MF 81 de 97
PECADO, 1
A história da humanidade é a do
amor de Deus ao homem. Criado
à imagem e semelhança de Deus,
o homem rebelou-se contra Ele. Mas
“tanto amou Deus o mundo que lhe
Entregou o seu Filho Unigénito”
(Jn 3, 16). Jesus vem buscar os
pecadores: Deus faz-se homem
para salvar o homem e o fazer participar da sua vida trinitária. Cada
um vale todo o sangue de Cristo.
Por isso não se pode tirar importância ao pecado.
MF 82 de 97
PECADO, 2
Algumas causas da perda do sentido do pecado, 1
a
O relativismo cultural e ético.
b
Certos sectores da psicologia actual negam a realidade do
pecado para não traumatizar a consciência. Para um cristão
todo o pecado, longe de traumatizar, tem a saída do perdão
de seu Pai Deus que o ama.
c
A confusão entre moralidade e legalidade: seria moralmente permitido tudo aquilo que não é castigado pela lei.
d
O secularismo: obscurece-se o sentido de Deus, e portanto
o do pecado.
MF 83 de 97
PECADO, 3
Algumas causas da perda do sentido do pecado, 2
e
Fenómenos internos da vida eclesial: “Alguns... tendem
a substituir atitudes exageradas do passado com outros exageros; passam de ver pecado em tudo a não vê-lo em
nenhuma parte; passam de acentuar demasiado o temor das
penas eternas a pregar um amor de Deus que excluiria qualquer pena merecida pelo pecado; passam da severidade no
esforço por corrigir as consciências erróneas a um suposto
respeito pela consciência que suprime o dever de dizer a
verdade” (Reconciliatio et paenitentia 18).
MF 84 de 97
PECADO, 4
Duas definições:
1. Pecado é o afastamento de Deus e a conversão às criaturas.
2. Pecado é uma ofensa a Deus, porque não se cumpre a sua vontade.
Efeitos:
1. CCE 1871: “O pecado é uma ofensa a Deus. Eleva-se contra Deus
numa desobediência contrária à obediência de Cristo”.
2. CCE 1872: “O pecado é um acto contrário à razão. Lesa a
natureza do homem e atenta contra a solidaridade humana”.
MF 85 de 97
PECADO, 5
Divisão:
- Por razão da pessoa ofendida: contra Deus, contra o próximo,
contra si mesmo, contra a convivência social.
- Em relação ao estado da consciência: actual, habitual, material, formal, interno, externo.
- Por razão da gravidade: mortal, venial.
- Por razão do autor: original, pessoal, social.
- Por razão do modo: de comissão, de omissão.
- Por razão da atenção: deliberado, semideliberado.
- Por razão da causa: de ignorância, de fragilidade, de malícia.
- Por razão da sua especial gravidade e desordem: capital, que
clama ao céu, contra o Espírito Santo.
MF 86 de 97
PECADO, 6
Valoração dos pecados, 1
1. Condições para que exista pecado mortal: matéria grave,
advertência plena, consentimento perfeito.
2. Distinguem-se gravidades entre os pecados mortais: ex
toto genere suo, ex genero suo.
3. Para que se cometa pecado venial requere-se o seguinte:
matéria leve, certa advertência e algum consentimento.
4. Um pecado leve pode dar lugar a um pecado grave:
pelo fim, por desprezo da lei que só obriga levemente, por
escândalo, por ser ocasião de pecado grave, por acumulação de matéria.
5. Um pecado grave segundo a matéria pode ser subjectivamente
leve: ou por imperfeição do acto ou por parvidade de matéria.
MF 87 de 97
PECADO, 7
Valoração dos pecados, 2
6. Para especificar os pecados é preciso ter em vista a distinção
segundo a espécie e segundo o número: a. distinção
específica: - um só acto pode constituir diversos pecados,
porque falta contra virtudes diversas ou quebra vários
preceitos simultaneamente; - por razão do objecto há
vários pecados quantas vezes se decide a execução do mesmo
acto; b. distinção numérica (numero concreto de actos):
- para serem vários pecados devem tratar-se de actos humanos
diferentes (certo espaço de tempo entre estes pecados);
- com um só acto podem-se cometer vários pecados (vários
mortos num atentado).
=> para a validade da confissão requer-se que se confessem
todos os pecados mortais segundo a espécie e segundo o número.
MF 88 de 97
PECADO, 8
Princípios morais, 1
1. CCE 1873: “A raiz de todos os pecados está no coração do homem. As
suas espécies e a sua gravidade medem-se principalmente pelo seu objecto”.
2. O pecado material não é propiamente pecado.
3. Os pecados internos costumam ter
a mesma gravidade e pertencer à
mesma espécie que os externos.
4. Os pecados de omissão são da mesma espécie que os de
comissão e ordinariamente têm a mesma gravidade.
MF 89 de 97
PECADO, 9
Princípos morais, 2
5. Pôr-se voluntariamente em ocasião próxima de pecar gravemente sem causa grave proporcionada, é em si mesmo pecado.
6. Quando exista uma ocasião somente remota de pecar, devem
tomar-se as precauções devidas, mas pode actuar-se sem
cometer qualquer pecado.
7. O pecado habitual, originado de um vício contraído, pode
diminuir a gravidade de um acto singular. Mas há obrigação
grave de lutar por eliminar o mau hábito adquirido.
8. Às vezes, o pecado habitual implica uma gravidade peculiar
nos actos particulares por causa da malícia que lhe acrescenta
a atitude constante de menosprezo do acto pecaminoso.
MF 90 de 97
PECADO, 10
Princípios morais, 3
9. Quando se trata de actos moralmente interrompidos, cometem-se diversos pecados, dado que se trata de actos humanos diferentes.
10. É pecado sentir tristeza deliberada de ter deixado passar
uma ocasião de pecado que se apresentou, sem a aproveitar.
11. Sentir não é consentir (paixões humanas).
12. O pecado reiterado na mesma matéria leva ao vício.
13. As tentações em si mesmas não constituem pecado, mas
inclinam a ele. Ajuda dos sacramentos e da oração.
Download

O pecado