Índice
1- ESTACÃO DE AVISOS DE LEIRIA
Pág.
2
1.1- Historial
2
1.2- Recursos humanos e técnicos
3
1.3- Rede biológica/fenológica e meteorológica
3
2- ACTIVIDADES REALIZADAS PELA ESTAÇÃO DE AVISOS
5
DE LEIRIA
2.1- Utentes inscritos e Boletins emitidos
5
2.2- Resumo das condições meteorológicas
5
2.3- Resumo do ano agrícola de 2011
7
2.3.1- Pomóideas
7
2.3.2- Vinha
9
2.3.3- Oliveira
10
2.4- Evolução dos inimigos das culturas
2.4.1- Vinha
12
12
2.4.1.1 – Pragas
12
2.4.1.2 – Doenças
14
2.4.2- Pomóideas
20
2.4.2.1- Pragas
20
2.4.2.2- Doenças
27
2.4.3- Olival
30
2.4.3.1- Pragas
30
2.4.3.2- Doenças
35
2.5- Balanço fitossanitário
37
3- OUTRAS ACTIVIDADES
39
3.1- Condicionamento da vinha
39
3.2 – Acções de sensibilização/divulgação de
40
metodologias dos avisos
3.3- Ensaios inseridos na candidatura da ex-DRABL ao Programa Agro
40
1
1- ESTACÃO DE AVISOS DE LEIRIA
1.1- Historial
A Estação de Avisos de Leiria é um serviço da responsabilidade do Ministério da
Agricultura, está afecta à Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPCentro)–
Divisão de Protecção da Qualidade da Produção – e é supervisionado pelo Serviço Nacional de
Avisos Agrícolas (SNAA).
Territorialmente inclui a área dos concelhos de Leiria, Ansião, Pombal, Marinha
Grande, Batalha, Porto de Mós e Alvaiázere, dispondo de uma rede meteorológica e
biológica/fenológica. As principais culturas abrangidas, desde o início, são as pomóideas, a
vinha e o olival.
O papel dos Avisos consiste na emissão de uma circular de aviso com indicação para a
realização dos tratamentos nas alturas mais oportunas bem como listas para os produtos
fitofarmacêuticos homologados, dentro de uma boa prática agrícola.
1995 foi o ano de inauguração desta Estação de Avisos. Instalaram-se 8 Estações
Meteorológicas Automáticas (EMAs), foi adquirido material informático (computador e
impressora) e material de laboratório de apoio: frigorífico, estufa, microscópio, lupa biocular,
pinças, bistoris etc…
Em 1996 e 1997 decorreram as fases experimentais desta Estação através da testagem
do software das EMAS.
Em 1998 esta Estação de Avisos entrou oficialmente em funcionamento, formada por
dois técnicos, tendo contado nas campanhas de 1998 e 1999 com a colaboração de uma
técnica profissional.
Em 2001 e 2002 esta Estação teve a colaboração de uma estagiária mas desde então
restringe-se aos dois técnicos.
2
1.2- Recursos humanos e técnicos
Desde 1995, fazem parte desta Estação de Avisos 2 elementos: Marta Maria Filipe de
Oliveira Caetano (Eng.ª Agrária) e José Manuel Heleno Batalha (Engº Técº Agrário).
A Estação de Avisos ocupa dois gabinetes do Edifício da DRABL em Leiria, sendo um dos
quais um pequeno laboratório onde se encontra o material técnico usado na execução dos
trabalhos:
- 1 microscópio Olympus Ch-2, lâminas e lamelas
- 1 lupa binocular Olympus SZ60
- 1 máquina dobradoura de papel
- 1 Estufa Heraeus
- 1 Frigorífico Edesa
- 1 computador Azus Version New PCB R2.0
- 1 impressora/ scanner/ copiadora hp750
- 8 Estações Meteorológicas Automáticas (EMAs): 6 da marca Campbell e 2 da Vórtice
- 1 insectário
- 1 termopluviohumectógrafo
- Material de laboratório (pinças, agulhas, placas de petri, lâminas, lamelas…)
1.3- Rede meteorológica e biológica/fenológica
Para a elaboração dos boletins fitossanitários, a Estação de Avisos de Leiria, a mais
recente estação pública, está equipada com 8 EMAs (não possuindo nenhuma estação
meteorológica clássica de apoio) e vários postos de observação biológicos para as culturas
que supervisiona (Fig. 1).
Em 2007, a transmissão de dados das Estações Automáticas passou a ser feita via GSM
tendo sido substituído o modem e requalificadas todas as Estações, algumas delas
deslocalizadas. Na requalificação, os sensores de humidade e temperatura e folha molhada
foram calibrados assim como os hudómetros. Para além desta tarefa, a empresa “Quantific”
ficou também responsável pela manutenção de todo o equipamento. Toda esta remodelação
3
ficou abrangida pelo projecto AGRO 8.2 no que diz respeito à modernização do Serviço
Nacional dos avisos Agrícolas e só ficou concluída em finais de 2007, pelo que até meados
deste ano apenas era possível aceder aos dados de 4 EMAs tal como em 2006.
As estações emitem dados diários e horários de temperatura (máxima, mínima e
média), humidade e precipitação que chegam ao computador central da Estação de Avisos via
modem. Os sensores de folha molhada permitem determinar o número de horas que a folha
permaneceu molhada no dia. Este valor deverá ser comparado com o obtido no
termopluviohumectógrafo para averiguar a sua fiabilidade.
A Estação de Avisos recorre ainda a uma rede de postos de observação biológicos
(POB), onde são colocadas armadilhas para acompanhamento do voo das pragas e onde se
observam semanalmente os vários órgãos da planta de acordo com o estado de
desenvolvimento da planta e o dos seus inimigos. Esta informação é depois cruzada com os
dados climáticos extraídos das EMAS e com os conhecimentos sobre bioecologia dos inimigos
para os quais emitimos avisos, permitindo, depois, determinar as alturas mais oportunas para
a realização dos tratamentos.
Figura 1 – Rede meteorológica e biológica/fenológica da Estação de Avisos de Leiria em 2010.
4
2- ACTIVIDADES REALIZADAS PELA ESTAÇÃO DE AVISOS DE LEIRIA
2.1- Utentes inscritos e boletins emitidos
Em 2009 registaram-se 150 inscrições, número que tem diminuído de forma gradual,
consequência também do arranque da vinha. É notório o desânimo sentido por parte dos
agricultores devido à falta de rendimento que esta actividade confere. A sua dureza e exigência
em termos humanos e a falta de quem lhes suceda no sector tem poderá agravar ainda mais esta
situação. Se antes sentiam esse trabalho monetariamente compensado, e eram muitos os que
viviam exclusivamente dela, actualmente não conseguem competir com a elevada concorrência
do mercado externo e os preços dos produtos não pagam, na maior parte das vezes, os encargos
subjacentes.
Num inquérito efectuado em 2005, por esta Estação de Avisos aos seus utentes, era-lhe
reconhecido valor na sua actividade. Em 2006 voltamos a questionar se estavam satisfeitos com
o serviço e quais as sugestões que propunham para melhorá-lo e sentimos que este serviço era
muito importante para todos, no entanto, dada a conjuntura desfavorável que este sector
atravessa, teme-se uma quebra sentida na adesão a este serviço.
Os utentes incluem: agricultores, cooperativas e adegas, serviços oficiais e particulares,
que por sua vez fazem chegar os avisos a outros agricultores não inscritos pelo que o número de
agricultores a beneficiar deste serviço é muito superior ao número de utentes inscritos. O valor
da assinatura anual foi de 13,31€.
Foram emitidas 16 circulares contendo avisos para o tratamento das principais pragas e
doenças das pomóideas, vinha e olival, bem como a indicação dos produtos homologados para o
seu combate e informações para alguns inimigos do pessegueiro e citrinos.
2.2- Resumo das condições meteorológicas
As condições atmosféricas são determinantes não só no desenvolvimento dos inimigos
das culturas como das próprias culturas existindo fases particularmente sensíveis,
nomeadamente altura da floração-vingamento dos frutos e crescimento dos frutos, no início
quando ainda são pequenosl, para impedir que eles se deformem, e na parte final para se
atingirem bons calibres e índices de maturação.
5
As condições atmosféricas ocorridas em 2010 estão resumidas nas figuras 2, 3 e 4 que
revelam a temperatura e precipitação ocorridas em duas EMAs situadas em Leiria Porto Mós
e Pombal.
Analisando as figuras 2, 3 e 4, a precipitação foi superior comparativamente aos
últimos 3 anos, sendo mais semelhante a 2008, intensa nos meses de Janeiro e Fevereiro, mas
também em Março e Abril. Na Primavera devido aos períodos chuvosos alguns agricultores
tiveram dificuldade em entrar nos tratamentos para tratar. O Verão foi mais seco do que em
2009 não facilitando a instalação de fungos e podridões, parasitas habituais nesta altura do
ano, em vinha e olival, e facilitando a vindima e a apanha da fruta e da azeitona.
Relativamente à temperatura, o Verão foi mais quente do que em 2009 com alguns
picos que provocaram escaldão na fruta. O Inverno foi muito rigoroso, tal como nos dois
últimos anos, embora as baixas temperaturas só se começaram sentir a partir de Janeiro com
as temperaturas a descerem abaixo dos 0º durante dias seguidos.
ºC
Prec
300
35
250
30
T Máx
25
T. Med
200
T. Min
mm
20
150
15
100
10
50
5
0
0
Meses
Fig 2- Média da temperatura máxima, mínima e média e precipitação total registados no
posto meteorológico da Eiras da Lagoa, concelho de Leiria, em 2010.
6
ºC
35
250
30
200
25
150
mm
20
Prec
T Min
T Máx
T Med
15
100
10
50
5
0
0
Meses
Fig 3- Média da temperatura máxima, mínima e média e precipitação total registados no posto
meteorológico de Alcaria, concelho de Porto Mós, em 2010.
.
ºC
240
220
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
40
Prec
T Min
35
30
T Máx
mm
25
20
15
10
5
0
Meses
Fig 4- Média da temperatura máxima, mínima e média e precipitação total registados no
posto meteorológico de Abiul, concelho de Pombal, em 2010.
2.3 - Resumo do ano agrícola das culturas
2.3.1- Pomóideas
Existe uma grande heterogeneidade na região derivada aos microclimas existentes e
que são consequência do próprio relevo que a caracteriza, constituída por zonas
7
montanhosas, zonas de planalto e zonas mais baixas. Isto tem reflexos a todos os níveis e as
diferenças nos concelhos de Porto Mós, Leiria e Batalha são muito evidentes. Em Porto Mós
notaram-se maus vingamentos nas galas, mas em Leiria esta situação estendeu-se a outras
variedades onde a uma boa floração seguiram-se as geadas e muita fruta se perdeu.
Registou-se uma diminuição da produção cuja média rondou os 25%. Para esta
redução contribuiu o facto da rebentação ter acontecido mais tarde e acolheita dentro da
altura normal, ou seja, a fruta manteve-se menos tempo na árvore.
No fim da campanha o tempo permaneceu seco e mesmo com as reservas de água
existentes no solo, a rega e monda dos frutos que os agricultores já se habituaram a realizar e
a aceitar como prática necessária para se atingir uma boa qualidade de fruta, os calibres
revelaram-se pequenos, contrariamente a 2009 onde a temperatura amena e constante
durante toda a campanha puxou pela fruta contribuindo para um aumento da produção e
bom calibre.
Em termos sanitários o pedrado surgiu em toda a região como em 2008 e 2009.
Registaram-se vários períodos de infecção como em2009 onde os períodos de chuva foram
intensos e mais frequentes do que no ano anterior e o pedrado espalhou-se pela região. É
muito importante segurar a doença logo de início tratando com oportunidade e com os
produtos adequados. Quem assim o fez não teve grandes problemas. Para além do pedrado,
o cancro teve boas condições para se dispersar principalmente nas variedades vermelhas.
Segundo os técnicos das fruteiras a incidência de bitter-pit está a ser tão evidente como em
2008, contribuindo para isso as oscilações de temperaturas ocorridas durante a campanha.
As macieiras rebentaram mais tarde comparativamente a 2009, tal como a floração. A
maturação foi muito rápida e os frutos chegaram ao fim com pouca cor. Enquanto que em
2009 as temperaturas amenas puxaram bem pela fruta que adiantou em toda a região, em
certos locais em 3 semanas, este ano, os picos de calor registados bloquearam o
desenvolvimento da maçã resultando ainda perdas devido ao escaldão. Na figura 5 estão
referenciadas as datas dos estados fenológicos da macieira. Apesar da rebentação tardia, a
colheita decorreu dentro do período normal resultando fruta de baixos calibres por ter
permanecido menos tempo na árvore. A maturação depende das variedades, mas nas
dominantes nesta região, esta fase decorre entre fins de Julho e meados de Outubro.
8
E. F. A
Data Fev
C
29– Mar
D
5–Abr
E
E2
12-Abr 19-Abr
F
G
I
J
23-Abr 3- Maio 7– Maio 17-Maio
Fig 5 – Datas dos estados fenológicos dominantes da macieira na região de Leiria em 2010.
2.3.2- Vinha
Na vinha, e no que respeita á produção, o ano revelou-se ainda melhor que 2009, que
já tinha sido superior que 2008. O ano foi seco no final da campanha como em 2008 e 2009 e
correu bem na altura da colheita permitindo uma vindima sem complicações.
Os cachos não se apresentaram tão cheios como em 2009. A chuva intensa que caiu,
contribuiu para atestar o nível freático dos terrenos compensando as alturas de menor queda
pluviométrica. O Verão foi ainda mais seco do que em 2009. Esta maior produção não foi
acompanhada de maior qualidade uma vez que os vinhos têm menos cor e apresentam-se
mais instáveis. Os picos de calor têm reflexos ao nível do desenvolvimento dos frutos
bloqueando muitas vezes as reacções físico-químicas. Em 2009 a qualidade dos vinhos foi
muito boa, tanto nos brancos como nos tintos.
Quanto aos inimigos das culturas, o míldio manifestou-se de forma mais expressiva do
que 2009 com prejuízos da ordem dos 20% para quem descurou os tratamentos. Quem
travou a doença de início conseguiu chegar ao fim sem grandes problemas. Os sintomas no
final da campanha verificaram-se essencialmente ao nível das folhas, uma vez que a partir de
dada altura o fungo não consegue penetrar nos cachos.
O bago negro “black rot” continua a aparecer embora de forma muito esporádica e
por essa razão voltou a não ser feita qualquer referência a ele nas nossas circulares.
O oídio é considerado nesta região o principal inimigo da vinha e este ano a sua
manifestação foi evidente mas controlada. Os tratamentos à floração-alimpa são muito
eficazes no controlo desta doença e ajudam a mantê-la controlada.. Em vinhas pouco arejadas
9
onde os cachos permanecem escondidos, esta doença contribuiu para alguma perda de
produção.
No que respeita ao ciclo vegetativo da cultura, as datas representam uma média na
região uma vez que ela é distinta, constituída por vários microclimas, e para além disso as
castas encontram-se misturadas. Na figura 4 estão definidas as datas dos estados fenológicos
da vinha em geral.
O abrolhamento tem acontecido incerto não só de uns anos para os outros, como
dentro da região. O abrolhamento atrasou-se 2 semanas relativamente a 2009. O tempo,
apesar de frio ocorrido no Inverno não antecipou o abrolhamento como aconteceu no ano
passado, no entanto, não se registaram grandes diferenças nas alturas em que ocorreram os
restantes estados fenológicos e o pintor teve início na mesma altura que 2009. Mantém-se a
irregularidade da rebentação.
Vindima
E. F.
Data
A
C
Fev 22-Mar
E
F
H
5-Abr 19-Abr 17-Mai
I
J
24-Mai 25- Mai 15- Jun
K
23-Jun
L
M
13 –Jul 20-Jul 20 - Set
Fig 4- Datas dos estados fenológicos (E. F.) dominantes nas vinhas da região de Leiria em 2010.
2.3.3- Olival
No olival, a qualidade do azeite tem-se apresentadao boa, o que é uma realidade na
região de á uns anos a esta parte. O rendimento deste ano tem variado conforme a altura da
apanha da azeitona. Quem apanhou cedo apresenta uma funda de 10-12%, mas para
colheitas mais tardias o rendimento tem sido superior a 16% uma vez que a azeitona
apresenta mais óleo. O fruto apresentou-se engelhado devido ao tempo seco decorrido no
Verão e final de Verão. Apesar do tempo seco, existiram dois períodos chuvosos intensos que
despoletaram as infecções de gafa que se observaram em vários olivais mas sem prejuízos a
considerar. O receio da doença alastrar motivou a colheita precoce de alguns olivais. O azeite
10
tem revelado ser de grande qualidade com um índice de acidez rondando os 0,5%. Em 2006
esta doença foi responsável em certos casos por perdas quase totais de produção e por
azeites de má qualidade. A incidência da mosca foi ainda mais baixa do que 2009. O frio
sentido durante o Inverno provocou uma elevada mortalidade das pupas (forma hibernante
deste insecto durante o Inverno) e o nível populacional baixou.
A produção no geral foi boa, verificou-se, contudo, uma heterogeneidade na região
com olivais a produzirem muito bem e outros a denotar-se a contra-safra por o ano de 2009
ter sido muito produtivo. O tempo uniforme ocorrido por altura da floração contribuiu para
um bom vingamento dos frutos, contrariamente a 2008 onde as chuvas ocorridas nesta altura
contribuíram para a ocorrência de bagoinha e a produção no geral não foi uniforme. Como
vem sendo habitual, a produção na região de Pombal e Alvaiázere foi menor do que em Porto
Mós e Leiria.
O abrolhamento é normalmente tardio e este ano assim sucedeu e a apanha acabou
por atrasar quase duas semanas. As azeitonas começaram a pintar igualmente mais tarde. Na
figura 6 pode observar-se os estados fenológicos da oliveira e respectivas datas dominantes
na região. Em meados de Novembro os olivais da região de Leiria e Porto Mós estavam com a
azeitona colhida, enquanto em Alvaiázere e Ansião a colheita só aconteceu início de
Dezembro, por serem zonas mais tardias.
E. F.
Data
A
B
C
Mar
19 –Mar
5 –Abr
E
10–Mai
F
17- Mai
I
J
28 –Mai 10–Jun
Fig 6 – Datas dos estados fenológicos da oliveira dominantes na região de Leiria em 2010.
11
2.4- Evolução dos inimigos das culturas
2.4.1- Vinha
2.4.1.1- Pragas
Traça da uva (Lobesia botrana)
Esta praga tem tido pouco impacto na região sendo mais evidente este efeito desde
2006. Este ano aquela curva foi ainda menos pronunciada do que a observada em 2008 e
2009, em todos os postos de observação biológicos (fig. 8), sendo que, no posto de Pombal,
desde 2007 que o voo da traça é insignificante.
Tal como em 2009, este ano a primeira geração foi a mais forte das três gerações que
constitui o ciclo de vida desta praga, contrariamente ao que se tem passado em 2007 e 2008.
Esta geração ataca as inflorescencias e o seu ataque tem o efeito de monda natural
impedindo que os futuros cachos não fiquem demasiado compactos pelo que normalmente
não se aconselha tratar tal como foi avisado a 20 de Maio (circular n.º 7), um mês depois
comparativamente a 2009, uma vez que este primeiro pico foi igualmente inferior. As
capturas, no ano passado foram até às 150/semana em Porto Mós, e este ano apenas chegou
às 70 no posto das Alcanadas. Nos restantes Postos de Observação Biológicos (POBs) as
capturas não ultrapassaram as 30 capturas por semana. Foram observados poucos ninhos
nesta geração, tal como nos últimos anos, e não se atingiu o NEA em qualquer POB. O
acréscimo de incidência desta praga na primeira geração obrigou a uma maior vigilância para
as duas gerações seguintes. O pico do voo desta geração foi atingido, tal como em 2009, na
terceira semana de Abril, 1 mês mais tarde do que em 2008.
A segunda geração foi muito inferior à primeira e dentro dos mesmos valores do
observado em 2008 e 2009 para todos os POBs, com um pico pouco saliente a ser atingido na
segunda semana de Junho e o posto de Pombal, contrariamente a 2007, novamente a registar
o menor número de capturas. A 9 de Junho foi emitido um aviso que referia que o voo estava
parado e não se aconselhava a tratar. A 22 de Junho referia-se que o voo da segunda
geração já tinha começado, mas era fraco e para aguardarem por novas indicações. No dia 30
Junho emitiu-se a circular nº11 onde se aconselhava a tratar nas vinhas mais atacadas. O nível
de posturas nos bagos foi baixo e não se fez referência a esta praga nas circulares emitidas.
12
ALCANADAS
80
P. MÓS
70
MOURÃ
N.º Capturas
60
POMBAL
50
40
30
20
10
0
Fig 8
- Curva de voo da traça da uva em postos biológicos da região de Leiria em 2010.
Em 2006 a terceira geração foi fraca, comparativamente às anteriores. Em 2007 e 2008
esta situação inverteu-se e em 2009 e este ano esta geração voltou novamente a revelar-se
fraca reforçando a ideia da não existência de uma ligação directa nas
capturas entre
gerações, uma vez que a primeira foi forte mas as duas seguintes foram bem mais fracas. A
última geração foi mais fraca que a segunda geração com o posto da Mourã a evidenciar-se
mais este ano comparativamente a 2009 onde o posto de Porto de Mós se evidenciou. O voo
teve início no final de Julho, tal como nos últimos anos e atingiu um pico em meados de
Agosto, tal como em 2009. A 10 de Agosto, na circular n.º 13, referia-se que o voo da terceira
geração já se tinha iniciado e aconselhava a tratar as vinhas mais atacadas, aconselhamento
reforçado a 27 de Agosto. O NEA que nesta fase é muito curto: 1 a 10% de bagos atacados e
foi atingido nos postos de Alcanadas (Batalha) e Porto Mós, mas com menos posturas
comparativamente a 2008.
Nesta fase, é necessário ter cautela nos tratamentos, uma vez que estamos já perto
da colheita a temos que atender aos Intervalos de Segurança (I.S.) dos produtos. O
tratamento aqui, mais do que evitar perdas de produção, vai prevenir a instalação da
podridão que aproveita as feridas provocadas pelas lagartas nos bagos para se desenvolver.
No final da campanha não se verificaram estragos causados pela traça.
13
Cochonilha algodão (Planococcus ficus)
O panorama desta praga continua a ser o mesmo de anos anteriores. É uma praga que
se apresenta muito localizada nas vinhas da região mas que se não for tratada pode dar cabo
da produção.
O tratamento de Inverno passa pela descamação da casca, uma vez que as cochonilhas
se instalam debaixo do ritidoma, seguida de uma pulverização molhando bem o tronco com
óleo de Verão a alta pressão. A 2 de Fevereiro e a 8 de Março aconselhava-se a descascar e
pulverizar o tronco com um produto à base de óleo de verão ou clorpirifos. A 9 de Junho
aconselhava-se a uma observação mais atenta e a tratar se detectasse as jovens larvas a
passear, aplicando o clorpirifos ou óleo de verão, evitando mais tarde que os pampanos
apresentem sintomas de ferrujão – presença de fumagina, facilitando também a vindima.
2.4.1.2- Doenças
Míldio (Plasmopora viticola)
2010 foi um ano com mais míldio do que 2008 e 2009, no entanto, quem agarrou a
doença de início, não teve grandes problemas. Foi notório que quem se descuidou nos
tratamentos chegou ao fim com prejuízos que rondaram os 25%, mas que chegaram aos 50%
em algumas situações.
Como vem sendo habitual, os oósporos começaram a ser colocados na estufa em
meados de Fevereiro demorando mais de 4 dias a germinarem a uma temperatura de 22ºC. A
partir de 30 de Março o tempo de germinação diminuiu para 3 dias, tendo-se observado
zoósporos no dia 7 de Abril. A germinação em menos de 24 horas só aconteceu na terceira
semana de Abril, mais tarde um mês do que é habitual, em Leiria, e a germinação foi fraca. Os
insectos de solo e a extrema humidade do solo dificultam esta operação uma vez que
danificam e destroem as folhas.
Em 2008 ficaram definidos 8 períodos de infecção desta doença, em 2009 diminuiu
para 6 períodos e este ano temos apenas 4 períodos que podem ser observados ao longo do
ano e que estão distribuídos na escala temporal definida na figura 9. Apesar do menor
número de períodos de chuva, cada um deles foi muito intenso, chovendo 6 e 7 dias seguidos
causando infecções graves.
14
O início de cada período está assinalado com um círculo oval, que corresponde ao dia
em que ocorreu infecção, e termina com a data prevista para o aparecimento das manchas.
Estão indicadas com setas as 6 circulares de avisos emitidas com referência a esta doença e os
sms emitidos.
SMS
13
1 ABR
15 ABR
4
1 MAI
AVISO
28 ABR
SMS
7
20
15 MAI
AVISO
7 MAI
24
4
1 JUN
AVISO
AVISO
20 MAI 28 MAI
SMS
8
15
15 JUN
AVISO
9 JUN
1 JUL
15 JUL
AVISO
30 JUN
30 JUL
15 AGO
AVISO
10 AGO
Figura 9- Períodos de infecção de míldio registados ao longo do ano de 2010.
As vinhas e as culturas no seu geral, atrasaram-se este ano, contrariamente ao ano
anterior.
O primeiro período real de infecção ocorreu na semana de 13-18 de Abril, com a chuva
a cair de forma continuada. A quantidade de precipitação foi muito superior a 10mm e os
crescimentos dos pampanos rondavam os 10cm, quando no ano passado, nesta altura já
tinham atingido os 15-20cm. As temperaturas mínimas situavam-se nos 10ºC, pelo que
estavam reunidas as três condições para a ocorrência de infecções provocada por este fungo.
Com o tempo frio que se fazia sentir, só se previa a eclosão das manchas daí a mais de 2
semanas, para o dia 4 de Maio. A 28 de Abril, foi emitida uma circular de aviso referindo que
ainda não se tinha observado focos de míldio e desprezou-se este período de infecção por
muitas das vinhas na região estarem atrasadas. Alertou-se para os agricultores se manterem
atentos e usarem um produto de acção preventiva antes das chuvas e depois destas, dar
preferência a um produto de acção curativo. Foi enviada uma listagem de substâncias activas
e produtos homologados para o míldio, oídio e podridão cinzenta.
A 7 de Maio, foi enviada uma circular de aviso e um sms. Tinha início o segundo
período de infecção de míldio cujas manchas estavam previstas surgirem a 20 de Maio. Nessa
circular referia-se que para quem tinha recebido o sms e tratado de imediato tinha ficado
com a vinha protegida. Para quem assim não tivesse feito, para tratar antes do dia 20.
15
A 6 de Maio foi observada a primeira mancha de míldio na vinha da Mourã e a 10 em
Porto Mós. Em Pombal foram observados focos de míldio com muita gravidade em 11 de
Junho e que juntamente com o oídio foram-se agravando até ao final da campanha
resultando daqui prejuízos na ordem dos 70%. Os tratamentos só ao fim-de-semana ditaram
o sacrifício da cultura.
O terceiro período de infecção teve início a 24 de Maio com previsão de ocorrência de
manchas a 1 de Junho. Para cobrir esta infecção foi enviada a circular n.º 8 de 28 de Maio
onde referia que existiam ataques fortes na região, devendo manter a vinha protegida tendo
cuidado principalmente ao nível dos cachos uma vez que estes estavam numa fase muito
perigosa. Aconselhava-se a utilizarem produtos mistos (sistémicos mais contacto) se o tempo
decorrer chuvoso, ou só de contacto, no caso de permanecer seco, para combaterem o
elevado número de manchas existentes.
A 9 de Junho, na circular de aviso n.º 9, referia-se as chuvas ocorridas dos últimos dias,
dando-se início ao quarto período de infecção que durou 7 dias e que agravou ainda mais o
desenvolvimento desta doença. Foi mencionado o envio do sms e para quem tinha tratado
nos três dias seguintes que tinha ficado com a vinha protegida, e para quem assim não tinha
feito para o fazer até dia 15 com um produto de contacto caso o tempo decorresse chuvoso
por essa altura.
A 30 de Junho, na circular n,.º 11 referia-se a previsão de chuva para os próximos dias
e para tratar quem não tivesse a vinha protegida, no entanto, não se confirmou este período
de infecção. A incidência desta doença ditava contudo muito cuidado.
A última circular de aviso emitida para esta doença foi a 10 de Agosto onde se
mencionava que este fungo continuava activo ao nível das folhas localizadas na ponta dos
ramos mas que ao nível dos cachos ele já não causava problemas. Para diminuir a incidência
de inoculo para o próximo ano, aconselhava-se a tratar com um produto à base de cobre.
Em 2007 manifestou-se um descontrolo no controlo desta doença a partir do início de
Junho até ao fim da campanha. A incidência desta doença foi muito menor em 2008 e 2009,
tendo sido bem controlada logo de início e não gerou prejuízos no final da campanha. Este
ano, os ataque de míldio foram mais graves, embora não tanto como em 2007, apesar de
apenas ter sucedido 4 períodos de infecção, menos dois que em 2009 e menos 4 que em
2008, e fez-se referência a esta doença em 7 circulares.
16
OÍDIO (Uncinula necator)
Este é considerado o inimigo chave da vinha nesta região. Em 2007 e 2008 os anos
decorreram húmidos e apesar do crescimento exuberante dos lançamentos que fecharam as
copas das vinhas, os ataques de oídio não foram tão intensos como em anos anteriores. A
chuva, contrariamente ao míldio, não favorece o desenvolvimento desta doença. Os
agricultores encontram-se já muito sensibilizados através de acções que já foram realizadas e
pela referência nas nossas circulares no sentido de despamparem as vinhas favorecendo
desta forma o arejamento e diminuindo a incidência desta doença.
Foram observados ataques intensos em 2009, entre finais de Maio até meados de
Agosto. Este ano a expressão desta doença foi dentro do que é habitual na região. Em vinhas
onde habitualmente se forma o chapéu devido à rama excessiva, registaram-se elevados
prejuízos de oídio. As referências a esta doença tiveram início a 14 de Abril alertando para o
tratamento aos cachos visíveis, fase muito sensível da doença e aconselhava-se à realização
de um tratamento à base de enxofre em pó na dose de 25kg/ha, deixando uma fina camada
em cima das folhas. A partir desta fase e até ao pintor e desde que haja condições de
humidade é necessário que as vinhas estejam protegidas, existem contudo, alturas de maior
sensibilidade a esta doença.
Aconselhou-se um segundo tratamento a 20 de Maio (circular n.º 7) numa altura em
que a vinha estava em floração. Em 28 de Maio (circular n.º 8) as vinhas encontravam-se na
fase da floração/alimpa devendo dar preferência também ao enxofre em pó que faz aumentar
a temperatura junto às flores e favorece o vingamento dos frutos. Referia-se ainda para não
se aplicarem sistémicos no caso da doença estar instalada para evitar resistências. Na circular
de 9 de Junho fez-se referência aos focos intensos observados na região e para aplicar
produtos sistémicos, devido à pressão da doença, se não se observassem sintomas. Em
Pombal observaram-se intensos ataques desta doença e também de míldio a partir deste
mês. Nas circulares de 22 e 30 de Junho e na circular de 16 de Julho, aconselhava-se a
manterem as vinhas protegidas até ao pintor uma vez que a pressão da doença era muita
devido aos orvalhos matinais serem nesta altura frequentes. Os enxofres molháveis nesta fase
são pouco eficazes. Os produtos sistémicos sé devem ser utilizados quando a pressão da
doença é muita e desde que não haja focos declarados de infecção devido aos problemas de
resistência que podem causar devendo manter as vinhas protegidas devido à instabilidade
17
meteorológica aconselhando a aplicação de produtos à base de enxofre em pó ou dinocape
evitando as horas de maior calor.
PODRIDÃO CINZENTA (Botrytis cinérea)
Tal como nos dois últimos anos, este ano voltou a decorrer sem problemas com esta
doença, uma vez que o tempo que antecedeu as vindimas e as próprias vindimas decorreram
sem chuva. Os casos pontuais que ocorreram deveram-se ao descuido em relação aos
tratamentos e ao facto de manterem a vinha muito fechada impedindo o arejamento. Apesar
da incidência de oídio, a traça foi um inimigo cuja presença foi muito pouco significativa. Estes
dois inimigos são percursores da podridão, no entanto, foi a ausência de chuva a principal
responsável pela baixa incidência desta doença.
28 de Maio (circular n.º 10) as vinhas encontravam-se no estado fenológico
floração/alimpa, fase muito sensível a esta doença devido ao risco do fungo poder ser
arrastado para as sementes, pelo que se aconselhava a tratarem. Chamava-se a atenção para
a Primavera chuvosa que tinha
provocado um desenvolvimento exuberante das cepas
formando o típico “chapéu” aconselhando-se a travar o crescimento vigoroso dos pâmpanos
e a retirar o excesso da rama através do desladroamento, desparra, desponta e
embardamento tornando mais eficazes os tratamentos.
A 30 de Junho (circular n.º11) referia-se que as vinhas se encontravam perto do fecho
dos cachos, aconselhando-se a tratar nas castas mais sensíveis e nas zonas mais baixas.
Para uma maior eficácia dos tratamentos aconselhava-se a arejarem os cachos
fazendo uma desfolha gradual começando pelo lado nascente e mais tarde do poente
evitando assim o escaldão nos cachos.
Com a entrada do pintor a sensibilidade a esta doença aumenta. Apesar do tempo não
se apresentar favorável ao desenvolvimento desta doença, para castas mais sensíveis
aconselhava-se a 10 de Agosto a tratar até 3 a 4 semanas molhando bem os cachos e a
respeitar o Intervalo de Segurança (IS) dos produtos. Considerou-se que a doença se
encontrava controlada uma vez que o tempo permaneceu seco.
Nos nossos postos de observação foram detectados ataques pontuais de botrytis mais
tarde do que em 2009. Entre Maio e Agosto apenas foram detectados focos muito
esporádicos que não justificavam qualquer tratamento.
18
ESCORIOSE (Phomopsis vitícola)
É uma doença em progressão na região que deixou de ser exclusiva de vinhas velhas. A
proliferação de viveiristas que vivem à margem da lei e que não cumprem os requisitos
necessários na produção de garfos sanitariamente isentos de doenças, tem favorecido a
disseminação desta doença. Vinhas com dois e três anos apresentam já sintomas de escoriose
comprometendo logo de início o vigor da videira, a sua formação e o rendimento. A poda
curta, a talão, a mais generalizada na região e a que apresenta menos custos por não
necessitar de empa, pode ser muito prejudicial para o rendimento da vinha uma vez que em
cepas com escoriose, os gomos da base podem não abrolhar e, a acontecer em talões, a
produção fica logo comprometida.
Apesar da Primavera não ter sido muito chuvosa é conveniente que nas vinhas
atacadas sejam efectuados tratamentos. Não se considera que esta doença tenha progredido
muito devido à sensibilidade cada vez maior dos agricultores relativamente a ela. Insistiu-se
novamente nas medidas profilácticas na altura da poda de forma a evitar a sua propagação e,
tratamentos químicos preventivos no estado D – E – Saída das folhas – folhas livres.
Informaram-se os agricultores das medidas profilácticas a implementar contra esta
doença a 2 de Fevereiro onde se chamava a atenção para:
a) podar as videiras mais infectadas no fim, deixando nestas mais dois gomos para o
caso dos da base não rebentarem,
b) queimar a lenha da poda,
c) não enxertar com garfos infectados,
d) desinfectar com lixívia o material de poda depois de podar videiras infectadas para
videiras sãs.
Na luta química preventiva, aconselhou-se tratar a 17 de Março (circular n.º 4) dando
à escolha duas estratégias:
a) duas intervenções com produtos não sistémicos (enxofre, folpete, mancozebe,
metirame, propinebe), sendo uma no estado D (saída das folhas) e outra no estado E (folhas
livres), ou
19
b) uma só intervenção com um produto sistémico (azoxistrobina, famoxadona + fosetil
de alumínio, folpete + fosetil de alumínio, mancozebe + fosetil de alumínio) no estado E
(folhas livres).
2.4.2- POMÓIDEAS
PRAGAS
BICHADO (Laysperesia pomonella)
Esta praga continua a ser muito importante, mas desde que tratada na altura oportuna
não causa grandes prejuízos. Nos últimos anos o bichado tem mantido voos ininterruptos sem
picos bem definidos durante toda a campanha. Em 2008 registaram-se 4 picos bem definidos
na curva de voo, mas este ano os picos não são tão bem definidos, tal como em 2009, sendo a
curva de voo muito semelhante ao ano passado mas com mais picos (Fig. 10). Verificou-se um
ligeiro pico no início de Maio e outro em meados de Junho referentes à primeira geração
desta praga e as capturas seguintes à segunda, com o número de capturas a elevar-se em
meados de Julho e depois na segunda e terceira semanas de Agosto. As armadilhas foram
colocadas no início de Abril, tal como em 2009.
Na circular de 9 de Junho, emitida um mês mais tarde que em 2009, referia-se que já
se tinha iniciado o voo da primeira geração, mais tarde que 2009 uma vez que a cultura
também se atrasou, e que apesar dos ventos não estarem favoráveis as posturas, as capturas
estavam a ser razoáveis, devendo tratar só se observasse entre 0,5 a 1% de frutos bichados .
O posto de Porto Mós registou um índice de capturas entre 10 a 15/semana, valor elevado
que justifica uma observação atenta aos frutos. Os outros dois postos registaram um índice de
capturas inferior. A 30 de Junho o voo da primeira geração intensificou-se e aconselhava-se à
realização de um tratamento no início da próxima semana.
Foram colocados casais em mangas de posturas a meados de Maio, no entanto, não
resultaram posturas possivelmente devido ao vento que se fazia sentir. Este facto foi visível
pela observação dos 1000 frutos, onde não se atingiu o NEA em nenhum dos POBs.
20
Curva de voo do Bichado - 2010
CORTES
P. MÓS
25
CONQUEIROS
N.º Capturas
20
15
10
5
0
Figura 10 - Curva de voo do bichado em postos biológicos na região de Leiria em 2010.
Na segunda geração, o voo registou dois picos não tão bem definidos como em 2008,
mas mais do que em 2009, em meados de Julho e em meados de Agosto. A 16 de Julho com o
posto das Cortes a ultrapassar as 15 capturas por semana aconselhava-se a tratar no caso de
não terem efectuado o tratamento aconselhado na última circular. Na circular n.º 13 de 10 de
Agosto, referia-se que o voo do bichado continuava muito activo e para observar 1000 frutos
e tratar se observasse 0,5 a 1% de frutos bichados .
O bichado atacou um pouco mais do que em 2009, registando-se no geral, muita
captura mas devido aos ventos sentidos, os prejuízos felizmente não corresponderam
LAGARTA MINEIRA (Phyllonorycter blancardella)
Confirma-se que desde que os pesticidas utilizados no combate a outras pragas sejam
oportunos, pouco agressivos para a fauna auxiliar e se rodem as famílias químicas dos
produtos, esta praga é perfeitamente controlável com poucos ou nenhum tratamento.
O desaparecimento do mercado de certas substâncias activas muito tóxicas para os
predadores desta praga fez descer significativamente a importância do seu ataque, de tal
maneira que nos últimos dois anos raramente verificamos ataques significativos desta lagarta.
21
Este ano a lagarta manteve-se em níveis ainda mais baixos comparativamente a 2009
(fig. 11). Em 2009 o posto das Cortes registou um nível de capturas acima das 400/semana,
mas este ano não foi para além das 140. Nos restantes postos os níveis de capturas situaramse ao mesmo nível que 2009.
Não foi enviada uma circular de aviso a referir esta praga uma vez que não se atingiu o
NEA em nenhum dos postos observados: 100 galerias em 100 folhas.
Curva de voo da lagarta mineira - 2010
CORTES
P. MÓS
200
CONQUEIROS
180
N.º de capturas
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Figura 11 - Curva de voo da lagarta mineira em postos biológicos na região de Leiria em 2010.
MOSCA DA FRUTA (Ceratitis capitata)
A mosca é considerada uma praga chave da macieira por atacar com intensidade
muito perto da colheita, existirem poucas soluções e o intervalo de segurança dos produtos
não permitir ao agricultor o seu combate de forma eficaz. Nesta região a praga encontra
hospedeiros e condições climáticas muito favoráveis ao seu desenvolvimento. Em 2008 o ano
não foi tão mau em macieiras como se esperava devido aos ataques inesperados em
variedades precoces do grupo gala. Os prejuízos apesar de existirem não foram maiores dos
observados em anos anteriores devido não só à grande sensibilização por parte dos
22
agricultores na aplicação no cedo de insecticidas bem como a utilização da captura em massa
e uso de medidas culturais para diminuir a densidade populacional desta praga.
Quer em 2007, quer em 2008, o voo teve início em meados de Julho, antecipando-se
um mês comparativamente a 2006, que foi um ano de baixa incidência da mosca. Em 2009 a
praga situou-se em níveis muito baixos e este ano desceram ainda mais. Poderá dizer-se que a
praga situou-se em níveis vestigiais uma vez que as capturas só tiveram início em Setembro e
só em finais de Setembro é que as capturas aumentaram ligeiramente no posto dos
Conqueiros que no ano passado chegou às 25 capturas por semana e este ano apenas às 7.
No posto das Cortes e Porto Mós, as capturas não foram além das 2 por semana.
Curva de voo da mosca da fruta - 2010
CORTES
8
P. MÓS
7
CONQUEIROS
N.º da capturas
6
5
4
3
2
1
0
Figura 12- Curva de voo da mosca da fruta em postos biológicos da região de Leiria em 2010.
É característico nesta praga ela intensificar-se a partir de meados de Setembro, altura
em que a maioria das variedades de maçã na região estão a entrar na maturação ou já se
encontram maduras e ficam mais susceptíveis. O ano passado e principalmente este ano os
tratamentos para as variedades do grupo gala e até das golden foram perfeitamente
dispensáveis, e mesmo das fuji que são colhidas em finais de Outubro.
Na circular n.º 13 de 10 de Agosto, aconselhou-se a não tratarem as maçãs uma vez
que não se justificava por não se observarem picadas nem se registarem capturas deste
insecto nas nossas armadilhas.
23
A 27 de Agosto, apesar do voo ser inexistente, fizemos uma ressalva para quem tivesse
a variedade golden e desejasse tratar por forma a respeitar o IS dos produtos.
A ausência de ataques nos figos e nas prunóideas faziam adivinhar um ano sem
grandes problemas no combate a esta praga.
O frio excessivo que se fez sentir em Janeiro e Fevereiro com temperaturas negativas e
a chuva durante dias seguidos causou uma elevada mortalidade nas pupas, forma através da
qual esta praga permanece de um ano para o outro, resultando numa população final muito
baixa. Esta situação foi semelhante à observada em outras regiões do país normalmente
atacadas por esta praga.
Em todos os avisos emitidos se chamou a atenção para o cumprimento para com os
Intervalos de Segurança dos produtos uma vez que o ataque da mosca acontece junto à
colheita.
COCHONILHA S. JOSÉ (Quadraspidiotus perniciosus)
Continua a ser uma praga interdita na comercialização da fruta e como tal de
tratamento obrigatório nos pomares onde está instalada. Com a saída do mercado do
metidatião, uma das substâncias activas que melhor a combate tem-se manifestado uma
evolução da população em vários pomares da região.
A cochonilha apresenta-se muito localizada quer na região, quer mesmo dentro dos
pomares, obrigando o agricultor a fazer observações de forma a ficar a conhecer e a marcar
as árvores contaminadas.
Nesta Estação de Avisos o acompanhamento desta praga passa pela observação das
eclosões das jovens larvas conjuntamente com a temperatura média acumulada acima dos
7,3ºC, a partir de 1 de Janeiro. A curva de voo dos adultos machos nunca se conseguiu traçar
por a armadilha sexual com feromona, por razões que desconhecemos, não os capturar.
Colocaram-se as cintas armadilhas brancas à volta dos troncos no princípio de Abril e
detectaram-se as primeiras larvas no início de Maio, mas só em 10 de Maio se considerou a
saída de larvas da primeira geração. Na circular n.º 7 de 20 de Maio referia-se esta situação e
aconselhava-se à realização de um tratamento usando um produto que combatesse
simultaneamente o bichado. O agricultor devia confirmar a presença da praga com a ajuda de
24
uma lupa de bolso. A semana de 17 a 21 de Maio foi muito quente e a saída das larvas deu-se
de forma muito rápida. A temperatura acumulada para essa altura era de 521,8ºC e 606,5ºC
em duas EMAs localizadas em Leiria e Porto Mós, respectivamente, situando-se o primeiro
valor dentro do intervalo de valores estudado (500-525º) e o segundo acima.
A eclosão da segunda geração deu-se na segunda semana de Julho com fraca
incidência, tal como vem sendo habitual nesta praga, e a 16 de Julho (circular n.º12) referia-se
que já se tinha observado a eclosão das larvas e aconselhava-se a tratar nos pomares onde ela
estivesse presente. A temperatura acumulada rondava nessa altura os 1170ºC em Leiria e os
1357ºC em Porto Mós, valores respectivamente abaixo e acima do estudado -1270ºC- mas
que não fogem muito daquele valor.
Todos os tratamentos são apenas dirigidos aos pomares onde se verifique a presença
da praga.
AFÍDEOS (Aphis spp.; Dysaphis plantaginea)
Dos vários piolhos que atacam as pomóideas o mais preocupante é sem dúvida o
cinzento devido à deformação que provoca nos raminhos terminais e frutos que acaba por os
proteger dos tratamentos. A sua presença nos nossos postos de observação não tem
alcançado níveis preocupantes, no entanto, todos os anos fazemos referência a este afídeo. A
14 de Abril a circular de aviso n.º 4 alertava para o pilho cinzento referindo para estarem
atentos e a tratar assim que observasse algum enrolamento. erde se
Apesar deste ano a chuva tivesse abundado, não detectámos tanto piolho como nos
anos anteriores, atingindo-se o NEA só no início de Junho nos nossos postos de observação
biológicos. Esta praga aprecia órgãos verdes e tenros e a chuva ocorrida na Primavera
favoreceu este desenvolvimento. A 28 de Abril (circular n.º 5) referia-se que começavam a
surgir os primeiros focos de infecção desta praga e se observassem 15% dos ramos
estivessem infestados, de piolho verde ou, no caso do piolho cinzento, 2 a 5%, antes das
folhas começarem a ficar enroladas, deveriam tratar com um produto constante da lista que
se anexava à circular de aviso.
A 14 de Junho notou-se um aumento significativo do piolho e a 22 de Junho referia-se
esta situação e aconselhava-se a observar 100 raminhos e a tratar se mais de 15% estivessem
atacados.
25
ÁCAROS (Panonychus ulmi Koch)
As eclosões nas tabuinhas tiveram início em meados de Abril, mais tarde do que em
2009 devido ao frio que se fez sentir e que começou mais tarde se prolongou por mais tempo.
O pico das eclosões ocorreu em finais de Maio, e no campo observaram-se as larvas de
aranhiço a passear a 10 de Maio campo no posto das Cortes e nos Conqueiros e com maior
intensidade na semana seguinte. Como o seu controlo deve ser feito logo de início, a 14 de
Abril aproveitou-se o envio da circular de aviso para chamar a atenção para esta praga
aconselhando um acompanhamento rigoroso. A humidade elevada no solo e a elevada seiva a
circular favorecem o desenvolvimento desta praga. A presença de aranhiço, com intensidade,
em variedades vermelhas foi muito intensa em 2009 e o controlo desta praga no final da
campanha foi caótico.
Na semana de 20 de Maio ocorreram calores intensos sendo favorável ao
desenvolvimento desta praga. Na circular de aviso desta data, aconselhava-se a observar 100
folhas do terço médio do ramo e se 50 a 75% estivessem ocupadas, em macieira, ou 50% na
pereira, deveriam tratar.
A 22 de Junho, apesar das populações apresentarem níveis baixos nos nossos postos
de observação, o aumento de temperatura justificava uma observação mais cuidada e
aconselhava-se a recomendação dada na circular de 20 de Maio. Os pomares encontravam-se
verdejantes, a chuva não favorece o desenvolvimento desta praga exercendo antes um efeito
de lavagem.
A 16 de Julho (circular n.º 12), referia-se que os ataques desta praga estavam a ser
muito esporádicos e os calores não estavam a aumentar os níveis populacionais desta praga,
no entanto, o tratamento deverá ser feito caso a caso e nas primeiras fases do
desenvolvimento, devendo fazer as observações, com a ajuda de uma lupa de bolso.
Detectamos a sua presença em todos os pomares em níveis não tão elevados que em 2009,
no mês de julho. O tempo durante a campanha foi mais favorável e os níveis populacionais
atingiram o NEA nos nossos postos de observação. A aplicação de produtos à base de
abamectina também têm contribuído para manter a praga em níveis aceitáveis.
A 10 de Agosto (circular n.º 13) voltou-se novamente a referir esta praga. Verificavamse ataques mais intensos em pomares alguns deles já bronzeados, caso dos Conqueiros, fase
onde o seu controlo já não é possível. Aconselhava-se a intervir se observassem 2 a 3 formas
26
móveis em 45-50% das folhas do terço superior dos ramos, na macieira, ou em 30% das folhas
na pereira.
Os níveis desta praga, apesar de tudo, foram inferiores este ano comparativamente a
2009. Em Setembro registavam-se infestações com muita intensidade nos postos de
Conqueiros, Cortes e Porto de Mós.
2.4.2-2- DOENÇAS
PEDRADOS (Venturia spp.)
O pedrado é uma doença que se tem manifestado com intensidade nos últimos anos
devido às Primaveras chuvosas que se têm feito sentir. O seu controlo apertado logo de início
é preponderante para dominar este inimigo.
A chuva ocorrida este ano causou alguns prejuízos, principalmente devido à
dificuldade dos agricultores em entrar nos terrenos para efectuar os tratamentos. Os períodos
chuvosos consecutivos dificultaram esta tarefa e o pedrado foi difícil de controlar logo de
início. Esta situação teve reflexos mais tarde pelo facto de depois de instalada esta doença ser
de difícil controlo.
Este ano não se observou um aumento de produção, antes pelo contrário, devido ao
rebentamento tardio da fruta e maus vingamentos observados, pelo que a monda de frutos
que habitualmente sucede e que incide em frutos atacados com pedrado não surtiu o mesmo
efeito positivo que em anos anteriores, onde o excesso de produção é eliminada com a
eliminação de frutos com pedrado compensando os restantes com o aumento de calibre.
Este ano foram detectados tantos períodos de infecção como em 2009, tendo
igualmente a chuva caiu de forma intensa gerando infecções também graves (Fig. 13).
A 24 de Março foi enviada a circular n.º 3, onde se fez referência às variedades de
macieiras mais precoces que se encontravam no estado fenológico C3-D (escarchamento do
gomo – botão verde) e aconselhava-se a tratar se as condições climáticas decorressem
desfavoráveis ao desenvolvimento desta doença. Este aviso foi enviado 3 semanas mais tarde
que em 2009 devido ao atraso verificado na rebentação. Alertou-se ainda para a má eficácia
na aplicação de alguns produtos a baixas temperaturas. Enviou-se aqui a listagem das
substâncias activas homologadas para o pedrado.
27
A 2 de Abril deu-se início ao segundo período de infecção causado por este fungo cujas
manchas se previam surgir a 19 de Abril, no entanto, a circular de aviso de 24 de Março cobriu
este período de infecção uma vez que quem tratou, o produto ainda estava activo quando
choveu.
O terceiro período de infecção teve início a 13 de Abril e causou uma infecção grave
pois choveram dias seguidos sem permitir a entrada no campo para tratar. Foi emitido um
sms para prevenir esta infecção e a 14 de Abril foi enviada uma circular de aviso onde foi
referido que as macieiras e as pereiras se encontravam numa fase muito sensível a este fungo
e para quem não tivesse tratado a quando do envio do sms para o fazer de imediato
utilizando um produto de acção curativa.
Na circular de 28 de Abril foi referido que ainda não se tinha observado manchas de
pedrado nos pomares das variedades mais comuns, mas que não significava que o fungo não
estivesse já instalado em pereiras e variedades precoces de macieira. A meteorologia
mantinha-se instável e aconselhava-se os agricultores a tratarem prevenindo não só alguma
infecção que pudesse entretanto ocorrer, como iria também proteger as últimas infecções do
período de infecção de 14 a 19 de Abril.
A 6 de Maio foi observado o primeiro foco de pedrado no pomar das Cortes e a 10 e
17 de Maio nos pomares dos Conqueiros (Leiria) e no concelho de Porto Mós. A circular de 7
de Maio coincidiu com o início do quarto período de infecção. Foi um período de infecção
grave que durou uma semana. Foi emitido um sms a 6 de Maio para tratar imediatamente
antes da chuva ou logo a seguir à sua ocorrência. Que assim o fez ficou com o pomar
protegido. Quem assim não fez, era referido na circular de aviso para tratar até ao dia 18
desse mês, altura que se previam a saída das manchas.
Na circular de 20 de Maio foi referido que se previa a ocorrência de chuva para os
próximos dias e para os senhores agricultores tratarem antes da sua ocorrência com um
produto preventivo, ou depois da sua ocorrência com um produto de acção curativa. Esta
previsão confirmou-se a 24 e 25 de Maio quando deu início o quinto período de infecção e
esta recomendação cobriu esse período.
A 28 de Maio, o tempo continuava instável aconselhando-se a manterem os pomares
protegidos devendo optar por um produto de contacto. Quem recebeu esta indicação e
tratou de imediato, conseguiu, para quem não tinha tratado, travar a infecção ocorrida a 24 e
25 de Maio cuja previsão das manchas estava para acontecer a 1 de Junho.
28
O sexto período de infecção de correu de 8 a 11 de Junho e foi grave. Foi emitido um
sms antes da ocorrência das chuvas aconselhando a tratar antes das chuvas. A 9 de Junho, foi
enviada uma circular de aviso onde era referido esta infecção e forte pressão da doença,
aconselhando, para quem não tivesse tratado nos três dias a seguir à ocorrência das chuvas,
para o fazer com um produto de contacto até ao dia 15, altura em que se previa a saída das
manchas, com um produto de contacto se não chovesse.
Referiu-se a 30 de Junho, na circular de aviso n.º 11 para manterem os pomares com
manchas de pedrado protegidos, evitando que as folhas infectadas caíssem no chão e
aumentassem o inoculo para o ano anterior.
A 21 de Julho ocorreu um período de infecção ligeiro que não foi considerado. O Verão
estava a decorrer muito seco.
O último aviso para o pedrado foi enviado a 5 de Novembro onde se aconselhava a
realização de um tratamento à base de ureia a 5% molhando bem as folhas nas árvores, bem
como as já caídas, favorecendo a sua decomposição.
2
24
1 MAR
15 MAR
19
24
10 13 sms
1 ABR
AVISO
24MAR
30
15 ABR
AVISO
14 ABR
sms 7
1 MAI
AVISO
28ABR
1
19
15 MAI
AVISO
7 MAI
AVISO
20 MAI
sms 8
15
1 JUN
AVISO
28 MAI
21
15 JUN
AVISO
9 JUN
1 JUL
29
15 JUL
1AGO
AVISO
30 JUN
Figura 13- Períodos de infecção de pedrado ocorridos em 2010.
CANCRO (Nectria galigena)
Nos anos chuvosos e nas variedades mais susceptíveis sabe-se que esta doença se
desenvolve mais activamente.
Como não existem produtos que combatam esta doença, o modo de actuação passa
pela aplicação de medidas profilácticas que controlem a sua dispersão.
29
O tempo chuvoso, a geada e o frio são factores que aumentam o risco de
disseminação pelo que, a 2 de Fevereiro foi dada uma indicação para limpeza de feridas e
aplicação de cobres de forma a impedir a entrada dos esporos. A 8 de Março, como a
Primavera estava a decorrer chuvosa, reforçava-se esta indicação.
A 5 de Novembro chamava-se a atenção para limparem e desinfectarem bem as
feridas existentes bem como as provocadas pela poda. As feridas causadas pela queda das
folhas também são uma porta de entrada a este agente e que este tratamento também vai
proteger. A queima dos ramos com cancro também vai cortar o ciclo de vida deste parasita.
2.4.3- OLIVEIRA
2.4.3.1- PRAGAS
TRAÇA DA OLIVEIRA (Prays oleae)
Esta praga tem 3 gerações distintas e o seu desenvolvimento está estreitamente ligado
à fenologia da cultura.
As larvas da geração filófaga começaram a aparecer no início de Março, altura em que
terminam a fase mineira e começam a roer as folhas e os rebentos dos ramos jovens para
completarem o seu desenvolvimento. Na observação de 100 raminhos, o número de galerias
observadas atingiu um máximo no início de Abril. O tratamento a esta geração só se justifica
em olivais novos por poder comprometer a sua formação.
Em 2008 o índice de capturas foi significativamente abaixo do observado em 2007, em
2009, este índice foi significativamente mais elevado nas duas últimas gerações e em 2010, o
índice de capturas foi de todos estes anos o mais baixo. Registou-se uma primeira geração –a
antófaga- que foi mais forte que em 2009 e que decorreu entre meados de Março e início de
Maio (Fig. 14), com o posto de Porto Mós a assinalar o maior índice de capturas, tal como no
ano passado. Os adultos da geração filófaga fazem as posturas nos botões florais e as lagartas
alimentam-se das peças florais tecendo de seguida uma teia à sua volta para puparem. A
oliveira floresceu muito, as condições meteorológicas foram favoráveis na altura da floraçãovingamento dos frutos e não se fez referência a esta praga nesta altura, embora se justifique
o tratamento em olivais com um baixo índice de floração. Não se atingiu o NEA. Normalmente
esta geração funciona como uma monda natural dos frutos.
30
140
Alcanadas
N.º de Capturas
120
Porto Mós
100
Pombal
80
Alvaiázere
60
40
20
0
Figura n.º 14 - Curva de voo da traça da azeitona em Leiria em 2010.
A segunda geração, a carpófaga, ataca os frutinhos e provoca a sua queda quer à
entrada como à saída das larvas. O voo da segunda geração foi um pouco menos intenso este
ano do que em 2009, nos postos de Porto Mós e Alvaiázere e o de Pombal obteve o menor
número de capturas de sempre, sendo que sempre foi de todos o que registou menor índice
de capturas. Este tratamento deve posicionar-se logo a seguir ao pico de voo antes da
lenhificação do caroço. O pico do voo deu-se sensivelmente a 9 de Junho, tal como em 2009 e
a 22 de Junho (circular n.º 10) referia esta situação e aconselhava-se a tratarem quando o
fruto tivesse dimensão de um grão de pimenta.
Tem-se verificado que os ataques de traça não causam prejuízos de maior na região e
os tratamentos só pontualmente se justificam, no entanto, dada a complexidade das
observações a efectuar, não é possível ao agricultor acompanhar a praga sozinho pelo que, na
dúvida, trata.
Como já vem sendo habitual, durante os meses de Julho e Agosto não se registaram
praticamente capturas nas nossas armadilhas, e a última geração – filófaga- registou valores
elevados em Alvaiázere em 2009, este ano este nível foi muito inferior. Nos outros postos as
capturas situaram-se nesta geração também abaixo do que é habitual.
31
MOSCA DA AZEITONA (Dacus oleae)
A mosca continua a ser a praga chave dos olivais da região e responsável por perdas
de produção. Este ano o voo da mosca foi significativamente mais baixo comparativamente a
2008, assim como o número de frutos atacados.
A curva de voo deste ano (Fig. 15), foi crescendo ao longo da campanha e para o final
as capturas no posto das Alcanadas sobressaíram comparativamente aos outros postos de
observação, que registaram valores sensivelmente idênticos aos do ano passado. Apesar do
índice de capturas não fugir muito ao observado em 2009, o índice de frutos picados foi
inferior comparativamente a 2009, que já tinha sido inferior a 2008. As condições de
temperatura e humidade foram mais desfavoráveis este ano devido aos picos de calor que
provocaram mortalidade em ovos e larvas.
As capturas em Porto Mós e Alcanadas mantiveram-se em níveis muito baixos,
aumentando só a partir de meados de Setembro com as Alcanadas a atingirem as 180
capturas em meados de Outubro. No posto de Alvaiázere as capturas mantiveram-se não
ultrapassando as 40 a 60 capturas por semana. Até início de Outubro não se observou
nenhum pico comum de entre as capturas, registando-se na segunda semana de Outubro.
A 16 de Julho referia-se na circular n.º 12 que o voo já tinha começado mas ainda não
se aconselhava a tratar. Ainda não se tinha atingido o NEA: 8 a 12% de azeitonas com formas
vivas.
A 21 de Julho não se observou azeitona picada na Batalha e Porto Mós, mas a 23 de
Julho em Pombal atingiu-se os 8% de nível de ataque e os 7% em Alvaiázere.
A 10 de Agosto o tempo quente que se fazia sentir não favorecia o desenvolvimento
desta praga e novamente não se aconselhou a tratar.
A 27 de Agosto, na circular de aviso n.º 14
era referido que o voo se tinha
intensificado principalmente nos concelhos de Pombal, Ansião e Alvaiázere e que sedevia
realizar um tratamento logo que possível.
A 4 de Outubro explicava-se na circular n.º 15 que o voo estava abaixo de que é
habitual contribuindo para isso o rigor do Inverno, baixas temperaturas durante dias
consecutivos juntamente com o ocorrência de chuva que provocaram uma elevada
mortalidade das pupas. Verificava-se nesta altura uma humidade relativa muito baixa, apesar
da temperatura não ser muito elevada, e que limita muito a taxa de sobrevivência desta
32
praga. O voo da praga tinha aumentado nessa semana, assim como o número de frutos
picados. Chamava-se a atenção para a realização de um tratamento aos olivais que se
encontravam desprotegidos. Aconselhava-se a tratarem tendo atenção ao IS dos produtos a
aplicar.
O panorama desta praga não foge ao observado em anos anteriores. Quem trata tem
azeitona de boa qualidade e azeite de baixa acidez, quem não trata tem muita queda de fruto
e azeite de péssima qualidade.
200
Alcanadas
180
Porto Mós
160
Pombal
120
Alvaiázere
N.º de capturas
140
100
80
60
40
20
09-Nov
02-Nov
26-Out
19-Out
12-Out
05-Out
28-Set
21-Set
14-Set
07-Set
31-Ago
24-Ago
17-Ago
10-Ago
03-Ago
27-Jul
20-Jul
13-Jul
06-Jul
29-Jun
0
Figura n.º 15 - Curva de voo da mosca da azeitona em Leiria em 2010.
CARUNCHO (Phloeotribus scarabaeoides Bernard)
Não foi um ano onde os ataques desta praga se tivessem observado de uma forma
especial como em anos anteriores. Os agricultores começam a ter a noção correcta de que
deixar a lenha da poda no olival é fomentar o desenvolvimento desta praga.
Não existem produtos químicos homologados para o combate do caruncho, passando
o seu controlo pela aplicação de medidas culturais. Nesse sentido foi aconselhado a 6 de
Março para não deixarem a lenha da poda junto ao olival pois é nessa lenha que este parasita
se desenvolve.
33
A 8 de Março (circular n.º 2) aconselhava-se a queimar a lenha da poda se observasse
serrim, sinal da sua actividade, antes de os adultos saírem para atacar a rebentação nova na
axila dos ramos, comprometendo a formação a produção, principalmente em árvores jovens.
COCHONILHAS
As cochonilhas que se acompanharam com mais atenção no olival são o algodão e a
cochonilha negra. Ambas devem ser combatidas respectivamente antes da formação do
algodão e da carapaça que as protege contra os tratamentos impedindo que os produtos as
atinjam directamente.
O algodão tem cerca de uma a três gerações por ano e inicia a sua actividade em fins
de Fevereiro início de Abril. A 28 de Abril deu-se indicação para tratarem o olival, caso
observassem mais de 25% de inflorescências atacadas em 120 observadas pulverizando em
alta pressão sobre as colónias caso apresentasse ataques desta praga, mas de forma
localizada, com um produto que combatesse simultaneamente a traça.
O tratamento da cochonilha negra (H), que habitualmente apresenta uma
geração/ano, passa pela detecção da saída das larvas e deve incidir quando se atinge o pico
da sua saída para abranger um maior número de larvas. Quando estas se fixam e começam a
ganhar a carapaça ficam imunes aos tratamentos. São marcados alguns ramos com fêmeas
adultas para facilitar a detecção daquele momento. Este ano o aviso saiu a 22 de Junho, na
mesma altura que em 2009-, aconselhado a observarem as pequenas larvas junto às fêmeas
adultas. Esta eclosão poderá demorar cerca de 3 semanas, portanto, em olivais muito
atacados poderá justificar um segundo tratamento.
Os ataques desta praga são pontuais e controláveis, apesar dela se encontrar em
progressão nesta região. O ferrujão que ela provoca, devido à formação de fumagina, é
responsável por uma diminuição da produção por interferir com a fotossintese dificultando
que a seiva elaborada chegue a todos os órgãos da árvore.
34
2.4.3.2- DOENÇAS
GAFA (Gloeosporium spp)
A gafa é uma doença de grande importância económica. Ataca os frutos que ficam
enrugados e acabam por cair com facilidade. Se o ataque é intenso os ramos podem ficar
desprovidos de folhas acabando por secar. Cultivares como a galega são muito susceptíveis
aos ataques da gafa.
O ano de 2009 foi caracterizado com uma Primavera muito húmida e um Verão quente
e seco. Os meses de Setembro e Outubro foram secos e quentes, não facilitando o
estabelecimento desta doença que necessita de água da chuva para dissolver a massa
gelatinosa que envolve os esporos deixando-os livres para efectuarem as contaminações.
Apesar do tempo ter permanecido seco , os períodos de chuva ocorridas foram
intensos e provocaram alguns focos na região. Com os orvalhos intensos que se sentiam nessa
altura, muitos agricultores com receio de perder alguma produção, colheram a azeitona mais
cedo que o habitual. Apesar de tudo, a gafa não foi problema na região que se traduziu na
boa qualidade de azeite, contrariamente ao que aconteceu em 2006, onde a queda de chuva
de forma contínua provocou graves ataques em zonas do país onde habitualmente ela não é
problema. Os agricultores encontram-se muito sensibilizados para esta doença pelo que
iniciam os tratamentos mais cedo reduzindo o risco de desenvolvimento desta doença.
Fez-se uma primeira referência a esta doença a 4 de Outubro (circular n.º 15). A
azeitona estava a mudar de cor, mais tarde do que em 2009 e previa-se a ocorrência de chuva
para o fim-de-semana aconselhando-se a aplicação de produtos à base de cobre. Os orvalhos
e nevoeiros matinais quando contínuos também podem provocar infecções. A 5 de Novembro
(circular n.º 16) emitiu-se uma circular a referir esta doença, o olho de pavão e a
cercosporiose, todas desencadeadas através da queda da chuva. A azeitona estava muito
sensível a estas doenças e como os tratamentos de vem ser preventivos e se previa queda de
chuva a partir da próxima semana, aconselhou-se tratamento com um fungicida à base de
cobre.
35
OLHO DE PAVÃO (Spiloceae oleagineae)
Esta doença desenvolve-se melhor com a Primavera e Outono chuvosos e
temperaturas entre os 10 e 15ºC. Tal como em 2008 e 2009, a Primavera foi chuvosa mas o
final do Verão foi este ano ainda mais seco equilibrando a incidência desta doença. Alguma
desfoleação observada no início vegetativo, bem como contaminações que permaneceram
latentes durante o Verão, não se manifestaram de forma intensa no final do ciclo da cultura. A
variedade galega apresenta-se muito resistente a esta doença contrariamente à cobrançosa e
picual.
Foi aconselhado um tratamento a 8 de Março, mesma altura que em 2009, referindo a
necessidade de proteger o olival nesta fase contra o olho de pavão a fim de evitar futura
queda das folhas, utilizando produtos à base de cobre, zirame ou difenoconazol. Como a
Primavera foi este ano mais chuvosa, reforçámos esta recomendação, principalmente para as
variedades cobrançosa e picual, muito sensíveis a esta doença e olivais jovens.
No final de Verão a 4 de Outubro (circular n.º 15) fez-se referência a esta doença
juntamente com a referência à gafa para tratarem com um produto à base de cobre.
Reforçou-se novamente esta indicação a 5 de Novembro, para o olho de pavão e
cercosporiose, referindo que o tratamento deve ser preventivo, devendo acontecer antes das
primeiras chuvas pelo que se aconselhava a fazê-lo pois a previsão era de chuva para os
próximos dias.
É importante que o agricultor recorra às práticas culturais de forma a favorecer a
ventilação das copas através de uma poda arejada, prevenindo a incidência de doenças.
CERCOSPORIOSE (Cercospora cladosporioides)
É normalmente no Outono que esta doença ganha expressão ficando a página inferior
das folhas enegrecidas e a página superior amarelecida ocorrendo depois a desfoleação. Este
ano devido à Primavera chuvosa começaram a verificar-se fortes ataques de cercospora no
cedo.
No final de Verão as recomendações de 4 de Outubro e 5 de Novembro para o olho de
pavão e gafa faziam também referência a esta doença. Não se fazem tratamentos exclusivos
para a cercospora uma vez que os produtos que combatem a gafa e o olho de pavão também
36
a controlam. Considera-se importante a sua referência para a sua correcta identificação. A
variedade galega é susceptível a esta doença principalmente em zonas húmidas como é o
caso dos olivais da região de Ansião.
2.5 – Balanço fitossanitário
Quadros resumo dos tratamentos
Nos quadros n.º 1, 2 e 3 estão indicadas as datas em que foram emitidos avisos com
referência, respectivamente, aos inimigos da vinha, pomóideas e olival, abrangendo todas as
estratégias de luta. Estão definidos o número de tratamentos para cada inimigo. Os
tratamentos condicionados estão identificados por alguns símbolos.
VINHA
Quadro 1- Quadro resumo das datas dos avisos referentes à vinha na campanha de 2010.
Data/
inimigo
Míldio
Escoriose
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
28
20, 28
9, 30
Jul
Ago
10
M.P.
2
Traça
Coch.
2*
8*
Algodão
*-Tratamento condicionado
M.P. –Medidas Profilácticas
Out
Nov
Dez
N.º de
trat.
6
1
Botrytis
Oídio
Set
14
28
30*
20
9, 22,
30
30*
10*
16
1+2*
6
10,
27*
2+1*
2*
37
Pomóideas
Quadro 2 - Quadro resumo das datas dos avisos referentes à macieira em 2010.
Data/
Inimigo
Cancro
Pedrado
Jan
Fev
Mar
2 MC
8
24*
Aranhiço
vermelho
Piolhos
INV
8
Coch. S.
José
Bichado
INV
17
Abr
Mai
Jun
14,
28
14
7,20
28
20*
9, 30
14*
28
22*
Jul
Ago
16*
10*
Set
Out
Nov
Dez
2+4*
22*
20
7,20
1+2*
16
9*,
30
N.º de
trat.
2
7+1*
16*
Mosca da
Fruta
* Tratamento condicionado
---- Aconselhamento a não tratar
INV. –Inverno; MC – Medidas Culturais
3
10*
27*
10--27*
3+4*
1*
Oliveira
Quadro 3- Quadro resumo das datas dos avisos referente ao olival em 2010.
Data/
Inimigo
Cercosporiose
Gafa
Olho de pavão
Mosca
Jan
Fev
Mar
8
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
14*
16---
Traça
22,
30*
Caruncho
10--27
Set
Out
Nov
4
5
4
4*
4
5
5*
Dez
N.º de
trat.
2
2
1+3*
2
1+1*
1
MP
Coch. negra
Coch. Algodão
22*
28*
1*
1*
MP- Medidas Profilácticas
---- Aconselhamento a não tratar
38
3- OUTRAS ACTIVIDADES
3.1- Condicionamento da vinha
Em 2009 continuámos a assegurar o serviço do condicionamento do plantio da vinha
na região de Leiria. Este ano decorreu o terceiro e último período de candidatura ao arranque
definitivo da vinha que decorreu entre 1 de Junho e 31 de Julho.
A afluência de pessoas foi ainda mais baixa do que em 2009 e todos os utentes foram
atendidos em tempo útil. A candidatura ao arranque da vinha pressupõe a regularização de
todo o património vitícola do candidato, ou seja, todas as parcelas de vinha devem ter
enquadramento legal. Todos os procedimentos foram efectuados numa aplicação informática
sendo no final atribuído ao agricultor o registo vitícola do seu património.
- Não se verificou desfasamento entre a atribuição do registo vitícola e o período de
candidatura. A actualização do registo vitícola efectuou-se sem compassos de espera,
contrariamente ao que verificou em 2008.
- Continua a faltar meios informáticos, nomeadamente um computador e daqui para a frente,
de meios humanos, uma vez que os dois técnicos já têm a seu cargo outro serviço e
compromissos que não podem ser descurados, de forma a tornar o serviço mais expedito.
- O período de candidatura incidir numa altura de férias não é deforma alguma uma vantagem
para a execução deste serviço sem contratempos.
- Continuou a verificar-se alguma, descoordenação entre os serviços, nomeadamente IVV e
DRAPCentro, na delegação de alguma informação.
Este período de candidatura beneficiou de não ser o primeiro, e da maioria das
situações serem idênticas às registadas à do ano anterior.
Para além do registo vitícola, ficaram os técnicos com a responsabilidade de
recepcionar as candidaturas fazendo uma primeira abordagem aos documentos exigidos na
candidatura,
ficando
um
dos
técnicos
com
a
responsabilidade
de
analisar
pormenorizadamente cada candidatura e observar se toda a documentação estava conforme
e caso assim não se encontrasse redigir cartas de audiência prévia a solicitar a documentação
em falta num prazo definido.
39
As vistorias ao campo ficaram a cargo dos técnicos do condicionamento da vinha e
foram feitas a 100% dos candidatos ao prémio de arranque devido ao baixo número de
candidaturas.
Foram efectuadas as vistorias pós arranque a todos os candidatos, não existindo
nenhuma situação irregular ou de conflito. Os proponentes da candidatura 2009/2010 têm
vindo a receber o prémio ao arranque, não tendo sido recebida nenhuma reclamação.
3.2- Acções de sensibilização / Divulgação das metodologias utilizadas nos
avisos
A Estação de Avisos de Leiria interviu em diversas acções de sensibilização/divulgação
que visaram o esclarecimento de algumas metodologias aplicadas por esta Estação de Avisos:
- 6.º Encontro da Estação de Avisos de Leiria – 8 de Abril – St. Antão - Batalha
- Dia de campo dedicado ao pomar – 16 de Julho Porto Mós
- Dia de campo dedicado ao olival – 17 de Outubro - Alvaiázere
- 2.º Encontro Nacional dos Avisos Agrícolas – 24 e 25 de Novembro- Anadia
3.3 – Ensaios inseridos na candidatura da ex-DRABL ao Programa Agro
Na sequência da candidatura da ex- DRABL à acção 8.2 – Medida 8 do Programa AGRO
que visou a Modernização e Reforço da Capacidade do Serviço Nacional dos Avisos Agrícolas,
a Estação de Avisos de Leiria participou em vários ensaios, tendo-se destacado na captura em
massa como método biotécnico alternativo ao controlo da mosca da azeitona e mosca da
fruta.
Este ano apenas se manteve a o controlo à mosca da fruta mas só com recurso aos
copos tephry.
Estes trabalhos foram fruto de relatórios à parte.
40
Download

Estação de Avisos de Leiria - Direcção Regional de Agricultura e