Lisboa, 20, 21 e 22 de junho de 2012 Empolamento, rebentação e dissipação das ondas junto à costa D.P. Santos (1), T. Abreu (2), P. A. Silva (1) e F. Sancho (3) (1) Universidade de Aveiro & CESAM, Campus Universitário de Santiago, 3810-193 Aveiro. [email protected]; [email protected]. (2) Instituto Politécnico de Viseu & CESAM, ESTGV Campus de Repeses, 3504-510 Viseu. (3) Laboratório Nacional de Engenharia Civil - DHA, Av. do Brasil, 101. 1700-066 Lisboa. Resumo: A propagação das ondas junto à costa envolve processos como, por exemplo, o empolamento, rebentação e dissipação das ondas. A partir da teoria linear, podem-se estabelecer equações que descrevem o empolamento da onda através das características da onda ao largo (altura e período). Recentemente foram propostas expressões que têm em consideração a amplitude finita da onda. Adicionalmente, o processo de rebentação da onda ocorre quando esta se torna instável, o que depende da profundidade e do declive de fundo, e contribui de forma significativa para a dissipação da energia da onda. Este trabalho pretende testar a validade de algumas equações encontradas na literatura para o coeficiente de empolamento, rebentação e a dissipação da onda mediante a comparação com um conjunto de dados experimentais obtidos num canal de ondas. Palavras chave: Ondulação, rebentação, dissipação 1. INTRODUÇÃO 2. A propagação das ondas junto à costa envolve processos como o empolamento, rebentação e dissipação das ondas. Com o objetivo de desenvolver um modelo de propagação de ondas para o estudo da evolução da morfologia da praia são estudadas diferentes aproximações para descrever os processos acima referidos. Com base na conservação do fluxo de energia das ondas e na teoria linear podem estabelecer-se equações que descrevem o empolamento da onda a partir das características da onda ao largo (altura, período e direcção). Nielsen (2009) generalizou as equações anteriores e propôs expressões tendo em consideração a amplitude finita da onda. Adicionalmente, à medida que a profundidade diminui e a declividade da onda aumenta, as ondas tornam-se instáveis e rebentam, havendo dissipação da energia. O início do processo e tipo de rebentação da onda são geralmente determinados em função da profundidade local e do declive de fundo. As equações com base na conservação do fluxo de energia conduzem a um aumento não realista da amplitude da onda pelo que devem considerar o processo de dissipação. Para descrever a dissipação da onda na zona de surf são encontradas na literatura diferentes formulações (p.ex., Baldock et al., 1998). No presente trabalho é testada a validade de expressões para o coeficiente de empolamento, rebentação e dissipação da onda mediante a comparação com resultados experimentais. O conjunto de dados experimentais considerado foi obtido por Sancho et al. (2001) no canal de ondas da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC) com um perfil de praia com barra construído sobre um fundo rígido. METODOLOGIA A partir do princípio de conservação do fluxo de energia das ondas e assumindo contornos batimétricos paralelos entre si e à costa, pode-se determinar expressões analíticas simples que permitem estimar a altura da onda num dado ponto junto à costa a partir do conhecimento da altura da onda ao largo. No presente caso, em que as ondas se propagam num canal, intervém nessas equações apenas o coeficiente de empolamento, ܭ௦ : H=K = s H0 r cg 0 cg (1) em que ܪé a altura da onda , ܿ a velocidade de grupo e o índice 0 representa os valores de H e de ܿ ao largo. Os valores da velocidade de grupo ao longo do canal foram determinados pela teoria linear de ondas a partir dos valores do período da onda (T) e do seu comprimento de onda ao largo, ߣ . Nielsen (2009), estabeleceu a seguinte equação que representa uma boa aproximação ao coeficiente de empolamento determinado pela teoria linear das ondas: H=K = 1 1 + 1 k0h + 13 (k0h)2 s 4 ‡ 4 228 H0 p 4k0h (2) a onde ݇ é o número de onda ao largo e profundidade. A equação (2) apresenta um erro de 1% em relação à equação (1) desde que se verifique a condição ݇ ݄ ൏ ͳǤ͵Ͷ. Nielsen (2009) propôs uma outra equação onde se adiciona um fator de correção empírico que tem em consideração os efeitos resultantes da altura da onda 159 2.as Jornadas de Engenharia Hidrográfica finita: 3 H 15 13 1 H 1 (k0h)2 1+ ‡ λ 0 (k0h)–3 1+ 4 k0h + = Ks = 4 ‡ 0 228 8 ˆ H0 p 4k0h (3) Para cada condição foi calculado o empolamento com estas três equações. Note-se que durante o cálculo do empolamento foi considerada a equação (1) quando verificada a condição ݇ ݄ ൏ ͳǤ͵Ͷ; quando ݇ ݄ ͳǤ͵Ͷ o cálculo foi feito pela equação (1). Note-se que no cálculo das equações (2) e (3), os valores de entrada são relativos à aproximação de ondas em águas profundas, pelo que teve de ser calculada a altura da onda em águas profundas, Hrms,0 (ver Tabela I). Para determinar o local de rebentação da onda utilizou-se a seguinte equação que traduz a altura de rebentação estabelecida por Battjes and Janssen (1978) Hb = 0.88 tanh γ kh ‡ 0.88 k (4) γ = 0.76 kh + 0.29 (5) Tabela I – Características das ondas consideradas nos ensaios experimentais. Altura da Altura onda em Período, Condição da onda, águas T (s) Hrms (m) profundas, Hrms,0 (m) 2.477 0.2185 0.235 A 3.478 0.2237 0.236 B 3.478 0.4112 0.432 C 2.17 0.208 0.223 D onde ߛ é um parâmetro de calibração da altura de rebentação e ݇ o número de onda. De acordo com Ruessink et al. (2003) este parâmetro segue a seguinte expressão 3. Assim, após o cálculo do empolamento, determinouse o local de rebentação através da intersecção de ܪ determinado por (4) com a altura da onda calculada pela equação (3. Os valores obtidos por este procedimento foram comparados com os observados no ensaio. Para calcular a dissipação da onda (D) após a rebentação foram usados dois métodos, ambos propostos por Baldock et al. (1998). No primeiro, os valores de D foram estimados a partir da resolução numérica da seguinte equação com diferenças finitas: − 2 d 1 ρgH rms Cg cos θ = – D dx ‡ 8 forma a verificar a validade daquela formulação para o presente conjunto de dados. O conjunto de dados experimental concerne ondas regulares (condição A, B e C) e irregulares (condição D). As experiências contemplaram medições da elevação da superfície livre e da velocidade do escoamento. Através da análise de imagens de vídeo foram também estimados o tipo e o local de rebentação das ondas. A Tabela 1 resume as características das ondas ao largo. Na Tabela, Hrms representa o valor médio quadrático da altura das ondas medida junto ao batedor no canal de ondas, Hrms,0 a altura equivalente mas em águas profundas que é determinada a partir da teoria linear e T representa o período das ondas. RESULTADOS 3.1. Empolamento As estimativas da altura da onda para a zona de empolamento apresentam-se nas Figuras 1 e 2 para as condições C e D, concernentes a ondas regulares e irregulares, respetivamente. A estimativa do empolamento até à zona de rebentação foi quantificada por um parâmetro de aptidão, Skill (S) – equação (8), que consiste na quantificação do erro através da razão entre o desvio padrão da média entre os valores calculados com os valores experimentais, Hrms: (6) S=1– em que ݔé a posição ao longo do perfil de fundo, ߩ é a densidade da água, ݃ é a aceleração da gravidade (ș) representa o ângulo de incidência da onda que neste caso é nulo. O segundo calcula a dissipação utilizando a altura de rebentação (equação (4)) e a altura da onda (Baldock et al., 1998): N ξcal,k – ξobs,k 2 Σ k=1 ‡ N ξobs 2 r Σ k=1 ‡ (7) (8) Quando S=1, há concordância entre os dados calculados e os experimentais. Se S=0, o erro é tão grande como a raiz quadrada média dos valores obtidos. O valor da aptidão foi calculado para cada condição e para as três equações, listando-se os resultados na Hb 2 (8) (7) α 1 ‡ 2 D= ρge – H rms (Hb 2+Hrms) 4T Esta expressão contém um parâmetro ߙ que é da ordem de 1. Os valores determinados pela equação (7) são posteriormente comparados com os obtidos através das medições de Hrms pela equação (6) de Tabela II. Nota-se que a equação (3) conduziu aos melhores resultados no caso de ondas regulares (condições A, B e C). No caso de ondas irregulares, a equação (1) é a que apresenta o melhor acordo. Repare-se que se não inclui o termo corretivo da 160 Lisboa, 20, 21 e 22 de junho de 2012 equação (3) sugerido por Nielsen (2009), a equação (2) conduz a resultados piores comparativamente aos da equação (1). rebentação estimada a partir da equação (4). A Figura 3 representa os valores de H e de Hb para a condição C. No ponto do gráfico onde se verifica a condição Hb<H, assume-se que ocorre a rebentação da onda. 0 2 4 0.9 6 8 0.8 1 2 4 0.7 6 0.7 0.6 H(m) 0.6 0.5 0.5 0.4 0.3 H(m) 0.4 0.2 0.3 0.1 0.2 0 40 0.1 0 10 20 30 40 50 60 70 44 46 48 50 X(m) 52 54 56 58 60 Figura 3 – Condição C – local de rebentação, intersecção entre a altura da onda, H (traço contínuo) e a altura de rebentação, Hb (traço tracejado). 80 X(m) Figura 1 – Perfil de fundo. Condição C – estimativa do empolamento. Linha azul – equação (1); linha vermelha – equação (2); linha verde – equação (3. Símbolo – Hrms. Segundo as observações das imagens do vídeo sobre o local de rebentação das ondas, estas rebentam em x=40.5m; x=42m; x=46.5m; x=45m, para as condições A, B, C e D, respetivamente. O ponto do gráfico onde se verifica a condição Hb<H, ocorre para x= 41.5m; x=43.5m; x=48m nas condições A, B e C, respetivamente, diferindo em relação aos observados cerca de 1 a 1,5m. Para a condição D, não foi possível determinar o local de rebentação, pois as duas curvas não se intersectaram. 0 2 4 6 8 1 2 4 6 0.25 0.2 3.3. Dissipação H(m) 0.15 As Figuras 4 e 5 representam as distribuições espaciais do fluxo de energia da onda e da dissipação após o ponto de rebentação observado pelas imagens de vídeo para as condições C e D. 0.1 0.05 0 10 42 20 30 40 50 60 70 800 80 X(m) 600 E(N/s) Figura 2 – Perfil de fundo. Condição D – estimativa do empolamento. Linha azul – equação (1); linha vermelha – equação (2); linha verde – equação (3. Símbolo – Hrms. 400 200 0 15 Tabela II – Valor da aptidão S para cada condição e equação 20 25 30 20 25 30 35 40 45 50 35 40 45 50 200 B C D Eq. (1) 0.9243 0.8506 0.9319 0.9165 Eq. (2) 0.9134 0.8504 0.9277 0.9146 D(N/ms) 150 A 100 50 0 15 X(m) Eq. (3 0.95 0.91 0.94 Figura 4 – Condição C – Fluxo de energia da onda. Dissipação. Linha vermelha – equação (6); linha preta – equação (8). 0.90 3.2. Rebentação A determinação do local de rebentação foi feita pela intersecção da altura da onda com a altura de 161 2.as Jornadas de Engenharia Hidrográfica e (7). Nota-se, contudo, que os valores referentes à equação (7) apresentam alguns desajustes em relação à equação (6), mas a variação espacial obtida por ambas as equações exibe uma forma muito semelhante, quer para ondas regulares, quer para agitação irregular. 150 E(N/s) 100 50 0 15 20 25 30 35 40 45 Agradecimentos 50 Este trabalho foi elaborado no âmbito do projeto PTDC/CTE-GIX/111230/2009 (EROS) financiado pela Fundação para Ciência e a Tecnologia (FCT). 25 D(N/ms) 20 15 10 REFERÊNCIAS 5 O 0 15 20 25 30 35 40 45 Baldock, T.E., Holmes, P., Bunker, S., Van Weert, P. (1998). Cross-shore hydrodynamics within an unsanturated surf zone. Coastal Engineering, 34, 173-196. 50 X(m) Figura 4 – Condição D– Fluxo de energia da onda. Dissipação. Linha vermelha – equação (6); linha preta – equação (8). fluxo de energia, calculado pela equação (6) foi filtrado, de modo a alisar pequenas oscilações, com uma média corrida de 5 pontos. No gráfico da dissipação estão representadas as diferenças do fluxo de energia representado no gráfico acima, e a dissipação calculada pela equação (7). Observa-se um ajuste razoável entre as equações (6) e (7) no que respeita à variação espacial da dissipação de energia e à sua magnitude. Assinala-se contudo que na condição D, a equação (7 sobrestima os valores da dissipação por um fator de 2. Um melhor ajuste poderia ser obtido pela consideração de um valor do parâmetro ߙ diferente da unidade. 4. Battjes, J.A., Janssen, J.P F.M. (1978). Energy loss and set-up due to breaking random waves. Proc. 16th Int. Conf. Coastal Engng., ASCE, Hamburg, 1, 466-480. Nielsen, P. (2009). Coastal and Estuarine Processes. Advanced Series on Ocean Engineering, 29. World Scientific, 360 pp.. Ruessink, B.G., Walstra D.J.R., Southgate, H.N. (2003). Calibration and verification of a parametric wave model on barred beaches. Coastal Engineering, 3, 139-149. Sancho, F.E, Mendes, P.A., Carmo, J.A, Neves, M.G., Tomasicchio, G.R., Archetti, R., Damiani, L., Mossa, M., Rinaldi, A., Gironella, X. Sanchez-Arcilla, A. (2001). Wave hydrodynamics over a barred beach. Proc. 4th Int. Symp. on Ocean Wave Measurement and Analysis - Waves 2001, S. Francisco, ASCE, 1170-1179. CONCLUSÃO Neste trabalho é testada a validade de um conjunto de expressões concernentes ao coeficiente de empolamento, rebentação e dissipação da onda. Os resultados foram validados com um conjunto de dados provenientes de um trabalho experimental efetuado no canal de ondas da Universidade Politécnica da Catalunha para um perfil de praia do tipo barra-fossa. A acuidade das estimativas do coeficiente de empolamento foi quantificada através de um parâmetro de aptidão (Skill) que permitiu avaliar a performance de três formulações. O conjunto de resultados sugere que da equação (3) resulta a melhor concordância entre os resultados experimentais e calculados, pois é a equação que, na generalidade, toma valores da aptidão mais elevados (excetua-se a condição D). Relativamente ao local de rebentação, comparando as observações das imagens do vídeo com as verificadas de acordo com a condição Hb<H, obtémse uma determinação do local de rebentação razoavelmente próxima da observada no ensaio. Salvaguarda-se a condição D para a qual não foi possível determinar o local de rebentação. De acordo com os gráficos obtidos para a dissipação de energia, há concordância entre o fluxo de energia da onda e a sua dissipação obtida pelas equações (6) 162 Lisboa, 20, 21 e 22 de junho de 2012 Efeito das alterações climáticas no regime de agitação marítima no Atlântico Norte e costa portuguesa N.A. Ribeiro (1), A.B. Fortunato (1) e A.C. Rocha (2) (1) (2) Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Av. do Brasil, nº 101, 1700-066 Lisboa, [email protected] Universidade de Aveiro, Campos de Santiago, 3810-193 Aveiro Resumo: As alterações climáticas constituem uma das maiores ameaças ambientais, sociais e económicas que enfrentamos, pelo que é fundamental prever os seus efeitos. Este trabalho analisa os efeitos destas alterações no regime de agitação no Atlântico Norte, com ênfase na região de Aveiro. Efetuaram-se simulações com o modelo de ondas WW3, devidamente validado, para o clima atual (1971-2000) e para um cenário climático futuro (2071-2100). Os campos de vento provêm do modelo ECHAM5 e considerou-se o cenário A2 SRES do IPCC. Analisa-se a evolução das características das ondas entre os dois conjuntos de 30 anos. Os resultados mostram por exemplo que neste cenário, para a maior parte do Atlântico Norte, a média da altura significativa da onda irá diminuir. Na região de Aveiro, prevê-se, no inverno, uma rotação da direção média no sentido anti-horário de cerca de 3º e uma diminuição da altura significativa média na ordem dos 4%. Palavras chave: Ondas, Alterações climáticas, Modelação climática, WW3, ECHAM, Atlântico Norte 1. INTRODUÇÃO referência. Alterou-se o valor de vários parâmetros que controlam a interação oceano-atmosfera. De seguida escolheu-se a que melhor representava o regime de agitação atual, através da comparação dos seus resultados com os obtidos na simulação com o vento das reanálises. Esta mesma parametrização foi utilizada para simular o cenário futuro. As alterações climáticas poderão afetar a dinâmica da atmosfera, alterando o regime de ventos. Por sua vez, estas alterações afetarão o regime de agitação marítima, o que terá implicações na gestão e proteção costeira assim como na exploração e produção da energia das ondas. Diversos estudos têm sido realizados com recurso a dados do passado, quer de boias (Quadrio e Taborda, 2010), quer de modelos de agitação (Dodet et al., 2010, Bruneau et al., 2011). Outros estudos recorrem a modelos climáticos (Andrade et al, 2007, Charles et al, 2012). Ambas as abordagens indicam que não existirão alterações significativas na altura das ondas. Este artigo apresenta um estudo, baseado em modelos climáticos, do efeito das alterações climáticas na agitação para o Atlântico Nordeste e costa portuguesa, com ênfase na região de Aveiro. 2. 3. MODELO DE ONDAS E DADOS DE VENTO 3.1 Modelo de ondas Os campos de ondas foram gerados com a versão 3.14 do modelo espectral de ondas de terceira geração WAVEWATCH III (Tolman, 2009), desenvolvido no NCEP/NOAA. O domínio utilizado cobre o Atlântico Norte, de 0º a 70ºN em latitude e de 0º a 80ºW em longitude, com uma resolução de 0.5º (Fig. 1). O espectro de ondas foi dividido em 24 direções e 25 frequências e utilizou-se um passo de cálculo de 15 minutos (Dodet et al, 2010). A batimetria foi gerada a partir da topografia global do fundo do mar gerada a partir de dados de satélite e sondagens de Smith and Sandwell (1997). METODOLOGIA As simulações dos regimes de agitação marítima, para a situação de referência e para o cenário futuro, foram geradas com recurso a um modelo de ondas forçado por campos de vento provenientes de modelos climáticos. Como as simulações forçadas por modelos climáticos não são diretamente comparáveis com as observações, utilizaram-se campos de vento provenientes de reanálises para calibrar o modelo de ondas para a costa Portuguesa. Efetuaram-se várias simulações, variando diversos parâmetros do modelo, e escolheu-se aquela que revelou melhores resultados. Com base na parametrização escolhida, efetuaram-se várias corridas, desta vez forçadas com campos de vento provenientes do modelo climático, para a situação de 3.2 Campos de vento As simulações da situação atual (1971-2000) foram forçadas com campos de vento provenientes das reanálises do NCEP. As simulações da situação de referência (1971 a 2000) e do cenário futuro (2071 a 2100) foram forçadas com campos de vento do modelo ECHAM5, desenvolvido no Max Planck Institute (Alemanha), considerando o cenário SRES A2 do IPCC. Ambos os campos de vento são referentes a 10 metros, têm uma resolução espacial de 1.875º e uma resolução temporal de 6 horas. 163