Série Análises
GERAÇÃO DE EMPREGOS FORMAIS - ABRIL/2015
1. Geração de Empregos no Brasil - Mercado de Trabalho volta a Demitir
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou os dados do Cadastro Geral de Empregados
e Desempregados/CAGED do mês de abril de 2015. Os resultados são preocupantes, pois foram
- 97.828 postos de trabalho fechados em abril. Ou seja, este foi o pior abril desde 1992, quando
teve início a série histórca do MTE. O gráfico abaixo ilustra a evolução do emprego formal no
Brasil, nos meses de abril, no período de 2010 a 2015. É possível observar no gráfico que as
contratações vinham diminuindo anualmente, a cada mês de abril, culminando com o saldo
negativo em 2015.
Gráfico 1. Brasil: Evolução do Emprego Formal nos Meses de Abril (2010-2015)
Brasil: Evolução do Emprego Formal nos Meses de Abril
(2010-2015)
Saldo (Admissão - Desligamentos)
350.000
305.068
272.225
300.000
250.000
216.974
200.000
196.913
150.000
105.384
100.000
50.000
0
-50.000
abr-2010
abr-2011
abr-2012
abr-2013
abr-2014
abr-2015
-100.000
-97.828
-150.000
Fonte: CAGED-MTE, abril/2015.
No acumulado do ano o saldo é negativo (-137.004) postos de trabalho. Em doze meses a
situação também é ruim, são 263.493 trabalhadores desligados. O gráfico 2 ilustra a evolução
do emprego formal no Brasil, no primeiro quadrimestre de 2015.
Gráfico 2. Brasil: Evolução do Emprego Formal: Todas Atividades (2015)
Saldo (Admissão Desligamentos)
40.000
Brasil: Evolução do Emprego Formal (Jan-Abr/2015)
19.282
20.000
0
-20.000
Janeiro
Fevereiro
-2.415
Março
Abril
-40.000
-60.000
-80.000
-100.000
-81.774
-120.000
Fonte: CAGED-MTE, abril/2015.
-97.828
Série Análises
O desemprego cresceu sem interrupção nos primeiros quatro meses do ano. Definitivamente, a
crise chegou ao mercado de trabalho. Indicador que, até então, estava resistente ao
comportamento desfavorável da economia.
Em termos setoriais, os dados mostram que dos oito setores a Agricultura foi o que registrou
expansão no contingente com carteira assinada, na ordem de 8.470 postos de trabalho, com o
crescimento de 0,55%. Dentre os demais setores, os que registraram as maiores perdas de
emprego foram: Indústria de Transformação (- 53.850), Construção Civil (-23.048), e Comércio
(-20.882). Ver a tabela 1 logo abaixo.
Tab.1. Brasil: Comportamento do Emprego Segundo Setores de Atividade Econômica
Setores de Atividade Econômica
Extrativa Mineral
Indústria de Transformação
Serviços Industriais de Utilidade Pública
Construção Civil
Comércio
Serviços
Administração Pública
Agropecuária
Total
Saldo em Abril
de 2015
Saldo no
Ano
-823
-53.850
-92
-23.048
-20.882
-7.530
-73
8.470
-97.828
-5.655
-37.611
659
-76.165
-142.286
105.047
14.374
4.633
-137.004
Fonte: CAGED-MTE, abril/2015.
No recorte geográfico, merecem destaques os resultados positivos dos estados de Goiás e
Distrito Federal. Em contrapartida os estados de Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e São
Paulo foram os principais estados responsáveis pela perda do emprego no mês de abril.
2. Geração de Empregos no Nordeste: Desemprego Continua em Abril
O Nordeste teve um mês de abril com resultados negativos para oito estados, somente o Estado
do Piauí (612) apresentou saldo positivo na geração de empregos. A região fechou no mês de
abril (-44.477) postos de trabalho. Os estados de Pernambuco (-20.154) e Alagoas (-13.269)
lideraram a perda de postos de trabalho na região. Ver o gráfico 3 ilustra o comportamento de
emprego formal para a região Nordeste em abril de 2015, para todas as atividades econômicas.
Gráfico 3. Nordeste: Comportamento do Emprego Formal
Todas as Atividades Econômicas (Abr/2015)
Saldo (Admissão - Desligamentos)
5.000
Nordeste: Comportamento do Emprego Formal
Todas as Atividades Econômicas (Abr/2015)
612
0
-735
-5.000
-3.547
-2.039
-1.345 -3.107
-10.000
-13.269
-15.000
-20.000
-20.154
-25.000
Fonte: CAGED-MTE, abril/2015.
-893
Série Análises
No que concerne à geração de empregos nos setores de comércio e serviços, verificou-se que:
Para o setor de Serviços, os estados que apresentaram as maiores contratações foram Piauí
(617), Paraíba (569), Maranhão (352), Rio Grande do Norte (314) e Sergipe (284). Para o setor
do Comércio, os estados que se destacaram na contratação de pessoal foram Piauí (403) e
Sergipe (212). Ver o gráfico 4 logo abaixo com os resultados do Nordeste, para as atividades de
comércio e serviços.
Gráfico 4. Nordeste: Geração de Empregos nos Setores do Comércio e Serviços
(Abr-2015)
Saldo (Admissão - Desligamentos)
1.000
500
Nordeste: Geração de Empregos nos Setores do Comércio e Serviços
Abril 2015
617
76
352 403
569
18
314
59
212 284
59
0
-500
-560
-1.000
-1.500
-193
-442
-1.236
-1.294
-1.411
-2.000
-1.958
-2.500
Comércio
Serviços
Fonte: CAGED-MTE, abril/2015.
No geral, o setor de Serviços no Nordeste teve um saldo negativo no mês de abril (-998). Porém,
no ano, o setor contribuiu para a região, até o momento, com a geração de 7.274 novos postos
de trabalho.
Em abril o setor de Comércio na região Nordeste desligou (-3.133) trabalhadores, assim como
no ano, com (-24.070) desligamentos.
3. Sergipe: Geração de Empregos Formais em Abril é Negativo
De acordo com os dados do CAGED, em abril de 2015 o resultado do emprego em Sergipe foi
negativo, com um saldo de (-2.039) desligados.
Os setores de atividade que mais contribuíram para esse resultado foi Agropecuária (-2.089) e a
Indústria de Transformação (- 391), com destaque para a redução de empregos na indústria de
produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico (-443) e Indústria química de produtos
farmacêuticos, veterinários, perfumaria (-150). Maiores detalhes podem ser vistos no quadro 1
abaixo.
Série Análises
Quadro 1. Sergipe: Geração de Emprego Formal por Setor de Atividade (Abr-2015)
SETORES
TOTAL
1.EXTRATIVA MINERAL
2.INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO
Indústria de produtos minerais não
metálicos
Indústria metalúrgica
Indústria mecânica
Indústria do material elétrico e de
comunicações
Indústria do material de transporte
Indústria da madeira e do mobiliário
Indústria do papel, papelão, editorial e
gráfica
Indústria da borracha, fumo, couros,
peles, similares, ind. diversas
Indústria química de produtos
farmacêuticos, veterinários, perfumaria
Indústria têxtil do vestuário e artefatos
de tecidos
Indústria de calçados
Indústria de produtos alimentícios,
bebidas e álcool etílico
3.SERV INDUST DE UTIL PÚBLICA
4.CONSTRUÇÃO CIVIL
5.COMÉRCIO
Comércio varejista
Comércio atacadista
6.SERVIÇOS
Instituições de crédito, seguros e
capitalização
Com. e administração de imóveis, valores mobiliários, serv. técnico
Transportes e comunicações
Serviços de alojamento, alimentação,
reparação, manutenção, redação
Serviços médicos, odontológicos e
veterinários
Ensino
7.ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
8.AGROPECUÁRIA
TOTAL
ADMIS.
ABRIL/2015
TOTAL
SALDO
DESLIG.
TOTAL
ADMIS.
NO ANO **
TOTAL
DESLIG.
SALDO
8.965
11.004
-2.039
37.414
39.553
-2.139
14
1.465
21
1.856
-7
-391
47
6.311
68
6.082
-21
229
145
164
-19
583
642
-59
63
117
-54
344
371
-27
114
49
65
213
190
23
404
169
235
1.181
397
784
16
57
11
100
5
-43
51
352
63
475
-12
-123
28
23
5
90
120
-30
48
19
29
184
90
94
82
232
-150
378
808
-430
190
230
-40
765
888
-123
99
80
19
833
424
409
219
662
-443
1.337
1.614
-277
104
1.455
77
1.524
27
-69
499
5.737
300
6.032
199
-295
1.929
1.717
212
7.663
8.030
-367
1.600
1.440
160
6.443
6.922
-479
329
277
52
1.220
1.108
112
3.748
3.464
284
15.667
14.911
756
84
49
35
179
190
-11
1.578
1.455
123
5.696
5.841
-145
346
294
52
1.331
1.276
55
1.146
1.192
-46
5.481
5.388
93
299
264
35
1.153
1.167
-14
295
210
85
1.827
1.049
778
14
20
-6
37
125
-88
236
2.325
-2.089
1.453
4.005
-2.552
Fonte: CAGED-MTE, março/2015. Obs. * A variação mensal do emprego toma como referência o estoque do mês anterior.
Obs. ** Resultados acrescidos dos ajustes; a variação relativa toma como referência os estoques do mês atual e do mês de dezembro
do ano t-1, ambos com ajustes.
O comportamento do emprego no primeiro quadrimestre em Sergipe, mostra que o setor de
serviços apresentou uma trajetória equilibrada ao longo dos meses, somente em março o setor
apresentou saldo negativo com o desligamento de 88 postos de trabalho.
O setor do comércio apresentou uma trajetória de declínio nos dois primeiros meses, com
recuperação nos dois meses seguinte, com a abertura novas vagas em março e abril.
Olhando para a trajetória da geração de empregos em todas as atividades econômicas, no
primeiro quadrimestre deste ano, temos uma situação preocupante para o Estado, em especial
com relação à indústria da transformação, que está passando por dificuldades, como em todo
Série Análises
Brasil, refletindo na demissão de trabalhadores. O gráfico abaixo ilustra o comportamento do
emprego para o Estado de Sergipe no primeiro quadrimestre de 2015.
Gráfico 5. Sergipe: Comportamento do Emprego no 1º Quadrimestre - 2015
Sergipe: Comportamento do Emprego no 1º Quadrimestre-2015
Saldo (Admissão - Desligamentos)
500
257
139
249
143
212 284
0
Janeiro
-500
Fevereiro
-157-187
Março-88
Abril
-379
-543
-1000
-1500
-2000
-2.039
-2500
Todas as Atividades
Comércio
Serviços
Fonte: CAGED-MTE, abril/2015.
4. Sergipe: Comportamento do Emprego nos Setores de Comércio e Serviços em
Abril de 2015
Comportamento do Emprego Formal no Comércio
O comércio em Sergipe apresentou saldo positivo (+212) na geração de postos de trabalho em
abril de 2015. O comércio varejista foi quem mais contribuiu para o saldo positivo do setor como
um todo, foram (160) trabalhadores contratados, já o comércio atacadista contratou 52 novos
trabalhadores. No entanto, no ano são (- 367) desligamentos. Ver o quadro 2 logo abaixo com
os resultados do comportamento do emprego formal no Comércio de Sergipe.
Quadro 2. Sergipe: Comportamento do Emprego Formal no Comércio
ABRIL/2015
SETOR
COMÉRCIO
Comércio varejista
Comércio atacadista
TOTAL
ADMIS.
1.929
1.600
329
TOTAL
DESLIG.
1.717
1.440
277
NO ANO **
SALDO
212
160
52
TOTAL
ADMIS.
7.663
6.443
1.220
TOTAL
DESLIG.
8.030
6.922
1.108
SALDO
-367
-479
112
Fonte: CAGED-MTE, março/2015.
Obs. * A variação mensal do emprego toma como referência o estoque do mês anterior.
Obs. ** Resultados acrescidos dos ajustes; a variação relativa toma como referência os estoques do mês atual e do
mês de dezembro do ano t-1, ambos com ajustes.
Comportamento do Emprego Formal no Setor de Serviços
O setor de serviços voltou a gerar novos postos de trabalho em abril (284) após o mês de março
apresentar redução de mão de obra. No ano primeiro quadrimestre do ano, o setor acumula um
saldo de 756 trabalhadores contratados.
Em abril, somente o segmento de Serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção,
redação; apresentou saldo negativo (-46) trabalhadores demitidos. O quadro abaixo mostra a
Série Análises
situação do mercado formal de trabalho no setor de serviços de Sergipe, no mês de abril de
2015.
Quadro 3. Sergipe: Comportamento do Emprego no Setor de Serviços (Abr-2015)
ABRIL/2015
SETOR
SERVIÇOS
Instituições de crédito,
seguros e capitalização
Com. e administração de
imóveis, valores
mobiliários, serv. técnico
Transportes e
comunicações
Serviços de alojamento,
alimentação, reparação,
manutenção, redação
Serviços médicos,
odontológicos e
veterinários
Ensino
TOTAL
ADMIS.
3.748
TOTAL
DESLIG.
3.464
84
NO ANO **
284
TOTAL
ADMIS.
15.667
TOTAL
DESLIG.
14.911
49
35
179
190
-11
1.578
1.455
123
5.696
5.841
-145
346
294
52
1.331
1.276
55
1.146
1.192
-46
5.481
5.388
93
299
264
35
1.153
1.167
-14
295
210
85
1.827
1.049
778
SALDO
SALDO
756
Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015.
Obs. * A variação mensal do emprego toma como referência o estoque do mês anterior.
Obs. ** Resultados acrescidos dos ajustes; a variação relativa toma como referência os estoques do mês atual e do mês
de dezembro do ano t-1, ambos com ajustes.
5. Algumas Considerações
O estado de Sergipe apresenta um quadro preocupante neste primeiro quadrimestre de 2015.
Considerando o comportamento da geração de empregos em todas as atividades produtivas,
somente no mês de março/2015 o Estado apresentou saldo positivo (249), porém, no ano foram
demitidos 2.139 trabalhadores.
Merece atenção o comportamento do emprego em alguns segmentos de atividade econômica
importantes que estão apresentando trajetórias declinante na geração de empregos: segmentos
da indústria (indústria de produtos alimentícios, a indústria têxtil do vestuário e artefatos de
tecidos, a indústria química, a título de exemplos) e o comércio (varejista).
O nível de desemprego na indústria brasileira vem apresentando quedas significativas há alguns
meses. Em Sergipe essa tendência tem se apresentado de forma real há meses, com menos
intensidade, mas com desemprego significativo em alguns segmentos.
Os dados já mostram que o comércio em São Paulo, maior termômetro da economia brasileira,
já apresenta retração forte nas vendas e queda do emprego. Em Sergipe o setor do comércio
varejista tem apresentado redução significativa no fechamento de postos de trabalho. O volume
de vendas do comércio, até então, tem apresentado equilíbrio, com alguns segmentos, porém,
com retração de vendas.
A conjuntura atual merece atenção redobrada. No médio prazo, as condições da economia
podem apresentar melhoria, em especial se o ajuste fiscal do governo federal for aprovado e
suas ações serem efetivamente realizadas, refletindo em uma acomodação do mercado. Isso,
porém, não é tudo. O governo federal precisa apontar um projeto de desenvolvimento para o
país, o ajuste fiscal em si não garante a retomada do crescimento da economia se não vier
acompanhado de medidas que estimulem o setor privado a continuar investindo.
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