Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão
de Pequenas Empresas - 2012
A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA NAS ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO
SETOR
Loriberto Starosky Filho
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - FURB
[email protected]
Sodemir Benedito Carli
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU
[email protected]
Jorge Ribeiro Toledo Filho
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU
[email protected]
Florianópolis - Março/2012
Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo
e Gestão de Pequenas Empresas - 2012
A
IMPORTÂNCIA
DA
ADMINISTRAÇÃO
ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR
FINANCEIRA
NAS
RESUMO
Este estudo, realizado em entidades sem fins lucrativos (ESFL), com atuação em
diversos segmentos da sociedade, tais como assistência social, área ambiental, de
educação e cultural, clientes de uma empresa de serviços contábeis, objetiva verificar a
utilização de instrumentos de administração financeira nas mesmas. As organizações
sem fins lucrativos, em sua maioria, não realizam, de maneira profissional, a gestão do
negócio. Em grande parte, recebem ajuda de voluntários, que na melhor das intenções
possíveis, nem sempre dispõem dos conhecimentos necessários para realizar a gestão
financeira dessas organizações. Neste sentido, pretendeu-se, ao longo do estudo,
demonstrar a importância da utilização eficiente da gestão financeira nas entidades sem
fins lucrativos. Com esta pesquisa, realizada em algumas entidades, procurou-se
identificar quais as ferramentas já utilizadas e quais as que necessitam de uma maior
atenção por parte dos gestores dessas organizações. Verificou-se, no final da pesquisa,
que a maioria das entidades não utiliza ferramentas de administração financeira, por
desconhecimento, ou por não conhecer a funcionalidade delas.
Palavras-chave: Organizações do Terceiro Setor. Administração Financeira. Finanças.
THE IMPORTANCE OF FINANCIAL MANAGEMENT IN NONPROFIT
ORGANIZATIONS
ABSTRACT
This study, conducted in nonprofit organizations, operating in various segments of
society such as social assistance, the environmental , educational and cultural areas, the
clients from a financial service company, aims at verifying the use of management tools
in the same companies. The non-profit organizations mostly do not realize, in a
professional manner, the managing business. In large part, they receive help from
volunteers, which with the best possible intentions, not always have the necessary
knowledge to perform the financial management of these organizations. In this sense, it
was intended, throughout the study, to demonstrate the importance of efficient use of
financial management in nonprofit organizations. With this survey, conducted in some
organizations, we have tried to identify which tools have been already used and which
need further attention by the managers of such organizations. It was found towards the
end of the research, that most entities do not use financial management tools, by lack
knowledge or by not knowing their functionality of them.
Key-words: Third Sector organizations. Financial Management. Finance.
1
INTRODUÇÃO
A competição no mundo corporativo tem se acirrado nos dias atuais. E não há espaço
para organizações que não estejam preparadas. Neste sentido, a gestão financeira
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constitui-se em um processo administrativo importante para melhorar o gerenciamento
de recursos de que as organizações dispõem.
A maioria das pessoas tem na gestão financeira uma fonte de preocupação, pois
geralmente é vista como uma atividade difícil, que exige conhecimento de alto nível. É
fato que de forma geral, exige conhecimento especializado, no entanto, com um mínimo
de informações técnicas e muito bom senso, pode ser desenvolvida uma alta capacidade
de gestão financeira prática. Reflexo disso são as finanças pessoais, que são tratadas
sem planejamento: as pessoas gastam sem refletir sobre, ou sem considerar taxas de
juros e financiamento. Não conseguindo controlar as finanças pessoais, levam essa falta
de organização para um ambiente empresarial.
As organizações ou entidades sem fins lucrativos representam, no Brasil e no mundo,
uma alternativa que a sociedade encontrou diante das dificuldades do Estado em atender
a demandas que lhe seriam obrigatórias, mas que, por carência de recursos humanos e
financeiros, fenômeno este crescente, se veem impedidas de prover essas necessidades.
No âmbito das entidades sem fins lucrativos (ESFL), representantes do “terceiro setor”,
constituído por associações e fundações, existe uma dificuldade muito grande no uso de
instrumentos de administração financeira, o que por vezes impossibilita muitas delas de
se manterem, ou de manterem seus programas e projetos por um tempo maior, afetando
assim, sua razão de existência – a doação em favor de terceiros.
Parte disso porque, em muitos casos, a gestão destas entidades não é realizada de
maneira profissional, e sim pelo trabalho de voluntários que, embora tenham as
melhores intenções possíveis, nem sempre dispõem dos conhecimentos necessários para
efetuar a gestão financeira destas organizações.
Com o presente estudo, pretendeu-se responder à seguinte questão de pesquisa: Na
percepção das organizações do terceiro setor, a utilização da administração financeira é
importante?
Neste sentido, o objetivo geral do presente trabalho é verificar a importância da
utilização da administração financeira pelas entidades sem fins lucrativos. Como
objetivos específicos destacam-se: Identificar quais instrumentos de administração
financeira são utilizados pelas organizações; verificar, na percepção do gestor da
organização, se o uso de ferramentas de administração financeira contribuem para a
gestão da organização.
2
REFERENCIAL TEÓRICO
Este espaço está dedicado ao conhecimento dos conceitos das expressões importantes
neste estudo, que servirão de suporte para a pesquisa.
2.1 Terceiro Setor
O terceiro setor é entendido, segundo Tavares (2000), como todas as ações do setor
privado que não possuem vínculo com o Estado e que também não distribuem os lucros
auferidos. Salamon (1994) destaca que o terceiro setor é composto por organizações que
apresentam as seguintes características que facilitam sua identificação: a) estão fora do
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aparato formal do Estado, b) não distribuem lucros com suas atividades e c) envolvem
indivíduos em um esforço voluntário.
O termo terceiro setor começou a ser utilizado na década de 70 por pesquisadores
americanos. Posteriormente, foi adotado pelos europeus nos anos 80, “com o intuito de
caracterizar um conjunto de organizações que se apresentam como uma alternativa para
as desvantagens apresentadas pelo mercado, em relação à maximização do lucro e pelo
governo em relação à sua burocracia” (BETTIOL JUNIOR, 2005, p.25).
No Brasil, de acordo com Coelho (2002), muitas das instituições que hoje fazem parte
do Terceiro Setor no Brasil, tiveram sua origem na Igreja Católica, identificada por
valores de caridade cristã. Nesta época, há 4 séculos, havia uma simbiose na relação
entre a igreja e o Estado, ou seja, um dependia do outro. Destaca o autor que no período
pós-colonial, com o rompimento entre a igreja e Estado e a proibição de subvenções
governamentais aos templos e à educação religiosa, houve a necessidade de se buscar
uma ação mais efetiva na área social.
Segundo o entendimento de Coelho (2002), no Brasil a denominação Terceiro Setor é
utilizada para identificar as atividades da sociedade civil que não se enquadram na
categoria das atividades estatais ou de atividades mercantis, representada pelas
empresas com finalidade econômica ou lucrativa. Em linhas gerais, o Terceiro Setor é o
espaço ocupado especialmente por entidades privadas sem fins econômicos, que
realizam atividades que contribuam para a solução de problemas sociais e em prol do
bem comum. Ou seja, são entidades privadas de finalidade pública (COELHO, 2002).
Na obra publicada pelo Conselho Federal de Contabilidade (2004), apresentam-se as
seguintes características inerentes às organizações que compõem o Terceiro Setor:
- a promoção de ações voltadas para o bem estar comum da
coletividade;
- manutenção de finalidades não lucrativas;
- adoção de personalidade jurídica adequada aos fins sociais
(associação ou fundação);
- atividades financiadas por subvenções do Primeiro Setor
(governamental) e doações do Segundo Setor (empresarial, de
fins econômicos) e de particulares;
- aplicação do resultado das atividades econômicas que
porventura exerça nos fins sociais a que se destina;
- desde que cumpra requisitos específicos, é fomentado por
renúncia fiscal do Estado. (CFC, 2004, p.31)
É comum o uso de várias expressões para identificar o Terceiro Setor, tais como
entidade, ONG, instituição, instituto, sociedade, rede, associação, organização social,
OSCIP, entre outras, mas elas servem apenas para designar uma associação ou
fundação (grifo nosso). A observação de Coelho (2002) é que:
Na sociedade atual, é frequente acontecer que algumas palavras
comecem a surgir no noticiário e de tal maneira nele insistam
que afinal se impõem. É o caso das ONG’s, que compõem o
que muitos já reconhecem como o Terceiro Setor, diferenciado
do público (o governo), e do privado (a iniciativa particular).
(COELHO, 2002, p.7)
Tavares (2000) já destacou que apesar do interesse crescente de teóricos nacionais sobre
o assunto, é frequente o desencontro na identificação e categorização dos diferentes
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segmentos de entidades sem fins lucrativos no Brasil. Isso se deve ao elevado número
de organizações sem fins lucrativos inseridas no Terceiro Setor, o que dificulta chegar a
uma definição clara e aceita para este segmento social (BETTIOL JUNIOR, 2005).
Existindo um terceiro setor, deduz-se que também existam um primeiro e um segundo
setor, os quais merecem estudo e compreensão. Encontramos em Coelho (2002) as
diferenças e características existentes entre os três setores, descritas no Quadro 1.
Setor
Primeiro setor ou governo
Características
Distingue-se, sobretudo, pelo fato de legitimar e
organizar suas ações por meio de poderes
coercitivos. Tem sua atuação limitada e regulada
por um arcabouço legal, fato esse que torna sua
atuação previsível a todos os atores da sociedade.
Segundo Setor ou mercado
A demanda e os mecanismos de preços baseiam a
atividade de troca de bens e serviços, cujo objetivo
principal é a obtenção de lucro. Comparativamente
ao Governo, o mercado atua sob o princípio da não
coerção legal, ou seja, os clientes têm liberdade para
escolher o que e onde comprar.
Terceiro Setor
Nesse segmento da sociedade, as atividades não têm
característica coercitiva ou lucrativa, objetivando o
atendimento de necessidades coletivas ou públicas.
Quadro 1 – Características dos setores da sociedade
Fonte: adaptado de Coelho (2002, p.39)
Segundo Bettiol Júnior (2005, p.35) “as entidades que compõem o terceiro setor podem
apresentar variadas formas legais ou organizacionais, como por exemplo, associações e
fundações”. Azevedo e Senne (2006) ensinam a definição clássica para associação,
como sendo uma entidade que surge da vontade de um grupo de pessoas unidas por uma
causa ou objetivos sociais comuns, e que seu propósito seja sem finalidade lucrativa.
Já Szazi (2000) ensina que:
[...] tem-se a associação quando não há fim lucrativo ou
intenção de dividir o resultado, embora tenha patrimônio,
formado por contribuição de seus membros para obtenção de
patrimônio, formado por contribuição de seus membros para
obtenção de fins culturais, educacionais, esportivos, religiosos,
recreativos, morais, etc. Não perde a categoria de associação
mesmo que realize negócios para aumentar ou manter seu
patrimônio, sem, contudo, proporcionar ganhos aos associados,
por exemplo, associação esportiva que vende aos seus
associados uniformes [...] embora isso traga, como
consequência, lucro para a entidade. (SZAZI, 2000, p.27)
Apesar de seu caráter sem fim lucrativo, não se quer dizer que ela não possa ter
resultados positivos. A sustentabilidade financeira da organização precisa ser
viabilizada garantindo o atendimento dos grupos beneficiados (BETTIOL JUNIOR,
2005). Neste sentido, a organização deve aplicar suas sobras, ou superávit, para manter
ou aumentar o seu patrimônio. A expressão “sem finalidade lucrativa” significa, para
Azevedo e Senne (2006), que a organização não deve distribuir entre seus associados a
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sobra ou resultado, ou ainda remunerar por qualquer forma seus dirigentes pelos
serviços prestados.
Os recursos financeiros que são utilizados pelas organizações podem ter várias origens,
dependendo da área de sua atuação. Alguns provêm de acordos estabelecidos com o
Estado, através de convênios, subvenções ou outras formas de remuneração. Mas
também há os recursos provenientes de empresas privadas, organismos estrangeiros,
doações de bens e recursos monetários, além da geração própria de recursos, o
autofinanciamento (BETTIOL JUNIOR, 2005).
Estudo apresentado por Bettiol Júnior (2005) realizado pelo projeto MAPA do 3º
SETOR demonstrou que apenas 4% das organizações que compõem a base de dados
recebem e sobrevivem exclusivamente de recursos governamentais; outros 11% de
organizações, apenas com recursos privados, e a grande maioria, 74%, sobrevive de
recursos provenientes de receitas próprias, ou seja, o autofinanciamento.
Diante da diversidade de recursos gerados pelas organizações, é imperioso o devido
controle sobre os mesmos, através de ferramentas de gestão financeira, que objetiva-se
demonstrar na próxima seção.
2.2 Administração Financeira
A administração financeira é um campo das finanças e envolve a efetiva administração
de uma empresa (BRIGHAM, 1999). Pode ser definida como uma técnica ou ciência
para administrar recursos, ou seja, ela está voltada para a gestão do dinheiro, dos
relacionamentos com as instituições, mercados e instrumentos envolvidos na
transferência de fundos entre pessoas, empresas e governo. A gestão financeira detém a
tarefa de gerir o relacionamento de instituições, mercados e instrumentos envolvidos na
transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos (GITMAN 2002).
As funções típicas da administração financeira estão relacionadas às atividades da
organização, e segundo Hoji (2008) são: “análise, planejamento e controle financeiro,
tomadas de decisões de investimentos e tomadas de decisões de financiamentos”. Todas
as atividades da organização, sejam elas operacionais ou não, envolvem recursos, e,
portanto, precisam ser conduzidas para a satisfação dos objetivos.
A administração financeira integra-se à contabilidade quando se utiliza dos instrumentos
por esta produzidos, como os relatórios e demonstrações financeiras (HOJI, 2008). A
função de análise, planejamento e controle da administração financeira encontra
subsídios nos documentos produzidos pela contabilidade, e segundo Gitman (2002),
elas precisam andar de forma simétrica, evitando o desperdício de recursos.
Os profissionais ligados à administração financeira precisam ter o domínio das técnicas
de gestão dos recursos disponíveis. Segundo Maximiliano (2004), o processo de
administrar envolve a tomada de decisão sobre a utilização dos recursos disponíveis,
tais como quantidade de estoques, condições de crédito, escolha de títulos, para o
alcance dos objetivos. Gitman (2002) destaca que a administração financeira é orientada
por objetivos, sendo que cada organização possui os seus.
Conhecidos os objetivos da organização, a administração financeira preocupa-se em
compreender a dinâmica dos ciclos que a organização possui, a saber: ciclo operacional,
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econômico e financeiro. O ciclo operacional, que abrange toda a atividade da
organização, inicia com a compra de matéria prima e se encerra quando do recebimento
da venda. “Durante esse período, ocorrem vários outros eventos que caracterizam o
ciclo econômico e o ciclo financeiro” (HOJI, 2008, p.9).
A Figura 1 demonstra como os ciclos econômicos e financeiros estão interligados ao
ciclo operacional de uma organização, o que possibilita de forma visual identificar em
que momento a organização estará mais ou menos dependente de recursos.
Mês 0
Mês 1
Compra de
Venda
Matéria Prima
Mês 2
Mês 3
Pagamento de
Fornecedores
Recebimento
Vendas
Ciclo Econômico
Ciclo Financeiro
Ciclo Operacional
Figura 1: Ciclos: econômico, financeiro e operacional.
Fonte: Adaptado de Hoji (2008).
Numa organização que visa lucro, o objetivo é maximizar seu valor de mercado, pois
assim estará aumentando a riqueza dos proprietários, ou seja, há um objetivo econômico
(HOJI, 2008). Já nas organizações do terceiro setor, não há uma mercadoria em troca
gerando riqueza, mas há um ser humano sendo transformado, e este é o objetivo destas
organizações, transcendendo ao econômico (DRUCKER, 2002).
As entidades do terceiro setor possuem uma estrutura financeira baseada em doações
por terceiros. Desta forma, existem períodos programados das entradas de recursos.
Essa dependência de recursos de terceiros exige das organizações um contínuo
aperfeiçoamento e controle da administração financeira (BETTIOL JUNIOR, 2005). A
dependência de recursos externos exige planejamento dos momentos dos gastos, das
aplicações, e especialmente o controle e acompanhamento rígidos das despesas a serem
realizadas em determinado período.
Para auxiliar as organizações do terceiro setor a organizar sua administração financeira,
a ABONG (2003) destaca os instrumentos que devem ser adotados para iniciar uma
administração financeira com eficiência. Um processo simplificado compreende a
elaboração de um orçamento, a abertura de conta corrente específica para cada agente
de cooperação, possuir um fundo de caixa para pagamento de pequenos gastos, possuir
um fluxo de caixa mensal, controle dos gastos com contas a pagar, conciliação dos
saldos de contas correntes, manutenção de escrita contábil e relatórios financeiros por
agente de cooperação.
No Quadro 2 detalham-se os principais instrumentos e seus conceitos em relação às
organizações do Terceiro Setor.
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Orçamento
O orçamento é um instrumento de natureza econômica
elaborado com o objetivo de prever determinadas quantias
que serão utilizadas para determinados fins. Expressa o plano,
os programas, os projetos e as atividades da organização.
Conta Corrente específica
Serve para exercer um controle efetivo do fluxo de valores
nas Entidades sem Fins Lucrativos.
Evita que recursos liberados e vinculados a projetos sejam
misturados a recursos não vinculados.
Fundo Fixo de caixa para O controle das contas a pagar deve ser bastante rígido, de
pequenos gastos
modo a evitar os pagamentos após a data de vencimento, e
com isso, onerar com juros e multa, ou dependendo do caso, o
protesto ou ajuizamento do título vencido.
Conciliação mensal dos saldos É importante fazer pelos menos uma vez por mês a
das contas bancárias
verificação dos cheques emitidos, depósitos realizados,
débitos e créditos efetuados pelo banco, para confirmação do
saldo bancário constante do extrato de contas.
Escrituração Contábil
A escrituração é obrigatória para todas as organizações, com
ou sem fins lucrativos. E nas entidades sem fins lucrativos, é
condição para manutenção de seus benefícios tributários,
como já mencionamos anteriormente.
A utilização da escrituração contábil poderá ser importante
ferramenta para a gestão financeira na entidade.
Relatório financeiro
O relatório financeiro é a forma pela qual se demonstram os
recursos obtidos e sua aplicação.
As ESFL convivem basicamente com repasses de recursos de
terceiros ou com pequenos projetos de geração de renda, que
exigem dos seus gestores, relatórios financeiros periódicos
sobre recursos administrados em determinado período.
Quadro 2 - Instrumentos para Administração Financeira no Terceiro Setor.
Fonte: Adaptado de ABONG (2003).
De modo semelhante às organizações comerciais, a administração financeira nas
organizações do terceiro setor precisa compreender e dimensionar os seus ciclos de
atividade, para um adequado planejamento financeiro. Um dimensionamento mal
calculado pode comprometer a atuação da organização, e trazer implicações que podem
refletir tanto na saúde financeira quanto no atendimento aos beneficiários destas
organizações (HUDSON, 1999).
3
ESTUDOS ANTERIORES
O terceiro setor tem despertado estudos sob os mais variados enfoques, devido a sua
diversidade de atuação e suas particularidades de ação. Apresentam-se no Quadro 3,
estudos realizados no Brasil, que dizem respeito à gestão administrativa de organizações
do Terceiro Setor, sinalizando ser um tema de grande importância na visão dos
estudiosos.
Autores/Ano
Roesch (2002)
Resultados
Buscou delinear a diversidade das organizações e especificar
os desafios gerenciais que elas enfrentam. Verificou que as
práticas de gestão devem partir dos problemas que
circundam as organizações e precisam ser negociadas com os
seus stackeholders.
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Vidal e Menezes (2004)
Analisaram a gestão organizacional de uma ONG, e
concluíram que peculiaridades da gestão sinalizam a
emergência de uma administração diferenciada no terceiro
setor.
Alves, Souza e Slomski (2005) Com o objetivo de mensurar e demonstrar o resultado
econômico gerado por uma entidade do terceiro setor, os
autores concluíram que a organização mostrou-se eficiente,
pois os recursos consumidos nas atividades foram menores
do que a receita gerada.
Fregonezi e Araújo (2006)
Buscaram, através da adaptação de modelos empresariais,
calcular o valor econômico de uma entidade filantrópica.
Constataram ser possível mensurar o valor econômico da
entidade para a sociedade, com o uso de receita econômica
em vez de receita de doações e o cálculo da alavancagem por
doações da entidade.
Andrade (2007)
Apresentou em seu estudo a construção de um modelo de
gestão baseado em competências, utilizando conceitos de
gestão estratégica adotados em organizações comerciais. A
percepção da autora é que cada organização deve
desenvolver seu próprio modelo, levando em consideração
seus valores, sua missão e sua realidade organizacional
Tude e Rodrigues (2008)
Estudaram a sustentabilidade de ONGs a partir da geração de
recursos próprios, e que no caso analisado, a independência
financeira de uma ONG com base na geração de recursos
próprios é falsa, pois sujeita-se às regras de mercado,
levando em consideração apenas aspectos econômicos.
Quadro 3 – Estudos realizados em organizações do Terceiro Setor
Fonte: os autores.
Percebeu-se a importância que o tema relacionado à administração e gestão de
organizações do terceiro setor tem levantado junto aos pesquisadores. E esta pesquisa
quer contribuir com uma visão específica de um grupo de entidades, não sendo possível
torná-la generalista, dadas as diversidades entre as organizações, como já destacado por
estudos como os realizados por Roesch (2002), Vidal e Mendes (2004) e Andrade
(2007).
4
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Nesta seção descrevem-se os procedimentos metodológicos utilizados no presente
trabalho.
Para Gil (2006), toda classificação ocorre mediante algum critério. As pesquisas
normalmente são classificadas com base nos objetivos gerais, ou seja, podem ser
pesquisas exploratórias, descritivas ou explicativas.
A presente pesquisa tem característica descritiva, pois ‘tem como objetivo primordial a
descrição de determinada população ou fenômeno ou então o estabelecimento entre
variáveis’ (GIL, 2006, p.42).
Quanto à abordagem do problema, esta pesquisa é considerada qualitativa, pois segundo
Beuren, (2003, p.91) “os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem
descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas
variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais”. A
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abordagem qualitativa caracteriza-se pela compreensão das situações e fatos expostos
pelos entrevistados.
Assim, a trajetória metodológica adotada segue duas fases. Na primeira, denominada
“Fundamentação teórica”, são estudados os temas relacionados ao estudo: Terceiro
Setor e Administração Financeira. A segunda fase trata da “Apresentação e Análise dos
Dados”, onde primeiramente faz-se um breve comentário das instituições e, após,
estuda-se a análise da pesquisa realizada.
Como instrumento de coleta de dados utilizou-se um questionário enviado a 19
entidades do terceiro setor, clientes de um escritório de contabilidade em Blumenau, de
forma intencional, por não existir um organismo que congregue as organizações do
terceiro setor na cidade de Blumenau. Das 19 entidades, 10 delas retornaram o
questionário preenchido, representando 53% do total enviado. O questionário foi
preenchido pelo principal gestor da organização.
O critério utilizado para seleção das organizações e envio dos questionários foi com
relação à atividade da entidade, ou seja, o questionário foi aplicado apenas em entidades
que mantêm uma atividade regular. Aquelas consideradas inativas não foram
selecionadas para participar da pesquisa.
5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Com vistas a responder o objetivo deste trabalho, que consistiu em verificar a
importância da utilização da administração financeira pelas entidades sem fins
lucrativos, foi aplicado um questionário junto a associações sem fins lucrativos, clientes
de um escritório de contabilidade em Blumenau, de forma intencional.
As entidades
atuam em diversas áreas, tais como assistência social, educação, proteção ambiental e
manifestações culturais.
Assim, foi enviado um total de 19 questionários, sendo que 10 entidades retornaram o
questionário preenchido, representando 53% do total enviado. O questionário, constante
no apêndice, foi dividido em 4 grandes grupos, a saber: Grupo 1: Pensando Finanças,
Grupo 2: executando Finanças, Grupo 3: Relatando finanças e no grupo 4: Avaliação,
onde cada pesquisado pode exprimir seu sentimento em relação ao assunto questionado.
Os respondentes tinham como opções de resposta: D = Desconhece, NA = Não Aplica,
GA = Gostaria de Aplicar, AP = Aplica Parcialmente e AT = Aplica Totalmente.
No primeiro bloco de perguntas, relacionado ao tema ‘pensando finanças’, as perguntas
foram direcionadas com a intenção de identificar se as entidades possuíam algum tipo
de planejamento na organização, em âmbito geral em nível financeiro. Na tabela 1 é
possível verificar de modo amplo as respostas.
PENSANDO FINANÇAS
D
NA
GA
AP
AT
Total
Possui planejamento estratégico?
Possui planejamento financeiro?
Orçamento geral da entidade?
Possui estimativa mensal de gastos?
Orçamento por projetos?
Sabe quais recursos materiais a entidade
20%
0
20%
10%
10%
20%
10%
0
0
0
0
0
0
30%
30%
20%
50%
0
40%
20%
30%
30%
20%
30%
30%
50%
20%
40%
20%
50%
100%
100%
100%
100%
100%
100%
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possui?
Sabe quais recursos humanos a entidade 0
possui?
Tabela 1: Resultados Pensando Finanças
Fonte: dados da pesquisa.
0
0
20%
80%
100%
Gitman (2010) sugere as finanças como uma ciência de gerir o dinheiro, e a
administração implica planejamento por parte de quem o utiliza. Analisando as questões
relacionadas ao grupo 1, que de maneira geral trouxeram questões relacionadas ao
planejamento, surgem as primeiras surpresas, as quais merecem relato.
Observou-se que poucas organizações utilizam o planejamento como instrumento de
gestão. Quando questionadas sobre possuir planejamento estratégico, apenas 30% delas
responderam que possuem, aplicando de forma total, e outras 40% de forma parcial,
totalizando 70% que utilizam estes planos de alguma maneira. Este mesmo percentual
de 70% é verificado em relação ao planejamento financeiro.
Com relação ao orçamento geral, 30% gostariam de aplicar e outros 20% desconhecem
o instrumento. Estas mesmas organizações são as que não possuem planejamento
estratégico, por desconhecimento. Percebeu-se que algumas organizações utilizam de
forma parcial o orçamento geral, que está geralmente associado a algum projeto.
Quando perguntadas se conhecem os recursos materiais de que dispõem, 50% diz
conhecer plenamente o que possui, e quando o assunto era relacionado a recursos
humanos, todas responderam que sabem exatamente de quais recursos dispõem.
Percebeu-se que é muito comum não haver planejamento. Quando apenas uma parte das
organizações pesquisadas trabalha de forma planejada em termos de finanças, a
pergunta e a dúvida que suscita é: como as outras fazem para atender e cumprir os
objetivos da sua organização?
No segundo bloco de perguntas, ‘executando finanças’, o foco das questões foi a parte
operacional da gestão financeira, com questões relacionadas a planos de contas, centros
de custo, fluxo de caixa, conta bancária, controles relacionados a entradas e saídas, e
livro caixa. A tabela 2 mostra o panorama das respostas encontradas.
EXECUTANDO FINANÇAS
D
NA
GA
AP
AT
Total
Possui um plano de contas
Possui centros de custo
Trabalha com Fluxo de caixa
Possui Conta bancária
Tem controle do contas a pagar e receber
Possui Livro Caixa
Tabela 2 – Executando Finanças
Fonte: dados da pesquisa.
30%
30%
30%
0
0
0
10%
20%
0
0
0
0
10%
10%
10%
0
20%
10%
0
0
30%
0
0
10%
50%
40%
30%
100%
80%
80%
100%
100%
100%
100%
100%
100%
Neste bloco, o que chamou a atenção é que 30% dos entrevistados responderam
desconhecer o que é um plano de contas e centros de custo. Sabe-se que um plano de
contas elaborado de conformidade com as necessidades da instituição resolve boa parte
dos problemas com prestação de contas a órgãos financiadores.
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Outro dado interessante é perceber que 100% das entidades possuem conta corrente,
mas nem todas, apenas 80% utilizam o livro caixa para registro de suas operações. Este
dado leva o pesquisador a questionar de que forma os outros 20% controlam suas
entradas de recursos e seus desembolsos.
Com relação ao fluxo de caixa, ferramenta que ajuda o gestor a enxergar a situação
financeira futura da organização, aquelas mesmas 30% que possuem planejamento
responderam trabalhar também com a ferramenta fluxo de caixa.
No terceiro bloco de perguntas, denominado ‘relatando finanças’, a verificação consistia
em como é feita a comunicação das operações que envolvem finanças dentro das
entidades.
RELATANDO FINANÇAS
Possui
relatórios
financeiros
acompanhamento orçamentário
Possui relatórios financeiros gerenciais
Possui escrituração contábil
Recebe balancetes
Possui relatórios de atividades
Tabela 3 – Relatando Finanças
Fonte: dados da pesquisa.
NA
GA
AP
AT
Total
de 40%
D
20%
0
0
40%
100%
50%
0
0
0
20%
0
0
0
0
0
0
20%
0
40%
50%
40%
30%
60%
50%
40%
100%
100%
100%
100%
Observou-se que 100% dos respondentes mantêm escrituração contábil, parcial ou
totalmente, e recebem balancetes contábeis emitidos mensalmente. Mas apenas 40%
disseram utilizar a informação disponibilizada pela contabilidade, em forma de
relatórios financeiros de acompanhamento orçamentário. Para fins gerenciais, o índice
ficou em 30% das organizações.
Percebeu-se que praticamente as mesmas organizações que responderam possuir
planejamento estratégico e financeiro, no primeiro bloco de perguntas, utilizam as
ferramentas de gestão financeira na sua organização. A utilização de ferramentas está
associada ao planejamento, ou seja, as organizações fazem comparação entre aquilo que
foi planejado, com o que efetivamente foi realizado. Assim, o simples fato de receber
relatórios contábeis não garante utilização eficiente das informações lá contidas.
No último bloco do questionário, intitulado ‘avaliação’, foi perguntado ao gestor da
organização se ele acha que os relatórios financeiros ajudam na gestão da entidade e se,
na sua opinião, poderia melhorar a gestão da entidade caso tivesse em mãos
instrumentos de controle financeiro.
AVALIAÇÃO
D
Em sua opinião você acha que os relatórios 0
financeiros ajudam na gestão
Você acha que poderia melhorar a gestão da 0
entidade se tivesse em mãos instrumentos de
controle financeiro
Tabela 4 – Avaliação Final
Fonte: dados da pesquisa.
NA
GA
AP
AT
Total
0
0
0
100%
100%
0
0
0
100%
100%
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Nas duas perguntas, a resposta foi unânime. Todos os respondentes concordam que os
relatórios ajudam na gestão financeira e que com mais instrumentos de controle
financeiro poderiam, inclusive, melhorar a gestão.
Aqui é necessário tecer algumas observações sobre as informações levantadas através
do questionário. Apesar de as respostas apresentarem uma unanimidade em relação ao
questionado, ressalta-se que algumas opiniões expressas no questionário são
contraditórias, quando comparadas a perguntas feitas em outros blocos.
É o caso, por exemplo, dos 30% que afirmam que gostariam de utilizar um orçamento
geral para a instituição. No entendimento dos pesquisadores, estes não poderiam afirmar
que os relatórios financeiros ajudam na gestão da entidade, pois eles não os possuem.
Ou ainda, na mesma questão, observar que 50% dos entrevistados desconhecem
relatórios financeiros gerenciais. Como justificar que os relatórios financeiros ajudam
na gestão da entidade?
Acredita-se que houve uma interpretação equivocada da questão. E que em ambos os
casos, o que o entrevistado quis dizer é que poderia melhorar a gestão da entidade, caso
tivesse em mãos instrumentos de controle financeiro.
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do presente estudo, observou-se que as organizações do Terceiro Setor não
possuem o hábito de trabalhar com instrumentos de administração financeira, apesar de
considerarem ser importante a utilização de tais instrumentos para a gestão das suas
organizações.
Quando questionadas sobre o uso de instrumentos, em alguns casos não sabiam como
utilizar, nem tampouco por onde começar. A principal ferramenta utilizada é o livro
caixa. As demais, embora mencionadas na pesquisa, são pouco ou nada utilizadas.
Diante das respostas apresentadas, conclui-se, de forma não genérica, que há muito o
que trabalhar com as organizações do terceiro setor, a fim de supri-las com
instrumentos de administração financeira. E, de certa forma, é uma necessidade
urgente, pois, como mencionado anteriormente, essas organizações dependem da boa
vontade de terceiros que as sustentam no seu dia a dia.
A maneira como essas entidades trabalham sua gestão financeira na atualidade, à espera
de doações, sem ter um mínimo de planejamento, leva a uma consideração inusitada e
com razoável convicção, de que vivem num iminente risco de colapso financeiro.
Assim, respondendo à questão de pesquisa, apesar de os gestores praticamente não
utilizarem ferramentas financeiras para a gestão das entidades pesquisadas, eles são
unânimes em explicitar que, se utilizadas de forma eficiente, estas ferramentas serão
muito importantes no seu cotidiano.
Como sugestão para futuros trabalhos, aponta-se a possibilidade de fazer um
benchmarking com organizações ou empresas que utilizam as ferramentas de gestão
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financeira, a fim de propiciar às ESFL a possibilidade de buscar melhorias em sua
administração.
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