Curso de Crítica Cinematográfica com Mario Abbade
Resumo:
O curso vai oferecer à profissionais de diversas áreas e curiosos um processo
consistente de formação e aprimoramento como críticos de cinema. A essência do
programa é a relação entre a análise fílmica e a resenha crítica, o que inclui nas aulas
atividades como comparar modelos e abordar a instrumentalização teórica e técnica
necessária à avaliação de obras de arte, além de aspectos do exercício da profissão
como métodos de trabalho, jargão, linhas editoriais e orientações práticas.
Apresentação:
As 2 primeiras aulas serão dedicadas à teoria e aos estilos cinematográficos. Além de
referências que fazem parte do estudo desses dois tópicos, as aulas abrangem
características e demandas da crítica de cinema contemporânea. A partir da 2ª aula,
inicia-se o processo com base na apreciação de filmes, com ênfase em debates e
análise estrutural das obras. Os alunos passarão por uma dinâmica de estudo e
redação de resenhas, em que exercitarão a escrita, recebendo orientação sobre linhas
editoriais e formatos de mídia. Na última etapa do curso, haverá nova dinâmica de
estudo e escrita de textos, e as melhores resenhas serão publicadas no portal de
cultura Almanaque Virtual/UOL (www.almanaquevirtual.uol.com.br). Atividades:
apresentação de obras a serem trabalhadas (filmes e livros); redação de críticas; troca
de textos e análises; os alunos serão orientados a escolher três ou mais textos de um
resenhista e levar para discussão suas observações sobre seu estilo; vão também
reescrever resenhas de outros autores; cada um vai listar 10 filmes preferidos, como
ponto de partida para debates. A partir da identificação das preferências dos alunos (o
que buscam num filme, estilos, períodos com que se identificam), as escolhas serão
comparadas; os gostos, confrontados. E será promovido um debate para que sejam
percebidas e aprofundadas questões de impressão (que dizem respeito ao gosto de
cada um) e de análise (que são do universo da técnica). Um dos objetivos é esclarecer
a subjetividade de parte desse julgamento, a necessidade de instrumentalização
técnica para a leitura de obras de arte e como a leitura especializada não prescinde da
impressão e da subjetividade. O curso vai tratar dos dois dos modelos de crítica usados
no meio jornalístico: a impressionista e a construtivista. Debates sobre filmes a serem
programados estão entre as principais atividades do curso.
Justificativa:
Há uma enorme parcela do público interessada em crítica de cinema. Com as
mudanças trazidas pelas novas tecnologias, os sites, os blogs e as redes sociais têm
servido como veículo (e incontestável demonstração) do largo alcance que esse
interesse tem atingido. Desse modo, surgiram, em meio a esse novo contingente,
muitos pontos sobre o tema a serem esclarecidos. Uma das distinções que fazem parte
dessa lista, e que é fundamental quando o assunto é a crítica cinematográfica, reside
Rua Afonso Terra, 32, Pavuna, Rio de Janeiro, RJ, 21.520-010
CNPJ: 16.366.109/0001-87, Inscrição Municipal: 0549094-4
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na diferença entre opinião pessoal e análise técnica embasada. Torna-se de grande
valor, para essa crescente parcela da população, ter acesso a uma ferramenta que se
preocupa em promover um aprendizado consistente sobre esse universo. O curso, em
quatro aulas, atende ao recorrente clamor por educação e acesso à informação e à
cultura. A iniciativa serve à democratização tanto em relação à instrumentalização
teórica e técnica necessária para a avaliação de obras de arte quanto ao
aprofundamento da capacidade de observação por parte do público. Qual a função do
crítico de cinema? Existe uma ética e uma técnica por trás das resenhas de filmes nos
suplementos culturais? Há algum nível de exigência e padrão de qualidade a ser
seguido, sem prejuízo da heterogeneidade dos diversos profissionais que exercem a
atividade? Como se forma um crítico e qual é o verdadeiro espaço para a opinião no
formato rígido da escrita de uma resenha? E como ocorre a adequação desse espaço
às demandas práticas dos projetos editoriais e gráficos da mídia impressa? E na
internet, a prática de escrever críticas (e a maneira como elas são recebidas pelos
leitores) é diferente? Essas são algumas das inquietações que levaram o criador do
curso a um movimento de reflexão e discussão sobre o papel e o trabalho da crítica
cinematográfica, tendo sido eleitas, como primeiro passo da abordagem dessa
questão, as aulas sobre a função e a instrumentalização necessária ao ofício. Mais do
que simplesmente responder às perguntas que surgem, faz-se necessário investir na
formação de profissionais autônomos e preparados que tenham capacidade de
revigorar o debate crítico nos meios de comunicação, ao mesmo tempo em que
possam se adaptar aos diferentes veículos e compreender as transformações da
tecnologia e do pensamento. O curso se propõe não apenas a transmitir informações
práticas a quem pretende exercer a crítica de cinema, mas também a providenciar
embasamento para o questionamento de seus objetivos e pressupostos éticos.
Formato:
O Curso de Crítica Cinematográfica será oferecido durante 10 dias na unidade da Caixa
Cultural Rio de Janeiro, de 29 de setembro a 9 de outubro de 2015. Estão previstas 80
inscrições no Rio. O curso será ministrado pelo crítico e Secretário Geral da Associação
de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ), Mario Abbade.
Nos 6 primeiros dias (de 29/09 a 04/10) será realizada uma mostra com 6 filmes, que
serão citados pelo professor em aula e debatidos com os alunos. Abaixo segue a
relação de filmes e a programação.
Os encontros com o professor serão de 06 a 09 de outubro, com duração diária de no
máximo 2h. E estão agendados para acontecer a partir das 18h45. A essência do
programa do curso é a relação entre a análise fílmica e a resenha crítica, o que inclui
nas aulas atividades como comparar modelos e abordar a instrumentalização teórica e
técnica necessária à avaliação de obras de arte, além de aspectos do exercício da
profissão como métodos de trabalho, jargão, linhas editoriais e orientações práticas.
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A participação no curso será franca. Ao final, quem cumprir 75% do curso, receberá um
certificado de participação.
Programação
29/09 - 19H – Crítico – 2008. Dir. Kleber Mendonça Filho. Documentário. Com Bradley Thomas,
Gus Van Sant, Bruno Barreto, Walter Salles, entre outros.
Setenta críticos e cineastas discutem o cinema a partir do conflito que existe entre o artista e o
observador, o criador e o crítico. Entre 1998 e 2007, Kleber Mendonça Filho registrou
depoimentos sobre esta relação no Brasil, Estados Unidos e Europa, a partir da sua experiencia
como crítico. 80 minutos.
30/09 – 19H – Corrida contra o destino (Vanishing Point) – 1971. Dir. Richard C. Safarian. Com
Berry Newman, Cleavon Little, Dean Jagger.
Kowalski (Barry Newman), um ex-fuzileiro e herói da guerra do Vietnã, ex-corredor
automobilístico e ex-policial demitido da corporação, dedica-se a transportar carros para um
pequena oficina. Em um desses trabalhos ele deve levar um Dodge Challenger '70 de Denver,
no Colorado, para São Francisco, na Califórnia. Kowalski faz uma aposta de entregar o carro em
1 dia e uma pequena infração no percurso se transforma em uma perseguição pela polícia
rodoviária de três estados americanos onde ganha notoriedade e é transformado em ídolo
pelo DJ Super Soul (Cleavon Little). 106 minutos.
01/10 – 19H – Drive (Drive) – 2011. Dir. Nicolas Winding Refn. Com Ryan Goslin, Carey
Mulligan, Bryan Craston
Durante o dia, um misterioso motorista (Ryan Gosling) trabalha como mecânico e dublê
automobilista de filmes de Hollywood. À noite, ele se dedica como piloto de fuga para
bandidos e mafiosos. Este motorista também é vizinho de Irene (Carey Mulligan), uma
garçonete que é casada e tem um filho com Standard Gabriel (Oscar Isaac). Ao aproximar-se da
moça e da criança, o motorista começa a criar um forte relacionamento com ambos até a volta
de Standard, que acaba de sair da prisão. Percebendo a situação difícil de Standard, o
motorista se dispõe a ajudá-lo num assalto que pagaria sua dívida aos criminosos. Só que o
golpe dá errado, o que coloca em risco as vidas do motorista, Irene e seu filho. 100 minutos.
02/10 – 19H – Paixão dos fortes (My Darling Clementine) – 1946. Dir. John Ford Com Henry
Fonda, Ward Bond, Tim Holt, Don Garner.
Wyatt Earp (Henry Fonda) é um pacífico e respeitado criador de gado, negócio que comanda
junto com os irmãos Morgan (Ward Bond), Virgil (Tim Holt) e James (Don Garner). Quando
James é assassinado e sua criação roubada, Earp aceita tornar-se xerife de Tombstone para
instaurar a paz na cidade, encontrar os criminosos que procura e vingar a morte do irmão. 97
minutos.
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03/10 – 18H – Trapaça (American Hustle) – 2013. Dir. David O. Russell Com Christian Bale, Amy
Adams, Jennifer Lawrence, Bradley Cooper, Jimmy Renner.
Irving Rosenfeld (Christian Bale), juntamente com sua parceira igualmente esperta e amante,
Sydney Prosser (Amy Adams), é obrigado a trabalhar para um agente louco do FBI, Richie
DiMaso (Bradley Cooper). DiMaso os atrai ao mundo do tráfico de influências e da máfia de
Jersey que é tão perigoso quanto sedutor. Carmine Polito (Jeremy Renner), político de New
Jersey passional e volátil, é encurralado entre os vigaristas e os agentes federais. Rosalyn
(Jennifer Lawrence), a esposa imprevisível de Irving, pode ser a responsável por puxar o fio da
meada que derrubará todo o seu mundo. 138 minutos.
04/10 – 18H – Estrada perdida (Lost Highway) – 1997. Dir. David Lynch. Com Bill Pullman,
Patricia Arquette, Balthazar Getty.
Fred Madison (Bill Pullman) é acusado, sob misteriosas circunstâncias, de matar sua esposa
Renee (Patricia Arquette). Ele logo se vê transformado em um outro homem, Pete Dayton
(Balthazar Getty), possuindo uma vida completamente diferente. Quando Pete é solto no seu
corpo e na sua mente, as coisas ficam cada vez mais misteriosas e intrigantes. 134 minutos.
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