UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas
Curso de Licenciatura em Matemática
Uma análise sobre o ensino da Matemática na Educação de Jovens e Adultos
Thais Laudelino Costa
ANÁPOLIS
2012
Thais Laudelino Costa
Uma análise sobre o ensino da Matemática na Educação de Jovens e Adultos
Trabalho de Curso apresentado a Coordenação
Adjunta de TC, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Graduado no Curso de
Licenciatura em Matemática da Universidade
Estadual de Goiás sob a orientação do
Professor Leonardo Antônio Souto.
ANÁPOLIS
2012
Dedicatória
Não apenas essa monografia, mas todas as minhas
conquistas são dedicadasaos meus pais, José
Longuinho e Divina, que sempre estiveram ao meu
lado e me apoiaram em todas as minhas decisões
sempre me ajudando como puderam.
Dedico também aos meus colegas de sala
principalmente ao Paulo Henrique e a Lorrana,
obrigada por todo apoio, companheirismo e
amizade durante esses anos.
Aos professores, que facultam nas suas ações de
perseverança e elucidam nos seus ideais o
compromisso de levar sempre em frente
oconhecimento.
Agradecimento
À Deus pelo dom da vida e por ter permitidochegar
até aqui.
Aos meus familiares e amigos pela compreensão
deminha ausência, pelo apoio e toda a ajuda que foi
me dada.
Àqueles que foram meus mestres e amigos, osmais
sinceros agradecimentos.
Ao meu orientador Leonardo, pela força e por sua
contribuição neste trabalho.
Aos colegas/amigos pelo companheirismo.
“A prática de pensar a prática é a única forma de pensar certo”.
Paulo Freire
RESUMO
Este trabalho se trata de uma análise do ensino da matemática na Educação de Jovens e Adultos, um estudo
sobre o que é a Educação de Jovens e Adultos, qual a importância o ensino da matemática tem e como é o
processo de ensino-aprendizagem da matemática nessa modalidade. No inicio ela se tratava de uma forma de
diminuir o alto índice de analfabetismo no Brasil, e com o passar dos anos foi havendo varias modificações e
ganhando grande importância para os jovens e adultos que quando criança não teve acesso à escola servindo de
uma oportunidade para eles voltarem a ela. A matemática tem um papel muito importante na formação do
cidadão, pois como todos nós sabemos ela esta presente no nosso dia a dia e é essencial sabermos lidar com ela.
Apesar de essa modalidade ter passado por varias transformações no passar dos anos ela ainda necessita de
melhoras para melhor atender os jovens e adultos, em relação ao acesso e a permanência deles na escola, que é o
que veremos neste trabalho. E ao final dele concluímos fazendo a elaboração de algumas sugestões para
melhorar o ensino da matemática na Educação de Jovens e Adultos, com base em tudo que foi escrito nesse
trabalho e em certa experiência em sala de aula.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Ensino e Aprendizagem; Ensino da
Matemática.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 07
1. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ........................................................................ 09
1.1. Um pouco de história..................................................................................................... 11
1.2. Diretrizes Curriculares da EJA .................................................................................... 144
1.3. Paulo Freire ................................................................................................................... 15
2. MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ................................... 17
2.1. Currículo de Matemática na EJA................................................................................... 18
2.2. Objetivos do ensino de Matemática na EJA .................................................................. 20
2.3. Seleção e Organização de Conteúdos e Metodologias .................................................. 23
3. PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA NA EJA ....... 25
4. ALGUMAS SUGESTÕES PARA MELHORAR O ENSINO DA MATEMÁTICA NA
EJA........................................................................................................................................... 28
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 33
INTRODUÇÃO
A pesquisa que se quer empreender tem como tema a analise do ensino da
Matemática na Educação de Jovens e Adultos.A EJA(Educação de Jovens e Adultos)é uma
modalidade de ensino que abrange aformação de jovens e adultos, que não tiveram a
oportunidade de concluir os estudos básicos na idade apropriada. Pensar na EJA é
compreendê-la como direito de todos,que se dá ao longo de toda a vida, e que tem por
objetivo principal integrar esses cidadãos nasociedade, garantindo o direito a educação e
escolarização.
A educação, como chave indispensável para o exercício da cidadania nasociedade,
vai se estabelecendo cada vez mais nestes tempos de grandesmudanças e inovações nos
processos produtivos. Ela possibilita ao indivíduo jovem e adultoretomar seu potencial,
desenvolver suas habilidades, confirmar competências adquiridas naeducação extraescolar e
na própria vida, possibilitar um nível técnico e profissional maisqualificado, e assim terem
oportunidade de melhor ingressar no mercado de trabalho.
D’Ambrósio (2003) aponta como dilema para todos educadores, o duplosentido
da educação: um deles é permitir a cada indivíduo a realização plena deseu potencial criativo;
o outro, preparar o indivíduo para a cidadania. A relaçãoeducação, criatividade e cidadania
apresentam inúmeras dificuldades.
A matemática tem grande importância na formação desse cidadão para a
sociedade, esses jovens e adultos têm direito ao conhecimento matemático escolar. Muitos
desses alunos têm conhecimentos matemáticos adquiridos de forma informal e intuitiva, e
esses conhecimentos devem ser considerados pelos professores na introdução de novos
conteúdos. Analisar o ensino da Matemática na EJA pressupõe analisar todos que estão
envolvidos nesse processo, aluno, professor e conhecimento matemático, e quais relações são
estabelecidas entre eles. E se tratando de EJA é muito importante partir dos conceitos
decorrentes do seu dia a dia, de suas experiências.
O processo de ensino e aprendizagem de matemática pra esses jovens e adultos
tem grandes dificuldades pelo caminho, umpúblico especial, um curso com limitação de
tempo, a falta de materiais específicos para essepublico e um professor geralmente sem
8
formação específica para essa atuação. Um público que requer muito cuidado e dedicação por
parte dos professores e da escola.
Naturalmente, alunos e alunas da EJA percebem-se pressionados pelas demandas do
mercado de trabalho e pelos critérios de uma sociedade onde o saber letrado é
altamente valorizado. Mas trazem em seu discurso não apenas as referências à
necessidade: reafirmam o investimento na realização de um desejo e a consciência
(em formação) da conquista de um direito. Diante de nós, educadores da EJA, e
conosco, estarão, pois mulheres e homens que precisam que querem e que
reivindicam a Escola. (FONSECA, 2005:49)
Esse processo de ensino e aprendizagem envolve várias discussões sobre a melhor
forma de executá-lo. Temos várias propostas para a execução desse processo, como a
interdisciplinaridade, o aproveitamento dos conhecimentos prévios dos alunos, a relação dos
conteúdos com situações do cotidiano, a modelagem matemática com uma simplificação da
mesma e a etnomatemática bem significativa nesse contexto, pelos alunos se tratarem de seres
culturais.
Mas não só esse processo como o ensino da matemática no geral nessa
modalidade necessita de muitas melhorias, que devem ser executadas pelos professores,
alunos juntamente com a escola. E esse foi o objetivo final deste trabalho, a elaboração de
sugestões que possam colaborar para a geração de melhorias para essa modalidade de ensino.
Essas sugestões se baseiam em reafirmar algumas propostas que já estão em
discussão como a questão dos conhecimentos prévios dos alunos e a relação das situações do
cotidiano. E propor outras questões como a motivação dos alunos, do incentivo na
aprendizagem, em ver a matemática de forma diferente, a criação de um currículo especifico
para a EJA, a criação de materiais didáticos próprios e a formação de professores
especificamente para esta modalidade de ensino, entre outras sugestões.
Concluímos então depois dessa análise que melhorar essa modalidade de ensino
não é uma tarefa tão fácil mais que se agirmos juntos alunos, professores e escola podemos ir
melhorando a cada dia e conseguindo cumprir as funções e objetivos da Educação de Jovens e
Adultos.
1. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de educação que atende á
educandos – trabalhadores, tem como sua finalidade a formação humana, dando acesso á
cultura geral e assim ir aprimorando a consciência critica dos educandos. Tem como papel
fundamental fornecer subsídios para que os alunos se afirmem como sujeitos ativos, críticos,
criativos e democráticos. A LDBEN n. 9394/96em seu artigo 37 diz que “a Educação de
Jovens e Adultos será destinada a aqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos
no Ensino Fundamental e Médio na idade própria”.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais à Educação de Jovens e
Adultos é atribuída às funções de reparar, equalizar e qualificar.
→ Função reparadora: se refere à volta dos jovens e adultos a uma escola de qualidade e
ao reconhecimento de igualdade de todo e qualquer ser humano tendo o direito de ter acesso a
um bem real, social e simbolicamente muito importante, e é indispensável um cuidado na
criação de situações pedagógicas que atendam as necessidades específicas desses jovens e
adultos.Como diz o Parecer CNE/CEB nº 4/98:
Nada mais significativo e importante para a construção da cidadania do que a
compreensão de que a cultura não existiria sem a socialização das conquistas
humanas. O sujeito anônimo é, na verdade, o grande artesão dos tecidos da história.
→ Função equalizadora: dar aos alunos da EJA à igualdade de oportunidades, que
representa uma possibilidade de dar o caminho de desenvolvimento a todas as pessoas, de
todas as idades, permitindo aos jovens e adultos a atualização de seus conhecimentos e a
partir disso mostrarem suas habilidades, dar à oportunidade de troca de experiências e o
acesso a novas formas de trabalho e cultura. Segundo o Parecer CNE/CEB nº 15/98:
...são adultos ou jovens adultos, via regra mais pobres e com vida escolar mais
acidentada. Estudantes que aspiram a trabalhar, trabalhadores que precisam estudar,
a clientela do ensino médio tende a tornar-se mais heterogênea tanto etária quanto
sócio economicamente, pela incorporação crescente de jovens e adultos originários
de grupos sociais, até o presente, sub representados nessa etapa da escolaridade.
→ Função qualificadora: refere-se à educação permanente e é mais que uma função é o
próprio sentido da educação de jovens e adultos. A função qualificadora é também um apelo
paraas instituições de ensino e pesquisa no sentido da produção adequada de material didático
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que seja permanente enquanto processo mutável na variabilidade de conteúdos e
contemporânea no uso de e no acesso a meioseletrônicos da comunicação.
Através do desempenho dessas três funções, essa modalidade tem alguns objetivos
gerais a serem alcançados, é necessário que os educandos ao fim do curso sejam capazes de:
•
Dominar instrumentos básicos da cultura letrada.
•
Ter acesso a outros graus ou modalidade de ensino básico ou profissionalizante.
•
Entrar no mercado de trabalho com melhores condições de desempenho e participação na
riqueza produzida.
•
Valorizar a democracia conhecendo os direitos e deveres da cidadania.
•
Desempenhar de modo consciente e responsável seu papel no cuidado e na educação de
crianças, no âmbito da família e da comunidade.
•
Conhecer e valorizar a diversidade cultural brasileira.
•
Aumentar a autoestima, fortalecer a confiança na sua capacidade de aprendizagem,
valorizar a educação como meio de desenvolvimento pessoal e social.
•
Reconhecer e valorizar os conhecimentos científicos e históricos, bem como as produções
literárias e artísticas.
•
Exercitar sua autonomia pessoal com responsabilidade.
Alcançar esses objetivos nada mais é que a concretização do principal papel
que a Educação de Jovens e Adultos tem na vida de cada um dos alunos, que é torná-los
sujeitos ativos, críticos, criativos e democráticos.
O público alvo dessa modalidade de ensino são jovens e adultos que não tiveram
acesso à escola ou não conseguiram concluir seus estudos por vários motivos. E que tem a
oportunidade de retornar a sala de aula e concluir seus estudos, seja para aprender, conseguir
um emprego melhor, ou mesmo que seja só para ter o diploma. E a escola tem como
obrigação dar essa oportunidade a eles e estar ciente da realidade de cada um desses alunos e
dos desafios que eles vão enfrentar até a conclusão dos estudos. Pensar sujeitos da EJA é
trabalhar com e na diversidade.
11
1.1. Um pouco de história
A história da EJA no Brasil está muito ligada a história da educação no país, muito
influenciada pelos vários modelos econômicos sendo refém dos interesses políticos de cada
um desses momentos históricos.
No período do Brasil Colônia a educação destinada à população adulta tinha um
caráter doutrinário e iniciador, era realizada e executada pela igreja católica. A educação
nesse tempo não tinha a devida importância e a partir da proclamação da República já se
notava um alto índice de analfabetismo, e as pessoas analfabetas não tinham direito ao voto e
essa era a forma de os políticos se manterem no poder.
A primeira escola noturna surgiu em 1856 e desde então que a modalidade de
ensino EJA é oferecida nas escolas públicas nesse horário. Essa por sua vez só passou a ter
um tratamento mais significativo a partir do século XX.
No período do império os direitos em relação a garantir a educação para adultos
analfabetos só eram destinados a uma pequena parcela da população, os menos favorecidos
como os índios, escravos e as mulheres ficavam fora. Isso também acontecia no inicio da
república, onde a educação destinada de jovens e adultos não passou de algo destinado a
interesses de um pequeno grupo. Essa situação só veio a ter certa mudança a partir da segunda
metade do século XX, devido ao governo federal que proporcionou a educação elementar.
A partir do ano de 1940, o estado brasileiro aumentou suas atribuições e também
suas responsabilidades a respeito da educação de jovens e adultos. Foi no governo de Getúlio
Vargas devido ao alto nível de analfabetismo que criou-se um fundo destinado basicamente
para a EJA, com intenção de diminuir estes níveis elevados de analfabetos, foi assim que se
passou a ter uma investimento na educação de adultos.
Com a criação em 1938 do INEP – Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos – e
através de seus estudos e pesquisas, institui-se em 1942 o Fundo Nacional do Ensino
Primário. Através de seus recursos, o fundo deveria realizar um programa
progressivo de ampliação da educação primaria que incluísse o Ensino Supletivo
para adolescentes e adultos. Em 1945 o fundo foi regulamentado, estabelecendo que
25% dos recursos de cada auxilio deveriam ser aplicados num plano geral de Ensino
Supletivo destinados a adolescentes e adultos analfabetos (HADDAD e DI PIERRO
2000, p.110-111).
12
Em 1947, foi instalado o (SEA) Serviço de Educação de Adultos que tinha a
finalidade de reorientação e coordenação geral dos trabalhos dos planos anuais de ensino
supletivo para adultos e adolescentes que eram analfabetos, com a criação deste órgão uma
série de atividades foi desenvolvida.
Na década de 60, a concepção de Paulo Freire de educação, contribuiu para uma
ação alfabetizadora que influenciou de forma intensa a educação de jovens e adultos no
Brasil. Mais durante o governo militar de Castelo Branco implementou-se uma política de
alfabetização que rompia com as propostas freirianas. Introduziu-se assim uma proposta que
tinha como objetivo uma completa alienação do trabalhador: que era a formação
absolutamente técnica que estava em jogo.
Em 1967, os militares preocupados com o alto índice de analfabetismo no nosso
país criaram o MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização, que se iniciou no
Governo de Costa e Silva. Era uma alfabetização de acordo com a nova proposta que foi
introduzida voltada somente para a formação técnica. Depois disso Paulo Freire foi obrigado a
ir pra outro país para que não fosse injustiçado pela truculência a arrogância militar da época.
A Lei de Reforma nº 5.692/71 atribui um capítulo para o ensino supletivo e
recomenda aos Estados atender jovens e adultos.
Capítulo
IV
Do ensino supletivo
Art.24 - O ensino supletivo terá por finalidade:
a) Suprir a escolarização regular para os adolescentes e adultos que não tenham
seguido ou concluído na idade própria;
b) Proporcionar, mediante repetida volta à escola, estudos de aperfeiçoamento ou
atualização para os que tenham seguido o ensino regular no todo ou em parte.
Parágrafo único - O ensino supletivo abrangerá cursos e exames a serem
organizados nos vários sistemas de acordo com as normas baixadas pelos
respectivos Conselhos de Educação.
Art.25- O ensino supletivo abrangerá, conforme as necessidades a atender, desde a
iniciação no ensino de ler, escrever e contar e a formação profissional definida em
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lei específica até o estudo intensivo de disciplinas do ensino regular e a atualização
de conhecimentos.
§1º- Os cursos supletivos terão estrutura, duração e regime escolar que se ajustem às
suas finalidades próprias e ao tipo especial de aluno a que se destinam.
§2º- Os cursos supletivos serão ministrados em classes ou mediante a utilização de
rádio, televisão, correspondência e outros meios de comunicação que permitam
alcançar o maior número de alunos.
Art.26- Os exames supletivos compreenderão a parte do currículo resultante do
núcleo-comum, fixado pelo Conselho Federal de Educação, habilitando ao
prosseguimento de estudos em caráter regular, e poderão, quando realizados para o
exclusivo efeito de habilitação profissional de 2º grau, abranger somente o mínimo
estabelecido pelo mesmo Conselho.
§1º-
Os
exames
a
que
se
refere
este
artigo
deverão
realizar-se:
Ao nível de conclusão do ensino de 1º grau, para os maiores de 18 anos;
Ao nível de conclusão do ensino de 2º grau, para os maiores de 21 anos;
§2º- Os exames supletivos ficarão a cargo de estabelecimentos oficiais ou
reconhecidos, indicados nos vários sistemas, anualmente, pelos respectivos
Conselhos de Educação.
§3º- Os exames supletivos poderão ser unificados na jurisdição de todo um sistema
de ensino, ou parte deste, de acordo com normas especiais baixadas pelo respectivo
Conselho de Educação.
Art.27- Desenvolver-se-ão, ao nível de uma ou mais das quatro últimas séries do
ensino de 1º grau, cursos de aprendizagem, ministrados a alunos de 14 a 18 anos, em
complementação da escolarização regular, e, a esse nível ou de 2º grau, cursos
intensivos de qualificação profissional.
Parágrafo único - Os cursos de aprendizagem e os de qualificação darão direito a
prosseguimento de estudos quando incluírem disciplinas, áreas de estudos e
atividades que os tornem equivalentes ao ensino regular, conforme estabeleçam as
normas dos vários sistemas.
Art.28- Os certificados de aprovação em exames supletivos e os relativos à
conclusão de cursos de aprendizagem e qualificação serão expedidos pelas
instituições que os mantenham.
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Pela primeira vez na história da educação, a Lei de Reforma nº 5.692, dedicou um
capítulo ao ensino supletivo. Ela foi aprovada em 11 de agosto de 1971 e veio substituir a Lei
nº 4.024/61 reformulando o ensino de 1º e 2º graus. O segundo passo foi dado pelo MEC
quando criou um grupo de trabalho para definir a política do Ensino Supletivo e propor as
bases doutrinarias de Valnir Chagas, que logo depois estabeleceu o parecer nº 699/72 que é a
doutrina do ensino supletivo.O Parecer nº 699/72 foi elaborado para dar fundamentação ao
que seria a doutrina de ensino superior. Nesse sentido, ele viria a "detalhar" os principais
aspectos da Lei nº 5.692, no que tange ao ensino supletivo, facilitando sua compreensão e
orientando sua execução.
Hoje em dia apesar da vigência da Declaração Mundial sobre Educação pra Todos,
do Plano de Ação para Satisfazer as Necessidades Básicas de Aprendizagem, dos documentos
da Conferencia Mundial sobre Educação para Todos, e da nova LDB nº 9.394/96 o Governo
Brasileiro não vem cumprindo seus compromissos em relação a oferecer educação de
qualidade para todos os brasileiros.
1.2. Diretrizes Curriculares da EJA
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos foi
instituído na resolução CNE/CEB nº 1/2000, essas diretrizes são obrigatórias tanto na oferta
quanto na estrutura dos componentes curriculares de Ensino Fundamental e Médio. As
diretrizes destacam que a EJA deve considerar o perfil dos alunos e sua faixa etária ao propor
um modelo pedagógico, de modo a garantir equidade e diferença. Quando falamos em
equidade quer dizer permitir uma formação igualitária reestabelecendo a igualdade dos
direitos e de oportunidades em relação á educação, e garantir a diferença quer dizer garantir a
valorização do mérito de cada um e do desenvolvimento dos conhecimentos e valores dos
jovens e adultos.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino fundamental e médio regular
são as mesmas para a EJA, neste Parecer o que vai diferenciar o currículo é a metodologia
adotada, a forma como professor irá ministrar as aulas, respeitando, conhecendo, distinguindo
e valorizando este caráter particular da Educação de Jovens e Adultos, e essa abordagem é
dada de forma geral. Dai vem a grande necessidade dos livros didáticos trazerem abordagens
respeitando e atendendo especificamente ao público alvo desta modalidade de ensino.
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As diretrizes curriculares da EJA são indispensáveis quando da oferta desse curso.
São obrigatórias por significarem a garantia da base comum nacional e ser referencia exigível
nos exames para a correção e reconhecimento dos certificados de conclusão.
1.3. Paulo Freire
Paulo Freire tornou-se referencial para a educação na América Latina, depois de
seu incansável trabalho em prol da educação. Sempre atuando na problematização e na
conscientização, para ele o professor é animador do processo e a alfabetização e se apoia no
autoritarismo e sim na construção de significados.
Se tratando da Educação de Jovens e Adultos as propostas de Paulo Freire se
focalizam nas relações entre aluno e professor, e entre aluno e conhecimento, focalizando no
respeito à experiência dos alunos e a identidade cultural e aos seus “saberes construídos pelos
seus fazeres”. Ele coloca o aluno como sujeito capaz de organizar sua própria aprendizagem
através das estratégias didáticas propostas pelo professor, sempre numa relação partindo da
realidade desse aluno.
A proposta freirianase baseia num processo educativo onde professores e alunos
constroem os conhecimentos juntos numa relação interativa, através de reflexões sobre os
conhecimentos que circulam e estão em constantes transformações, não o processo de ensino
que estamos acostumados onde os alunos recebem os conhecimentos prontos e acabados sem
direito a alterações e discussões. Nessa proposta alunos e professores são juntos sujeitos da
educação e estão permanentemente em processo de aprendizagem, onde todos aprendem e
ensinam e são produtores de cultura.
Os alunos de EJA chegam à escola trazendo seus próprios conhecimentos aqueles
que chamamos “saberes nascidos dos seus fazeres”. Esses saberes são muito importantes e
devem ser respeitados e aproveitados pela escola, como um ponta pé inicial para aquisição de
novos conhecimentos. A partir disso o aluno irá perceber que os conhecimentos que ele trás
de casa são muito importantes na aquisição de novos conhecimentos e o quanto é útil
relacioná-los e ampliá-los.
Para
Paulo
Freire
a
educação
tem
caráter
emancipatório,
libertador,
problematizador da realidade, no sentido oposto ao de uma educação para a submissão. E que
16
essa educação está a favor de uma posição política que reflete na relação
professor/aluno/conhecimento, no tipo de ser que se quer formar. Ele ressalta que “a educação
pode contribuir para que as pessoas se acomodem em que vivem ou se envolvam na
transformação dele”; assim, a educação será conservadora ou transformadora da realidade.
2. MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Na formação de jovens e adultos a matemática possui um papel muito importante,
pois tais habilidades adquiridas em seu ensino como saber calcular, medir, raciocinar, tratar
informações entre outras são considerados requisitos necessários para exercer a cidadania,
além de a educação ser um direito de todos. De acordo com o artigo 4º, VII da Lei nº 9.394 de
20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, “o dever
do estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de oferta de
educação escolar de jovens e adultos, com características e modalidades adequadas ás suas
necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de
acesso e permanência nas escolas”.
A natureza do conhecimento matemático, suas características essenciais e
principalmente seus métodos particulares, são essenciais para se refletir de que modo isso
realmente contribui para a formação de cidadãos. A matemática é uma ciência viva e é a partir
dela que se elaboram novos conhecimentos que a cada dia mais se tornam soluções de
problemas científicos e tecnológicos em diferentes áreas a tornando cada vez mais importante
para a cidadania.
A matemática na Educação de Jovens e Adultos tem dois princípios
inseparáveis: formativo e funcional. O papel formativo está direcionado ao desenvolvimento
de capacidades intelectuais para estruturação do pensamento, e o papel funcional está ligado à
utilização dessas capacidades na vida prática e nas outras áreas de conhecimento. Esses dois
papéis de nada valem se não andarem juntos.
O ensino de matemática na Educação de Jovens e Adultos visa à construção da
cidadania e a formação do aluno como sujeito da aprendizagem. Nesse ensino nos
defrontamos com uma grande discussão das concepções matemáticas, estas vindas de nós
professores, dos alunos, das escolas, da sociedade, dos livros, do mercado de trabalho e dos
programas de ensino. E essas discussões de grande importância no direcionamento dos
educadores em repensar o conteúdo, as metodologias e as estratégias de ensino desse
conhecimento matemático, a fim de diminuir a dificuldade tão facilmente encontrada na
aprendizagem da matemática. Essa vinda dos aspectos da natureza do conhecimento
tornando-o mais complexo e de difícil compreensão.
Um aspecto muito discutido pelos educadores nos últimos anos é a questão da
linearidade do conhecimento matemático, ou seja, dos conteúdos. Uns dizem que o
conhecimento deve ser gerado através de pré-requisitos para se garantir um verdadeiro
18
aprendizado, outros garantem que principalmente se falando de EJA o ideal é termos a
liberdade na seleção e organização dos conteúdos para uma construção significativa desse
conhecimento matemático.
2.1. Currículo de Matemática na EJA
Quando estamos falando de EJA à organização de uma proposta curricular não é
tão simples o quanto imaginamos, não se trata só de uma lista de disciplinas obrigatórias e
suas respectivas cargas horarias, mais sim de organizar um estudo que atende a todas as
especificidades de um aluno da educação de jovens e adultos. Devemos considerar que tanto o
tempo que eles permanecem na escola, tanto o que eles podem se dedicar aos estudos em casa
é muito reduzido em relação aos alunos da educação regular, e que normalmente eles tem
mais dificuldades de aprendizado acarretando em um gasto maior de tempo no ensino das
disciplinas, não esquecendo que o professor tem que ter um cuidado no aproveitamento do
conhecimento já adquirido dos alunos, e também no diferente nível de aprendizado
encontrado entre os alunos de uma sala de aula.
Levando em consideração todas essas especificidades e muitas outras é que foi
pensado na criação de um currículo especifico para EJA, pois foi percebido que o
aproveitamento do currículo da educação regular não tinha muita eficiência nesse caso, por
ser muito extenso e precisava de muitas adaptações.
D’Ambrósio (2003) fala que o dilema para todos educadores, o duplo sentido
da educação: um deles é permitir a cada indivíduo a realização plena de seu potencial criativo;
o outro, preparar o indivíduo para a cidadania. A relação educação, criatividade e cidadania
apresentam inúmeras dificuldades.
Segundo Coriat, (1997) um bom currículo de matemática para a EJA deve ter
autonomia na formação matemática dos estudantes, isto é, desenvolver a capacidade de:
•
enunciar, compreender e confrontar perguntas matemáticas significativas;
•
avaliar e usar métodos de raciocínio matemático atualmente aceitos como meios de obter
conclusões;
•
e o mais importante é saber usar a linguagem matemática.
A atuação do professor esta diretamente ligada ao desenvolvimento do currículo, e
esse desenvolvimento se da através da relação pedagógica entre professor e aluno. Isso nos
mostra que é também responsabilidade do docente as alterações curriculares, que deveriam ser
constantes. O desenvolvimento desse currículo deve considerar as experiências de vida do
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docente para que a aquisição de conhecimento e a aprendizagem significativa estejam sempre
relacionadas à cultura dos alunos da EJA.
Para Doll (1997) professores e alunos precisam de liberdade, encorajamento e
estímulo para desenvolver seu próprio currículo juntos. O autor considera de suma
importância à ideia do filósofo Alfred North Whitehead de “não ensinar assuntos demais”,
mas “ensinar cuidadosamente” aquilo que realmente ensina e deixar que as ideias principais
“sejam lançadas em todas as combinações possíveis”.
Ao elaborar um currículo para a EJA devemos lembrar que o desenvolvimento de
um bom currículo é feito na forma que ele possa ser aperfeiçoado pelo professor (Rico, Castro
e Coriat, 1997).
- Concepção do currículo de matemática com enfoque cultural
O currículo com enfoque cultural tem o objetivo de explicitar os valores da
cultura matemática, priorizar o aspecto individualizador e personalizador, relacionar as
pessoas e sua cultura matemática. É formado por três componentes: simbólico, cultural e
social.
Componente simbólico: abrange a tecnologia simbólica da matemática permitindo
que se explorem de maneira explicita os valores do racionalismo e o objetivismo. Este
componente se organiza em torno de contar, medir, localizar, desenhar, jogar e explicar.
Devem-se observar os significados, as logicas e as conexões matemáticas sempre a unindo a
outros conceitos para facilitar o entendimento. Conclui-se então que o componente simbólico
do currículo deve estar diretamente ligado aos conceitos.
Componente social: mostra as diferentes utilidades que a matemática tem para a
sociedade e os principais valores de controle e progresso que se tem desenvolvido através de
seu uso. A forma mais adequada para o seu uso é através de projetos.
Componente cultural: se ocupa dos critérios internos da matemática e pretende
demonstrar a matemática com cultura.
Portanto é necessário que haja equilíbrio entre esses três componentes do
currículo, o componente simbólico indica aos alunos que as ideias matemáticas valem a pena
conhecer, enquanto o componente social mostra como se utiliza essas ideias e o componente
cultural indica como ou porque essas ideias foram geradas e a partir disso permitir uma
reflexão acerca do que é a matemática.
20
- Concepção da proposta curricular da Educação de Jovens e Adultos
O principal objetivo dessa proposta é a formação para o exercício da cidadania. É
fundamental a atuação do próprio aluno na construção de significados dos conteúdos de
aprendizagem. Para que haja realmente a construção de novos conhecimentos é necessário
uma ênfase na relação de confiança e respeito mútuo entre o professor e o aluno numa prática
cooperativa e solidária, através do compartilhamento da responsabilidade sobre a
aprendizagem. Deve-se ressaltar a importância as diferentes naturezas dos conteúdos
escolares – conceituais, procedimentais e atitudinais – visando o desenvolvimento amplo e
equilibrado dos alunos sempre unidos a função social da escola.
Consideramos então que as concepções enfatizam os valores culturais, o respeito á
individualidade, o reconhecimento dos saberes dos alunos e seus diferentes interesses e,
entendem a aprendizagem como um processo pessoal, proporcionado pelas interações sociais
muito importantes na concepção de um bom currículo.
2.2. Objetivos do Ensino da Matemática na EJA
Os alunos da EJA devem entender que a matemática é uma grande aliada na
resolução de problemas de seu cotidiano os auxiliando no seu exercer da cidadania. Sabendo
que ela também deve contribuir para o desenvolvimento de habilidades que vão além dos
aspectos práticos, como a lógica, o raciocínio e a coerência.
A
matemática
deve
fornecer
os
instrumentos
necessários
para
o
desenvolvimento de procedimentos sistemáticos de observação. E para que isso ocorra é
necessário que os diversos campos da matemática se integrem de forma articulada. Não
devemos dar atenção apenas as questões algébricas e aritméticas, mais dar importância aos
problemas geométricos, métricos, e aos que envolvem o raciocínio combinatório,
probabilístico e as analises estatísticas que são importantíssimos no desenvolvimento de tais
procedimentos.
O sucesso da aprendizagem tem como fator importante o autoconceito que
cada aluno tem de sua “capacidade matemática”, para isso e necessário que o ensino da
matemática estimule o aluno da EJA a criar uma relação entre os conhecimentos adquiridos
na sala de aula e as suas vivencias extraclasse. Outro aspecto muito importante para esse
sucesso e que se tenha uma interação de forma cooperativa entre os alunos, gerando
21
discussões na resolução de problemas e respeitando o modo de pensar de casa um
ocasionando numa melhor aprendizagem, sempre tendo como mediador e orientador o
professor.
Os objetivos para o ensino de matemática no Primeiro Segmento da EJA visam
o desenvolvimento de números e operações numéricas, medidas, geometria e introdução á
estatística. Vamos ver quais os objetivos específicos em cada um desses temas:
•
Números e operações numéricas: compreender as funções do número, ordenar,
construir códigos, perceber as relações existentes entre eles, reconhecer suas ordens de
grandeza, reconhecer a utilidades das operações e as regularidades que as
caracterizam, identificar as relações e os efeitos que as operações causam nos
números.
•
Medidas: entender a grandeza como uma propriedade de determinado objeto e
aprender a ‘conservar’ essa grandeza, ter a capacidade de organizar muitos objetos
tendo como critério uma única grandeza, estabelecer relações entre grandezas e os
números que ás representa.
•
Geometria: dar suporte para um pensamento que permita interpretar, descrever e
representar de forma organizada o mundo que vivemos. Desenvolver capacidades de
reconhecer formas, representá-las, identificar propriedades e abstrai-las e através disso
construir o pensamento geométrico.
•
Introdução à estatística: compreender a importância das representações gráficas
como forma de apresentação global de informações, possibilitando uma leitura e
compreensão rápida. Desenvolver o hábito de analisar todos os elementos presentes
nessas representações. Aprender a coletar, analisar e interpretar dados, tabelas e
gráficos.
Já os objetivos para o ensino de matemática no Segundo Segmento da EJA
visam o desenvolvimento de conceitos e procedimentos relativos ao pensamento numérico,
geométrico, algébrico, à competência métrica, ao raciocínio que envolva proporcionalidade,
assim como o raciocínio combinatório, estatístico e probabilístico. Vamos ver quais os
objetivos específicos em cada um desses temas:
22
•
Pensamento numérico: ampliar as concepções numéricas, resolver situaçõesproblema, identificar, utilizar e interpretar diferentes representações dos números,
utilizando do contexto social e construindo novos significados para as operações
realizando-as em função de situações-problemas propostos.
•
Pensamento geométrico: resolver situações-problema envolvendo localização e
deslocamento de pontos, noções de direção e sentido, de ângulo, de paralelismo e
perpendicularismo, figuras geométricas planas, decomposição e composição,
transformação, ampliação e redução; estabelecer relações entre figuras espaciais e suas
representações planas e identificar elementos variantes e invariantes desenvolvendo o
conceito de semelhança.
•
Competência métrica: ampliar e construir noções de medida resolvendo problemas
que envolvam grandezas diferentes, selecionando unidades de medida e instrumentos
adequados; obter e utilizar fórmulas para cálculo de áreas de superfícies planas e
volumes de sólidos geométricos.
•
Raciocínio que envolve proporcionalidade: observar a variação entre grandezas,
estabelecendo relações entre elas e construir estratégias que envolvam a variação de
grandezas direta ou indiretamente proporcionais.
•
Pensamento algébrico: expressar generalizações sobre propriedades das operações
aritméticas; traduzir informações contidas em tabelas e gráficos em linguagem
algébrica e vice-versa; construir estratégias de cálculo algébrico, produzir e interpretar
diferentes escritas algébricas; identificar equações, inequações e sistemas; observar
regularidades e estabelecer leis matemáticas que expressem a relação de dependência
entre variáveis.
•
Raciocínio combinatório, estatístico e probabilístico: coletar, organizar, analisar,
construir, interpretar informações, tabelas e gráficos; construir um espaço amostral de
eventos equiprováveis; resolver situações-problema que envolva o raciocínio
combinatório e a determinação da probabilidade de sucesso em determinado evento
por meio de uma razão.
A educação matemática na EJA tem como principal objetivo proporcionar
competências, tanto no primeiro como no segundo segmento, para capacitar o educando a
desenvolver todas as habilidades anteriormente mencionadas. Através de uma boa atuação de
23
seus atores envolvidos – aluno, professor e conhecimento matemático – e as relações bem
estabelecidas entre eles.
2.3. Seleção e Organização de Conteúdos e Metodologias
A partir dos objetivos já mencionados anteriormente, ainda há um longo processo
de seleção e organização dos conteúdos, envolvendo discussões sobre o que enfatizar e em
que aprofundar cada um dos grandes temas. Identificando em cada um dos temas matemáticos
os conteúdos que são socialmente relevantes e em que medida contribui para o
desenvolvimento intelectual do jovem e do adulto.
Na geometria é importante enfatizar um estudo dinâmico do que é o espaço em
que se vive e não ficar preso ao estudo de figuras e suas nomenclaturas. Os conteúdos
relacionados à grandeza e medidas tem uma grande importância na resolução de problemas
cotidianos em relação a números e operações. Se referindo a estatística, probabilidade e
combinatória são conteúdos de grande importância por integrarem o rol dos conhecimentos
indispensáveis á alfabetização matemática e porem ser articulados como “tratamento de
informação”. Já ideias de proporcionalidade e equivalência exigem ser melhores trabalhadas
devido sua potencialidade como instrumentação para a vida e para o desenvolvimento de
formas de pensar.
Nesse processo de seleção de conteúdos temos os que envolvem o componente
afetivo que é indispensável no incentivo, interesse e motivação dos alunos da EJA. Entre
esses conteúdos atitudinais destacam-se:
– desenvolvimento da capacidade de investigação e da perseverança na busca de
resultados, valorizando o uso de estratégias de verificação e controle de resultados.
– predisposição para alterar a estratégia quando o resultado não for satisfatório,
formular hipóteses e comprová-las; valorização do trabalho coletivo.
– interesse em comparar diferentes métodos e processos, analisando semelhanças
e diferenças entre elas e justificando-as utilizando diferentes representações matemáticas.
– interesse pelo uso de recursos tecnológicos, usar seus conhecimentos
matemáticos para interpretar, analisar e resolver problemas.
– compreensão da importância da estatística na atividade humana para analisar
criticamente informações e opiniões vinculadas pela mídia.
24
– interesse em dispor de critérios e registros pessoais para emitir um juízo de valor
sobre o próprio desempenho, de modo a compará-lo com o juízo feito pelos professores e a
aprimorá-lo.
Se tratando de organização de conteúdos de modo geral os professores o fazem
como um conteúdo sendo pré-requisito do que virá depois. Mas o interessante seria buscar
contextos significativos não deixando, é claro, de indicar e mostrar as ligações que podem ser
estabelecidas entre os conteúdos abordados. No caso específico de EJA, essa organização de
conteúdos denominados em “rede” é bem eficaz por admitir a otimização do tempo disponível
e o tratamento de forma diferenciada dos campos matemáticos.
Ao falarmos das metodologias de ensino a serem adotadas é importante
destacarmos que se tratando de ensino de jovens e adultos temos sempre que considerar seus
conhecimentos adquiridos anteriormente, sejam em estudos anteriores ou em suas
experiências de vida. Ao introduzir um novo conteúdo é importante sondar os alunos e ver o
que eles já sabem sobre determinado tema e aproveitar seus conhecimentos próprios. Outra
coisa que é muito discutida e realmente importante para obtermos o sucesso nesse ensino é
estar sempre relacionando o conteúdo a ser estudo a experiências do cotidiano que são vividas
todos os dias pelos nossos alunos fazendo com que assim fique mais fácil para a compreensão
deles.
3. PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA
NA EJA
Para falarmos do processo de ensino e aprendizagem da matemática na EJA
vamos começar falando da questão da interdisciplinaridade, – processos de ensino através de
problemas do cotidiano, da modelagem matemática, com a utilização de projetos, e com
leitura de textos e diversos outros suportes – tudo isso dependendo da formação ou disposição
dos professores e da estrutura oferecida pela instituição de ensino. Se tratando de Jovens e
Adultos essa questão é bastante válida se direcionarmos os conteúdos matemáticos a andarem
juntos com a identidade dos alunos, suas histórias de vida, relações físicas e sociais com o
espaço, com situações cotidianas e da atualidade, fazemos com que a matemática se torne
mais significativa na vida dos alunos.
Mas nem tudo é tão fácil quanto se imagina, por outro lado temos com dificuldade
a organização do tempo e dos conteúdos escolares. Ao adotarmos essa interdisciplinaridade
temos que estar cientes que devido ao tempo reduzido dos alunos de EJA, haverá uma
redução na quantidade de conteúdos a serem ensinados e isso, devido à questão da linearidade
dos conteúdos ainda utilizada pela maioria dos educadores poderá prejudicar nossos alunos
mais á frente ao se defrontarem com conteúdos que não forem considerados anteriormente de
tanta necessidade.
Por isso ao falarmos de interdisciplinaridade devemos ter muito cuidado com sua
utilização para que os nossos alunos não saiam significativamente prejudicados, mais se ela
for utilizada através de uma boa adequação didática não trará grandes consequências aos
nossos alunos.
Outro aspecto gerador de grandes discussões no processo de ensino e
aprendizagem da matemática na EJA são os conhecimentos prévios trazidos pelos alunos de
suas experiências de vida. Muitos estudiosos da área de educação matemática, principalmente
na linha da etnomatemática insistem nessa tese de estudo, dizendo ser muito significativo na
aprendizagem dos alunos fazendo com que eles se sintam capazes de trazer pra escola seus
conhecimentos e adquirirem outros mais.
Ubiratan D’Ambrósio, em 2003, afirmava que é muito importante respeitar o
passado cultural do aluno, pois assim daria confiança a seu próprio conhecimento e na sua
habilidade de conhecer e adquirir novos conhecimentos. O aluno ao perceber que a escola
valoriza os conhecimentos que ele já possui ele se sente mais a vontade, mais seguro ao fazer
escolar e reconhece o seu valor. Mais é de suma importância não deixar de lado alguns
26
conteúdos mais sofisticados devido à dificuldade que os alunos possam apresentar mais assim
junto com eles promover um ensino de qualidade dando a eles a oportunidade de construir
seus próprios conhecimentos e um sucesso na aprendizagem.
Normalmente encontramos em diversos textos prescritivos uma recomendação
para que se utilizem problemas do cotidiano para ensinar matemática, essa é uma tendência
bastante discutida na atual Educação Matemática e é na EJA que ela se torna ainda mais
significativa. Quando a matemática é ensinada usando essa tendência conseguimos chamar
mais a atenção dos alunos na resolução dos problemas que estão baseados em situações que
eles vivenciam no seu dia a dia e gerando maior interesse na procura de um resultado final pra
tal situação.
Outra proposta para o ensino-aprendizagem da matemática é a Modelagem
Matemática, onde supõe o tratamento de um problema a partir de dados experimentais ou
empíricos que ajudem no entendimento do problema, na resolução e na analise da validade
desse problema. Essa montagem de um modelo matemático nada mais é do que a passagem
do problema que esta em linguagem formal para a linguagem matemática, que algumas vezes
poderá ser mais simples e outras mais complexas exigindo mais ajustes para a resolução do
mesmo. No caso da modelagem a matemática é justamente tratada como um modelo da
realidade, onde você modela a situação problema para uma resolução mais simples. E na EJA
juntamos a necessidade dos alunos de adquirirem instrumentos para resolverem os problemas
e a sua diversidade de informações vindas para a sala de aula de sua vivencia familiar, social,
profissional, religiosa, etc.
Quando falamos de alunos da modalidade EJA se tratam de sujeitos culturais nos
quais reconhecemos suas marcas culturais, suas posturas e decisões, seu modo de fazer e de
estarem no mundo, suas motivações e recursos de matematicar. Se tratando desse sujeito
cultural uma proposta a ser pensada e a abordagem etnomatemática que procura resgatar a
intencionalidade do fazer matemático desse sujeito ao se preocupar com a motivação para o
aprendizado, sendo gerado por uma situação-problema por ele escolhida com a valorização e
o encorajamento as manifestações das ideias e opiniões, sempre questionando uma visão de
que se falando da matemática não se trata da forma certa ou errada de chegar ao resultado
final mais a melhor maneira que você encontrar para chegar a esse resultado.
Esse processo de ensino e aprendizagem às vezes é interrompido ou não obtém
tanto sucesso devido a algumas dificuldades que os alunos encontram no caminho. Podemos
começar citando a falta de material didático específico pra essa modalidade de ensino,
27
fazendo com que haja adaptação de materiais já existentes pra outras modalidades e isso não
favoreça aos alunos e sim cause dificuldade de aprendizado ouinfantilização desses alunos.
Outro aspecto a ser considerado é a falta de preparação por parte dos professores, às vezes a
didática mal utilizada vinda da formação profissional deficitária, do temporeduzido e de um
currículo apertado diminuindo assim os conteúdos a serem ensinados.
Agora se formos olhar a realidade dos alunos eles encontram também varias
pedras no caminho, às vezes a jornada dupla de trabalho e não sobrar tempo e nem disposição
para se dedicarem aos estudos, chegam cansados e sem cabeça para se interessarem na aula.
Alguns já trazem com eles traumas referentes à aprendizagem de algumas matérias esses
adquiridos em experiências anteriores e já chegam à sala de aula com resistência e falta de
vontade de estudar, assim acabam desistindo dos estudos. E ainda as alunas por terem que
trabalhar fora e ainda serem mães e dona de casa.
São esses aspectos que às vezes ocasionam no não sucesso da aprendizagem e se
tratando especialmente da matemática que a coisa complica mais ainda, pois ela exige maior
dedicação, interesse e esforço por parte do aluno e do professor para que haja realmente
sucesso nesse processo de ensino e aprendizagem da matemática.
4. ALGUMAS SUGESTÕES PARA MELHORAR O ENSINO DA
MATEMÁTICA NA EJA
Neste capítulo vou propor algumas sugestões fixando algumas propostas que já
são bem discutidas para melhorar o ensino da matemática na Educação de Jovens e Adultos
baseado em tudo que foi dito nos capítulos anteriores e em experiências vivenciadas em sala
de aula. Primeiramente cabe dizer que são apenas sugestões e para que cheguem a ocasionar
em um resultado satisfatório devem ser realmente levadas a sério e executadas em conjunto
com a ajuda dos alunos, professores e principalmente da escola.
1. Motivação: estar sempre mostrando aos alunos a importância deles permanecerem na
escola, valorizando o passo a passo do aprendizado de cada um, para que o aluno se sinta
importante e capaz de continuar seus estudos e não desista, garantindo assim a permanência
do aluno na escola.
2. Conhecimentos prévios: é muito importante que os professores na introdução de novos
conteúdos estejam sempre considerando os conhecimentos que os alunos trazem de casa, de
experiências anteriores, de aprendizados do dia a dia. Pois assim eles irão sentir que esses
aprendizados não foram em vão e tem grande importância, e terão mais segurança em adquirir
os novos conteúdos e se sentirão capazes de aprender cada vez mais.
3. Diploma x aprendizado: fazer com que os alunos entendam a verdadeira importância de
estarem retornando a escola. Que não seja apenas para sair de lá com um diploma na mão,
mais que esteja lá para aprender cada dia mais e que quando concluirem seus estudos estaja
preparado para um curso superior/técnico para estar mais bem preparado não só para o
mercado de trabalho, mas para a vida.
4. Situações do cotidiano: os alunos chegam às salas de aula com significativa dificuldade –
mencionadas no capítulo 03 – em entender certos conteúdos, devido a vários fatores. Então
para tentar facilitar esse entendimento sugerimos o uso de situações do cotidiano no ensino
dos conteúdos, estar sempre relacionando situações que eles vivenciam trazendo os conteúdos
escolares para a vida deles fazendo assim, com que eles tenham maior interesse e mais
facilidade na hora de aprender.
29
5. Ensinar matemática através de metodologias diferenciadas, como interdisciplinaridade,
resolução de problemas, jogos, modelagem matemática entre outras, que venham facilitar a
aprendizagem dos alunos, que o conhecimento matemático seja construído em sala de aula
pelo professor juntamente com os alunos, a matemática não deve ser vista apenas como uma
matéria de fórmulas e resultados, mas deve ser vista com uma ciência que tem vários
caminhos e que cada um tem uma forma de conseguir chegar ao resultado final, e isso deve
ser enfatizado e valorizado em sala de aula.
6. O ensino da matemática deve vir sempre relacionado com as outras disciplinas essa
também é outra forma de tentar tornar mais fácil o seu entendimento. E para que haja essa
relação de interdisciplinaridade é necessário sairmos do padrão de linearidade existente hoje
em dia, normalmente os conteúdos possuem uma sequência e um é sempre pré-requisito do
outro, o ideal é que os professores tenham a liberdade de selecionar cada conteúdo de acordo
com sua importância e com a possibilidade de estar relacionando ele com outros conteúdos e
também com outras disciplinas para que assim seja mais interessante e mais fácil o seu
aprendizado.
7. Tornar responsabilidade do docente alterações/adaptações curriculares estas que deveriam
ser constantes de acordo com a necessidade apresentada pelos alunos. O certo seria que o
currículo fosse elaborado diretamente pelo professor juntamente com a escola, por ser o
professor responsável pela execução do mesmo ele sabe se esta sendo um bom currículo ou se
ainda pode ser melhorado.
8. A formação específica de professores para a Educação de Jovens e Adultos é uma questão
que deve ser analisada, às vezes os professores apenas com sua formação acadêmica não
estejam preparados para atuar em uma sala de aula tão diferente e cheia de desafios como é
uma sala de jovens e adultos. Dai vem a importância de uma formação continuada para esses
professores para dar uma preparação específica para lidarem com esse público alvo.
9. É papel do professor sempre garantir que haja a valorização do mérito de cada um dos
alunos em sala de aula, valorizando suas conquistas e o seu desenvolvimento em relação aos
conhecimentos adquiridos, ao seu aprendizado.
30
10. Muito importante também e necessário é a criação de Diretrizes Curriculares específicas
para a Educação de Jovens e Adultos, com metodologias diferenciadas considerando os
diferentes sujeitos que encontraremos em uma sala de aula. Porque hoje em dia é feita uma
adaptação das Diretrizes do ensino fundamental e médio regular, para a EJA e isso sabemos
que não é o certo por se tratarem de públicos diferentes.
11. Outro fator muito importante é a produção de materiais didáticos (livros, apostilas,
atividades, projetos) específicos para a EJA com a forma de abordagem dos conteúdos que
atenda a este público de acordo com suas especificidades. Para que não continuem sendo
utilizados os materiais do ensino regular, ou ainda os poucos materiais que existem pra EJA
só que infantilizam muito os alunos.
12. O necessário mesmo seria que a escola estivesse sempre preparada para atender os alunos
de acordo com suas necessidades atendendo sempre á suas dificuldades tanto de acesso, tanto
de permanência na escola para conseguir concluir seus estudos.
13. Trabalhar resolução de problemas para desenvolver leitura, interpretação e raciocínio
logico dos alunos.
14. Dar ênfase a história da matemática, mostrando ao aluno que cada conquista é feita
através de muito esforço e dedicação.
15. Trabalhar cálculo mental, pois a maioria dos alunos da EJA sabem calcular, mas não
sabem formalizar os cálculos.
16. Utilizar os TICs (tecnologia de informação e comunicação).
17. O uso de calculadoras e softwares matemáticos.
Concluímos então que podemos juntos alunos, professores e escola melhorar cada
dia mais a Educação de Jovens e Adultos tornando-a de mais fácil acesso e permanência para
os alunos.
CONCLUSÃO
A partir desse trabalho chegamos à conclusão que a Educação de Jovens e Adultos
tem um objetivo de grande importância para aqueles que não tiveram acesso á escola na idade
certa ou não tiveram oportunidade, mais que executá-la de forma realmente significativa não é
um objetivo tão fácil de ser alcançado.
E a matemática é uma das “pedras no caminho” dessa modalidade de ensino
devido ao fato de ser ela a causadora de alto índice de desistência, reprovações e baixa na
autoestima dos alunos, desanimo na vontade de aprender e terminar seus estudos. Mas apesar
da dificuldade encontrada pelos alunos, vimos que a matemática tem grande importância na
formação dos cidadãos críticos que tanto almejamos e principalmente na vida desses alunos.
O ensino da matemática tem certas dificuldades na sua execução, a falta de
material didático especifico, a falta de preparação dos próprios professores para esse tipo de
publico em especial, entre outras coisas. E isso vai dificultando o processo de ensino e
aprendizagem dos alunos deixando-os cada vez mais longe de realizar seus sonhos e alcançar
seus objetivos.
E apósessa análise do ensino da matemática na Educação de Jovens e Adultos, e
uma experiência em sala de aula foram elaboradas algumas sugestões para que ela possa
melhorar. Mas é claro que não depende apenas dessas pequenas coisas, mais sim do trabalho
em conjunto da escola, dos professores e principalmente dos alunos.
Essas sugestões consistem em ações a partir dos professores, da escola, e dos
próprios alunos. Trata-se de ações de motivação dos alunos, consciência da importância do
estudo, e também da importância que esse aluno tem para a escola, investir na formação
continuada dos professores para esse público específico, na produção de materiais didáticos
próprios para essa modalidade.
Partindo dos professores que eles saibam aproveitar os conhecimentos prévios dos
alunos, estar sempre relacionando os problemas com situações do cotidiano, dando a
importância merecida que a história da matemática tem sempre auxiliando no aprendizado da
matemática, trabalhar cálculo mental dos alunos sempre os mostrando como executar os
32
cálculos mecanicamente, utilizar dos recursos tecnológicos que temos hoje, softwares,
calculadora, jogos entre outras coisas.
E por fim partindo dos alunos esperamos que eles entendam a importância dos
estudos na sua vida que não achem que é apenas uma forma de conseguir o diploma, mais sim
aprender e estar melhor preparado para sua vida, tanto social, como profissional. E o mais
importante é se dedicar, e não deixar que as dificuldades os desanimem, e aproveitar as
oportunidades que estão tendo.
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