GENERALIDADES SOBRE OS MODERNOS MOTORES DE PASSO Já abordamos o desenvolvimento histórico dos motores de passo e a conexão com a tecnologia do controle numérico. Nesta seção, serão vistos os aspectos gerais dos vários tipos de motores de passo utilizados hoje em dia, suas estruturas e princípios fundamentais. Serão definidos e estudados também os termos técnicos usados na literatura referentes ao assunto. Sistemas de controle em malha aberta Em geral, os motores de passo são operados por circuitos eletrônicos, na maioria das vezes com uma fonte de alimentação DC. A esse respeito, o motor de passo é um motor original em comparação aos motores normais de C.C. ou de C.A., que são, na maioria das vezes, acionados diretamente de uma fonte de alimentação. Além disso, motores de passo encontram aplicação em controle de posição e velocidade sem custos adicionais de realimentação. Este método de acionamento é conhecido como controle em malha aberta. Esta seção tratará dos fundamentos do controle em malha aberta para motores de passo. Os detalhes dos circuitos eletrônicos para operação em malha aberta serão discutidos numa seção futura. Embora o controle em malha aberta seja um método de acionamento vantajoso do ponto de vista econômico, não está livre de algumas limitações. Por exemplo, a rotação do rotor torna-se oscilatória e instável em certas faixas de velocidade e, devido a esta característica de comportamento, a velocidade e aceleração de um motor de passo, controlado em malha aberta, não podem ser controladas tão rapidamente quanto num motor DC acionado num esquema de realimentação. Assim, para tentar expandir a faixa de aplicação, a supressão das oscilações é um problema fundamental a ser resolvido. O controle em malha fechada, um método de acionamento muito eficaz, que é livre de instabilidade e capaz de rápida aceleração, será discutido futuramente. Configuração do sistema Para compreender a configuração fundamental do sistema de acionamento de motor de passo, vamos examinar o acionamento de um perfurador de fita que é empregada em máquinas de controle numérico. Um perfurador da fita usa um motor de passo para puxar a fita de papel (Fig. 1). As instruções de operações para máquinas de controle numérico são armazenadas na forma de perfurações feitas por este dispositivo. O sistema de acionamento da fita é mostrado na Fig. 2. Como será explicado mais tarde, o motor de passo usado para esta finalidade é geralmente um motor de duas, três ou quatro fases. Aqui vamos examinar um motor trifásico que tem três conjuntos de enrolamentos. A característica fundamental do motor de passo é que ele gira com um ângulo fixo para cada pulso aplicado ao controlador lógico. O valor nominal deste ângulo (graus) é conhecido como ângulo de passo. Após receber um pulso de comando de passo, o controlador lógico determina a fase a ser excitada (ou energizada) e a fase a ser desenergizada, e envia sinais ao acionador do motor que é o estágio que controla a corrente entregue ao motor. O controlador lógico é geralmente montado com chips de circuito integrado com tecnologia TTL ou CMOS. Quando o potencial de um canal de saída do controlador lógico estiver no nível H (= high), 1 o acionador de potência excitará a fase correspondente do enrolamento. Da mesma forma, se a saída estiver no nível L, a fase de mesmo número não será excitada, ou será desligada. Como mostra a Fig. 3, se o motor funcionar no sentido horário (CW) na seqüência de excitação 1 → 2 → 3 → 1 , o sentido da rotação será anti-horário (= CCW) na seqüência invertida de 1 → 3 → 2 → 1 . No sistema perfurador de fita a seqüência é geralmente utilizada para puxar a fita num sentido somente. Em geral, não há nenhuma regra estabelecida para definir qual é o sentido horário ou anti-horário, para um motor girando no sentido horário, quando visto de uma extremidade, parece girar no sentido anti-horário se visto da outra extremidade. O sentido da rotação é definido geralmente de acordo entre partes envolvidas. Fig. 1 - Perfurador de fita. Fig. 2 – Sistema de acionamento de um motor de passo. O controlador lógico, na realidade, é montado no acionador (driver). 2 Fig. 3 – Série de pulsos de entrada e seqüência de excitação. Nesse texto, as fases são denotadas por Phl, Ph2, Ph3, etc. ou por PhA e PhB para alguns motores bifásicos. A excitação usada na Fig. 3 é conhecida como excitação em única fase, que significa que, em qualquer instante de tempo, somente uma fase entre as três (ou entre as quatro, em um motor quadrifásico) está energizada. A excitação em única fase é utilizada freqüentemente para explanar os princípios fundamentais do motor de passo. Mas, este não é sempre o melhor método de acionamento. Detalhes desta questão serão discutidos brevemente. Passo e incremento Os dados são gravados em oito trilhas sobre a fita; isto é, pode haver oito furos de sinal por linha. Além disso, entre as terceiras e quartas fileiras de furos de sinal, há um trem de furos de guia onde os dentes da roda dentada (sprocket) se acoplam. As linhas situam-se em intervalos de um décimo de polegada (= 2,54 milímetros). O armazenamento de dados em uma fita perfurada, utilizando-se um perfurador manual ou automático, é realizado avançando a fita de 2,54 milímetros, seguido de uma parada para que uma linha seja perfurada, e avançando, então, outra vez, com outros 2,54 milímetros, seguindo-se de nova parada, e assim por diante. A maneira mais simples de avançar a fita através de uma linha é aplicar um único pulso ao controlador lógico, acionando o motor com um passo, fazendo a roda dentada girar de um ângulo equivalente a um passo, e assim avançando a fita de 2,54 milímetros. Mas, um outro método de acionamento do motor de passo faz com que revolucione diversos ângulos de passo para avançar a fita de uma linha. Por exemplo, um motor quadrifásico de 1,8o de ângulo de passo poderia ser empregado para avançar um passo de linha da fita com quatro passos. O diâmetro da roda dentada seria reduzido para um quarto, e em conseqüência, a inércia da roda dentada seria reduzida (1/4)4 = 1/256 vezes comparada com a usada no método de um passo de movimento. O aluno está convidado a calcular qual será o diâmetro da roda dentada para avanço de linha de 2,54 milímetros, num único movimento de 1,8o, ou em quatro movimentos de 1,8o. Quais as inércias das rodas? O movimento único de avanço da fita de papel através de um passo da linha, 2,54 milímetros no caso acima, é freqüentemente chamado um incremento. Um incremento é realizado em um único passo no primeiro exemplo, e em quatro passos no último exemplo. 3 No sistema descrito na Fig. 2, o motor para, por um determinado período de tempo, após ter terminado um incremento de movimento, permitindo que a fita seja perfurada, e este ciclo se repete. Este tipo de movimento consistindo de partidas e paradas sucessivas é chamado movimento incremental, e o controle relacionado a este tipo de operação é chamado de controle de movimento incremental. As Figs. 4 e 5 mostram a relação total entre os passos e a operação incremental. A Fig. 4 ilustra a relação entre o ângulo do rotor e os pulsos aplicados ao controlador lógico, para baixas freqüências de acionamento, e é o caso em que um incremento do movimento é executado em um único passo. A Fig. 5 mostra os casos em que um incremento é executado em dois ou quatro passos. A resposta de um único passo é geralmente oscilatória como mostra a Fig. 4. Quando um movimento é realizado por diversos pulsos em intervalos apropriados, a resposta pode não oscilar. É também possível amortecer a oscilação da resposta de um único passo por meio de um circuito eletrônico. Esse assunto será abordado brevemente. Fig. 4 – Ângulo do rotor e série de pulsos para o caso de baixa freqüência. Fig. 5 – Movimento incremental livre de oscilações com mais de um pulso. O número de passos por incremento é freqüentemente mais de quatro, por exemplo, em uma leitora de fita (Fig. 6). Quando os dados de uma fita são transferidos ao controlador de uma máquina de controle numérico a operação é implementada bloco a bloco. Um bloco de dados é composto de um número linhas ou bytes, por exemplo, 32, 48, ou 64 linhas, e este número pode variar dependendo do sistema ou do caso. Antes que a ferramenta comece a se mover, um bloco de dados é transferido para a memória a estado sólido do controlador, e a ferramenta é forçada a se mover de acordo com as instruções do primeiro bloco de dados. Depois que estas instruções são completadas, o bloco seguinte de dados é lido pela cabeça de leitura da leitora de fita. Se o sistema estiver projetado para avançar um passo de linha em um único passo, e se o bloco é composto de 32 linhas ou bytes, um movimento será composto de 32 passos. Se o avanço do passo de linha é 4 realizado em quatro passos, um incremento do movimento é executado em 128 passos para transmitir 32 bytes de dados. Se um movimento ou incremento envolver múltiplos passos um outro estágio deve ser colocado antes do controlador lógico. O estágio para esta função é denominado controlador de entrada. O controlador de entrada, após receber um sinal de entrada, envia ao controlador lógico um trem com um certo número de pulsos em intervalos de tempo apropriados. Fig. 6 – Leitora de fita. Características dos motores de passo do ponto de vista da aplicação Vamos focalizar as características de controle em malha aberta dos motores de passo, e explicar alguns termos técnicos. Como conseguir pequenos ângulos de passo Um motor de passo gira com um ângulo fixo para cada pulso. Como explicado anteriormente, o valor nominal deste ângulo é chamado ângulo de passo ou comprimento do passo[1] e é expresso em graus. A diminuição do ângulo de passo aumenta a resolução de posicionamento. Uma característica dos motores de passo é que eles podem ser construídos para realizar um pequeno ângulo de passo. Os engenheiros estão interessados num número de passos por revolução, que é denotado por S neste texto e, obviamente, o ângulo de passo θ s relaciona-se com S da seguinte forma: θ s = 360 / S . (1) Para motores de relutância variável, S relaciona-se com o número de dentes do rotor ( N r ) e com o número de fases, m, de acordo com: 5 S = mN r . (2a) Para os motores a ímã permanente e híbridos, a serem discutidos mais adiante, S = 2mN r . (2b) Números típicos de fases dos motores de relutância variável são 3, 4, e 5 fases, e o motor híbrido mais popular é o bifásico, mas os de três e cinco fases estão disponíveis também. Os exemplos de um grande número dentes do rotor, N r , são 50 ou 100. Os motores projetados para o uso em acionamento de rodas de caracteres (veja Fig. 7) em uma impressora ou máquina de escrever são de 96, 128, ou 132 passos por revolução. Um motor padrão de duas ou quatro fases têm 200 passos. Alguns motores de precisão são projetados atingir uma volta com 500 ou 1000 passos. Entretanto, os ângulos de passo em alguns motores simples são tão grandes quanto 7,5o, 15o, e um motor especial usado em um relógio de pulso têm um ângulo de passo de 180o. Fig. 7 – Roda de caracteres. Torques elevados de manutenção e de restauração Os motores de passo são projetados para gerar alto torque estático. Isto permite o motor partir e parar rapidamente possuindo alto torque de restauração, quando ocorre, devido a um torque de carga, um deslocamento a partir de uma posição de repouso. Como será discutido mais tarde, o espaço aéreo (air-gap) entre o rotor e os dentes do estator é projetado para ser tão pequeno quanto possível. Usam-se freqüentemente os termos torque de manutenção e torque de retenção relacionados com torque estático. As definições para estes termos são as seguintes: 1. Torque de manutenção (Holding). Definido como o máximo torque estático que pode ser aplicado ao eixo de um motor excitado com corrente nominal num modo específico, sem causar rotação contínua. 2. Torque de retenção (Detent). Definido como o máximo torque estático que pode ser aplicado ao eixo do motor sem excitação, sem causar rotação contínua. 6 Em geral, quanto maior o torque de manutenção, menor o erro da posição devido à carga (veja a seção: especificação das características de motores de passo). Teoricamente, o torque de manutenção é independente da(s) fase(s) que está(ão) excitada(s). Percebidas variações visíveis, o torque de manutenção de um motor será o mínimo dos torques estáticos medidos de todos os casos possíveis, por exemplo, três casos em um motor trifásico (abordaremos essa questão futuramente). O torque de retenção aparece somente em um motor que tem um ímã permanente. Erro de posição não acumulativo A precisão do posicionamento é um fator importante que determina a qualidade de um motor de passo. Os motores de passo são projetados de modo que girem com um ângulo predeterminado de passo em resposta a um sinal de pulso (ou comando de passo) e venham repousar em uma posição precisa. Uma vez que a precisão sem carga depende da precisão física do rotor e do estator, o erro de posicionamento não é acumulativo. Com relação às posições em que o rotor para de se mover tem-se dois conceitos: 1. Posição de repouso ou posição do equilíbrio. Definida como a posição em que um motor excitado repousa, sem carga. 2. Posição de retenção. Definida como a posição em que um motor, que tem um ímã permanente em seu rotor, repousa, sem excitação e sem carga. As posições de repouso e de retenção não são sempre as mesmas. Em algumas aplicações as posições de retenção são utilizadas para posicionamento, sem excitação das fases, com vistas à economia de energia. Fig. 8 - Exemplos de precisão de posição e erro de posição de passo. Tem-se dois conceitos para o erro de posicionamento, como segue: 7 1. Erro de posição de passo. Definido como o módulo do maior erro de posição angular estático, em relação ao ângulo de passo nominal, que ocorre quando o rotor se move de uma posição de repouso para a seguinte. 2. Precisão de posição. Definido como a diferença entre o maior e o menor erro de posição angular acumulado para uma rotação do rotor partindo de uma posição de repouso de referência. Vamos investigar a relação entre estes dois tipos de erros de posicionamento através de um exemplo modelo envolvendo um motor bifásico de 24 passos/rev. As posições de equilíbrio são medidas primeiramente com a posição de partida como referência, e, como mostra a Fig. 8(a), os desvios angulares acumulados, assinalados por uma bolinha vazia (o), são conectados por linhas retas para obter um gráfico de segmento. A precisão de posição, que é 0,15o nesta amostra, é definida como a máxima distância vertical entre bolinhas vazias. Nesse caso, a precisão de posição pode também ser definida como ± 0,075 o , mas esse nem sempre é o caso. As diferenças passo a passo com relação ao ângulo de passo nominal são assinaladas por uma bolinha preta (•) . Estas bolinhas pretas assinalam a diferença entre o ângulo de passo lido e a posição nominal de passo. O pico positivo ou negativo é o erro de posição de passo, e neste caso é 0.11o como mostra a figura. A Fig. 8(a) mostra o caso mais geral em que o espalhamento da precisão de posição é maior que o erro de posição de passo. Entretanto, como indica a Fig. 8(b), os dois erros são idênticos quando o desvio máximo positivo e o desvio máximo negativo ocorrem em posições adjacentes. Como visto neste exemplo, os erros de posição, para cada quatro passos, têm valores semelhantes. Teoricamente, se o rotor é perfeitamente simétrico com relação ao centro e se o passo dos dentes não apresentam variação, o erro de posição mostrará um padrão que se repete para cada quatro passos. Comportamento dinâmico excelente devido à elevada relação torque/inércia É desejável que um motor de passo se mova tão rapidamente quanto possível em resposta a um pulso ou a um trem de pulsos de entrada. Não somente exige-se para um motor de passo uma partida rápida, mas, também, uma parada rápida. Se o trem de pulsos é interrompido quando o motor está rodando, o motor deve ser capaz de parar na posição especificada pelo último pulso. Estas características dinâmicas excelentes são devidas a uma elevada relação torque/inércia do rotor, em um motor de passo, em comparação aos motores c.a. convencionais. A velocidade de rotação de um motor de passo é dada em termos do número de passos por segundo, e o termo taxa de passo (do inglês, stepping rate) freqüentemente é utilizado para indicar velocidade. Uma vez que, na maioria dos casos, o número dos pulsos aplicados ao controlador lógico é igual ao número de passos, a velocidade pode ser expressa em termos da freqüência de pulsos. Aqui, o hertz (Hz) é usado como unidade da taxa de passo, embora p.p.s. (ou os pulsos por segundo) e passos por segundo sejam bastante usadas. A taxa de passo não especifica a velocidade absoluta. A velocidade de rotação dos motores convencionais c.c. ou c.a. é geralmente medida em termos de revoluções por 8 minuto (ou RPM). Não é razoável usar 60s para medir a velocidade de um motor onde requer-se rápida aceleração e desaceleração, mas a velocidade em RPM, a taxa de passo, e a velocidade em passos por revolução estão relacionadas pela seguinte expressão: n = 60 f / S , (3) onde n é velocidade de rotação em RPM, f é taxa de passo em Hz e S é a velocidade em passos/rev. Na maioria das aplicações, como o movimento do motor é convertido através de uma correia ou engrenagens, a velocidade absoluta não é de fundamental importância. Mais importante é saber quão rapidamente um motor é capaz de seguir o comando do movimento. Classificação dos motores de passo Existe ma grande variedade de motores elétricos e o motor de passo possui diversas classificações de acordo com o tipo da estrutura da máquina e o princípio de operação. Motor de Relutância Variável (RV) O motor de passo de relutância variável, ou motor RV, pode ser considerado como sendo o tipo básico de motor de passo. A estrutura interna de um motor RV é ilustrada na Fig. 9. A seção transversal de um motor simples desta categoria é ilustrada na Fig. 10 para facilitar a explanação dos princípios básicos do motor. Este é um motor trifásico que tem seis dentes salientes no estator. Quaisquer dois dentes opostos do estator, que estão defasados em 180o um do outro, pertencem à mesma fase; isto é, as bobinas de cada um dos dentes opostos estão conectadas em série ou em paralelo (na figura estão conectadas em série). O rotor tem quatro dentes. O núcleo do estator e do rotor é feito normalmente do aço silício laminado, mas os rotores sólidos de aço silício são empregados extensivamente. Os materiais tanto do estator como do rotor devem ter alta permeabilidade e permitir que um elevado fluxo magnético passe através deles mesmo sob fraca força magnetomotriz. Fig. 9 – Vista em corte de um motor RV de única pilha (cortesia MINEBEA Co. Ltda). Verifiquemos se os dois dentes do estator em uma fase devem ter a mesma polaridade magnética ou polaridades opostas. Vamos supor nesse exemplo, embora isto tenha conexões com outras questões, que os dois dentes tenham polaridades opostas. Assim, na Fig. 10, os dentes 1, 2, e 3 formam o pólo norte e aos dentes 1', 2', e 3' o pólo sul, sob excitação. 9 Fig. 10 – Modelo da seção transversal de um motor de passo RV trifásico e arranjo das bobinas. A corrente em cada fase é controlada no modo liga/desliga pelas suas chaves respectivas. Se uma corrente é aplicada às bobinas da fase Phl, ou, em outras palavras, se Ph1 for excitada, o fluxo magnético ocorrerá como mostra a Fig. 11. O rotor será posicionado, então, de modo que os dentes 1 e 1' do estator e quaisquer dois dentes do rotor estejam alinhados. Assim, quando os dentes do rotor e do estator estão alinhados, a relutância magnética é minimizada, e este estado fornece uma posição de repouso ou de equilíbrio. Se o rotor tende a se mover afastando da posição de equilíbrio devido a algum torque externo aplicado ao eixo do rotor, um torque de restauração será gerado como mostra a Fig.12. Nesta figura, o torque externo é aplicado para girar o rotor no sentido horário e o rotor é deslocado no mesmo sentido. Isto resulta na deformação das linhas de fluxo do campo magnético nas bordas dos dentes do estator e do rotor. Conhecido como tensão de Maxwell, as linhas magnéticas de intensidade têm uma forte tensão, ou em outras palavras, as linhas do campo magnético têm a tendência de tornarem-se tão curtas e retas quanto possível (como molas elásticas). Na Fig. 12 este efeito é observado nas bordas dos dentes, criando um torque contrário, no sentido anti-horário, para restaurar o alinhamento com o dente do estator. Fig. 11 – Posição de equilíbrio com Ph1 excitada. Fig. 12 – A deformação das linhas de fluxo magnético causam torque. 10