ENCONTRO INTERATIVO
PROCESSO SELETIVO 2008/1
•Obras analisadas pela Professora Cristina Olímpio.
•Organização do evento: Daniela Aparecida - ASCOM
•Coordenação : Professora Sandra Lúcia –
Coordenadora da Assessoria de Processos Seletivos
Papéis Avulsos
O Recado do Morro
Machado de Assis
Guimarães Rosa
O RECADO DO MORRO
João Guimarães Rosa
Mistura entre o regional e o universal
“O sertão é o mundo”
• O autor assemelha-se aos autores
regionalistas na medida em que o
espaço de suas narrativas é o sertão de
Minas Gerais e, ao mesmo tempo, vai
além destes autores, pois anula os
limites que definem o sertão.
A TRANSGRESSÃO DA LINGUAGEM
• Vocabulário
• Frase
• Musicalidade
“A termo que, depois de outra reverência, deles se
quitou, subindo por um semideiro, caminhando
sem se voltar, firme com o alecrim. À formiga,
sumiu-se na ladeira, tapado por uma aresta de
rocha e um gravatá – panóplia de muitas espadas
presas pelos punhos.” (p.50)
O Recado do Morro – Oscila
entre o conto e a novela
“Eu carrego um sertão dentro de mim, e o
mundo no qual eu vivo é também o
sertão.As aventuras não têm tempo, não
têm princípio nem fim. E meus livros são
aventuras, para mim são minha maior
aventura.”
A VIAGEM
•Uma comitiva guiada por Pedro Orósio ou Pê-Boi,
empreende uma viagem de ida e volta pelo sertão,
partindo de uma região central de Minas Gerais, em
direção ao norte, até o rio São Francisco.
PERSONAGENS
• Seu Alquiste ou Olquiste ( naturalista estrangeiro)
• Frei Sinfrão (também estrangeiro e radicado Minas
Gerais)
• Seu Jujuca do Açude (fazendeiro)
• Pedro Orósio ou Pê-Boi (guia, homem do sertão)
• Ivo Crônico (ajudante, também homem do sertão)
A VIAGEM DO RECADO
• O recado parte do Morro da Garça, e vai
acompanhando os cavaleiros, passando pelos mesmos
lugares, porém incompreendido.
“ –Que que disse? Del-rei, Io, demo! Má-hora, esse Morro
ásparo, só se é de satanaz, ho! Pois olhe que, vir gritar
recado assim que ninguém não pediu: é de tremer as
peles...” (p. 48)
SIMBOLOGIA POÉTICA
Os cavaleiros passam por sete fazendas
• De Juca Saturnino (Saturno)
• Do Jove (associa-se a Júpiter), o maior dos deuses
da mitologia
• De dona Vininha (Vênus)
• De Nhô Hermes (O deus mensageiro, Hermes)
• De Nhá Selena (divindade que zela pela lua)
• Do Marciano (Marte)
• De Apolinário (Sol)
PAPÉIS AVULSOS
MACHADO DE ASSIS
ADVERTÊNCIA
• O título parece negar ao livro uma certa unidade
• Papéis avulsos = papéis soltos, sem ligação entre
si, sem ordem, hierarquia, assunto em comum ou
numeração.
• O livro está nas mãos do leitor: materialidade da
reunião de textos, o livro: o coletivo. Aparecimento
do receptor. Instrução de leitura, recepção da obra.
O poder do leitor sobre o livro. “Estar nas mãos de
alguém “ é ter o destino determinado por outrem.
Fato sem retorno.
O ALIENISTA
• Frases curtas
• Análise psicológica das personagens
• Conversa com o leitor
• Está entre o conto e a novela
• Humor e ironia
O ALIENISTA
• Análise psicológica e crítica social.
•A personalidade é influenciada por forças
sociais; por sua vez, a sociedade é influenciada
por razões psicológicas.
•Podemos entender a literatura machadiana
como expressão de problemas psicossociais.
O ALIENISTA
• Uma crítica machadiana ao cientificismo
predominante no século XIX
•Um retrato irônico e cruel do sistema de
internação psiquiátrica da época, muito
semelhante a presídios.
TEORIA DO MEDALHÃO
• Pai – elemento aglutinador, tradição,
poder.
•Reflexão irônica sobre os valores da sociedade
da época.
“Mas, qualquer que seja a profissão da tua escolha, o
meu desejo é que te faças grande e ilustre, ou pelo
menos notável que te levantes acima da obscuridade
comum.”
TEORIA DO MEDALHÃO
Sucesso x Empobrecimento da
vida interior e das relações
humanas
“Venhamos ao principal. Uma vez entrado na carreira,
deves pôr todo o cuidado nas idéias que houveres de nutrir
para uso alheio e próprio. O melhor será não as ter
absolutamente[...]”
A SERENÍSSIMA REPÚPLICA
• Machado de Assis utiliza uma forma
alegórica, o mundo das aranhas, para
discutir os problemas eleitorais do Brasil e
de sua época.
“Senhores, vou assombrar-vos, como teria
assombrado a Aristóteles, se lhe perguntasse:
Credes que se possa dar um regime social às
aranhas?” (p.128)
A SERENÍSSIMA REPÚPLICA
• Crítica ao processo eleitoral
• Fraude e Corrupção
“A eleição fez-se a princípio com muita regularidade; mas
logo depois, um dos legisladores declarou que ela fora
viciada, por terem entrado no saco duas bolas com o nome
do mesmo candidato [...]”
A CHINELA TURCA
Em A chinela turca é por intermédio da
visão que a “realidade” se confunde
com o sonho. As transições são
calcadas nessa visão.
O texto é de natureza ficcional, podese analisá-lo sob três aspectos:
1 – uma realidade ficcional;
2 – um imaginário do personagem principal;
3 – um imaginário do leitor.
NA ARCA
Neste conto temos a recriação da
linguagem bíblica.
Machado de Assis mostra, por meio da paródia
bíblica, a ganância do ser humano.
NA ARCA
• A narrativa procura imitar a forma
bíblica de escrita em versículos e conta
a briga de dois dos três filhos de Noé,
que, mesmo antes de passar a
inundação e ainda com suas vidas em
risco, já disputavam a posse das terras
que viriam a ter depois do dilúvio.
O ANEL DE POLÍCRATES
Este conto, além de relatar um evento
particular, constitui um caso exemplar do que
seriam as limitações da felicidade humana ou
a lógica caprichosa do destino. Os relatos de
Cícero são exemplos de situações diversas:
desapego em relação aos bens materiais e
ironia diante das pequenas mentiras da vida
cotidiana.
O ANEL DE POLÍCRATES
O autor também nesse conto soube
apropriar-se habilmente do mito para a
elaboração de um texto que exprime
elementos de sua própria cultura, pela
re-significação
dos
referenciais
diegéticos, em geral a serviço da crítica
à sociedade de classes de então.
INTERTEXTUALIDADE
O Recado do Morro e o conto
O Alienista
• Representação do universo letrado, da ciência
o personagem Simão Bacamarte, do conto O
Alienista e o seu Alquiste.
• A loucura representada pelos “recadeiros” e
pelos “pacientes” do Simão Bacamarte.
Sobre a obra Papéis Avulsos é correto afirmar
que há, no livro, uma nítida confluência de
gêneros.
Com relação aos contos “Teoria do medalhão” e
“ O anel de Polícrates”, pode-se afirmar que
ambos dialogam com o gênero dramático por
apresentarem em sua estrutura o uso de diálogo.
Com relação ao conto “A sereníssima república”
podemos afirmar que:
•embora seja um conto, estrutura-se como uma
conferência;
•o cônego Vargas afirma não só ter descoberto
uma espécie de aranha que fala como também
ter organizado as aranhas politicamente;
•de forma alegórica, o conto se relaciona aos
problemas eleitorais enfrentados no Brasil do
século XIX.
Com relação ao conto “Uma visita de
Alcebíades”, pode-se dizer que:
•constitui-se no formato de carta;
•a linguagem do conto está relacionada ao fato
de o narrador ser um desembargador;
•o conto narra a segunda morte de Alcebíades.
Sobre a linguagem utilizada em O Recado do
Morro, pode-se afirmar que:
•Guimarães Rosa retira as palavras do esquema
lingüístico tradicional.
•A fala do sertanejo é recriada não só no que se
refere ao vocabulário.
•Há o aproveitamento de termos arcaicos,
radicais e palavras de outras línguas.
As questões abaixo são tratadas na obra:
• O ciúme e a traição.
•A saudade da terra natal.
•A intimidade entre a natureza e o sertanejo.
Sobre a obra O recado do morro é correto afirmar que:
•A mitologia Clássica é usada como fonte para nomear
os fazendeiros e também os inimigos de Pedro Orósio.
•A natureza mostra-se solidária a Pedro Osório, o que
pode ser confirmado pelo recado de morte que lhe é
enviado.
•O tempo é um elemento relevante na narrativa, visto
que o recado viaja durante sete dias até ser
compreendido pelo protagonista.
Sobre a obra e Guimarães Rosa, é correto
afirmar que:
•Os viajantes podem ser entendidos como uma
alegoria da formação do Brasil.
•Os viajantes deslocam-se pelo interior de
Minas Gerais e por vários campos do saber.
•O conto retrata o desbravamento de uma
história contada e recontada várias vezes.
•Há uma correspondência entre os nomes
dos fazendeiros, os planetas da Astrologia
Clássica e o que acontece em cada fazenda.
•O sertão de Minas Gerais é retratado
como um espaço exótico, de beleza
singular.
•Há uma viagem literal de ida e volta entre
Cordisburgo e os Gerais.
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O RECADO DO MORRO