EDIÇÃO LISBOA SÁB 28 NOV 2015 Na Gulbenkian, uma colecção à inglesa para mostrar poder p26/27
Leis do Governo vão ser
discutidas semanalmente
com PCP, BE e PEV
Partidos à esquerda vão sentar-se à mesma mesa, às terças-feiras, para
acertar estratégia. PS, PCP, BE e PEV têm 20 dias para se entenderem sobre
fim da sobretaxa de IRS e cortes na função pública Destaque, 2 a 7 e Editorial
PAULO PIMENTA
Em Maio de 2016, os
alunos já não fazem
exames no 4.º ano
Os projectos de lei do PCP e
do BE foram aprovados na
generalidade pela maioria
de esquerda no Parlamento,
após discussão acesa com as
bancadas da direita p6
ESPECIAL
ESTAMOS
NA ESTAÇÃO
PERFEITA PARA
SABOREAR
GRANDES
VINHOS
TERROR EM PARIS
“OS FRANCESES
VÃO CONTINUAR
A CANTAR, A RIR,
A SAIR DE CASA”,
PROMETE HOLLANDE
Mundo, 20 a 22 e a análise
de Teresa de Sousa
Contratação de
Sérgio Monteiro gera
polémica na CGD
Salário que Sérgio Monteiro
vai receber para vender o
Novo Banco está a gerar
controvérsia no sector p16
Livro de postais Natal de Pintar
ar
Dez postais personalizáveis
com oferta de caixa
de lápis de cor Por + 8.35€
Ex-deputado do CDS- SEF espera primeiro
Madeira vítima de
grupo de refugiados
homicídio macabro antes do Natal
Carlos Morgado, que foi
deputado madeirense,
estava desaparecido desde
Março passado P10
Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras (SEF) diz que
“processo está a ser mais
lento do que o previsto” p8
ISNN:0872-1548
Ano XXVI | n.º 9358 | 1,65€ | Directora: Bárbara Reis | Adjuntos: Nuno Pacheco, Pedro Sousa Carvalho, Áurea Sampaio | Directora Internacional e de Parcerias: Simone Duarte | Directora Criativa: Sónia Matos
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2 | DESTAQUE | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
NOVO GOVERNO
Propostas de
lei do Governo
vão ser
negociadas
com PCP,
BE e PEV
Depois de aprovados em Conselho
de Ministros e antes de debatidos na
Assembleia, os diplomas serão discutidos
semanalmente com a esquerda
Nuno Sá Lourenço
O
PS vai coordenar a cooperação parlamentar com os
partidos que assinaram as
posições conjuntas. Mas se
a assinatura desses acordos foi feita separadamente, agora PS, BE, PCP e Verdes vão
sentar-se à mesma mesa todas as
semanas, às terças-feiras, na véspera da conferência de líderes, para
acertar posições “sobre tudo aquilo
que está pendente e a preparação da
conferência de líderes”. Isso mesmo
foi afirmado ontem pelo líder parlamentar do PS, Carlos César.
Estas reuniões não se vão limitar às
iniciativas das bancadas da esquerda:
também as propostas de lei provenientes do executivo serão alvo de
discussão entre os partidos nessas
reuniões semanais, depois de apro-
vadas em Conselho de Ministros.
“O Governo pode ter interesse em
que os seus diplomas estejam devidamente coordenados”, afirmou
César ao PÚBLICO. Por isso mesmo,
o secretário de Estado dos Assuntos
Parlamentares “estará presente sempre que for necessário”.
A composição desse grupo de coordenação deverá ser ao mais alto
nível parlamentar. Depois de frisar
que as “delegações não têm que ser
fixas”, Jorge Costa, vice da direcção
parlamentar, afirmou ao PÚBLICO
que, da parte do BE, estaria sempre presente pelo menos um dos
membros da direcção da bancada
(Pedro Filipe Soares, Mariana Mortágua ou ele próprio). E, “justificandose, participarão deputados responsáveis pelas matérias em apreço”.
Carlos César confirmou também que
o PS se fará representar pelo líder
da bancada, além da primeira vice-
presidente, Ana Catarina Mendes.
Só o PAN não participará nestas
reuniões. Apesar de o Governo ter
incluído seis propostas deste partido no seu programa, a assessora do
PAN, Naide Muller, justificou essa opção com o facto de o partido não ter
feito parte dos acordos de incidência
parlamentar assinados por PS, BE,
PCP e Verdes.
Ao encontro do PAN
Depois das alterações efectuadas
devido aos acordos com BE, PCP e
Verdes, o Programa do XXI Governo
voltou a ser revisto para acolher alterações no sector da Justiça e também
para acolher seis medidas provenientes do PAN. O texto, entregue ontem
no Parlamento pelo novo secretário
de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, não difere
muito, no entanto, daquele que foi
aprovado, no início do mês, na co-
missão nacional socialista, depois de
terem sido fechadas as negociações
com os partidos à esquerda do PS.
Ainda assim, já depois do primeiro
Conselho de Ministros liderado por
António Costa, o Governo decidiu
acrescentar algumas medidas em
relação à gestão do sistema judicial.
É aí que se encontra um dos objectivos que não estavam na anterior versão: “Adaptar o ano judicial ao ano
civil”. Da mesma forma, o “contrato
para um serviço público de justiça”
foi substituído pela criação de “um
conselho de concertação para o sistema judicial”. Mas com o mesmo
alcance do referido contrato: “metas quantificadas para o sistema, no
seu todo e para cada tribunal, gerando orientações e fixando objectivos
públicos, transparentes e escrutináveis de redução dos prazos dos
processos”. Mas sem a inclusão da
“participação do Conselho Econó-
mico e Social”, que estava referido
no programa que fora apresentado
no início do mês.
Além dessas alterações, o PS incluiu seis compromissos no seu
programa por proposta do PAN. No
capítulo relativo à valorização do
território, António Costa aceitou inscrever no texto que se venha a fazer
a “revisão do estatuto jurídico dos
animais, adequando-o à evolução do
Direito Civil de forma a diferenciá-lo
do regime jurídico das coisas”.
O Governo acordou ainda rever
o “quadro de sanções acessórias e
clarificar os tipos penais existentes”
em relação ao crime de maus tratos
a animais de companhia. A “gradual
erradicação” do abate de animais nos
canis e gatis municipais foi também
incluída, além da revisão do regime jurídico da venda e detenção de
animais selvagens, “com vista à sua
restrição e adequação às melhores
PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015 | DESTAQUE | 3
DANIEL ROCHA
Na primeira
reunião do
Conselho de
Ministros,
concluiu-se o
programa de
Governo
Novos vistos gold
Contrapartidas vão
capitalizar empresas
I
nserido num conjunto
de medidas destinadas a
melhorar o financiamento e a
capitalização das empresas,
o Governo propõe a criação
de um fundo de capitalização
financiado por diversas fontes,
incluindo as contrapartidas dos
vistos gold. O fundo “deve ser
financiado pelos reembolsos
dos fundos comunitários e as
contrapartidas dos vistos gold,
agora reorientando-os para
a capitalização de empresas
e reforçar a sua autonomia”,
refere o programa do Governo.
O programa refere ainda
“uma revisão da tributação
municipal do património”,
admitindo a introdução da
progressividade no IMI, que
não detalha, mas pode ser em
função do rendimento das
famílias, como tem sido pedido
pelos proprietários. Também
é prevista “uma cláusula de
salvaguarda que limite a 75
euros/ano os aumentos de
IMI em reavaliação do imóvel,
que seja habitação própria
permanente, de baixo valor”, o
que deverá valer apenas para o
futuro, já que os aumentos das
anteriores reavaliações já estão
aplicados. Rosa Soares
práticas”. Ao nível do Ambiente, o
executivo acrescentou o compromisso da elaboração de um “plano
de promoção da bicicleta e outros
modos de mobilidade suave”.
O programa não inclui, no entanto, todas as medidas discutidas com
o PAN nos últimos dias. Desde que
assumiu o seu mandato parlamentar,
André Silva defendeu a inclusão de
terapias não-convencionais no Sistema Nacional de Saúde, a proibição
do cultivo do milho geneticamente
modificado e a redução de metano.
O voto favorável do PAN pode tornar-se relevante caso o PCP venha a
optar pela abstenção na votação de
diplomas do Governo. Com BE, Verdes e PAN, o PS já conseguiria fazer
passar as suas propostas. Mas, ontem, a assessora do PAN não dava como garantida essa disponibilidade.
Também o PSD e o CDS ainda estão em fase de ponderação. Mas, no
caso destes dois partidos, a dúvida
é se vão apresentar uma moção de
rejeição ao programa de Governo.
A opção não colhe unanimidade
entre os sociais-democratas. Há
quem defenda esta iniciativa para
vincar o apoio de PCP, BE e PEV ao
Governo PS e para fazer sobressair
a posição contra da direita. Outros
consideram que PSD e CDS seriam
sujeitos a mais uma humilhação. Só
na segunda-feira poderá haver uma
decisão final.
Défice nos 3%
Nas metas financeiras, não houve
mudanças. Reflexo disso é o facto
de o quadro da revisão do cenário
macroeconómico que acompanha o
programa não ter sofrido qualquer
alteração em relação ao quadro de
revisão do cenário final com que se
encerrava o programa votado pelos
socialistas. A previsão para o défice
de 2015 mantém-se nos 3%, assim
como para 2016 essa variável se
situa nos 2,8%. O Governo segura
também a dívida pública nos 128,2%
em 2015 e aponta para os 123,9% no
ano seguinte.
Por isso mesmo, Pedro Nuno Santos manteve o discurso em relação
aos objectivos após a entrega do texto no Parlamento. “Este programa
de Governo marca o início de um
novo ciclo da governação em Portugal, sendo um instrumento fundamental, que é coerente e que rompe
com as políticas de austeridade e de
empobrecimento colectivo dos últimos anos. Este documento traduz
uma estratégia de maior crescimento, de melhor emprego e mais igualdade”, sustentou Pedro Nuno Santos
perante os jornalistas, depois de ter
estado reunido com Ferro Rodrigues
cerca de 15 minutos. com Sofia Rodrigues e Ana Henriques
Esquerda tem 20 dias para se
entender sobre austeridade
Maria Lopes
A
s propostas sonantes do PS
sobre a redução da austeridade e a reversão das subconcessões de transportes
(ver pág. 6) acabaram por
não ser votadas ontem na
generalidade, sendo remetidas para
a especialidade sem votação. Foi o
próprio PS quem o solicitou. Apenas
o fim dos exames do 4.º ano do ensino básico foi aprovado com os votos
de toda a esquerda.
Ficou claro que PS, BE, PCP e PEV
ainda estão a limar arestas. Da direita houve algum sarcasmo perante esta nítida falta de entendimento entre
o PS e os partidos à sua esquerda —
nos próximos 20 dias, estes últimos
vão tentar que os socialistas aceitem
acelerar as devoluções de salários e
pensões e a diminuição das sobretaxas. O PS quer uma reversão faseada
das medidas de austeridade aplicadas pelo Governo PSD/CDS e os três
partidos à sua esquerda exigem que
a sobretaxa do IRS e a CES terminem
já em Janeiro.
Também baixaram à comissão as
propostas sobre a procriação medicamente assistida de PS, BE, PAN e
PEV para uma análise em 90 dias.
Uma decisão contestada pela Associação Portuguesa de Fertilidade,
que se diz “revoltada” por antever
um arrastar do assunto, lembrando ser uma situação “bastante semelhante” à que ocorreu na última
legislatura, em que se criou uma comissão que ouviu entidades e debateu o projecto de lei da gestação de
substituição durante três anos, mas
acabou por não ver a luz do dia.
A direita viu chumbados todos os
seus diplomas. Ficaram pelo caminho a reversão faseada dos cortes
nos salários da função pública e da
CES, a aplicação em 2016 das medidas fiscais do OE 2015, graças aos
votos contra de toda a esquerda e
do PAN. Esquerda que chumbou
também a recomendação para que
o Governo crie uma política global
e integrada de modernização administrativa e um programa de desenvolvimento social.
Na discussão da recomendação
desse programa, PS, PCP e BE con-
sideraram-no uma “hipocrisia” e
criticaram PSD e CDS por tentarem
agora remediar com parcas medidas
o empobrecimento em que mergulharam o país. A direita argumentou ter encontrado Portugal na bancarrota e que agora o PS o recebe
“em desenvolvimento”. “Passado o
tempo de emergência social, temos
que olhar para o futuro e apostar
na valorização das pessoas, combatendo a pobreza e as desigualdades sociais”, defendeu Maria Mercês
Borges, do PSD.
A centrista Cecília Meireles vincou
a natureza abrangente do programa,
que inclui promessas eleitorais da coligação como a reposição dos 4.º e 5.º
escalões do abono de família e dos
valores do complemento solidário
para idosos. Sónia Fertuzinhos considerou que a direita fez um “diagnóstico errado” e afirmou que o PS
acabará por propor um “programa
nacional de erradicação da pobreza
para corrigir os últimos anos”.
“É um acto de profunda hipocriCecília Meireles
defendeu o
programa de
desenvolvimento
social
apresentado pelo
PSD e CDS-PP
sia política e desprezo pelas vidas
de pessoas que foram destruídas,
pela miséria” em que a direita mergulhou o país, acusou a deputada
do PCP Rita Rato. “Quatro anos de
Governo demostraram que a agenda
política de PSD e CDS é transformar
os direitos sociais em caridade.”
Mas foram aprovados os projectos
de resolução do PEV e do BE em que
se recomenda ao Governo que elabore e apresente ao Parlamento, no
prazo de um ano, um plano ferroviário nacional — “um dos primeiros
frutos dos acordos” que firmaram
com o PS, diz o PEV. Os ecologistas
viram ainda aprovado o seu projecto
de resolução que recomenda a divulgação e o estudo da Constituição
da República Portuguesa na escolaridade obrigatória, que contou com
os votos do PS, Bloco, PCP e PAN.
João Almeida, do CDS-PP, abstevese, e PSD e CDS votaram contra.
4 | DESTAQUE | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
NOVO GOVERNO
“Já estou
registado, estou
na turma dos
repetentes”
Quarenta deputados de PS, PSD e CDS
assumiram funções ontem de manhã.
Passos e Portas já votaram nas bancadas
que passaram a ser da oposição
Reportagem
Sofia Rodrigues
A
lguns caminhavam com
o olhar perdido, outros
davam passadas mais
firmes nas passadeiras
vermelhas que decoram
os corredores à volta
do hemiciclo. Foram 40 os
deputados do PS, PSD e CDS que
ontem assumiram o seu mandato,
uns em substituição de membros
do Governo, outros porque
deixaram de ser do Governo.
Foi preciso abrir novamente
uma sala para fazer o
acolhimento dos parlamentares
que chegavam, como acontece no
início de cada legislatura. À saída,
um social-democrata que deixou
agora funções governativas
desabafava com humor: “Já estou
registado, estou na turma dos
repetentes.”
Outros “repetentes” como os
ex-ministros Jorge Moreira da
Silva (PSD) e Pedro Mota Soares
(CDS) chegaram pouco antes
do início da sessão plenária, às
10h, e esperaram a sua vez para
preencher a documentação.
Estiveram na fila, atrás de alguns
deputados do PS (21 ao todo)
que também se preparavam para
assumir o seu mandato, alguns
pela primeira vez.
Dentro do plenário, o
presidente da Assembleia, Ferro
Rodrigues, leu os nomes dos
deputados que saíram e os que
entraram em substituição dos
que tomaram posse no Governo
liderado por António Costa.
“Agora sim, podem entrar”,
indicou. Só depois reparou que
alguns já o tinham feito e quis
felicitar todos pelo mandato. “Faz
de conta que não estavam”, disse.
Entre os que perguntavam
a assessores onde era a sala
do grupo ou a entrada para o
plenário estavam outros que não
precisavam de indicações. Paulo
Portas foi o primeiro dos dois
líderes da nova oposição a chegar
ao Parlamento.
Andou quase sempre sozinho,
não falou aos muitos jornalistas
que o esperavam nos corredores
e, depois de cumpridas as
formalidades, entrou no plenário.
Cumprimentou os seus — agora —
colegas deputados e sentou-se na
primeira fila da bancada do CDS.
Já Passos Coelho, que chegou
mais tarde, quis deixar clara a
posição de que veio para liderar a
oposição. “Venho tomar conta do
meu lugar”, disse aos jornalistas
o líder do PSD, antes de entrar
na sala de acolhimento, fazer o
registo e até tirar uma fotografia
no pequeno estúdio improvisado.
No mesmo banco, em pose
para a objectiva fotográfica, já se
tinha sentado o líder do CDS, que
foi até agora o seu parceiro de
coligação no Governo. “Exercerei
o meu papel de líder do PSD na
oposição. Já tinha sido presidente
do PSD na oposição [entre 2010
e 2011], mas não era deputado”,
afirmou, acompanhado de Luís
Montenegro, líder parlamentar
do PSD, do porta-voz do partido
Marco António Costa e do
secretário-geral Matos Rosa.
Para contrariar outros
semblantes mais carregados,
Passos Coelho deixou uma
mensagem de aparente
normalidade: “Encaro isto tudo
com muita naturalidade”. Saiu
acompanhado pelos dirigentes
do partido, entrou no plenário
e sentou-se na primeira fila da
bancada do PSD. Assistiu ainda
a parte do debate que estava a
decorrer sobre a divulgação da
Constituição nas escolas proposta
por PCP e PEV, mas sobretudo
participou nas votações.
Passos Coelho e Paulo Portas,
na fila da frente das suas
bancadas, levantaram-se contra
medidas como o fim dos exames
do 4.º ano, proposto por BE e
PCP, mas foram vencidos pela
nova maioria de esquerda. A
mesma maioria que chumbou o
prolongamento dos cortes nos
salários e da sobretaxa de IRS
PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015 | DESTAQUE | 5
FOTOS: DANIEL ROCHA
Passos Coelho
voltou ao
Parlamento,
mas desta
vez como
deputado
e líder da
oposição,
“com muita
naturalidade”
“Viva Costa”, rejubila o The Times of India
Francisco Soares Graça
A
“
ntónio Costa, neto de
Margão [segunda maior cidade de Goa], nascido no
ano da libertação de Goa
[1961], é agora primeiroministro de Portugal”. O
jornal indiano The Times of India (TI)
não é parco em palavras elogiosas
ao socialista. O artigo assinala a tomada de posse realizada quinta-feira
e intitula-se Viva Costa, o homem de
Goa em Portugal.
Desde que foi indicado por Cavaco Silva, António Costa tem sido alvo da cobertura mediática indiana
devido às suas raízes. O TI é o terceiro jornal com maior circulação
no país e o mais vendido em língua
inglesa. Segundo o Indian Readership Survey, em 2012 o jornal teve
uma média de 7,64 milhões de leitores diários, num país que tem mais
de mil milhões de habitantes.
O jornal fala dos desafios da liderança de Costa, descrevendo como
o “establishment conservador português, liderado por Cavaco Silva,
tentou vigorosamente mantê-lo fora
do poder, pondo em causa os processos democráticos relativamente
recentes do país durante o processo”. Dá ênfase à “jogada arriscada”
de concorrer à Câmara de Lisboa,
“uma zona urbana problemática”,
e de como moveu o seu gabinete para o Bairro da Mouraria, “infestado
de crime, droga e prostituição” e
que se transformou no “centro
do seu projecto de renovação
que refez Lisboa numa das capitais da Europa mais seguras,
limpas e verdes”. “Talvez inevitavelmente”, reflecte o jornal
indiano, “o mayor lisboeta começou a ser tratado por Gandhi
pelos seus concidadãos” — sinal
da sua “calma suprema, característica reconhecida dos goeses”. Texto
editado por Leonete Botelho
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para 2016 proposta pelo PSD e
CDS e fez aprovar requerimentos
para baixar à comissão respectiva
sem votação as contra-propostas
do PS.
No final das votações, os
dois líderes encontraram-se no
corredor, cumprimentaram-se e
saíram os dois sob os holofotes
das câmaras de televisão.
Estiveram reunidos cerca de
meia hora na área da bancada do
PSD. Só Paulo Portas regressou
à sala da direcção do grupo
parlamentar do CDS, onde
se encontrou com Maria Luís
Albuquerque, a ex-ministra das
Finanças, que também assumiu o
seu lugar de deputada.
O regresso dos antigos
governantes da direita obrigou
também a alguns ajustamentos
nas salas dos grupos, mas ainda
não era certo se Passos Coelho
teria algum gabinete. Não o
pediu, pelo menos. Poderá é usar,
quando for preciso, uma sala de
reuniões, como fazia Marques
Mendes quando era líder do
partido.
Paulo Portas também não terá
gabinete próprio, irá partilhar
o espaço que pertence ao líder
parlamentar do CDS. As salas de
trabalho serão principalmente as
das sedes dos partidos. É aí que
Passos Coelho e Paulo Portas vão
tecer a estratégia de oposição.
Cada um na sua sede.
HUGOBOSS.COM
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6 | DESTAQUE | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
NOVO GOVERNO
O fim dos
exames do 4.º
ano pode vir
a dar lugar a
outro tipo de
prova
Em Maio
de 2016 os
alunos já não
fazem exames
no 4.º ano
Os projectos de lei do PCP e do BE
foram aprovados na generalidade pela
maioria de esquerda do Parlamento,
após discussão acesa com as bancadas da
direita. PS admite outro tipo de prova
Graça Barbosa Ribeiro
E
stá decidido. Neste ano lectivo, os alunos que estão no
4.º ano de escolaridade já não
vão fazer os exames finais de
Português e Matemática. Os
projectos de lei que definem
esta alteração, apresentados pelo
Bloco de Esquerda e pelo PCP, foram
aprovados na manhã de ontem no
Parlamento, com os votos também
dos deputados socialistas e dos do
PEV e do PAN. Contra estiveram o
CDS e o PSD, que acusaram a maioria
de esquerda de “abandonar os estudantes com dificuldades”.
O resultado final estava anunciado.
Por isso, foi antecipadamente festejado pelas associações de professores
de Português e de Matemática e pela
Confederação Nacional Independente de Encarregados de Educação; e
previamente questionado pela Confederação Nacional de Associações
de Pais e pela Federação Nacional de
Educação, que contestam os exames,
mas preferiam que a extinção fosse
precedida por um debate alargado.
A questão é que o BE quis dar “um
sinal” às escolas. E fê-lo, como explicou Joana Mortágua, respondendo
à necessidade, que considerou “urgente”, de pôr fim aos exames que
em 2012 foram introduzidos pelo mi-
nistro Nuno Crato “contra todas as
recomendações internacionais”.
A linha de argumentação do BE,
do PCP e do PS no Parlamento foi
a mesma: ao introduzir os exames,
o PSD e o PP não provocaram a melhoria da qualidade do ensino, nem
introduziram uma cultura de rigor,
como alegaram, antes promoveram
o facilitismo. “É mais fácil treinar e
mecanizar do que desenvolver competências para a vida; é mais fácil excluir e criar mecanismos de selecção
precoce do que integrar e trabalhar
com a riqueza da diversidade; é mais
fácil punir do que inspirar”, enumerou Joana Mortágua.
A deputada do BE disse ainda, repetindo argumentos das associações
de professores de Português e de Matemática, que “os primeiros quatro
anos de escolaridade passaram a
funcionar em torno dos exames” e
que estes tornaram as crianças “mais
limitadas, mais angustiadas, mais
formatadas e mais individualistas”.
As provas são “cegas” “ao contexto
socioeconómico das crianças que
pretendem avaliar” e “criaram um
processo de desconfiança e de desvalorização sobre o trabalho dos professores”, criticou também. “Quem é
que melhor pode avaliar uma criança
de 9 anos? O professor”, afirmou.
Na mesma linha, Ana Virgínia, deputada do PCP, criticou a desvalori-
Os socialistas foram
mais longe do que
se propunham, já
que a promessa
era repensar a
existência deste
tipo de provas
zação, pelo Governo PSD-CDS que
introduziu os exames, da avaliação
contínua. Explicou esta desvalorização, na sua opinião propositada, com
o facto de uma avaliação ao longo do
ano lectivo obrigar “a uma política
de investimento na escola pública,
a uma valorização dos seus profissionais e a políticas de estabilidade
na organização e desenvolvimento
do trabalho, contrários aos que têm
sido adoptados”.
Coube a Susana Amador justificar
o apoio do PS às iniciativas do BE e
do PCP. Segundo disse, os socialistas concordam que os exames “não
avaliam aprendizagens”, “desvalorizam a análise crítica e a criatividade”
das crianças e tiram também valor “à
avaliação contínua do trabalho consistente de professores e alunos ao
longo de todo o ano lectivo”. Além
do mais, frisou a deputada, as provas
instituídas por Nuno Crato perturbaram “a leccionação das áreas não
sujeitas a provas”, e “a sua aplicação a crianças de 9, 10 anos” “fez de
Portugal um case study, isolado, só
acompanhado da Turquia”.
As iniciativas do PCP e do BE provocaram uma intervenção indignada
e muito politizada de Nilza de Sena,
do PSD, que atacou principalmente
o PS. A deputada começou por sublinhar que o seu partido não precisou “de usurpar o poder para impor ao país uma visão que ele não
sufragou”. Chegou a ignorar, num
primeiro momento, o tema em debate, e, aproveitando o pretexto da
acusação de facilitismo, comentou
que “as facilidades serão a prática”
do “poder socrático recauchutado
que conduziu a um dos piores períodos da (...) história colectiva — a
bancarrota, a falência e Portugal desacreditado”.
A deputada social-democrata acabou por voltar ao tema para defender
os exames, sublinhando a importância de garantir que “os alunos atingem os mínimos exigidos para passarem de ano” e de identificar os que
têm dificuldades, para “os ajudar”.
Ana Rita Bessa, do CDS, usou um argumento semelhante, considerando
que “equidade de oportunidades é
garantir que todos atingem os mínimos exigidos, para o respectivo ciclo,
de forma a transitarem bem preparados para o ciclo seguinte”.
Na perspectiva de PSD e CDS, não
fazer exames corresponde a não detectar os alunos com dificuldades e
PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015 | DESTAQUE | 7
30
dias. Os projectos de lei do PCP, PS, BE
e PEV sobre o fim das subconcessões
nos transportes vão ficar esse período
sem serem votados na generalidade
DANIEL ROCHA
PACC ainda
não acabou
F
não poder apoiá-los e considera isto
um “abandono”. Os partidos de esquerda contrapõem que isso é tarefa
dos professores.
Durante o debate, as representantes do BE e do PCP prometeram colocar em discussão os exames nacionais
do 2.º e 3.º ciclos. Não foi por acaso
que projectos de lei foram isolados.
Só a extinção do exame do 4.º ano era
consensual entre a maioria de esquerda que resultou das últimas eleições
legislativas e, ainda assim, os socialistas foram mais longe do que se propunham, já que a promessa era repensar a existência destes tipos de provas
nos primeiros anos de escolaridade.
Ontem, no debate, Susana Amador lembrou, a propósito do 4.º ano,
que os socialistas são favoráveis “à
aferição e monitorização das aprendizagens”, o que pode significar que
existe a intenção de introduzir uma
prova deste tipo, sem peso na classificação final dos alunos. Os exames
de Crato valiam 30%.
ormalmente, ainda
não foi ontem que a
Prova de Avaliação
de Conhecimentos e
Capacidades (PACC) para
professores foi eliminada. Está
garantido, no entanto, que
isso vai acontecer, quando
os projectos de lei do Bloco
de Esquerda e do PCP, ontem
debatidos no Parlamento,
forem votados.
O PS, que estava no Governo
quando a prova foi introduzida
no Estatuto da Carreira
Docente, reiterou que vai
contribuir para eliminar “uma
das maiores geringonças a que
os professores foram sujeitos
neste país”.
Quem chamou “geringonça”
à prova destinada a todos
os professores contratados
com menos de cinco anos
de serviço foi o deputado
socialista João Torres. Não
esclareceu se se referia à prova
que um dos governos de José
Sócrates criou ou ao modelo
que o ministro Nuno Crato,
do PSD, concebeu e aplicou.
Não se livrou, de qualquer
maneira, de ver sublinhado
pelo PCP, através do deputado
Miguel Tiago, que a PACC
foi introduzida em 2007 por
socialistas e criticada desde
2006 pelos comunistas, que
agora querem ver ressarcidos
todos os professores que por
ela foram prejudicados.
Não surgiram argumentos
novos, num debate que já
tem anos, sobre a prova que
recentemente foi considerada
inconstitucional, por ter sido
introduzida no ECD sem
autorização da Assembleia
da República. PSD e PP
associaram-na melhoria da
qualidade do ensino, PCP e
BE classificaram-na como um
instrumento de humilhação
e achincalhamento dos
professores contratados.
O debate dos dois projectos
de lei fez-se depois das
votações, pelo que a sua
provável aprovação ficou
adiada para outra sessão, ainda
sem data marcada. G.B.R.
Fim das subconcessões nos transportes
com votação adiada
PAULO PIMENTA
Luísa Pinto
O
s projectos de lei do PCP,
PS, BE e PEV que definiam
a anulação, cancelamento e
reversão dos processos de
subconcessão dos transportes públicos de Lisboa
e Porto baixaram ontem à Comissão
de Economia, Inovação e Obras
Públicas, sem votação na generalidade por um período de 30 dias. João
Paulo Correia, do PS, bem falou que
se tratava de “um dia histórico para
o sector dos transportes, para o serviço público, para os trabalhadores
e para a luta dos autarcas das áreas
metropolitanas de Lisboa e Porto”,
destinado a pôr fim “ao maior ataque
ideológico contra o sector dos transportes” que foi protagonizado pelo
anterior Governo de Passos Coelho.
Mas, afinal, a história terá de ser escrita noutro dia, já que os nove projectos
acabaram por não ser votados.
Durante o debate parlamentar em
que cada um dos diplomas foi apresentado (mas pouco discutidos), os
deputados do CDS-PP e do PSD bem
tentaram desafiar o PS. Ora lembrando que a mudança de rumo nos sistemas de transporte foi uma imposição
da troika (“E não fomos nós que a
chamámos”, lembrou Pedro Rio, do
PSD), ora recordando que a diabolização dos privados na gestão das
empresas públicas também não deveria estar na matriz dos socialistas.
“Vale a pena perguntar ao PS porque
decidiu subconcessionar o Metro do
Porto em 2008. (...) Os resultados estão à vista, está a ganhar quota e teve
zero dias de greve. Estão a proteger
as 1070 greves dos últimos quatro
anos. E é o PS a ceder aos interesses da CGTP”, disse Hélder Amaral
do CDS-PP — e também o presidente
da Comissão de Economia, Inovação
e Obras Públicas, onde estes diplomas vão ser debatidos —, acusando
os socialistas de estarem a entregar
pedidos “às escondidas” para não
votarem as propostas de imediato.
Segundo apurou o PÚBLICO, foi
mesmo da bancada do PS que veio a
iniciativa de pedir mais tempo para
debater e negociar esses mesmos detalhes, apesar de, na passada quartafeira (véspera da tomada de posse do
O PS pediu mais tempo para debater e negociar as propostas
novo Governo) ter sido definido em
comissão que os diplomas seriam já
votados durante a sessão de hoje. Pedido esse que foi prontamente aceite
pelos outros partidos de esquerda,
que apresentaram estas propostas
de resolução ainda antes de haver a
solução governativa.
Com os votos contra dos deputados do PSD e do CDS/PP, os requerimentos apresentados apenas ontem
de manhã para suspender a votação
na generalidade dos nove diplomas
impõem um compasso de espera
no cancelamento destes contratos,
na expectativa de que possa haver
por parte do Governo uma iniciativa legislativa que venha obviar as
diferenças de entendimento que os
partidos de esquerda têm acerca da
futura gestão destas empresas.
Governo defende anulação
No programa do Governo aprovado
ontem em Conselho de Ministros
consta a necessidade de “reforçar
as competências das autarquias locais numa lógica de descentralização
e subsidiariedade”, argumentando
que os municípios “são a estrutura
fundamental para a gestão de serviços públicos numa dimensão de proximidade” — defende o alargamento
da sua participação em várias áreas,
incluindo a dos transportes.
“O reforço das competências das
autarquias locais na área dos transportes implica a anulação das concessões e privatizações em curso dos
transportes colectivos de Lisboa e
Porto”, inscreve o Governo de António Costa no seu programa.
Independentemente do timing que
o Governo decidir incutir até à produção de iniciativas legislativas com
vista a produzir este efeito de anulação, uma das medidas que Costa
deverá tomar é impedir a reentrada
no Tribunal de Contas dos contratos
que pretende ver cancelados, e que
foram devolvidos, pela segunda vez,
com pedidos de esclarecimentos à
STCP, Metro do Porto, Transportes de
Lisboa (Carris e Metro de Lisboa).
Uma outra questão que terá de ser
resolvida é a privatização da TAP. Os
restantes partidos de esquerda já se
manifestaram contra a entrada de
privados no capital da empresa (o
PCP já entregou um projecto que determina o cancelamento e reversão
do processo de reprivatização, ainda
por agendar) e o PS mantém que não
se opõe à privatização, mas antes defende que o Estado conserve a maioria do capital social. No programa
aprovado, o Governo inscreve que
“não permitirá que o Estado perca
a titularidade sobre a maioria do capital social da TAP”, adiantando que
vai procurar formas “de capitalizar,
modernizar e assegurar o desenvolvimento da empresa, ao serviço dos
portugueses e de uma estratégia de
afirmação lusófona”, nomeadamente
através “de uma efectiva acção junto
das instituições europeias e do mercado de capitais”.
8 | PORTUGAL | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
SEF já deu respostas positivas e espera
primeiros refugiados antes do Natal
Foram produzidos materiais sobre Portugal em língua árabe para a Organização Internacional das
Migrações distribuir aos requerentes de asilo que estão nos centros de triagem em Itália e na Grécia
OGNEN TEOFILOVSKI/REUTERS
Asilo
Ana Cristina Pereira
Não é verdade que os requerentes
de asilo se recusem a vir para Portugal. “Nós estamos a contar que
o primeiro grupo chegue antes do
Natal”, adiantou ontem ao PÚBLICO Luís Gouveia, director adjunto do
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras
(SEF), confiante de que, depois de
instalados os primeiros, tudo se agilizará. O SEF recebeu onze pedidos
esta semana e aprovou meia dúzia.
“O processo está a ser mais lento
do que o previsto”, admitiu aquele
responsável. Não lhe parece que seja
um problema de Portugal. A União
Europeia acordou recolocar 160 mil
candidatos a asilo e até agora só recolocou 159.
O ritmo a que tudo se processa depende das entidades que organizam
os pedidos de protecção internacional em Itália e na Grécia. Os oficiais
de ligação colocados em Atenas e
em Roma não estão nos centros de
triagem. Neles operam apenas as
autoridades nacionais, a Agência
Europeia de Gestão da Cooperação
Operacional nas Fronteiras Externas
dos Estados-Membros (Frontex), o
Serviço Europeu de Polícia (Europol), o Gabinete Europeu de Apoio
em Matéria de Asilo (EASO) e entidades como a OIM e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Refugiados (ACNUR).
Ontem, Natasha Bertaud, portavoz da Comissão Europeia, frisou
que, durante o processo de recolocação, “não se obriga ninguém a ir
para onde não quer”. “É uma oferta”, enfatizou, em conferência de
imprensa, assumindo que um dos
“desafios do mecanismo é explicar
as oportunidades aos requerentes
de asilo”.
As pessoas manifestam preferência
por países nos quais têm familiares,
amigos, vizinhos, conhecidos ou, pelo menos, sabem que existem comunidades dos seus países de origem,
como a Alemanha e a Suécia. Afirmálo “é diferente de dizer que não querem vir para Portugal”, esclareceu
Luís Gouveia, recusando a forma como foram interpretadas declarações
suas ao Diário de Notícias.
Os países do Norte da Europa não
têm apenas mais tradição de asilo.
Têm também economias mais atrac-
Responsável do SEF está convencido de que, depois deste primeiro grupo de refugiados, a vinda de outros se precipitará
159
é o número de requerentes de
asilo que foram colocados, num
total de 160 mil acordados pela
União Europeia
11
pedidos chegaram esta
semana ao Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras. O país
disponibilizou-se para acolher
até 4754 numa primeira fase
tivas. E pouco sabem os requerentes de asilo sobre países periféricos,
como Portugal. “Tem de se lhes fornecer informação, de modo a que
possam ultrapassar algum tipo de
resistência. Temos estado a trabalhar
com a OIM [Organização Internacional para as Migrações] nesse processo”, salientou. Informação em árabe
já foi preparada e pode ser-lhe entregue nos centros de triagem. Técnicos
daquela entidade deverão desenvolver sessões de orientação cultural,
como fizeram no Egipto.
O que se quer é que tomem decisões esclarecidas, que cada um adira
a um projecto e a um país de recolocação, sublinhou Luís Gouveia. Só
deverá vir quem tiver intenção de se
integrar, de permanecer enquanto
necessário, “evitando-se movimentos secundários”, isto é, a migração
para outros Estados.
Portugal disponibilizou-se para re-
ceber 4754 refugiados, isto numa primeira fase da operação, a que prevê
a recolocação de 93.097 pessoas em
vários Estados. Esta semana, recebeu
os primeiros 11 perfis dos requerentes de protecção internacional provenientes de Itália e da Grécia para
análise. “Já demos respostas positivas”, revelou Luís Gouveia. Meia dúzia. “Antes do Natal, deverá chegar o
primeiro grupo.”
Não sabe ainda dizer quantos virão. Dizer que serão 50 até ao Natal
(30 de Itália e 20 da Grécia) soa-lhe
a especulação. Está convencido de
que, depois deste primeiro grupo,
a vinda de outros se precipitará.
Deverá passar de boca em boca
a informação de que o país está
preparado. Desde logo, que disponibiliza casas, ao invés de centros
de acolhimento, e que se dispõe a
receber as pessoas mais vulneráveis, como é o caso das mulheres
com filhos pequenos ou as crianças
desacompanhadas.
A polémica ocorreu no dia em que
o Grupo de Trabalho para a Agenda Europeia da Migração aprovou
a proposta de plano de acção para
o acolhimento dos requerentes de
protecção internacional, que serão
recolocados em território nacional
nos próximos dois anos. O documento seguirá para o gabinete da nova
ministra da Administração Interna,
Constança Urbano de Sousa.
A Comissão Europeia registou a
disponibilidade de Portugal receber
100 pessoas de imediato.
Segundo a porta-voz da CE Natasha
Bertaud, os requerentes de asilo que
se recusam a ser recolocados num
determinado país saem do sistema
europeu, embora possam apresentar um pedido de asilo em Itália ou
na Grécia, países de entrada, registo
e gestão.
loja online
10 | PORTUGAL | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
DR
Conhecidos resultados
do concurso para
o financiamento
do ensino artístico
Educação
Graça Barbosa Ribeiro
A decisão de atribuir mais
12 milhões de euros para
os próximos três anos
foi tomada pelo ministério
de Nuno Crato
O corpo de Carlos Morgado foi removido deste local em dois sacos
Ex-deputado do
CDS-Madeira vítima
de homicídio macabro
Crime
Márcio Berenguer
Carlos Morgado, que foi
deputado no parlamento
madeirense entre 2011 e
2012, estava desaparecido
desde Março
O corpo do ex-deputado do CDS na
Assembleia Legislativa da Madeira
Carlos Morgado, que estava desaparecido desde Março deste ano, foi encontrado na madrugada de ontem
enterrado num terreno baldio na zona de D. João, freguesia do Imaculado
Coração de Maria, no Funchal.
O cadáver do ex-parlamentar, segundo o PÚBLICO apurou, foi esquartejado para facilitar o transporte para
o local onde foi depois enterrado, nas
traseiras de uma moradia desabitada, numa zona residencial.
A operação policial, conduzida
pela Polícia Judiciária (PJ), resultou
ainda na detenção de uma mulher
de 25 anos e de um homem de 26,
suspeitos de serem os autores do
homicídio. Terão sido ambos a indicar às autoridades o local onde
estava enterrado o corpo de Carlos
Morgado.
Os detidos, de acordo com uma
nota divulgada durante a tarde de
ontem pelo Departamento de Investigação Criminal do Funchal da PJ,
são suspeitos da prática dos crimes
de homicídio qualificado, roubo e
profanação de cadáver.
“Apurou-se, graças a um minucioso trabalho de investigação, que os
autores do crime conceberam um
plano para atraírem a vítima com
o intuito de a roubarem e de posteriormente lhe provocarem a morte”,
lê-se no comunicado da Polícia Judiciária, que adianta que os suspeitos
vão ser ouvidos por um juiz de instrução para determinar as medidas
de coacção.
Moradores da zona disseram ao
PÚBLICO que não se aperceberam
O corpo,
esquartejado, foi
encontrado na
madrugada de
ontem enterrado
num terreno
baldio no Funchal.
A PJ deteve dois
suspeitos
de qualquer movimentação policial,
mas a imprensa local citou uma fonte
dos Bombeiros Municipais do Funchal, que deu conta de que o corpo
de Carlos Morgado foi removido do
local em dois sacos. O cadáver vai
agora ser submetido a exames periciais para confirmar a identidade.
O ex-parlamentar centrista esta-
va desaparecido desde o início de
Março, após uma deslocação à capital madeirense. Discreto, professor
aposentado com 66 anos, casado e
com um filho, Carlos Morgado residia na Ribeira Brava, uma pequena
vila a cerca de 30 quilómetros a oeste do Funchal. O automóvel do exdeputado foi encontrado junto de
uma grande superfície comercial,
na Baixa da cidade.
Carlos Morgado teve uma curta,
mas polémica, passagem pelo parlamento madeirense, substituindo
entre Junho de 2011 e Outubro de
2012 o companheiro de bancada
José Manuel Rodrigues, quando este decidiu ocupar o lugar que tinha
como deputado na Assembleia da
República.
Quando José Manuel Rodrigues,
que era na altura líder do CDS-Madeira, decidiu regressar ao Funchal,
Morgado recusou ser substituído,
chegando mesmo a passar a independente. Acabou depois por sair
do parlamento madeirense, depois
dos deputados do PSD e do CDS terem votado a cessação do seu mandato, com as restantes bancadas a
oporem-se.
Uma votação que esteve na origem
do fim do Pacto pela Democracia,
um documento assinado por todos
os partidos da oposição, com o objectivo de contrariar a forma como
o PSD-Madeira, liderado à época por
Alberto João Jardim, conduzia os trabalhos parlamentares.
Os resultados provisórios do concurso extraordinário aberto pelo
Ministério da Educação e Ciência
(MEC) para o financiamento do Ensino Artístico Especializado, num
montante de 12 milhões de euros
para os próximos três anos, foram
publicados na quinta-feira. “Ainda
estamos a analisar os dados, mas tudo indica que não haverá surpresas
ou motivos para contestação”, afirmou o director executivo da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP),
Rodrigo Queirós e Melo.
Com este procedimento, destinado apenas às entidades proprietárias de estabelecimentos em que
este ano se registou um decréscimo
de financiamento atribuído, o MEC
de Nuno Crato procurou corrigir o
resultado do concurso para a realização de contratos de patrocínio,
que havia deixado de fora muitos
dos alunos e provocado uma onda
de protestos, antes das eleições legislativas.
A solução satisfez a AEEP, disse
ontem Queirós e Melo, que acredita
que “na maior parte dos casos os
estabelecimentos de ensino acolheram, desde o início do ano lectivo,
os alunos que já frequentavam o ensino artístico e que esperavam poder receber, por acreditarem que a
MEC procurou corrigir
resultados de concurso
situação se iria resolver entretanto”. “Lamentamos a confusão e a
morosidade do processo — não sei
quando é que os estabelecimentos
vão ver estas verbas — mas estamos
satisfeitos, também, com o facto de
o financiamento ser para três anos,
o que finalmente garante alguma estabilidade neste sector”, disse.
Na altura, o MEC sustentou que
o decréscimo do financiamento de
parte dos estabelecimentos não foi
intencional e resultou da “harmonização do valor pago por aluno a
nível nacional”. Segundo explicou,
o financiamento inicialmente atribuído às escolas do ensino artístico especializado (55 milhões de euros) era
“igual ao do ano lectivo anterior”,
mas mudou a forma de financiamento (que passou a ser por concurso) e
a fonte. Nos últimos quatro anos, o
ensino artístico especializado havia
sido pago por fundos comunitários
nas chamadas regiões de convergência (Norte, Centro e Alentejo) e pelo
Orçamento do Estado (OE) em Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve. Este
ano, as verbas passaram em todos
os casos a ser atribuídas através do
OE. As mudanças tiveram “um efeito
indesejado”, com escolas a sofrer
cortes de 40%, admitiu.
Através destes contratos com as
escolas privadas, o Estado procura
colmatar a escassa oferta pública do
ensino artístico especializado.
Direcção exonerada
Num processo que em nada está relacionado com este concurso, um
dos estabelecimentos públicos, a Escola Artística Soares dos Reis, viu a
respectiva direcção ser exonerada
pelo anterior Governo, nesta semana, e substituída por uma Comissão
Administrativa Provisória.
Em declarações ao PÚBLICO, o
subdirector, José António Fundo,
confirmou a exoneração, na sequência de um processo disciplinar que, por sua vez, resultou de
uma auditoria da Inspecção-Geral
de Educação. “Eu e o director, Alberto Martins Teixeira, não fomos
ainda ouvidos. Aguardamos, serenamente, o decorrer do processo”,
limitou-se a afirmar José António
Fundo, quando contactado ontem
pelo PÚBLICO.
O despacho de exoneração foi entregue ao director na quarta-feira.
Não foi possível obter informações
sobre este assunto junto do Ministério da Educação. Tiago Brandão
Rodrigues, o novo ministro, do Governo de António Costa, tomou posse na quinta-feira.
PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015 | PORTUGAL | 11
ANA LUÍSA SILVA
Politécnico
investiga
praxe
violenta
São histórias
de crianças com
cancro mas
“celebram a vida”
Instituto do Cávado e Ave
Ana Henriques
Livro
Hugo Morgadinho
Caloiro terá sido açoitado
por aluno mais velho com
um cinto. Rituais foram
suspensos por tempo
indeterminado
Associação Acreditar faz
20 anos e lança um livro
que junta testemunhos
de mais de 100 crianças e
pais e de dez voluntários
A suspeita de que um aluno terá sido
açoitado com um cinto durante uma
praxe levou o Instituto Politécnico
do Cávado e do Ave a suspender por
tempo indeterminado estes rituais
e a abrir uma investigação. Não fez,
porém, qualquer queixa às autoridades.
A direcção da instituição foi alertada para o caso pelo Jornal de Notícias,
segundo o qual tudo se passou há
cerca de um mês, dentro do campus
do instituto. A publicação cita uma
testemunha, segundo a qual um caloiro que estava proibido de rir e de
olhar para os veteranos não conseguia parar de gargalhar. Foi então,
segundo o mesmo relato, que o colocaram de joelhos e mãos no chão
e o açoitaram com um cinto na zona lombar. Temendo retaliações, o
jovem não terá apresentado queixa
pelo sucedido, apesar de a agressão
ter deixado marcas.
Um porta-voz do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, Pedro
Bessa, confirmou ao PÚBLICO que as
actividades de praxe foram suspensas por tempo indeterminado, tendo
sido aberto um processo de averiguações cuja conclusão deve “estar para
breve”. A investigação do caso ficou
a cargo da provedora do estudante,
a docente Irene Portela.
No despacho em que concedia
dispensa das aulas aos estudantes
entre 21 e 23 de Outubro, para que
pudessem participar na semana do
caloiro, o vice-presidente desta instituição de ensino superior, Veloso
da Silva, escreveu que essa dispensa
pressupunha que fossem “garantidos
os direitos fundamentais de todos,
nomeadamente os valores da liberdade, do respeito pelos outros e da
dignidade humana”.
“O regulamento disciplinar do estudante diz que ninguém pode ser
obrigado à praxe”, acrescenta Pedro
Bessa, que garante que foram raras
as vezes em que os rituais causaram
problemas neste estabelecimento,
tirando um caso de consumo excessivo de álcool em 2013. “Da parte do
instituto, não houve qualquer queixa
na PSP relacionada com este incidente” do mês passado, acrescentou.
De acordo com a PGR, cães e gatos dominam lista de maus tratos
Homem detido
por atirar gato
contra uma porta
Maus tratos a animais
Hugo Morgadinho
Homem de 32 anos já foi
presente a tribunal e foilhe aplicada a medida
de coacção de termo de
identidade e residência
A PSP da Amadora anunciou ontem a detenção de um homem de
32 anos por abuso cometido contra
um animal. O homem terá agarrado um gato pelo pescoço e lançado “com violência” o animal contra
uma porta, pelo que lhe foi dada
voz de detenção, segundo o comunicado da polícia.
O caso aconteceu na madrugada
de ontem, quando a PSP da Amadora recebeu “várias chamadas”,
alertando para o ruído excessivo
proveniente da habitação do suspeito, refere a nota da PSP. Quando
chegaram ao local, o homem “rejeitou cessar com o ruído” e terá
então cometido o acto de violência sobre o animal na presença dos
polícias.
A PSP ainda verificou se o animal precisava de algum cuidado
médico-veterinário, mas tal não
foi necessário. O detido foi ontem
presente ao Tribunal da Amadora
e foi-lhe aplicada a medida de coacção de termo de identidade e residência, podendo o processo ser
suspenso provisoriamente, “caso o
arguido efectue 80 horas de serviço
comunitário numa associação de
protecção de animais”, segundo o
documento.
O primeiro caso de alguém detido
por maus tratos a animais, e prestes a ser julgado, ao abrigo da nova
lei, é o de um homem que matou
o seu galgo à fome numa freguesia
de Campo Maior.
Desde 1 de Outubro de 2014 que
os maus tratos contra animais são
considerados crime. A lei refere
que “quem, sem motivo legítimo,
infligir dor, sofrimento ou quaisquer outros maus tratos físicos a
um animal de companhia é punido
com pena de prisão até um ano ou
com pena de multa até 120 dias”.
A mesma lei diz que quem efectuar tais actos, e dos quais “resultar
a morte do animal, a privação de
importante órgão ou membro ou
a afectação grave e permanente da
sua capacidade de locomoção”, o
mesmo será “punido com pena de
prisão até dois anos ou com pena
de multa até 240 dias”.
De acordo com a ProcuradoriaGeral da República, foram abertos
1042 inquéritos desde que a nova
lei entrou em vigor. Os cães e os
gatos representam 95% dos 452
crimes de maus tratos ou abandono investigados pela GNR. Até ao
início de Outubro, a mesma força
de segurança registou 98 crimes e
4536 contra-ordenações durante
o primeiro ano da lei. Nesse período, o distrito com maior número de
crimes foi Setúbal, que, num total
de 18, registou 12 por maus tratos e
cinco por abandono, seguindo-se a
Madeira, que contabiliza 12 crimes,
dos quais oito são de maus tratos.
Segundo o balanço de um ano da
GNR, chegaram à corporação 3108
denúncias, numa média de oito por
dia, tendo sido Julho (425) o mês
com maior número de queixas,
que foram sobretudo apresentadas
por cidadãos do distrito de Lisboa
(897). Texto editado por Raposo
Antunes
“Há mais altos, magros, gordos, baixos, ricos e pobres, mas somos todos
iguais, uma família unida”, conta o
Fábio. “Acreditar que posso ajudar.
Acreditar que vou vencer”, é esta a
mensagem de esperança da mãe da
Matilde. Ou “Como infinito é o meu
amor pela minha adorada filha, infinita é também a minha gratidão
por todos quantos tocaram o meu
coração neste percurso das nossas
vidas”, agradece a mãe da Beatriz.
Estes são apenas alguns dos mais de
100 testemunhos de um livro que a
Associação Acreditar (Associação
de Pais e Amigos de Crianças com
Cancro) lança hoje para assinalar os
seus 20 anos de existência. Chama-se
Vidas Contadas — 20 Anos de Estórias
da Acreditar e pretende recordar e
homenagear não só as crianças e jovens que tenham sofrido de cancro,
mas também as famílias e todas as
instituições da sociedade civil que
lhes deram apoio e que as acompanharam na doença.
O livro “é uma forma de reunir
todas estas vozes e recuperar histórias de vida”, explica ao PÚBLICO Patrícia Pinto, colaboradora da
Acreditar, sublinhando que a obra
foi um “desejo que se concretizou”.
A ideia surgiu de um desafio lançado pela associação aos “Barnabés”
(como apelidam as crianças e jovens
com cancro) e aos pais que fizeram
parte dos vinte anos da Acreditar.
Convidaram todos eles a escrever
uma carta que relatasse a forma
como enfrentaram o momento em
que a doença entrou nas suas vidas.
Receberam 111 cartas e foram precisamente esses testemunhos que
juntaram no livro, onde estão também os testemunhos de dez voluntários e colaboradores desta IPSS.
O livro não é, no entanto, apenas
sobre a Acreditar, é sobre todos aqueles que acompanharam estas crianças e jovens. Médicos, professores ou
psicólogos, todos eles são também
recordados. Apesar de histórias “tristes”, algumas delas com finais infelizes, o objectivo era fazer um livro
sobre a vida. “O que é bonito é que há
muita esperança, agradecimento e
louvor pela vida”, diz Patrícia Pinto,
sublinhando a diversidade das cartas
“que, apesar de muitas vezes falarem
sobre o mesmo, são contadas de forma diferente, muito pessoal”.
Para além da apresentação do livro, que acontece pelas 16h na Fundação Cidade de Lisboa, a Acreditar
vai também celebrar hoje as duas
décadas em Coimbra (na Casa da
Acreditar) e no Porto (na Associação
Nacional de Jovens Empresários). A
ideia é juntar aqueles que estiveram
ligados à associação, ao longo destas
duas décadas, e homenageá-los. Para isso, fizeram um filme que vai ser
apresentado na festa. A comemoração chega também à Madeira, mas
só no dia 4 de Dezembro.
A Acreditar é uma IPSS que tem
objectivo garantir os direitos e a
promoção da qualidade de vida das
crianças ou jovens com cancro e das
famílias. Conta com 17 colaboradores
e mais de 700 voluntários e já ajudou
mais de 9000 famílias. Texto editado por Andrea Cunha Freitas
MIGUEL MANSO
Livro pretende homenagear as crianças que tenham tido cancro
12 | PORTUGAL | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
BARÓMETRO NOTÍCIAS DA SEMANA
SEMANA DE 21 A 27 DE NOVEMBRO DE 2015
O inevitável já esperado
Top 10
Pos.
Comentário
Gustavo Cardoso
Esta foi uma semana em que
todos os inevitáveis esperados se
materializaram. Após ter passado
mais de um mês desde o dia 4
de Outubro, inevitavelmente,
tivemos o que se adivinhava após
a noite eleitoral: um governo de
curta duração para abrir caminho
a um governo de longa duração,
senão mesmo de legislatura.
Ao contrário do que muitos
comentadores pensaram, talvez
fruto de olhar o presente sempre
a partir do passado, os partidos
que apoiam o Governo empossado
vivem a (quase) inevitabilidade
de se manterem unidos sempre
que possível e críticos entre si
sempre que necessário como a
única estratégia para manterem
ou aumentarem o actual score
eleitoral.
Na mesma senda do “já
esperado”, o discurso do
Presidente da República na tomada
de posse do Governo foi mais
um episódio na disputa com o
empossado primeiro-ministro.
Neste discurso, Cavaco Silva
tentou, novamente, ganhar a
mó de cima face a António Costa
e, novamente, foi rechaçado
nessa intenção. Para quem ouviu
em directo e, posteriormente,
leu jornais ou o viu nos jornais
televisivos, ficou a dúvida se Costa
teria, ou não, lido previamente o
discurso de Cavaco, já que para
todos os “recados-ataque” do
Presidente houve resposta pronta
e institucional, fazendo criar a
dúvida, inevitável, sobre qual
dos dois naquela sala procurava
assumir o papel de primeira figura
do Estado português.
Também, inevitavelmente,
durante a tomada de posse
do Governo se assistiu à
desconfortável, mas normal
em política, posição de quem
havia perdido a possibilidade
de governar mais de 27 dias.
Inevitavelmente, havia escolhas
a fazer por parte do anterior
primeiro-ministro face ao discurso
do novo primeiro-ministro e as
escolhas feitas mostraram que
Passos Coelho não desistiu da luta
política para voltar a ser o próximo
primeiro-ministro, prova disso foi
ter escolhido não aplaudir com
palmas de circunstância e pose de
Estado o discurso de Costa.
De inevitabilidade em
inevitabilidade esperada, esta
foi a semana em que o perigo
de confronto Turquia-Rússia se
concretizou num abate de um caça
russo no território eleito para todas
as potências militares e financeiras
mundiais se enfrentarem e
testarem forças e armas, a Síria.
Por fim, esta semana foi marcada
pela inevitabilidade da mudança de
estilos de vida por via do regresso
do terrorismo à Europa que impôs,
e imporá, novos quotidianos a
muitos países europeus e, talvez,
também aos portugueses. Era
inevitável, mas podia ser evitado,
pois o inevitável é sempre produto
das nossas escolhas.
Sociólogo, ISCTE-IUL
1.º
2.º
3.º
4.º
5.º
6.º
7.º
8.º
9.º
10.º
Tema em destaque
g
N
N
h
N
R
N
R
h
N
1.º
2.º
3.º
10.º
h Desce g Sobe N Nova entrada R Regresso ao Top 10 = Mantém posição
* Os dados publicados na versão impressa do Barómetro não incluem a análise dos jornais televisivos
de sexta-feira (véspera da publicação do artigo)
Não foi notícia
Ainda não
Cobrar sem fraque
Ainda não vai ser esta semana
que as Presidenciais irão arrancar
mediaticamente. Mas a promessa
de Cavaco Silva de não entrar em
gestão presidencial e se manter
activo até ao último suspiro do
seu mandato dará aos candidatos
presidenciais o necessário palco
para se distanciarem ou serem
“colados” ao tipo de actuação
do actual inquilino do palácio
cor-de-rosa. Portanto, a próxima
semana continuará a empurrar
Marcelo para a zona de sombra,
mantendo-se afastado da ribalta
mediática, buscando assim não
descer nas suas intenções de
voto pelo desgaste de liderar
e tentando fugir à colagem
inevitável com Cavaco, a posição
para a qual Sampaio da Nóvoa e
Maria de Belém o empurraram.
G.C.
A Autoridade Tributária veio esta
semana avisar os contribuintes
de que terão de voltar a validar
as suas facturas no Portal das
Finanças. Caso cada um de nós
não o faça, o serviço não aceitará
as facturas já introduzidas no
sistema. Já não bastavam os
impostos, taxas e sobretaxas,
o facto de pessoas e empresas
serem cobradoras de IVA para
o Estado sem compensação
alguma, a sistemática alteração de
regras com efeitos retroactivos.
Agora também somos fiscais
das entidades que passam
facturas. Assim é fácil apresentar
resultados. Mas alguém se
lembrou dos custos para o país em
horas consumidas aos portugueses
em tarefas não produtivas? Dos
40% de portugueses sem acesso à
Internet? M.C.
Portugueses são cobradores de impostos
14,7
13,7
10,4
7,7
5,2
4,2
2,7
2,5
2,2
2,0
Outras notícias (assuntos dispersos): 9%
Tema emergente
Presidenciais: o tema que se segue
% de notícias (N=402*)
(2.º) Decisão do PR para formação de novo governo
Indigitação do PM e tomada de posse do Governo
Alerta e operações policiais na Bélgica
(1.º) Atentados em Paris
Composição do Governo PS
Futebol: Taça de Portugal
Programa e medidas do Governo PS
Abate de caça russo pela Turquia
(8.º) Caso Sócrates
Combate ao Estado Islâmico
Ficha técnica
Análise de conteúdo realizada a partir de uma amostra
de 402 notícias destacadas nos últimos sete dias em 16
órgãos de comunicação social generalistas difundidas
nas primeiras páginas dos jornais impressos, abertura
de noticiários na Rádio e TV e destaques dos jornais
online. Saiba mais em https://www.facebook.com/
LaboratorioDeCienciasDaComunicacao.
Barómetro de Notícias
O Barómetro de Notícias é desenvolvido pelo
Laboratório de Ciências de Comunicação do ISCTEIUL no âmbito do Projecto Jornalismo e Sociedade
e do Observatório Europeu do Jornalismo. É
coordenado por Gustavo Cardoso, Décio Telo, Miguel
Crespo, Susana Santos, Ana Pinto Martinho e Tiago
Lapa. Comentários dos investigadores Gustavo
Cardoso, Susana Tavares, Sandro Mendonça e Guya
Accornero. Apoios: Público, IPPS-IUL, Jornalismo@
ISCTE-IUL, e-TELENEWS MediaMonitor / Marktest
2015, fundações Gulbenkian, FLAD e EDP, Mestrado
Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação,
LUSA e OberCom.
Escrevo músicas para me sentir melhor,
retiro algo bom de algo mau.
AMY WINEHOUSE
Limitado ao stock existente. A compra do produto implica a aquisição do jornal.
A rapariga
por detras
do nome
+15€
DOM, 29 NOV
COM O PÚBLICO
Um talento singular e uma artista de jazz pura
no
n
o sentido mais autêntico, vencedora de seis
p
ré
prémios
Grammy, Amy Winehouse escreveu
e cantou
c
com o coração usando os seus dons
m
u
musicais
para analisar os seus próprios problemas.
AMY,
A
M do premiado realizador Asif Kapadia, conta
a in
incrível história de Amy Winehouse que, apesar da
fforte
or personalidade artística, era uma pessoa frágil.
T
en como linha narrativa as letras das suas
Tendo
c
an
canções
e apresentando músicas inéditas, bem
como
várias imagens de arquivo nunca antes
c
o
vistas,
v
is
AMY é um filme surpreendentemente
m
o
moderno,
emocionante e vital.
14 | LOCAL | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
Maria Granel, a mercearia de produtos
biológicos onde se compra “à medida”
É tudo vendido a granel na nova loja de Alvalade. É uma mercearia como “as de antigamente”,
mas com um toque moderno, onde químico não entra. E os clientes só levam mesmo quanto querem
GUILHERME MARQUES
Lisboa
Claudia Carvalho Silva
Tem chás, sementes, frutos secos, cogumelos, preparados de arroz, mel,
gomas. São produtos a granel e biológicos, os dois factores que dão a esta
mercearia o título de pioneira nacional na actividade. Na Maria Granel,
pode-se levar o recipiente de casa ou
usar um da loja e só se leva a quantidade desejada, nem que seja só um
bocadinho para experimentar.
O som ambiente é de sementes e
cereais a caírem nos sacos e nos frascos. Catarina Palma, com alguns frutos secos num saquinho e curcuma
noutro, conta ao PÚBLICO que é a
primeira vez que vem à Maria Granel,
que abriu a 16 de Novembro. “Gostei
tanto que até já me inscrevi para trabalhar aqui”, brinca, acrescentando
em tom sério que o que lhe despertou curiosidade na loja foi o conceito
de fair trade, “de poder comprar as
coisas na quantidade pretendida”.
A mercearia fica em Alvalade, na
Rua José Duro, perto da Avenida da
Igreja. Os responsáveis pelo projecto são Eunice Maia e Eduardo. Ele
é economista, ela é professora de
Português e Literatura; ele vem dos
Açores e ela do Minho. São casados
e fizeram uma aposta num “projecto
a dois”, tanto no que lhes concerne,
como nos dois elementos que uniram: os produtos vendidos a granel
e que têm origem na hortas e campos
que não usam químicos.
Na Maria Granel até as gomas são
biológicas: há umas vegetarianas, feitas com gelatina de origem vegetal e
também há a Doctor Gummy, uma
goma sem açúcar, adoçante, glúten,
lactose, aromas, corantes ou conservantes. Aldara e André descobriram
a loja na Internet e decidiram visitar
para perceber que produtos estão à
venda. “As gomas, pelo menos, levamos de certeza”, ri André, sublinhando que pretendem regressar.
Helena Cruz, cliente da mercearia,
foi cativada pela “grande variedade
de produtos”, razão que, afirma, a fará continuar a voltar à loja. Dos mais
de 240 produtos ali disponíveis, só
seis não são biológicos, mas ainda
assim são feitos através de processos
artesanais. Um dos exemplos é o chá
açoriano da Gorreana, presente nas
prateleiras “por motivos afectivos”,
brinca Eduardo.
Além de os produtos serem biológicos, o facto de não existirem embalagens contribui para um consumo sustentável
Há gengibre, caju com molho de
soja, millet, quinoa, uma montra só
de especiarias, na qual a diferença
de preço “é flagrante”, quando este é
comparado com o dos frascos vendidos nos supermercados, diz Eduardo.
Há misturas de cereais, de frutos secos ou de farinhas para fazer pão.
Há uma “parede de arroz” em dispensadores, onde se pode encontrar
arroz selvagem, perfumado, integral,
vermelho, risoto “e ainda há espaço
para mais”, diz Eunice. Agora, os donos da Maria Granel procuram ir ao
encontro das necessidades do cliente, procurando disponibilizar os produtos com maior procura. “Na semana passada tivemos imensa solicitação de matcha [chá verde em pó] e já
fizemos a encomenda”, exemplifica
Eunice. Nas categorias de produtos
mais procurados destacam-se os exóticos e os superalimentos — alimentos com elevado teor de nutrientes
e benefícios para a saúde, como as
sementes de chia ou goji.
Voltar aos velhos tempos
Esta “é uma homenagem às mercearias tradicionais”, explica Eunice, referindo-se ao nome escolhido. “Maria”, por ser um nome tipicamente
português, e “Granel”, para que se
possa “recriar o conceito e dar-lhe
uma vertente inovadora e adaptada
aos tempos modernos”.
O casal começou a pensar no projecto em 2013, ao ver lojas do mesmo
género noutros países europeus. A
ideia original era vender azeite a granel, mas teve de ser posta de parte,
porque “o azeite tem uma legislação
mais restritiva do que os outros produtos”, explica Eduardo, acrescentando que esta intenção original tem
potencial e que ainda espera conseguir vir a contornar a situação.
Face ao desaparecimento da venda
a granel, Eunice e Eduardo decidiram reaproveitar a tradição antiga.
Os produtos estão colocados em dispensadores automáticos ou em caixas transparentes, com doseadores.
Os clientes servem-se sozinhos em todos os produtos à excepção do mel.
O preço é apresentado ao quilo, mas
existem balanças para que o cliente
possa saber quantos gramas leva.
Escrito a giz, nas paredes, as vantagens oferecidas pela loja são claras: “Aqui não há químicos, todos os
nossos produtos são biológicos” ou
“consumo responsável = zero desperdício”. Eunice acrescenta que não há
quantidade imposta e que as pessoas
podem trazer as suas próprias embalagens. Eduardo conta, com entusiasmo, que as pessoas têm aderido a
esta iniciativa e que há já quem traga
vários frascos de casa.
Os donos da Maria Granel têm uma
relação directa com os fornecedores,
mas lamentam que em Portugal a
agricultura biológica ainda não exista
a grande escala. “Tentamos sempre
garantir os produtos a nível nacional,
mas, se não conseguirmos, recorremos à importação”, explica Eunice.
Eduardo adianta que os produtos
biológicos, apesar de terem potencial de crescimento, “têm sido conotados com um maior custo” e, nesta
mercearia, tentam desmistificar essa
associação, fazendo com que sejam
“produto acessíveis a todos”.
Para além da ideia do azeite, a
dupla pensa ainda criar um espaço
onde possam vender detergentes
biológicos também a granel. A partir de Janeiro de 2016, organizarão
workshops que aliam “saber e sabor”,
diz Eunice. Serão as Quintas da Maria
e a ideia é mostrar como se confeccionam alguns alimentos de forma
saudável, com degustações. Texto
editado por Ana Fernandes
PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015 | 15
Famílias ciganas da Vidigueira
alojadas num barracão sem
luz, casa de banho e água
ANTÓNIO CARRAPATO
Alentejo
Carlos Dias
Oito adultos e 13 crianças
vivem há cerca de ano
e meio fazendo as suas
necessidades básicas
em plena rua
Em meados de Junho de 2014, 67 pessoas, incluindo 35 crianças, ficaram
sem casa e viram os seus pertences
destruídos no local onde viviam, na
sequência da demolição ordenada
pela Câmara da Vidigueira. Decorrido ano e meio, “um grave problema”
afecta ainda mais de duas dezenas
de pessoas, da família Azul, que vivem numa situação “degradante”,
descreve Lucibela Pires, residente na
vila, na denúncia que fez da situação
junto de partidos políticos e organizações de apoio social.
O presidente da autarquia, Manuel
Narra, justificou a decisão de demolir, no ano passado, o armazém onde
as famílias Azul e Cabeça viviam por
se terem registado “confrontos, com
tiros”, entre os elementos das duas famílias, que colocaram em causa a segurança da população. Para a maioria
dos desalojados, a autarquia encontrou alternativa, mas estes membros
da família Azul decidiram procurar
tecto pelos seus próprios meios, acabando por serem alojados neste barracão pela Segurança Social.
Agora, Lucibela Pires salienta que
residem no armazém/barracão da
Rua do Frade 13 crianças, “apesar
da falta de condições do local para
habitação”, criticando a “desastrada integração ‘à força’ dos ciganos
na comunidade, desrespeitando as
regras básicas de saúde e bem-estar
de todos, quer dos ‘integrados’ quer
dos moradores”.
Durante o Verão, outros residentes
na rua “tiveram de suportar o mau
cheiro de um esgoto a céu aberto em
frente das suas portas”. A comunidade cigana “não tem sanitários, nem
esgoto, onde fazer as suas necessidades, lavar a roupa ou a loiça”, prossegue a moradora.
Um grupo de moradores na Rua do
Frade e Rua dos Gregos apresentou
entretanto queixa junto da Câmara
de Vidigueira e a autarquia ordenou
a limpeza da sujidade em Setembro.
Contudo, as famílias ciganas continuam a fazer as suas necessidades
no espaço público, como o PÚBLICO pôde confirmar junto de outro
residente na Rua do Frade, quando
este limpava o empedrado em frente
ASSISTA AO VÍDEO EM
publico.pt/multimedia/vamos-voar
Em 2014, duas famílias foram expulsas do armazém onde habitavam
da sua casa. “O Verão que passou foi
insuportável” com os maus cheiros,
mas “continuam a fazer da rua casa
de banho e depois limpam com baldes de água”, descreve.
Rosa Maria Reis, mãe de um bebé
de meses e de mais dois meninos de
quatro e cinco anos, o único membro da família Azul que se encontrava no interior do barracão quando
o PÚBLICO ali foi, comprovou que o
espaço onde habitam “não tem casas
de banho nem esgotos”.
O chão de cimento é limpo diariamente com baldes de água e os colchões e mantas ficam amontoados em
cima de mesas, cadeiras e caixas para
se poder circular. No espaço vivem
quatro casais e 13 crianças em idade
escolar. “O que mais nos custa é darlhes banho com água fria, antes de
irem para escola, para evitar problemas com os outros meninos”, explica
a jovem mãe, frisando que a roupa é
lavada “à porta do barracão”.
Diz não saber quem paga a renda
do espaço onde estão alojados, mas
queixa-se de que quando foram ali
instalados pela “assistente social da
Vidigueira” foi-lhes dito que era uma
situação provisória.
Câmara defende-se
O Instituto da Segurança Social, reagindo ao pedido de esclarecimentos
solicitado pelo PÚBLICO, adiantou
que já fez o diagnóstico das famílias
desalojadas e concluiu que “necessitam de ter a situação habitacional resolvida de modo a que possam viver
com as condições mínimas de dignidade”. Precisou ainda que, apesar de
o Centro Distrital de Beja da Segurança Social “não ter competências em
matéria de habitação”, a situação tem
sido objecto de reuniões com a Câmara da Vidigueira, “tendo em vista
a procura de soluções alternativas”.
No entanto, reportando-se à situação precária em que vive a família Azul, Manuel Narra é taxativo:
“Quem avançou com os seus próprios meios” está confrontado “com
todos os problemas inerentes à falta
de planeamento e acompanhamento
técnico adequado”. As famílias que
tiveram “intervenção directa” da autarquia estão integradas em diversos
locais, “onde não causam qualquer tipo de problema”, compara o autarca.
Entretanto, o PS da Vidigueira tornou público que a autarquia continua
a pagar a renda do armazém onde
estava a comunidade cigana expulsa
em Junho de 2014. Desde aquela data, revelam os socialistas, o município já despendeu uma verba próxima
dos 70 mil euros por um edifício que
não utiliza.
Manuel Narra confirma, através de
comunicado, que a autarquia está a
suportar o encargo, alegando que o
executivo municipal tinha “deliberado a aquisição do prédio rústico” à
empresa Centro de Estudos e Formação Aquiles Estaço, Lda. (CEFAE)”. O
acordo estabelece o pagamento de
uma renda mensal “até à efectivação
da escritura de compra e venda”.
Estêvão Pereira, da direcção do
CEFAE, confirmou ao PÚBLICO que
“há mais de um ano” foi apresentada
à câmara uma proposta de venda do
terreno e do edifício. Esta apresentou
uma contraproposta, assumindo a
vontade de aquisição, mas enquanto
não fosse celebrada a escritura “seria
paga uma renda mensal pelo espaço.” Estêvão Pereira diz desconhecer
as razões por que ainda não foi afectivada a escritura, mas admite que a
“falta de disponibilidade financeira
da autarquia” esteja a protelar a compra do prédio rústico.
À boleia do Festival Internacional de Balões
de Ar Quente, sobrevoámos o Alto Alentejo.
Vimos casas feitas miniaturas e (quase)
tocámos nas folhas das árvores.
Lá em cima, o silêncio.
Voe conosco.
1300 m
ALTITUDE MÁXIMA
1:46:17
TEMPO DE VOO
21,3 km/h
VELOCIDADE MÁXIMA
19 km
DISTÂNCIA
16 | ECONOMIA | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
Contratação de Sérgio Monteiro gera
polémica na CGD e Banco de Portugal
Quando saiu da Caixa Geral de Depósitos para o Governo PSD-CDS, Sérgio Monteiro cessou as suas
funções na administração. O regresso ao grupo estatal passaria por assumir as funções de director
DANIEL ROCHA
Banca
Cristina Ferreira
A contratação de Sérgio Monteiro
para vender o Novo Banco com a
remuneração mensal da ordem dos
30 mil euros brutos (incluindo encargos além do salário) esteve, ao longo
do dia de ontem, a gerar polémica
dentro do Grupo CGD, mas também
no Banco de Portugal (BdP), que o
contratou. Isto porque a entidade liderada por Carlos Costa vai pagar a
Monteiro o mesmo que este recebia
como administrador da Caixa Banco de Investimento, ainda que tenha
cessado as funções quando foi para
o Governo.
O valor de 30 mil euros resulta
de 21 mil euros, a que se somam
verbas que o Banco de Portugal vai
despender com Monteiro, nomeadamente através do pagamento dos
descontos para a Segurança Social
que estão normalmente a cargo do
trabalhador.
O BdP veio ontem de manhã esclarecer que contratou Sérgio Monteiro
por um período de 12 meses, a contar
do dia 1 de Novembro de 2015, com
o estatuto de consultor do Fundo de
Resolução, com uma tarefa: vender o
Novo Banco. E confirmar a notícia do
PÚBLICO publicada ontem: atribuiulhe uma remuneração anual igual à
que auferia como titular de um cargo de administração da Caixa Banco
de Investimento (Caixa BI), do grupo
público CGD.
No comunicado que emitiu, Carlos Costa nota que as verbas podem
ser consultadas nas declarações de
rendimento depositadas no Tribunal
Constitucional, desde 2011, quando
o ex-governante assumiu o lugar de
secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações de
Pedro Passos Coelho.
O montante declarado ao Tribunal Constitucional por Monteiro é de
cerca de 250 mil euros brutos anuais
(vencimento e complementos), valor
que consta do contrato de prestação
de serviços aprovado pela administração do BdP. No entanto, a verba
total anual será superior a estes 250
mil euros, devido aos encargos adicionais assumidos pelo regulador.
É neste contexto que os termos
da contratação do ex-secretário de
Estado de Passos Coelho estão a gerar perplexidade quer na CGD, quer
Vencimento actual de Sérgio Monteiro é superior ao do presidente do Novo Banco, Eduardo Stock da Cunha
mesmo no supervisor. Não só pela
quantia, mas sobretudo pelo facto
de o BdP estar a presumir que, quatro anos depois de ter saído, Sérgio
Monteiro voltaria à Caixa BI como
administrador. Só que o lugar de administração é de nomeação do accionista e não fica suspenso, sendo
preenchido por outra pessoa.
Salários diferentes
O PÚBLICO apurou que, na altura,
chegou mesmo a ser pedido ao BdP
um parecer sobre a possibilidade de
Monteiro suspender as funções de
administrador da Caixa BI, que, no
entanto, não acolheu apoio dos serviços. E terá sido a CGD a clarificar que
o direito a sentar-se na administração
terminava assim que saísse. O lugar
não estava garantido.
Assim, ao ser designado secretário
de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Monteiro
cessou as funções de administrador
na Caixa BI. E a regressar ao grupo
estatal terá de o fazer na condição de
director, com direito a um vencimento inferior ao de administrador.
Ao contrário do BdP, a CGD está
sujeita às mesmas regras aplicadas
à função pública e as remunerações
sofreram cortes nos últimos anos.
O vencimento bruto (antes dos descontos de IRS e sem contribuições
sociais) do presidente, José de Matos, é de 16.578,28 euros, enquanto o
do vice-presidente, Nuno Fernandes
Thomaz, é de 8.647,80 euros.
Já a remuneração atribuída aos vogais da administração é a seguinte:
João Nuno Palma recebe 13.481,60 euros, José Cabral dos Santos 11.424,33
euros, Ana Cristina Leal 12.703,17 euros e Maria João Carioca Rodrigues
12.039,21 euros. O vencimento de Jorge Cardoso, que está nomeado para o
Novo Banco, é de 13.887,00 euros.
Também Eduardo Stock da Cunha,
contratado pelo BdP para presidir ao
Novo Banco, aufere um vencimento
inferior ao que o supervisor vai pagar
a Monteiro (e, de acordo com o diploma da Resolução, Stock da Cunha
está sujeito a um corte de 20% ao fim
do primeiro ano de funções).
O Novo Banco foi criado no contexto da Resolução do BES e desde
Agosto de 2014 que é gerido pelo
Fundo de Resolução, um veículo
público a operar na esfera do Banco
de Portugal.
Quando o BES foi intervencionado,
o Novo Banco recebeu uma injecção
de 4900 milhões, dos quais 3900 milhões vieram de um empréstimo do
Estado à banca.
Quatro meses depois, o BdP abriu
um concurso público para alienar a
instituição e chegou então a admitir que o negócio pudesse gerar um
pequeno lucro para o Fundo de Re-
solução (venda acima de 4900 milhões), o que evitaria efeito sistémico
nos restantes bancos.
Isto depois de, em Janeiro deste
ano, ter informado que a operação
estava a gerar interesse com 17 entidades a irem levantar o caderno de
encargos (sem custos). Mas chegaram à final três grupos: a seguradora
chinesa Anbang, o fundo chinês Fosun (que detém a Fidelidade e a Luz
Saúde) e o fundo norte-americano
de private equity Apollo (dono da
Tranquilidade). Mas todos ficaram
por manifestações de intenções de
aquisição, sem ofertas firmes, e condicionadas a muitas variáveis.
Uma delas teve resposta já este mês
com a divulgação pelo BCE de 1400
milhões de euros de necessidades adicionais de capital do Novo Banco. Carlos Costa acabaria em Setembro por
suspender o concurso, que será agora
retomado por Sérgio Monteiro.
PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015 | 17
Bruxelas dá luz verde
a apoio estatal de 36 milhões
à Volkswagen Autoeuropa
DANIEL ROCHA
Automóveis
João Pedro Pereira
Ajuda é justificada com
o facto de Palmela estar
“localizada numa região
desfavorecida”
Depois de dissipadas as dúvidas sobre o investimento da Volkswagen
em Portugal, a fábrica Autoeuropa,
detida pelo grupo alemão e uma das
maiores empresas exportadoras do
país, vê agora afastados os obstáculos de regulação de mercado. A Comissão Europeia concluiu que o auxílio estatal de 36 milhões de euros
prestado à unidade de produção em
Palmela respeita as regras da concorrência da União Europeia.
O Governo tinha justificado a
ajuda, que faz parte de um investimento total de cerca de 673 milhões
de euros até 2019, com o facto de
Palmela estar situada “numa região
desfavorecida de Portugal, registando, na altura da concessão do auxílio, um PIB per capita inferior à média nacional”. O investimento, que
já está em curso (e cujo montante
exacto tem variado ligeiramente na
informação tornada pública), pretende dotar a empresa de tecnologia
para a produção de novos modelos
do grupo.
Ontem, um pouco mais de um
ano após ter anunciado que estava
a analisar o caso a fundo, a Comissão — que é o regulador do mercado comunitário — deu o aval ao
apoio, considerando que a região
tem o direito a “benefícios de auxílios de incentivo ao investimento”.
Em comunicado, a Comissão considera que “o auxílio regional de 36
milhões de euros concedidos por
Portugal à Volkswagen Autoeuropa
para investir numa nova tecnologia
de produção está em consonância
com as regras da UE em matéria de
auxílios estatais.”
De acordo com as estimativas
apresentadas no ano passado, o investimento significa mais 500 postos de trabalho na fábrica. A estes,
e tendo em conta os números verificados em anos anteriores, podem
juntar-se outros 1500 empregos nas
empresas de Palmela que orbitam a
Autoeuropa.
Foi em Outubro de 2014 que o regulador disse estar preocupado com
o facto de o auxílio poder infringir
a legislação, em parte dada a posição de mercado da Autoeuropa, que
está muito acima do limite de 25%
Autoeuropa é uma das maiores exportadoras do país
de quota. Este factor é suficiente
para que, neste tipo de situações,
seja obrigatória uma investigação
por parte da Comissão. O processo
arrancou depois de o Governo ter,
meses antes, notificado a Comissão
da existência do apoio.
A fábrica de Palmela é, de longe,
a maior do género no país. Entre
Janeiro e Outubro deste ano foi responsável por dois terços da produção automóvel em Portugal. A grande maioria do fabrico destina-se a
mercados estrangeiros. A segunda
maior fábrica é a do grupo PSA (da
Peugeot e Citroën), em Mangualde,
Entre Janeiro e
Outubro deste
ano, a fábrica
de Palmela foi
responsável por
aproximadamente
dois terços
da produção
automóvel em
Portugal
que produziu 29% dos automóveis
feitos em Portugal.
Os pormenores do plano de investimento e do apoio estatal não foram
revelados quando o acordo entre a
Autoeuropa e o Estado foi assinado,
em Abril do ano passado. Mas a documentação revelada pela Comissão
há um ano, embora omitindo vários
valores (como é habitual neste género de informação) ofereceu alguma
luz sobre o processo.
Na carta então remetida às autoridades portuguesas, especifica-se
que “o auxílio é concedido sob forma de um subsídio parcialmente reembolsável”, destinado a despesas
que podem incluir equipamento
de fornecedores da fábrica. O auxílio “é parcialmente convertido
num subsídio não reembolsável se
a Volkswagen satisfizer determinados parâmetros contratualmente
acordados”.
O investimento já está a decorrer, embora não seja conhecido o
montante aplicado até à data. Numa
carta enviada este mês à AICEP (a
agência estatal para o investimento
estrangeiro), o director da Autoeuropa, António Melo Pires, assegura
que o plano “está a decorrer dentro dos prazos e planos estabelecidos”.
Aquela missiva era uma resposta
a preocupações que a AICEP tinha
feito chegar à sede da Volkswagen,
na Alemanha, numa carta em que o
presidente da AICEP, Miguel Frasquilho, se referia ao “baixo nível de
execução do mais recente projecto
de investimento”. A correspondência foi tornada pública pelo grupo
de trabalho que foi formado para
acompanhar o caso da fraude da
Volkswagen.
A multinacional está actualmente
a braços com o escândalo das emissões, uma situação que acabou por
levar a cortes de mil milhões de euros anuais, depois da revelação de
que vários modelos enganavam os
testes de poluição. Porém, o peso da
Autoeuropa no plano a cinco anos
do grupo não chega a 1%.
Entre processos judiciais, eventuais multas e a rectificação de mais
de 11 milhões de carros, a multinacional terá uma factura pesada a
pagar. Já pôs de lado 8500 milhões
de euros.
com as
deliciosas
receitas da
sua revista
preferida!
18 | ECONOMIA | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
Bolsas
O DIA NOS MERCADOS
Dinheiro, activos e dívida
Diário de bolsa
Divisas Valor por euro
Portugal PSI20
Euro/Dólar
1,0593
5700
Euro/Libra
0,7042
5450
Euro/Iene
130,13
5200
Euro/Real
3,9907
4950
Euro/Franco Suíço
1,0922
4700
Últimos 3 meses
Acções
Taxas de juro
Euribor 3 meses
-0,109%
PSI20
Euribor 6 meses
-0,039%
Euro Stoxx 50
-0,32%
Dow Jones
-0,08%
0,24%
Variação dos índices face à sessão anterior
Euribor 6 meses
0,060
Mais Transaccionadas
0,035
BCP
125.289.116
0,010
Banif
96.382.468
-0,015
EDP
7.921.729
-0,040
Pharol
4.979.671
Últimos 3 meses
Sonae
3.337.048
Melhores
Mercadorias
42,59
Petróleo
1057,41
Ouro
Volume
Variação
Pharol
2,49%
EDP Renováveis
1,98%
Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares
BCP
Obrigações
Piores
1%
Variação
OT 2 anos
0,207%
Banif
-4,17%
OT 10 anos
2,314%
Teixeira Duarte
-3,19%
BPI
-1,75%
Europa Euro Stoxx 50
Obrigações 10 anos
3,6
3800
3,2
3600
2,8
3400
2,4
3200
2,0
3000
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
PSI-20
Nome da Empresa
PSI 20 INDEX
Var%
0,24
Fecho
Última Sessão
Volume
Abertura
5360,51 246063455 5346,64
ALTRI
-0,48
BANIF
-4,17
BPI
-1,75
1,13
1279425
1
0,05
125289116
CTT CORREIOS
0,83
8,83
EDP
0,25
3,24
EDP RENOVÁVEIS 1,98
6,63
701173
-0,8
9,89
0,4
0,50
J. MARTINS
-0,04
MOTA-ENGIL
-0,29
Mínimo
Performance (%)
5 dias
2015
5367,06 5332,04
11,70
5,13
5,18
0,0023 96382468
0,00
0,00
1,13
1,16
0,05
0,05
0,05 -0,99 -22,98
785643
8,77
8,86
8,57
2,37
10,10
7921729
3,24
3,26
3,21
-1,82
0,62
6,57
6,66
6,49
1,86 22,69
2411930
9,97
9,97
9,83 -0,94
362209
0,50
0,51
0,48 -12,98 -36,80
12,89
704309
12,85
12,98
12,83 -0,35 54,65
2,08
201022
2,09
2,09
2,07
0,3
7,40
219320
7,40
7,44
7,35
-0,14
PHAROL
2,49
0,37
4979671
0,37
0,37
0,36
-3,48 -57,18
PORTUCEL
0,16
3,86
528300
3,85
3,87
3,83
0,71 25,06
REN
0,15
2,63
694226
2,64
2,64
2,62
0,31
-0,27
13,02
19996
13,13
13,13
12,95
0,08 29,83
TEIXEIRA DUARTE -3,19
0,39
44750
0,41
0,41
0,39
2,26 -44,59
1,11
3337048
1,10
1,12
GALP ENERGIA
IMPRESA
NOS
SEMAPA
SONAE
0,73
5,08
-0,07
201120
BCP
5,14
Máximo
-1,53 106,81
0,00 -4,00 -59,65
1,12
6,61
9,65
17,31
-2,34 -21,80
1,10 -0,09
41,27
9,48
8,20
Autoridade chinesa
certifica hotéis
e lojas em Portugal
Acções da
dona do BESI
suspensas na
bolsa chinesa
Turismo
João Pedro Pereira
Mercados
Camilo Soldado
Afluência de chineses
aumentou 38% até
Setembro. Turismo de
Portugal espera chegar aos
150 mil visitantes este ano
Utilização de informação
privilegiada na mira das
autoridades. Corretoras
sob pressão de Pequim
O Freeport em Alcochete, um centro
comercial ao ar livre a 30 quilómetros de Lisboa, será o primeiro local
em Portugal a receber uma certificação por parte das autoridades de
turismo chinesas, que garantem assim que o espaço tem serviços para
facilitar a visita de turistas daquele
país, cujo interesse pelo país tem
vindo a crescer.
As certificações podem ser atribuídas a hotéis, lojas e outros estabelecimentos que cumpram determinados
requisitos. Consoante o sítio, estes
requisitos podem ir simplesmente
de informação escrita em mandarim
até à venda de comida chinesa e à
aceitação de cartões bancários daquele país. Embora a decisão caiba às
autoridades de turismo, o processo
é gerido por uma empresa privada,
chamada Welcome Chinese, que em
Portugal é representada pela consultora Edeluc.
As atracções turísticas portuguesas
estão a cativar cada vez mais turistas
da China, cuja afluência a Portugal
está a crescer a dois dígitos ao ano.
Até Setembro, tinham visitado o país
119 mil turistas chineses, mais 38%
do que nos mesmos meses do ano
passado. E, até ao final do ano, o Turismo de Portugal espera que este
número chegue às 150 mil pessoas,
afirmou João Cotrim de Figueiredo,
presidente da instituição, numa conferência em Lisboa que serviu para
apresentar aquela certificação. Em
2014, o crescimento foi de 49%.
“O mercado europeu continua a
ser o mais importante, mas a diversificação de mercados continua a ser
estrategicamente importante”, disse
Cotrim de Figueiredo, acrescentando que existe “um enorme potencial
de crescimento” do fluxo de turistas
vindos da China. O turismo tem feito
esforços de promoção de Portugal
como destino turístico para visitantes chineses, o que inclui uma campanha com a imagem de Cristiano
Ronaldo.
Na Europa, os chineses visitam
sobretudo França, Alemanha, Reino Unido e Itália, disse ao PÚBLICO
Dai Bin, um académico que preside à
Academia de Turismo Chinesa, uma
Língua e comida são obstáculos
para os turistas vindos da China
unidade de investigação estatal, que
é a responsável pela certificação de
locais preparados para receber aqueles turistas. Pouco antes, durante a
conferência, Dai Bin mostrara-se conhecedor das atracções portuguesas,
falando dos Descobrimentos, da comida (a que, disse, os chineses não
se conseguem habituar), de vários
jogadores de futebol (entre os quais
Pauleta, Figo e o inevitável Ronaldo)
e, incontornavelmente, dos pastéis
de nata.
Há vários motivos por detrás do
aumento do turismo chinês nos anos
recentes, observou o investigador.
Por um lado, resulta do crescimento
económico e do aumento do poder
de compra, bem como do câmbio
favorável face a um euro que se tem
vindo a depreciar. Por outro, há uma
maior disponibilidade de tempo livre
(“cinco a 15 dias de férias pagas, que
podem juntar a fins-de-semana”). E,
por fim, Dai Bin referiu uma questão
cultural. “Os chineses acreditam que
precisam de ler e de viajar para terem mais conhecimento”, afirmou,
através de uma intérprete.
Dai Bin notou também haver ainda
vários entraves a uma maior afluência de turistas chineses a Portugal, a
começar pela burocracia dos vistos e
pela falta de voos directos e a acabar
na falta de informação e na barreira
da língua.
Um dos obstáculos começou a
ser ultrapassado em meados deste
ano, quando os cartões bancários
da chinesa UnionPay começaram
a ser aceites nos terminais de pagamentos em Portugal. Em média,
segundo números da Academia de
Turismo Chinesa, cada turista em
Portugal gastou, no ano passado,
935 euros.
A turbulência na bolsa chinesa durante o Verão continua a agitar o
panorama financeiro do país. Nesta semana foi revelado que várias
corretoras do gigante asiático têm
sido investigadas pelas autoridades, entre elas a Haitong, dona do
Banco Espírito Santo Investimento
(BESI).
A suspeita de crime de utilização
de informação privilegiada levou à
suspensão da negociação nas bolsas
de Xangai e Hong Kong dos títulos
do grupo chinês que adquiriu o BESI
este ano. A Comissão Reguladora do
Mercado de Valores da China tornou
a investigação pública no mesmo dia
em que anunciou que a Guosen Securities, uma das maiores corretoras
do país, também estava na mira das
autoridades por alegada “violação
das regras”.
Quinta-feira, a Associação de Valores da China já tinha anunciado
que a Citic, a maior corretora estatal, está a ser investigada por “um
erro contabilístico” de 156 mil milhões de euros que inclui uma sobrevalorização de alguns activos financeiros. Isto depois de, em Agosto,
vários executivos da Citic terem sido
detidos sob a acusação de abuso de
informação privilegiada.
Ao final do dia, já depois do fecho da sessão, a Haitong emitiu um
comunicado em que confirmava
a investigação e os motivos da entidade reguladora. O grupo anunciou a “total colaboração” com as
autoridades dando também conta
de que os títulos iriam retomar, a
partir de segunda-feira, a negociação em bolsa.
Apesar da suspensão da negociação dos títulos da Haitong, a
bolsa de Xangai, a principal praça
financeira da China, perdeu 5,48%,
no que a Bloomberg refere como a
maior descida da bolsa chinesa desde as quedas abruptas do Verão. Na
mesma linha, Shenzhen, outra praça relevante, registou uma descida
de 5,38%, numa sessão em que as
corretoras foram as principais penalizadas, com algumas a cair 10%.
Hong Kong terminou o dia com uma
queda mais ligeira, 1,87%, mas apenas uma cotada fechou positiva.
PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015 | ECONOMIA | 19
Breves
Resíduos
Providência cautelar
contra privatização
da EGF recusada
A providência cautelar
apresentada pelos municípios
de Loures, Amadora,
Odivelas e Vila Franca de
Xira em Agosto para travar
a privatização da EGF foi
rejeitada pelo Tribunal da
Concorrência. As quatro
câmaras municipais opõem-se
à compra da Empresa Geral
de Fomento (EGF) pela SUMA
(controlada pela Mota-Engil),
mas a sentença concluiu “que
nenhum dos fundamentos”
das autarquias “pode ser
considerado procedente”.
Factura com PPP rodoviárias
quase duplicou no ano passado
para 1069 milhões de euros
Estado
Luísa Pinto
Relatório anual da
UTAP, agora divulgado,
demonstra reduzida
cobertura de encargos com
as receitas de portagem
Os encargos líquidos acumulados
do sector público com as PPP rodoviárias ascenderam a 1069 milhões
de euros em 2014, registando um
incremento de 555 milhões face ao
ano 2013. Estes cálculos constam do
relatório anual sobre PPP elaborado pela Unidade Técnica de Acompanhamento de Projectos (UTAP),
já disponibilizado, onde se realça
que o referido acréscimo ficou,
ainda assim, cerca de 8% abaixo
dos encargos líquidos previstos no
Orçamento do Estado para 2014.
Em termos de distribuição dos encargos líquidos por PPP, constatase, sem surpresa, que as parcerias
mais onerosas para o sector público
foram as concessões Beira Interior,
Interior Norte e Beira Litoral/Beira
Alta e as subconcessões Douro Interior e Litoral Oeste, as quais, no seu
conjunto, representaram de 488,6
milhões de euros de encargos. Ou
seja, cinco das 22 parcerias em análise consomem uma fatia de 46% do
total de encargos líquidos com as
PPP do sector.
O aumento dos encargos brutos
deveu-se ao início do pagamento
das subconcessões (quando foram
lançadas, em 2009, previam um
período de carência de cinco anos)
e também devido a alguns efeitos
extraordinários do pagamento de
trabalhos no Túnel do Marão (2,2
milhões de euros), a inclusão de um
troço da A21 na rede da Infraestruturas de Portugal (245 milhões de
euros) e alguns pedidos de reequilíbrio financeiro. A subida de 9%, em
termos homólogos, das receitas de
portagem apenas permitiu mitigar
muito parcialmente todos estes efeitos. “Note-se que, mesmo quando
são desconsiderados os efeitos dos
factores que afectam a comparabilidade dos valores, a variação anual
dos encargos líquidos, em 2014, representaria, ainda assim, um acréscimo de 2% face ao ano anterior”,
sintetiza a UTAP.
Na análise que faz ao nível da cobertura dos encargos, a UTAP confirma que, apesar da tendência de
crescimento das receitas de portagem, estas só são suficientes para
pagar 23% dos encargos anuais. E
em termos de pedidos de reequilíbrio financeiro (REF) que ainda estão a ser escrutinados e decididos,
no final de 2014 o montante total
das compensações solicitadas pelos
parceiros provados ascendia a 3600
milhões de euros, um valor que triplica todos os gastos que foram enfrentados em 2014, e que representa
um incremento de mais de 10% face
ao montante que foi apresentado
em 2013.
O pedido de REF mais relevante
— e que representa quase 40% das
contingências financeiras que existiam em finais de 2014 — foi feito pela
Brisa, que pede uma indemnização
de 1350 milhões de euros pela anulação do concurso da Auto-estrada
do Centro, alegando a consequente
perda de tráfego para a Concessão
Douro Litoral, que gere e explora.
Segundo o relatório da UTAP, o
stock de empréstimos concedidos
pelo sector financeiro às PPP rodoviárias atinge os 9423 milhões de
euros no final de 2014.
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20 | MUNDO | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
“Os franceses vão continuar a cantar,
a rir, a sair de casa”, promete Hollande
No Palácio Nacional dos Inválidos, na homenagem aos 130 mortos dos atentados de 13 de Novembro,
o Presidente francês prometeu “dar tudo por tudo” para derrotar os terroristas do Estado Islâmico
MIGUEL MEDINA/AFP
Terror em Paris
Ana Gomes Ferreira
Foi à França “de coração ferido”
que François Hollande prometeu
“dar tudo por tudo” para “destruir
o exército de fanáticos que cometeram” o crime de 13 de Novembro.
Ontem, na cerimónia de homenagem às 130 pessoas mortas e às 350
feridas pelo Daesh em Paris, o Presidente francês disse que os terroristas quiseram “matar a alegria”, mas
“a França não vai mudar”.
A homenagem, que teve lugar
no Palácio Nacional dos Inválidos,
foi solene. No monumental pátio
de honra, tornado ainda mais imponente com as bandeiras penduradas nas janelas, estiveram familiares das vítimas e alguns dos
feridos, também acompanhados.
Esteve também o Governo e os seus
convidados. A celebração oficial, 15
dias depois dos ataques, abriu com
o hino francês. Depois, os cantores
Nolwenn Leroy, Camelia Jordana e
Yael Naim interpretaram Quand on
a que l’amour, de Jacques Brel. Com
a praça em absoluto silêncio, foram
lidos os nomes dos que caíram pela
liberdade — como disse Hollande —
e, num grande écrã, passaram as
suas fotografias. Lola, de 17 anos,
Elodie, de 23, Jean-Jacques, de 68...
uns a rir, outros a beber cerveja, outros em férias.
“Sexta-feira, 13 de Novembro, é
um dia que nunca esqueceremos. O
coração de França foi ferido”, disse
o Presidente. “Vamos combatê-los
até ao fim e vamos vencer. Estamos
unidos nos princípios mais básicos”,
disse Hollande, que mencionou também os que, com flores, velas, bandeiras e peças de arte, saíram à rua
logo depois do ataque para homenagear as vítimas.
“O que querem os terroristas?
Querem dividir-nos, querem incitar-nos uns contra os outros. Têm
um culto de morte e nós temos
amor, amor à vida”. A França, disse Hollande, “não vai mudar”. Os
jihadistas quiseram matar a alegria
aos franceses, explicou, mas os franceses vão continuar a cantar, a rir, a
sair de casa. “A melhor resposta que
temos para eles é multiplicarmo-nos
em canções, em concertos, em espectáculos; continuaremos a ir aos
estádios”.
Familiares das vítimas e alguns dos feridos dos atentados de Paris estiveram a ouvir Hollande
Na homenagem que durou cerca
de uma hora, Hollande foi o único
orador e os 15 minutos do seu discurso foram sobretudo dirigidos “a
uma geração” — a 13 de Novembro,
morreu gente de muitas idades, mas
a média (35 anos) e os locais esco-
“O que querem
os terroristas?
Querem dividir-nos, querem
incitar-nos uns
contra os outros.
Têm um culto
de morte e nós
temos amor, amor
à vida”, disse o
Presidente francês
lhidos (uma sala de espectáculos,
cafés e restaurantes de bairro) mostram que os extremistas quiseram
sobretudo assassinar os mais jovens.
Essa geração “ceifada” “tornou-se o
rosto da França. (...) Essas mulheres e homens eram a juventude da
França. Tinham muitas profissões,
muitos talentos. A França não vai
apenas recordar os seus rostos e
os seus nomes, vai lembrar-se também das suas esperanças, sonhos e
ambições”.
A história das vítimas
O Presidente pediu ainda aos franceses para pendurarem nas janelas,
nas fachadas, a bandeira tricolor —
a AFP diz que, ontem, poucos o fizeram e explica que a França é um
país reservado no que diz respeito a
ostentar os símbolos nacionais, por
isso poucos franceses têm bandeiras
em casa.
O hino francês voltou a ser tocado e foi cantado pelas 2700 pessoas
presentes nos Inválidos. O Presidente francês, ainda em cima do pequeno palco de onde homenageou “130
nomes, 130 vidas roubadas, 130 destinos ceifados, 130 risos que não se
ouvirão mais, 130 vozes que nunca
mais se farão ouvir”, ficou em silêncio, a olhar em frente.
Algumas famílias decidiram não
assistir à cerimónia, diz a AFP. Uns
acusam o Governo socialista de
Hollande de não ter adoptado as
medidas de segurança necessárias
para prevenir novos atentados depois do ataque contra a redacção
do jornal satírito Charlie Hebdo, em
Janeiro. Outros acusam o socialista
Hollande e Nicolas Sarkozy (direita,
anterior Presidente) de serem coresponsáveis pelo ataque, ao terem
decidido intervir militarmente na
Líbia e na Síria.
Eric Ouzounian, cuja filha de 17
anos, Lola, foi assassinada pelos
terroristas na sala de concertos
Bataclan, não esteve na cerimónia e escreveu uma carta aberta a
explicar o motivo da sua decisão.
“Considero que o Estado tem uma
pesada responsabilidade no que se
passou. A interferência da França
nos assuntos internos de países soberanos foi feita com a justificação
de que os líderes sírios e líbios estavam a massacrar os seus povos.
(...) Como Saddam Hussein e Muammar Khadafi, Bashar al-Assad é
um ditador sinistro da pior espécie.
Mas não há líderes mais execráveis
do que os que estão agora no poder
no Qatar e na Arábia Saudita, com
quem a França mantém excelentes
relações diplomáticas e comerciais
e que fundaram o Daesh [acrónimo
árabe para o autodenominado Estado Islâmico]”.
PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015 | MUNDO | 21
200
iniciativas civis, pelo menos,
foram proibidas pelo Governo
para os dias da cimeira do
ambiente, em Paris, incluindo a
grande marcha de amanhã
Os neo-jihadistas ou a “islamização da radicalidade”
Polícia usa novos poderes para
prender activistas ambientais
Radicalização de jovens europeus pouco tem a ver com a cultura do islão
E
vocam Alá a cada frase, mas
para os neo-jihadistas, como
aqueles que atacaram Paris
no dia 13 de Novembro, o
islão é sobretudo um pretexto
que lhes permite extravasar uma
revolta pessoal e uma sede de
violência.
Convertidos de fresco,
com pouco ou nenhum
conhecimento de árabe, fazendo
malabarismos com conceitos
que mal entendem, encontraram
na organização Estado Islâmico
(EI) uma estrutura flexível e
pragmática onde podem dar
largas aos seus desejos de
radicalização.
“A sua cultura islâmica é
sumária, quase nula”, diz à
AFP Peter Harling, analista do
International Crisis Group. “A
verdade é que aqueles que têm
a cultura religiosa mais sólida
são os menos susceptíveis de
alinharem nas fileiras do EI”. Para
este especialista em movimentos
jihadistas, “o aspecto mais
perturbante dos massacres
cometidos em Paris é que eles
resultam de uma violência
íntima”.
“O EI oferece um espaço
concreto onde uma violência
pornográfica se pode exprimir,
procurar-se, desinibir-se e
mostrar a sua pujança. Não é
por acaso que os convertidos
europeus têm sido os principais
agentes. Desprovidos de
experiência militar, de formação
religiosa e geralmente de
competências linguísticas,
eles definiram a ultraviolência
como o seu valor acrescentado,
que, pelo sadismo, evoca o
filme de Stanley Kubrick A
Laranja Mecânica. E aplicam-na
com os talentos instintivos de
comunicantes formados na era
do Facebook”, continua Harling.
O director do Observatório do
Religioso e professor no Instituto
de Estudos Políticos de Aixen-Provence, Raphaël Liogier,
estudou os perfis de dezenas
de jihadistas ou aspirantes a
jihadistas franceses. “Nenhum
daqueles que intervieram em
solo francês, desde Mohamed
Merah (que matou sete pessoas
em Toulouse e Montauban, em
2012) até estes dos atentados de
Paris, passou por uma formação
teológica de fundo ou por uma
intensificação progressiva da
prática religiosa”, explica à AFP.
“São pessoas que se relacionam
com a violência, para quem o
islão é sinónimo de violência
anti-social. Eles querem exprimir
o seu desejo de ser anti-social.”
“Eles adoptam posturas
fundamentalistas, mas não
passam de posturas”, continua o
professor Liogier. “Eles passam
pelas mesquitas mas não se
demoram, rezam menos do que
os outros. Cultivam um estilo
que eu chamaria neo-afegão,
em busca de uma espécie de
romantismo neoguerreiro.”
“Como são de origem
magrebina e lhes disseram
que são potencialmente
muçulmanos e que o islão tem
uma imagem negativa, isso
torna-se desejável para eles. Nos
anos 1980, teriam sido punks
ou entrado nos movimentos
de extrema-direita ou extremaesquerda”, acrescenta Raphaël
Liogier. “Saltam directamente
para a jihad porque têm
em comum a delinquência,
problemas na infância e o desejo
de serem chefões.”
Um polícia da brigada criminal
contou à AFP que durante um
interrogatório de um aprendiz de
jihadista este lhe disse: “Estoume nas tintas para o Corão. O
que me interessa é a jihad”.
Esta tese de
instrumentalização da religião
por jovens extremistas em busca
de um ideal violento é também
defendida pelo politólogo
especializado no islão Olivier
Roy, que, depois dos atentados
de Paris, publicou um texto no
Le Monde intitulado O jihadismo
é uma revolta geracional e
niilista. “O Daesh alimenta-se
de um reservatório de jovens
franceses radicalizados que,
aconteça o que acontecer no
Médio Oriente, já entraram
em dissidência e procuram
uma causa, uma marca, um
grande desafio para deixarem
a assinatura sangrenta da
sua revolta pessoal”, explica.
“O problema essencial para
a França não é o califado
do deserto sírio, que se vai
evaporar mais cedo ou mais
tarde como uma miragem que
se transformou num pesadelo.
O problema é a revolta destes
jovens”, escreve Roy. “Não se
trata da radicalização do islão,
mas sim da islamização da
radicalidade.”
Os chefes do EI entre os quais
figuram antigos agentes dos
serviços secretos iraquianos
da era de Saddam Hussein,
compreenderam como canalizar
e utilizar esta violência. “É um
movimento muito flexível que
pode recuperar todo o tipo de
dinâmicas”, acrescenta Peter
Harling. “Está construído sobre
uma base ideológica sólida e
consegue representar muitas
coisas diferentes para muitas
pessoas diferentes.” Michel
Moutot, AFP
REUTERS
Félix Ribeiro
A França está a usar os novos poderes policiais sob o estado de emergência para fazer buscas e ordenar
prisões domiciliárias a activistas
ambientais que pensam que podem
estar a preparar acções de protesto
para a Cimeira do Clima das Nações
Unidas, que arranca depois de amanhã, em Paris. Só nesta semana, seis
activistas foram postos em prisão
domiciliária na região de Rennes.
Um deles é Joël Domenjoud, do
órgão jurídico da Coligação do Clima, um grupo que representa 130
organizações civis e sindicatos de
protecção dos direitos humanos e
do ambiente.
As ordens de prisão domiciliária
a que o Le Monde teve acesso terminam no dia 12 de Dezembro, o
dia do fim da cimeira COP21. Sob o
estado de emergência — decretado
na noite dos ataques a Paris e entretanto estendido até Fevereiro —,
o Ministério do Interior e autoridades locais podem ordenar buscas e
prisões domiciliárias sem mandado
judicial, desde que acreditem que
essas pessoas ou locais representam
uma ameaça à ordem pública. Em
alguns casos, as detenções na residência significam 12 horas por dia
em casa e três apresentações diárias
numa esquadra de polícia.
Na ordem de prisão domiciliária
a um activista, a polícia diz ter conhecimento de comunicados que
“apelam a acções reivindicativas
violentas”. No contexto da grande
mobilização policial para a cimeira,
explicam as autoridades, os agentes
não podem ser “desviados para responder a riscos de ordem pública
ligados a tais manifestações”.
O Governo francês proibiu mais
de 200 iniciativas civis agendadas
para os dias da COP21, incluindo
a grande marcha ambiental deste
domingo em Paris, para a qual se
esperavam dezenas de milhares de
pessoas. As autoridades temem que
a chegada de um grande volume de
pessoas e mais de uma centena de
líderes mundiais provoquem novos
atentados. Foram destacados mais
3000 polícias para proteger as equipas diplomáticas e quase o mesmo
número para fazer a segurança do
terreno da cimeira.
O Ministério do Interior quer chegar com ordens de prisão domiciliária a ainda mais activistas antes da
cimeira, segundo escreve o Le Monde. Por enquanto, a polícia chegou
principalmente a pessoas que sabe
já terem participado em ZAD (Zonas
a Defender), informalmente tratados como “zadistas”. A ZAD é uma
modalidade de protesto, não uma
organização: faz-se pela ocupação
de terrenos em que geralmente se
preparam obras que podem prejudicar o ambiente, o que muitas vezes
provoca confrontos com a polícia.
Em Outubro de 2014, numa ocupação em Pont-de-Buis, Finisterra, um
jovem zadista morreu com a explosão de uma granada de atordoamento lançada pela polícia.
A polícia entrou na casa de Elodie e Julien durante a noite de terçaObservatório
do estado de
emergência do
Le Monde: polícia
quer chegar a
mais activistas
antes da cimeira
feira. Trazia uma ordem do prefeito
da localidade e procurava “pessoas,
armas ou objectos susceptíveis de
estarem ligados a actividades de carácter terrorista”. Mas a razão pela
busca à residência destes agricultores de alimentos biológicos era
outra: o casal participara há três
anos num protesto zadista contra
a construção de um aeroporto em
Notre-Dame-des-Landes, no Noroeste do país, um dos protestos mais
mediáticos do movimento. A zona,
aliás, continua ocupada, embora
o primeiro-ministro francês tenha
prometido em Outubro que a “minoria violenta” não “porá em causa
a autoridade do Estado”.
Revistaram livros, telemóveis e
computadores. Saíram só de manhã,
sem que encontrassem provas de
que algum deles planeava um protesto para a cimeira de Paris. Antes
de o fazer, sublinharam: “Sob o estado de emergência, todas as concentrações estão interditas, e organizar
uma manifestação é ilegal.”
22 | MUNDO | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
Putin não tem lugar
na coligação de Hollande
Análise
Teresa de Sousa
1. François Hollande pode dar-se
por satisfeito com os resultados
da sua “febre diplomática”,
como lhe chamou Daniel Vernet,
antigo director do Monde, com
o objectivo de criar uma “ampla
e única coligação” destinada a
destruir o Estado Islâmico? A
resposta é sim e não. Recebeu
em Washington a compreensão
e a solidariedade de Obama, mas
não conseguiu acertar com ele
uma “coligação” que inclua a
Rússia ou um entendimento sobre
o regime de Damasco. Obama
não abandonou o caminho que
definiu, há mais de um ano, para
enfrentar o caos na Síria e o Estado
Islâmico: aumentar a intensidade
dos ataques aéreos, tentar uma
negociação política com os
principais actores regionais (que
já começou em Viena ao abrigo
da ONU), na qual a Rússia tem um
lugar à mesa; rejeitar qualquer
hipótese de sobrevivência do
Presidente sírio, Assad, hoje
apoiado pela Rússia e pelo Irão.
Obama lembrou também ao seu
homólogo francês, que nunca lhe
regateou apoios em momentos de
dificuldade, que a Rússia continua
a bombardear os opositores do
regime de Damasco. Hollande
fez boa cara, reconheceu que
o líder sírio é um problema e
não uma solução, precisamente
a posição de Paris antes dos
atentados. A França estava apenas
envolvida, e de forma limitada,
na operação contra o Estado
Islâmico no Iraque. Só depois de
13 de Novembro passou a visar
o Daesh na Síria. Obama não fez
referência pública ao caso, mas a
Casa Branca não esconde alguma
“irritação” com os seus aliados
europeus, lembrando que, ao
longo do último ano, 95% dos
ataques aéreos na Síria foram
feitos pela aviação americana,
sendo a proporção no Iraque de
dois terços.
Quando o Presidente francês se
encontrou com o seu homólogo
russo no Kremlin já só falou
de “cooperação” e não de
“coligação”. Putin viu na visita
uma oportunidade para abrir uma
brecha na frente ocidental, saindo
do isolamento em que se colocou
depois da crise ucraniana. Saudou
a França, invocando De Gaulle
e o seu espírito independente.
A diplomacia francesa, diz o
Monde, admite que Paris “está
mais inclinada para conversar
com Putin do que o Presidente
Obama”. Mas Hollande não vai
afastar-se sozinho do consenso
transatlântico em relação a Putin.
Os líderes europeus sabem que
qualquer intervenção militar não
se pode dar ao luxo de dispensar
o apoio norte-americano. E
sabem também, como escreve
Judy Dempsey, do Carnegie
Europe, “que devem provar que
são suficientemente fortes para
garantir a separação entre a sua
política relativamente à Ucrânia e
os ataques terroristas em Paris”.
Nesta matéria, Hollande terá de
corrigir o tiro.
Entre as suas visitas à
Casa Branca e ao Kremlin, o
Presidente francês recebeu no
Eliseu David Cameron (segundafeira, num encontro que não
estava inicialmente previsto) e a
chanceler alemã. É aqui que há
matéria para reflectir.
2. O Governo britânico, no seu
afã em torno da hipotética saída
da União Europeia, tem mantido
alguma distância em relação aos
problemas de segurança europeus,
facto que já mereceu inúmeras
críticas no seu país. Não participou
no esforço diplomático de Merkel
e Hollande junto de Putin por
causa da Ucrânia, que se traduziu
na imposição de sanções cada vez
mais duras a Moscovo. Até à crise
ucraniana, Londres e a maioria dos
países europeus só tinham face à
Rússia a “estratégia do negócio”.
Na Síria, o Reino Unido teve até
agora uma participação quase
simbólica, com meia dúzia de
aviões da base militar de Chipre.
David Cameron parece agora
muito mais disponível para
regressar ao palco europeu,
ajudando a combater o Daesh ao
lado da França e dos EUA. Está a
tentar convencer Westminster de
que a participação britânica contra
o Estado Islâmico é fundamental.
Não vai ter a vida facilitada. Esta
nova versão do isolacionismo
que se manifesta no Partido
Conservador não lhe garante um
apoio unânime. A opinião pública
ficou “cansada” das guerras de
Blair. Não pode contar com os
votos do Labour, ele próprio
CHARLES PLATIAU/REUTERS
Hollande não vai afastar-se sozinho do consenso transatlântico em relação a Putin
envolvido numa guerra interna
por causa da Síria. Jeremy Corbin
é contra, alguns dos membros do
seu governo-sombra são a favor.
A França parece ir ao encontro
do Reino Unido, lembrando
outros momentos da História dos
dois países. Ontem, o ministro
da Defesa francês, Jean-Yves Le
A surpresa
do encontro
de Merkel com
Hollande foi a
dimensão da
ajuda militar que
a Alemanha está
disposta a dar à
França no Mali
Drian, publicou no Guardian um
apelo dramático à solidariedade
britânica, lembrando a sua grande
capacidade militar e lembrando
o Tratado de Lancaster House,
assinado há cinco anos entre os
dois países, já com Cameron mas
ainda com Sarkozy, com um vasto
programa de cooperação militar a
todos os níveis.
3. O encontro porventura mais
importante decorreu na quartafeira, depois da visita a Obama,
com a chanceler alemã. Merkel
manteve um cuidadoso silêncio,
apenas quebrado para partilhar a
dor da França. A surpresa do seu
encontro com Hollande não foram
apenas as palavras, foi a dimensão
da ajuda militar que a Alemanha
está disposta a dar à França no
Mali, com 650 homens para
substituir os franceses na força
de paz da ONU e aviões Tornado
de reconhecimento, abrindo a
porta para mais ajuda se vier a ser
necessária.
Judy Dempsey escreve que “o
terrorismo e os refugiados estão
a mudar o papel de Merkel na
Europa.” Foi ela também quem
conseguiu levar os seus parceiros
europeus a uma reacção dura
contra Moscovo quando rebentou
a crise ucraniana, considerando
a política agressiva de Putin uma
ameaça à segurança europeia.
Tem mantido o leme.
Se nos lembrarmos de que, há
três anos, a chanceler ignorou
a intervenção francesa no Mali,
porque era uma guerra de França
que os alemães não estavam
disponíveis para financiar, ou o
seu comportamento no Conselho
de Segurança quando se absteve,
ao lado do Brasil ou da China,
na votação de uma resolução
que permitia a intervenção na
Líbia, Merkel percorreu um longo
caminho.
A forma como enfrentou a crise
dos refugiados é outro exemplo
desta mudança na forma como
ela própria vê a responsabilidade
da Alemanha. Apesar das críticas
internas, manteve o rumo,
apenas ajustando a abertura à
realidade. Dificilmente aceitaria
uma mudança em relação a Putin.
A Europa já anunciou que pode
prolongar as sanções por mais seis
meses. As suas decisões não são
consensuais.
O Handelsblatte, o mais reputado
jornal de economia, escrevia na
sua síntese noticiosa do dia que a
Alemanha “está a mudar da ‘paz’
para ‘um bocadinho de guerra’”.
A opinião pública prefere o
“pacifismo alemão” a intervenções
para as quais não vê qualquer
utilidade. Merkel já não.
Numa semana muita coisa
mudou na Europa face à tragédia
de Paris. França, Reino Unido
e Alemanha são fundamentais
para tentar encontrar um
terreno comum e a aliança
transatlântica continua a ser
uma dimensão indispensável da
segurança europeia. Hollande,
um Presidente fraco que
conseguiu erguer-se à altura da
tragédia, conquistou o apoio da
generalidade dos franceses e a
solidariedade dos europeus. Terá
agora de ser consistente com o
que prometeu.
24 | MUNDO | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
Na miséria de Nairobi,
Papa denunciou “injustiça
atroz” imposta ao excluídos
África
Ana Fonseca Pereira
Francisco foi ao bairro de
lata de Kangemi repudiar
as expropriações de terra e
as condições em que vivem
milhões de pessoas
Na “ferida aberta” de um dos grandes bairros de lata de Nairobi, o Papa
condenou ontem a expropriação de
terras e outras injustiças cometidas
por elites corruptas que condenam
milhões de pessoas a viver na mais
abjecta das pobrezas.
“Na verdade, sinto-me como se
estivesse em casa”, disse Francisco
na Igreja de S. José Trabalhador, um
templo com telhado prefabricado
erguido pelos jesuítas no meio de
Kangemi, bairro-cidade com mais
de cem mil habitantes na capital
queniana, que acolheu em festa o
Papa. Dali vêem-se apartamentos e
os condomínios fechados, lá dentro
há barracas feitas de chapa de zinco,
rios de lama, esgotos a céu aberto e
pobreza sem fim.
“Como não denunciar as injusti-
ças a que sois submetidos?”, questionou-se Francisco, que em Buenos
Aires era conhecido como o “bispo
dos bairros de lata”, pelas visitas frequentes aos lugares mais pobres da
capital argentina. “A atroz injustiça
da marginalização urbana manifestase nas feridas infligidas por minorias
que se agarram ao poder e à riqueza,
que esbanjam de forma egoísta, enquanto uma maioria cada vez maior
é obrigada a refugiar-se em periferias
abandonadas, contaminadas, marginalizadas.”
O Quénia é considerado um dos
países mais desenvolvidos da África Oriental, mas 45% da população
vive abaixo da linha de pobreza, o
desemprego rondará os 40% e o êxodo dos campos para as cidades lotou
as periferias pobres. Só em Nairobi,
mais de metade da população vive
em bairros onde falta luz e água e
abundam as doenças.
“Todas as famílias têm direito a
uma casa decente, a água potável
e saneamento, a luz”, sublinhou o
Papa, que apontou também o dedo
às expropriações ilegais — “um problema grave criado por empreiteiros
privados sem rosto que se apoderam
de terras e que tentam até roubar os
recreios da escola das vossas crianças”. Francisco referia-se aos protestos, em Janeiro, contra a expropriação de terrenos pertencentes a
uma escola primária de Nairobi para
a expansão de um hotel ligado ao vice-presidente William Ruto, recorda
o jornal The Star. A polícia usou gás
lacrimogéneo contra crianças que
estavam na manifestação.
O Papa, que na véspera defendeu
na representação da ONU em Nairobi a luta contra as alterações climáticas como parte de um esforço para
combater a pobreza, reafirmou que
“o mundo tem uma grande dívida
social para com os pobres que não
têm acesso a água potável” e disse
que “sob nenhum pretexto burocrático” pode este direito ser posto em
causa. Um apelo repetido por Musonde Kivuva, arcebispo de Mombaça e presidente da Cáritas queniana,
que acompanhou Francisco na visita
a Kangemi, onde as ruas foram arranjadas para a passagem do papamóvel. “Mais deveria ser feito pelos
nossos bairros de lata. Não deveríamos precisar que o santo padre aqui
viesse”, observou.
Depois de ter ouvido uma religiosa
lamentar que apenas 4% do clero da
Julgamento é
“encenação”,
dizem
activistas
capital trabalhe nos bairros pobres,
Francisco repetiu ser obrigação de
“todos os cristãos, em particular os
pastores, envolver-se” na luta contra
a pobreza. Repudiou ainda “as organizações criminosas, ao serviço de
interesses económicos ou políticos,
que usam crianças e jovens como
carne para canhão nos seus assuntos manchados de sangue”.
Antes de partir para o Uganda, segunda etapa da viagem, Francisco foi
ao encontro dos milhares de jovens
que o esperavam num estádio lotado. Na despedida, pediu-lhes que
não sucumbam à corrupção, “que
é como o açúcar, doce e fácil de se
gostar”. “Cada vez que enchemos
os bolsos, destruímos os nossos corações, as nossas personalidades,
o nosso país”, avisou, numa intervenção feita de improviso e muito
aplaudida. Desafiou também os jovens a recusarem as divisões tribais
e étnicas que alimentam a corrupção
e a violência. “O espírito do mal levanos à desunião (...), à destruição que
resulta do fanatismo”, disse, antes
de convidar todos os que o rodeavam “a unirem as mãos e ergueremse contra o mau tribalismo”. “Somos
todos uma nação.”
GORAN TOMASEVIC/REUTERS
“Como não denunciar as injustiças a que sois submetidos?”, questionou-se Francisco
Angola
João Manuel Rocha
“Não tenham expectativas
positivas sobre o nosso
destino”, dizem sete dos
acusados de rebelião contra
José Eduardo dos Santos
Sete dos 17 activistas angolanos que
estão a responder em Luanda pela
acusação de “actos preparatórios”
de rebelião divulgaram uma “tomada
de posição” em que afirmam que o
seu “julgamento não passa de uma
encenação teatral”.
No texto, divulgado no site Rede
Angola, Domingos da Cruz, Osvaldo
Caholo, Arante Kivuko Lopes, José
Gomes Hata, Inocêncio de Brito, Luaty Beirão e Albano Bingo Bingo, detidos no hospital-prisão São Paulo,
deixam claro o seu entendimento de
que nada do que foi apresentado em
tribunal desde dia 16 os incrimina.
“Só assistimos à exibição de supostas provas que não provam nada, que
são: livros, vídeos feitos por agentes
secretos infiltrados nos debates, actas
e programas de curso forjados”, dizem sete dos 15 detidos desde Junho,
acusados de quererem derrubar o
Presidente, José Eduardo dos Santos.
Há duas arguidas em liberdade.
“Não acreditamos nas instituições
angolanas sob controlo do grupo dominante, em especial os tribunais.
Nunca tivemos a ingenuidade e a
ilusão de esperar um julgamento
conforme recomenda a civilização
pós-moderna”, afirmam.
O Tribunal Provincial de Luanda é
acusado de estar a “desempenhar dupla função: acusação e arbitragem”.
“Coloca-se claramente a favor do Ministério Público e em alguns momentos submete-se.”
Um exemplo desse duplo papel foi,
segundo os arguidos, a exibição de
uma entrevista a Manuel Nito Alves,
extraída do YouTube, por iniciativa
do juiz. “Mesmo que tivéssemos cometido algum crime, o ordenamento jurídico angolano não permite a
exibição desses meios como prova”,
dizem na sua “tomada de posição”.
Ontem prosseguiu a audição
do quinto arguido, Afonso Matias,
Mbanza Hamza. Na quinta-feira, em
resposta à pergunta “Quem é o ditador?”, que tem sido colocada a todos
os arguidos, respondeu: “O ditador é
o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, há 36 anos no poder
sem que nunca tenha sido nominalmente eleito.”
PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015 | 25
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Manifestação em frente ao jornal Cumhuriyet contra a prisão do seu director
Presidente Erdogan
está em guerra contra os
jornais: “Vão pagar caro”
Turquia
Clara Barata
A posição ambígua turca
face à guerra da Síria
envenena a vida política.
E está a liquidar a
liberdade de imprensa
O director do jornal turco Cumhuriyet, Can Dundar, e o responsável
pela delegação em Ancara, Erdem
Gül, foram presos e acusados de
“espionagem” e “divulgação de segredos de Estado”, por terem publicado um vídeo em que, afirmavam,
os serviços secretos turcos estavam
a entregar armas aos jihadistas na Síria. Mas não são os únicos jornalistas
turcos ameaçados com longas penas
de prisão por afrontarem o Presidente Erdogan.
Tratava-se de ajuda humanitária
para a população turcomana na Síria,
com a qual os turcos têm profundos
laços étnicos, afirmou o Presidente
Recep Tayyip Erdogan. Foi ele próprio que apresentou queixa contra
Dundar e Gül. “Vão pagar caro”, assegurou.
Dundar e Gül podem ser condenados à prisão perpétua pela manchete
de 29 de Maio do Cumhuriyet, pouco
antes das legislativas de Junho, acompanhada de um vídeo que mostrava
armas e munições, escondidas sob
caixas de medicamentos, a serem
retiradas de camiões dos serviços
secretos turcos (MTI).
A queixa dizia que o jornal “participou nas acções” do imã Fethullah
Gülen, o ex-aliado de Erdogan que
se tornou seu inimigo, e cujos seguidores no sector judicial e na polícia
iniciaram em Dezembro de 2013 uma
série de investigações e processos
por corrupção contra políticos e figuras próximas do poder — chegando
até a um filho de Erdogan.
Erdogan e o primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu, começaram a usar a
expressão “Estado paralelo” para se
referirem à organização de Gülen —
um termo com uma longa história na
Turquia, referindo-se às ligações de
militares e forças nacionalistas e de
extrema-direita para cometer atentados. Hoje, há um mandado de captura e uma recompensa pela prisão de
Gülen, que vive nos EUA. Dundar e
Gül são acusados de pertencerem a
“uma organização terrorista”.
Ontem, houve manifestações de
alguns milhares de pessoas em Istambul e Ancara por causa da prisão do
director e editor do Cumhuriyet e
condenações da embaixada dos EUA
em Istambul e várias organizações internacionais. “A liberdade de expressão é um dos princípios fundamentais da UE”, lembrou uma porta-voz
da União Europeia para os Negócios
Estrangeiros, citada pela AFP.
“Como é que chegámos ao ponto
de prender jornalistas que denunciam as irregularidades do poder sob
o pretexto de que são segredos de
Estado”, indignou-se em Istambul o
ex-jornalista e hoje deputado Eren
Erdem, citado pela AFP.
Mas o Cumhuriyet não é o único
jornal alvo da fúria de Erdogan. Vários outros media críticos do Governo
— e próximos de Gülen — têm sido
vítimas de uma enorme repressão. A
Turquia nunca esteve em boa posição
nos índices de liberdade de imprensa
dos Repórteres Sem Fronteiras. Este
ano está em 149, entre 180.
Alguns exemplos: o director do jornal em inglês Today’s Zaman, Bülent
Kenes, está a responder na justiça por
“insultos ao Presidente” — uma figura
que se tornou frequente desde que
Erdogan assumiu o cargo — e pode
ser condenado a oito anos de prisão.
Ekrem Dumanli, director da versão
turca, o Zaman, foi preso em 2014. No
Hürriyet, um ex-director e actual colunista, Ertugrul Özkök, arrisca uma
pena superior a cinco anos.
Poucos dias antes das legislativas
antecipadas de 1 de Novembro, em
que o partido de Erdogan reconquistou a maioria absoluta, a polícia tirou
do ar duas televisões do grupo KozaIpek, ligado a Gülen. Administradores judiciais tomaram conta do grupo
e do jornal Millet, que fazia uma cobertura crítica da campanha, transformando-o num “megafone” dócil
do Governo.
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26 | CULTURA | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
Uma colecção à inglesa
feita para mostrar poder
CORTESIA: COLECÇÃO WENTWORTH-FITZWILLIAM
Novas exposições no Museu
Gulbenkian a partir de duas colecções
— a do fundador e a de uma família de
aristocratas britânica. Grandes mestres
e o “gosto inglês”. Com muito retrato
Exposições
Lucinda Canelas
Para entrar no espírito da nova exposição do Museu Gulbenkian é preciso
imaginar uma típica casa de campo da
aristocracia inglesa, com um ambiente ao género da que serve de cenário à
série Downton Abbey. Portas pesadas,
centenas de quartos, átrios grandiosos, salões carregados de tapeçarias
e de reposteiros de veludo, pinturas
espalhadas por toda a parte e dezenas
de empregados. Tudo funcionando
com o rigor que se exige a um relógio
suíço da melhor qualidade.
A propriedade a que nos referimos
é Wentworth Woodhouse, a casa dos
Wentworth-Fitzwilliam que, durante
mais de 300 anos, guardou a grande
colecção de arte que esta família tem
vindo a reunir nos últimos quatro séculos, e da qual podem agora ver-se
56 obras em Lisboa. Deste conjunto,
essencialmente retrato e paisagem,
com um pequeno núcleo reservado
aos temas religiosos e outro aos cavalos de George Stubbs, destacam-se
nomes como Anton van Dyck, Canaletto, Claude Lorrain, Jan van Goyen,
Quentin Massys, Joshua Reynolds,
Hans Memling e Pieter de Hooch.
A colecção Wentworth- Fitzwilliam,
hoje nas mãos de lady Juliet Tadgell,
uma mulher que parece preferir obras
de temática religiosa, naturezas-mortas e a pintura do Norte da Europa, já
não está em Wentworth Woodhouse,
casa que a família vendeu só em 1989,
mas onde já não vivia desde finais da
década de 1940. Por hábito decora o
edifício principal da propriedade que
esta descendente de Thomas Wentworth — o homem que no século XVII
dá início a esta que é uma das mais
importantes colecções privadas do
Reino Unido — mantém em Kent.
Aos 80 anos, esta coleccionadora
com um mestrado em Belas Artes pela Universidade de Oxford que passa
temporadas em Lisboa na casa que
comprou no Bairro Alto continua a
enriquecer o acervo, que ao longo dos
séculos perdeu algumas das suas estrelas, entre elas obras de Caravaggio, Giorgio Vasari, Lorenzo Lotto e
do próprio George Stubbs, com des-
taque para o monumental retrato de
Whistlejacket, um famoso cavalo de
corrida inglês de meados do século
XVIII, que a National Gallery de Londres comprou em 1998.
“Stubbs retrata cavalos como quem
retrata pessoas. Há neles uma intensidade, um propósito, que nos deixa
adivinhar a sua personalidade”, diz
ao PÚBLICO Luísa Sampaio, a comissária de Wentworth-Fitzwilliam:
Uma Colecção Inglesa (até 28 de Março), exposição que acaba de marcar
a estreia da nova directora do Museu
Gulbenkian, a britânica Penelope Curtis, numa conferência de imprensa da
fundação. Curtis chegou há dez semanas, mas já falou em português. E
para dizer que a sua presença nesta
dupla inauguração — abriu ao mesmo
tempo Calouste S. Gulbenkian e o Gosto
Inglês, uma exposição que funciona
em díptico com a da colecção de lady
Tadgell — é uma “coincidência pura”
(faz parte da programação do anterior
director) e que isto do “gosto inglês”
é coisa difícil de definir.
“O que aqui temos é uma colecção
que nos permite contar um pouco da
história de Inglaterra”, explica Luísa
Sampaio, partindo de “homens de
poder desta família importante da
aristocracia”.
Van Dyck e o retrato
É precisamente com um retrato de
Thomas Wentworth (1593-1641) que a
exposição abre. Nele se vê este que é o
1.º conde de Strafford de corpo inteiro
e armadura, uma pintura que faz lembrar dois retratos de Ticiano, um de
Carlos V e o outro do ainda príncipe
Filipe de Espanha, filho deste imperador e de Isabel de Portugal.
Estadista temido e com muitos
inimigos (acabou decapitado), parlamentar influente e governador da
Irlanda, é o homem a quem se deve
o começo da colecção. Um começo
auspicioso, já que encomenda várias
obras ao pintor da corte de Carlos I,
o flamengo Anton van Dyck, um dos
maiores retratistas do século XVII.
Além do retrato com armadura, a
colecção inclui (encomendadas por
ele ou não) outras pinturas deste artista do Norte, como aquela em que o
conde aparece junto ao seu secretário
Thomas Wentworth com o seu
secretário num retrato de Van
Dyck. Em baixo, livro de registo
em que Gulbenkian anota as
pinturas que compra e vende
ou a da rainha Henriqueta Maria. É
bem possível que Thomas Wentworth
não tenha mandado retratar nenhuma
das suas três mulheres, nem mesmo
aquele que mais terá amado, Arabella.
Sabe-se, no entanto, que mandou pin-
tar um retrato dos três filhos que com
ela teve, agora em Lisboa, e que terá
recebido de uma amante, Lucy, condessa de Carlisle, uma pintura em que
a aristocrata aparece de corpo inteiro,
também de Van Dyck.
“Todos estes retratos são de aparato, mandados fazer por alguém que
tem consciência de que está a deixar
obras para as gerações que se seguem”, acrescenta Sampaio, algo que,
de certa forma, aproxima esta colecção da de Calouste Gulbenkian.
Sampaio identifica mais três grandes momentos nesta colecção centenária. O segundo fica a cargo de
Charles Watson-Wentworth (17301782), 2.º marquês de Rockingham e
duas vezes primeiro-ministro, político
de ideias liberais, que apoiou a causa
dos colonos, procurando pôr fim ao
envolvimento britânico na guerra da
independência americana. Também
um apaixonado por escultura — na exposição há um busto seu da autoria de
Joseph Nollekens — e por corridas de
cavalos, Watson-Wentworth torna-se
mecenas de George Stubbs, a quem o
historiador de arte David Ekserdjian
PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015 | CULTURA | 27
RUI SOARES
se refere no catálogo como um “talento profundamente britânico”.
William, 4.º conde de Fitzwilliam,
herdou Wentworth Woodhouse e a
colecção de arte do seu tio Charles.
Liberal como ele, comprou para o
acervo a paisagem do francês Claude Lorrain e fez questão de identificar
grande parte das figuras que aparecem nas obras.
O quarto e derradeiro “momento”
que a comissária identifica é o actual, que se faz ao gosto de lady Juliet
Tadgell, que comprou para a colecção
obras como Cena de Interior (c. 16701675), de Pieter de Hooch, que evoca
as atmosferas criadas pelo grande
mestre da pintura de Delft, Johannes
Vermeer. Juliet Tadgell é a única filha
do 8.º conde de Fitzwilliam e Maud,
a 7.ª condessa, presente na exposição num retrato de Philip de Laszlo,
usando um vestido azul-alfazema, era
sua avó.
Wentworth Woodhouse foi a casa
onde passou a infância. Nessa altura, anos 1930, provavelmente já não
se distribuíam cestos de confetti aos
convidados para que pudessem regressar ao seu quarto sem ajuda no
final do serão. É que a casa dos avós
de Tadgell tem duas vezes o tamanho
do Palácio de Buckingham, qualquer
coisa como oito quilómetros de corredores e mais de 300 quartos.
Só o melhor
Gulbenkian nunca viveu numa casa
tão grande, mas as que escolheu em
Paris e Londres estão intimamente
ligadas ao acto de coleccionar, explica
João Carvalho Dias, comissário de Calouste S. Gulbenkian e o Gosto Inglês.
Dois dos núcleos mais interessantes
desta pequena mostra são os dedicados às exposições londrinas da Colecção Gulbenkian. Na National Gallery
(1936-1950) mostra “o que de melhor
tem em pintura”, com os jornais a
classificarem-na como “fabulosa” e
a destacarem retratos de Rubens e
Rembrandt, e no Museu Britânico
(1936-48) expõe as peças egípcias.
“É uma oportunidade que cria para
proteger as obras da guerra (...), mas
também para as legitimar e para mostrar que só coleccionava o melhor”,
acrescenta João Carvalho Dias.
A exigência de qualidade marca a
colecção dos Wentworth- Fitzwilliam
e a de Gulbenkian. Ambas têm sobretudo retrato e paisagem, mas enquanto a primeira foi reunida ao longo de
quatro séculos e resulta do esforço
de vários, a segunda foi feita em 60
anos e reflecte o gosto de apenas um.
Calouste Gulbenkian também quis ter
(pelo menos) um Van Dyck. E tem.
O gin como
remédio para os males
do império
Crítica de teatro
O Animador
Isabel Carlos não quis prestar declarações
Directora do CAM
da Gulbenkian
sai no fim do ano
Artes
Vanessa Rato
Isabel Carlos antecipa
em um ano o fim do seu
mandato no Centro
de Arte Moderna sem
prestar declarações
Isabel Carlos, actual directora do
Centro de Arte Moderna (CAM) da
Fundação Calouste Gulbenkian, em
Lisboa, vai abandonar este cargo no
próximo mês, antecipando em um
ano o fim do seu mandato. A notícia
foi avançada pela Lusa e depois confirmada ao PÚBLICO pela curadora,
que recusou, no entanto, prestar
declarações.
É a segunda saída inesperada este
ano na Gulbenkian, depois de, em
Abril, António Pinto Ribeiro, director do programa Próximo Futuro, ter
também deixado repentinamente a
fundação. Pinto Ribeiro, que apenas
dois meses antes fora apontado coordenador de todos os serviços artísticos da casa, acusou o conselho de
administração de “autoritarismo” e
de uma “programação fechada ao
mundo”.
A fundação, cuja responsável de
comunicação, Elisabete Caramelo,
se escusou ontem a tecer qualquer
comentário, esperava que Isabel Carlos, de 52 anos, e que assumiu funções em 2009, mantivesse actividade
até à reestruturação interna de 2017,
momento em que o Centro de Arte Moderna e o Museu Gulbenkian
criarão uma estrutura unificada e
com apenas uma direcção: a cargo
da britânica Penelope Curtis.
Esta reestruturação foi anunciada em Novembro de 2014, quando
a Gulbenkian abriu o concurso internacional em que Penolope Curtis,
de 53 anos e vinda da direcção da
Tate Britain, em Londres, foi escolhida. Em 2009, Isabel Carlos sucedeu
a Jorge Molder, que ocupava o cargo
desde 1994, e saiu no início daquele
ano depois de ter pedido a reforma
antecipada, por “motivos pessoais”.
Antes, foi co-fundadora e subdirectora do Instituto de Arte Contemporânea do Ministério da Cultura, cargo
que ocupou entre 1996 e 2001.
Nessa qualidade, organizou as representações portuguesas na Bienal
de Veneza de 2001 e na Bienal de São
Paulo de 1996 e 1998, foi membro do
júri da Bienal de Veneza em 2003, directora artística da Bienal de Sydney
no ano seguinte, curadora do Pavilhão de Portugal na Bienal de Veneza
de 2005 e curadora da 9.ª bienal de
Sharjah, Emirados Árabes Unidos.
Licenciada em Filosofia e mestre em
Comunicação Social, crítica de arte
desde 1991, foi assessora da área de
exposições de Lisboa 94 — Capital
Europeia da Cultura.
Penelope Curtis, que é historiadora de arte, assumiu a direcção do
Museu Gulbenkian em Setembro e, a
partir de 2017, ficará à frente da nova
estrutura museológica que se dedicará tanto às artes visuais como às
decorativas. Nas suas atribuições,
segundo o anúncio do concurso do
ano passado, estará o desenho de
uma programação de “exposições e
actividades para atrair mais e diversificados públicos”.
Curtis, que foi directora da Tate
Britain entre 2010 e 2014, é especialista em escultura. Em Março, quando a notícia da sua vinda para Portugal foi tornada pública, fez saber
que desejava “manter tudo o que é
bom” no museu e “trabalhar para
que este aproveite o seu potencial e
o seu contexto, de uma forma mais
abrangente, especialmente na relação com o Centro de Arte Moderna”.
mmmMM
de John Osborne. Teatro do Campo
Alegre, 26 de Novembro. Casa cheia
No fim dos anos 1960, o TEP viu
a produção deste mesmo texto de
John Osborne, O Animador, proibida pela censura. As referências ao
fim do império de sua majestade
e, em especial, à invasão do Egipto
por militares israelitas, franceses e
ingleses (a guerra do canal de Suez)
não terão ajudado. Em Portugal,
recorde-se, em 1966 havia mais de
75 mil combatentes em Angola, na
Guiné e em Moçambique. Isso e
muito mais que vem na peça era
matéria suficiente para recusar o
pedido de autorização. Quase 50
anos depois, o texto continua actual, como se costuma dizer. Não
é que haja muitos portugueses em
teatros de guerra. Mas o ar de fim
de regime que a peça tem, e que
passa tanto pela revolta contra o
sistema de classes sociais no Reino
Unido como pela mudança na forma de fazer teatro que acontece na
década de 1950, ecoa no quotidiano
deste pobre país periférico, o mais
desigual da Europa, onde o teatro
político tem revidado ultimamente. A versão de Rui Pina Coelho do
texto escrito em 1957 por Osborne
faz essas pontes entre o presente
e o passado. As cores da bandeira
britânica podem ser outras, mas
ainda assim representam um país
em estado de sítio.
A personagem principal, Archie
Rice, é um actor de segunda que faz
números de music-hall e assume,
na vida, o papel de um Don Juan
pelintra que desafia as convenções
sociais e qualquer tipo de autoridade, tentando seduzir não só as
donzelas mas também os espectadores, e pondo-se fora da alçada da
lei, em especial do Estado cobrador
de impostos.
Certamente não quer o número
de contribuinte na factura quando
vai comprar o gin para entreter as
coristas. O formidável João Pedro
Vaz é quem representa este rebelde
que se faz consumir pelos excessos,
mas mantém inabalável as suas convicções (poucas) e não se deixa subjugar por ninguém, muito menos
pelos que ama. É aqui que entram
as outras figuras desenhadas por
Osborne e os desempenhos extraordinários de cada um dos actores,
que representam sem esforço aparente e apresentam com pungência
real os casos verdadeiros de Billy
(António Júlio), Jean (Íris Cayatte),
Phoebe (Maria do Céu Ribeiro) e
Frank (Manuel Novais), cujos falhanços na vida revelam a respectiva humanidade e, desse modo, as
fazem brilhar. A figura de Archie é
o condutor destes fados, que são
partilhados com os espectadores
em cada fala, gesto e olhar, e cujos
desdobramentos constituem o verdadeiro espectáculo, doenças do
império à parte.
O teatro assume a etiqueta de
político quando é feito por artistas
a viver em condições de precariedade, mas que ainda têm esperança
de mudar o estado das coisas e alguma capacidade de revolta. Quando é feito por quem tem influência
junto das instituições, ou se estabelece como entretenimento ou
se apresenta como arte pela arte.
E se incluir os desvalidos, claro, é
dito comunitário. Porém, uma certa
pose de protesto tornou-se indispensável para manter a reputação
de todos os artistas, passando a fazer parte do espectáculo da fama,
e tornando difícil distinguir o que
é político do que é apenas poder.
Esta peça mostra como não se deve
confundir a hipocrisia com a indignação autêntica.
Simplificações à parte, o texto é
não só de protesto social como de
revolta existencial perante a ordem
do mundo. A encenação de Gonçalo Amorim, em estreito diálogo
com o cenário de Catarina Barros,
tenta desmontar os fingimentos do
Poder ao mostrar os fingimentos
de cada um.
Jorge Louraço Figueira
28 | CULTURA | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
A atitude e as vísceras
do fado tocadas
ao piano
Os livros
de fotografia
por quem
os faz
MÁRCIA LESSA
Música
Gonçalo Frota
Feira
Sérgio B. Gomes
Após gravar reportório
de Amália Rodrigues, o
pianista Júlio Resende
regressa ao universo fadista
com Fado & Further
A Feira do Livro de
Fotografia mudou-se para
o Arquivo Municipal de
Lisboa e tem novo formato
Para o final dos concertos a solo em
que aborda o reportório de Amália
por Júlio Resende, primeiro álbum
do pianista formado no jazz a mergulhar no universo do fado, Júlio Resende guarda sempre um momento
de especial impacto emocional: à
sua presença junta-se a voz de Amália Rodrigues, convocada tecnologicamente, para a interpretação
de Medo. Mas houve uma noite em
que “Amália não quis cantar”. Resende estava sozinho em palco, no
auditório da Fundação Gulbenkian,
sala esgotada, e a gravação não arrancou. Fez três sinais para a régie,
esperou e apenas ouviu silêncio.
Esse momento, rebaptizado Enfrentar o Medo, está documentado
em Fado & Further, álbum ao vivo
acabado de lançar e em que Resende aprofunda a ligação do seu
piano ao reportório fadista. E foi
escolhido como tema final precisamente porque na noite em que
Amália se recusou a ser accionada
pelo botão “play”, o pianista não
tinha qualquer alternativa preparada. Pensou em parar ali, mas o
concerto permaneceria inacabado.
E então tocou o tema, pela primeira
vez sem a voz a guiar-lhe as notas,
num exercício de absoluta liberdade. “Este é o tema mais livre e mais
temeroso que alguma vez fiz”, confessa ao PÚBLICO.
Só que é também um espelho fiel
da forma como Júlio Resende se tem
acercado do fado, agarrando em
melodias de fados tradicionais ou
clássicos e improvisando em torno
desses motivos. É exactamente por
integrar “metamorfoses” constantes na sua interpretação em concerto que o músico escolheu publicar
Fado & Further como um disco ao
vivo, captado em várias salas, e contando com a participação da cantora Silvia Pérez Cruz, possivelmente
a mais extraordinária voz espanhola da actualidade, em três temas.
“Agrada-me mostrar esse caminho
de cada canção, cheio de contingências, notas falhadas, com público,
um som mais cru, toda essa viagem
viva e não cristalizada pelo estúdio”, justifica. Aqui, assim como
“Gosto de ser um pianista que toca fado”, diz Júlio Resende , aqui no Grande Auditório da Gulbenkian
hoje no Centro Cultural de Belém,
poder-se-ão perceber estes rumos
possíveis da “composição instantânea”, como lhe chama, quando
em palco o improviso leva a registos
não planeados.
Pérez Cruz, cantora em quem Resende identifica “uma centelha” e
uma “força musical” que carregam
consigo “a possibilidade de vir a ser
a Amália que Espanha ainda não teve”, foi chamada na noite da Gulbenkian para cantar Lágrima (com
poema de Amália), Cucurrucucu
Paloma (que o pianista começou a
tocar no México para exemplificar
musicalmente a mesma ideia que
aplica ao fado) e Pare Meu (do reportório da catalã), volta a subir ao
palco com Resende no CCB. Desta
vez, junta-se-lhes também Moreno
Veloso, filho de Caetano e músico
por direito próprio, numa escolha
ainda mais surpreendente para uma
noite a cambalear entre o jazz e o
fado.
se pode dizer numa só canção, num
só momento. Se isso não estivesse
de acordo comigo, não o fazia.” A
sua certeza, aliás, é a de que esta órbita em torno do fado não é coisa de
que possa simplesmente desligarse. A intenção de Júlio Resende é
continuar a explorar estas pistas,
da mesma maneira que abria o seu
álbum de estreia, Da Alma (2007),
com o tema Filhos da Revolução,
Ninguém é uma ilha
“uma reminiscência da canção de
protesto”, que era já um primeiro
indício de uma natural integração
da música popular portuguesa no
seu discurso pianístico.
Foi depois o impulso para gravar a solo e a reflexão sobre que
linguagem deveria explorar neste
formato um pianista de jazz nascido
em Portugal, com raízes na música
portuguesa, a levá-lo até ao fado e,
Fado & Further (qualquer coisa como fado e mais além) é um projecto motivado pela vontade de Júlio
Resende aprofundar a sua ligação
ao fado enquanto “história emocional”. “Está de acordo com aquilo
que aprecio na música, porque o
fado é uma música cheia de força,
de silêncio, de atitude, de vísceras,
de expulsar e expressar tudo o que
Mesmo que o
quisesse, hoje
Júlio Resende já
não seria capaz
de voltar atrás
e eliminar da
sua linguagem
musical a sombra
permanente
do fado
em concreto, a Amália Rodrigues.
“Amália por ser ela o símbolo perfeito do que é o fado em todo o seu
esplendor”, justifica. “Agradou-me
pegar em temas que toda a gente
conhece e tocá-los nos tons dela”,
mas afastando-se de interpretações
quebradas por um excesso de respeito e pudor.
A partir de agora, Amália será sobretudo uma figura tutelar e uma
fonte de inspiração a que Júlio Resende pretende recorrer com frequência, mas até na apresentação
de Fado Loucura / Sou do Fado fica claro que o seu mundo não se
esgota aí. O tema foi dedicado em
concerto a Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti, em agradecimento
ao “contributo de cada um deles”
para a sua música e a sua vida. E o
certo é que, mesmo que o quisesse, hoje Júlio Resende já não seria
capaz de voltar atrás e eliminar da
sua linguagem musical a sombra
permanente do fado. Está claramente impressa no seu fraseado e
manifesta-se sem que o possa agora
controlar conscientemente. “Ninguém é uma ilha”, defende. “As influências são importantes e devem
ser muito respeitadas. E é no meio
delas que temos de saber ou tentar
ir descobrindo quem somos.” No
seu caso, essa identidade parece já
razoavelmente definida: “Gosto de
ser um pianista que toca fado”, resume. Tão simples quanto isto.
Depois de cinco anos na Fábrica
Braço de Prata, a Feira do Livro de
Fotografia de Lisboa mudou-se ontem para uma casa mais familiar: o
Arquivo fotográfico Municipal de
Lisboa. A esta mudança junta-se
um formato renovado, que terá nas
edições de autor (e de pequena tiragem) e na exposição de maquetes
um foco especial. Ao todo, haverá
mais de 40 propostas de maquetas
de fotolivros (“dummies”) de um
grupo de fotógrafos e artistas que
não se fecha na geração que está a
sair dos cursos desta área de formação académica em Portugal. Na
bancada de auto-edição, que ocupa
um espaço central na sala na Rua da
Palma, haverá mais de 80 obras.
Esta visibilidade de trabalhos fotográficos que estão fora do circuito
tradicional do livro naquela que é a
única feira do género em Portugal
“corresponde a uma vontade cada
vez maior de arriscar” por parte dos
autores, diz ao PÚBLICO o fotógrafo
francês Fabrice Ziegler, o principal
mentor desta feira. “Os fotógrafos
em Portugal perderam o medo, decidiram arriscar mais, porque não
encontram resposta no mercado livreiro instituído.
Há um grupo alargado de pessoas a materializar projectos e a criar
uma dinâmica muito interessante”,
explica Ziegler, para quem “os autores serão o mais importante” dos
dias em que dura a feira que, para
além da venda de livros, apresenta
um leque variado de iniciativas.
Depois de no ano passado a atenção ter sido voltada para a Lituânia,
os organizadores decidiram focar-se
este ano na produção de fotolivros
do Brasil, que será o país convidado. Serão mostradas as propostas de
mais de 50 artistas e editoras. Ziegler
explica a escolha deste destino com
“uma produção de fotolivros de grande qualidade e em quantidade”.
Segundo a organização, depois
do fim da feira a maioria destes
livros será doada à biblioteca do
arquivo municipal, onde poderão
ser consultados livremente. Hoje
e amanhã, último dia da feira, a
abertura é às 11h e o fecho às 19h. A
entrada é livre.
Limitado ao stock existente. A compra do produto implica a aquisição do jornal.
para lá
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Dorothy Gale regressa ao fantástico mundo de Oz
para ajudar os seus velhos amigos Espantalho, Leão
e Homem de Lata a livrarem-se das terríveis intenções
de Bobo, um vilão maléfico que deseja comandar Oz.
Na sua companhia e com a ajuda preciosa de novos
aliados, lutarão juntos para restaurar a ordem
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Insolvência de Joaquim B. S. Lima e outro
Proc. N.º 146/12.2TBETZ
Estremoz - Instância Local
- Secção Comp. Genérica - J1
Comarca de Évora
Vai o Administrador da Insolvência, no supra-referido processo, proceder à venda nos termos que
abaixo se explanam, do bem imóvel que adiante
se especifica, no estado físico e jurídico em que se
encontra e que é o seguinte:
Prédio urbano sito na Freguesia de Evoramonte do
Concelho de Estremoz, sito na R. Corredoura ou
Praça dos Aviadores, s/n, destinado a habitação,
descrito na Conservatória do Registo Predial de
Estremoz na Ficha 310, da respectiva Freguesia e
inscrito na matriz predial sob o Art.º 412;
Valor mínimo: € 35.375,00€
Qualquer interessado que pretenda visitar o prédio
poderá contactar, para o efeito, o Senhor Administrador da Insolvência, Telf. 213529109.
As propostas deverão ser formuladas por escrito,
em carta registada dirigida a “Insolvência de Joaquim B. Silva Lima e outro”, Av. Conde de Valbom,
n.º 1 Escritório B, 1050-066 Lisboa, até ao dia 16
de Dezembro de 2015 e deverão conter a identificação completa do proponente, acompanhadas
de fotocópias do bilhete de identidade e cartão de
contribuinte fiscal e/ou certidão comercial da empresa, bem como cheque caução no valor de 10%
da proposta efectuada.
O Administrador da Insolvência e o Credor Hipotecário, no dia 22 de Dezembro de 2015, pelas 11
horas e na indicada morada, apreciarão as ofertas
apresentadas, reservando-se o direito de não aceitaras propostas recebidas que não atinjam o valor
mínimo; Caso existam propostas de igual valor
será aberta licitação entre os proponentes.
T. 210 111 010
O Administrador
Público, 28/11/2015 - 2.ª Pub.
Insolvência de “Planotagus - Sociedade
Imobiliária, Lda.”
Processo n.º 16395/15.9T8LSB na Comarca de Lisboa,
Lisboa - Inst. Central - 1.ª Sec. Comércio - J1
Insolvência de “Companhia Elvense de Moagens
a Vapor, S.A.”
Processo n.º 478/14.5T8PTG na Inst. Central - Sec. Cível e
Criminal - J3 de Portalegre, da Comarca de Portalegre
Por determinação do Exmo. Administrador de Insolvência proceder-se-á
à venda através de proposta por carta fechada, do bem que a seguir se
identifica:
Verba Única: Prédio urbano sito na Rua Antero de Quental, n.ºs 43-4547-49-51-53 e Rua Renato Batista, n.º 94, Freguesia de Anjos, descrito
na Conservatória do Registo Predial de Lisboa com o n.º 889, inscrito na
matriz sob o artigo 3072, com o valor base de € 1.770.071,06
REGULAMENTO:
1 - Serão consideradas as propostas de valor não inferior a 85% do supraindicado, recebidas, em envelope fechado, até às 17 horas do dia 09 de
Dezembro de 2015.
2 - A abertura das propostas será efectuada imediatamente após a hora
indicada no número anterior.
3 - Os envelopes contendo as propostas deverão ter a indicação na frente
“Proposta de compra por carta fechada – Insolvência de Planotagus - Sociedade Imobiliária, Lda. – Proc. 16395/15.9T8LSB”, deverão ser acompanhadas de um cheque/caução de 5% do valor proposto, à ordem da
massa insolvente, e ser enviadas para o Administrador de Insolvência:
Dr. Pedro Ortins de Bettencourt,
Praceta Aldegalega, n.º 21, R/C Esq.º - 2870-239 Montijo
4 - As propostas deverão conter: nome ou denominação do proponente; morada; número de contribuinte; representante, em caso de pessoa
colectiva, indicação de telefone e/ou email de contacto e valor oferecido
por extenso.
5 - Os imóveis serão vendidos no estado físico e jurídico em que se encontram, livres de ónus e encargos, sendo da responsabilidade do comprador todos os custos relacionados com a venda.
6 - A aceitação ou não aceitação da proposta será comunicada ao proponente de maior valor no prazo máximo de 30 dias após a abertura de
propostas
7 - A escritura notarial será efectuada em data e hora a avisar ao comprador com a antecedência mínima de 15 dias.
8 - Se não for possível realizar a escritura na data fixada, por razões inerentes ao comprador, este perderá o sinal já entregue e atrás referido.
9 - Se por motivos alheios à vontade do Administrador de Insolvência, nomeadamente exercício do direito de remissão ou de preferência, decisão
de Comissão de Credores ou decisão judicial, a venda for considerada
sem efeito, as quantias recebidas serão devolvidas em singelo.
Esclarecimentos adicionais poderão ser prestados pelo Administrador
de Insolvência, através do endereço de correio electrónico: pob.pob.aj@
gmail.com
Por determinação do Exmo. Administrador de Insolvência, procederse-á à venda por negociação particular, dos bens que a seguir se
identificam:
Verba Um: Prédio urbano, destinado a armazéns e actividade industrial, com 3 pisos e 37 divisões, sito na Rua dos Falcatos, n.º 5 a
5ª, Rua dos Arcos n.º 17 A E Beco do Pintor em Elvas descrito na
Conservatória de Registo Predial de Elvas com o n.º 691 inscrito na
matriz da freguesia de Caia, São Pedro e Alcáçova sob o artigo 424,
antigo artigo 687 da extinta freguesia de Alcaçova, com o valor-base
de € 200.000,00
Verba Dois: Prédio urbano constituído pela 2.ª Moradia composta
por R/C e 1.º andar, situado em Fontainhas em Elvas, descrito na
Conservatória de Registo Predial de Elvas com o n.º 202 inscrito na
matriz da freguesia de Caia, São Pedro e Alcáçova sob o artigo 1744,
antigo artigo 1278 da extinta freguesia de Caia e S. Pedro, com o
valor-base de € 14.229,00
Nota - Em relação à verba 2 existe contrato de arrendamento.
Os interessados deverão manifestar por escrito o seu interesse com
indicação de nome ou denominação do proponente/interessado;
morada; número de contribuinte; representante, em caso de pessoa colectiva, indicação de telefone e/ou email de contacto e valor
oferecido por extenso, se for o caso, até às 17 horas do dia 09 de
Dezembro de 2015, a qual deverá ser enviada para o Administrador
de Insolvência:
Dr. Pedro Ortins de Bettencourt,
Praceta Aldegalega, n.º 21, R/C Esq.º
2870-239 Montijo
O imóvel será vendido no estado físico e jurídico em que se encontra,
livres de ónus e encargos, sendo da responsabilidade do comprador
todos os custos relacionados com a venda.
A escritura notarial será efectuada em data e hora a avisar ao comprador c/ a antecedência mínima de 15 dias.
Esclarecimentos adicionais poderão ser prestados pelo Administrador de Insolvência, através do endereço de correio electrónico: pob.
[email protected]
Público, 28/11/2015
Público, 28/11/2015
www.alzheimerportugal.org
COMARCA DE LISBOA OESTE
Sintra - Inst. Central - 1.ª Secção de Execução - J3
LUÍS FILIPE
CARVALHO
Agente de Execução
Cédula 2486
Processo: 25829/10.8T2SNT
Credor(es): Ministério Público e outros
Eexecutado(s): Maria Nascimento Fortes Cuino e outros
Data: 25/11/2015 - Documento: kJ6Mx3wTNDy
Referência interna do processo: PE/4179/2010
ANÚNCIO
Nos autos acima identificados, encontra-se designado o dia dezoito de Fevereiro de
2016, pelas catorze horas, na Comarca de Lisboa Oeste - Sintra - Inst. Central, para
a abertura de propostas, que até esse momento sejam entregues na 1.ª Secção de
Execução - J3, pelos interessados na compra do seguinte bem:
Fração autónoma designada pela letra G, correspondente ao 2.º andar A, destinado
a habitação do prédio urbano sito na Av.ª do Brasil, n.º 98-A, 98-B e 98-C da União
das freguesias do Cacém e S. Marcos, concelho de Sintra, descrito na Conservatória
do Registo Predial de Agualva-Cacém sob o n.º 224 da freguesia de S. Marcos e inscrito na matriz sob o artigo 1744 da União das Freguesias do Cacém e S. Marcos.
O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer.
Valor a anunciar para a venda: 68.902,41 Euros (Sessenta e Oito Mil Novecentos e
Dois Euros e Quarenta e Um Cêntimos).
São fiéis depositários os Executados, Cândido Nelson Landim da Mata e Maria Nascimento Fortes Cuino, obrigados a mostrar o bem a quem pretenda examiná-lo,
mas podem fixar as horas em que, durante o dia, facultarão a inspeção, tornando-as
conhecidas do público por qualquer meio.
Adverte-se ainda que junto com a proposta a apresentar deverá ser junto cheque
visado, com 5% do valor anunciado para a venda.
25/11/2015
O Agente de Execução - Luís Filipe Carvalho
Rua Braamcamp, 52, 7.º - 1250-051 Lisboa
Tel. 213807430/9 Fax 213872129 - Email: [email protected]
Público, 28/11/2015 - 2.ª Pub.
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47A R/C, 4455-301 Lavra - Tel. 229 260 912 | 226 066 863 - E-mail: [email protected] • Delegação Centro: Urb. Casal Galego - Rua Raul Testa Fortunato n.º 17, 3100-523 Pombal - Tel. 236 219 469 - E-mail: [email protected] • Delegação da
Madeira: Avenida do Colégio Militar, Complexo Habitacional da Nazaré, Cave do Bloco 21 - Sala E, 9000-135 FUNCHAL - Tel. 291 772 021 - E-mail: [email protected] • Núcleo do Ribatejo: R. Dom Gonçalo da Silveira n.º 31-A, 2080-114 Almeirim
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Por determinação do Exmo. Sr. Dr. Administrador da Insolvência, vamos proceder à venda extrajudicial, com apresentação de propostas
em carta fechada, do bem a seguir identificado:
Por determinação do Exmo. Sr. Dr. Administrador da Insolvência, vamos proceder à venda extrajudicial, com apresentação de propostas em carta fechada, dos
bens a seguir identificados:
Entroncamento - Inst. Central - Secção de Execução - J2
REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL
Consulado-Geral do Brasil em Lisboa
EDITAL DE CASAMENTO
Rosa Maria de Vassimon Brandão, ViceCônsul do Brasil em Lisboa, usando das
atribuições que lhe confere o Art.º 18.º
da Lei de Introdução ao Código Civil,
faz saber que pretendem casar Antônio
Gomes Fernandes, natural de Fátima do
Sul, Mato Grosso do Sul, Brasil, nascido
a 10/03/1964, residente e domiciliado
na Av. Américo Ferrer Lopes, n.º 1, 2A
Queluz Lisboa, Lisboa, Portugal, Código Postal: 2745-714, nesta jurisdição
consular, filho de João Fernandes da
Silva e de Maria Gomes Fernandes e
Eliane Beatriz de Jesus, natural de Goiânia, Goiás, Brasil, nascida a 22/05/1975,
residente e domiciliada na Av. Américo
Ferrer Lopes, n.º 1, 2A Queluz Lisboa,
Lisboa, Portugal, Código Postal: 2745714, nesta jurisdição consular, filha de
Madalena Maria de Jesus.
Apresentaram os documentos exigidos
pelo Art.º 1.525 do Código Civil.
Se alguém souber de algum impedimento, oponha-o na forma da Lei.
Lavrado o presente para ser afixado
em lugar visível da Chancelaria deste
Consulado-Geral.
Mônica Sodré da Hora
Oficial de Registro Civil “ad-hoc”
HELENA CHAGAS
Agente de Execução
Cédula 2621
Processo: 168/14.9T8ENT
Exequente: Caixa Geral de Depósitos, S.A.
Executados: Rui Jorge Nunes Carvalho e
Maria Margarida Lopes Ferreira Moreira
ANÚNCIO
Venda mediante propostas em carta fechada
Nos autos acima identificados,
encontra-se designado o dia 16
de Dezembro de 2015, pelas
10:00 horas, neste Tribunal para
a abertura de propostas, que até
esse momento sejam entregues
na referida Comarca de Santarém,
Entroncamento - Inst. Central Secção de Execução - J2, pelos
interessados na compra do seguinte imóvel (relativamente à 1/2
(metade) titularidade do executado
Rui Jorge Nunes Carvalho);
Fracção autónoma designada pela
letra A, correspondente ao rés-dochão esquerdo, destinado a habitação, do prédio urbano em sito
Almeirim, denominado Milheiras,
Cerrado ou Charneca de Almeirim,
Lote 121, freguesia e concelho de
Almeirim, descrito na Conservatória do Registo Predial de Almeirim
sob o n.º 5238/20070615 A, da
freguesia de Almeirim, e inscrito na
respectiva matriz predial urbana,
sob o n.º 8649
O bem será adjudicado a quem
melhor preço oferecer, igual ou
superior a 85% do valor-base de
40.000,00 euros (quarenta mil euros), ou seja, 34.000,00 (trinta e
quatro mil euros).
É fiel depositário o executado Rui
Jorge Nunes Carvalho, que a pedido deve mostrar o bem.
O(s) proponente(s) deve(m) juntar à sua proposta, como caução,
cheque visado, à ordem da Agente
de Execução, no montante correspondente a 5% do valor anunciado
para a venda.
A Agente de Execução
Helena Chagas
Rua Alberto Serpa, 19-A
2855-126 St.ª Marta do Pinhal
Tel.: 212532702 Fax.: 212552353
E-mail: [email protected]
Público, 28/11/2015 - 1.ª Pub.
COMARCA DE ÉVORA
Montemor-o-Novo - Inst. Central - Sec. Execução - J1
LUÍS FILIPE
CARVALHO
Agente de Execução
Cédula 2486
EDIFÍCIO
DIOGO CÃO
DOCA DE ALCÂNTARA
NORTE, LISBOA
(JUNTO AO
MUSEU DO ORIENTE)
HORÁRIO:
2.ª – 6.ª FEIRA: 9H – 19H
SÁBADO: 11H – 17H
CENTRO
COMERCIAL
COLOMBO
AVENIDA DAS ÍNDIAS
(PISO 0, JUNTO
À PRAÇA CENTRAL)
HORÁRIO:
2.ª FEIRA – DOMINGO:
10H – 24H
INFO: 210 111 010
Processo: 422/09.1TBMMN
Exequente(s): NOVO BANCO, S.A. e outros
Eexecutado(s): Maria Filomena Salgueiro e outros
Data: 18/11/2015 - Documento: vbE7zGnfZNg3
Referência interna do processo: PE/2326/2009
ANÚNCIO
Nos autos acima identificados, encontra-se designado o dia quinze de Dezembro
de dois mil e quinze, pelas onze horas e trinta minutos, na Comarca de Évora Montemor-o-Novo - Inst. Central, para a abertura de propostas, que até esse momento sejam entregues na Secção de Execução - J1 pelos interessados na compra
do seguinte bem:
- Prédio misto composto por cultura arvorense no qual se encontra construído um
prédio urbano de rés-do-chão, sito na freguesia da Nossa Senhora da Vila, Concelho
de Montemor-o-Novo, descrito na Conservatória do Registo Predial de Montemor-oNovo sob o n.º 1109 e inscrito na matriz sob o artigo urbano 2986 e o artigo rústico
246, secção Q, da freguesia de Nossa Senhora da Vila, actual artigo urbano 3001
e artigo rústico 246, secção Q da União de Freguesias de Nossa Senhora da Vila,
Nossa Senhora do Bispo e Silveira.
O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer.
Valor a anunciar para a venda: 106.389,40 Euros (Cento e Seis Mil Trezentos e Oitenta e Nove Euros e Quarenta Cêntimos).
São fiéis depositários os Executados, Paulo Jorge da Graça Rodrigues Salgueiro e
Maria Filomena Salgueiro, obrigados a mostrar o bem a quem pretenda examiná-lo,
mas podem fixar as horas em que, durante o dia, facultará a inspeção, tornando-as
conhecidas do público por qualquer meio.
Adverte-se ainda que junto com a proposta a apresentar deverá ser junto cheque
visado, com 5% do valor anunciado para a venda.
18/11/2015
O Agente de Execução - Luís Filipe Carvalho
Rua Braamcamp, 52, 7.º - 1250-051 Lisboa
Tel. 213807430/9 Fax 213872129 - Email: [email protected]
INSOLVÊNCIA DE PLANIVALE - ESC. E ALUG.
DE EQUIPAMENTOS, LDA.
Comarca de Lisboa, Lisboa - Instância Central
- 1.ª Secção de Comércio - J5 - Proc. 322/14.3TYLSB
INSOLVÊNCIA DE O.2 - TRATAMENTOS LIMPEZA
AMBIENTAIS, S.A.
Comarca de Viseu, Viseu - Instância Central - Secção
de Comércio - J2 - Proc. 287/12.6TBNLS-I
BEM IMÓVEL
BENS IMÓVEIS
Verba 1: Prédio urbano sito em Chão de Impares, Mira de Aire, Porto
de Mós, composto por terreno urbano composto de rocha e mato,
inscrito na matriz predial urbana sob o n.º 2368 e descrito na CRP de
Porto de Mós sob o n.º 118/19860515. Valor mínimo: 2.500,00€.
Verba 2: Prédio rústico, sito em Tapada, Cantanhede, composto por terreno de
pinhal e mato, inscrito na matriz rústica n.º 15792 e descrito na CRCPA de Cantanhede sob o n.º 8259/20010720. Valor mínimo: 314,50€
Verba 3: Prédio rústico, sito em Tapada, Cantanhede, composto por terreno de
mato, inscrito na matriz rústica n.º 15789 e descrito na CRCPA de Cantanhede
sob o n.º 8260/20010720. Valor mínimo: 314,50€
REGULAMENTO
1. Os interessados deverão remeter sob pena de anulação as propostas em carta fechada até ao dia 11.12.2015 e dirigidas à Leiloeira
do Lena.
2. As propostas terão de conter: Identificação do proponente (nome
ou denominação social, morada, n.º contribuinte, telefone, fax e
email); valor oferecido por extenso e o envelope no exterior deve
identificar o nome e processo.
3. A proposta tem de vir acompanhada de cheque de 20% de sinal,
valor da nossa comissão e o respectivo IVA.
4. A adjudicação será feita à proposta de maior valor e após parecer
favorável do Administrador da Insolvência.
5. As propostas serão abertas no dia 16.12.2015 às 14h na sede da
Leiloeira do Lena, Urb. Planalto, Lote 36, r/c Dt.º, Leiria e desde que
exista mais do que um proponente, com propostas válidas de igual
valor, os mesmos estão convidados a comparecer pessoalmente
ou representados no dia da abertura das propostas acima indicado
para licitarem entre si.
6. O imóvel é vendido no estado físico e jurídico em que se encontra.
7. Será pago como sinal 20% no acto da adjudicação do imóvel e os
restantes 80% no dia da escritura.
8. Ao valor da venda é acrescido a comissão de 5% e respectivo IVA
referente aos serviços prestados pela Leiloeira do Lena, pagos com
a adjudicação.
REGULAMENTO
1. Os interessados deverão remeter sob pena de anulação as propostas
em carta fechada até ao dia 11.12.2015 e dirigidas à Leiloeira do Lena.
2. As propostas terão de conter: Identificação do proponente (nome ou denominação social, morada, n.º contribuinte, telefone, fax e email); valor
oferecido por extenso e o envelope no exterior deve identificar o nome e
processo.
3. A proposta tem de vir acompanhada de cheque de 20% de sinal, valor da
nossa comissão e o respectivo IVA.
4. A adjudicação será feita à proposta de maior valor e após parecer favorável do Administrador da Insolvência.
5. As propostas serão abertas no dia 16.12.2015 às 14h na sede da Leiloeira do Lena, Urb. Planalto, Lote 36 r/c Dt.º, Leiria e desde que exista mais
do que um proponente, com propostas válidas de igual valor, os mesmos estão convidados a comparecer pessoalmente ou representados no
dia da abertura das propostas acima indicado para licitarem entre si.
6. Os imóveis são vendidos no estado físico e jurídico em que se encontram.
7. Será pago como sinal 20% no acto da adjudicação do imóvel e os restantes 80% no dia da escritura.
8. Ao valor da venda é acrescido a comissão de 5% e respectivo IVA referente aos serviços prestados pela Leiloeira do Lena, pagos com a adjudicação.
INFORMAÇÕES: tel: 244 822 230 / fax: 244 822 170
Rua do Vale Sepal Lote 36, r/c Dt.º
Urb. Planalto 2415-395 LEIRIA
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E-mail: [email protected] Site: www.leiloeiradolena.com
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Público, 28/11/2015 - 2.ª Pub.
DR. JOSÉ VASCO RAMALHO
DE AZEVEDO VAZ BRAVO
FALECEU
Sua Família participa o seu falecimento e
que o seu corpo se encontrará em câmara
ardente hoje, dia 28, a partir das 18.00 horas,
nas Capelas Exequiais de São João de Deus
(Praça de Londres). O funeral realiza-se amanhã, dia 29, às 13.00 horas para o Cemitério
dos Olivais. Será celebrada Missa de Corpo
Presente às 12.30 horas.
Agência Funerária Magno - Alvalade
Servilusa - Número Verde Grátis 800 204 222
Serviço Funerário Permanente 24 Horas
JOÃO MENDONÇA
(Médico - Ortopedista)
FALECEU
Suas Filhas e demais Família participam o
falecimento. O funeral realiza-se amanhã,
Domingo, dia 29, às 15.00 horas saindo da
Igreja do Campo Grande para o Cemitério
do Alto de São João, antecedido de Missa
de Corpo Presente.
Agência Funerária Magno - Alvalade
Servilusa - Número Verde Grátis 800 204 222
Serviço Funerário Permanente 24 Horas
JOÃO MEXIA
DE ALMEIDA
FALECEU
A Família participa o falecimento de seu marido, pai,
avô e amigo, querido e adorado por todos, uma força
de vida e exemplo de fé e união. Será celebrada Missa
de Corpo Presente hoje, sábado, pelas 13.30 horas na
Igreja de Santo António do Estoril, seguindo-se o funeral
para Jazigo de Família no Cemitério dos Prazeres.
Agência Funerária Magno - Cascais
Servilusa - Número Verde Grátis 800 204 222
Serviço Funerário Permanente 24 Horas
32 | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
FICAR
Os mais vistos da TV
Quinta-feira, 26
% Aud. Share
A Única Mulher II
Coração d’Ouro
Jornal da Noite
Jornal das 8
Futebol - Liga Europa
TVI 14,6
SIC 13,8
SIC 12,5
TVI 11,6
SIC 11,1
30,7
29,0
25,7
23,9
31,1
FONTE: CAEM
RTP1
RTP2
SIC
TVI
Cabo
14,1%
%
1,9
21,6
22,4
29,6
CINEMA
Tu, Que Vives
Título original: Du Levande
De: Roy Andersson
Com: Elisabet Helander, Jugge
Nohall, Jan Wikblad, Björn
Englund, Birgitta Persson,
Lennart Eriksson, Jessika
Lundberg, Eric Bäckman
DIN/JAP/FRA/NOR/SUE/ALE,
2007, 89 min.
TVC2, 22h00
Segundo capítulo da Trilogia dos
Vivos do sueco Roy Andersson,
integrado num especial que o
TVCine dedica a um dos maiores
realizadores de culto do cinema
europeu. Depois de Canções do
Segundo Andar (2000), numa
comédia dura e existencialista, o
cineasta apresenta 57 pequenos
episódios tragicómicos sobre o
quotidiano de homens e mulheres
comuns, um pouco por todo o
mundo, revelando os seus desejos
e ambições, misérias e desgostos,
grandeza e mesquinhez. Uma
comédia definida como trágica
pelo próprio autor, conhecido por
reflectir sobre os males do mundo
através da caricatura à sociedade
levada aos limites do absurdo. A
trilogia de Andersson acabaria só
em 2014, ano em que Um Pombo
Pousou Num Ramo a Reflectir na
Existência chegou ao público.
Cloud 9: Desafio Final [Cloud 9]
SIC, 15h15
Telefilme original do Disney
Channel que conta a história de
dois amigos improváveis: Kayla
Morgan (Dove Cameron), uma
atleta de snowboard que foi
afastada da sua equipa; e Will
Cloud (Luke Benward), um ex-campeão de snowboard que viu
a sua carreira acabar depois de
uma queda. Os dois conhecemse por acaso, quando Kayla se
vê obrigada a trabalhar numa
loja de animais que pertence à
mãe de Will. Em troca da ajuda
na reformulação da loja, Kayla
convence Will a treiná-la. À
medida que o treino e a amizade
se desenvolvem, Kayla esforça-se também por convencer Will a
voltar a ser um campeão.
Meninas de Calendário
[Calendar Girls]
Hollywood, 20h25
Chris e Annie são amigas de longa
data, apesar de serem muito
diferentes. As duas vivem numa
Tu, Que Vives
pequena cidade, mas as suas vidas
pacatas são perturbadas quando
o marido de Annie descobre que
sofre de leucemia. Chris resolve
então angariar dinheiro para o
hospital local e, para isso, fazer
um calendário com fotografias
de mulheres executando tarefas
tradicionais como tricotar ou
cozinhar. Mas decide fazer algo
de muito radical: propõe que
as mulheres estejam nuas. Num
ápice, a iniciativa de Chris aparece
em primeiras páginas de jornais e
em talk shows.
Uma Senhora Herança
[My Old Lady]
TVC1, 21h30
Nascido e criado em Nova Iorque
(EUA), Mathias Gold (Kevin Kline)
está praticamente na bancarrota.
A luz ao fundo do túnel surge
quando descobre que o falecido
pai lhe deixou de herança um
apartamento em pleno centro
de Paris (França). Determinado
a começar uma nova vida com a
pequena fortuna que lhe renderá
a venda do imóvel, gasta os seus
últimos tostões num bilhete
de avião e segue viagem até à
Cidade-Luz. O problema surge
quando percebe que na casa
vivem duas inquilinas muito
peculiares: Mathilde Girard
(Maggie Smith), uma senhora 90
anos “sem papas na língua”, e
a sua filha, Chloé (Kristin Scott
Thomas).
Nanny McPhee e o Toque de
Magia [Nanny McPhee and the
Big Bang]
Syfy, 22h10
Nanny McPhee (Emma
Thompson), a ama de aparência
estranha e poderes mágicos,
regressa para ajudar as famílias
desamparadas e com problemas
de disciplina. Nesta aventura quem
precisa de ajuda é a família de Mrs.
Isabel Green (Maggie Gyllenhall),
uma jovem que luta arduamente
para administrar a quinta da
família, enquanto o marido está na
guerra. Nanny McPhee descobre
que os filhos de Mrs. Green vivem
uma luta diária contra os dois
primos malcriados e insolentes
que recentemente se mudaram
para a quinta. De Susanna White,
com argumento da actriz Emma
Thompson, adaptado das histórias
juvenis de Nurse Matilda, de
Christianna Brand.
A Linguagem do Coração
[Marie Heurtin]
TVC3, 22h30
França, final do século XIX.
Cega, surda e muda de nascença,
a jovem Marie é incapaz de
comunicar com o mundo. Aos 14
anos, e depois de uma existência
fechada sobre si mesma, é enviada
para Instituto Larnay, perto de
Poitiers, onde um grupo de freiras
cuida de jovens com deficiência
auditiva. Lá, ela vai conhecer a
jovem irmã Marguerite, que decide
dedicar-lhe todo o amor e atenção.
Juntas vão encontrar uma forma
de comunicar que libertará a
pequena Marie da “escuridão” de
onde nunca tinha sido capaz de
sair. De Jean-Pierre Améris.
Deuses e Generais
[Gods and Generals]
RTP1, 00h21
Baseado no best-seller que integra
a trilogia sobre a Guerra Civil
Americana de Jerry M. Shaara,
Deuses e Generais retrata as vidas,
paixões e carreiras de grandes
líderes militares, como Thomas
“Stonewall” Jackson, desde a
essência do conflito que dividiu
a nação, colocando em oposição
os estados americanos do Norte e
do Sul. Realizado, em 2003, por
Ronald F. Maxwell, é a prequela
do clássico Gettysburg (1993),
e segue a ascensão e queda do
lendário herói de guerra que
conduziu a Confederação à vitória
contra a União, entre 1861 e 1863.
Cinco [Five]
SIC, 2h00
Antologia de cinco curtasmetragens que exploram o
impacto do cancro da mama
na vida das pessoas. Com a
particularidade de ser dirigido
pelas actrizes Jennifer Aniston,
Demi Moore, a cantora Alicia Keys
e as realizadoras Patty Jenkins e
Penelope Spheeris, Cinco explora,
com algum humor, as diferentes
fases relacionadas com a doença,
desde o diagnóstico. Charlotte,
Cheyanne, Lili, Mia e Pearl são
PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015 | 33
Televisão
OG
Gosto do Saké,
RTP2, 22h47
RT
[email protected]
as mulheres que revelam não só
o reajustamento na relação com
os outros, mas também com a
própria identidade, enquanto
buscam força, conforto, evolução
da medicina e a esperança na cura.
INFANTIL
Bolt
Disney Channel, 19h00
Para Bolt todos os dias são
preenchidos com perigo, aventura
e mistério. Pelo menos, à frente
das câmaras, já que Bolt é um
supercão, estrela de uma série
televisiva de sucesso. Mas, quando
é enviado por engano para Nova
Iorque, bem longe dos seus
seguros estúdios de Hollywood,
conhece a maior aventura da
sua vida. Armado apenas com a
convicção de que os seus poderes
e actos heróicos são reais, e
com a ajuda de dois curiosos
companheiros de viagem — o gato
abandonado Mitten e o hamster
Rhino, dentro de uma bola de
plástico e obcecado por televisão,
–,
Bolt tenta
regressar
para a sua
dona, ao mesmo
tempo que percebe
que, às vezes, não são
necessários superpoderes para se
ser um super-herói.
INFORMAÇÃO
Linha da Frente
RTP1, 20h45
Jorge Falcato é o primeiro
deputado em cadeira de rodas
do Parlamento. Paraplégico há
37 anos, activista e representante
do Movimento (d)Eficientes
Indignados, foi eleito pelo
Bloco de Esquerda nas últimas
legislativas, e há muito que se
debate com as condições de
vida das pessoas com deficiência
em Portugal. Ele é O Improvável
Deputado da Nação, alvo da
reportagem desta Linha da Frente
assinada por Sandra Vindeirinho,
RTP1
TVC1
6.30 Zig Zag 8.00 Bom Dia Portugal
Fim-de-semana 10.07 A Praça
- Compacto 11.20 Agora Nós Compacto 12.31 Uma Mesa Portuguesa
com Certeza... Em Portugal 13.00
Jornal da Tarde 14.10 Voz do Cidadão
14.33 Aqui Portugal - Directo. Ponte
de Lima 20.00 Telejornal 20.45 Linha
da Frente - O Improvável Deputado da
Nação 21.14 Memórias da Revolução
21.30 Donos Disto Tudo 22.22 Filme:
Total Siyapaa 00.21 Filme: Deuses e
Generais 3.56 Futebol: Magazine da
Liga dos Campeões 4.21 A Grandiosa
Enciclopédia do Ludopédio
9.40 A Viagem dos Cem Passos 11.45
Sei Lá 13.35 Draft Day: Dia D 15.25
Dava Tudo para Estar Cá 17.15 Selma: A
Marcha da Liberdade 19.25 A Viagem
dos Cem Passos 21.30 Uma Senhora
Herança 23.20 Aproveita a Vida Henry
Altmann 00.45 Sei Lá 2.35 Draft Day:
Dia D 4.30 Dava Tudo para Estar Cá
RTP 2
7.00 Euronews 8.00 Zig Zag 11.02 A
Cavalo 11.32 Biosfera 12.00 História
a História - O Milagre de Tancos Portugal na I Guerra Mundial 12.30
Portugal Extraordinário 12.55 Mares
e Oceanos 13.25 Cosmos: A Odisseia
no Espaço 14.10 Pais Desesperados
15.00 Desporto 2 - Directo 19.00
Olhar o Mundo 19.48 Visita Guiada
20.38 Os Simpsons 21.00 Jornal
2 21.41 O Fado da Bia 22.51 Já Vi
Este Filme 22.53 Filme: O Gosto do
Saké 00.41 Já Vi Este Filme 00.48
Conversa Capital - João Machado,
secretário-geral da CAP 1.39 Led
Zeppelin por Jimmy Page 2.28
Cosmos: A Odisseia no Espaço 3.12
Euronews
FOX MOVIES
9.57 Gladiador 12.23 A Águia da Nona
Legião 14.09 Força Delta 16.16 Força
Delta 2 - Operação Estrangulamento
18.09 Catwoman 19.47 Anaconda
21.15 Assalto ao Arranha-Céus 23.27
Top Gun - Ases Indomáveis 1.14 Os
Agentes do Destino 2.52 De Olhos Bem
Fechados 5.22 Polícia sem Lei
TVI
6.30 Animações / Kid Kanal 9.50
Inspector Max 13.00 Jornal da Uma
14.03 Querido, Mudei a Casa 15.45
Concerto Tony Carreira 17.42 A Quinta
20.00 Jornal das 8 21.43 A Única
Mulher 22.55 A Quinta 23.15 Temos
Negócio 1.12 Filme: Dupla Sedução
3.38 Ora Acerta
que o seguiu, durante duas
semanas, no seu novo trabalho. E
à semelhança do que se passa no
quotidiano, as dificuldades não se
fizeram esperar na Assembleia da
República. Imagem de Pedro Boa-Alma e edição de Miguel Teixeira.
FOX LIFE
13.25 Scandal 14.17 Edição Limitada
14.29 Filme: Duplex 16.30 Filme: An
Officer and a Murderer 18.09 Filme: A
Daughter’s Nightmare 19.49 Clínica
Privada 22.20 Filme: LOL 00.06 Filme:
O Diário de Bridget Jones 1.51 Downton
Abbey 2.47 Clínica Privada
ENTRETENIMENTO
DISNEY
11.25 Norbit 13.10 Poseidon 14.55 Em
Busca da Esmeralda Perdida 16.45
Jantar de Idiotas 18.40 Velocidade
Terminal 20.25 Meninas de Calendário
22.25 Espécie Mortal II 00.05 Jackass
3D 1.50 Estigma 3.35 Corações de Aço
5.30 A Última Estação
15.20 Jessie 15.45 Liv e Maddie 16.10
Riley e o Mundo 16.35 Boa Sorte,
Charlie! 17.00 Zeke e Luther 19.05
Selvagem 20.30 K.C. Agente Secreta
20.55 Austin & Ally 21.20 Liv e Maddie
21.42 Videoclip - Descendentes:
If Only 21.50 Rapaz-Ostra 22.13 O
Meu Cão Tem Um Blog 22.35 Randy
Cunningham: Ninja Total 22.57 Rekkit
Rabbit 23.20 Casper - O Fantasminha
23.45 Randy Cunningham: Ninja Total
00.10 Sabrina: Segredos de Uma Bruxa
00.33 Casper - O Fantasminha
AXN
DISCOVERY
13.35 Castle 15.15 Filme: V de
Vingança 17.25 Filme: Resident Evil:
Retaliação 19.10 Castle 21.55 Filme:
Colombiana 23.47 Filme: Um Cidadão
Exemplar 1.56 Castle 5.33 A Mesquita
da Pradaria 5.57 Filme: Colombiana
17.40 Quem Atraiçoou Jesus? 19.20
Teoria da Conspiração 20.10 Vaticano:
Dentro da Cidade Eterna 21.00
Fanático por Motores 21.55 Mestres do
Restauro 23.50 Casos sem Explicação
2.20 Curiosity: Por Que Gostamos
de Sexo? 3.05 Curiosity: Lavagem
Cerebral 3.50 Os Caçadores de Mitos
4.35 Negócio Fechado 5.00 Container
Wars 5.25 Mestres do Restauro
Arena da Mentira
Canal Q, 22h30
Estreia. O humorista António
Raminhos apresenta o novo
concurso do Canal Q. Criado e
produzido em Portugal — como é
habitual nos programas da estação
de televisão que recentemente
ganhou o prémio de Canal de
Entretenimento Nacional do
Ano da Meios & Publicidade —,
este concurso conta com 16
concorrentes (escolhidos de entre
200 candidaturas) que fazem
equipa com uma figura conhecida
para conseguirem conquistar
o voto do público, que decide
os vencedores. Improvisação,
argumentação, retórica e humor
são as qualidades requeridas para
se chegar ao prémio final: ter o
próprio programa no canal Q.
HISTÓRIA
MÚSICA
HOLLYWOOD
SIC
6.40 Julius Jr. 7.20 Masha e o Urso
7.40 H2O - Aventuras de Sereias
8.20 Phineas & Ferb 9.20 Alvin e os
Esquilos 9.40 Sonic Boom 10.20
Os Vingadores 10.40 Dragões: Em
Busca do Desconhecido 11.15 Violetta
12.15 O Nosso Mundo 13.00 Primeiro
Jornal 14.00 Alta Definição 14.50
Fama Show 15.15 Filme: Cloud 9 17.05
Filme: The Hunger Games - Jogos da
Fome 20.00 Jornal da Noite 21.40
Coração d´Ouro 23.00 A Regra do
Jogo 23.55 Totoloto 00.00 Dupla
Identidade 1.00 House of Cards 2.00
Filme: Cinco
12 17.59 Hawai Força Especial 22.15
Filme: Força Explosiva 00.10 Scorpion
1.55 Spartacus, a Revolta dos Escravos
4.40 Casos Arquivados
AXN BLACK
12.17 Sobrenatural 14.24 Jesse Stone:
Benefício da Dúvida 15.34 Identidade
Dupla 17.07 Uma Voz na Noite 18.28
Drácula de Bram Stoker 20.34 Armas,
Gajas e Jogo 22.00 Mentiras e Ilusões
23.35 Kill Bill - A Vingança Vol. 1 1.21
Drácula de Bram Stoker 3.26 Armas,
Gajas e Jogo 4.51 Mentiras e Ilusões
AXN WHITE
13.16 Melissa e Joey 13.40 Póquer de
Rainhas 14.52 Filme: Zack e Miri Fazem
um Porno 16.34 Pai de Surpresa 18.57
Filme: Zack e Miri Fazem Um Porno
20.39 Cougar Town 22.40 Filme: Loiras
à Força 00.29 Filme: Linhas Cruzadas
2.04 Cougar Town 4.02 Filme: Loiras à
Força 5.51 Filme: Linhas Cruzadas
FOX
13.05 Sob Suspeita 14.00 Filme: O
Acontecimento 15.55 Filme: Ocean’s
17.19 O Preço da História 17.41
Alienígenas 18.25 O Preço da História
19.07 Os Últimos Dias dos Nazis 21.18
O Preço da História 22.00 Um Dia
Na Vida de Um Ditador 23.34 CaçaTesouros 1.47 O Preço da História 2.30
Aviões-Fantasma e o Mistério do Voo
370 3.55 O Preço da História
ODISSEIA
17.41 A Viagem dos Leões 18.35 A Dois
Metros abaixo da Savana 19.26 A Toda
Velocidade 21.03 Armas Empenhadas
22.30 Amor à Venda 23.18 Sex Mundi,
a Aventura do Sexo 00.07 Amor à
Venda 00.55 Sex Mundi, a Aventura
do Sexo 1.47 Operação Narco 2.56
Odisseia do Espaço 3.48 Amor à Venda
4.39 Botão do Pânico 5.54 África
Led Zeppelin por Jimmy Page
RTP2, 1h39
A propósito da reedição dos álbuns
da icónica banda Led Zeppelin,
António Freitas, da Antena 3, esteve
em Londres (Inglaterra) à conversa
com Jimmy Page, guitarrista e
fundador do grupo britânico em
1968, que estabeleceu um novo
padrão no rock’n’roll. Esta é a
gravação da entrevista em que
Jimmy Page fala da discografia
agora relançada, com som
remasterizado e material inédito,
de uma das maiores bandas dos
anos 1970, que também incluía
Robert Plant, John Paul Jones e John
Bonham, o baterista cuja morte
conduziu ao desmembramento dos
Led Zeppelin, em 1980.
34 | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
SAIR
Em estreia
[email protected]
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CINEMA
Lisboa
@Cinema
Av. Fontes Pereira de Melo - Edifício
Saldanha Residence. T. 210995752
The Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12.
19h; O Leão da Estrela M12. 14h20, 16h40,
21h50
Cinema City Alvalade
Av. de Roma, nº 100. T. 218413040
007 Spectre M12. 15h, 21h30, 00h10; As
Sufragistas M12. 13h15, 17h20, 19h25; A
Viagem de Arlo M6. 11h10, 13h, 15h15, 17h45
(V.Port./2D); Steve Jobs M12. 13h15; The
Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12.
21h50, 00h25; A Ponte dos Espiões M12.
15h40, 18h30, 21h20, 00h10; Deus Não Está
Morto M12. 19h40; Mune, O Guardião da
Lua M6. 11h20; O Leão da Estrela M12. 13h,
15h10, 17h30, 19h40, 21h50, 00h35
Cinema Ideal
Rua do Loreto, 15/17. T. 210998295
Montanha M12. 16h15, 20h; Minha Mãe M12.
14h15, 18h, 21h45
CinemaCity Campo Pequeno
Centro de Lazer do Campo Pequeno.
T. 217981420
007 Spectre M12. 13h15, 15h25, 16h10,
18h25, 19h05, 21h25, 22h, 00h25; Ela é
Mesmo... o Máximo M12. 13h35, 17h40,
19h35; A Ponte dos Espiões M12. 12h50,
15h40, 18h30, 21h20, 00h10; A Viagem
de Arlo M6. 11h40, 13h50, 16h, 18h45
(V.Port./2D), 11h20, 13h25, 15h30, 17h35,
19h40, 21h35 (V.POrig./2D); Upsss! Lá Se
Foi a Arca... M6. 11h25 (V.Port.); A Ovelha
Choné - O Filme M6. 11h20 (V.Port.); Lendas
de Oz: O Regresso de Dorothy M6. 11h35
(V.Port.); Mune, O Guardião da Lua M6.
11h35, 15h45 (V.Port./2D); Steve Jobs M12.
13h20, 00h20; The Hunger Games: A
Revolta - Parte 2 M12. 15h50, 18h40, 21h30,
21h45, 00h05 (2D), 23h45 (3D); O Segredo
dos Seus Olhos 13h30, 21h40, 00h30; O
Leão da Estrela M12. 13h10, 15h20, 17h30,
19h40, 21h50, 24h
Cinemas Nos Alvaláxia
Estádio José Alvalade, Cp Grande. T. 16996
007 Spectre M12. 13h30, 16h50, 20h45,
24h; Profissionais da Crise 13h50, 16h25,
19h10, 21h40, 00h10; O Último Caçador
de Bruxas M12. 13h35, 16h, 19h05, 21h35,
00h05; The Hunger Games: A Revolta Parte 2 M12. 12h40, 15h40, 18h35, 21h30,
00h30; A Ponte dos Espiões M12. 14h,
17h, 21h10, 00h15; A Viagem de Arlo M6.
11h15, 13h40, 16h30, 19h (V.Port./2D),
11h, 13h20, 15h50, 18h20 (V.Port./3D),
21h, 23h20 (V.Orig./2D); O Leão da
Estrela M12. 16h10, 18h45, 21h20, 21h50,
23h50, 00h20; Crimson Peak: A Colina
Vermelha M12. 12h50, 15h30, 18h10, 21h10,
23h55; Pan: Viagem à Terra do Nunca M12.
13h45, 16h20, 18h55 (V.Port./2D); À
Procura de Uma Estrela M12. 13h15, 16h40,
19h15, 21h45, 00h35; Guia do Escuteiro
Para o Apocalipse Zombie M12. 21h55,
00h25; Mune, O Guardião da Lua M6.
11h, 13h10, 15h20, 17h30 (V.Port.); Steve
Jobs M12. 21h15, 00h05
Cinemas Nos Amoreiras
Av. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996
A Ponte dos Espiões M12. 14h, 17h10, 21h,
24h; A Viagem de Arlo M6. 13h10, 18h10
(V.Port./2D), 15h30 (V.Port./3D), 21h40,
00h10 (V.Orig./2D); Mune, O Guardião da
Lua M6. 12h50 (V.Port.); As Sufragistas M12.
15h20, 21h50, 00h25; Steve Jobs M12.
18h; The Hunger Games: A Revolta - Parte
2 M12. 14h30, 17h40, 21h20, 00h20; 007
Spectre M12. 13h40, 16h50, 20h50,
00h05; O Leão da Estrela M12. 13h, 16h10,
18h40, 21h30, 00h15; O Segredo dos Seus
Olhos 13h20, 15h50, 18h20, 21h10, 23h40
Cinemas Nos Colombo
Av. Lusíada. T. 16996
Steve Jobs M12. 18h15; Profissionais
da Crise 12h50, 15h25, 21h30, 00h10; A
Ponte dos Espiões M12. 13h15, 17h, 21h10,
00h20; A Viagem de Arlo M6. 13h05, 15h30,
18h (V.Port./3D) 21h25, 23h55 (V.Port./2D); A
Viagem de Arlo M6. 13h35, 16h, 18h30
(V.Port./2D); 007 Spectre M12. 13h, 16h30,
20h50, 00h05 ; Mune, O Guardião da
Lua M6. 13h25 (V.Port.); The Hunger
Games: A Revolta - Parte 2 M12. 12h35,
15h35, 18h35, 21h35, 00h35; O Leão da
Estrela M12. 21h15, 24h; O Último Caçador
de Bruxas M12. 15h45, 20h55, 23h40; 007
Spectre M12. Sala IMAX ? 13h30, 17h30,
21h20, 00h30; As Sufragistas M12. 18h20; O
Leão da Estrela M12. 13h20, 15h55, 18h40,
21h45, 00h25
Cinemas Nos Vasco da Gama
Parque das Nações. T. 16996
A Viagem de Arlo M6. 11h, 13h20, 16h,
18h20, 21h10, 23h40 (V.Port./2D); O Leão
da Estrela M12. 13h, 15h50, 18h10, 21h20,
24h; 007 Spectre M12. 14h, 17h40, 21h,
00h10; As Sufragistas M12. 18h50; The
Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12.
12h50, 15h40, 21h40, 00h40 (2D), 18h40
(3D); O Segredo dos Seus Olhos 13h10,
16h10, 21h50, 00h20; A Ponte dos Espiões
M12. 12h40, 15h30, 18h30, 21h30, 00h30
Cinemateca Portuguesa
R. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200
O Direito do Mais Forte à Liberdade 15h30;
Quei Loro Incontri 22h; Hyènes 15h30;
L’ Homme à La Valise 21h30; Festival 15h30
Medeia Monumental
Av. Praia da Vitória, 72. T. 213142223
Minha Mãe M12. 12h, 14h05, 15h, 17h, 19h,
21h30, 23h30; Hoje, Ontem e Amanhã
13h; 007 Spectre M12. 19h10; A Ponte dos
Espiões M12. 11h30, 14h, 16h40, 22h; As
Sufragistas M12. 16h10; O Segredo dos
Seus Olhos 19h50, 22h, 00h10; Da Natureza
M12. 18h15; Montanha M12. 14h20, 16h10,
18h, 19h50, 21h45, 23h45; The Hunger
Games: A Revolta - Parte 2 M12. 11h45
Nimas
Av. 5 Outubro, 42B. T. 213574362
Amnésia M12. 13h30, 15h30, 17h30,
21h45; More M16. 19h30
UCI Cinemas - El Corte Inglés
Av. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221
À Procura de Uma Estrela M12. 14h15,
19h20; 13 Minutos 16h50, 21h55,
00h20; Profissionais da Crise 14h05,
16h30, 18h55, 21h40, 00h05; Sicario Infiltrado M12. 00h25; O Estagiário M12.
16h10, 21h50; O Senhor Manglehorn M12.
13h45, 19h15; Ela é Mesmo... o Máximo M12.
13h40, 16h; The Hunger Games: A Revolta
- Parte 2 M12. 18h15; A Viagem de Arlo M6.
21h25, 23h45; Ela é Mesmo... o Máximo M12.
00h30; The Hunger Games: A Revolta Parte 2 M12. 21h45; A Viagem de Arlo M6.
14h, 16h15 (V.Port./2D), 18h40 (V.Port./3D); A
Ponte dos Espiões M12. 14h20, 17h3,
21h20, 00h20; A Canção de Uma Vida M12.
14h25, 16h45, 21h25, 23h40; Tudo Vai
Ficar Bem 18h50; A Hora do Lobo M12.
19h; Steve Jobs M12. 13h45, 16h20, 21h40,
00h20; 007 Spectre M12. 14h30, 18h, 21h10,
00h15; Minha Mãe M12. 13h55, 16h25, 19h,
21h35, 00h05; As Sufragistas M12. 14h10,
16h35, 19h05, 21h35, 00h10; The Hunger
Games: A Revolta - Parte 2 M12. 14h, 17h,
21h30, 00h20; O Leão da Estrela M12. 14h15,
16h45, 19h10, 21h50, 00h15; O Segredo dos
Seus Olhos 13h50, 16h40, 19h10, 21h45,
00h20
O Leão da Estrela
Almada
A Ponte dos Espiões
De Steven Spielberg. Com Tom
Hanks, Mark Rylance, Scott
Shepherd, Amy Ryan, Sebastian
Koch, Alan Alda. GB/Índia/
EUA/ALE. 2015. 141m. Drama,
Biografia. M12.
Início da década de 1960. Os EUA
e a União Soviética encontramse em plena Guerra Fria. A 1
de Maio de 1960, um avião de
reconhecimento sobrevoava o
território soviético quando é
atingido pelo inimigo. Francis
Gary Powers, o piloto, é
capturado e feito prisioneiro.
A sua captura transforma-se
num problema de Estado, pois
se Powers ceder, pode revelar
informações fundamentais que
porão em causa muitas das
estratégias militares dos EUA.
É então que James B. Donovan,
o advogado encarregado de
defender Rudolf Abel, um espião
do KGB capturado anos antes
pelo FBI, é contactado para
negociar a libertação do piloto
em troca da libertação do seu
ex-cliente, a cumprir 30 anos de
pena de prisão.
A Viagem de Arlo
De Peter Sohn. Com Raymond
Ochoa (Voz), Jeffrey Wright
(Voz), Steve Zahn (Voz). EUA.
2015. 100m. Animação,
Comédia. M6.
Como seria o Mundo se o
asteróide que chocou com a
Terra há aproximadamente
65 milhões de anos tivesse
passado ao largo? Neste cenário
hipotético, os dinossauros e
os seres humanos teriam de se
habituar à presença uns dos
outros, partilhando habitats.
Este filme segue esta premissa
e conta-nos a história de
amizade entre Arlo, um jovem
apatossauro, e de Spot, uma
pequena cria de Homo Sapiens.
Juntos, os dois amigos embarcam
numa aventura pelas paisagens
assombrosas do planeta Terra
onde as diferenças entre eles
apenas são superadas pelo
companheirismo, generosidade e
confiança mútua.
Minha Mãe
De Nanni Moretti. Com
Margherita Buy, John Turturro,
Giulia Lazzarini, Nanni Moretti,
Beatrice Mancini. FRA/ITA.
2015. 107m. Drama. M12.
Margherita é uma realizadora
de sucesso que se prepara
para iniciar as filmagens da
sua mais recente obra. O novo
filme conta com uma estrela
conhecida, tanto pelos papéis
que desempenha, como pelo
seu feitio irascível. Ela sente-se
assoberbada pelas expectativas
dos seus colegas de profissão e
do público e por tudo o que lhe
é exigido durante as rodagens.
O seu único apoio é Giovanni, o
irmão, com quem mantém uma
relação constante e de grande
proximidade. Giovanni quer
ajudá-la e, para isso, dá-lhe um
conselho que se revela muito
difícil de seguir.
O Leão da Estrela
De Leonel Vieira. Com Miguel
Guilherme, Sara Matos, Dânia
Neto, Ana Varela, Manuela
Couto, André Nunes, Aldo Lima.
POR. 2015. 110m. Comédia.
M12.
Para além da família, que sempre
foi a sua prioridade, Anastácio
é fanático por futebol. A sua
equipa de eleição são os Leões
de Alcochete, um clube de bairro
que pode regressar à velha
glória se conseguir uma vitória
em Barrancos do Inferno, nos
confins do Alentejo. Este é um
jogo que Anastácio não pode, de
modo algum, perder...
Cinemas Nos Almada Fórum
Estr. Caminho Municipal, 1011. T. 16996
The Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12.
13h, 16h10, 20h40, 23h50; A Ponte dos
Espiões M12. 13h10, 16h40, 21h05, 00h20; O
Leão da Estrela M12. 12h40, 15h20, 18h15,
20h55, 23h30; A Viagem de Arlo M6. 13h25,
16h, 18h30 (V.Port./2D), 11h(so dom) 13h40,
16h20, 18h45 (V.Port./3D), 21h15, 23h40
(V.Orig./2D); Profissionais da Crise 12h55,
15h35, 21h45, 00h25; O Leão da Estrela M12.
21h30, 00h10; Pan: Viagem à Terra do
Nunca M12. 13h35 (V.Port.); Montanha M12.
18h55; Steve Jobs M12. 12h40, 15h30,
21h10; The Hunger Games: A Revolta - Parte
2 M12. 17h, 21h05, 00h10; O Último Caçador
de Bruxas M12. 20h40, 23h20; Guia do
Escuteiro Para o Apocalipse Zombie M12.
18h50, 24h; 007 Spectre M12. 13h40, 15h10,
17h15, 18h25, 20h50, 21h40, 00h05; Mune,
O Guardião da Lua M6. 13h20, 15h40,
17h50 (V.Port.); Crimson Peak: A Colina
Vermelha M12. 23h55; As Sufragistas M12.
12h50, 15h35, 18h10, 21h; O Segredo dos
Seus Olhos 12h45, 15h20, 18h45, 21h25,
00h05; Minha Mãe M12. 13h, 15h30, 18h,
21h55, 00h30
Amadora
CinemaCity Alegro Alfragide
C.C. Alegro Alfragide. T. 214221030
O Estagiário M12. 13h30; A Ponte dos
Espiões M12. 12h50, 15h40, 17h50, 21h10,
24h; A Viagem de Arlo M6. 11h20, 13h30,
15h40, 17h40, 19h45, 21h45 (V.Port./2D),
11h40, 13h50, 16h10, 18h20 (V.Port./3D); O
Último Caçador de Bruxas M12. 00h30; The
Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12.
13h10, 15h50, 17h55, 18h50, 21h20, 21h40,
00h10 (2D), 21h45, 00h30 (3D); Perdido em
Marte M12. 00h20; Lendas do Crime M12.
00h10; 007 Spectre M12. 13h10, 15h, 16h15,
18h30, 19h10, 21h25, 21h55, 23h55; Mune,
O Guardião da Lua M6. 11h15, 13h15, 16h00,
17h35 (V.Port./2D); As Sufragistas M12.
17h55, 20h, 22h05; As Sufragistas M12.
13h15, 17h55, 20h, 22h05; Steve Jobs M12.
00h25; Profissionais da Crise 13h25,
15h30, 19h20, 22h10; O Leão da
Estrela M12. 13h20, 15h30, 17h25, 19h35,
21h50, 00h15; Mínimos M6. 11h25, 15h20
(V.Port.); A Ovelha Choné - O Filme M6.
11h25 (V.Port.); Lendas de Oz: O Regresso
de Dorothy M6. 11h15 (V.Port.); Pan: Viagem
à Terra do Nunca M12. 11h15 (V.Port.)
UCI Dolce Vita Tejo
C.C. da Amadora, EN 249/1. T. 707232221
The Hunger Games: A Revolta - Parte
2 M12. 13h35, 16h20, 21h45 (2D), 19h05,
00h25 (3D); The Hunger Games: A Revolta
- Parte 2 M12. 18h15, 21h15, 24h (2D); O
Principezinho 15h (V.Port.); Home: A Minha
Casa M6. 11h, 14h, 16h15 (V.Port.); 007
Spectre M12. 21h10, 00h10; Abelha Maia
- O Filme M6. 10h45, 12h45, 14h50, 16h50
(V.Port.); Profissionais da Crise 19h05,
21h40, 00h15; Mortadela e Salamão:
Missão Não Possível M6. 10h15, 14h40
(V.Port.); A Canção de Uma Vida M12. 21h50,
23h55; Steve Jobs M12. 19h15; Os Feitiços
de Arkandias M6. 12h35 (V.Port.); Ela é
Mesmo... o Máximo M12. 19h10, 21h20,
23h50; O Último Caçador de Bruxas M12.
19h20, 21h50, 00h10; Mune, O Guardião
da Lua M6. 10h30, 12h30, 14h45, 16h45
(V.Port.); Os Pinguins de Madagáscar M6.
11h30, 14h30, 17h (V.Port.); O Segredo dos
Seus Olhos 19h15, 21h45, 00h20; O Leão da
Estrela M12. 1h, 16h30, 19h, 21h30, 24h; A
Viagem de Arlo M6. 13h45, 16h15, 18h45
PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015 | 35
DR
Cheira bem, cheira a Natal
(V.Port./2D), 21h15, 23h40 (V.Port./3D); A
Ponte dos Espiões M12. 14h25, 17h50,
21h20, 00h15
Cascais
Cinemas Nos CascaiShopping
EN 9, Alcabideche. T. 16996
A Ponte dos Espiões M12. 12h50, 16h30,
21h10, 00h10; A Viagem de Arlo M6. 13h30,
16h, 18h30 (V.Port./2D), 11h(Dom), 13h20,
15h40, 18h (V.Port./3D), 21h05, 23h30
(V.Orig./2D); O Leão da Estrela M12. 12h40,
15h10, 17h40, 21h, 21h30, 23h40, 00h05;
007 Spectre M12. 13h10, 17h20, 20h50,
24h; Mune, O Guardião da Lua M6. 13h
(V.Port.); The Hunger Games: A Revolta Parte 2 M12. 12h30, 15h20, 21h20, 00h20
(2D), 18h20 (3D); Steve Jobs M12. 18h10;
Profissionais da Crise 15h30, 21h25, 23h50
O Cinema da Villa - Cascais
Avenida Dom Pedro I, Lote 1/2. T. 215887311
The Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12.
14h30, 17h10, 21h45; Minha Mãe M12. 19h45;
O Leão da Estrela M12. 14h, 16h30, 19h15,
21h30; A Ponte dos Espiões M12. 19h25,
22h; A Viagem de Arlo M6. 13h45, 15h35,
17h25 (V.Port.)
Carcavelos
Atlântida-Cine
R. Dr. Manuel Arriaga, C. C. Carcavelos
(Junto à Estação de CP). T. 214565653
Minha Mãe M12. 15h30, 18h15, 21h30; O
Segredo dos Seus Olhos 21h30; A Viagem
de Arlo M6. 15h, 17h (V.Port.)
Sintra
Cinema City Beloura
Quinta da Beloura II, Linhó. T. 219247643
007 Spectre M12. 15h10, 18h20, 21h20,
00h20; A Ponte dos Espiões M12.
12h40, 15h30, 17h50, 21h25, 00h15; As
Sufragistas M12. 13h30, 15h35, 17h45,
21h45; Steve Jobs M12. 19h20, 24h; The
Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12.
15h50, 18h40, 21h30, 22h, 00h25; O
Segredo dos Seus Olhos 13h, 15h, 22h05,
00h15; A Viagem de Arlo M6. 11h35,
13h40, 15h45, 17h55, 20h (V.Port./2D),
11h20, 13h25, 15h30, 17h50, 19h55, 21h40,
23h50 (V.Port./3D); O Leão da Estrela M12.
13h10, 15h20, 17h30, 19h40, 21h50,
00h10; A Ovelha Choné - O Filme M6. 11h15
(V.Port.); Lendas de Oz: O Regresso de
Dorothy M6. 11h40, 13h45 (V.Port.); Pan:
Viagem à Terra do Nunca M12. 11h20, 15h35
(V.Port.); Ela é Mesmo... o Máximo M12.
19h50; Mune, O Guardião da Lua M6. 11h15,
13h30, 15h25, 17h20 (V.Port.)
Castello Lopes - Fórum Sintra
Loja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789
The Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12.
16h, 21h40, 00h15 (2D), 13h, 18h50 (3D); 007
Spectre M12. 12h40, 15h30, 18h25, 21h20,
23h50; O Último Caçador de Bruxas M12.
19h15, 21h50, 00h20; Ela é Mesmo...
o Máximo M12. 13h05, 15h15, 17h15; A
Viagem de Arlo M6. 15h10, 17h20, 21h35
(V.Port./2D), 12h50, 19h30 (V.Port./3D); O
Leão da Estrela M12. 13h10, 15h40, 18h30,
21h30, 24h; Mune, O Guardião da Lua M6.
13h15, 15h, 17h (V.Port.); Steve Jobs M12.
18h50; Profissionais da Crise 21h15,
23h40; A Ponte dos Espiões M12. 12h50,
15h50, 18h40, 21h25, 00h10
Odivelas
Cinemas Nos Odivelas Parque
C. C. Odivelasparque. T. 16996
O Último Caçador de Bruxas M12. 13h,
A Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa,
volta a recriar o espírito dos antigos mercados
portugueses, reavivando a tradição de comprar
directamente aos produtores. A quinta edição do
Mercado de Natal conta com 120 projectos vindos
de pequenos ofícios, de origem portuguesa.
Há workshops e ateliers temáticos, um espaço
15h20, 20h50, 23h40; 007 Spectre M12.
14H45, 17h50, 21h, 00h10; Steve Jobs M12.
18h; The Hunger Games: A Revolta - Parte
2 M12. 12h40, 15h30, 18h20, 21h10, 24h; A
Viagem de Arlo M6. 13h10, 15h40, 21h20,
23h50 (V.Port./2D), 18h10 (V.Port./3D)
Oeiras
Cinemas Nos Oeiras Parque
C. C. Oeirashopping. T. 16996
As Sufragistas M12. 18h45; O Segredo dos
Seus Olhos 13h10, 16h, 21h45, 00h25; The
Hunger Games: A Revolta - Parte 2 M12.
12h30, 15h40, 21h35, 00h30 (2D), 18h40
(3D); A Ponte dos Espiões M12. 12h30,
15h30, 18h30, 21h30, 00h30; A Viagem de
Arlo M6. 13h15, 15h45, 18h20 (V.Port./3D),
12h50, 15h10, 17h50 (V.Port./2D), 21h, 23h55
(V.Orig./2D); 007 Spectre M12. 14h30,
17h40, 21h15, 00h10; O Leão da Estrela M12.
12h45, 15h20, 18h10, 21h10, 21h40, 24h,
00h20
Miraflores
Cinemas Nos Dolce Vita Miraflores
Av. das Túlipas. T. 707 CINEMA
Mune, O Guardião da Lua M6. 15h
(V.Port.); O Leão da Estrela M12. 15h30,
18h30, 21h30, 00h30; 007 Spectre M12.
17h20, 21h, 00h20; A Viagem de Arlo M6.
15h20, 17h40, 19h50, 21h20, 23h40
(V.Port./2D); The Hunger Games: A Revolta Parte 2 M12. 15h10, 18h10, 21h10, 00h10
Setúbal
Auditório Charlot
Av. Dr. Ant. Manuel Gamito, 11. T. 265522446
Minha Mãe M12. 16h, 21h30
Cinema City Alegro Setúbal
C. Comercial Alegro Setúbal. T. 265239853
Mune, O Guardião da Lua M6. 11h50,
13h50, 15h55 (V.Port./2D) ; The Hunger
Games: A Revolta - Parte 2 M12. 11h45,
15h45, 17h50, 18h35, 21h25, 21h35, 00h15
(2D), 13h20, 16h10, 19h, 21h45, 00h30
(3D); O Último Caçador de Bruxas M12.
00h20; O Segredo dos Seus Olhos 16h20,
22h, 23h55; A Viagem de Arlo M6. 11h30,
13h40, 15h45, 17h50, 19h55 (V.Port./3D),
11h20, 13h25, 15h30, 17h35, 19h40, 21h45
(V.Port./2D); Sininho e a Lenda do Monstro
da Terra do Nunca M6. 11h45, 13h35
(V.Port./2D); Lendas de Oz: O Regresso
de Dorothy M6. 11h15 (V.Port.); 007
ASAESTRELAS
s
DO PÚBLICO
Spectre M12. 13h25, 15h25, 18h20, 19h10,
21h30, 22h05, 00h25; A Ponte dos
Espiões M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h20,
00h10; Rock the Kasbah - Bem-vindo
ao Afeganistão M12. 00h25; O Leão da
Estrela M12. 13h10, 15h20, 17h30, 19h45,
21h55, 00h05
Seixal
Cineplace - Seixal
Qta. Nova do Rio Judeu.
A Viagem de Arlo M6. 14h30, 18h50
(V.Port./3D), 16h40, 21h, 23h10
(V.Port./2D); A Ponte dos Espiões M12.
12h50, 15h40, 18h30, 21h20, 00h10; O
Leão da Estrela M12. 14h40, 17h, 19h20,
21h40, 24h; The Hunger Games: A Revolta
- Parte 2 M12. 13h, 15h50, 18h40, 21h30,
00h15; 007 Spectre M12. 15h10, 18h10,
21h10, 00h05; Lendas de Oz: O Regresso
de Dorothy M6. 13h30, 15h30, 17h30
(V.Port.); O Segredo dos Seus Olhos 19h30,
21h50, 00h10; O Último Caçador de
Bruxas M12. 14h30, 19h10, 21h40,
23h55; Steve Jobs M12. 16h50
Faro
Cinemas Nos Fórum Algarve
C. C. Fórum Algarve. T. 289887212
Pan: Viagem à Terra do Nunca M12. 14h40
(V.Port.); O Último Caçador de Bruxas M12.
14h40, 19h40; 007 Spectre M12. 12h20,
15h20, 21h, 24h; Ela é Mesmo... o
Máximo M12. 14h30, 19h; O Segredo dos
Seus Olhos 16h40, 21h, 23h30; O Segredo
dos Seus Olhos 18h40; A Ponte dos
Espiões M12. 12h30, 15h25, 18h20, 21h20,
00h15; The Hunger Games: A Revolta Parte 2 M12. 12h40, 15h35, 18h30, 21h30,
00h20; The Hunger Games: A Revolta
- Parte 2 M12. 16h50, 22h; A Viagem de
Arlo M6. 10h40, 13h, 18h15 (V.Port./2D),
15h55 (V.Port./3D), 10h50, 21h10, 23h40
(V.Orig./2D); O Leão da Estrela M12. 13h10,
15h45, 18h10, 21h40, 00h05; Mune, O
Guardião da Lua M6. 13h20, 15h20, 17h10
(V.Port.); As Sufragistas M12. 21h50,
00h05; Rock the Kasbah - Bem-vindo ao
Afeganistão M12. 17h; Steve Jobs M12.
19h20; Profissionais da Crise 19h10,
21h30, 23h55; A Viagem de Arlo M6. 15h10,
19h30 (V.Port./3D), 13h, 17h20 (V.Port./2D),
21h40, 23h50 (V.Orig./2D); A Ponte dos
Espiões M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h20,
00h10; O Leão da Estrela M12. 14h, 16h20,
Jorge
Mourinha
Luís M.
Oliveira
Vasco
Câmara
–
mmmmm
mmmmm
Amnésia
mmmmm
mmmmm
–
Da Natureza
mmmmm
–
–
Ela é Mesmo... o Máximo
mmmmm
mmmmm
mmmmm
A
–
–
Minha Mãe
mmmmm
mmmmm
mmmmm
Montanha
mmmmm
mmmmm
mmmmm
A Canção de uma Vida
O Leão da Estrela
A Ponte dos Espiões
mmmmm
–
–
Steve Jobs
mmmmm
mmmmm
–
A Viagem de Arlo
mmmmm
–
–
a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente
com petiscos, vinhos de pequenos produtores,
cerveja artesanal e gins nacionais, e o Espaço da
Brincadeira, com pinturas faciais, jogos didácticos
e oficinas para criar enfeites de Natal ou presentes
personalizados, sob supervisão das educadoras da
Casa da Criança de Tires. As portas estão abertas até
quarta-feira, entre as 11h e as 21h. A entrada custa 1€.
18h50, 21h10, 23h40; 007 Spectre M12.
15h, 18h, 21h, 24h; The Hunger Games: A
Revolta - Parte 2 M12. 13h, 15h50, 18h40,
21h30, 00h20
TEATRO
Lisboa
Casino Lisboa
Parque das Nações. T. 218929000
Nome Próprio Enc. Fernando Gomes. De
9/9 a 20/12. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h.
Chapitô
R. Costa do Castelo, 1/7. T. 218855550
Em Directo - TV Show De Criação colectiva.
Enc. Alex Navarro. De 7/11 a 29/11. Sáb e Dom
às 17h. M/4. Duração: 60m.
Hospital Júlio de Matos
Av. Brasil, 53. T. 217917000
E Morreram Felizes para Sempre Enc. Ana
Padrão. De 11/9 a 19/12. 4ª, 5ª e 6ª às 21h30.
Sáb às 22h. De 29/11 a 13/12. Dom às 19h.
Teatro Armando Cortez
Estrada da Pontinha, 7. T. 217110890
Cinderela Comp.: TIL - Teatro Infantil de
Lisboa. Enc. Fernando Gomes. A partir de
17/10. Sáb e Dom às 15h. M/3.
Teatro da Comuna
Praça de Espanha. T. 217221770
Depois o Silêncio Enc. Álvaro Correia. De
26/11 a 20/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h.
Teatro da Cornucópia
Rua Tenente Raúl Cascais, 1A. T. 213961515
Da Imortalidade Comp.: Propositário Azul.
Enc. Nuno Nunes. De 25/11 a 13/12. 5ª a Sáb
às 21h. Dom às 16h. 4ª às 19h. M/12.
Teatro da Politécnica
Rua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281
O Tempo Comp.: Artistas Unidos. Enc.
Jorge Silva Melo. Até 12/12. 3ª e 4ª às 19h. 5ª
e 6ª às 21h. Sáb às 16h e 21h. M/12.
Teatro da Trindade
Largo da Trindade, 7A. T. 213420000
Allo, Allo! Enc. Paulo Sousa Costa, João
Didelet. De 11/11 a 27/12. 4ª a Sáb às 21h30.
Dom às 18h. M/6. Os Pés no Arame Enc.
Renato Godinho. De 19/11 a 20/12. 5ª a Sáb
às 21h45. Dom às 17h. M/12.
Teatro Ibérico
Rua de Xabregas, 54. T. 218682531
Tudo se me tornou insuportável, excepto a
vida Grupo: Vigilâmbulo Caolho. Enc. Júlio
Mesquita. De 19/11 a 28/11. 5ª a Sáb às 21h30.
Teatro Maria Vitória
Av. da Liberdade (Parq. Mayer). T. 213461740
Revista Quer... É Parque Mayer! Enc. Mário
Raínho. A partir de 29/10. 5ª e 6ª às 21h30.
Sáb e Dom às 16h30 e 21h30. M/12.
Teatro Meridional
R. do Açúcar, 64 (Pç do Bispo). T. 218689245
A Colectividade Enc. Natália Luíza. De
22/10 a 6/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h.
Teatro Municipal São Luiz
R. António Maria Cardoso, 38. T. 213257650
Neva Enc. João Reis. De 26/11 a 29/11.
5ª a Sáb às 21h. Dom às 17h30 (Sala
Principal). Sabotage Enc. Miguel Castro
Caldas, Lígia Soares. De 27/11 a 29/11. 6ª, Sáb
e Dom às 19h (Festival Temps d’Images).
Teatro Nacional D. Maria II
Praça Dom Pedro IV. T. 800213250
Boca Aberta Enc. Catarina Requeijo. De 7/11
a 28/11. Sáb às 16h (Salão Nobre). Leituraencenada. O Fosso dos Heróis Enc. Ágata
Pinho. De 28/11 a 29/11. Sáb às 21h30. Dom
às 16h30 (Festival Temps d’Images). M/16.
Teatro Politeama
R. Portas de Santo Antão, 109. T. 213405700
A República das Bananas De Filipe La Féria.
A partir de 30/9. 4ª, 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às
17h e 21h30. Dom às 17h.
Teatro Taborda
Rua da Costa do Castelo, 75. T. 218854190
Para Uma Encenação de Hamlet Enc.
Carlos J. Pessoa. De 19/11 a 29/11. 4ª a Dom
às 21h30. M/12. Duração: 70m.
Teatro Tivoli BBVA
Avenida da Liberdade, 182. T. 213572025
Uma História do Outro Mundo Comp.:
Plano 6. Enc. António Terra. De 10/10 a 6/2.
Sáb às 16h. M/3.
Teatro Turim
Estrada de Benfica, 723A. T. 217606666
A Menina Que Detestava Livros Comp.:
Umbigo. Enc. Rogério Paulo. De 7/11 a 29/11.
Sáb às 16h. Dom às 11h. M/4. Medos Comp.:
Umbigo - Companhia de Teatro. De 26/11 a
29/11. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/6.
Teatro Villaret
Av. Fontes Pereira de Melo, 30. T. 213538586
Commedia à la Carte De Carlos M. Cunha,
César Mourão, Ricardo Peres. De 10/9 a
29/11. 5ª a Dom às 21h30. M/16.
Teatro-Estúdio Mário Viegas
Largo do Picadeiro. T. 213257650
É Impossível Viver Enc. Ana Luena. De 19/11
a 29/11. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 17h30. M/14.
Universidade de Lisboa
Alameda da Universidade. T. 217967624
Fragmentos Enc. Ana Isabel Augusto. Hoje
às 21h30. M/12.
Almada
Teatro Municipal Joaquim Benite
Avenida Professor Egas Moniz. T. 212739360
A Morte e a Donzela I - III Artes e Engenhos.
Enc. Alexandre Pieroni Calado. Hoje às
21h30 (19.ª Mostra de Teatro de Almada).
M/16. Duração: 60m.
Carnaxide
Auditório Municipal Ruy de Carvalho
Rua 25 de Abril, Lote 5. T. 214170109
As Noivas de Travolta Comp.: Dramax Centro de Artes Dramáticas de Oeiras. De
6/11 a 28/11. 6ª e Sáb às 21h30. M/16.
Cascais
Auditório Fernando Lopes-Graça
Av. Marginal (Parque Palmela). T. 214825447
O Protagonista Comp.: Palco 13. Enc.
Marco Medeiros. De 16/10 a 28/11. 4ª a Sáb
às 21h30. M/16.
Évora
Arena d’Évora
Av. Gen. Humberto Delgado. T. 266743132
Juntos em Revista Enc. Marina Mota. Hoje
às 21h30. M/4. Duração: 120m.
Faro
Teatro Lethes
Rua de Portugal, 58. T. 289878908
Instruções para Voar Enc. Juni Dahr. De
13/11 a 29/11. 6ª e Sáb às 21h30. Dom às 16h.
Loulé
Cine-Teatro Louletano
Avenida José da Costa Mealha. T. 289414604
Os Emigrantes Comp.: ACTA A Companhia
de Teatro do Algarve. Enc. Paulo Moreira.
Hoje às 21h30. M/16. Duração: 70m.
Tomar
Hotel dos Templários
Lg Cândido dos Reis, 1 - Ap. 91. T. 249310100
Dom Quixote Fatias de Cá. Enc. Carlos
Carvalheiro. Hoje às 11h11.
36 | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
SAIR
EXPOSIÇÕES
Lisboa
3 + 1 Arte Contemporânea
Rua António Maria Cardoso, 31. T. 210170765
Banhados pela luz brilhante do pôr do
sol De Carlos Noronha Feio. De 13/11 a 9/1.
3ª a 6ª das 14h às 20h. Sáb das 11h às 16h.
Pintura, Desenho.
A Montra
Calçada da Estrela, 132. T. 213954401
Cabelo e Mãos De Pedro Barateiro. De 24/10
a 29/11. Todos os dias 24h. Performance.
Arquivo Fotográfico
Rua da Palma, 246. T. 218844060
Mi.nús.cu.lo De Eduardo Portugal. De 25/9
a 23/1. 2ª a Sáb das 10h às 19h. Fotografia.
Casa da Liberdade - Mário Cesariny
Rua das Escolas Gerais, 13. T. 218822607
Artur Bual De 2/11 a 19/12. 2ª a Sáb das 14h
às 20h. Pintura.
Casa dos Bicos
Rua dos Bacalhoeiros. T. 218802040
Núcleo Arqueológico da Casa dos Bicos A
partir de 14/7. 2ª a Sáb das 10h às 18h.
Objectos, Documental.
Centro Cultural de Belém
Praça do Império. T. 213612400
Carrilho da Graça: Lisboa De 22/9 a 14/2. 3ª
a Dom das 10h às 18h. Arquitectura.
Centro de Arte Moderna
R. Doutor Nicolau Bettencourt. T. 217823474
As Casas na Colecção do CAM De Ana
Vieira, Rachel Whiteread, José Pedro Croft,
Heimo Zobernig, Leonor Antunes, entre
outros. De 20/11 a 31/10. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e
Dom das 10h às 18h. Escultura, Instalação,
Pintura, Vídeo, Fotografia. Hein Semke.
Um Alemão em Lisboa De 20/11 a 22/2.
2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h.
Pintura. O Círculo Delaunay De Robert e
Sonia Delaunay. De 20/11 a 22/2. 2ª, 4ª, 5ª,
6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. Pintura. Willie
Doherty. Uma e Outra Vez De 20/11 a 22/2.
2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h.
Chiado
Largo do Chiado.
Coming Out De vários autores. Até 1/1.
Todos os dias 24h. Outros.
DR
Os dez anos do
Quorum Ballet
são celebrados
em dose dupla,
na Amadora
Culturgest
Rua Arco do Cego. T. 217905155
nenhuma entrada entrem De Projecto
Teatral. De 24/10 a 23/12. 3ª a 6ª das
11h às 18h. Sáb, Dom e feriados das
11h às 19h. Escultura, Performance,
Outros. Oximoroboro De Von Calhau!. De
24/10 a 23/12. 3ª a 6ª das 11h às 18h. Sáb,
Dom e feriados das 11h às 19h. Instalação,
Performance, Outros.
Edifício TransBoavista
Rua da Boavista, 84. T. 213433259
Artfutura - Inteligência Colectiva De vários
autores. De 19/11 a 28/11. 4ª a Sáb das 14h
às 19h. Outros. Geração 2015. Proyectos
de arte Fundación Montemadrid De vários
autores. De 19/11 a 17/1. 4ª a Sáb das 14h às
19h. Vídeo, Fotografia, Escultura, Pintura,
Desenho. I stood up and... never sat down
again De vários autores. De 19/11 a 17/1. 4ª a
Sáb das 14h às 19h. Outros. Pierre Larauza,
Cazenga vs Luanda De 19/11 a 17/1. 4ª a Sáb
das 14h às 19h. Fotografia.
Ermida de Nossa Senhora da Conceição
Travessa do Marta Pinto, 12. T. 213637700
Naked Girls De Luís Paulo Costa. De 7/11 a
20/12. 3ª a 6ª das 11h às 13h e das 14h às 17h.
Sáb e Dom das 14h às 18h. Pintura.
Fundação e Museu Calouste Gulbenkian
Avenida de Berna, 45A. T. 217823000
Calouste S. Gulbenkian e o Gosto Inglês De
27/11 a 28/3. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das
10h às 18h. Pintura. Wentworth-Fitzwilliam.
Uma Colecção Inglesa De Philip de Laszlo,
Sir Joshua Reynolds, Sir Anton van Dyck,
entre outros. De 27/11 a 28/3. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª,
Sáb e Dom das 10h às 18h. Pintura.
Galeria Pedro Cera
Rua do Patrocínio, 67E. T. 218162032
Mergulho De Vera Mota. De 14/11 a 9/1. 3ª a
6ª das 10h às 13h30 e das 14h30 às 19h. Sáb
das 14h30 às 19h. Escultura, Instalação.
MNAC - Museu do Chiado
Rua Serpa Pinto, 4. T. 213432148
Civilizações de Tipo I, II e III De Rui
Toscano. De 31/10 a 31/1. 3ª a Dom das
10h às 18h. Pintura, Desenho, Vídeo,
Outros. Narrativa de uma Colecção - Arte
Portuguesa na Colecção da Secretaria
de Estado da Cultura (1960-1990) De
vários autores. De 15/7 a 12/6. 3ª a Dom das
10h às 18h. Pintura. Prémio Sonae Media
Art 2015 De Diogo Evangelista, Musa
paradisiaca, Patrícia Portela, Rui Penha,
Tatiana Macedo. De 20/11 a 31/1. 3ª a Dom
das 10h às 18h. Outros. Progresso De Ana
Cardoso. De 23/10 a 29/11. 3ª a Dom das 10h
às 18h. Pintura. Rui Toscano De 31/10 a 31/1.
3ª a Dom das 10h às 18h (Última entrada
17h30). Desenho, Vídeo. Temps D’Images
Loops. Lisboa De vários autores. De 15/10
a 24/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Vídeo. We
Shall Over Come De Rita GT. De 5/11 a 10/1.
3ª a Dom das 10h às 18h. Performance.
Museu da Cidade de Lisboa
Campo Grande, 245. T. 217513200
Lisboa 1755. A Cidade à Beira do Terramoto
- Reconstituição virtual da Lisboa prépombalina A partir de 25/11. 3ª a Dom das
10h às 13h e das 14h às 18h. Documental,
Outros. Permanente. Tambor De Armanda
Duarte. De 21/11 a 21/2. 3ª a Dom das 10h às
13h e das 14h às 18h. Outros.
Museu da Electricidade
Av. Brasília - Ed. Central Tejo. T. 210028190
Afinidades Electivas. Julião Sarmento
Coleccionador De Andy Warhol, Cristina
Iglesias, Nan Goldin, Eduardo Batarda,
Fernando Calhau, entre outros. De 16/10
a 3/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura,
Desenho, Escultura, Fotografia, Vídeo,
Instalação. One’s Own Arena De José
Pedro Cortes. De 16/10 a 13/12. 3ª a Dom
das 10h às 18h. Fotografia. Suite Rivolta: O
Feminismo Radical de Carla Lonzi e A Arte
da Revolta De 16/10 a 6/12. 3ª a Dom das 10h
às 18h. Outros.
Palácio Nacional da Ajuda
Largo da Ajuda. T. 213637095
Ricordo di Venezia. Vidros de Murano da
Casa Real Portuguesa De vários autores.
De 21/7 a 29/11. 2ª, 3ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das
10h às 18h. Objectos. Tirée par... a Rainha D.
Amélia e a Fotografia De 30/9 a 20/1. 2ª, 3ª,
5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. Fotografia,
Documental.
Alvaiázere - Ferreira da Gama, Castro
Machado (Alvorge), Pacheco Pereira
(Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito
- Nobre Sobrinho Amadora - Heleno,
São Damião Ansião - Teixeira Botelho,
Medeiros (Avelar), Rego (Chão de Couce),
Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos Vieira Arronches - Batista, Esperança
(Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos
- Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz
Azambuja - Dias da Silva, Nova, Peralta
(Alcoentre), Ferreira Camilo (Manique do
Intendente) Barrancos - Barranquense
Barreiro - Santo André (Santo André)
Batalha - Ferraz, Silva Fernandes
(Golpilheira) Beja - J. Delgado (S. João
Batista) Belmonte - Costa, Central (Caria)
Benavente - Miguens, Central (Samora
Correia) Bombarral - Hipodermia Borba Central Cadaval - Misericórdia, Figueiros
(Figueiros Cadaval (Jan,Mar,Maio)) Caldas
da Rainha - Rosa Campo Maior - Campo
Maior Cartaxo - Central do Cartaxo
Cascais - Cascais, das Areias (Estoril),
São Domingos de Rana (S. Domingos
de Rana) Castanheira de Pera - Dinis
Carvalho (Castanheira) Castelo Branco
- Progresso Castelo de Vide - Roque
Castro Verde - Alentejana Chamusca
- Joaquim Maria Cabeça Constância
- Baptista, Carrasqueira (Montalvo)
Coruche - Almeida Covilhã - Crespo Crato
- Saramago Pais Cuba - Da Misericórdia
Elvas - Lux Entroncamento - Carvalho
Estremoz - Godinho Évora - Diana Faro
- Batista Ferreira do Alentejo - Fialho
Ferreira do Zêzere - Graciosa, Soeiro,
Moderna (Frazoeira/Ferreira do Zezere)
Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda),
Correia Suc. Fronteira - Vaz (Cabeço de
Vide) Fundão - Avenida Gavião - Gavião,
Pimentel Golegã - Salgado Grândola
- Moderna Idanha-a-Nova - Andrade
(Idanha A Nova), Serrasqueiro Cabral
(Ladoeiro), Monsantina (Monsanto/Beira
Baixa), Freitas (Zebreira) Lagoa - Lagoa
Lagos - Telo Leiria - Antunes (Guimarota)
Loulé - Chagas, Algarve (Quarteira),
Paula (Salir) Loures - Tojal, Pedro (Portela)
Lourinhã - Marteleirense, Ribamar
(Ribamar) Mação - Saldanha Mafra Barros (Igreja Nova), Nogueira (Venda do
MÚSICA
Lisboa
Avenida da Liberdade
Lisboa.
Vodafone Mexefest
Cinema São Jorge (Sala Manoel de Oliveira):
Best Youth (21h10), Petite Noir (23h15).
Cinema São Jorge (Sala Montepio): Jenny
Hval (20h), Holy Nothing (22h10).
Cinema São Jorge (Vodafone Blackout
Room): Benjamim (19h40), Bombino (20h50).
Teatro Tivoli: Georgia (21h45), Nicolas Godin
(23h10). Garagem da EPAL (Sala Super Bock
Super Rock): Flamingos (21h), The Babe
Rainbow (23h30). Palácio Foz: Salvador
Sobral (20h), Cachupa Psicadélica (23h45),
Seven Davis Jr (00h45). Estação Vodafone
FM: Benjamim (21h20), Bombino (23h10).
Ateneu Comercial de Lisboa: Glockenwise
(22h30), The Parrots (00h30). Tanque: Mary
B (17h), Ricardo Guerra (18h), Carlos Cardoso
(19h), Tiago Santos (20h), Da Chick (22h20),
Peaches (23h30), Meu Kamba Live (01h). Soc.
Geografia de Lisboa: Castello Branco (21h).
Coliseu dos Recreios: Ariel Pink (22h), Patrick
Watson (00h20). Igreja S. Luís dos Franceses:
Beautify Junkyards (20h10). Casa do Alentejo:
They’re Heading West & Convidados (20h10),
Selma Uamusse (22h10). Vodafone Bus: Pás
de Problème (a partir das 20h50).
Aula Magna
Alameda da Universidade. T. 217967624
1.º Congresso do Bombo De 28/11 a 29/11.
Sáb e Dom às 09h.
Centro Cultural de Belém
Praça do Império. T. 213612400
Jazz: A Arte de Tocar em Liberdade Hoje
às 15h30. Dom às 11h30. Oficina de música.
Júlio Resende Hoje às 21h (com Sílvia Pérez
Cruz e Moreno Veloso. M/6).
Culturgest
Rua Arco do Cego . T. 217905155
Ricardo Toscano Quarteto De 27/11 a 28/11.
6ª e Sáb às 21h30 (Ciclo Jazz +351. M/6).
Fundação e Museu Calouste Gulbenkian
Avenida de Berna, 45A. T. 217823000
Rufus Wainwright & Orquestra
Gulbenkian Maestro Joana Carneiro. De
27/11 a 28/11. 6ª e Sáb às 21h. Prima Donna.
Galeria Zé dos Bois
R. da Barroca, 59 - Bairro Alto. T. 213430205
Creative Sources Fest Hoje às 21h.
Hot Clube de Portugal
Praça da Alegria, 48. T. 213619740
Michael Lauren All Stars Hoje às 22h30 e 24h.
Museu do Oriente
Av. Brasília. T. 213585200
Jorge Nunes Hoje às 21h30.
Paradise Garage
R. João de Oliveira Miguéis. T. 217904080
Ghost Hoje às 21h. 1.ª parte com Dead Soul.
Sabotage Club
Rua de São Paulo, 16. T. 213470235
The Picturebooks Hoje às 22h30.
Faro
Teatro das Figuras
Horta das Figuras (EN 125). T. 289888110
Benjamin Clementine Hoje às 21h30.
DANÇA
Lisboa
Centro Cultural de Belém
Praça do Império. T. 213612400
This Is not a Love Story. This Is A and B.
Hoje às 19h (na Sala de Ensaio). M/12.
Teatro Camões
Passeio do Neptuno. T. 218923470
Danza Preparata. Hoje às 21h. M/12.
Amadora
Espaço Cultural Recreios da Amadora
Avenida Santos Mattos, 2. T. 214369055
10 Anos em Movimento Quorum Ballet.
Coreog. Daniel Cardoso. Hoje às 21h30.
Dom às 16h.
FARMÁCIAS
Lisboa/Serviço Permanente
Guerra Suc. (Igreja dos Anjos -) - Rua
Andrade, 32-36 Intendente - Tel.
218110028 Moz Teixeira (Conde Barão)
- Rua do Poço dos Negros, 115/117 - Tel.
213901961 S. João de Deus (Alvalade) Rua Pedro Ivo, 1 A - B Miguel Contreiras
- Tel. 218485140 Simão (Olivais) - Rua
Cidade Cabinda, 16 A - Tel. 218510581
Sírius (Bairro Azul) - Rua Fialho de
Almeida, 38-A - Tel. 213876700 do
Cruzeiro (Ajuda) - Rua do Cruzeiro, 52A Tel. 213610731
Outras Localidades/Serviço Permanente
Abrantes - Ondalux Alandroal - Santiago
Maior, Alandroalense Albufeira - Santos
Pinto Alcácer do Sal - Alcacerense
Alcanena - Ramalho Alcobaça Magalhães Alcochete - Cavaquinha,
Póvoas (Samouco) Alenquer - Nobre
Rito, Varela Aljustrel - Pereira Almada Vale Fetal, Algarve, Atlântico (Cova da
Piedade) Almeirim - Barreto do Carmo
Almodôvar - Ramos Alpiarça - Gameiro
Alter do Chão - Alter, Portugal (Chança)
Pinheiro) Marinha Grande - Sta. Isabel
Marvão - Roque Pinto Mértola - Pancada
Moita - União Moitense Monchique Higya Monforte - Jardim Montijo - União
Mutualista Mora - Canelas Pais (Cabeção),
Falcão, Central (Pavia) Moura - Nataniel
Pedro Mourão - Central Nazaré - Sousa,
Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa Ferreira Pinto Óbidos - Vital (Amoreira/
Óbidos), Senhora da Ajuda (Gaeiras),
Oliveira Odemira - Confiança Odivelas
- Do Altinho, Joleni Oeiras - Estação de
Algés (Algés) Oleiros - Martins Gonçalves
(Estreito - Oleiros), Garcia Guerra, Xavier
Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - da Ria
Ourém - Fátima, Verdasca Ourique - Nova
(Garvão), Ouriquense Palmela - Ideal
(Águas de Moura) Pedrógão Grande Baeta Rebelo Penamacor - Melo Peniche
- Proença Pombal - Barros Ponte de Sor
- Matos Fernandes Portel - Misericordia
Portimão - Rosa Nunes Porto de Mós Lopes Proença-a-Nova - Roda, Daniel de
Matos (Sobreira Formosa) Reguengos
de Monsaraz - Moderna Rio Maior Almeida Salvaterra de Magos - Carvalho
Santarém - Verissimo Santiago do
Cacém - Barradas São Brás de Alportel
- São Brás Sardoal - Passarinho Seixal Godinho Serpa - Central Sertã - Lima da
Silva, Farinha (Cernache do Bonjardim),
Confiança (Pedrogão Pequeno) Sesimbra
- da Cotovia Setúbal - Alice, Tavares
da Silva Silves - Sousa Coelho Sines Monteiro Telhada (Porto Covo), Central
Sintra - Central (Cacém), Queluz (Queluz),
Simões Sobral Monte Agraço - Costa
Sousel - Mendes Dordio (Cano), Andrade
Tavira - Félix Franco Tomar - Ribeiro dos
Santos Torres Novas - Pereira Martins
(Pedrogão) Torres Vedras - São Gonçalo
Vendas Novas - Santos Monteiro Viana do
Alentejo - Nova Vidigueira - Pulido Suc.
Vila de Rei - Silva Domingos Vila Franca
de Xira - Do Forte, Raposo, Moderna
Vila Nova da Barquinha - Tente (Atalaia),
Carvalho (Praia do Ribatejo), Oliveira
Vila Real de Santo António - Carrilho
Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa Monte Alvito - Baronia Montemor-o-Novo
- Sepúlveda Oeiras - Laveiras (Paço de
Arcos), Talaíde (Talaíde)
PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015 | 37
CRIANÇAS
DANÇA
Amadora
A Branca de Neve no Gelo
Centro Comercial Alegro Alfragide (Av. dos
Cavaleiros). T. 217125403
Todos os dias, em vários horários. Até
10/1. 12€ (crianças) e 14€ (adultos).
Reservas: 707100079 ou reservas@
abrancadenevenogelo.com.
Desliza no gelo um musical que adapta o
famoso conto infantil sobre a bela princesa
que vivia com os sete anões e foi vítima da
inveja de uma bruxa vaidosa que não se
cansava de consultar o seu espelho. Maria
Henrique, Isaac Alfaiate e Afonso Vilela
lideram o elenco desta produção.
Lisboa
Tarará-tchim – Dança e música para bebés
Museu da Marioneta (R. da Esperança, 146 –
Convento das Bernardas). T. 213942810
Hoje, às 16h; amanhã, às 11h30. Dos 0 aos
36 meses. 7,50€ (sujeito a desconto)
Dança, música e outras artes unem-se num
momento pensado para levar os bebés a
um mundo de movimento, som e fantasia.
A interacção com os intérpretes faz parte
do jogo.
TEATRO
Lisboa
Conto de Natal
Teatro da Luz (Lg. da Luz). T. 217120600
Sáb., às 16h; Dom., às 11h; 2.ª a 6.ª às
11h e 14h (para escolas). Até 27/12. M/6.
7,50€ (sujeito a desconto). Informações e
reservas: 968060047. M/6.
Musical adaptado do texto original de
Charles Dickens, datado de 1843, que conta
a história do malvado Ebenezer Scrooge. Na
véspera de Natal, é visitado pelos fantasmas
do Natal Passado, Presente e Futuro. A
partir daí, um milagre acontece e a vida de
Scrooge muda para sempre.
Salta para o Saco
Teatro da Comuna (Pç. de Espanha).
T. 217221770
Sáb., às 16h; Dom., às 11h30 e 16h. Até
27/12. M/6. 5€
A Comuna parte do texto de António
Torrado e, com versão cénica de João
Mota, põe em palco a história infanto-juvenil que desencanta contos populares,
desenrolando-os num conjunto de
peripécias e aventuras.
Pippi das Meias Altas – O Musical
Teatro Villaret (Av. Fontes Pereira de Melo,
30A). T. 213538586
Sáb. e Dom., às 11h; 3.ª, às 21h (excepto de
2/12 a 7/12 e de 28/12 a 8/1). Até 28/2. M/6.
12,50€
Inês Castel-Branco transforma-se em Pippi
das Meias Altas neste musical da Tenda
Produções que adapta as aventuras da
miúda mais traquina de sempre do mundo
ficcional infantil. Ao lado da heroína saída
da série infanto-juvenil que adaptou as
histórias da sueca Astrid Lindgren apresenta-se um elenco de peso, com actores como
Rita Ribeiro, Marta Fernandes, Marina
Albuquerque ou Hélder Gamboa, encenados
por Henrique Feist, com direcção musical de
Nuno Feist e coreografia de Paulo Jesus.
Tarzan – O Musical
Teatro Politeama (R. Portas de Santo Antão,
109). T. 213405700
Sáb., às 15h. M/4. 5€ a 12,50€
A história do homem da selva, de Edgar Rice
Burroughs, ganha nova vida neste musical
de Filipe La Féria que combina teatro, artes
circenses, música, dança e vídeo para
mostrar a adaptação de Tarzan à selva
africana e a sua relação com os animais.
Com um elenco composto por cinco
crianças e dois adultos, La Féria põe em
palco a lição de vida do menino náufrago
que é criado por um gorila.
A Bela e o Monstro
Teatro da Trindade (Lg. da Trindade, 7A).
T. 213420000
Sáb., às 11h e 16h; Dom., às 11h e 15h. Na
Sala Eça de Queiroz. Até 27/12. M/3. 9,50€
a 17€
A versão da Yellow Star do conto clássico
infantil de Madame LePrince de Beaumont
conta a história do príncipe transformado
em monstro por uma feiticeira, que é
obrigado a permanecer nessa horrenda
forma até ao dia em que encontre quem se
apaixone por ele. Será Bela a sua salvação?
Porto
O Livro da Selva - O Musical
Teatro Sá da Bandeira
(R. Sá da Bandeira, 108). T. 222003595
Amanhã, às 11h30. M/3. 10€
Inspirado no original de Rudyard Kipling
nasce este musical infantil onde Mogli, o
rapaz criado por lobos que vive na selva,
permanece a personagem principal.
Conta com efeitos especiais e música para
mostrar a aventura que vive quando decide
regressar ao mundo dos homens.
EXPOSIÇÕES
Lisboa
VIRAL – Uma Experiência Contagiante
Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva
(Al. dos Oceanos – Parque das Nações).
T. 218917100
Sáb., Dom. e feriados, das 11h às 19h. 3.ª
a 6.ª, das 10h às 18h. Até 30/9/2016. 8€
(adultos); 5€ (6-17 e +65); 4€ (3-5 anos);
Grátis (até aos 2 anos)
Doenças, economias, ideias,
comportamentos, emoções: podem
Livros
ser contagiosos e contagiantes. Várias
vertentes do contágio são exploradas na
exposição mais recente do Pavilhão do
Conhecimento.
apresentações por 11 municípios ligados
ao projecto Artemrede. Abrantes,
Alcobaça, Almada, Barreiro, Moita,
Montijo, Oeiras, Palmela, Santarém,
Sesimbra e Sobral de Monte Agraço
acolheram este ano oito espectáculos,
duas oficinas e uma exposição de Vânia
Kosta: Descobridores – Uma Viagem Feita
por Ti. Hoje, a Festa da Marioneta encerra
com Peregrinação, de Marcelo Lafontana,
que adapta a obra homónima de Fernão
Mendes Pinto, cruzando o Teatro de
Papel com recursos do audiovisual e
multimédia. Num palco transformado
em estúdio de cinema, cenários e
personagens desenhados e recortados
em cartão são manipulados perante o
olhar de câmaras de vídeo.
Espinafres & Desporto
Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva
(Al. dos Oceanos – Parque das Nações).
T. 218917100
Sáb., Dom. e feriados, das 11h às 19h. 3.ª
a 6.ª, das 10h às 18h. Até 30/9/2016. 8€
(adultos); 5€ (6-17 e +65); 4€ (3-5 anos);
Grátis (até aos 2 anos)
Mostra interactiva em que o espectador vai
da cozinha até ao parque, passando pela
zona fitness, para descobrir o que fazer para
ter um estilo de vida saudável.
FEIRA
Lisboa
Mercado Get Zen
Espaço Amoreiras
(R. Dom João V, 24). T. 213600070
Amanhã, das 10h às 20h. Edição especial
de Natal. Grátis
No último domingo de cada mês, realiza-se
um mercado dedicado a promover a saúde.
Get Zen é um convite ao equilíbrio através
da energia, criatividade e renovação,
quer através de actividades, quer através
de artigos. Para além de um mercado
de produtos novos – onde se encontra
artesanato, produtos regionais, gourmet,
biológicos, reciclados, plantas e outros –,
há também um mercado de segunda mão e
outro de trocas. Ao mesmo tempo, há aulas,
actividades e tertúlias e um espaço paralelo,
o Get Zen Kids – Fun for Life, unicamente
dedicado a promover a tradição sustentável
junto das crianças.
FESTIVAL
Barreiro
Festa da Marioneta’15
Auditório Municipal Augusto Cabrita
(Av. Escola de Fuzileiros Navais – Parque da
Cidade). T. 212070578
Hoje, às 16. M/6. 3€
Marionetas, objectos e formas
animadas apresentam-se para a sétima
edição da festa, que se desdobrou em
A Bela e o Monstro, no Teatro da Trindade, em Lisboa
Eu Quero a Minha Cabeça!
Texto e ilustração António
Jorge Gonçalves
Edição Pato Lógico
40 págs., 13,90€
“Não” é uma das palavras que
cedo se aprendem a dizer,
talvez porque também cedo é
escutada com frequência. Céu
usa-a bastante e com força. De
tal maneira que um dia, ao não
querer largar o baloiço, negouse tantas vezes que lhe saltou
a cabeça. “E agora? O que vou
fazer sem a minha cabeça?”
Começa então a busca, com
a ajuda de uma gaivota, pela
montanha acima. Por lá, háde encontrar outras cabeças
perdidas: uma cabeça-flor, uma
cabeça-pedra, uma cabeçanuvem e uma cabeça-bonecode-neve. Nenhuma lhe agradou,
pois que nenhuma era a dela.
Será dentro da montanha que
descobrirá a palavra mágica que
a fará recuperar a sua própria
cabeça. Uma palavra simples de
pronunciar, mas nem sempre
fácil de escolher. A menina do
baloiço passou a conseguir
travar a vontade de dizer “não”
e suspeita-se de que não voltará
a ficar sem cabeça. Eu Quero
a Minha Cabeça! é um livro
que, sem moralismos, apela ao
sentido de aceitação, mas não de
obediência cega. A descoberta
interior das alternativas ao
comportamento está bem
ilustrada (nas imagens e texto)
pela entrada na montanha.
Uma delícia a copa da árvore
a fazer lembrar um cérebro. O
lançamento do livro acontece
hoje, às 16h, na Fnac do Chiado
(Lisboa), estando as ilustrações aí
expostas até dia 6 de Fevereiro.
Um convite a que se diga mais
vezes “sim”. Rita Pimenta
ACTIVIDADES
Lisboa
Jazz: A Arte de Tocar em Liberdade
Centro Cultural de Belém
(Pç. do Império). T. 213612400
Hoje, às 15h30; amanhã, às 11h30. 3,50€
(semana); 6€ (fim-de-semana)
A Fábrica das Artes oferece uma oficina de
iniciação ao jazz, onde as crianças poderão
conhecer os instrumentos e as formações
mais comuns, do swing, passando pela
improvisação, à importância da interacção
entre os músicos.
Porto
Bebé Grigri
Casa da Música
(Av. da Boavista, 604/610). T. 220120220
Amanhã, às 10h, 11h30 e 16h. Na Sala de
Ensaio 2. Workshop Primeiros Sons. Dos 3
meses aos 5 anos.10€ (criança + adulto)
“Grilaria pegada numa sessão bem
animada!” É este o lema do workshop que
leva as crianças ao mundo dos pequenos
sons da Natureza, por caminhos feitos de
canções.
MÚSICA
Coimbra
Filipe Pinto
Parque da Cidade (Dr. Manuel Braga
– Av. Emídio Navarro). T. 239824667
Hoje, às 18h. No Coreto. Grátis
Filipe Pinto venceu um dos mais vistos
programas de talentos portugueses,
cantando Ornatos Violeta, Radiohead e
Pearl Jam no seu caminho para a vitória.
Distingue-se de outros que por ali
passaram porque não se limita a cantar:
também escreve e compõe. Depois de
Cerne, o seu primeiro álbum, lança-se
ao universo infantil com o projecto de
educação ambiental O Planeta Limpo.
Porto
Ruca ao Vivo! – Novo Concerto de Natal
Teatro Sá da Bandeira
(R. Sá da Bandeira, 108). T. 222003595
Hoje, às 15h. 15€ a 20€
Celebração do 25.º aniversário do
Ruca através de um concerto de Natal
concebido para agradar a toda a família.
[email protected]
38 | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
JOGOS
Meteorologia
Ver mais em
www.publico.pt/tempo
CRUZADAS 9358
TEMPO PARA HOJE
Horizontais: 1. Derivar, descender.
Organização dos Países Exportadores
de Petróleo. 2. Tronco de línguas indígenas brasileiras. Lugar descoberto e
saliente sobre uma casa, ao nível de um
andar. 3. Redução das formas linguísticas “de” e “a” numa só. Galantear. 4.
Ferro (s.q.). Cada um dos frutos do cacho de uvas. Vazio. 5. Isolamento temporário. 6. Atmosfera. Desfrutar com
grande prazer (informal). 7. Enxugar.
Campo de liça. 8. Tomba. Meter dentro
de latas. 9. Tratamento dado hoje aos
príncipes e infantes e outrora aos reis.
Grupo de pessoas em círculo. 10. Peça
de vestuário de cerimónia para homem.
Erradamente. 11. Que parece bom, mas
não o é. A expressão dos olhos.
Solução do
problema anterior:
Horizontais: 1. Casa.
Cavala. 2. Atascar.
Ril. 3. Coiso. Eu. Vi.
4. Al. Ema. Tira. 5.
Ma. Ufano. 6. Nora. 7.
São. Cacique. 8. Ao.
Chouto. 9. LETRADO.
10. Aferrado. Do. 11.
Tirei. Olhar.
Verticais: 1. Cacau.
Sabat. 2. Atol. NÃO.
Fi. 3. SAI. Moo. Ler.
4. Assear. Gere. 5.
COM. AC. Tri. 6.
Ca. Au. Acra. 7. Are.
FECHADO. 8. Uta.
Iodol. 9. Ar. Iníquo.
10. LIVRO. Ut. Da. 11.
Alia. Leonor.
Provérbio: Com
livro fechado não sai
letrado.
Verticais: 1. Platina (s.q.). Louça de
mesa. 2. Descortês (fig.). Distinção. 3.
Oferta Pública de Aquisição (acrónimo).
Mencionar. 4. Observei. Veste talar,
preta, de certos funcionários judiciais e
de alunos de alguns seminários. Sufixo
nom., de origem latina, que ocorre em
substantivos femininos que designam
cargo, dignidade. 5. Conjunto de elementos (mares, montanhas, árvores,
animais, etc.) do mundo natural. 6.
Insurgir-se. Fatacaz. 7. Que nunca será
esquecido. Outra coisa (ant.). 8. Prefixo
(montanha). Enfeitar com oiro. 9. Não
continuo. Recuperar. 10. Devorador.
Flutuar. 11. Pequeno orifício da derme.
Cada uma das varas a que se atrela o cavalo, nos veículos.
Depois do problema resolvido encontre o título de um filme de e com Ole
Giæver (2 palavras).
Bragança
Viana do
Castelo
9º 14º
Braga
3º 13º
7º 16º
Vila Real
7º 14º
Porto
16º
9º
16º
Viseu
1,5-2,5m
Guarda
7º 14º
Aveiro
4º 11º
Penhas
Douradas
2º 9º
10º 17º
Coimbra
9º 16º
Castelo
Branco
Leiria
10º 17º
6º 17º
Santarém
Portalegre
10º 19º
10º 16º
Lisboa
BRIDGE
SUDOKU
12º 18º
Setúbal
Dador: Sul
Vul: Ninguém
NORTE
♠ A104
♥ J652
♦ A9
♣ 9752
ESTE
♠ 976
♥ K8
♦ 108653
♣ 1084
OESTE
♠ KQJ3
♥A
♦ QJ742
♣ J63
SUL
♠ 852
♥ Q109743
♦K
♣ AKQ
Oeste
Norte
X
2ST (1)
Todos passam
Este
passo
Sul
1♥
4♥
Leilão: Equipas ou partida livre. (1)
Truscott – Convite a partida com pelo
menos quatro cartas a copas
Carteio: Saída: K♠. Qual a linha de jogo
ganhante?
Solução: Sobre o dobre, a resposta
convencional de 2ST garante um apoio
encorajante de quatro trunfos, uma boa
razão para impor a partida.
Os avisos estão a vermelho! A defesa
irá libertar duas vazas a espadas quando dispõe igualmente de duas vazas a
trunfo. É evidente que para justificar o
seu dobre de chamada, Oeste deverá ter pelo menos uma grande figura a
trunfo. Se for o Ás, pode tentar jogar o
Valete e esperar que Este cubra automaticamente com o Rei, “figura sobre
figura”, mas é pouco provável que essa
manobra desesperada funcione.
O melhor é confiar que os paus este-
Problema
6490
Dificuldade:
fácil
jam divididos 3-3: prenda a saída com
o Ás de espadas, desbloqueie AKQ de
paus, volte ao morto no Ás de ouros e
por fim, avance com o 9 de paus sobre
o qual balda uma espada! Assim poderá cumprir o contrato sempre que o Ás
e o Rei de trunfo estiverem separados:
se a defesa cortar com uma figura, está cumprido, e se cortar com o 8, será
igualmente danoso, porque assim que
jogar trunfo as figuras tombarão na
mesma vaza!
Considere o seguinte leilão:
Oeste
Norte
Este
Évora
10º 20º
8º 19º
17º
Beja
Sines
8º 19º
11º 18º
1,5-2,5m
Sagres
13º 19º
Solução do
problema 6488
Faro
12º 21º
18º
0,5-1m
Sul
?
Açores
Corvo
O que abriria em Sul, com cada uma
das seguintes mãos?
1. ♠AQ ♥KQ965 ♦AKJ10 ♣K6
2. ♠KQ5 ♥AQJ10654 ♦- ♣AQJ
3. ♠- ♥AQ10962 ♦A2 ♣AKJ62
4. ♠AKQ10952 ♥A52 ♦6 ♣105
Flores
Graciosa
18º
13º 16º
18º
Respostas:
1. 2♣ – Seguido de 2ST – 22-23.
Demasiados pontos para abrir numa
copa e a qualidade do naipe não autoriza que se mencione as copas como
sendo um unicolor.
2. 2♦ – Três perdentes e um excelente
unicolor justificam uma abertura forcing de partida.
3. 1♥ – Anuncie naturalmente os bicolores (exceto se tiver demasiado forte,
isto é, 23 ou mais pontos).
4. 1♠ – É verdade que esta mão tem 8
vazas, mas a sua força em termos de
pontos de honra não justifica uma abertura em 2 forte.
Problema
6491
Dificuldade:
difícil
Faial
Terceira
14º 17º Pico
14º 17º
2-3m
S. Miguel
Ponta
Delgada
Sta Maria
Madeira
Porto Santo
Sol
21º
Nascente 07h32
Poente
17h17
2-3m
Lua Quarto
Minguante
Funchal
º
1-1,5m 21
19º
14º 18º
2-3m
18º 21º
Solução do
problema 6489
2-3m
S. Jorge
3 Dez. 07h40
17º 22º
Marés
Leixões
Preia-mar 16h31
04h49*
Baixa-mar 10h17
22h30
João Fanha/Pedro Morbey
([email protected])
AMANHÃ
© Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com
Cascais
Faro
3,4 16h07
3,4 16h12
3,3
3,5 04h25*
3,5 04h33*
3,4
0,4 09h52
0,6 09h45
0,5
0,6 22h03
0,8 21h58
0,7
Fonte: www.AccuWeather.com
*de amanhã
PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015 | DESPORTO | 39
O próximo desafiante de Klitschko
tem nome de campeão
Tyson Fury é mais um candidato a desalojar do topo da hierarquia o grande pugilista ucraniano,
que já não perde um combate há mais de uma década. Excêntrico e provocador, é a antítese de Klitschko
LEE SMITH/REUTERS
Pugilismo
Marco Vaza
A carreira de Wladimir Klitschko é
suficientemente longa para ter sido
contemporâneo de Mike Tyson, mas
os dois nunca se encontraram no
ringue. Hoje (22h), na Alemanha, o
grande pugilista ucraniano, invencível há mais de uma década, vai fazer
mais uma defesa dos seus vários títulos de pesados, ao defrontar o filho
de um grande admirador de “Iron”
Mike. O britânico Tyson Fury, que
deve o seu nome ao antigo campeão
norte-americano, é o desafiante que
se segue para interromper a hegemonia de Klitschko. Mas será apenas
mais um? Ou será Fury um desafiante credível?
O mais novo dos irmãos Klitschko
irá hoje, em Dusseldorf, defender o
título pela 19.ª vez e tentar prolongar
um dos mais duradouros domínios
da história do boxe. O ucraniano já
não perde um combate desde 2004
e ninguém lhe consegue arrebatar
nenhum cinto de campeão desde
2006 — os seus nove anos e meio de
reinado consecutivo apenas perdem
para os onze anos e oito meses de
Joe Louis, entre 1937 e 1949. “Para
alguém me ganhar, só se eu quisesse. Mas eu não quero porque o meu
ego é a minha protecção. A única
pessoa que me pode derrotar sou
eu mesmo”, diz um superconfiante
Klitschko.
Do outro lado, estará um pugilista mais novo, mais alto e com uma
grande dose de loucura. Tyson Fury
tem 27 anos, menos 12 que Klitschko, e mede 2,06m (o ucraniano
tem “apenas” 1,98m), para além de
ter um alcance de braços muito acima da média, 216 centímetros, mais
dez que Klitschko. E é uma personagem colorida, desbocada, a roçar o
número de circo. Por exemplo, em
Setembro, numa conferência de imprensa de promoção do combate,
Fury apareceu vestido de Batman
e lutou contra um Joker, perante o
sorriso amarelo de Klitschko. Depois da “luta”, Fury/Batman apontou para o ucraniano e disse: “És o
próximo.”
Fury tem tido tiradas do género
“Klitschko tem tanto carisma como
as minhas cuecas”, ou “É a minha
missão derrotar-te porque és um velho aborrecido”, mas será um erro
Klitschko e Fury na conferência de imprensa de promoção do combate: dois estilos e duas abordagens diametralmente opostos
O palmarés dos
dois candidatos
Wladimir Klitschko (Ucr)
Altura 1,98m Alcance 2,06m
Total de combates
67
Vitórias
64
Vitórias por KO
53
Derrotas
3
Ross Puritty (EUA): 1998
Corrie Sanders (Áf. Sul): 2003
Lamon Brewster (EUA): 2004
Tyson Fury (Ing)
Altura 2,06m Alcance 2,16m
Total de combates
Vitórias
Vitórias por KO
Derrotas
24
24
18
0
julgá-lo apenas pelas palhaçadas.
Fury nunca perdeu um combate
profissional (24 vitórias, 18 por KO)
desde que se estreou em Dezembro
de 2008, e já conquistou diversos
títulos, entre eles campeão britânico de pesados, campeão da Commonwealth, campeão europeu ou
campeão irlandês.
Raízes irlandesas
Pela influência familiar, dificilmente
Fury teria sido outra coisa que não
um pugilista. Natural de Manchester, mas com uma herança dos “Irish
Travellers” — uma comunidade nómada de raízes irlandesas —, quase
começou a ser pugilista desde o dia
em que nasceu, pelo nome que o
pai escolheu para ele. O pai, John
Fury, também foi um pugilista de
mérito, tal como outros membros
da sua família — os “Irish Travellers”
têm, aliás, uma longa tradição no
boxe e em combates clandestinos
de mãos nuas.
Começou a praticar boxe aos 10
anos, fez o seu primeiro combate
amador aos 15 e esteve perto de ser
seleccionado para competir pela selecção britânica nos Jogos Olímpicos
de 2008, mas não conseguiu o lugar.
Também tentou ser o representante
da República da Irlanda em Pequim,
mas nem sequer chegou a competir
nas provas de selecção irlandesas,
e este duplo fracasso conduziu-o ao
profissionalismo.
Para estar no seu primeiro combate, teve de interromper a lua-demel em Portugal, mas valeu a pena.
Sete anos depois, tem, finalmente,
a oportunidade de enfrentar Klitschko, mas à segunda tentativa, porque o ucraniano estava lesionado
na primeira data marcada para o
combate (24 de Outubro).
Conhecido pela alcunha “Dr. Mar-
telo de Aço”, Klitschko, que foi campeão olímpico em 1996, não parece
nada intimidado pelas excentricidades do seu adversário. “Ele nunca
defrontou um adversário como eu.
Estou pronto. Acho que ele é um
louco. É um doente que precisa de
um tratamento urgente. Como sou
um ‘médico’, vou tratar rapidamente dele”, afirma o ucraniano, que é
tudo o que o desbocado Fury não é:
controlado, metódico, cerebral.
Wladimir, cujo irmão é agora autarca em Kiev, não deixa nada ao
acaso e preocupa-se profundamente
com os pormenores — chega a demorar uma hora a ligar as mãos antes
de calçar as luvas, mesmo quando
se trata de um treino. E é um atleta
pouco dado a comportamentos erráticos. “São os pequenos detalhes que
fazem a diferença e que compõem
tudo. Caos significa emoções. E as
emoções são uma desvantagem.”
40 | DESPORTO | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
MIGUEL RIOPA/AFP
Planisférico
O “primo” senegalês
de George Weah
Futebol
Marco Vaza
A incrível história de
Ali Dia, o “jogador” que
enganou Graeme Souness e
conseguiu jogar 53 minutos
na Premier League
Se há clube na Premier League
que gere bem os seus recursos, é
o Southampton. Ano após anos, os
“saints” conseguem fazer grandes
negócios, reconstruir equipas e
manter-se competitivos. Mas nem
sempre foi assim e o Southampton
tem a pouco invejável distinção
de ter tido nas suas fileiras aquele
que é considerado o pior jogador
da história da Liga inglesa. Fez apenas um jogo, ou melhor, foi um suplente utilizado que acabou substituído. Foram apenas 53 minutos
que fizeram de Ali Dia uma lenda
infame do futebol. Mas, 19 anos
depois, pouco ou nada se sabe daquele que se apresentava como o
primo senegalês de George Weah.
A história é famosa e já foi contada
muitas vezes. Um belo dia, em Novembro de 1996, Graeme Souness,
então técnico do Southampton, recebeu uma chamada de alguém que
se identificou como George Weah, o
grande avançado liberiano, na altura
um dos melhores jogadores do mundo. “Weah” disse a Souness para dar
uma oportunidade ao seu primo Ali
Dia, que era um avançado internacional senegalês e que já tinha andado pelo futebol francês e alemão.
Souness não verificou as credenciais
de Dia, nem se deu ao trabalho de
confirmar que tinha mesmo falado
com Weah. Quando Dia apareceu
no clube, Souness ofereceu-lhe um
contrato de um mês, sem nunca o
ter visto sequer a treinar.
“Só treinei com ele uma vez. Ele
juntou-se à peladinha e lembro-me
de pensar logo: ‘Não é grande coisa,
não vai ficar na equipa’. É muito difícil julgar alguém só por um treino,
mas sempre dá para ver as coisas
básicas, se ele sabe controlar uma
bola ou posicionar-se em campo.
Ele não sabia nada”, contou ao The
Guardian Matt le Tissier, a “estrela”
do Southampton na altura.
Apesar das primeiras impressões
negativas, Souness confiou nele o
suficiente para o levar a jogo. Dia
sentou-se no banco num encontro
frente ao Leeds e, quando Le Tissier saiu lesionado aos 32’, o técnico
escocês mandou entrar o reforço.
Souness ainda lhe deu quase uma
hora em campo, mas Dia foi ridiculamente mau e acabaria por ser substituído aos 85’. Depois daquele jogo,
nunca mais foi visto no clube.
Aqueles minutos a 23 de Novembro de 1996 fizeram dele uma lenda,
mas também um mistério que não
tem solução. Numa era em que o difícil é não deixar pegadas digitais, ninguém sabe o que é feito de Ali Dia.
Claro que não era primo de George
Weah e nunca foi internacional pelo
Senegal. Andou por clubes finlandeses, passou pela segunda divisão da
Alemanha e jogou em várias equipas
dos escalões secundários de Inglaterra, antes e depois dos tais 53 minutos
com a camisola 33 do Southampton
— todos os clubes por onde passou
o contrataram porque ele dizia que
era primo de George Weah.
Em 2012, a revista FourFourTwo
disse que conseguiu falar por telefone com Ali Dia, mas quem estava do
outro lado da chamada desligou quase de imediato e o número deixou de
funcionar. Um dado que parece ser
consensual sobre a vida misteriosa
de Ali Dia é que este se terá formado
em Gestão na Universidade de Northumbria, em Newcastle, mas a pista
acaba aqui. Segundo uma investigação recente do site Bleacher Report,
Dia terá vivido em Newcastle, mas
não encontrou nenhuma presença
dele ou da família — o jogador dizia
ser casado com uma mulher francesa. Não se sabe se Ali Dia, que terá
actualmente 50 anos, era, de facto,
o seu verdadeiro nome, ou sequer
se ainda está vivo.
Planisférico é uma rubrica
semanal sobre histórias e
campeonatos de futebol
periféricos
Ver mais em
www.publico.pt/planisferico
CLASSIFICAÇÃO
LIGA
Jornada 11
Nacional-Marítimo
3-1
Vitória de Setúbal-União da Madeira
17h
Boavista-Vitória de Guimarães
18h30, SP-TV
Tondela-FC Porto
20h45, SP-TV
Académica-Arouca
amanhã, 16h
Rio Ave-Moreirense
amanhã, 16h
Paços de Ferreira-Estoril amanhã, 19h15, SP-TV
Sporting-Belenenses
2.ª feira, 19h, SP-TV
Sp. Braga-Benfica
2.ª feira, 21h, SP-TV
J
1. Sporting
2. FC Porto
3. Sp. Braga
4. Benfica
5. Rio Ave
6. V. Setúbal
7. Nacional
8. Estoril
9. Paços de Ferreira
10. Marítimo
11. Belenenses
12. Arouca
13. V. Guimarães
14. Boavista
15. Moreirense
16. União da Madeira
17. Académica
18. Tondela
Julen Lopetegui deixou Imbula de fora dos convocados
Lopetegui:
“Perdemos
um jogo em 18”
Futebol
Estádio Municipal
de Aveiro
FC Porto defronta hoje
o Tondela, no primeiro
encontro após a derrota
com o Dínamo Kiev
Tondela 4-4-2
Tondela e FC Porto defrontam-se hoje pela primeira vez, mas o desaire
dos portistas com o Dínamo Kiev, a
meio da semana, ainda estava ontem
na agenda. Confrontado com o descontentamento dos adeptos no final
da partida, Julen Lopetegui afirmou
que estes têm razão, mas não deixou
de destacar o saldo de resultados da
equipa. “Perdemos um jogo em 18
[o FC Porto fez 16 encontros nesta
época]. Os adeptos são soberanos
e aceitamos de bom grado e temos
de reagir. Muitos adeptos estariam
contentes por perder um em 18”,
disse.
O francês Imbula, que cometeu a
grande penalidade que permitiu ao
Dínamo Kiev inaugurar o marcador
no Dragão, parece ter sido um dos
penalizados com essa derrota. O médio, tal como Corona, saiu da lista de
convocados do FC Porto, que recupera, após várias semanas de baixa,
o capitão Maicon.
Durante a conferência de imprensa sobraram elogios para o Tondela.
“Tem uma boa equipa, que já levantou dificuldades ao Sporting, que ganhou no último minuto, e tem feito
jogos interessantes. Estou convencido de que temos de fazer um bom
jogo”, considerou o técnico, citado
pela agência Lusa.
O Tondela, que recebe os “dragões” em Aveiro por imposição da
Liga, que não julgou o Estádio João
Cardoso pronto para uma partida
20h45
SP-TV1
B. Nascimento Kaká
E. Machado
R. Baldé
Luís
Tinoco
Bruno Menga
Monteiro
Aboubakar
Tello
André
R. Neves
8
6
6
6
5
3
4
4
4
4
3
2
2
2
1
1
1
1
E
2
3
2
0
3
5
2
2
2
2
4
6
4
3
4
3
3
2
D
0
0
2
3
2
2
5
4
4
5
3
2
4
5
5
4
6
7
M-S
P
19-5
18-4
17-4
22-7
17-12
16-14
10-10
9-12
9-12
15-19
12-22
8-9
7-14
5-11
8-15
3-6
5-16
5-14
26
21
20
18
18
14
14
14
14
14
13
12
10
9
7
6
6
5
II LIGA
Jornada 17
Mafra-V. Guimarães B
1-1
Desp. Aves-Oliveirense
15h
Gil Vicente-Sporting B
16h, SP-TV
Portimonense-Olhanense
16h
Santa Clara-Leixões
amanhã, 11h
Sp. Covilhã-FC Porto B amanhã, 11h15, SP-TV
Sp. Braga B- Atlético
amanhã, 15h
Académico de Viseu-D. Chaves
amanhã, 15h
Oriental-Freamunde
amanhã, 15h
Benfica B-Famalicão
amanhã, 16h, BTV
Farense-Varzim
amanhã, 16h
Feirense-Penafiel
amanhã, 16h
Nathan Júnior
Brahimi
Layún
V
Próxima jornada Benfica-Académica,
Belenenses-Vitória de Setúbal, FC Porto-Paços
de Ferreira, Marítimo-Sporting, Arouca-Boavista,
Estoril-Nacional, União da Madeira-Tondela,
Moreirense-Braga, Vitória de Guimarães-Rio Ave
Matt Jones
H. Tavares Lucas
Souza
10
9
10
9
10
10
11
10
10
11
10
10
10
10
10
8
10
10
Danilo
Marcano
Indi
Maxi
Casillas
FC Porto 4-3-3
Árbitro: Manuel Mota
Braga
desta dimensão, vai procurar pontuar pela primeira vez frente a um
“grande”, depois de ter perdido nas
recepções a Sporting e Benfica.
A equipa de Rui Bento sabe que se
marcar primeiro poderá ficar perto
de o fazer, pelo menos olhando para
o historial do FC Porto com Lopetegui. O jogo com o Dínamo Kiev foi o
11.º encontro oficial, desde o princípio da época passada, que os “azuis
e brancos” começaram a perder e em
nenhum deles conseguiram dar a volta para ganhar. Seis desses 11 encontros terminaram empatados e cinco
com o FC Porto derrotado.
O Tondela, a cumprir a primeira
temporada da sua história no escalão
principal, ocupa o último lugar da Liga, com um triunfo em dez jornadas.
Manuel Assunção
J
1. FC Porto B
2. Sporting B
3. Desp. Chaves
4. Feirense
5. Desp. Aves
6. Portimonense
7. Freamunde
8. Famalicão
9. Benfica B
10. Ac. Viseu
11. Gil Vicente
12. Farense
13. Atlético
14. Olhanense
15. Varzim
16. V. Guimarães B
17. Sp. Braga B
18. Penafiel
19. Sp. Covilhã
20. Mafra
21. Santa Clara
22. Leixões
23. Oriental
24. Oliveirense
V
E
16 11
16 8
16 7
16 6
16 7
16 6
16 6
16 5
16 7
16 6
16 6
16 6
16 6
16 6
16 6
17 5
16 5
16 5
16 4
17 4
16 5
16 2
16 3
16 1
D
M-S
3 2 36-19
4 4 23-16
6 3 19-13
9 1 20-16
4 5 17-13
7 3 24-22
5 5 16-12
8 3 21-18
2 7 21-20
5 5 16-17
4 6 20-17
4 6 18-16
4 6 15-14
4 6 16-17
4 6 18-20
6 6 17-20
5 6 16-18
5 6 16-20
7 5 15-21
6 7 13-16
2 9 15-19
7 7 15-22
3 10 18-26
6 9 11-24
P
36
28
27
27
25
25
23
23
23
23
22
22
22
22
22
21
20
20
19
18
17
13
12
9
Próxima jornada Atlético-Sporting da Covilhã,
D. Chaves-D. Aves, FC Porto B-Farense, LeixõesBenfica B, Olhanense-Oriental, OliveirenseGil Vicente, Sporting B-Ac. Viseu, Vitória de
Guimaraes B-Portimonense, Famalicão-Sp. Braga
B, Penafiel-Mafra, Varzim-Feirense
MELHORES MARCADORES
Liga
8 golos Jonas (Benfica)
7 golos Slimani (Sporting)
6 golos Dyego Sousa (Marítimo)
II Liga
9 golos André Silva (FC Porto B)
8 golos Platiny (Feirense)
7 golos Gleison (FC Porto B),
Pires (Portimonense)
PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015 | DESPORTO | 41
JOHN THYS/AFP
Nacional
manteve
a tradição
no derby
Nacional
Breves
3
Andebol
Benfica recupera de
mau início e entra a
ganhar na Challenge
Sequeira 15’, Rui Correia 60’,
Willyan 80’
Marítimo
1
Dirceu 45’
Estádio da Madeira, no Funchal
Nacional Rui Silva, Nuno Campos,
Zainadine, Rui Correia, Sequeira, Ali
Ghazal, Washington (Nené Bonilha,
46’), Willyan, Salvador Agra, Witi (Luís
Aurélio, 46’), Soares (Gustavo, 90’).
Treinador Manuel Machado
Marítimo Salin, Patrick Vieira (Baba,
76’), Dirceu, Raul Silva a31’aa47’,
Ruben Ferreira, Fransérgio, Tiago
Rodrigues, João Diogo, Éber Bessa,
Edgar Costa a89’, Dyego Souza a51’
(Diallo, 83’). Treinador Ivo Vieira
Murray bateu Ruben Bemelmans em três sets
Para Andy Murray,
a final só acaba
amanhã
Árbitro Tiago Martins (AF Lisboa)
Futebol
O derby madeirense, entre Nacional
e Marítimo, que abriu ontem a 11.ª
jornada da Liga serviu para confirmar a tendência dos últimos anos.
Em casa, mandam os “alvinegros”,
algo que acontece pela quarta época consecutiva. Ontem, o jogo ficou
fechado com um 3-1 e com dois cartões vermelhos para os visitantes.
Três pontos separavam os dois
rivais insulares no arranque desta
ronda, mas Sequeira deu muito cedo
o mote para o que se seguiria: passe
de Salvador Agra, um dos mais dinâmicos em campo, e conclusão do
lateral esquerdo do Nacional, num
cruzamento/remate. Aos 15’, os anfitriões colocavam-se em vantagem.
O Marítimo, sem poder contar
com a sua principal arma ofensiva
(Marega estava castigado), respondeu mesmo em cima do intervalo,
na sequência de um canto que Dirceu converteu no empate.
Antevia-se uma segunda parte
equilibrada, mas Raul Silva hipotecou as hipóteses dos visitantes, ao
ver o segundo cartão amarelo logo
aos 47’. E num jogo em que os defesas estavam inspirados, Rui Correia juntou-se à lista de marcadores,
aos 60’, ao desviar na pequena área
após um pontapé de canto.
O momento alto da noite surgiria,
porém, aos 80’, quando Willyan arrancou um grande pontapé de fora
da área para fechar o resultado. Um
desfecho que deixou alguns jogadores do Marítimo de cabeça quente,
com Edgar Costa a ser expulso por
uma falta grosseira.
Na classificação, os dois rivais estão agora empatados a 14 pontos.
Ténis
Pedro Keul
Bélgica e Grã-Bretanha
dividem os primeiros
pontos da final da Taça
Davis, a decorrer em Gent
David Goffin e Andy Murray garantiram ontem que o vencedor da 103.ª
edição da Taça Davis só será conhecido amanhã. Os líderes das selecções da Bélgica e da Grã-Bretanha
corresponderam às expectativas e
ganharam os respectivos singulares
do primeiro dia da final que decorre em Gent. O que vem aumentar a
importância do encontro de pares de
hoje, em que os irmãos Murray podem desequilibrar decisivamente.
O estreante Kyle Edmund ia provocando uma surpresa na Flanders Expo, ao vencer os dois primeiros sets
diante do número um belga, David
Goffin, 16.º do ranking. O número
dois britânico esteve quase a tornarse no primeiro estreante a vencer um
encontro numa final da competição,
mas não conseguiu manter o nível
durante três sets e Goffin inverteu a
situação, a tempo de vencer, por 3-6,
1-6, 6-2, 6-1 e 6-0.
Mais nervoso, Goffin não conseguiu evitar o domínio do ex-número
oito do ranking mundial de juniores
— e campeão do Open dos EUA e Roland Garros do escalão, ao lado de
Frederico Silva — e cedeu uma série
sete jogos consecutivos com que Edmund fechou o segundo set.
Mas o belga, que nunca tinha vencido nenhum dos 10 encontros em
que cedeu as duas partidas iniciais,
partiu para uma recuperação que
lhe permitiu chegar a 4-1, enquanto
o britânico de 20 anos ia cedendo.
Edmund só por uma vez tinha disputado mais de três sets e começou a
dar sinais de desgaste, que foi notório
no set decisivo, totalmente dominado
por Goffin, que somou a 12.ª vitória
em 14 singulares na Taça Davis.
“Estava um pouco preocupado
porque Kyle estava a jogar de forma
inacreditável, não tinha nada a perder. Foi difícil de gerir porque não o
conhecia. Tentei ficar calmo e esperar por uma oportunidade”, explicou
Goffin, depois de ter falado com os
reis da Bélgica, que assistiram aos
encontros.
A seguir, Andy Murray derrotou,
por 6-3, 6-2 e 7-5, o belga Ruben Bemelmans (108.º), num encontro dirigido pelo português Carlos Ramos.
No circuito principal, o belga só conta
com uma vitória frente a adversários
do top 100, em encontros realizados
em terra batida. Essa diferença de nível ficou patente desde cedo, quando
Murray, depois de desperdiçar uma
vantagem de 2-0, fez um break no
sexto jogo. No segundo set, a história
repetiu-se com o escocês a adiantarse desde cedo. Contudo, na terceira
partida, Bemelmans soltou-se e chegou a liderar por 4-2. Murray igualou
mas, a 4-5, uma dupla-falta ofereceu
um set-point ao belga. Foi altura de
Murray elevar o nível de jogo e manter a fantástica estatística de ganhar
neste ano todos os 60 encontros em
que venceu o set inicial.
Murray faz hoje dupla com o irmão
Jamie (7.º no ranking de pares) para defrontar Steve Darcis e Kimmer
Coppejans, embora esta formação
possa ser alterada até uma hora antes. “Para ambas as equipas, perder
não significa que a final está acabada
porque todos podem ganhar todos os
pontos em jogo”, frisou Andy.
O Benfica entrou com a mão
direita na presente edição
da Taça Challenge, em
andebol. Num encontro em
que passaram a maior parte
do tempo em desvantagem,
na sequência de uma
pálida entrada em cena, os
“encarnados” conseguiram
recuperar na segunda parte
e bater os islandeses do
IVB Vestamannaeyjar, no
pavilhão da Luz, por 2826. Nesta primeira mão da
3.ª eliminatória, em que os
nórdicos se destacaram por
uma defesa muito organizada
e agressiva, Uelington foi
o melhor marcador das
“águias”, com sete golos,
seguido de Elledy Semedo e
Davide Carvalho, com quatro.
A segunda mão será disputada
já hoje, e novamente na Luz,
por acordo entre as equipas, a
partir das 19h30.
Golfe
Tiago Cruz conquista
PGA Portugal
Masters Finals
O bicampeão nacional de
golfe, Tiago Cruz, venceu
ontem o PGA Portugal Masters
Finals, ao superiorizar-se a
João Carlota no último buraco,
arrecadando o seu terceiro
título em 2015. “Estou muito
satisfeito, tenho vindo a jogar
muito bem neste último mês.
(...) Foi uma época bastante
positiva no PGA Portugal Tour,
fui muito regular, ganhei três
torneios, tive alguns segundos
e terceiros lugares e por isso
venci a Ordem de Mérito, que
era um dos objectivos para
este ano”, afirmou Tiago Cruz,
no final da prova. O torneio
que “reúne os melhores do
ano neste circuito”, segundo
José Correia, presidente da
PGA de Portugal, terminou
com Tiago Cruz a bater João
Carlota por duas pancadas
e com Hugo Santos no
último lugar do pódio.
Portugal
terá recorde
de árbitros
internacionais
Arbitragem
Nuno Sousa
Serão 34 os juízes nacionais
com insígnias da FIFA no
próximo ano, divididos
entre futebol, futsal
e futebol de praia
Será apenas mais um árbitro, mas
é suficiente para tornar a representação portuguesa com estatuto internacional, em 2016, na mais
numerosa de sempre. No total, Portugal apresentará no próximo ano
34 juízes (contra os 33 de 2015) com
insígnias da FIFA, um valor recorde
no sector.
Entre os árbitros principais, que
serão nove, destacam-se as promoções de João Pinheiro (Associação
de Futebol de Braga), de 27 anos, e
de Sérgio Piscarreta (AF do Algarve), de 32 anos, elementos que vão
substituir Duarte Gomes e Marco
Ferreira, que abandonou a actividade no final da temporada passada
depois de ter sido despromovido.
Pinheiro já apitou sete partidas nesta época, Piscarreta dirigiu nove.
Entre os árbitros assistentes, a
troca de Tiago Trigo por Rui Teixeira (AF Setúbal) constitui a única
alteração num universo de 10 representantes, enquanto os quadros
respeitantes ao futsal e às árbitras
femininas permanecem inalterados,
com quatro e três elementos, respectivamente.
No futebol de praia, por outro lado, regista-se um aumento de efectivos, na sequência das promoções a
internacional de Wilson Soares (AF
Aveiro) e de Francisco Costa (AF Viseu) — no outro prato da balança,
conta-se a saída de José Fontelas
Gomes.
“Trata-se da continuação do reconhecimento por parte da FIFA
do trabalho feito no âmbito da Federação Portuguesa de Futebol em
todas as suas variantes, sendo que
em 2016 se dá continuidade ao processo de renovação do quadro de
árbitros internacionais”, afirmou
o presidente do Conselho de Arbitragem da federação, Vítor Pereira,
citado pelo organismo.
O lote dos portugueses detentores de insígnias FIFA em 2016 conta, no total, com nove árbitros e 10
árbitros assistentes de futebol de
11, quatro árbitros de futsal, quatro
árbitros de futebol de praia, três árbitras femininas e quatro árbitras
assistentes femininas.
42 | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
ESPAÇOPÚBLICO
Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores
EDITORIAL
A “agenda
improvável” de Costa
As votações (e não votações) no
Parlamento mostram que ainda há
muito trabalho a fazer à esquerda
N
ão é preciso acompanhar de muito
perto a política nacional para perceber
que talvez o mais difícil para António
Costa ainda esteja para chegar e que
o novo primeiro-ministro vai ter de
fazer a quadratura do círculo para conseguir
ultrapassar os muitos desafios e obstáculos
que tem pela frente. O longínquo The
Times of India publicava na quinta-feira,
dia de tomada de posse do XXI Governo
Constitucional, uma notícia em que, para
além de se congratular com o facto de o
novo primeiro-ministro ser “de origem
goesa”, resumia de uma forma inteligente
e informada os tempos “difíceis” que Costa
tem pela frente: “Simultaneamente [terá
de] assegurar os compromissos com a
União Europeia e dialogar com partidos
de esquerda que rejeitam o acordo desde
o início, insistir num programa socialista
que permita uma redução sustentável de
défice e dívida, aumentar salários mínimos
e descongelar pensões.” Um caderno de
encargos que o jornal indiano classificava de
“agenda improvável”.
No Parlamento, ontem percebeu-se as
dificuldades que o líder dos socialistas
vai ter para tornar provável essa “agenda
improvável”; a maior parte das propostas
mais sensíveis de alterações às leis que
subiram ao plenário acabaram por descer
às respectivas comissões sem votação
para serem discutidas na especialidade.
Um adiamento que mostra que ainda
há muito trabalho a fazer para que haja
uma convergência à esquerda que seja
consequente.
Aliás, a “posição conjunta do PS e do PCP
sobre a situação política”, um dos acordos
que permitiram aos socialistas chegar ao
poder, já alertava para uma lista de temas
sensíveis em que, “apesar de não se ter
verificado acordo quanto às condições
para a sua concretização, se regista uma
convergência quanto ao enunciado dos
objectivos a alcançar”. Dois desses temas
sensíveis, a extinção da sobretaxa do
IRS e o fim dos cortes nos salários da
função pública, chegaram ontem ao
Parlamento, mas foram remetidos para
discussão na especialidade nas respectivas
comissões, sem votação. Aliás, todos os
restantes dossiers levados pela esquerda
à Assembleia da República, à excepção
do fim dos exames do 4.º ano do ensino
básico, tiveram o mesmo destino, ou seja,
o adiamento. A direita, agora na oposição,
não perdeu tempo e tentou transformar os
adiamentos num caso político. “A decisão
da esquerda ou das esquerdas é adiar,
adiar, adiar”, comentava Cecília Meireles
do CDS.
Os deputados têm agora 20 dias para
fazer a discussão na especialidade para que
as propostas possam voltar a ser votadas.
Um tempo que António Costa terá de
aproveitar para se sentar à mesma mesa
com Jerónimo de Sousa e Catarina Martins
e tentar chegar a um consenso, sobretudo
quanto à velocidade com que se vai tirar o
pé do acelerador da austeridade. A falta de
entendimento sobre estes temas sensíveis
numa altura tão precoce da legislatura
equivaleria a uma sentença de morte para
este Governo.
CARTAS À DIRECTORA
A primeira vez
As cartas destinadas a esta secção
devem indicar o nome e a morada
do autor, bem como um número
telefónico de contacto. O PÚBLICO
reserva-se o direito de seleccionar
e eventualmente reduzir os textos
não solicitados e não prestará
informação postal sobre eles.
Email: [email protected]
Contactos do provedor do Leitor
Email: [email protected]
Telefone: 210 111 000
Como em tudo na vida, há sempre
uma primeira vez. Temos, pela
primeira vez, um governo de
um partido, que não resultou da
maioria de votos dos eleitores, nem
duma coligação partidária, nem
da iniciativa do Presidente da
República; foi tão-somente
resultante de uma aritmética
parlamentar. Quando se esperaria
que A. Costa apresentasse a sua
demissão, pela derrota eleitoral
sofrida, após ter apeado o anterior
secretário do PS por este ter ganho
poucochinho, ei-lo investido de
PM. A legitimidade deste Governo
poderá estar correta segundo as leis
vigentes, mas quando os Partidos
apoiantes se esgatanhavam durante
as campanhas, e, agora apoiam
no Parlamento, um governo sem
que nele colocassem um único
elemento partidário, transmite
aos eleitores uma desconfiança
abusiva da utilização dos seus
votos. Pessoalmente, desejo esta
nova governação, mas, aqui sim,
seria uma vitória da esquerda,
se incluísse na composição
governamental, militantes dos
partidos apoiantes na AR.
Duarte Dias da Silva, Lisboa
Suicídio nas forças
policiais
Morrem mais agentes das forças
policiais por suicídio do que por
acções preventivas e de combate
à criminalidade. Espero que o
Governo liderado por António
Costa tome medidas para estancar
este desistir da vida de agentes
da PSP e GNR. O afastamento da
família, o stress inerente à função,
os cortes salariais e condições de
habitabilidade não podem deixar
o poder instalado indiferente. A
fadiga por horas trabalhadas a mais
não pode continuar! O suicídio
é assunto tabu na sociedade
portuguesa. Coragem ou cobardia,
em pôr termo à vida eis a questão!
Contudo, a questão das chefias é
muito importante. Sabemos como
a incompetência grassa nas elites
e chefias intermédias de todos
os sectores de actividade laboral
na pátria das quinas. Espero que
Constança Urbano de Sousa,
ministra da Administração Interna,
“administre” com carinho os
estados emocionais dos valorosos
agentes da GNR e PSP que dão a
vida pelos seus concidadãos!
Ademar Costa, Póvoa de Varzim
Acerca da Biblioteca
de Belém
O sol encharca a Biblioteca de
Belém. As gotas de amarelo
escorrem pelos livros que estão
perto das janelas. O plástico
que protege as enciclopédias de
se desfazerem em pó tem um
brilho estridente. As paredes são
brancas e a pele das portas sai às
camadas revelando a sua carne de
castanheiro centenário. Os livros
escondidos pelas paredes e portas
infelizes que não tiveram a sorte
de nascerem viradas para o sol são
também banhados pelo calor da
luz estival, apesar de agora fazer
Inverno. A Biblioteca de Belém
está submersa, inundada desde o
nascer do Sol, drenada a sua água
no poente. Todos os dias se afoga
e todos os dias ressuscita. E todos
os livros que morrem são tocados
pelo amarelo. Uns mais que outros.
A morte desta biblioteca é a vida de
quem entra no seu corpo e o seu
ressuscitar é uma expulsão violenta
dos invasores. Engolir esta água
indolor que me mata, dá-me vida. E
sem acreditar em significados nem
em coisas, nem em nada, acredito
que a luz da Biblioteca de Belém é
uma inutilidade deliciosa.
Diogo Soares, Lisboa
PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015 | 43
O desafio de romper
com o clientelismo
O
São José Almeida
A semana política
XXI Governo constituiu-se
rompendo com o sistema
tradicional de poder na
democracia portuguesa.
É mais minoritário do
que era o da coligação
Portugal à Frente, até o PSD
sozinho tem uma bancada
parlamentar maior do que
os socialistas, mas António
Costa conseguiu o nunca visto: é primeiroministro sem ter ganho eleições mas com
o respaldo parlamentar do BE e do PCP.
Pela conquista do poder e pelo direito a
exercer o Governo, António Costa rompeu
fronteiras e ultrapassou os limites do
consenso sobre a forma de aceder ao poder
em Portugal. Fê-lo, assumindo, assim, o
PS como partido pragmático que olha os
acordos políticos como algo instrumental
que lhe permite chegar ao Governo.
A mudança que este Governo representa
não é só de métodos. O PS é de facto
um partido diferente daquele que foi
estruturado no consulado de António
Guterres (PÚBLICO 17/10/2015). É um
partido que se diz social-democrata,
num momento em que ninguém sabe o
que é a social-democracia e esta se foi
descaracterizando com as sucessivas
cedências ao interesse dos mercados em
detrimento do interesse das pessoas. É um
partido ao qual falta projecto e ideologia,
o que muitas vezes leva a que seja um
partido sem convicções políticas e éticas, e
se alimente tão-só de convicção de poder.
A esta indefinição ideológica, acresce
que o PS teve como líder, durante sete
anos, e primeiro-ministro, durante
seis anos, José Sócrates, cuja imagem
pública está dominada pela desconfiança
da cedência a interesse privados na
decorrência da investigação judicial a que
está sujeito. Uma investigação que veio
enfatizar um lado da política sobre a qual
BARTOON LUÍS AFONSO
recai recorrentemente a desconfiança dos
cidadãos, o lado muitas vezes explorado
pelo populismo fácil de que “os políticos
não são gente séria” e de que “a política é
uma coisa porca”.
Assim, além do desafio que se coloca
a António Costa de conseguir afastar a
imagem de líder que tudo faz para subir
ao poder, incluindo aliar-se com partidos
que sempre estiveram do outro lado da
sua barricada ideológica, tem de provar
também que o PS não é um partido que
cede nos limites da ética e que não cede à
corrupção. E aqui não se coloca apenas a
questão do resvalar perante a cedência do
interesse público aos negócios privados,
mas também a necessidade de desfazer a
imagem de que o PS cede a clientelas, assim
como carteliza o aparelho do Estado.
Ora muito destes desafios colocam-se
à nova geração de socialistas que agora
chegam ao poder ou que ascendem
a cargos de ministros. Falando uma
linguagem cara a Guterres, têm de
provar que não são “girls and boys for
the jobs”, que não vão fazer gestão de
clientelas, que não são a nova geração
que quer entrar no sistema e participar
da gestão dos dinheiros públicos, sentarse à mesa do orçamento, de uma forma
mais popular, “comer da gamela”. Até
porque se o crescendo de secretarias de
Estado pode ter a explicação positiva
de que os seus ocupantes têm um perfil
mais especializado, é bom que essa
especialização não venha a servir a
satisfação de interesses de sectores nem de
negócios de “amigos”.
O Governo de Costa tem algumas
inovações: à cabeça, a da inclusão. Pela
primeira vez em Portugal, há um primeiroministro de origem goesa, uma ministra
negra de origem africana, Francisca Van
Dunem, um secretário de Estado de origem
cigana, Carlos Miguel, e uma secretária de
Estado amblíope, Ana Sofia Antunes. Pela
primeira vez há uma Secretaria de Estado
da Inclusão das Pessoas com Deficiência.
É certo que, do ponto de vista do género,
Falam
os preços
o Governo decepciona: quatro ministras
para 13 ministros e 16 secretárias de Estado
para 25 secretários de Estado.
Mas tem outros problemas na sua
formação, a começar por ter falhado a
criação de um Ministério dos Assuntos
Europeus, perante a recusa de Elisa
Ferreira em o ocupar, obrigando assim a
que, aquela que era uma aposta inovadora
de António Costa, fosse compensada com
a colocação dos Assuntos Europeus ao
nível de secretaria de Estado sob a tutela
dos Negócios Estrangeiros, ocupados por
Augusto Santos
Silva, que com
António Costa e o
líder parlamentar
e presidente do
PS, Carlos César,
se assumem
como o núcleo
duro político
da governação,
deixando num
segundo anel
nomes como Vieira
da Silva e Capoulas
Santos.
E aqui há um
outro problema
que salta aos olhos,
ainda que todos
tenham história
própria e carreira pública e política, são
inegavelmente nomes associados aos
governos de Sócrates ou à sua defesa
pública perante a investigação da Operação
Marquês. É verdade que a solidariedade
que qualquer pessoa presta a um amigo
não pode ser razão de estigmatização de
ninguém, logo de um governante. Mas há
uma velha máxima em política que diz que
“à mulher de César não basta ser séria, tem
de parecer séria”, e esse é um desafio que
cabe não apenas a António Costa vencer,
mas a todos os membros do XXI Governo.
A mudança que
este Governo
representa
não é só
de métodos
Jornalista. Escreve ao sábado
[email protected]
A
Miguel Esteves Cardoso
Ainda ontem
lealdade cada vez é mais
castigada. No mundo das
assinaturas de revistas e de
jornais, por exemplo, ganhase muito em interromper
as assinaturas de estreia e
esperar que nos digam que têm
saudades nossas e que, como tal,
oferecem-nos 12 semanas a um
preço novamente irrecusável.
Tendo sido fiel assinante anual de muitos
jornais e revistas, fartei-me de pagar os
preços mais altos enquanto os novos
assinantes eram mimados com descontos
grotescos.
Há jornais e revistas que são mais difíceis
de comover. Uma delas, The Economist,
aguentou dois anos desde a última assinatura
bonificada antes de me fazer uma oferta
atraente: 12 semanas da revista impressa +
acesso total ao conteúdo no economist.com
no iPhone, iPad e computador + o conciso
e elegante diário The Economist Espresso
através do app no iPhone.
A revista está pronta para ler às quintasfeiras por volta das seis da tarde. Sabe bem
porque só no dia seguinte (e às vezes só no
sábado) é que se pode comprar a revista na
rua, por 6,50 euros.
A revista impressa chega logo na segundafeira de manhã. Geralmente leio as peças mais
actuais na quinta-feira e deixo o resto para ler
confortavelmente nas folhinhas de papel.
O Economist é menos generoso para os
novos assinantes: cobra 47 euros (33 para
estudantes) por 12 números impressos ou
12 semanas de acesso digital. Qual é que se
escolhe? O papel, de longe. Se quiser as duas
coisas pagará mais dez euros (mais sete para
estudantes). Vale a pena? Sim.
44 | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
Acabou!!!! Acabou. Acabou?
José Pacheco Pereira
Experimentem dizer
“acabou” junto de uma das
inumeráveis vítimas destes
anos de “ajustamento” e vão
ver como é a resposta
DANIEL ROCHA
liberdade, e que proclamam que nunca,
jamais e em tempo algum quereriam
“casar” com as “esganiçadas” do Bloco,
sem sequer perceber o que lhes diz o
espelho; os mil e um personagens ridículos
cuja desenvoltura vinha de terem poder,
estarem encostados ao poder e entenderem
que tinham impunidade para pisar os
outros porque eram mais fracos e tinham
menos defesas. Vamos todos dançar a
tarantela para expulsar o veneno.
Acabou!!! Sabem ao que me refiro?
Sabem, sabem. Bem de mais.
A A
cabou!!!!
Experimentem dizer
“acabou” junto de uma das
inumeráveis vítimas destes
anos de “ajustamento” e vão
ver como é a resposta. Eu já
experimentei várias formas
e têm todas um ponto de
exclamação no fim ou outro
qualquer expletivo. Ou é
um suspiro fundo de quem atravessou
um trajecto complicado e, chegado a
outro lado, respira longamente de alívio;
ou é um alto e sonoro “acabou” como
antes do 25 de Abril se chegava ao “às
armas” da Portuguesa e de repente toda
a gente gritava a plenos pulmões; ou é
uma espécie de vingança saborosa em
ver na mó de baixo aqueles que sempre
entenderam que têm o direito natural de
estar na mó de cima.
Ou há mesmo uma variante irónica,
como se o “acabou” fosse semelhante ao
do episódio dos Monty Python em que
uma personagem num pub dizia para um
eleitor circunspecto do PAF ao lado “you
know what I mean?” e tocava-lhe nos braços
numa cumplicidade admitida. Wink, wink.
No episódio, depois queria vender-lhe
fotografias pornográficas: “You know what I
mean?” Aqui, era uma fotografia de Cavaco
Silva a “indicar” António Costa, wink, wink.
Até eu fico da escola do engraçadismo,
imaginando alguns personagens que
andaram a insultar a nossa inteligência,
a mentir-nos descaradamente, e a atacar
o bolso dos que não se podiam defender,
culpando-os de “viverem acima das suas
posses” e de serem “piegas”.
“You know what I mean?”. Piu-pius
governamentais que vivem no Twitter;
irrevogáveis de geometria variável; o
“impulsionador jovem” que aos saltos
no palco dizia à assistência: “Ó meu,
isso da história não serve para nada”; os
“justiceiros geracionais” que queriam
tirar as reformas aos pais e avós para em
nome de uns abstractos filhos e netos as
darem a “outros” pais e avós, bem vivos e
presentes, em nome da “estabilidade do
sistema financeiro”; os neomalthusianos
que nos encheram de simplismos gráficos
em que se escolhiam os parâmetros e se
excluíam outros para concluir que “não
há alternativa”; os arrojados ultraliberais,
que queimam o valor dessa bela palavra de
cabou.
Acabou. Percebe-se no ar
que chegou ao fim uma época,
um momento da nossa vida
colectiva e que existe um
desejado ponto sem retorno.
E, na verdade, para “aquilo” já
não é possível voltar, pode ser
para outra coisa pior ou para
outra coisa diferente, mas para
o mesmo já não há caminho.
O modo como “acabou” conta muito,
porque é diferente dos modos tradicionais
da vida política portuguesa. Se o Governo
PSD-PP tivesse acabado nas urnas por uma
vitória do PS mesmo tangencial, o efeito
de ruptura estaria muito longe de existir,
mesmo que o Governo PS não fizesse muito
de diferente do que o actual Governo
minoritário vai fazer. Foi a ecologia da vida
política portuguesa que mudou, com o fim
da tese do “arco de governação” e, mais
do que qualquer solução, que pode ser
precária, não durar ou acabar mal, acabou
a hegemonia de uma das várias construções
que suportavam a ideologia autoritária
que minava a
democracia nestes
dias, a do “não há
alternativa”.
Acabaram os
votos de primeira
e os de segunda,
com o escândalo de
também os votos
de um torneiro
numa oficina
de reparações,
que faz todas as
opções erradas
e tribunícias, é
sindicalizado nos
metalúrgicos,
vive na margem
sul, e vota na
CDU, também
valer para que
haja um Governo
de pacíficos
funcionários
públicos e
professores que
votam no PS,
ex-membro do
Vem aí o PREC?
Se a asneira
pagasse multa,
podíamos
enviar os
asneirentos
num pacote
para pagar a
dívida e ainda
ficávamos com
p
um superavit
“arco da governação”. Não é por amor
ao Governo de Costa, nem ao PS, é outra
coisa, é porque não queriam os “mesmos”
e foi essa força que os fez acabar. Vem
aí o PREC? Se a asneira pagasse multa,
podíamos enviar os asneirentos num
pacote para pagar a dívida e ainda
ficávamos com um superavit.
Pode até não mudar muito, porque já
mudou muito.
A
cabou?
Não. Há muita coisa que
não acabou. Há um rastro de
estragos, uns materiais e outros
espirituais, que não vão ser
fáceis ou sequer possíveis de
superar numa geração. Sempre
que um jornalista fizer a
pergunta pavloviana de “quem
paga?” ou “quanto custa?” só
sobre salários, pensões e reformas, ou seja,
aquilo que interessa aos que têm menos e
nunca faça a mesma pergunta em primeiro
lugar, e muitas vezes único lugar, para
tudo o resto, benefícios fiscais, impostos
sobre os lucros, “resolução” de bancos,
PPP, swaps, etc. ainda não acabou. Sempre
que alguém “explicar”, com um encolher
irónico dos ombros e completa e absoluta
indiferença, a ineficácia da fiscalidade sobre
a riqueza, porque os capitais “deslocamse” como água para outros sítios, para
offshores, e podem sempre fugir, e por isso
“não vale a pena” sequer admitir tentar
taxá-los, ainda não acabou. Sempre que se
considera como normal que quem manda
em nós, eleitores, portugueses, Portugal,
são uns burocratas de Bruxelas e uma elite
de governos europeus, que nos governam
por “instruções”, “directivas”, “regras”,
interpretadas rigidamente para países
como Portugal e com ampla folga para
países como a França, ainda não acabou.
Sempre que o dolo, a violação da confiança
e dos contratos com os de “baixo” e a
inviolabilidade com os de “cima”, continuar
a ser a prática de um estado de má-fé,
ainda não acabou. Sempre que se cultive,
dissemine, impregne, envenene a vida
pública com a indiferença com a pobreza, o
desemprego, a quebra de qualidade de vida,
a perda de dignidade quando se vê a casa
penhorada , ou se perde o carro na frágil
classe média que criámos depois do 25 de
Abril, retirando da pobreza muitas famílias
para lhes dar outros horizontes pelo
trabalho e, aos seus filhos, pela educação,
e se vê tudo isto como efeitos colaterais
não se sabe de quê, embora se saiba para
quem, ainda não acabou. Sempre que se
despreza os que vivem com dificuldades
do seu trabalho e se valorize a esperteza e
o subir na vida, ainda não acabou. Sempre
que se violam direitos sociais, protecções
aos que menos força têm, reivindicações de
gerações inteiras, ainda não acabou.
Sempre que se acha que isto é
radicalismo e não decência, ainda não
acabou.
Historiador. Escreve ao sábado
PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015 | 45
O inimigo
do interior
Até que
enfim!...
CHRISTIAN HARTMANN/REUTERS
O
S
Debate Terrorismo
Esther Mucznik
Debate Política e minorias
Fernando Ka
s atentados de Paris provocaram
nos cidadãos europeus um choque
profundo. É como se despertássemos
de um sono profundo e nos víssemos
face a uma realidade obliterada ou pelo
menos tão longínqua que era como se
não existisse. A bela Europa da arte
e da cultura, dos direitos humanos,
do acolhimento generoso, da livre
circulação, dos bons sentimentos e da
consciência tranquila, descobre da pior maneira a
hidra que cresceu no seu seio e, pior do que tudo,
que ela se alimentou dessa mansa autocomplacência.
Tristeza e raiva, ódio e medo, ressentimento e
revanchismo são alguns dos sentimentos que
experimentamos neste momento. Mas acima de
tudo incompreensão, estupefacção: como foi
possível, como é possível? O que leva homens e
mulheres, alguns quase adolescentes criados neste
nosso mundo pacífico, a servirem a mais hedionda
ideologia, a praticarem os actos mais bárbaros — e
nenhum é pior, nem mais cobarde do que investir
indiscriminadamente contra populações indefesas.
Muito tem sido dito para tentar responder a
esta pergunta: fracasso da integração à francesa,
guetos do desespero, túneis de vida sem esperança,
ideologias de morte como tábuas de salvação, ódio
à cultura liberal e a um Ocidente arrogante, caos
instalado nas ruínas do Iraque, da Síria e da Líbia
por uma política ocidental incoerente, titubeante e
sem norte... Mas a verdade é que, apesar de todas
as explicações do mundo, nada consegue apagar
essa interrogação, esta imensa perplexidade que se
mantém, que permanece e nos corrói. Porquê?
Simplesmente, porque esta perplexidade está
relacionada com o estado de negação em que dormita
a Europa há décadas. Vivendo sob o escudo protector
americano, num mundo que acreditámos idílico do
pós-Guerra Fria, fundadores de um projecto de união
dos povos europeus — amigos e em paz para todo
o sempre — habituámo-nos a ver o mundo inteiro a
nossa imagem. Claro que íamos lendo e vendo nos
ecrãs as guerras da Bósnia, do Iraque, do Afeganistão,
da Palestina, os atentados terroristas em Bombaim,
Carachi, Bali, Beirute, Turquia... mas “longe da
vista, longe do coração” nada disso nos dizia
verdadeiramente respeito, nem ameaçava o nosso
sossego, nem o nosso modo de vida, apenas levava
alguns de nós a apiedarmo-nos das vítimas. É verdade
que também assistimos aos atentados nos EUA,
em Espanha ou Londres, mas ainda era cedo para
percebemos o que estava em jogo e de alguma forma
a culpa também era nossa, não é assim? Quanto aos
atentados palestinianos, aí não havia dúvidas, a culpa
era obviamente dos israelitas... E assim seguíamos
tranquilamente com as nossas certezas.
Os recentes atentados de Paris já não permitem
manter esta tranquilidade. Não apenas pela
dimensão, nem pela hedionda escolha dos alvos. Mas
a sua repetição bem-sucedida num curto espaço de
tempo, conjugada com a frustração de outros tantos
ao longo deste último ano, dá-nos a definição de
uma realidade que temos de encarar bem de frente:
a Europa que construímos no pós-guerra acabou.
erá o princípio da Primavera do afroportuguês, ou seja, o raiar da aurora da
integração da comunidade luso-negra na
sociedade de todos nós? Muito se tem falado
sobre a integração dos negros portugueses,
mas nada tem sido feito até ao momento,
a não ser a enfadonha proliferação dos
discursos temáticos sobre o assunto,
embora sem a substância prática no
terreno. Ora, nem sempre o aparecimento
de uma andorinha configura o prenúncio da Primavera.
Contudo, pode suscitar a expectativa de que os dias
risonhos estarão para breve. Mas a ver vamos. A
nomeação de uma negra pela primeira vez para exercer
um alto cargo no país que se orgulha de ser de brandos
costumes e de primeiro a levar a civilização e a cruz de
Cristo às terras africanas e, por outro lado, o último a
abandoná-las por força das circunstâncias de luta pelas
respectivas independências.
António Costa, ao contrário
dos outros líderes políticos,
eivados de preconceitos
raciais, veio fazer justiça à
minoria negra portuguesa,
libertando-a do ostracismo a
que tem sido votada. As figuras
políticas deste país ainda não
compreenderam que a posição
de destaque dos negros lusoafricanos constituem uma
charneira no aprofundamento
do relacionamento entre
ambos os povos de aquém e
além-mar.
Portugal deveria ter
seguido há muito mais tempo
o exemplo dos ingleses e
franceses na integração
dos negros nacionais oriundos das suas ex-colónias
em lugares de visibilidade pública. Por isso, há que
louvar a coragem de António Costa, ao romper com a
tradição segregadora, permitindo que um membro da
comunidade negra fizesse parte do elenco governativo.
Portugal não pode continuar a fazer de conta que
a integração está feita e nada mais há para fazer,
ludibriando os incautos de que é o melhor país da
integração no contexto europeu. A integração não pode
ser confundida com a tolerância de encolher os ombros,
sinal de deixa-estar. É mais do que isso. Significa a
participação na partilha comum e nas decisões sobre
todos os assuntos de interesse colectivo. Neste caso,
quem é parte integrante da sociedade não deveria ser
excluído pela mera diferença da cor da sua pele.
Os cidadãos têm todos os mesmos direitos e deveres
perante o seu país e deveriam ser avaliados pelas
suas competências e dedicação à causa comum. Mas
uma sociedade em que se manifestam preconceitos
raciais faz, exactamente, o contrário, revelando a sua
incapacidade de conhecer a verdadeira essência da
natureza humana na sua múltipla diversidade. Um
racista é um ignorante pobre de espírito.
A Europa do
pós-guerra
acabou e
em grande
parte
por não
sabermos
defender
os valores
que nos
são mais
queridos
Estamos face a um inimigo organizado, imprevisível,
dotado de uma ideologia de morte e de poder e dos
meios mais sofisticados de propaganda. E acima
de tudo, com uma massa inesgotável de recrutas
no nosso próprio seio. Esta é a questão central à
qual já não é possível fechar os olhos. O inimigo é
invisível, mas está entre nós nas margens das nossas
sociedades, crescendo nas faixas radicalizadas das
imensas comunidades muçulmanas, alimentado
pela frustração e a incitação ao ódio, pela aspiração
ao martírio e ao heroísmo, ou simplesmente pelas
promessas de droga e mulheres escravas.
A Europa do pós-guerra acabou e em grande
parte por não sabermos defender os valores que
nos são mais queridos. Por pensarmos que são as
cedências que resultam e não a firmeza. E por não
darmos valor aos que os defendem. Ao longo dos
anos a atitude europeia tem-se radicalizado contra
Israel — país que partilha os mesmos valores que
hoje são o alvo principal do terror — ao ponto de
silenciar os atentados terroristas de que os seus
habitantes são um alvo constante e permanente ao
longo de décadas. Apenas nos últimos dois meses
23 cidadãos entre os 18 e os 78 anos foram mortos
por esfaqueamento em Telavive, na Cisjordânia e
em Beersheba, ou seja, não apenas na Cisjordânia
ocupada, mas em cidades do centro de Israel.
A imprensa que, de uma forma geral, noticia
longamente (e bem) os atentados ocorridos não só na
Europa como no resto do mundo, tende a silenciar os
que acontecem em Israel. Porque são “naturalmente”
consequência da ocupação, subentende-se... Mas
o que se subentende também nesta perspectiva é
que há terroristas “maus” e terroristas “bons” ou
pelo menos compreensíveis... apagando o facto de
que atentar contra a vida de cidadãos indefesos,
seja qual for a motivação dos seus autores, tem
apenas um nome sem adjectivo: terrorismo. Talvez
agora a Europa comece a compreender — da pior
e mais dolorosa maneira — o que significa viver em
permanência sob a ameaça do terror.
Especialista em assuntos judaicos
António Costa
veio fazer
justiça à
minoria negra
portuguesa
Dirigente da Associação Guineense de
Solidariedade Social
46 | PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015
2 de Novembro de 2015
22
Por António Bagão Félix
P
A ampulheta
A ampulheta. O tempo e a forma. O
insondável mistério que é o tempo e a
expressão sempre renovada da forma.
Gosto da expressão tradicional da
ampulheta. Simétrica, transparente,
equilibrada. Aprecio o seu som, no seu
jeito de medir o tempo. Quase silencioso,
mas audível no silêncio de tudo o resto.
Vibro com a precisão física de nos dar o
tempo, na fronteira entre o imediatamente
pretérito e o proximamente futuro.
A ampulheta é um contador de tempo,
mas não é um relógio. Não tem ponteiros,
mas permite a comparação entre o que
já é passado e o que ainda é futuro, no
instantâneo presente do seu gargalo, por
onde se escoa o fino mineral.
A ampulheta trabalha quando queremos, e
descansa quando a deixamos. Ao contrário
do relógio, somos nós que lhe concedemos
tempo para nos dar o seu tempo. Com ela
percebemos o fio da vida entre a esperança
do eterno e a finitude do momento. Mas se
assim transporta a ideia da transitoriedade,
também nos concede a dimensão da
renovação, invertendo as suas âmbulas.
A ampulheta tem a ordem ordenada da
natureza e não a desordem ordenada
da tecnologia. Das mais simples ordens:
forma, tamanho, movimento, cor.
2 de Novembro de 2015
22
Por Ricardo Cabral
P
766,7 milhões de euros
de segredos
O Expresso do fim-de-semana passado,
aparenta confirmar a tese que avancei
BRUNO LISITA
Mas a assunção pelo Estado de 766,7
milhões de euros de dívida contingente é
feita em menos de 24 horas e sem qualquer
controlo prévio?
Assim, não há contas públicas que
resistam…
2 de Novembro de 2015
24
Por António Bagão Félix
P
a 25 de Outubro de 2015 — após a
aprovação em Conselho de Ministros de
um anexo, que não é público, ao contrato
de privatização da TAP —, de que, em
resultado dessa resolução do Conselho
de Ministros, a dívida da TAP privatizada
beneficiaria de uma garantia pública.
Tendo tido acesso a cópia de um outro
acordo assinado entre a Parpública e os
bancos financiadores da TAP, aprovado
por despacho do Governo, o Expresso
refere “As negociações de última hora
deram aos bancos a segurança de que, se
for necessário, o Estado repõe a garantia
pública à dívida bancária”.
Para além dos argumentos por mim
enumerados nesse post, este acordo e o
anexo aprovado em Conselho de Ministros
parecem-me graves porque:
1. O governo cancelou o primeiro processo
de privatização da TAP alegando que o
comprador não apresentou as necessárias
garantias bancárias para a dívida da TAP.
Agora, não só esquece essa condição
como, na prática, mesmo que de forma
implícita e indirecta, garante essa dívida ao
comprador sem quaisquer custos para este;
2. O caderno de encargos do concurso
para privatização da TAP determinava que
a dívida da TAP teria de ser assumida pelos
compradores;
3. No passado, o Estado ofereceu garantias
explícitas em relação à dívida da banca
portuguesa, mas a banca foi obrigada a
pagar uma comissão de pelo menos 0,4%
do montante por ano. Além disso, essas
garantias eram enquadradas por lei e por
portaria próprias e a sua dimensão máxima
aprovada pela Assembleia da República;
4. E interrogo-me sobre como pôde o XIX
Governo Constitucional, a 22 de Outubro
de 2015, comprometer o Estado com 766,7
milhões de euros de dívida contingente da
TAP, sem autorização prévia da Assembleia
da República?
O contraste não podia ser maior: a Lei
do Orçamento do Estado de 2015 (artigo
145º), aprovada pelos partidos que
suportavam o XIX Governo Constitucional,
determina e bem que todos os actos e
contratos superiores a €350 000 têm de
ser previamente fiscalizados pelo Tribunal
de Contas.
“Marisa, Presidente”
em outdoor e “Marcelo,
Presidente” em indoor
Há poucos dias, um amigo britânico
perguntava-me, com ar algo admirado,
se Mariza se iria candidatar à Presidência
da República? É que ele já tinha visto
um outdoor com a inscrição “Marisa,
Presidente” e a sua questão estava no
facto de a fotografia não coincidir com
a face da magnífica fadista portuguesa.
Lá lhe disse que Marisa (com s) Matias
vai ser a candidata indicada pelo
Bloco de Esquerda, pelo que o fado de
Mariza (com z) não iria ser cantado na
campanha eleitoral (o que até é pena,
digo eu…).
Desta genuína confusão de quem não
é obrigado a acompanhar a política
nacional, pus-me a pensar num hábito
muito arreigado por cá. Um hábito de
que não damos conta, mas evidencia
uma diferença de tratamento. É corrente
chamar uma mulher, jovem ou mesmo
adulta, pelo seu nome próprio e não
tanto pelo apelido, ao invés do que se
passa quando nos referimos a homens.
É assim no mundo artístico, nas figuras
mais mediáticas, na vida escolar (chamase a Ana ou a Sofia, enquanto se diz o
Neves e o Lopes), na relação social em
geral e, até na própria política. O caso
mais recente é o da candidata também
presidencial tratada, em regra, pelo nome
próprio (Maria de Belém). Não me imagino
a ver um cartaz com “António Presidente”
referindo-se a António Sampaio da
Nóvoa. A excepção que confirma a regra
é Marcelo que o tempo, a televisão, a
personalidade tornaram num dos de lá
de casa. Essa é uma das suas vantagens.
Por isso, pode bem dispensar outdoors e
afins. Bastam-lhe os indoor.
2 de Novembro de 2015
26
Por Ricardo Cabral
P
O novo governo
Muitos portugueses, em que incluo o
Presidente da República, passaram uma
blogues.publico.pt/tu
PÚBLICO, SÁB 28 NOV 2015 | 47
boa parte dos últimos 53 dias por um
processo similar ao das sete fases da
dor (choque ou descrença, negação,
negociação, culpa, raiva, depressão e
aceitação / resignação / esperança).
Mas parece-me que, particularmente
nas últimas semanas, um número
crescente dos cidadãos que se opunham
à coligação à esquerda e que apoiavam
um governo liderado pela coligação PàF
tinham chegado já à última fase desse
processo: aceitação; cepticismo com
certeza, mas esperança só talvez de que
o novo Governo seja de curta duração…
Muitos outros portugueses, ficaram
naturalmente contentes com a
indigitação de António Costa na terçafeira e com a tomada de posse do Novo
Governo quinta-feira.
Este atraso todo que, no cômputo,
deverá ter tido um impacto negativo
para o país, teve um aspecto positivo e
pouco esperado. É que permitiu a quase
todos passarem aquelas “sete fases”
(de dor ou de satisfação) e habituaremse à ideia de um Governo à esquerda…
Acalmou os ânimos, parece-me, e em
alguns casos deu azo a bem humorada
discussão.
O novo governo começará por enfrentar
um problema — o do défice de 2015:
— O objectivo para 2015 era um
défice de 4860 milhões de euros,
em contabilidade nacional. Porém,
de Janeiro a Outubro, o défice, em
contabilidade pública, era já de 4818
milhões de euros. Uma extrapolação
simples da tendência actual sugere um
défice (em contabilidade pública) para
2015 de aproximadamente 5700 milhões
de euros, o que representaria cerca de
3,2% do PIB;
— Resta saber qual a evolução do
PIB nominal e se o remanescente da
“almofada orçamental” será suficiente
para trazer o défice abaixo dos 3%.
Saldo acumulado das
Administrações Públicas
Em milhões de euros
2000
2014
0
2015
2013
-2000
-4000
-6000
-8000
-10.000
J
Fonte: DGO
F M A M
J
J
A S O N D
MIGUEL MANSO
26 deNovembro de 2015
Por António Bagão Félix
Topos de gama
Topo de gama. A propósito de quase tudo
o que se vende, vem sempre à baila uma
qualquer referência a um qualquer topo
de gama. Topo de gama para automóveis,
topo de gama para apartamentos, topo
de gama para equipamentos electrónicos,
topo de gama para comida para canídeos,
topo de gama para topos de gama.
Agora que se aproxima o Natal, cada vez
mais comercialmente antecipado, eis, em
todo o seu esplendor, o maior expositor de
topos e de gamas.
A propósito de topo de gama, há quem
se dê bem com ela no meio do gamanço.
Sobretudo na gama fiscal. Em linguagem
tecnocrática, há quem lhe chame
“planeamento fiscal agressivo”.
Na “topolândia”, quem com ela não alinha é
visto como parolo, pelintra ou pobretana. O
traço de separação é o certificado topo de
gama, adquirido algures e exibido por toda
a parte. Tem a vantagem de se mostrar por
sinais exteriores bem visíveis e assinalados.
Não exige, por seu lado, sinais interiores
e invisíveis, daqueles que, por exigentes,
não são topo de gama. Sinais interiores
que são, na alma, suporte da vida fora da
efemeridade dos topos e das gamas.
Agora há também um governo, espécie
de topo (perdedor) de gama (vencedora).
Deixemos esse topo de gama, de tanta
originalidade, para outra altura. Que não
faltará.
2 de Novembro de 2015
27
Por Francisco Louçã
P
O primeiro dia é feliz
mas as dificuldades
chegam depois
Tudo corre bem a Costa e tudo corre mal
a Passos Coelho e a Portas. O engenho de
primeiro e o ressentimento dos outros,
combinado com as ameaças fortuitas do
Presidente, asseguram um primeiro dia
tranquilo ao novo governo. De facto, tudo
o que ontem era vantajoso para Costa só
encorpou.
Dizem alguns comentadores que
entenderam do discurso de Cavaco Silva
que este ameaça demitir o governo. Depois
de 53 dias de empastelamento da política,
alegar uma divergência de doutrina
económica sobre o papel do consumo
ou outra questão avulsa para impedir a
apresentação da proposta do Orçamento
de Estado, tudo isto nas últimas semanas
de mandato, entre a Missa do Galo e a
eleição do novo presidente? Em Portugal,
isso não existe. Mas a notícia política é que
houve quem vislumbrasse essa esperança
obscura nas entrelinhas do Presidente. Ou
seja, a direita está tão perdida que fantasia
um confronto épico convocado numa
manhã de nevoeiro a partir de Belém, o que
simplesmente quer dizer que não sabe o
que fazer.
Costa respondeu com um governo
moderado e com um discurso
moderado. Ele quer acentuar a
deslocação da direita para as bordas do
discurso incompreensível. Nem precisa
de se esforçar muito. Entre António
Costa, oficialista e ponderado, e Marco
António Costa, a prometer uma crise
política que rebenta tudo, a quem é que
o eleitor de centro compraria um carro
em segunda mão? Pois é, nem vale a
pena perguntar.
Mas, se Costa não podia sequer imaginar
um começo tão fácil, o certo é que estas
peripécias não mudam nada quanto
aos problemas essenciais. Enquanto se
especula sobre poderes presidenciais ou
amarguras partidárias, nos últimos meses
o desemprego voltou a subir, a confiança
económica regrediu, o investimento
mantém-se na mediocridade, a emigração
não para, a economia europeia dá sinais
preocupantes. Por isso, depois do primeiro
dia feliz, para o novo governo chegam os
problemas.
O Orçamento de 2016, que vai ser
trabalhoso de negociar na maioria
parlamentar, é apesar de tudo o menor
desses problemas. No próximo, com
cuidado orçamental, haverá uma ligeira
recuperação de pensões e salários,
redução do peso do IRS considerando
a sobretaxa, a reversão das concessões
dos transportes públicos, o aumento do
salário mínimo nacional e uma melhoria do
rendimento disponível dos trabalhadores
abaixo dos 600 euros. Ou seja, milhões de
pessoas, que têm expectativas baixas, vão
sentir que valeu a pena a mudança em que
votaram.
Grande parte das regras para esse
orçamento estão já discutidas e acordadas,
salvo, imprevidentemente, o ritmo da
restituição da sobretaxa do IRS, porque
o PS insiste nos 50% e a esquerda na
abolição da medida em 2016. Há no
entanto novas soluções que podem ser
exploradas, como a diferenciação dos
impactos em nome da protecção dos mais
sacrificados pela austeridade, de modo
que os trabalhadores com menores salários
deixem desde já de sofrer a sobretaxa e os
restantes recuperem completamente no
ano seguinte.
Outros problemas imediatos são mais
difíceis. A TAP e o Novo Banco são os piores
buracos deixados pelo governo anterior.
A TAP foi comprada por uma empresa sem
poderes legais para assinar o contrato e
que agora está a vender terrenos e edifícios
para assim pagar a sua conta. Paga a TAP
com a própria TAP. Uma embrulhada que
parece bem uma falcatrua, ficando tudo
nas mãos dos bancos, que vão decidir
se e quando a empresa tem que ser
nacionalizada. O governo só pode por isso
estudar as condições jurídicas da reversão
do contrato, que é nulo.
O Novo Banco é um problema ainda pior,
porque houve uma intervenção pública
promovida pelo governo e pelo Banco
de Portugal e ficou um buraco que ainda
está por medir, além da devastação
nas poupanças dos “lesados do BES”.
Mas, para já, faltam 1400 milhões e, se a
recapitalização não ocorrer até ao final de
Dezembro, as regras europeias tornam-na
ainda mais difícil. Portanto, o banco tem
que ser intervencionado pelo Ministério
das Finanças para abater a sua dívida e
para reduzir o seu balanço, restituindo
os rácios prudenciais de capital. O maior
problema de curto prazo para Centeno.
E, se estes são alguns dos problemas de
curto prazo, depois virão os outros, os mais
estruturais.
udomenoseconomia/
Por Bagão Félix, Francisco Louçã e Ricardo Cabral
SÁB 28 NOV 2015
ESCRITO “Ninguém aceita uma parcela de poder sem a condição de uma parcela de malvadeza
NA PEDRA Alain (pseud. de Émile-Auguste Chartier), 1868-1951, ensaísta e filósofo francês
Na miséria de
Próximo desafiante
Nairobi, Papa fala de de Klitschko tem
“injustiça atroz”
nome de campeão
Homem detido
por atirar gato
contra uma porta
Francisco foi ao bairro de
lata de Kangemi repudiar as
expropriações de terra p24
PSP anunciou detenção
de um homem por abuso
cometido contra animal p11
Tyson Fury é candidato a
desalojar do topo o grande
pugilista ucraniano p39
Porque sim
A
esquerda manifestou
ontem a sua alegria,
embora misturada com
uma certa raiva a Cavaco,
agora absolutamente
inútil. Se deixasse o
cavalheiro espernear sozinho
em Belém, não tinha estragado
a sua festa. Até porque, como
de costume, o conformismo do
indígena entrou logo em cena
e, tirando um ou outro caso de
convicção e teimosia, os jornais,
o Komentariado e a televisão
começaram logo a louvar o
16
29
30
37
50
6
8
1.º Prémio
25.000.000€
Greve no Politécnico
de Tomar por falta de
professores e material
OPINIÃO
Vasco Pulido Valente
Euromilhões
inominável Governo do sr. Costa e
as felicidades que ele seguramente
nos traria. Houve mesmo um
originalíssimo grupo de beatos
que resolveu promover um
jantar na Casa do Alentejo para
comungar na alegria colectiva da
vitória, com o proverbial lombo de
porco e batatas fritas. Deus lhes dê
uma longa vida e muitos pretextos
para se unirem assim na sua fé.
Cá de fora, não pareceu que
os motivos dessa tão devota
euforia merecessem uma grande
confiança. Compreendo muito
bem que um subsídio, uma
encomenda ou uma ajudazinha
no emprego alegrem a alma.
Mas não parece que o “bodo
aos pobres”, como a direita lhe
chama, ou a “redistribuição”,
como lhe chama a esquerda,
venha a ser uma coisa por aí
DANIEL ROCHA
além. Num país com a dívida
pública e privada de Portugal e
uma economia pequena e frágil,
em que se investe pouco e mal,
não sobra muito para acabar
com a miséria, o desemprego
e a pobreza de uma “classe
média” que nunca chegou
verdadeiramente a existir. O
óbolo que se pretende dar aos
“mais desfavorecidos” não lhes
devolverá o optimismo do tempo
em que, à superfície, o mundo
se mexia a seu favor e ninguém
esperava um percalço ou uma
catástrofe.
Hoje, o dr. Costa e as suas
tropas contam, para nos livrar
deste desgraçado destino, com
o aumento do consumo interno
da gente encalacrada a quem
deram uns cêntimos, com uma
extraordinária epopeia científica
e cultural (?) e com os milhões
do universo exterior que serão
atraídos pelo PCP e o Bloco e
pelo seu conhecido tacto para
receber e regular a iniciativa
privada. Quanto ao resto, 19
ministros, 41 secretários de Estado
e, como certeza, umas centenas
de assessores saídos direitinhos
da América e da Inglaterra
bastam para pôr em ordem a vida
portuguesa e a administração,
de acordo com os melhores
preceitos da arte. Pena que o
Partido Socialista falhe sempre
com Soares, com Guterres,
com Sócrates. Mas desta vez
não falhará com Costa. Porquê?
Porque sim.
Ensino superior
Samuel Silva
Docentes do curso de
Fotografia estão em
protesto desde o início
da semana e paralisação
mantém-se até segunda
Os professores da licenciatura em Fotografia do Instituto Politécnico de
Tomar (IPT) estão em greve, desde
o início desta semana, reclamando
contra a saída iminente de dois professores e a falta de meios técnicos
daquela formação. Apesar de ter havido negociações nos últimos dias,
não houve acordo e o protesto vai
manter-se até segunda-feira. A direcção da instituição garante que fará
mudanças “urgentes” para responder às exigências dos docentes.
Nos últimos dias, decorreram negociações entre os docentes, apoiados pelo Sindicato Nacional do Ensino Superior (Snesup), e a direcção da
instituição, mas que acabaram por
ser quebradas sem que tenha havido
entendimento. Os professores dizem
que a solução proposta pela direcção do politécnico “apenas garante
o funcionamento das aulas, mas não
a qualidade de ensino”, não estando disponíveis para viabilizá-la, lê-se
num comunicado tornado ontem público. Por isso, a greve vai manter-se,
pelo menos, até segunda-feira.
O presidente do IPT, Eugénio Pina de Almeida, diz ter sido apanha-
do “de surpresa” pela decisão dos
professores em greve de quebrar as
negociações: “Sempre achei que as
exigências que eram feitas podiam
ser resolvidas nos órgãos do instituto
e se nos sentássemos todos à mesma
mesa”. Aquele responsável garante
que deu ordens à direcção do curso
de Fotografia para apresentar um
relatório sobre os problemas identificados pelos docentes, num prazo
máximo de 15 dias, para que os órgãos do IPT possam depois “decidir
com urgência” sobre essas matérias.
Pina de Almeida diz estar disponível
para atender algumas das exigências
dos docentes, nomeadamente em
termos materiais, mas lembra que a
possibilidade de contratação de docentes esbarra nas limitações legais
impostas ao ensino superior nos últimos anos.
A greve dos professores de Fotografia do Politécnico de Tomar foi desencadeada pela indefinição na situação contratual de um dos principais
docentes da instituição. Luís Pavão,
um dos raros especialistas nacionais
em conservação de fotografia, que já
trabalhou com a Fundação Calouste
Gulbenkian, a Casa Carlos Relvas ou
o arquivo fotográfico da Câmara de
Lisboa, foi despromovido no início
do ano. A este caso junta-se o de uma
outra docente, Paula Lourenço, cujo
contrato termina no final deste mês
e ainda não foi renovado. Os colegas
entenderam que, com as duas saídas
iminentes, não havia condições para
garantir a manutenção da qualidade
do curso e decidiram entrar em greve.
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