garantias
etc. Destaque-se a evidência de que nas linhas com melhores
garantias, como o crédito consignado e o financiamento de
veículos, os spreads são bem menores.
3.2) Carga tributária – o Brasil é provavelmente o único
país que tributa a intermediação financeira onerando poupadores e tomadores de crédito. Sobre as operações de crédito incide uma alíquota de 3,65% referente a PIS/Cofins e
outra, de IOF, que pode atingir até 1,88% ao ano. Na tributação direta, além do Imposto de Renda, os bancos recolhem
a alíquota diferenciada de CSLL de 15%. Segundo o BC, os
tributos diretos e indiretos respondem por cerca de 18,5% do
spread bruto nas operações de crédito livre.
para o debate
Maio/2009
O resíduo líquido corresponde a cerca
de 27% do spread bruto, o que daria
5,7% ao ano
3.3) Compulsórios – é provável que o Brasil tenha os
maiores níveis de depósitos compulsórios do mundo. Sobre
depósitos à vista, o percentual é de 47% comparativamente
a, por exemplo, 10% nos Estados Unidos e 3% na zona do
euro. Também há compulsórios sobre depósitos a prazo, o
que é uma clara distorção em relação aos demais países. Esse
nível de compulsório até ajudou o Banco Central a injetar
liquidez rapidamente no sistema após o agravamento da
atual crise externa, mas é inegável que se trata de mais um
custo que infla o spread, onera os tomadores de crédito e
eleva as despesas de captação dos bancos.
3.4) Custos administrativos/operacionais – no cálculo do
BC, esses custos respondem por 13,5% do spread, mas avaliamos que esse percentual pode estar subestimado. A metodologia do BC só considera os custos “alocáveis” a um número limitado de operações, os 45% citados no item 1. Ficam
de fora outros custos, inclusive o das operações obrigatórias,
como o crédito rural. Se os incluirmos de alguma forma, certamente teremos uma elevação desse percentual.
É importante mencionar que os percentuais aqui citados
correspondem a um estudo do BC para o ano de 2007, feito
para as operações do mercado livre de crédito. Mas, feita essa
ressalva, achamos que essa metodologia pode nos ajudar a
pelo menos chegar a um cálculo mais correto sobre o spread
líquido do setor bancário no Brasil. E qual seria este número?
De acordo com os dados do BC para março de 2009, o spread
bruto para as operações de crédito livre foi de 28,5%. Incluídas outras operações de crédito direcionado e de taxas controladas, de acordo com a metodologia da Febraban, esse
spread cairia para 21,1%
Ainda segundo o BC, o spread ou resíduo líquido corresponde a cerca de 27% do spread bruto (27% de 21,1%), o que
daria, portanto, 5,7% ao ano. É provável que esse número
seja ainda mais baixo, já que em nossa avaliação os custos
administrativos parecem subestimados na metodologia utilizada pelo BC. De todo modo, é o spread líquido (5,7% ao
ano), e não o spread bruto, que deveria ser utilizado na comparação com o desempenho do setor financeiro em outros
países (em tempos normais) e com a rentabilidade de outros
setores da economia brasileira.
O spread bruto é elevado no Brasil, mas disso não decorre
necessariamente que o spread e o lucro líquido também o
sejam. Uma discussão séria para reduzir o spread bruto deveria ser centrada nos fatores estruturais listados acima. Análises apressadas e pouco técnicas podem até render boas
manchetes, mas não contribuirão para que se encontrem as
soluções corretas para este problema. |
Artigo publicado pelo jornal Valor Econômico em sua edição de
26/05/2009, pág 12-A.
FINANCEIROACREFI
Artigo:
Olhar pelo retrovisor ajuda a enxergar a estrada a nossa frente:
o caso do crédito
Maio/2009
Em tempos de crise, o alarmismo parece ser a regra. À custa
de tanta repetição, interpretações e expectativas transformamse em verdades que passam a condicionar o comportamento
econômico dos agentes. Torna-se útil, então, revisitar autores
que viveram e estudaram outras crises. Neles, podemos nos
deparar com similaridades e circunstâncias inspiradoras ao
encaminhamento de problemas atuais ou nos encontrar, pelo
distanciamento histórico dos fatos, com a isenção necessária às
boas análises. E, mesmo que nada disso fosse tão relevante, há
sempre o sabor em apreciar os pensamentos pioneiros e que se
tornaram clássicos na literatura econômica. Esse é o caso que a
releitura de Princípios de Economia Política, de John Stuart Mill,
provoca em quantos se entregam a conhecer as aventuras dos
sistemas financeiros europeus dos séculos 18 e 19.
Das boas lições desse livro, uma registra a “grande rapidez
com a qual os países se recuperam de um estado de devastação. O desaparecimento, em pouco tempo, de todos os vestígios
dos danos causados pelos terremotos, inundações, furacões e
guerras”. A reprodução da riqueza afasta a crença em um poder
curativo da natureza, substituindo-a pela ideia de que cada porção do capital é usada e destruída, no seu consumo, geralmente
logo após sua produção. Mas os que a consomem são, nesse
meio tempo, empregados em produzir mais capital, em porções
superiores às que consumiram e, por esse modo, ampliam sua
base, obedientes a um ciclo perpétuo de seu próprio consumo e
reprodução. Ao aceitar esse pensamento, admite-se a inevitabilidade das crises nos sistemas econômicos e, simultaneamente,
a inevitabilidade de suas soluções. Cada ciclo se encerra com
a destruição do capital até então existente e se reinicia com a
produção de uma quantidade ainda maior de um novo capital.
Podemos, então, pôr-nos em relativo sossego, pois o processo
de reprodução está garantido, sem implicar, todavia, que o capital permaneça sempre nas mesmas mãos.
Essa pérola do liberalismo inglês carrega uma mensagem
esperançosa para os dias atuais, em que um ciclo econômico
está se encerrando, com uma destruição de capital sem paralelo em toda a história econômica mundial. Fica a frustração
de não havermos previsto seu encerramento, pelo menos para
tornar mais suave sua transição, e a certeza de que produção
de novos capitais será realizada, em quantidades maiores do
que as anteriores, rapidamente.
FINANCEIROACREFI
©iStockPhoto.com/K.I.
por Celso Cláudio de Hildebrand e Grisi, empresário, sócio do Instituto de Pesquisa Fractal e professor da Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP)
Mas o gênio de Mill ousaria mais. No capítulo em que trata
das Proposições Fundamentais sobre o Capital, enuncia o seu
quarto teorema, para descrever o mecanismo dessa reprodução: “O que mantém e dá emprego à mão de obra produtiva
é o capital gasto para fazê-la trabalhar, e não a procura dos
compradores em relação ao produto do trabalho, depois de
realizado.” O autor insiste que a demanda por mercadorias
determina apenas o setor específico de produção no qual se
empregarão a mão-de-obra e o capital. Entretanto, é o montante de capital que determina a quantidade de mão-de-obra
a ser empregada nesse setor e o valor de sua remuneração.
O corolário que se põe diante dos atuais formuladores das
políticas anticíclicas é o de que as injeções a serem feitas pelos
Estados nacionais, em suas propostas intervencionistas de restauração da liquidez dos sistemas, devem contemplar muito
mais os investimentos que produzem empregos e renda do que
estimular o consumo e intensificar as atividades assistencialistas.
Uma espécie de negação, antecipada em dois ou três séculos, do
que hoje se conhece sob a denominação genérica de clientelismo.
Dessa perspectiva, impõe-se reconhecer que comprar produtos, ou seja, estimular o consumo, não significa aumentar o
nível de emprego. O que, de fato, expande a procura pela mão
de obra são os salários que precedem à produção. Em outras
palavras, as classes trabalhadoras não se beneficiam em nada
pelo fato de uma pessoa comprar mercadorias e consumi-las,
mas, ao contrário, os benefícios decorrem daquilo que deixou de ser consumido e que foi gasto na forma de pagamentos diretos a trabalhadores, em troca de seus trabalhos. Isso
sim acrescenta algo ao montante de empregos. Numa versão
contemporânea, dir-se-ia que o investimento produtivo gera
empregos, que o emprego gerado produz o aumento da renda
e que a renda maior faz o consumo crescer. Chegamos ao
âmago das discussões sobre as políticas anticíclicas, para as
quais Mill ofereceu seu rigoroso receituário liberal.
A recuperação desses dois teoremas suscita a desconfiança sobre a eficácia das medidas de fomento dos governos
no combate à crise atual, dirigindo recursos para os sistemas
financeiros ou alocando-os em tantas formas de estímulo ao
consumo. Claro que não se poderia admitir que os governos
abandonassem seus sistemas financeiros à própria sorte, deixando-os sem socorro. A insolência haveria de paralisar todo
o sistema econômico. Também não se pode conceber, diante
da lógica liberal de Mill, a recusa do socorro ao consumo ou
às populações necessitadas de políticas sociais. Mas, ao retardar investimentos, ou mitigá-los, ignorando os mecanismos
de reprodução do capital, apenas se posterga o início do novo
ciclo econômico nacional. As inversões que cabem ao Estado
brasileiro fazer devem corresponder a recursos que, desviados
do seu próprio custeio, sejam realocados em programas indutores da contratação de mão de obra. Em outras palavras, a tentativa de reviver as soluções keynesianas, afastando-se de práticas fiscais saudáveis, tem se mostrado insuficiente em todo
o mundo. O crédito ainda não reapareceu completamente,
os níveis de emprego são declinantes e os Produtos Internos
Brutos (PIBs) nacionais encolhem a cada trimestre. Bancos confirmam suas expectativas negativas e reduzem ainda mais o
crédito, empresas assustadas suspendem seus investimentos,
demitem seus trabalhadores e reduzem o nível de emprego.
Ameaçado em sua renda, o trabalhador, desempregado, reduz
seus gastos e derruba a demanda.
A tal crise de confiança, alardeada e repetida, não é
um fenômeno da mídia mundial, mas uma decorrência da
ausência de investimento em níveis suficientes para produzir emprego. Sem emprego, o trabalhador não consome. Isso
dispara a queda das demais peças enfileiradas do jogo de
dominó: os atores econômicos não investem, bancos e outros
agentes financeiros não emprestam, recursos ficam caros e
sem destinação produtiva.
A crise de confiança pede ao Estado brasileiro uma ação
seletiva. As intervenções no sistema financeiro visando à redução de spreads e o financiamento do consumo, por meio de
seus bancos, são inócuas, dado que não produzem empregos novos. Deslocar recursos do custeio para o investimento,
criando trabalho, deve transformar-se em ação prioritária do
Estado. Financiar consumo é função privada, sobretudo em
um sistema financeiro sólido como o brasileiro, e não deve ser
disputado pelo governo. O ajuste definitivo na liquidez do sistema econômico nacional será alcançado pela aceleração de
um novo período de prosperidade. A articulação dos fenômenos monetários e creditícios pode trazer maiores benefícios à
sociedade do que as pressões e acusações dirigidas aos agentes financeiros e as ameaças decorrentes do crescimento exagerado do Estado nesse setor.
O expediente anticíclico mais eficiente estará, portanto, na
contratação de mão de obra por meio de recursos desviados
do consumo e transformados em investimentos que, produzindo empregos, restabelecerá a confiança dos agentes. Essa
direção haverá de nos surpreender com a rapidez da reconstrução econômica, como surpreendeu Stuart Mill ao analisar as
crises por que passaram os sistemas financeiros europeus nos
séculos 17 e 18. Olhar a economia pelo retrovisor talvez possa
nos ajudar a enxergar melhor a estrada a nossa frente. |
FINANCEIROACREFI
Questão jurídica:
A
O dano
moral e os
cadastros de
inadimplentes
FINANCEIROACREFI
por Leopoldo Ubiratan Carreiro
Pagotto, advogado de Xavier,
Bernardes, Bragança, Sociedade
de Advogados
©iStockPhoto.com/spxChrome
Divulgação
Maio/2009
ntes de 1988, havia uma grande
discussão jurídica sobre a admissibilidade do dano moral em
nosso ordenamento jurídico. Naquele
ano, a Constituição admitiu o dano
moral, pondo fim à longa discussão
sobre sua existência. Como todas as
“novidades” jurídicas, o assunto ainda
não está assentado nem na doutrina,
nem na jurisprudência. Todavia, a
aceitação do instituto não significa
que haja clareza quanto à sua exata
definição, nem quanto ao justo cálculo do valor da indenização. É exatamente aqui que surgem as polêmicas maiores que causam insegurança
jurídica para as empresas, inclusive
para as financeiras.
O dano moral é definido por
oposição ao dano patrimonial. Esse
é o dano causado diretamente ao
patrimônio, tal como um carro acidentado, o erro médico que torna o
paciente incapaz para o trabalho ou
o vândalo que destrói um caixa eletrônico numa agência bancária. O
dano moral não é isso: é uma lesão de
um bem que se encontra na ordem
moral. Aí, surge outra pergunta: o
que é ordem moral? Primeiro, o dano
moral pode ser causado à própria
pessoa ou a algo que possua, mas
não se confunde com as consequências das lesões causadas. Em decorrência desse caráter intangível do
dano moral, surge a dificuldade em
se estipular o quanto de indenização
é cabível. Como definir valor monetário à dor e ao sofrimento causado a
uma pessoa?
Imaginem-se duas situações. Um
consumidor “A” compra um televisor,
decidindo pagá-lo a prazo. Após pagar
algumas prestações, deixa de cumprir
com a sua obrigação e não honra sua
dívida. Por sua vez, ao não receber
aquilo que lhe é devido, o vendedor
envia os dados desse consumidor “A”
a um banco de dados com informa-
ções sobre a solvabilidade, tal como Serasa ou Serviço Central
de Proteção ao Crédito (SCPC). Como resultado dessa ação do
vendedor, o nome do consumidor “A” ficará “sujo na praça” e
ele poderá não conseguir realizar outras compras a prazo. Por
outro lado, o consumidor “B” compra uma geladeira, também
optando pelo pagamento a prazo, pagando pontualmente as
prestações devidas. Todavia, por algum motivo qualquer, o vendedor envia os dados do consumidor “B” ao mesmo banco de
dados, para o qual dados verdadeiramente desabonadores do
consumidor “A” foram enviadas. Em virtude dessa ação equivocada, o consumidor “B” sofrerá as mesmas consequências
comerciais sofridas pelo consumidor “A”, ou seja, terá seu nome
inscrito no cadastro de maus pagadores e dificilmente obterá
crédito em outras compras a prazo.
Com base nesses fatos, tanto o consumidor “A” quanto o
consumidor “B” ajuízam ações pleiteando o ressarcimento pelos
prejuízos causados, inclusive os danos morais. Como deve julgar
o juiz nesse caso? Se iguais fossem os casos, justo seria que igual
fossem as decisões, mas não se está diante de fatos idênticos.
O consumidor “A” não honrou seus compromissos, oferecendo
fundamento para que seu nome fosse inserido nesse banco de
dados. Ao contrário, o consumidor “B” sempre cumpriu com suas
obrigações e nunca deu motivo para que pudesse ser chamado
de mau pagador. Objetivamente falando, em ambos os casos,
houve dano às suas reputações, bem não patrimonial, pois, se
antes eram vistos como bons pagadores, gozando das vantagens inerentes a essa qualidade, ao terem seus nomes inseridos
nesses cadastros, passaram a ser vistos como maus pagadores.
Enquanto para o consumidor “B” o fato de ver seu nome num
banco de dados de maus pagadores foi a causa direta para sua
perda de credibilidade, para o consumidor “A” o inadimplemento
de sua obrigação foi a causa direta para sua perda de credibilidade. Enquanto a inclusão do consumidor “A” foi legítima, a do
consumidor “B” foi ilegítima. Esse é o discriminen que deve ser
utilizado, a legitimidade da inclusão do nome do consumidor
no cadastro de inadimplentes. Essa noção básica precisa ser afirmada reiteradamente, pois, por muitos anos, tanto as instituições
financeiras quanto os bancos de dados foram injustamente processados por “negativarem” os consumidores “A”.
Para que a inscrição no cadastro de inadimplentes seja válida,
devem ser atendidas algumas condições para esse procedimento.
Primeiramente, quem assume a obrigação de pagar as prestações
deve ter deixado de pagá-las para que seja configurada a mora
em relação ao credor. Esta não pode ocorrer devido a erros ou
omissões da instituição financeira responsável por receber o
pagamento, mas sim pela omissão do próprio devedor. Além
disso, o devedor deve ser notificado previamente à sua inscrição
no cadastro de inadimplentes, conforme previsão do art. 43, § 2º,
do Código de Defesa do Consumidor.
Quanto maiores forem as indenizações,
tanto maiores serão as taxas de juros
que refletirão o risco do mútuo
Caso a entidade responsável por inserir o nome do
devedor em seu cadastro assim proceda quando não
estiverem presentes os elementos anteriormente descritos, aquele consumidor poderá pleitear indenização por
danos morais. Isso ocorre porque a inscrição indevida
pode gerar prejuízos patrimoniais, prejuízo aos negócios
do inscrito, que deverá ser provada, e/ou prejuízos imponderáveis, decorrentes da ofensa à figura econômico-social
da pessoa. Assim, o dano moral pode estar presente em
duas situações distintas: (i) quando a pessoa que se comprometeu a pagar as prestações pagou todas as parcelas
corretamente no prazo estipulado, mas, mesmo assim, o
seu nome foi inscrito, decorrente de erro ou falha da instituição financeira ou outra parte responsável por receber o
pagamento; e (ii) quando a inscrição não é precedida pela
notificação emitida pelo órgão que inscreveu o devedor.
Diante do exposto, podemos afirmar que, somente nos
casos em que a pessoa que cumpriu com suas obrigações
teve seu nome enviado ao cadastro negativo, poderá se
pleitear o dano moral. Defender o oposto é reduzir a utilidade de tais cadastros, pois não constituem meio de atingir a imagem de uma pessoa, mas meio de assegurar que
os maus pagadores não venham a prejudicar a sociedade
como um todo. Nota-se claramente que muitos têm recorrido à Justiça, mesmo tendo pleno conhecimento de sua
dívida, acreditando ser esta uma maneira fácil de se ganhar
dinheiro, com isso, desvirtuam a finalidade do Judiciário e
prejudicam a função dos cadastros de inadimplentes.
Essas discussões podem parecer essencialmente jurídicas, mas possuem grande impacto no equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de mútuo. Quanto maior for
a rigidez do Judiciário ou quanto maiores forem as indenizações, tanto maior serão as taxas de juros que refletirão
o risco do mútuo. Assim, o assentamento e pacificação da
jurisprudência, o que ainda deverá demorar alguns anos,
são essenciais para a segurança jurídica (leia-se previsibilidade) dos negócios. |
FINANCEIROACREFI
Análise econômica:
As folgas da política
monetária e fiscal
Maio/2009
No momento em que a taxa de câmbio volta a apreciar,
para aumentar de forma
também voltam os pedidos para queda mais acentuada da
importante a capacidade
Selic. O próprio Banco Central (BC) indicou na Ata do Copom
instalada. Há espaço de
que o mercado estava com a curva de juros errada, sinalizando
sobra para recuperação
que a Selic deveria cair ainda mais do que o projetado. Foi uma
sem riscos inflacionários.
mudança significativa para um BC que até um mês antes, no
O que pode ser um
Relatório de Inflação, ainda demonstrava preocupações com a
risco inflacionário relevante no médio prazo, ou seja, 2010?
inflação em 2010.
Se o mundo emergente, leia-se China, voltar a crescer no
Além das questões que justificam a Selic em queda,
ano que vem, poderá retornar a pressão sobre commodities,
quais sejam, a queda da demanda e o não-repasse da taxa
principalmente as agrícolas, cujas relações estoque/uso estão
de câmbio para a inflação, outro elemento entrou em cena
ainda muito baixas. Mas, assim como a alta de preços de comrecentemente. Novamente, o câmbio pode ajudar na trajemodities não foi elemento central para a política do BC nos
tória da Selic. Não queremos dizer com isso que ela necesúltimos dois anos, também não deverá ser agora.
sariamente vá puxar ainda mais a inflação para baixo. Mas
Um risco mais de longo prazo que impediria uma queda
afasta temporariamente dois receios. Primeiro o de que uma
ainda mais radical da Selic é que a inflação brasileira ainda
eventual retomada de atividade levasse a um repasse câmtem certo grau de indexação. Cerca de 50% da inflação ainda
bio-inflação represado durante a crise. Segundo, diminui a
olha para o passado, mesmo que indiretamente, basta lemincerteza em relação à trajetória do câmbio. Até o começo
brar dos ajustes de aluguéis usualmente feito com base nos
do ano, havia muitas instituições acreditando que o câmbio
Índices Gerais de Preços (IGPs). Por conta da alta volatilidade
poderia chegar a 2,7 no fim do ano. Essa expectativa ajuda
desses índices, há sempre um carregamento para cima ou para
a conter ainda mais a incerteza do BC em relação à trajebaixo no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
tória do câmbio. Passada a discussão
sobre o que fazer com a poupança,
abre-se um espaço maior para que1 Taxa Selic – % ao ano
das adicionais da Selic.
Há um receio por parte do mercado
Em%
de que o BC possa cometer novamente
35.00
um erro de avaliação. Quando a Selic
Teto alcançado pela Selic
é cada vez mais baixo
caiu muito fortemente em 2007, houve
30.00
uma percepção por parte de alguns
25.00
analistas de que o BC havia exagerado,
levando a um crescimento acima do
20.00
potencial, exigindo que a Selic voltasse
a subir novamente em 2008. Entretanto,
15.00
as condições agora são totalmente
10.00
diversas e resvalam num crescimento
10.25
doméstico que deve levar tempo para
5.00
se recuperar. Não podemos esquecer
Abr/99
Abr/01
Abr/03
Abr/05
Abr/07
Abr/09
que tivemos investimentos elevados
nos últimos três anos que contribuíram
Fonte: Banco Central. Elaboração: MB Associados.
FINANCEIROACREFI
Divulgação
por Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados
(IPCA) que é prejudicial para efeito de
política monetária. Quanto mais rígida
a inflação, maior deve ser a potência
da política monetária. Isso dificultaria
uma queda adicional e permanente do
IPCA de 4,5% para 2%. Esse parece ser
um risco mais grave quando se olha no
longo prazo.
E, por fim, vale a tentativa de esticar
o máximo possível a queda da Selic desta
vez, pois, da próxima vez que precisar
subir, talvez não seja necessário chegar a
patamares tão elevados (Gráfico 1).
O maior risco macroeconômico para
os próximos dois anos continua sendo o
fiscal, mas mantemos a posição de que
é um risco mais relacionado à má qualidade do gasto e menos à sustentabilidade macroeconômica do quadro fiscal.
Em relação à qualidade, a tendência
de expansão dos gastos com o funcionalismo e a desaceleração dos gastos
com investimento permanecem (Gráfico
2). Por exemplo, dos R$ 49 bilhões autorizados de investimentos federais este
ano, apenas R$ 850 milhões foram gastos, meros 1,7% do total.
Em relação ao quantitativo, devemos ter um déficit nominal se aproximando dos 3% do Produto Interno
Bruto (PIB) este ano. Para o ano que
vem, a contar com a Selic mais baixa,
deveremos ter um pagamento de juros
caindo para cerca de 4,7% do PIB. Se
supusermos a manutenção do superávit primário em 2,5% do PIB, teríamos
um déficit nominal em queda, o que
seria altamente positivo considerando
um ano eleitoral (Gráfico 3).
A manutenção do superávit em 2,5%
do PIB supõe três coisas. Primeiro, que a
receita volte a crescer com a aceleração
da atividade econômica. Se considerarmos uma elasticidade PIB-receita de
2, se o PIB crescer 3% no ano que vem,
como esperamos, a receita real poderia
se expandir 6% só por esse efeito. Segundo, temos que considerar que, até
o ano que vem, várias das desonerações
possam ter terminado. Com a expan-
Evolução das despesas do governo federal
(crescimento real acumulado em 12 meses em %)
2
18,0
15,0
12,0
10,4
9,0
6,0
5,5
4,2
Despesa total
Pessoas e encargos sociais
Custeio e capital
3,0
0,0
mar/05
set/05
mar/06
set/06
mar/07
set/07
mar/08
set/08
mar/09
Fonte: STN. Elaboração: MB Associados.
mento dos gastos com os investimentos.
Se esse cenário for o correto, significa dizer que a dívida líquida poderá
continuar caindo, ajudada pela recuperação da atividade e a manutenção de
um superávit acima de 2,1%, considerado o ponto de equilíbrio para manter
a dívida líquida em 37% do PIB. |
são da atividade e a volta do consumo,
o governo deverá ter ganhos razoáveis
com o fim dessas isenções. Terceiro,
trabalhamos com a hipótese de que o
governo mantenha o padrão de gastos
atuais, assim como aconteceu na eleição
de 2006, quando também os gastos com
o funcionalismo cresceram em detri-
Superávit primário, pagamento de juros e déficit nominal
3
(% do PIB acumulado em 12 meses em %)
12
Superávit primário
Pagamento de juros
10
Déficit nominal
2007
2008
2009
6.1
5.6
5.5
8
2010
4.7
6
4
3.0
2.2
2.2
1.5
2
0
-2.5
-2
-4.0
-2.5
-4.1
-4
-6
3
n/0
Ja
3
o/0
Ag
4
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4
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Ou
5
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Ma
5
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7
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7
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Se
8
r/0
Ab
8
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No
9
n/0
Ju
0
n/1
Ja
0
o/1
Ag
Fonte: Banco Central. Elaboração e projeções: MB Associados.
FINANCEIROACREFI
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No coração de São Paulo
Artigo:
Divulgação
A importância
do “plano B”
Junho/2009
por Gilberto Caparica, diretor de marketing da Cimcorp
mais comuns é a duplicação do site principal espelhando-o em
O desastre das torres gêmeas há oito anos despertou o
um site de backup que, em caso de falha, assume a continuidade
mundo para a importância dos planos de contingência. Alguda operação. No entanto, essa metodologia vem sendo substimas empresas baseadas no World Trade Center simplesmente
tuída por modelos economicamente mais viáveis que utilizam
perderam 100% de suas informações de negócios. Mesmo
tecnologias de virtualização de servidores que criam ambientes
aquelas que, poupadas pela fatalidade, salvaram seus cérebros
de contingência bastante eficientes e baratos.
se viram diante do desafio de recomeçar sem arquivos e sem
A adoção ideal de uma GCN deve envolver o responsável
nenhuma referência registrada do passado.
pela inteligência dentro da organização, uma vez que ele preSegurança e continuidade dos negócios são hoje preocupacisará fazer um inventário dos ativos, pessoas e tecnologias,
ções que estão na cabeça dos CEOs. Não apenas as ameaças de
fazer uma análise de impacto dos negócios,
terrorismo, inexistente entre nós brasileiros,
mas também catástrofes naturais e desastres
Pesquisa realizada pelo definir as estratégias de controle e desenhar
os planos de continuidade. Vale ressaltar que
possíveis (incêndios, roubos, destruições de
Guardian IT afirma que,
o risco não calculado e a interrupção abrupta
todos os tipos), são fantasmas que aterroriapós um incidente,
das operações fatalmente resultarão em prezam os sonhos de todos os gestores.
8% das empresas sem
juízos significativos para a organização. Sem
Vivemos em um mundo ameaçado por
plano de continuidade
falar que a quebra da continuidade de uma
inúmeros incidentes – que podem ser causanão
reabrem
instituição financeira compromete não apedos por mudanças econômicas, ambientais,
nas seu desempenho, mas também a sua
sociais e tecnológicas – que colocam os neimagem no mercado e perante os clientes.
gócios em risco. Além da continuidade do atendimento, todos
Aprendida a lição do 11 de setembro, hoje, entre os grandes
buscam alternativas para garantir a integridade de seus dados
bancos brasileiros, a segurança é completa. Se destruírem as suas
e operações, sobretudo as transações históricas realizadas pelos
sedes, em poucas horas é possível colocar as instituições funcioseus clientes. Foi justamente essa preocupação que impulnando on-line, como se nada tivesse acontecido. Mas a grande
sionou a criação da norma NBR 15999-1 de Gestão de Continuidificuldade é que as preocupações com o estabelecimento de
dade de Negócios (GCN), estipulada pela Associação Brasileira
um plano de continuidade de negócios ainda se restringe a
de Normas Técnicas (ABNT).
grandes instituições. À medida que diminui o seu porte, os sisteBaseada em uma versão inglesa, a norma visa ajudar as emmas perdem em eficiência e em confiabilidade.
presas na adoção das melhores práticas em GCN, orientando
Fontes do setor informam que organizações que não posna criação de planos de respostas a incidentes. Trata-se de um
suem um “plano B” para proteger seus negócios correm sério
processo que identifica ameaças potenciais e seus possíveis imrisco de não se recuperarem caso aconteça um incidente. Pespactos nas operações. As normas GCN permitem que a empresa
quisa realizada pelo Guardian IT afirma que, após um incidente,
desenvolva uma resistência organizacional, capaz de responder
8% das empresas sem plano de continuidade não reabrem; 40%
efetivamente aos desafios para continuidade de seus negócios,
reabrem, mas fecham em 18 meses; 12% reabrem, mas fecham
que não implica apenas sua operação, mas principalmente sua
em cinco anos; e apenas 8% sobrevivem.
reputação. A participação da alta direção é fundamental para
Ainda há um longo caminho a ser percorrido até que todos pergarantir que o processo de GCN seja corretamente introduzido e
cebam que a capacidade de manter em funcionamento suas opeestabelecido como parte da cultura da companhia.
rações essenciais ou de restabelecê-las rapidamente é a diferença
Por exigência da Federação Brasileira de Bancos (Febraban),
entre o sucesso e o fracasso. Sem dúvidas, as organizações mais
todos os bancos precisam implementar meios para garantir a
bem-sucedidas são aquelas que sempre possuem um “plano B”. |
continuidade dos seus negócios. Para isso, uma das tecnologias
FINANCEIROACREFI
Artigo:
A autenticação da
identidade em tempo real
©iStockPhoto.com/Aggressive Entertainment
Maio/2009
Você consegue afirmar com certeza que todas as informações que possui de seus clientes são realmente verdadeiras? É uma questão de confiança.
Quando sua empresa realiza negócios com consumidores pelos atuais canais
de distribuição, tais como internet e telefone, por exemplo, acredita-se que
cada um de seus clientes usará uma identificação válida.
Porém, todos sabem que, com o desaparecimento das negociações realizadas com o cliente in loco, o negócio de sua empresa pode estar em risco.
Então, como é possível resguardar-se se você não sabe exatamente quem é
seu cliente? Felizmente, existe uma resposta satisfatória para essa e outras
perguntas que contribui para que seus negócios cresçam com a segurança
necessária, sem riscos.
Atualmente, em questão de segundos, já é possível saber exatamente quem são seus clientes. Uma combinação
entre seus processos e informações de mercado protege a organização contra fraude de identidade. Não importa
como seus clientes chegam até sua empresa, você pode confiar na informação.
O mercado brasileiro já tem acesso a sistemas de decisões completos que podem ajudar sua empresa a verificar
automaticamente a identidade de um consumidor por meio de uma validação da informação fornecida. Quando
as respostas estão corretas, os dados também estarão. Isso pode ser feito com a criação de perguntas de múltipla
escolha, em que o tipo de questão, números e sequências serão determinados pelo uso de ferramentas analíticas
que determinarão quais transações seguem um padrão fraudulento. Essas perguntas são criadas com base em um
amplo universo de dados externos e internos da organização, desde a base interna de dados de seus clientes até
informações de birôs de crédito.
Uma vez confirmada a identidade de seus clientes, as transações poderão
ser processadas de forma segura e instantânea. Para que essas transações sejam
processadas com segurança e no tempo exato que o consumidor moderno
exige, a empresa de hoje necessita encontrar uma solução altamente flexível e
que possa ser configurada rapidamente para completar um ou mais dos seguintes processos de autenticação de identidade:
• Validação de Informações dos Clientes: compara e cruza informações fornecidas pelos clientes com fontes seguras e confiáveis de informação para assegurar consistência e precisão.
• Identificação de Atividade Fraudulenta: usa técnicas analíticas avançadas e
acessos a bases de prevenção à fraude para verificar informações de clientes e
registrar padrões de furto de identidade.
• Confirmação de Identidade: fornece a clientes perguntas interativas de múltipla escolha baseadas em um conjunto extenso de dados específicos, avaliando
as respostas dos clientes em segundos de maneira a determinar se ele satisfaz
seus padrões de autenticação.
Assim, de formas simples e baratas, é possível incorporar nos negócios proteção contra fraude de identidade e processos de autenticação. O resultado para
os negócios é segurança, retenção de clientes e dinamismo, fatores críticos para
seguir obtendo o sucesso com seus negócios. |
FINANCEIROACREFI
Divulgação
por Marcelo Kekligian, presidente da Equifax do Brasil
A Acrefi dá as boas-vindas e
deseja um futuro brilhante à
Nossa Caixa Desenvolvimento
Agência de Fomento do Estado de São Paulo.
Análise setorial:
Impactos da crise financeira
internacional no resultado
dos bancos brasileiros
Os resultados do quarto trimestre de 2008 mostraram que
a maioria dos bancos, apesar de em menor grau se comparados aos bancos internacionais, foi atingida pela crise internacional. Se não diretamente, como efeito do medo dos agentes
econômicos brasileiros.
Até agosto de 2008, o setor bancário vivia os seus melhores
momentos no Brasil. Os resultados líquidos somados das 196
principais instituições bancárias aumentaram 146% em um período de cinco anos, iniciando com aproximadamente R$ 15 bilhões em 2003 e atingindo mais de R$ 37 bilhões em 2008.
Com o lançamento dos balanços finais de 2008, ficou evidenciado que a crise foi sentida pelos bancos brasileiros. Porém,
não de uma forma uniforme sobre todas as operações. Algumas
contas foram mais fortemente atingidas.
Analisando os ativos totais de 196 instituições financeiras
acompanhadas pelo Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad), observou-se uma redução em 96 delas do terceiro
para quarto trimestre de 2008. O ativo total aumentou em pouco
mais de R$ 1 bilhão, interrompendo uma série de aumentos muito
mais expressivos. Os bancos públicos brasileiros apresentaram o
maior crescimento absoluto do ativo, contribuindo com mais de
R$ 20 bilhões, evitando, assim, redução no sistema.
Resultado líquido anual do setor
mil
50.000.000,00
40.000.000,00
30.000.000,00
20.000.000,00
10.000.000,00
0,00
2004
2005
2006
Resultado líquido anual do setor
Fonte: Inepad & Visionarium.
FINANCEIROACREFI
2007
Mario Miranda/Agência Foto
Maio/2009
Alberto Borges Matias,
presidente do Inepad
Enquanto os ativos mantiveram-se praticamente estáveis,
as operações de crédito de curto prazo não escaparam de
uma redução drástica. A oferta de crédito apresentou redução em 128 das 196 instituições no quarto trimestre de 2008.
No somatório geral, essas instituições ofereceram R$ 8,7 bilhões a menos de crédito. A diminuição das operações de
crédito foi muito influenciada pela reversão de tendência da
taxa de inadimplência, tanto de pessoa física quanto de pessoa jurídica, que vinha decrescendo até setembro de 2008.
Segundo o Banco Central, a taxa de inadimplência em modalidades como cheque especial, crédito pessoal, aquisição de
veículos, aquisição de bens (outros) apresentou crescimento
a partir do quarto trimestre de 2008. Além dessas contas,
operações de hotmoney e desconto de duplicatas também
apresentaram aumento de inadimplência no período estudado. Os custos
de captação, somando todas as 196 instituições analisadas, aumentaram em
R$ 19,2 bilhões, contribuindo negativamente para o resultado anual. Por sua
vez, o resultado da atividade bancária
apresentou redução de R$ 9,69 bilhões
no quarto trimestre de 2008.
Porém, apesar de alguns dados
indicarem queda no desempenho dos
bancos brasileiros, o cenário ainda é positivo. Se os bancos norte-americanos
forem analisados como comparação,
pode-se verificar que os danos para a
2008
saúde financeira dos bancos nacionais
poderiam ser muito maiores. Enquanto
os valores de mercado (soma dos pre-
Inadimplência
16,00%
14,00%
12,00%
10,00%
8,00%
6,00%
4,00%
2,00%
Crédito pessoal
Cheque especial
Aquisição de outros bens
z/
08
de
v/
08
8
Cartão de crédito
no
8
t/0
ou
t/0
se
o/
08
ag
ju
l/0
8
/0
8
ju
n
m
ai
/0
8
r/0
8
ab
ar
/0
8
0,00%
m
ços das ações na Bolsa de Valores)
dos dez principais bancos americanos
tiveram redução de US$ 609 bilhões,
equivalente a 75% do total, os bancos
brasileiros perderam 57% em um ano,
considerando o período de março de
2008 e março de 2009.
Alguns números explicam a diferença entre as reduções de valor. A diminuição do resultado de determinadas
operações no último trimestre de 2008
não foi suficiente para afetar o resultado
anual dos bancos brasileiros. Apenas no
quarto trimestre, a receita com intermediação financeira aumentou em 156 das
196 instituições financeiras avaliadas.
A soma geral dessa conta indica um
saldo positivo de R$ 54,4 bilhões. Assim,
mesmo com a crise já instalada, o quarto
trimestre contribuiu para acréscimo no
resultado líquido anual em 135 instituições, 63% do total analisado.
Os próximos balanços serão fundamentais para uma melhor compreensão
da situação. A crise financeira ainda permanece de maneira global, juntamente
com a falta de confiança dos investidores
e todos seus efeitos ainda não se materializaram claramente. |
Fonte: Inepad & Visionarium.
Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa –
Setor Bancário (CP e LP)
mil
70.000.000,00
60.000.000,00
50.000.000,00
40.000.000,00
30.000.000,00
20.000.000,00
10.000.000,00
0,00
dez/07
Colaborou neste artigo Gabriel
Camargo de Barros Oliveira,
analista financeiro do Inepad.
mar/08
jun/08
set/08
dez/08
Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa (CP e LP)
Fonte: Inepad & BC.
FINANCEIROACREFI
Banco de dados: por Inepad
Taxas Médias : Geral
DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
37,6
37,4
37,6
38,0
39,4
40,1
40,4
43,0
44,1
43,3
42,4
41,3
39,2
0,2
-0,2
0,2
0,4
1,4
0,7
0,3
2,6
1,1
-0,8
-0,9
-1,1
-2,1
12,2
12,4
13,1
13,5
13,8
13,9
14,0
14,5
13,9
12,6
11,9
11,6
10,7
0,8
0,2
0,7
0,4
0,3
0,1
0,1
0,5
-0,6
-1,3
-0,7
-0,3
-0,9
25,4
25,0
24,5
24,5
25,6
26,2
26,4
28,5
30,2
30,7
30,5
29,7
28,5
-0,6
-0,4
-0,5
0,0
1,1
0,6
0,2
2,1
1,7
0,5
-0,2
-0,8
-1,2
Variação Mar-Mar
1,6
-1,5
3,1
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
Taxas Médias : Pessoa Física
DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
47,8
47,7
47,4
49,1
51,4
52,1
53,1
54,8
58,3
58,1
55,1
52,7
50,1
-1,2
-0,1
-0,3
1,7
2,3
0,7
1,0
1,7
3,5
-0,2
-3,0
-2,4
-2,6
12,5
13,1
13,9
14,4
14,8
14,5
14,5
15,1
15,1
12,9
11,5
11,2
10,4
0,4
0,6
0,8
0,5
0,4
-0,3
0,0
0,6
0,0
-2,2
-1,4
-0,3
-0,8
35,3
34,6
33,5
34,7
36,6
37,6
38,6
39,7
43,2
45,2
43,6
41,5
39,7
-1,6
-0,7
-1,1
1,2
1,9
1,0
1,0
1,1
3,5
2,0
-1,6
-2,1
-1,8
Variação Mar-Mar
3,7
-0,9
4,6
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
Taxas Médias : Pessoa Jurídica
DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
26,5
26,3
26,9
26,6
27,5
28,3
28,3
31,8
31,4
30,7
31,0
30,8
28,9
-1,2
-0,1
-0,3
1,7
2,3
0,7
1,0
1,7
3,5
-0,2
-3,0
-2,4
-2,6
11,8
11,9
12,4
12,7
13,0
13,4
13,6
14,1
13,0
12,3
12,2
11,9
10,9
1,1
0,1
0,5
0,3
0,3
0,4
0,2
0,5
-1,1
-0,7
-0,1
-0,3
-1,0
14,7
14,4
14,5
13,9
14,5
14,9
14,7
17,7
18,4
18,4
18,8
18,9
18,0
0,6
-0,3
0,1
-0,6
0,6
0,4
-0,2
3,0
0,7
0,0
0,4
0,1
-0,9
Variação Mar-Mar
2,4
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
FINANCEIROACREFI
-0,9
3,3
Spread Financeiro
Crédito Pessoa Física
Volum e
R$ Milhões
50,0
45,0
Taxa de
Juros
62,00
60,00
58,00
56,00
54,00
52,00
50,00
48,00
46,00
44,00
140.000
40,0
130.000
35,0
120.000
30,0
110.000
SPREAD
FINANCEIRO
25,0
100.000
90.000
20,0
A plicação
Capt ação
Volume
fev/09
mar/09
jan/09
dez/08
out/08
nov/08
set/08
jul/08
ago/08
jun/08
abr/08
mar/08
mar/09
fev/09
jan/09
dez/08
nov/08
out/08
set/08
ago/08
jul/08
jun/08
abr/08
mai/08
60.000
mar/08
70.000
10,0
mai/08
80.000
15,0
Taxa de Juros
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
Volume de Operações de Crédito : Pessoa Física - Prefixados - Recursos Livres (R$ Milhões)
MÊS / ANO
CHEQUE ESPECIAL
VARIAÇÃO
EM %
CRÉDITO PESSOAL
VARIAÇÃO
EM %
FINANCIAMENTO
IMOBILIÁRIO
VARIAÇÃO
EM %
CARTÃO DE
CRÉDITO
VARIAÇÃO
EM %
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
15.059 15.469 15.521 15.659 15.457 15.400 15.803 17.081 16.638 16.003 17.082 17.445 18.001 1,8%
2,7%
0,3%
0,9%
-1,3%
-0,4%
2,6%
8,1%
-2,6%
-3,8%
6,7%
2,1%
3,2%
108.860 111.616 114.176 115.214 117.157 118.782 120.697 124.182 125.387 125.996 127.410 128.173 132.001 2,0%
2,5%
2,3%
0,9%
1,7%
1,4%
1,6%
2,9%
1,0%
0,5%
1,1%
0,6%
3,0%
393 422 440 466 482 508 540 575 597 619 650 694 732 3,9%
7,4%
4,3%
5,8%
3,4%
5,3%
6,5%
6,4%
3,7%
3,8%
4,9%
6,9%
5,4%
18.910 19.566 19.930 20.245 20.442 20.807 21.161 21.842 22.642 22.088 23.018 24.336 25.050 2,0%
3,5%
1,9%
1,6%
1,0%
1,8%
1,7%
3,2%
3,7%
-2,4%
4,2%
5,7%
2,9%
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
Volume de Operações de Crédito : Pessoa Física
Prefixados/continuação - Recursos Livres (R$ Milhões)
AQUISIÇÃO
VARIAÇÃO
OUTROS
TOTAL
MÊS / ANO
VARIAÇÃO
VARIAÇÃO
VEÍCULOS VARIAÇÃO
OUTROS
TOTAL
EM %
EM %
EM %
EM %
fev/08
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
83.657 83.850 84.108 83.917 83.930 83.553 83.334 81.938 80.568 82.431 81.625 81.504 81.500 0,5%
0,2%
0,3%
-0,2%
0,0%
-0,4%
-0,3%
-1,7%
-1,7%
2,3%
-1,0%
-0,1%
0,0%
11.956 11.860 11.903 11.808 12.078 12.114 11.697 11.835 11.785 11.553 11.039 9.752 9.622 -0,8%
-0,8%
0,4%
-0,8%
2,3%
0,3%
-3,4%
1,2%
-0,4%
-2,0%
-4,5%
-11,7%
-1,3%
95.612 95.711 96.010 95.725 96.008 95.667 95.031 93.772 92.353 93.984 92.664 91.256 91.122 0,3%
0,1%
0,3%
-0,3%
0,3%
-0,4%
-0,7%
-1,3%
-1,5%
1,8%
-1,4%
-1,5%
-0,1%
9.931 10.377 10.761 10.634 11.009 11.483 11.501 7.164 7.217 7.427 7.490 7.532 8.207 -0,1%
4,5%
3,7%
-1,2%
3,5%
4,3%
0,2%
-37,7%
0,7%
2,9%
0,8%
0,6%
9,0%
248.765 253.161 256.839 257.943 260.554 262.646 264.732 264.616 264.833 266.118 268.313 269.436 275.113 VARIAÇÃO
EM %
1,3%
1,8%
1,5%
0,4%
1,0%
0,8%
0,8%
0,0%
0,1%
0,5%
0,8%
0,4%
2,1%
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
FINANCEIROACREFI
Banco de dados: por Inepad
Volume de Operações de Crédito : Crédito Consignado (R$ Milhões)
CRÉDITO
PESSOAL*
MÊS / ANO
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
Var. Fev-Fev
122.525
125.498
128.352
129.763
132.555
134.796
137.337
141.268
143.237
143.687
145.197
147.326
149.619
24,82%
CONSIGNADO
Públicos
Privados
Total
Amostra**
59.452
60.791
62.136
62.635
63.713
64.655
65.623
67.260
67.486
68.201
68.836
69.652
70.707
20,97%
9.210
9.489
9.778
9.950
10.210
10.216
10.494
10.722
10.594
10.689
10.857
10.974
11.193
24,44%
68.662
70.280
71.914
72.585
73.924
74.870
76.117
77.982
78.080
78.890
79.693
80.626
81.900
21,43%
45.686
46.691
47.637
48.202
48.975
49.313
49.900
52.833
53.095
53.758
54.641
55.502
56.538
26,23%
% Consignado***
56,0%
56,0%
56,0%
55,9%
55,8%
55,5%
55,4%
55,2%
54,5%
54,9%
54,9%
54,7%
54,7%
-2,71%
Concentração
Taxa de Juros %aa
do Consignado
Estimativa INEPAD Consignado Pessoal Diferença
66,5%
66,4%
66,2%
66,4%
66,3%
65,9%
65,6%
67,7%
68,0%
68,1%
68,6%
68,8%
69,0%
3,95%
26,9%
26,9%
27,5%
27,7%
28,4%
28,5%
28,8%
29,8%
31,0%
30,8%
30,8%
29,3%
28,7%
-0,24%
50,5%
50,6%
48,4%
51,4%
53,6%
54,5%
56,3%
57,4%
59,9%
60,4%
56,5%
54,5%
50,8%
-3,42%
23,6%
23,7%
20,9%
23,7%
25,2%
26,0%
27,5%
27,6%
28,9%
29,6%
25,7%
25,2%
22,1%
-7,27%
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
* Inclui empréstimos realizados pelas cooperativas de crédito. ** Pesquisa com treze das maiores instituições que operam com crédito pessoal. *** Total consignado sobre o total de crédito pessoal.
Inadimplência - Operações Prefixadas : Crédito Pessoal (R$ Milhões)
Saldo
Com atraso
Mês/Ano
sem atraso
de 15 a 30 dias
% sobre
Com atraso
Saldo da
de 31 a 90 dias
Carteira
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
Carteira-
Brasil
Variação
em %
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
1,98%
2,01%
2,07%
1,93%
2,04%
1,87%
2,04%
2,19%
1,97%
2,02%
2,23%
2,19%
2,16%
2,42%
2,35%
2,43%
2,38%
2,35%
2,32%
2,27%
2,42%
2,49%
2,35%
2,58%
2,63%
2,57%
5.536.722
5.727.793
6.013.821
5.838.192
6.135.827
6.325.442
6.326.601
6.774.969
6.916.201
6.992.548
7.291.955
7.487.655
7.388.139
5,09%
5,13%
5,27%
5,07%
5,24%
5,33%
5,24%
5,46%
5,52%
5,55%
5,72%
5,84%
5,60%
108.860.114
111.615.655
114.175.722
115.213.871
117.156.761
118.782.371
120.696.738
124.181.618
125.386.795
125.996.164
127.409.755
128.172.982
132.000.636
2,02%
2,53%
2,29%
0,91%
1,69%
1,39%
1,61%
2,89%
0,97%
0,49%
1,12%
0,60%
2,99%
98.527.512
101.022.018
103.022.153
104.407.365
105.881.336
107.489.859
109.166.762
111.686.790
112.879.141
113.492.571
113.980.932
114.514.696
118.372.514
2.156.672
2.244.679
2.368.574
2.228.419
2.389.760
2.215.523
2.461.087
2.715.201
2.471.143
2.546.415
2.845.703
2.804.329
2.846.310
2.639.208
2.621.165
2.771.174
2.739.895
2.749.838
2.751.547
2.742.288
3.004.658
3.120.310
2.964.630
3.291.165
3.366.302
3.393.673
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
Inadimplência - Operações Prefixadas : Aquisição de Bens - Veículos (R$ Milhões)
Saldo
Com atraso
Mês/Ano
sem atraso
de 15 a 30 dias
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
74.416.737
74.691.316
74.661.062
74.772.743
74.773.820
74.389.665
73.980.851
72.049.765
70.547.693
71.844.127
70.833.551
70.069.059
69.552.501
3.001.601
2.842.291
2.984.575
2.834.145
2.910.234
2.882.830
2.971.301
3.134.011
3.037.188
3.240.330
3.173.943
3.180.127
3.418.805
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
FINANCEIROACREFI
% sobre
Com atraso
Saldo da
de 31 a 90 dias
Carteira
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
Carteira-
Brasil
Variação
em %
3,59%
3,39%
3,55%
3,38%
3,47%
3,45%
3,57%
3,82%
3,77%
3,93%
3,89%
3,90%
4,19%
4,15%
4,07%
4,01%
3,94%
3,76%
3,75%
3,89%
4,22%
4,44%
4,57%
4,77%
5,23%
5,39%
2.770.135
2.900.394
3.091.054
3.000.720
3.089.297
3.147.053
3.143.326
3.295.902
3.403.791
3.575.603
3.725.811
3.992.345
4.133.864
3,31%
3,46%
3,68%
3,58%
3,68%
3,77%
3,77%
4,02%
4,22%
4,34%
4,56%
4,90%
5,07%
83.656.851
83.850.416
84.107.793
83.917.134
83.929.877
83.552.561
83.333.676
81.937.511
80.568.103
82.431.255
81.625.210
81.504.177
81.500.098
0,49%
0,23%
0,31%
-0,23%
0,02%
-0,45%
-0,26%
-1,68%
-1,67%
2,31%
-0,98%
-0,15%
-0,01%
3.468.378
3.416.415
3.371.102
3.309.526
3.156.526
3.133.013
3.238.198
3.457.833
3.579.431
3.771.195
3.891.905
4.262.646
4.394.928
Inadimplência - Operações Prefixadas : Aquisição de Bens - Outros (R$ Milhões)
Saldo
Com atraso
Mês/Ano
sem atraso
de 15 a 30 dias
% sobre
Com atraso
Saldo da
de 31 a 90 dias
Carteira
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
Carteira-
Brasil
Variação
em %
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
5,20%
4,98%
4,79%
4,70%
4,63%
4,54%
4,35%
4,58%
4,57%
4,35%
4,69%
4,31%
4,46%
6,16%
6,02%
5,75%
5,70%
5,21%
5,09%
4,90%
5,25%
5,53%
5,05%
5,45%
5,54%
5,86%
1.436.965
1.526.906
1.574.622
1.635.845
1.656.346
1.671.757
1.567.610
1.597.246
1.641.852
1.610.860
1.529.065
1.380.641
1.372.374
12,02%
12,87%
13,23%
13,85%
13,71%
13,80%
13,40%
13,50%
13,93%
13,94%
13,85%
14,16%
14,26%
11.955.630
11.860.365
11.902.544
11.808.288
12.077.730
12.114.380
11.697.003
11.834.722
11.784.884
11.553.033
11.038.639
9.751.942
9.622.375
-0,83%
-0,80%
0,36%
-0,79%
2,28%
0,30%
-3,45%
1,18%
-0,42%
-1,97%
-4,45%
-11,66%
-1,33%
9.161.157
9.028.439
9.073.687
8.943.932
9.232.647
9.275.580
9.047.148
9.073.078
8.953.218
8.855.844
8.389.707
7.410.243
7.257.355
621.470
591.210
570.362
555.532
558.922
549.895
509.192
542.505
538.079
502.912
518.212
420.737
428.818
736.038
713.810
683.873
672.979
629.815
617.148
573.053
621.893
651.735
583.417
601.655
540.321
563.829
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
Inadimplência - Aquisição de Veículos - Prefixado
Março/2009 (em R$ mil)
Inadimplência - Crédito Pessoal - Prefixado
Março/2009 (em R$ mil)
21%
Atraso de mais
de 90 dias
7.388.139
54%
25%
Atraso de
15 a 30 dias
2.846.310
Atraso de mais
de 90 dias
4.133.139
18%
58%
24%
Atraso de
31 a 90 dias
4.394.928
36%
Inadimplência - Outras Operações - Prefixado
Março/2009 (em R$ mil)
Inadimplência - Aquisição Outros Bens - Prefixado
Março/2009 (em R$ mil)
Atraso de mais
de 90 dias
1.372.374
29%
35%
Atraso de
31 a 90 dias
3.963.673
Atraso de
15 a 30 dias
3.418.805
Atraso de
15 a 30 dias
428.818
Atraso de
15 a 30 dias
352.672
13%
Atraso de mais
de 90 dias
1.658.667
Atraso de
31 a 90 dias
563.829
63%
24%
Atraso de
31 a 90 dias
635.866
Inadimplência - Operações Prefixadas : Outras Operações (R$ Milhões)
Saldo
Com atraso
Mês/Ano
sem atraso
de 15 a 30 dias
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
7.135.770
7.413.392
7.639.437
7.979.469
8.197.258
8.545.006
8.771.558
4.953.544
4.973.464
5.082.673
5.055.098
4.946.070
5.559.508
393.928
419.332
396.545
364.998
404.991
419.976
417.343
287.556
264.112
296.416
307.374
405.729
352.672
% sobre
Com atraso
Saldo da
de 31 a 90 dias
Carteira
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
Carteira-
Brasil
Variação
em %
3,97%
4,04%
3,68%
3,43%
3,68%
3,66%
3,63%
4,01%
3,66%
3,99%
4,10%
5,39%
4,30%
7,87%
7,41%
7,17%
7,05%
6,41%
6,27%
6,46%
7,07%
7,15%
6,86%
7,19%
7,20%
7,75%
1.619.166
1.775.117
1.953.249
1.539.449
1.701.217
1.797.996
1.568.322
1.416.093
1.462.718
1.538.170
1.588.855
1.638.018
1.658.667
16,30%
17,11%
18,15%
14,48%
15,45%
15,66%
13,64%
19,77%
20,27%
20,71%
21,21%
21,75%
20,21%
9.930.662
10.376.810
10.761.223
10.633.825
11.008.782
11.482.648
11.500.517
7.164.027
7.216.518
7.426.614
7.489.509
7.532.179
8.206.713
-0,15%
4,49%
3,70%
-1,18%
3,53%
4,30%
0,16%
-37,71%
0,73%
2,91%
0,85%
0,57%
8,96%
781.798
768.969
771.992
749.909
705.316
719.670
743.294
506.834
516.224
509.355
538.182
542.362
635.866
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
FINANCEIROACREFI
Banco de dados: por Inepad
Taxa de desemprego (%)
Brasil
>> Fonte: IBGE/INEPAD
SP
mar/09
fev/09
jan/09
1,50
1,20
0,90
0,60
0,30
0,00
-0,30
-0,60
-0,90
-1,20
-1,50
dez/08
0,10
0,00
-0,80
-0,40
0,10
-0,30
0,00
-0,30
0,50
-1,10
2,30
0,60
0,50
nov/08
9,40 9,40 8,60 8,20 8,30 8,00 8,00 7,70 8,20 7,10 9,40
10,00
10,50
out/08
-0,10
-0,10
-0,60
-0,10
0,30
-0,50
0,00
-0,10
0,10
-0,80
1,40
0,30
0,50
set/08
8,60
8,50
7,90
7,80
8,10
7,60
7,60
7,50
7,60
6,80
8,20
8,50
9,00
Variação (p.p.)
11,0
10,5
10,0
9,5
9,0
8,5
8,0
7,5
7,0
6,5
6,0
ago/08
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
Taxa (%)
jul/08
Var. p.p.
jun/08
SP
mai/08
Var. p.p.
abr/08
Brasil
mar/08
DATA
Var. p.p. - Brasil
>> Fonte: IBGE/INEPAD
Rendimento Médio Real
Habitualmente Recebido (R$)
7,0%
1.600
1.550
1.500
1.450
1.400
1.350
1.300
1.250
1.200
1.150
1.100
1.050
1.000
950
900
850
800
750
700
6,0%
5,0%
4,0%
3,0%
2,0%
1,0%
0,0%
-1,0%
SP
mar/09
fev/09
jan/09
dez/08
nov/08
out/08
set/08
Brasil
mai/08
>> Fonte: IBGE/INEPAD
ago/08
-2,0%
jul/08
4,6%
-0,2%
-1,1%
-0,7%
-0,4%
1,9%
1,1%
-2,1%
2,3%
1,1%
5,5%
-1,6%
-1,0%
mar/08
Var. %
1.407,75
1.405,04
1.390,18
1.380,97
1.374,93
1.400,57
1.416,27
1.386,46
1.418,73
1.434,89
1.514,34
1.489,73
1.474,30
jun/08
SP
6,0%
1,0%
-0,9%
-0,3%
0,1%
2,1%
0,9%
-1,3%
0,9%
0,5%
2,2%
-0,1%
-0,2%
mai/08
Var. %
abr/08
Brasil
1.258,60
1.271,30
1.259,45
1.256,03
1.257,60
1.283,60
1.295,71
1.279,46
1.290,65
1.297,37
1.325,73
1.323,86
1.321,40
mar/08
DATA
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
Var. % - Brasil
>> Fonte: IBGE/INEPAD
Comércio Varejista : Volume de Vendas
6,0%
>> Fonte: IBGE/INEPAD
FINANCEIROACREFI
6,7%
-0,3%
Índice
Geral
Hipermercados
e Supermercados
fev/09
jan/09
dez/08
-4,8%
12,8%
5,8%
-4,0%
5,6%
5,7%
-8,7%
10,8%
-16,0%
-16,8%
14,8%
1,0%
-4,4%
nov/08
156,62 176,60 186,77 179,22 189,31 200,01 182,63 202,27 169,93 141,45 162,41 164,10 156,81 out/08
-4,2%
14,6%
-9,2%
5,5%
-6,8%
3,9%
4,7%
-4,8%
6,3%
-0,7%
25,6%
-20,7%
-4,4%
set/08
120,44 137,98 125,34 132,27 123,32 128,07 134,08 127,63 135,73 134,75 169,19 134,20 128,34 ago/08
-7,4%
13,0%
-4,6%
9,3%
-6,8%
3,3%
2,8%
-2,9%
4,6%
-2,3%
34,2%
-26,3%
-8,9%
jul/08
125,72 142,04 135,47 148,06 137,92 142,50 146,54 142,24 148,79 145,42 195,20 143,94 131,18 jun/08
fev/08
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
Variação
Fev-Fev
210,00
200,00
190,00
180,00
170,00
160,00
150,00
140,00
130,00
120,00
110,00
100,00
90,00
80,00
abr/08
Índice
Hipermercados e Veículos,Motos, Var. %
Var. %
Var. %
Supermercados
Partes e Peças
Geral
fev/08
Data
Veículos, Motos,
Partes e Peças
Previsões Econômicas
Ano de 2008
PIB Total % a.a.
PIB Agropecuário % a.a.
PIB Indústria % a.a.
PIB Serviço % a.a.
Produção Industrial % a.a.
2,24
-0,34
-0,44
-0,50
2,58
-0,16
-0,43
-0,49
2,14
-2,06
-2,84
-2,88
2,50
1,29
1,10
1,11
2,34
-3,17
-3,62
-4,11
Selic
Taxa anual
IGP-DI
% a.a.
IPCA
% a.a.
Taxa de Câmbio
R$/US$
Saldo Comercial
US$ bilhões
12,08
9,20
9,19
9,17
4,77
4,03
1,33
4,55
4,91
4,10
4,21
4,12
2,27
2,28
2,22
2,18
14,29
14,94
16,62
17,28
Previsão 02/01/2009
4 semanas antes 03/04
1 semana antes 30/04
Previsão 08/05/2009
Ano de 2008
Previsão 02/01/2009
4 semanas antes 03/04
1 semana antes 30/04
Previsão 08/05/2009
>> Fonte: BC-Focus/INEPAD
Atividade Econômica
DATA
Taxa da Utilização da
Capacidade Instalada
Var. p.p.
DATA
Índice de Produção Física
Média Móvel Trimestral
Var. %
82,60
82,90
82,80
83,30
83,50
83,70
84,60
84,60
82,30
77,80
76,20
76,50
78,40
0,80
0,30
-0,10
0,50
0,20
0,20
0,90
0,00
-2,30
-4,50
-1,60
0,30
1,90
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
126,18
126,32
126,23
127,14
128,53
129,71
130,28
129,69
126,63
117,88
110,53
106,81
108,49
0,59%
0,11%
-0,07%
0,72%
1,09%
0,92%
0,44%
-0,45%
-2,36%
-6,91%
-6,24%
-3,37%
1,57%
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
Variação Mar-Mar -5,08%
Variação Mar-Mar >> Fonte: CNI/INEPAD
-14,02%
>> Fonte: IBGE/INEPAD
Produção (Índice) X Capacidade (%)
Capacidade
(%)
85,0
Produção
(Índice)
133
84,0
83,0
129
82,0
125
81,0
121
80,0
79,0
117
78,0
113
77,0
109
76,0
>> Fonte: INEPAD
Taxa da Utilização
da Capacidade Instalada
mar/09
fev/09
jan/09
dez/08
nov/08
out/08
set/08
ago/08
jul/08
jun/08
mai/08
abr/08
105
mar/08
75,0
Índice de Produção Física
Média Móvel Trimestral
FINANCEIROACREFI
Banco de dados: por Inepad
Variação Abr-Abr
-15,2%
Produção
abr/09
mar/09
fev/09
jan/09
dez/08
330.000
310.000
290.000
270.000
250.000
230.000
210.000
190.000
170.000
150.000
130.000
110.000
90.000
nov/08
6,2%
-3,5%
4,8%
4,6%
-1,9%
-3,7%
-1,1%
-34,4%
-50,4%
91,3%
9,2%
35,6%
-6,9%
out/08
17.625
-10.667
13.900
13.993
-6.149
-11.408
-3.349
-102.082
-98.203
88.179
16.920
71.813
-18.766
set/08
278.459
291.120
298.073
303.815
311.063
309.875
302.906
263.960
196.082
158.713
161.012
219.983
243.305
ago/08
300.551
289.884
303.784
317.777
311.628
300.220
296.871
194.789
96.586
184.765
201.685
273.498
254.732
jul/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
Var. Mensal (%)
mai/08
Produção Média Trim. Var. Mensal
abr/08
Data
jun/08
Indústria Automobilística - Automóveis de Passageiros, Mistos, Veículos Comerciais Leves e Pesados
Produção (em unidades)
Média Trim.
>> Fonte: Anfavea/INEPAD
Vendas Internas no Atacado
de Nacionais (em unidades)
Variação
Variação(%)
300.000
226.750
244.481
259.285
269.424
276.157
282.942
280.034
261.973
218.102
178.111
161.531
176.481
219.707
31.891
18.441
-5.919
17.896
8.222
-5.765
-11.179
-37.240
-83.193
459
32.994
11.396
85.289
14,7%
7,4%
-2,2%
6,8%
2,9%
-2,0%
-4,0%
-13,8%
-35,6%
0,3%
21,9%
6,2%
43,7%
280.000
Variação Mar-Mar
260.000
240.000
220.000
200.000
180.000
Vendas
12,6%
mar/09
fev/09
jan/09
dez/08
nov/08
out/08
set/08
ago/08
jul/08
140.000
jun/08
160.000
mai/08
mar/08 248.964
abr/08 267.405
mai/08 261.486
jun/08 279.382
jul/08
287.604
ago/08 281.839
set/08 270.660
out/08 233.420
nov/08 150.227
dez/08 150.686
jan/09 183.680
fev/09 195.076
mar/09 280.365
Média Trim.
abr/08
Vendas
mar/08
Data
Média Trim.
>> Fonte: Anfavea/INEPAD
Exportação Total (em unidades)
Variação Abr-Abr
>> Fonte: Anfavea/INEPAD
FINANCEIROACREFI
-44,3%
60.000
55.000
50.000
45.000
40.000
35.000
30.000
Exportações
Média trim.
abr/09
mar/09
fev/09
jan/09
dez/08
nov/08
out/08
25.000
20.000
set/08
1,3%
-15,5%
20,3%
-5,1%
1,3%
-8,1%
12,6%
-25,5%
-11,3%
-49,9%
28,1%
23,1%
5,8%
ago/08
844
-10.146
11.195
-3.401
797
-5.190
7.399
-16.831
-5.576
-21.760
6.138
6.447
1.997
70.000
65.000
jul/08
61.888
61.670
62.301
61.517
64.380
61.782
62.784
57.910
52.908
38.185
31.119
28.061
32.922
Variação(%)
jun/08
65.333
55.187
66.382
62.981
63.778
58.588
65.987
49.156
43.580
21.820
27.958
34.405
36.402
Variação
mai/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
Exportações Média Trim.
abr/08
Data
Indústria Automobilística
Licenciamento de Automóveis Nacionais e Importados (em unidades)
Data
Vendas
1000cc
% no Total
1000cc a 2000cc
% no total
>2000cc
% no total
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
205.460
191.262
200.697
224.772
188.082
208.162
181.029
132.370
150.401
158.154
155.365
214.833
183.853
104.461
97.103
103.398
115.919
97.884
106.283
85.522
61.155
71.711
77.641
80.904
111.154
97.315
50,8%
50,8%
51,5%
51,6%
52,0%
51,1%
47,2%
46,2%
47,7%
49,1%
52,1%
51,7%
52,9%
97.585
91.071
94.071
105.607
87.229
98.835
92.792
69.170
76.200
77.844
71.674
99.771
84.033
47,5%
47,6%
46,9%
47,0%
46,4%
47,5%
51,3%
52,3%
50,7%
49,2%
46,1%
46,4%
45,7%
3.414
3.088
3.228
3.246
2.969
3.044
2.715
2.045
2.490
2.669
2.787
3.908
2.505
1,7%
1,6%
1,6%
1,4%
1,6%
1,5%
1,5%
1,5%
1,7%
1,7%
1,8%
1,8%
1,4%
>> Fonte: Anfavea/INEPAD
Licenciamento por Categoria - Automóveis
110.000
90.000
70.000
50.000
30.000
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
1000cc
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
abr/09
+1000cc a 2000cc
Taxas de Juros Prefixados : Pessoa Física (R$ milhões)
Crédito Pessoal
SALDO TOTAL
Aquisição de Bens - Veículos
TAXAS DE JUROS
SALDO TOTAL
TAXAS DE JUROS
% Variação % Variação
MÊS/ANO R$ milhões
a.m. p.p a.a. p.p
R$ milhões
% Variação %
a.m. p.p
a.a.
mar/08
abr/08
mai/08
jun/08
jul/08
ago/08
set/08
out/08
nov/08
dez/08
jan/09
fev/09
mar/09
2,22
2,20
2,25
2,28
2,43
2,43
2,41
2,48
2,70
2,63
2,51
2,32
2,19
108.860
111.616
114.176
115.214
117.157
118.782
120.697
124.182
125.387
125.996
127.410
128.173
132.001
3,47
3,47
3,34
3,52
3,64
3,69
3,79
3,85
3,99
4,02
3,80
3,69
3,48
-0,12
0,01
-0,13
0,17
0,12
0,05
0,10
0,06
0,14
0,03
-0,21
-0,11
-0,21
50,50
50,60
48,40
51,40
53,60
54,50
56,30
57,40
59,90
60,40
56,50
54,50
50,80
-2,10
0,10
-2,20
3,00
2,20
0,90
1,80
1,10
2,50
0,50
-3,90
-2,00
-3,70
83.657
83.850
84.108
83.917
83.930
83.553
83.334
81.938
80.568
82.431
81.625
81.504
81.500
-0,08
-0,02
0,05
0,03
0,15
-0,01
-0,02
0,07
0,22
-0,07
-0,12
-0,19
-0,14
30,08
29,81
30,61
31,09
33,46
33,34
33,05
34,15
37,71
36,51
34,66
31,75
29,67
Aquisição de Bens - Outros
SALDO TOTAL
TAXAS DE JUROS
Variação
% Variação %
R$ milhões
p.p
a.m.
p.p
a.a.
-1,16
-0,27
0,80
0,48
2,37
-0,12
-0,29
1,10
3,56
-1,20
-1,85
-2,91
-2,08
11.956
11.860
11.903
11.808
12.078
12.114
11.697
11.835
11.785
11.553
11.039
9.752
9.622
3,85
3,80
3,89
3,81
3,88
3,95
3,94
4,05
4,38
4,71
4,32
4,21
4,20
0,09
-0,06
0,09
-0,08
0,07
0,07
0,00
0,11
0,33
0,33
-0,39
-0,11
-0,01
57,40
56,40
58,07
56,69
57,89
59,15
59,07
61,08
67,26
73,79
66,14
63,96
63,81
Variação
p.p
1,60
-1,00
1,67
-1,38
1,20
1,26
-0,08
2,01
6,18
6,53
-7,65
-2,18
-0,15
>> Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
FINANCEIROACREFI
27º
CONGRESSO
ACREFI
CRÉDITO
A importância do
para o Desenvolvimento
De 23 a 25 de outubro de 2009 no
Grande Hotel Campos do Jordão
do
BRASIL
Informações e inscrições:
www.acrefi.org.br
Abertura
Henrique de Campos Meirelles, presidente do Banco Central do Brasil
Palestrantes Internacionais
Jean Dermine, professor do Insead
William Charles Handorf, professor da Universidade George Washington
Palestrantes Nacionais
Adalberto Savioli, presidente da Acrefi
Antonio Carlos Bueno de Camargo Silva, diretor executivo do Fundo Garantidor de Créditos (FGC)
Francisco da Silva Coelho, presidente da Ordem dos Economistas do Brasil
Francisco Valim, presidente da Serasa Experian e da Experian América Latina
Gilberto Caldart, presidente da MasterCard Brasil
Milton Luiz de Melo Santos, presidente da Nossa Caixa Desenvolvimento
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